PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CEEBJA PROFª … · Troca de Encanamento Troca de Revestimento...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NÚCLEO REGIONAL DE APUCARANA
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora Linda Eiko Akagi Miyadi. Fundamental/Médio
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CEEBJA PROFª LINDA EIKO
AKAGI MIYADI
APUCARANA
2017
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APRESENTAÇÃO
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora
Linda Eiko Akagi Miyadi é uma Escola Pública mantida pelo Governo do Estado do
Paraná e supervisionada pela Secretaria de Estado da Educação que tem
finalidade da construção coletiva de uma escola cidadã, democrática e de
qualidade, envolvendo efetivamente todos os profissionais da educação, alunos
adolescentes, jovens e adultos e a comunidade escolar.
O CEEBJA de Apucarana vem elaborando o PPP como forma de
evidenciar um agrupamento de ideias, reflexões, situações e propostas, afirmando
assim, sua identidade no sentido de revelar sua organização, suas metas, seus
planos a toda comunidade, com o objetivo de possibilitar avanços no processo de
ensino-aprendizagem na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos.
A Instituição entende que o PPP é um documento integrador entre
currículo, planejamento, atividades e projetos com base nos eixos norteadores da
EJA, sendo eles cultura, trabalho e tempo.
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INTRODUÇAO
De acordo com as Diretrizes Curriculares de EJA do Estado do Paraná,
este Projeto Político-Pedagógico, o Projeto Político Pedagógico do CEEBJA -
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos tem por finalidade
evidenciar o processo educativo como papel fundamental na socialização dos
sujeitos, agregando elementos e valores que levem os educandos à emancipação
de sua identidade cultural.
O trabalho pedagógico se realiza a partir de conhecimentos construídos
por meio do senso comum, adquirido no cotidiano em suas relações com o outro e
com o meio, conduzindo os alunos, adolescentes, jovens e adultos a adquirirem os
conhecimentos elaborados.
Portanto, este documento revela um desafio coletivo da busca
permanente do conhecimento, que dialogue concomitantemente com o singular e
o universal, de forma dinâmica e histórica.
Em consonância com uma linhagem progressista a teoria histórico-cultural
vem afirmar que trajetória de desenvolvimento do pensamento não vai no sentido
do pensamento individual para o socializado, mas do pensamento socializado para
o individual. (VYGOTSKY, 1984)
A oferta da educação de jovens e adultos deste Centro está pautada por
diferentes situações de ensino-aprendizagem adequadas às necessidades
educacionais do alunado, (re) construindo o conhecimento entre esses sujeitos,
tendo como referência a realidade na qual estão inseridos.
Sabendo que a concepção histórico-crítica visa estimular a atividade e a
iniciativa do professor, favorecendo o diálogo dos alunos entre si e com o
professor, sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada
historicamente e que se embasa esse presente documento.
Ressalta-se ainda que essa concepção teórica leva em conta os
interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento
psicológico, sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua
ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos
conteúdos cognitivos. (SAVIANI, 2007)
Assim sendo os educadores deste Centro de Educação entendem que o
processo de mediação do conhecimento, por meio de instrumentos e signos, é
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fundamental para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores,
distinguindo o homem dos outros animais. Essa mediação é um processo
essencial para tornar possíveis atividades psicológicas voluntárias, intencionais,
controladas pelo próprio indivíduo (OLIVEIRA, 1997)
Ressalta-se ainda que, essa mediação do conhecimento no CEEBJA é
realizada em congruência com as especificidades que a EJA requer.
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1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
1.1 Localização e dependência administrativa
Instituição de Ensino: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos Professora Linda Eiko Akagi Miyadi
Código da Instituição: 47778
Endereço: Avenida Curitiba – 1052 - CEP: 86800-702 – 43 3423-2840 –
e-mail: [email protected]
Município: Apucarana - Código do Munícipio: 01
Código do NRE: 01- Apucarana:
Código do INEP: 41357302
Dependência Administrativa: Estadual
Localização: Urbana
Oferta de Ensino:
EJA- Ensino Fundamental Anos Finais;
EJA- Ensino Médio;
Ato de Autorização da Instituição: RES. 4.807/95 DOE 02/01/1996
Ato de Reconhecimento da Instituição:
- DISTÂNCIA RES. 4033/1997 DOE 17/12/1997 até 29/04/2002
- SEMIPRESENCIAL RES. 3.063/01 DOE de 30/04/2002 até 29/04/2006
- PRESENCIAL RES. 4.083/96 DOE 27/09/2006 30/04/2006 ATÉ 31/12/2008
Ato de Renovação de Reconhecimento da Instituição:
RES. 1080/2010 DOE 18/05/2010 - 01/01/2009 até 31/12/2017
Parecer do Núcleo de Aprovação do Regimento Escolar:98/2016 SF/NRE
24/04/2016
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
Apucarana,30 de setembro de 2017. Assinatura
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1.2 Aspectos Históricos da Instituição
Na década de 1980, no Estado do Paraná, foram criados os Centros de
Estudos Supletivos (CES), passando a Centros de Educação Aberta Continuada à
Distância (CEAD) em 1998 e logo após em 1999, passaram a serem denominados
Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJAS). Nessa
época foram criados também os Termos de Cooperação Técnica (ICIS) –
Convênios entre Secretaria de Estado da Educação e empresas, entidades
públicas e privadas que desejassem escolarizar seus funcionários.
Com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 a Educação de Adultos evidencia
que o Ensino Supletivo passa a denominar Educação de Jovens e Adultos. Com a
LDB 9394/96, a nomenclatura Ensino Supletivo passa para EJA. Com o Parecer
CEB/CNE 11/2000 que respaldou a Resolução do CNE de Diretrizes Curriculares
para a EJA, são enfatizadas as mudanças da nomenclatura de ensino supletivo
para EJA sendo o direito público subjetivo dos cidadãos à educação sob as
funções: reparadora; equalizadora e qualificadora. Assim pode se distingue a EJA
da aceleração de estudos, concebendo a necessidade de contextualização do
currículo e dos procedimentos pedagógicos e aconselhando a formação específica
dos educadores. (PAIVA, 1987)
Um avanço para a EJA foi a promulgação das Diretrizes Nacionais para a
Educação de Jovens e Adultos em 1999, elaborada pelo Conselho Nacional de
Educação que supera a visão preconceituosa do analfabeto ou iletrado como
inculto ou apto apenas para as tarefas desqualificadas no mundo do trabalho. Elas
passam a valorizar as especificidades de tempos e espaços para seus educandos,
tratamento presencial dos conteúdos curriculares, o respeito a faixa etária bem
como, a formulação de projetos pedagógicos próprios e específicos para a
modalidade de ensino (Brasil,2000).
Em 1996 foi fundado pela Resolução N° 4.807/96, o CEEBJA - Centro
Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora Linda Eiko A.
Miyadi, no Município de Apucarana.
A Instituição é uma Escola Pública mantida pelo Governo do Estado do
Paraná e supervisionada pela Secretaria de Estado da Educação e denominada
Centro de Estudos Supletivos (CES).
A escola foi reconhecida através da Resolução N° 4033/97 de 17/12/1997
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e de acordo com a Resolução nº 3120/98 passou a denominar-se Centro de
Educação Aberta, Continuada a Distância (CEAD). Ainda em 1998, a instituição
passou a ofertar e executar os Exames de Suplência, atendendo ao disposto na
Lei n° 9394/96, autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação,
por meio de Edital próprio, emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho.
A Resolução 4561/99 de 15/12/99 determinou que o CEAD passasse a
denominar-se Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos
(CEEBJA), em função da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394/96, que redefiniu o
Ensino Supletivo como uma modalidade de Educação Básica para Jovens e
Adultos, com uma sistemática de Ensino Presencial, com autonomia para
funcionar em diferentes locais por meio das Ações Pedagógicas Descentralizadas
(APEDs) do CEEBJA.
No ano de 2001 a escola passou a denominar-se Centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos Professora Linda Eiko A. Miyadi, em
homenagem à grande educadora do Município de Apucarana (Res. 423/01), sendo
esta a Patronesse da Instituição.
Os Cursos de EJA no Estado do Paraná até 2005 se organizavam nas
formas presenciais e semipresenciais. Coube então, ao CEEBJA Professora Linda
Eiko Akadi Miyadi ofertar a escolarização do ensino fundamental e médio com
matrícula por disciplina organizada em momentos presenciais 70% e não
presenciais 30%. Essa forma de organização curricular foi cessada em 2006,
quando a Proposta Pedagógica Curricular da EJA do Estado do Paraná contempla
100% da carga horária total na forma presencial.
Nesse mesmo ano, o Estado do Paraná conta com as Diretrizes
Curriculares da Educação de Jovens e Adultos com o desafio de apresentar
propostas viáveis para o acesso, permanência e sucesso do educando dessa
modalidade de ensino.
Em 2008 a escola passou a receber adolescentes excluídos do ensino
regular respaldado pelo Parecer 626/08, aprovado em 16/09/2008.
O trabalho pedagógico do CEEBJA de Apucarana é pautado pelos três
eixos das Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná para Educação de Jovens e
Adultos, cultura, trabalho e tempos articulados para atender a grande diversidade
do perfil do educando que procura a Instituição.
O trabalho pedagógico se realiza a partir de conhecimentos construídos
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por meio do senso comum, adquirido no cotidiano em suas relações com o outro e
com o meio, conduzindo os alunos, jovens e adultos a adquirirem os
conhecimentos elaborados.
Portanto, os educadores da Instituição têm como desafio a busca
permanente do conhecimento que dialogue concomitantemente com o singular e o
universal, de forma dinâmica e histórica.
A oferta da educação de jovens e adultos do CEEBJA de Apucarana está
calcada em situações de ensino-aprendizagem adequadas às necessidades
educacionais do alunado, (re) construindo o conhecimento entre esses sujeitos,
tendo como referência a realidade na qual estão inseridos.
1.3 Caracterização do Atendimento na Instituição e Quantidade de Estudantes
Modalidade de Ensino Educação de Jovens e Adultos
Ensino Fundamental e Médio
Alunos, turmas e turnos
Total de alunos: 2383
Média de alunos por turma: 27
Número de alunos por turno
Manhã: 421
Tarde: 393
Noite: 1569
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1.4 Estrutura Física e Espaços Pedagógicos
Descrição Quantidade As Condições de Uso
Necessita de Melhorias
Salas de Aula 17 Boa Trocar piso de 04 salas de aula no 2º pavimento; Continuar a Manutenção.
Sala de Direção 01 Boa Continuar a Manutenção
Sala de Equipe Pedagógica
01 Boa Continuar a Manutenção
Sala de Professores
01 Boa Continuar a Manutenção
Secretaria 01 Boa Troca de Pisos
Sala de Recursos Multifuncional
01 Boa Continuar a Manutenção
Laboratório (X ) Ciências (X ) Química ( ) Matemática (X ) Biologia (X) Informática
Boa Boa Boa Boa
Continuar a Manutenção Continuar a Manutenção Aquisição e Substituição de Materiais
Salão Nobre
01 Boa Continuar a Manutenção
Cozinha 01 Boa Continuar a Manutenção
Área de Serviço 01 Boa Continuar a Manutenção
Refeitório 01 Boa Continuar a Manutenção
Banheiros (X) Professores (X) Alunos (X ) Funcionários (X) Adaptados para alunos com necessidades especiais
Boa Boa Boa Boa
Continuar a Manutenção Troca de Encanamento Troca de Revestimento Troca de Piso
Sala de Multimídia
06 Boa Continuar a Manutenção
Despensa 01 Boa Continuar a Manutenção
Os materiais de apoio utilizados pelos educadores são: livro didático,
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Datashow, telas retráteis, kit multimídias em 6 salas de aulas, globos, mapas,
instrumentos de usos laboratoriais, musicais, específicos das salas multifuncionais,
rede wifi, entre outros.
A Instituição conta também com um laboratório de informática para
atender 32 alunos, agentes e professores.
A Rede Wi-Fi do CEEBJA de Apucarana é uma infraestrutura de
comunicações sem fios, constituída por Wireless LAN (WLAN). Visa oferecer aos
alunos, professores e funcionários, acesso à Internet por meio de equipamentos
próprios que suportem esta tecnologia, permitindo o acesso à Internet com maior
flexibilidade e mobilidade. Os alunos têm acesso à rede por meio do voucher com
a duração de uma hora, podendo ser renovado com o aval do professor.
1.5 Recursos Humanos
EQUIPE GESTORA
NOME FUNÇÃO
VÍN
CU
LO
FORMAÇÃO TURNO DE
ATUAÇÃO
Jorge Marques Diretor QPM Graduação em Geografia, Pós-grad:
Gestão Escolar, Professor PDE
Matutino e Noturno
Elenir Aparecida Costa Silva Diretor Auxiliar
QPM Graduação em Letras Anglo Portuguesa, Pós-grad: Gestão Escolar,
Professora PDE
Vespertino e Noturno
Marciel Paz de Siqueira Diretor Auxiliar
QFEB Curso Técnico Profuncionário, Graduação em
Geografia, Pós-grad: Gestão
Escolar
Vespertino e Noturno
Josiane Aparecida Zaqui Secretaria QFEB Curso Técnico Profuncionário, Graduação em
Pedagogia, Pós-grad:
Orientação/Supervisão Escolar
Matutino e Noturno
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EQUIPE DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
NOME FUNÇÃO
VÍN
CU
LO FORMAÇÃO TURNO DE
ATUAÇÃO
Edna Massue Hossaka
Professora de Apoio
da Educação Especial
QPM Graduação Psicologia/Pedagogia,
Pós-grad: Alfabetizção/Ed.
Especial
Matutino
Rubia Carla Mendes Docência Sala de
Recursos Multifuncional Surdez Professora Interprete
QPM Graduação em Ciências Biológicas,
Pós-grad: Ed Bilíngüe para surdos
Matutino Noturno
Neide Aparecida da Silva Sigora
Professora Tradutora
e Intérprete de Libras
PSS Graduação em Ciências/Matemática, Pós-grad: Educação Especial. Deficiência
Visual. Transtorno Global do Desenvolvimento. Libras
(Educação Bilíngue para Surdos)
Didática e Metodologia de Ensino.
Vespertino e Noturno
Alberto Freiberger Bernardinelli Docência Sala de
Recursos Multifuncional Surdez
PSS Graduação em Letras/Libras,
Pós-grad: Libras
Matutino
Claudia Cerqueira Gorte Alves
Professora Interprete
QPM
Graduação em Pedagogia, Pós-grad: Educ. Especial e
Psicopedagogia
Noturno
Silvana Maria da Silva Professora da Sala de Recursos Multifuncio
nal
QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Educação Espec
Vespertino
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EQUIPE PEDAGÓGICA
NOME FUNÇÃO
VÍN
CU
LO FORMAÇÃO TURNO DE
ATUAÇÃO
Charles Alberto Crepe Pedagogo QPM Graduação em Pedagogia, Pós-grad: Planej. Ed. Did. e Met.
De Ensino
Noturno
Cintia de Paula
Pedagogo QPM Graduação em Pedagogia, Pós-grad:
Gestão Escolar
Vespetino e Noturno
Edna Massue Hossaka
Pedagogo QPM Graduação Psicologia/Pedagogia,
Pós-grad: Alfabetização/Ed.
Especial
Vespertino
Jussara Maria de Souza Maziero
Pedagogo QPM Graduação em Pedagogia
Noturno
Lucia Aparecida Barreiros
Pedagogo QPM Graduação em Pedagogia, Pós-grad:
Psicopedagogia
Matutino
Odette Bacarin
Pedagogo PSS Graduação em Pedagogia,
Pós-grad: Gestão Escolar
Matutino e Noturno
Tânia Helena Torres Guimarães
Pedagogo QPM Graduação em Pedagogia,
Pós-grad: Adm Escolar Matutino e Noturno
Carlos Alberto de Souza Coodenador Itinerante
QPM Graduação em História, Pós-grad: Adm Supervisão
e Orientação Escolar
Matutino e Noturno
Claudia Lopes Pontara Coodenadora Itinerante
QPM Graduação em Letras Inglês,
Pós-grad: Estudo das Linguagens
Noturno
Hérica Sayuri Namura Coodenadora Itinerante
QPM Graduação em Química, Pós-grad: Coord
Supervisão e Orientação Escolar
Noturno
João Augusto Martin Nantes dos Santos
Coodenador Itinerante
QPM Graduação em História, Pós-grad: Filosofia, Ética e
Política
Noturno
Ivan Luís Cassol Coodenador Itinerante
QPM Graduação em Geografia, Pós-grad: Geografia e
Meio Ambiente
Noturno
Sueli Rosangela Martines Mansano
Coordenadora Geral de
Aped
QPM Graduação em Ciências/Matemática,
Pós-grad: Met. E Didática de Ensino
Vespertino e Noturno
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AGENTE EDUCACIONAL I
NOME FUNÇÃO
VÍN
CU
LO FORMAÇÃO TURNO DE
ATUAÇÃO
Alessandra Aparecida Alves dos Santos
Limpeza QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Vespertino
Alice Adenir Bispo Limpeza PSS Ensino Médio Matutino e Noturno
Maria Alice Lourin Pinheiro Limpeza QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Matutino e Vespertino
Maria Aparecida da Silva Souza Inspetora de alunos
QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Vespertino e Noturno
Maria Aparecida dos Santos de Lima
Limpeza PSS Ensino Médio Vespertino e Noturno
Maria Elisabete Zaneratto Cozinheira QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Matutino e Vespertino
Maria Madalena de Carvalho Laverde
Licença Saúde
QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Matutino e Noturno
Regina Celia Tomal Inspetora de alunos
QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Matutino e Noturno
Regina Maier Limpeza PSS Ensino Médio Matutino e Vespertino
Rosa Cleide Bruno da Silva Limpeza PSS Ensino Médio Matutino e Vespertino
Rosana Toschi da Silva Limpeza QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Matutino e Vespertino
Selma Lourdes Capelli Cozinheira QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Vespertino e Noturno
Terezinha de Fatima Nogueira Cozinheira QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Vespertino e Noturno
Uriel Correa Dutra Inspetor de alunos
PSS Ensino Médio Vespertino e Noturno
Vitalina Aparecida Bichof da Silva Limpeza QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Matutino e Vespertino
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AGENTE EDUCACIONAL II
NOME FUNÇÃO
VÍN
CU
LO FORMAÇÃO TURNO DE
ATUAÇÃO
Aldrei Leandro da Silva Filho Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação Direito Vespertino e Noturno
Amabile Santini Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação em Administração em
Com Exterior, Pós-grad: Gestão
Escolar
Matutino e Noturno
Cicero Leandro Mortean Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Vespertino e Noturno
Denise Aparecida Francisco Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação em Adminstração e
MKT
Vespertino e Noturno
Elaine Schmerega Borges da Silva Func-Apoio/Tec Administ
Agente de Leitura
QFEB Graduação: Adm Hospitalar, Pós-
grad. Gestão Escolar
Matutino e Vespertino
Eliane Luciana Batista Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação: Admin de Empresas
Matutino e Noturno
Joaquim Marcelino de Moura Filho Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação: Admin de Empresas
Matutino e Vespertino
Lenite de Fatima Felix Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação: Gestão Pública,
Pós-grad. Gestão Escolar
Matutino e Noturno
Marcos Antonio Elias de Souza Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação em História
Matutino e Noturno
Maria Cleide da Silva Func-Apoio/Tec Administ
Agente de Leitura
QFEB Graduação: Pedagogia,
Pós-grad. Gestão Escolar
Vespertino e Noturno
Patrícia Adriana Amorim Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação: Geografia, Pós-grad.
Geografia e História
Vespertino e Noturno
Raquel Cristina Barreto Popadiuk Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Ensino Médio – Curso Técnico Profuncionário
Matutino e Vespertino
Viviane Pereira da Silva Func-Apoio/Tec Administ
QFEB Graduação em Adm. de Empresas
Matutino e Noturno
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Corpo Docente
NOME FUNÇÃO
VÍN
CU
LO FORMAÇÃO TURNO DE
ATUAÇÃO
Adenilde Alves de Lima Professora QPM Graduação em Química, Pós-grad: Fund Teóricos da Prat Pedagógica
Vespertino e Noturno
Adriana de Fatima di Rienzo Neves Professora QPM Graduação Letras, Pós-grad:
Metodologia do Ensino
Vespertino e Noturno
Agda Mary Fernandes Professora QPM Graduação Geografia, Pedagogia
Pós-grad: Meio Ambiente- Gestão
Escolar
Vespertino e Noturno
Alexsandro Alves de Oliveira Professor QPM Graduação em Filosofia
Noturno
Aliane Francisco Professora QPM Graduação em Letras,
Pós-grad: Educação Especial; Letras-
Libras
Vespertino
Andreia Cristina Batista dos Santos Professora QPM Graduação em História,
Pós-grad: Mestrado em Química
Vespertino
Angela Aparecida de Souza Professora SC02 Graduação em Letras Português,
Pós-grad: Didática e
Metodologia
Noturno
Angela Maria Machado de Arruda Professora PSS Graduação em Matemática, Pós-grad: Ed
Especial/Alfabet Matemática
Noturno
Angelo Arfieri Magro Junior Professora PSS Graduação em Letras Português
Noturno
Aparecida Cristina Lopes Professora PSS Graduação em Letras Português,
Pós-grad: Didática e
Metodologia
Noturno
Aparecida Eunice Morgado Professora QPM Graduação em Letras Português,
Pós-grad: Didática e Metodologia
Vespertino e Noturno
Aparecida Lazareti Venancio Ferreira Professora QPM Graduação em Letras Português,
Pós-grad: Gestão Escolar
Vespertino e Noturno
Avelino Sergio Viotto
Professor QPM Graduação em Geografia, Pós-grad:
Geografia/História
Noturno
Camila Bertagna Professor QPM Graduação em Noturno
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História, Pós-grad:História
Carlos Alberto de Souza Professor QPM Graduação em História,
Pós-grad: Adm Supervisão e
Orientação Escolar
Matutino e Noturno
Cassia Martins Gomes Professora QPM Graduação em História,
Pós-grad: Superv e Orient. Esc.
Noturno
Cibele Caroline Rodrigues da Silva Professora PSS Graduação em Ciências Biológicas
Noturno
Cintia Socorro da Silva Professora PSS Graduação em Letras Inglês,
Pós-grad: Psicopedagogia e
Gestão Escolar
Noturno
Claudia Lopes Pontara Professora QPM Mestre/PDE Graduação em Letras
Inglês, Pós-grad: Estudo das
Linguagens
Matutino
Claudia Ursula Bochanoski Martinho
Prados
Professora QPM PDE Graduação em
Matemática, Pós-grad: Educ.
Matemática
Matutino e Noturno
Cleber Adriano da Silva Professora QPM Graduação em Ciências Biológicas e
Ed. Física, Pós-grad: Educ.
Especial e Psicopedagogia
Noturno
Cleusa Cordeiro Lopes Professora QPM PDE Graduação em
Geografia, Pós-grad: Didática e
Met. De Ensino
Vespertino e Noturno
Cristiane Aparecida de Oliveira Bento Professora PSS Graduação em Letras Português e Inglês, Pós-grad: Literat. e
Educação
Noturno
Cristiane Aparecida Jonas Francisconi Professora QPM Graduação em Geografia,
Pós-grad: Educ. Especial
Matutino e Vespertino
Debora Martins Reis Professora PSS Graduação em Letras Português
Noturno
Denise Canezin Marques Professora QPM Graduação em Ciências Biol,
Pós-grad: Ciências Biólog.
Matutino e Vespertino
Disnéia Candido Nunes Professora QPM Graduação em Letras Português e Inglês, Pós-grad: Gestão e
Org, Escolar
Noturno
Drieli de Cassia da Silva Professora QPM Graduação em História, Pós-grad: História Econômica
Noturno
Edna Aparecida Pedersoli Professora QPM Graduação em Ciências com Hab. em
Biologia, Pós-grad: Biologia
Matutino e Vespertino
Edna Garcia Gomes Ferreira Professora QPM Graduação em Vespertino
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Matemática Pós-grad: Matemática
e Noturno
Elaine Cristina de Souza Professora PSS Graduação em Matemática, Pós-grad: Ensin da Educação e
Matemática
Noturno
Elaine Hellen Benassi Professora PSS Graduação Artes Visuais, Pós-grad: Hist
da Arte e Hist e Cultura Afro
Noturno
Elenise Mathias Professora QPM Graduação em Ed. Física, Pós-grad: Ed.
Física
Vespertino e Noturno
Elia Schirmer Hennig Professora QPM Graduação em Matemática, Pós-grad:
Matemática
Noturno
Elisabete Mello Leitao de Almeida Professora PSS Graduação em Letras Inglês
Noturno
Elisabete Vieira da Silva Professora QPM PDE Graduação em
Geografia, Pós-grad: Ens. de Geografia
Matutino e Noturno
Elmo Goncalves Rodrigues Professor QPM Graduação em Matemática, Pós-grad:
Ed. Especial
Noturno
Eloisa de Almeida Delgado Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Did. e Metod
de Ensino
Noturno
Emerson Francisco Pires Professor PSS Graduação em Ciências Biológicas,
Pós-grad: Ed. do Campo e Ed Especial
Noturno
Emiliana Andrade dos Santos Professora PSS Graduação em Letras, Pós-grad: Português
Noturno
Erci Lopes Camargo Professor QPM Graduação em Geografia e História,
Pós-grad: Ed Especial
Noturno
Esmair Lopes Camargo Professor QPM Graduação em Ciências Sociais, Pós-
grad: Antropologia Filosófica
Matutino e Vespertino
Evaldo Bento Professor QPM Graduação em Geografia, Pós-grad:
Psicopedagogia
Noturno
Francielle Cristina Guimaraes
Professora PSS Graduação em Matemática, Pós-grad:
Ed Especial
Noturno
Giovana Beleze Professora PSS Graduação em Letras Português e Inglês,
Pedagogia, Pós-grad: Inglês e Coord e Superv Escolar
Noturno
Giovanna da Silva Fernandes Alba Professora PSS Graduação em Artes,, Pós-grad: Ed Especial
Noturno
Gisele Aparecida Koval Marafon Professora QPM Graduação em Matemática, Pós-grad:
Matemática
Noturno
Greiciane Ferreira Malta Professora PSS Graduação em Letras Inglês, Pós-grad: Ed
Especial e Libras
Noturno
Helio de Castro Mello Professora QPM Graduação em História, Pós-grad: Orientação Escolar
Noturno
Ilsa Maria Gomes Ceranto Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Didática do
Ensino
Matutino e Noturno
18
Iolanda Cirino de Jesus Sanchez Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Metodologia
do Ensino
Noturno
Ivan Luís Cassol Professor QPM Graduação em Geografia,
Pós-grad: Geografia e Meio Ambiente
Noturno
Janete Maria do Couto Professora QPM Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Biologia – Ed a Distância – Gestão
Escolar
Noturno
Joao Batista Firmino Professor QPM Graduação em História Pós-grad: Gestão Escolar/Ed. Campo
Noturno
Joao Lopes de Meira Professor QPM Graduação em Filosofia, Pós-grad:
Direção, Orientação e Supervisão Escolar
Matutino e Noturno
Jose Carlos da Silva Professor QPM Graduação em Química, Pós-grad: Metod e Didática do
Ens
Noturno
Jose Paulo Barreto Professor QPM Graduação em Química
Noturno
Juliana Cristina Xavier Professora QPM Graduação em Química Industrial, Pós-grad: Biologia
Aplicada
Vespertino
Juliana Priscilla Rodrigues Professora QPM Graduação em Letras Inglês, Pós-grad: Leitura e Prod de
Texto
Noturno
Laise Pazianotti Professora PSS Graduação em Química, Pós-grad:
Educação Espec
Noturno
Laura Sinkoc de Assis Professora QPM PDE.Graduação em Letras Inglês, Pós-
grad: Literatura
Matutino e Noturno
Leila de Lourdes Sanches Lacerda Professora QPM Graduação em Ed Artística, Pós-grad: Arte e Educação, Educação Espec
Matutino, Vespertino e Noturno
Ligia Freire Ferreira Proença Professora QPM Graduação em Letras Português e Inglês, Pós-grad: Literatura,
Educação Espec
Noturno
Lorena Martins Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Língua
Inglesa
Vespertino e Noturno
Loreni Aparecida Ferreira Baldini Professora QPM PDE Graduação em
Matemática, Pós-grad: Dout.em Matemática
Matutino e Vespertino
Lucemilia Aparecida Campioto Professora PSS Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Educação Espec
Vespertino e Noturno
Lusia Barreto Berton Professora QPM Graduação em Arte e Pedagogia, Pós-grad: Metod e Didát do Ens
Matutino, Vespertino e Noturno
Luzia Marilda de Assis Professora QPM Graduação em Química e Física, Pós-grad: Metod e Didat do
Ens e Química
Matutino, Vespertino e Noturno
Mara Lucia Mazaro Yamada Professora QPM Graduação em Química, Pós-grad:
Noturno
19
Gestão Escolar e Educação Espec
Marcos Vinicius Carrazedo Professor PSS Graduação em Letras Inglês, Pós-grad:
Metod e Didát do Ens
Noturno
Maria Aparecida Dutra Professor QPM Graduação em Geografia, Pós-grad: Geografia, Professora
PDE
Vespertino e Noturno
Maria Aparecida Lima Piai Rosa Professora QPM Graduação em Filosofia, Pós-grad:
Mestrado em Educação
Matutino e Vespertino
Maria Cecilia Beloti Professora QPM Graduação em História, Pós-grad:
Professora PDE
Vespertino e Noturno
Maria da Penha Martins Professora PSS Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Gestão Escolar
Noturno
Maria da Silva Costa Professora QPM Graduação em Letras Pós-grad:
Psicopedagogia
Noturno
Maria Regina Poloni Professora QPM Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Psicomotricidade, Professora PDE
Matutino
Marilza Vanzela Lesuk Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Educação Espec, Professora
PDE
Noturno
Marinete Dalrica Ribeiro Professora PSS Graduação em Matemática, Pós-grad: Didática e Metodologia
Noturno
Marisa Souza Plath Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Educação
Especial
Noturno
Meire Andreotte Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Educação
Espec
Noturno
Micaela da Fonte Sanches Prestes Professora QPM Graduação em Matemática, Pós-grad:
Matemática
Matutino e Vespertino
Milcelia Teixeira Rossi Flores Professora QPM Graduação em Ed. Física, Pós-grad:
Treinamento Desportivo, Professora
PDE
Matutino e Noturno
Mirian Berton Professora QPM Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Biologia
Matutino e Noturno
Nara Kavrokov Professora QPM Graduação em Matemática, Pós-grad:
Psicopedagogia
Matutino e Vespertino
Nelci Sebastiana Rodrigues Gimenez Professora PSS Graduação em Ciências Biol,
Pedagogia, Pós-grad: Psicopedagogia, Educação Espec
Noturno
Neuza Aparecida Professora QPM Graduação em Geografia e História,
Pós-grad: Meio Ambiente
Noturno
Nilceia de Jesus Alves da Silva Professora QPM Graduação em Geografia e História, Pós-grad: Educação
Noturno
20
Espec
Nilza Aparecida Goncalves Vieira Professora QPM Graduação em Geografia, Pedagogia, Pós-grad: Geografia e
Meio Ambiente
Noturno
Nilza Brischiliari Professora QPM Graduação em Letras Português e Inglês,
Pedagogia, Pós-grad: Português
Vespertino e Noturno
Nubia Bressan Guiraldeli Professora QPM Graduação em História, Pós-grad:
Geografia, Educação Espec
Noturno
Oliveira Bueno Professor QPM Graduação em História, Pós-grad:
Gestão Escolar
Matutino e Vespertino
Osny Mathias Hoffmann Professor PSS Graduação em Ed. Física, Pós-grad:
Educação Esp
Matutino
Rita de Cassia Bento Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Educação Esp, Professora PDE
Matutino
Robson Rogerio do Rego Professor QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Produção
Textual
Noturno
Rocelita Aparecida Menoci Neves Professora QPM Graduação em Física, Pós-grad:
Psicopedagogia, Professora PDE
Vespertino e Noturno
Rodrigo Marques Graciano Professor PSS Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Meio Ambiente
Noturno
Romilda Ferraz dos Passos Professora QPM Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Didática e Met do Ensino
Noturno
Rosaine Segantine Goncalves Professora PSS Graduação em Letras, Pós-grad: Gestão
Escolar
Noturno
Rosane Goncalves Gaspar Professora QPM Graduação em Ciências Sociais e História, Pós-grad: História do Brasil, Professora PDE
Matutino e Noturno
Roseli Aparecida Kremer dos Santos Professora QPM Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Didática e Met do Ensino
Noturno
Rosinei Aparecida de Araujo Professora QPM Graduação em Ed. Física, Pós-grad: Ed.
Física, Professora PDE
Matutino
Rubens Serpe Garcia Junior Professor PSS Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Ensino de Ciências
Noturno
Sandra Regina Rocon de Oliveira Professora QPM Graduação em Ciências Biol, Pós-
grad: Biologia
Noturno
Santa Vantini Professora QPM Graduação em Ciências e
Matemática, Pós-grad: Didática e Met do
Ensino, Professora PDE
Vespertino
21
Selma Maria Batistao Professora QPM Graduação em Ciências Sociais e
Geografia, Pós-grad: História
Matutino e Noturno
Selma Maria da Costa Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Literatura
Noturno
Silvana Maria da Silva Professora QPM Graduação em Letras, Pós-grad: Educação
Espec
Noturno
Silvia Aparecida de Oliveira Santos Professora PSS Graduação em Química, Pós-grad: Didática e Met do
Ensino
Noturno
Silvia Flores Penharbel Professora QPM Graduação em Educação Artística,
Mest. História da Arte, Professora PDE
Matutino, Vespertino e Noturno
Siumara Elisabete Fidelis Professora QPM Graduação em Geografia e História,
Pós-grad: Meio Ambiente
Noturno
Suelen Fujimori Professora PSS Graduação em Química e Matemática,
Pós-grad: Políticas Sociais
Noturno
Thais Augusta Ferreira Professora PSS Graduação em Arte, Pós-grad: Gestão
Escolar
Noturno
Vagner Cordeiro da Cruz Professor PSS Graduação em Ed. Física, Pós-grad: Ed.
Física Escolar
Noturno
Vagner José de Carvalho Professor QPM Graduação em Arte e Filosofia, Pós-grad:
História da Arte
Noturno
Valdirene Judai Professora QPM Graduação em Geografia e História,
Pós-grad: Meio Ambiente
Matutino e Noturno
Vera Lucia Beluco Professora PSS Graduação em Letras, Pós-grad: Gestão
Escolar
Noturno
Viviane Cretuchi Professora QPM Graduação em Ed. Física, Pós-grad: Educação Espec
Vespertino e Noturno
Yara Margarete da Rocha Gruszka Professora QPM Graduação em Química, Pós-grad: Ensino de Química
Matutino e Noturno
1.6 Instâncias Colegiadas
O CEEBJA de Apucarana conta com os segmentos sociais organizados e
reconhecidos como Órgãos Colegiados de representação da comunidade escolar
estão legalmente instituídos por Estatutos e Regulamentos próprios.
A Associação de Professores, Funcionários e Alunos - APAF, pessoa
jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos Professores, Alunos e
Funcionários da Instituição de Ensino, sem caráter político partidário, religioso,
22
racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus dirigentes e
conselheiros, sendo constituída por prazo determinado.
A APAF é regida por Estatuto próprio, aprovado e homologado em
Assembleia Geral, registrada em cartório e convocada especificamente para este
fim.
O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza deliberativa,
consultiva, avaliativa e fiscalizadora sobre a organização e a realização do
trabalho pedagógico e administrativo da instituição de ensino, em conformidade
com a legislação educacional vigente e orientações da SEED.
Já o Grêmio Estudantil é uma entidade representativa dos alunos na
escola sendo formado apenas por alunos, de forma independente, desenvolvendo
atividades culturais e esportivas, produzindo jornal, organizando debates sobre
assuntos de interesse dos alunos.Essa Instância não tem caráter político-
partidário, religioso, racial e também não tem fins lucrativos.
1.7 Perfil da Comunidade Escolar
Em sua maioria são alunos que carecem trabalhar para sobreviver, muitos
são arrimos de família ou contribuem financeiramente para o sustento do lar e
procuram o CEEBJA de Apucarana porque não conseguiram estudar em idades
“mais adequadas”. Outros são oriundos do ensino regular e possuem um histórico
de evasão e reprovação escolar acentuado. Normalmente, eles têm histórias de
vidas e culturas diversificadas, e que se adaptam a essa modalidade de ensino,
justamente pela sua organização diferenciada de oferta de escolarização, podendo
o aluno, estudar de acordo com o ritmo próprio de aprendizagem e disponibilidade
de tempo.
Contata-se que o perfil dos alunos do CEEBJA de Apucarana vem se
alterando nos últimos anos. O número de jovens e adolescentes neste Centro de
Educação tem crescido a cada ano, modificando o cotidiano escolar e as relações
que se estabelecem entre os sujeitos que ocupam este espaço.
O CEEBJA de Apucarana evidencia a todos os alunos que procuram a
Instituição que eles serão escolarizados por uma modalidade de educação que
respeita as necessidades individuais, formas de ofertas de escolarização segundo
suas especificidades.
23
Considerando um perfil bem diferenciado dos educandos da EJA, bem
como suas inúmeras necessidades, este Centro de Educação procura ofertar uma
escolarização formal, numa perspectiva democrática, comprometida com a
superação de preconceitos e desigualdades.
Há de se ressaltar que nessa Instituição de Ensino há muitos alunos
realizando o Estágio não Obrigatório Supervisionado como ato educativo, que
representa o momento de inserção do aluno na realidade do mundo do trabalho.
Faz parte do universo do CEEBJA um grande número de alunos
adolescentes em situações de vulnerabilidade, e compreende-se ela como uma
ferramenta eficaz para entender a situação dos excluídos socialmente, pois
através deste conceito, podem-se trabalhar amplamente as vicissitudes e
idiossincrasias existentes na realidade dos alunos que vão além dos atributos de
renda.
O CEEBJA de Apucarana possui um grande número de adolescentes em
diversas situações de risco e vulnerabilidade, os trabalhadores, as exploradas
sexualmente (comercialmente ou não), os deficientes, os envolvidos com a rua,
atividades ilícitas (como a produção e o tráfico de drogas) os discriminados pela
identidade étnica ou religiosa ou por gênero, os em conflito com a lei e as
institucionalizadas e muitas vezes com medidas socioeducativas.
Constatam-se também alunos adolescentes e jovens que vivem
institucionalizados, distantes do convívio familiar por diferentes motivos e
submetidos, frequentemente, às diversas formas de violência e privação, não
sendo apenas vítimas, mas também sobreviventes de um cotidiano adverso.
O CEEBJA atende mais de 120 alunos adolescentes do Programa Bolsa
Família, Benefício Variável Jovem, destinado às famílias que se encontram em
situação de pobreza ou extrema pobreza e que tenham em suas composições
adolescentes entre 16 e 17 anos.
Para diminuir a infrequencia dos alunos adolescentes o CEEBJA de
Apucarana conta com o programa de Combate ao Abandono Escolar que é um
plano de ação destinado a diminuir a situação de abandono.
Este programa segue as orientações abaixo apresentadas e objetivam
otimizar o trabalho da Instituição no controle interno das faltas injustificadas, bem
como evidenciar que a permanência do aluno na escola exige planejamento de
ações coletivas.
24
Para tal seguem-se os passos abaixo relacionados.
PASSO 1 – Professores - ao constatarem a ausência não justificada nos
casos previsto em lei, do(a) estudante por 05 (cinco) faltas e/ou dias consecutivos,
ou 07 (sete) faltas e/ou dias alternados no período de dois meses (60 dias),
comunica, imediatamente, à equipe pedagógica da escola utilizando o controle
interno de faltas injustificadas.
PASSO 2 – EQUIPE PEDAGÓGICA - De posse do controle interno de
faltas injustificadas preenchido pelos professores a equipe pedagógica, investiga,
junto aos pais ou responsáveis legais e adota os procedimentos que possibilitem o
seu retorno imediato à escola realizando uma BUSCA ATIVA do aluno
adolescente.
PASSO 3 – Direção Escola – caso o aluno não retorne, a escola envia
uma cópia do formulário de notificação obrigatória de estudante ausente,
devidamente preenchida e uma cópia em branco do formulário de
encaminhamento á Rede de Proteção Social da Criança e do Adolescente.
PASSO 4 – Conselho Tutelar - Após o recebimento do ofício o integrante
da Rede de Proteção Social da Criança e do Adolescente, se persistir o abandono
escolar, ou caso a escola não obtenha respostas dos membros da Rede de
Proteção, o CEEBJA de Apucarana aciona o Conselho Tutelar.
PASSO 5 - Ministério Público – Caso as medidas realizadas pelo
Conselho Tutelar não tenham surtido efeitos o Ministério Público que toma as
devidas providências legais para o combate do abandono escolar e
responsabilização dos pais/responsável por eventual prática da infração
administrativa prevista no Art. 249, da Lei nº 8.069/90 e do crime de abandono
intelectual previsto no Art. 246, do Código Penal.
O CEEBJA de Apucarana vem oportunizando aos alunos especiais 03
(três) Salas de Recursos Multifuncionais, sendo uma delas no período matutino, a
área da Surdez, que é um dos Atendimentos Educacionais Especializados (AEE),
de natureza pedagógica, que complementa a escolarização curricular dos
estudantes surdos.
Já no período vespertino e noturno a Instituição conta com as Salas de
Recursos Multifuncionais, Tipo I de acordo com a Instrução nº 014/2011, dentre as
deficiências atendidas estão presentes:
Deficiência Intelectual;
25
Transtornos globais do desenvolvimento
Transtornos Funcionais Específicos
Para o aluno com Transtorno do Espectro Autista o CEEBJA conta com o
Professor de Apoio Educacional Especializado, no período matutino.
2. MARCO SITUACIONAL
Diagnóstico da Instituição de Ensino
2.1 Gestão Escolar
De acordo com a equipe de educadores a gestão escolar do CEEBJA é
democrática e participativa, construída no coletivo, onde todos participam das
tomadas de decisões respeitando e incentivando as diferentes habilidades de cada
profissional da educação dessa Instituição.
É importante ainda, dizer que a equipe gestora do CEEBJA de Apucarana
realiza um trabalho pedagógico no sentido do empoderamento do profissional da
educação e dos alunos, proporcionando o estabelecimento de diálogos e o
repensar individualizado de cada um em prol de toda comunidade escolar.
De acordo com o Plano de Ação os educadores destacam que os
gestores estão sempre preocupados em atender bem todos os funcionários,
alunos e comunidade escolar oportunizando um clima favorável para o “fazer”
pedagógico, acrescentam ainda que a gestão tem sido transparente, acessível,
prestando contas das verbas recebidas.
O grupo ressalta ainda a motivação para a criação e implementação de
projetos e atividades que dinamizam a prática pedagógica.
Numa gestão democrática o Projeto Político-Pedagógico é construído
diariamente dando voz aos sujeitos envolvidos no processo educativo da EJA,
levando em consideração e motivando-os a atuar como protagonistas neste
cenário.
a) Instâncias Colegiadas
26
O Colegiado da escola é formado pelo Conselho Escolar – APAF
(Associação de Professores de Alunos e Funcionários) do CEEBJA.
É importante ressaltar que esses dois órgãos colegiados são
representados por alunos, professores, funcionários e comunidade escolar.
O Colegiado tem trabalhado coletivamente como mediadores entre
comunidade e escola. A maior bandeira que a escola busca para o
desenvolvimento dos seus projetos são as parcerias com as famílias, comunidade
escolar e demais serviços públicos para angariar recursos e estabelecer vínculos
para a concretização satisfatórios dos projetos.
Para reafirmar os processos democráticos e transparentes propostos pela
Gestão Escolar do CEEBJA de Apucarana é válido dizer que a comunidade
escolar é partícipe juntamente com as instâncias colegiadas com vistas a tomadas
de decisões pedagógicas e financeiras, bem como os resultados.
b) Equipamentos e Materiais Físicos e Pedagógicos
EQUIPAMENTO QUANTIDADE CONDIÇÕES DE
USO
AÇÃO
MICROSCÓPIO GMI 01 Regular Manutenção e
Aquisição de
mais um
MESA DE MADEIRA C/3
GAVETAS 010901
04 Regular Manutenção e
Conservação
ARQUIVOS DE AÇO 11 Regular Manutenção e
Conservação
MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
21 Regular Manutenção e
Conservação
GLOBO TERRESTRE 02 Regular Manutenção e
Conservação
SERVIDOR 01 Regular Encaminhado
para avaliação
do CRTE - NRE
TV 29 POL. TELA PLANA
ENT. USB
18 Regular Manutenção e
Conservação
27
RACK PARA TV 29' 19 Regular Manutenção e
Conservação
VENTILADOR
VENTISOL PAREDE
PRETO
07 Regular Manutenção e
Conservação
MICRO SYSTEM
BRITÂNIA
01 Regular Manutenção e
Conservação
ARMÁRIO DE AÇO 16
PORTAS
03 Regular Manutenção e
Conservação
MESA DE REUNIÃO 01 Bom Manutenção e
Conservação
ESTANTE 05 Bom Manutenção e
Conservação
ARQUIVO DE AÇO 04
GAVETAS
12 Bom Manutenção e
Conservação
FOGAO S/IND.6 B.
C/FORNO C.TEC
01 Regular Manutenção e
Conservação
MESA P/REFEITÓRIO
COM 2 BANCOS
04 Regular Manutenção e
Conservação
ARMÁRIO AÇO 2
PORTAS-PROEM
02 Regular Manutenção e
Conservação
MESA PARA
MICRO/TERMINAL
12 Bom Manutenção e
Conservação
CADEIRA ESTOFADA
GIRATORIA SEM
BRACO
24 Bom Manutenção e
Conservação
AGITADOR
MAGNÉTICO
C/AQUECIMENTO
01 Regular Manutenção e
Aquisição de
mais um
BALANÇA DIGITAL 01 Regular Manutenção e
Aquisição de
mais uma
BALANÇA
PLATAFORMA DIGITAL
01 Regular Manutenção e
Aquisição de
mais uma
28
S/COLUNA
MANTA AQUECEDORA
P/ BALÃO
VOLUMÉTRICO
01 Bom Manutenção e
Conservação
MEDIDOR DE PH
DIGITAL
01 Bom Manutenção e
Conservação
TECLADO CASIO 01 Bom Manutenção e
Conservação
MESA PARA
PROFESSOR
10 Regular Manutenção e
Conservação
ESTRADO VAZADO
INTELPLAST
01 Bom Manutenção e
Conservação
CONJUNTO
MESA/CADEIRA
PROFESSOR/SUDE
10 Regular Manutenção e
Conservação
EXTINTOR GÁS
CARBÔNICO 06 KG
02 Bom Manutenção e
Revisão
Periódica
EXTINTOR DE PÓ
QUÍMICO C/4KG
05 Bom Manutenção e
Revisão
Periódica
BEBEDOURO IND CAP
150 LTS
01 Regular Manutenção e
Conservação
LUMINARIA DE
EMERGENCIA 2
FAROLETES
03 Regular Manutenção e
Conservação
CADEIRA GIRATÓRIA
OPERACIONAL
10 Bom Manutenção e
Conservação
FREEZER HORIZ. 400L
- SUDE 20
01 Regular Manutenção e
Conservação
MESA DE
INFORMÁTICA - SUDE
10 Bom Manutenção e
Conservação
CONJUNTO ESCOLAR
CONVERSÃO DO
ÓRGÃO 33
119 Regular Manutenção e
Conservação
29
CARTEIRA
UNIVERSITARIA
(CONVERSÃO 33)
142 Regular Manutenção e
Conservação
QUADRO NEGRO 02 Regular Manutenção e
Conservação
ESTANTE DE AÇO 13 Regular Manutenção e
Conservação
MESA PARA
MICRO/TERMINAL
03 Regular Manutenção e
Conservação
MESA PARA
IMPRESSORA
01 Regular Manutenção e
Conservação
CADEIRA SEC FIXA C/
SANF
10 Regular Manutenção e
Conservação
CADEIRA SEC EXEC
GÁS
04 Regular Manutenção e
Conservação
CADEIRA SECRET
ECONOM TUBO 7/8
C/CACH C/ SANF
ESPUMA INJETADA TB
11 Regular Manutenção e
Conservação
VENTILADOR DE
PAREDE 50CM PRETO
127V VENTI DELTA
02 Regular Manutenção e
Conservação
COMPUTADOR INTEL
CORE DUO E5200 2048
DE MEMORIA DDR2/HD
DE 160 GIGAS
/GRAVADOR DE
DVD/KIT DE GABINETE
ATX/PLACA MÃE ASUS
02 Regular Manutenção e
Conservação
MONITOR LCD 15 AOC 01 Bom Manutenção e
Conservação
MICROFONE SEM FIO
TS MS115 MCL
01 Regular Manutenção e
Conservação
30
APARELHO DE AR
CONDIC. PISO TETO
60000 BTU
01 Regular Manutenção e
Conservação
MICRO CENTRAL
CONECTA 2/8
INTELBRAS
01 Regular Manutenção e
Conservação
MICROCOMPUTADOR 02 Regular Manutenção e
Conservação
MONITOR 01 Regular Manutenção e
Conservação
MICROCOMPUTADOR
COMPLETO
C13/500GB/4GB/RW
01 Bom Manutenção e
Conservação
FILMADORA FULL HD 01 Regular Manutenção e
Conservação
MONITOR 185º
SAMSUNG
02 Bom Manutenção e
Conservação
FOGãO ATLAS 5
BOCAS ATENAS
01 Regular Manutenção e
Conservação
AR CONDICIONADO
PISO TETO 3600 BTU
FRIO
01 Regular Manutenção e
Conservação
COPIADORA IMP
BROTHER
01 Regular Manutenção e
Conservação
MICROCOMPUTADOR
I5 SAMSUNG
01 Bom Manutenção e
Conservação
IMPRESSORA HP
C/BULK
01 Regular Manutenção e
Conservação
MESA ESCRIVANINHA 01 Bom Manutenção e
Conservação
MICROFONE S/FIO 01 Regular Manutenção e
Conservação
MESA DE SOM
VOXSTORM
01 Regular Manutenção e
Conservação
31
FORNO A GÁS 01 Regular Manutenção e
Conservação
VENTILADOR
OSCILANTE PAREDE
50CM
03 Bom Manutenção e
Conservação
CÂMERA P/
SEGURANÇA COLOR
SECO C/ SUPORTE
13 Regular Aguardando
Verba par Troca
de
Equipamentos
MESA C/ 3 GAVETAS
1,24X0,62X0,75
01 Bom Manutenção e
Conservação
PERSIANA VERTICAL
IPE SOLEIL 1,84X2,64
(SALA COM 2
JANELAS)
03 Bom Manutenção e
Conservação
FONTE ESTABILIZADA
10A
01 Bom Manutenção e
Conservação
MICROCOMPUTADOR
COMPLETO C15/4GB
C/ 16 SAIDAS
MONITOR LCD 18.5
01 Bom Manutenção e
Conservação
PERSIANA VERTICAL
IPE SOLIEL 3,68X2,64
(SALA COM 2
JANELAS)
07 Regular Manutenção e
Conservação
BEBEDOURO
SUSPENSO 200
LITROS EM AÇO INOX
01 Regular Manutenção e
Conservação
ESTABILIZADOR MIE
G3 MICROSOL
PROINFO 61/2011
06 Regular Manutenção e
Conservação
IMPRESSORA
LEXMARK PROINFO
61/2011
01 Regular Manutenção e
Conservação
32
MONITOR 15.6"
SAMSUNG PROINFO
61/2011
18 Regular Manutenção e
Conservação
MONITOR 20"
SAMSUNG PROINFO
61/2011
01 Regular Manutenção e
Conservação
CPU S3L-432 PROINFO
61/2011
10 Regular Manutenção e
Conservação
ROTEADOR ADSL
DLINK PROINFO
61/2011
01 Bom Manutenção e
Conservação
CONDICIONADOR DE
AR SPLIT 30000 BTUS
ELGIN
01 Regular Manutenção e
Conservação
CONDICIONADOR DE
AR SPLIT 9000 BTUS
MIDEA QUENTE/FRIO
01 Regular Manutenção e
Conservação
VENTILADOR/CORTINA
DE AR 0,90CM
MIGRARE
03 Regular Manutenção e
Conservação
MINI CÂMERAS
COLLOR
03 Regular Manutenção e
Conservação
MESA ADAPTÁVEL
PARA ACESSIB.
1,00X0,9X0.6
02 Bom Manutenção e
Conservação
SUPORTE P/TECLADO
MET-DUPLO
01 Bom Manutenção e
Conservação
CADEIRA FIXA
ESTRUTURA TUBULAR
C/ A/E PLAST.
02 Bom Manutenção e
Conservação
ESTANTE DE AÇO DE
240X92X30 C/8
PRATELEIRAS
12 Bom Manutenção e
Conservação
ESCADA MOR 4X4 01 Regular Manutenção e
Conservação
33
NOTEBOOK ACER C15
V5 8GB 1TB
01 Regular Manutenção e
Conservação
IMPRESSORA MP 451
LASER
01 Regular Manutenção e
Conservação
PROJETOR DE
MULTIMÍDIA EPSON S5
01 Regular Manutenção e
Conservação
ROTEADOR TP LINK
300 MPS
03 Regular Manutenção e
Conservação
NOTEBOOK ACER
EMACHINE E725
01 Regular Manutenção e
Conservação
MESA LINE C/2
GAVETAS
10 Bom Manutenção e
Conservação
CÂMERA CANON 5X 01 Regular Manutenção e
Conservação
REFRIGERADOR
CONSUL 239 LTS
01 Regular Manutenção e
Conservação
FORNO MICROONDAS
PHILCO 22L
01 Regular Manutenção e
Conservação
BOTIJÃO DE GÁS P13 03 Bom Manutenção e
Conservação
RADIO PHILCO 02 Bom Manutenção e
Conservação
TELEVISOR SEMP
TOSHIBA 39 LED
01 Bom Manutenção e
Conservação
VIOLÃO AÇO DALLAS
TUNER NATURAL
TAGIMA
01 Bom Manutenção e
Conservação
PADEIRO INOX PELE
LEITOSA LUEN
01 Bom Manutenção e
Conservação
TAMBOR 12X45CM
MADEIRA
ENVERNIZADA IZZO
01 Bom Manutenção e
Conservação
ARMÁRIO DE AÇO 12
PORTAS C/PITÃO
01 Bom Manutenção e
Conservação
34
QUADRO ESCOLAR
QUADRICULADO
07 Bom Manutenção e
Conservação
PÚLPITO EM MDF C/2
PRATELEIRAS
01 Regular Manutenção e
Conservação
ARMARIO DE 1,98X0,90
C/ 4 PRATELEIRAS
01 Bom Manutenção e
Conservação
PROJETOR EPSON
S18
01 Regular Manutenção e
Conservação
TV MONITOR AOC 32" 01 Bom Manutenção e
Conservação
FORNO MICROONDAS
PANASONIC 32L
01 Bom Manutenção e
Conservação
LIQUIDIFICADOR
BAIXA ROTAÇÃO 10L
SKYMSEN
01 Regular Manutenção e
Conservação
MULTIFUNCIONAL
BROTHER MFC 8952
DW
01 Regular Manutenção e
Conservação
IMPRESSORA LASER
HL-5450DN BROTHER
01 Regular Manutenção e
Conservação
ARMÁRIO DE AÇO
1,98X0,90X0,40 CHAPA
24 COR CINZA
04 Bom Manutenção e
Conservação
ARQUIVO DE AÇO
REFORÇADO C/ 4
GAVETAS TRILHO
TELESCÓPICO COR
CINZA
04 Bom Manutenção e
Conservação
CORTINA PERSIANA
VERTICAL AZUL
3,10X2,40M LÂMINA
90MM
09 Bom Manutenção e
Conservação
EXTINTOR PQS 04 KG
ABC
04 Bom Manutenção e
Conservação
IMPRESSORA 01 Bom Manutenção e
35
MULTIFUNCIONAL HP
OFFICEJET PRO 8610
C/BULK
Conservação
SUPORTE PROTEÇÃO
PARA PROJETOR
06 Bom Manutenção e
Conservação
QUADRO DE EDITAL
2,40X1,00M C/ FELTRO
AZUL
02 Bom Manutenção e
Conservação
ARMÁRIO DE AÇO
1,98X0,90X0,40M C/
CHAVE 4 PRAT
03 Bom Manutenção e
Conservação
TELA DE PROJEÇÃO 06 Bom Manutenção e
Conservação
ARMÁRIO DE AÇO
1,98X0,90X0,40M
CHAPA 22
01 Bom Manutenção e
Conservação
ARQUIVO DE AÇO C/ 4
GAVETAS COR CINZA
C/TRILHO
TELESCÓPICO
04 Bom Manutenção e
Conservação
PROJETOR EPSON
POWER LITE S18+
06 Bom Manutenção e
Conservação
ASPIRADOR DE PÓ
FLEX 110V
ELECTROLUX
01 Bom Manutenção e
Conservação
REFRIGERADOR F
FREE CONSUL 342L
01 Bom Manutenção e
Conservação
TELEVISOR LED 40
POL SONY
01 Bom Manutenção e
Conservação
PURIFICADOR IBBL
IMMAGINARE PRETO
110V
01 Bom Manutenção e
Conservação
CAIXA ACÚSTICA
ONEAL OMF 425
02 Bom Manutenção e
Conservação
EXAUSTOR 30 CM 01 Bom Manutenção e
36
VENTISOL Conservação
COMPUTADOR INTEL
I3 HD500GB 4GB ATX
01 Bom Manutenção e
Conservação
NOTEBOOK DELL I5
4TB 15,6 POL
01 Bom Manutenção e
Conservação
CAIXA DE SOM G3
TECH
06 Bom Manutenção e
Conservação
MESA TIPO
ESCRIVANINHA C/ 2
GAVETAS COR CINZA
'INCOFLEX
02 Bom Manutenção e
Conservação
QUADRO BRANCO -
SALA DE RECURSOS
02 Bom Manutenção e
Conservação
ARMÁRIO DE AÇO -
SALA DE RECURSOS
01 Regular Manutenção e
Conservação
BANDINHA RÍTMICA -
SALA DE RECURSOS
01 Regular Manutenção e
Conservação
LUPA ELETRÔNICA
TIPO MOUSE - SALA
DE RECURSOS
01 Bom Manutenção e
Conservação
CPU - SALA DE
RECURSOS
02 Regular Manutenção e
Conservação
MONITOR LED - SALA
DE RECURSOS
02 Regular Manutenção e
Conservação
NOTEBOOK POSITIVO
WIN 7- SALA DE
RECURSOS
02 Regular Manutenção e
Conservação
c) Publicização e Periodicidade do PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
O CEEBJA de Apucarana tem o seu P.P.P publicado na página
Institucional da Escola sendo reconstruído diariamente, pelos educadores e
comunidade escolar pertencentes a esta Instituição de Ensino.
37
d) Avaliação Institucional
O CEEBJA vem sendo avaliado pela Comunidade Escolar, às quartas-
feiras, no período vespertino e às sextas-feiras, no período noturno, nas horas-
atividades concentradas, tendo como objetivo traçar e reavaliar o processo
educacional com vistas à qualificação da oferta de escolarização.
2.2 Ensino-Aprendizagem
a) Proposta Pedagógica Curricular/Plano de Trabalho Docente
As propostas pedagógicas curricular das disciplinas na EJA norteiam
teoricamente a construção do plano de trabalho docente no CEEBJA.
Enfatiza-se que o PTD tem sido construído coletivamente por disciplina
orientada pela Equipe Pedagógica, e para cada conteúdo trabalhado privilegia
primeiramente a realidade vivenciada pelo aluno respeitando as especificidades da
modalidade, conforme as Diretrizes Curriculares de EJA do Estado do Paraná.
O PTD como forma de tornar o processo de ensino-aprendizagem em
uma ideia sempre em construção, tendo livre acesso a todos os alunos. A Equipe
Pedagógica tem sido prestativa e tratado de forma respeitosa as especificidades
de cada disciplina.
É necessário dizer também que pela grande diversidade existente da
Instituição há necessidade da flexibilização curricular.
Vale lembrar ainda que as Propostas Pedagógicas Curriculares de cada
disciplina está disponível na página da escola e o PTD está em processo de
disponibilização.
b) Avaliação/Recuperação de Estudos
A avaliação no CEEBJA é contínua, cumulativa e processual. São
utilizados vários instrumentos diversificados respeitando as especificidades de
cada disciplina e também da modalidade de ensino.
O resultado das avaliações tem proporcionado aos alunos e educadores
38
dados que permitam a reflexão sobre a ação pedagógica e muitas vezes sendo
necessário utilizar de outros mecanismos de avaliação.
Os instrumentos de avaliação são escolhidos pelo professor no momento
coletivo e no momento individual, existindo um encaminhamento de avaliação
construído pela equipe de professores de cada disciplina.
Conforme o Regimento Escolar do CEEBJA, o sistema de avaliação é
organizado por disciplinas e registrado por notas de 0 a 10,0 (zero a dez vírgula
zero). A avaliação da aprendizagem tem os registros de notas expressos em uma
escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero).
São registradas de 02 (duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que
correspondem às provas individuais escritas e a outros instrumentos avaliativos
adotados, aos quais, obrigatoriamente, o aluno fará na presença do professor.
Os registros de nota na EJA, para o Ensino Fundamental - Fase II e
Ensino Médio constituem-se: 06 (seis) registros de notas, nas disciplinas de
Língua Portuguesa e Matemática;04 (quatro) registros de notas, nas disciplinas de
História, Geografia, Ciências Naturais, Língua Estrangeira Moderna Inglês,
Química, Física, Biologia e Língua Espanhola; e 02 (dois) registros de notas nas
disciplinas de Arte, Filosofia, Sociologia e Educação Física.
O aluno deve atingir no mínimo a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro de nota resultante das avaliações processuais e senão atingir tem direito à
recuperação de estudos.
A Média Final (MF) para cada disciplina corresponde à média aritmética
dos Registros de Notas, resultantes das avaliações realizadas, sendo que esses
resultados das avaliações são registrados em documentos próprios, a fim de que
sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar dos alunos.
c) Registros da Prática Pedagógica
Respeitando as especificidades da EJA, os registros realizados pela
Instituição possibilitam comprovar a responsabilidade nas oportunidades de
aprendizagem ofertadas aos alunos como: Livro registro de classe físico para o
momento coletivo, e fichas de matrícula individual, para os alunos matriculados no
momento individual, além de contar com o SISTEMA SEJA, próprio dessa
modalidade de ensino.
39
A Equipe pedagógica vem atuando juntamente com os professores em
todo esse procedimento de registros, bem como a forma de registro, tendo em
vista a dinamização da prática pedagógica.
Há de se ressaltar que todos os instrumentos de registros dos alunos
adolescentes, jovens e adultos se mantêm na escola para eventuais consultas.
2.3 Atendimento Educacional Especializado ao público-alvo da Educação
Especial e Flexibilização Curricular
O CEEBJA de Apucarana sempre oportuniza a todos uma escolarização
democrática e inclusiva e para tal os profissionais da educação da Instituição
utilizam de várias metodologias para o atendimento dos alunos com necessidades
especiais específicas.
A Sala de Recursos Multifuncionais – Tipo I – (DI, DFN, TGD e TFE) para
o Ensino Fundamental (anos finais) e Ensino Médio é um Atendimento
Educacional Especializado – AEE, de natureza pedagógica que complementa a
escolarização de estudantes que apresentam algumas necessidades especiais
específicas a partir de laudos médicos, contando também com a SRM – Surdez,
no período matutino.
As Salas de Recursos Multifuncionais - Tipo I, do CEEBJA tem atuado
com o objetivo da garantia de oferta do Atendimento Educacional Especializado –
AEE, a organização, disponibilização de recursos, serviços pedagógicos e de
acesso ao atendimento às necessidades educacionais específicas dos
estudantes.
O CEEBJA de Apucarana atende alunos especiais, nas salas de Recursos
Multifuncionais nos períodos matutino, vespertino e noturno. A maioria,
adolescentes advindos das Redes de Proteção, já no período noturno, tem
atendido alunos jovens e adultos trabalhadores especiais.
É importante dizer que, o trabalho pedagógico das Salas de Recursos
Multifuncionais com os alunos especiais tem oportunizado a inclusão deles na
escola e na sociedade. Esse trabalho tem proporcionado aos alunos um passeio
curricular, sendo ora em sala de aula, ora nas Salas de Recursos Multifuncionais.
O CEEBJA conta com um professor de Apoio Educacional Especializado
que atende um aluno com diagnóstico médico de Transtorno do Espectro Autista,
40
com comprovação médica. Este profissional da educação tem acompanhado o
aluno durante as aulas nos momentos individual sendo um articulador entre o
professor-aluno para que efetivação do conhecimento. Pode-se constatar a
mudança de comportamento desse aluno uma vez que, ele está socialmente
incluído na escola.
Ressalta-se ainda que este Centro de Educação oferta em sua demanda
(02) dois tradutores e intérprete de libras e (01) um professor surdo.
Observa-se que os alunos especiais de forma geral, são assíduos,
comprometidos e envolvidos nos projetos e atividades que a escola oferece e
também nos esportes.
Os desafios que a escola tem enfrentado ao receber os alunos especiais
se tornam uma conquista para os profissionais da educação dessa Instituição
quando se constata que eles vêm se destacando nas várias manifestações
artísticas, culturais e esportivas.
2.4 Articulação entre diretores, pedagogos, professores e demais
profissionais da educação
A articulação entre os profissionais da educação é comprovada pela
tomadas de decisões coletivas em função do sucesso dos alunos, quanto à
formação integral e a efetivação do conhecimento.
É importante salientar que o CEEBJA de Apucarana conta com a hora-
atividade concentrada nas quartas-feiras, no período vespertino, destinada aos
professores da sede e às sextas-feiras, no período noturno, destinada aos
professores das Ações Pedagógicas Descentralizadas.
Assim nas quartas-feiras, quinzenalmente tem sido realizada reuniões
com todo o colegiado para discutir, analisar e propor metas para a dinamização de
ações que atendam as necessidades específicas de aprendizagem dos alunos
adolescentes, jovens e adultos. Também são elaboradas práticas pedagógicas
são pensadas, analisadas, discutidas e reavaliadas tanto coletivamente quanto
por área do conhecimento.
Nesse momento também são elaborados os planos de aulas de acordo
com as Diretrizes Curriculares de EJA do Estado do Paraná, Caderno de
Expectativas bem como a Proposta Curricular de EJA. Diante desse cenário tem
41
se observado resultados de aprendizagem satisfatórios dos alunos adolescentes,
jovens e adultos são analisados pela equipe gestora conjuntamente com os
professores.
2.5 Articulação da Instituição de Ensino com os Pais ou Responsáveis
A articulação da Escola com os pais ou responsáveis dos alunos
adolescentes vem ocorrendo desde o ato da matrícula, onde eles recebem
orientações por meio de um “Manual do Aluno”, onde uma delas é para
comparecerem na escola uma vez por mês juntamente com a Equipe
pedagógica para ter ciência dos resultados obtidos pelo aluno nessa
modalidade de ensino.
Além dessa dinâmica, há um contato direto com os pais ou
responsáveis, por meio de grupos de whatsapp e ainda outras formas como
telefone, carta e chamamento público.
2.6 Formação Continuada dos profissionais da educação
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR), por meio
da Superintendência da Educação (SUED) tem ofertado semestralmente a
Semana Pedagógica com temas de grande relevância para a formação
continuada dos educadores do CEEBJA.
Outra proposta de formação continuada é a “Formação em Ação”, que
são ações descentralizadas e tem como proposta a promoção da formação
continuada através de oficinas que abordam conteúdos curriculares e
específicos da modalidade.
O Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE que é uma
política pública de Estado regulamentado pela Lei Complementar nº 130, de 14
de julho de 2010 e vem estabelecendo o diálogo entre os professores do
ensino superior e os da educação básica, através de atividades teóricas-
práticas orientadas, tendo como resultado a produção de conhecimento e
mudanças qualitativas na prática escolar, integrando ainda às atividades da
formação continuada em educação.
42
Mais uma linha de formação continuada é a Equipe Multidisciplinar,
que são espaços de debates, estratégias e de ações pedagógicas que vem
fortalecendo a implementação da Lei n.º 10.639/03 e da Lei nº 11.645/08, bem
como das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e
Indígena no currículo escolar do CEEBJA de Apucarana.
Assim sendo, tem se confirmado um novo olhar dos participantes da
Equipe Multidisciplinar numa perspectiva da construção de uma educação de
qualidade, da consolidação da política educacional e da construção de uma
cultura escolar que conhece, reconhece, valoriza e respeita a diversidade
étnico-racial.
Os profissionais da educação do CEEBJA estão realizando o Curso
CONECTADOS 2.0, que faz parte do universo de Cursos ofertados pela
SEED.
Outra capacitação que tem surtido um bom resultado para a Instituição
é o Curso de Brigadistas que tem sido oferecido pela Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, em parceria com a Defesa Civil, visando a formação dos
profissionais da educação para a atuação em situações de emergência e
riscos nas escolas.
Como formação continuada vale destacar ainda, que a hora-atividade
concentrada do CEEBJA que constitui-se no tempo reservado aos professores
em exercício de docência para estudos, avaliação, planejamento, participação
em formações continuadas, de forma coletiva, sendo cumprida integralmente
na instituição.
2.7 Acompanhamento e Realização da Hora Atividade
Sabendo da importância da hora atividade o CEEBJA de Apucarana
tem o privilégio de poder realizar as horas atividades concentradas nas
quartas-feiras, no período vespertino, para os professores da SEDE e nas
sextas-feiras, no período noturno, para os professores das APED‟S.
Esses momentos tem proporcionado a dinamização da organização do
trabalho pedagógico da Instituição, sendo aproveitados também para as
reuniões quinzenais com todos os profissionais da educação, com a intenção
43
de planejar, discutir, avaliar e principalmente traçar metas para realizar os
projetos e atividades da escola.
2.8 Organização do Tempo e Espaço Pedagógico, Processos de Classificação, Reclassificação, Matrícula em Regime de Progressão Parcial, Critérios de Organização das Turmas e Ações Didáticas Pedagógicas a) Horário de entrada, saída, recreio/intervalo, duração de aulas, programas,
projetos e atendimento especializado.
Horários de Aula
Manhã Tarde Noite
8h – 11h30 min 13h30min – 17h00 18h50min – 22h10min
Interv. 10h 10h10min
Interv. 15h 15h10min
Interv. 1º andar 20h -
20h10min 2º andar
20h10min -20h20min
APEDS – Ações Pedagógicas Descentralizadas – 19h00 às 22h20min (de
segunda a quinta-feira)
Este Centro conta com Atendimento individual em 10 áreas, nos turnos:
matutino, vespertino e noturno (com horários flexíveis de atendimento, inclusive
aos sábados, no período vespertino) e com salas disponibilizadas para o
Atendimento Coletivo.
44
Número de turmas coletivas Sede/APED´s
Período APED SEDE Total Nível
Matutino 1 14 15 FUND. 8 MÉDIO 7
Vespertino 2 10 12 FUND. 7 MÉDIO 6
Noturno 28 18 46 FUND. 24 MÉDIO 22
Verifica-se também o atendimento de organização coletiva de acordo com a tabela
acima.
O atendimento ao público na secretaria é das 8:00 h às 22h10
minutos sem interrupção.
O CEEBJA de Apucarana vem oportunizando aos alunos especiais 02
(duas) Salas de Recursos Multifuncionais – Tipo I, e no período matutino uma
SRM área de Surdez, Atendimento Educacional Especializado (AEE), de
natureza pedagógica, que complementa a escolarização curricular dos
estudantes surdos.
Já no período vespertino e noturno a Instituição conta com as Salas de
Recursos Multifuncionais – Tipo I, de acordo com a Instrução nº 014/2011.
Para o aluno com Transtorno do Espectro Autista o CEEBJA conta
com o Professor de Apoio Educacional Especializado, no período matutino.
Formas de Organização
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e
Adultos (2006) a EJA, implantou novas metodologias de ensino-aprendizagem,
por meio decursos organizados caracterizados por estudos presenciais, ou
seja, 100% da matriz curricular.
Organização coletiva - A mediação pedagógica ocorre priorizando o
encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, oportunizando a
integralização do currículo. A matrícula nessa organização ocorre tendo em
vista um cronograma que determina o período, dias e horários das aulas, assim
como início e término da disciplina.
Organização individual - É ofertado aos educandos, por meio de um
45
cronograma (horário de atendimentos) que determina o período, dias e horário
de atendimento, contemplando mais intensamente a relação pedagógica
personalizada e o ritmo próprio do educando, nas suas condições de
vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.
O aluno que cursar pela Organização Coletiva, 100% das disciplinas e
carga horária, tanto do Ensino Fundamental (Fase II), como do Ensino Médio, e
tiver disponibilidade de um período (manhã ou noite), para comparecer às
aulas, tem condições de concluir o curso em menos tempo.
A Instituição conta também com as Ações Pedagógicas
Descentralizadas (APED's), dirigidas a grupos sociais com perfis e
necessidades próprias, onde não tem a oferta de escolarização para Jovens,
Adultos e Adolescentes, respeitando a Proposta Pedagógica e o Regimento
Escolar, autorizado pela SEED/PR.
Os dias de aula ofertados aos alunos são de segunda a quinta-feira,
totalizando dezesseis horas-aulas semanais, sendo 8 horas de cada disciplina,
conforme um cronograma, nas sextas-feiras os profissionais que atuam nas
APED's se reúnem no CEEBJA sede, juntamente com a Direção, Coordenação
Geral, Coordenação Itinerante para realização da hora atividade. Neste
momento, avaliam discutem e traçam metas para dinamizar o processo de
ensino-aprendizagem.
46
As Ações Pedagógicas Descentralizadas funcionam em 16 escolas
estaduais e municipais de Apucarana, no período noturno.
Escola Localidade
E. M. Luis Carlos Prestes Jd. América/ Ponta Grossa
E. M. João Antônio Braga Cortês Vila Formosa
E. M. Idalice Moreira Prates Pq. Bela Vista/ N.H. Afonso A.
Camargo
E. M. Wilson de Azevedo Distrito de Caixa de São Pedro
E. M. Mateus Leme Vl. Operária (ao lado do Cem.
Cristo Rei)
E. M. Papa João XXIII Vl. Regina/ Jd. Apucaraninha
E. M. Plácido de Castro N. H. Adriano Correa
E. M. Fábio Henrique da Silva Jd. Marissol/ Jd. Trabalhista
E. M. Monsenhor Arnaldo Beltrami Jd. Colonial/ Jd. Santiago/ Jd.
Aviação
E. M. Pe. Antônio Vieira Dist. Correia de Freitas
E. M. Profª Marilda D. Noli Jd. América
E. M. Fernando José Acosta Residencial Sumatra
C. E . Antônio dos Três Reis de Oliveira N. H. Dom Romeu/ Djalma
Mendes
C. E. Coronel Luiz José dos Santos Pirapó
C. E. São Bartolomeu Jd. Diamantina
Promoção
Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0
(seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04
– SEED.
A idade mínima para a obtenção do certificado de conclusão do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio, é a estabelecida na legislação vigente.
Aproveitamento de estudos e carga horária
47
O educando pode requerer aproveitamento integral de estudos de
disciplinas concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina
ou de exames supletivos, apresentando comprovação de conclusão das
mesmas;
O educando oriundo de formas de organização de ensino diferentes da
ofertada neste Estabelecimento, que não comprovar conclusão de disciplina(s),
pode: ser matriculado para cursar 100% (cem por cento) da carga horária total
da disciplina.
Frequência
No Ensino Fundamental e Médio a freqüência mínima para
cada disciplina deve ser 75% (setenta e cinco por cento) da carga horária total
prevista na Matriz Curricular na organização coletiva. No entanto, na
organização individual no Ensino Fundamental – Fase II e Médio, o aluno deve
cumprir 100% do total da carga horária estipulada na Matriz Curricular.
Processo de Classificação
A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o
procedimento que o estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno
na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e desenvolvimento
adquirido, por meios formais ou informais, podendo ser realizada:
por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou
fase anterior, na própria escola;
por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou
do exterior, considerando a classificação da escola de origem;
independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para
posicionar o aluno na série, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu
grau de desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou
informais;
A classificação tem caráter pedagógico centrado na
48
aprendizagem, e exige as seguintes ações para resguardar os direitos dos
alunos, das escolas e dos profissionais:
organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da
escola para efetivar o processo;
proceder avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou
equipe pedagógica;
comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser
iniciado, para obter o respectivo consentimento;
arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;
registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.
O processo de classificação na modalidade Educação de Jovens e
Adultos poderá posicionar o aluno, para matrícula na disciplina, em 25%, 50%,
75% ou 100% da carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental
– Fase II e, no Ensino Médio, em 25%, 50%, 75% da carga horária total de
cada disciplina, de acordo com a Proposta Pedagógica da Educação de Jovens
e Adultos.
Parágrafo Único – Do total de carga horária restante a ser cursada na
disciplina, na qual o aluno foi classificado, é obrigatória a freqüência de 75% na
Organização Coletiva e de 100% na Organização Individual para ingresso no
ano inicial do Ensino Fundamental a classificação com êxito, em 100% do total
da carga horária, em todas as disciplinas do Ensino Fundamental – Fase II, o
aluno está apto a realizar matrícula inicial no Ensino Médio.
Parágrafo Único – Em caso de transferência, esta só poderá ser
expedida após o aluno ter concluído, no mínimo, 2 (duas) disciplinas do Ensino
Médio e obtido, no mínimo, 1 (um) registro de nota e freqüência nas demais
disciplinas matriculadas.
O aluno, após o processo de classificação nas disciplinas do Ensino
Fundamental – Fase II e Ensino Médio, de acordo com o percentual de carga
horária avançada terá as seguintes quantidades de registros de notas:
Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e Literatura, o
aluno classificado com:
49
a)25%, deverá ter 4 (quatro) registros de notas;
b)50%, deverá ter 3 (três) registros de notas;
c)75%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;
d)100%, no Ensino Fundamental – Fase II, concluirá a
disciplina.
Geografia, História, Ciências Naturais, Língua Estrangeira
Moderna, Química classificado com:
a)25%, deverá ter 3 (três) registros de notas;
b)50%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;
c)75%, deverá ter 1 (um) registro de notas;
d)100%, no Ensino Fundamental – Fase II, concluirá a
disciplina.
Artes, Arte, Filosofa, Sociologia, Educação Física, o aluno
classificado com:
a)25%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;
b)50%, deverá ter 1 (um) registro de notas;
c)75%, deverá ter 1 (um) registro de notas;
d)100%, no Ensino Fundamental – Fase II, concluirá a
disciplina.
Processo de Reclassificação
A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino
avalia o grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início
do ano, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo
à etapa de estudos compatíveis com sua experiência e desenvolvimento,
independentemente do que registre o seu Histórico Escolar.
Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na
50
aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com freqüência na
série/disciplina, dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma
possa iniciar o processo de reclassificação.
Parágrafo Único – Os alunos, quando maior, ou seus responsáveis
poderão solicitar aceleração de estudos através do processo de
reclassificação, facultando à escola aprová-lo ou não.
A equipe pedagógica comunica, com a devida antecedência, ao aluno
e/ou seus responsáveis, os procedimentos próprios do processo a ser iniciado,
a fim de obter o devido consentimento.
A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, assessorada pela
equipe do Núcleo Regional de Educação, institui Comissão, conforme
orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação, a fim de discutir
as evidências e documentos que comprovem a necessidade da reclassificação.
Cabem à Comissão elaborar relatório dos assuntos tratados nas
reuniões, anexando os documentos que registrem os procedimentos avaliativos
realizados, para que sejam arquivados na Pasta Individual do Aluno.
O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe pedagógica,
durante dois anos, quanto aos seus resultados de aprendizagem.
Na modalidade Educação de Jovens e Adultos, a Instituição de ensino
poderá reclassificar os alunos matriculados, considerando:
I. que o aluno deve ter cursado, no mínimo, 25% do total da carga
horária definida para cada disciplina, no Ensino Fundamental – Fase II e no
Ensino Médio;
II. a idade para a conclusão do nível de ensino, de acordo com a
legislação vigente.
Parágrafo Único – Fica vedada a reclassificação na disciplina de
Ensino Religioso.
O processo de reclassificação, na modalidade Educação de Jovens e
Adultos, pode posicionar o aluno, devendo este cursar ainda 50% ou 25% da
51
carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental
– Fase II e do Ensino Médio:
I. tendo cursado 25% e avançando em 25%, o aluno deverá cursar
ainda 50% da carga horária total da disciplina e obter as seguintes quantidades
de registros de notas:
a) nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua
Portuguesa e Literatura, o aluno deverá ter 4 (quatro) registros de notas;
b) nas disciplinas de Geografia, História, Ciências Naturais, Língua
Estrangeira Moderna, Química, Física e Biologia, o aluno deverá ter 3 (três)
registros de notas;
c) nas disciplinas de Artes, Arte, Filosofa, Sociologia, Educação Física,
o aluno deverá ter 2 (dois) registros de notas.
II. tendo cursado 25% e avançando em 50%, o aluno deve cursar
ainda 25% da carga horária total da disciplina e obter as seguintes quantidades
de registros de notas:
a) nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua
Portuguesa e Literatura, o aluno deve ter 3 (três) registros de notas;
b) nas disciplinas de Geografia, História, Ciências Naturais, Língua
Estrangeira Moderna, Química, Física e Biologia, o aluno deve ter 2 (dois)
registros de notas;
c) nas disciplinas de Artes, Artes, Filosofa, Sociologia, Educação
Física, o aluno deve ter 2 (dois) registros de notas.
Parágrafo Único – Caso o aluno tenha cursado 25% ou mais da carga
horária total da disciplina, após reclassificado, deve cursar ainda,
obrigatoriamente, no mínimo, 25% do total da carga horária.
O resultado do processo de reclassificação será registrado em Ata e
integrar a Pasta Individual do aluno.
O resultado final do processo de reclassificação realizado pelo
52
estabelecimento de ensino será registrado no Relatório Final, a ser
encaminhado à Secretaria de Estado da Educação.
A reclassificação é vedada para a etapa inferior à anteriormente
cursada.
A reclassificação é vedada aos cursos da Educação Profissional.
Olimpíadas
Os alunos do CEEBJA têm participado todos os anos das Olimpíadas
Brasileiras de Matemática (OBMEP‟S) das Escolas Públicas que é uma
realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada.
Os professores da Disciplina de Matemática tem motivado essa
participação por meio da abordagem de conteúdos contemplados nas provas
da OBMEP.
Em 2017, a aplicação da segunda fase da OBMEP foi realizada no
CEEBJA de Apucarana.
Vale destacar que muitos alunos têm sido classificados para as várias
fases dessa Olimpíada.
Programa Conectados
Os profissionais da educação do CEEBJA estão realizando o Curso
CONECTADOS 2.0, que é uma iniciativa da Secretaria de Estado da
Educação e tem por objetivo favorecer e ampliar a discussão e o uso de
tecnologias educacionais junto à comunidade escolar.
É notório os resultados satisfatórios obtidos pelos conhecimentos
adquiridos no Curso Conectados 2.0 que vem possibilitando aos profissionais
da educação da Instituição analisar e refletir sobre a realidade escolar e sua
relação com o uso das TDICS, identificando situações e práticas que vêm
ocorrendo na escola a partir de experiências com o seu uso. Assim sendo,
passa-se a planejar e socializar experiências de aprendizagem em Rede.
53
Brigada Escolar
Os profissionais da educação do CEEBJA vêm participando ativamente
do Curso de Formação de Brigadistas Escolares no intuito da Instituição estar
preparada para a atuação em situações de emergência e risco na escola.
É importante destacar que a escola conta com mais de 30 (trinta)
brigadistas e tem realizado o Plano de Fuga 02 (duas) vezes ao ano conforme
previsto em calendário.
A Instituição recebeu em 2017 o Certificado de Conformidade de
Edificação Escolar, referente à Brigada Escolar.
Projetos e Atividades Extracurriculares
O CEEBJA tem trabalhado pedagogicamente focando a interligação
entre teoria e prática para efetivação do conhecimento dos alunos adolescente,
jovens e adultos, por meio de projetos e atividades em diferentes formas que
contemplam as várias áreas do conhecimento que alguns deles podem ser
evidenciados:
Projeto Educação Ambiental e Combate à Dengue, Chikungunya e Zica
Projeto Sabão Beleza
Projeto Ginástica
Projeto Articulando Geometria Plana e Geometria Espacial
Projeto Sólidos Geométricos
Projeto Jogo Torre de Hanói
Projeto Escultura
Projeto Fotografia Urbana
Projeto a Interdisciplinaridade como instrumento de conhecimento
Projeto Revisão de Conteúdos para o ENEM
Projeto Assim Nasce o Poeta
Projeto Canto Coral
Projeto Auto de Natal
54
Atividades Desenvolvidas
Preservar – Somos Todos Responsáveis! Meio Ambiente – Reciclando o
Meio Ambiente
Gênero Textual “Carta do Leitor”
A Importância das Nossas Heranças Indígenas
Livro de Contos e Trabalho com Reciclados
O texto literário e a realidade social: análise do passado e do presente
Confecção de mapas (relevo / climas / vegetação do Brasil)
O lixo tem solução! Preservar custe o que custar!
Ginástica Laboral
Aula de campo – Laboratório de Anatomia
Cores Primárias Colorindo a Vida
Coordenadas Geográficas
Visita dos Alunos a FAP – Faculdade de Apucarana
Transporte de substâncias através da membrana plasmática
Construção do DNA com a utilização de “Jujubas”
Alimentação Saudável e os cuidados com a Saúde
História em Quadrinhos com os Tambores de Barrica
Resgatando a História do Café
Tecnologia na Escola
2.11 Relação entre Profissionais da Educação e Estudantes
A modalidade de EJA requer a articulação dos três eixos cultura,
trabalho e tempo para os alunos adolescentes, jovens e adultos, respeitando
assim as diferenças e a diversidade nela posta. Sendo assim as ações
planejadas por essa Instituição têm como objetivo primeiramente focar a
formação integral e a necessidade de aprendizagem do aluno. Os profissionais
da educação procuram atender a diversidade social, cultural e econômica e
buscam a inclusão para todos os indivíduos. Percebe-se uma equipe coesa
que tem como propósito valorizar e reconhecer as grandes diferenças de perfis
desses alunos.
55
Acredita-se, portanto, que enquanto profissionais da educação da
Educação de Jovens e Adultos do CEEBJA há necessidade de respeitar a
dignidade do educando, sua autonomia e identidade por meio de uma prática
educativa voltada às condições sociais, culturais e econômicas da comunidade
escolar.
Reconhece-se também através uma reflexão crítica permanente sobre
a prática realizada, ou seja, uma auto avaliação do próprio fazer com os
educandos, dirimindo a distância entre o que dizer e o que fazer.
As boas normas de convívio são constatadas no dia a dia e ao surgir
algum problema as tentativas de soluções ocorrem imediatamente.
Há de se dizer também que os projetos e atividades que a escola vem
ofertando aos alunos, professores e agentes educacionais têm facilitado essa
convivência.
Assim sendo, os educadores dessa Instituição acreditam que a oferta
da EJA é especificamente humana, é profundamente formadora com vistas a
efetivação do conhecimento.
56
3. MARCO CONCEITUAL
Este Projeto Político-Pedagógico (PPP) constitui como uma referência
norteadora de todos os âmbitos da ação educativa da escola sendo a
expressão viva de um projeto coletivo, com a participação de todos aqueles
que compõem a comunidade escolar.
3.1 Educação
A educação como meio de transmitir a visão de mundo, num processo
de perpetuação da cultura, já se manifestava juntamente com a formulação das
primeiras teorias filosóficas. A educação para os gregos pertencia por essência
à comunidade, não sendo propriedade individual e, sim, resultado da
consciência viva de uma norma a que rege, promovendo a participação na vida
e no crescimento da sociedade. Para esse povo, conforme JAEGER (1995),
uma educação consciente pode até mudar a natureza física do homem e suas
qualidades, elevando-lhes a capacidade a um nível superior, conduzindo a
descoberta de si mesmo e criando, pelo conhecimento do mundo exterior e
interior melhores formas de existência humana (1995, p.3)
Percebe-se então que o ato de educar pode ser conceituado como uma
atividade sistemática de interação entre seres sociais, ocorrendo essa
interação no nível intrapessoal como no nível da influência do meio, interação
essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos
visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos
desta própria ação exercida (ARANHA, 2002 p.50)
Historicamente, a educação formal e não-formal dos diferentes grupos
sociais de trabalhadores tem buscado habilitá-los técnica, social e
ideologicamente para o trabalho, tratando a função social da educação de
forma controlada para responder às necessidades de produção. A fim de
superar esta relação direta da educação com a demanda de trabalho, torna-se
fundamental compreender o sentido desse processo na vida dos educandos
que não tiveram acesso ou continuidade da escolarização na denominada
idade própria.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) como modalidade educacional
57
tem como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e
com o acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua
consciência crítica, e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o
desenvolvimento da sua autonomia intelectual.
O papel fundamental da construção curricular para a formação dos
educandos desta modalidade de ensino é fornecer subsídios para que se
afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos. Tendo em vista
esta função, a educação deve voltar-se a uma formação na qual os educandos
possam: aprender permanentemente; refletir de modo crítico; agir com
responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva;
comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças
sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com
agilidade e rapidez, a partir do uso metodologicamente adequado de
conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos (KUENZER, 2000, p.
40).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN n.
9394/96), em seu artigo 37, prescreve que „‟a Educação de Jovens e Adultos
será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no
Ensino Fundamental e Médio na idade própria‟‟. É característica dessa
Modalidade de Ensino a diversidade do perfil dos educandos, com relação à
idade, ao nível de escolarização em que se encontram, à situação
socioeconômica e cultural, às ocupações e a motivação pela qual procuram a
escola.
O universo da EJA contempla diferentes culturas que devem ser
priorizadas na construção das diretrizes educacionais. Conforme Soares
(1986), o educando passa a ser visto como sujeito sócio-histórico-cultural, com
conhecimentos e experiências acumuladas.
Cada sujeito possui um tempo próprio de formação, apropriando-se de
saberes locais e universais, a partir de uma perspectiva de ressignificação da
concepção de mundo e de si mesmo. Tendo em vista a diversidade desses
educandos, com situações socialmente diferenciadas, é preciso que a
Educação de Jovens e Adultos proporcione seu atendimento por meio de
outras formas de socialização dos conhecimentos e culturas. Considerando-se
o diálogo entre as diversas culturas e saberes, é necessário retirar esta
58
modalidade de ensino de uma estrutura rígida pré-estabelecida, ou adequá-la a
estruturas de ensino já existentes, levando-se em conta suas especificidades.
A EJA deve ter uma estrutura flexível e ser capaz de contemplar
inovações que tenham conteúdos significativos. Nesta perspectiva, há um
tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos. Os
limites e possibilidades de cada educando devem ser respeitados; portanto, é
desafio deste Projeto Político Pedagógico apresentar propostas viáveis para
que o acesso, a permanência e o sucesso do educando estejam assegurados.
De fato, a função social da EJA se articula a um compromisso do
Estado em atender esta população enquanto houver demanda, continuamente.
Assim, a escolarização apresenta como tarefa fundamental para o
envolvimento dos educandos jovens, adultos e idosos nas práticas escolares,
com acesso aos saberes em suas diferentes linguagens. Tais práticas devem
estar intimamente articuladas às suas necessidades, expectativas e trajetórias
de vida, e devem servir como incentivo para que continuem os estudos.
Desta forma, a Lei n. 9394/96 incorpora uma concepção mais ampla e
abre outras perspectivas para a Educação de Jovens e Adultos, desenvolvida
na pluralidade de vivências humanas. Conforme aponta o artigo 1.o da Lei
vigente:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do
trabalho e à prática social.
O educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento
mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e
de cultura. Portanto ele passa a se reconhecer como sujeito do processo e a
confirmar saberes adquiridos para além da educação escolar, na própria vida.
Trata-se de uma consistente comprovação de que esta modalidade de ensino
pode permitir a construção e a apropriação de conhecimentos para o mundo do
trabalho e o exercício da cidadania, de modo que o educando ressignifique
suas experiências socioculturais.
A identidade de homens e mulheres é formada pelas experiências do
meio em que vivem e se modifica conforme se alteram as relações sociais,
59
principalmente as relações no mundo do trabalho.
O trabalho é o processo social pelo qual o homem se modifica, altera o
que é necessário e desenvolve novas idéias. Dessa forma, por meio do
pensamento crítico, o educando pode desmitificar a divisão social e técnica do
trabalho como por exemplo, entre trabalho manual e intelectual, conceitos
opressores estabelecidos pelos modelos de organização do sistema produtivo.
A compreensão das contradições inerentes ao processo da divisão
social do trabalho possibilitará ao educando da EJA melhor entendimento de
sua relação com o mundo do trabalho e demais relações sociais.
Cabe aos professores da EJA evidenciar possíveis mudanças que
apontem para uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio de
uma base sólida de formação científica e histórica que ajude os educandos no
seu desenvolvimento. Assim, conhecer significa a possibilidade de interferir
socialmente.
A Educação de Jovens e Adultos tem um papel fundamental na
socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à
emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.
O tempo que um educando participa da EJA tem valor próprio e
significativo e, portanto, a escola deve superar o ensino de caráter
enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação
qualitativa com o conhecimento. Quanto aos conteúdos específicos de cada
disciplina, deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão
sócio-histórica, articulada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas
tecnologias, dentre outros.
Em relação às perspectivas dos educandos e seus projetos de vida, a
EJA poderá colaborar para que eles ampliem seus conhecimentos de forma
crítica, viabilizando a reflexão pela busca dos direitos de melhoria de sua
qualidade de vida. Além disso, contribui para que compreendam as dicotomias
e complexidades do mundo do trabalho contemporâneo, no contexto mais
amplo possível.
No transcorrer do processo educativo, a autonomia intelectual do
educando deve ser estimulada para que ele continue seus estudos,
independentemente da educação formal.
Cabe então ao educador do CEEBJA, incentivar a busca constante
60
pelo conhecimento produzido pela humanidade, presente em outras fontes de
estudo ou pesquisa. Esta forma de estudo individual é necessária, quando se
trata da administração do tempo de permanência deste educando na escola e
importante na construção da autonomia.
Assim sendo a emancipação humana será decorrência da construção
dessa autonomia obtida pela educação escolar. O exercício de uma cidadania
democrática pelos educandos da EJA será o reflexo de um processo cognitivo,
crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,
solidariedade e justiça.
3.2 Homem
Conforme Guzzo (2006) o homem está em contato com o mundo que o
cerca a partir de circunstâncias, necessidades e da cultura onde se insere
tendo destaque as abordagens religiosas, do senso comum, filosóficas,
artísticas, científicas, etc. A realidade constatada pelo homem não se limita
apenas aos objetos naturais ou artificiais, consistentes fisicamente, mas ela é o
próprio significado resultante das relações sociais dentro de um contexto
determinado.
A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade
educacional tem como finalidade e objetivo principal o compromisso com a
formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que esses
educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais,
com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento
da autonomia intelectual e moral.
Portanto, coerente com o exposto acima, o papel fundamental da
construção curricular para a formação dos educandos desta modalidade de
ensino, é fornecer subsídios para que os alunos se tornem ativos, críticos,
criativos e democráticos.
Tendo em vista esse papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os educandos possam: aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos, construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos (KUENZER,
2000, p.40).
61
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN
nº 9394/96 é característica desta modalidade de ensino a diversidade do perfil
dos educandos, com relação à idade, ao nível de escolarização em que se
encontram, à situação socioeconômica e cultural, às ocupações e a motivação
pela qual procuram a escola.
O universo da EJA contempla diferentes culturas que devem ser
priorizadas na construção das diretrizes educacionais. Nesse sentido, segundo
SOARES (1986), o educando passa a ser visto como sujeito sócio-histórico-
cultural, com conhecimentos e experiências acumuladas. Cada sujeito possui
um tempo próprio de formação, com elaboração entre saberes locais e
universais, a partir de uma perspectiva de ressignificação da concepção de
mundo e de si mesmo. Tendo em vista a diversidade destes educandos, com
situações socialmente diferenciadas, é necessário que a Educação de Jovens
e Adultos proporcione seu atendimento aproveitando outras formas de
socialização como expressão de cultura própria.
Considerando-se o diálogo entre as diversas culturas e saberes é
necessário nessa modalidade de ensino adequá-la a estruturas de ensino já
existentes, levando-se em conta suas especificidades.
A EJA deve ser capaz de contemplar inovações que tenham conteúdos
significativos para os alunos adolescentes jovens e adultos. Nesta perspectiva,
há um tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos
e os limites e possibilidades de cada educando devem ser respeitados.
Entretanto, é um desafio educacional para este Centro de Educação
dar ênfase ao aluno, atendendo suas necessidades individuais, construindo
propostas viáveis para que o acesso, a permanência e o sucesso nos estudos.
A viabilidade do acesso e permanência deste educando na escola se
fortalece a partir das políticas públicas que garantam esse atendimento,
destinando recursos próprios para a manutenção e a melhoria da qualidade do
ensino nas escolas. Desta forma, a função social da EJA se articula a um
compromisso do Estado em atender continuamente, enquanto houver
demanda, desta população.
A função social da EJA se apresenta como demanda fundamental, que
possibilita o envolvimento dos educandos adolescentes, jovens, adultos e
idosos nas práticas escolares, garantindo-lhes o acesso aos saberes em suas
62
diferentes linguagens, intimamente articulados com suas necessidades,
expectativas e trajetórias de vida, despertando-lhes a oportunidade de
continuidade da escolarização.
Desta forma, a Lei nº 9394/96 incorpora uma concepção de formação
mais ampla e abre outras perspectivas para a educação de jovens e adultos,
desenvolvida na pluralidade de vivências humanas. Conforme aponta o artigo
1º da Lei vigente:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
De acordo com a lei, o educando da EJA torna-se sujeito na construção
do conhecimento mediante a compreensão dos processos de trabalho, de
criação, de produção e de cultura. Os adolescentes, jovens, adultos e idosos
passam a se reconhecer como sujeitos do processo, confirmando saberes
adquiridos para além da educação escolar, na própria vida, numa consistente
comprovação de que esta modalidade de ensino é uma forma de construir e se
apropriar de conhecimentos para o mundo do trabalho e para o exercício da
cidadania, ressignificando as experiências sócio-culturais trazidas pelos
educandos.
A identidade de homens e mulheres é formada pelas experiências do
meio em que vivem sendo modificada conforme se alteram as relações sociais,
diferenciando assim, uma sociedade da outra pela produção do seu trabalho.
O trabalho é o processo social pelo qual o homem se modifica,
alterando o que é necessário e desenvolvendo novas ideias. Dessa forma, por
meio do pensamento crítico, o educando pode desmistificar a divisão social do
trabalho, como, por exemplo, a divisão entre trabalho manual e intelectual,
conceitos opressores estabelecidos pelos modelos de organização do sistema
produtivo.
A compreensão das contradições inerentes ao processo da divisão
social do trabalho possibilita ao educando da EJA melhor entendimento de sua
relação com o mundo do trabalho e com as demais relações sociais que
permeiam o mundo atual.
63
Cabe ao processo educacional da EJA evidenciar possíveis mudanças
que apontem para uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio
de uma base sólida de formação científica e histórica, que ajude os educandos
a desenvolverem todas as suas dimensões enquanto seres humanos. Assim, o
conhecimento adquirido mantém-se inter-relacionado com a sua vida,
possibilitando a interferência na sociedade.
No transcorrer do processo educativo, a autonomia intelectual do
educando deve ser estimulada, para que o mesmo possa dar continuidade aos
seus estudos, independente da educação formal. Cabe ao educador, incentivar
esta busca constante pelo conhecimento historicamente produzido pela
humanidade, presente em outras fontes de estudo ou de pesquisa. Esta forma
de estudo individual é necessária, quando se trata da administração do tempo
de permanência deste educando no espaço escolar e importante na construção
da autonomia.
A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a
capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da
atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os
saberes, de forma a que ele assimile estes conhecimentos como instrumentos
de transformação de sua realidade social.
A Educação de Jovens e Adultos, enquanto processo educativo tem
um papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e
valores que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.
O tempo que este educando permanece no processo educativo da EJA
tem valor próprio e significativo centrado mais na quantidade de informações
do que na relação qualitativa com o conhecimento. Quanto aos conteúdos
específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à realidade,
considerando sua dimensão sócio-histórica, articulada ao mundo do trabalho, à
ciência, às novas tecnologias, dentre outros.
Com relação às perspectivas dos educandos e seus projetos de vida, a
EJA pode colaborar para que os mesmos ampliem seus conhecimentos de
forma crítica, viabilizando a busca pelos direitos de melhoria de sua qualidade
de vida. Além disso, ela contribuirá para que eles compreendam as dicotomias
e complexidades do mundo do trabalho contemporâneo e do contexto global.
A busca da autonomia intelectual e moral deve ser um constante
64
exercício com os educandos da EJA. A emancipação humana será decorrência
da construção desta autonomia com a qual contribui a educação escolar. O
exercício de uma cidadania democrática, pelos educandos da EJA, será o
reflexo de um processo cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores
como respeito mútuo, solidariedade e justiça.
3.3 Mundo
Segundo Duarte (2015) a concepção de mundo, ou visão de mundo, é
constituída por conhecimentos e posicionamentos valorativos acerca da vida,
da sociedade, da natureza, das pessoas (incluindo-se a autoimagem) e das
relações entre todos esses aspectos.
O autor ressalta que os elementos constitutivos da concepção de
mundo não são necessariamente tomados pelo indivíduo como objetos de
análise consciente. Eles podem coexistir na consciência individual de maneira
espontânea, desarticulada e incoerente.
Algumas ideias podem ser adotadas pelo indivíduo como crenças com forte enraizamento afetivo e serem de difícil superação, como é o caso dos preconceitos (HELLER, 2004, p. 43-63), ao passo que outras ideias podem ser incorporadas à consciência individual de maneira superficial e passageira, sem grandes impactos sobre o núcleo de sua concepção de mundo. O grau de adesão de uma pessoa às ideias constitutivas de sua concepção de mundo não está necessariamente relacionado ao grau de veracidade dessas ideias. As ilusões podem ter forte apelo emocional e se encrustarem de forma profunda na maneira como um ser humano entende a vida, a sociedade, a natureza, as outras pessoas e a si mesmo.(Duarte,2015 p.8)
Assim sendo o CEEBJA de Apucarana compreende que a concepção
de mundo é individual e coletiva, ou seja, possui características singulares que
correspondem às singularidades da vida de cada indivíduo, sem nunca deixar
de ser constituída coletivamente.
Para dar ênfase a esse pensamento Gramsci, diz que:
...a concepção do mundo não é crítica e coerente, mas ocasional e desagregada, pertencemos simultaneamente a uma multiplicidade de homens-massa, nossa própria personalidade é composta de uma maneira bizarra: nela se encontram elementos de homens das cavernas e princípios da ciência mais moderna e progressista; preconceitos de todas as fases históricas passadas, grosseiramente localistas, e intuições de uma futura filosofia que será própria do gênero humano unificado. Criticar a própria concepção de mundo, portanto, significa torná-la unitária e coerente e elevá-la até o ponto atingido pelo pensamento mundial mais desenvolvido. (Gramsci, 1978, p. 12)
Compreende-se assim que o grau de individualização da
65
concepção de mundo pode variar, a depender das possibilidades socialmente
existentes de desenvolvimento da individualidade.
3.4 Sociedade
A interpretação de compreender que a sociedade consiste
simplesmente das pessoas e de suas ações é denominada por Bhaskar (1998,
p. 2) de atomismo social, ou por sua manifestação epistemológica que busca
fornecer uma estrutura para uma explicação dos fenômenos sociais mediante o
individualismo metodológico.
A sociedade é campo das manifestações e interações humanas. É nela
que o ser humano se expõe agindo, comunica seus pensamentos, celebra suas
conquistas ou demonstra suas deficiências.
Nesta sociedade a educação tem papel fundamental, devendo ser
libertadora, interdisciplinar, inclusiva, integradora, dialética, contínua,
processual e segura, embasada por uma escola democrática, reflexiva,
transformadora, coerente, prazerosa e planejada.
A sociedade, portanto deve ser o espaço onde toda a complexidade da
humanidade possa ser exposta, vista e sentida com solidariedade e
fraternidade.
É nesta perspectiva que a educação encontra um dos seus grandes
desafios: instrumentalizar o educando para sua emancipação social com
equilíbrio e sobriedade, estabelecendo subsídios para a construção de uma
sociedade fundada nos princípios da coletividade, justiça e liberdade sem
restrições de qualquer natureza, permitindo a convivência na e pela
diversidade, projetando em suas gerações futuras valores morais e materiais
balizados pelos mais justos dos princípios que fazem jus à nossa humanidade.
Na visão de Gramsci o conceito de sociedade civil é um conceito-chave
para compreender as complexas articulações de uma formação social
moderna. A sociedade civil é o lócus no qual as classes sociais lutam para
exercer a hegemonia cultural e política sobre o conjunto da sociedade.
A educação de adultos é uma necessidade, pois a medida que a
sociedade se desenvolve novas possibilidades surgem exigindo maior
qualificação e constante atualização de conhecimentos.
66
3.5 Cidadania
Sobre cidadania o dicionário de língua portuguesa Larousse afirma ser
“qualidade de cidadão, “qualidade de uma pessoa que possui, em uma
determinada comunidade, política, o conjunto de direitos civis e políticos”. No
entanto, na realidade em que se vive atualmente, se indaga a respeito do tema,
certamente encontra uma diversidade de opiniões e nenhuma definição que
possa contemplar de forma plena o conceito de cidadania. Pode-se afirmar que
ser cidadão é ter direitos e deveres. Mas de que maneira pode definir quais
direitos e quais deveres? Portanto, é na determinação destes direitos e deveres
que se encontra o “nó” relacionado a esta questão complexa que é a cidadania.
Gentili e Alencar (2003) afirmam que “a cidadania deve ser pensada
como um conjunto de valores e práticas cujo exercício não somente se
fundamenta no reconhecimento formal dos direitos e deveres que a constituem
na vida cotidiana dos indivíduos”. Ou seja, não basta que se defina um conceito
formalmente. Mais importante que isso é a prática dessa definição. Cidadania
significa, além do reconhecimento dos direitos e deveres dos cidadãos, o
cumprimento dos mesmos por parte da sociedade. Por outro lado, tanto o
reconhecimento quanto o cumprimento destes direitos e deveres, não devem –
como é de senso comum – se restringir à esfera política, isto é, ao direito e ao
dever de votar e ser votado. Em outro aspecto importante é que a cidadania
tem na igualdade uma condição de existência. Igualdade de direitos, de
deveres, de oportunidades. Igualdade, enfim, de participação social e política.
A complexidade do mundo globalizado e a amplitude das
comunicações provocam essa indefinição relativamente à cidadania. Ser
cidadão significa, conforme a origem grega, sendo grega - pólis, em termos
bastante genéricos, ser o habitante da cidade, isso implica no pertencimento a
determinado espaço geográfico. Mas o que se pode perceber é que para a
globalização não existem barreiras. Ao extrapolar estes limites faz desaparecer
as peculiaridades de cada espaço e também dos indivíduos implicados. Serão
todos “cidadãos do mundo”, sujeitos indefinidos socialmente. A rapidez das
transformações sociais provoca igualmente transformações individuais. Isso
exige readaptação, reeducação.
Conforme autores, neste ponto a escola precisa também ser
67
repensada, principalmente os professores, responsáveis diretos por promover
essa readaptação exigida pelas transformações tecnológicas. Dessa forma, é
necessário que valores e a forma de disseminá-los sejam repensados, inclusive
no que se refere à cidadania.
Sendo assim o CEEBJA entende que a cidadania deve ser pensada
como condição fundamental para a existência de uma sociedade democrática
devendo acontecer com a participação de cada membro, cada cidadão
consciente de seus direitos, deveres e valores.
3.6 Formação Humana Integral
A formação humana integral propõe-se a superar a dualidade presente
na organização do ensino médio, promovendo o encontro sistemático entre
“cultura e trabalho”, fornecendo aos alunos uma educação integrada ou unitária
capaz de propiciar-lhes a compreensão da vida social, “da evolução técnico-
científica, da história e da dinâmica do trabalho” (CURY, 1991).
A omnilateralidade diz respeito à formação integral do ser humano,
desenvolvido em todas as suas potencialidades, por meio de um processo
educacional que considere a formação científica, tecnológica e humanística, a
política e a estética, com vistas à emancipação das pessoas.
De acordo com Moraes (2013) formação humana integral implica em
competência técnica e compromisso ético, que se revelem em uma atuação
profissional pautada pelas transformações sociais, políticas e culturais
necessárias à edificação de uma sociedade igualitária. Nesse horizonte, essa
perspectiva de formação sugere superar o ser humano dividido historicamente
pela divisão social do trabalho entre a ação de executar e a ação de pensar,
dirigir ou planejar. Trata-se de superar a redução da preparação para o
trabalho ao seu aspecto operacional, simplificado, escoimado dos
conhecimentos que estão na sua gênese científico-tecnológica e na sua
apropriação histórico-social.
Como Instituição que acredita nessa formação integral, o CEEBJA
busca garantir ao adolescente, ao jovem e ao adulto trabalhador o direito a
uma formação completa para a leitura do mundo e para a atuação como
cidadão pertencente a um país, integrado.
68
3.7 Ciência
A ciência contemporânea julga que os fatos e os fenômenos novos
podem exigir a elaboração de novos métodos, novas tecnologias e novas
teorias.
Compreende-se então que essa concepção, para a modalidade de EJA
deve ser conceituada como o conjunto de conhecimentos sistematizados,
produzidos socialmente ao longo da história, na busca da compreensão e
transformação da natureza e da sociedade.
As Diretrizes Curriculares de EJA do Estado do Paraná diz que:
Cabe aos professores da EJA evidenciar possíveis mudanças que apontem para uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio de uma base sólida de formação científica e histórica que ajude os educandos no seu desenvolvimento. Assim, conhecer significa a possibilidade de interferir socialmente. Quanto aos conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, articulada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros.(DCE‟s, p.29)
E para tal, os educadores do CEEBJA de Apucarana articulam os
conteúdos a partir da realidade dos alunos adolescentes, jovens e adultos
utilizando sempre a teoria e prática evidenciando pelos projetos nesse trabalho.
3.8 Cultura
A cultura compreende toda forma de produção da vida material e
imaterial e compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas
de atividade social. (Willians, 1992). Por ser produto da atividade humana, não
se pode ignorar sua dimensão histórica. No terreno da formação humana, a
cultura é o elemento de mediação entre o indivíduo e a sociedade e, nesse
sentido, possui um duplo caráter: remete o indivíduo à sociedade e é, também,
o intermediário entre a sociedade e a formação do indivíduo. (Adorno, 1996).
A cultura compreende, portanto, “desde a mais sublime música ou obra
literária, até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a
arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas
morais, as instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar” (Sacristàn,
2001, p.105). Como elemento de mediação da formação humana, torna-se
69
objeto da educação que se traduz, na escola, em atividade curricular. Desse
modo, pode-se compreender o currículo como a porção da cultura - em termos
de conteúdos e práticas (de ensino, avaliação, etc.) - que, por ser considerada
relevante em um dado momento histórico, é trazida para a escola, isso é, é
escolarizada (Williams, 1984).
A cultura, entendida como prática de significação, não é estática e não
se reduz à transmissão de significados fixos, mas é produção, criação e
trabalho, em uma perspectiva que favorece à compreensão do mundo social,
tornando-o inteligível e dando-lhe um sentido. Para Silva (2000b, p.12) “o
currículo, como o conhecimento e a cultura, não pode ser pensado fora das
relações de poder”, pois são produzidos nas interações sociais.
Para os educadores desta Instituição a valorização da cultura que os
alunos trazem é de grande relevância para a mediação dos conteúdos.
3.9 Trabalho
O trabalho compreende uma forma de produção da vida material, a
partir do qual se produzem distintos sistemas de significação. É a ação pela
qual o homem transforma a natureza e, nesse processo, transforma-se a si
mesmo.
A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à
preocupação em preparar o trabalhador apenas para atender às demandas do
industrialismo e do mercado de trabalho, nem apenas destacar as dimensões
relativas à produção e às suas transformações técnicas (Arroyo, 2001). Os
vínculos entre educação, escola e trabalho situam-se numa perspectiva mais
ampla, tendo em vista a constituição histórica do ser humano, de sua formação
intelectual e moral, sua autonomia e liberdade individual e coletiva e sua
emancipação.
Um dos fatores que leva os educandos da EJA a retornarem para a
escola está relacionado à elevação do nível de escolaridade para atender ao
contexto atual do mundo do trabalho. Para a equipe de educadores da
Instituição essa modalidade de ensino apresenta, em sua particularidade, um
tempo social e um tempo escolar vivido no decorrer de sua vida.
70
3.10 Escola
A escola não tem o privilégio de lugar único para a tarefa da educação
formal por não poder ignorar a cultura do aluno, compreendendo o mundo e
meio em que vive. Vista como fato isolado, a escola e a educação estão muito
provavelmente no centro das crises observadas no ensino ao longo das últimas
décadas. Das experiências iniciais fragmentadas e confusas o educando vai
ser levado a um processo de organização dessas experiências possibilitando-
lhe o desenvolvimento integral que é o de capacidade física, intelectual e moral
visando desenvolver habilidades o caráter e a personalidade social.
De acordo com Santos (1997) é importante que a escola desenvolva
em seus alunos habilidades de pensamento crítico, incluindo a capacidade de
analisar e solucionar problemas, bem como estimular as habilidades estéticas,
criativas e éticas.
Assim sendo, é importante que a escola se organize como um amplo
espaço para estudos, como espaço democrático, possibilitando o diálogo e o
questionamento crítico. Uma educação efetivamente emancipatória com a
compreensão que ela é uma forma de intervenção no mundo.
Na escola, a organização dos tempos está articulada com os espaços
escolares preenchidos pelos educandos em toda ação educativa. A
organização desses tempos e espaços compreende características que devem
ser entendidas como discursos que revelam, por exemplo, um espaço
autoritário ou um espaço democrático. Cabe destacar que a organização dos
tempos e dos espaços escolares interfere na formação dos educandos, seja
para conformar ou para produzir outras práticas de significação.
Dessa forma, constata-se que o CEEBJA é um dos espaços em que os
educandos desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o
seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da escola é a mediação
entre o educando e os saberes, de forma a que ele assimile estes
conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social.
Conforme as Diretrizes Curriculares a Educação de Jovens e Adultos,
enquanto processo educativo, a escola tem um papel fundamental na
socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à
emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.
71
O tempo que este educando permanece no processo educativo da EJA
tem valor próprio e significativo e, portanto, a escola deve superar o ensino de
caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na
relação qualitativa com o conhecimento. Quanto aos conteúdos específicos de
cada disciplina, deve estar articulados à realidade, considerando sua dimensão
sócio-histórica, articulada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas
tecnologias, dentre outros.
Com relação às perspectivas dos educandos e seus projetos de vida, a
EJA poderá colaborar para que os mesmos ampliem seus conhecimentos de
forma crítica, viabilizando a busca pelos direitos de melhoria de sua qualidade
de vida. Além disso, ela contribuirá para que eles compreendam as dicotomias
e complexidades do mundo do trabalho contemporâneo e do contexto global.
A busca da autonomia intelectual e moral deve ser um constante
exercício com os educandos da EJA. A emancipação humana será decorrência
da construção desta autonomia com a qual contribui a educação escolar.
Pensar as práticas de significação que se devem gerar na escola,
impõe estar atento à dinâmica das relações sociais com o objetivo de
“democratizar o saber, a cultura e o conhecimento, bem como conduzir o
educando a aprender o significado social e cultural dos símbolos construídos,
tais como as palavras, as ciências, as artes, os valores, dotados da capacidade
de propiciar-nos meios de orientação, de comunicação e de participação”
(Arroyo, 2001, p.144).
Para a escola pensar o exercício de uma cidadania democrática, pelos
educandos da EJA, será o reflexo de um processo cognitivo, crítico e
emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e
justiça.
3.11 Gestão Escolar
De acordo com Santos (2006) o conceito de Gestão Escolar,
relativamente recente, é de extrema importância para que se tenha uma escola
que atenda às atuais exigências da vida social: formar cidadãos e oferecer,
ainda, a possibilidade de apreensão de competências e habilidades
necessárias e facilitadoras da inserção social.
72
Conforme apontado por Luck (2000, p. 11), gestão escolar (...) constitui
uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização,
a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas
necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos
estabelecimentos de ensino orientadas para a promoção efetiva da
aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar
adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada
no conhecimento.
Percebe-se que quando a autora fala em gestão escolar, fala-se da
participação global de toda comunidade escolar analisando situações,
decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto, isso
porque o êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de
seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria
“todo” orientado por uma vontade coletiva.
A gestão escolar apresenta um novo paradigma voltado para uma
perspectiva cidadã, onde as concepções e praticas dialógicas, interativas,
participativas e democráticas ganham espaço à medida que proporcionam o
direito de “aprender a aprender”, a construírem saberes de maneira justa,
criativa, a serem sujeitos de seus conhecimentos.
Conforme Luck (2001), os diretores participativos baseiam-se no
conceito da autoridade compartilhada, cujo poder é delegado aos
representantes da comunidade escolar e as responsabilidades são assumidas
por todos.
A Gestão Democrática é formada por alguns componentes básicos:
Constituição do Conselho escolar; Elaboração do Projeto Político Pedagógico
de maneira coletiva e participativa; definição e fiscalização da verba da escola
pelos dirigentes, estudantes, equipe técnica; eleição direta para diretor(a);
Entende-se assim que Gestão Democrática é o resultado de um
processo pedagógico coletivo que envolve o conhecimento da legislação e
também a implantação e consolidação de mecanismos de participação tais
como conselho ou colegiado escolar e grêmios estudantis, que contribuem de
maneira eminente para a autonomia da escola. A dimensão sócio-política da
escola torna-se mais exigente e complexa e exige parceria e co-
responsabilidade na sua gestão. A responsabilidades sócio-política da escola,
73
não dispensa seus agentes sociais inseridos na comunidade escolar, nem o
governo, nem a sociedade de lutar pela universalização da educação de
qualidade e excelência.
A gestão democrática é um princípio consagrado pela Constituição
vigente e abrange as dimensões pedagógica, administrativa e financeira e que
exige uma ruptura histórica na prática administrativa da escola, com o
enfrentamento das questões de exclusão. Esse compromisso implica numa
construção coletiva de um projeto político-pedagógico ligada à educação das
classes populares. (VEIGA, 1998)
A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica visando romper a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho pelos educadores. A gestão democrática implica principalmente o repensar da estrutura de poder da escola, tendo em vista sua socialização. A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade, que supera a opressão; da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora. (VEIGA, 1998, p.11-35)
Para a autora a busca da gestão democrática inclui, necessariamente,
a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola
nas decisões/ações administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas. Nas
palavras de Marques: A participação ampla assegura a transparência das
decisões, fortalece as pressões para que sejam elas legítimas, garante o
controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, contribui para que sejam
contempladas questões que de outra forma não entrariam em cogitação.
(1990, p. 21)
Neste sentido, fica claro entender que a gestão democrática, no interior
da escola, não é um princípio fácil de ser consolidado, pois, trata-se da
participação crítica na construção do projeto político-pedagógico e na sua
gestão.(VEIGA, 1998)
Assim sendo, a equipe do CEEBJA de Apucarana tem sido
articuladores na organização do trabalho escolar como um todo, buscando em
suas ações a coletividade junto à comunidade escolar por meio dos órgãos
colegiados como Associação de Professores, Alunos e Funcionários do
CEEBJA (APAF), o Conselho Escolar, Grêmio Escolar entre outras
representatividades. Como principal meta, os gestores tem sido um líder para
74
atender todas as especificidades que a EJA requer contribuindo, estimulando,
avaliando coletivamente os projetos da escola e todas as atividades
educacionais e administrativas.
3.12 Currículo
De acordo com Silva (2000a, p.13) o currículo, tal como a cultura, é
compreendido como prática de significação, e como tal, vinculado à prática
produtiva, às relações sociais e de poder, enfim, uma prática que produz
identidades sociais.
Historicamente, a cultura curricularizada tem privilegiado uma forma
mecânica e instrumental de organização dos saberes. A lógica disciplinar que
hierarquiza e fragmenta o conhecimento, limita a possibilidade de uma
aprendizagem reflexiva, crítica e, portanto, significativa.
Para que ocorram mudanças na forma de organizar o conhecimento na
escola, é imprescindível que toda a ação educativa esteja voltada para os
educandos. É preciso rever a cultura escolar em seus aspectos limitadores,
como por exemplo, nas práticas formais de planejamento que desconsideram a
dinamicidade e a concretude dos processos de ensino e aprendizagem, nas
aulas distanciadas da realidade de referência do educando, nas práticas de
avaliação coercitivas e burocráticas, na ausência de interlocução entre a escola
e a comunidade, dentre outras.
O currículo, entendido como seleção da cultura, como processo
ordenador da socialização do conhecimento que engloba toda a ação
pedagógica, é o principal elemento de mediação da prática dos educadores e
educandos. Por isso, a organização dos espaços, dos tempos escolares e da
ação pedagógica deve ser objeto de reflexão entre os educadores e educandos
para que o currículo seja significativo.
Nessa perspectiva, o currículo não é neutro e deve ser compreendido
em suas três dimensões: currículo formal ou prescrito, currículo vivo ou real e
currículo oculto.
O currículo formal tem suas bases assentadas na regulação prévia
estabelecida seja pela escola, seja pelo sistema educacional. É o que se
prescreve como intenção na formação dos indivíduos.
75
O currículo real ou vivo é aquele que acontece na sala de aula e
produz e re-produz usos e significados, por vezes, distintos das intenções
predeterminadas no currículo formal. Nele se explicitam, com maior nitidez, as
visões de mundo e as ações dos diferentes sujeitos da prática educativa no
espaço escolar.
O currículo oculto é inerente a toda e qualquer ação pedagógica que
media a relação entre educador e educando no cotidiano escolar, sem estar,
contudo, explicitado no currículo formal. Desde a organização do horário das
aulas, a organização da entrada dos educandos na escola, os métodos, as
ideologias, a organização do espaço e do tempo, bem como todas as
atividades que, direta ou indiretamente disciplinam, regularizam por meio de
normas as atitudes, os valores e comportamentos dos educandos.
Se o currículo orienta toda a ação pedagógica da EJA, ele deve
expressar os interesses dos educadores e educandos: o conhecimento
necessário para a compreensão histórica da sociedade; metodologias que
atendam a todos os envolvidos nesse processo; bem como uma avaliação que
encaminhe para a emancipação.
As Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e
Adultos identificam três eixos, cultura, trabalho e tempo como os que deverão
articular toda ação pedagógico-curricular nas escolas. Tais eixos foram
definidos tendo em vista a concepção de currículo como um processo de
seleção da cultura, bem como pela necessidade de se atender ao perfil do
educando da EJA.
A cultura compreende toda forma de produção da vida material e
imaterial e compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas
de atividade social. (Willians, 1992). Por ser produto da atividade humana, não
se pode ignorar sua dimensão histórica. No terreno da formação humana, a
cultura é o elemento de mediação entre o indivíduo e a sociedade e, nesse
sentido, possui um duplo caráter: remete o indivíduo à sociedade e é, também,
o intermediário entre a sociedade e a formação do indivíduo. (Adorno, 1996).
Assim sendo a cultura compreende, portanto, “desde a mais sublime
música ou obra literária, até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas
de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os
sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar”
76
(Sacristàn, 2001, p.105). Como elemento de mediação da formação humana,
torna-se objeto da educação que se traduz, na escola, em atividade curricular.
Desse modo, pode-se compreender o currículo como a porção da cultura - em
termos de conteúdos e práticas (de ensino, avaliação, etc.) - que, por ser
considerada relevante em um momento histórico, é trazida para a escola, isso
é, é escolarizada (Williams, 1984). De certa forma, então, um currículo guarda
estreita correspondência com a cultura na qual ele se organizou, de modo que
ao analisar um determinado currículo, pode-se inferir não só os conteúdos que,
explícita ou implicitamente, são vistos como importantes naquela cultura, como,
também, de que maneira aquela cultura prioriza alguns conteúdos em
detrimentos de outros, isso é, pode-se inferir quais foram os critérios de
escolha que guiaram os professores, administradores e curriculistas, que
montaram o currículo. (Veiga-Neto, 1995)
Se a cultura abarca toda produção humana, inclui, também, o trabalho
e todas as relações que ele perpassa. O trabalho compreende, assim, uma
forma de produção da vida material a partir do qual se produzem distintos
sistemas de significação. É a ação pela qual o homem transforma a natureza e,
nesse processo, transforma-se a si mesmo. É, portanto, produção histórico-
cultural que atribui à formação de cada novo indivíduo, também, essa
dimensão histórica.
A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à
preocupação em preparar o trabalhador apenas para atender às demandas do
industrialismo e do mercado de trabalho, nem apenas destacar as dimensões
relativas à produção e às suas transformações técnicas (Arroyo, 2001). Os
vínculos entre educação, escola e trabalho situam-se numa perspectiva mais
ampla, tendo em vista a constituição histórica do ser humano, de sua formação
intelectual e moral, sua autonomia e liberdade individual e coletiva e sua
emancipação.
Um dos fatores que leva os educandos da EJA a retornarem para a
escola está relacionado à elevação do nível de escolaridade para atender ao
contexto atual do mundo do trabalho. No entanto, cada educando que procura
a EJA apresenta, em sua particularidade, um tempo social e um tempo escolar
vivido no decorrer de sua vida, o que implica na reorganização curricular, dos
tempos e espaços escolares para atender o perfil daqueles que buscam a sua
77
emancipação.
Do ponto de vista da dimensão social, pode-se dizer que os educandos
viveram e vivem tempos individuais e coletivos, os quais compreendem os
momentos da infância, da juventude, da vida adulta, no contexto das múltiplas
relações sociais.
Na dimensão escolar, o tempo de cada educando compreende um
tempo definido pelo período de escolarização e um tempo singular de
aprendizagem, que no caso dos educandos da EJA é bem diversificado, tendo
em vista a especificidade dessa modalidade de ensino que busca atender,
ainda, o tempo de que o educando dispõe para se dedicar aos estudos. O
tempo e o espaço são aspectos da cultura escolar e, portanto, fazem parte da
ação pedagógica, uma vez que regulam e disciplinam educandos e educadores
de formas diferenciadas de escola para escola ou mesmo de sistema
educacional para sistema educacional.
A organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo
físico, o tempo vivido e o tempo pedagógico. O primeiro está relacionado ao
calendário escolar organizado em dias letivos, horas/aula, bimestres que
organizam e controlam o tempo da ação pedagógica. O segundo, diz respeito
ao tempo vivido pelo professor nas suas experiências pedagógicas, nos cursos
de formação, na ação docente propriamente dita, bem como o tempo vivido
pelos educandos nas experiências sociais e escolares. O último compreende o
tempo que a organização escolar disponibiliza para a escolarização e
socialização do conhecimento, e ainda, o tempo de que o aluno dispõe para se
dedicar aos afazeres escolares internos e externos exigidos pelo processo
educativo.
Na escola, a organização dos tempos está articulada com os espaços
escolares preenchidos pelos educandos em toda ação educativa. A
organização desses tempos e espaços compreende características que devem
ser entendidas como discursos que revelam, por exemplo, um espaço
autoritário ou um espaço democrático. Cabe destacar que a organização dos
tempos e dos espaços escolares interfere na formação dos educandos, seja
para conformar ou para produzir outras práticas de significação.
Pensar as práticas de significação que se devem gerar na escola,
impõe estar atento à dinâmica das relações sociais com o objetivo de
78
“democratizar o saber, a cultura e o conhecimento, bem como conduzir o
educando a aprender o significado social e cultural dos símbolos construídos,
tais como as palavras, as ciências, as artes, os valores, dotados da capacidade
de propiciar-nos meios de orientação, de comunicação e de participação”
(Arroyo, 2001, p.144). Cultura e conhecimento são produzidos nas e pelas
relações sociais.
Desse modo, o currículo não pode ser pensado fora dessas relações.
Nessa perspectiva, de acordo com Silva (2000a, p.13), o currículo, tal como a
cultura, é compreendido como prática de significação, e como tal, vinculado à
prática produtiva, às relações sociais e de poder, enfim, uma prática que
produz identidades sociais.
Historicamente, a cultura curricularizada tem privilegiado uma forma
mecânica e instrumental de organização dos saberes. A lógica disciplinar que
hierarquiza e fragmenta o conhecimento, limita a possibilidade de uma
aprendizagem reflexiva, crítica e, portanto, significativa.
Para que ocorram mudanças na forma de organizar o conhecimento na
escola, é imprescindível que toda a ação educativa esteja voltada para os
educandos. É preciso rever a cultura escolar em seus aspectos limitadores,
como por exemplo, nas práticas formais de planejamento que desconsideram a
dinamicidade e a concretude dos processos de ensino e aprendizagem, nas
aulas distanciadas da realidade de referência do educando, nas práticas de
avaliação coercitivas e burocráticas, na ausência de interlocução entre a escola
e a comunidade, dentre outras.
O currículo, entendido como seleção da cultura, como processo
ordenador da socialização do conhecimento que engloba toda a ação
pedagógica, é o principal elemento de mediação da prática dos educadores e
educandos. Por isso, a organização dos espaços, dos tempos escolares e da
ação pedagógica deve ser objeto de reflexão entre os educadores e educandos
para que o currículo seja significativo.
Nessa perspectiva, o currículo não é neutro e deve ser compreendido
em suas três dimensões: currículo formal ou prescrito, currículo vivo ou real e
currículo oculto.
O currículo formal tem suas bases assentadas na regulação prévia
estabelecida seja pela escola, seja pelo sistema educacional. É o que se
79
prescreve como intenção na formação dos indivíduos.
O currículo real ou vivo é aquele que acontece na sala de aula e
produz e reproduz usos e significados, por vezes, distintos das intenções
predeterminadas no currículo formal. Nele se explicitam, com maior nitidez, as
visões de mundo e as ações dos diferentes sujeitos da prática educativa no
espaço escolar.
O currículo oculto é inerente a toda e qualquer ação pedagógica que
media a relação entre educador e educando no cotidiano escolar, sem estar,
contudo, explicitado no currículo formal. Desde a organização do horário das
aulas, a organização da entrada dos educandos na escola, os métodos, as
ideologias, a organização do espaço e do tempo, bem como todas as
atividades que, direta ou indiretamente disciplinam, regularizam por meio de
normas as atitudes, os valores e comportamentos dos educandos.
Se o currículo orienta toda a ação pedagógica da EJA, o CEEBJA
compreende que expressa os interesses dos educadores e educandos: o
conhecimento necessário para a compreensão histórica da sociedade a partir
de metodologias que atendam a todos os envolvidos nesse processo.
3.13 Cuidar e Educar (adolescente)
A adolescência é conhecida como uma categoria histórica, que recebe
significações e significados que estão longe de serem essencialistas. Ser
adolescente é viver um período de mudanças físicas, cognitivas e sociais que,
juntas ajudam a traçar o perfil desta população.
Segundo Ozella (2003, p.20), “é necessário superar as visões
naturalizantes presente na Psicologia e entender a adolescência como um
processo de construção sob condições histórico-culturais específicas. Isso
significa pensar que a adolescência deve ser vista e compreendida como uma
categoria construída socialmente, a partir das necessidades sociais e
econômicas dos grupos sociais, que lhe constituem como pessoas, enquanto
são constituídas por elas. Assim, é mais possível falar de adolescentes que
tenham um nome, pertençam a um grupo cultural e tenham uma vida vivida
concretamente, do que de uma adolescência de uma forma mais abrangente.
Aguiar; Bock; Ozella (2002) apontam elementos fundamentais para a
80
compreensão da adolescência numa perspectiva sócio-histórica. Para eles é
necessário não perder de vista o vínculo entre o desenvolvimento do homem e
a sociedade, em especial a adolescência re-construindo a compreensão desta
e sua expressão social. Por fim, sugerem um avanço urgente para além de
uma suposta realidade “natural” da adolescência.
Nesse sentido, cabe ao CEEBJA entende que a adolescência deve ser
pensada para além da idade cronológica, da puberdade e transformações
físicas que acarreta, dos ritos de passagem, ou de elementos determinados
aprioristicamente ou de modo natural. A adolescência deve ser pensada como
uma categoria que se constrói, exercita e se re-constrói dentro de uma história
e tempo específicos.
Vale lembrar que vem sendo um desafio para a Instituição esse
trabalho pedagógico uma vez que eles são inclusos com os jovens e adultos e
muitas vezes idosos.
3.14 Alfabetização e Letramento
Capitaneada pelas publicações de Angela Kleiman, (95) Magda Soares
(95, 98) e Tfouni (95), a concepção de letramento contribuiu para
redimensionar a compreensão que hoje tem sobre: a) as dimensões do
aprender a ler e a escrever; b) o desafio de ensinar a ler e a escrever; c) o
significado do aprender a ler e a escrever, c) o quadro da sociedade leitora no
Brasil d) os motivos pelos quais tantos deixam de aprender a ler e escrever, e)
as próprias perspectivas das pesquisas sobre letramento.
Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um
indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-
históricos da aquisição de uma sociedade (Tfouni, 1995, p. 20).
Com a mesma preocupação em diferenciar as práticas escolares de
ensino da língua escrita e a dimensão social das várias manifestações escritas
em cada comunidade, Kleiman, apoiada nos estudos de Scribner e Cole, define
o letramento como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita,
enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos.
As práticas específicas da escola, que forneciam o parâmetro de prática social
segundo a qual o letramento era definido, e segundo a qual os sujeitos eram
81
classificados ao longo da dicotomia alfabetizado ou não-alfabetizado passam a
ser, em função dessa definição, apenas um tipo de prática – de fato, dominante
– que desenvolve alguns tipos de habilidades, não outros que determinam uma
forma de utilizar o conhecimento sobre a escrita. (1995, p. 19)
Mais do que expor a oposição entre os conceitos de “alfabetização” e
“letramento”, Soares valoriza o impacto qualitativo que este conjunto de
práticas sociais representa para o sujeito, extrapolando a dimensão técnica e
instrumental do puro domínio do sistema de escrita:
Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um
código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da
tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita.
Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se
Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou
escrever para atingir diferentes objetivos (In Ribeiro, 2003, p. 91).
3.15 Conhecimento
O conhecimento é um processo humano, histórico, incessante, de
busca de compreensão, de organização, de transformação do mundo vivido e
sempre provisório, tem origem na prática do homem e nos processos de
transformação da natureza. É, também, uma ação humana atrelada ao desejo
de saber. Só o homem, por ser pensante, pode ser sujeito: somente ele pode
desejar a mudança, porque só a ele lhe falta a plenitude.
O que possibilita a construção do conhecimento, nesse momento de
aventura em busca do novo, é sem dúvida o reconhecimento de que somos
seres falantes. E nesse movimento que se instaura o desejo de aprender.
Nesse processo é envolvido simultaneamente um sujeito que conhece
um objeto a ser conhecido, um modo particular de abordagem do sujeito em
relação ao objeto e uma transformação tanto do sujeito, quanto do objeto. É
necessário, aqui, entender o objeto como realidade socialmente construída e
compartilhada.
O conhecimento entendido pressupõe a construção recíproca, entre o
sujeito e o objeto, já que é pela práxis do homem sobre o mundo se modifica e
se movimenta.
82
Baseados na teoria dialética do conhecimento, a ação educativa
deverá levar em conta que:
a prática social é a fonte do conhecimento;
a teoria deve estar a serviço de e para uma ação
transformadora;
a prática social é o critério de verdade e o fim último do
processo de conhecimento.
Respeitar a caminhada de cada sujeito de um determinado grupo é
uma aprendizagem necessária e fundamental numa vivência dentro de uma
perspectiva interdisciplinar, sendo necessário eliminar as barreiras que se
criam entre as pessoas para o estabelecimento de uma relação dialógica.
Frente aos questionamentos sobre o conhecimento, com discursos ou
conceitos Perrenoud tenta explicar esse processo humano. No entanto, o que
se pode observar no âmbito educacional é uma ambigüidade no que diz
respeito às opiniões relacionadas ao desenvolvimento do pensamento através
da capacidade empírica ou do apriorismo.
Vejam-se os dois lados. O autor afirma que o conhecimento é algo que
entra pelos sentidos, algo que vem de fora da pessoa, portanto se instala no
indivíduo, independentemente de sua vontade, e é sentido por esse indivíduo
como uma "vivência". A pessoa, o indivíduo ou, de modo geral, o sujeito não
tem mérito nisso, é passivo. O objeto, isto é, o conjunto de tudo o que é não-
sujeito, pouco ou nada tem a ver com isso. Esse modo de entender o
aparecimento, a gênese do conhecimento num indivíduo, é chamado de
empirismo. Pode-se dizer que empiristas são aqueles que pensam que o
conhecimento acontece porque se vê, ouve, tateia etc., e não pela ação. O
conhecimento será, então, sensível no começo, abstrato depois. Na Psicologia,
é a teoria da associação entre estímulo e resposta que constitui a explicação
própria do empirismo.
O sujeito age, espontaneamente, isto é, independentemente do ensino,
mas não independentemente dos estímulos sociais-, com os esquemas ou
estruturas que já tem, sobre o meio físico ou social. Retira (abstração) deste
meio o que é do seu interesse. Em seguida, reconstrói (reflexão) o que já tem,
por força dos elementos novos que acaba de abstrair. Torna-se simples, aos
professores do CEEBJA, um vez que respeitar os conhecimentos adquiridos
83
para a elaboração dos conhecimentos tácitos já é a proposta de trabalho dos
educadores deste Centro de Educação.
3.16 Tecnologia
De acordo com Moran (2003) tecnologias são os meios, os apoios, as
ferramentas que utiliza-se para que os alunos aprendam. A forma como ocorre
a organização em grupos, em salas, em outros espaços isso também é
tecnologia. O giz que escreve na lousa é tecnologia de comunicação e uma
boa organização da escrita facilita e muito a aprendizagem. A forma de olhar,
de gesticular, de falar com os outros também é tecnologia. O livro, a revista e o
jornal são tecnologias fundamentais para a gestão e para a aprendizagem e
ainda não se sabe utilizá-las adequadamente.
Segundo Moran (2002) as tecnologias de comunicação não mudam
necessariamente a relação pedagógica. As Tecnologias tanto servem para
reforçar uma visão conservadora, individualista como uma visão progressista.
Uma mente aberta, interativa, participativa encontrará nas tecnologias
ferramentas maravilhosas de ampliar a interação.
As tecnologias permitem um novo encantamento na escola, ao abrir
suas paredes e possibilitar que alunos conversem e pesquisem com outros
alunos da mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. O mesmo
acontece com os professores. Os trabalhos de pesquisa podem ser
compartilhados por outros alunos e divulgados instantaneamente na rede para
quem quiser. Alunos e professores encontram inúmeras bibliotecas eletrônicas,
revistas online, com muitos textos, imagens e sons, que facilitam a tarefa de
preparar as aulas, fazer trabalhos de pesquisa e ter materiais atraentes para
apresentação. O professor pode estar mais próximo do aluno. Pode receber
mensagens com dúvidas, pode passar informações complementares para
determinados alunos. Pode adaptar a sua aula para o ritmo de cada aluno.
Pode procurar ajuda em outros colegas sobre problemas que surgem, novos
programas para a sua área de conhecimento. O processo de ensino-
aprendizagem pode ganhar assim um dinamismo, inovação e poder de
comunicação inusitada.
O re-encantamento, enfim, não reside principalmente nas tecnologias -
84
cada vez mais sedutoras- mas em nós mesmos, na capacidade em tornar-nos
pessoas plenas, num mundo em grandes mudanças. É maravilhoso crescer,
evoluir, comunicar-se plenamente com tantas tecnologias de apoio.
Concordando com o exposto o CEEBJA usa as tecnologias de
comunicação não para substituir o professor, mas para modificar algumas das
suas funções. A tarefa de passar informações acontece por meio dos bancos
de dados, livros, vídeos, programas em CD´s. O professor se transforma no
estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por
buscar a informação mais relevante coordenando assim o processo de
apresentação dos resultados pelos alunos. Depois, questiona alguns dos dados
apresentados, contextualiza os resultados, e os adapta à realidade dos alunos,
transformando a informação em conhecimento e conhecimento em saber.
3.17 Ensino-Aprendizagem
De acordo com Freire (1996) a aquisição do saber sistematizado
possibilita novas formas de interação do sujeito que aprende com os outros
sujeitos e também com os diversos objetos de conhecimento disponibilizados
no mundo social e letrado. Sabendo mais acerca de saberes científicos, o
sujeito que aprende (re)significa o cotidiano vivenciado, a partir do
estabelecimento de novas e melhores formas de inserção no mundo.
Segundo Vygotsky (2003), a aprendizagem resulta da interação entre
as estruturas do pensamento e o contexto social, num processo de construção
e reconstrução pela ação do sujeito sobre o objeto a ser conhecido. Para
ocorrer a aprendizagem seria necessário o enfrentamento de situações
desafiadoras que propiciem ao aluno chegar a patamares mais elaborados de
conhecimento, necessitando da intervenção de outros sujeitos.
Nesse sentido, verifica-se que a construção do conhecimento não
acontece de maneira linear, constituindo-se em importantes etapas deste
processo os momentos de dúvidas e os erros cometidos desde que utilizados
para se chegar à sistemática produtiva de estágios superiores de
desenvolvimento.
O conhecimento é adquirido através da interação social. Ele é
constituído a partir da relação do indivíduo com o meio social, considerando as
85
experiências de vida, os valores, as crenças, ou seja, a cultura do
alfabetizando. Freire (1987) entende que uma aprendizagem significativa se
dará a partir de um processo que proporcione uma análise crítica da prática
social dos homens, contribuindo para que estes repensem a forma de atuar no
mundo.
O aspecto social da aprendizagem diz respeito aos valores e
aspirações coletivas, bem como a dimensão política da educação. A
intervenção pedagógica pode ter um amplo alcance, requerendo
responsabilidade e compromisso por parte dos educadores. Para Paulo Freire
educar é um ato político, é um ato de criação e recriação, sendo, portanto,
impossível falar em educação neutra. O diálogo aparece como fundamento da
construção do sujeito, como mecanismo de compreensão da estrutura social,
de conscientização e de transformação.
A educação é também um ato coletivo e solidário e nunca se dá
isoladamente. "Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os
homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo (FREIRE, 1987, p. 13).
A técnica para a construção de uma verdadeira práxis, que atenda aos
interesses e necessidades das camadas populares. Por isso é que se insiste
na discussão acerca do que a escola tem, verdadeiramente, possibilitado aos
seus alunos no que concerne à construção de conhecimentos sistematizados
e/ou científicos, que garantam a estes sujeitos formas mais acertadas de lidar
com o poder instituído; o aprender tem, assim, um sentido existencial,
Valorizando a conquista dos vários sujeitos adultos que se aventuram
na boniteza do aprender escolar, reafirma-se o compromisso com a Escola
Pública de qualidade e, principalmente com a ação pedagógica comprometida
com a emancipação de mulheres e homens que reconhecem o valor / poder do
conhecimento formal e o buscam como estratégia para uma vida melhor e mais
solidária.
Desta forma, não se pode desconsiderar que o caminho a ser trilhado
pela escola, para garantir o sucesso no processo de escolarização do sujeito
adulto, passa, necessariamente, pelo comprometimento político com a
transformação social, mas requer, ainda, competência técnica para a
construção de uma verdadeira práxis, que atenda aos interesses e
necessidades das camadas populares. Por isso a discussão acerca do que a
86
escola tem, verdadeiramente, possibilitado aos seus alunos no que concerne à
construção de conhecimentos sistematizados e/ou científicos, que garantam a
estes sujeitos formas mais acertadas de lidar com o poder instituído; o
aprender tem, assim, um sentido existencial, político e social. Assim para a
equipe de professores a aprendizagem só ganha sentido se, e somente se,
possibilitar a quem aprende, e também a quem ensina, novas e melhores
formas de compreensão e (re)significação da realidade vivida e de formas mais
elaboradas de inserção no mundo social, político-econômico e do trabalho.
3.18 Avaliação
A história da educação no Brasil, no tocante à avaliação, salienta um
quadro onde muitos são excluídos, alguns nem chegam a participar do
processo educativo, e ainda existem aqueles que, por falta de adaptação ou
metodologias adequadas, acabam desistindo e engrossando a fila dos
marginalizados socialmente.
Este sistema avaliativo, de caráter excludente, seletivo e classificatório,
tem origem nas concepções trazidas pelos jesuítas nos séculos XVI e XVII, e
foi consolidado ao longo do tempo, permanecendo cristalizado até hoje na
prática escolar. Esta prática, apesar das mudanças sofridas no decurso da
história, está centrada no professor controlador do processo. Enfatiza provas e
exames em ocasiões solenes, marcadas pela constituição de bancas
examinadoras, adotadas como disciplinamento social dos educandos.
Segundo Comênio, em Luckesi (2000, p.75), “o medo é um excelente
fator para manter a atenção dos alunos às atividades escolares”. Além disso,
afirma que a educação deve ser o centro da ação do professor e os exames
devem ser utilizados como meios de estimular o trabalho intelectual da
aprendizagem dos educandos. Justifica-se, assim, a postura autoritária frente à
avaliação, que enfatiza a aprendizagem centrada na memorização.
A sociedade burguesa, através da escola, reforça e aprimora os
mecanismos de manutenção do seu “status quo”, utilizando-se de instrumentos
de controle com o objetivo de provocar o medo e a subserviência, os quais irão
operar decisivamente na formação da personalidade dos educandos. Esse
modelo avaliativo conservador, em essência, é mantido na pedagogia
87
positivista, que garante a permanência da hierarquização do poder,
acompanhando as reformas de ensino do primeiro período republicano em
nosso país.
O movimento escolanovista lança um novo olhar sobre a avaliação,
apoiado na psicologia, na sociologia e na antropologia. Utiliza uma nova
retórica que dá ênfase às diferenças individuais dos educandos através da
auto-avaliação. No entanto, permanece a palavra final do professor no
processo avaliativo, provocando poucas mudanças no modelo vigente.
A pedagogia tecnicista, na transmissão do conhecimento e no princípio
do rendimento, está orientada pela visão técnica da racionalidade econômica e
empresarial, funcionando como modeladora do comportamento humano
através de técnicas específicas, assumindo caráter disciplinador, não só da
conduta social, como da cognitiva, subtraindo do professor o domínio absoluto
sobre a tomada de decisões. Logo, a instituição, por meio de seus grupos
dirigentes e/ou representantes constroem o processo avaliativo.
Pressupõe a equidade social que o próprio modelo liberal vigente não
permite que se concretize, estabelecendo regras unificadas para a aplicação
dos procedimentos avaliativos.
O modelo social brasileiro, voltado para atender as necessidades do
capital é, na sua essência, seletivo e excludente. A escola, inserida neste
modelo, pouco avalia a aprendizagem, mas examina, pontua e classifica.
Segundo Luckesi (2000, p.18), a “pedagogia de exames” nos cursos
não auxilia na aprendizagem dos alunos, pois, psicologicamente, desenvolve
personalidades submissas e sociologicamente reproduz os interesses da
sociedade de classes, na medida em que, seleciona e classifica.
No contexto de uma cultura avaliativa classificatória e excludente, faz-
se necessário repensar se, no discurso de uma “escola libertadora”, esta
concepção está contemplada em sua prática, ou seja, se a escola ainda utiliza
os conselhos de classe com o único objetivo de aprovação e reprovação, se as
provas são feitas para medição e atribuição de notas, privilegiando apenas a
memorização. Todo o processo avaliativo que a escola pratica está
fundamentado em uma concepção teórica que a comunidade escolar necessita
ter clareza da mesma, para não dicotomizar discurso e prática.
Mudar a forma de avaliação, pressupõe mudar também a relação
88
ensino-aprendizagem e a relação educador-educando, tendo em vista que esta
mudança, para muitos, pressupõe a perda de poder. Os educadores que ainda
estão presos a essas concepções e se utilizam da coerção por meio da
avaliação confundem o silêncio e a submissão do educando com
aprendizagem e reforçam a permanência de uma sociedade excludente e
seletiva.
Diante disso, Vasconcelos (1993, p. 45) nos instiga a repensar o fazer
pedagógico, quando afirma que as “novas idéias abrem possibilidades de
mudanças, mas não mudam. O que muda a realidade é a prática”.
É preciso construir uma nova cultura avaliativa, que propicie à escola
questionar o seu papel e comprometer-se com a construção e socialização de
um conhecimento emancipatório.
A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo
contínuo, diagnóstico, dialético e deve ser tratada como parte integrante das
relações de ensino-aprendizagem.
Segundo Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem, é um recurso
pedagógico útil e necessário para auxiliar cada educador e cada educando na
busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de ser na vida.
Na relação dialética, presente na avaliação, o educando confronta-se
com o objeto do conhecimento, que o levará a participação ativa, valorizando o
fazer e o refletir. Assim, o erro no processo ensino-aprendizagem assume
caráter mediador, permitindo tanto ao educando como ao educador rever os
caminhos para compreender e agir sobre o conhecimento, sendo um ponto de
partida para o avanço na investigação e suporte para a internalização.
O erro serve para direcionar a prática pedagógica, assumindo papel
diagnóstico e permitindo aos envolvidos no processo, a percepção do
conhecimento construído. Com isso, descaracteriza-se o processo de controle
enquanto instrumento de aprovação ou reprovação. Por outro lado, o acerto
desencadeia no educando ações que sinalizam possibilidades de superação
dos saberes apropriados para novos conhecimentos.
Nessa perspectiva, é necessário repensar os instrumentos de
avaliação, reavaliá-los e ressignificá-los para que, de fato, possam atingir seus
objetivos, ou seja, que tenham significado para o educando, que não exijam
somente memorização ou conteúdo específico para uma prova, que sejam
89
reflexivos, relacionais e compreensíveis.
Os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como
ponto de partida real, realizando a avaliação a partir das experiências
acumuladas e das transformações que marcaram o seu trajeto educativo. A
avaliação será significativa se estiver voltada para a autonomia dos educandos.
A avaliação perpassa e é perpassada pelo coletivo da escola e
possibilita a indicação de caminhos mais adequados e satisfatórios para a ação
pedagógica. Em outras palavras, a avaliação não pode ser um mecanismo para
classificar, excluir ou promover o aluno, mas um parâmetro da práxis
pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos sinalizadores para
o seu re-planejamento.
Assim, a prática avaliativa deve superar o autoritarismo, o conteudismo
e o ato de avaliar como objeto de punição, estabelecendo-se uma nova
perspectiva, marcada pela autonomia do educando. Como afirma Vasconcelos:
O professor que quer superar o problema da avaliação precisa, a partir de uma auto-crítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta, lhe autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. (VASCONCELOS, 1994, p.54)
Constata-se então que a avaliação não pode ser um processo
meramente técnico, porém avaliar exige o domínio de conhecimentos e
técnicas com a utilização, dentre outros, de critérios claros e objetivos.
O sistema educacional deve ser orientado para se constituir, cada vez
mais, como agente concretizador de mudanças, e essas devem estar
comprometidas com os interesses das classes populares, as quais buscam
uma progressiva autonomia com participação, preocupando-se especialmente
em não corroborar com o processo excludente.
Com o objetivo de refletir sobre a prática de avaliação atual é
necessário um olhar crítico e uma projeção de metas definidas pela
comunidade escolar, dentro de um processo gradual de mudanças, que
tenham como fim o aperfeiçoamento da avaliação escolar, devendo se
respeitar os tempos individuais e a cultura de cada educando para que, com
isso, ele seja sujeito nas relações sociais. Essa expectativa de reformular a
prática de fato e de direito, necessita algumas reflexões no tocante ao que se
90
tem e ao que se almeja conseguir.
Pautados no princípio da educação que valoriza a diversidade e
reconhece as diferenças, propõe-se refletir sobre a flexibilização da proposta
de avaliação para que a mesma possa contemplar as necessidades de todos
os educandos.
Assim sendo este Centro de Educação prioriza o processo avaliativo é
como parte integrante da práxis pedagógica e devendo estar voltada para
atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil, bem como o
ensino-aprendizagem respaldado por processos de recuperação fazendo-se
cumprir a função social da EJA.
3.19 Tempo e Espaço Pedagógico
O CEEBJA tem como princípio metodológico valorizar os diferentes
tempos necessários à aprendizagem do educando da EJA. Assim, são
considerados os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do
mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.
Tempo escolar diz respeito ao estabelecido pelo calendário e suas
exigências burocráticas; é mecânico, passível de ser medido e nele impera a
hora-relógio.
O tempo pedagógico tem sentido de tempo vivido, uma vez que enfoca
o processo de formação e o autoconhecimento do educando. Ao priorizar a
qualidade do ensino e da aprendizagem, tende a adequar ao tempo escolar
essas suas necessidades eminentemente educativas. A organização do
trabalho pedagógico na escola, que inclui os diferentes sujeitos da prática
educativa, necessita ser pensada em razão da articulação satisfatória entre o
tempo pedagógico e o tempo escolar.
Desse modo, o caráter coletivo da organização escolar permite maior
segurança ao educador da EJA que, em sua ação formadora, toma para si a
responsabilidade de adiantar-se ao tempo vivido pelo educando, criando
espaços interativos, propondo atividades que lhe propiciem o pensar e a
compreensão de si mesmo, do outro e do mundo.
Na dimensão escolar, o tempo dos educandos da EJA é definido pelo
período de escolarização e por um tempo singular de aprendizagem, bem
91
diversificado, tendo em vista a especificidade dessa modalidade de ensino que
considera a disponibilidade de cada um para a dedicação aos estudos. O
tempo e o espaço são aspectos da cultura escolar. Portanto, fazem parte da
ação pedagógica, regulam e disciplinam educandos e educadores de diversas
formas, conforme a escola ou mesmo conforme cada sistema educacional. A
organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo físico, o
tempo vivido e o tempo pedagógico. O primeiro está relacionado ao calendário
escolar organizado em dias letivos, horas/aula, bimestres que organizam e
controlam o tempo da ação pedagógica. O segundo diz respeito ao tempo
vivido pelo professor nas suas experiências pedagógicas, nos cursos de
formação, na ação docente propriamente dita, bem como o tempo vivido pelos
educandos nas experiências sociais e escolares. O último compreende o tempo
que a organização escolar destina para a escolarização e socialização do
conhecimento. Ainda, há o tempo que o aluno dispõe para se dedicar aos
afazeres escolares internos e externos exigidos pelo processo educativo. Na
escola, a organização dos tempos está articulada aos espaços escolares
preenchidos pelos educandos em toda ação educativa.
A organização desses tempos e espaços compreende características
que devem ser entendidas como discursos que revelam, por exemplo, um
espaço autoritário ou um espaço democrático. Cabe destacar que a
organização dos tempos e dos espaços escolares interfere na formação dos
educandos, seja para conformar ou para produzir outras práticas de
significação.
Pensar as práticas de significação que se devem gerar no CEEBJA
prevê estar atento à dinâmica das relações sociais para “democratizar o saber,
a cultura e o conhecimento, bem como conduzir o educando adolescente,
jovem e adulto a aprender o significado social e cultural dos símbolos
construídos.
3.20 Formação Continuada
Segundo a Secretaria de Estado da Educação do Paraná planejar
requer um processo de reflexão para a tomada de decisões, visando atingir os
objetivos educacionais em tempos determinados e etapas definidas.
92
A Formação Continuada pode ser considerada um elemento essencial
ao processo de desenvolvimento educacional. Os profissionais de educação do
CEEBJA de Apucarana tem se apropriado de conhecimentos advindos de
Cursos ofertados pela SEED/PR como as Semanas Pedagógicas, Formação
em Ação, Formação em Ação Disciplinar, Brigada Escolar, Curso de Gestão
Escolar, Conectados 2.0, Equipe Multidisciplinar e Programa de
Desenvolvimento Educacional.
3.21 Educação Inclusiva
Numa sociedade plural e democrática, a inclusão escolar representa
um amadurecimento da política educacional. Trazer a diversidade humana que
está na sociedade para dentro do espaço escolar significa democratizar esse
espaço, tornando-o mais humanizado e representativo dos diferentes
segmentos que compõem o heterogêneo social.
A compreensão da Educação Especial como parte integrante do
sistema educacional que se realiza, desde a Educação Infantil até os mais
elevados níveis da Educação Superior, é uma realidade que desenha seus
contornos a partir dos movimentos mundiais em favor da inclusão. Ora, se o
princípio filosófico norteador do movimento inclusivo repousa na ideia de uma
escola democrática e comprometida com os interesses e necessidades de
todos os alunos, houve a necessidade do redimensionamento das práticas da
educação especial, já que o critério básico de organização privilegiava local
distinto dos convencionais para o atendimento educacional especializado. O
movimento pela inclusão de todos os alunos não se restringe ao atendimento
daqueles com deficiências, pois decorre dos múltiplos fatores nela envolvidos
que delimitam os grupos marginalizados e excluídos em cada um dos
momentos históricos de determinada sociedade. Esses fatores incluem uma
ampla rede de significações no entrecruzamento de diferentes olhares e formas
de se efetivar esse processo; é na interrelação de concepções e práticas que
envolvam o eu, os outros e as instituições sociais que se definem os grupos-
alvo da inclusão. Dito isso, fica claro que políticas e práticas de inclusão não
têm um significado único e consensual, já que são determinadas por múltiplos
fatores.
93
Desse modo pretende-se ampliar a ótica da discussão da inclusão,
considerando-se o amplo leque da exclusão de diferentes grupos
marginalizados, problematizando a questão de que a inclusão não se refere a
um único grupo no espaço escolar: o das pessoas com deficiência. A partir
dessa concepção fica evidente que há muitos alunos que apresentam
problemas ou dificuldades de aprendizagem, por razões inerentes à sua
compleição física, limitações sensoriais ou déficits intelectuais. Entretanto, há
um sem número de alunos que não atingem as expectativas de aprendizagem
e avaliação da escola em 3 decorrência das condições econômicas e culturais
desfavoráveis. Assim, o insucesso na escola revela que não são apenas os
alunos com deficiência os que apresentam necessidades referentes ao
processo de aprendizagem e que devem ser beneficiados com recursos
humanos, técnicos, tecnológicos ou materiais diferenciados que promoverão a
sua inclusão.
“As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema
educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as
necessidades de qualquer dos alunos” (EDLER CARVALHO, 2004, p.26).
Para o CEEBJA de Apucarana uma inclusão responsável requer a
constante avaliação da qualidade dos serviços prestados, aos alunos especiais
ofertando uma escolarização pautada no respeito a diversidade com vistas a
inclusão desses alunos na instituição e na sociedade.
3.22 Diversidade
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação do Paraná
“Diversidade” é reconhecer e valorizar as diferenças, que envolvem gênero e
identidade de gênero, orientação sexual, classe social, etnicorracial, cultural,
religiosa, geracional (idoso), campo e territorialidade.
Para Santos (2003) superar a postura de tolerância implica reconhecer
que todos (eu e o outro) são de fato iguais em direitos, mesmo que tenham
diferentes experiências, histórias, culturas, visões de mundo.
O autor ainda coloca que a diversidade implica também compreender
que todos pertencem a processos históricos e, por isso,são herdeiros de
subjetividades, posturas, lugares sociais que orienta zm a forma de cada um
94
ser e estar no mundo como sujeitos históricos situados em algum lugar nesses
processos.
Segue ainda confirmando que o reconhecimento das diferenças
garante igualdade de condições, de acesso a bens materiais e simbólicos e de
direitos e que faz-se necessário cotidianamente garantir que as diferenças de
visão de mundo, a liberdade de expressão cultural ou pessoal e os diferentes
pertencimentos sociais, culturais ou territoriais não legitimem desigualdades.
Nesse sentido, o CEEBJA entende que valorizar as diferenças dos
alunos adolescentes, jovens e adultos é se opor às padronizações e
homogeneizações, garantindo que sujeitos com gêneros, cores da pele,
orientações sexuais, modos de vida, locais de moradia, culturas, visões de
mundo e formas de expressão distintas possam ter as mesmas condições e
direitos.
95
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 3 4
8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 11 5 6 7 8 9 10 11 26
15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 DIAS 12 13 14 15 16 17 18 DIAS
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 19 20 21 22 23 24 25
29 30 31 26 27 28 26 27 28 29 30 31
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 1 2 3 4 5 6 1 2 3
2 3 4 5 6 7 8 20 7 8 9 10 11 12 13 26 4 5 6 7 8 9 10 23
9 10 11 12 13 14 15 DIAS 14 15 16 17 18 19 20 DIAS 11 12 13 14 15 16 17 DIAS
16 17 18 19 20 21 22 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24
23 24 25 26 27 28 29 28 29 30 31 25 26 27 28 29 30
30
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 1 2 3 4 5 1 2
2 3 4 5 6 7 8 12 6 7 8 9 10 11 12 27 3 4 5 6 7 8 9 23
9 10 11 12 13 14 15 DIAS 13 14 15 16 17 18 19 DIAS 10 11 12 13 14 15 16 DIAS
16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23
23 24 25 26 27 28 29 7 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30
30 31 DIAS
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 3 4 5 6 7 8 9 17
8 9 10 11 12 13 14 23 5 6 7 8 9 10 11 22 10 11 12 13 14 15 16 DIAS
15 16 17 18 19 20 21 DIAS 12 13 14 15 16 17 18 DIAS 17 18 19 20 21 22 23
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 24 25 26 27 28 29 30
29 30 31 26 27 28 29 30 31
15 Proclamação da República 25 Natal
Início/Término das aulas
Planejamento
Férias
Recesso
Semana Pedagógica dezembro
recessos dez/recesso
Formação continuada Total
Formação disciplinar - 01 (um) dia, a ser determinado pelo NRE e DEB/SUED
118
119
237
Feriados 6
1º Semestre
2º Semestre
Total
Dias Letivos
Auto de Natal
Plano de Abandono (Brigada Escolar)
Show de Talentos
Lançamento do Livro Assim Nasce o Poeta 10
Sábados letivos
70 outros recessos 6
Fechamento do ano letivo Total 61
6
janeiro/fev 44 janeiro/ férias 30
julho 9 fev/recesso 12
11 julho/recesso 7
Férias Discentes Férias/Recesso/Docentes
MÊS DIAS MÊS DIAS
15 Dia do Professor
20 Dia Nacional da Consciência Negra
Outubro Novembro Dezembro
12 N. S. Aparecida 2 Finados 19 Emancipação Política do PR
Julho Agosto Setembro
7 Dia do Funcionário de Escola 7 Independência
14 Paixão 21 Tiradentes 1 Dia do Trabalho 15 Corpus Christi
1 Dia Mundial da Paz 28 - Carnaval
Abril Maio Junho
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
ANEXO DA RESOLUÇÃO Nº 5.185/2016-GS/SEED
CALENDÁRIO ESCOLAR - 2017
Considerados como dias letivos: semana pedagógica (04 dias); formação continuada (02 dias); planejamento (03) dias;
formação disciplinar (01 dia)– Deliberação 02/2002-CEE/PR
Janeiro Fevereiro Março
CEEBJA - PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADIAV. CURITIBA - 1052 - FONE: 43 3423-2840
APUCARANA - PARANÁ
Cadendário Escolar aprovado pelo Conselho Escolar e registrado na Ata
nº 68/2016, pág 91.
Obs: Calendário especial para Educação de Jovens e Adultos deste Estabelecimento de Ensino com a oferta de aulas aossábados no período vespertino. As reuniões pedagógicas são realizadas quinzenalmente às quartas-feiras na hora atividade do
professor. Os alunos matriculados no período vespertino, nas quartas-feiras, têm como opção de estudos os períodos matutino
e noturno.
4. MARCO OPERACIONAL
4.1 Calendário Escolar
96
4.2 Estruturas físicas e espaços pedagógicos
Os itens que merecem destaque quanto aos espaços pedagógicos é a
instalação de 6 kits multimídias nas salas de aulas destinadas aos alunos do
momento coletivo, bem como a Rede Wi-Fi que permite o acesso à Internet em
todos os ambientes da escola.
Vale ressaltar que o uso da internet no CEEBJA está regulamentado
pelo Marco civil da Internet (Lei Nº 12.965/14) o usuário acessa o sistema por
meio do seu CPF e login e para a liberação do uso pedagógico tem um voucher
solicitado pelo professor.
Quanto a estrutura física do CEEBJA de Apucarana pode-se afirmar
que comporta todos os alunos, dos três períodos sendo um local de fácil
acesso, uma vez que se localiza na região central e próximo ao Terminal
Urbano.
4.3 Recursos Humanos
De acordo com o Plano de Ação do CEEBJA os profissionais da
educação relatam que há necessidade de continuar o clima de cooperatividade
e solidariedade no ambiente escolar, buscando fortalecer os laços de respeito
mútuo, superando qualquer forma de preconceito e discriminação.
Para dar continuidade a essa prática o CEEBJA vem aproveitando os
momentos das formações das Equipes Multidisciplinares e formações
continuadas ofertadas pela SEED/PR, bem como as horas-atividades
concentradas.
Outra questão é uma proposta da escola em continuar o processo
educativo buscando a parceria dos pais ou responsáveis com o objetivo de
promover um ambiente solidário, cooperativo que favoreça o processo de
ensino-aprendizagem.
A partir de uma construção do conhecimento quanto ao respeito e a
diversidade por parte dos profissionais de educação do CEEBJA pretende-se
uma continuidade na oferta de Atividades e Projetos que fortaleçam esses
97
laços afetivos no ambiente escolar.
4.4 Perfil da Comunidade Escolar
A Comunidade Escolar do CEEBJA ressalta que a modalidade EJA tem
seu ponto alto por apresentar uma estrutura flexível sendo capaz de
contemplar inovações que tenham conteúdos significativos. Os alunos
percebem as formas e tempos diferenciados de aprendizagem. Os limites e
possibilidades de cada educando são respeitados.
Um grande desafio para a Instituição tem sido a presença dos alunos
adolescentes que tem gerado alguns conflitos geracionais, conceituais,
metodológicos e comportamentais. Com este perfil a questão é como atuar
com este novo elemento, desconhecido, se anteriormente o direcionamento era
para a figura passiva do adulto, e agora a escola se defronta com a inclusão do
adolescente nessa modalidade de ensino.
Arroyo (2006) fala de uma nova reconfiguração da EJA, em que os
adolescentes e jovens devem ser vistos primeiramente nas suas
potencialidades e não nas suas carências.
Assim sendo, a escola compreende a adolescência como uma
construção social, e que ela é composta por um conjunto heterogêneo de
indivíduos, com culturas diversificadas, diferentes situações econômicas,
diferentes estilos, comportamentos, interesses, necessidades e ocupações.
Diante deste perfil já mencionado a escola tem como proposta
trabalhar pedagogicamente a teoria e prática a partir de projetos e atividades
que contemplem os conteúdos curriculares com metodologias diversificadas e
muitas vezes individualizadas.
Outro desafio que há de se destacar são as idas e vindas dos alunos
adolescentes, jovens e adultos preconizada por Paiva (2003).
A partir do respaldo da autora acima citada e de acordo com Plano de
Ação da escola quanto à dimensão: Acesso, permanência e sucesso na escola,
a equipe de educadores do CEEBJA de Apucarana vem desenvolvendo o
Projeto “Envolva-me e eu Compreendo”(em anexo) com o objetivo de diminuir
a evasão escolar, por meio de ações dinamizadoras das práticas pedagógicas
visando o interesse dos alunos no processo de ensino/aprendizagem.
98
4.5 Gestão Escolar
Em consonância com o Plano de Ação da escola a equipe de
profissionais da educação ressalta que a equipe de gestão do CEEBJA tem
sido articuladores na organização do trabalho escolar como um todo, buscando
a participação do colegiado e da comunidade escolar em todas as ações
propostas de melhorias para a escola.
O carro chefe da equipe gestora é o foco do trabalho pedagógico,
numa visão holística buscando a coletividade com o objetivo de ofertar uma
escolarização de qualidade nessa modalidade de ensino, oportunizando o
sucesso escolar do aluno adolescente, jovem e adulto da Instituição.
4.5.1 Instâncias Colegiadas
Esses órgãos colegiados Associação de Professores, Alunos e
Funcionários do CEEBJA (APAF), o Grêmio Estudantil, o Conselho Escolar tem
sido de fundamental importância para as tomadas de decisões quanto a
empregabilidade dos recursos financeiros a partir das prioridades postas, bem
como na transparência de prestação de contas.
É importante destacar também a grande atuação desses órgãos
colegiados nas questões pedagógicas.
4.5.2 Equipamentos e Materiais Físicos e Pedagógicos
É merecedor de destaque os kits multimídias nas salas dos momentos
coletivos e também o Wi-Fi que abrange todos os espaços da escola.
A partir da Cultura Digital a equipe de profissionais do CEEBJA tem
adquirido conhecimento das TDIC (Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação) por meio do Curso Conectados 2.0, disponibilizado pela
SEED/PR.
Como resultado tem se constatado a construção do retrato da escola, a
partir de práticas mais significativas promovendo uma ampliação e dinamização
de repertórios de práticas pedagógicas em rede.
Pode-se dizer ainda que todas as verbas advindas são prioritariamente
99
investidas em materiais pedagógicos para atender as necessidades de ensino-
aprendizagem dos alunos, como por exemplo, o aumento expressivo do acervo
de títulos da Biblioteca, instrumentos musicais, materiais para Sala de
Recursos Multifuncional, materiais para Educação Física dentre outros.
O coletivo do CEEBJA entende que é necessário dar continuidade a
empregabilidade dos recursos recebidos sempre priorizando a manutenção e
aquisição dos equipamentos, materiais físicos e pedagógicos que atendam as
necessidades da Comunidade Escolar.
4.5.3 Publicização e Periodicidade do Projeto Político-Pedagógico
O projeto político-pedagógico do CEEBJA tem sido objeto de estudos
para os profissionais da educação em busca da melhoria da qualidade do
ensino. A construção coletiva desse documento tem sido entendida como a
própria organização do trabalho pedagógico.
Esse material expressa todo o trabalho pedagógico realizado no âmbito
escolar, sendo analisado, discutido, replanejado e reconstruído diariamente por
meio das ações desenvolvidas na escola. Sua peridiocidade acontece
efetivamente nas horas-atividades concentrada as quartas e sextas-feiras, uma
vez que, nesses momentos são traçadas metas com vistas a dinamização das
práticas pedagógicas por meio da continuidade ou elaboração de novos
projetos e atividades.
Com esse trabalho norteador de organização do trabalho pedagógico,
ele será publicizado na página oficial da escola.
4.5.4 Avaliação Institucional
As avaliações institucionais do CEEBJA de Apucarana tem
possibilitado traçar metas para uma educação de qualidade na modalidade de
EJA. Os processos avaliativos da escola são realizados de forma coletiva e
democrática.
As informações obtidas com essa avaliação têm norteado a definição
de ações a serem praticadas com vistas ao atendimento pedagógico dos
100
alunos adolescentes, jovens e adultos.
Os resultados desse trabalho realizado pelo CEEBJA têm evidenciado
que todas as ações, pelo coletivo desenvolvidas cada dia a melhoria da
qualidade da à oferta de EJA.
A avaliação mostra também o aprofundamento de compromissos e
responsabilidades dos profissionais da educação, por meio da valorização, da
promoção dos valores democráticos, do respeito às diferenças e à diversidade,
da afirmação da autonomia e da identidade institucional.
4.6 Ensino-aprendizagem
4.6.1 Proposta Pedagógica Curricular/Plano de Trabalho Docente
A escola vem atuando no sentido de implementar ações que venham
dinamizar as práticas pedagógicas para que o aluno adolescente, jovem e
adulto possa efetivar seus conhecimentos.
Para tal os profissionais da educação vem elaborando e
desenvolvendo projetos e atividades com o objetivo de dinamizar ações da
escola para que o aluno permaneça no processo e tenha sucesso em sua
escolarização.
Sendo assim, a preocupação com o acesso, permanência e sucesso
do aluno adolescente, jovem e adulto é uma premissa dos profissionais da
educação que trabalham nessa escola.
Em todos os projetos propostos pode-se dizer que a comunidade tem
participado efetivamente no sentido de colaborar e prestigiar os eventos.
Diante da grande diversidade da escola é possível dizer que mesmo os
alunos com necessidades especiais, adolescentes com medidas
socioeducativas, alunos do Patronato (egressos beneficiados com a
progressão para o regime aberto, liberdade condicional, sentenciados com
trabalhos externos, liberdade vigiada, prestação de serviços à comunidade),
alunos com diversidades sexuais entre outras, respeitam, participam e
valorizam esses projetos e atividades propostas pela escola.
101
Assim cumprindo umas das funções sociais da EJA, essa Instituição
acolhe essas diferenças como forma de inclusão, oportunizando a todos o
saber elaborado por meio da oferta da escolarização. Muitas vezes constata-se
que a escola é um dos únicos meios desses alunos se sentirem inseridos
socialmente.
Os resultados podem ser vistos sob as menções dos projetos que a
escola vem desenvolvendo nas mídias sociais, jornalísticas e televisivas do
Município de Apucarana e região.
Nesse sentido, o CEEBJA entende que há necessidade da
continuidade desse trabalho pedagógico focando uma interligação entre teoria
e prática para efetivação do conhecimento dos alunos jovens e adultos, por
meio de projetos e atividades em diferentes formas que contemplam as várias
áreas do conhecimento.
4.6.2 Avaliação/Recuperação de Estudos
Pautados no princípio da educação que valoriza a diversidade e
reconhece as diferenças, o processo avaliativo do CEEBEJA de Apucarana
como parte integrante da práxis pedagógica está voltado para atender as
necessidades dos educandos, considerando o seu perfil e a função social da
EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção da
autonomia.
No Plano de Ação da escola é evidenciado que essa prática é um
quesito que merece destaque na Instituição.
Um desafio para os professores é elaborar constantemente diversos
instrumentos avaliativos, visando acompanhar a aquisição do conhecimento no
processo de ensino-aprendizagem ressaltando a importância da recuperação
paralela de estudos.
Outro desafio é ter uma equipe de profissionais da educação coesa
que possam compreender as especificidades da modalidade de EJA.
Sendo assim, para que se possa avaliar integralmente, se destaca que
é necessário dar continuidade aos projetos e atividades que favoreçam o
102
entrelaçamento entre teoria e prática com vistas à efetivação do conhecimento
de todos os alunos adolescentes, jovens e adultos da Instituição.
4.6.4 Registros da Prática Pedagógica
O CEEBJA conta com 03 (três) formas de registro da prática
pedagógica sendo elas, o Livro Registro de Classe, para o momento coletivo,
as Fichas de Matrícula, para os alunos do momento individual e também o
registro no Sistema SEJA.
Um grande desafio diz respeito ao preenchimento do Livro Registro de
Classe, uma vez que o professor perde muito tempo em realizar um trabalho de
preenchimento tem que refazer seus registros.
A Instituição espera ansiosamente pelo Livro Registro de Classe On-
line, sendo que essa prática condiz com toda tecnologia de investimento pela
escola em muito dinamizará o trabalho do professor.
Já para o Estágio não Obrigatório Supervisionado o aluno é
acompanhado pela Equipe Pedagógica que registra seu desempenho escolar
mensalmente em instrumentos que são arquivados nas pastas de Estágio.
4.7 Atendimento Educacional Especializado ao público-alvo da Educação Especial e FlexibilizaçãoCurricular
4.7.1 Atividades e/ou serviços ofertados, organização das redes de apoio,
trabalho colaborativo
Para que os trabalhos colaborativos da Sala de Recursos
Multifuncionais do CEEBJA e das diferentes disciplinas ocorram com sucesso
os profissionais da educação tem mantido diálogo constante, somando suas
responsabilidades quanto ao processo de ensino, aprendizagem valorizando as
necessidades e potencialidades dos alunos e assim estabelecendo objetivos
comuns a serem alcançados.
103
4.7.2 Flexibilização Curricular
Sabendo que o currículo não é constituído de conhecimentos
considerados válidos, mas de conhecimentos considerados socialmente válidos
os educadores do CEEBJA partem do princípio em suas práticas pedagógicas,
dos saberes construído que o aluno adolescente, jovem e adulto traz consigo.
O Caderno de Expectativas de Aprendizagem/SEED/PR tem sido um
dos instrumentos norteadores da prática pedagógica, juntamente com as
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais do Paraná, para cada
componente curricular como forma de construir e avaliar os planos de trabalho
docentes.
A partir do trabalho pedagógico com o aluno adolescente, jovem e
adulto, o professor elabora o conteúdo focando no senso comum mediando à
prática a teoria para se chegar a um saber elaborado.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação de
Jovens e Adultos e do Estado do Paraná o currículo, entendido como seleção
da cultura, como processo ordenado da socialização do conhecimento que
engloba toda a ação pedagógica, é o principal elemento de mediação da
prática dos educadores e educandos.
O CEEBJA de Apucarana entende que é necessária uma proposta
curricular flexível para ser capaz de contemplar inovações que tenham
conteúdos significativos.
Nesta perspectiva, há um tempo diferenciado de aprendizagem e não
um tempo único para todos. Os limites e possibilidades de cada educando são
respeitados.
Portanto, é meta da Instituição apresentar propostas viáveis para que o
acesso, a permanência e o sucesso do educando nos estudos estejam
assegurados.
Vale lembrar que os educandos adolescentes, jovens e adultos trazem
uma bagagem de conhecimentos de outras instâncias sociais e essas
experiências de vida são significativas sendo consideradas na atualização
periódica do currículo escolar.
104
Ressalta-se ainda que os resultados das atividades propostas ou
projetos são avaliados no sentido de dar continuidade a essas práticas
evidenciando também, diferentes formas de flexibilização curricular.
4.7.2.1 Estudantes da Educação Especial
Salas de Recursos Multifuncionais
Para os alunos que necessitam de atendimento especial é realizado
um trabalho pedagógico personalizado a partir da Sala de Recursos
Multifuncional, onde se respeita o tempo de aprendizagem de cada um.
Constata-se que eles estão inclusos na Instituição, uma vez eles
participam. Os alunos especiais estão sendo atendidos na Sala Multifuncional,
e estão sendo escolarizados nos momentos coletivos e individuais.
Estudante com Professores de Apoio Educacional Especializado (PAEE)
O professor de Apoio Educacional Especializado do CEEBJA tem
implementado e assessorado ações conjuntas com o professor da organização
individual e coletiva, e também com a direção, equipe técnico–pedagógica e
demais agentes I e II responsáveis pela dinâmica cotidiana da Instituição. Ele
tem atuado como agente de mediação entre aluno/conhecimento, aluno/aluno,
professor/aluno, escola/família, aluno/família, aluno/saúde, entre outros e no
que tange ao processo de inclusão desses alunos como agente de mudanças e
transformação.
Estudantes com Professor Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de
Sinais-Libras
Os alunos surdos do CEEBJA de Apucarana tem tido o atendimento da
mediação de profissional tradutor e intérprete, no processo ensino-
aprendizagem.
Os alunos surdos utilizam a Língua Brasileira de Sinais como meio de
comunicação e uso corrente nas situações cotidianas.
105
Para o professor tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais é
um desafio mediar situações de comunicação entre os alunos surdos e demais
membros da comunidade escolar viabilizando assim, a interação e a
participação efetiva do aluno nas diferentes situações de aprendizagem e
interação no contexto escolar.
Como forma de oportunizar a efetivação do conhecimento em Libras,
aos alunos surdos do CEEBJA e outras escolas regulares, a SEED/NRE de
Apucarana autorizou a abertura de uma Sala de Recursos Multifuncional da
área da Surdez, no período matutino, onde estão atuando um professor
ouvinte, tradutor e intérprete e um professor surdo no CEEBJA de Apucarana.
4.7.2.2 Estudantes amparados pelo Decreto Lei nº 1.044/69, que dispõe
sobre o tratamento excepcional para os portadores de afecções
São considerados merecedores de tratamento excepcional os alunos
de qualquer nível de ensino, portadores de afecções congênitas ou adquiridas,
infecções, traumatismo ou outras condições mórbidas, determinando distúrbios
agudos e sendo assim o CEEBJA de Apucarana respaldado pela Lei nº
1.044/69 assegura a todos os alunos que passam por esse tratamento de
saúde o direito à educação.
4.7.2.3 Estudantes gestantes amparados pela Lei 6.202/75
A partir do oitavo mês de gestação e durante três meses a estudante
em estado de gravidez ficará assistida pelo regime de exercícios domiciliares
instituído pelo Decreto Lei nº 1.044, 21 de outubro de 1969.
O início e o fim do período em que é permitido o afastamento serão
determinados por atestado médico a ser apresentado à Direção da escola.
Em casos excepcionais devidamente comprovados mediante atestado
médico, poderá ser aumentado o período de repouso, antes e depois do parto.
Em qualquer caso, é assegurado às estudantes em estado de gravidez
o direito à prestação dos exames finais.
Cabe dizer que, conforme o que determina essa lei o CEEBJA de
Apucarana vem cumprindo rigorosamente o que é posto.
106
4.7.2.4 Estudantes amparados pela Lei Federal 715/69 Serviço Militar
De acordo com a Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço
Militar) todo convocado matriculado em Órgão de Formação de Reserva que
seja obrigado a faltar a suas atividades civis, por força de exercício ou
manobras, ou reservista que seja chamado, para fins de exercício de
apresentação das reservas ou cerimônia cívica, do Dia do Reservista, terá suas
faltas abonadas para todos os efeitos.
Tem cabido a esta Instituição de Ensino o cumprimento do dispositivo
dessa Lei.
4.7.2.5 Estudantes em cumprimento de medidas sócio educativas
Medidas socioeducativas são medidas aplicáveis a adolescentes
autores de atos infracionais e estão previstas no art. 112 do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA). Apesar de configurarem resposta à prática de
um delito, apresentam um caráter predominantemente educativo.
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê seis tipos de medida
socioeducativa: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de
serviços à comunidade, liberdade assistida, internação em regime fechado e
semiliberdade.
Diante dessa Lei o CEEBJA vem ofertando a escolarização a esses
alunos de forma que possam cumprir esse tipo de medida socioeducativa.
4.7.2.6 Estudantes do Patronato Municipal
Sabendo que o Patronato do Município de Apucarana visa atuar sobre
a questão da criminalidade, enfocando as possibilidades de diminuição da
reincidência criminal, através da assistência jurídica, social, psicológica e
pedagógica aos assistidos, o CEEBJA de Apucarana tem essa parceria com a
Prefeitura garantindo a escolarização desses alunos de forma a inseri-los na
Comunidade Escolar, bem como na sua vida em sociedade.
107
4.8 Articulação entre Diretores, Pedagogos, Professores e demais
Profissionais da Educação
É notória a articulação entre os profissionais da educação como
protagonistas no desenvolvimento de ações, projetos e atividades, buscando
parcerias com os diversos segmentos da sociedade.
Partindo do princípio de uma gestão democrática e participativa é
válido dizer que todo o trabalho pedagógico vem sendo elaborado
coletivamente de forma a desenvolver equipes de lideranças que motivam a
todos a se comprometerem com as atividades propostas, tendo a consciência
que muitos conflitos terão que ser gerenciados para que haja o fortalecimento
da equipe e o sucesso dos resultados.
É de fundamental importância a atuação da gestão democrática como
forma de incentivo às ações previstas na escola, gerando um clima de
acolhimento, transparência, confiança e perseverança durante o tempo todo.
4. 9 Articulação da Instituição com os pais ou responsáveis
O CEEBA de Apucarana oferta a escolarização a alunos adolescentes,
jovens e adultos.
Para os alunos adolescentes é realizado um trabalho pedagógico
diferenciado envolvendo a participação dos pais ou responsáveis durante todo
o processo educativo. Já para os eventos, apresentações e mesmo para as
decisões do colegiado toda a comunidade é motivada a participar.
A sistemática do trabalho pedagógico direcionado aos alunos
adolescentes é realizada de forma diferenciada em consonância com a família
e comunidade escolar. Se o aluno adolescente falta a família já é comunicada e
se mesmo assim, ele continua faltando é encaminhado ao Conselho Tutelar um
instrumento de comunicação de ausência do aluno, próprio do Programa de
Combate ao Abandono Escolar/SEED.
Os pais ou responsáveis dos alunos adolescentes, no ato da matrícula,
recebem orientações, dentre elas, para comparecerem na escola uma vez por
108
mês juntamente com a Equipe pedagógica para ter ciência dos resultados
obtidos pelo aluno nessa modalidade de ensino.
Os pais ou responsáveis dos alunos adolescentes, de uma forma geral,
têm colaborado com a escolarização de seus filhos por meio de suas
participações nas atividades propostas, bem como nas apresentações dos
projetos trabalhados.
Essa prática tem evidenciado a satisfação dos pais, filhos ou
responsáveis pelos adolescentes estarem estudando numa modalidade de
ensino que respeita o tempo, espaço e a cultura de cada um. Deixam
transparecer ainda a alegria em relação aos resultados alcançados, uma vez
que esses alunos sentem-se inclusos nesse processo educacional
diferenciado.
4.10 Formação Continuada dos Profissionais da Educação
Essa Instituição de Ensino tem trabalhado para que cada dia mais, a
partir de uma Formação Continuada dos Profissionais da Educação haja cada
vez mais aprimoramento dos conhecimentos e que eles revertam em novas
práticas, novos olhares, novas metodologias para o sucesso do aluno
adolescente, jovem e adulto.
Os profissionais da educação vêm se capacitando por meio de Cursos
ofertados pela SEED/PR como Grupo de Trabalho em Rede, Curso de
Gestores, Conectados 2.0, Brigada Escolar, Semanas Pedagógica, Formação
em Ação, Formação em Ação Disciplinar, PDE, Equipe Multidisciplinar dentre
outros.
Há de se evidenciar ainda, que as horas atividades concentradas tem
sido de grande relevância, uma vez que se constrói e reconstrói todas a ações
voltadas aos alunos por meio de diretrizes traçadas para dinamizar as práticas
pedagógicas, que são pensadas, analisadas, discutidas e reavaliadas tanto
coletivamente quanto por área do conhecimento.
109
4.11 Acompanhamento e realização da Hora Atividade
É importante reafirmar que o CEEBJA de Apucarana conta com a hora-
atividade concentrada nas quartas-feiras, no período vespertino, destinada aos
professores da sede e às sextas-feiras, no período noturno, destinada aos
professores das Ações Pedagógicas Descentralizadas.
Essa prática tem sido uma conquista de grande importância para todos
os educadores, tendo em vista, que esses momentos tem representado
espaço para estudo de formação continuada e tem oportunizado a reflexão,
discussão e tomadas de decisões que tem alavancado o trabalho pedagógico.
4.12 Organização do Tempo e Espaço Pedagógico, Processos de
Classificação, Reclassificação, Matrícula em Regime de Progressão
Parcial, Critérios de Organização das Turmas e as Ações Didáticas
Pedagógicas
Sabendo que os três eixos norteadores da EJA são: Cultura, Trabalho
e Tempo, o CEEBJA oferta a escolarização em diferentes horários e formas.
Sendo elas, a organização individual e coletiva.
Este Centro conta com Atendimento individual em 10 áreas, nos turnos:
matutino, vespertino e noturno (com horários flexíveis de atendimento, inclusive
aos sábados, no período vespertino). A oferta de escolarização é priorizada
pela organização coletiva.
As turmas de organização coletiva seguem um cronograma
anteriormente previsto tanto na sede quanto nas Ações Pedagógicas
Descentralizadas.
É importante dizer que na sede do CEEBJA todas as disciplinas e
series são ofertadas simultaneamente.
Assim sendo os alunos adolescentes, jovens e adultos podem decidir
qual a melhor forma para concluir seus estudos.
A Instituição trabalha os projetos e atividades extraclasses em horários
diferenciados sem interromper as aulas.
O aluno que chega ao CEEBJA e pode se matricular a qualquer época
do ano é recebido com orientações peculiares a sua necessidade de
110
escolarização. Ele participa de uma reunião de matrícula onde todo o processo
escolar é explanado, utilizando entre outras ferramentas um manual explicativo
que é distribuído ao aluno. Assim ele tem acesso imediato às informações
pertinentes a essa modalidade de ensino que é ofertada pela Instituição.
Sua permanência na escola faz com que ele identifique a melhor forma
de concluir seus estudos, pois todas as disciplinas são ofertadas de forma
simultânea.
Há de se ressaltar que conforme o Regimento Escolar aprovado para o
uso dessa Instituição em 29/04/2016, ato administrativo nº88/2016 é
regimentado ao aluno o Processo de Classificação e Reclassificação.
111
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114
ANEXOS
115
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTE
2017
116
1. Fundamentos teóricos da disciplina
Sabe-se que nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, propõe-
se uma reorientação na política curricular com o objetivo de construir uma
sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para todos.
Pensa-se então que, os sujeitos da Educação Básica, crianças, jovens
e adultos, em geral oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de
diversas regiões e com diferentes origens étnicas e culturais (FRIGOTTO,
2004), devem ter acesso ao conhecimento produzido pela humanidade que, na
escola, é veiculado pelos conteúdos das disciplinas escolares.
As dimensões do conhecimento fundamentam-se nos princípios
teóricos expostos, propõe-se que o currículo da Educação Básica ofereça, ao
estudante, a formação necessária para o enfrentamento com vistas à
transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo. Esta
ambição remete às reflexões de Gramsci em sua defesa de uma educação na
qual o espaço de conhecimento, na escola, deveria equivaler à idéia de atelier-
biblioteca-oficina, em favor de uma formação, a um só tempo, humanista e
tecnológica.
Neste sentido, a arte possibilita uma dimensão artística fruto de uma
relação específica do ser humano com o mundo e o conhecimento. Essa
relação é materializada pela e na obra de arte. que “é parte integrante da
realidade social, é elemento da estrutura de tal sociedade e expressão da
produtividade social e espiritual do homem” (KOSIK, 2002, p. 139). A obra de
arte é constituída pela razão, pelos sentidos e pela transcendência da própria
condição humana.
Sendo assim, um importante objeto de estudo da disciplina de arte é o
conhecimento artístico que possui como características centrais a criação e o
trabalho criador. A arte é criação, qualidade distintiva fundamental da dimensão
artística, pois criar “é fazer algo inédito, novo e singular, que expressa o sujeito
criador e simultaneamente, transcende-o, pois o objeto criado é portador de
conteúdo social e histórico e como objeto concreto é uma nova realidade
social” (PEIXOTO, 2003, p. 39).
Um dos elementos fundamentais da arte é a criação que também faz
parte da educação, pois a escola é a um só tempo, o espaço do conhecimento
117
historicamente produzido pelo homem e espaço de construção de novos
conhecimentos, no qual é imprescindível o processo de criação. Assim, o
desenvolvimento da capacidade criativa dos alunos, inerente à dimensão
artística, tem uma direta relação com a produção do conhecimento nas
diversas disciplinas.
Pensa-se então que, a dimensão artística pode contribuir
significativamente para humanização dos sentidos, ou seja, para a superação
da condição de alienação e repressão à qual os sentidos humanos foram
submetidos.
A disciplina de arte desde o período o período colonial, onde os
Jesuítas eram os atuantes desenvolveu, para grupos de diversas origens, uma
educação de tradição religiosa cujos registros revelam o uso pedagógico da
arte. Este período foi importante na constituição da matriz cultural brasileira e
manifesta-se na cultura popular paranaense.
Com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, uma série de
ações foi iniciada para atender, em termos materiais e culturais, a corte
portuguesa. Entre essas ações, destacou-se a vinda da Missão Francesa, cuja
concepção de arte vinculava-se ao estilo neoclássico, fundamentado no culto à
beleza clássica.
Esse padrão estético entrou em conflito com a arte colonial e suas
características, como o Barroco com destaque na arquitetura e na escultura.
No Paraná, foi fundado o Liceu de Curitiba (1846), hoje Colégio
Estadual do Paraná, que seguia o currículo do Colégio Pedro II, e a Escola
Normal (1876), atual Instituto de Educação, para a formação em magistério.
Sabe-se que o ensino de Arte nas escolas e os cursos de Arte
oferecidos nos mais diversos espaços sociais são influenciados, também, por
movimentos políticos e sociais. Nas primeiras décadas da República, por
exemplo, ocorreu a Semana de Arte Moderna de 1922, um importante marco
para a arte brasileira, associado aos movimentos nacionalistas da época.
No Paraná, houve reflexos desses vários processos pelos quais
passou o ensino da Arte, assim como no final do século XIX, com a chegada
dos imigrantes e, entre eles, artistas, vieram novas ideias e experiências
culturais diversas, como a aplicação da Arte aos meios produtivos e o estudo
sobre a importância da Arte para o desenvolvimento da sociedade. As
118
características da nova sociedade em formação e a necessária valorização da
realidade local estimularam movimentos a favor da Arte se tornar disciplina
escolar.
Surgem então várias escolas de arte que no decorrer dos anos
sofreram transformações e deixaram marcos do desenvolvimento da Arte no
âmbito escolar.
Reconhece-se que os avanços recentes podem levar a uma
transformação no ensino de arte. Entretanto, ainda são necessárias reflexões e
ações que permitam a compreensão da arte como campo do conhecimento, de
modo que não seja reduzida a um meio de comunicação para destacar dons
inatos ou a prática de entretenimento e terapia. Assim, o ensino de arte deixará
de ser coadjuvante no sistema educacional para se ocupar também do
desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída historicamente e
em constante transformação.
2. Conteúdos Curriculares
Na concepção de currículo apresentadas pela DCE, as
disciplinas da terão em seus conteúdos estruturantes, os campos de estudo
que as identificam como conhecimento histórico. Dos conteúdos estruturantes
organizam-se os conteúdos básicos a ser trabalhados por série, compostos
tanto pelos assuntos mais estáveis e permanentes da disciplina quanto pelos
que se apresentam em função do movimento histórico e das atuais relações
sociais. Esses conteúdos, articulados entre si e fundamentados nas respectivas
orientações teórico-metodológicas, farão parte da proposta curricular das
escolas.
Considera-se que a disciplina de Arte deve propiciar ao aluno
acesso ao conhecimento sistematizado em arte. Por isso, propõe-se uma
organização curricular para o CEEBJA a partir dos conteúdos estruturantes que
constituem uma identidade para a disciplina de Arte e possibilitam uma prática
pedagógica que articula as quatro áreas de Arte, sendo eles:
119
ENSINO FUNDAMENTAL
ÁREA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
MÚSICA
6º ano
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Escalas: diatônica Pentatônica Cromática Improvisação
Greco-Romana Oriental Ocidental Africana
7º ano
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Tonal, modal e a fusão de ambos. Técnicas: vocal, instrumental e mista
Indústria Cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, Tecno
8º ano
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Tonal, modal e a fusão de ambos. Técnicas: vocal, instrumental e mista
Indústria Cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, Tecno
9º ano
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Tonal, modal e a fusão de ambos. Técnicas: vocal, instrumental e mista
Indústria Cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, Tecno
120
ENSINO FUNDAMENTAL
ÁREA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
ARTES VISUAIS
6º ano
Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz
Bidimensional Figurativa Geométrica, simetria Técnicas: Pintura, escultura, arquitetura... Gêneros: cenas de mitologia
Arte Greco-Romana Arte Africana Arte Oriental Arte Pré-Histórica
7º ano
Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz
Proporção Tridimensional Figura e fundo Abstrata Perspectiva Técnicas: pintura, escultura, modelagem, gravura... Gêneros: Paisagem, retrato, natureza morta.
Arte Indígena Arte Popular Brasileira e Paranaense Renascimento Barroco
8º ano
Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz
Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Estilização Deformação Técnicas: desenho, fotografia, audiovisual e mista...
Indústria Cultural Arte no Séc. XX Arte Contemporânea
9º ano
Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz
Bidimensional Tridmensional Figura-fundo Ritmo Visual Técnica: Pintura, grafitte, performance... Gêneros: Paisagem
Realismo
Vanguardas
Muralismo e
Arte Latino-
Americana
Hip Hop
121
urbana, cenas do cotidiano...
ENSINO FUNDAMENTAL
ÁREA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
TEATRO
6º ano Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Enredo, roteiro. Espaço Cênico, adereços Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara... Gênero: Tragédia, Comédia e Circo
Greco-Romana Teatro Oriental Teatro Medieval Renascimento
7º ano Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Representação, Leitura dramática, Cenografia. Técnicas: jogos teatrais, mímica, improvisação, formas, animadas... Gêneros: Rua e arena, Caracterização.
Comédia Dell´ Arte Teatro Popular Brasileiro e Paranaense Teatro Africano
8º ano Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Representação de Cinema e Mídias Texto dramático Maquiagem Sonoplastia Roteiro Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica...
Indústria Cultural Realismo Expressionismo Cinema Novo
9º ano Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz
Bidimensional Tridimensional Figura-fundo Ritmo Visual Técnica: Pintura, grafitte, performance... Gêneros: Paisagem urbana, cenas do cotidiano...
Realismo Vanguardas Muralismo e Arte Latino-Americana Hip Hop
122
ENSINO FUNDAMENTAL
ÁREA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
DANÇA
6º ano Movimento Corporal Tempo Espaço
Kinesfera Eixo Ponto de Apoio Movimentos articulares Fluxo (livre e interrompido) Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Dimensões (pequeno e grande) Técnica: Improvisação Gênero: Circular
Pré-história Greco-Romana Renascimento Dança Clássica
7º ano Movimento Corporal Tempo Espaço
Ponto de Apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido e conduzido) Lento, rápido e moderado Níveis (alto, médio e baixo) Formação Direção Gênero: Folclórica, popular e étnica
Dança Popular Brasileira Paranaense Africana Indígena
8º ano Movimento Corporal Tempo Espaço
Giro Rolamento Saltos Aceleração e desaceleração Direções (frente, atrás, direita e esquerda) Improvisação Coreografia Sonoplastia Gênero: Indústria Cultural e espetáculo
Hip Hop Musicais Expressionismo Indústria Cultural Dança Moderna
9º ano Movimento Corporal Tempo Espaço
Kinesfera Ponto de Apoio Peso Fluxo Quedas Saltos Giros Rolamentos Extensão (perto e longe) Coreografia Deslocamento Gênero: Performance e moderna
Vanguardas Dança Moderna Dança Contemporânea
123
ENSINO MÉDIO
ÁREA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
MÚSICA
1ª/3ª séries
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Escalas Modal, Tonal e fusão de ambos. Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico, Pop... Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista Improvisação
Música Popular Brasileira Paranaense Popular Indústria Cultural Engajada Vanguarda Ocidental Oriental Africana Latino-Americana
ENSINO MÉDIO
ÁREA CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ARTES
VISUAIS
1ª/3ª séries
Ponto Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz
Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Perspectiva Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Simetria Deformação Estilização Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação, performance, fotografia, gravura e esculturas, Arquitetura, história em quadrinhos... Gêneros: Paisagem, Natureza-morta, Cenas do Cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia...
Arte Ocidental Arte Oriental Arte Africana Arte Brasileira Arte Paranaense Arte Popular Arte da Vanguarda Indústria Cultural Arte Contemporânea Arte Latino-Americana
124
ENSINO MÉDIO
ÁREA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
TEATRO
1ª/3ª séries
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro-Fórum Roteiro Encenação e leitura dramática Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico Dramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação Direção Produção
Teatro Greco-Romano Teatro Medieval Teatro Brasileiro Teatro Paranaense Teatro Popular Indústria Cultural Teatro Engajado Teatro Popular Indústria Cultural Teatro Engajado Teatro Dialético Teatro Essencial Teatro do Oprimido Teatro Pobre Teatro de Vanguarda Teatro Renascentista Teatro Latino-Americano Teatro Realista Teatro Simbolista
125
ENSINO MÉDIO
ÁREA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
DANÇA
1ª/3ª séries
Movimento Corporal Tempo Espaço
Kinesfera Fluxo Peso Eixo Salto e Queda Giro Rolamento Movimentos articulares Lento, rápido e moderado Aceleração e desaceleração Níveis Deslocamento Direções Planos Improvisação Coreografia Gêneros: Espetáculo, industrial cultural, étnica, folclórica, populares e salão
Pré-história Greco-Romana Medieval Renascimento Dança Clássica Dança Popular Brasileira Paranaense Africana Indígena Hip Hop Indústria Cultural Dança Moderna Vanguardas Dança Contemporânea
3. Metodologia
Diversas são as maneiras de se pensar a Arte e o seu ensino, são
constituídos nas relações socioculturais, econômicas e políticas do momento
histórico em que se desenvolveram. Nesse sentido, as diversas teorias sobre a
arte estabelecem referências sobre sua função social, tais como: da arte poder
servir à ética, à política, à religião, à ideologia; ser utilitária ou mágica;
transformar-se em mercadoria ou simplesmente proporcionar prazer.
São apresentadas nas diretrizes, disciplinas escolares entendidas
como campos de conhecimento, que se identificam pelos respectivos
conteúdos estruturantes e por seus quadros teóricos conceituais.
Considerando esse construtor teórico, as disciplinas são as
pressupostas para a interdisciplinaridade. A partir das disciplinas, as relações
interdisciplinares se estabelecem quando:
Conceitos, teorias ou práticas de uma disciplina são chamados á
discussão e auxiliam a compreensão de um recorte de conteúdo qualquer de
outra disciplina;
126
Ao tratar do objeto de estudo de uma disciplina, buscam-se nos
quadros conceituais de outras disciplinas referenciais teóricos que possibilitem
uma abordagem mais abrangente desse objeto.
A interdisciplinaridade está relacionada ao conceito de contextualização sócio-histórica como princípio integrador do currículo. Isto porque ambas propõem uma articulação que vá além dos limites cognitivos próprios das disciplinas escolares, sem, no entanto, recair no relativismo epistemológico. Ao contrário, elas reforçam essas disciplinas ao se fundamentarem em aproximações conceituais coerentes e nos contextos sócio-históricos, possibilitando as condições de existência e constituição dos objetos dos conhecimentos disciplinares. Ramos (p.1,2004)
“Sob algumas abordagens, a contextualização, na pedagogia, é
compreendida como inserção do conhecimento disciplinar em uma realidade
plena de vivências, buscando o enraizamento do conhecimento explicito na
dimensão do conhecimento tácito. Tal enraizamento seria possível por meio do
aproveitamento e da incorporação de relações vivenciadas e valorizadas nas
quais os significados se originam, ou seja, na trama de relações em que a
realidade é tecida.”
O processo de ensino-aprendizagem contextualizado é um importante
meio de estimular a curiosidade e fortalecer a confiança do aluno. Por outro
lado, sua importância está condicionada á possibilidade de ter consciência
sobre seus modelos de explicação e compreensão da realidade, reconhecê-los
como equivocados ou limitados a determinados contextos, enfrentar o
questionamento, colocá-los em cheque num processo de desconstrução de
conceitos e reconstrução/apropriação de outros.
Nas aulas de arte é necessária a unidade de abordagem dos
conteúdos estruturantes, em um encaminhamento metodológico orgânico, onde
o conhecimento, as práticas e a fruição artística estejam presentes em todos os
momentos da prática pedagógica, em todas as séries da Educação Básica.
Dessa forma, devem-se contemplar, na metodologia do ensino da Arte, três
momentos da organização pedagógica.
Teorizar: fundamenta e possibilita ao aluno que perceba e aproprie a
obra artística, bem como, desenvolva um trabalho artístico para formar
conceitos artísticos.
Sentir e perceber: são as formas de apreciação, fruição, leitura e
acesso à obra de arte.
127
Trabalho artístico: é a prática criativa, o exercício com os elementos
que compõe uma obra de arte.
A prática artística- o trabalho criador- é expressão privilegiada, é o
exercício da imaginação e criação. Apesar das dificuldades que a escola
apresenta para desenvolver essa prática, ela é fundamental, pois a arte não
pode ser apreendida somente de forma abstrata. De fato, o processo de
produção do aluno acontece quando ele interioriza e se familiariza com os
processos artísticos e humaniza seus sentidos.
Na prática pedagógica da EJA, faz-se necessário utilizar de várias
metodologias para atender a diversidade do alunado. Entre algumas práticas
pode-se destacar:
- Aulas expositivas em pequenos grupos da mesma série para reforçar
o conteúdo que está sendo trabalhado;
- Exercícios práticos, escultura, pintura, desenho, para
desenvolvimento e melhor aprendizado do conteúdo;
- Aulas práticas no laboratório de informática, para que os alunos
possam aprofundar seus conhecimentos e fazer pesquisa, dando a eles
oportunidade de utilizar a ferramenta tecnológica, uma vez que muitos alunos
da EJA não possuem acesso a internet e não conta com um computador em
suas residências.
Recursos pedagógicos:
- TV Pen Drive, uma ferramenta muito utilizada nas aulas de arte, por
dar acesso rápido e prático para exposições de vídeos e imagens que são de
muita importância para gerar conhecimento em arte.
- Uso de computadores.
4.1 Artes Visuais
Sugere-se que a prática pedagógica parta da análise e produção de
trabalhos artísticos relacionados a conteúdos de composição em artes visuais,
tais como:
Imagens bidimensionais: desenhos, pinturas, gravuras, fotografia,
propaganda visual;
128
Imagens tridimensionais: esculturas, instalações, produções
arquitetônicas;
Trabalhar com as artes visuais sob uma perspectiva histórica e
crítica, reafirma a discussão sobre essa área como processo intelectual e
sensível que permite um olhar sobre a realidade humano-social, e as
possibilidades de transformação desta realidade.
4.2 Dança
A dança tem seus conteúdos próprios, capazes de desenvolver
aspectos cognitivos que, uma vez integrados aos processos mentais,
possibilitam uma melhor compreensão estética da arte.
Os elementos formais da dança são:
Movimento Corporal: movimento do corpo ou de parte dele
num determinado tempo e espaço;
Espaço: é onde os movimentos acontecem, com a utilização
total ou parcial do espaço;
Tempo: caracteriza a velocidade do movimento corporal (ritmo
e duração)
4.3 Música
Para entender melhor a música, é necessário desenvolver o hábito de
ouvir os sons com mais atenção, de modo que se possa identificar os seus
elementos formadores, as variações e as maneiras como esses sons são
distribuídos e organizados em uma composição musical. Essa atenção vai
propiciar o reconhecimento de como a música se organiza.
A música é formada, basicamente, por som e ritmo e varia em gênero e
estilo.
4.4 Teatro
Para o trabalho de sentir e perceber é essencial que os alunos
assistam a peças teatrais de modo a analisá-las a partir de questões como:
129
Descrição do contexto: nome da peça, autor, direção, local atores,
período histórico de representação;
Análise da estrutura e organização da peça: tipo de cenário e
sonoplastia, expressões usadas com mais ênfase e outros conteúdos
trabalhados em aula;
Análise da peça sob o ponto de vista do aluno: com sua percepção
e sensibilidade em relação á peça assistida.
O Teatro oportunizará aos alunos a análise, a investigação e a
composição de personagens, de enredos e de espaços de cena, permitidas a
interação crítica dos conhecimentos trabalhados com outras realidades
socioculturais.
Essas relações estão presentes, também, em manifestações cênicas
como: danças, jogos e brincadeiras, rituais folguedos folclóricos como o
Maracatu, a Festa do Boi, a Congada, a Cavalhada, a Folia de Reis, entre
outras. Tais manifestações podem ser apreendidas como conhecimento e
experimento cênico que podem contribuir para integrar e desenvolver o
conhecimento estético e artístico do aluno, bem como para ampliar seu modo
de pensar e recompor representações de mundo, a partir dos diferentes meios
socioculturais.
Conteúdos Obrigatórios
Sabe-se que a formação da consciência e da cidadania é um dos
objetivos da escola como um todo. A História não é feita de fatos isolados, é
um processo contínuo e global. Acredita-se que por meio das temáticas dos
desafios educacionais contemporâneos o aluno da EJA, através da
incorporação de atitudes, valores e comportamentos, a capacidade de inserção
e intervenção claras e conseqüentes em sua realidade.
A introdução de Estudos sobre o Paraná (Lei 13.381/01) é significativa
nos sentido de permitir ao aluno conhecer sua realidade local e situar-se como
agente de sua própria história. Estes conteúdos de forma seriada estarão
contemplados na Proposta Pedagógica Curricular da disciplina de Arte e no
Plano de Trabalho.
130
Quanto ao desenvolvimento sócio-educacional dentro da escola, ao
trabalhar História e Cultura afro-brasileira, africana e indígena (Lei n.
11.645/08) torna-se necessário por em foco a história do negro, da África, dos
indígenas e suas dinâmicas culturais, configurações territoriais,e espaços
sociais de forma crítica. Por meio da apresentação de artistas negros,
produções indígenas e de suas obras, poderá a partir de conversas, diálogos,
debates, pesquisas, apresentações, desmistificar preconceitos, desconstruir
imagens (pré) concebidas a respeito da etnia e do continente africano. Por
meio da imagem, pode-se colaborar na rememoração da história da população
negra e na construção da identidade afro-descendente.
A prevenção ao uso indevido de drogas, a sexualidade humana, a
educação Ambiental (Lei Federal nº9795/99, Dec. nº 4201/02), a Educação
Fiscal, o enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente, os Direito
das Crianças e Adolescentes (lei Federal nº 11.525/07), a e Educação
Tributária Dec. nº 1143/99, Portaria nº 413/02.
5. Avaliação
A avaliação está continuamente presente na vida do ser humano. Em
sala de aula não é diferente: professores e alunos sempre estão relacionados a
ela. Na educação, produziram-se uma série de mudanças nas concepções
sobre a avaliação que trouxeram uma série de repercussões e deram novos
caminhos para a sua prática. Neste sentido, a avaliação torna-se uma peça
importante do espaço escolar, principalmente dentro do CEEBJA, por isso a
escolha da avaliação formativa, mediada pelo professor, que promova a
aprendizagem e conte com a participação do aluno.
Cabe a avaliação ajudar o aluno a se desenvolver e avançar, por isso
deve ser conduzido com ética, pois a avaliação é uma grande aliada do aluno e
do professor.
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças
necessárias para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça
mais próxima da comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto
histórico e no espaço onde os alunos estão inseridos
131
Assim sendo, o objetivo da arte no ensino de Jovens e Adultos é
propiciar o aluno o acesso aos conhecimentos presentes nos bens culturais,
por meio de um conjunto de saberes, permitindo que utilize esses
conhecimentos na compreensão das realidades levando em conta as relações
estabelecidas pelos alunos entre conhecimentos em arte e a sua realidade que
se tornam evidentes tanto no processo, quanto na produção individual e
coletiva.
Dessa forma, a avaliação em Arte será diagnóstica e processual e sem
estabelecimento de parâmetros comparativos entre alunos; estará, portanto,
discutindo dificuldades e progressos de cada um a partir de sua própria
produção.
Sendo diagnóstica a avaliação será referência do professor para o
planejamento das aulas e de avaliação dos alunos. Sendo processual abrange
todos os momentos da prática pedagógica. A avaliação será feita por meio de
observação e registro, considerando aspectos experiências (prática) e
conceituais (teóricos), buscando o desenvolvimento do pensamento estático e
a sistematização do conhecimento para a leitura da realidade.
O planejamento deve ser constantemente direcionado, utilizando a
avaliação do professor, da turma, sobre o desenvolvimento das aulas e
também a auto-avaliação dos alunos.
A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são
necessários vários instrumentos de verificação tais como:
Trabalhos artísticos individuais e em grupo
Pesquisas bibliográficas e de campo
Debates em forma de seminários e simpósios
Provas teóricas e práticas
Registros em forma de relatórios, gráficos, portfólio, áudio-visual e
outros.
Por meio desses instrumentos, o professor obterá o diagnóstico
necessário para o planejamento e o acompanhamento da aprendizagem
durante o ano letivo, visando às seguintes expectativas de aprendizagem:
A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e
sua relação com a sociedade contemporânea;
132
A produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em sua
realidade singular e social.
A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas
diversas culturas e mídias relacionadas à produção, divulgação e consumo.
133
6. Referências
BARBOSA, Ana Mae (Org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São
Paulo: Cortez, 2002d.
_______ A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 2002b.
_______ Arte-educação: leitura no subsolo. São Paulo: Cortez, 1997.
BUORO, A. B. Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino de arte. São
Paulo: Educ / Fapesp / Cortez, 2002.
BRASIL, Relações Étnico Raciais e de Gênero. Ministério da Educação,
Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Brasília; 2007.
FERRAZ, Maria H. de T. e FUSARI, Maria F. de Rezende. Metodologia do
Ensino de Arte. São Paulo: Cortez, 1999.
FISCHER, Ernst. A Necessidade da Arte. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara,
1987.
GOMBRICH, E. H.; História da Arte; São Paulo: LTC Editora, 2002
OSTROWER, Fayga. Universo da Arte. 7.ed.Rio de Janeiro: Guanabara,1991.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte e
Artes para a Educação Básica, 2006 Disponível em
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br > Acesso em março de 2010.
PARANÁ, Orientações Curriculares de Educação Artística. Texto preliminar,
Julho 2005.
PARANÁ, Diretrizes Curriculares Da Educação Básica, Arte, Secretaria da
Educação do Paraná, Curitiba, 2008.
PEIXOTO, Maria Inês Hamann. Arte e grande público: a distância a ser
extinta.Campinas: Autores Associados.
134
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA
2017
135
1. Fundamentos teóricos da disciplina
A educação de Jovens e Adultos – EJA, no Estado do Paraná, de
acordo com as suas DIRETRIZES CURRICULARES e em consonância com o
documento apresentado com a segunda proposta preliminar das DIRETRIZES
CURRICULARES ESTADUAIS VERSÃO 2008, para o Ensino Médio de da
Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos,
metodológicos e avaliativos do Ensino de , que norteiam a elaboração da
proposta curricular desta disciplina.
Partindo do pressuposto que a Ciência não se constitui numa verdade
absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e
aprendizagem da do contexto escolar, de modo que o modelo tradicional do
ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem
a devida reflexão seja superado por um modelo que se desenvolva a
capacidade dos educandos em buscar explicações científicas para os fatos,
através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.
É necessário distinguir os campos de atuação da Ciência, seus
contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de
no contexto escolar. A disciplina de tem como objeto de estudo o fenômeno
VIDA. Ao longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos
elaborados sobre este fenômeno, numa tentativa de explicá-lo e, ao mesmo
tempo, compreendê-lo.
Desde os estudiosos de química e física do iluminismo, herdeiros dos
filósofos que tentaram explicar os fenômenos naturais na antiguidade, aos
naturalistas que se ocupavam da descrição das maravilhas naturais do novo
mundo, passando pelos pioneiros do campo da medicina, todos contribuíram
no desenvolvimento de campos de saber que acabaram reunidos, na escola,
sob o nome de ciências, ciências físicas e biológicas, ciências da vida, ou
ciências naturais (FERNANDES, 2005, p. 04).
A preocupação com a descrição dos seres vivos e dos fenômenos
naturais levou O ser humano a diferentes concepções de VIDA, de mundo e de
seu papel como parte deste. Tal interesse sempre esteve relacionado à
necessidade de garantir a sobrevivência humana.
136
Desde o paleolítico, o ser humano, caçador e coletor, as observações
dos diferentes tipos de comportamento dos animais e da floração das plantas
foram registradas nas pinturas rupestres como forma de representar sua
curiosidade em explorar a natureza.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção
das diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações no
ensino, buscou-se, na história da ciência, os contextos históricos nos quais
influências religiosas, econômicas, políticas e sociais impulsionaram essa
construção.
O breve histórico apresentado nestas Diretrizes pretendeu mostrar
como se deu a construção do pensamento biológico, cujos recortes mais
importantes fundamentam a escolha dos conteúdos estruturantes da disciplina
de .
Para a ciência, em especial para a , esta construção ocorre em
movimentos não-lineares, com momentos de crises, de mudanças de
paradigmas
e de busca constante por explicações sobre o fenômeno VIDA.
Organizar os conhecimentos biológicos construídos ao longo da
história da humanidade e adequá-los ao sistema de ensino requer
compreensão dos contextos em que a disciplina de é contemplada nos
currículos escolares.
No Brasil, a primeira tentativa de organização do ensino
correspondente ao atual ensino médio foi a criação do Colégio Pedro II, no Rio
de Janeiro, em 1838.
Nessa organização havia poucas atividades dedicadas às ciências
como a história natural, química, física e a matemática, com predomínio da
formação humanista.
Entendida como busca da verdade, com base no pensamento
mecanicista, a ciência, no ensino, tinha reforçada a sua tradição descritiva, cuja
metodologia estava centrada em aulas expositivas, com adoção de livros
didáticos importados da França que traziam informações atualizadas relativas à
área. Era adotado o método experimental como instrumento de reforço à teoria
científica.
137
Na década de 1930, com a criação dos cursos superiores de ciências
naturais, os currículos escolares ampliaram a abordagem dos conhecimentos
biológicos, considerando também os fatores sociais e econômicos. Em termos
metodológicos, entretanto, manteve-se a ênfase no conteúdo, num ensino por
natureza descritivo, livresco, teórico e memorístico.
Na década de 1950, a tendência da abordagem pedagógica em
ciências era tratar os conteúdos considerando os vários grupos de organismos
separadamente, e as suas relações filogenéticas (KRASILCHIK, 2004, p. 14).
As aulas práticas tinham como meta tão somente ilustrar as aulas teóricas.
Destaca-se, nesse período, a incorporação curricular de conteúdos decorrentes
da produção científica após a Segunda Guerra Mundial.
Com as primeiras instituições brasileiras de produção de materiais
didáticos para o ensino de ciências2, foi criado, em 1946 o Instituto Brasileiro
de Educação, Ciência e Cultura (IBECC) cujo objetivo era “promover a melhoria
da formação científica dos alunos que ingressariam no ensino superior e,
assim, contribuir de forma significativa ao desenvolvimento nacional” (BARRA
& LORENZ, 1986, p. 1971), pretendendo, deste modo, promover a melhoria da
qualidade do ensino.
No final dos anos de 1950, com a União Soviética em vantagem na
corrida espacial, decorrente do lançamento do primeiro satélite artificial, o
ensino de ciências foi questionado tanto nos Estados Unidos quanto na
Inglaterra, o que gerou importantes investimentos na formação docente e na
produção de material didático naqueles países.
Diante disto, na década de 1960, os Estados Unidos produziram o
material curricular Biological Sciences Curriculum Study (BSCS) para a
disciplina de .
Ainda na década de 1960, conforme Krasilchik (2004), três fatores
provocaram alterações no ensino de ciências no Brasil:
• o progresso da ;
• a constatação internacional e nacional da importância do ensino
de ciências como fator de desenvolvimento;
• a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no 4.024, de 2
de dezembro de 1961, que transferiu as decisões curriculares da
138
administração federal para um sistema de cooperação entre a União, os
Estados e os Municípios.
Na década de 1970, sob o impacto da revolução técnico-científica, as
questões ambientais decorrentes da industrialização desencadearam uma nova
concepção sobre o ensino de ciências e passou-se a discutir as implicações
sociais do desenvolvimento tecnológico e científico.
O sistema de ensino brasileiro sofreu mudanças significativas com a
promulgação da Lei n. 5.692/71 que reformulou o ensino (básico) estruturando
o primeiro e segundo graus. Essa lei trazia, dentre outras alterações, o
estabelecimento de um ensino tecnicista e a formação técnica compulsória
para o segundo grau, visando atender o regime vigente, voltado para a
ideologia do nacionalismo desenvolvimentista (DEMARCHI D‟AGOSTINI,
2000). “A escola secundária deve servir agora não mais à formação do futuro
cientista ou profissional liberal, mas principalmente ao trabalhador, peça
essencial para responder às demandas do desenvolvimento” (KRASILCHIK,
1987, p. 18).
Em meio à crise da década de 1980, foram feitas várias críticas às
concepções que prevaleciam nos projetos para o ensino de ciências da década
anterior. O ponto central dessas críticas estava relacionado à ideia de ciência
positivista e à metodologia científica usada pelo aluno.
Tais projetos eram permeados por uma concepção empírico-indutivista
para o ensino de . Os conteúdos dessa disciplina eram aprendidos com base
na observação, a partir da qual poderiam ser explicados por raciocínios lógicos
comprovados pela experimentação, essa deveria garantir a revelação de novos
fatos de forma que o ciclo se fechava. Voltava-se, então, à observação, depois
ao raciocínio e depois à experimentação.
Nos anos de 1980, a redemocratização do Brasil colocou em pauta
pesquisas sobre a aprendizagem dos conceitos científicos, envolvendo a
psicogênese desses conceitos e suas implicações na aprendizagem das
ciências.
Na década de 1990, as discussões sobre os processos de ensino-
aprendizagem em ciências foram “prioritariamente desenvolvidas a partir dos
modelos de mudança conceitual. [...] visando à construção de metodologias
139
que (permitiam) a apropriação de conceitos científicos por parte dos alunos, a
partir de diferentes enfoques construtivistas” (LOPES, 1999, p. 201).
Em 1998, foram promulgadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para
o Ensino Médio (DCNEM – Resolução CNE/CEB n. 03/98), para normatizar a
LDB n. 9.394/96.
O ensino passou a ser organizado por áreas de conhecimento, ficando
a disposta na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) enfatizaram o
desenvolvimento de competências e habilidades em prejuízo de uma
abordagem mais aprofundada dos conteúdos, direcionando o ensino para
temas e desenvolvimento de projetos considerados necessários para a vida do
aluno.
Os conhecimentos expressos nos PCN apontaram como objeto de
estudo da disciplina o fenômeno VIDA, em sua diversidade de manifestações.
Os conceitos básicos da, porém, foram apresentados de forma reducionista,
com ênfase nos resultados da ciência e omissão do seu processo de produção,
sem abordagem histórica (NARDI, 2002; BIZZO, 2004).
Estas Diretrizes Curriculares, portanto, fundamentam-se na concepção
histórica da ciência articulada aos princípios da filosofia da ciência. Ao partir da
dimensão histórica da disciplina, foram identificados os marcos conceituais da
construção do pensamento biológico. Estes marcos foram adotados como
critérios para escolha dos conteúdos estruturantes e dos encaminhamentos
metodológicos.
2. Objetivos Gerais
A disciplina de tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA. Ao
longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre
este fenômeno, numa tentativa de explicá-lo e, ao mesmo tempo,
compreendê-lo.
Desde os estudiosos de química e física do iluminismo, herdeiros dos
filósofos que tentaram explicar os fenômenos naturais na antiguidade, aos
naturalistas que se ocupavam da descrição das maravilhas naturais do novo
mundo, passando pelos pioneiros do campo da medicina, todos contribuíram
140
no desenvolvimento de campos de saber que acabaram reunidos, na escola,
sob o nome de ciências, ciências físicas e biológicas, ciências da vida, ou
ciências naturais (FERNANDES, 2005, p. 04).
A preocupação com a descrição dos seres vivos e dos fenômenos
naturais levou o ser humano a diferentes concepções de VIDA, de mundo e de
seu papel como parte deste. Tal interesse sempre esteve relacionado à
necessidade de garantir a sobrevivência humana.
Desde o paleolítico, o ser humano, caçador e coletor, as observações
dos diferentes tipos de comportamento dos animais e da floração das plantas
foram registradas nas pinturas rupestres como forma de representar sua
curiosidade em explorar a natureza.
No entanto os conhecimentos apresentados pela disciplina de no
Ensino Médio não resultam da apreensão contemplativa da natureza em si,
mas dos modelos teóricos elaborados pelo ser humano – seus paradigmas
teóricos –, que evidenciam o esforço de entender, explicar, usar e manipular os
recursos naturais.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção
das diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações no
ensino, buscou-se, na história da ciência, os contextos históricos nos
quais influências religiosas, econômicas, políticas e sociais impulsionaram
essa construção.
141
3. Conteúdos Curriculares
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Organização dos
Seres Vivos
Mecanismos
Biológicos
Biodiversidade
Manipulação
Genética
Classificação dos seres vivos: critérios taxionômicos e
filogenéticos.
*Sistemas Biológicos: Anatomia, Morfologia e Fisiologia
*Mecanismos de desenvolvimento embriológico
*Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
*Teorias evolutivas.
*Transmissão das características hereditárias.
*Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e
interdependência com o ambiente.
*Organismos geneticamente modificado.
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Conteúdos Obrigatórios
No ensino de Biologia, alguns aspectos são considerados essenciais
tanto para a formação do professor quanto para a atividade pedagógica. Para
compreender os pensamentos que contribuíram na construção das diferentes
concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações no ensino, buscou-
se, na história da ciência, os contextos históricos nos quais influências
religiosas, econômicas, políticas e sociais impulsionaram essa construção.
É necessário que os conteúdos específicos de sejam entendidos em
sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas do
conhecimento físico, químico e biológico, mas visando uma abordagem
integradora.
Tais conteúdos podem ser entendidos a partir da mediação didática
estabelecida pelo professor de , fazendo uso de estratégias que procurem
estabelecer relações interdisciplinares e contextuais, envolvendo dessa forma,
conceitos de outras disciplinas e questões tecnólogicas, sociais, culturais,
éticas e politicas.
No âmbito de relações contextuais, ao elaborar o plano de trabalho
docente, será previsto a abordagem da Cultura e Historia Afro-Brasileira (Lei
10.639/03), História e Cultura dos Povos Indígenas (Lei 11.645/08), Educação
Ambiental (Lei 9.795/99), História do Paraná (Lei nº 13381/01), Educação
Fiscal, Direito das Crianças e Adolescentes (Lei Federal nº11525/07),
Enfrentamento à violência contra criança e o adolescente, Sexualidade
Humana e Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
O professor, como responsável pela mediação entre o conhecimento
científico escolar representado por conceitos e modelos e as concepções
alternativas dos estudantes, deve utilizar encaminhamentos metodológicos e
recursos diversos, planejados com antecedência, para assegurar a
interatividade no processo ensino-aprendizagem e a construção de conceitos
de forma significativa pelos estudantes. É importante que o professor tenha
autonomia para fazer uso de diversas abordagens, de modo que o processo
ensino-aprendizagem em resulte de uma rede de interações sociais entre
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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estudantes, professores e o conhecimento cientifico escolar selecionado para o
trabalho em um ano letivo.
Nesse sentido, algumas possibilidades são: as observações; o trabalho
de campo; os jogos de simulação; visitas a indústrias e fazendas; projetos;
produção de textos; palestras; debates; seminários; aulas práticas; pesquisas;
feiras de ciências; montagens de painéis e murais.
O processo ensino-aprendizagem pode ser melhor articulado com o
uso de recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente,
tais como: livro didático, texto de jornal, revista cientifica, figuras revistas em
quadrinhos, musica, quadro de giz, mapas ( geográficos, sistemas biológicos,
entre outros), globo, modelos didáticos ( torso, esqueleto, célula, olho,
desenvolvimento embrionário, entre outros), microscópio, lupa, televisor,
computador, DVD, retroprojetor, organogramas, mapas conceituais, mapas de
relações, diagramas, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros.
Diante de todas essas considerações propõem-se alguns elementos da
prática pedagógica a serem valorizados no ensino de , tais como: a abordagem
problematizadora, a relação contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a
leitura cientifica, a atividade em grupo, a observação, a atividade experimental,
os recursos instrucionais e o lúdico entre outros.
4. Metodologia
Compreender o fenômeno da VIDA e sua complexidade de relações,
na disciplina de , significa analisar uma ciência em transformação, cujo caráter
provisório permite a reavaliação dos seus resultados e possibilita repensar,
mudar conceitos e teorias elaborados em cada momento histórico, social,
político, econômico e cultural.
As ciências biológicas têm apresentado uma expansão em seus
conteúdos no decorrer dos tempos.
De uma ciência que se concentrava na descrição e nos conhecimentos
qualitativos, com o desenvolvimento na bioquímica e na biofísica, de processos
experimentais e de mensuração, bem como da análise estatística, a passou a
ser um campo de conhecimento com leis gerais, o que alargou e aprofundou
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suas dimensões, tornando muito difícil para o professor decidir o que deve ser
fundamental, portanto incluído em seu curso e o que deve ser acessório,
podendo consequentemente ser deixado de lado (KRASILCHIK, 2004, p. 45).
Essa expansão contribuiu para o caráter enciclopédico assumido pela
prática pedagógica, inclusive pela falta de critérios de seleção que
permitissem ao professor decidir o que era fundamental e o que era acessório.
A esse caráter enciclopédico somou-se a questão do tempo escolar,
obviamente insuficiente para abranger um currículo tão extenso. Assim, os
professores justificavam sua prática a-histórica, cuja intenção era divulgar os
resultados da ciência.
Se, por um lado, os conteúdos se tornavam a-históricos e
enciclopédicos, por outro, não se abria mão do conhecimento científico que
garantia o objeto de estudo da .
Estas Diretrizes Curriculares para o ensino de firmam-se na
construção a partir da práxis do professor. Objetiva-se, portanto, trazer os
conteúdos de volta para os currículos escolares, mas numa perspectiva
diferenciada, em que se retome a história da produção do conhecimento
científico e da disciplina escolar e seus determinantes políticos, sociais e
ideológicos.
A proposição dos conteúdos estruturantes na disciplina de sugere,
inicialmente, a possibilidade de selecionar conteúdos específicos que farão
parte da proposta curricular da escola. Outra possibilidade, igualmente
importante, é relacionar os diversos conhecimentos específicos entre si e com
outras áreas de conhecimento, propiciando reflexão constante sobre as
mudanças conceituais em decorrência de questões emergentes.
Os quatro paradigmas metodológicos do conhecimento biológico,
abordados anteriormente, o descritivo, o mecanicista, o evolutivo e o da
manipulação genética representam um marco conceitual na construção do
pensamento biológico identificado historicamente. De cada marco define-se um
conteúdo estruturante e destacam-se metodologias de pesquisa utilizadas, à
época, para compreender o fenômeno VIDA, e cuja preocupação está em
estabelecer critérios para seleção de conhecimentos desta disciplina a serem
abordados no decorrer do ensino médio.
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Embora os conteúdos estruturantes tenham sido identificados como
concepções paradigmáticas do conhecimento biológico localizadas no tempo
histórico, eles são interdependentes, pois se considera neste caso, o esforço
empreendido para ampliar os modelos teóricos interpretativos de fatos e
fenômenos naturais estudados pela . Essa concepção metodológica permite
que um mesmo conteúdo específico seja estudado em cada um dos conteúdos
estruturantes, considerando-se a abordagem histórica que determinou a
constituição daquele conteúdo estruturante e o seu propósito.
Assim, se o desenvolvimento dos conteúdos estruturantes se der de
forma integrada, na medida em que se discuta um determinado conteúdo
relacionado ao conteúdo estruturante Biodiversidade, por exemplo, requerem-
se conhecimentos relacionados aos conteúdos estruturantes Mecanismos
Biológicos e Organização dos Seres Vivos para compreender por que
determinados fenômenos acontecem, como a VIDA se organiza na Terra e
quais implicações dos avanços biológicos são decorrentes da manipulação do
material genético, conteúdo este relacionado ao conteúdo estruturante
Manipulação Genética.
Ainda com relação à abordagem metodológica, é importante que o
professor de , ao elaborar seu plano de trabalho docente, garanta o previsto na
Lei n. 10.639/03 que torna obrigatória a presença de conteúdos relacionados à
história e cultura afro-brasileira e africana. Igualmente deve ser resguardado o
espaço para abordagem da história e cultura dos povos indígenas, em
concordância com a Lei n. 11.645/08.
A abordagem pedagógica sobre a história e cultura afro-brasileira e
africana, bem como, sobre a cultura indígena, poderá ser desenvolvida por
meio de análises que envolvam a constituição genética da população brasileira.
Os conteúdos específicos a serem trabalhados devem estar relacionados tanto
aos conteúdos estruturantes quanto aos conteúdos básicos da disciplina de
forma contextualizada, favorecendo a compreensão da diversidade biológica e
cultural.
Quanto ao trabalho envolvendo a educação ambiental, em
concordância com a Lei n. 9.795/99 que institui a Política Nacional de
Educação Ambiental, este deverá ser uma prática educativa integrada,
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contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos.
Portanto é necessário que o professor contextualize esta abordagem em
relação aos conteúdos estruturantes, de tal forma que os conteúdos
específicos sobre as questões ambientais não sejam trabalhados
isoladamente. Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a
disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao
educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado
com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa
contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, em
lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A
essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário
transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode
deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas são muito comuns
na disciplina de , devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a
ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta
contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática,
deixando de lado o saber acadêmico.
É necessário, dentro das necessidades da disciplina trabalhar
conteúdos referentes ao Desenvolvimento Socioeducacional:
1 - Cidadania e Direitos Humanos(Programa Bolsa família, Educação
Fiscal, Programa de Erradicação do trabalho Infantil-PETI, Programa Escola
Aberta, Programa de Saúde na Escola); 2- Educação Ambiental(já citada); 3-
Enfrentamento à Violência (Programa de Educação das Unidades
Socioeducativas-PROEDUSE); 4- Prevenção ao uso indevido de Drogas; 5-
Educação Fiscal.
Também sobre a temática Gênero e Diversidade Sexual nas aulas de .
Lembrando que faz parte da Diversidade: Relações Étnico-Raciais e Afro
descendência(já citada); Educação Escolar Indígena(já citada); Gênero e
Diversidade Sexual; Educação do Campo.
Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina
de é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do
pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba
o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua
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linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse
processo.
É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador,
que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o
olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.
A busca de soluções para as problematizações constitui-se em
referência fundamental no ensino de . Quando elaborada individual ou
coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos
educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar
que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual,
respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo.
Uma estratégia comum em é a utilização de experimentos e práticas
realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido
e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações
muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do
laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais
do cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou eventos para se
desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas
realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e
diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser
acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o
professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas
de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a
realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o
acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as
explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É
comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a
explicação encontrada pelos alunos.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização
do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal
forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do
livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um
dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao
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professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria
realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à
realidade dos alunos.
Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar
aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos.
Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem
diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre
os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem
ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos.
Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem
como a coerência dos mesmos no processo educativo.
5. Avaliação
O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de
desenvolver a reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do
conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do
conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do
caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo
educador.
O ensino de na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de
educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de
ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar
sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico
diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos,
considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador
compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento,
caracterizando-o como um exercício de aprendizagem.
Partindo da idéia de que a metodologia deve estar respeitando o
conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico
no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo
estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador
terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na
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forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do
processo.
A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou
classificatório, visto que o ensino de deve respeitar e valorizar a realidade do
educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram
origem à sua exclusão do processo educativo.
Deste modo, na disciplina de , avaliar implica um processo cuja
finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática
pedagógica para nela intervir e reformular os processos de ensino-
aprendizagem. Pressupõe- se uma tomada de decisão, em que o aluno
também tome conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e organize-
se para as mudanças necessárias.
Destaca-se que este processo deve procurar atender aos critérios para
a verificação do rendimento escolar previstos na LDB n. 9394/96 que considera
a avaliação como um processo “contínuo e cumulativo, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos”.
De acordo com o regimento escolar serão utilizados para avaliação os
seguintes instrumentos:
seminários
atividades escritas ( provas, relatórios, dissrtações,
sínteses);
atividades orais ( provas, debates, palestras);
pesquisas ( de campo, bibliográficas);
trabalho em grupo e/ou individual.
Os registros de notas do ensino de serão 4 (quatro) médias, as quais
correspondem as provas individuais escritas e a outros instrumentos avaliativos
adotados.
Quando o aluno não atingir a cada avaliação a média 6,0 (seis vírgula
zero) será reto mado os conteúdos não apreendidos e ofertada a uma nova
avaliação para a recuperação dos estudos.
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6. Referências
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NARDI,R. Questões Atuais no Ensino de Ciências. São Paulo:
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BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
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Brasília, 2004.
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CUNHA, S.B. da & GUERRA,A.J.T. A Questão Ambiental. Diferentes
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SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores
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Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes do “I e II Encontro de
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Educação. vol.27,n.º 01. Edição 2002, disponível em
www.ufsm.br/ce/revista/index.htm
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS
2017
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1. Fundamentos da Disciplina
A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento
científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico,
entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o
Universo em toda a sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar
racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações
entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força,
campo, energia e vida.
A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente
construída, que influencia e sofre influência de questões sociais, tecnológicas,
culturais, éticas e políticas, por outro lado ela não revela a verdade, mas
propões modelos explicativos construídos a partir da aplicabilidade de métodos
científicos. Tais modelos são construções humanas que permitem
interpretações a respeito de fenômenos resultantes das relações entre os
elementos fundamentais que compõem a Natureza.
A historicidade da ciência está ligada não somente ao conhecimento
científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é
produzido, as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que as
apóiam. Para Gaston Bachelard existem três grandes períodos do
desenvolvimento do conhecimento científico: o estado pré-científico, o estado
científico e o novo espírito científico.
O estado pré-científico compreenderia tanto Antiguidade clássica
quanto os séculos de renascimento e de novas buscas, como os séculos XVI,
XVII e até XVIII. É um período marcado pela construção racional e empírica do
conhecimento científico, aqui se buscou a superação das explicações míticas,
com base em sucessivas observações empíricas e descrições técnicas de
fenômenos da natureza, além de intenso registro dos conhecimentos
científicos.
O estado científico, fim do século XVIII, e estenderia por todo o século
XIX e início do século XX. Esse período é marcado buscou-se a universalidade
do método cartesiano de investigação dos fenômenos da Natureza, com maior
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divulgação do conhecimento científico em obras caracterizadas por uma
linguagem mais compreensível.
No estado do novo espírito científico, a partir de 1905, momento em
que a Relatividade de Einstein deforma conceitos primordiais que eram tidos
como fixados para sempre, é o período fortemente marcado pela aceleração da
produção científica e a necessidade de divulgação, em que a tecnologia
influenciou e sofre influências dos avanços científicos.
O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de
poder que se estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo
papel reservado à educação na socialização desse conhecimento e no conflito
de interesses entre antigas e recentes profissões.
Do início do século XX, aos anos de 1950, a sociedade brasileira
passou por transformações significativas rumo á modernização, isso resultou
em alterações no currículo de ciências favorecendo reformas políticas no
âmbito da escola. Em 1931 a Reforma Francisco Campos, iniciou a
consolidação da disciplina de Ciências, no currículo das escolas, com o
objetivo de transmitir conhecimentos científicos provenientes de diferentes
ciências naturais de referência já consolidadas no currículo escolar brasileiro.
Na década de 40, o Reforma Capanema, objetivava a preparação de uma elite,
mesmo que em minoria, para ingresso na universidade. Em 1946 surgiu o
IBECC (Instituto Brasileiro de Educação, Ciências e Cultura), com isso a
realidade do ensino de ciências sofreu mudanças significativas, pois foram
estimuladas discussões sobre os livros didáticos de Ciências, que até então
refletiam o pensamento pedagógico europeu para essa disciplina. Em meados
da década de 1950, o ensino de ciências passou por um processo de
transformação no âmbito escolar, sob a justificativa da necessidade do
conhecimento científico para a superação da dependência tecnológica, isso
tinha como objetivo tornar o país autossuficiente. A LDB nº. 4024/61, apontou
para o fortalecimento, ampliação e consolidação do ensino de Ciências no
currículo escolar. Com a Lei nº. 5692/71, o ensino de Ciências passou a
assumir compromisso de suporte de base para a formação de mão-de-obra
técnico-científica no segundo grau visando às necessidades do mercado de
trabalho e do desenvolvimento industrial e tecnológico do país.
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Apesar da consolidação da disciplina de ciências no currículo escolar e
dos investimentos em pesquisas científicas desde os anos de 1950, na década
de 1980 o ensino de Ciências orientava-se por um currículo centrado nos
conteúdos e atrelado a discussões sobre problemas sociais, ambientais, que se
avolumavam no mundo, o que mudava substancialmente os programas
vigentes, que determinaram profundas transformações nas propostas das
disciplinas científicas.
Com isso o objetivo primordial do ensino de Ciências, antes focado na
formação do futuro cientista, ou na qualificação do trabalhador, volta-se à
análise das implicações da produção científica, com vistas a preparar o cidadão
para viver melhor e participar do processo de redemocratização iniciado em
1985.
O método científico, até então utilizado como estratégia de
investigação no ensino de Ciências, cedeu espaço para aproximações entre
ciência e sociedade, com vistas a correlacionar a investigação científica a
aspectos políticos, econômicos e culturais, com isso houve uma valorização
dos conteúdos científicos mais próximos do cotidiano, no sentido de identificar
problemas e propor soluções.
No final da década de 1980, no Estado do Paraná, a SEED, propôs o
Currículo Básico para o ensino de 1º grau, construído sob o referencial teórico
da pedagogia histórico-crítica. Esse currículo, ainda sob a LDB nº. 5692/71,
apresentou avanços consideráveis para o ensino de Ciências, assegurando
sua legitimidade e constituição de sua identidade para o momento histórico
vigente, pois valorizou a reorganização dos conteúdos específicos escolares
em três eixos norteadores e a integração dos mesmos em todas as séries do 1º
Grau.
Com o advento da LDB n 9394/96, foram produzidos os Parâmetros
Curriculares Nacionais, cujos fundamentos contribuíram para a
descaracterização da disciplina de ciências, uma vez que os conteúdos
sofreram interferência dos projetos curriculares e extracurriculares. A ênfase no
desenvolvimento de atitudes e valores, bem como no trabalho pedagógico com
os temas transversais, esvaziaram o ensino dos conteúdos científicos da
disciplina de Ciências.
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Página 156
A partir de 2003, iniciou-se no Paraná um processo de discussão
coletiva com objetivo de produzir novas diretrizes Curriculares para estabelecer
novos rumos e uma nova identidade para o ensino de Ciências. Considerando
a partir de então um posicionamento contrário a um único método cientifico,
propõe como recurso metodológico o pluralismo metodológico, que permita aos
estudantes superarem os obstáculos conceituais oriundos de sua vivência
cotidiana, com isso considera-se que no processo ensino-aprendizagem a
construção de conteúdos pelo estudante não difere, em nenhum aspecto, do
desenvolvimento de conceitos não sistematizados que traz de sua vida
cotidiana.
Ao professor cabe o papel de realizar a mediação entre o que o
estudante já sabe (conhecimento cotidiano) e que se pretende que ela aprenda
(conhecimento científico), para que isso ocorra é importante destacar o
conceito de zona de desenvolvimento proximal, para Vygostky esse conceito
representa a distância entre o que o estudante já sabe e consegue
efetivamente fazer e resolver por ele mesmo e o que o estudante ainda não
sabe, mas pode vir a saber, com a mediação de outras pessoas. O professor
quando toma esse conceito como fundamento do processo pedagógico
propicia que o estudante realize sozinho, aquilo que hoje realiza com a ajuda
do professor (mediação).
O conhecimento cientifico mediado para o contexto escolar sofre um
processo de didatização, mas não se confunde como conhecimento cotidiano,
nesse processo de mediação o conhecimento científico sofre uma adequação
para o ensino, na forma de conteúdos escolares, tanto em termos de
especificidade conceitual como de linguagem.
Com isso o ensino de Ciências deixa de ser encarado como mera
transmissão de conceitos científicos, para ser compreendido como processo de
formação de conceitos científicos, possibilitando a superação das concepções
alternativas dos estudantes e o enriquecimento de sua cultura científica. Essa
superação ocorrerá de fato quando a aprendizagem for significativa no ensino
de ciências, isso implica no entendimento de que o estudante aprende
conteúdos científicos escolares quando lhes atribui significados. O estudante
constrói significados cada vez que estabelece relações “substantivas e não-
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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arbitrárias” entre o que conhece de aprendizagens anteriores e o que aprende
de novo.
Para Moreira, as relações que se estabelecem entre o que o estudante
já sabe e o conhecimento científico a ser ensinado pela mediação do professor
não são arbitrárias, pois dependem da organização dos conteúdos; de
estratégias metodológicas adequadas; de material didático de apoio
potencialmente significativo; e da ancoragem em conhecimentos
especificamente relevantes já existentes na estrutura cognitiva do estudante.
Com isso a construção de significados pelo estudante é o resultado de uma
complexa rede de interações composta por no mínimo três elementos: o
estudante, os conteúdos científicos escolares e o professor de Ciências como
mediador do processo de ensino-aprendizagem.
No ensino de Ciências, portanto deve-se trabalhar com os conteúdos
científicos escolares e suas relações conceituais, interdisciplinares e
contextuais, considerando a zona de desenvolvimento proximal do estudante,
permitindo que ele possa estabelecer uma aprendizagem significativa.
2. Objetivos Gerais
Estudar o conhecimento científico que resulta da investigação
da natureza.
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3. Conteúdos Curriculares C
on
teú
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Estr
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Con
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Bá
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os
5ª
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Bá
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8ª
sé
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AS
TR
ON
OM
IA
Universo Sistema Solar Movimentos terrestres Movimentos celestes Astros
Astros Movimentos terrestres Movimentos celestes
Origem e evolução do Universo
Astros Gravitação universal
MA
TÉ
RIA
Constituição da matéria
Constituição da matéria
Constituição da matéria
Propriedades da matéria
SIS
TE
MA
S
BIO
LÓ
GIC
OS
Níveis de organização
Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Morfologia e fisiologia dos seres vivos Mecanismos de herança genética
EN
ER
GIA
Formas de energia Conversão de energia Transmissão de energia
Formas de energia Transmissão de energia
Formas de energia
Formas de energia Conservação de energia
BIO
DIV
ER
SID
AD
E Organização
dos seres vivos Ecossistemas Evolução dos seres vivos
Origem da vida Organização dos seres vivos Sistemática
Evolução dos seres vivos
Interações ecológicas
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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Conteúdos Obrigatórios
No ensino de Biologia, alguns aspectos são considerados essenciais
tanto para a formação do professor quanto para a atividade pedagógica. Para
compreender os pensamentos que contribuíram na construção das diferentes
concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações no ensino, buscou-
se, na história da ciência, os contextos históricos nos quais influências
religiosas, econômicas, políticas e sociais impulsionaram essa construção.
É necessário que os conteúdos específicos de sejam entendidos em
sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas do
conhecimento físico, químico e biológico, mas visando uma abordagem
integradora.
Tais conteúdos podem ser entendidos a partir da mediação didática
estabelecida fazendo uso de estratégias que procurem estabelecer relações
interdisciplinares e contextuais, envolvendo dessa forma, conceitos de outras
disciplinas e questões tecnológicas, sociais, culturais, éticas e políticas.
No âmbito de relações contextuais, ao elaborar o plano de trabalho
docente, será previsto a abordagem da Cultura e Historia Afro-Brasileira (Lei
10.639/03), História e Cultura dos Povos Indígenas (Lei 11.645/08), Educação
Ambiental (Lei 9.795/99), História do Paraná (Lei nº 13381/01), Educação
Fiscal, Direito das Crianças e Adolescentes (Lei Federal nº11525/07),
Enfrentamento à violência contra criança e o adolescente, Sexualidade
Humana e Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
O professor, como responsável pela mediação entre o conhecimento
científico escolar representado por conceitos e modelos e as concepções
alternativas dos estudantes, deve utilizar encaminhamentos metodológicos e
recursos diversos, planejados com antecedência, para assegurar a
interatividade no processo ensino-aprendizagem e a construção de conceitos
de forma significativa pelos estudantes. É importante que o professor tenha
autonomia para fazer uso de diversas abordagens, de modo que o processo
ensino-aprendizagem em resulte de uma rede de interações sociais entre
estudantes, professores e o conhecimento cientifico escolar selecionado para o
trabalho em um ano letivo.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
Página 160
Nesse sentido, algumas possibilidades são: as observações; o trabalho
de campo; os jogos de simulação; visitas a indústrias e fazendas; projetos;
produção de textos; palestras; debates; seminários; aulas práticas; pesquisas;
feiras de ciências; montagens de painéis e murais.
O processo ensino-aprendizagem pode ser melhor articulado com o
uso de recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente,
tais como: livro didático, texto de jornal, revista cientifica, figuras revistas em
quadrinhos, musica, quadro de giz, mapas ( geográficos, sistemas biológicos,
entre outros), globo, modelos didáticos ( torso, esqueleto, célula, olho,
desenvolvimento embrionário, entre outros), microscópio, lupa, televisor,
computador, DVD, retroprojetor, organogramas, mapas conceituais, mapas de
relações, diagramas, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros.
Diante de todas essas considerações propõem-se alguns elementos da
prática pedagógica a serem valorizados no ensino de , tais como: a abordagem
problematizadora, a relação contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a
leitura cientifica, a atividade em grupo, a observação, a atividade experimental,
os recursos instrucionais e o lúdico entre outros.
4. Metodologia
As DCEs propõem uma prática pedagógica que leve à integração dos
conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico. Para tanto é
necessário que alguns elementos da prática pedagógica sejam valorizados no
ensino de Ciências, tais como: a abordagem problematizadora; a relação
contextual; a relação interdisciplinar, a pesquisa; a leitura científica; a atividade
em grupo; a observação; a atividade experimental; os recursos instrucionais; e
o lúdico, entre outros.
O encaminhamento metodológico deve levar em consideração: os
interesses da realidade local e regional na qual a escola está inserida; a análise
do livro didático; as informações atualizadas sobre os avanços da produção
científica; uma abordagem integradora associando os conhecimentos químicos,
físicos e biológicos; o estabelecimento de relações interdisciplinares e
contextuais envolvendo conceitos de outras disciplinas e questões
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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tecnológicas, sociais, culturais, éticas e políticas; a abordagem da cultura e
história afro-brasileira (Lei 10.639/03), história e cultura dos povos indígenas
(Lei 11.645/08) e a educação ambiental (Lei 9795/99); cidadania e direitos
humanos; educação fiscal; enfrentamento à violência na escola; e a prevenção
ao uso indevido de drogas; a construção de conhecimentos científicos
significativos e três aspectos essências: a história da ciência, a divulgação
científica e a atividade experimental.
Mediante o exposto faz-se necessário proporcionar ao aluno: recursos pedagógico-
tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais como: livro didático, texto de jornal, revista
científica, figuras, revista em quadrinhos, música, quadro de giz, mapa (geográficos, sistemas
biológicos, entre outros), globo, modelo didático (torso, esqueleto, célula, olho, desenvolvimento
embrionário, entre outros), microscópio, lupa, jogo, telescópio, televisor, computador, retroprojetor,
entre outros; recursos instrucionais como organogramas, mapas conceituais, mapas de relações,
diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros; articulação com o Portal Educacional
Dia-a-dia Educação, Projeto FERA COM CIÊNCIA, TV Paulo Freire, Parque das Aves, Parque
da Raposa, Parque das Araucárias, Lago Jaboti, dentre outros; alguns espaços de pertinência
pedagógica, dentre eles, feiras, museus, laboratórios, exposições de ciência, seminários e
debates.
5. Avaliação
A avaliação de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, deve ser contínua e
cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos
sobre os quantitativos, deve ter um caráter negociável, participativo, auto-reflexivo, contextual,
plural, processual e transformador.
É importante respeitar o estudante como ser humano inserido no contexto das relações
que permeiam a construção do conhecimento científico escolar, sendo necessário para tanto a
valorização dos conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas
atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos
pedagógicos e instrucionais diversos. É fundamental que se valorize, também, o que se chama
de “erro”, de modo a retomar a compreensão (equivocada) do estudante por meio de diversos
instrumentos de ensino e de avaliação.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode ser
por meio de problematizações envolvendo relações conceituais,
interdisciplinares ou contextuais, jogos educativos, e também através do
confronto de textos, trabalhos de pesquisa (bibliográfica, de campo), realização
de experimentos, produção de textos, maquetes, modelos, provas com
questões discursivas, provas com questões objetivas, provas com consulta em
textos, participação em seminários e sínteses de filmes, dentre outros.
É por meio desses instrumentos avaliativos diversificados que os
alunos podem expressar os avanços na aprendizagem, à medida que
interpretam, produzem, discutem, relacionam, refletem, analisam, justificam, se
posicionam e argumentam, defendendo o próprio ponto de vista.
Na possibilidade do estudante não alcançar o mínimo esperado na
compreensão dos conceitos científicos, onde a aprendizagem significativa não
ocorreu, há de se procurar corrigir os “erros” para a necessária retomada do
ensino dos conceitos ainda não apropriados por meio de uma recuperação de
estudos paralela ao processo ensino-aprendizagem que contemple os
conteúdos específicos, permitindo que sejam superadas as concepções
alternativas.
Para tanto o professor fará uma revisão de sua prática e uma retomada
do ensino dos conceitos ainda não apropriados diversificando recursos e
estratégias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que envolvam: a
origem e evolução do universo; constituição e propriedades da matéria;
sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos; conservação e
transformação de energia; diversidade de espécie em relação dinâmica com o
ambiente em que vivem, bem como os processos evolutivos envolvidos.
6. Referências
BARROS, Carlos; PAULINO, R. Wilson. Ciências - Meio ambiente. São Paulo:
Ática, 2006.
BARROS, Carlos; PAULINO, R. Wilson. Ciências - Os seres vivos. São Paulo:
Ática, 2006.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
Página 163
BARROS, Carlos; PAULINO, R. Wilson. Ciências - O corpo humano. São
Paulo: Ática, 2006.
BARROS, Carlos; PAULINO, R. Wilson. Ciências - Física e Química. São
Paulo: Ática, 2006.
DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria.
Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
Lei Nº. 9394/96 – LDB – lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Lei Nº. 9795/99 – dispõe sobre o ensino da educação ambiental.
Lei Nº. 10639/03 – dispõe sobre o ensino da história e cultura afro-brasileiras.
Lei Nº. 11645/08 – dispõe sobre a história e cultura dos povos indígenas.
PARANÁ, Sec. de Est. da Educação – Superintendência da Educação –
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica – Ciências, Curitiba, 2008.
TORRES, Rosa Maria. Que (e como) é necessário Aprender? 7. ed. Campinas:
Papirus, 2005.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA
2017
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APRESENTAÇÃO DA DSICIPLINA
Elaborar uma proposta curricular para Sociologia implica considerar as
concepções anteriores que orientaram em diferentes momentos, os estudos, os
debates e o ensino dessa disciplina.
A volta da Sociologia ao Ensino Médio apoia se no reconhecimento de
que a democratização do acesso ao conhecimento científico tem na Sociologia,
como ciência humana produtora de conhecimentos específicos, uma mediação
indispensável para atingir o objetivo de incrementar a participação consciente,
racional e bem informada dos cidadãos nos assuntos públicos.
O ensino da Sociologia deve estar voltado para a formação das ações
do educando enquanto pessoa, orientando e desenvolvendo a formação e a
prática da ética, do desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico, preparando o para o exercício da cidadania.
A Sociologia pode, a seu modo, contribuir para a formação do cidadão
brasileiro, sistematizando os debates em torno de temas de importância dados
pela tradição ou pela contemporaneidade.
Como espaço de realização na escola média, a Sociologia pode oferecer
ao aluno , além de informações próprias do campo dessa ciência, resultados de
diferentes pesquisas, que contribuem para a mudança das concepções de
mundo, da economia, da sociedade, que esta inclusiva nas diversidades
culturais. É possível, ao observar as teorias sociológicas, os elementos da
argumentação – lógicas e empíricos, que justificam um modo de ser de uma
sociedade, classe, grupo social e mesmo comunidade específica.
É nesses molde que esta proposta abrange, em termos de conteúdo,
não apenas a Sociologia, mas incorpora também as contribuições da
Antropologia e da Ciência Política.
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Naturalmente desta forma, o objetivo do educador é de estar
direcionado ao aluno, e a partir do senso comum em que ele está inserido
que ele possa se situar na sociedade contemporânea e globalizada e perceber
que ele é um sujeito da história passível de mudanças, dependendo de suas
escolhas e de suas ações.
O pensamento sociológico têm também como função é a
desnaturalização das concepções ou explicações dos fenômenos sociais. Há
uma tendência sempre recorrente a se explicar as relações sociais, as
instituições, os modos de vida, as ações humanas coletivas ou individuais, a
estrutura social, a organização política., com argumentos naturalizadores.
Primeiro perde se de vista a historicidade desses fenômenos, isto é, que nem
sempre foram assim; segundo, que certas mudanças ou continuidades
históricas decorrem de decisões, e essas, de interesses, ou seja, de razões
objetivas e humanas, não sendo fruto de tendências naturais.
A Sociologia também é observadora dos fenômenos sociais que a
todos rodeiam e dos quais o homem participa; não são de imediato
conhecidos, pois aparecem como ordinários, triviais, corriqueiros, normais, sem
necessidade de explicação, aos quais se está acostumado e que muitas vezes
no coletivo não são passíveis de preocupação, por um determinado grupo
social.
Dessa maneira, a situação de desemprego, por exemplo, que atinge os
indivíduos de todas as faixas etárias,mais agudamente os jovens, pode ser
discutida com os alunos no sentido de mostrar que não se trata de um
problema individual, nem muito menos natural nesse segmento da população,
decorrente de sua incapacidade ou de seu caráter. Constitui, antes de qualquer
coisa, um problema que possui dimensões que são estruturais e que,
resultantes de transformações no mercado de trabalho, apresentam novas
exigências quanto à escolaridade e à formação profissional.
O ensino da Sociologia pressupõe, então, a compreensão da educação
como um caminho para conhecer, para saber, no sentido de superar os
preconceitos, as ideologias, o senso comum; enfim, para desenvolver a
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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capacidade crítica. Para tanto, consideramos fundamental desenvolver no
aluno os hábitos da leitura e da escrita, instrumentos fundamentais para ele se
comunicar com os outros que o envolvem.
A Sociologia, em razão de sua própria natureza, pode cumprir um papel,
fundamental, de propiciar uma visão integrada da vida humana e social, no
momento atual, em que o homem, sempre voltado para a especialização, vem
perdendo o sentido de sua vida e da compreensão global de sua intervenção
na história.
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES BÁSICOS
- O Surgimento da Sociologia e Teorias
Sociológicas
- O Processo de Socialização e as
Instituições Sociais
- Cultura e Indústria Cultural
- Formação e consolidação da sociedade
capitalista e o desenvolvimento do
prensamento social.
Teoria sociológicas clássica: Comte,
Durkein, Engels e Marx, Weber.
- O desenvolvimento da sociologia no
Brasileira
- Processo de Socialização;
- Instituições Sociais: Família, Escola, Igreja
- Instituições de Reinserção
- Desenvolvimento antropológico do
conceito de cultura e sua contribuição na
análise das diferentes sociedades;
- Diversidade cultural
- Identidade
- Industria cultural
- Meios de comunicação de massa
- Sociedade de consumo
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- Trabalho e Produção de Classes Sociais
- Poder Política e Ideologia
- Industria cultural no Brasileira
- Questões de gênero
- Culturas afro brasileiras e africanas
- Cultura indígena
- O conceito de trabalho e o trabalho nas
diferentes sociedades
- Desigualdades sociais: estamentos,
castas, classes sociais
- Organização do trabalho nas sociedades
capitalista e suas contradições.
- Globalização e Neoliberalismo
- Relação de trabalho
- Trabalho no Brasil
- Formação e desenvolvimento do Estado
Moderno.
- Democracia , autoritarismo, totalitarismo
- Estado Brasileiro
- Conceito de Poder
- Conceitos de Ideologia
- Conceito de dominação e legitimidade
- As expressões da violência nas
sociedades contemporânea
- Direitos civis, políticos e sociais
- Direitos Humanos
- Conceito de cidadania
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- Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais - Movimentos Sociais
- Movimentos Sociais no Brasil
- A questão ambiental e os movimentos
ambientalistas
- As ONG'S
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Os temas referente ao estudo da Sociologia serão abordados de modo a
mobilizar os alunos e incitá los em sua curiosidade a respeito da disciplina,
isentado se o dogmatismo ou doutrinações.
O ensino da Sociologia deverá dialogar com os problemas do cotidiano
do estudante a fim de problematizar e investigar o conteúdo estruturante e seus
conteúdos básicos sob a perspectiva sociológica.
Serão usados os elementos da cultura do aluno, tais como música,
jornais e revistas, filmes, videoclipes, fotos, textos diversificados e o livro
didático.
As seguintes técnicas de ensino poderão ser empregadas: aulas
expositivas, TV USB e pendrive, seminários para apresentação de trabalhos,
confecção de painéis, estudos dirigidos em sala de aula, atividades escritas e
orais diversificadas em grupo ou individual, e dentro das possibilidades, visitas
as entidades públicas (governamentais e sociais).
AVALIAÇÃO
Avaliação continuada: que nada mais é do que a avaliação durante todo o
processo de ensino-aprendizagem, cujos objetivos transcendem em muito
a tarefa de aprovar ou reprovar. A avaliação continuada previne a
repetência, porque ressalta a necessidade de se corrigir as deficiências ao
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longo do ano letivo. Não faz sentido, assim, aplicar apenas uma prova, seja
bimestral ou semestral depois que todas as aulas já foram ministradas e,
com base nesse resultado, decidir pela aprovação ou reprovação dos
alunos.
A avaliação continuada se utiliza de vários instrumentos, tais como:
provas, testes, trabalhos individuais e de grupo, observações sistemáticas,
trabalhos de casa etc.
REFERENCIAS
Dia a Dia Educação- Biblioteca do Professor Diretrizes Curriculares da
Educação Básica- SEEP Livro Didático da SEED – Folhas
VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação: Concepção Dialético Libertadora do
Processo de Avaliação Escolar. São Paulo : Libertad, 1993.
www.scribd.com
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora Linda Eiko A. Miyadi Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail:
[email protected] APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
2017
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1. Apresentação da Disciplina
As primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas
corporais recebe em solo nacional ocorrem a partir de teorias oriundas da
Europa. Sob a égide de conhecimentos médicos e da instrução física militar, a
então denominada ginástica surgiu, principalmente, a partir de uma
preocupação com o desenvolvimento da saúde e a formação moral dos
cidadãos brasileiros. Esse modelo de prática corporal pautava-se em
prescrições de exercícios visando ao aprimoramento de capacidades e
habilidades físicas como a força, a destreza, a agilidade e a resistência, além
de visar à formação do caráter, da autodisciplina, de hábitos higiênicos, do
respeito à hierarquia e do sentimento patriótico.
Vivenciamos nos últimos anos a afirmação gradativa do ensino da
Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se
propõe essa disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que
estuda e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento,
criadas pelo homem ao longo de sua história. Trata-se, portanto, privilegiar nas
aulas de Educação Física além da aprendizagem de movimentos, a
aprendizagem para e sobre o movimento.
Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ,
2005, p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a
humanização das relações sociais, considerando a noção de corporalidade,
entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das
manifestações corporais historicamente produzidas. Esse entendimento
permite ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores
de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula,
sem, no entanto negar o movimento como possibilidade de manifestação
humana e, desse modo contemplar o maior número possível de manifestações
corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos educandos e a sua
potencialidade formativa.
Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada
como:
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Página 173
(...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas
de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica,
formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar
de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos
quais se interpenetram.
A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação
Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de
movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-
la, instrumentalizando-o para usufruir atividades proposta em beneficio da sua
inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais
que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim
todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para
as diferentes culturas.
Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de
ensino-aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à
construção de um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos
conteúdos significativos para o seu processo de conhecimento e
desenvolvimento, incrementando sua capacidade para tomar decisões
relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal humano.
2. Objetivos Gerais
3. Organização dos Conteúdos Ensino Fundamental e Médio
Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à
apreensão do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades
corporais e à explicitação das suas significações objetivas. Os mesmos foram
estruturados de forma a garantir aprendizagens novas e significativas,
despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da
necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da
sua vida, valorizando a cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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corporal, uma vez que o corpo realiza as intenções humanas” (FREIRE, 2003
p. 34).
Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas
que contemplem:
A relação entre o conhecimento social e escolar do educando;
A identidade e as diferenças sócio-culturais dos educandos na
proposição das praticas educativas;
Ensino com base na investigação e na problematização do
conhecimento;
As diferentes linguagens na medida em que se instituem como
significativas na formação do educando;
As múltiplas interações entre os diferentes saberes;
Articulação entre teoria, prática e realidade social;
Atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo.
O corpo é entendido em sua totalidade, ou seja, o ser humano
é o seu corpo, que sente, pensa e age. Os aspectos subjetivos de valorização
– ou não – do corpo devem ser analisados sob uma perspectiva crítica da
construção hegemônica do referencial de beleza e saúde, veiculado por
mecanismos mercadológicos e midiáticos, os quais fazem do corpo uma
ferramenta produtiva e um objeto de consumo.
As preocupações com o corpo e com os significados que o mesmo
assume na sociedade constituem um dos aspectos que precisam ser tratados
no interior das aulas de Educação Física, para que sejam desmistificadas
algumas perspectivas ingênuas no trato com essa questão, assim como a
sexualidade humana, a valorização do corpo e a prevenção ao uso indevido de
drogas, sejam elas licitas ou ilícitas, e também no campo do esporte como o
antidoping.
Baseado na perspectiva dos educadores, propomos a articulação do
trabalho docente em torno dos seguintes conteúdos: esportes, jogos e
brincadeiras, ginástica, dança e lutas.
O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes
“da escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá-lo no
currículo escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da
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Página 175
cultura corporal, devemos questionar suas normas resgatando os valores que
privilegiam o coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e
respeito humano, que se deve jogar com o outro e não contra o outro.
Em relação ao esporte no mundo do trabalho, na medida em que
concentra as relações sociais de produção/assalariamento vigentes na
sociedade, em geral, e na Educação Física, em específico, um exemplo dessas
relações ao explicitar a passagem do amadorismo à profissionalização
esportiva, com base na Educação Fiscal e Educação Tributaria Dec.n°1143/99,
o professor poderá debater com seus alunos as consequências da
profissionalização, seus direitos e deveres quanto cidadãos, e o assalariamento
de diversos atletas, vinculados às diferentes práticas corporais.
Por isso esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma
a criticá-lo, promovendo a sua ressignificação, e sua adaptação à realidade que
a prática cria e recria, colocando-o como um meio e não fim em si mesmo.
Outra dimensão relacionada, diretamente, à reordenação do mundo do
trabalho é o caráter de (in)utilidade que a Educação Física tem assumido no
processo de formação do aluno. Com a reestrutura produtiva, o trabalhador
preterido deve contornar as tarefas laborais com a máxima flexibilidade, isto é,
deve saber trabalhar em equipe, tomar decisões rapidamente, ter noções sobre
o ambiente em que esta inserida, ainda que gerais, de informática, a fim de
manusear as novas tecnologias através da Educação Ambiental (Lei Federal n°
9795/99, Dec.n°4201/02).
Os jogos e brincadeiras oportunizam ao jovem e ao adulto
experimentar atividades prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e
confrontos que estimulem o exercício de reflexão sobre as relações entre as
pessoas e os papéis que elas assumem perante a sociedade, bem como a
possibilidade de resgatar as manifestações lúdicas e culturais, como a
contribuição da Historia do Paraná ( Lei n° 13381/01) e a Historia e Cultura
Afro-Brasileira, Africana e Indígena (Lei n° 11.645/08), para a disciplina de
Educação Física através de jogos, brinquedos, brincadeiras, musicas e
esportes de diversas culturas.
Os aspectos lúdicos que envolvem os jogos e brincadeiras
representam uma ação espontânea, de fruição, que interfere sobre e na
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construção da autonomia, a qual é uma das finalidades da escolarização, o
lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se constitui nas
interações sociais, sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice. Essa
problemática precisa ser discutida e vivenciada pelos alunos, através de
palestras, dinâmicas, para que a ludicidade não seja vivida através de práticas
violentas, como em algumas brincadeiras que ocorrem no interior da escola,
sejam elas durante as aulas de Educação Física ou não, esclarecendo aos
alunos os seus direitos e deveres através do Direito das Crianças e
Adolescentes (Lei Federal n°11525/07).
O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com
as experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo,
melhora da aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de
seus possíveis benefícios, bem como os danos causados pela sua prática
inadequada ou incorreta.
A dança e a musica (Lei n° 11769/2008) a ser trabalhado na EJA
contribui para o desenvolvimento, conhecimento e vários ritmos do corpo. Ao
relacionar-se com o outro, cada gesto representa sua história, sua cultura,
como manifestação de vida, por meio de um processo continuo de integração e
relacionamento social de diversas culturas e períodos da dança através da
musica.
As lutas devem fazer parte do contexto escolar, pois se constituem das
mais variadas formas de conhecimento da cultura humana, historicamente
produzidas e repletas de simbologias. Ao abordar esse conteúdo, devem-se
valorizar conhecimentos que permitam identificar valores culturais, conforme o
tempo e o lugar onde as lutas foram ou são praticadas.
Ao abordar o conteúdo lutas, torna-se importante esclarecer aos alunos
as suas funções, inclusive apresentando as transformações pelas quais
passaram ao longo dos anos. De fato, as lutas se distanciaram, em grande
parte, da sua finalidade inicial ligada às técnicas de ataque e defesa, com o
intuito de autoproteção e combates militares, no entanto, ainda hoje se
caracterizam como uma relevante manifestação da cultura corporal.
Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa,
prática ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os
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conteúdos esporte, jogos e brincadeiras, dança, lutas e ginástica são comuns
ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio.
3. Metodologia
A Educação de Jovens e Adultos – EJA atende um público diverso
(jovens, adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas, populações
do campo, entre outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à
escolarização mesmo por fatores, normalmente, alheios a sua vontade. Esses
educandos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em outras
instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e
socialização de saberes. O atendimento a esses alunos não se refere,
exclusivamente, a uma determinada faixa etária mas a diversidade sócio-
cultural dos mesmos.
Se considerarmos que os educandos frequentadores dessa
modalidade de ensino encontram-se em grande parte, inseridos no mundo do
trabalho, é importante que o trabalho pedagógico nas aulas de Educação
Física seja compatível com as peculiaridades dessa parcela de educandos.
Desse modo, a aprendizagem do movimento deve ceder espaço às práticas
que estejam direcionadas para e sobre o movimento, focalizando
preponderantemente aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes
favoráveis à realização de atividades físicas e ao aprofundamento do
entendimento de conceitos relacionados a essas atividades.
Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação
da incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com
adolescentes, adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos. Se
nos apoiarmos, por exemplo, nas práticas tradicionais que enfatizam atividades
como as “bicicletas” do futebol ou os saques “viagem ao fundo do mar” do
voleibol como referências absolutas das possibilidades de movimento corporal
humano e como tipos de conteúdo e de aprendizagem presentes na Educação
Física, de fato sua adequabilidade será mínima.
Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do
professor que atua no campo da Educação Física no contexto da EJA é
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potencializar as possibilidades de participação ativa de pessoas com
demandas educacionais específicas, em programas com foco na atividade
física/movimento corporal humano. Outrossim, há que se considerar que a
sustentação para ações pedagógicas direcionadas ao processo de
escolarização dessas mesmas pessoas encontra-se em fase de construção,
carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de contribuir para a
consolidação da participação da Educação Física nessa modalidade de ensino.
Duas questões essenciais precisam nortear e servir de eixo orientador
para o trabalho pedagógico da disciplina de Educação Física com jovens e
adultos:
Quem são os alunos da EJA?
Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos?
Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física
deverá valorizar a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas
manifestações corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a
corporalidade “entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto
das manifestações corporais historicamente produzidas” (PARANA, 2005),
considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a
cultura, o trabalho e o tempo1.
É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se
manifestem na prática pedagógica do educador, expressando ideias e ações
relacionadas a: sequenciação (organização do conteúdo em função do tempo
escolar), comprometimento na condução do processo ensino-aprendizagem
(efetivação da aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do trabalho
pedagógico (critérios de acompanhamento das consequências do processo
ensino-aprendizagem).
A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa
importante possibilidade de contato dos educandos com a diversidade da
cultura corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que
segundo KUENZER (apud PARANÁ, 2005, p. 28), deve estar voltado para uma
formação na qual os educandos-trabalhadores possam aprender
permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e
1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar).
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coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma
solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar
problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez.
O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA necessita
de um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e
experiências anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá
planejar o trabalho pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o
trabalho com a cultura local, buscando a origem de suas práticas,
transformações e diferenças em cada região.
Desse modo, os conteúdos a serem abordados devem levar em conta
as características peculiares do perfil de educador dessa modalidade de
ensino, seja de caráter presencial ou semi presencial. Os conteúdos que
apresentamos – constituintes da cultura corporal de movimento – devem ser
selecionados em função do projeto pedagógico elaborado pela escola,
considerando os interesses dos alunos observados nas interações iniciais com
o educador.
Vários são os princípios que abrangem o ensino da Educação Física
(BETTI, 2002), destacando-se: o Princípio da Inclusão que tem como meta a
participação e reflexões concretas e efetivas de todos os membros do grupo,
buscando reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos
e inaptos para as práticas corporais, resultando na valorização exacerbada no
desempenho e da eficiência, e consequentemente na exclusão do educando.
O Princípio da Diversidade aplica-se à construção da aprendizagem na
escolha de objetivos e de conteúdos, que ampliem as relações entre os
conhecimentos da cultura corporal de movimento e o perfil dos sujeitos da
aprendizagem. Com isso pretende-se legitimar as possibilidades de
aprendizagem que se estabelece nas dimensões afetivas, cognitivas, motoras
e sócio-culturais dos alunos.
Já no Princípio da Autonomia a relação com a cultura corporal de
movimento, não se dá naturalmente, mas é fruto da construção e do esforço
conjunto de professores e alunos através de situações concretas e
significativas. A busca da autonomia pauta-se na ampliação do olhar da escola
sobre o nosso objeto de ensino e aprendizagem. Essa autonomia significa a
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possibilidade de construção pelo educando dos seus conceitos, atitudes e
procedimentos, ao invés de simples reprodução e memorização de
conhecimentos.
Tais princípios precisam estar presentes ao se buscar uma
aprendizagem significativa, entendida como a aproximação entre o
conhecimento do educando e o construído ao longo do tempo, não perdendo
de vista que os mesmos estão inseridos numa cultura e expressam uma
aprendizagem social regida por uma organização política e social.
Também serão trabalhados com os alunos da EJA, assuntos
relacionados ao desenvolvimento sócioeducacional, tais como:
1 – Cidadania e Direitos Humanos(Programa Bolsa Família, Educação
Fiscal, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, Programa Saúde
na Escola).
Para trabalharmos este assunto, teremos uma parceria da Secretaria
Municipal da Saúde, quando realizaremos uma semana de palestras com
psicólogos e assistente social, realizando dinâmicas sobre estes assuntos e
programas.
2- Educação Ambiental – Lei 9795/99;
A educação Ambiental será uma contante em nossas práticas
educativas, onde valorizaremos o cuidado com o meio ambiente, através de
atividades como o uso de copos individuais, eliminando os descartáveis,
manutençao da limpeza da escola, e também produzir jogos e brinquedos com
lixo reciclável.
3 – Enfrentamento à Violência(Programa de Educação nas Unidades
Socioeducativas – PROEDUSE.
4 – Prevenção ao uso indevido de drogas.
Estes assuntos serão desenvolvidos, através de uma parceria com a
Patrulha Escolar e equipe pedagógica da Escola, onde teremos uma palestra
com os agentes da Patrulha Escolar sobre a prevenção ao uso indevido de
drogas e enfrentamento à violência na Escola.
Diversidade:
1 – Educação do Campo.
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2 – Gênero e Diversidade Sexual.
Para trabalharmos com este conteúdo, teremos uma prática constante
durante as aulas de Educação Física, quando primeiramente será feito um
esclarecimento sobre as normas da escola relacionadas à Gênero e
Diversidade Sexual, alertando sobre leis a serem aplicadas a quem não
respeita estes comportamentos.
3 – História e Cultura Afro-brasileira e Africana – Lei10639/03.
4 – História e Cultura dos Povos Indígenas _ Lei 11645/08.
Teremos oficinas onde serão pesquisados no laboratório de
informática, os brinquedos que tiveram influência destas culturas e na oficina,
será realizada a construção de dois tipos de brinquedos.
4. Avaliação
Falar de avaliação em Educação Física significa reconhecer a
insuficiência das discussões e teorizações sobre esse tema no âmbito desta
disciplina curricular no Brasil (COLETIVO DE AUTORES, 1992). No entanto,
mesmo diante dessa realidade, é necessário assumir o compromisso pela
busca constante de novas ferramentas e estratégias metodológicas que sirvam
para garantir maior coerência com o par dialético objetivos-avaliação. Isto é,
pensar formas de avaliar que sejam coerentes com os objetivos inicialmente
definidos.
Com as transformações ocorridas no campo das teorizações em
Educação Física, principalmente a partir dos anos 80 e 90, a função da
avaliação começou a ganhar novos contornos, sendo profundamente criticadas
as metodologias que priorizam testes, materiais e sistemas com critérios e
objetivos classificatórios e seletivos. Esses estudos têm conduzido os
professores à reflexão e ao aprofundamento, buscando novas formas de
compreensão dos seus significados no contexto escolar.
É a partir desse novo referencial teórico e das discussões até então
desenvolvidas nestas Diretrizes que são indicados critérios, ferramentas e
estratégias que reflitam a avaliação no contexto escolar. O objetivo é favorecer
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maior coerência entre a concepção defendida e as práticas avaliativas que
integram o processo de ensino e aprendizagem.
Um dos primeiros aspectos que precisa ser garantido é a não exclusão,
isto é, a avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos,
de modo que permeie o conjunto das ações pedagógicas e não seja um
elemento externo a esse processo.
Partindo-se desses critérios, a avaliação deve se caracterizar como um
processo contínuo, permanente e cumulativo, tal qual preconiza a LDB nº
9394/96, em que o professor organizará e reorganizará o seu trabalho,
sustentado nas diversas práticas corporais, como a ginástica, o esporte, os
jogos e brincadeiras, a dança e a luta.
A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação
qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem
clara e consciente, é entendê-la como processo contínuo e sistemático de obter
informações, de perceber progressos e de orientar os alunos para a superação
das suas dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos (apud
PARANÁ, 1994, p. 44) diz que:
O professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir
de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe
faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula;
redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do
conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova
mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais.
Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para
uma nova visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não
deve ser um processo exclusivamente técnico que avalia a práxis pedagógica,
mas que pretende atender a necessidade dos educandos considerando seu
perfil e a função social da EJA, com o reconhecimento de suas experiências e
a valorização de sua história de vida. Isso torna-se essencial para que o
educador reconheça as potencialidades dos educandos e os ajude a
desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o conhecimento na
busca de oportunidades de inserção no mundo do trabalho e na sociedade.
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A avaliação deverá portanto compreender formas tais como: a
linguagem corporal, a escrita, a oral, por meio através de provas teóricas, de
trabalhos, de seminários e do uso de fichas, por exemplo, proporcionando um
amplo conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e
objetivos que se quer alcançar. Devemos levar em consideração que educando
idosos, ou com menos habilidades, os com necessidades especiais e o grau
de desenvolvimento que possuem, bem como as suas experiências anteriores.
Pautados no princípio que valoriza a diversidade e reconhece as
diferenças, a avaliação precisa contemplar as necessidades de todos os
educandos. Nesse sentido, sugere-se o acompanhamento contínuo do
desenvolvimento progressivo do aluno, respeitando suas individualidades.
Desse modo a avaliação não pode ser um mecanismo apenas para classificar
ou promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os
erros e os acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento.
Dentro dessa perspectiva, para que a avaliação seja coerente e representativa
é fundamental que a relação entre os componentes curriculares se apoie em
um diálogo constante.
É importante lembrar no princípio da inclusão de todos na cultura
corporal de movimento. Assim, a avaliação deve propiciar um auto-
conhecimento e uma análise possível das etapas já vencidas no sentido de
alcançar os objetivos propostos.
Por fim, os professores precisam ter clareza de que a avaliação não
deve ser pensada à parte do processo de ensino/aprendizado da escola. Deve,
sim, avançar dialogando com as discussões sobre as estratégias didático-
metodológicas, compreendendo esse processo como algo contínuo,
permanente e cumulativo.
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5. Conteúdos Curriculares
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Conteúdos básicos 100%
Conteúdos básicos
75%
Conteúdos básicos
50%
Conteúdos básicos 25%
ESPORTES
-coletivos - individuais
-coletivos - individuais
-coletivos - individuais
-coletivos - individuais
JOGOS E BRINCADEIRAS
-jogos e brincadeiras populares
- brincadeiras e cantigas de roda
- jogos de tabuleiros
-jogos cooperativos
-jogos e brincadeiras populares
brincadeiras e cantigas de roda
- jogos de tabuleiros -jogos cooperativos
-jogos e brincadeiras populares
- jogos de tabuleiros -jogos cooperativos
- jogos de tabuleiros -jogos cooperativos -jogos dramáticos
GINÁSTICA
-rítmica -laboral -geral
-rítmica -laboral -geral
-rítmica -laboral -geral
-rítmica -laboral - geral
DANÇA
-criativas -folclóricas
-de rua
-criativas -circulares -folclóricas
-de rua
-criativas -circulares
-criativas -circulares
LUTAS
- judô - capoeira
- judô - capoeira
-capoeira
-capoeira
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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO BÁSICO
ESPORTES
-coletivos -individuais
JOGOS E BRINCADEIRAS
-jogos de tabuleiro -jogos dramáticos
-jogos cooperativos
GINÁSTICA
-ginástica geral, de condicionamento físico, e laboral.
DANÇA
-dança de salão -dança de rua
-danças folclóricas
LUTAS
-lutas de aproximação -capoeira
Elementos Articuladores dos Conteúdos Estruturantes
Visando romper como a maneira tradicional como os conteúdos têm sido
tratados na Educação Física, faz-se necessário integrar e interligar as práticas
corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, o que é possível por meio
dos elementos articuladores.
Tais elementos não podem ser entendidos como conteúdos paralelos,
nem tampouco trabalhados apenas teoricamente e/ou de maneira isolada. Como
articuladores dos conteúdos, podem transformar o ensino da Educação Física na
escola, respondendo os desafios anteriormente descritos.
Nestas Diretrizes, propõem-se os seguintes elementos articuladores:
. Cultura Corporal e Corpo;
. Cultura Corporal e Ludicidade;
. Cultura Corporal e Saúde;
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. Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;
. Cultura Corporal e Desportivização;
. Cultura Corporal - Técnica e Tática;
. Cultura Corporal e Lazer;
. Cultura Corporal e Diversidade;
. Cultura Corporal e Mídia.
Os elementos articuladores alargam a compreensão das práticas
corporais, indicam múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em
situações que surgem no cotidiano escolar. São, ao mesmo tempo, fins e meios
do processo de ensino/aprendizagem, pois devem transitar pelos conteúdos
estruturantes e específicos de modo a articulá-los o tempo todo.
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6. Referências
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFª LINDA EIKO AKAGI MIYADI Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FÍSICA
2017
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1. Apresentação da Disciplina
A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda a sua
complexidade, permitindo conhecer as leis gerais da Natureza que regulam o
desenvolvimento dos processos que se verificam, tanto no Universo
circundante como no Universo em geral. O objetivo da Física consiste em
descobrir as leis gerais da Natureza e esclarecer, com base nelas, processos
concretos.
Desde os tempos remotos, provavelmente no período paleolítico, a
humanidade observava a natureza, na tentativa de resolver problemas de
ordem prática e de garantir subsistência. A Física é uma das mais antigas
disciplinas acadêmicas, talvez a mais velha de todas através de sua inclusão
na Astronomia. Ao longo dos dois últimos milênios, a Física foi considerado
sinônimo de Filosofia, Química e certos ramos da Matemática e, mas, durante
a Revolução Científica no século XVI, ela tornou-se uma ciência única e
moderna por mérito próprio. Assim sendo, Física como disciplina escolar,
propõe aos estudantes o estudo da natureza, sua evolução, suas
transformações e as interações que nela ocorrem.
A Física é tanto significante como influente, em parte porque os
avanços na sua compreensão que foram muitas vezes traduzidos em novas
tecnologias, mas também as novas idéias na Física muitas vezes ressoam com
as outras ciências, matemáticas e filosóficas. Por exemplo, avanços na
compreensão do Eletromagnetismo influenciaram diretamente o
desenvolvimento de novos produtos que transformaram drasticamente a
sociedade moderna (exemplo: televisão, computadores e eletrodomésticos);
avanços na Termodinâmica influenciaram o desenvolvimento no transporte
motorizado; avanços na Mecânica inspiraram o desenvolvimento do cálculo.
Assim sendo, os conteúdos disciplinares, inclusive os da Física, devem
ser tratados, na escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se, entre
elas, relações interdisciplinares e colocando sob suspeita tanto a rigidez com
que tradicionalmente se apresentam quanto o estatuto de verdade atemporal
dado a eles. Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos contribuam
para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicas presentes nas
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estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção
científica, a reflexão filosófica, a criação artística nos contextos em que elas se
constituem.
Essa concepção de escola orienta para uma aprendizagem específica,
colocando em perspectiva o seu aspecto formal e instituído, o qual diz respeito
aos conhecimentos historicamente sistematizados e selecionados para compor
o currículo escolar. E, de que currículo se fala?
Embora se remeta ao saber produzido e acumulado pela humanidade
como fonte dos saberes escolares, podendo-se inferir o direito dos estudantes
da Educação básica ao acesso a esses conhecimentos, uma das principais
críticas ao currículo definido pelo cientificismo/academicismo é que ele trata a
disciplina escolar como ramificação do saber especializado, tornando-a refém
da fragmentação do conhecimento. A consequência disso são as disciplinas
que não dialogam e, por isso mesmo, fechadas em seus redutos, perdem a
dimensão da totalidade.
Outra critica a esse tipo de currículo argumenta que, ao aceitar o status
quo dos conhecimentos e saberes dominantes, o currículo
cientificista/academicista enfraquece a possibilidade de constituir uma
perspectiva crítica de educação, uma vez que passa a considerar os conteúdos
escolares tão somente como “resumo do saber culto e elaborado sob a
formalização das diferentes disciplinas” (SACRISTAN, 2000, p. 39). Esse tipo
de currículo se “concretiza no syllabus ou lista de conteúdos. Ao se expressar
nesses termos, é mais fácil de regular, controlar, assegurar sua inspeção, etc.,
do que qualquer outra fórmula que contenha considerações de tipo
psicopedagógico” (SACRISTAN, 2000, p. 40)
O currículo que se propõe à Educação Básica é aquele que ofereça ao
estudante, a formação necessária para o enfretamento com vistas à
transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo. Esta
ambição remete às reflexões de Gramsci em sua defesa de uma educação na
qual o espaço de conhecimento, na escola, deveria equivaler à idéia de atelier-
biblioteca-oficina, em favor de uma formação, a um só tempo, humanista e
tecnológica.
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Tal currículo proposto, baseado nas dimensões científica, artística e
filosófica do conhecimento, entende a escola como espaço do confronto e
diálogo entre os conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do
cotidiano popular.
A Física, portanto, atua como um campo estruturado de conhecimentos
que permite a compreensão dos fenômenos físicos que cercam o mundo
macroscópico e microscópio e tem como objetivos gerais:
Evidenciar a construção do conhecimento físico como um
processo histórico, em estreita relação com as condições sociais,
políticas e econômicas de determinada época;
Mostrar o desenvolvimento histórico dos modelos físicos
para dimensionar corretamente os modelos atuais, sem dogmatismo
ou certezas definitivas;
Apresentar as unidades e as relações entre as unidades de
uma mesma grandeza física para fazer traduções entre elas e utiliza-
las adequadamente;
Identificar regularidades, associando fenômenos que
ocorrem em situações semelhantes, para utilizar as leis que
expressam essas regularidades, na análise e previsões de situações
do dia a dia;
Identificar diferentes movimentos que se realizam no no
cotidiano e as grandezas relevantes para sua observação
(distâncias, percursos, velocidade, massa, tempo,etc.) buscando
características comuns e formas de sistematizá-los (segundo,
trajetórias, variações de velocidade, etc.);
Reconhecer que as modificações nos movimentos são
consequências de interações, por exemplo, identificando que, para
um carro parado passar a deslizar em uma ladeira, é necessário uma
interação com a Terra;
Reconhecer a Física como construção humana, aspectos
de sua história e relações com o contexto cultural, social, político e
econômico;
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Construir e investigar situações-problema, identificar a
situação física, utilizar modelos físicos, generalizar de uma ou outra
situação, prever, avaliar, analisar previsões;
Esclarecer que tabelas, gráficos e expressões matemáticas
podem ser diferentes formas de representação de uma mesma
relação, com potencialidades e limitações próprias, para ser capaz
de escolher e fazer uso da linguagem mais apropriada em cada
situação, além de poder traduzir os significados dessas várias
linguagens;
Revelar o papel desempenhado pelo conhecimento físico
no desenvolvimento da tecnologia e a complexa relação entre ciência
e tecnologia ao longo da história;
Mostrar as formas pelas quais a Física e a tecnologia
influenciam nossa interpretação do mundo atual, condicionando
formas de pensar e interagir;
Compreender a responsabilidade social que decorre da
aquisição de conhecimento, mobilizando-se para diferentes ações,
seja na defesa da qualidade de vida, da qualidade das infra-
estruturas coletivas, seja na defesa de seus direitos como
consumidor;
Evidenciar que, se de um lado a tecnologia melhora a
qualidade da vida humana, do outro ela pode trazer efeitos que
precisam ser ponderados para um posicionamento responsável;
Mostrar o desenvolvimento histórico da tecnologia, nos
mais diversos campos e suas consequências para o cotidiano e as
relações sociais de cada época, identificando como seus avanços
foram modificando as condições de vida e criando novas
necessidade. Esses conhecimentos são essenciais para dimensionar
corretamente o desenvolvimento tecnológico atual, por meio tanto de
vantagens como de seus condicionantes;
Levar ao acompanhamento do desenvolvimento
tecnológico contemporâneo;
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Evidenciar, em situações concretas, a relação entre Física
e a ética.
1. Conteúdos Estruturantes/Básicos da disciplina
– Movimento – é o conteúdo que trabalha as idéias de conservação de
momentum e de energia, pois elas pressupõem o estudo de simetrias e leis de
conservação, em particular da Lei da Conservação de Energia, desenvolvida
nos estudos da Termodinâmica, no século XIX, e considerada uma das mais
importantes leis da Física.
Momentum e Inércia;
Conservação da quantidade de movimento;
Impulso;
Leis de Newton;
Energia e o Princípio da Conservação de Energia;
Gravitação.
– Termodinâmica – os estudos podem ser desdobrados a partir das
Leis da Termodinâmica, em que apareçam conceitos como temperatura, calor
trocado e o trabalho realizado, num determinado processo físico que envolve a
presença de um corpo e/ou sistema e o meio exterior e as primeiras
formulações da conservação de energia, sobretudo os trabalhos de Mayer,
Helmholts, Mazwell e Gibbs. O estudo e o desenvolvimento da termodinâmica
surgiram da necessidade de criar máquinas e de aumentar a eficiência das
máquinas existentes naquela época, as máquinas a vapor.
Leis da Termodinâmica;
Lei zero da Termodinâmica;
1ª Lei da Termodinâmica;
2ª Lei da Termodinâmica.
– Eletromagnetismo – o estudo desse conteúdo possibilita
compreender o conceito de carga elétrica, o que pode conduzir ao conceito
geral de carga no contexto físico de partículas, ao estudo de campo elétrico e
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magnético. Trata também de conteúdos relacionados a circuitos elétricos e
eletrônicos, responsáveis pela presença da eletricidade e dos aparelhos
eletrônicos no cotidiano, com a presença e a importância da eletricidade no
cotidiano.
Carga elétrica;
Campo e ondas eletromagnéticas; Força eletromagnética;
Equações de Maxwell: Lei de Gaus para eletrostática, Lei
de Coulomb, Lei de Àmpere, Lei de Gauss magnética, Lei de
Faraday;
A natureza da luz e suas propriedades.
2. Metodologia
A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma
modalidade de ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo
compreende a escola como espaço sócio-cultural que propicia a valorização
dos diversos grupos que a compõem, ou seja, consideram os educandos como
sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção
coletiva do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido
antropológico, constitui-se no elemento principal de mediação entre
educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite
aos educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre
educando e educador tornar os conhecimentos significativos às suas práticas
diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em núcleo estruturador do
conteúdo do ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser
pensada em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes
assegure o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito
às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação
Básica, a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como
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modalidade da Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos
curriculares previstos pelas Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das
práticas pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos
articuladores propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos:
Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a
apropriação do conhecimento que não deve se restringir à
transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios, informações
etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar intrinsecamente
ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a Educação
Básica.
O planejamento do trabalho de sala de aula é a base da construção do
processo de ensino e de aprendizagem. Têm-se a possibilidade de saber
exatamente o ponto de partida e o ponto de chegada de cada tema abordado.
Sendo o ensino e a aprendizagem um processo ativo e coletivo, deve
estar baseado nas interações aluno-aluno, aluno-professor, professor-aluno. É
necessário considerar o mundo vivencial dos alunos, sua realidade próxima ou
distante, os objetivos e os fenômenos que movem sua curiosidade sobre os
fenômenos físicos no cotidiano, na interação com os diversos objetos no seu
espaço de convivência e as traz para a escola quando inicia seu processo de
aprendizagem.
É importante que o processo pedagógico, na disciplina de Física, para
o conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as concepções
alternativas ou as concepções espontâneas. O estudante desenvolve suas
concepções espontâneas sobre os fenômenos físicos no cotidiano, na
interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência e as traz pata
a escola quando inicia seu processo de aprendizagem.
Por sua vez, a concepção científica envolve um saber socialmente
construtivo e sistematizado, que requer metodologias específicas no ambiente
escolar. A escola é, por excelência, o lugar onde se lida com esse
conhecimento científico, historicamente produzido.
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Porém, uma sala de aula é composta de pessoas com diferentes
costumes, tradições, pré-conceitos e idéias que dependem de sua origem
cultural e social e esse ponto de partida deve ser considerado.
Os recursos que poderão ser utilizados são: aulas expositivas sobre os
temas centrais; uso de vídeos; sites da internet; jornais com os temas
abordando notícias científicas; aulas práticas; interpretações de textos;
resoluções de problemas e exercícios com problematização de situações.
A problematização de situações que envolvam um conteúdo físico
possibilita aos estudantes levantarem hipóteses na tentativa de explicar as
questões propostas pelo professor. Observem-se os seguintes passos:
Iniciar um conteúdo a partir de uma problematização exige
do professor muito mais uma postura questionadora, do que a do
professor que responde as questões ou fornece explicações;
Na sequência, cabe ao professor a organização do
conhecimento para a compreensão do conteúdo problematizado,
através do encaminhamento mais apropriado escolhido também por
ele;
O encaminhamento dado pelo professor, através de
diversas estratégias de ensino, deve possibilitar ao estudante,
analisar e interpretar as situações iniciais propostas e outras que são
explicadas pelo mesmo conhecimento (DELIZOICOV e ANGOTTI,
2000, p. 54-55).
A partir desse encaminhamento metodológico e das relações entre
professor/estudantes e dos estudantes entre si, intensificam-se as
possibilidades de debates e discursos aproximando os sujeitos e facilitando a
criação, a análise, a formulação de conceitos, o desenvolvimento de ideias e a
escolha de diferentes caminhos para o encaminhamento da atividade. Ainda,
privelegia-se o confronto entre as concepções prévias do estudante e a
concepção científica, o que pode facilitar a formação de um conceito científico.
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3. Avaliação
A visão de aprendizagem deve ser inserida numa visão integradora, em
que os conteúdos curriculares relacionem-se e organizem-se continuamente,
fazendo da avaliação um processo integrante do cotidiano em sala de aula.
A avaliação tem uma função permanente de diagnóstico e
acompanhamento do processo pedagógico, avalia, portanto, o estudante, a
escola, o sistema escolar. O resultado obtido deverá indicar o ponto em que o
conteúdo deve der retomado e em que aspecto o processo pedagógico deve
ser reformulado.
É a teoria pedagógica que dará suporte para qualificar a avaliação
como positiva ou negativa e os caminhos para intervenção. Mas, para isso, é
preciso um planejamento do que ensinar (conteúdos), para que ensinar (o que
se espera do aluno ao final de cada unidade de conteúdo, a cada ano, ao final
do ensino médio) e qual o resultado esperado desse ensino (que sujeito
pretende formar).
Assim sendo, do ponto de vista específico, a avaliação deve levar em
conta a apropriação dos conceitos, leis e teorias que compõem o quadro
teórico da Física pelos estudantes. Isso pressupõe o acompanhamento
constante do progresso do estudante quanto à compreensão dos aspectos
históricos, filosóficos e culturais, da evolução das idéias em Física e da não
neutralidade da ciência.
Considerando sua dimensão diagnóstica, a avaliação é instrumento
tanto para que o professor conheça o seu aluno, antes que se inicie o trabalho
com os conteúdos escolares, quanto para o desenvolvimento das outras etapas
do processo educativo. Na EJA a avaliação:
Deverá ser diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,
permanente;
Utilizará técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 04
(quatro) notas, que corresponderão às provas individuais
escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados,
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durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o
educando se submeterá na presença do professor, conforme
descrito no regimento escolar;
Será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo
os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez
vírgula zero);
Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é
6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a
Resolução N.º3794/04 – SEED e frequência mínima de 75%
(setenta e cinco por cento)do total da carga horária de cada
disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na
organização individual;
O educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero)
em cada registro da avaliação processual. Caso contrário terá direito
à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será
ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos
conhecimentos;
A média final, de cada disciplina, corresponderá à média
aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos
atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);
Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser
registrados em documentos próprios, a fim de que sejam
asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do
educando;
O educando portador de necessidades educativas especiais,
será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que
será capaz de desenvolver;
Como ato educativo, a avaliação potencializa o potencial da escola
quando cria condições reais para a condução do trabalho pedagógico.
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5 – Conteúdos Obrigatórios
A proposta pedagógica curricular contempla a Legislação vigente,
através da abordagem das temáticas de Desenvolvimento Sócio Educacional,
os quais se tornaram conteúdos obrigatórios.
5.1 – Educação Tributária Dec. Nº1143/99, portaria Nº413/02
Os tributos pagos pelos brasileiros equivalem atualmente a quase 40%
das riquezas produzidas no país (PIB). Com isso o Brasil já atingiu a média da
carga tributária dos países mais ricos do mundo.
Nesse grupo de nações ricas, há várias que têm a carga inferior a
brasileira, como os Estados Unidos (25,78%) e a Austrália (30,68%). Só na
Europa existem cargas tributárias maiores do que a nossa: Suécia (51,35%),
Dinamarca (49,85%), Bélgica (46,85%) e França (45,04%).
Tributos diretos e indiretos – os impostos certamente se destacam
entre os demais tributos e sobre eles há muita coisa importante que você deve
saber, pois você também paga impostos. Que ver? Existem impostos diretos
que são aqueles cobrados com base nos bens, nas rendas e salários dos
contribuintes, mas também existem impostos indiretos que incidem sobre a
produção e comercialização de mercadorias, recaindo sobre as vendas dos
produtos industrializados.
Ao se abordar sobre calorimetria, a importância da descoberta da
máquina a vapor para o desenvolvimento industrial, as transformações físicas
das matérias na indústria para se obterem determinadas produtos, os custos de
tais produções, o preço pago pelo consumidor, os impostos geralmente
embutidos nos preços dos produtos e que todos nós pagamos, muitas vezes
sem saber que estamos pagando, enfim, poder-se-ia abordar a Educação
Tributária.
A Constituição Federal, de 1988, em seu artigo, parágrafo 5º diz que o
contribuinte deveria ser informado sobre esses impostos, mas inexiste até hoje
legislação específica para regular a matéria. Trabalhando a Física dessa
maneira, estaríamos reconhecendo a Física como construção humana, os
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aspectos de sua história e relações com o contexto cultural, social, político e
econômico.
5.2 – Enfretamento à violência contra a criança e adolescente
Esse tema, com certeza, deve ser pensado e trabalhado em todas as
disciplinas do currículo. Para tentar erradicar a violência na escola ou ao
menos tentar minimizá-la, a Física poderia lançar mão de atividades que
proporcionam a socialização entre estudantes, educadores e toda a escola.
Poderiam ser feitas atividades com filmes, onde se pode abordar a Cinemática,
a Ótica, a Acústica, enfim, vários ramos dessa disciplina. Ou então jogos que
abordam a questão da rapidez (velocidade), movimentos, interações, etc.
5.3 – Prevenção ao uso indevido de drogas
A produção e o consumo de drogas evidenciam transformações que
utilizam tanto processos químicos (reações) como processos físicos, por parte
de todas as substâncias envolvidas, levando à dependência. Ao se abordar na
Física a questão da energia, que inclusive não provém unicamente de
alimentos, mas também da ingestão de drogas, estaríamos, antes de qualquer
coisa, trabalhando a conscientização. Por exemplo, no contexto militar, as
anfetaminas – “comprimidos de energia” – foram intensamente utilizadas por
soldados, durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, para combater o
cansaço, a fome e o sono; a morfina era, e ainda pode ser utilizada, para as
dores físicas e mutilações. Muitos soldados que sobreviveram à guerra tiveram
como resultado da ingestão indevida de drogas a dependência química e física.
Outro exemplo é a aplicação de substâncias entorpecentes em
crianças – comumente conhecida por “benção da mãe” – durante a Revolução
industrial, uma vez que as mães necessitavam estar fora de casa por longos
períodos do dia. Nos círculos desportivos, alguns atletas apelam para a
administração de substâncias químicas, com o objetivo de aumentar o seu
desempenho (força, rendimento, velocidade, impulso, etc.), ou seja, todos os
conceitos relacionados à Física.
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5.4 – História do Paraná – Lei Nº. 13381/01
Na História do Paraná, em 1976, a indústria dava saltos expressivos,
como a instalação de uma fábrica de ônibus e caminhão em Curitiba e em
1977, o inicio do funcionamento da refinaria Presidente Getúlio Vargas.
Realiram-se ainda nessa época os primeiros grandes melhoramentos que
fizeram da capital paranaense um modelo de novas soluções urbanísticas:
inaugurou-se a primeira parte das ciclovias da cidade e surgiu o sistema de
ônibus expressos.
Aumentaram, no entanto, as disputas de terra, até mesmo em reservas
indígenas, assim como denuncias de graves perturbações ambientais
causadas pelo crescente número de barragens para construção de usinas
hidrelétricas nos rios Iguaçu, Paranapanema, Capivari e Paraná.
Em 1982, o desaparecimento do salto das Sete Quedas, imposto pela
necessidade de formar o imenso reservatório da represa de Itaipu, provocou
intenso movimento de protesto. Agravava-se também, ainda em meados da
década de 1990 a questão da terra, com atentados e manifestações de
trabalhadores sem terra.
Assim, dentro do tema Energia, em Física, pode-se abordar a
importância da criação da Usina de Itaipu, assim como a questão energética no
País, além das questões ambientais.
5.5 – Música – Lei Nº. 11769/2008
O estudo da Acústica em Física é fascinante e atrai a atenção das
pessoas e, não somente de estudantes, mas principalmente deles.
Compositores brincam, fazem metáforas, falam de fenômenos físicos em suas
músicas. No entanto, até mesmo pessoas que gostam dessas músicas, às
vezes não entendem ou tais conceitos passam despercebidos. Analisemos
alguns trechos de músicas e façamos uma analogia com a Física.
“Mas nós vibramos em outra frequência / Sabemos que não é bem
assim / Se fosse fácil achar o caminho das pedras / Tantas pedras no
caminho não seria ruim”. Trecho da música “Outras frequências”,
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cantada pelos Engenheiros do Hawai. “... Vibramos em outra
frequência” – frequência é definida com a quantidade de oscilações por
unidade do tempo. Vibrar em outra frequência é oscilar diferentemente
de outro referencial em um mesmo intervalo de tempo.
“Quando o segundo Sol chegar / Para realinhar as órbitas dos
planetas / Derrubando com assombro exemplar / O que os astrônomos
diriam se tratar de outro cometa”. Trecho da música “O Segundo SOL”
cantada por Cássia Eller e /ou Nando Reis. É praticamente impossível a
existência de um segundo Sol. Porém se chegasse a existir, as órbitas
dos planetas do sistema solar seriam realinhadas em razão da
existência de outro corpo massivo (o segundo Sol), em que a Lei da
Gravitação Universal (massa atrai massa) teria papel fundamental nessa
circunstância.
5.6 – Sexualidade Humana
O tema sexualidade na Escola, é um dos mais polêmicos e de maior
dificuldade para ser tratado. Por esta razão, deve ser abordado da maneira
menos preconceituosa possível. De quem é a responsabilidade de educar,
sexualmente, os jovens e por que não os menos jovens? Inicialmente
responderíamos que é responsabilidade dos pais, da escola, enfim, da
sociedade como um todo. Mas, sabemos que na prática, não é bem assim que
as coisas acontecem. Na realidade, hoje é a escola que possui cada vez mais
a responsabilidade de educar os alunos para uma sexualidade saudável.
Sabemos também que em sua maioria, as escolas não estão
cumprindo este papel com eficiência. Como motivo está o despreparo dos
professores em abordar o tema, cheio de tabus, e a concorrência desleal dos
meios de comunicação que acabam confundindo a cabeça do nosso jovem. Em
um momento estão fazendo campanha para uso de camisinha, e no outro
instante estão promovendo a promiscuidade, principalmente em novelas que
“descrevem o dia a dia, quando jovens praticam sexo sem usar a tal camisinha
(com raras exceções). Mas, retornemos a escola. Um dos principais motivos
em que a responsabilidade passou a ser da escola é a falta de convivência
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familiar. Pai e mãe trabalham fora de casa e não participam efetivamente da
vida escolar dos filhos. Outro fator relevante é a falta de formação e informação
dos pais a respeito do assunto, polêmico e com muitos paradigmas, preferem
na maioria dos casos não falar do assunto com os filhos.
É de fundamental importância o papel da escola na educação sexual,
isto desde a pré-escola. Se a criança cresce aceitando a sua sexualidae,
certamente terá uma vida sexual saudável. Mas, para que o sucesso seja
alcançado é necessária, antes de tudo, a preparação dos educadores. Refiro-
me a todos, não somente os professores de ciências ou de psicologia, nisso se
inclui também, o professor de Física. Esta preparação envolve o repensar de
conceitos sexuais e a conseqüente quebra de tabus existentes ainda hoje.
Como por exemplo, a homossexualidade, encarada como um “desvio social”. A
mudança envolve todos os segmentos da escola, professores, pedagogos e a
direção. É uma corrente que, na falta de apenas um dos seus elos, não serve a
seu propósito.
É pura demagogia querer uma escola moderna com real interesse na
formação de seus alunos, enquanto ainda existirem colegas que se barbarizam
e marginalizam adolescentes grávidas, alunos homossexuais. Ou ainda que
não admita, por exemplo, que a masturbação é parte do processo sexual.
E, para se discutir a sexualidade humana, as oportunidades “surgem”
por si só, em diversas ocasiões e debates entre os próprios estudantes, sem
estar “diretamente” relacionada a um conteúdo específico da disciplina. É
necessário repensar conceitos e atitudes e não ignorar a sexualidade. O tema
deve ser tratado como coisa normal e essencial, assim como beber águia,
comer ou respirar. Quando todos nós encaramos a sexualidade desta maneira,
sem sombra de dúvidas, teremos ao menos, batalhados por uma geração
sexualmente saudável e responsável.
5.7 – História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena – Lei Nº
11.645/08
Não temos como descartar a influência cultural dos povos africanos e
indígenas na formação eclética de nossa cultura. A mascação da folha de coca,
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por exemplo, é utilizada até hoje pelos povos andinos como forma de diminuir a
fome e o cansaço. Os índios sempre consumiram alucinógenos em seus rituais
com o objetivo de se encontrarem com as divindades. Manuscritos egípcios
apontam o uso do ópio em 6 000 a.C., sendo utilizado, principalmente, para
abrandar o choro das crianças e no tratamento das diarréias.
As heranças culturais entre os índios e descendentes africanos
brasileiros guardam muitas semelhanças. Ambos os povos que deram origem
aos brasileiros (negros e índios) foram expulsos de suas terras, roubados em
suas culturas, desvalorizados quanto as suas vozes-línguas, execrados nos
seus costumes, feridos quanto a suas crenças religiosas e estigmatizados
quanto as suas identidades, para que assim servissem aos desejos do
colonizador como marionetes vivas. Entretanto, como observou Freire (2004)
os povos em questão utilizaram-se de uma “Manha histórica” como postura de
sobrevivência e resistência. É esta manha histórica que deu origem a tão rica
cultura (música, dança, arte, literatura, etc.). A cultura afro-indígena brasileira é
herdeira de grande beleza e peculiaridade singular.
Assim sendo, tanto a música (Acústica) quanto a dança (Cinemática,
Dinâmica) são conteúdos cuja abordagem é de suma importância, refletindo
assim a herança cultural deixada por tais povos. E, ainda em outras
abordagens como a construção de calendários e a contagem do tempo, as
constelações, o gnômon. O relógio de sol, a arte e geometria nas pinturas
corporais e dos utensílios, formas, volumes, a exploração com
responsabilidade da fauna e da flora, construção de canoas, flechas, armas,
utensílio, o emprego de metais, a exploração de conhecimentos matemáticos
geométricos na construção de Pirâmides do Egito, enfim, um vasto campo de
conhecimentos e contribuições.
5.8 – Educação Ambiental – Lei Federal Nº9795/99, Dec.4201/02.
Historicamente o setor de geração de energia elétrica vem produzindo
grandes impactos ambientais e sociais em toda a sua cadeia de produção.
Porém, apenas recentemente o debate sobre os diferentes impactos
ambientais provocados pela geração e utilização desta energia tem feito parte
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da agenda mundial de discussões. Os problemas decorrentes da degradação
ambiental, resultantes das ações antropogênicas sobre a Terra, tiveram maior
destaque a partir da Conferência de Estocolmo (UM Conference on the Human
Environment), realizada em 1972. Neste encontro enfatizou-se a necessidade
de se reaprender a conviver com o planeta Terra, conservando-o e, em alguns
casos, preservando-0 para garantir a continuidade da vida. Entretanto, foi a
partir das discussões da Comissão Mundial para mo Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (World Commission on Environment and Development),
documentado no relatório Nosso Futuro Comum (BRNDTLAND,1987), que os
debates se voltara para a necessidade de se repensar o modelo de
desenvolvimento vigente que orienta as organizações humanas, que tem como
um de seus pressupostos básicos o consumo intensivo perdulário de
mercadorias e de energia, traduzido de forma mais explicita no chamado
“american way of life”. Os valores que sustentam este modelo de
desenvolvimento caracterizam-se, sobretudo, pela exagerada ênfase no
aspecto econômico e implica na exploração sem limites dos recursos naturais e
na utilização de tecnologias que produzem em larga escala.
Para Leff (2001) a problemática ambiental – a poluição e degradação
do meio, a crise de recursos naturais, energéticos e de alimentos – tem sido
explicada pela racionalidade econômica e tecnológica dominantes.
Contrapondo-se a este modelo de racionalidade produtiva que degrada o
ambiente, vários ambientalistas e outros setores organizados da sociedade têm
procurado construir uma racionalidade produtiva alternativa. Entretanto, a
organização prática desta construção teórica não está limitada apenas pela
transformação das condições econômicas, tecnológicas e políticas que
determinam as formas dominantes de produção, mas, em última análise, “estão
sujeitas também a certas ideologias teóricas e delimitadas pro paradigmas
científicos que dificultam as possibilidades de reorientar as práticas produtivas
para um desenvolvimento sustentável” (LEFF, 2001, p.61).
Não desconsiderando a importância da linguagem matemática no
ensino de ciências naturais, fundamentalmente no ensino de Física, a prática
de ensino nesta área deve ser enriquecida, a fim de propiciar aos estudantes a
capacidade de coletar dados e informações relativos a fenômenos vivenciados
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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em seu cotidiano, analisar esses dados, interpretando os conceitos
fundamentais e relacionando-0s com os fenômenos com os quais se deparam
no dia a dia.
5.9 – Direitos das Crianças e Adolescentes – Lei Federal Nº11525/07
A importância do ensino de Física está relacionada com o
compromisso de evidenciar, em situações concretas, a relação entre a Física e
a ética, além de mostrar a referida disciplina como fator de construção humana,
essencial ao desempenho do papel de cidadão do ser humano enquanto papel
imprescindível à formação histórica da humanidade.
O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, conforme o próprio
nome demonstra, é um estatuto ou codificação que trata do universo mais
específico vinculado ao tratamento social e legal que deve ser oferecido às
crianças e adolescentes de nosso país, dentro de um espírito de maior
proteção e cidadania decorrentes da própria Constituição promulgada em 1988.
O ECA dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente, sendo
fruto da lei 8.069 de 13 de julho de 1990, que no ano de 2008 completou
“maioridade” de existência.
Consoante a própria Lei, é caracterizada na condição de criança
àquele de idade até doze anos incompletos, e adolescente é àquele que estiver
entre doze e dezoito anos de idade, determinando que ambos devem usuftuir
de todos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral do ECA. Também estabelece que é dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida< à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Destaca que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos
seus direitos fundamentais. Acrescente-se que também no seu artigo 7º,
disciplina que a criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e a
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de
existência.
Cabe aos pais o dever do sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e
fazer cumprir as determinações judiciais. Importante destacar que a falta ou a
carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a
suspensão do pátrio poder. Entende-se por família natural a comunidade
formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. A colocação em
família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, sendo que
sempre que possível, a criança ou adolescente deverá ser previamente ouvido
e a sua opinião devidamente considerada. Consoante a mesma Lei, a criança e
o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho, sendo dever de o Estado assegurar à criança e ao adolescente o
ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria, progressiva extensão da obrigatoriedade e
gratuidade ao ensino médio, além do atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, e atendimento em creche e pré-escola às
crianças de zero a seis anos de idade, dentre outros na esfera educacional,
inclusive com eventuais programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.
6 – Referências
GONÇALVES Filho, Aurélio; TOSCANO, Carlos, Física e realidade. São
Paulo, v. 1, 2, 3, ed. Scipione, 2010.
PARANÁ, Secretária de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Livro Didático Público do Estado do Paraná: Física. Curitiba: SEED/DEPG,
2006.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
Página 211
SACRISTAN, j. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. p. 39 - 40,
Trad. Ermani F. da Rosa, Porto Alegre e: ed. Artemed ,2000.
Delizoicov, D & Angotti J. A. Metodologia do Ensino de Ciências. P. 54 – 55,
São Paulo: Cortez, 2000.
http://educacao.uol.com.br/cidadania/tributos-impostos-taxas-contribuicoes-e-a-
esperada-reforma-tributaria.jhtm, acessado em 16/04/2017.
www.escolacooperativa.com.br/downloads/drogas_na_escol1.doc, acessado
em 16/04/2017.
www.parana.blog.br/progressos-e-problemas/, acessado em 16/04/2017
http://www.brasilescola.com/fisica/fisica-nas-musicas.htm, acessado em
16/04/2017
http://profecortez.blogspot.com.br/2008/01/sexualidade-na-escola.html,
acessado em 16/04/2017
SILVA, Luciano Fernandes; CARVALHO, Luiz Marcelo de. A Temática Ambiental e o
Ensino de Física na Escola Média: Algumas Possibilidades de Desenvolver o Tema
Produção de Energia Elétrica em Larga Escala em uma Situação de Ensino. Rev. Bras.
Ensino. Fís. Vol. 24 nº3, são Paulo, sept. 2002.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE GEOGRAFIA
2017
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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1. Fundamentos teóricos da disciplina
A Geografia como ciência sofreu ao longo da história profundas
transformações, tanto em nível teórico como metodológico. Até as primeiras
décadas do século XX, predominava nas escolas concepções tradicionais e os
livros se limitavam a uma Geografia descritivo e enumerativa. Os educadores
eram obrigados a memorizar listas intermináveis de nome e números, ou
confundiam a Geografia com topografia ou cartografia.
Na Geografia tradicional, o ensino desenvolve-se por meio de blocos
(Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem
internamente nem entre si, desarticulado no espaço e no tempo.
Assim se faz necessário repensar o ensino e a construção do
conhecimento Geográfico, bem como o serviço de quem esta esse
conhecimento. Qual o papel do ensino da Geografia na formação de um
cidadão crítico da organização da realidade socioespacial.
A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto
indissociável, solidário e também contraditório de sistemas de ações “, Santos
(1996 p.51) propõe uma concepção de Geografia que possibilite ao educando
desenvolver um conhecimento do espaço, que auxilie na compreensão do
mundo, privilegiando a sua dimensão socioespacial.
Nesse contexto, a Geografia explica seu objetivo, de analisar e
interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é
compreendido como conjunto das múltiplas, reais e complexas relações.
Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que
permitam aos educadores compreender a realidade que os cerca em sua
dimensão espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço
seja entendido como o produto das relações reais, que a sociedade estabelece
entre si e com a natureza.
Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do
conhecimento Geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível.
Torna-se urgente, assim, romper com a compartimentalização do
conhecimento Geográfico. Nesse sentido faz-se necessário considerar o
espaço Geográfico a partir de vários aspectos interligados e interdependentes,
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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os fenômenos naturais e as ações humanas as transformações impostas pelas
relações sociais e as questões ambientais de alcance planetário, não
dispersando a base local e regional.
Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e
histórico que produz o mundo e a si próprio.
O ensino de Geografia comprometido com as mudanças sociais revela
as contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como
os homens e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta
perspectiva, há que se tornar possível ao educando perceber-se como parte
integrante da sociedade, do espaço, e da natureza. Daí a possibilidade dele
poder (re)pensar a realidade em que está inserido, descobrindo-se nela e
percebendo-se na sua totalidade, onde revelam-se as desigualdades e as
contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação
de um cidadão mais completo, que se percebe como agente de transformações
socioespaciais, reconhecendo as temporalidades e o seu papel ativo dos
processos.
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2. Conteúdos Curriculares
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS 5ª
SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS 6ª
SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS 7ª
SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS 8ª
SÉRIE
Dimensão econômica do
espaço geográfico;
Dimensão política do espaço geográfico;
Dimensão cultural e
demográfica do espaço geográfico;
Dimensão
socioambiental do espaço geográfico
Formação e transformação das paisagens
naturais e culturais.
Dinâmica da
natureza e sua alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
A formação, localização, exploração e utilização dos
recursos naturais.
A distribuição espacial das atividades
produtivas e a (re)
organização do espaço geográfico.
As relações
entre campo e a cidade na sociedade capitalista.
A
transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da
A formação mobilidade das
fronteiras e reconfiguração
do território brasileiro.
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
As diversas regionalizações do espaço brasileiro.
As
manifestações socioespaciais da diversidade
cultural. A
transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
Movimentos migratórios e
suas motivações.
O espaço rural
e a modernização da agricultura.
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
A formação,
mobilidade das fronteiras e a
reconfiguração dos territórios do continente americano.
A nova ordem
mundial, os territórios
supracionais e o papel do
Estado.
O comércio em suas
implicações socioespaciais
.
A circulação da mão-de-
obra do capital, das
mercadorias e das
informações.
A distribuição espacial das atividades
produtivas, a (re)
organização do espaço geográfico.
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
A nova ordem
mundial, os territórios e o
papel do Estado.
A revolução
técnico-científico-
informacional e os novos arranjos no espaço de produção.
O comércio
mundial e as implicações
socioespaciais.
A formação, mobilidade das fronteiras e a
reconfiguração dos territórios.
A
transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
As
manifestações
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população.
A mobilidade populacional e
as manifestações socioespaciais da diversidade
cultural.
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
A formação, o crescimento
das cidades, a dinâmica dos
espaços urbanos e a urbanização.
A distribuição espacial das atividades
produtivas, a (re)
organização do espaço geográfico.
A circulação de mão-de-
obra das mercadorias e
das informações.
As relações entre o campo e a cidade na
sociedade capitalista.
O espaço rural
e a modernização da agricultura.
A
transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
Os
movimentos migratórios e
suas motivações.
As
manifestações sociespaciais
da diversidade cultural.
Formação, localização, exploração e utilização dos
recursos naturais.
sociespaciais da diversidade
cultural.
Os movimentos migratórios mundiais e
suas motivações.
A distribuição das atividades produtivas, a
transformação da paisagem e
a (re) organização do espaço geográfico.
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
O espaço em rede:
produção, transporte e
comunicações na atual
configuração territorial.
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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS - ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do espaço geográfico; Dimensão política do espaço geográfico; Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico; Dimensão socioambiental do espaço geográfico.
A formação e transformação da paisagem; A dinâmica da natureza e sua aplicação pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico; A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais; A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos do espaço e da produção; O espaço rural e a modernização da agricultura; O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial; A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações; Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios; As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista; A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente; A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticas da população; Os movimentos migratórios e suas motivações;
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As manifestações sociespaciais da diversidade cultural; As diversas regionalizações do espaço geográfico; As implicações sociespaciais do processo de mundialização; A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do estado.
3. Metodologia
Percebe-se que a prática metodológica no tocante ao ensino de
Geografia, tem sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em
questionários com respostas pré-determinadas, tendo como objetivo a
memorização de conteúdos. Porém, tal prática tem se mostrado insuficiente
para que se concretize a construção do conhecimento Geográfico. Portanto,
faz-se necessário repensar a metodologia para que, de fato, se assegurem os
objetivos a que disciplina de Geografia se propõe.
É que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e ao
mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo
de suas omissões.
É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando
mecanismos de análise e reflexões sobre sua condição. Sua realidade deve ser
valorizada e a metodologia deve tornar os conteúdos significativos para que,
por intermédio do diálogo, se busque explicitar e oportunizar a observação, a
análise e a reflexão, categorias essenciais para o desenvolvimento e “um olhar
geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido.
A metodologia de ensino da Geografia contempla conceitos
fundamentais como: região, lugar, paisagem, território, sociedade e natureza e
os conteúdos são trabalhados de forma crítica e dinâmica, interligados com a
realidade cotidiana, sendo importante considerar experiências vividas dos
educandos para relacioná-los ao conhecimento científico. Assim, abordamos
também a Geografia do Paraná e de Apucarana, para que o aluno se
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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identifique e conheça o processo de produção da paisagem geográfica da sua
localidade, bem como as relações sociais, culturais e econômicas que aqui se
desenvolvem.
Cabe ao educador, como mediador na construção do conhecimento,
criar situações de aprendizagem através de recursos pedagógico-tecnológico
adequados e, sobretudo, usando as imagens na Geografia a aprendizagem
torna-se mais atraente e inovadora.
O educador ao mesmo tempo que apresente o conteúdo a ser
trabalhado deve estimular os educandos a descobrir novos conhecimentos
através de uma situação problema, isto é, levantar questões referentes ao
tema, buscar explicações, relações, e construir conceitos. Além disso, é
importante adquirir conhecimentos de formas contextualizadas. Não só
relacionando-os com a realidade vivida, mas sobretudo situando-os
historicamente nas relações políticas, sociais, econômicas e culturais, de forma
concreta nas diversas escalas geográficas. O processo de aprendizagem deve
ser conduzido pelo educador de forma dialogada, permitindo o questionamento
e a participação dos alunos para que a compreensão dos conteúdos e a
aprendizem crítica aconteçam.
De acordo com a legislação vigente do país, a Geografia contempla
conteúdos de Desenvolvimento sócio-educacional contemplando, História e
Cultura dos Povos Indígenas, baseado na lei 11.645/08; História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana, baseado na lei 10.639/03; Política Nacional de
Educação Ambiental, baseada na lei 9795/99; Cidadania e Direitos Humanos,
Educação Fiscal, Enfrentamento à Violência na escola e a Prevenção ao Uso
de Drogas. Os educandos precisam entender o valor desses conteúdos para
que de fato se possa efetivar a construção da sua autonomia e cidadania
plena.
Para que esses conteúdos sejam trabalhados serão utilizados, aula
expositiva, seminários, filmes relacionados aos temas propostos, mapas,
planisférios e aulas na sala de informática. Buscando-se sempre relacionar os
materiais propostos ao dia-a-dia do educando e, sobretudo, proporcionando
uma interdisciplinaridade com as outras disciplinas.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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Para o desenvolvimento desta proposta serão utilizados: Quadro Negro
e Giz; televisão pen drive; mapas; planisfério; computadores; pôsteres; painéis
entre outros materiais necessários para a melhor compreensão do educando.
4. Avaliação
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) determina
que a avaliação do processo de ensino-aprendizagem seja formativa,
diagnóstica e processual. Respeitando o prenúncio da Lei, cada escola da rede
estadual de ensino, ao construir seu Projeto Político Pedagógico, deve explicar
detalhadamente a concepção que orientará a prática dos professores.
Segundo as Diretrizes, a avaliação deve tanto acompanhar a
aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho dos professores. Para isso
deve construir uma ação reflexiva sobre o fazer pedagógico.
Nessa concepção de avaliação, considera-se que os alunos têm
diferentes ritmos de aprendizagem, identificam-se dificuldades e isso possibilita
a intervenção pedagógica a todo tempo. O professor pode, então, procurar
caminhos para que todos os alunos participem das aulas.
A avaliação de Geografia deve ser mais do que uma definição de uma
nota ou um conceito, deve estabelecer de forma contínua, pois, o processo
ensino-aprendizagem se faz constante na vida escolar do educando.
Partindo deste contexto, as atividades desenvolvidas ao longo do ano
letivo devem possibilitar ao aluno a apropriação do conhecimento crítico frente
aos diferentes contextos sociais, auxiliando assim, em sua construção como
ser social.
A prática docente, sob os fundamentos teórico-metodológicos
discutidos neste PPC, busca contribuir para a formação de uma aluno crítico,
que atue em seu meio natural e, portanto, interprete criticamente esse meio.
Para isso, destacam-se como os principais critérios de avaliação em
Geografia, a formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das
relações sociespaciais para a compreensão de sua realidade, para tanto faz-se
necessário por parte dos professores ressaltar os conceitos de Geografia para
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os alunos assimilarem as relações Espaço-tempo e Sociedade-Natureza para
compreender o espaço nas suas diversas escalas geográficas.
Na disciplina de Geografia, a avaliação deve ir além de uma nota ou
um simples conceito. As atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo
devem possibilitar ao aluno a apropriação dos conteúdos e um posicionamento
crítico frente aos diferentes contextos sociais, estando articulados com a
concepção histórica e metodológica da disciplina possibilitando a (re)
construção do conhecimento em diferentes graus de complexidade de acordo
com o conhecimento cognitivo dos educandos.
Ao contrário do que se via na escola Tradicional, onde a ênfase era
dada a memorização, a obediência e a passividade, hoje, a avaliação deve
considerar na mudança de pensamento e de atitudes do aluno, alguns
elementos que possibilitem o êxito do processo ensino-aprendizagem tais
como: Aprendizagem; Compreensão; Questionamentos; Participação;
contribuindo para sua formação crítica, tornando o aluno um agente atuante em
seu meio.
A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e
aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de aproveitamento do
conhecimento do aluno. Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar
foram elaborados em consonância com a organização curricular e descritos no
Projeto Político Pedagógico.
A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais
deste no conjunto dos componentes curriculares cursados, com
preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.;
Obedecendo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, será
disposto ao aluno 10,0 (cem) pontos distribuídos em prova e trabalhos,
somando-se em um total de 4 (quatro) registros de notas. Para tanto os
instrumentos utilizados pelo professor serão definidos de acordo com o Plano
de Trabalho Docente, podendo ser entre outros:
Seminários;
Atividades escritas (provas, relatórios, dissertação,
síntese);
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Atividades orais (provas, debates, palestras);
Pesquisas (de campo, bibliográficas);
Trabalho em grupo ou individual;
Ao final de cada série será ofertada a todos os alunos, que não
obtiveram e obtiveram média 6,0 (seis vírgula zero), uma prova de recuperação
no valor de 10,0 (cem) pontos, conforme menciona a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional.
A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e
concomitante ao processo ensino-aprendizagem, ocorrendo de duas formas:
Com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecidos pelos
instrumentos de avaliação;
Com a reavaliação do conteúdo já “(re) explicado” em sala de aula.
5. Referências
ANDRADE, Manuel Correa. Geografia Ciência e Sociedade – SP. Atlas, 1987.
CAVALCANTI, L. de. S. Cotidiano, mediação pedagógica e formação de
conceitos: uma contribuição de Vygotsky ao ensino de Geografia. Campinas,
CEDS, v.24, n.66, Campinas, 2005.
HOLFFMANN, J. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-
escola a universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade,1993.
PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação Pública. Diretrizes Curriculares
Estaduais do Paraná – Geografia, 2008. Acesso pelo site,
WWW.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/arquivos/File/diretrizes_2099/pit_200
9/geografia.pdf.visitado dia 04/09/2010 às 13:00 h.
SANTOS, M. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2005.
___________A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São
Paulo: Hucitec, 1996.
___________Metamorfose do espaço habitado. São Paulo, Hicitec, 1998.
___________Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1985.
VESENTINI, J.W. Para uma geografia crítica na escola. São Paulo: Ática, 1992.
LACOSTE, Y. A . Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra.
Campinas: Papirus, 1988.
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA
2017
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1. Fundamentos teóricos da disciplina
A disciplina de história passou por grandes e profundas transformações
a partir da década de 70 em todo o mundo. A história tradicional, positivista,
centrada nas realizações políticas dos grandes heróis nacionais em que o
aluno era mero expectador, cedeu espaço para uma história dinâmica,
abrangente, que dá voz às classes populares.
A partir de Analles, Nova História Cultural e Nova Esquerda Inglesa,
houve uma aproximação maior com outras áreas do conhecimento como
sociologia, filosofia, que favoreceu uma nova tomada de consciência do
cidadão no mundo. O aspecto interdisciplinar que assumiu a historiografia nos
últimos anos e a conseqüente melhoria do processo ensino-aprendizagem só
será possível com a adoção de metodologias que venham de encontro a essa
nova realidade didática. Os alunos necessitam de um espaço, onde possam
trazer suas dúvidas, anseios e angústias e confrontá-los com o saber
organizado e sistematizado do pensamento científico histórico.
Sendo uma área do conhecimento eminentemente humana, o objetivo
da história é a produção do homem, destacando todo o trabalho social
desenvolvido através do tempo, bem como a apropriação dos bens da natureza
através do tempo. Destacamos que essa história é dialética e se desenvolve
dentro de estruturas injustas que foram construídas através de processos que
se reproduzem na atualidade
Tendo em vista as novas demandas sociais da realidade
contemporânea, o ensino de história torna-se um instrumento de grande valia
para a compreensão da gênese e formação da modernidade, visto que
possibilitam reflexões a respeito dos contextos históricos e sua produção
intelectual. Portanto, a opção de uma história que venha de encontro com os
interesses da população deve ser o paradigma de uma escola caracterizada
pela universalidade e democracia, pois somente com essa aproximação será
possível fazer da educação instrumento de melhoria social.
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2. Conteúdos Curriculares
ESTRUTURANTES BÁSICOS 5ª SÉRIE
BÁSICOS 6ª SÉRIE
BÁSICOS 7ª SÉRIE
BÁSICOS 8ª SÉRIE
Relações de Trabalho Relações de Poder Relações Culturais
experiência humana no tempo. Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo. As culturas locais e a cultura comum.
As relações de propriedade A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade. As relações entre o campo e a cidade Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.
História das relações da humanidade com o trabalho. O trabalho e a vida em cidade. O trabalho e as contradições da modernidade. Os trabalhadores e as conquistas de direito.
A constituição das instituições sociais A formação do Estado Sujeitos, guerras e revoluções.
CONTEÚDOS: ENSINO MÉDIO
ESTRUTURANTES BÁSICOS
RELAÇÕES DE TRABALHO
Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre.
Urbanização e Industrialização. Trabalho e globalização.
RELAÇÕES DE PODER
a) O Estado e as relações de poder. b) Educação Fiscal c) Os sujeitos, as revoltas e as guerras
RELAÇÕES CULTURAIS
Movimentos sociais, políticos e culturais, guerras e revoluções
Cultura e religiosidade
Cultura Afro-descendente e tribais
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Conteúdos Obrigatórios:
Educação Tributária Dec. Nº 1143/99, portaria Nº 413/02
As correntes da historiografia que fundamentam a disciplina de história
como a Nova Esquerda Inglesa e a Nova História Cultural vem de encontro
com a proposta da Educação Tributária disciplinada pelo Decreto nº 1143/99 e
Portaria 413/02, na medida em que defendem a participação concreta do
cidadão na construção de uma história participativa e consciente,
fundamentada na efetiva prática da cidadania.
A necessidade de os cidadãos conhecerem a origem e o destino dos
tributos das esferas federal, estaduais e municipais, proporciona aos alunos de
história uma interação da sociedade com as verdadeiras práticas democráticas
do poder constituído, já que este último tem origem legitima na soberania
popular que deve exercer um controle democrático, afim de fazer valer os
princípios da administração pública da moralidade, publicidade e transparência
dos agentes públicos.
Enfrentamento à Violência na Escola
Ao tomar conhecimento de todo o processo de violência da
humanidade e das ideologias que fundamentaram esse quadro, o aluno de
história pode facilmente compreender a história local a partir da história geral,
principalmente a questão da violência escolar que nada mais é que o reflexo
do quadro de instabilidade social potencializado na escola.
É importante destacar o papel da história ao desvendar toda essa
problemática ao longo dos tempos para compreendermos a real situação do
presente, bem como entender os caminhos pelo qual rumam nossa história
local. Nesse contexto, não podemos deixar de destacar a história e processo
de constituição bulling, que nos últimos anos entrou de forma definitiva em
nossas escolas.
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Prevenção ao Uso Indevido de Drogas
O uso de drogas transformou-se na modernidade num dos problemas
essenciais que desestabilizam a sociedade, em especial nossa juventude, que
se vê prisioneira das consequências perversas desse mal.
A disciplina de história pode auxiliar nossa juventude na compreensão
do agravamento da situação que se agravou nos últimos anos. Uma tomada de
consciência a partir da evolução da gravidade das drogas na sociedade é um
papel que a área de história pode trabalhar com os alunos, a fim de fornecer-
lhes ferramentas para o enfrentamento da situação.
História do Paraná
A história da constituição do Estado do Paraná a partir de 1853 e seu
processo anterior e posterior a este período até os dias atuais é essencial para
a compreensão de nossa identidade.
Desde o seu povoamento e conflitos a longo do tempo que
determinaram nosso território atual e a população que aqui chegou, desde os
primeiros nativos até os povos que migraram de outras regiões do Brasil e do
mundo é essencial para compreender a estrutura e formação de nosso povo.
Os principais acontecimentos sociais, políticos, culturais e econômicos
se interligam numa complexidade que determinam as principais características
da modernidade e nos fornece elementos para entender o rumo que nosso
Estado.
História e Cultura Afro-brasileira e Africana
A Lei nº 11645/08 que alterou a Lei nº 10639 que trata da
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena está
fundamentada na Constituição Federal nos Artigos 215 e 216 que dispõe sobre
os direitos culturais, leva-nos a uma discussão sobre os povos africanos que
ajudaram a construir a grandeza de nosso país.
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Resgatar seu passado de sofrimento, desde a chegada dos primeiros
colonizadores em nosso país, e entender o processo social, político, cultural e
econômico a que foram submetidos é entender a luta o engajamento político e
de grande parte da situação dos afro-descendentes na atualidade.
História e Cultura dos Povos Indígenas
A Lei 11645/08 que disciplina a obrigatoriedade da temática da
História e Cultura Afro-Brasileira, também destaca a questão indígena como
parte integrante do currículo das escolas por todo o país.
Resgatar a história e a cultura dos povos indígenas além de ser uma
exigência moral, pois até hoje aparecem apenas como coadjuvantes da história
do Brasil, é também, uma questão legal amparada pela Constituição Federal
de 1988, artigos, 215 e 231. Esses povos que por aqui, estiveram aos milhões,
hoje estão reduzidos a menos de 1 milhão de habitantes, em reservas que são
alvos constantes de agricultores, pecuaristas, grileiros, garimpeiros,
mineradoras dentre outros.
Sexualidade Humana
Desde a criação da humanidade a sexualidade esteve presente na
sociedade e serviu como orientação moral com o intuito de preservar valores,
em especial o da família, que nem sempre foi respeitado.
Como fator de agregação social a história viu na sexualidade um fator
de manutenção das estruturas da sociedade como um todo. Entretanto,
percebe-se na história, especialmente nos últimos 40 anos, uma banalizaçao
da sexualidade humana, que através de um intenso bombardeio da mídia virou
moeda barata de troca.
Portanto, tratar da sexualidade humana na contemporaneidade é
questão essencial que tem que ser debatida constantemente nos meios de
comunicação e, em especial, na escola.
Lei Maria da Penha
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A Lei 11.340 que se aplica a violência contra a mulher é assunto
relevante na disciplina de história, já que conhecíamos apenas a história dos
vencidos até pouco tempo, e essa lei vem em parte denunciar um quadro
histórico que por muito tempo esteve ocultado.
A história a partir da década de 70, a partir da “Nova História Cultural”,
começa a se interessar pelas questões das minorias, entre elas a da mulher,
que conviveu e convive com a violência, doméstica, social, psicológica.
A Lei Maria da Penha só vem coroar os anseios de uma sociedade
feminina que viveu durante longos anos sob o império da opressão e do medo.
Direito das Crianças e Adolescentes – ECA – LEI FEDERAL
Nº 11252/07
A violência contra a criança e adolescente sempre esteve presente na
história da humanidade e pouco se fez para mudar essa realidade. Desde os
primórdios da humanidade a parte mais frágil da sociedade, os adolescentes e
as crianças sempre estiveram sob o jugo da opressão dos adultos.
Exemplos dessa violência se intensificou com o advento da Revolução
Industrial no século XV111, onde em nome do progresso não se mediu
esforços para explorar as crianças e adolescentes dentro de fábricas por
período muito além do normal. No Brasil atual, encontramos uma estrutura que
leva milhões de crianças e adolescentes a quadros cada vez mais desumanos,
seja no campo, na cidade, em locais onde eles precisam trabalhar para
sobreviver, ou onde são explorados sexualmente.
O Estatuto da Criança e Adolescentes (ECA), disciplinado pela Lei
Federal nº 11252/07, chegou para corrigir essas injustiças históricas que
insistem em perdurar na contemporaneidade, constitui ferramenta
indispensável para uma análise sociológica, filosófica e histórica dessa
realidade social.
Educação Ambiental – Lei Federal nº 9795/99, DEC n
4201/02
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Observamos que a destruição do planeta terra se intensificou a partir
da Revolução Industrial ocorrida no século XV111 na Inglaterra e que se
espalhou pelo mundo nas décadas seguintes. Graves problemas ambientais
afetam a humanidade, comprometem a qualidade de vida e criam uma situação
caótica para o planeta que se assim seguir poderá ser destruído em poucas
décadas.
A poluição, efeito estufa, inversão térmica, destruição da Camada de
Ozônio, Poluição dos Rios, Derretimento das Geleiras e Calotas Polares,
constituem aspectos desse quadro que se intensificou nos últimos anos.
A Lei Federal nº 9795/99 no seu artigo 1º diz: “ Entendem-se por
educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. E
no artigo 2º diz:” A educação ambiental é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não-formal, se constitui ferramenta indispensável para uma
educação que permita a sobrevivência da humanidade a partir de um modelo
de desenvolvimento sustentável em que, sem abrir mão do progresso,
possamos defender o meio ambiente.
3. Metodologia
Para um melhor aproveitamento do processo ensino-aprendizagem,
além das aulas expositivas, os conteúdos serão trabalhados a partir de
pesquisas em que os alunos escolhem um tema do conteúdo específico a fim
de elaborar uma pesquisa, onde deverão apresentar conclusão, bibliografia que
serão debatidos em plenária.
Além das aulas e debates os alunos farão leitura de fontes e textos
alternativos sobre conteúdos do currículo, que serão complementados com
filmes e material das modernas fontes de mídia, como a internet que atualizam
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assuntos nacionais e internacionais. Também trabalharemos com apostilas,
livros didáticos, que são fontes indispensáveis para a construção do
conhecimento cientificamente acumulado pela humanidade.
Os projetos da área de história como: simulado de humanas, Debate
Político, Educação Fiscal, Hino do Paraná, Ditadura Militar e sua resistência da
professora Maria Aparecida de Freitas (PDE), O índio no livro didático do
professor Esmair Lopes Camargo (PDE), Cultura Afro-descendente, meio
ambiente, prevenção de drogas serão desenvolvidos junto aos alunos do
Ensino Fundamental e Ensino Médio..
Os projetos da área de história serão desenvolvidos dentro da escola
através de pesquisas, debates, palestras de profissionais da área, autoridades,
exposições, além de visitas junto à Prefeitura Municipal e Câmara dos
Vereadores.
4. Avaliação
A avaliação estará fundamentada num processo diagnóstico e
continuado, onde o aluno deve ser acompanhado durante todo o processo em
que estiver na escola. O processo avaliativo deverá fornecer as ferramentas
necessárias para que o aluno possa interferir na realidade em que vive e
contribuir para ao aperfeiçoamento social.
Subsidiados pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica a área
de história do CEEBJA de Apucarana não aceita somente as avaliações que
se pautam por características classificatórias e mensuráveis que se afastam de
linhas estabelecidas pelo Projeto Político Pedagógico, que tendem a perpetuar
o modelo excludente do sistema capitalista.
Para alcançar esse objetivo serão utilizados os seguintes meios:
Leitura
Interpretação e análise de textos historiográficos
Estudo de mapas e documentos históricos
Produção de narrativas históricas
Pesquisas bibliográficas
Seminários
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Visitas
Participação em projetos da área de história
Atividades interdisciplinares com outras áreas de
conhecimento
Avaliação direta e processual.
5. Referências
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IV Jornadas Internacionais de Educação Histórica: Universidade do Minho; p.
11-28, 2004.
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Ática,1990.
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Ensino. 10 ed. São Paulo: Contexto, 2005.
BURKE, Peter (Org). A escrita da História: novas perspectivas. Trad. Magda
Lopes. São Paulo: Editora UNESP, 1992.
BRASIL . Lei nº 9.795/99, de 27 de abril de 1999. Estabelece a Política
Nacional de Educação Ambiental. Diário Oficial [da República Federativa do
Brasil], Brasília, DF.
BRASIL, Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Estabelece a Inclusão da
História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Diário Oficial [da República
Federativa do Brasil], Brasília, DF.
CANCIAN, Nadir A. Cafeicultura paranaense: 1900-1970. Curitiba:
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LIENHARD, Martin O mar e o mato: Histórias da escravidão (Congo-Angola,
Brasil, Caribe). Salvador: Edufba/Ceao, 1998.
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Paraná. Boletim da Universidade do Paraná. Departamento de História.
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MEURER, José Luiz, MOTTA-ROTH Désirée (Org), Bauru, SP: EDUSC, 2002.
RIANI, Camilo. Linguagem & Cartum... Tá rindo do quê? Um mergulho nos
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2001.
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE INGLÊS
2017
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1. Fundamentos teóricos da disciplina
No mundo globalizado em que vivemos, aprimorar o aprendizado de
uma segunda língua está se tornando quase que uma necessidade devido à
influência da Língua Estrangeira Moderna no nosso dia a dia. Os alunos da
EJA são, na sua maioria, trabalhadores que voltam para a rede de ensino
público para se escolarizarem e concluírem o ensino básico, muitas vezes, por
exigência do próprio mundo do trabalho. O alunado desta modalidade de
ensino traz consigo uma visão de mundo influenciada por seus traços culturais
de origem e por sua vivência social, familiar e profissional. São homens e
mulheres que já chegam à escola com uma bagagem de conhecimento
adquirido ao longo de suas vidas, uma vez que a escola não é o único espaço
de produção e socialização dos saberes.
Durante muito temo, imperou no Brasil quase que um descaso em
relação à aquisição de uma segunda língua. A LE vem ocupando cada vez
mais um lugar de destaque nos currículos escolares. Foi no governo de D.
João VI, através da Decisão de 22 de junho de 1809, que se deu a instituição
oficial do ensino de línguas no Brasil. Daí em diante, a educação nacional
passou por diversas formas e o ensino de línguas estrangeiras sempre
mereceu atenção particular.
De acordo com Celani (1994), com a instituição da Lei Nº 4024 de 21
de dezembro de 1961 que fixou as diretrizes e bases (LDB) da educação
nacional, repentinamente, o ensino de LE passa da situação de tutela absoluta
em que se encontrava para a situação se não de abandono, pelo menos de
absoluto descaso devido à imposição de conteúdos, métodos e programas. A
Língua Estrangeira foi tirada do núcleo e foi incluída no rol da parte
diversificada do currículo. Para Moita Lopes (1996), “(...) embora não se
questione a aprendizagem de outras matérias do currículo, as LEs são
frequentemente apontadas como desnecessárias na formação do aprendiz da
escola pública.”
Os educandos de EJA, quando chegam à escola, trazem consigo um
legado cultural – conhecimentos construídos a partir do senso comum e um
saber popular, não científico que é constituído no cotidiano, em suas relações
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com o outro e com o meio. Assim, o trabalho dos educadores de EJA é a busca
permanente do conhecimento que dialogue, concomitantemente, com o
singular e o universal, o mediato e o imediato de forma dinâmica e histórica,
fazendo com que os professores dessa área tenham uma responsabilidade
social na formação integral dos seus alunos, precisa ter habilidade para fazer o
resgate dos saberes já construídos de forma fragmentada e não sistematizado
na vivência dos alunos. Isso tem sido um dos fatores determinantes para o
sucesso dos mesmos. As funções da EJA são reparadoras, equalizadora e
qualificadora. É um apelo para a educação permanente e criação de uma
sociedade educada para o universalismo, solidariedade, igualdade e
diversidade.
De acordo com o Cristovão (1999), uma das funções da escola, assim
com o ensino de L.E.M., é proporcionar ao aluno o acesso a novos
conhecimentos. Freire (1991) afirma que todos nós, seres humanos, somos
diferentes. Não podemos partir do modelo ideal para todos sendo que cada
qual possui a sua própria história e construção frente às várias culturas. É
necessário saber respeitar as diferenças, precisamos de um processo
educativo que se preocupe com o crescimento integral do indivíduo como um
todo, que não seja fragmentado, que tenha a preocupação com o amanhã de
cada ser humano. O nosso processo pedagógico deve estar aberto, vivo,
inquieto e perguntando-se, principalmente, sobre o seu futuro. O que nos
retoma a função de se preparar os jovens e adultos para o mundo do trabalho e
para a vida, fazendo-se necessário estudar uma língua diferente da sua língua
materna.
O ensino de L.E.M. deve oportunizar o desenvolvimento da consciência
crítica sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade
brasileira e no cenário internacional para que os alunos possam analisar as
questões da nova ordem global e suas implicações, bem como, possa construir
suas identidades, aprender percepções de mundo de maneiras de construir
sentidos, forma e subjetividades.
O ensino deve ser voltado não só para a formação de um cidadão, mas
também, deve fornecer subsídios para se progredir no trabalho e estudos
posteriores, possibilitando a apropriação do conhecimento da L.E.M com uma
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compreensão crítica da sociedade, ampliando as possibilidades de ver e avaliar
o mundo, descobrir novas maneiras de construir sentidos do e no mundo,
tornando-se mais conscientes, críticos e transformadores da sociedade.
2. Conteúdos Estruturantes/Básicos da Disciplina
De acordo com as Diretrizes Curriculares para o Ensino da Língua
Estrangeira Moderna – Inglês para cada variante lingüística e cada grupo
cultural, os valores sociais e culturais que lhes são atribuídos sofrem
oscilações, de acordo com os diferentes contextos sócio-culturais e históricos.
Dessa forma, a língua e a cultura são entendidas como variantes locais
particularizadas em contextos específicos; portanto, configuram-se de forma
heterogênea, complexa e plural. Sendo assim, no ensino de Língua
Estrangeira, a língua é o objeto de estudo dessa disciplina contemplando as
relações com a cultura, o sujeito e a identidade tornando-se fundamental a
compreensão desse conceito para efetivação da prática pedagógica.
Com base na concepção da língua como interação verbal e espaço de
produção de sentidos marcados por relações contextuais de poder, o Contéudo
Estruturante será aquele que a traz, de forma dinâmica-discurso enquanto
prática social realizado por práticas discursivas que envolvem a leitura, a
oralidade e a escrita.
O trabalho com diferentes gêneros textuais deve conduzir o aluno a
perceber a produção de diferentes discursos, as diferentes vozes que
permeiam as relações sociais e essas relações de poder que as entremeiam.
É preciso que os níveis de organização lingüística sirvam ao uso da linguagem
na compreensão, na produção escrita, oral, verbal e não verbal.
Portanto, os conteúdos específicos serão desdobrados a partir dos
conteúdos estruturantes, por isso a dificuldade de se estabelecer conteúdos
por série, por esses serão conseqüentes e inerentes aos textos trabalhados.
Entretanto, para que se mantenha o principio da continuidade, os
textos devem ser relacionados levando-se em consideração ao que o aluno
precisa:
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Vivências na aula de língua estrangeira, formas de participação
que lhes possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e
coletivas;
Compreender que os significados são sociais e historicamente
construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática social;
Ter maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
Reconhecer e compreender a diversidade lingüística e cultural,
bem como seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
Neste momento é preciso levar em conta os conhecimentos:
Discursivo: o modo como combina as formas gramaticais e
significados em textos falados ou escritos, nos diferentes gêneros; a coesão
que a unidade do texto e a coerência no significado.
Sociolingüístico: prevê o conhecimento das particularidades do
comportamento social verbal e permite escolher a forma lingüística adequada
de acordo com a situação, objetivando intenções do falante.
Gramaticais: o domínio do código lingüístico – vocabulário, pronúncia,
ortografia, regras para a formação de palavras e frases, etc.
Estratégicos: ajuda o falante a preencher lacunas nos outros
conhecimentos estabelecidos como sendo fundamentais no ensino-
aprendizagem de L.E.M.
Pode ser verbal ou não verbal. Por exemplo, quando o aprendiz não se
lembra do nome de algum objeto ao qual deseja se referir, pode usar uma
paráfrase para se fazer entender.
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CONTEÚDO ESTRURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática social
GÊNEROS DISCURSIVOS E SEUS ELEMENTOS COMPOSICIONAIS Caberá ao professor a seleção de gêneros, nas diferentes esferas sociais de circulação, de acordo com a Proposta Pedagógica Curricular e com o Plano de Trabalho Docente, adequando o nível de complexidade a cada série. LEITURA Identificação do tema; Intertextualidade; Intencionalidade; Léxico; Coesão e coerência; Funções das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos; Recursos estilísticos(figuras de linguagem); Marcas lingüísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); Variedade lingüística; Ortografia; ESCRITA Tema do texto; Interlocutor; Finalidade do texto; Intencionalidade do texto; Intertextualidade; Condições de produção; Informatividade(informações necessárias para a coerência do texto); Léxico; Coesão e coerência; Funções das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos; Recursos estilísticos (figuras de linguagem); Marcas lingüísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); Variedade lingüística; Ortografia. ORALIDADE Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc... Adequação do discurso ao gênero; Turnos de fala; Variações lingüísticas; Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias, repetição. Pronúncia.
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5 – Conteúdos Obrigatórios
A proposta pedagógica curricular contempla a Legislação vigente,
através da abordagem das temáticas de Desenvolvimento So cio Educacional,
os quais se tornaram conteúdos obrigatórios.
5.1 – Educação Tributária Dec. Nº1143/99, portaria Nº413/02
Os tributos pagos pelos brasileiros equivalem atualmente a quase 40%
das riquezas produzidas no país (PIB). Com isso o Brasil já atingiu a média da
carga tributária dos países mais ricos do mundo.
Nesse grupo de nações ricas, há várias que têm a carga inferior a
brasileira, como os Estados Unidos (25,78%) e a Austrália (30,68%). Só na
Europa existem cargas tributárias maiores do que a nossa: Suécia (51,35%),
Dinamarca (49,85%), Bélgica (46,85%) e França (45,04%).
Tributos diretos e indiretos - Os impostos diretos são aqueles cobrados
com base nos bens, nas rendas e salários dos contribuintes, mas também
existem impostos indiretos que incidem sobre a produção e comercialização de
mercadorias, recaindo sobre as vendas dos produtos industrializados.
Ao se abordar o tema sobre a Educação Fiscal a Disciplina de Língua
Estrangeira Moderna – Inglês possibilita o trabalho didático-pedagógico de
diversas maneiras tais como: interpretações de textos sobre a importância dos
tributos; leitura de histórias associadas a questão dos tributos; escrita de
parodias sobre Educação Fiscal; identificação dos produtos mais consumidos e
sua carga tributaria; feira de cultura com apresentações artísticas: pecas de
teatro, exposições fotográficas, música, dança, vídeo, sempre focalizando
temas tratados pelo Programa; exposições em seminários e painéis de
debates; oficinas de produção seguidas de apresentação dos trabalhos pela
escola e produção de revista em quadrinhos e jornal.
A escrita por meio da construção de charges, quadrinhas e produção
de texto em variados gêneros. Dessa forma, eleva-se a conscientização da
necessidade do conhecimento em Educação Fiscal em Língua Inglesa e
cumpre a função social da escola que é formar sujeitos críticos que
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reconheçam seus direitos por meio dessa temática. Assim sendo os alunos
poderão ser disseminadores dessa idéia, por exemplo, ao analisar os impostos
geralmente embutidos nos preços dos produtos e que todos nós pagamos,
muitas vezes sem saber que estamos pagando.
A Constituição Federal, de 1988, em seu artigo, parágrafo 5º diz que o
contribuinte deveria ser informado sobre esses impostos, mas inexiste até hoje
legislação específica para regular a matéria. Trabalhando a língua dessa
maneira, estaríamos reconhecendo a Língua Estrangeira Moderna - Inglês
como construção humana, os aspectos de sua história e relações com o
contexto cultural, social, político e econômico.
5.2 – Enfrentamento à violência contra a criança e adolescente
É necessário considerar o fenômeno da Violência a partir de uma
perspectiva histórica, social e política. Compreende-se a violência na escola
como um processo que se constitui historicamente no espaço e no tempo
escolar. A violência na escola torna-se preocupante pelo fato de que enquanto
espaço institucionalizado de desenvolvimento do indivíduo pela educação.
Sendo esta um processo de sociabilização, de desenvolvimento intelectual,
científico e filosófico do indivíduo.
A demanda de Enfrentamento à Violência na Escola visa ampliar a
compreensão e formar uma consciência crítica sobre a violência e, assim,
transformar a escola num espaço onde o conhecimento toma o lugar da força.
A violência, no âmbito das Escolas Públicas Estaduais, pode ser
entendida como um processo complexo e desafiador que requer um tratamento
adequado, cuidadoso e fundamentado teoricamente, por meio de
conhecimentos científicos, desprovidos de preconceitos e discriminações.
Já no século XX, mais especificamente no ano de 1927, é promulgado
o primeiro código de menores, também conhecido como Código de Mello
Mattos. Esse período caracterizou-se pela criação de colônias correcionais
para a reabilitação de delinqüentes e abandonados. O Estado passa a assumir
a tutela do menor abandonado ou infrator.
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Em 1979 surge o Código de Menores. Cria-se a figura do menor em
situação irregular. O termo menor ainda hoje é utilizado de forma pejorativa
para designar crianças e adolescentes no Brasil.
Apenas em 1990, fruto do desdobramento da Constituição Federal de
1988 (em especial de seu artigo 227), da Convenção Internacional de 1989,
bem como da reivindicação de inúmeras entidades, movimentos e atores
sociais, surge o Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA traz a doutrina
jurídica da proteção integral. A criança deixa de ser vista como objeto de
intervenção da família, da sociedade e do estado e passa a ser entendida
como um sujeito de direito e em desenvolvimento.
É importante compreendermos que um trabalho de enfrentamento à
violência na escola pressupõe, por parte desta mantenedora, de um
encaminhamento pautado em três eixos de ação: diagnóstico, estudo e
produção de material de apoio didático-pedagógico; formação continuada dos
profissionais da educação; e, acompanhamento e promoção de ações
interinstitucionais.
Diante do exposto acima, pautado pelas orientações da SEED, esse
tema deve ser pensado e trabalhado em todas as disciplinas do currículo. Para
tentar erradicar a violência na escola ou ao menos tentar minimizá-la, a Língua
Inglesa pode propor atividades que proporcionam a socialização entre
estudantes, educadores e toda a escola. Serão realizadas as seguintes
atividades como filmes, produção de texto evidenciando que a criança e
adolescente devem sempre ser considerados vítimas e não réus, pois a
intenção é sempre o prazer (direto ou indireto) do adulto que os coage e
submete.
Promover atividades culturais e lúdicas com a temática como diversos
gêneros de teatro (fantoche, marionete, entre outros).
5.3 – Prevenção ao uso indevido de drogas
A produção e o consumo de drogas evidenciam transformações que
utilizam tanto processos químicos (reações) como processos físicos, por parte
de todas as substâncias envolvidas, levando à dependência. Ao se abordar na
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L.E.M essa temática, trabalha-se a partir de uma conscientização dos alunos
Jovens, Adultos e Adolescentes do CEEBJA, onde os mesmos podem tornar
disseminadores da Prevenção ao uso indevido de drogas.
No contexto militar, as anfetaminas – “comprimidos de energia” – foram
intensamente utilizadas por soldados, durante a Primeira e a Segunda Guerra
Mundial, para combater o cansaço, a fome e o sono; a morfina era, e ainda
pode ser utilizada, para as dores físicas e mutilações. Muitos soldados que
sobreviveram à guerra tiveram como resultado da ingestão indevida de drogas
a dependência química e física. Outro exemplo é a aplicação de substâncias
entorpecentes em crianças – comumente conhecida por “benção da mãe” –
durante a Revolução Industrial, uma vez que as mães necessitavam estar fora
de casa por longos períodos do dia. Nos círculos desportivos, alguns atletas
apelam para a administração de substâncias químicas, com o objetivo de
aumentar o seu desempenho (força, rendimento, velocidade, impulso, etc).
O trabalho com os fatos históricos muitas vezes abordam outros
países, inclusive os que usam a língua inglesa, sendo assim propõe-se o
trabalho a partir de tradução de textos desse contexto.
5.4 – História do Paraná – Lei Nº. 13381/01
Na História do Paraná, em 1976, a indústria dava saltos expressivos,
como a instalação de uma fábrica de ônibus e caminhão em Curitiba e em
1977, o início do funcionamento da refinaria Presidente Getúlio Vargas.
Realizaram ainda nessa época os primeiros grandes melhoramentos que
fizeram da capital paranaense um modelo de novas soluções urbanísticas:
inaugurou-se a primeira parte das ciclovias da cidade e surgiu o sistema de
ônibus expressos.
Aumentaram, no entanto, as disputas de terra, até mesmo em reservas
indígenas, assim como denuncias de graves perturbações ambientais
causadas pelo crescente número de barragens para construção de usinas
hidrelétricas nos rios Iguaçu, Paranapanema, Capivari e Paraná.
Em 1982, o desaparecimento do salto das Sete Quedas, imposto pela
necessidade de formar o imenso reservatório da represa de Itaipu, provocou
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intenso movimento de protesto. Agravava-se também, ainda em meados da
década de 1990 a questão da terra, com atentados e manifestações de
trabalhadores sem terra.
Assim, dentro do conteúdo de produção escrita, recursos estilísticos,
elementos semânticos e funções das classes gramaticais no texto, em L.E.M –
Inglês , pode-se abordar escritas como cartas de época no contexto da História
do Paraná.
5.5 – Música – Lei Nº. 11769/2008
A música enquanto ciência colabora na formação integral do indivíduo.
No contexto escolar favorece o trabalho pedagógico no sentido de estimular a
aprendizagem de forma diferenciada e prazerosa.
Ao abordar a música na L.E.M. há uma diversificação na exploração
dos conteúdos como intertextualidade, identificação do tema, principalmente no
que se refere à tradução de letras musicais além de possibilitar o
desvendamento do contexto cultural e social do uso da língua.
5.6 – Sexualidade Humana
O tema sexualidade na Escola, é um dos mais polêmicos e de maior
dificuldade para ser tratado. Por esta razão, deve ser abordado da maneira
menos preconceituosa possível. De quem é a responsabilidade de educar,
sexualmente, os jovens e por que não os menos jovens? Inicialmente
responderíamos que é responsabilidade dos pais, da escola, enfim, da
sociedade como um todo. Mas, sabemos que na prática, não é bem assim que
as coisas acontecem. Na realidade, hoje é a escola que possui cada vez mais
a responsabilidade de educar os alunos para uma sexualidade saudável.
Sabemos também que em sua maioria, as escolas não estão cumprindo este
papel com eficiência. Como motivo está o despreparo dos professores em
abordar o tema, cheio de tabus, e a concorrência desleal dos meios de
comunicação que acabam confundindo a cabeça do nosso jovem. Em um
momento estão fazendo campanha para uso de camisinha, e no outro instante
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estão promovendo a promiscuidade, principalmente em novelas que
“descrevem o dia a dia, quando jovens praticam sexo sem usar a tal camisinha
(com raras exceções). Um dos principais motivos em que a responsabilidade
passou a ser da escola é a falta de convivência familiar. Pai e mãe trabalham
fora de casa e não participam efetivamente da vida escolar dos filhos. Outro
fator relevante é a falta de formação e informação dos pais a respeito do
assunto, polêmico e com muitos paradigmas, preferem na maioria dos casos
não falar do assunto com os filhos.
É de fundamental importância o papel da escola na educação sexual,
isto desde a pré-escola. Se a criança cresce aceitando a sua sexualidade,
certamente terá uma vida sexual saudável. Mas, para que o sucesso seja
alcançado é necessária, antes de tudo, a preparação dos educadores. Esta
preparação envolve o repensar de conceitos sexuais e a conseqüente quebra
de tabus existentes ainda hoje. Como por exemplo, a homossexualidade,
encarada como um “desvio social”. A mudança envolve todos os segmentos da
escola, professores, pedagogos e a direção. É uma corrente que, na falta de
apenas um dos seus elos, não serve a seu propósito.
É pura demagogia querer uma escola moderna com real interesse na
formação de seus alunos, enquanto ainda existirem colegas que se barbarizam
e marginalizam adolescentes grávidas, alunos homossexuais. Ou ainda que
não admita, por exemplo, que a masturbação é parte do processo sexual.
E, para se discutir a sexualidade humana, as oportunidades “surgem”
por si só, em diversas ocasiões e debates entre os próprios estudantes, sem
estar “diretamente” relacionada a um conteúdo específico da disciplina. É
necessário repensar conceitos e atitudes e não ignorar a sexualidade. O tema
deve ser tratado como coisa normal e essencial, assim como beber água,
comer ou respirar.
5.7 – História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena – Lei Nº
11.645/08
Não temos como descartar a influência cultural dos povos africanos e
indígenas na formação eclética de nossa cultura. A mascação da folha de coca,
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por exemplo, é utilizada até hoje pelos povos andinos como forma de diminuir a
fome e o cansaço. Os índios sempre consumiram alucinógenos em seus rituais
com o objetivo de se encontrarem com as divindades. Manuscritos egípcios
apontam o uso do ópio em 6 000 a.C., sendo utilizado, principalmente, para
abrandar o choro das crianças e no tratamento das diarréias.
As heranças culturais entre os índios e descendentes africanos
brasileiros guardam muitas semelhanças. Ambos os povos que deram origem
aos brasileiros (negros e índios) foram expulsos de suas terras, roubados em
suas culturas, desvalorizados quanto as suas vozes-línguas, execrados nos
seus costumes, feridos quanto a suas crenças religiosas e estigmatizados
quanto as suas identidades, para que assim servissem aos desejos do
colonizador como marionetes vivas. Entretanto, como observou Freire (2004)
os povos em questão utilizaram-se de uma “Manha histórica” como postura de
sobrevivência e resistência. É esta manha histórica que deu origem a tão rica
cultura (música,dança, arte, literatura, etc.). A cultura afro-indígena brasileira é
herdeira de grande beleza e peculiaridade singular.
Assim sendo, na disciplina de L.E.M é possível abordar a referida
temática por meio de produção textual como a confecção de livro de receitas
típicas traduzindo, pronunciando e degustando os pratos propostos. Além de
ouvir canções na língua africana e indígena possibilitando a diferenciação da
língua escrita/falada e sua cultura.
5.8 – Educação Ambiental – Lei Federal Nº 9795/99, Dec.4201/02.
Historicamente o setor de geração de energia elétrica vem produzindo
grandes impactos ambientais e sociais em toda a sua cadeia de produção.
Porém, apenas recentemente o debate sobre os diferentes impactos
ambientais provocados pela geração e utilização desta energia tem feito parte
da agenda mundial de discussões. Os problemas decorrentes da degradação
ambiental, resultantes das ações antropogênicas sobre a Terra, tiveram maior
destaque a partir da Conferência de Estocolmo (UM Conference on the Human
Environment), realizada em 1972. Neste encontro enfatizou-se a necessidade
de se reaprender a conviver com o planeta Terra, conservando-o e, em alguns
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casos, preservando-o para garantir a continuidade da vida. Entretanto, foi a
partir das discussões da Comissão Mundial para mo Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (World Commission on Environment and Development),
documentado no relatório Nosso Futuro Comum (BRNDTLAND,1987), que os
debates se voltara para a necessidade de se repensar o modelo de
desenvolvimento vigente que orienta as organizações humanas, que tem como
um de seus pressupostos básicos o consumo intensivo perdulário de
mercadorias e de energia, traduzido de forma mais explicita no chamado
“american way of life”. Os valores que sustentam este modelo de
desenvolvimento caracterizam-se, sobretudo, pela exagerada ênfase no
aspecto econômico e implica na exploração sem limites dos recursos naturais e
na utilização de tecnologias que produzem em larga escala.
Para Leff (2001) a problemática ambiental – a poluição e degradação
do meio, a crise de recursos naturais, energéticos e de alimentos – tem sido
explicada pela racionalidade econômica e tecnológica dominantes.
Contrapondo-se a este modelo de racionalidade produtiva que degrada o
ambiente, vários ambientalistas e outros setores organizados da sociedade têm
procurado construir uma racionalidade produtiva alternativa. Entretanto, a
organização prática desta construção teórica não está limitada apenas pela
transformação das condições econômicas, tecnológicas e políticas que
determinam as formas dominantes de produção, mas, em última análise, “estão
sujeitas também a certas ideologias teóricas e delimitadas pro paradigmas
científicos que dificultam as possibilidades de reorientar as práticas produtivas
para um desenvolvimento sustentável” (LEFF, 2001, p.61).
É importante ressaltar ações promovidas por ONG‟s como o
Greenpeace que promoveu a primeira reunião denominada “Acordo de Kyoto”
entre governantes e cientistas sobre as mudanças climáticas, realizado em
Toronto,Canadá onde descreveu seu impacto potencial inferior apenas ao de
uma guerra nuclear. Desde então, uma sucessão de anos com altas
temperaturas têm batido os recordes mundiais de calor, fazendo da década de
1990 a mais quente desde que existem registros.
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No entanto, a articulação dos conteúdos de L.E.M. com a presente
temática permite a dinamização do processo de ensino-aprendizagem
trabalhando o discurso como prática social.
O planejamento da produção textual a partir da delimitação do tema, do
interlocutor, intenções, intertextualidade, informatividade e ideologia permite
esse trabalho por meio da leitura de filmes e documentários sobre o Meio
Ambiente, sendo uma ferramenta pedagógica favorável a analise social e
conscientização da presente temática. Como por exemplo, a leitura e tradução
do documento de Kyoto.
5.9 – Direitos das Crianças e Adolescentes – Lei Federal Nº11525/07
A importância do ensino de L.E.M - Inglês está relacionada com o
compromisso de evidenciar, em situações concretas, a relação entre o Inglês e
a ética, além de mostrar a referida disciplina como fator de construção humana,
essencial ao desempenho do papel de cidadão do ser humano enquanto papel
imprescindível à formação histórica da humanidade.
O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, conforme o próprio
nome demonstra, é um estatuto ou codificação que trata do universo mais
específico vinculado ao tratamento social e legal que deve ser oferecido às
crianças e adolescentes de nosso país, dentro de um espírito de maior
proteção e cidadania decorrentes da própria Constituição promulgada em 1988.
O ECA dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente, sendo
fruto da lei 8.069 de 13 de julho de 1990, que no ano de 2008 completou
“maioridade” de existência.
Consoante a própria Lei, é caracterizada na condição de criança
àquele de idade até doze anos incompletos, e adolescente é àquele que estiver
entre doze e dezoito anos de idade, determinando que ambos devem usuftuir
de todos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral do ECA. Também estabelece que é dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida à saúde, à
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alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Destaca que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos
seus direitos fundamentais. Acrescente-se que também no seu artigo 7º,
disciplina que a criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e a
saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de
existência.
Cabe aos pais o dever do sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e
fazer cumprir as determinações judiciais. Importante destacar que a falta ou a
carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a
suspensão do pátrio poder. Entende-se por família natural a comunidade
formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. A colocação em
família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, sendo que
sempre que possível, a criança ou adolescente deverá ser previamente ouvido
e a sua opinião devidamente considerada. Consoante a mesma Lei, a criança e
o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho, sendo dever de o Estado assegurar à criança e ao adolescente o
ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria, progressiva extensão da obrigatoriedade e
gratuidade ao ensino médio, além do atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, e atendimento em creche e pré-escola às
crianças de zero a seis anos de idade, dentre outros na esfera educacional,
inclusive com eventuais programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.
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3. Metodologia
A metodologia desenvolvida propõe uma interação direta e
contextualizada, para que o educando se sinta acolhido e em processo de
construção de uma segunda língua, apresentando deste modo um
encaminhamento metodológico através de dinâmicas de trabalho que apoiem o
educador e o educando, para que com sucesso, transforme conceitos
lingüísticos abstratos em práticas concretas de aprendizagem, envolvendo
confiança no processo de aquisição de uma língua estrangeira, encorajando a
interação, a flexibilidade e espontaneidade, para que os discentes internalizem
a idéia de que aprender uma língua estrangeira vai além de uma simples
viagem ou um destino.
É importante que o Ensino de L.E.M., apóie-se numa Teoria Crítica e
no Interacionismo Sociodiscursivo por ser a abordagem que melhor contribui
para que sejam atingidos os seus objetivos, especialmente no que se refere ao
envolvimento da consciência crítica dos propósitos sociais e dos interesses a
que servem, uma vez que a língua constitui um poderoso instrumento como
prática social.
O Letramento Crítico envolve a análise e a crítica das relações
estabelecidas entre textos, língua, poder, grupos sociais e práticas sociais.
Refere-se às formas de olhar os diferentes tipos de texto e possibilita
confrontar discursivos, perceber como os discursos posicionam os sujeitos em
relações de poder intra e interdiscursivas.
É nesta abordagem que leitura, escrita e oralidade interagem. Texto e
leitura são indissociáveis. Refere-se (envolve) as estratégias de compreensão,
discussão, organização e produção de textos, bem como ao contexto social,
aos papéis que leitores e escritores exercem em seus grupos sociais e seus
propósitos.
A proposta do ensino de L.E.M apoia-se no trabalho com a leitura
ancorada na perspectiva de uma leitura crítica que se efetiva no confronto de
perspectiva e na construção e reconstrução de atitudes diante do mundo,
ampliando a percepção de sujeito leitor, capaz de criar significados, o qual
abandona a atitude de passividade diante do texto e passa a ser participante
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do processo de construção de sentidos, apoiado na sua bagagem cultural, sua
língua, seus procedimentos interpretativos, os discursos de sua comunidade e
suas ideologias.
A leitura é considerada com interação entre todos estes elementos e
ocorre na relação entre o leitor, o texto e o autor, entre o leitor e outros leituras,
entre ele e suas experiências, seu conhecimento de mundo e conhecimento
lingüístico, todos influenciado as interpretações possíveis de um texto. Graças
ao aproveitamento do material didático disponível: livro didático, dicionários,
livros paradidáticos textos variados, vídeos, DVD´s, fitas de áudio, CD-ROMs,
internet, o professor pode descortinar os valores subjacentes, fazendo uma
abordagem crítica dos textos, e ao mesmo tempo atender aos interesses do
aluno e contemplar a diversidade regional, graças à flexibilidade que esta
permite ao estudo da L.E.M. riqueza infinita de gêneros.
De acordo com as DCE´s, a abordagem teórica-metodológica se dará
de forma a propiciar práticas de leitura, de escrita, e de oralidade; sempre
respeitando os conhecimentos prévios dos alunos e contextualizando as
atividades e suas práticas em sala de aula.
4. Avaliação
Na Educação de Jovens e Adultos a avaliação tem grande relevância
para a aprendizagem do aluno devendo ser contínua e processual, respeitando
as diferenças individuais para fornecer informações sobre os progressos do
aluno, facilitando ao professor tomar decisões no sentido de levar o aluno à
competência desejada.
Os processos avaliativos referentes à Língua Inglesa dar-se-ão através
da construção de processos sistemáticos que possibilitem uma interpretação
qualitativa do conhecimento que está em processo de construção.
O professor através dos diferentes métodos de avaliação, deverá
manter coerência entre o foco de ensino os instrumentos avaliativos que
construir, para isso poderá utilizar-se de propostas avaliativas que sejam
concretizadas através de jogos, dinâmicas enriquecedoras, que possam
permear as práticas discursivas da oralidade, leitura e escrita.
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A escola não pode esquecer que a avaliação contém um papel
importantíssimo, não devendo ser vista apenas como exigência da sociedade
ou da família, mas como um instrumento fundamental de direcionamento ao
trabalho de ensino que se realiza. De acordo com o Regimento Escolar, o
resultado da avaliação deverá levar a observação dos avanços e das
necessidades detectadas, para o estabelecimento de novas ações
pedagógicas.
As avaliações da aprendizagem terão o valor, em registro de notas, de
0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); sendo o professor responsável pelos
instrumentos (avaliações escritas, oral, trabalhos, cartazes, jogos e dinâmicas
envolvendo o vocabulário e a gramática estudados, maquetes, seminários,
trabalhos em grupo, pesquisas, etc.) a serem utilizados como avaliação, assim
como os valores atribuídos a cada uma. Os critérios de avaliação se darão
através da observação da leitura, escrita e oralidade desenvolvida durante o
estudo.
A recuperação de estudos é direito dos alunos, independente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e se dará de duas formas:
Com a retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
Com a reavaliação dos conteúdos já “reexplicado” em sala de aula.
Assim, a recuperação será organizada com atividades significativas,
por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados, não devendo
incidir sobre cada instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados.
5. Referências
Apostilas de Língua Inglesa elaborada pelos docentes do CEEBJA do Estado
do Paraná.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Estrangeira
Moderna. Secretaria de Estado de Educação. Curitiba, PR - 2008.
BRASIL. Lei nº 9.795/99, de 27 de abril de 1999. Estabelece a Política Nacional
de Educação Ambiental. Diário oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília, DF.
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BRASIL. Lei nº 1.639, de 9 de janeiro de 2003. Estabelece a Inclusão da
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, DF.
Livro Didático Público – SEED PR, Língua Estrangeira Moderna, 2008.
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFª LINDA EIKO AKAGI MIYADI Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
2017
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1. Fundamentos teóricos da disciplina
A Matemática é uma ciência considerada um importante ramo do conhecimento
humano. A sua origem remonta à Antiguidade clássica greco-romana. Primeiramente, os gregos
conceberam a Matemática como um dos conteúdos da filosofia, portanto, como um dos
instrumentos da arte de conhecer o mundo em sua totalidade, ou seja, a Matemática e a filosofia
representavam uma mesma linha de pensamento. Porém a partir do Século VI e V a.C. os
gregos consideraram a Matemática como uma Ciência, com duas modalidades, utilitária e
abstrata.
As DEC1s (2008) destacam que a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva
e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade. Ao revelar a Matemática como
uma produção humana demonstra-se as necessidades e preocupações das diferentes culturas
em diferentes épocas e ao relacionar os conceitos matemáticos atuais com os construídos no
passado, o educador permite ao educando refletir sobre as condições e necessidades que
levaram o homem a construir determinados conceitos, o educador estará proporcionando a
reflexão da construção da sobrevivência dos homens e da exploração do universo, dessa forma,
estará caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a natureza.
Assim, o educador ao socializar o conhecimento sistematizado e teórico, proporciona ao
educando o entendimento do avanço tecnológico, da elaboração da ciência, da produção da vida
em sociedade o que poderá refletir no seu dia-a-dia favorecendo sua qualidade de vida.
Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando jovem, adulto e
idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a herança cultural de
gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve ser restringida as informações
relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com
isso a compreensão do significado das ideias matemáticas e sociais.
Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio-histórico, faz-se
necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da própria
Matemática - conteúdos estruturantes - com os conceitos sociais e com os demais campos de
conhecimentos.
Segundo Ávila (1995), “o ensino da Matemática é justificado pela riqueza dos diferentes
processos de criatividade que ele exibe, proporcionando ao aluno oportunidades de exercitar e
desenvolver suas faculdades intelectuais”. Sobre as justificativas e os objetivos do ensino da
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Matemática Ávila (1995) sintetiza que “a Matemática deve ser ensinada nas escolas porque é
parte substancial do patrimônio cognitivo da Humanidade”.
Vale destacar que o ensino da Matemática se justifica, ainda,
pelos elementos enriquecedores do pensamento matemático na formação intelectual do aluno, seja pela exatidão do pensamento lógico-demonstrativo que ela exibe, seja pelo exercício criativo da intuição, da imaginação e dos raciocínios por indução e analogia. O ensino da Matemática é também importante para dotar o aluno do instrumental necessário no estudo das outras ciências e capacitá-lo no trato das atividades práticas que envolvem aspectos quantitativos da realidade. Voltando à questão inicial, o ideal é que o ensino proceda de maneira a justificar, a cada passo, a relevância daquilo que se ensina. Cada conteúdo iniciado deve ser devidamente motivado com pequenas histórias que despertem o interesse dos alunos ou situações práticas interessantes.(ÁVILA, 1995).
As DCEs (2008) propõe um ensino de matemática baseados em
explorações indutiva e intuitivas. Nessa perspectiva, há de se considerar como
ponto de partida a construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no
decorrer da vivência dos educandos, que se manifestam em suas interações
sociais e compõem suas bagagens culturais, que são frequentemente
desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação
desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a
escola deve planejar e executar.
É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de forma
isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos educandos como
ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir novos conceitos, pois, é
perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações
diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para novas situações. Isto
significa que os conhecimentos devem ser descontextualizados, abstraídos, para serem
novamente contextualizados, isto é, fazer a transposição didática.
Nesse sentido, a Educação Matemática para o educando jovem, adultos e idoso deve
ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o ensino da Matemática, ou
seja, a definição dos conteúdos anteriormente fragmentados deve ser visto em sua totalidade,
sem o qual não é possível querer mudar qualquer prática pedagógica consistente.
Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu significado sejam
restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de Matemática devem contribuir para o
desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética, da coerência e consistência
teórica da Ciência – o que transcende os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar
o ensino de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da humanidade estão
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diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do
pensamento reflexivo.
Cabe ressaltar que o educador matemático além de compreender proposições para
um ensino baseado nas explorações indutivas e intuitivas, deve também conhecer os
fundamentos histórico-filósoficos e teóricos da Matemática, e ainda, os processos pelos quais os
educandos podem construir o conhecimento (DCEs, 2008, p.47). Nesse sentido, é importante
que os educadores tenham conhecimento das tendências metodológicas que norteiam o ensino
da Matemática. Em consonância com essa ideia as DCEs (2009, p.62) que propõe que os
conteúdos sejam abordados por meio das tendências teóricas metodológicas da Educação
Matemática, que são: Resolução de Problemas, Modelagem Matemática, Mídias Tecnológicas,
Etnomatemática, História da Matemática e Investigação Matemática.
Educação Matemática desempenha um papel fundamental no processo
ensino e aprendizagem, possibilita uma reflexão filosófica, desenvolvendo a
consciência crítica que supera o senso comum e favorece a elaobração do
conhecimento cientifico. Convém ressaltar que de acordo com as DECs (2008)
a Educação Matemática é uma área que engloba inúmeros saberes e apesar
do seu objeto de estudo ainda estar em construção, sabe-se que ele está
centrado na prática pedagógica, assim engloba as relações entre o ensino, a
aprendizagem e o conhecimento matemático.
2. Conteúdos Curriculares
As DCEs (2008) destacam que o conhecimento matemático precisa ser
selecionado, organizado e transformado em saber escolar. Essas diretrizes
apresentam os Conteúdos Estruturantes que são os conhecimentos de grande
amplitude, os conceitos e as práticas que identificam e organizam os campos
de estudos considerados fundamentais para a sua compreensão e os seus
desdobramentos.
Os conteúdos estruturantes propostos nestas Diretrizes Curriculares
para a Educação Básica da Rede Pública Estadual (2008) são:
Números e Álgebra;
Grandezas e Medidas;
Geometrias;
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Funções, e;
Tratamento da informação.
NÚMEROS E ÁLGEBRA
A História da Matemática mostra que os números surgiram a partir da
necessidade do homem de realizar contagem. As DCEs (2008) ressaltam que é
preciso ler os números, compará-los e ordená-los, pois tanto a sociedade
quanto os conteúdos matemáticos estão permeados pelos conjuntos
numéricos. O trabalho com as operações fundamentais deve ser através de
situações problemas e sempre que possível com situações que envolvam o
cotidiano do aluno. Mas na própria história, encontra-se que a Matemática, não
se resume apenas a problemas de contagem, mas também em situações
abstratas, passando a ter um ramo chamado Álgebra. A Álgebra é um campo
do conhecimento matemático que favorece expressar o pensamento
matemático que representam situações reais.
GRANDEZAS E MEDIDAS
O estudo das medidas deve ser um elemento de ligação entre os
conteúdos de numeração e geometria. Assim como os demais conteúdos que
foram historicamente construídos, a história nos mostra que desde a
antiguidade o homem teve necessidade de medir e criar instrumentos de
medida. Em muitos casos, usavam partes do corpo e, devido à necessidade de
diálogos entre pessoas, estados e países, padronizaram-se os sistemas de
medidas, como o metro para medida de comprimento. Propõem-se o uso das
medidas como elemento de ligação entre a numeração e a geometria, cuja
ideia é, essencialmente, a de que medir é comparar. O trabalho com as
unidades de tempo, sistemas monetários e outras também são de suma
importância para perceber ordem, a sucessão dos acontecimentos e a duração
dos intervalos temporais, sem os quais não poderíamos nos organizar
socialmente.
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FUNÇÕES
O ensino de Funções deve levar o aluno a compreender que as
funções estão presentes nos diversos campos do conhecimento e que por meio
das funções é possível modelar numa linguagem matemática situações da
realidade resolvendo problemas da atividade humana. As DCEs (2008)
destacam que as Funções devem ser vistas como construção histórica e
dinâmica, capaz de provocar mobilidade às explorações matemáticas, por
conta da variabilidade e da possibilidade de análise do seu objeto de estudo e
por sua relação com outros conteúdos específicos da Matemática. As DCEs
(2008) indicam que no Ensino Fundamental o aluno deve compreender
relações de dependências entre variáveis, ou seja, duas grandezas; os valores
numéricos de uma função e as representações gráficas de uma função.
GEOMETRIA
A Geometria desempenha um papel integrador entre os eixos da
matemática, levando o aluno a explorar descobertas e auxiliá-los na resolução
de problemas. Manipulando objetos e explorando o ambiente vivido, pode-se
identificar inúmeros sólidos geométricos e outras propriedades que contribuem
para a formação do indivíduo. É de grande relevância ter como ponto de
partida problemas e situações vivenciadas pelos alunos com objetos
cotidianos: caixas, bolas, garrafas, embalagens de todos os tipos, folhas de
árvores, tronco de madeira, entre outros, para então produzir falas ou textos
que indiquem, justifiquem a forma, semelhança, diferença, pontas e todo tipo
de propriedade dos objetos. Pela resolução de problemas, o aluno deve ser
exposto a situações em que precisa olhar, avaliar e interpretar a realidade;
discutir, questionar e compreender limites e valores estabelecidos, vivenciar a
riqueza das experiências.
TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO
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Atualmente é importante que haja uma alfabetização matemática para
que os alunos tenham condições para ler e interpretar dados estatísticos,
construir representações, formular e resolver problemas que impliquem o
recolhimento de dados e análise de informações. Por meio do tratamento de
dados, a Estatística permite dentro da disciplina de Matemática, realizar
pesquisas, coletas de dados e construção de gráficos e tabelas, possibilitando
a análise crítica da realidade com o objetivo de refletir sobre vários aspectos da
sociedade. Um trabalho crítico com a linguagem de informação contribui para
formar um cidadão mais consciente em suas relações sociais. A linguagem da
informação amplia as possibilidades do aluno de compreender a dinâmica da
sociedade. Estuda-se também probabilidade e análise combinatória, sempre
num trabalho que contribua para a formação de cidadãos mais críticos frente às
exigências da sociedade de consumo.
Nesta proposta, para o ENSINO FUNDAMENTAL, contemplam-se os
conteúdos estruturantes e básicos propostos pelas DCEs (2008),
apresentados a seguir.
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CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO BÁSICO
Números e Álgebra
- Sistemas de Numeração; - Números Naturais; - Múltiplos e divisores; - Potenciação e Radiciação; - Números Fracionários; - Números Decimais.
- Números Inteiros; - Números Racionais; - Equação e Inequação do 1º Grau; - Razão e Proporção; - Regra de Três Simples.
- Números Racionais e Irracionais; - Sistemas de Equações do 1º Grau; - Potências; - Monômios e Polinômios; - Produtos Notáveis.
- Números Reais; - Propriedades dos Radicais; - Equação do 2º Grau; - Teorema de Pitágoras; - Equações Irracionais; - Equações Biquadradas; - Regra de Três Composta.
Grandezas e Medidas
- Medidas de Comprimento; - Medidas de Massa; - Medidas de Área; - Medidas de Volume; - Medidas de Tempo; - Medidas de Ângulo; -Sistema Monetário.
- Medidas de Temperatura; - Medidas de Ângulos
- Medidas de Comprimento; - Medidas de Área; - Medidas de Volume; - Medidas de Ângulos.
- Relações Métricas no Triângulo Retângulo; - Trigonometria no Triângulo Retângulo.
Funções
- Noção Intuitiva de Função
Função Afim Função Quadrática.
Análise de Gráficos
Geometrias
- Geometria Plana; - Geometria Espacial.
- Geometria Plana; - Geometria Espacial; - Geometrias não-euclidianas.
- Geometria Plana; - Geometria Espacial, - Geometria Analítica; - Geometrias não-euclidianas.
- Geometria Plana; - Geometria Espacial, - Geometria Analítica; - Geometrias não-euclidianas.
Tratamento de Informação
- Dados, Tabelas e gráficos; - Porcentagem.
- Pesquisa Estatística; - Média Aritmética; - Moda e Mediana; - Juros Simples.
- Gráfico e Informação; - População e Amostra.
- Noções de Análise Combinatória; - Noções de Probabilidade; - Estatística; - Juros Compostos.
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Para o ENSINO MÉDIO, também serão considerados nesta proposta os conteúdos
estruturantes e básicos propostos pelas DCEs (2008) destacados a seguir.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
CONTEÚDO BÁSICO
Números e Álgebra
- Números Reais; - Números Complexos; - Sistemas Lineares; - Matrizes e Determinantes; - Polinômios; -Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares.
Grandezas e Medidas
- Medidas de Área; - Medidas de Volume; - Medidas de Grandezas Vetoriais; - Medidas de Informática; - Medidas de Energia; - Trigonometria.
Funções
- Função Afim; - Função Quadrática; - Função Polinomial; - Função Exponencial; - Função Logarítmica; - Função Trigonométrica; - Função Modular; - Progressão Aritmética; - Progressão Geométrica.
Geometrias
- Geometria Plana; - Geometria Espacial; - Geometria Analítica; - Geometrias não-euclidianas.
Tratamento de Informação
- Análise Combinatória; - Binômio de Newton; - Estudo das Probabilidades; - Estatística; - Matemática Financeira.
3. Metodologia
Para situar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e idoso é importante
que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais características e seus métodos
particulares, e ainda, é fundamental discutir as articulações entre os diferentes conteúdos e entre
as outras áreas do conhecimento.
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Embora estes aprendizes, com nenhuma ou pouca escolaridade, dominem algumas
noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram apreendidas de maneira informal nas
suas vivências, a EJA tem a função de transformar essas noções elementares ou conceitos
espontâneos em saberes científicos, fazendo o aprendiz apropriar-se da linguagem matemática
e suas representações, dos conceitos matemáticos e sociais, dos cálculos e os algoritmos, da
história da matemática e da resolução de problemas.
Vale ressaltar que o tratamento metodológico particular da Educação de Jovens e
Adultos - EJA deve constituir o ponto de partida para todo o ensino e aprendizagem da
Matemática, para isso é importante que os educandos tenham oportunidades de contar suas
histórias de vida, expor os conhecimentos informais, suas necessidades cotidianas, suas
expectativas em relação à escola juntamente a aprendizagem matemática. A compreensão e
apreensão desses pressupostos metodológicos por parte dos educandos e dos educadores,
dão significado aos conteúdos escolares a serem ensinados e estudados. Embora seja
importante considerar que esses significados também devem ser explorados em outros
contextos, como nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos.
Destaca-se que a mera seleção de conteúdos não assegura o desenvolvimento da
prática educativa consistente. É necessário possibilitar a relação entre a teoria e a prática, entre o
conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico. Portanto, é de suma importância que o
educador se aproprie dos diferentes encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática,
e acrescente-os, a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos, bem como à sua
prática pedagógica.
Nessa perspectiva, a
contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da ideias matemáticas que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27).
Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma postura crítica
priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto acadêmico (PAIS, 2001, p.27).
As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado
da Educação do Paraná, em seu capítulo “Orientações Metodológicas”, aponta quatro critérios
para a seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles:
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. a relevância dos saberes escolares frente à experiência social
construída historicamente.
. os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela
ação docente junto aos educandos.
. a organização do processo ensino-aprendizagem, dando
ênfase às atividades que permitem a integração entre os diferentes
saberes.
. as diferentes possibilidades dos alunos articularem
singularidade e totalidade no processo de elaboração do conhecimento.
Dessa forma de organização curricular, as metodologias são um
meio e não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que
essas práticas metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos
que possam ser alterados e adaptados às especificidades da comunidade
escolar.
Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino e
aprendizagem de Matemática sejam permeados pelas tendências
metodológicas da Educação Matemática, tais como a Resolução de
Problemas, Investigação Matemática, Modelagem Matemática, Mídias
Tecnológicas, História da Matemática e a Etnomatemática. Estas
tendências favorecem a articulação entre a teoria e a prática, explicitando no
ato pedagógico a relação entre o signo e o seu significado e o sentido dos
conteúdos escolares nos diversos contextos históricos e sociais.
Como proposto nas DCEs (2008) é importante enfatizar que a
relação de conteúdos não deve ser seguida linearmente, mas desenvolvida
em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao educando a
possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar, estabelecer
relações, analisar, interpretar, justificar, argumentar, verificar, generalizar,
concluir e abstrair. Dessa forma, nesta proposta, defende-se que sejam
estimuladas a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e
dedutivo.
Em consonância com as tendências metodológicas da Educação
Matemática, vale destacar que serão contemplados os temas ligados as
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coordenações Desenvolvimento Socioeducacional e Diversidade. Entre os
temas, destacamos a História e Cultura dos Povos Indígenas; a História e
Cultura Afro-brasileira e Africana; Política Nacional de Educação Ambiental;
Cidadania e Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na
Escola e a Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
Para contemplar estes temas serão utilizados diferentes recuros
pedagógicos e tecnológicos, como materiais manipuláveis, jogos, notas fiscais,
TV Pen drive e computadores.
História e Cultura dos Povos Indígenas
Para valorizar a cultura dos povos indígenas, a disciplina de
matemática irá discutir nas práticas pedagógicas algumas das tradições
indígenas destacadas por Osvaldo dos Santos Barros como a construção de
calendários e a contagem de tempo, como as constelações, as floradas e as
safras de frutos e recursos madeireiros e os instrumentos de aferição do tempo
como o gnômon e o relógio de sol. A quantificação e partilha das produções e
do trabalho, com o planejamento e a divisão de tarefas, a+, negociação como
forma de garantir a partilha igualitária e o sistema de quantificação: peso,
altura, distância, tempo, capacidade entre outras. A simetria nas composições
das pinturas corporais e dos utensílios, os desenhos nas cestarias e seus
significados, as formas e volumes, os ornamentos e os materiais retirados da
fauna e da flora. Os modelos utilizados na construção das canoas e remos,
flechas e suas especificidades, as armas e técnicas de caçada. Finalmente, na
linguagem os vocábulos matemáticos e expressões de unidade, de
quantidades específicas e as generalizadoras.
História e Cultura Afro-brasileira e Africana
Com a finalidade de valorizar a cultura Afro Descendente e de mostrar
os aspectos positivos desta cultura para o desenvolvimento humano e
tecnológico, será proposto o jogo Mancala abordando seu histórico, uma vez
que o mesmo favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico. Além disso, ao
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abordar o conteúdo de Geometria será contemplado os aspectos históricos do
Egito que muito contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento
matemático. Mostrando assim, a participação efetiva dos Afro Descentes no
surgimento da Ciência Matemática.
Educação Ambiental - Lei Federal Nº 9795/99, DEC. Nº 4201/02
Segundo as Professoras Denise Helena e Maria Beatriz, a Matemática
pode envolver a compreensão das questões ambientais em sala de aula,
utilizando ferramentas conceituais como médias, áreas, volumes,
proporcionalidade e de procedimentos matemáticos como realização de
cálculos, coleta, organização e interpretação de dados estatísticos.
Para dar ênfase na Educação Ambiental, nas aulas de matemáticas
Denise e Maria Beatriz salientam que pode-se usar a poluição como tema nas
aulas de geometria, ao relacionar os sólidos geométricos com os objetos que
são jogados na natureza, como as garrafas pet, vidros, lâmpadas, contadores
de gotas, copos plásticos, vidros de detergente, etc, trazendo como
consequência a intervenção do homem na natureza, desenvolvimento da
cidadania, desenvolvendo a reflexão e o espírito crítico do aluno no que diz
respeito a esta intervenção. Enfim, de diversas maneiras, sempre que surgir a
oportunidade o professor pode estar trazendo a tona situações reais em forma
de resolução de problemas para que os alunos caminhem para a construção do
conhecimento.
Neste contexto será de grande valia utilizar a Modelagem Matemática
como metodologia de ensino, pois assim o aluno poderá trabalhar com
informações reais e modelar problemas ambientais apontando indicações para
melhoramento do planeta ou conscientizando-se dos cuidados que se deve ter
com relação ao meio ambiente.
Direito Das Crianças e Adolescentes – ECA – LEI FEDERAL Nº 11252/07
O ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente foi uma conquista para
o aluno, tornando-os presentes no dia a dia da escola de EJA, porém um
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imenso desafio tendo em vista que estarão juntos adolescentes, adultos e
idosos. Isso implica em mudanças na prática pedagógica, uma vez que para o
adulto e idosos são considerados os conhecimentos experienciais do cotidiano
que muito difere dos conhecimentos e das expectativas do adolescente. Assim
as abordagens para os adolescentes passam a integrar de forma efetiva os
conteúdos e são colocadas em questão tanto práticas metodológicas quanto
da postura do professor.
A importância do ensino de matemática na escola está relacionado
com o papel de formar o cidadão e contribuir para a construção da cidadania.
Joseane destaca que a matemática é um conhecimento essencial ao
desempenho das funções básicas do cidadão, no que concerne à inserção no
mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura. Quando se direciona o
trabalho nas aulas de matemática ao desenvolvimento de atitudes nos alunos,
tais como, o respeito à forma de representação ou resolução dos colegas, a
confiança na própria capacidade e o empenho em participar.
Educação Tributária Dec. Nº 1143/99, portaria Nº 413/02
A Matemática é essencial para compreender a educação fiscal. "Um
bom projeto sobre impostos inclui os cálculos na cobrança e na devolução do
dinheiro dos tributos, além de uma abordagem crítica", afirma Luis Marcio
Imenes, autor de livros didáticos e Professor de Matemática, de São Paulo.
Portanto, essa é uma boa oportunidade para relacionar a disciplina a um
contexto prático. Para trabalhar a educação fiscal com nossos educandos um
bom momento pode ser quando se estiver trabalhando com números inteiros
positivos e negativos, com juros simples e compostos.
Enfrentamento à Violência na Escola
Para minimizar a violência na escola a disciplina de Matemática poderá
utilizar metodologias que favorecem a socialização dos alunos, tais como,
jogos, trabalho em grupos e seminários de modo que possibilite uma maior
interação entre eles, desenvolvendo assim maior respeito. Dessa forma, os
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alunos poderão construir os conceitos matemáticos envolvido nas atividades e
melhorar o relacionamento com os colegas.
Prevenção ao Uso Indevido de Drogas
Através de pesquisas na web, podemos estar levantando dados
estatísticos e construindo gráficos quanto a freqüência do uso das drogas com
jovens e adolescentes, as drogas mais comuns, o álcool, o fumo, etc. Desse
modo, será abordado o conteúdo matemático específico possibilitando a
compreensão de que o uso indevido das drogas podem prejudicar a formação
acadêmica do educando e sua vida em sociedade.
História do Paraná
A disciplina de Matemática, perfeitamente pode ser interdisciplinar com
as disciplinas de História e Geografia no momento em que a História do nosso
estado for trabalhada a questão territorial, populacional principalmente dentro
do descritor Tratamento de Informação. No descritor Grandezas e Medidas
podemos estar trabalhando a superfície do estado, conversão dessas medidas
e comparação com outras.
Música – Lei Nº 11 645/08
Os musicistas com frequência usam a matemática para entender a
estrutura musical. Na sala de aula, usando o vídeo “Donald no país da
Matemática”, podemos fazer o nosso educando perceber isso. As teorias
musicais nos levam à Teoria dos Conjuntos, à Álgebra Abstrata e a Teoria dos
Números. Do ponto de vista acústico, os sons utilizados para produção da
música, possuem características físicas que nos levam ao estudo de
frequências na matemática. Teóricos musicais como Pitágoras, já usavam a
música para obter frações e escalas. Pitágoras estabeleceu uma afinação
utilizando percursos de quinta para a obtenção das notas da escala.
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Sexualidade Humana
Com o intuito de minimizar os problemas de sexualidade na
adolescência e principalmente a gravidez que é o maior dos problemas que há
na escola, nos propomos, ao ser trabalhado o descritor Tratamento de
Informação, introduzir gráficos para análise de dados estatísticos e trazer assim
para os alunos discussões e reflexões através de situações problemas
envolvendo o assunto, principalmente os que surgem para um adolescente
com uma gravidez precoce. Através de pesquisas podemos trabalhar o tempo
da gestação por exemplo, e montar tabelas, construir gráficos etc.
Lei Maria da Penha
Esta Lei se aplica à violência doméstica sofrida pela mulher. Nos
momentos de oralidade dentro da disciplina de Matemática este assunto é
sempre abordado. É importante que todos nossos alunos saibam em que
momento devem recorrer a ela. No descritor Tratamento de Informação,
analisando gráficos e tabelas, coletando dados estatísticos pesquisados na
web podem ser introduzido o assunto nas aulas de Matemática, trazendo em
discussão e debate este tema polêmico, construindo tabelas e gráficos,
probabilidades e possibilidades dos fatos acontecerem, leituras críticas do
assunto.
4. Avaliação
A avaliação atenderá a LDB 9394/96, as DECs (2008) e ainda, estará
em consonância com o Projeto Político Pedagógico do CEEBJA, assim,
nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao
educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e
qualitativos da apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo
inter-relações entre o conhecimento matemático e o contexto social.
É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada e com os
objetivos que se pretende alcançar, visto que, a avaliação dever ter a finalidade de fornecer
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informações do processo de desenvolvimento do educando - a ele mesmo e ao educador.
Essas informações permitem ao educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica,
no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma
tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos
possuem diferentes tempos e formas de aprendizagem.
O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera erros e acertos
como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja, toma o erro como ponto de
partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de construção do
conhecimento matemático.
No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do educando jovem,
adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados pelos educadores:
- considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os
procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma
determinada situação-problema;
- resultado final não dever ser o único elemento a ser
contemplado na avaliação de matemática, pois, mesmo que este não esteja
correto, o aluno pode ter utilizado estratégias e métodos coerentes e
adequados para a resolução do problema, porém pode ter se equivocado em
apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio matemático.
- erro deve ser considerado como ponto de partida para rever
caminhos, compreendendo todo o processo de construção do conhecimento
matemático.
Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como mecanismo
diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola: currículo,
planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e a própria escola.
Entendida como processo contínuo, a avaliação deverá possibilitar uma constante
elaboração e re-elaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica como
um todo.
Quanto aos instrumentos de avaliação podem-se utilizar:
provas;
trabalhos em grupos ou individuais;
dinâmicas de grupos como apresentação de ideias;
pesquisas e debates
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relatórios
discussões
Assim, nesta proposta, entende-se a avaliação não com mero exame final ou prova para
aferir a reprodução de fórmulas ou conceitos no final do conteúdo, mas sim como um
instrumento que favorece o processo ensino e aprendizagem de matemática.
Por fim, ressaltamos que o processo de recuperação será paralela aos processos de
ensino e aprendizagem. Sempre que for necessária será realizada recuperação dos conteúdos e
também das referidas notas.
5. Referências
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Matemática 27. 1995.
DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos.
São Paulo: Cortez, 1994.
FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens
e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte:
Autêntica, 2002.
MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São
Paulo: Graal, 1973.
PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares
da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. 2009.
PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares
do Ensino Fundamental no Estado do Paraná – DCE. Versão
preliminar, 2005, 2007 e 2008.
PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência
francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
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SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto
Alegre: ARTMED, 2001.
VILA, G. Objetivos do Ensino da Matemática. Revista do Professor de
Matemática 27. 1995.
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séries iniciais do Ensino Fundamental disponível em
http://www.ppgect.ufsc.br/dis/07/Disser.pdf acessado em 14/08/2010.
BARROS, O.S. , Matemática para a Educação Indígena, disponível em
http://www.ufpa.br/npadc/gemaz/downloads/Artigos%20Publicados/IVEP
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acessado em 14/08/2010
GUIMARÃES, A. , Educação Fiscal é lição de cidadania e Matemática,
texto retirado da Revista Nova Escola, disponível em
http://www.dma.uem.br/kit/matfin/educ_fisc.htm
acessado em 14/08/2010
FEREIRA, D. H. L., LEITE, M. B., Modelagem Matemática e Meio
Ambiente na sala de aula disponível em
http://www.ime.unicamp.br/erpm2005/anais/m_cur/mc09.pdf
acessado em 14/08/2010.
http://www.somatematica.com.br/mundo/musica.php, acessado em
15/09/2011
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFª LINDA EIKO AKAGI MIYADI Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
– ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
2017
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Constituição Brasileira, em seu artigo 5º, prescreve: “Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)”.
O Estado de Direito garante a todos os cidadãos a igualdade, porém,
em nosso país, há um descompasso entre o que a lei propõe e a realidade,
incluindo aí os processos de educação.
Diante dessa realidade, é possível afirmar que é nos processos
educativos, e notadamente nas aulas de Língua Portuguesa, que o estudante
brasileiro tem a oportunidade de aprimorar sua competência linguística, de
forma a garantir uma inserção ativa e crítica na sociedade, dando-lhe o direito à
palavra, objetivo fundamental do ensino de Língua portuguesa.
O processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil iniciou-se com a
educação jesuítica, que era instrumento fundamental na formação da elite
colonial, ao mesmo tempo em que se propunha a “alfabetizar” e “catequizar” os
indígenas, cujo sistema de ensino organizava-se, a partir de dois objetivos:
primeiro, uma pedagogia que por meio da catequese indígena visava à
expansão católica e a um modelo econômico de subsistência da comunidade.
Segundo, esse sistema objetivava a formação de elites subordinadas à
metrópole “favorecendo o modelo de sociedade escravocrata e de produção
colonial destinada aos interesses do país colonizador” (LUZ-FREITAS,2007
s/p, apud, DCE, 2008, p. 39).
Evidenciava-se, já na constituição da escola e do ensino no Brasil, que
o acesso à educação letrada era determinante na estrutura social, fazendo com
que os colégios fossem destinados aos filhos da elite colonial.
As primeiras práticas pedagógicas moldavam-se ao ensino do latim,
para os poucos que tinham acesso a uma escolarização mais prolongada.
Essas práticas visavam à construção de uma civilização de aparências com
base em uma educação “claramente reprodutivista, voltada para a perpetuação
de uma ordem patriarcal, estamental e colonial.
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Quanto ao ensino da Língua Portuguesa, limitava-se, nessa época, às
escolas de ler e escrever, mantidas pelos jesuítas. Nos cursos chamados
secundários, as aulas eram de gramática latina e retórica, além do estudo de
grandes autores clássicos.
No período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi.
O português “era a língua da burocracia” (ILARI, 2007 s/p, apud, DEC, 2008,
p.40), ou seja, a língua das transações comerciais, dos documentos legais.
Em 1758 um decreto do Marquês de Pombal tornou a Língua
Portuguesa idioma oficial do Brasil, proibindo o uso da Língua Geral.
No ano seguinte, os jesuítas, que haviam catequizado índios e
produzido literatura em língua indígena, foram expulsos do Brasil.
Essa foi uma das primeiras medidas para tornar hegemônica a Língua
Portuguesa em todo o território. Essa hegemonia foi “conseguida,
historicamente, a ferro e fogo: com decretos e proibições, expulsões e prisões,
perseguições e massacres” (BAGNO, 2003, p. 74, apud, DEC, 2008, p.40).
A partir da Reforma Pombalina, a educação brasileira passou por
mudanças estruturais. O ensino, até então dominado pelos jesuítas, não se
limitava mais às escolas de ler e contar, ou escolas elementares, dirigidas à
população indígena. Os jesuítas mantinham também cursos de Letras e de
Filosofia, que eram considerados secundários, e o curso de Teologia para a
formação de sacerdotes (MOLL, 2006, apud, DEC, 2008, p.41).
Toda a organização com que os jesuítas contavam foi substituída
por aulas régias ministradas por profissionais de várias áreas (nomeados por
indicação política ou religiosa). Essas aulas atendiam a uma parcela reduzida
da elite colonial que se preparava para estudos posteriores na Europa.
Dentro dessas medidas, em 1772, foi criado o subsídio literário, um
imposto que insidia sobre a carne, o vinho e a cachaça, e que era direcionado
para a manutenção dos ensinos primário e secundário. Assim, o ensino público
(que atendia a alfabetização e catequese dos índios), anteriormente sob a
tutela dos jesuítas, passou a ser financiado pela Metrópole. A intenção, com
essas medidas, era modernizar a educação, tornando o ensino laico e
colocando-o a serviço dos interesses da Coroa Portuguesa.
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Em 1808, com a vinda da família real ao Brasil, estabelecida no Rio de
Janeiro, foram instaladas as primeiras instituições de ensino superior no Brasil.
Eram faculdades voltadas para a formação da burocracia estatal que emergia.
Essas instituições de ensino, portanto, privilegiaram as camadas superiores da
sociedade, europeizando e produzindo uma educação que visava à
manutenção do status quo. As classes populares, que precisavam do ensino
primário para aprender a ler e escrever a língua portuguesa, continuaram
negligenciadas.
Somente nas últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua
Portuguesa passou a integrar os currículos escolares brasileiros. Até 1869, o
currículo privilegiava as disciplinas clássicas, sobretudo o latim, restando ao
Português um espaço sem relevância (LUZ-FREITAS, 2004, apud, DEC, 2008,
p.42). O ensino da língua portuguesa fragmentava-se no ensino de Gramática,
Retórica e Poética. Os professores eram “estudiosos autodidatas da língua e
de sua literatura, com sólida formação humanística, que, a par de suas
atividades profissionais (...) e do exercício de cargos públicos, que quase
sempre detinham, dedicavam-se também ao ensino” (SOARES, 2001, s/p,
apud, DEC, 2008, p.42).
Ainda no final do século XIX, e com o advento da República, a
preocupação com a nascente industrialização influenciou a estrutura curricular:
tendo em vista a formação profissional, as Humanidades não eram
consideradas prioritárias, fortalecendo-se o caráter utilitário da educação.
O conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português em 1871,
data em que foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de Professor de
Português, contudo, manteve-se a tradição no ensino que priorizava a
gramática, a retórica e a poética porque, fundamentalmente continuaram a ser
os mesmos aqueles a quem a escola servia: os grupos sociais e
economicamente privilegiados,
A função do ensino de português era, assim, fundamentalmente, levar
ao conhecimento talvez mesmo apenas o reconhecimento das normas e regras
de funcionamento desse dialeto de prestígio: ensino da gramática, isto é,
ensino a respeito da língua, e análise de textos literários, para estudos de
retórica e poética. (SOARES, 2001, s/p, apud, DECE, 2008, p.42)
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Nesse período, o Latim começou a perder prestígio com a valorização
da língua nacional.
A literatura veiculada na variedade brasileira da língua portuguesa foi
retomada pelos modernistas que, em 1922, defendiam a necessidade de
romper com os modelos tradicionais portugueses e privilegiar o falar brasileiro.
O modernismo, embora não tenha protagonizado uma revolução na linguagem,
contribuiu para aproximar nossa língua escrita do falar cotidiano do Brasil.
O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista
até meados do século XX, quando se iniciou, no Brasil, a partir da década
1960, um processo de expansão do ensino primário público, o qual incluiu,
entre outras ações, a ampliação de vagas e, em 1971, a eliminação dos
chamados exames de admissão (FREDERICO E OSAKABE, 2004, apud, DEC,
2008, p.43).
Como consequência desse processo, a multiplicação de alunos, as
condições escolares e pedagógicas, as necessidades e as exigências culturais
passaram a ser outras bem diferentes.
No contexto da expansão da escolarização, o ensino de Língua
Portuguesa não poderia dispensar propostas pedagógicas que levassem em
conta as novas necessidades trazidas por esses alunos para o espaço escolar,
dentre elas a presença de registros linguísticos e padrões culturais diferentes
dos até então admitidos na escola.
Nesse contexto, que foi também de consolidação da ditadura militar,
uma
concepção tecnicista de educação gerou um ensino baseado em
exercícios de memorização, cuja pedagogia era adequada ao contexto
autoritário que cerceava a reflexão e a crítica no ambiente escolar, impondo
uma formação acrítica e passiva.
A Lei n. 5692/71 ampliaria e aprofundaria esta vinculação ao dispor que
o ensino deveria estar voltado à qualificação para o trabalho. Desse vínculo
decorreu a instituição de uma pedagogia tecnicista que, na disciplina de Língua
Portuguesa, pautava-se na concepção de linguagem como meio de
comunicação com um viés mais pragmático e utilitário em detrimento do
aprimoramento das capacidades linguísticas do falante. Essa concepção
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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baseou-se nos estudos de Saussure, o qual se preocupou com a organização
interna da língua ao elegê-la como objeto de estudo.
Nessa visão de ensino, continua a valer a tese que privilegia, no
aprendizado e acesso ao uso competente da língua, o aluno oriundo das
classes letradas.
A disciplina de Português passou a denominar-se, a partir da Lei
5692/71, no primeiro grau, Comunicação e Expressão (nas quatro primeiras
séries) e Comunicação em Língua Portuguesa (nas quatro últimas séries), com
base em estudos posteriores a Saussure, em especial nos estudos de
Jakobson, referentes à teoria da comunicação.
Na década de 70, outras teorias a respeito da linguagem passaram a
ser debatidas, entre elas:
• a Sociolinguística, que se volta para as questões da variação
linguística;
• a Análise do Discurso, que reflete sobre a relação sujeito-linguagem-
história, relaciona-se à ideologia;
• a Semântica, que se preocupa com a natureza, função e uso dos
significados;
• a Linguística Textual, que apresenta como objeto o texto,
considerando o sujeito e a situação de interação, estuda os mecanismos de
textualização.
Dessas teorias resultou o questionamento sobre a autoridade e a
eficácia das aulas de gramática no ensino. Porém, os livros didáticos
continuavam porta-vozes da concepção tradicional de linguagem, com
metodologias que não possibilitavam a todos os estudantes o aprimoramento
no uso da Língua Materna. As únicas inovações eram o trabalho sistemático
com a produção de texto e a leitura entendida como um ato mecânico.
Com relação à literatura, até meados do século XX, o principal
instrumento do trabalho pedagógico eram as antologias literárias, com base
nos cânones. A leitura do texto literário, no ensino primário e ginasial, visava
transmitir a norma culta da língua, com base em exercícios gramaticais e
estratégias para incutir valores religiosos, morais e cívicos.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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Nos anos 70, o ensino de Literatura restringiu-se ao então segundo
grau, com abordagens estruturalistas e/ou historiográficas do texto literário,
(que ainda hoje resiste em algumas salas de aula), direcionava e limitava as
leituras dos alunos. Em muitos casos, eram interpretações dos professores
e/ou dos livros didáticos, desconsiderando o papel ativo do aluno no processo
de leitura e, em outros, os textos eram levados para sala como pretexto para se
ensinar gramática. A leitura literária era compreendida como subversiva, pois
levava o sujeito à reflexão e à compreensão de si mesmo e do mundo e, na
época da ditadura militar, não era tolerada nenhuma prática que despertasse o
espírito crítico e criador dos alunos.
Com o fim da ditadura militar, ganham força as discussões sobre o
currículo escolar e sobre o papel da educação na transformação social, política
e econômica da sociedade brasileira.
As novas concepções sobre a aquisição da Língua Materna chegaram
ao Brasil no final da década de 1970 e início de 1980, quando as primeiras
obras do Círculo de Bakhtin passaram a ser lidas nos meios acadêmicos.
Deve-se aos teóricos do Círculo de Bakhtin, o avanço dos estudos em
torno da natureza sociológica da linguagem. O Círculo criticava a reflexão
linguística de caráter formal-sistemático por considerar tal concepção
incompatível com uma abordagem histórica e viva da língua, uma vez que “a
língua constitui um processo de evolução ininterrupto, que se realiza através da
interação verbal social dos locutores” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p.127,
apud, DECE, 2008, p.46).
O livro O texto na sala de aula, organizado por João Wanderley
Geraldi, em 1984, marcou as discussões sobre o ensino de Língua Portuguesa
no Paraná, incluindo artigos de linguistas como Carlos Alberto Faraco, Sírio
Possenti, Percival Leme Britto e o próprio Geraldi, presentes até hoje nos
estudos e pesquisas sobre o ensino.
Nessa coletânea, os autores citados dialogam com os professores,
mobilizando-os para a discussão e o repensar sobre o ensino da língua
materna e para a reflexão sobre o trabalho realizado nas salas de aula.
Essas produções teóricas influenciaram os programas de
reestruturação do Ensino de 2.º Grau, de 1988, e do Currículo Básico, de 1990,
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que já denunciavam “o ensino da língua, cristalizado em viciosas e repetitivas
práticas que se centram no repasse de conteúdos gramaticais” (PARANÁ,
1988, p. 02, apud, DEC, 2008, p.46) e valorizavam o direito à educação
linguística. O Currículo de Língua Portuguesa orientava os professores a um
trabalho de sala de aula focado na leitura e na produção, buscava romper com
o ensino tradicionalista.
Nas discussões curriculares sobre o ensino de Língua Portuguesa, os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), do final da década de 1990, também
fundamentaram a proposta para a disciplina de Língua Portuguesa na
concepção interacionista, levando a uma reflexão acerca dos usos da
linguagem oral e escrita.
Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa
na Educação Básica brasileira, e confrontando esse percurso com a situação
de analfabetismo funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e produção
de textos apresentada pelos alunos – segundo os resultados de avaliações em
larga escala e, mesmo, de pesquisas acadêmicas – as Diretrizes Curriculares
Estaduais de Língua Portuguesa requerem, neste momento histórico, novos
posicionamentos em relação às práticas de ensino; seja pela discussão crítica
dessas práticas, seja pelo envolvimento direto dos professores na construção
de alternativas.
Essas considerações resultaram, nas DCE, numa proposta que dá
ênfase à língua viva, dialógica, em constante movimentação, permanentemente
reflexiva e produtiva.
OBJETIVOS GERAIS
Tendo em vista a concepção de linguagem como discurso que se
efetiva nas diferentes práticas sociais, o processo de ensino-aprendizagem na
disciplina de Língua Portuguesa busca:
d) empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber
adequá-la a cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas
nos discursos do cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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diante deles;
e) desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por
meio de práticas sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o
assunto tratado, além do contexto de produção;
f) analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando
que o aluno amplie seus conhecimentos linguístico-discursivos;
g) aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade
de pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica
da oralidade, da leitura e da escrita;
h) aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar
acesso às ferramentas de expansão e compreensão de processos discursivos,
proporcionando ao aluno condições para adequar a linguagem aos diferentes
contextos sociais, apropriando-se, também, da norma padrão.
CONTEÚDO CURRICULARES
O conteúdo estruturante de Língua Portuguesa/Literatura é o
discurso enquanto prática social que se concretiza na oralidade, na leitura e
na escrita permeadas pela análise linguística.
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Conteúdos básicos
GÊNEROS TEXTUAIS 25% iniciais equivalentes aos conteúdos
do 6º ano
PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
Adivinhas
Anedotas
Bilhetes
Cartão
Convites
Aviso
Biografias
Autobiografias
Conto de fadas
Lendas
Cartazes
Músicas
Piadas
Quadrinhas
Receitas
Trava-língua
poemas
Cartum
Tiras
Classificados
regras de jogos
Fábulas
História em quadrinhos
Narrativas
Tema do texto
Papel do locutor e do interlocutor
Finalidade do texto
Argumentos do texto
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos e outros
Discurso direto e indireto
Elementos composicionais do gênero
Léxico
Adequação do discurso ao gênero
Turnos da fala
Variações linguísticas
Contexto de produção
Informatividade
Divisão do texto em parágrafos
processo de formação das palavras
Acentuação gráfica
Concordância verbal e nominal
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repartição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem
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GÊNEROS TEXTUAIS 25% iniciais equivalentes aos conteúdos
do 7º ano
PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
Narrativa de aventura, fantásticas, míticas
narrativas de humor
crônica de ficção
Fábulas
Músicas
paródias
lendas
Exposição oral
Debate
Causos
Comunicado
Provérbios
Notícia
Reportagem
Manchete
Classificados
Fotos
Placas
Pinturas
Propagandas / slogans
Histórias em quadrinhos
a) Tema do texto b) Papel do locutor e do interlocutor c) Finalidade do texto d) Argumentos do texto e) Intertextualidade f) Ambiguidade g) Informações explícitas e implícitas h) Elementos extralinguísticos:
entonação, pausas, gestos e outros i) Discurso direto e indireto j) Elementos composicionais do gênero k) Léxico l) Adequação do discurso ao gênero m) Turnos da fala n) Variações linguísticas o) Contexto de produção p) Informatividade q) Divisão do texto em parágrafos r) processo de formação das palavras s) Acentuação gráfica t) Ortografia u) Concordância verbal e nominal v) Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias, repartição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem
w) Semânticas
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GÊNEROS TEXTUAIS 25% iniciais equivalentes aos conteúdos
do 8º ano
PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
Contos populares
Contos
Memórias
Resumo
Debate
Palestras
Pesquisa
Exposição oral
Mesa redonda
Entrevista (oral e escrita)
Seminário
Carta ao leitor
carta do leitor
Depoimento
Artigo de opinião
Cartum
Charge
Classificados
Anúncios
Crônica jornalística
Diálogo / discussão argumentativa
Cartazes
Filmes
Resenha crítica
Sinopses de filmes
I. Conteúdo temático II. Papel do locutor e do interlocutor
III. Finalidade do texto IV. Argumentos do texto V. Intertextualidade
VI. Vozes sociais presentes no texto VII. Ambiguidade
VIII. Informações implícitas e explícitas IX. Elementos extralinguísticos:
entonação, pausas, gestos e outros X. Discurso direto e indireto
XI. Elementos composicionais do gênero XII. Relação de causa e consequência
entre as partes e elementos do texto XIII. Léxico XIV. Adequação do discurso ao gênero XV. Turnos da fala
XVI. Variações linguísticas XVII. Contexto de produção
XVIII. Informatividade XIX. Divisão do texto em parágrafos XX. processo de formação das palavras
XXI. Acentuação gráfica XXII. Ortografia
XXIII. Concordância verbal e nominal XXIV. Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias, repartição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem
XXV. Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto
XXVI. Semântica: - operadores argumentativos -sentido figurado - significação das palavras - ambiguidade - expressões que denotam ironia e humor no texto
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GÊNEROS TEXTUAIS 25% iniciais equivalentes aos conteúdos
do 9º ano
PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
Crônicas de ficção
Literatura de cordel
Memórias
pinturas
Romances
Poesias
Músicas
Resumo
Paródias
Cartazes
Resenha
Texto de opinião
Diálogo / discussão argumentativa
Carta ao leitor
Editorial
Entrevista
Notícia / reportagem
E–mail
Carta de reclamação
Carta de solicitação
Depoimentos
Ofício
Procuração
Leis
Requerimento
Telejornal
Telenovela
Teatro
Conteúdo temático
Papel do locutor e do interlocutor
Intencionalidade do texto
Argumentos do texto
Conteúdo de produção
Intertextualidade
Discurso ideológico no texto
Vozes sociais presentes no texto
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos e outros
Discurso direto e indireto
Elementos composicionais do gênero
Léxico
Adequação do discurso ao gênero
Turnos da fala
Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódias etc)
Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto
Partículas conectivas do texto
Progressão referencial do texto
Divisão do texto em parágrafos
processo de formação das palavras
Acentuação gráfica
Ortografia
Concordância verbal e nominal
Sintaxe de regência
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repartição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem
Semântica: - operadores argumentativos - modalizadores - polissemia
Adequação da fala ao contexto (uso de gírias, repetições etc)
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito
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GÊNEROS TEXTUAIS A SEREM TRABALHADOS NO ENSINO MÉDIO
PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
Contos Crônicas Contos de fada contemporâneos Textos dramáticos Narrativas em geral Romance Sinopses de filmes Charge Cartum Tiras Novela fantástica Poemas Fábulas Textos argumentativos Diários Testemunhos Biografia Artigo de opinião Carta de leitor Carta ao leitor Reportagem / notícia Manchete Editorial Letras de música Paródia Propaganda / slogan Cartas de emprego Carta de solicitação Curriculum Vitae Resumo Resenha Debate regrado Diálogo / discussão argumentativa telejornal Teatro E – mail
Conteúdo temático
Papel do locutor e do interlocutor
Finalidade do texto
Informatividade
Referência textual
Argumentos do texto
Conteúdo de produção
Intertextualidade
Discurso ideológico no texto
Vozes sociais presentes no texto
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos e outros
Discurso direto e indireto
Elementos composicionais do gênero
Contexto de produção do texto literário
Progressão referencial
Léxico
Adequação do discurso ao gênero
Turnos da fala
Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódias etc)
Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto
Partículas conectivas do texto
Progressão referencial do texto
Divisão do texto em parágrafos
Processo de formação das palavras
Acentuação gráfica e ortografia
Concordância verbal e nominal
Sintaxe de regência
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repartição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem
Semântica: - operadores argumentativos - modalizadores e polissemia
Adequação da fala ao contexto (uso de gírias, repetições, conectivos etc)
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito
Vícios de linguagem
Elementos semânticos
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CONTEÚDOS OBRIGATÓRIOS
História do Paraná (Lei n° 13381/01)
História e cultura afro-brasileira, africana e indígena ( Lei n° 11645/08)-
Música (Lei n° 11769/2008)
Prevenção ao uso indevido de drogas
Sexualidade humana
Educação Ambiental (Lei Federal n° 9795/99, Dec. N/ 4201/02)
Educação Tributária e Fiscal - Dec. N° 1143/99, portaria n°413/02
Enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente
Direito das crianças e adolescentes (Lei Federal n° 11525/07)
História do Paraná (Lei n° 13381/01)
Trabalhar textos históricos, bibliográficos, informativos, entre outros,
tendo como tema a história do Paraná, objetivando a formação de cidadãos
conscientes da identidade, potencial e valorização do nosso Estado.
História e cultura afro-brasileira, africana e indígena ( Lei n° 11645/08)
Trabalhar a cultura afro-brasileira e indígena tem como
objetivo despertar nos educandos o senso crítico sobre os problemas sócio-
culturais afro-descendentes e indígenas, estimulando o interesse na discussão
para a solução de problemas relacionados ao racismo e outros tipos de
discriminações com vistas a um modelo mais justo de convivência social.
Na disciplina de Língua Portuguesa serão trabalhados conhecimentos
fundamentais sobre a história e a cultura das sociedades indígenas e africanas
no Brasil tais como: contribuição da cultura africana e indígena em nosso léxico
e outras formas de comunicação; valorização, significado e origem das
manifestações populares afro-brasileira e indígena; crítica aos preconceitos
inseridos nas manifestações populares afro-brasileiras e indígenas;
contribuição cultural trazida pelo povo africano e indígena; senso crítico
desprovido de preconceitos e repleto de uma consciência que respeite a
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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diferença cultural entre as diversas raças da nossa população; preservação e
promoção do patrimônio cultural afro-brasileiro e indígena.
Música (Lei n° 11769/2008)
A exigência para incluir no currículo escolar o ensino de música surgiu
com a lei nº 11.769, sancionada em 18 de agosto de 2008, determinando que a
música deve ser conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica. "O objetivo
não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a
integração dos alunos", diz a professora Clélia Craveiro, conselheira da
Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação).
Prevenção ao uso indevido de drogas
O uso de drogas é um fenômeno sociocultural complexo e esse assunto está
repercutindo cada vez mais nos debates públicos. Sendo a escola um espaço de socialização
do conhecimento, não pode se furtar dessa discussão, uma vez que o foco do trabalho
pedagógico na escola é a prevenção.
Sabe-se que os adolescentes são mais suscetíveis ao uso
indevido de drogas, em função da fase de desenvolvimento psíquico em que se
encontram e, portanto, faz-se necessária, uma educação preventiva e a
conscientização de todos: alunos, pais professores, enfim, toda a comunidade
sobre os efeitos e consequências maléficas causadas por essas substâncias à
vida humana em seus aspectos físico, psíquico e social. Trabalhar a prevenção
ao uso indevido das drogas é lutar pela valorização da vida como um bem
social, é trabalhar a serviço da construção de uma sociedade mais digna e
fraterna.
Sexualidade humana
Mudanças comportamentais dos jovens no contexto social atual e o
desconhecimento que eles apresentam em assuntos relacionados à
sexualidade mostram a necessidade de se trabalhar junto à comunidade
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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escolar a fim de que ela tenha acesso à informação, educação e promoção da
saúde, principalmente porque o jovem acredita que as coisas acontecem com
os outros mas não com ele.
A escola é um espaço privilegiado para orientar e sensibilizar os
adolescentes nas questões relacionadas à sexualidade, através do respeito à
liberdade de escolha de forma consciente, visando a um planejamento de uma
vida sexual saudável, com respeito ao próprio corpo e ao dos outros, bem
como construir uma sociedade que saiba tratar com as diferenças.
Educação Ambiental (Lei Federal n° 9795/99, Dec. N/ 4201/02)
Sobre a educação para o ambiente a Unesco apresenta como
finalidade "Formar uma população mundial consciente e preocupada com o
ambiente e com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha
conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de
empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente
para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repitam”.
Atualmente as questões ambientais e a sua crise se impõem perante a
sociedade e um meio de minimizar esta problemática é a Educação Ambiental,
buscando valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o
ambiente e com as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando o aluno
a analisar criticamente a ação do homem que tem levado à destruição
inconsequente dos recursos naturais e de várias espécies.
A escola é o espaço social e o local onde o aluno dá sequência ao seu
processo de socialização. Comportamentos ambientalmente corretos devem
ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a
formação de cidadãos responsáveis.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada
do mundo, no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para
que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua
consequência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres
vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas
potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente
justa, em um ambiente saudável.
Se existem inúmeros problemas que dizem respeito ao ambiente, isto
se deve em parte ao fato de as pessoas não serem sensibilizadas para a
compreensão do frágil equilíbrio da biosfera e dos problemas da gestão dos
recursos naturais. Elas não estão e não foram preparadas para delimitar e
resolver de um modo eficaz os problemas concretos do seu ambiente imediato.
A partir de atividades diversificadas em Língua Portuguesa, os alunos
terão a possibilidade de tomarem consciência das situações que acarretam
problemas no seu ambiente próximo ou para a biosfera em geral, refletindo
sobre as suas causas e determinarem os meios ou as ações apropriadas na
tentativa de resolvê-los.
Educação Tributária e Fiscal - Dec. N° 1143/99, portaria n°413/02
A proposta da disciplina de Língua Portuguesa é debater esse tema
com o objetivo de levar o educando a participar efetivamente do Programa
Nacional de Educação Fiscal que tem por objetivo estimular o cidadão a refletir
sobre a função socioeconômica dos tributos, possibilitar aos cidadãos o
conhecimento sobre administração pública, incentivar o acompanhamento, pela
sociedade, da aplicação dos recursos públicos e criar condições para uma
relação harmoniosa entre o estado e o cidadão.
O Programa Nacional de Educação Fiscal _ PNEF foi regulamentado por meio da
Portaria Conjunta do Ministério da Fazenda e da Educação nº 413 de dezembro de 2002.
A Carta de Brasília, ao tratar da Reforma Tributária em 2003 enfatizou que “todas as
unidades federadas deverão promover um esforço e trabalho integrados com vistas à educação
fiscal e ao combate à sonegação”.
Enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente
Vivemos em uma sociedade marcada pela desigualdade social,
resultante de uma economia capitalista, alicerçada na exploração do homem
pelo homem, o que resulta na distância que separa homens e mulheres,
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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segundo sua classe social. Os fatores que determinam e condicionam os
diferentes tipos de ações e comportamentos violentos em nossa sociedade tem
raízes na desigualdade social e na organização econômica que a configura e
sustenta.
A comunidade escolar deve pautar suas discussões sobre a violência
com base em percepções mais globais dos mecanismos e dos sujeitos sociais
nela envolvidos, incluindo-se na complexa tarefa de enfrentar e superar
situações concretas de violência, na medida em que aborda estes fenômenos a
partir de discussões contemporâneas acerca da organização da sociedade,
assim como discutir com propriedade o caso específico da violência dentro e
fora dos muros escolares.
Direito das crianças e adolescentes (Lei Federal n° 11525/07)
A Lei 11525/07 acrescenta o § 5º ao art. 32 da Lei nº 9394, de 20 de
dezembro de 1996, para incluir conteúdo que trate dos direitos das crianças e
dos adolescentes no currículo do ensino fundamental.
“§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente,
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como
diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da
Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material
didático adequado."
METODOLOGIA
A concepção de linguagem que sustenta o ensino de Língua
Portuguesa pressupõe uma metodologia ativa e diversificada, compreendendo
o trabalho individual, o trabalho em duplas ou em pequenos grupos e o trabalho
com a turma, além de atividades expositivas do professor, sendo usados para
tais procedimentos, recursos didático-tecnológicos diversificados, tais como:
livros didáticos e literários, biblioteca, filmes, músicas, transparências, jornais,
revistas, computadores, data show, TV multimídia, dicionários entre outros.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
Página 292
Prática da oralidade
Por ser a prática discursiva mais utilizada, as atividades orais precisam
oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais,
adequar a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto,
intenções), aproveitar os imensos recursos expressivos da língua e,
principalmente, praticar e aprender a convivência democrática que supõe o
falar o ouvir.
Para tanto, serão desenvolvidas diferentes atividades como:
apresentação de temas variados (histórias de família, da comunidade, um
filme, um livro); depoimentos sobre situações significativas, vivenciadas pelo
aluno ou pessoas de seu convívio; dramatização; recado; explicação; contação
de histórias; declamação de poemas; trocas de opiniões; debates; seminários;
júris; simulados etc.
O trabalho com a oralidade será planejado e desenvolvido
gradativamente, permitindo ao aluno conhecer, usar também a variedade
linguística padrão e entender a necessidade desse uso em determinados
contextos sociais, podendo dessa forma, atuar como cidadão consciente e
transformador do meio em que está inserido.
Prática da escrita
Entende-se o texto como uma forma de atuar, de agir no mundo. O
educando precisa compreender o funcionamento de um texto escrito que se faz
a partir de elementos como organização, unidade temática, coesão, coerência,
intenções, interlocutor(es) entre outros.
As atividades com a escrita serão realizadas de modo interlocutivo,
relacionando o dizer escrito às circunstâncias de sua produção. O aluno
produtor deve assumir-se como locutor e, dessa forma, ter o que dizer, razão
para dizer, interlocutores para quem dizer.
A prática da escrita será realizada a partir de três etapas
interdependentes e intercomplementares que podem ser ampliadas e
adequadas de acordo com o contexto:
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
Página 293
planejamento – ampliar a leitura sobre a temática
proposta; delimitar o tema da produção; definir o objetivo e a
intenção com que se escreverá; prever os possíveis
interlocutores; pensar sobre a situação em que o texto irá circular;
organizar as ideias;
escrita da primeira versão sobre a proposta
apresentada no planejamento;
reescrita do texto revendo o que se escreveu,
refletindo sobre os argumentos - ideias, verificando se os
objetivos foram alcançados, observando a continuidade temática,
a clareza, a finalidade, o contexto de circulação e avaliando a
linguagem.
Por meio desse processo de vivenciar a prática de planejar, escrever,
revisar e reescrever seus textos, o aluno perceberá que essa atividade é um
processo que permite ao locutor refletir sobre seus pontos de vista, sua
criatividade, seu imaginário.
A refacção textual poderá ocorrer de forma individual ou em grupo e
deve ser fundamentada na adequação do texto às exigências circunstancias de
sua produção. A socialização dos textos poderá ocorrer de diversas formas tais
como: afixar no mural da escola, promover rodízios dos mesmos, reunir os
textos em uma coletânea ou publicá-los no jornal da escola, produção e
distribuição de panfletos. Dessa forma, além de enfatizar o caráter interlocutivo
da linguagem, possibilita aos estudantes constituirem-se sujeitos do fazer
linguístico.
Prática da leitura
O leitor tem um papel ativo no processo de leitura, e para se efetivar
como co-produtor, procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita
ou rejeita conclusões, usa estratégias baseadas no seu conhecimento
linguístico, nas suas experiências e na sua vivência sócio-cultural.
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Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas
esferas sociais – jornalística, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica,
cotidiana, midiática, literária, publicitária. No processo de leitura serão
consideradas as linguagens não-verbais, como fotos, cartazes, propagandas,
imagens digitais e virtuais, figuras que povoam o universo cotidiano, levando
em conta os multiletramentos.
Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva
o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude
responsiva diante deles. Os alunos serão instigados a realizarem leituras
significativas, visando a um sujeito crítico e atuante nas práticas de letramento
da sociedade.
Nas atividades de leitura será importante ponderar a pluralidade de
significações que alguns textos permitem o que é diferente de afirmar que
qualquer leitura é aceitável. Deve-se considerar o contexto de produção sócio-
histórico, a finalidade do texto, o interlocutor, o gênero.
É necessário analisar, nas atividades de interpretação e compreensão
de um texto, os conhecimentos de mundo do aluno, os conhecimentos
linguísticos, o conhecimento da situação comunicativa, dos interlocutores
envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do conteúdo temático, das vozes
presentes no discurso e o papel social que elas representam, das ideologias
apresentadas no texto, dos argumentos elaborados, da intertextualidade, do
suporte em que o texto está publicado.
Para a seleção dos textos serão levados em conta o contexto da sala
de aula, as experiências de leitura dos alunos, os horizontes de expectativas
deles e as sugestões sobre textos que gostariam de ler, para então, oferecer
textos cada vez mais complexos, que possibilitem ampliar as leituras dos
educandos.
Literatura
A proposta de trabalho aqui apresentada, de acordo com Bordini e
Aguiar (1993, apud, DCE, 2008, p.74), tem como objetivos: efetuar leituras
compreensivas e críticas, ser receptivo a novos textos e à leitura de outrem,
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questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural,
transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor,
da escola, da comunidade familiar e social.
Esse trabalho divide-se em cinco etapas e o professor delimitará o
tempo de aplicação de cada uma delas, de acordo com o plano de trabalho
docente e com a turma.
A primeira etapa é o momento de determinação do horizonte de
expectativa do aluno/leitor. De acordo com a realidade sócio-cultural dos
educandos, analisam-se os interesses e o nível de leitura, a partir de
discussões dos textos, visitas a bibliotecas, exposições de livros e outros.
Na segunda etapa, ocorre o atendimento ao horizonte de expectativas.
Nesse momento são apresentados textos que sejam próximos ao
conhecimento de mundo e às experiências de leitura dos alunos.
Em seguida, acontece a ruptura do horizonte de expectativas. É o
momento de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele
espera.
Após essa ruptura, o sujeito é direcionado a um questionamento do
horizonte de expectativas. O aluno/leitor é levado a um questionamento e a
uma autoavaliação a partir de textos a ele oferecidos.
A quinta etapa é a ampliação do horizonte de expectativas. As leituras
oferecidas ao aluno e o trabalho efetuado a partir delas possibilitam uma
reflexão e uma tomada de consciência das mudanças e das aquisições,
levando-o a uma ampliação de seus conhecimentos.
É preciso, para a aplicação desse método, ponderar as diferenças
entre Ensino Médio e Fundamental. No Ensino Médio, além do gosto pela
leitura, deve-se garantir o estudo das Escolas Literárias. Contudo, ambos os
níveis devem partir do mesmo ponto: o aluno é leitor, e como leitor é ele quem
atribui significados ao que lê, é ele quem traz vida ao que lê, de acordo com
seus conhecimentos prévios, linguísticos, de mundo.
O primeiro olhar para o texto literário deve ser de sensibilidade, de
identificação. O aluno será estimulado a projetar-se na narrativa e identificar-se
com algum personagem. Também é importante mostrar ao leitor que não é
qualquer interpretação que cabe à literatura, mas aquelas que o texto permite.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
Página 296
No caso de textos poéticos, será estimulada a sensibilidade estética, utilizando-
se da leitura expressiva.
O estudo da literatura não deverá ser preso à linha do tempo da
historiografia, mas deverá ser feita a análise contextualizada da obra, no
momento de sua produção e no momento de sua recepção.
Análise Linguística
A análise linguística é uma prática didática complementar às práticas
de leitura, oralidade e escrita, faz parte do letramento escolar.
Essa prática abre espaço para as atividades de reflexão dos recursos
linguísticos e seus efeitos de sentidos nos textos. Antunes (2007, p.130, apud
DCE 2008, p. 77) ressalta que o texto é a única forma de usar a língua: “A
gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da atividade de
linguagem. [...] Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina
com a exploração das atividades textuais e discursivas”.
Partindo desse pressuposto, é necessário deter-se um pouco nas
diferentes formas de entender as estruturas de uma língua e,
consequentemente, as gramáticas que procuram sistematizá-las. Travaglia
(2000, p. 30-33, apud DCEs 2008, p. 77) traz as concepções de gramática e
salienta que, ao abordá-la, é importante conhecer os seus vários tipos:
a)Gramática normativa: estuda os fatos da língua culta, em
especial da língua escrita.
b)Gramática descritiva: descreve qualquer variante linguística a
partir de seu uso, não apenas a variedade culta. Dá preferência à
manifestação oral da língua.
c)Gramática internalizada: é o conjunto de regras dominadas
pelo falante.
d)Gramática reflexiva: volta-se para as atividades de observação
e reflexão da língua.
Considerando a interlocução como ponto de partida para o trabalho
com o texto, os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus
aspectos funcionais
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Por isso a
importância de considerar não somente a gramática normativa, mas também as
outras.
O professor poderá instigar, no aluno, a compreensão das
semelhanças e diferenças, dependendo do gênero, do contexto de uso e da
situação de interação, dos textos orais e escritos; a percepção da multiplicidade
de usos e funções da língua; o reconhecimento das diferentes possibilidades
de ligações e de construções textuais; a reflexão sobre essas e outras
particularidades linguísticas observadas no texto, conduzindo-o à construção
gradativa de um saber linguístico mais elaborado, a um falar sobre a língua.
Serão planejadas e desenvolvidas atividades que possibilitem aos
alunos a reflexão sobre seu próprio texto, tais como atividade de revisão, de
reestruturação, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre outros
textos de diversos gêneros que circulam no contexto escolar e extraescolar.
O estudo do texto e da sua organização sintático-semântico permite ao
professor explorar as categorias gramaticais, conforme cada texto em análise.
Nesse estudo, o que vale não é a categoria em si, é a função que ela
desempenha para os sentidos do texto.
Definida a intenção para o trabalho com a língua portuguesa, o aluno
pode também passar a fazer demandas, elaborar perguntas, considerar
hipóteses, questionar-se, ampliando sua capacidade linguístico-discursiva em
atividades de uso da língua.
AVALIAÇÃO
Sabemos que as atividades de avaliação nunca se esgotam em si
mesmas: elas não servem apenas para cumprir carga horária e para dar nota.
As atividades de avaliação precisam ser vistas como uma oportunidade de
reflexão sobre o próprio processo de ensino e seus resultados, não só para
verificar o desenvolvimento do aluno, mas principalmente para verificar o
rendimento das práticas pedagógicas. Nesse sentido, a avaliação deve
subsidiar o professor para eventuais ajustes na programação e no
reencaminhamento pedagógico de certo tema ou de certa prática.
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Leitura
Posicionar-se argumentativamente;
Compreender as diferenças decorridas do uso de palavras e
expressões no sentido conotativo;
Conhecer e utilizar os recursos para determinar causa e
consequência entre as partes e elementos do texto;
Deduzir os sentidos das palavras e expressões a partir do contexto;
Entender o estilo próprio de cada gênero.
Reconhecer as palavras e expressões que estabelecem a
progressão referencial;
Referente à obra literária, ampliar seu horizonte de expectativas,
percebendo os diferentes estilos e estabelecer relações entre obras
de diferentes épocas com o contexto histórico atual;
Ampliação do léxico; do seu horizonte de expectativas;
Identificação da ideia principal do texto, do tema;
Localização das informações explícitas e implícitas no texto;
Perceber o ambiente no qual circula o gênero:
Produzir inferências a partir de pistas textuais;
Realização de uma leitura compreensiva, global, crítica e analítica
de textos verbais e não-verbais.
Escrita
Empregar adequadamente os recursos linguísticos como a
pontuação, o uso e a função do artigo, pronome, substantivo,
adjetivo, advérbio,dentre outros;
Empregar as palavras e expressões no sentido conotativo;
Entender o estilo próprio de cada gênero.
Perceber e usar os elementos discursivos, textuais, estruturais e
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normativos, bem como os recursos de causa e consequência.
Reconhecer palavras ou expressões que estabelecem a
progressão referencial;
Diferenciação do contexto de uso da linguagem formal e informal;
Elaboração/reelaboração de textos de acordo com os
encaminhamentos solicitados atendendo: clareza, adequação dos
recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo,
pronome, numeral, substantivo, dentre outros em estudo no gênero
discursivo; recursos textuais como coesão e coerência, temática;
situações de produção propostas (gênero, interlocutor,
finalidade...).
Oralidade
Utilizar de forma intencional e consciente expressões faciais,
corporais e gestuais, pausas e entonação nas exposições orais,
entre outros elementos extralinguísticos. Contra-argumentar ideias
formuladas pelos colegas em discussões, debates, mesas
redondas, diálogos, discussões, e outras adequados a situação
discursiva;
Analisar e discutir os argumentos apresentados pelos colegas em
suas apresentações;
Organização da sequencia de sua fala de modo que as
informações não se percam;
Apresentação das suas ideias com clareza, coerência e
argumentatividade;
Compreensão dos argumentos usados no discurso do outro;
Explanação dos diferentes textos, utilizando adequadamente
entonação, pausas, gestos, etc;
Exposição oral de suas ideias de modo fluente e adequado ao
gênero proposto;
Respeito aos turnos de fala;
Utilização do discurso de acordo com a situação de produção
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(formal/ informal).
Instrumentos de Avaliação:
Provas (não classificatórias)
Pesquisa bibliográfica
Produção de texto
Análise de textos
Produção de narrativas
Apresentação de leituras
Dinâmicas de grupo
Debates
Seminários
Trabalho em grupo
Elaboração de murais
Reescrita de textos,
A recuperação paralela de estudos ocorrerá a partir da retomada de
conteúdos com atividades e metodologias diversas que propiciem a
assimilação do conteúdo respeitando a aprendizagem de todos os alunos.
Os alunos com necessidades educacionais especiais serão avaliados a
partir de suas especificidades, atendendo ao disposto nos artigos 58 e 59 da
LDB 9394/96.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CADERNOS TEMÁTICOS: Inserção dos conteúdos de história e cultura afro-
brasileira e africana nos currículos escolares/Paraná. Secretaria de estado da
Educação. Superintendência de educação. Departamento de Ensino
Fundamental. Curitiba; SEED-Pr, 2005.
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Página 301
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Língua
Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba,2008.
FARACO, Carlos Alberto. Português: língua e cultura, ensino médio.
Curitiba: Base
Editora, 2005.
KOCH, Ingedore V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto,1992.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São
Paulo:Ática,1993.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas.
Associação de Leitura do Brasil: Mercado de Letras, 1996.
SOARES, Magda. Português: uma proposta para o letramento. 1 ed. São
Paulo: Moderna, 2002.
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFª LINDA EIKO AKAGI MIYADI Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE QUÍMICA – ENSINO MÉDIO
2017
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1. FUNDAMENTO TEÓRICO DA DISCIPLINA
Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que
está inserido, mas é também, um ser singular, que atua no mundo a partir do
modo como o compreende e como dele lhe é possível participar. Ao definir qual
formação se quer proporcionar a esses sujeitos, a escola contribui para
determinar o tipo de participação que lhes caberá na sociedade. Por isso, as
reflexões sobre currículo têm, em sua natureza, um forte caráter político. E, de
acordo com as DCEs da disciplina de Química, a proposta é de uma
reorientação na política curricular com o objetivo de construir uma sociedade
justa, onde as oportunidades sejam iguais para todos. Assim, a Química é uma
excelente motivação para a aprendizagem, ao aproximar o que se ensina do
que se vive, ao permitir a compreensão do que ocorre na Natureza e os
benefícios que ela concede ao homem, ao mostrar a necessidade de respeitar
o seu equilíbrio. Para tanto, a o conhecimento químico e a Tecnologia Química
(utilização da Química), devem se colocar dentro de um contexto em que os
alunos tenham a possibilidade de compreendê-los como um todo, para analisar
de forma crítica e contextualizada, estabelecendo relações interdisciplinares,
bem como suas aplicações. Sendo assim, fica evidanciado o objeto de estudo
da química: o estudo da materia e das substâncias. Desta forma, a referida
ciências encontra-se a serviço da melhoria da qualidade de vida, contribuindo
criticamente frente às contradições sociais, políticas e econômicas presentes
nas estruturas da sociedade contemporânea, propiciando a compreensão da
produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em
que elas se constituem. Pois, é o desenvolvimento da disciplina de Química
proporcionará a discussão da função de Química na sociedade e despertará o
espírito crítico e o pensamento científico.
2. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Na medida que se faz necessário o aluno entender a Ciência de seu
dia a dia e os avanços tecnologicos na Área de Química, sabendo construir e
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reconstruir os conceitos químicos, tomando posição sobre as situações sociais
e ambientais desencadeadas pela produção do conhecimento químico,
compreendendo a constituição da matéria a partir dos conhecimentos dos
modelos atômicos, estados de agregação e natureza elétrica da matéria.
3. METODOLOGIA
A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma
modalidade de ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo
compreende a escola como espaço sócio-cultural que propicia a valorização
dos diversos grupos que a compõem, ou seja, considera os educandos como
sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção
coletiva do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido
antropológico, constitui-se no elemento principal de mediação entre
educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite
aos educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre
educando e educador tornar os conhecimentos significativos às suas práticas
diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em núcleo estruturador do
conteúdo do ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser
pensada em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes
assegure o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito
às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação
Básica, a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como
modalidade da Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos
curriculares previstos pelas Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores
propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura
e Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do
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conhecimento que não deve se restringir à transmissão/assimilação de fatos,
conceitos, ideias, princípios, informações etc., mas sim compreender a
aquisição cognoscitiva e estar intrinsecamente ligados à abordagem dos
conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica.
4.AVALIAÇÃO
avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,
permanente;
as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre
com finalidade educativa;
para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas)
a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas
individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos
adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o
educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no
regimento escolar;
a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,
sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez
vírgula zero);
para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0
(seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º
3794/04 – SEED e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por
cento)do total da carga horária de cada disciplina na organização
coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;
o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em
cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à
recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como
acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos;
a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética
das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a
nota 6,0 (seis vírgula zero);
os resultados das avaliações dos educandos deverão ser
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registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a
regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;
o educando portador de necessidades educativas especiais, será
avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de
desenvolver;
para fins de certificação e acréscimo da carga horária da disciplina
de Língua Espanhola, o educando deverá atingir a média mínima de
75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina;
no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso
será avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro
de notas na documentação escolar, por não ser objeto de retenção;
para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino
Religioso, na documentação escolar, o educando deverá ter frequência
mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária da
disciplina.
5. CONTEÚDOS CURRICULARES
Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande
amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina
escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de
estudo e ensino.
A seleção dos conteúdos estruturantes foi fundamentada no estudo da
história da Química e da disciplina escolar e para que seja devidamente
compreendido exige que sejam superadas as abordagens e metodologias do
ensino tradicional da Química. Os conteúdos estruturantes da Disciplina de
Química são:
1. Matéria e Sua Natureza – é o conteúdo estruturante que dá início
ao trabalho pedagógico da Disciplina de Química por se tratar especificamente
de seu objeto de estudo: a matéria e sua natureza. É ele que abre o caminho
pra um melhor entendimento dos demais conteúdos estruturantes. Aborda os
contextos históricos nos quais os modelos atômicos foram elaborados e
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substituídos em função de importantes descobertas, tais como a eletricidade e
a radioatividade.
2. Biogeoquímica – estuda a influência dos seres vivos sobre a
composição química da Terra, caracteriza-se pelas interações existentes entre
hidrosfera, litosfera e atmosfera e pode ser bem explorada a partir dos ciclos
biogeoquímicos. Expressa a forma de se entender as complexas relações
existentes entre a matéria viva e não viva da biosfera, suas propriedades e
modificações ao longo dos tempos para aproximar ou interligar saberes
biológicos, geológicos e químicos.
Química Sintética – tem sua origem na síntese de novos
produtos e materiais químicos e permite o estudo dos produtos farmacêuticos,
da indústria alimentícia (conservantes, acidulantes, aromatizantes,
edulcorantes), dos fertilizantes e dos agrotóxicos. O avanço dos aparatos
tecnológicos, atrelado ao conhecimento científico cada vez mais aprofundado
sobre as propriedades da matéria, trouxe mudanças na produção e aumento
das possibilidades de consumo: uso de fertilizantes e agrotóxicos,
desenvolvimento da fibra óptica, utilização de conservantes, etc..
Conteúdos básicos
Matéria
Solução
Velocidade das Reações
Equilíbrio Químico
Ligação Química
Reações Químicas
Radioatividade
Gases
Funções Químicas
Conteúdos específicos
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Constituição da Matéria
Estados de Agregação
Natureza Elétrica da Matéria (Energia)
Modelos Atômicos (Dalton, Thomson, Rutherford, Bohr, etc.)
Estudo dos Metais
Tabela Periódica
i) Substâncias Simples e Compostas
j) Misturas
k) Métodos de Separação
l) Solubilidade
m) Concentração
n) Forças Intermoleculares
o) Temperatura e Pressão
p) Densidade
q) Dispersão e Suspensão
r) Tabela Periódica
Reações Químicas
Lei das Reações Químicas
Representação das Reações Químicas
Condições Fundamentais Para Ocorrência das Reações Químicas (natureza
dos reagentes, contato entre os reagentes, teoria de colisão)
Fatores que Interferem na Velocidade das Reações (Superfície de Contato,
Temperatura, Catalisador, Concentração dos Reagentes, Inibidores)
Lei da Velocidade das Reações Químicas
Tabela Periódica
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e)Reações Químicas Reversíveis
f)Concentração
g)Relações Matemáticas e o Equilíbrio Químico (constante de equilíbrio)
h)Deslocamento de Equilíbrio (Princípio de Le Chatelier): concentração, pressão,
temperatura e efeito dos catalisadores
i)Equilíbrio Químico em Meio Aquoso (pH, constante de ionização, Ks)
j)Tabela Periódica
Tabela Periódica
Propriedades dos Materiais
Tipos de Ligações Químicas em Relação às Propriedades dos Materiais
Solubilidade e as Ligações Químicas
Interações Intermoleculares e as Propriedades das Substâncias Moleculares
Ligações de Hidrogênio
Ligação Metálica (elétrons semi-livres)
Ligações sigma e pi
Ligações Polares e Apolares
Alotropia
Reações de Oxi-Redução
Reações Exotérmicas e Endotérmicas
Diagrama das Reações Exotérmicas e Endotérmicas
Variação de Entalpia
Calorias
Equações Termoquímicas
Princípios da Termodinâmica
Lei de Hess
Entropia e Energia Livre
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Calorimetria
Tabela Periódica
x) Modelos Atômicos
y) Elementos Químicos (Radioativos)
z) Tabela Periódica
aa) Reações Químicas
bb) Velocidade das Reações
cc) Emissões Radioativas
dd) Leis da Radioatividade
ee) Cinética das Reações Químicas
ff) Fenômenos Radiativos (fusão e fissão nuclear)
XXVII. Estados Físicos da Matéria
XXVIII. Tabela Periódica
XXIX. Propriedades dos Gases (densidade/difusão e efusão, pressão x temperatura,
pressão x volume e temperatura x volume)
XXX. Modelo de Partículas para os Materiais Gasosos,
XXXI. Misturas Gasosas
XXXII. Diferença entre Gás e Vapor
XXXIII. Lei dos Gases
Funções Inorgânicas
Funções Orgânicas
Tabela Periódica
A Proposta Pedagógica Curricular, contempla a Legislação Vigente e,
através da abordagem do Desenvolvimento Sócio-Educacional.
* LEI 11645/08- HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA ,
AFRICANA E INDÍGENA- não há como trabalhar a questão, por exemplo, da
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poluição ambiental sem falar em Modo de Produção Capitalista e associar a
esta tema a questão da utilização do Álcool como combustível menos poluente,
assim como as plantações da cana-de-açúcar pela cultura afro-brasileira:
* LEI9795/99- POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL-
tema essencial a ser desenvolvido dentro dos conceitos da referente disciplina;
* PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS- a produção e o
consumo de tais substâncias evidenciam a necessidade dos conceitos
trabalhados: a Ciência sendo vista sob seus dois paradoxos: a utilização para o
bem e para o mal.
HISTÓRIA DO PARANÁ ( Lei n 13381/01) Como era usado os
produtos retirados da terra e seus processos de obtenção.; os produtos
químicos usados nas lavouras daquela época e de hoje.
a) O norte do Paraná e sua representação
A presença humana em terras paranaenses data até 11 mil anos atrás.
Os trabalhos arqueológicos que tratam de estudos da chamada “Tradição
Humaitá” mostram a existência das populações de caçadores e coletores pré-
históricos que ocuparam primeiramente os estados do Sul do Brasil e regiões
vizinhas do Paraguai e da Argentina. Diferenciadas pela sua população e pela
língua, as populações indígenas presentes no Paraná são divididas em quatro
grandes grupos: os Guarani, os Kaigang, os Xokleng e os Xetás, que
ocupavam os vales dos grandes rios da região (MOTA, 2005).
b) O desflorestamento e a expansão da fronteira agrícola
O processo de colonização do Norte do Paraná insere-se, em nível
nacional, num contexto de expansão da economia capitalista e de redefinição
do papel da agricultura no novo modelo de acumulação de capital, implantado
a partir de 1930. Oliveira (1987) nos mostra que, ao contrário de uma
propalada e equivocada dualidade entre agricultura e indústria, os dois setores
estiveram intimamente ligados no período. Cabia à agricultura duas novas
tarefasexecutar: de um lado, ampliar o setor de produtos exportáveis para
servir ao pagamento das importações de bens de capital; de outro, suprir as
necessidades de alimentação das massas urbanas em expansão no período e
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de matériasprimas sem, no entanto, elevar o custo da reprodução da força de
trabalho ou os custos de produção, o que inviabilizaria o processo de
acumulação. A agricultura, portanto, deveria ser estimulada, sem que se
tornasse a unidade central do sistema, baseando-se no enorme contingente de
mão-de-obra e na oferta elástica de terras ainda por cultivar, boa parte delas no
Norte do Paraná. (PDE-Jorge Luiz Correia – SEED, Rosana Steinke – UEM)
MÚSICA (Lei n 11769/08) Utilizar letras de músicas que tenham contexto para as aulas
de química , exemplo: Aquarela (Toquinho - Vinicius de Moraes - M. Fabrizio - G. Morra)
sobre os corantes das tintas; e outros assuntos de interesse.
EDUCAÇÃO FISCAL ; Quando se trabalha com misturas, é possível estabelecer
relações sobre a adição de reagentes para tornar a agua potável, como esse fator encarece a
fatura; por que há pouco incentivo para a construção de usinas nucleares e termoelétricas em
nosso país; LDB: A formula do corpo humano, trata da questão da desnutrição de crianças no
nordeste Brasileiro.
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
Sala de Recursos Multifuncional - Tipo I na Educaçao de Jovens e
Adultos – Fase I, Fase II e Ensino Médio – área da deficiência intelectual,
deficiência fisica neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e
transtornos funcionais especifico s.
Professoras: Cláudia Cerqueira Gorte Alves
Silvana Maria da Silva Souza
Apucarana
2017
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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Historicamente a Educação Especial passou por várias fases, para
reconhecer as atitudes em relação à pessoa com deficiência, em que havia
maus tratos e até extermínio.
A idade média foi marcada pelo predomínio do cristianismo, em que a
morte de pessoas com deficiências, foi substituída pela segregação e
proteção.Após o renascimento, nos séculos XVll, foram fundadas instituições ,
onde começaram a ser tratadas como seres humanos.
No século XX surge o movimento que tende a aceitar as pessoas com
deficiências e integrá-las tanto quanto possível na sociedade. Contudo,
somente no final deste século surge um novo olhar à inclusão. Este movimento
tem por objetivo a construção para todas as pessoas. Sob a inspiração de
novos princípios, dentre os quais; a celebração das diferenças direito de
pertencer, valorização da diversidade humana, solidariedade igual importância
das minorias e cidadania com qualidade de vida.
Somente em 1994 ocorreu a Declaração de Salamanca, que foi um
documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em
Salamanca, na Espanha, com o objetivo de fornecer diretrizes básicas para a
formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o
movimento de inclusão social. Ela é o resultado de uma tendência mundial que
consolidou a educação inclusiva, também considerada inovadora porque
''proporcionou uma oportunidade única de colocação da educação especial
dentro da estrutura de “educação para todos” promoveu que afirma o princípio
e a discussão da prática de garantia da inclusão das crianças com
necessidades educacionais especiais nestas iniciativas e a tomada de seus
lugares de direito numa sociedade de aprendizagem”.
A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis,
etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da educação regular,
devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade escolar.
Os alunos considerados público-alvo da educação especial são
aqueles com deficiência intelectual, transtornos globais de desenvolvimento e
com altas habilidades/superdotação.
Pessoas com deficiência intelectual ou cognitiva costumam apresentar
dificuldades para resolver problemas, compreender ideias abstratas,
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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estabelecer relações sociais, compreender e obedecer a regras, e realizar
atividades cotidianas - como, por exemplo, as ações de autocuidado.
A capacidade de argumentação desses alunos também pode ser
afetada e precisa ser devidamente estimulada para facilitar o processo de
inclusão e fazer com que a pessoa adquira independência em suas relações
com o mundo.
As pessoas portadoras de deficiência múltipla são aquelas afetadas
em duas ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes
deficiências, com possibilidades bastante amplas de combinações. Um
exemplo seriam as pessoas que têm deficiência intelectual e física.
A partir de 2011 a Instrução º014/2011 SUED/SEED, a Sala de
Recursos Multifuncional – Tipo I, na EJA prevê um atendimento educacional
especializado, de natureza pedagógica que complementa a escolarização
realizada em Escolas EJA, nos CEEBJA, tanto nas turmas da sede destes
estabelecimentos de ensino, como nas descentralizações, que visa atender a
alunos oriundos de serviços da educação especial, regularmente matriculados
na EJA.
Este Atendimento Educacional Especializado tem como objetivo
complementar a escolarização dos alunos no processo de aprendizagem da
classe comum e Implementar e assessorar ações pedagógicas conjuntas com
o professor das disciplinas, direção, equipe pedagógica e demais funcionários,
bem como, atuar como agente mediador entre aluno/conhecimento,
professor/aluno e aluno/aluno.
O trabalho a ser desenvolvido na Sala de Recurso deverá partir das
necessidades e dificuldades especificas de cada aluno, com oferecimento de
recursos pedagógicos diversos, proporcionando-lhes um ambiente de
aprendizagem que os ajude a abandonar postura passiva de receptores de
conhecimento. Dessa forma, este apoio se preocupa com necessidades
especiais apresentadas no desenvolvimento global de cada um, devendo partir
da ênfase do potencial, confiando e apostando nas suas capacidades para dar
respostas educacionais para as dificuldades de aprendizagem.
A Sala de Recursos Multifuncional - Tipo I Sala de Recursos
Multifuncional - Tipo I na Educaçao de Jovens e Adultos – Fase I, Fase II e
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Ensino Médio – área da deficiência intelectual, deficiência fisica
neuromotora. Este atendimento educacional especializado deve estar
contemplado no Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar do
estabelecimento, deverá funcionar com características próprias e
considerando as necessidades específicas do aluno. O Centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos, conta com duas salas de Recursos
Multifuncional - Tipo I atendendo, no momento, 19 alunos do Ensino
Fundamental anos finais, sendo 6° à 9° ano, no período vespertino e no
período noturno 07 alunos do Ensino Fundamental anos finais, sendo 6° à 9°
ano e 06 alunos no Ensino Médio.
Carvalho (2000) afirma que a organização do atendimento educacional,
baseada no paradigma da inclusão, deve procurar a remoção das barreiras
para a aprendizagem. Entre as diversas barreiras existentes, a autora destaca
como as mais significativas, as de cunho atitudinal. Destaca ainda o currículo e
as relações curriculares, a avaliação contínua do trabalho, a intervenção
psicopedagógica, a qualificação da equipe de educadores, os recursos
materiais e uma nova concepção de educação especial em educação. Nesse
sentido, na programação da sala de recursos é importante observar as áreas
de desenvolvimento cognitivo, motor, social, afetivo e emocional, com vistas a
subsidiar os conceitos e conteúdos defasados no processo de aprendizagem
para atingir o currículo da classe comum.
Os conteúdos escolares deverão ser trabalhados com metodologias e
estratégias diferenciadas; uma vez que o trabalho com o conteúdo não deve
ser confundido com reforço escolar – repetição de conteúdo da prática
educativa da sala de aula. As atividades planejadas implicam aprofundamento
dos conhecimentos historicamente acumulados, por meio de métodos e
técnicas adequados, que facilitem a apropriação do saber realmente
necessário. O trabalho pedagógico da Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I,
na EJA oportunizará autonomia, independência e valorização do aluno, e
desenvolver-se-á em 2 eixos:
Eixo 1 - Trabalhar o desenvolvimento de processos educativos: que favoreçam
a atividade cognitiva e os conteúdos defasados, principalmente de leitura,
escrita e conceitos matemáticos.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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Eixo 2 - Trabalho colaborativo junto aos professores das disciplinas:
com objetivo de desenvolver ações para possibilitar o acesso curricular,
avaliação diferenciada e organizar estratégias pedagógicas de forma a atender
as necessidades educacionais especiais dos alunos.
Os avanços acadêmicos do aluno na Sala de Recursos Multifuncional –
Tipo I na EJA, devem ser registrados em relatório pedagógicos semestral,
elaborado pelo professor da Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na EJA e
arquivados na pasta individual do aluno.
Quanto à organização o aluno deverá ser atendido individualmente ou
em grupos, segundo cronograma preestabelecido, de acordo com o espaço
físico da sala e a afinidade entre os educandos. O aluno deverá receber
atendimento de acordo com as suas necessidades e o horário de atendimento
deverá ser em dividido entre a Sala de Recursos e Área ou Coletivo da
disciplina em curso pelo educando conforme seu desenvolvimento e
necessidades específicas apontadas pela professora regente da Sala de
Recursos e equipe pedagógica da escola, em consonância com a indicação
dos procedimentos de intervenção pedagógica que constam no relatório da
avaliação psicoeducacional realizada no contexto escolar. O período para o
encontro entre o professor da Sala Multifuncional, o professor da disciplina e a
equipe pedagógica será nas reuniões pedagógicas , horas atividades e
dependendo da necessidade dos professores e alunos envolvidos em horários
estabelecidos pela direção.
1. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS DAS DISCIPLINAS
ABORDADAS: LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA.
2.1 LÍNGUA PORTUGUESA
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS: GÊNEROS DISCURSIVOS
Histórias, relatos, cartas, reportagens, receita culinária; provérbios;
conversa informal; entrevista; enunciado de um problema matemático; informe;
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poema; verbete de dicionário; Ou seja, a lista é indefinida, aberta, e o gênero
discursivo pode ser oral ou escrito.
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise
linguística, serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos
conforme suas esferas sociais de circulação, livros, jornais, revistas, livros
didáticos, bulas de remédios, dicionários, entre outros.
LEITURA
Tema do texto;
Finalidade;
Informatividade;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito).
ESCRITA
Divisão do texto em parágrafos;
Produção de frases e textos.
Processo de formação de palavras;
Acentuação gráfica;
Ortografia; artigo, numeral e classificação;
O adjetivo e sua classificação;
Letras e ordem alfabética;
Silabação;
Reconhecimento de novas palavras através do uso do dicionário.;
Substantivos e seus determinantes( no texto).
ORALIDADE
Tema do texto;
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
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Descrição e narração;
Leitura, debate e interpretação de textos diversos;
Relatos de fatos.
3. MATEMÁTICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: NÚMEROS E OPERAÇÕES,
GRANDEZAS E MEDIDAS, GEOMETRIA E TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO.
CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E OPERAÇÕES
Sistemas de Numeração;
Números inteiros, e números naturais;
Adição, subtração, multiplicação e divisão de números inteiros
Números Fracionários;
Números decimais.
Frações simplificadas e porcentagem
Múltiplos e divisores;
Números Fracionários;
Números decimais.
Resolução de problemas
Sistema Monetário.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de comprimento;
Medidas de massa;
Medidas de tempo;
GEOMETRIA
Representação geométrica
Sólidos geométricos
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TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO.
Dados, tabelas e gráficos;
4. METODOLOGIA
Relatos pessoais, leitura de textos diversificados.
Pesquisas relacionadas aos temas, leitura silenciosa e oral.
Debates e dinâmicas de grupo
Uso do caderno, recortes e colagens.
Uso de TV, vídeos, DVDs e jogos no computador.
Utilização de jogos pedagógicos tais como, material dourado, dominó de
tabuadas e frações, quebra-cabeça, jogos de estratégia, como batalha naval,
resta um, cara- a- cara, banco imobiliário, etc.
Construção de jogos, materiais e maquetes.
Visitas e atividades extraclasses.
Orientações sobre convívio e participação social.
5. AVALIAÇÃO
Avaliação de Ingresso se efetiva a partir da avaliação psicoeducacional
no contexto escolar, que possibilita o reconhecimento das necessidades
educacionais especiais dos alunos com indicativos de: deficiência intelectual,
deficiência física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento,
transtornos funcionais específicos, distúrbios de aprendizagem – (dislexia,
disortografia, disgrafia e discalculia) e transtornos do déficit de atenção e
hiperatividade – TDA/H e será realizada pelo professor de Sala de Recursos
Multifuncional – Tipo I e/ou pedagogo da escola, em caso de alunos menores
de dezoito anos e vindos sem documentação adequada. Deverá enfocar
aspectos relativos à aquisição da língua oral e escrita, interpretação, produção
de textos, sistemas de numeração, cálculos, medidas, entre outros, bem como
as áreas do desenvolvimento, considerando as habilidades adaptativas,
práticas sociais e conceituais, acrescida necessariamente de parecer
psicológico com o diagnóstico da deficiência.
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A avaliação processual na Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na
Educação Básica objetiva acompanhar o desenvolvimento do aluno e traçar
novas possibilidades de intervenção pedagógica. O desenvolvimento do aluno
deverá ser observado/analisado no contexto comum de ensino e no
atendimento educacional especializado. Os avanços acadêmicos do aluno
tanto na classe comum como na Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na
Educação Básica, devem estar registrados em relatório pedagógico.
Essa avaliação deverá considerar que os alunos possuem ritmos e
processos diferentes de aprendizagem. Tem por objetivo verificar o nível de
conhecimento adquirido pelos alunos antes, durante e depois do processo de
ensino-aprendizagem, apontando as dificuldades e interesses durante todo o
processo. Onde os avanços obtidos e as dificuldades / defasagens ainda
presentes serão registradas semestralmente no Relatório Pedagógico de
acompanhamento.
6. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Política nacional de educação
especial. Brasília, DF: MEC: SEESP, 1994.
CARVALHO, R. E. Removendo barreiras de aprendizagem: educação inclusiva.
Porto Alegre: Mediação, 2000. p. 95-125.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento da Educação
Especial.
Departamento da Educação Especial. Deliberação nº 02/03. Curitiba: SEED,
2003.
Instrução nº 04/04. Curitiba: SEED, 2004.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Instrução n 016/2011-SEED/SUED.
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MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete
Declaração de Salamanca.DICIONÁRIO INTERATIVO DA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA -EDUCABRASIL. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em:
<http://www.educabrasil.com.br/declaracao-de-salamanca/>. Acesso em: 23 de
mar. 2017.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?cont
eudo=673
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Matrizes Curriculares
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DISCIPLINAS
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II – 1920h/a
6º ano 7º ano 8º ano 9º ano
100% carga horária e
conteúdo
Aproveitamento 25%
de carga horária e
conteúdo
Aproveitamento 50%
de carga horária de
conteúdo
Aproveitamento 75% de
carga horária e conteúdo
Carga
Horária/dias médias
Carga
Horária/dias médias
Carga
Horária/dias médias
Carga
Horária/dias médias
Língua Portuguesa 336h/a 84 02 252h/a 63 01 168h/a 42 01 84h/a 21 02
Matemática 336h/a 84 02 252h/a 63 01 168h/a 42 01 84h/a 21 02
Ciências Naturais 256h/a 64 01 192h/a 48 01 128h/a 32 01 64h/a 16 01
História 256h/a 64 01 192h/a 48 01 128h/a 32 01 64h/a 16 01
Geografia 256h/a 64 01 192h/a 48 01 128h/a 32 01 64h/a 16 01
LEM = Inglês 256h/a 64 01 192h/a 48 01 128h/a 32 01 64h/a 16 01
Arte 112h/a 28 0 84h/a 21 01 56h/a 14 0 28h/a 07 01
Educação Física 112h/a 28 0 84h/a 21 01 56h/a 14 0 28h/a 07 01
Dias letivos 480 dias 360 dias 240 dias 120 dias
Ensino Religioso* *Disciplina de oferta obrigatória e matricula facultativa para o aluno
Matriz C
urricu
lar do
Cu
rso p
ara Edu
cação d
e
Jove
ns e
Ad
ulto
s para o
Ensin
o Fu
nd
ame
ntal
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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ISCIPLINAS
ENSINO MÉDIO – 1440h/a
1ª série 2ª série 3ª série
100% carga horária Aproveitamento 25% de
carga horária e conteúdo
Aproveitamento 50% de
carga horária e conteúdo
Carga
Horária/dias médias
Carga
Horária/dias médias
Carga
Horária/dias médias
Língua Port. e Literatura 208h/a 52 02 156h/a 39 01 104h/a 26 03
Matemática 208h/a 52 02 156h/a 39 01 104h/a 26 03
Biologia 128h/a 32 01 96h/a 24 01 64h/a 16 02
Física 128h/a 32 01 96h/a 24 01 64h/a 16 02
Química 128h/a 32 01 96h/a 24 01 64h/a 16 02
História 128h/a 32 01 96h/a 24 01 64h/a 16 02
Geografia 128h/a 32 01 96h/a 24 01 64h/a 16 02
LEM = Inglês 128h/a 32 01 96h/a 24 01 64h/a 16 02
Arte 64h/a 16 0 48h/a 12 01 32h/a 08 01
Filosofia 64h/a 16 0 48h/a 12 01 32h/a 08 01
Sociologia 64h/a 16 0 48h/a 12 01 32h/a 08 01
Educação Física 64h/a 16 0 48h/a 12 01 32h/a 08 01
Dias letivos 360 dias 270 dias 180 dias
Espanhol *Disciplina de oferta obrigatória e matrícula facultativa para o aluno
Matriz C
urricu
lar do
Cu
rso p
ara Edu
cação d
e
Jove
ns e
Ad
ulto
s para o
Ensin
o M
éd
io
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
326
PLANO DE AÇÃO ESCOLA
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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Estudantes, pais,
mães ou
responsáveis legais
participam
ativamente da
escola?
Participação ativa dos
estudantes, pais ou
responsáveis na
escola.
Comunidade Escolar.Estimular ações que envolvam a participação da comunidade
escolar. Durante o período letivo. Direção.
DIMENSÃO: GESTÃO DEMOCRÁTICA
Desafios Público Alvo RESPONSÁVELAÇÕES CRONOGRAMA
Direção.
Participação das
Instâncias Colegiadas
na escola
Comunidade Escolar.Continuar as ações que evidenciem a importância da atuação
das instâncias colegiadas no CEEBJA. Durante o período letivo. Direção.
Continuar a disponibilizar
todas as informações
pertinentes a escola e a
Comunidade Escolar.
Comunidade Escolar.
Disponibilizar a toda comunidade escolar as informações
pertintes a escola.Durante o período letivo.
Durante o período letivo. Direção.
Continuar participação
efetiva na definição
da utilização dos
recursos financeiros
destinados à escola
Comunidade Escolar.
Dar continuidade às ações que estimulem a participação
efeitva na definição da utilização dos recursos financeiros
destinados ao CEEBJA.
Reflexão
As informações pertinentes
à escola são
disponibilizadas a toda a
comunidade escolar?
Há participação
atuante das
Instâncias Colegiadas
na escola?
A comunidade
escolar participa da
definição da
utilização dos
recursos financeiros
destinados á escola?
OUTROS
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
328
Desafios AÇÕES A SER EM R EA LIZA D A S CRONOGRAMA
Há contextualização dos
conteúdos disciplinares?
Relacionar teoria e
prática.Alunos e professores.
Dinamização da prática pedagógica com o
objetivo da aquisição do conhecimento.Durante todo o ano letivo.
Professores, alunos, equipe pedagógica,
funcionários, diretores e comunidade
escolar.
Há um planejamento
da equipe
pedagógica acerca
da conclusão do
nível de ensino para
o estudante da EJA? Elaborar individualmente um planejamento para que o aluno possa ter acesso, permanência e sucesso em seu processo de escolarização.Equipe Pedagógica e alunos.Atendimento personalizado. Durante todo o ano letivo. Equipe Pedagógica
Professores, alunos, equipe pedagógica,
funcionários, diretores e comunidade
escolar.
As questões socio-
educacionais são
consideradas nas
práticas pedagógicas?
Pautar a prática
pedagógica aliadas
às questões socio-
educacionais.
Alunos.Conhecer o aluno e respeitando suas
peculiaridades. Durante todo o ano letivo.
DIMENSÃO: PRÁTICA PEDAGÓGICA
Reflexão PÚBLICO ALVO RESPONSÁVEL
Motivar a
comunidade escolar
para conhecer a PPC.
Direção, Equipe Pedagógica e
Professores.
A Proposta
pedagógica curricular
(PPC) é definida e
conhecida por todos?
Comunidade Escolar.Reuniões periódicas com a comunidade
escolar.Durante todo o ano letivo.
Os docentes elaboram
e cumprem o que está
pevisto no PTD?
Alunos e professores.
Adequação, flexibilização e
contextualização dos conteúdos por meio
da dinamização da prática pedagógica.
Durante todo o ano letivo. Professores.
Cumprir todos os
conteúdos propostos
previstos pela carga
horária da disciplina
tendo em vista os
eixos articuladores
Durante todo o ano letivo. Professores.
Há atendimento
Educacional
Especializado/AEE
Alunos e professores.
Continuidade atendimento Educacional
Especilializado/AEE na Sala Multifuncional
além da oferta de atividades
diferenciadas e projetos.
Durante todo o ano letivo.
Professores, alunos, equipe pedagógica,
funcionários, diretores e comunidade
escolar.
Há variedades de
estratégias e recursos
de ensino-
aprendizagem
utilizados pelos
docentes?
Alunos e professores.Atividades e projetos nas diferentes áreas
do conhecimento.
Mediar o
conhecimento para
que o aluno tenha
um papel ativo no
processo de ensino-
aprendizagem.
Continuar o processo
de inclusão no
CEEBJA.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
329
Ações a serem realizadas CRONOGRAMA
São utilizados os
indicadores oficiais de
avaliação das escolas e
redes de ensino para
(re)planejamento da
prática pedagógica?
Utilizar indicadores do sistema
SEJA para replanejar a prática
pedagógica.
Professores.
Replanejar a prática pedagógica tendo em
vista os resultados expostos no sistema
SEJA.
Durante o ano letivo.Direção, professores, Equipe Pedagógica, Agente
Educacionais II.
Há formas de avaliação
da atuação dos
profissionais da escola?
Avaliar a atuação dos
profissionais da escola.Profissionais da escola.
Motivar os profissionais da educação da
escola para atuar na modalidade de
educação de Jovens e Adultos por meio da
hora atividade concentradas nas quartas-
feiras e sextas-feiras.
Durante o ano letivo.Direção, professores, Equipe Pedagógica, Agente
Educacionais II.
Há inserção dos alunos
no mundo do
trabalho? (para os
colégios com Educação
profissional)
OUTROS
DIMENSÃO: AVALIAÇÃO
Reflexão PÚBLICO ALVO RESPONSÁVELDESAFIOS
Professores.
Há diversificação dos
instrumentos de
avaliação dos alunos,
considerando as
especificidades e
metodologias util izadas
pelos docentes?
Alunos. Durante o ano letivo. Professores.
É realizado o
acompanhamento
periódico e contínuo do
processo de
aprendizagem dos
alunos e promovida a
recuperação paralela, se
necessária, pelos
docentes ?
Alunos. Durante o ano letivo.
Acompanhar continuamente o
processo de aprendizagem dos
alunos.
Elaborar diversos instrumentos
avaliativos.
Diversificar os instrumentos de avaliação
de acordo com as necessidades dos
alunos.
Atividades que favoreçam o
conhecimento por meio de projetos e
atividades que entrelacem a teoria e
prática pedagógica.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
330
DESAFIOS AÇÕES A SEREM REALIZADAS CRONOGRAMA
A escola com
educação profissional
possui parcerias para
estágios?
Outros
A escola propõe
formas de melhorar a
qualidade de ensino e
a taxa de aprovação?
Alunos.
Continuar com projetos e atividades
práticas, onde o aluno possa sentir-se
parte do processo de aprendizagem.
Durante o ano letivo.
Orientar os alunos, bem como seus pais
ou responsáveis da importância da
frequencia para a conclusão das
disciplinas. Solicitar a presença da
família na escola, por meio de um termo
de compromisso. Quando houver 5 faltas
consecutivas ou 7 alternadas encaminhar
Programa Combate ao Abandono
Escolar. Incentivar o aluno a participar
dos projetos e atividades propostas pela
escola.
Alunos.Idas e vindas dos alunos
do CEEBJA.
A escola tem formas
de atender aos alunos
com defasagem de
aprendizagem?
Alunos.
Diversificar a prática pedagógica por
meio de atividades que atendam as
diferentes necessidades de
aprendizagem.
Durante o ano letivo.
Equipe Pedagógica,
Professores,
Funcionários, Alunos e
Comunidade em geral.
Há formas de
acolhimento e de
recuperação de
conteúdos para os
alunos que retornam
do abandono?
Alunos.Acompanhamento personalizado alunos
que retornam. Durante o ano letivo.
Professores e Equipe
Pedagógica.
Há abandono da
escola pelos alunos? O
documento Caderno
do Programa
Combate ao
Abandono Escolar é
conhecido e suas
orientaçãoe são
efetivadas?
DIMENSÃO: ACESSO, PERMANÊNCIA E SUCESSO NA ESCOLA
REFLEXÃO PÚBLICO ALVO RESPONSÁVEL
Professores e Equipe
Pedagógica.
Acolher e recuperar os
conteúdos dos alunos
que retornam.
Atender os alunos com
defasagem de
aprendizagem
Aprimorar a qualidade
de ensino visando a
conclusão da
escolarização do aluno.
durante o ano letivo.
Equipe Pedagógica,
Professores,
Funcionários, Alunos e
Comunidade em geral.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
331
AÇÕES CRONO-
AÇÕES A SEREM REALIZADAS GRAMA
(QUANDO FAZER)
Há respeito entre
todos na escola?
Buscar a cada dia mais,
fortalecer os laços de
respeito mutuo no
ambiente escolar.
Comunidade Escolar.
Continuar a formação das Equipes
Multidisciplinares, Projetos e Atividades
que estimulem o respeito na escola.
Durante o ano letivo. Comunidade Escolar.
Durante o ano letivo.
DIMENSÃO: AMBIENTE EDUCATIVO
REFLEXÃO PÚBLICO ALVO RESPONSÁVEL
Comunidade Escolar.
O ambiente da escola
é cooperativo e
solidário?
Comunidade Escolar.
Continuar a formação das Equipes
Multidisciplinares, Projetos e Atividades
que estimulem a solidariedade e a
cooperação no CEEBJA.
Tornar o ambiente do
CEEBJA cada dia mais
cooperativo e solidário.
DESAFIOS
Há comprometimento
entre professores,
alunos e pais?
Pais, responsáveis,
alunos, professores,
equipe pedagógica,
agentes educacionais,
diretores.
Dar continuidade as ações já realizadas e
buscar com mais frequencia a presença ativa
dos pais ou responsáveis.
Durante o ano letivo. Comunidade Escolar.
Intensificar o
envolvimento dos pais
ou responsáveis com a
ecola.
Comunidade Escolar.
A disciplina existente no
espaço escolar permite a
atenção necessária aos
processo de ensino
eaprendizagem?
Comunidade Escolar.
Orientar no ato da matrícula e durante todo
o processo educacional quanto aos direitos e
deveres estabelecidos em Regimento
Escolar e no manual do aluno.
Durante o ano letivo.
Diretores,
professores, equipe
pedagógica.
Há discriminação ou
preconceito
evidenciado na
escola?
Comunidade Escolar.
Continuar a formação das Equipes
Multidisciplinares, Projetos e Atividades
que promovam a inclusão e o respeito
mutuo no ambiente escolar.
Durante o ano letivo.
Superar qualquer forma
de discriminação ou
preconceito na escola.
Promover a disciplina
necessária ao processo
de ensino-
aprendizagem.
OUTROS
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
332
AÇÕES CRONO-
(O QUE FAZER) GRAMA
(QUANDO FAZER)
A hora atividade é
util izada para cumprir
seus objetivos, segundo
a legislação?
Cumprir a hora
atividade conforme a
legislação vigente.
Professores.
Reunir e acompanhar os professores durante as
horas atividades concentradas às quartas e e sextas-
feiras no CEEBJA.
Durante o ano letivo.Direção e Equipe
Pedagógica.
Outros
Durante o ano letivo.
DIMENSÃO: FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ESCOLA (PROFESSORES E AGENTES I E II)
REFLEXÂO PÚBLICO ALVO RESPONSÁVEL
Profissionais da
Educação.
Todos os profissionais
da escola participam
da Semana
Pedagógica?
Profissionais da Educação.Motivar todos os profissionais da educação quanto a
importância da participação na Semana Pedagógica.
DESAFIOS
Envolver todos os
profissionais da
educação na Semana
Pedagógica.
Todos os profissionais
da escola partticipam
do Formação em
Ação?
Profissionais da Educação.Motivar todos os profissionais da educação quanto a
importância da participação Formação em Ação.Durante o ano letivo.
Profissionais da
Educação.
Envolver todos os
profissionais da
educação Formação
em Ação.
Direção e Equipe
Pedagógica.
Os estudos de
Formação do
professor PDE
revertem em ações
relevantes para a
escola?
Professores PDE
Dinamizar a prática pedagógica no espaço escolar
respaldado pelos conhecimentos adquiridos durantE
PDE.
Durante o ano letivo.Direção e Equipe
Pedagógica.
Há equipe
multidisciplinar
atuante na escola?
Professores, direção,
equipe pedagógica e
funcionários.
Dar continuidade às ações propostas pela Equipe
Muldisciplinar visando diminuir o preconceito e as
diferenças existentes no espaço escolar.
Durante o ano letivo.
Continuidade da
atuação das equipes
multidisciplinares.
Reverter ações
relevantes para
escola do professor
PDE
Durante o ano letivo.Direção e Equipe
Pedagógica.
A formação do
professor especialista
em Educação Especial
ocorre de forma
colaborativa com os
professores das
disciplinas?
ProfessoresMediar a interação entre professor especialista em
educação especial e os professores das disciplinas.Durante o ano letivo.
Direção e Equipe
Pedagógica.
Os materiais disponíveis
no portal da SEED são
util izados no formação
dos professores?
ProfessoresExplorar o máximo possível dos materiais
disponizados pela SEED.
Utilizar todos os
materiais disponíveis
no portal da SEED
para formação dos
professores
Interação professor
especialista em
Educação Especial
com professor das
disciplinas
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
333
PLANO DE ABANDONO DE
EMERGÊNCIA
VOCÊ
ESTÁ
AQUI
MATEM
ÁTICA
FILOSOFIA
E
SOCIOLOGIA
INGLÊS PORTUGUÊS
GEOGRA
FIA.
HISTÓRIA CIÊNCIAS
E
BIOLOGIA
W.C W.C
DIREÇÃO SECRETA
RIA 1
SECRETARIA 2 BIBLIOTÉCA COORDE
NAÇÃO SALA
DOS
EDUCA
DORES
ARTES E
EDUC.
FÍSICA
SALA 15
SALA 16
LABORATÓRIO DE
INFORMÁTICA.
SALÃO
SALA 18
SALA 19
SALA 20 SALA 21
FÍSICA E
QUÍMICA
SALA 23
REFEITÓRIO
W.C W.C
COZINHA
COZINHA
DEPÓSITO
DE
PANELAS
ALMOXA
RIFADO
CENTRAL DE GÁS
MATEMÁ
TICA
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
PLANO DE ESTÁGIO
IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
NOME: CEEBJA – PROFESSORA LINDA EIKO AKAGI MIYADI
ENDEREÇO: AV. CURITIBA – 1052 - CENTRO
ENTIDADE MANTENEDORA: SEED/PR
MUNICÍPIO: APUCARANA
NRE: APUCARANA
IDENTIFICAÇÃO DO CURSO: EJA – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CURSO: EJA – ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II E MÉDIO
NOME DO PROFESSOR ORIENTADOR: CHARLES ALBERTO CREPE, CÍNTIA
DE PAULA E TÂNIA HELENA TORRES GUIMARÃES.
ANO LETIVO: 2017
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
340
JUSTIFICATIVA
O Estágio Profissional Supervisionado é uma atividade curricular, um
ato educativo assumido intencionalmente pela instituição de ensino que propicia a
integração dos estudantes com a realidade do mundo do trabalho. É um recurso
pedagógico que permite ao aluno o confronto entre os desafios profissionais e a
formação teórico-prática adquiridas nos estabelecimentos de ensino, oportunizando a
formação de profissionais com percepção crítica da realidade e capacidade de análise
das relações técnicas que ocorrem no meio produtivo. O Estágio não obrigatório é
desenvolvido no ambiente de trabalho, cujas atividades a serem executadas devem
estar devidamente adequadas a Proposta Pedagógica Curricular do Curso. As
atividades referentes ao estágio não obrigatório e executado pelo estudante em
empresas cedentes, devem atender às exigências contidas na legislação vigente:
a Lei nº 9.394/1996, que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
s) a Lei N° 11.788/2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes;
t) a Lei Nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, em
especial os artigos, 63, 67e 69 entre outros, que estabelece os princípios de
proteção ao educando;
u) o Art. 405 do Decreto Lei que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho- CLT,
que estabelece que as partes envolvida devem tomar os cuidados necessários
para a promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes, considerando
principalmente, os riscos decorrentes de fatos relacionados aos ambientes,
condições e formas de organização do trabalho e a;
v) Deliberação N° 02/2009 – do Conselho Estadual de Educação.
w) Instrução Nº 028/2010 – SUED/SEED
OBJETIVO GERAL DO ESTÁGIO: Conhecer formas de gestão e organização na
realidade do mundo do trabalho, propiciando ao educando desenvolvimento pessoal,
profissional, a partir da prática social, contemplando as diversas áreas que contribuem
para a formação integral do aluno.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
341
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO ESTÁGIO:
XXXIV.Proporcionar ao aluno contato com o setor produtivo;
XXXV.Oportunizar experiência profissional
XXXVI.Relacionar teoria e prática a partir das experiências realizadas no campo de
estágio;
LOCAIS DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO: O estágio poderá ser realizado em
empresas públicas e privadas.
ATIVIDADES DO ESTÁGIO: O Estágio não Obrigatório Supervisionado como ato
educativo, representa o momento de inserção do aluno na realidade do mundo do
trabalho, possibilitando ao mesmo oportunidade de conseguir o primeiro emprego
e adquirir experiência para inserir-se no mercado de trabalho.
ATRIBUIÇÕES DA MANTENEDORA/ESTABELECIMENTO DE ENSINO: O
Estágio Profissional Supervisionado, concebido como procedimento didático-
pedagógico e como ato educativo intencional é atividade pedagógica de
competência da instituição de ensino, sendo planejado e avaliado em
conformidade com os objetivos da proposta curricular do curso em que o aluno
está matriculado e, portanto, previsto no Projeto Político e no Regimento Escolar.
Para formalizar O Estágio não obrigatório remunerado, a Instituição de Ensino
deve seguir alguns critérios:
k)Realizar Termo de Compromisso para estágio com o ente público ou privado
concedente de estágio;
l)Elaborar Termo de Compromisso para ser firmado com o educando ou com seu
representante ou assistente legal e com a parte concedente, indicando as condições
adequadas do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da
formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar;
m)Respeitar a legislação referente ao estágio;
n)Celebrar Termo de Compromisso com o educando, se for ele maior de 18 anos e com
seu assistente legal, se idade superior ou igual a 16 e inferior a 18;
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
342
o)Indicar o professor-orientador de estágio, o qual será responsável pelo
acompanhamento e avaliação das atividades;
p)Exigir do aluno o planejamento e o relatório do estágio;
q)Certificar se está sendo cumprido o que está previsto no Plano de Estágio e firmados
no Termo de Compromisso pela empresa cedente;
r) Obedecer aos princípios de proteção ao estudante, vedadas atividades:
a) incompatíveis com o desenvolvimento do adolescente;
b) noturnas, compreendidas as realizadas no período entre vinte e duas horas
de um dia às cinco horas do outro dia;
c) realizadas em locais que atentem contra a segurança física, psíquica e
moral;
d) perigosas, insalubres ou penosas.
PROFESSOR ORIENTADOR DE ESTÁGIO: O estágio deverá ser desenvolvido com
a mediação do professor-orientador de estágio, especificamente designado para essa
função, o qual será responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades.
COMPETE AO PROFESSOR ORIENTADOR:
Solicitar da parte concedente relatório, que integrará o Termo de Compromisso, sobre a
avaliação dos riscos levando em conta: local de estágio; agentes físicos, biológicos e
químicos; o equipamento de trabalho e sua utilização; os processos de trabalho; as
operações e a organização do trabalho; a formação e a instrução para o desenvolvimento
das atividades de estágio;
Exigir do estudante apresentação periódica, de relatório das atividades nunca superior
ao prazo de 6 (seis) meses;
Informar o ente concedente de estágio, sobre o Plano de Estágio e o Calendário Escolar;
Planejar com a parte concedente os instrumentos de avaliação e o cronograma de
atividades a serem realizadas pelo estagiário;
Avaliar as condições do campo de estágio;
Zelar pelo cumprimento do Termo de Compromisso;
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
343
Conhecer o campo de atuação do estágio;
Esclarecer aos estagiários as determinações do Termo de Compromisso;
Orientar os estagiários quanto à importância de articulação entre os conteúdos
aprendidos e a prática pedagógica;
Orientar os estagiários na elaboração do Plano Individual de Estágio, relatórios
e demais atividades pertinentes;
Orientar os estagiários quanto às condições de realização do estágio, ao local,
procedimentos, ética, responsabilidades, comprometimento, dentre outros;
Promover encontros periódicos para a avaliação e controle das atividades dos
estagiários por meio das de curso, as fichas de acompanhamento das
atividades, rendimento escolar e frequência;
ATRIBUIÇÕES DO ÓRGÃO/INSTITUIÇÃO QUE CONCEDE O ESTÁGIO: A
Instituição de ensino e a parte concedente de estágio poderão contar com serviços
auxiliares de agentes de integração, públicos ou privados, mediante condições
acordadas por meio de instrumento jurídico;
Formalizar Termo de Compromisso de Estágio com a instituição de ensino e o
estudante;
Manter a documentação à disposição para eventual fiscalização.
Indicar um funcionário do seu quadro de pessoal para orientar e supervisionar
o desenvolvimento das atividades de estágio;
Garantir a contratação de Seguro;
Zelar pelo cumprimento do Termo de compromisso;
Conhecer o plano de atividades do estágio proposto pelo estabelecimento de
ensino;
Preencher os documentos de estágio e devolvê-la à Instituição de Ensino;
Orientar e acompanhar a execução das atividades do estagiário na empresa.
ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO:
a) Ser assíduo quanto à frequência na escola, bem como realizar as
demais atividades escolares;
b) Conhecer a organização da Unidade Concedente;
c) Acatar as normas estabelecidas pela Unidade Concedente;
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
344
d) Zelar pelo nome da Instituição e da Escola;
e) Manter um clima harmonioso com a equipe de trabalho;
f) Cumprir o Plano Individual de Estágio e o Termo de Compromisso
firmado com a Instituição de Ensino e a Unidade Concedente.
g) Manter contatos periódicos com o Professor Orientador de Estágio para
informar o andamento do estágio;
h) Zelar pelos equipamentos, aparelhos e bens em geral da Empresa e
responder pelos danos pessoais e materiais causados;
i) Elaborar o relatório final de atividades, de acordo com as normas
exigidas;
j) Manter sigilo sobre as informações a que tem acesso em decorrência do
estágio.
FORMA DE ACOMPANHAMENTO DO ESTÁGIO: O aluno será acompanhado
durante o Estágio nas Instituições pelo professor orientador de Estágio e o
Supervisor da empresa concedente.
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO: O Estágio Profissional Supervisionado não
obrigatório será avaliado pelo ente concedente e pelo Professor Orientador da
Instituição de Ensino. Será levado em conta: A entrega dos relatórios das
atividades desenvolvidas na empresa; frequência e rendimento escolar, e o
desempenho do estagiário no campo de estágio.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
345
Equipe Multidisciplinar
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1- INSTITUIÇÃO: CEEBJA Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora Linda Eiko Akagi Miyadi.
1.2- MUNICÍPIO: Apucarana
1.3- NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO: Apucarana
1.4- INTEGRANTES
PROFESSOR PEDAGOGO: Edna Massue Hossaka, Lucia Aparecida Barreiros Samensari. AGENTE EDUCACIONAL I: Regina Célia Tomal, Rosana Toschi da Silva, Vitalina Aparecida Bichof da Silva. AGENTE EDUCACIONAL II: Amábile Santini, Denise Aparecida Francisco, Eliane Luciana Batista, Josiane Aparecida Zaqui, Lenite de Fátima Félix, Marcos Antônio Elias de Souza, Maria Cleide da Silva, Patricia Adriana Amorim, Raquel Cristina Barreto Popadiuk, Viviane Pereira da Silva. PROFESSORES DAS ÁREAS DE EXATAS: Cláudia Úrsula Bochanoski Martinho, Luzia Marilda de Assis. PROFESSORES DAS ÁREAS DE HUMANAS: Laura Sinkoc de Assis, Maria Cecília Beloti, Marilza Vanzela, Valdirene Judai. ALUNA CONVIDADA E REPRESENTANTE DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS: Maria Aparecida Bertocci.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
346
2. JUSTIFICATIVA
Considerando que o Plano de Ação é um instrumento idealizado
através de planejamento que demanda diagnóstico, estudo e comprometimento
de seus envolvidos e que, o mesmo, norteia as ações e direciona caminhos
para alcançar objetivos e metas aos quais se propõe, o CEEBJA - Centro
Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - Professora Linda Eiko
Akagi Miyadi percebe a importância dos encontros das Equipes
Multidisciplinares sobre as abordagens Étnico-raciais para possibilitar a
superação da exclusão, bem como promover a igualdade racial e social das
populações negras e indígenas.
A Secretaria do Estado de Educação/ SEED/NRE irá subsidiar todo o
trabalho da Equipe Multidisciplinar do CEEBJA de Apucarana.
O grupo buscará a formação adequada, por meio de pesquisas,
estudos e cursos compartilhando assim, conhecimentos aos participantes para
promover ações no sentido de enfrentar as situações ocorridas no âmbito
escolar.
Pretende-se que, com metodologias de articulação entre as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação e abordagens Étnicos- Raciais, bem
como a Lei 10.639/2003, construir uma reflexão sobre a identidade cultural,
desenvolvendo uma prática escolar que contribua para a transformação de
atitudes e posturas da escola e da sociedade.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
347
3. OBJETIVO GERAL
Promover o reconhecimento da história e cultura africana, afro-
brasileira e indígena, como parte integrante e integradora da História e da
Cultura da Humanidade, reconhecendo e valorizando as suas contribuições
para a formação da cultura brasileira, bem como realizar estudos a fim
compreender a mesma, buscando relacionar suas culturas, histórias e
costumes com a sociedade atual, efetivando, portanto a implementação das
Diretrizes Curriculares Nacionais para com as Leis nº 10.639/03 e 11.645/08.
4. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES
Práticas didático-pedagógicas que relacionem o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira Africana e Indígena nas disciplinas curriculares.
A Equipe Multidisciplinar da Instituição afirma que para se conseguir
sucesso em suas ações é preciso ter em mente que nada se faz sozinho, pois
necessita contar com a ajuda de colaboradores para atingir os objetivos
estipulados. Portanto, após a determinação das metas e das ações que devem
ser colocadas em prática, seja estabelecido quem será responsável por cada
ação prevista. Nesta etapa, as reuniões com a equipe e posteriores atribuições
das tarefas de acordo com a função, habilidades e disponibilidades de cada
pessoa serão de extrema importância nos resultados.
Serão realizadas ações diversificadas como exibição de filmes, textos e
músicas seguidas de análises interpretativas, visando a melhor compreensão e
aprendizagem dos temas tratados.
E como forma de ampliar o conhecimento da cultura africana torna-se
necessário conhecer os conflitos que atualmente permeiam o continente
africano. Compreender a Guerra Civil de Serra Leoa (1991-2002) permite, de
certa forma, identificar os povos, culturas e aspectos econômicos e sociais do
continente africano. Além da Guerra Civil, pode-se ponderar sobre o
contrabando, tráfico de armas e mineração na região.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
348
Essa experiência se iniciará com uma breve aula expositiva para os
alunos do coletivo de História e Geografia, no qual estes estarão localizando a
Serra Leoa, o líder da Frente Revolucionária unida, Foday San Konh e o
governo central do país. Analisar-se-á os países vizinhos que abrigaram
refugiados durante o conflito e a longa ação imperialista européia na região.
No segundo momento será exibido aos alunos o filme “Diamante de
Sangue” (Blond Diamond) – Waner Bros, 2006. Reunir-se-ão todos para a
análise da atividade, finalizando a experiência pedagógica. Pretende-se ainda
propor uma atividade escrita em que os alunos poderão identificar os temas:
Guerra Civil de Serra Leoa, imperialismo, contrabando, tráfico de armas e
mineração de diamantes a partir de textos jornalísticos, previamente
selecionados.
Outra obra a ser apresentada e trabalhada será: A tela “Operários” de
Tarsila do Amaral (1886-1973) na qual mostra o interesse da artista em retratar
os acontecimentos sociais e de pessoas vindas de todos os pontos do Brasil
para São Paulo e Rio de Janeiro, com objetivo de trabalhar nas fábricas, que
começavam a surgir na época.
Tarsila expressa o mundo do trabalho, um grande número de rostos
colocados lado a lado, sem nenhum sorriso, pois a preocupação não deixa
lugar para a alegria. Os operários são brancos, negros, mestiços, japoneses,
homens e mulheres de várias idades.
Ao fundo, aparecem as grandes chaminés das fábricas que
impulsionaram o crescimento do nosso país na primeira metade do século XX,
na Era Vargas.
Após análise dos trabalhos da artista será proposto aos alunos a
releitura da obra de arte “Operários” de Tarsila do Amaral representando a
“miscigenação” da população brasileira.
Os alunos serão encaminhados até o laboratório de informática para
pesquisar sobre a autora e sua obra intitulada “Operários”, na sequência
formarão grupos e irão até a biblioteca onde utilizarão revistas destinadas para
recortes, cada grupo reproduzirá um quadro com os recortes, retratando a
miscigenação, estes quadros serão expostos na escola.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
349
Há de se ressaltar também que outras obras serão apresentadas e
analisadas promovendo assim uma coletânea das mesmas, em busca da
efetivação do conhecimento nesse sentido.
Será realizada ainda uma atividade prática com a Visita a Fênix –
Parque de Vila Rica do Espírito Santo, sendo Villa Rica Del Espiritu Santu uma
das três cidades que a Espanha possuiu dentro do território do Estado do
Paraná. Hoje suas ruínas localizam-se no município de Fênix, na região do
Vale do Ivaí, próximo a Maringá e Campo Mourão.
Existem algumas trilhas no Parque que ainda podem ser percorridas a
pé. O Parque possui um pequeno museu e exibe aos interessados um vídeo
mostrando aspectos sobre a história e o ecossistema do local.
Há também uma Igrejinha da Serra, capela dedicada a Santo Inácio de
Loyola, cuja primeira construção remonta ao início do século XVII, foi
construída à beira do Caminho de Peabiru, uma antiga trilha que saía do litoral
brasileiro e chegava até o atual Peru. Atualmente segundo relatos essa capela
se encontra bastante depredada, uma vez que o chão do altar da igrejinha está
todo esburacado, pois segundo os moradores, devido à “caçadores de
tesouros” que seguem uma lenda de que os jesuítas teriam enterrado ouro lá.
Durante a visita serão feitas anotações sobre as características do
local, e também fotografado, depois elaborados painéis para expor na escola.
Projeto: Cidadania, qual o meu papel?
Entende-se o tema como importante e amplo por englobar outros
assuntos que permeiam a vida do estudante, temas estes essenciais,
principalmente para que o aluno se torne autor de sua própria história, saber
que têm direitos garantidos em lei e da mesma forma, deveres intransferíveis
de sua responsabilidade. Por possibilitar elencar temas relevantes, presentes
nas mídias, importantes para a formação do jovem, destacando-se as questões
ligadas ao meio ambiente, formas de violências, sexualidade, democracia,
preconceito entre outros.
A proposta desta prática didático-pedagógica será dividir o texto em
cinco partes. Em seguida a turma se reunirá em cinco grupos e o professor
entregará uma parte aleatória para cada grupo, estabelecendo um tempo para
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
350
a leitura, e após um representante irá ler para a sala. O próximo passo será
questionar os alunos se aquelas partes poderiam se juntar e formar um todo
(um texto com significado) e qual seriam a ordem desse texto, ou seja, como as
partes poderiam se organizar e formar um texto com sentido. Assim os alunos
darão sugestões e o professor os orientará a formar um modelo de texto como
o abaixo, apresentando início, meio e fim. Ao término dessa atividade, serão
coladas as partes do texto no quadro na ordem estabelecida, solicitando para
um aluno ler o texto na íntegra.
Racismo no Brasil?
Em um segundo momento, o professor levará a música de Gabriel, O
Pensador: "Racismo é burrice" para os alunos ouvirem.
E disponibilizará a letra da música para cada aluno.
RACISMO É BURRICE
Composição: Gabriel O Pensador
Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a
água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união.
Mas demonstra claramente
Infelizmente Preconceitos mil
De naturezas diferentes.
Mostrando que essa gente.
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
351
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral
Racismo é burrice
Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
352
Racismo é burrice
Negro e nordestino constroem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o
chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino
e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você, ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral
Racismo é burrice
O racismo é burrice, mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
353
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra
filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança
cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Racismo é burrice
E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.
Após ouvirem a música duas vezes, o professor conversará com os alunos a
respeito da letra, levantando algumas questões e permitindo que os alunos
relatem outras que chamaram a atenção.
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354
Ação Mobilizadora: Reconhecimento e Valorização Afro-Brasileira, Quilombola
e Indígena
Mediante observações realizadas, no que diz respeito à dificuldade que
algumas pessoas ainda apresentam em se declarar e reconhecer como afro
descendentes, a SEED - PR determinou que fosse feita uma campanha de
incentivo a auto declaração, de modo que esses resultados sejam
apresentados já nas matrículas do próximo ano.
O desenvolvimento de ações que visam o incentivo a auto declaração
dos estudantes como negros deve passar, primeiramente, pelo conhecimento
dos alunos sobre as origens dos povos africanos, suas riquezas, suas belezas,
sua cultura, etc. A partir deste conhecimento a pessoa passa a ver o “ser
negro” de uma forma mais positiva, visto que reconhece a importância e a
grandeza que tiveram as civilizações africanas para o mundo. Porém, ainda se
nota uma grande resistência em responder espontaneamente ao
questionamento sobre sua cor ou raça no ato de uma matrícula, inscrição de
concurso ou mesmo uma pesquisa estatística.
O incentivo à auto declaração será feito mostrando um pouco da
história do Continente Africano, para que os alunos saibam da riqueza da
história dos antepassados e, assim possam se sentir valorizados, enfatizando
que o Brasil é um país mestiço.
Visando estimular a auto declaração dos alunos como negros no ato de
sua matrícula propõe-se, portanto, uma ação que envolva a valorização da
imagem do negro na escola, apresentando a importância dos povos africanos
para o desenvolvimento do Brasil bem como a contribuição da cultura afro para
a formação da sociedade atual. Para tanto será construído um banner com
formato do mapa do Brasil no qual serão fixadas fotos dos alunos, professores
e Agentes I e II do CEEBJA de Apucarana que se autodeclaram negros,
valorizando essa beleza e buscando incentivar outros estudantes. Tal ação
ocorrerá mediante consentimento dos mesmos e com prévia autorização dos
pais/ responsáveis dos alunos que forem menores de 18 anos.
Também será proposta a realização de uma filmagem, com alguns
representantes da comunidade escolar fotografados, relatando sua rotina, seus
costumes e destacando o orgulho que sentem em relação às suas origens.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
355
Este vídeo será exibido nas atividades da Semana da Consciência Negra, bem
como no Show de Talentos do CEEBJA para complementar os trabalhos da
escola e motivar ainda mais a auto declaração e a participação dos alunos.
No decorrer do período da Campanha serão também afixados em todo
o ambiente escolar fotos e frases da importância do negro em toda a sociedade
e de seu reconhecimento como membro atuante que é, bem como sua beleza.
Ações para Promoção de Igualdade Racial garantindo a participação
de todos os segmentos representados na Equipe Multidisciplinar.
Para a concretização desta ação o envolvimento de todos contribuirá
para o êxito nos resultados. As mesmas serão apresentadas em forma de
oficina de contos e fábulas. A abordagem pedagógica será realizada através
de atividades de leitura, escrita e também, principalmente, com a prática de
comunicação oral dramatizada e contada envolvendo o máximo de
participantes possível, dos contos e fábulas africanos.
Por intermédio desta ação acredita-se possibilitar aos alunos e
participantes uma percepção geral da língua falada e escrita, como também
estratégia para a promoção da igualdade das relações étnico-raciais.
CONTOS E FÁBULAS AFRICANAS
A cultura africana é rica, ganha força, forma e sentido, orienta a família,
transformando através de histórias e lendas a vida de todos. A tradição oral
auxilia homens e crianças, novos e velhos. A essência dessa prática foi
fundamental durante séculos, na qual os mais velhos contavam suas histórias,
e lendas, educavam as crianças, ou seja, ensinavam as passagens dos
ancestrais, mitos, espíritos dos familiares. Uma vida cotidiana, dessa prática,
vai difundindo entre os povos a convivência, o trocar de ideias com muito
aprendizado. A figura da mãe é importantíssima, assim venerada, mantém a
família unida, de geração em geração. A pessoa que vai contar histórias tem
que ter um conhecimento amplo do cotidiano das vidas e culturas dos que já se
foram, expressando a crença do humano na eternidade e em deuses.
Sendo que essa cultura servia para entreter os mais novos, e ensiná-
los antes mesmo de ir à escola, as tradições, lendas vividas por eles, e educá-
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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los de acordo com cada comunidade ou grupo. Simultaneamente, as danças
também faziam parte de toda essa cultura, na qual o contador se expressava
de maneira que todos ao redor, geralmente após o jantar, ficavam extasiados.
Os griotes, tinham o ofício de guarda e ensinar a memória cultural da
comunidade. As características eram a presença do sobrenatural e do
imaginário. Os animais tinham nessas histórias a fala, para que se pudesse
entender a vida de cada um, e sua contribuição na natureza.
Dentro da literatura oral africana encontram-se vários papeis, sendo o
educativo, o recreativo e o da preservação cultural. No que diz respeito ao
primeiro, este é apontado pela presença do iniciador e dos iniciados. O
iniciador, na maioria das vezes é um velho ou simplesmente um adulto mais
experiente, e os iniciados são na sua maioria jovens, com o intuito de conhecer
o segredo das coisas que lhes estão à volta.
Em relação ao recreativo, a literatura oral apenas tem a finalidade de
entreter os mais novos. Portanto, o contador de histórias não necessita ser
obrigatoriamente um velho, mas sim alguém com dom de contar histórias ou
conhecedor destas. Elas não podem ser facilmente separadas como contos,
fábulas ou lendas, pois nos trazem um entrelaçamento de todas essas formas.
Quanto mais próximas da transmissão oral melhor as histórias se transformam
e a cada vez feito o reconto, gera em uma nova informação, de acordo com o
momento, o público, a cultura e a língua, sendo que o ouvinte tem um papel
ativo no conto, devendo também refletir de acordo com as questões culturais
de seu grupo. O conhecimento não segmentado era de acordo com a
habilidade de cada um, uma espécie de “ciência da vida”, em que o material e
o espiritual nunca estão separados.
Ao se trabalhar os Contos e Fábulas africanos a Equipe Multidisciplinar
como um todo proporcionará a valorização da leitura como via de acesso e
fonte de informação do mundo da literatura e reconhecimento da cultura
africana, bem como interagir no ambiente escolar, contribuindo em amplo
sentido para a promoção da igualdade das relações étnico-raciais na escola e
fora dela. Ainda valorizar a cultura oral, resgatando inclusive seus saberes e
conhecimentos do universo africano, permitindo a condição de ser, pertencer e
participar de seu grupo.
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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Realização do Seminário na Semana da Consciência Negra
Tema: Consciência Negra: memória e visibilidade
Com base na temática apresentada nas reuniões seguidas de estudo a
Equipe Multidisciplinar realizará atividades relacionadas ao conhecimento,
reconhecimento e valorização da Cultura Afro brasileira, Quilombola e
Indígenas pois, ao perceber que o objetivo deste curso é subsidiar e
fortalecer condições teórico-metodológicas para a execução de um trabalho
pedagógico efetivo, que contribua para a transformação da sociedade e do
CEEBJA- Apucarana, de modo que o Seminário possibilite a superação da
exclusão, bem como promover a igualdade racial e social das populações
negras e indígenas, passando a compreender que toda preparação para esse
evento deverá ser voltada para a valorização e identificação dos alunos da
instituição a partir das suas origens. Na semana destinada a Consciência
negra, tais atividades serão apresentadas em forma de cartazes, banners,
vídeos, desfiles, entrevistas, culminando no dia 22 de novembro com
Seminário. O evento ainda tem como objetivo ressaltar o protagonismo das
populações afro brasileiras e indígenas na construção da identidade cultural,
econômica, política e social brasileira. Assim, espera-se abordar a condição de
invisibilidade com que estes grupos étnicos, têm sido historicamente tratados.
A atividade também proporcionará o apontamento da relevância da resistência
da memória, usos, costumes – as belezas e riquezas, bem como os demais
caracteres identitários dessas etnias que resistiram as tentativas de
aniquilamento frente a cultura eurocentrista.
Terá como abertura a apresentação encenada por membros da
comunidade educativa retratando a história, seus passos e realçando a sua
beleza e necessidade de valorização.
No desenvolvimento do Seminário serão convidados palestrantes, a fim
de evidenciar a toda comunidade educativa os temas propostos, através de
uma “mesa redonda” para apresentação dos assuntos mencionados.
Uma das atividades, contará uma história de vida emaranhada e
entrelaçada com a própria história de tantas outras vidas que fazem parte da
História Brasileira. “Tenho muito orgulho em dizer que sou afro
descendente. Meu bisavô materno Satírio Pereira dos Santos, era de
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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descendência afro, desconhecemos sua idade. Acreditamos que seja
contemporâneo da Abolição dos Escravos, pois não sabemos nada sobre seus
pais.
O avô Satírio veio caminhando da Bahia passando temporadas numa
ou outra fazenda para trabalhar nas lavouras, até chegar a São Paulo, onde
conheceu e casou-se com a espanhola Ana Maria, uma moça loira dos olhos
azuis. Tiveram entre outros filhos a minha avó Clotylde Pereira que se casou
com Gabriel Sanches, um espanhol de olhos azuis. Nasceu dessa união a
minha mãe Mercedes Sanches, ela casou-se com meu pai Arthur Franco, com
descendência italiana e alemã entre outras. Sou a terceira de quatro irmãos.
Uma estranha no ninho. Cresci com as pessoas sobressaltando o quanto eu
era diferente, mas foi na adolescência que realmente percebi e passei a sofrer
com a minha condição de menina branca, diferente. Tanto que apesar de
tantas e carinhosas explicações de minha mãe, demorei muito a entender essa
miscigenação.
Ressalto que após a adolescência, com as histórias contadas por
minha avó materna Clotylde Pereira dos Santos e as graciosas e carinhosas
explicações de minha mãe Mercedes Sanches da Silva, passei a admirar e
sentir orgulho de um passado que nos fez tão diferentes, mas tão ricos por
pertencer a grande raça humana”.
"Eu pertenço à única raça que conheço, a humana." (Albert Einst).
Em um livro clássico, chamado A INTEGRAÇÃO DO NEGRO NA SOCIEDADE DE
CLASSES, 1964. “A PREOCUPAÇÃO PELO DESTINO DO ESCRAVO SE
MANTIVERA EM FOCO ENQUANTO SE LIGOU A ELE O FUTURO DA
LAVOURA. ELA APARECE NOS VÁRIOS PROJETOS QUE VISARAM
REGULAR, LEGALMENTE, A TRANSIÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO
PARA O TRABALHO LIVRE, DESDE 1823 ATÉ A ASSINATURA DA LEI
ÁUREA. (...) COM A ABOLIÇÃO PURA E SIMPLES, PORÉM, A ATENÇÃO
DOS SENHORES SE VOLTA ESPECIALMENTE PARA SEUS PRÓPRIOS
INTERESSES. (...) A POSIÇÃO DO NEGRO NO SISTEMA DE TRABALHO
E SUA INTEGRAÇÃO À ORDEM SOCIAL DEIXAM DE SER MATÉRIA
POLÍTICA. ERA FATAL QUE ISSO SUCEDESSE”.
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Espera-se que com a valorização da riqueza dos costumes e das
culturas africana e indígena, que os participantes do evento possam refletir e
rever posições, conceitos, pré-conceitos e posicionamentos relacionados à
beleza e resistência que esses dois grupos étnicos, parte integrante da cultura
brasileira e mundial possuem laços ligados a toda a humanidade, presente
individualmente na vida de cada participante.
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5. CRONOGRAMA
AÇÃO OBJETIVO DATA/PERÍODO RESPONSÁVEIS
Visita ao Parque de Vila Rica do Espírito Santo- Fênix
Conhecer a história, o ecossistema. Visualizar peças encontradas. Caminhar na trilha.
02/09/2017 Lucia Edna Vitalina Maria Aparecida
Projeto: Cidadania, qual o meu papel?
Proporcionar ao aluno a responsabilidade de ser autor de sua própria história, com seus deveres, destacando todos os tipos de situações através plenárias, músicas e produções textuais.
Setembro/outubro/Novembro
Valdirene, Maria Cecília, Lenite, Regina, Rosana
Incentivo à auto declaração
Proporcionar ao aluno afro descendente o sentimento de pertence, sua importância, beleza e contribuição para a formação da sociedade, por meio de atividades.
Setembro/Outubro, Novembro/Dezembro
Denise, Viviane, Lucia, Josiane.
Promover a Igualdade racial
Identificar a contribuição das culturas estudadas através da realização de contos e fábulas.
Agosto/Setembro/Outubro/Novembro
Luzia Assis, Laura, Raquel, Amábile, Cláudia Úrsula.
Seminário Consciência Negra; Memória e Visibilidade
Apontar a relevância da resistência da memória, usos, costumes através de Palestras, Mesa redonda e Oficinas
22 de Novembro
Marcos Patrícia Maria Cleide Eliane Marilza
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6. AVALIAÇÃO
O grupo de estudos do CEEBJA referente a equipe
Multidisciplinar/2017, com o Tema: A Beleza, A Riqueza e a Resistência dos
Povos Africanos, Afro-Brasileiros e Indígenas estará realizando encontros a fim
de analisar, conhecer e valorizar as culturas afro-brasileira, indígenas e
quilombolas. O evento terá a carga horária de 60 (sessenta) horas, sendo 36
(trinta e seis) horas na modalidade EAD e 24 (vinte e quatro) horas presenciais.
A carga horária presencial será dividida em cinco encontros, e culminará no dia
22 de novembro de 2017 com a realização de Seminário e atividades
expositivas e práticas. A Equipe estará participando online de tarefas
avaliativas.
Nos Encontros serão abordados os seguintes Temas: Povos africano,
afro-brasileiros e indígenas: direitos e conquistas na educação; belezas e
riquezas ocultas na história dos povos africanos e indígenas; Diversidade
Cultural; Organização social e movimentos de resistência e Seminário-
Consciência Negra: memória e visibilidade.
Durante todo esse período o grupo irá proporcionar a comunidade
educativa diferentes formas de conhecer, compreender e valorizar a Cultura, ou
seja, estudos aprofundados por meios de textos, vídeos, palestras, teatro,
músicas, contos, fábulas, atividades lúdicas, visitas (Caminho do Peabiru –
Fênix).
Espera-se por meio destes estudos uma mudança das atitudes
referente a valorização das culturas acima citadas, enfim, promovendo o seu
reconhecimento como parte integrante da história.
O presente Plano de ação visa atender os dispositivos da Lei
10.639/2003 e da Lei 11.645/2008 que determina a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículo oficial da rede de
ensino fundamental e médio das escolas. Compreendendo a necessidade de
estudos, reflexões e ações sobre o tema proposto o CEEBJA de Apucarana
evidencia no Projeto Político Pedagógico (PPP) esse trabalho como forma de
contribuição para mudanças quanto ao reconhecimento e valorização das
diferentes culturas.
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Sendo assim a avaliação das atividades dar-se-á de forma a
proporcionar com êxito a mudança de postura da Equipe Multidisciplinar no
cotidiano escolar da instituição.
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REFERENCIAS
www.tve.com.br/SALTO/. Em 04/09/2017. http://recantodasletras.uol.com.br/autores/cleuzafernandez. Sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995). Fonte: História - O destino dos negros após a Abolição - Ipea www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id...Itemid=232011 . Ano 8 . Edição 70 - 29/12/2011 https://www.youtube.com/watch?v=WYvpuRF8lVs Ver nesse ponto 41:23. Disponível no site: http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/137000/, Autor: Ilidio Teixeira (Adaptado pela autora da aula. Texto na íntegra disponível no site: http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=901&page=2)
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS PROFESSORA LINDA EIKO A. MIYADI
Av. Curitiba – 1052 – CEP: 86.800-005 – Fone/Fax: 43 3423-2840 – E-mail: [email protected]
APUCARANA - PARANÁ
Projeto Envolva-me e Eu Compreendo
2017
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
365
RESUMO
O Projeto “Envolva-me e eu Compreendo” vem sendo desenvolvido com o objetivo de dinamizar a prática pedagógica, através de ações que envolvam o aluno no processo de ensino-aprendizagem e consequentemente diminua a evasão escolar do CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora Linda E Akagi Miyadi de Apucarana. O trabalho é realizado por meio de ações que incentivam os alunos a serem incluídos em atividades que possam evidenciar suas habilidades na prática relacionadas à teoria em sala de aula. Com essa proposta de trabalho, tem se constatado que a infrequência dos alunos da Instituição tem diminuído e a efetivação do conhecimento se confirmado.
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INTRODUÇÃO
A Educação de Jovens e Adultos merece uma atenção especifica
pensando no desempenho pessoal e coletivo com vista à construção de uma
sociedade mais justa onde os alunos dessa Modalidade de Ensino possam ser
cidadãos dignos e conscientes de seus direitos e deveres.
Sabendo que o maior desafio na Educação de Jovens e Adultos são as
idas e vindas dos alunos adolescentes, jovens e adultos, traduzidas como
evasão escolar, a equipe de educadores do Centro Estadual de Educação
Básica para Jovens e Adultos Professora Linda Eiko Akagi Miyadi idealizou o
Projeto “Envolva-me e eu Compreendo” com o objetivo de diminuir a evasão
escolar, por meio de ações dinamizadoras das práticas pedagógicas que
visando o interesse dos alunos no processo de ensino/aprendizagem.
O trabalho tem como princípio norteador o compromisso e
envolvimento dos atores co-responsáveis nesse processo, a partir de uma
abordagem integrada e interdisciplinar de forma a contribuir na aproximação da
realidade e compreensão do sujeito em sua totalidade.
Há de se ressaltar também que essas ações são estendidas a toda
comunidade escolar que participam de forma democrática.
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JUSTIFICATIVA
O Projeto “Envolva-me e eu Compreendo”, foi idealizado no sentido de
diminuir a evasão escolar do CEEBJA de Apucarana, por meio da constatação
das dificuldades que os jovens e adultos enfrentam para permanecerem na
sala de aulas, depois de algum tempo longe do processo de escolarização
formal.
Partindo da premissa que a infrequência e a evasão escolar são
processos continuados e entendendo que o “estar na escola” significa
pertencimento a instituição, desejar pertencer a instituição e mais, viver a vida
coletiva dessa Instituição, iniciou-se um processo contínuo de experimentação
de metodologias de trabalhos para que se alcançasse o objetivo final que é
contribuir para a qualidade da permanência do aluno no CEEBJA.
Assim sendo, para justificar esse projeto ações foram determinantes
para que os alunos se sintam motivados e inclusos no processo de ensino-
aprendizagem e a partir de metodologias diferenciadas com conteúdos que tem
despertado em cada um, o prazer de estar na sala de aula.
Ao longo da execução desse projeto buscou-se refletir sobre a função
social da educação, na Educação de Jovens e Adultos, por conseguinte, do
próprio CEEBJA de Apucarana.
Ressignificar e ampliar a noção da educação formal, sistematizadora
de saberes e informações, a partir da perspectiva de um espaço público onde a
educação seja percebida como instrumento de uma prática democratizadora,
libertadora, e essencialmente inclusiva vêm sendo a proposta do CEEBJA de
Apucarana para diminuir a evasão escolar.
As ações que serão elencadas logo abaixo tem visado fomentar uma
reflexão e contribuir efetivamente na construção do conhecimento, oferecendo
atividades para “envolver” o aluno dessa Instituição.
A partir dessas considerações, serão pontuadas algumas experiências,
por meio de ações, que tem fortalecido a prática pedagógica e constatar a
motivação intrínseca do aluno para permanecer na escola.
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OBJETIVO GERAL
Minimizar os impactos da evasão escolar no CEEBJA de Apucarana,
que se constitui como um dos maiores desafios da prática profissional
no campo de atuação, através de ações configuradas em metodologias
diferenciadas que envolvam os alunos adolescentes, jovens e adultos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Desenvolver ações práticas que visem o envolvimento dos alunos do
CEEBJA, respeitando os eixos norteadores curriculares da EJA, tempo,
trabalho e cultura.
Incentivar o educando a participar de ações motivadas pelas suas
habilidades e potencialidades.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A importância de tratar a evasão escolar com mais relevância se faz
presente. Mediante a esse desafio, o CEEBJA de Apucarana propõe ações,
com metodologias diferenciadas para que o aluno adolescente, jovem e adulto
possa se sentir incluído no processo ensino-aprendizagem e
consequentemente efetive seu conhecimento de forma prazerosa e motivadora.
O Projeto “Envolva-me e eu Compreendo” visa diminuir a evasão
escolar bem como, valorizar a diversidade de habilidades dos alunos do
CEEBJA, por meio das ações descritas abaixo:
Show de Talentos
Evento que se tornou tradicional e de muita importância para evidenciar
as manifestações artísticas de alunos, professores e funcionários do CEEBJA.
Este show tem reunido mais de 500 pessoas entre alunos, professores e
funcionários no Cine Teatro Fênix de Apucarana, por mais de 15 anos
consecutivamente. Essa atividade tem como objetivo oportunizar a comunidade
escolar a mergulharem, para dentro de si mesmas, trazendo para fora e
levando para dentro das outras pessoas, as emoções próprias do ser humano.
Canto Coral
O canto Coral é uma atividade que vem sendo desenvolvido com a
finalidade de explorar a música no ambiente escolar, promovendo interação
entre os sujeitos envolvidos e estimulando o conhecimento musical. A música é
feita para ser bela e o belo existe para proporcionar alegria, a alegria estética.
O ensino da música tem por objetivo levar os alunos a um contato feliz com as
obras musicais oportunizando-os viver uma experiência de alegria a partir
delas.
Livro “Assim Nasce o Poeta”
Uma ação que vem sendo desenvolvida ao longo de 10 anos com o
objetivo e evidenciar a linguagem poética dos alunos, educadores e
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370
comunidade escolar do CEEBJA.Entre fatos reais e fictícios que compõem as
obras, estão evidenciados refúgios, sonhos e sentimentos dos escritores. Os
jovens e adultos autores das coletâneas poéticas são incentivados pelos
professores de Língua Portuguesa. Os poemas são inspirados pelas
experiências de vida dos alunos, usando as escritas como abrigos, às vezes
até mesmo como fuga da realidade, ressaltam o infinito como pontos de
verdades transmitidas pelo amor, emoção e sensibilidade, onde a saudade, a
nostalgia e a paixão envolvem os temas.
Sabão Beleza
O método para a produção de sabão já é conhecido pela maioria dos
alunos do CEEBJA. A proposta é mostrar primeiramente os cuidados
necessários na confecção do sabão e também explicar as reações que
acontecem, tanto no processo químico de fabricação, quanto na limpeza da
sujeira.
Ginástica
Essa ação busca orientar os alunos para a forma correta da prática de
ginástica e a conscientizar sobre a importância da atividade física regular,
enfatizando os seus benefícios, tais como: aumento da produtividade, menor
incidência de doenças ocupacionais, melhoria da autoestima, redução das
dores musculares, redução do estresse e tensões, melhoria do relacionamento
interpessoal, entre outros.
Articulando Geometria plana e Geometria espacial
O trabalho já gerou um Relato de Experiência publicado no Boletim da
Sociedade de Educação Matemática com o título: Ensino Exploratório na
Educação de Jovens e Adultos: articulando geometria plana e geometria
espacial. O trabalho vem sendo desenvolvido a partir de uma tarefa de
matemática que tem como objetivo construir na malha quadriculada a figura de
um quadrado e de um cubo para explorar os conceitos de área no quadrado, e
volume no cubo (articulados).
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Escultura
Conhecer o BIDIMENSIONAL para o TRIDIMENSIONAL, por meio das
esculturas em sabão, inspirados nas esculturas do artista barroco Aleijadinho.
Fotografia
Levar os alunos a transmitirem informações sobre o espaço urbano por
meio da fotografia, considerando os elementos visuais da composição.
Arte Contemporânea
Identificar as formas de expressão por meio dos movimentos
artísticos; a influência nas vanguardas europeias e brasileira; as relações e
interferências na arte contemporânea usando como referência os trabalhos
dos artistas Vick Muniz e Beatriz Milhazes.
Educação Ambiental e Combate à Dengue, Chijungunya e Zica
A proposta interdisciplinar procura contextualizar os conteúdos das
disciplinas de Ciências, Biologia e Geografia por meio de práticas que contribui
para os enfrentamentos vivenciados nos dias atuais referentes à Educação
Ambiental, por exemplo, Dengue, Chikungunya e Zika. Embasamentos
teóricos tem subsidiados a prática voltada às ações desenvolvidas sobre a
Educação Ambiental.
Revisão Conteúdos para o ENEM
A ação Revisão de Conteúdos para o ENEM (Exame Nacional do
Ensino Médio) vem sendo desenvolvido gratuitamente, aos sábados pelos
professores do CEEBJA Profª. Linda E. A. Miyadi, que atuam como voluntários
no sentido de ofertar os conteúdos por Área de conhecimento aos alunos
jovens e adultos inscritos no ENEM.
Os conteúdos são selecionados em conjunto com os professores do
CEEBJA de acordo com as áreas de conhecimentos cobradas na prova, ou
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
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seja: Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas
Tecnologias; Redação, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Matemática
e suas Tecnologias.
A Interdisciplinaridade como Instrumento de Conhecimento
A ação do CEEBJA “A Interdisciplinaridade como Instrumento de
Conhecimento”, nasceu da necessidade de aproximar os alunos de um
conhecimento mais dinâmico e atual, evitando a forma fragmentada dos
saberes, bem como tornar mais atrativo a busca pelo saber.
A interdisciplinaridade também constitui uma exigência legal de
flexibilização do currículo, conforme consta as Diretrizes Nacionais da
Educação Básica, a fim de criar novos instrumentos pedagógicos que facilitem
o ensino-aprendizagem.
Assim sendo os alunos visitam lugares históricos do Município de
Apucarana e também espaços de destaque como a Câmara Municipal,
Biblioteca Municipal, e Prefeitura Municipal interligando conhecimentos teóricos
e práticos.
Canto Coral
O canto Coral é uma atividade que vem sendo desenvolvido com a
finalidade de explorar a música no ambiente escolar, promovendo interação
entre os sujeitos envolvidos e estimulando o conhecimento musical. A música é
feita para ser bela e o belo existe para proporcionar alegria, a alegria estética.
O ensino da música tem por objetivo levar os alunos a um contato feliz com as
obras musicais oportunizando-os viver uma experiência de alegria a partir
delas.
Auto de Natal
O Auto de Natal do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens
e Adultos Professora Linda Eiko Akagi Miyadi, do Munícipio de Apucarana, foi
idealizado a partir do Projeto Canto Coral que vem sendo desenvolvido com a
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / 2017
373
finalidade de explorar a música no ambiente escolar, promovendo interação
entre os sujeitos envolvidos e estimulando o conhecimento de forma
interdisciplinar.
O Auto de Natal do CEEBJA já é uma tradição e faz parte da agenda
natalina do município de Apucarana. Os artistas tem sido capazes de
emocionar o público de todas as idades, crenças e classes sociais. Ressalta-se
que felizmente, as empresas parceiras têm patrocinado todo o custo dos
eventos.
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CRONOGRAMA
Ação jan fev ma abr mai jun jul ago set out nov dez
Show de Talentos x
Canto Coral x x x x x x x x x x x
Livro “Assim Nasce o Poeta”
x x x x x x x x x x
Sabão Beleza x x x x x x x x x x x
Ginástica x x x x x x x x x x x
Articulando Geometria ao plano e Geometria espacial
x x x x x x x x x x
Escultura x x x x
Fotografia x x x x x
Arte contemporânea x x x x x
Educação Ambiental e Combate à Dengue, Chijungunya e Zica
x x x x x x x x x x x x
Revisão Conteúdos para o ENEM
x x x x x
A Interdisciplinaridade como Instrumento de Conhecimento
x x x x x x x x x x x x
Preparação Auto Natal
x x x x x x x
Auto de Natal x
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AVALIAÇÃO/ ANÁLISE DE DADOS
O desenvolvimento de ações coletivas tem objetivado o protagonismo
dos alunos adolescentes, jovens e adultos na construção de ações propositivas
e transformadoras das diferentes realidades. Logo, mais do que inseri-lo em
ações com metodologias diversificadas, ele é percebido como cidadão,
portando sujeito de direito, cuja participação nas ações descritas é fundamental
para se sinta envolvido, podendo assim, desenvolver suas habilidades e
construir o conhecimento.
As ações conjuntas elaboradas pela equipe do CEEBJA de Apucarana
passam por um processo contínuo de avaliação e tem evidenciado uma
diminuição da evasão escolar no CEEBJA de Apucarana.
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REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº. 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Brasília, 1996
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1983.
__________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 30.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes
Curriculares da Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: 2006