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COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA-ENSINO MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Engenheiro Beltrão, Novembro - 2007
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOCuritiba – ParanáMaurício Requião
NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃOCampo Mourão - Paraná
João Luiz Conrado
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIOEngenheiro Beltrão - Paraná
Eiridan Viana Pereira
DEDICADO
A TODO JOVEM QUE OUSA SER...
Todo o jovem
Esconde, em algum lugar,
Razões que a escola
Não vai imaginar
Todo jovem
Oculta, em algum lugar,
Emoções que o currículo
Não vai abarcar
Todo jovem
Põe, em algum lugar,
Cismas que o mestre
Não vai desvendar
Todo jovem
Deposita, em algum lugar,
Motivos que a avaliação
Não vai captar
Todo jovem
Aponta, em algum lugar,
Novelos de vida
Para desnovelar
Todo jovem
Enxerga, em algum lugar,
Sinais luminosos
Para decifrar
Todo jovem
Guarda, em algum lugar,
Ícones que a lógica
Não vai decifrar
Todo jovem
Busca, em algum lugar,
Lições que o livro
Não vai ensinar
Todo jovem
Espera, em algum lugar,
Uma sala de aula
Que saiba encenar
Todo jovem
Pensa, em algum lugar,
Achar uma escola
Capaz de sonhar.
Moacir Alves Carneiro
HOMENAGEM
A quem interessar posso chamar educador.
Primeiro, àqueles que enfrentam bem as,
circunstâncias com que se deparam no dia-a-dia...
Depois, àqueles que são honrados em suas;
relações com todos os homens, agüentando
com facilidade e bom humor aquilo que é
ofensivo para outros, então, sendo tão
agradável e razoável com seus companheiros
Quando é humanamente possível...
Àqueles que têm seus prazeres sob controle
E não acabam derrubados por suas infelicidades.
Àqueles a quem o sucesso não estraga.
Que não fogem, do seu próprio eu, mas sim,
se mantêm firmes, como homens de
sabedoria e sobriedade.
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SUMÁRIO
1- APRESENTAÇÃO .................................................................................................082- INTRODUÇÃO .......................................................................................................092.1- Identificação ........................................................................................................102.2- Histórico da Escola .............................................................................................102.3- Biografia do Patrono ...........................................................................................112.4- Espaços Físicos ..................................................................................................132.5- Cursos e Turmas.................................................................................................132.5.1- Séries e números de alunos ............................................................................142.5.2- Corpo administrativo.........................................................................................142.5.3- Corpo docente .................................................................................................152.6- Caracterização da População .............................................................................153- OBJETIVO GERAL ................................................................................................173.1- Objetivos Específicos ..........................................................................................174- PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO TRABALHO ESCOLAR ....................................195- PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO.................................................. 215.1- Constituição Federal............................................................................................215.2- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ...............................................215.3- Uma construção Coletiva ....................................................................................226- DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO E DA ESCOLA .....................................................................................................................247- ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO – PRÁTICA........................................................278- CONCEPÇÕES QUE SUSTENTAM O TRABALHO EDUCATIVO DO COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA .....................................................................298.1- Concepção de Homem .......................................................................................298.2- Concepção de Sociedade....................................................................................298.3- Concepção de Educação.....................................................................................298.4- Concepção de Cultura ........................................................................................298.5- Concepção de Ciência ........................................................................................298.6- Concepção de Conhecimento .............................................................................308.7- Concepção de Currículo .....................................................................................308.8- Concepção de Tecnologia ..................................................................................308.9- Concepção de Trabalho ......................................................................................318.10- Concepção de Cidadania ..................................................................................318.11- Concepção de Avaliação ..................................................................................319- ORGANOGRAMA DA ESCOLA ............................................................................3310- PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA: ACESSO, PERMANÊNCIA, E QUALIDADE DO ENSINO-APRENDIZAGEM ...........................................................3410.1 – Conselho Escolar ............................................................................................3510.2 – Associação de Pais e Mestres e Funcionários ..............................................3610.3 – Grêmio Estudantil ............................................................................................3610.4 – Capacitação Continuada de Educadores ........................................................3610.5 - Trabalho Coletivo ............................................................................................37
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11- O QUE A ESCOLA PRETENDE DO PONTO DE VISTA POLÍTICO-PEDAGÓGICO ..........................................................................................................4012- REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO ....................................................................................................................................4212.1- O Papel do Diretor ............................................................................................4412.2- O Papel da Secretaria e Auxiliares....................................................................4512.3- O Papel da Bibliotecária ..................................................................................4612.4- Coordenador Financeiro ...................................................................................4612.5- Papel do Professor Pedagogo ..........................................................................4712.5.1- Organização da Hora/Atividade no Horário Escolar ......................................48 12.6- Papel dos Serviços Gerais ................................................................................4812.7- Papel do Professor ...........................................................................................4913- PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO ........................................................................5014- PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA ..................................................5415- PLANO DE AÇÃO DOCENTE .............................................................................5816- RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAR SEU PROJETO ......5917- CALENDÁRIO ESCOLAR ...................................................................................6018- ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS .....................6118.1- Salas Ambiente .................................................................................................6118.2- Laboratório de Informática.................................................................................6218.3- Laboratório de Biologia, Física e Química ........................................................6219- ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR...............6320- DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE, DO CURRÍCULO, DAS ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES E DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO .............................................................6420.1 – Currículo e Avaliação: reciprocidade na construção de um conhecimento solidariedade/emancipação .......................................................................................6620.2- Trabalho Pedagógico Emancipador ..................................................................6720.3- Finalidade da Avaliação Formativa Emancipatória ...........................................6920.4- Pesquisa de Avaliação dos Serviços educacionais ..........................................6921- INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS..................................7322- INCLUSÃO ...........................................................................................................7323- VALORIZAÇÃO A CULTURA AFRO NA PROPOSTA PEDAGÓGICA ...............7624- PRÁTICAS AVALIATIVAS ...................................................................................8024.1- Conselho de Classe...........................................................................................8124.2- Recuperação Paralela ......................................................................................8124.3- Progressão Parcial ............................................................................................8225- PROJETOS ..........................................................................................................8325.1- Cultura Afro .......................................................................................................8325.2- Em Ação Contra a Evasão – “Nenhum a Menos” .............................................8625.3 – Agenda 21........................................................................................................8825.4 – Educação Fiscal ..............................................................................................9725.5- Educação Tecnológica ....................................................................................10226- ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO ............10527- CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 10628- REFERÊNCIAS .................................................................................................10729- ANEXOS.............................................................................................................108
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29.1- APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR ............10929.2- MATRIZ CURRICULAR.................................................................................11029.3- PROPOSTA CURRICULAR POR DISCIPLINA ..............................................11129.4 RESOLUÇÃO Nº 1968/82 ................................................................................29229.5ATO ADMINISTRATIVO Nº 090/2003 .............................................................29329.6 ATO ADMINISTRATIVO Nº 323/2005 .............................................................29429.7 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL DOS ESTUDANTES PARA A ELEIÇÃO E POSSE DA DIRETORIA DO GRÊMIO ESTUDANTIL DO COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – EM .............................................................................29529.8 ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES E FUNCIONÁRIOS DO COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO ....................................29629.9-ATA DE APROVAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ................29730.1- ATA DE APROVAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR .... 298
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1- APRESENTAÇÃO
O presente projeto Político Pedagógico é um compromisso definido coletivamente, e sua intencionalidade é a contribuição para a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Ele é pedagógico no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias para cumprir seus propósitos. Preocupa-se em instaurar uma fórmula de organização do trabalho pedagógico coerente com as mudanças que se fazem necessárias.
Ainda é preciso considerar que ele não se limita as orientações legais e políticas, mas supõe a revisão e a mudança de nossas concepções e práticas, no sentido de torná-las críticas para atingir as raízes das questões, que melhor se ajuste as necessidades de alunos com características diferenciadas promovendo dessa forma um processo de educação e inclusão responsável.
Vivemos um momento de revisão da educação escolar, de seu papel e seu alcance. O Projeto Político Pedagógico do Colégio Padre Antonio Vieira foi construído nesse contexto e pretende ser um instrumento teórico-metodológico a ser disponibilizado, (re)construído e utilizado por aqueles que desejam efetivamente a mudança.
O presente Projeto foi elaborado coletivamente pela comunidade Escolar e seu foco é o processo educativo com mais qualidade, organizado para garantir que os alunos permaneçam com êxito na Escola. Coerentemente com essa temática propomos um referencial teórico e prático seguindo as concepções da Pedagogia Histórico Crítica que pretende ser o direcionador de ações efetivas para organizar o ensino Médio proporcionando a preparação para a cidadania e para o mundo do trabalho, incluindo o desenvolvimento da autonomia intelectual, do pensamento crítico e da formação ética.
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2- INTRODUÇÃO
O presente projeto pretende ser na sua totalidade o caminho que norteará a prática efetiva da nossa escola.
A princípio apresentamos a identificação e o histórico do Colégio dando ênfase ao Patrono Padre Antonio Vieira, através de sua biografia, citando o Sermão da União como referência ao nosso propósito maior que é valorizar essa prática.
Fazemos a seguir a descrição do espaço físico, cursos e turmas, caracterizando a população, de maneira que possamos identificar a escola pelas nossas iniciativas e experiências que pela vontade e interesse de todos será bem sucedida e permeará nossas atitudes de êxito.
A escola é o espaço que por característica está dedicada à tarefa de organizar o conhecimento e apresentá-lo aos alunos pela mediação da linguagem, de modo que seja apreendido. Cabe a ela ainda a complexa tarefa de organizar competências cognitivas complexas como: autonomia intelectual, criatividade, solução de problemas, e outros, formando um sujeito com história, fazendo história.
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2.1- Identificação
Nome da Escola: Colégio Estadual Padre Antonio Vieira- Ensino MédioCódigo: 00251
2.2- Endereço: Rua Duque de Caxias, nº 431, Engenheiro Beltrão –Código: 0750 – Estado do Paraná - CEP 87 270 000
2.3- Telefone/Fax- 0 xx 44-3537-1231 – e-mail: Colé[email protected]
2.4- Núcleo Regional de Educação- Código:05 – Município de Campo Mourão, situado a 30 Km do município de Engenheiro Beltrão/Colégio Estadual Pe.Antonio Vieira- Ensino Médio.
2.2- Histórico da Escola
O Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino Médio, é mantido pelo Governo do Estado do Paraná e foi instalado no ano de 1949. Este estabelecimento recebeu a denominação de Grupo Escolar de Engenheiro Beltrão, de acordo com o Decreto nº. 16.122, publicado no Diário Oficial de 08/03/55.
Foi criada a Escola Normal Colegial Estadual de Engenheiro Beltrão, pelo Decreto nº. 182/67, de 28/12/67; a autorização de funcionamento deu-se pela Portaria nº. 12.884, de 29/12/67.
O Colégio Comercial Estadual de Engenheiro Beltrão foi criado pelo Decreto nº. 17,781 de 30/12/69 e autorizado a funcionar pela Portaria nº. 4.830 de 06/05/70.
A reorganização do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino de 1º e 2º Graus foi através do Parecer nº. 158/78 e Processo nº. 116/78 e o reconhecimento deu-se pelo Decreto nº. 1348 de 22/07/82 e Resolução nº. 1968/82.
Ofereceu os Cursos de Magistério e Auxiliar/Técnico em Contabilidade, os quais foram reconhecidos pela Resolução nº. 1968/82 de 22/07/82, e também o Curso de Educação Geral/Preparação Universal, que foi reconhecido pela Resolução nº. 1350/85 de 28/03/85.
Com a municipalização das escolas de 1ª a 4ª séries ocorrida em 1992 em nosso município, o Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino de 1º e 2º Graus passa denominar-se Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino de 2º Grau.
Atendendo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394/96, a Deliberação nº. 003-CEE e Resolução nº. 3120/98, este estabelecimento de ensino passou a denominar-se COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO.
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2.3- Biografia do Patrono
Padre Antonio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e com sete anos veio para a Bahia. Em 1623, entra na companhia de Jesus, ordenando-se padre em 1634. após a Restauração, movimento pelo qual Portugal liberta-se do domínio espanhol em 1640, retorna à terra natal, saudando o rei D. João IV, de quem se torna confessor.
Estréia na Capela Real de Lisboa em 1642 com o Sermão dos bons anos. A partir de então, dedica-se com muita disposição às questões políticas de Portugal.
Politicamente, Vieira tinha contra si: a pequena burguesia cristã, por defender o capitalismo judaico e os cristãos- novos; os pequenos comerciantes do Brasil, por ter ajudado na criação de um monopólio mercantil no Maranhão ( que geraria a Revolta de Beckman, em 1648); os administradores e os colonos, por defender os índios. Essas posições, notadamente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira uma condenação pela inquisição (permaneceu dois anos preso). Faleceu em 1697, na Bahia.
Podemos dividir a obra de Antonio Vieira em profecias, cartas e sermões.As profecias constam de três obras: História do Futuro, esperanças de
Portugal e Clavis Prophetarum, onde se notam a defesa do sebastianismo (crença segundo a qual o rei D. Sebastião, desaparecido em combate na África, voltaria para colocar Portugal em posição de destaque) e um nacionalismo megalomaníaco.
As cartas somam cerca de quinhentas, versando sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, a Inquisição e a atuação dos jesuítas na colônia.
Os sermões são quase duzentos e constituem o melhor da obra de Vieira. De estilo conceptista, totalmente oposto ao Gongorismo, o pregador português joga com as idéias e os conceitos, segundo os ensinamentos de retórica dos jesuítas. “Se gostas de afetação, pompa de palavras e do estilo que chamam culto, não leias.”
Seus principais sermões:Sermão da Sexagésima – pregado na Capela Real de Lisboa, em 1655,
também conhecido como “A palavra de Deus”. Polêmico, esse sermão aborda a arte de pregar. Ao analisar por que “não frutificava a palavra de Deus na terra”, Vieira visava aos seus adversários católicos – os gongóricos dominicanos.
Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda – pregado na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, Bahia, em 1640. Vieira incita o povo a combater os invasores holandeses, realçando os horrores e depredações que os protestantes fariam:
“Entraram por esta cidade com fúria de hereges e vencedores; não perdoarão o estado, o sexo nem a idade”.
Sermão de Santo Antonio – também conhecido com Sermão aos peixes, pregado em São Luís do Maranhão, em 1654. Vieira critica os costumes corruptos e os aprisionamento dos índios.
Os Sermões de Padre Antonio Vieira é uma obra composta de 15 volumes. Padre Vieira, grande clássico nos sermões e nas cartas, foi também gongórico, por abusar das antíteses, dos trocadilhos, da hipérboles.
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SERMÃO DA UNIÃOPe. Antonio Vieira
“Toda a vida (ainda das coisas que não têm vida) não é mais que uma união. Uma união de pedras é um edifício: uma união de tábuas é um navio: uma união de
homens é um exército.E sem essa união, tudo perde o nome e mais o ser. O edifício sem união é ruína: o navio sem união é naufrágio: o exército sem união é despojo. Até o homem (cuja
vida consiste na união de alma e corpo) com união é homem, sem união é cadáver. Por mais alta que esteja a cabeça, se não está unida, é pés. Por mais ilustre que
seja o outro, se não está unido, é barro. Nobreza desunida, não pode ser, porque em sendo desunida, logo deixa de ser nobreza, logo é vileza.
Para derrubar um reino e muitos reinos onde há desunião, não são necessárias baterias; não são necessários canhões; não são necessários trabucos; não são
necessárias balas, nem pólvora. Basta uma pedra: o lápis. Para derrubar um reino e muitos reinos onde falta a união
não são necessários exércitos, não são necessárias campanhas, não são necessárias batalhas, não são necessários cavalos, não são necessários homens,
nem um homem, nem um braço, nem uma mão.Nós temos muito boas mãos e o sabem muitos bem os nossos competidores.
Mas se não tivermos união, nem eles haverão mister mãos para nós, nem a nós nos hão de valer as nossas”
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2.4- Espaço Físico
Área do terreno: 13.112,00 m2
Área construída: 3.628,86 mNúmero de salas construídas: 16
O Colégio Estadual Padre Antonio Vieira conta com um terreno composto de uma quadra, cuja área chega a 13.112,00 m2 e uma área construída de 1 976,02 m2.
Possui 16 salas de aula, sendo que uma é utilizada para Sala de Vídeo.Possui uma área coberta com cerca de 260 m2, área gramada de 5.000 m2,
uma área livre com asfalto de 2.100 m2. Possui ainda uma quadra coberta de esportes com 1.100 m2 e arquibancadas com cerca de 875 m2. Tem ainda um terreno com 300 m2 que é destinado para uma horta escolar.
Em relação às dependências existentes, pode-se citar: área administrativa (direção, secretaria, biblioteca, sala dos professores, sala de orientação Educacional, Sala de Supervisão escolar); refeitório, laboratório de informática, laboratório de Física, Química e Biologia; Cantina escolar, Salão Nobre, Sala do Grêmio Estudantil e uma sala pequena que funciona como depósito.
2.5- Curso e Turmas
O Colégio Estadual Padre Antonio Vieira, oferece o Ensino Médio, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394/96, o qual é desvinculado do ensino profissionalizante e se constitui etapa final da educação básica. Tem duração de três anos, com turno de funcionamento diurno (matutino e vespertino) e noturno, é ministrado em regime anual. Suas finalidades são: a consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos em nível superior; a preparação básica para o trabalho e a cidadania, para o educando continuar aprendendo de modo a ser capaz de adaptar com flexibilidade às novas condições de ocupação no mercado de trabalho ou realização de aperfeiçoamentos posteriores; o aprimoramento do educando como pessoa, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. (Documento do MEC, s.d. 8).
O currículo do Ensino Médio é constituído de Base Nacional Comum e Parte Diversificada, onde as Disciplinas são organizadas alfabeticamente.
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2.5.1- Séries e número de alunos
Ano Série Matriculas
Aprovados
Reprovados
Desistentes
Transferidos
Sem Freqüência
Remanejado
2000
1ª 257 158 8 22 28 23 182ª 249 164 9 14 30 17 153ª 167 122 2 5 25 5 8
20011ª 192 123 13 22 30 4 -2ª 193 117 16 13 44 3 -3ª 181 144 2 4 29 2 -
2002
1ª 199 132 29 18 20 - -2ª 167 123 13 6 20 5 -3ª 132 108 5 6 11 2 -
2003
1ª 249 168 15 30 32 4 -2ª 151 115 6 7 23 - -3ª 141 114 6 7 13 1 -
2004
1ª 215 134 27 25 29 - -2ª 192 151 11 6 24 - -3ª 133 108 5 8 12 - -
2005 1ª -2012ª- 1913ª- 156
498 - - - - - -
2006 1ª -2142ª -208
3ª-163
- - - - - - -
2007 1ª-1932ª-1833ª-170
- - - - - - -
2.5.2- Corpo administrativo
Nome Função Escolaridade Tempo de serviço
Eiridan V. Pereira Diretora Pós-graduação 09 anosMarlene Ap.Vieira Milani Secretária Sup. Completo 20 anos
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Aldeir Lopes Kitayama Supervisora Pós-graduação 20 anosDiva Selma Sontag dos Reis Orient. Educac. Pós-graduação 13 anosEdwirges Paro Aux. Administrativo Sup. Imcompleto 08 anosFátima Aparecida C. dos Reis Assist. Admin. Sup. Completo 20 anosCleuza Coaresma Aux. Serv.Gerais 2º Grau completo 02 anosIzabel da Silva Santana Aux. Serv. Gerais 1º Grau completo 18 anosLuzia Penha dos Santos Aux. Serv. Gerais 2º Grau Completo 02 anosMaria Aparecida Catore Aux. Serv. Gerais 2º Grau completo 20 anosCelia Terezinha de Souza Aux. Serv. Gerais 2º Grau completo 19 anos
2.5.3- Corpo docente
Nome Vínculo EscolaridadeArmelindo Corte dos Reis QPM Pós-graduadoChristina Samsel QPM Pós-graduadaDiva Selma Sontag dos Reis QPM Pós-graduadaEvanil Maria Campus QPM Pós -graduadaFrancisco de Assis Ferreira TF57 Pós-graduadoGraciele P. Riso de França QPMHelena Senger de Godoy QPM Pós-graduadaIluina Pereira Gimenez QPM Pós-graduadaIvani Jacira Fantucci QPM Pós-graduadaIvanir de Souza Garbim QPM Pós-graduadaLaura Corte dos Reis Medeiros QPM Pós-graduadaLeonard Van Spitizenberg QPM Pós-graduadoLucineide Margarete Ravazzi SCO2 Pós-graduadaLuiz Carlos Hernandes QPM Pós-graduadoMaria Socorro Brito SCO2 Pós-graduadaMarly Perdona Boni QPM Pós-graduadaNeuza Toyoko Tsuzuki QPM Pós-graduadaSimone Lopes de Souza QPM Pós-graduadaVerônica Lopes Aguiar QPM Pós-graduada
2.6- Caracterização da população
A comunidade escolar, em sua maioria, pertence a um nível sócio-econômico médio-baixo, sendo que 25% dos alunos vêm da zona rural, incluindo os distrito, 22% vêm de bairros próximos ao centro da cidade; o restante é da zona central da cidade.
Do total de alunos da escola 64% concentram-se no período diurno; 35% no período noturno. A clientela do diurno a grande maioria não trabalha fora; a do noturno, 80% trabalha, porém, a minoria (cerca de 25%) possui emprego legalmente constituído; os demais prestam algum tipo de trabalho, sem uma inserção legal no mercado (trabalho informal).
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Dos que trabalham, 30% ganham menos que um salário mínimo; 35% recebem um salário mínimo, e apenas cerca de 8% ganham mais que um salário mínimo, enquanto a renda familiar da maioria é de, no máximo, de dois salários mínimos.
Assim, o Ensino Médio no Colégio Estadual Padre Antonio Vieira, insere-se nos dados que apresenta o MEC, por ser um ensino urbano, mantido pelo poder público.
Com as características que a clientela apresenta, sabe-se que pequena percentagem vai para o Ensino Superior e também que o mercado de trabalho não absorve formalmente os que concluem o Ensino Médio.
Então, é necessário que as necessidades desta clientela sejam atendidas da melhor forma possível, oferecendo através das disciplinas da matriz curricular, uma formação geral que, ao sair do Ensino Médio, o nossos alunos sintam-se preparados para enfrentar os desafios do mundo atual.
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3- OBJETIVO GERAL
Formar cidadãos priorizando a ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, que saibam se posicionar frente as dificuldades, construindo e aplicando conceitos das várias áreas do conhecimento, para compreensão de fenômenos naturais e tecnológicos, dos processos históricos, geográficos e filosóficos, das várias manifestações artísticas e culturais, articulando informações para a formação e construção da cidadania em função dos processos sociais que se modificam.
3.1 Objetivos Específicos
- Analisar criticamente, de forma qualitativa ou quantitativa, as implicações ambientais, e os processos de utilização dos recursos naturais.
- Analisar do ponto de vista biológico, físico ou químico, padrões comuns nas estruturas e nos processos que garantem a continuidade e a evolução dos seres vivos.
- Compreender o caráter sistêmico do planeta e reconhecer a importância da biodiversidade para a preservação da vida, relacionando condições do meio e intervenção humana.
- Confrontar interpretações diversas de situação ou fatos da natureza ou do cotidiano comparando diferentes pontos de vista e analisando os argumentos utilizados.
- Desenvolver a postura reflexiva e investigativa.
- Compreender o mundo e atuar como cidadão consciente respeitando o ambiente que está inserido e o próprio corpo.
- Compreender-se como agente transformador da sociedade.
- Formar hábitos e valores que favoreçam o convívio com as mudanças e com as diferenças para se produzirem a solidariedade e a rejeição às desigualdades sociais.
- Mediar conhecimentos, exercitando a pesquisa de novos saberes, em sintonia com as necessidades dos tempos atuais.
- Educar contribuindo para a superação das desigualdades sociais, dos conflitos e da violência.
- Proporcionar uma visão abrangente sobre a estrutura e o funcionamento da escola.
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- Capacitar o aluno não só para a plena cidadania como também para o trabalho.
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4- PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO TRABALHO ESCOLAR
“Os filósofos não tem feito senão interpretar o mundo de diferentes maneiras: O que importa é transformá-lo. Karl Marx
Para organizar os princípios filosóficos desse Colégio nos reportamos as idéias de Karl Max que admite ser possível reformar a sociedade mediante a boa vontade e a participação de todos.
Karl Marx e Engels formulam suas idéias a partir da realidade social por eles observada: de um lado, o avanço técnico, o aumento do poder humano sobre a natureza, o enriquecimento e o progresso; do outro, e contraditoriamente, a escravização crescente da classe operária, cada vez mais empobrecida.
De acordo com Marx, na medida em que cada indivíduo for capaz de se reproduzir como indivíduo social, menos intensa será a luta entre a existência e a essência, entre a liberdade e a necessidade e entre o indivíduo e sua espécie. Este postulado se encontra baseado no pressuposto da participação efetiva do homem na determinação de todos os aspectos de sua própria vida, desde os mais imediatos, até as questões mais gerais de política, de organização socioeconômica e de cultura.
A construção da autonomia, dentro dessa visão, supõe a saída do estágio de alienação que amarra o homem como instrumento submisso para o acúmulo do capital. Sair desse estágio de alienação é compreender como se define a relação entre salários e lucros; entre capital e trabalho e capital e terra.
O mundo do século XXI é na verdade uma grande incógnita, um grande desafio. O aceleramento tecnológico, o mundo mediado pela Telecomunicação, pela Internet, tem mexido nos referenciais. É preciso pensar o homem enquanto um ser de interação com este novo mundo.
Hoje, vivemos em um mundo onde a avareza e a competição são forças devidamente reconhecidas, mesmo levando os trabalhadores a ficarem mais pobres à medida que produzem mais riqueza, mesmo desqualificando-os enquanto indivíduos e transformando sua mão-de-obra mais barata. A consequência desse ciclo se expressa no processo de produção, cujo resultado é a falta de prazer na execução de sua tarefa, a pressa em executá-la, tornando-o em momentos de sofrimento, de má vontade, de contrariedade. O trabalho deixa de ser voluntário, para se tornar imposto, já que é o meio de satisfazer outras necessidades, como a de manter a existência.
Diante da realidade onde milhares de jovens estão à deriva em um mundo de incertezas, sem previsão do que vão ser ou fazer no futuro. Apesar disso, o jovem brasileiro tenta romper com a alienação e como imperialismo cultural que invadiu seu mundo, construindo a sua dimensão política e buscando sua própria história. Hoje parece que estamos politicamente mais esclarecidos e com uma maior capacidade de discernir as coisas. Porém, o que está faltando ainda para que o jovem extrapole uma atitude de contestação inconseqüente e não comprometida?
Está faltando seu envolvimento e preocupação com os problemas sociais.Passamos agora a definir os princípios que deverão nortear nossas reflexões
e direcionar nossas práticas fazendo uma avaliação do que representam esses
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saberes historicamente acumulados e a serviço de quem eles se tornaram organizados. Nessa perspectiva o ato de ensinar e refletir se torna imprescindível para abrir os espaços da mente para a luz do pensamento, para conhecermos a verdade e dar razões significativas para o “estar aí” no mundo.
Num nível social e político, ser indiferente para com o futuro da cultura ou do caminho político, é demonstrar não querer viver a liberdade e a possibilidade de construir a própria história.
Se estamos descontentes com aquilo que vemos, a única resposta que não podemos dar é a indiferença.
O compromisso com a mudança exige participação.A medida em que os jovens assumirem seu papel na História, tornar-se-ão
esperança de um novo amanhã. Nossas ações no interior desse colégio devem ser para que nosso jovem ouse
pensar, e pensar melhor, construindo sentido para sua vida. Sentido único para uma vida que também é única. Integrando-se na sociedade como ser maduro e autônomo como sujeito que pensa e constrói sua cidadania criticamente.
O professor pode oferecer parte da sua aula para o exercício do pensar sobre as coisas, para produzir trabalhos reflexivos. Dez minutos da sua aula, podem ser direcionados ao pensar a respeito do que se está ensinando, para que serve, e onde se quer chegar. Por que você está aí, nessa sala de aula? O que você, seus alunos, sua escola e sua comunidade almejam? Esse tempo será de muita valia.
O que pretendemos com esses princípios, é contribuir para a discussão, pois acreditamos que a superação da alienação e a reinvenção do poder somente será construída na prática do dia a dia, com a participação efetiva de todos os envolvidos no processo educacional, com o objetivo de superar a apatia e o ceticismo dos que não acreditam ser possível a construção de uma nova ordem social.
É muito importante que criemos alternativas reais e viáveis para os conteúdos e métodos educacionais que não sejam discriminatórios e que tratemos nossos alunos dentro de princípios que os ajudem a caminhar, a progredir, em busca da plena realização do indivíduo social.
“Mais vale uma cabeça bem feita que bem cheia”Montaigne
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5- PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO
Obedecendo os princípios que determinam a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional cabe a escola cumprir seu dever maior que é garantir todos os princípios de igualdade de condições.
“O grande desafio da escola pública está em garantir um padrão de qualidade para todos e, ao mesmo tempo, respeitando a diversidade local, étnica, social e cultural. Portanto, o nosso desafio educacional continua sendo educar e ser educado” (GADOTTI, 1998)
5.1 Constituição Federal:
Art. 206 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:I- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento,
a arte e o saber;III- Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência
de instituições públicas e privadas de ensino.IV- Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;V- Valorização dos profissionais do ensino, garantido na forma da lei,
planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI- Gestão democrática do ensino público, na forma da lei;VII- Garantia de padrão de qualidade.
5.2- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:
Art. 3º- O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:VIII- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;IX- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;X- Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;XI- Respeito à liberdade e apreço à tolerância;XII- Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;XIII- Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;XIV- Valorização do profissional da educação escolar;XV- Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino;XVI- Garantia de padrão de qualidade;XVII- Valorização da experiência extra-escolar;XVIII- Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas
sociais.
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5.3- Uma Construção coletiva
Acreditamos que a possibilidade concedida a cada escola para coletivamente organizar seu Projeto, é sem duvida uma conquista.
Pensar o espaço de formação dos nossos alunos de ensino médio diante dos desafios emergente da sociedade, é no mínimo caracterizar uma escola pluralista, preocupada com a formação de novas identidades sociais e culturais, contribuindo para consolidar o patrimônio escola/vida, assegurando consistência nas múltiplas relações existentes no interior da escola e fora dela.
“O Projeto Político-pedagógico, ao mesmo tempo em que exige dos educadores, funcionários, alunos e pais a definição clara do tipo de escola que intentam, requer a definição de fins. Assim todos deverão definir o tipo de sociedade e o tipo de cidadão que pretendem formar. As ações específicas para obtenção desses fins são os meios. Essa distinção clara entre fins e meios é essencial para a construção do Projeto Político Pedagógico”(Veiga, Ilma Passos).
Definir a princípio nossa clientela, torna-se fundamental diante da intencionalidade do PPP, uma vez que precisamos de clareza para o planejamento de nossas ações. Já não é possível prever com antecipação. O clima participativo da comunidade escolar deve ser harmônico, saudável efetivo e compromissado para que a escola planeje e ao mesmo tempo possa colher os resultados.
Portanto, mais que palavras bonitas e textos bem elaborados, precisamos de ações conjuntas na definição de estratégias que promovam a participação de todos.
Somos assim uma escola real, com dificuldades, com limitações, mas ao mesmo tempo, uma escola preocupada com os novos paradigmas, com as novas relações escola/vida, com os novos avanços tecnológicos.
Pensamos que o ato ensinar/aprender tem muito a ver com a afetividade, resultado de uma auto estima em evidência, produto de uma relação transparente onde todos aprendem ao mesmo tempo.
Outro aspecto a considerar é a liberdade, posta como fruto de discussões e acertos envolvendo limites e possibilidades.
Considerando ainda que o reflexo de uma aprendizagem duradoura está no significado atribuindo a esse conhecimento, precisamos estabelecer uma relação efetiva entre quem aprende e o que é aprendido.
A escola contribui ainda para construção de referências, respeitando as preferências juvenis, sobre modalidades esportivas estilos musicais, manifestações artísticas e culturais, etc. Diversos aspectos da cultura juvenil viabilizam intensas discussões em várias disciplinas, adequando dessa forma a validade do alunoa realidade da escola.
Interagir com o grupo e com o ambiente de aprendizagem é extremamente significativo nesse momento de busca e consolidação de valores que caracterizam a juventude.
Entendemos ainda, que as relações de trabalho no interior da escola devem estar pautadas no respeito, solidariedade, justiça, participação coletiva, enfim, na função política de cada cidadão ao exercer seus direitos e seus deveres frente aos novos desafios.
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Se queremos uma escola voltada para os princípios que norteiam o PPP, devemos privilegiar as ações de cada elemento do grupo na condução deste processo coletivo.
A promoção do processo participativo é uma responsabilidade das lideranças democráticas, e isto vem somar na apresentação dos resultados.
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6- DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO E DA ESCOLA
Apenas um terço da população do país – 53 milhões de pessoas- freqüenta uma instituição de ensino. Com a ampliação da oferta de matrícula, inovações pedagógicas e uma legislação que visa a garantir serviços de maior qualidade, a educação brasileira passa por transformações. Há, no entanto, muito ainda por fazer. De cada dez brasileiros, um é analfabeto. Há falta de profissionais em alguns setores e boa parte dos professores não possui o nível de qualificação exigido por lei.
Dos avanços da educação nos últimos anos, destaca-se o obtido no ensino médio, cujo número de alunos cresceu quase 700% em três décadas. Em parte, esse crescimento se deve à melhoria do fluxo escolar: cada vez um número maior de alunos consegue dar continuidade aos estudo.
O ensino fundamental atende 97% das crianças de 7 a 14 anos, uma abrangência semelhante à dos países desenvolvidos. O principal problema desse nível de ensino é garantir a todos um padrão de ensino de qualidade. Outro setor que vive forte expansão é o do ensino superior, com a abertura de centenas de faculdades particulares. Hoje, o ingresso dos alunos na faculdade não depende apenas do desempenho no vestibular, já que existem várias formas de acesso ao ensino superior. A pós-graduação brasileira ganha terreno e mostra-se mais presente, respondendo por quase metade de toda a produção científica publicada da América Latina
A aplicação de testes aos alunos dos níveis fundamental, médio e superior tem permitido ao Ministério da Educação (MEC) avaliar as carências do ensino e definir estratégias para seu aprimoramento, pois a média dos alunos situa-se abaixo dos 50%, revelando muitos desafios a ser superados para a melhora do padrão da educação do pais. Apesar das críticas feitas ao Programa “Bolsa Família”, percebe-se que isso fez com que muitas crianças permanecessem na sala de aula.
O programa além de ter um aspecto social, tem importância de incentivar a permanência e à frequência deste aluno na escola.
É de competência e responsabilidade do Estado apenas o Ensino Fundamental e com a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do Ensino Médio. Apesar do avanço imposto pela LDB, quando considera o Ensino Médio como parte da Educação Básica, a escolarização nesse nível para todos os brasileiros ainda está longe de ser alcançada no nosso país.
Apesar da expressiva expansão da oferta pública pelas redes estaduais de ensino ainda existem muitos jovens brasileiros sem acesso ao Ensino Médio. No ano de 2000, um terço dos brasileiros com idade entre 15 e 19 anos estava fora da escola. Na realidade, uma boa parte desses jovens já estava trabalhando, o Censo de 2000, do IBGE, mostrou que menos da metade (46%) estava nas classes de Ensino Médio. A maior parte deles (48%) estava ainda no ensino Fundamental.
Para os que conseguem estudar, nem sempre a qualidade da oferta de Ensino Médio está garantida. As condições precárias, em especial na escola noturna, se revelam na freqüente inexistência de laboratórios de informática e de ciências ou na indisponibilidade da biblioteca, na insuficiência do próprio conteúdo, na ausência de condições de trabalho e no despreparo e na falta de habilitação do professor.
A legislação que regulamentou a LDB definiu que o Ensino Médio, não pode ser oferecido de forma integrada à educação profissional, em uma só proposta,
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apenas. Isso significa que o aluno que busca uma profissão em nível médio terá que cursar ao mesmo tempo ou depois de concluir o Ensino Médio um curso de educação profissional, em nível técnico.
Ao pensar na realidade do Estado do Paraná, segundo o Censo de 2000, 24,8% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos trabalhava e estudava ao mesmo tempo e outros 12,5% só trabalhavam.
Em pesquisa promovida pela UNESCO e pelo Instituto Ayrton Senna, em Curitiba, no Paraná mostram que:
“Um aspecto fundamental revelado pela fala dos jovens estudantes de escola pública da periferia é o seu assombro, diante do estreitamento efetivo de suas oportunidades de trabalho. Nesse grupo de jovens trabalhadores, a palavra que não foi mencionada foi universidade, que deixa de existir em seu horizonte de expectativas como fato e com amor e representação. Para eles , o que conta é ter o quanto antes uma profissão e não compreendem o processo de retirada dos cursos profissionalizantes dos currículos das escolas estaduais de segundo grau, que transformam seus currículos em educação Geral. (SALLAS, ibd., P. 189).
Entretanto, a LDB em vigor é mais indicativa do que prescritiva e no caso do Ensino Médio há brechas para se repensar essa etapa da educação básica priorizando as necessidades dos aluno. Para isso exige-se recursos, equipamentos, mas requer também conhecer em profundidade nossos alunos e suas demandas. Mais do que isso, exige compromisso dos professores para enfrentar os desafios de uma realidade tão complexa e tão desigual como a nossa. Este, aliás, é um dos compromissos de quem é educador.
De acordo com a atual legislação, o Ensino Médio não prepara para nenhuma profissão. Tal preparação está no âmbito da educação Profissional. Mas o ensino Médio, diz a LDB, deve preparar para o trabalho.
Mencionada no Art. 35, da LDB, vinculando essa preparação à possibilidade do educando de continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores, o assunto foi detalhado nas Diretrizes Curriculares Nacionais de Nível Médio: a preparação será básica, ou seja, aquela que deve ser base para a formação de todos e para todos os tipos de trabalho.
Acreditamos que, na nossa realidade, a proposta mais democrática de ensino médio é a que assegure para todos e de forma concreta as finalidades que a própria LDB define para este nível de ensino. Tal proposta se opõe ao ensino tradicional que beneficia os já incluídos e também se distancia de um ensino profissionalizante estreito, do tipo tecnocrático, voltado para a produção em série de especialistas que aprendem a fazer, apenas, mantendo-se condenados à pobreza cultural.
É esse o desafio maior da escola de Ensino Médio, o ponto de chegada de propostas mais democráticas e que não acentuam as desigualdades já existentes na nossa sociedade. O ponto de partida será sempre nosso aluno e suas demandas.
O Colégio Estadual Padre Antonio Vieira encontra-se tanto no aspecto físico como pedagógico equipado e em condições de oferecer um ensino de qualidade aos alunos. O maior problema detectado pela escola é a evasão escolar, onde muitos dos alunos deixam de freqüentar os estudos e observações tem mostrado que é devido a:
- Fatores sócio-econômicos;
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- Falta de pré-requisitos do aluno;- Falta de perspectiva para o futuro, isto é, não há razão para estudar, já que
o desemprego é muito grande;- Falta de perspectiva em dar continuidade aos estudos- fazer um curso
superior;- Despreparo da escola por não acompanhar a evolução da sociedade e o
avanço tecnológico;Outro problema que ainda preocupa é a reprovação escolar, e, mais uma vez
muitas causas são apontadas, especialmente aquelas que recaem na própria escola, como a falta de bom relacionamento entre o professor e aluno, e a falta de atrativos na escola para que o aluno sinta prazer em estudar e aprender.
As salas são organizadas como salas ambientes, onde cada professor permanece e os alunos encaminham-se para as respectivas salas. Apesar de ser uma experiência positiva, temos dificuldade quanto à própria ambientação, sendo necessário ainda para cada sala por exemplo, armários, livros específicos da disciplina.
Em relação a proposta pedagógica ainda encontramos dificuldades em trabalhar todos os conteúdos, devido a falta de livro didático para todas as disciplinas e falta ainda alguns itens para o laboratório como equipamentos adequados para a realização de experiências práticas, bem como a falta de um maior número de computadores para atender a todos no laboratório de informática, uma vez que o Colégio conta com apenas 09 computadores funcionando porém todos ligados a Internet.
Outro problema grave que temos enfrentado é a falta de recursos humanos e financeiros para atender as necessidades emergenciais referentes a compra de equipamentos e profissionais qualificados para atender os alunos em todos os horários de funcionamento da escola.
Enfrentamos ainda a defasagem de acervo bibliográfico, referentes a pesquisa às disciplinas, para pesquisa na biblioteca, onde contamos com livros velhos doados e alguns poucos comprados com recursos da APMF arrecadados através de promoções e temos recebido livros de literatura repassados pela Fundepar e SEED.
Outro obstáculo enfrentado na escola é a falta de articulação entre a comunidade e a escola e isso às vezes se dá pelo próprio excesso de “confiança” que os pais e a própria comunidade têm na escola e até na direção da mesma, restringindo a participação.
Outro fator que contribui para que a escola tenha dificuldades em atender melhor o aluno é o excesso de carga horária de alguns professores e isso prejudica o relacionamento com os alunos; onde percebemos os professores que não preparam bem suas aulas , estão sempre estressados ao lidar com os adolescentes e com o seu conteúdo, gerando aulas não atrativas. Há ainda a questão da falta de reconhecimento do trabalho do professor, a falta de material didático apropriado, falta de capacitação e muitos outros fatores que acabam por contribuir para o pouco rendimento dos alunos e automaticamente trazem insatisfação por parte do professor.
O número de alunos por turma também é um problema que a escola tem enfrentado, especialmente no que se refere à utilização de atividades e métodos diversificados de trabalho, bem como ao atendimento individualizado aos alunos.
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7- ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO-PRÁTICA.
A formação do professor e seu nível de participação nas decisões políticas da educação assumem papel relevante no processo pedagógico de qualquer grau de ensino. Outrossim, temos percebido a incoerência com que o discurso político dos professores tem sido transplantado para a prática. O que se tem visto é uma oscilação entre idéias progressistas e práticas conservadoras.
Sentimos a deficiência na formação dos professores, tanto nas suas dimensões pedagógicas específicas, quanto em sua dimensão política, enquanto cidadãos críticos e conscientes de seu papel social.
Por outro lado, apesar de a produção sobre esse tema (papel social) ter sido bastante numerosa nos últimos anos e as discussões estarem envolvendo interlocutores de diferentes tendências, os estudos não têm avançado sobre a figura do professor, enquanto cidadão, formador de outros cidadãos, um sujeito histórico, concreto, relacionado com um certo lugar, um certo tempo, inserido na adversidade do cotidiano das escolas.
Não podemos esquecer também que qualquer reflexão sobre a formação do professor, apontará para discussões político-pedagógicas sobre a sociedade que se pretende, o que se entende por cidadania, o papel social da escola neste contexto, os tipos de vinculação existentes entre as demais políticas públicas e a educação e as formas de participação dos professores na formulação das políticas do país.
Há portanto, outro lado da formação do professor a ser estudado – o do cidadão, visto que sua atuação tem duas dimensões políticas: no nível do ensino, com respeito ao currículo desenvolvido dentro da sala de aula, e, com o que se constrói fora dela – o currículo oculto, que explicita relações de poder, formas de organização interna da escola e de relação da escola com a comunidade e, em nível sindical ou associativo, na construção de seu próprio currículo oculto, engajado nas lutas comuns dos professores e dos trabalhadores em geral, ambos sinalizando para a construção de uma sociedade, na qual a igualdade de direitos humanos não seja encarada como utopia.
Quanto a formação docente, a mais qualificada e contínua pode estimular o professor a adotar uma postura proativa. Tal atitude é vital para a consolidação das mudanças necessárias no ensino médio. Isso porque elas dependem, em grande escala, na assenção de um projeto ético, político e pedagógico em cuja elaboração os docentes tenham efetiva participação. De modo geral, as políticas e diretrizes da educação nascem em gabinetes distanciados das realidades das escolas e os professores são chamados para tomar ciência dessas novas recomendações por meio de várias modalidades de eventos, quando é desconsiderada a importância que as experiência acumuladas em suas trajetórias docentes poderiam oferecer. Essa prática é fruto da desconfiança na capacidade dos professores de contribuir para discutir criticamente a natureza e o processo das mudanças necessárias, sem considerá-los uma liderança intelectual e moral para os nossos jovens, no sentido da sua preparação para serem cidadãos ativos e críticos.
Os programas para o aprimoramento das atividades docentes também devem valorizar a perspectiva intelectual do professor. Parece não haver um reconhecimento da atividade docente como uma atividade intelectual, tampouco da
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dimensão política da sua prática. Não se reconhece o professor como um intelectual transformador, um intelectual público. Essa visão geralmente concebe os professores como objetos das reformas educacionais, chamados a cumprir o que os especialistas definiram, o que faz deles administradores e implementadores de programas curriculares.
Existe hoje uma preocupação com a formação do docente para que ele torne capaz de utilizar os conhecimentos específicos de sua área e os conhecimentos derivados das teorias pedagógicas para melhor definir a sua prática, analisá-la, articulá-la com o projeto político-pedagógico da escola e com o processo educacional mais amplo, a partir da apreensão das suas relações com a sociedade contemporânea.
A escola de qualidade tem obrigação de evitar de todas as maneiras possíveis a repetência e a evasão.
Na nossa escola os conflitos encontrados são solucionados procurando utilizar da maior diplomacia possível, através do diálogo obedecendo o contido no regulamento interno e o contrato didático estabelecido pelo professor com seus alunos.
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8- CONCEPÇÕES QUE SUSTENTAM O TRABALHO EDUCATIVO DO COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
8.1- Concepção de homem:
O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação, ele envolve múltiplas relações em determinado momento histórico, assim, acumula experiências e em decorrência destas, ele produz conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-materiais que são apropriados de diferentes formas pelo homem.
Entendendo que o homem constitui-se um ser histórico, faz-se necessário compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza humana. O homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se destaca sobre a realidade, desde que participe ativamante nesta realidade.
8.2- Concepção de sociedade:
“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem, transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo e recolhe as contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua comunidade”.(Pinto, 1994).
A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.
8.3- Concepção de educação:
“Educação é um processo de desenvolvimento integral do homem, isto é, de sua capacidade física, intelectual e moral, visando não somente a formação de habilidades, mas também do caráter e da personalidade social. É a partir da consciência de sua própria experiência e da experiência da humanidade que o homem tem condições de formar-se como um ser moral e político”.(Maria Lúcia A. Aranha 1996, p.51)
8.4- Concepção de Cultura
Conjunto de práticas significativas nas relações sociais, assimétricas, relação de poder, nas quais se atribuem e compartilham significados e se formam identidades. Entendemos também a cultura como saber humano, que resulta na intervenção do homem na natureza através do trabalho, da técnica e das idéias, bem como os produtos que resultam dessa intervenção transformadora.
8.5- Concepção de ciência:A ciência é uma das formas de conhecimentos, e entre todas a forma mais
valorizada e por isso privilegiada de conhecimento, o conhecimento científico deve-
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se muito ao desenvolvimento tecnológico, cheio de êxitos, que a ciência tornou possível e fez real. Por isso, socialmente a ciência impõe-se não tanto pelo que ela é mas sobretudo pelo que faz e permite fazer, isto é, ela é socialmente reconhecida pelas suas conseqüências, bem visíveis no quotidiano do homem, permitindo-lhe agir eficazmente sobre as coisas, controlá-las e dominá-las, e assim tornam o homem não apenas o rei das criaturas – que o era por criação divina – mas dono e senhor do universo, pelo poder que põe ao alcance das suas mãos.
8.6- Concepção de Conhecimento:
Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho.
O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as necessidades do homem a cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação para obtenção do conhecimento, mudando portanto a forma de interferir na realidade.
Para Booff(2000, p.82), “O ato de conhecer, representa um caminho privilegiado para a compreensão da realidade, o conhecimento sozinho não transforma a realidade; transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em ação”.
8.7- Concepção de Currículo
O currículo é o caminho que se percorre ao longo de um tempo escolar. Considerado também como o centro da Educação, é a essência em torno da qual se constroem as práticas pedagógicas. No currículo fica determinado e organizado o conteúdo que a escola deve trabalhar. Por isso é que nele encontramos uma seleção de conhecimentos escolares significativos e relevantes para que as novas gerações apreendam.
Este colégio preocupa-se em concretizar um currículo que reflita a diversidade étnico racial e cultural, com uma educação inclusiva, considerando a realidade do jovem que vem do campo, bem como a superação das desigualdades barbárie e injustiças produzidas nas relações de exploração do capitalismo.
8.8- Concepção de TecnologiaA tecnologia deve ser utilizada na escola para ampliar as opções de ação
didática, com o objetivo de criar ambientes de ensino e aprendizagem que favoreçam a postura crítica, a curiosidade, a observação e análise, a troca de idéias, de forma que o aluno possa ter autonomia no seu processo de aprendizagem, buscando e ampliando conhecimentos. Dispõe-se da tecnologia como instrumento capaz de aumentar a motivação dos alunos.
Não é possível acompanhar os rápidos progressos tecnológicos.Em geral eles surgem modificando apenas alguns elementos do funcionamento básico, introduzindo um recurso a mais, realizando com mais rapidez um tarefa. Por isso o que importa não é manter-se atualizado em relação à modernização
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dos equipamentos, mas aprender a relacionar-se com a tecnologia na vida moderna.
8.9- Concepção de trabalho:
Ação transformadora, dirigida por finalidade consciente, a partir da qual o homem produz sua própria existência, tendo em vista suas necessidades.
É pelo trabalho que os homens se relacionam na luta para transformar o mundo e dar sentido global à história.
No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e é nesta dimensão que esta posto a formação do homem.
8.10- Concepção de cidadania:
“Cidadania é um processo histórico-social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização, de elaboração, de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e de passar a ser povo,como sujeito histórico, plasmador de seu próprio destino”. (Boff(2000,p.51)
Segundo Martins, “a cidadania exige instituições, mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na definição de instituições permanentes para expressão política. A cidadania requer a consciência clara sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a escola que, como instituição para o ensino – educação formal- pode ser um lócus excelente para a construção da cidadania”.
Portanto, a educação como um dos principais instrumentos de formação da cidadania, deve ser entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo, sua inserção na sociedade.
8.11- Concepção de avaliação
A avaliação é a mediação entre o ensino do professor e as aprendizagens do aluno, é o fio da comunicação entre formas de ensinar e formas de aprender.
É preciso considerar que os alunos aprendem diferentemente porque têm histórias de vida diferentes, são sujeitos históricos, e isso condiciona sua relação com o mundo e influencia sua forma de aprender. Avaliar,então, é também buscar informações sobre o aluno, é conhecer o sujeito e seu jeito de aprender.
O professor não pode planejar e avaliar pensando em um aluno ideal, mas sim no contexto real da sala de aula.
Para conhecer o aluno real, se faz necessário uma avaliação diagnóstica, que dirá quem são esses indivíduos, qual é a sua perspectiva histórica e cognitiva no momento seguinte, o professor quer ver como o que ensinou contribuiu para modificar o aluno, não para dar nota, mas para verificar se atingiu os objetivos pretendidos, esta é a avaliação reguladora. Quer dizer, se o aluno não aprendeu os conceitos, procedimentos e atitudes que constam no planejamento, então o professor volta para regular seu trabalho, para pensar como atender melhor o aluno.
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A preocupação é conscientizá-lo do que aprendeu e da maneira pela qual está aprendendo, para que se auto-avalie e se auto-regule.
A avaliação somativa expressa a atuação em um período pedagógico previsto ( neste caso bimestralmente), para que o professor possa repensar sua prática e dar um parecer sobre o aluno, ou uma nota.
A avaliação diagnóstica, reguladora e somativa compõem uma perspectiva de avaliação formadora e emancipatória que busca acompanhar o processo de ensino, formulando interveções diferenciadas.
Portanto a avaliação deixa de ser seletiva para selecionar os melhores e passa a oferecer a cada um dos alunos a oportunidade de desenvolver, no maior grau possível, todas as suas capacidades individuais.
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DIREÇÃO
Atribuições
Horários
Responsável
Professor
Atribuições Horários
Responsável
CoordenaçãoPedagógica
Atribuições Horários
Responsável
Atribuições
Horário
Responsável
Atribuições
Horário
Responsável
Secretaria Serviços Gerais
Conselho Escolar
Grêmio Estudantil
APMF
Conselho Escolar
Bibliotecária
Atribuições
Horário
Responsável
Merendeira
Atribuições
Horário
Responsável
Atribuições
Horário
Responsável
Porteiro e Inspetor
Atribuições
Horário
Responsável
Zeladoria Coordenador Financeiro
Atribuições
Horário
Responsável
Laboratório de Informática
Atribuições
Horário
Responsável
Laboratório de Física, Química e Biologia
Atribuições
Horário
Responsável
9- ORGANOGRAMA DA ESCOLA
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10- PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA: ACESSO, PERMANÊNCIA, E QUALIDADE DO ENSINO APRENDIZAGEM
A gestão democrática numa escola é uma ação coletiva e integral visando uma educação de qualidade. A palavra gerir tem o sentido de produzir, criar, executar, administrar, governar, dirigir.
Significa ainda ter clareza com relação aos resultados que se quer alcançar e a partir daí planejar e mobilizar esforços e recursos, realizando auto-avaliação sistemática e as correções de rumo necessárias, na busca incessante da excelência.
É fundamental definir quais são os resultados (objetivos) que se pretende alcançar, estratégias metas e ações para ir em busca de tais resultados, estabelecendo ainda indicadores de desempenho, para acompanhar os progressos alcançados em relação aos resultados pretendidos.
A gestão democrática só será efetivada com a participação dos diferentes grupos que integram a comunidade escolar na definição de linhas de ação da escola. O envolvimento de pais e alunos no processo permitirá a construção de um processo de diálogo entre Estado e sociedade civil, na busca de condições para que todos sejam escolarizados com a mesma qualidade.
As principais decisões serão tomadas pelo conjunto de pessoas envolvidas no processo educativo e projetos pedagógicos capazes de articular o desempenho individual com o engajamento do coletivo dos educadores e educandos. Sendo assim a direção coordena as atividades, interligando as ações e compartilhando responsabilidades com alunos, professores, pais e funcionários, num processo contínuo de avaliação.
A escola enquanto formadora, deve dar ao educando condições para administrar as informações, de forma a ter comportamento adequado com a situação que se defronta, que seja capaz de decidir com autonomia, atuando como ser livre, fazendo sua história na própria história da sociedade da qual participa. Neste contexto a gestão escolar é responsável por todo o processo educacional, fazendo parte dela todas as pessoas efetivamente envolvidas com a escola.
O gestor escolar deve enfrentar com competência técnica e política todos os desafios sociais, sejam eles de ordem pedagógica, econômica, operacional e outros. Ele é antes de tudo, gestor de recursos humanos, para tanto, necessita conhecer cada um dos envolvidos no processo, procurando valorizar cada conquista e encorajar cada obstáculo enfrentado. Deve ainda manter comunicação com toda comunidade, formando uma rede de interação, numa constante troca de experiências.
As gestões públicas eficientes e eficazes devem ter um perfil claramente identificado pela equipe de trabalho e desenvolver um estilo de liderança que consiga alavancar resultados positivos no âmbito de sua atuação. Deve ainda solucionar problemas e articular saberes e competências dos membros da equipe em situações específicas para gerar as modificações necessárias.
Os princípios educacionais definidos pela Constituição foram discutidos e aprofundados por ocasião da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Essa lei alterou alguns pontos da legislação, como o estabelecimento do princípio da gestão democrática no sistema educacional e garantia de qualidade do ensino a todos os níveis.
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Contempla ainda a reorganização do sistema educacional, e por conseqüência da própria escola, com base nos pressupostos democráticos e na participação da sociedade civil, fortalecendo o caráter público do Estado e de suas instâncias.
Dessa forma, o sentido democrático empregado para qualificar a condução de um processo de gestão está intimamente ligado aos valores da sociedade, da cultura da escola e fundamentalmente, à concepção de cidadania do saber que se promove para este exercício de transformação da escola e da sociedade. Neste processo a gestão democrática está vinculada ao processo pedagógico-educativo mais amplo, a escola educa e forma o cidadão por suas relações políticas e pedagógicas.
No mundo complexo em que vivemos, educar é, mais do que nunca, uma construção feita coletivamente. É importante o estabelecimento e a manutenção de redes de conexões que privilegiam a ação coletiva através de acordos e parcerias e a participação de todos os segmentos da comunidade escolar no processo de tomada de decisões e o compromisso com uma aprendizagem de qualidade, como resposta aos interesses da sociedade.
Vivemos uma nova perspectiva no conceito de gestão frente aos desafios da inclusão, tendo em vista os problemas da evasão e repetência. Com isto evidencia-se a necessidade de adoção de políticas orientadoras de estratégias e mecanismos de gestão, capazes de confrontar os problemas em todas as suas manifestações e, superá-los.
A Gestão Democrática busca o equilíbrio de poderes e de participação dos segmentos no interior da escola em direção a uma nova prática de exercício do poder: a democracia participante; através dos órgãos colegiados e de apoio.
10.1- Conselho Escolar
Aos Conselhos Escolares cabe reforçar o Projeto Político Pedagógico da escola, como a própria expressão da organização educativa da unidade escolar, que deverá orientar-se pelo princípio democrático da participação.
Tem ainda a finalidade de assegurar a participação de educadores, funcionários, alunos e pais na gestão democrática escolar. O conselho tem funções de caráter consultivo, normativo, deliberativo e avaliativo das ações administrativas e pedagógicas, para promover o fortalecimento da autonomia pedagógica, administrativa, financeira nas unidades escolares.
O funcionamento do Conselho Escolar é regido por Estatuto próprio, no qual são definidos seus objetivos, sua natureza e os mecanismos e procedimentos que regulam seu funcionamento,
A atuação do Conselho deve contribuir com o trabalho do gestor escolar, legitimando suas decisões, colaborando na execução de algumas ações e monitorando os resultados alcançados.
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10.2- Associação de Pais, Mestre e funcionários
Associação civil, entidade de direito privado representativa de pais, professores e funcionários, vinculada à escola. É amparada pela constituição Federal/88. A Associação de Pais, Mestres e Funcionários têm autonomia para exercer direitos e contrair obrigações, com atribuições que variam conforme a realidade de cada escola. Entre estas atribuições destacam-se a integração da escola com a comunidade, administrando, de acordo com normas legais, os recursos provindos de subvenções sociais, doações e arrecadações. Tem ainda como foco contribuir para a elaboração e implementação da proposta Pedagógica da escola acompanhando os resultados obtidos e contribuindo para sua melhoria contínua
É através da Associação de Pais, Mestres e Funcionários, que a gestão dos recursos financeiros pode se tornar um processo efetivo de discussão e decisão democrática, uma vez que é através da associação que a maior parte dos recursos destinados à escola é movimentado, pois a aplicação desses recursos só pode ser feita depois de aprovado em assembléia geral.
10.3- Grêmio Estudantil
O grêmio Estudantil foi criado como entidade autônoma, independente da direção da escola, pela Lei nº 7398/95, com finalidades educacionais, culturais, desportistas e sociais. A atribuição mais importante do grêmio é a participação dos alunos na construção e consolidação da gestão democrática, além de ser um espaço de discussão; é defensor do aluno e promove a sua participação na política, na arte e na cultura.
Cabe ao Grêmio Estudantil ainda:
- Representar condignamente o corpo discente;- Defender os interesses individuais e coletivos dos alunos do Colégio;- Incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus membros;- Promover a cooperação entre administradores, funcionários, professores e alunos no trabalho escolar buscando seus aprimoramentos;- Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional com outras instituições de caráter educacional;- Lutar pela democracia permanente na escola, através do direitos de participação nos fóruns internos de deliberação da escola;
10.4- Capacitação Continuada de Educadores
A capacitação na escola será atendida por meio de “reuniões sistemáticas” e coletivas. Este mecanismo produzirá, além de estudos, troca de informações, reflexão sobre os problemas surgidos em sala de aula, tomadas de decisões em relação ao processo educativo.
Este trabalho será coordenado pelos professores pedagogos que através do seu acompanhamento no cotidiano levantarão um diagnóstico. O diagnóstico servirá,
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ainda, para identificar quais as dificuldades encontradas no trabalho, como eles aparecem, causas e possíveis encaminhamentos.
A capacitação sistemática também tem a função de alimentar a prática pedagógica, por meio da reflexão coletiva, apoiada em textos e/ou vídeos de cunho teórico, como forma de ajudar os profissionais a perceberem as relações entre educação e escola.
A teoria aliada à prática, além de fundamentar as novas idéias, ajudou ampliando o horizonte do grupo.
Para um trabalho mais complexo, pretende-se buscar parcerias em instituições de formação de profissionais (Universidades) acessores pedagógicos etc; conforme a necessidade e as condições do colégio.
É importante o registro das discussões e conclusão do grupo, porque apresentarão pistas para a continuidade do trabalho, formará o banco de memória dos encontros e servirá de material para a avaliação do mesmo.
“... Existe um tempo para melhorar; para se preparar e planejar, igualmente existe um tempo para partir para a ação. Porque um dia é preciso parar de sonhar, tirar os planos da gaveta e, de algum modo começar.”
(Amyr Klint)10.5- Trabalho Coletivo
Um dos grandes papéis da educação na atualidade é de efetivar-se enquanto instrumento fundamental de transformação da sociedade; isto é, a educação através de suas ações pode possibilitar a mudança das pessoas, dos grupos, da instituição onde está inserida. Dessa forma, não podemos conceber a educação como uma ação imobilizadora, muito pelo contrário, deve ser entendida em sua plena função mobilizadora, dinâmica, construtora de uma sociedade mais cidadã, em uma perspectiva de democratização de seus espaços.
A prática pedagógica é uma prática social, uma prática política, pois não se pode conceber a educação sem um vínculo sócio-histórico. A educação não pode ser compreendida fora de um contexto histórico-social concreto, sendo a prática social o ponto de partida e o ponto de chegada da ação pedagógica.
“A educação é uma prática humana direcionada por uma determinada concepção teórica. A prática pedagógica está articulada com uma pedagogia, que nada mais é que uma concepção filosófica da educação. Tal Concepção ordena os elementos que direcionam a prática educacional”.(LUCKESI, 1994, p.21).
A aprendizagem é um dos principais objetivos de toda prática pedagógica, e a compreensão ampla do que se entende por aprender é fundamental na construção de uma proposta de educação, também mais aberta e dinâmica, definindo, por consequência, práticas pedagógicas transformadoras.
O ato de aprender a aprender é, sem dúvida alguma, uma das principais funções do ato de ensinar, ou melhor, do ato de educar. A formação de uma pessoa mais autônoma, no processo de aprender, torna-a mais autônoma no processo de viver – de definir os rumos de sua vida. Mas, para que isso não se transforme em uma ação individualista, é fundamental tornar a prática pedagógica em uma prática ética, comprometida, coerente, ao mesmo tempo, consciente e competente.
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A ação educativa – evidenciada a partir de suas práticas – permite aos alunos darem saltos na aprendizagem e no desenvolvimento, é a ação sobre o que o aluno consegue fazer, com a ajuda do outro, para que consiga fazê-lo sozinho. Entretanto, é princípio de toda instituição de ensino (principalmente da escola) garantir a aprendizagem a todos, visto que todos são capazes de aprender.
O educador tem também função importante neste processo, pois as práticas pedagógicas devem permitir aos alunos não somente acessarem o conhecimento, mas também transformá-los, inová-los. O educador tem a função de mediador entre o conhecimento historicamente acumulado e o aluno. Ser mediador, no entanto, implica em também ter apropriado esse conhecimento.
Portanto, se deve pensar um novo professor, mediador do conhecimento, sensível e crítico, aprendiz permanente e organizador do trabalho na escola, um orientador, um cooperador, curioso e, sobretudo, um construtor de sentido.
Entende-se que não mais cabe uma educação na qual somente se pensa em uma onipotência do educador e da escola, mas é sempre preciso estar colocando em questão as práticas pedagógicas desenvolvidas por estes agentes da educação. A educação deve buscar novos parâmetros, novas perspectivas, e permitir-se inovar, transformar.
A escola, por sua vez, passa a ter uma nova função – ser espaço de otimização dos processos de aprendizagem e dos processos de construção de cidadãos. Cada sistema de educação é um meio político para manter ou para modificar a apropriação do discurso. O que é um sistema educacional senão a ritualização da palavra, a qualificação de alguns papéis fixos para interlocutores e a distribuição e a apropriação do discurso, com todas as suas aprendizagens e poderes.
A educação produz suas práticas em virtude do projeto de sociedade a que está vinculada. Portanto, para que as práticas pedagógicas garantam o desenvolvimento de pessoas capazes de aprender, cidadãs, solidárias, produtoras de conhecimento, a educação deverá ser um instrumento importante de uma sociedade que acredita nestas características.
Diante do exposto e partindo do ponto de vista político pedagógico enunciamos uma lista de características que em princípio aparecem como desejáveis e necessárias para se alcançar o objetivo do colégio e que vem de encontro com a filosofia da escola.
a) Uma instituição aberta que valoriza e considera os interesses, expectativas, e conhecimento dos jovens;
b) Uma escola que favorece e dá lugar ao protagonismo dos jovens e na qual os direitos da adolescência se expressam em instituições e práticas (de participação, expressão, comunicação, etc.) e não só se enunciam nos programas e conteúdos escolares.
c) Uma instituição que não se limita a ensinar, mas que se propõe a motivar, interessar, mobilizar e desenvolver conhecimentos significativos na vida das pessoas.
d) Uma instituição que se interessa pelos adolescentes e jovens como pessoas totais que se desempenham em diversos campos sociais (a família, o bairro, o esporte, etc.) e não só pelos alunos aprendizes de determinadas disciplinas.
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e) Uma instituição flexível em tempos, seqüências, metodologias, modelos de avaliação, sistemas de convivência, etc e que leva em conta a diversidade da condição adolescente e juvenil ( de gênero, cultura, social, étnica, religiosa, territorial, etc).
f) Uma instituição que forma pessoas e cidadãos e não “expertos”, ou seja, que desenvolve competências e conhecimentos transdisciplinares, úteis para a vida e não esquemas abstratos e conhecimentos que só tem valor na escola.
g) Uma instituição que atende a todas as dimensões do desenvolvimento humano: física, afetiva e cognitiva. Uma instituição na qual os jovens aprendem a aprender com prazer e que integra o desenvolvimento da sensibilidade, a ética, a identidade e o conhecimento técnico-racional.
h) Uma instituição que acompanha e facilita a construção de um projeto de vida para os jovens, onde fique caracterizado o compromisso, a abertura e a reciprocidade do mundo adulto para com os adolescentes e os jovens.
i) Uma instituição que desenvolve o sentido de pertinência e com a qual os jovens “se identificam”.
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11- O QUE A ESCOLA PRETENDE DO PONTO DE VISTA POLÍTICO PEDAGÓGICO
A escola que surgiu no início da colonização do Brasil com os padres Jesuítas, instituída com a intenção de repassar a ideologia do catolicismo, com o passar do tempo perde este caráter religioso e com idéias iluministas foram sendo introduzidas novas áreas de conhecimento pelo avanço da ciência.
A partir daí assumiu várias posições visando atender a classe dominante, aos interesses políticos, individuais, de classes.
A produção e difusão do conhecimento constituem o modo mais promissor para se obter subsídios capazes de operar mudanças norteadoras na vida social do indivíduo. São recursos que garantem à sociedade equilíbrio respondendo aos desafios mais emergentes da população.
A sociedade passa atualmente por profundas transformações sociais, econômicas, culturais, filosóficas, científicas, é a busca da auto-afirmação.
A realidade aponta novas demandas, novos saberes, novos caminhos. Com a disponibilidade crescente de leituras na Internet ou em bibliotecas virtuais, o computador está se tornando uma forma mais viável de acesso aos materiais impressos. Os livros são caros, as bibliotecas defasadas. Para os que podem o papel é o luxo do consumo, para os demais o acesso ao computador é a solução.
A escola nesta visão tem muitas dificuldades para dar conta dos diversos aspectos legais a ela destinados. Compromisso com a aprendizagem, programas sociais, falta de recurso, indisciplina, descomprometimento, falta de recursos pedagógicos, falta de funcionário, entre outros.
As vezes é preciso ser artista para cumprir as demandas do marcado, os sonhos, as cobranças institucionais, etc.
Cada vez mais nos deparamos com saberes desvinculados da realidade. A escola nesta perspectiva vem cumprindo funções inerentes a sua especificidade.
Observamos que a cada mudança política, a educação sofre essas influências.
Os processos históricos juntamente com os culturais passaram a contribuir para a universalização da educação sistemática.
A função da escola hoje é fazer com que o aluno, através dos conhecimentos adquiridos seja capaz de estar apto para exercer sua cidadania. Ser competente para o mundo do trabalho e lutar por melhorias da qualidade de vida. Deve orientar o aluno a ter objetivos e metas definidas para seu bem estar, físico, psicológico e mental. Enquanto espaço reservado para formação humana, deve proporcionar uma prática emancipadora de transformação social, atendendo às classes populares. Deve contribuir para o sujeito sair do senso comum construindo um conhecimento sistematizado, podendo atuar e interferir nessa sociedade de forma consciente, visando o bem comum. Deve visualizar alunos, que consigam pensar com autonomia e independência e sejam capazes de se importar com eles mesmos, com a comunidade, com o meio ambiente e com o planeta. Que saibam usar bem os recursos disponibilizados pela escola, adquirindo competências básicas de falar, escrever, ler, ouvir, raciocinar, interpretar. E mais importante ainda, que nossos alunos tenham prazer na busca por novos conhecimentos, que sejam capazes de sonhar com o futuro, através do imediato que sejam eles mesmos, antes de tudo.
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A escola deve ser um espaço aberto que possibilite a todos tomar parte na vida da Instituição, considerando os limites e a normas de forma clara e transparente.
A construção de um clima escolar democrático supõe estabelecer um conjunto de valores que delimitem e referenciem as práticas pedagógicas que, de acordo com esses valores definem a vida e o trabalho escolar. Esse conjunto de valores devem estar vinculados à liberdade, a autonomia, o desenvolvimento do espírito crítico, da iniciativa e da responsabilidade. Neste sentido alcançar uma disciplina não impositiva, resultante de acordos, que no fim seja reconhecida e desejada por cada um, através da participação e do diálogo.
Uma escola será democrática quando os seus valores e as suas práticas respeitarem os princípios democráticos, onde os alunos sejam protagonistas da própria educação. Onde exista ainda espaço de valorização da história da cultura de seu povo, sua identidade, seus direitos, garantindo que a cultura Afro-Brasileira não fique restrita aos negros, mas a todos os brasileiros, enquanto cidadãos atuantes numa sociedade multicultural e pluriétinica.
Nesta perspectiva a escola deve ampliar o currículo escolar para diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira. Incluindo ainda no contexto de suas atividades e estudos as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, descendentes de asiáticos, além das de raiz africana e européia.
É preciso ainda, garantir o acesso a inclusão e a permanência de todos que por interesse queiram fazer parte do sistema educacional. Quando colocamos garantir, queremos reforçar que não basta criar um sistema legal de matrícula como direito do cidadão, mas o acesso e a permanência deste aluno com sucesso no interior da escola. Direito esse garantido através de projetos diferenciados de atendimento aos alunos com dificuldades de aprendizagem. Proporcionar ainda ações conjuntas entre família, escola, comunidade buscando parcerias e propostas que reforcem o currículo escolar, voltado para a realidade emergente da sociedade local. É preciso ainda que conheçamos e reconheçamos cada caso, para tomarmos as medidas e as providências necessárias para solucioná-lo.
A escola mais que um espaço de semelhanças, faz a diferença quando assume suas diferenças, ter autonomia nesse sentido, é ser responsável, como parte e como todo, em uma relação.
A educação inclusiva veio tornar mais complexa a nossa vida, mais desafiadora nossa tarefa enquanto educadores. Vamos ter que pensar alguns conceitos, aprender a ouvir mais, rever as nossas expectativas como professores, as nossas formas de avaliar, de aprovar, de reprovar.
É importante assumirmos o preconceito, nosso medo, nossa resistência, nossa dificuldade, a nossa impotência, porque só assim vamos poder, pouco a pouco, assumir, uma formação que promova a educação inclusiva.
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12- REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
O projeto educativo compreende um instrumento de transformação da escola na medida em que expressa o compromisso do grupo com uma caminhada definida em conjunto. Nesse sentido destaca como finalidades do projeto educativo:
- Aglutinar pessoas em torno de uma causa comum;- Ser um canal de participação efetiva- Dar um referencial de conjunto para a caminhada- Ajudar a conquistar e consolidar a autonomia da escola.- Ser um instrumento de transformação da realidade.- Colaborar na formação dos participantes.Um dos grandes papéis da educação na atualidade é de efetivar-se enquanto
instrumento fundamental de transformação da sociedade; isto é, a educação através de suas ações pode possibilitar a mudança das pessoas, dos grupos, das instituições onde está inserida. Dessa forma, não podemos conceber a educação como uma ação imobilizadora, muito pelo contrário, deve ser entendida em sua plena função mobilizadora, dinâmica, construtora de uma sociedade mais cidadã, em uma perspectiva de democratização de seus espaços.
A prática pedagógica é uma prática social, uma prática política, pois não se pode conceber a educação sem um vínculo sócio-histórico. Segundo ARANHA 1996) a educação não pode ser compreendida fora de um contexto histórico-social concreto, sendo a prática social o ponto de partida e o ponto de chegada da ação pedagógica.
O ato de aprender a aprender é, sem dúvida alguma, uma das principais funções do ato de ensinar, ou melhor, do ato de educar. A construção de uma pessoa mais autônoma, no processo de aprender, torna-a mais autônoma no processo de viver – de definir os rumos de sua vida. Mas, para que isso não se transforme em uma ação individualista, é fundamental tornar a prática pedagógica em uma prática ética, comprometida, coerente, ao mesmo tempo, consciente e competente.
A ação educativa – evidenciada a partir de suas práticas- permite aos alunos darem saltos na aprendizagem e no desenvolvimento, é a ação sobre o que o aluno consegue fazer, com a ajuda do outro, para que consiga fazê-lo sozinho. Entretanto, é princípio de toda instituição de ensino (principalmente da escola) garantir a aprendizagem a todos, visto que todos são capazes de aprender.
O educador tem também função importante no processo, pois as práticas pedagógicas devem permitir aos alunos não somente acessarem o conhecimento, mas também transformá-lo, inová-lo. O educador tem a função de mediador entre o conhecimento historicamente acumulado e o aluno. Ser mediador, no entanto, implica em também ter apropriado esse conhecimento.
Portanto devemos pensar num novo professor, mediador do conhecimento, sensível e crítico, aprendiz permanente e organizador do trabalho na escola, um orientador, um cooperador, curioso e, sobretudo, um construtor de sentido.
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“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. É preciso que, pelo contrário, desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. Não há docência sem discência, as duas explicam-se e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem á condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
O trabalho pedagógico como princípio educativo deve ser essencialmente cooperativo. Todas as atividades, coletivas e/ou individuais, devem ser organizadas como plano de trabalho para não perder o caráter de coisa comum. O professor deve ser gerenciador das atividades e o intermediário das relações, garantindo as condições de trabalho, informando, sugerindo e estimulando o aprendizado.
Os princípios que devem nortear o trabalho pedagógico são: a confiança e o respeito mútuo entre os seres humanos; a necessidade de um escola aberta e flexível; a livre expressão; o cooperativismo; a coletividade; o trabalho enquanto agente central do processo educativo e formador.
O trabalho pedagógico deve ainda possuir instrumentos que pode auxiliar na busca incessante por uma educação que recupera e reforça, no homem, o que ele tem de melhor: sua criatividade, sua autonomia, sua condição histórica de sujeito e não de objeto a ser modelado.
Há ainda que atentar para o fato de que toda educação é direcionada para uma realidade especifica, e é partir das peculiaridades, cultural e social, de cada realidade, que as teorias do conhecimento e da aprendizagem devem ser pensadas no âmbito da prática escolar. É um erro pensar a educação descolada da vida cotidiana e imediata dos indivíduos, de seus limites e de suas possibilidades.
Uma educação, de fato, transformadora caminha no sentido de promover o respeito pela diferença, de estimular a riqueza da diversidade.
O educador lida com a arte de educar. O instrumento de sua arte é a pedagogia. Ciência da educação, do ensinar. É no seu ensinar que se dá seu aprendizado de artista. Toda pedagogia sedimenta-se num método. Maneira de ordenar, organizar com disciplina, a ação pedagógica segundo certos pressupostos teóricos. Toda pedagogia está sempre engajada a uma concepção de sociedade, política. É neste sentido que, nesta concepção de educação, este educador faz arte, ciência e política. Faz política, quando alicerça seu fazer pedagógico a favor ou contra uma classe social determinada. Faz ciência, quando apoiado no método de investigação científica estrutura sua ação pedagógica. Faz arte, porque cotidianamente enfrenta-se com o processo de criação na sua prática educativa, em que, no dia-a-dia, lida com o imaginário e o inusitado. A ação criadora envolve o estruturar, dar forma significativa ao conhecimento. Toda ação criadora consiste em transpor certas possibilidades latentes para o campo do possível, do real.
É um grande desafio para a educação e seus agentes repensar e resignificar suas práticas pedagógicas, assim como sua proposta político-pedagógica. Para tanto, a formação dos educadores precisa ser potencializada para fomentar o desenvolver das competência no processo de ensino-aprendizagem; ou seja, para potencializar as competências dos alunos, o professor precisa, antes, ter suas próprias competências potencializadas. Rever algumas práticas e ampliar as
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competências em diversas outras áreas do processo educativo é fundamental para atingir-se uma ampla formação educacional.
Ao nos propormos trabalhar com educação, temos por princípio nossas intenções e as intenções do projeto ao qual estamos vinculados (intencionalidades); temos, de algum modo explícito, o público com o qual vamos trabalhar (sujeitos); temos, consciente ou inconscientemente, vínculo com uma proposta de educação e, por consequência, uma proposta de sociedade, expressa muitas vezes pelos objetivos ou pelas justificativas.
O professor ao desenvolver suas ações pedagógicas deve aprender a aprender, pois, ao ensinar, também se aprende, coloca em debate seu conhecimento. O professor não é onipresente, oniscente, muito menos, onipotente e, sim, é mais um aprendiz no processo da educação. Não podemos, contudo, pensar que não existem diferenças entre os diversos agentes envolvidos no processo pedagógico, pois o professor tem suas funções e os educandos as suas, mas ambos podem aprender ensinando e ensinar aprendendo.
Dessa forma, é interessante percebermos que a educação não é algo estático. A educação é dinâmica e, como a vida, é um permanente processo em movimento, em transformação. Assim, a educação não pode ser vista como espaço de sofrimento, de pura disciplina, de autoritarismo, pelo contrário, a educação, na medida do possível, deve ser espaço de prazer, de desenvolvimento, de alegria. A ação pedagógica deve expressar uma ação amorosa.
12.1 O Papel do Diretor
- Coordenar a elaboração e atualização do regimento escolar e a utilização deste como instrumento de suporte pedagógico.
- Participar do processo de escolha de representantes de turmas (aluno, professor);- Participar da elaboração, execução, acompanhamento e avaliação de projetos, planos, programas e outros objetivando o atendimento e acompanhamento dos aluno, nos aspectos que se referem ao processo ensino-aprendizagem.- Participar junto com os professores da sistematização e divulgação dos informações sobre o aluno para conhecimento dos pais, e em conjunto discutir os possíveis encaminhamentos.- Participar junto a coordenação pedagógica e professores, do processo de identificação, de análise dos causa e acompanhamento dos alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem, visando o redimensionamento da ação pedagógica.- Coordenar, atualizar, organizar e socializar a legislação de ensino e de administração de pessoal da unidade escolar.- Coordenar junto com a equipe administrativa, a organização, atualização e trâmite legal dos documentos recebidos e expelidos pela unidade escolar.- Desenvolver o trabalho administrativo e pedagógico escolar considerando a ética profissional, sendo o articulador da proposta pedagógica.- Contribuir para o acesso e permanência dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola, intervindo como mediador das condições
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necessárias a organização escolar e qualificação do processo ensino- aprendizagem, através da composição, caracterização e acompanhamento das turmas, do horário escolar, listas de materiais, atividades extra classes e de outras questões curriculares.- Divulgar aos pais e comunidade os resultados das ações educacionais voltada para a aprendizagem dos alunos.- Adoção de mecanismos de monitoramento e proposição de planos de melhoria da escola e sua gestão.- Promoção de práticas de valorização e reconhecimento do trabalho dos
professores e funcionários, no sentido de reforçar ações voltadas para melhoria da qualidade do ensino.
- Mediar conflitos e favorecer a organização dos segmentos escolares, em clima de compromisso ético e solidário.- Propiciar momentos de discussão organizados, com pauta definida, com tempo e espaço para que todos participem.- Definir problemas e identificar soluções, levando em consideração a opinião de todos.- Ressaltar as funções educativas de todos os funcionários.- Providenciar condições materiais e estruturais para que todos possam realizar seu trabalho.
12.2- O Papel da Secretaria e Auxiliares
- Prestar serviço ágil e atualizado de documentação, escrituração e informação escolar, devidamente, organizando registros, documentação dos alunos, estatísticas, legislação e outros.
- Recepção ao público, atendimento e encaminhamento aos departamentos solicitados.
1-Atendimento:. Aos professores, funcionários, alunos e pais.. telefônico e localização de pessoas;. comunicação interna;. Na ausência da direção a secretária(o) responde pela escola.
2- Endereços:- Manter enderços e telefones de professores, funcionários e alunos
atualizados.
3- Reorganização:- Manter o arquivo morto organizado.
4- Livro Ponto:- Organização- Controle diário.
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5- Documentos e correspondências:- Supervisionar o expediente a ser submetido ao despacho da direção;- Redigir e expedir correspondências(solicitação, agradecimentos, atas de
reuniões e conselhos de classes);- Controlar a documentação oficial do colégio.
6- Infra-Estrutura:- Controle de bens patrimoniais;- Organizar controle de chaves;- Solicitar a todos os setores materiais necessários pra a compra;- Disponibilizar a infra-estrutura necessária para a viabilização de projetos e
eventos desenvolvidos na escola;- Acompanhar os serviços e reformas mantendo a direção informada.- Manter o professor informado sobre a movimentação dos alunos
(desistentes, transferidos)
12.3- Papel da Bibliotecária
- Atender o público em geral ( alunos, professores, e funcionários);- Catalogar e classificar os livros;- Restaurar livros e mapas quando danificados;- Auxiliar nas pesquisas e consultas nos livros e na Internet.- Controlar a entrada e saída de livros cobrando os retardatários na
devolução de livros.- Conscientizar os alunos da aplicação de multa mediante atrasos, perdas ou danos de livros.
12.4- Coordenador Financeiro
- Buscar formas alternativas para obter recursos, espaços e materiais complementares para a melhoria da realização do projeto pedagógico;- Planejamento, acompanhamento e avaliação da execução dos recursos financeiros da escola, levando em conta as necessidades do projeto pedagógico, os princípios da gestão pública e a prestação de contas à comunidade.- Coordenar e promover ações que favoreçam a conservação, higiene, limpeza, manutenção e preservação do patrimônio escolar – instalações, equipamentos e materiais pedagógicos.- Aplicar e administrar as verbas escolares em concordância com a Direção e em articulação com o Conselho Deliberativo Escolar, APMF, conforme o caso.- Administrar os recursos financeiro, destinando-os a prioridades eleitas pelo Conselho Deliberativo Escolar.
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12.5 – Papel do Professor Pedagogo
Começamos definindo a função pedagógica como a articuladora do Projeto Político Pedagógico, que organiza a reflexão, a participação e os meios para que a escola possa cumprir sua tarefa de propiciar que todos os alunos aprendam e se desenvolvam como seres humanos plenos, partindo do pressuposto que todos tem direito e são capazes de aprender. O professor pedagogo em princípio assume então esse papel de educador mais experiente, o ponto de referência do processo pedagógico.
A tarefa é essencialmente pedagógica. Há necessidade do especialista em refletir sobre o trabalho em sala de aula. Estudar muito e usar as teorias para fundamentar o fazer e o pensar dos docentes. Elencar os pontos considerados fundamentais e assumir o que é relevante estipulado pelos coordenadores da escola..
- Ajudar a elaborar a proposta pedagógica da escola e garantir que ela seja posta em prática. - Procurar estar junto com o professor, discutindo com eles os problemas e buscando soluções, conhecendo bem os alunos.- Buscar meios de auxiliar o professor e tornar sua tarefa menos árdua.- Trabalhar em cima da idéia de processo de transformação, acolhendo o professor em suas angústias e ajudando-o a perceber suas contradições (e não acobertá-las).- Ajudar a produzir as mudanças necessárias.- Acompanhar e desenvolver nas horas-atividades uma prática de
colaboração, oferecendo suporte didático metodológico; ao professor - Orientar como devem ser os registros no livro de chamada e verifica-se os
objetivos a que se propuseram estão sendo alcançados.- Acompanhar o processo Ensino aprendizagem subsidiando o professor no
planejamento da ação pedagógica.- Buscar em todos os segmentos escolares as soluções indicadas para os
problemas apresentados.- Responder pela formação dos docentes, organizando encontros,
proporcionando momentos de reflexão e estudando temas pedagógicos e das áreas do saber para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes e elevar a motivação e a auto estima dos professores.
- Planejar, executar e avaliar os desdobramento e encaminhamentos de forma permanente: Conselhos de Classe, Reuniões Pedagógicas, Reunião de pais, Reuniões de planejamento, Grupos de Estudos e Projetos.
- Acompanhar através das notas e das queixas o rendimento dos alunos que apresentam defasagens na aprendizagem e faltas constantes, objetivando atendimento ou encaminhamentos que se fizerem necessários.
- Orientar pedagogicamente pais, alunos, educadores e demais funcionários da instituição.
- Fazer ainda o atendimento aos pais e ajudar a resolver problemas de disciplina dos estudantes.
- Realizar pesquisas, diagnósticos e estudos emitindo pareceres de informações técnicas e pedagógicas para a área de Ensino no NRE.
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- Participar de reuniões e jornada pedagógica e outros, buscando a fundamentação, atualizando e redimensionando a ação do pedagogo.
- É responsável pelas retificações ou modificações nos trabalhos sempre que necessários. Ressaltando méritos e tentando recuperar deficiências.
- Desenvolver o trabalho educacional considerando a ética profissional.
“Por tudo isso, o Professor Pedagogo (coordenador pedagógico) só vai desempenhar bem a sua função se for um líder e tiver apoio da direção em suas ações e reivindicações, como infra-estrutura de trabalho e tempo de estudo para todos os professores”.
(Revista Nova Escola, Maio 2003)
12.5.1 – Organização da hora/atividade no horário escolar
Corresponde as horas remuneradas para que os professores com regência de classe realizem atividades complementares ao processo pedagógico fora dos horários de aula.
A hora atividade faz parte da organização e distribuição de aulas realizada no início do ano letivo. Pretende ser um instrumento de planejamento a mais de que dispõe o professor para organizar suas aulas e seu trabalho efetivo, comprometido com a qualidade e o desenvolvimento do aluno.
A Equipe Pedagógica gerencia esse espaço de tempo obedecendo o critério de organização e distribuição de aulas e seu turno de funcionamento. Objetivando efetivar a proposta pedagógica para o ano letivo de 2006, pretendemos distribuir e organizar a hora atividade por disciplina, respeitando o número de professores e as melhores possibilidades de agrupá-las por área e turno.
Reconhecemos ainda, a grande dificuldade para que isso aconteça de maneira satisfatória, atendendo as necessidades do professor, devido a carga horária atribuída a múltiplas escola.
Para hora-atividade esta é insuficiente para o planejamento de uma boa aula.
“ Sabedoria não é ter, é saber onde encontrar.”
12.6 – Papel dos Auxiliares de Serviços Gerais
Os Auxiliares de Serviços Gerais compreende os serviços de manutenção, preservação, segurança e merenda escolar do estabelecimento de ensino, sendo coordenado e supervisionado pela Direção.
Cabe a Servente:- Proceder à abertura e fechamento do prédio, no horário regulamentar
fixado pelo Diretor;- Manter sob sua guarda as chaves do prédio e de todas as suas
dependências;- Controlar o acesso e saída de pessoas e matériaiss e manter a vigilância
do prédio e de suas dependências;
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- Efetuar a limpeza e zelar pela conservação dos móveis e equipamentos do estabelecimento;
- Requisitar materiais de limpeza e, quando for o caso, e controlar o seu consumo;
- Efetuar a limpeza interna e externa do prédio;- Zelar pela conservação e asseio do edifício, instalações, móveis e
utensílios.- Executar outras tarefas relacionadas com sua área de atuação que forem
determinadas pela Direção da Escola;
Cabe à Merendeira:- Preparar e servir a merenda escolar, controlando-a quantitativa e
qualitativamente;- Informar ao diretor do estabelecimento de ensino da necessidade de
reposição do estoque;- Conservar o local de preparação de merenda em boas condições de
trabalho, procedendo a limpeza e arrumação;- Efetuar tarefas correlatas à sua função.
12.7 – Papel do Professor
Nesse projeto educativo, considerando todos os aspectos é preciso pensar também sobre o papel do professor, pois, para superar os limites dessa escola, será necessário investir continuamente na sua formação, retomando e repensando o seu papel diante dessa escola cidadã. Nela não caberá um professor conteudista, tecnicista, preocupado somente com provas e notas, mas, sim um professor mais humano, ético, estético, justo, solidário que se preocupe com a aprendizagem e a qualidade do que é ensinado.
É preciso um profissional com competência, tanto política quanto técnica, que conheça e domine os conteúdos escolares e os atitudinais, saiba trabalhar em sala de aula utilizando uma metodologia dialética, que tenha compromisso político, social, seja pesquisador, um eterno aprendiz e estudioso, tenha uma prática coerente com a teoria, seja consciente do seu papel como cidadão. Um verdadeiro mediador entre sujeito e o objeto do conhecimento, trabalhando de forma que, a partir dos conteúdos, dos conhecimentos apropriados pelos alunos, eles possam compreender a realidade, atuar na sociedade em que vivem e transformá-la.
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13- PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO
EIXO NORTEADOR
ENVOLVIDOS OBJETIVOS AÇÃO CRONOGRAMA
GESTÃO
DEMOCRÁTICA
DIREÇÃO
CONSELHOESCOLAR
PROFESSORES
ALUNOSE
FUNCIONÁRIOS
- Legitimar as ações do gestor escolar- Colaborar na tomada de decisões;- Legitimar a proposta pedagógica;- Acompanhar os resultados obtidos pela escola;- Cuidar para que seja respeitado os direitos e deveres dos educandos, professores e funcionários;
- Planejamento e divulgação para toda comunidade escolar dos objetivos, metas e indicadores dos resultados da escola para o ano letivo que se inicia;- Estabelecimento das formas de acompanhamento dos resultados;- Projeto e parcerias com a comunidade, através de voluntariado;
- Início do ano letivo.- Através de reuniões mensais.-Durante o ano letivo.
GESTÃODEMOCRÁTICA
CONSELHODE
CLASSE
-Direção- Professores- Alunos
- Melhoria na qualidade pedagógica do processo educacional da escola.- Refletir através da avaliação coletiva os resultados que a escola vem alcançando.- Definir as ações para melhoria dos resultados.- Estabelecer intervenções pedagógicas para a melhoria da prática cotidiana.
- Levantamento de dados;- avaliação dos resultados;- Intervenções pedagógicas;-Avaliação do processo ensino/aprendizagem;- Auto avaliação
-Durante o ano letivo estabelecido no calendário escolar, e sempre que se fizer necessário.
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GESTÃO
DEMOCRÁTICA
- Direção -Alunos representantes de turmas;- Professores;- Equipe Pedagógica.
- Estabelecer através da liderança de turmas uma relação efetiva entre as instâncias escolares.- Criar um espaço para discussão acompanhamento dos progressos e dificuldades encontradas em sala de aula.- Participar de maneira criativa e responsável das ações da escola.
- Palestras para preparar os alunos sobre o conceito de liderança e representatividade;
- eleição democrática para escolha dos representantes de turmas;
- Preparação e elaboração de um plano de ação para os líderes de turma.
- Durante o ano letivo.
GESTÃODEMOCRÁTICA
- Direção- Grêmio Estudantil- Alunos- Professores- Funcionário
- Incentivar as ações desenvolvidas pelo Grêmio Estudantil através do seu Plano de Ação;- Estabelecer parcerias juntamente com o grêmio para a implementação da Proposta Pedagógica da Escola;-Mobilizar o Grêmio Estudantil e todos os alunos para o Protagonismo Juvenil, assumindo uma postura mais participativa na sociedade com suas ações
- Mostra cultural e Pedagógica;- Projetos de Ação Jovem e cidadania;- Ampliação da sala de xadrez;- Monitoria aos alunos com dificuldades em algumas disciplinas;- Gincana cultural e Pedagógica;- Atividades festivas e resgates culturais;- Criação do Jornal da escola;- Premiação aos alunos destaques do ano;- Participação dos alunos na construção e consolidação da Gestão democrática;
- Em reuniões mensais- Durante o ano letivo;
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GESTÃO
DEMOCRÁTICA
- Direção- APMF- Professores- Funcionários
- Contribuir para elaboração e implementação da Proposta Pedagógica;- Apoiar as ações da escola;- Acompanhar os resultados obtidos pela escola;- Contribuir para gestão dos recursos financeiros;- Promover campanhas e promoção;- Colaborar para a integração da família/escola;- Representar os interesses da comunidade e dos pais;- Promover o entrosamento entre pais, professores e alunos.- Contribuir para melhoria e conservação das instalações e equipamentos;- Receber e gerenciar recursos recebidos;
- Reuniões para discussão, apresentação e acompanhamento dos resultados escolares;
- Atividades festivas e resgates culturais, através de festivais e quermesse;
- Reforma dos banheiros;
- Estruturação das salas ambientes, com material de apoio para cada disciplina/série;
- Torneios desportivos;
- Promoção – jantar dançante.
- Em reuniões durante o ano letivo, sempre que se fizer necessário;
GESTÃO DEMOCRÁTICA
- Direção- Equipe Pedagógica- Pais- professores- Funcionários
- Discutir, colabora e decidir sobre as ações para acompanhamento dos alunos e Integração família e escola;- Colaborar nas tomadas de decisões;- Acompanhar o progresso do filho na escola;- Fortalecer o relacionamento escola, comunidade;- Conhecer as intervenções pedagógicas utilizadas pela escola para proporcionar o sucesso do ensino- aprendizagem do aluno;
- Reuniões periódicas;- Visitas as famílias;- Divulgação para as famílias dos trabalhos realizados pelos alunos nas Gincanas Culturais e Pedagógicas e Mostra Cultural e Pedagógica;- Torneios desportivas;- Festas, festivais e quermesses.- Projetos e Parcerias.
- Durante o ano letivo;
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PROPOSTA PEDAGÓGICA
- Direção- Equipe Pedagógica - Professores
- estabelecer o propósito central que norteia a existência da escola, sua função, participação e efetivação na sociedade.- Construir através da Proposta Pedagógica a Identidade da escola;- Conhecer os princípios norteadores de cada área do conhecimento;- Refletir sobre a sistemática da avaliação, práticas, concepções e critérios.- Garantir o ensino aprendizagem através da recuperação paralela.
- Leitura, reflexão e discussão coletiva da LDB, Instruções e resoluções afins;- Salas ambientes.- Acompanhamento pedagógico considerando a diversidade sócio-cultural dos educandos.- Monitoria em parceria com os alunos.
- Durante o ano letivo.
FORMAÇÃO CONTINUADA
- Direção- Equipe Pedagógica- Professores-Pais- Funcionários
- Oportunizar a todos o aperfeiçoamento profissional, através de capacitação contínua.
- Reuniões Pedagógicas- Grupos de Estudos- Seminários em parcerias com as Universidades;- Palestras;- Oficinas;
- Durante o anos letivo;
QUALIFICAÇÃODOS EQUIPAMENTOS
E ESPAÇOSFÍSICOS
- Direção;- APMF;- Conselho Escolar;- Professores;- Funcionários;-Grêmio Estudantil;
- Proporcionar um ambiente físico que contribua para a educação e a formação dos alunos;- Garantir o funcionamento eficaz e harmônico dos diversos processos de apoio;- Administrar os recursos de forma planejada, visando a racionalização das atividades e a qualidade dos resultados;- Identificar os principais pontos a serem melhorados visando a qualidade do resultado pedagógico.
- Equipar as salas ambientes com matérias didáticos pedagógicos;- Convênio e parcerias para aquisição de livros e revistas para a biblioteca;- Ampliação da sala de Xadrez;- Reforma dos banheiros.- Construção de um espaço para o teatro ao ar livre;- Planejamento e construção da quadra de vôlei de areia;- Ampliação do laboratório de Informática;
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14- PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA
EIXO NORTEADOR
ENVOLVIDOS OBJETIVOS AÇÃO CRONOGRAMA
A P C E O DM AP GA ÓN G
H I A C M O E N T O
PROFESSORES
1- Acompanhar o Processo de Ensino-Aprendizagem subsidiando o professor no planejamento da ação pedagógica
- Encontros para Planejamento e organização do ano letivo.- Elaboração do contrato Pedagógico, estabelecendo regras de parceria e convívio ético par o ano que se inicia.
Fevereiro
e julho
2- Fortalecer o professor organizando encontros de formação continuada, para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, bem como para elevar a motivação e auto estima do grupo
- Encontros para levantamento de necessidades, proporcionando momentos de estudo reflexão e troca de experiências.
Um encontro por bimestre
3- Localizar práticas novas já presentes na realidade dos professores, para o grupo perceber que é possível, que funciona.
- Momentos para troca de experiências. Planejamento coletivo nas horas atividade.
Um encontro em março e outro em
julho.
4- Acompanhar e desenvolver nas horas atividades uma prática de estudo e colaboração.
- Organizando um espaço e horários o mais coletivo possível para estar dialogando com os professores.
Semanalmente
5- Verificar os registros nos livros de chamada
- Analisando periodicamente os objetivos a que se propuseram estão sendo alcançados No final do
bimestre6- Planejar, executar, avaliar os desdobramentos e encaminhamentos, de forma permanente dos conselhos de classe, das reuniões pedagógicas, reunião de pais, de planejamento, Projetos, Fóruns etc.
-Reuniões e Conselho de classe(Organizando a dinâmica para que aconteça de forma democrática e participativa)
No final de cada Bimestre
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7- Estar atualizado com pesquisas e Bibliografias para orientar professores na busca de soluções.
- Através de leituras, pesquisas e visitas a outras escolas para apreciação de práticas inovadoras
Sem definição de datas ou seja
durante o ano letivo8- Realizar pesquisas e estudo emitindo pareceres e informações técnicas para à área de ensino
- Fazendo e enviando relatórios para a área de ensino do NRE Quando necessário
EIXO NORTEADOR ENVOLVID-OS OBJETIVOS AÇÃO CRONOGRAMA
A PC EO D
M A P G A Ó N G H I A C M O E N T O
ALUNOS
- Construir e divulgar o regulamento interno, despertando no educando a consciência da liberdade, o respeito pelas diferenças individuais, o sentimento de responsabilidade
- Visita nas turmas para apresentação da Função do Orientador e Supervisor e das situações que necessitam de regras para a harmonia do grupo no Colégio.- Levantamento de sugestões dos alunos.
Primeira semana de aula
- Escolher por turma um aluno que represente e coordene o grupo
- Apresentando o papel do Líder;- Fazendo a escolha através do voto.- Reunindo os escolhidos para
conscientização das funções.Março
3- Planejar momentos para palestras sobre assuntos sugeridos na própria turma.
- Convidando profissionais habilitados e organizando um cronograma de palestras.
Datas a definir.
4- Promover o bom relacionamento e cumprimento do Regimento Interno.
- Aconselhamento buscando sempre a harmonia.
Durante todo ano letivo
5- Identificar conflitos orientando alunos com problemas de ajustamento no grupo.
- Registro de ocorrências mais graves.
- Comunicando os responsáveis.Durante todo ano letivo
6-Assistir o aluno na análise de seu desempenho escolar e no desenvolvimento de atitudes responsáveis em relação ao estudo.- Intervir com ações pedagógicas àqueles que apresentam faltas constantes e dificuldades de aprendizagem.
- Organizando momentos de entrevistas individuais e entrega dos boletins.
- Através de grupos de estudo em contra-turno com monitoramento dos próprios colegas – voluntários.
-No final do bimestre – sempre que necessário.- 2 vezes por semana cada disciplina.
7- Fazer diagnóstico nas turmas, coletando informações e sugestões sobre a dinâmica escolar de cada disciplina bem como a sua participação.
- aplicação de questionários, coletando dados para uma possível participação nos conselhos de classe.
Trimestral3 a 4 vezes no ano.
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A PC EO D
M AP GA ÓN G
H I A C M O E N T O
ALUNOS
8- Incentivar e acessorar todas as iniciativas de Projetos e melhorias;
- Através de apoio e coordenação de projetos como – Agenda 21(meio ambiente, Oficinas de dança, teatro, etc.
- Durante o período letivo.
9- Previnir, conscientizando o aluno e a família da importância de não interromper seus estudos
- Fazendo um trabalho de prevenção junto com os professores e responsáveis de salsa para que não haja desistentes.- Projetos criativos como: “Nenhum a menos”. Premiando a sala que terminar sem nenhum caso de evasão.
Durante todo o período letivo
10- Acompanhar o fluxo de evasão de alunos matriculados checando as justificativas para desistência.
- Observação de freqüência;- através de entrevistas para justificarem as causa de evasão;
- Durante todo o período letivo.
11- Dar acessoramento a todos alunos egressos;
Reintegrando na turma através do diálogo, e acompanhamento das suas reais necessidades.
- Durante todo o período letivo.
12- Validar casos de alunos com justificativas para realizar 2ª chamada.
-Recebendo, divulgando e arquivando atestados.
- Durante todo o ano letivo.
A PC EO DM AP GA Ó N GH IA CM O
E N T O
P A R L O U F N E O S S S O R E S
1- Oportunizar apresentação à comunidade e aos familiares o que estão explorando e aprendendo em determinadas áreas específicas do conhecimento
- Promovendo e acessorando:. Mostras pedagógicas;. Seminários;. Fóruns;. Apresentações culturais e gincanas;. Participação na Feira com Ciência, Fera e demais eventos.
Durante o transcorrer do ano.
- Dialogar com os pais para que juntos busquemos as melhores medidas educacionais, cultivam a participação produtiva da família na escola
- Reuniões- Palestras
- Entrevistas individuais
- Bimestralmente.- 3 vezes ao ano (data a definir)- Sempre que necessário.
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A PC EO DM AP GA ÓN GH IA CM O
E N T O
FAMILIAR
- Eventos de confraternização (gincana, sessão de filme etc.)
- Datas a definir.
A PC EO DM AP GA ÓN G
H I A C M O E N T O
DIREÇÃO
EQUIPEPEDAGÓGICA
-Avaliar e intervir no processo educativo
- Reunir-se a cada 15 dias para organizar a escola, planejar ações, verificar o que está dando certo e o que esta tendo dificuldade, que mudanças podem ser feitas.
PeriodicamenteA cada 15 dias.
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15- PLANO DE AÇÃO DOCENTE
Este Plano consiste na especificação dos procedimentos que serão usados para o estudo dos conteúdos. Para isso poderemos adotar um quadro seguindo critérios: Explicitar, para cada unidade de conteúdo, as atividades e os processos mais adequados para desenvolver a aula; ou fazer uma previsão geral de todas as estratégias de ensino-aprendizagem, considerando o que se lhe quer ensinar.
Objetivo Conteúdo Ações “Estratégias”
Recursos Avaliações
16- RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAR SEU PROJETO
O Colégio hoje possui mecanismos comuns existentes nas várias escolas públicas do Estado. Queremos com isso mostrar nossa prática voltada para uma política que garanta a princípio a qualidade, nos comprometendo com ações que envolvem o Grêmio estudantil e a APMF na geração de recursos financeiros para manter as despesas da escola.
A cantina escolar contribui com uma parcela da arrecadação e sua exploração é feita pela APMF, sob a supervisão da direção e do Conselho Escolar, respeitando às normas sanitárias. Os recursos obtidos com sua operação são revertidos em benefício dos alunos.
Outra fonte que gera recursos para a escola são as promoções feitas duas vezes ao ano. Uma em forma de arrecadação de recursos é o baile dos estudantes, com o objetivo de recepcionar os alunos no começo do ano letivo, e a realiação de um desfile para leger a garote e o garoto CEPAV. Este evento será realizado um vez ao ano.
Outra forma de angariar fundos financeiros é a realização do bingo feito através da Gincana Cultural, também realizado uma vez ao ano. Toda renda é revertida em prol de benfeitorias que beneficiam o ambiente escolar e aluno.
Todo o dinheiro arrecadado para ser gasto é submetido a análise dos membros da APMF e no disposto do seu Estatuto, bem como o do Conselho Escolar e seus representantes.
É respeitado sempre o princípio da qualidade do ensino para investir as verbas arrecadadas. Com isso pode-se realizar os reparos mais urgentes, corte de grama poda de árvores, substituição de alguns utensílios e outros. Fazemos ainda as confraternizações do final do ano, dia dos professores, dia dos estudantes, páscoa, visando manter a união de professores, alunos, pais, instâncias colegiados através dos recursos oriundos dessas promoções.
Contamos ainda com a ajuda da Prefeitura Municipal que colabora com a escola fornecendo trator para o corte de grama no terreno da quadra, bem como sede alguns homens bimestralmente para a realização de reparos mais urgentes.
Recebemos através do Fundo Rotativo um cota mensal destinada à aquisição de materiais (de expediente, de limpeza, esportivos, etc), à execução de pequenos reparos e à complementação de gêneros alimentícios para a merenda escolar, através da Cota suplementar.
As verbas são aplicadas de acordo com a necessidades da escola, com acompanhamento do Conselho Escolar.
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17- CALENDÁRIO ESCOLAR
O Calendário Escolar para a rede pública estadual de Educação Básica define o início e o término do ano letivo, férias escolares, recessos escolares, feriados oficiais, semana de planejamento, de capacitação, semana cultural, garantindo o mínimo de 800 (oitocentas) horas, distribuídas por um mínimo de 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar.
Lembramos que, de acordo com o Art. 2º da Deliberação nº 02/2002 – CEE: “São consideradas como efetivo trabalho escolar as reuniões pedagógicas, organizadas, estruturadas a partir da Proposta Pedagógica do estabelecimento e inseridas no seu planejamento anual”, e que o Parágrafo único do Art. 3º determina: “O estabelecimento deverá organizar o ano letivo de modo que os alunos tenham garantidas as oitocentas horas de efetivo trabalho escolar previstas em lei”(grifo nosso);
Para garantia das 800 horas, são considerados dias de efetivo trabalho escolar todas as atividades de cunho pedagógico, incluídas na Proposta Pedagógica da instituição, com freqüência exigível dos alunos e efetiva orientação por professores/profissionais, realizados em sala de aula ou em outros locais adequados ao processo ensino-aprendizagem;
Portanto, os Estabelecimentos poderão considerar como dia letivo, além dos dois dias de Planejamento Escolar, os dias destinados para reuniões pedagógicas, (conselhos de Classe e outros) até o total de dez(10) dias no decorrer do ano letivo, ou organizar as reuniões pedagógicas fora dos dias letivos previstos no calendário escolar.
Deverão ser considerados também, os dias letivos, com outras atividades como, jogos escolares, gincanas desde que tenham cunho cultural e esportivo, pois envolvem professores e alunos.
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18- ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS
A organização dos espaços internos do Colégio Padre Antonio Vieira procura destinar espaços específicos para as atividades de ensino aprendizagem e sua distribuição diferencia da escola tradicional, pois procurou transformar as salas comuns em setor ambiente,novos espaços instaurando um novo modelo educacional “mais vivo” e dinâmico, cercado de cuidados especiais e para isso contamos com uma Biblioteca (precisando atualização e melhoria dos acervos).
Temos também um laboratório de Informática com 9 computadores e uma linha de Internet, conseguida pelo Grêmio e mantida pela cantina da escola. Existe um Laboratório de Biologia Física e Química com alguns recursos mínimos para as experiências práticas. Uma Quadra esportiva que atende o lazer e qualidade de vida também da comunidade escolar. Possui uma sala de vídeo e DVD, com 50 cadeiras brancas. Uma sala maior pra reuniões e palestras e em especial as salas tradicionais foram transformadas em salas ambiente que passamos agora a relatar sobre seus objetivos e critérios de funcionamento.
18.1- Salas Ambiente
A proposta dessa alternativa pedagógica foi adotada no Colégio no início de 2005 e tem por objetivo facilitar o processo ensino-aprendizagem.
Mais do que um espaço diferenciado, a sala ambiente significa uma concepção de ensino que se organiza para que o conhecimento se desenvolva numa dinâmica interativa oferecendo-lhes o melhor para que se desenvolvam em um ambiente rico e verdadeiramente estimulador de suas potencialidades.
O colégio tem condições físicas para trabalhar nesse regime visto que possui 12 salas de aula, laboratório, para atender alunos do Ensino Médio. No primeiro ano de implantação dessas salas, trabalhamos com os recursos didáticos que o colégio já possuía e a meta para 2006 é providenciar materiais que ajudarão a enriquecer as aulas, estimulando a pesquisa e favorecendo um atendimento às diferenças individuais, reunindo teoria e prática, pois trabalhamos com turmas heterogêneas. No planejamento das aulas, precisa ser levado em consideração a utilização dos recursos disponíveis e a organização dos grupos. Para diminuir o fluxo de estudantes e melhor aproveitamento do tempo as aulas foram organizadas em duplas (geminadas).
Cada disciplina tem uma única sala, sendo que Português e Matemática que contam com maior número de carga horária, fez-se necessário dois ambientes. A permanência do profissional em seu ambiente faz com que possa adaptá-lo de acordo com o seu trabalho e sua criatividade, tornando este ambiente mais agradável e mais produtivo, ou seja, um lugar construído por eles mesmos interagindo aluno/professor/ambiente de forma significativa,
Para o funcionamento prático e pedagógico das salas ambiente, enfatizamos que a mudança não deveria ser apenas visual, refletindo-se no exercício efetivo de técnicas e utilização de materiais que promovessem uma melhor aprendizagem para o aluno.
Quanto aos recursos necessários para organização das salas virá por duas vias:
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- A Direção e APMF, que pretendem oferecer um mínimo de recursos materiais e equipamentos para cada disciplina.
- O professor através de um planejamento especial em conjunto com os alunos confeccionando materiais necessários para as aulas de acordo com a criatividade de cada um.
Com a implantação destas salas, tivemos resultados positivos, como por exemplo o controle da limpeza das salas, sem quebra de equipamentos ou estrago de materiais. Depoimentos de professores, pais e alunos confirmam que as aulas tornaram-se mais proveitosas e o ensino se desenvolveu de forma prática e condizente com a realidade. Portanto estamos motivados a continuar e aperfeiçoar esse modelo de organização do espaço educativo.
18.2- Laboratório de Informática
“O cidadão de hoje tem de estar instrumentalizado para compreender as novas tecnologias”.
Para aprimorar e promover o acesso de todos os jovens do Colégio ao mundo informatizado, uma das metas priorizada foi a reinstalação de 09 computadores e uma linha de Internet Banda Larga (ADSL), conseguida em parceria com o Grêmio Estudantil e sustentada com recursos da Cantina Escolar.
Passou assim a funcionar esse espaço em 2005, mesmo que precariamente, tendo em vista a falta de funcionário disponível para esse atendimento.
Esse espaço está sendo utilizado numa dinâmica de pesquisa previamente e pretende em 2007 contemplar também cursos de digitação e aprimoramentos.
A sala de informática será utilizada pelos alunos juntamente com o professor durante o perído de aula, e fora deste por um funcionário do colégio.
O perfil da sociedade contemporânea exige profissionais que dominem a tecnologia como requisito fundamental.
Neste contexto estamos cientes que precisamos de indivíduos que saibam se posicionar frente aos novos desafios e de acordo com as nossas possibilidades procuramos atender a tais requisitos.
18.3- Laboratório de Biologia, Física e Química
O laboratório é utilizado em parceria com as três disciplinas e neste ano de 2005 foi adquirido vários materiais, viabilizando as aulas práticas e melhorando a qualidade do ensino ofertado. Pretendemos neste ano de 2006 oferecer aos alunos aulas de laboratório com maior qualidade relacionando a teoria através das práticas buscando o maior entendimento dos conceitos estudados.
As aulas práticas de laboratório são de responsabilidade do professor da disciplina de Química Física e Biologia, uma vez que não dispomos de um responsável específico para este fim.
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19- ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR
Os critérios para organização das turmas e distribuição de professores obedece o contido nas normas da Secretaria de Estado da Educação, buscando distribuir os alunos bem como os professores da melhor forma possível, para que possamos atingir os objetivos propostos. A distribuição das turmas obedece rigorosamente o número mínimo de 40 e máximo de 45 alunos por turma, o que torna difícil o atendimento individual por parte do professor. Os professores são distribuídos obedecendo a ordem de classificação e habilitação em razão da especificidade de cada um.
Quanto ao calendário a escolha é feita em conjunto com as demais escolas do município- Estaduais e Municipais, uma vez que a maioria de nossos alunos dependem do transporte escolar necessitando assim da coincidência dos feriados e recessos no mesmo dia para não haver prejuízo aos alunos que dependem de transporte para freqüentar as aulas.
Quando necessário a pedido dos professores, será realizado o mapeamento dos alunos na sala com o intuito de melhorar o ensino aprendizagem.
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20- DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE, DO CURRÍCULO, DA ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES E DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.
A avaliação do Processo funciona como um instrumento de controle de qualidade, visando intervenções corretivas ao longo da realização, no sentido de assegurar resultados favoráveis.
A avaliação que acreditamos ser favorável ao bom desempenho de todos os seguimentos escolares é a Avaliação Institucional, uma vez que, seus objetivos fundamentais são aprimorar, comparar e fornecer elementos que possam servir de subsídios para a manutenção ou correção de ações que conduzam à qualidade da produção e transmissão do conhecimento.
A avaliação educacional engloba as situações em que os indivíduos ou grupos são submetidos a processos ou situações com vistas à aquisição de novos conhecimentos ou habilidades, remetendo-se à análise de desempenho. É também, aquela que se destina à análise dos currículos ou programas de ensino. Já a avaliação institucional tem como objeto as instituições, os sistemas e projetos ou políticas públicas. Refere-se à análise do desempenho global da instituição, dos processos de funcionamento e seus resultados.
Para dimensionar a real posição da avaliação institucional ela deve estar articulada com todo o processo de gestão estratégica e de construção do projeto institucional de modo a fornecer subsídios para a tomada de decisões e a correção de desvios e problemas na instituição. Sob essa perspectiva, a avaliação institucional significa um processo permanente de elaboração de conhecimento e de intervenção prática, que permite retroalimentar todas as demais atividades da instituição.
Cabe aqui ressaltar a importância da criação de uma cultura de avaliação, na qual o processo avaliativo seja um espaço de reflexão e mudança das ações institucionais. A consolidação dessa cultura se dá com a intensa participação de toda a comunidade, que deve ocorrer tanto na definição de procedimentos avaliativos e sua implantação, como na apropriação dos resultados, que devem ser traduzidos em ações direcionadas ao aperfeiçoamento das práticas acadêmicas e administrativas da instituição escolar.
Nenhuma avaliação institucional pode ser bem realizada, sem que tenha a participação da comunidade nos procedimentos de análise dos resultados obtidos e na tomada de decisões, e não apenas na coleta de dados ou como fontes desses dados. È inevitável construir uma “cultura institucional avaliativa”, um hábito cotidiano, coletivo e democrático de avaliar, para desmistificar qualquer tonalidade ameaçadora que a avaliação possa ter, dentro de nós.
A avaliação institucional é uma ferramenta indispensável para o planejamento, a gestão e as demais atividades que constituem o currículo da instituição de ensino, devendo basear-se em uma visão crítica, porém compreensiva das partes componentes da instituição, das relações desenvolvidas e das articulações entre elas, formando um “todo institucional”.
Deve ser desenvolvida segundo uma metodologia definida de forma democrática, com processos e instrumentos rigorosos e consistentes – dos pontos de vista teórico, técnico e político – abrangendo mais que a produção e a qualidade do trabalho das pessoas, ou as notas obtidas pelos alunos, mas a própria instituição, sua missão (fins, objetivos) funcionamento (meios, recursos e processos), relações
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internas e externas, produtos e, acima de tudo, os padrões de qualidade que deseja alcançar e que lhe são impostos pela realidade.
Cada avaliação traz, como pano de fundo, um paradígma teórico – conseqüentemente ideológico – que norteia, e que se expressa por meio de uma visão de homem, de mundo e de Educação. Isso significa que ela sofre influências da conjuntura histórica, política, cultural, sócio-econômica em que está inserida.
A avaliação formativa por exemplo tem como objetivo, verificar o ritmo e os estilos de aprendizagem dos alunos, realimentar o processo ensino aprendizagem dos alunos, permitindo efetuar correções,enfatizando os conteúdos e objetivos mais importantes e oportunizar a obtenção de maior sucesso escolar, por meio da detecção e da correção dos erros mais freqüentes, aumentando a motivação dos alunos e minimizando a evasão e a repetência escolar.
A importância que a avaliação formativa dá aos processos de gestão faz com que ela tenha forte impacto, não apenas na avaliação da aprendizagem dos alunos, mas na avaliação institucional em si.
Diante da avaliação institucional deve-se avaliar:a) Organização didático – pedagógica da escola- Estrutura acadêmico-administrativa;- Currículo desenvolvido, sistema de avaliação etc;- Atividades acadêmicas desenvolvidas pela escola;
b) Corpo docente:- Formação acadêmica e profissional;- Condições de trabalho (regime de trabalho, plano de carreira, incentivos
profissionais, relação docente/alunos e turmas;- Atuação e desempenho acadêmico e profissional;
c) Instalações:- Instalações gerais da escola;- Biblioteca- Laboratórios e salas ambiente.
Porém para que a avaliação Institucional seja completa, é necessário que ela conjugue dois momentos: a Avaliação Interna e a Avaliação externa.
A avaliação Interna corresponde às atividades relacionadas ao diagnóstico da realidade institucional, à análise dos problemas identificados nesse diagnóstico e à tomada de decisão, baseada na análise, direcionada à melhoria de qualidade.
Na avaliação Interna destacamos alguns estágios que a comporão:a) Diagnóstico – antes de tudo, é necessário determinar, com bastante
clareza, o objeto de estudo e os possíveis problemas que se deseja detectar. Um bom diagnóstico deve ser o mais objetivo possível, centrado exclusivamente nos aspectos fundamentais à compreensão da realidade que se deseja conhecer.
b) Análise – A análise dos resultados deve ser procedido do envolvimento de representações – quando não da totalidade – dos segmentos envolvidos, por meio de reuniões de grupos focais. Desta forma, assegura-se que os resultados recebam a crítica adequada quanto às relações de causa e efeito e quanto à sua fidedignidade, contribuindo para a identificação dos pontos críticos e
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para a indicação das medidas de correção dos desvios percebidos ou de melhoria do processo ensino-aprendizagem.
c) Tomada de decisão – Por meio de reuniões com os membros dos setores envolvidos, busca-se a solução para os problemas apontados. É importante, nesta etapa garantir a objetividade das discussões. As decisões devem ser expostas de forma mais clara possível, com definição de prazos, responsabilidade e recursos a serem mobilizados.
d) Divulgação – É o pleno conhecimento dos resultados do diagnóstico e das decisões tomadas, por parte de toda a comunidade institucional. Só quando da divulgação desses aspectos é possível promover o engajamento de todos, para a mudança desejada. É, ainda, fator crucial para a permanência da sensibilização de todos, quanto à avaliação institucional.
e) Meta-Avaliação – Como todo o processo avaliativo, esta fase da avaliação institucional deve considerar uma etapa de autocrítica, em que os seus aspectos metodológicos e instrumentais são submetidos a um criterioso julgamento, para determinar se a sua eficiência, eficácia e efetividade permitem a continuidade da sua utilização, ou se devem ser repensados (no todo ou em parte).
A avaliação Externa corresponde à submissão dos trabalhos executados na Avaliação Interna, dos resultados alcançados e das mudanças por elas induzidas, ao crivo de examinadores externos que, por não estarem envolvidos com aquela realidade, podem realizar uma crítica isenta e construtiva.
A Avaliação Externa tem, assim o objetivo de evitar que a Avaliação Institucional, como um todo, resulte num retrato corporativo de como a instituição, pretende ser, não do que ela é e do que dela espera a sociedade.
Concluímos diante do exposto a importância da avaliação Institucional para a qualidade do ensino.
20.1- Currículo e Avaliação: reciprocidade na construção de um conhecimento-solidariedade/emancipação
Constatamos que educação, cultura, currículo e avaliação estão em relação íntima e orgânica. A sala de aula foi “local” de um processo de comunicação mais amplo, em que histórias sociais estavam em jogo, posições de classe, questões de gênero, crenças, valores e que definiram “a entrada ou não na escola” de uma questão política. Em outras palavras, definem a política da escola em lidar com questões políticas.
Ao realizar um currículo, a escola realiza cultura, pois a cultura é o conteúdo substancial da educação. Educação não é nada fora da cultura e sem ela, alerta FORQUIN(1993).
Há uma reciprocidade entre currículo e avaliação dentro da proposta pedagógica da escola. Ao realizar um currículo, a escola amplia o universo cultural de símbolos e significações, consolidando uma tradicional cultura ou questionando-a, ressignificando-a, promovendo condições de rupturas. Nesse sentido, a escola realiza “uma versão autorizada da cultura” e, ao assim fazer, define os rumos de uma cultura que também se constrói no cotidiano escolar – realiza avaliação.
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O currículo escolar é a expressão de um campo contestado. Ele precisa ser compreendido como práticas de significação.
Paulo Freire explica em suas obras Educação na Cidade e Pedagogia da Autonomia, que a avaliação precisa deixar de ser apenas uma retórica democrática, ela precisa ser expressão de participação coletiva, de um trabalho intrinsicamente articulado de educadores(a) com seus educandos – a avaliação fundamentada no diálogo, na participação, na autonomia, na emancipação, em especial, no trabalho pedagógico ético-crítico que mude a “cara da escola”, suas relações de poder autocrática que se materializam no interior das salas de aula, nos processos de gestão escolar, e se afirme como substantividade democrática em todos os espaços e tempos escolares
20.2- Trabalho Pedagógico Emancipador
O trabalho pedagógico emancipador exige, como afirma ABRAMOWICZ(1992), que se recupere “o humano na condição existencial”, valorizando “o aluno como pessoa situada, com uma história, com emoções, motivos, interesses. Um aluno com uma face, um nome, uma esperança, uma estória a ser contada”, para possibilitar que os alunos possam compreender sua história como uma história cultural e social. A ação pedagógica formadora-emancipadora precisa garantir a vez e a voz dos seus sujeitos, caracterizando-se como práxis educativa de possibilidades “libertadoras/emancipadoras”.
Dentro do trabalho pedagógico emancipatório há a necessidade de ampliar a discussão sobre o currículo escolar, seus conteúdos, suas práticas de sala de aula, seus projetos interdisciplinares, seus compromissos sociais, entre outras questões; em síntese, avaliar a escola e na escola numa perspectiva emancipadora, consolidando mecanismos e estratégias de participação, convertendo a comunidade escolar em comunidade social – fonte de autoconhecimento e autonomia.
A avaliação emancipatória então tem como compromisso principal “fazer com que as pessoas direta ou indiretamente envolvidas em uma ação educacional escrevam a sua própria história e gerem as suas próprias alternativas de ação”(SAUL, 1988, P. 61)
A avaliação emancipatória tem como objetivo:a) indicar o compromisso da avaliação com o futuro que se quer transformar;b) permitir ao homem, através da consciência crítica, imprimir uma direção às
suas ações nos contextos em que se situa, de acordo com valores que elege e com os quais se compromete no decurso de sua historicidade;
A avaliação é compreendida como síntese de múltiplas determinações sociais e culturais, numa perspectiva de totalidade. O diálogo é tanto o objetivo como o método desta perspectiva de avaliação; a reflexão sobre a própria vida, nossos projetos e ações; o diálogo que estabelecemos com o passado e com o futuro, analisando criticamente o presente, gerando novas ações – tudo converge para esta unidade na diversidade: reflexão, ação, transformação.
A avaliação formativa emancipatória destaca:- A comunicação – a avaliação é essencialmente um processo e um
problema de comunciação. Precisa ser construída formativamente;
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- Oposição ao modelo da psicometria – necessidade de uma abordagem sociocognitiva e qualitativa;
- A avaliação é socialmente condicionada – a avaliação se constrói em função da história das interações do professor com os alunos; da história escolar; da história social;
- A intencionalidade formativa – precisa haver uma intencionalidade formativa, para além da regulação do processo ensino – aprendizagem;
- A vinculação ao projeto político-pedagógico – ela é movimento – a avaliação não é formativa por acaso, ela se torna formativa, vinculada a um projeto pedagógico explícito, construído coletivamente;
- A avaliação deve estar a serviço das aprendizagens dos alunos – a metodologia da avaliação formativa caracteriza-se por desencadear aprendizagens, observar e interpretar essas aprendizagens, comunicar e informar os resultados com a máxima transparência e participação dos envolvidos no processo para apresentar uma apreciação final;
- As dificuldades são fontes de aprendizagem, e a formatividade só acontece quando elas são remediadas e/ou reorientadas – a avaliação só se define, como formativa, quando a partir das dificuldades analisadas, há um propósito de remediá-las, de reorientação do processo, de construção de novas alternativas para a efetivação da aprendizagem significativa;
- A construção coletiva e declarada de critérios (alunos e professores) orienta a auto-avaliação – a construção de critérios de avaliação, compartilhadamente, é fundamental para que se compreenda os propósitos do ensino, para que se tenha clareza das aprendizagens a serem perseguidas e, em especial, para possibilitar aos alunos a compreensão de seu próprio processo de aprendizagem: exercitarem a auto-avaliação;
- A pluridimensionalidade metodológica (técnicas e instrumentos) com intencionalidade formativa – a avaliação deve se apoiar numa variedade de técnicas e instrumentos e acompanhar os processos de ensino e aprendizagem em diferentes momentos de sua realização;
- A formulação dos exames e seus resultados sujeitos à análise crítica – problemas de entendimento do aluno, das respostas esperadas pelo professor e daquilo que realmente o aluno é capaz de fazer naquele momento do exame devem ser seriamente analisados. Os resultados devem ser contextuados e servirem de base para a resignificação do processo de ensino e aprendizagem;
- Construção do referente da avaliação – a avaliação é uma leitura que implica a construção de um modelo reduzido do objeto a ser avaliado. A avaliação sempre informará muito menos do que o aluno realmente sabe fazer/aprendeu.
Na visão de mundo dentro da avaliação emancipatória e a avaliação formativa, podemos perceber que uma não pode ser construída sem a outra. A avaliação que defendemos e queremos construir é uma prática avaliativa ética-crítica que articula as diferente dimensões e áreas do currículo, do projeto de escola, das práticas pedagógicas de sala de aula.
A avaliação deve contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, pode-se dizer que ela se converte em uma ferramenta pedagógica, em um
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elemento que melhora a aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino. Este é o sentido definitivo de um processo de avaliação formativa emancipatória.
20.3- Finalidade da Avaliação Formativa Emancipatória:
a) Conhecer melhor o aluno: suas competências curriculares, seu estilo de aprendizagem, seus interesses, suas técnicas de trabalho. A isso poderíamos chamar de avaliação inicial.
b) Constatar o que está sendo aprendido: o professor vai recolhendo informações, de forma contínua e com diversos procedimentos metodológicos e julgando o grau de aprendizagem, ora em relação à todo grupo-classe, ora em relação a um determinado aluno em particular.
c) Adequar o processo de ensino aos alunos como grupo e àqueles que apresentam dificuldades, tendo em vista os objetivos propostos.
d) Julgar globalmente um processo de ensino-aprendizagem: ao término de uma determinada unidade, por exemplo, se faz uma análise e reflexão sobre o sucesso alcançado em função dos objetivos previstos e revê-los de acordo com os resultados apresentados.
A partir das finalidades a avaliação formativa emancipatória para se concretizar necessita apresentar as seguintes características:
a) A avaliação deve ser contínua e integrada ao fazer diário do professor: o que nos coloca que ela deve ser realizada sempre que possível em situações normais, evitando a exclusividade da rotina artificial das situações de provas, na qual o aluno é medido somente naquela situação específica, abandonando-se tudo aquilo que foi realizado em sala de aula antes da prova. A observação, registrada, é de grande ajuda para o professor na realização de um processo de avaliação contínua.
b) A avaliação será global: quando se realiza tendo em vista as várias áreas de capacidades do aluno: cognitiva, motora, de relações interpessoais, de atuação etc. E, a situação do aluno nos variados componentes do currículo escolar.
c) A avaliação será formativa: se concebida como um meio pedagógico para ajudar o aluno em seu processo educativo.
20.4- Pesquisa de Avaliação dos Serviços EducacionaisObs: Este quadro foi adaptado do quadro avaliativo do Colégio Integrado.
Para que tenhamos um diagnóstico da qualidade de nossos serviços, pedimos a sua colaboração em responder os itens que compõem esse questionário.
NOTAS A SEREM ATRIBUÍDAS1 2 3 4
Insuficiente Regular Bom Excelente
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1- Infra-Estrutura (Instalações físicas em geral)
Nota1 Instalações esportivas para as Atividade
Educação Física1 2 3 4
2 Limpeza e higiene do colégio 1 2 3 43 Instalações das salas de aula 1 2 3 44 Espaço de convivência (pátio) 1 2 3 4Observações:
2- Aspectos organizacionais e disciplinaresOrganização Nota
1 Uniforme 1 2 3 42 Regulamento Interno 1 2 3 43 1 2 3 44 1 2 3 4Observações:
3- Recursos HumanosÁrea Administrativa e de Apoio Nota
01 Atendimento prestado pela Direção 1 2 3 402 Atendimento prestado pela
coordenação1 2 3 4
03 Atendimento prestado pela Orientação
1 2 3 4
04 Serviço de Atendimento aos pais 1 2 3 405 Relacionamento Professor/aluno 1 2 3 406 Atendimento da Secretaria 1 2 3 407 Atendimento da Biblioteca 1 2 3 408 Atendimento do Laboratório de
Informática1 2 3 4
09 Atendimento da Cantina 1 2 3 410 Atendimento das Zeladoras 1 2 3 411 Atendimento da Merendeira 1 2 3 4Obeservações
4- Área PedagógicaAulas Nota
01 Práticas realizadas no Laboratório 1 2 3 402 Atendimento dado pelo professor no
laboratório1 2 3 4
03 Metodologia aplicada nas aulas de modo geral
1 2 3 4
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04 Sistema de avaliação 1 2 3 405 Recuperação Paralela 1 2 3 406 Atividades complementares
(projetos, visitas, etc.)1 2 3 4
07 O Colégio propicia formação para a cidadania
1 2 3 4
08 O colégio atende às suas expectativas
1 2 3 4
09 Importância dada por você as aulas 1 2 3 4Obeservações
5- Serviços Prestados Nota
01 Merenda 1 2 3 402 Sala de Vídeo- televisão 1 2 3 403 Informação 1 2 3 404 Comunicação Geral do Colégio 1 2 3 405 1 2 3 4Obeservações
6- Auto AvaliaçãoALUNO Nota
01 Sou assíduo e pontual 1 2 3 402 Realizo todas as tarefas propostas
pelo Colégio1 2 3 4
03 Pesquiso além do que o professor solicita
1 2 3 4
04 Participo dos eventos realizados pelo colégio
1 2 3 4
05 Sou pontual na entrega dos trabalhos e tarefas do cotidiano
1 2 3 4
06 Procuro sanar dúvidas 1 2 3 407 Sou de fácil relacionamento com
colegas professores e funcionários1 2 3 4
08 1 2 3 409 1 2 3 410 1 2 3 411 1 2 3 4Obeservações
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7- Auto Avaliação - PaisPais 1- Sim 2- não 3- ás vezes
4- nunca01 Participo das reuniões proposta pela
escola1 2 3 4
02 Acompanho o bom desenvolvimento do meu filho através de:( ) Boletim ( ) visita à escola ( ) pessoalmente ( ) não acompanho
03 Sou um bom leitor 1 2 3 404 Discuto assuntos polêmicos com
meu filho1 2 3 4
05 Procuro estar sempre informado sobre as atividades extra-classe (trabalhos, tarefas, provas, etc)
1 2 3 4
Obeservações
8-Avaliação dos professores1 Tem domínio do conteúdos ministrados?2 Tem objetividade e clareza na apresentação do conteúdo?3- Apresenta o conteúdo de forma adequada aos objetivos?4- Proporciona questionamentos e reflexões que contribuem para o diálogo?5- Orienta os alunos em sua dificuldades, demonstrando interesse na
aprendizagem da turma?6- Diversifica as atividades para trabalhar diferentes conteúdos?7- Utiliza instrumentos de avaliação variados: como trabalhos seminários,
apresentação em grupo, individual?8- Propõe avaliação adequada ao conteúdo ministrado nas aulas?9- É assíduo e Pontual?10- Consegue resolver problemas surgidos durante a aula com eficiência?
Professor(a) Professor(a) Professor(a) Professor(a) Professor(a)
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 41 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 41 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 41 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 41 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 41 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 41 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4Observações:
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21- INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS
A escola pública brasileira vem buscando garantir um espaço de qualidade a todos os alunos que nela ingressam.
A problemática surge diante das seguintes questões.- Como dar conta dos alunos que se evadem e que retornam após um
período, ou que efetivam a matrícula tardia?- Ou ainda, aquele aluno que embora freqüentando não consegue apropriar-
se dos conteúdos essenciais, o que fazer?Para outras profissões, como por exemplo para o médico, um caso
complicado, com certeza seria um grande desafio.Para alguns educadores do século XXI, trabalhar com essas problemáticas
ainda causam um grande transtorno.Nós enquanto escola acreditamos ser possível dar conta dessas questões
tendo em vista o comprometimento e envolvimento de professores, pais, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Direção e os próprios alunos.
O princípio que move a prática educativa pauta-se no compromisso ético da inclusão.
Experimentar este desafio é uma forma de mobilizar a sociedade na busca de uma qualidade de relações que respeite as diferenças e as particularidades do ser humano. Levando-se em conta que cada sujeito possui limitações, déficits cognitivos, físicos, sociais, culturais, entre outros. Portanto, é preciso reformular e redimensionar as propostas metodológicos, de acordo com a riqueza plural da realidade da sala de aula e do desafio da educação para diversidade.
Neste processo, a sala de aula, não pode ser um todo homogêneo. Não pode haver um planejamento único, para dar conta de todos. Cada caso deve ser tratado na sua especificidade.
Possuímos no interior da escola casos que confirmam esta situação, onde a aceitabilidade, a parceria, o apoio do grupo, vem consolidando esta prática.
Preocupados ainda com a questão, criamos um grupo de monitoria para dar conta da apreensão dos conteúdos de algumas disciplinas tidas como mais difíceis.
A equipe pedagógica pretende ainda um atendimento individual ligado, através de um acompanhamento numa ficha individual para perceber o avanço do aluno, verificando a freqüência e seu rendimento.
O trabalho prestado ainda não conseguiu dar conta de todos os casos, mais com certeza, está ajudando a minimizar o problema.
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22- INCLUSÃO
O espaço escolar, hoje, tem que ser visto como espaço de todos e para todos. Trata-se de um processo gradual e dinâmico, que assume várias formas segundo às necessidades e características de cada aluno, procurando atender à diversidade dos alunos que compõem o grupo e necessidades educativas especiais. Dessa forma vai democratizando a educação, oferecendo igualdade de oportunidade em meio à diferença, visando o exercício pleno da cidadania. Estaremos ainda abrindo discussões sobre igualdade de direitos, a dignidade do ser humano, a recusa de qualquer forma de discriminação.
A inclusão beneficia a todos, uma vez que sadios sentimentos de respeito a diferença, de cooperação e de solidariedade podem se desenvolver.
A inclusão faz parte da tentativa de adequar a escola às necessidades de uma sociedade exigente no que se refere à igualdade de oportunidades.
A partir dessa realidade reconhecemos a urgência na transformação de quatro pontos básicos: currículo, adaptação curricular, metodologia e avaliação, de forma a proporcionar uma educação centrada na diversidade. Nesse sentido, se incluem também a capacidade e a prática num universo diversificado que requer reflexão, flexibilidade e atualização contínua.
Numa abordagem educacional voltada para a diversidade humana, o currículo escolar deve proporcionar possibilidades que conduzam ao ideal da igualdade de oportunidade e traduzir a importância dos novos meios de acesso, seleção, tratamento e uso da informação para fins pessoal e socialmente úteis, o que reforça a necessidade de adaptar a escola às necessidades dos alunos.
Inserido neste novo paradigma, o currículo também deve ser flexível, o que abrange uma proposta de conteúdos a partir da realidade da instituição a sua comunidade, e numa visão mais específica do aluno, de forma a possibilitar que o educando busque direção própria.
No processo formativo, o currículo voltado para a inclusão deve considerar as seguintes características:
- Contemplar as necessidades educativas dos alunos.- Dar atenção à diversidade na aula.- Estimular a heterogeneidade.- Favorecer a individualização e a socialização do ensino.- Potencializar processo de colaboração reflexivo entre os profissionais.- Desenvolver intervenções pedagógicas para os alunos com necessidades
educativas especiais em uma dimensão mais cognitiva.- Adequar e adaptar o currículo ás necessidades dos alunos.É nossa preocupação o atendimento à diversidade social e para isso
buscaremos, estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais voltado indistintamente pra a inclusão de todos os indivíduos.
Vale considerar também que enquanto Escola Regular sentimos-nos despreparados para o atendimento aos alunos com deficiência mais severas, com necessidades especiais e não abrimos mão de recorrer a redes de ajuda e apoio.
Os princípios que nortearão o sistema educacional inclusivo do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira são:
a) A educação inclusiva veio tornar mais complexa e desafiadora a nossa tarefa e portanto vamos precisar estudar o que antes estávamos dispensados de estudar, vamos ter de aprender técnicas
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nas quais antes não precisávamos pensar, vamos ter de aprender a ver mais devagar quando estávamos acostumados a ver em uma certa velocidade, vamos ter de aprender a ouvir sem audição. Vamos ter de rever as nossas expectativas como professores, as nossas formas de avaliar, de aprovar, de reprovar. Temos de rever as estratégias para ensinar, rever a matriz curricular e rever nossa posição frente a esses outros outrora excluídos que agora fazem parte do todo. Enfim reorganizar nossa concepção de Escola porque ela é para “Todos”.
b) Devemos saber pesquisar o que o aluno com necessidades especiais pode fazer, o que, em sua deficiência, ele tem condições de melhorar. Tenho de vê-lo não por aquilo que eu tenho a mais do que ele, mas por aquilo em que ele sendo o que é, pode ser melhor, ou seja, conseguir fazer o educando avançar dentro de seus limites, possibilidades.
c) A deficiência não faz ninguém menos. Ela só é um limite com a qual nós temos que conviver.
Cabe a nós enquanto escola preparar “Todos” e com esse desafio preparar também o jovem que não tem deficiência para a importância de se aproximar, conviver com quem as têm. Somente a convivência vai quebrar os preconceitos, e fazer perceber que as pessoas diferentes são, em primeiro lugar, pessoas e, em segundo lugar, elas tem uma deficiência. As pessoas com deficiência tem os mesmos desejos, vontades de ter amigos, fazer programas, mas o preconceito faz com que os sem deficiência se afastem dela.
Incluir significa aprender, reorganizar grupos, significa ainda promover a interação entre os jovens de um outro modo. Essa interação servirá como “vacina” para convivência com as diferenças e a prevenção de preconceitos e valorização do outro como ser humano, desenvolvendo o espírito de solidariedade. Demonstrando aos pais e à sociedade que a principal função da escola é formar o cidadão, garantindo o seu crescimento pessoal e social.
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23- VALORIZAÇÃO A CULTURA AFRO NA PROPOSTA PEDAGÓGICA
A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira e africana não se restringem à população negra, ao contrário, dizem respeito a todos os brasileiros, uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma sociedade multicultural e pluriética, capazes de construir uma nação democrática.
É importante destacar que não se trata de mudar um foco etnocêntrico marcadamente de raiz européia por um africano, mas de ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira. Nesta perspectiva, cabe às escolas incluir no contexto dos estudos e atividades, que proporciona diariamente, também as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos, além das de raiz africana e européia.
Aos estabelecimentos de ensino está sendo atribuída responsabilidade de acabar com o modo falso e reduzido de tratar a contribuição dos africanos escravizados e de seus descendentes para a construção da nação brasileira; de fiscalizar para que, no seu interior, os alunos negros deixem de sofrer os primeiros e continuados atos de racismo de que são vítimas. Sem dúvidas, assumir estas responsabilidades implica compromisso com o entorno sócio-cultural da escola da comunidade onde esta se encontra e a que serve, compromisso com a formação de cidadãos atuantes e democráticos, capazes de compreender as relações sociais e étinico-raciais de que participam e ajudam a manter e/ou a reelaborar, capazes de decodificar palavras, fatos e situações a partir de diferentes perspectivas, de desempenhar-se em áreas de competências que lhes permitam continuar e aprofundar estudos em diferentes níveis de formação.
Muitas são as finalidades por que devemos incluir a cultura Afro no nosso currículo e procedimentos pedagógicos.
Estudos já realizados apontam que todas as áreas do conheciemnto a compõem desde que abordadas sem perder a perspectiva da cultura e da história dos povos africanos ou deles descendentes.
As Africanidades Brasileiras, no que diz respeito ao processo ensino-aprendizagem, conduzem a uma pedagogia anti racista, cujos princípios são:
Respeito: entendido não como mera tolerância, mas como diálogo em que seres humanos diferentes miram-se uns aos outros, sem sentimentos de superioridade ou de inferioridade.
Reconstrução do discurso pedagógico: no sentido de que a escola venha a participar do processo de resistência dos grupos e classes postos à margem, bem como contribuir para a afirmação da sua identidade e da sua cidadania.
Estudo da recriação das diferentes raízes da cultura brasileria, que nos encontros e desencontros de umas com as outras se fizeram e hoje não são mais portuguesa, japonesa, italiana, alemã, mas brasileira de origem africana, européia, asiática.
As africanidades brasileiras abrangem diferentes aspectos, não precisam, por isso, constituir-se numa única área, pois podem estar presentes em conteúdos e
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metodologias nas diferentes áreas de conhecimento constitutivas do currículo escolar.
Passamos agora a elencar algumas sugestões que nossos professores podem utilizar e descobrir a riqueza das ciências, da tecnologia e da história dos povos desse continente bem como dos afrodescendentes para rechear suas aulas, combatendo os próprios preconceitos e os gestos de discriminação tão fortemente enraizados na personalidade dos brasileiros.
Vejamos algumas sugestões:
Português: Para mostrar a influência dos falares africanos no Brasil, centenas já incorporadas no nosso vocabulário, montar dicionários especiais, murais etc. Sugere-se também que leve para a sala lendas africanas e histórias que tratem de diversidade. Produção de poesias, paródias, acrósticos etc. Usando das pesquisas. Para atividades de leitura e escrita, familiares dos alunos afro-descendentes podem ser convidados para contar histórias de sua vida, informações que serão transformadas em texto (reunidos num livro, ou de outra forma pra serem divulgados)
História: Mostrar como o continente africano era dividido em reinos antes da chegada dos europeus. Pesquisas em Livros e na Internet são fontes para os alunos perceberem a estrutura social e política dos diversos povos.
A história do Brasil, enquanto construção de uma nação, inclui todos os povos que a constituem. Assim, ignorar a história dos povos indígenas, do povo negro é estudar de forma incompleta a história brasileira.
Se a história ensinada na escola souber contemplar, também, a vida vivida no dia-a-dia, pelos grupos menosprezados pela sociedade, então estaremos ensinando-aprendendo a história brasileira integralmente realizada. A valorização da história dos grupos populares, registrando o que em suas memórias está guardado de sua experiências, é tarefa que pode ser realizada por professores e alunos, a partir da comunidade em que a escola está inserida. Desta forma, todos os que constroem o Brasil estarão presentes nos conteúdos escolares.
Geografia – Sugerimos que a primeira coisa a se fazer é a pesquisa e também que o professor localize em mapas os diversos povos que vieram para o Brasil e as riquezas de cada região, principalmente as minas de ouro e diamantes, para a turma entender os motivos da exploração. Ao falar sobre os diversos povos, é possível destacar as contribuições de cada um para a economia do Brasil colônia. “Eles trouxeram para cá a melhor tecnologia dos trópicos”, informa o Prof. Rafael Sânzio. A enxada, o arado e técnicas de irrigação vieram para o Brasil com os negros. Maquetes da Casa Grande, Senzala e Quilombos também fazem parte da sugestão, desde que acompanhadas das melhores pesquisas.
Biologia: Partir em primeiro lugar da Pesquisa. “Douglas Verrangia”, biólogo e pesquisador, ressalta a importância de o
professor mencionar os fósseis encontrados no Vale da Grande Fenda, ao abordar a evolução das espécies, esclarecendo que biologicamente todas os seres humanos são parecidos e que as pequenas diferenças físicas não interferem na capacidade intelectual. Deve lembrar também que alguns povos tem mais melanina na pele em conseqüência da adaptação ao ambiente em que viviam etc.
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Matemática e Física: Ao desenvolver conteúdos de matemática, se o professor estiver atento às africanidades brasileiras, poderá valer-se, certamente, de obras, ainda raras entre nós, que mostram construções matemáticas africanas de diferentes culturas. Com isso, os alunos irão aprendendo diferentes caminhos trilhados pela humanidade.
Outra sugestão seria na geometria, simetria, cálculos etc.A turma da professora Carla F. De Sena após estudos criaram símbolos
simétricos para valores como, amizade, respeito e solidariedade.
Inglês: Pode ser através do resgate a língua de seus ancestrais. Mas, mesmo quando o idioma a ser aprendido é o inglês, é possível inserir a cultura africana e afro descendente. Levando para a sala letras de músicas do afro-descendente jamaicano Bob Marley e de outros cantores negros e textos em inglês sobre a vida de lideranças como as americanos Malcom X e Martim Luther King, ou seja, Reggae e Biografias.
Química: Pesquisas da influência da culinária na nossa cultura. A culinária enriquecida com o vatapá, o caruru e outros quitutes.
Em química também diz respeito a ideologias do racismo, do “branqueamento”.
Pesquisa como busca para promover a mudança conceitual.
Filosofia: Analisar e discutir as dificuldades encontradas por descendentes de africanos para terem sua identidade respeitada. Preconceitos, ideologias do racismo são questões para discutir, conviver e pensar. Estudo e Pesquisa da influência dessa cultura nas religiões, também são importantes pesquisar.
Educação Física: Existem muitas brincadeiras e jogos que herdamos da cultura afro e conhecê-los sempre será proveitoso. Poderá também incluir sessões de dança de raízes africanas e na área de jogos, aprender a jogar capoeira.
Arte: Na dança, do ponto de vista das africanidades brasileiras, não tem cabimento a musicalização que não inclua os ritmos de origem africana. E, do mesmo ponto de vista, não bastará ouvir textos musicais e reconhecer instrumentos típicos. Será preciso ouvir e fazer tentativas de tirar som e ritmo de instrumentos típicos: caixa de fósforo, pandeiro, agogô chocalho, atabaque, berinbau, ect, com o auxílio de quem sabe faze-lo. E não basta saber tocar instrumentos, é importante saber de que são feitos, como são feitos e, sempre que possível, aprender a construir, pelo menos alguns deles. Mais ainda, as músicas de origem africana são feitas para serem ouvidas e dançadas. Portanto, ensinar música afro, na perspectiva das africanidades, implica ouvir, produzir ritmos, construir instrumentos, dançar, conhecer a origem dos ritmos e dos instrumentos, as recriações que eles tem sofrido através dos tempos e os lugares por onde tem passado e se enraizado.
Considerações Finais
Como vimos nestes textos procuramos contemplar que as Africanidades Brasileiras ou a Cultura Afro ultrapassa o evento material, como um prato de
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sarapatel ou um apresentação de rapp. Elas se constituem também dos valores que motivaram tais processos e deles resultaram. Então isto significa estudar um jeito de ver a vida, o mundo, o trabalho, de conviver e lutar por sua dignidade, próprio dos descendentes de africanos que, ao participar da construção brasileira, vão deixando nos outros grupos suas influências e suas marcas.
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24- PRÁTICAS AVALIATIVAS
A nossa concepção de avaliação compreende-a como elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino.
Ela permite ajustar nosso modo de trabalhar para que o aluno aprenda da melhor forma possível e nos possibilita obter informações sobre o que foi aprendido e como isso ocorre. É portanto, uma reflexão contínua que fazemos de nossa prática em sala de aula, ajudando-nos a tornar consciência de quanto nós e nossos alunos estamos avançando quais as dificuldades e possibilidades.
As expectativas de aprendizagem que temos em relação aos alunos estão expressas nos objetivos, e para saber se eles foram atingidos é importante que escolhamos alguns critérios de avaliação.
A diversidade de instrumentos avaliativos é que vai possibilitar ao professor obter mais e melhores informações sobre o trabalho em classe:
1- Provas bem elaboradas ainda são recomendáveis, mas deve obedecer princípios como:
1.1 Estar ligada a uma situação do mundo real.(tempo real)1.2 As questões devem evitar textos ambíguos e observar o tempo que
será necessário para responder adequadamente;1.3 O valor de cada questão deve estar mensurado ao lado;1.4 Todos as avaliações devem ser corrigidas e desenvolvidas para dar
uma devolutiva da sua aprendizagem e oportunidade de revisar os conteúdos;1.5 Não devemos usar só provas como instrumento avaliativo;1.6 Nosso teste escrito terá um valor de 60 e 40 serão acrescentados
com as outras atividades solicitadas;
2- Saber separar e ter claro as situações de aprendizagem (não valem nota) e as situações de avaliações (valem nota mas tem direito a recuperação)
“Não esquecer nunca que uma avaliação precisa cumprir sua função de diagnosticar, reforçar e permitir crescer.
3- Pesquisa deve ser usada como uma situação de aprendizagem e uma produção pessoal de Introdução e Conclusão para ser analisada se a mesma cumpri o objetivo proposto.
- Deverá ser manuscrita quando só o professor for o interlocutor.- Digitada quando assim o professor orientar;
4- Coletânea de atividades, provas, relatórios e organização de uma pasta, para acompanhamento das aprendizagens avanços ou defasagens durante o ano.
5- Auto avaliação – Muitos autores trazem a auto avaliação como condição essencial para haver melhoria contínua no processo. É preciso passar por uma conscientização da importância desse recurso. Vai possibilitar ao aluno e ao professor um momento reflexivo acerca do trabalho realizado. Essa técnica pode ser desenvolvida em linguagem oral ou escrita.
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6- Outras possibilidades: Não devemos esquecer que para examinar habilidades e conhecimentos tecnicamente adquiridos, provas bem elaboradas, ainda são recomendáveis. Porém se o objetivo for examinar valores, atitudes, habilidades comportamentais etc, o enfoque será na avaliação alternativa composta de outras atividades como:
- Projetos- Seminários com apresentações e debates;- Atividades artísticas que demonstrem o conhecimento adquirido;- Relatórios.- Criação, desenvolvimento e construção de produtos e maquetes.- Realização de experimentos;- Prova com consulta, prova em equipe etc.
Concluímos que os resultados das avaliações passam a ser um subsídio, um recurso para delinear novas ações.
Quanto a avaliação no processo, cabe ao professor coletar dados e informações, com o objetivo de constatar evidências do que realmente está acontecendo com a aprendizagem. Essa coleta poderá ser em aula, ao final dela, ou assim que terminar um assunto específico da matéria. Se for diagnosticada qualquer dificuldade cabe ao professor acessar todos os mecanismos, métodos e práticas pedagógicas para que o problema seja sanado. Busca-se, portanto, de todas as formas possíveis, evitar o fracasso e garantir o sucesso.
24.1- Conselho de Classe
Reunião marcada a cada final de bimestre e liderada pela direção e equipe pedagógica onde o objetivo é compartilhar informações sobre a turma e sobre cada aluno para embasar a tomada de decisões.
Todos os participantes tem direito à palavra para enriquecer o diagnóstico dos problemas, suas causas e soluções.
O resultado final deve levar a um consenso da equipe em relação às intervenções necessárias no processo de ensino-aprendizagem considerando às diferenças e necessidades pedagógicas especiais.
Pretendemos iniciar em 2006 um avanço cauteloso para o Conselho de Classe que sugere a lei “Participativo” e para isso daremos um primeiro passo organizando uma coleta de dados através de questionários, trazendo para a pauta de discussões e o professor deve usar como auto-análise.
Tão fundamental quanto avaliar nesse encontro é decidir o que fazer com o resultados obtidos, ou seja, decidir sobre a necessidade de acompanhamento individualizado, constituição de grupos de estudos, reforço de trabalhos extras, etc.
24.2- Recuperação Paralela
Essa organização visa atender na nossa escola às necessidades dos alunos com aproveitamento insuficiente. Nesse Colégio ela é ofertada mediante um atendimento mais individualizado. Não é feita em períodos específicos mas sim durante todo o processo, quando após diagnóstico o professor detecta a necessidade de uma intervenção mais formalizada. Aqui essa organização didática
81
vem acontecendo conforme a dinâmica de cada professor que após as avaliações vai introduzindo atividades novas reguladoras que comportam desafios mais adequados e ajudas mais contingentes, ou seja, são previsões do que é necessário fazer de novo.
24.3- Progressão Parcial
O aluno que não conseguir atingir os objetivos da série em que está matriculado tem o direito de matricular-se na série seguinte em regime de Progressão Parcial conforme rege o Regimento Interno. Tem direito a matrícula com Progressão Parcial o aluno que reprovar em até três disciplinas. As disciplinas em que o aluno ficou retido na série serão realizadas em turno diferente ao turno em que está matriculado, freqüentando aos aulas e cumprindo os requisitos necessários para a promoção.
82
25- PROJETOS25.1 CULTURA AFRO
Problemática: Com que finalidades estudar a Cultura Afro, e quais os motivos que
levaram essas africanidades brasileiras a serem excluídas da sala de aula? E ainda
como usar elementos dessa cultura em cada uma das disciplinas do Ensino Médio
para enriquecer e amenizar os preconceitos da nossa cultura.
Justificativa: A cultura africana agora faz parte do currículo e é preciso levar o
educando a descobrir a riqueza das ciências, da tecnologia e da história dos povos
desse continente, tendo em vista que o ensino de História sempre privilegiou as
civilizações que viveram em torno do mar Mediterrâneo.
O pouco caso como é tratada a cultura africana em sala de aula, deixou
diminuída a noção de diversidade de nosso povo, minimizando a importância dos
afro-descendentes. Por isso, em 20/03, entrou em vigor a Lei nº 10.639 que tenta
corrigir essa dívida, incluindo o ensino de história e cultura africana e afro-brasileiras
nas escolas, fazendo parte oficial de todas as disciplinas.
Objetivo Geral: Buscar estratégias úteis para proceder mudanças , para apagar
preconceitos, corrigir idéias, atitudes forjadas com base nas destruidoras ideologias
do racismo.
Objetivo Específico:- Ensinar e aprender como os descendentes de africanos vêm, nos mais de
quinhentos anos de Brasil, construindo suas vidas e suas histórias, no
interior do seu grupo étnico e no convívio com outros grupos.
- Conhecer e aprender a respeitar as expressões culturais negras que
compõem a história e a vida de nosso país, mas, no entanto, são pouco
valorizadas.
- Compreender e respeitar diferentes modos de ser, viver, conviver e pensar.
- Discutir as relações étnicas, no Brasil, e analisar a perversidade da
designada democracia racial;
83
- Refazer concepções relativas à população negra, forjadas com base em
preconceitos.
Metodologia: A aprendizagem consiste em reorganização e desenvolvimento das
concepções dos alunos e para isso será trabalhado numa dinâmica diversificando
estratégias e atividades. Será necessário que o ponto de partida do professor seja
planejado em cima das concepções prévias de seus alunos a respeito do estudado,
ouvindo-os falar conscientizando que as concepções resultam do que ouvimos outras
pessoas dizerem, mas que também resultam de nossas observações e estudos.
Será necessário que se lancem desafios para que os alunos ampliem e/ou
reformulem suas concepções prévias, incentivando-os a pesquisa, debates,
observação da vida cotidiana, danças, dramatizações, trabalhos em grupos,
envolvendo leituras e produções etc.
As atividades serão desenvolvidas de maneira interdisciplinar e organizada em
cada disciplina na modalidade de mini-projetos e os resultados serão apresentados
no mês de agosto numa “mostra Cultural para a comunidade local, desejando
sinceramente superar a ignorância relativamente. À história e à cultura dos
brasileiros descendentes de africanos.
Tempo de duração: 5 meses.
Recursos: Que serão utilizados: textos, Internet, Livros, Revistas, Vídeos, roupas, CDS,
aparelho de som, produtos alimentícios; materiais sucatas e outros para confecção
de instrumentos etc.
As despesas financeiras que forem surgindo, serão quitadas com recursos da
APMF e Cantina Escolar.
Produto Final: “Mostra Pedagógica”- Apresentação à comunidade de todas as
aprendizagens pesquisadas bem como a seleção em diversas formas das nossas
heranças culturais”.
84
Plano de Ação por Disciplina
Tema: Produto Final:
Disciplina Envolvidos
Turma
O quê? Por quê?
(objetivos)
Como?
(ações)
Recursos
Materiais
Quando?
(Cronograma –
meses)
85
25.2- Em Ação Contra Evasão -“ NENHUM A MENOS”
Problemática: A escola ao estabelecer sua proposta pedagógica, consegue
garantir que todos os alunos matriculados e egressos permanecem em seu interior
com sucesso?
Objetivo Geral: Proporcionar ao aluno matriculado na escola a garantia de
permanência, através de uma política diferenciada, que respeite a especificidade de
cada um.
- Criar mecanismos de controle da evasão, promovendo inclusão de todos na escola.
- Garantir a permanência do aluno através de um trabalho que promova a qualidade
e respeite a diferença.
- Promover a parceria entre alunos e professores, ressaltando a importância da
organização para o sucesso do projeto.
Justificativa: Tendo em vista a grande preocupação que a maioria das escolas
escolas públicas do Paraná tem enfrentado nas últimas décadas com evasão,
estamos propondo um trabalho visando consolidar uma política que garanta a
permanência de todos os alunos matriculados. Os resultados indicam que vários
fatores contribuem para que os alunos acabem saindo da escola, entre eles fatores
econômicos, sociais, ineficiência da própria escola em lidar com a situação, e outros.
É considerável e significativa a taxa de evadidos, fazendo com que a escola passe a
levantar esses resultados e procure alternativas eficientes para reverter a
problemática. Diante de tais constatações apresentamos uma proposta visando
minimizar esse levantamento, considerando as possibilidades reais da escola.
Metodologia: O projeto “Nenhum a Menos” será desenvolvido considerando dois
aspectos:
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Inicialmente faremos no início do ano letivo a eleição para representantes de
turmas e seus respectivos professores. Em seguida a equipe pedagógica
desenvolverá um trabalho de formação com esses representantes através de um
programa de capacitação e liderança para encorajar o professor líder de turma e os
representantes de cada turma a desenvolverem programas que sejam apropriadas
às expectativas (necessidades) do grupo através de palestras, oficinas e reuniões.
Num segundo momento esses alunos e professores assistirão o filme
“Nenhum a Menos”. De posse desses recursos iniciarão o trabalho efetivo de sala
de aula, onde cada turma, juntamente com seus representantes, assumirão a tarefa
de terminar o ano sem nenhuma desistência. Importante ressaltar que o grupo que
melhor se organizar, será no final do ano contemplado com aquilo que ficar decidido
em reunião no início do ano. Podendo ser uma viagem, ou um prêmio de igual valor.
O Grêmio Estudantil e o Conselho Escolar serão parceiros na organização e
acompanhamento dos resultados.
Duração: Durante o ano letivo de 2006
Produto Final: Comprovação da Diminuição da taxa de Evasão através dos
Relatórios no Final do Período Letivo.
87
25.3- AGENDA 21
Tema: AGRICULTURA SUSTENTÁVEL – agrotóxico e fertilizante x orgânico.
Problema:O uso indiscriminado de agro químicos na agricultura destrói os inimigos
naturais e estimula o aparecimento de novas pragas, conseqüentemente os
agricultores são obrigados a manipular fórmulas cada vez mais fortes, aumentando
significativamente a contaminação dos produtos que chegam à mesa da população e
contaminando o ambiente e prejudicando a qualidade das águas dos rios e a saúde
da comunidade, principalmente do próprio homem do campo.
Dentro desse contexto, como a escola poderá contribuir, através de
investigação científica, para minimizar e melhorar esse quadro?
Poderá a escola, juntamente com a comunidade incorporar nos
agricultores da região o modelo de agricultura sustentável?
Objetivo geral:Alertar a comunidade sobre as desvantagens da utilização de práticas
agrícolas insustentáveis e incorporar, gradativamente, o modelo de agricultura
sustentável, visando a otimização da produção.
Objetivos Específicos: Propiciar palestras, visitas para que se possa investigar e colher informações
sobre a realidade social da região em que se encontra inserida a Escola.
Orientar os alunos sobre as vantagens da implantação de um modelo de
agricultura sustentável.
Alertar para os riscos de contaminação, por produtos agrícolas, na alimentação e
na degradação do meio ambiente.
Oportunizar aos alunos e comunidade o conhecimento de um modelo de
agricultura sustentável.
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Promover a reflexão sustentada por um trabalho analítico, crítico que incorpore o
conhecimento empírico praticado pelo homem do campo, com o conhecimento
científico praticado na escola.
Fundamentação Teórica:Todos sabemos, embora pouco se faz, sobre os impactos ambientais
sofridos pelo planeta em função da intervenção do homem no meio ambiente. Essa
preocupação tornou-se crescente desde 1972 na Conferência das Nações Unidas
para o meio ambiente, realizada em Estocolmo em 1972, onde foi elaborado um
relatório que avaliava o estado do Meio Ambiente no planeta. De lá para cá,
diferentes segmentos da sociedade mundial vem se preocupando com a qualidade
de vida da população.
Durante a ECO-92 (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento) realizada no Rio de Janeiro, foi firmado um acordo
com 179 países chamando-o de Agenda 21, que enfocava o conceito de
desenvolvimento sustentável, indicando as estratégias para que esse
desenvolvimento se efetivasse. A partir disso, várias ações foram implementadas
envolvendo todos os segmentos da sociedade pública e civil visando um modelo de
sustentabilidade.
Quando da implantação da Agenda 21 Brasileira, foram destacados os
seguintes temas centrais:
- Cidade Sustentável
- Agricultura sustentável
- Infra-estrutura
- Integração Regional
- Gestão de Recursos Naturais
- Redução das desigualdades Sociais
- Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento sustentável.
O compromisso da Agenda 21 é de todos na sociedade. Nós, enquanto
promotores de uma educação de qualidade, temos o compromisso e a
responsabilidade de fornecer uma educação globalizada no sentido intelectual,
humano e principalmente de responsabilidade social.
89
Portanto, nosso papel dentro da agenda 21 é de desenvolver valores na
cultura humana, incluindo a imposição de novas posturas, tendo como princípio a
idéia de consumo responsável, o não desperdício, reúso e a reciclagem de resíduos
e produtos, fazendo cumprir as normas legais de proteção ambiental especialmente
na manutenção e reflorestamento das áreas degradadas pela ação irresponsável do
homem sobre as florestas através do desmatamento desordenado, destruição das
espécies animais, poluição das águas, emissão de gases tóxicos e uso irresponsável
de agrotóxicos.
A agricultura sempre foi um marco no desenvolvimento humano, pois
possibilitou a produção de alimentos, a sofisticação de ferramentas, manufaturados
gerando empregos e o desenvolvimento econômico.
As práticas utilizadas na agricultura são fundamentadas no manejo dos
recursos naturais, visando canalizar tais recursos na concentração de nutrientes e
energia que os animais e plantas cultivados necessitam para se desenvolver,
aumentando com isso, a produtividade e atendendo a ampla demanda na produção
de alimentos e matérias primas.
O modelo de agricultura contemporânea é composto por diferentes
práticas agrícolas e de diferentes níveis de desenvolvimento cultural e econômico,
desde a força braçal até os altos recursos tecnológicos.
Buscar hoje uma agricultura sustentável é de suma importância, pois a
prática da agricultura convencional levou à degradação ambiental observada em
diversos cantos de nosso planeta a exemplo disso, são os sinais de erosão,
desequilíbrio climático, assoreamento dos rios, a extinção de nascentes.
No ambiente natural, existe uma grande inter-relação entre as diferentes
espécies vegetais e os organismos consumidores. Os insetos herbívoros, por
exemplo, se alimentam dos vegetais, os insetos predadores se alimentam desses,
estabelecendo assim o equilíbrio entre essas populações. Quando o homem substitui
a vegetação natural pela agricultura, promove uma intensa simplificação do meio
natural. No entanto, nas ultimas décadas, o consumo de produtos químicos
aumentou significativamente para o controle de pragas e ervas daninhas, o uso
destes, também levam à destruição dos inimigos naturais, induzindo o aparecimento
de novas pragas, tornando necessário várias aplicações num mesmo plantio para
controlar a praga. O que acontece é que além de contaminar os alimentos
90
produzidos, esse agrotóxico penetra no solo, causando a contaminação das águas,
do ar e das pessoas que aplicam esses produtos.
Enquanto a agricultura convencional causa irreversíveis conseqüências no
ambiente, a orgânica engloba todos os processos de cultivo e produção de
alimentos, imitando a natureza. Nesta não são utilizados agrotóxicos e fertilizantes
sintéticos, sua base é o solo. Em solo fértil as plantas serão saudáveis ficando
menos suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. A agricultura orgânica procura
integrar a produção e o homem ao ambiente, causando menores impactos
ambientais e sociais.
Plano de Trabalho:1. Fazer um levantamento da situação ambiental nas propriedades rurais do
município de Engenheiro Beltrão, por meio de entrevistas com agricultores,
envolvendo:
- Tipo de solo;
- Sistema de cultivo adotado;
- Tipos de agricultura desenvolvida;
- Tipos de agroquimicos utilizados na produção;
- Classe toxológica dos produtos aplicados;
- Uso de equipamentos de segurança;
- Propriedades que matem irrigação
- Conhecimento do produtor da questão ambiental;
- Quantidade necessária de agro químicos por cultura.
2. Promover uma reunião na escola, convidando para fazer parte desta,
agricultores da região, técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos, Secretário
municipal do meio ambiente, alunos e professores, para troca de experiências
e levantamento das vantagens e desvantagens da agricultura convencional e
orgânica.
3. Promover pesquisas bibliográficas sobre todos os assuntos e após a posse do
referencial teórico todas as disciplinas trabalharão o tema abordado, usando o
seguinte procedimento:
- Matemática:
91
- Trabalhar com o questionário de coleta de dados, transferir os dados em
gráficos estatísticos.
- Elaborar uma tabela de custo agrícola por hectare envolvendo uma ampla
pesquisa de preços no plantio convencional e orgânico.
- Química.
- Trabalhar os compostos químicos dos fertilizantes, agrotóxicos
utilizados na agricultura, suas fórmulas químicas, processo de fabricação,
etc.
- fazer uma análise química dos produtos do mercado quanto ao grau de
toxidade dos alimentos comercializados.
- Biologia.
- abordar os aspectos relativos à saúde, visando à qualidade de vida e as
vantagens e desvantagens dos produtos produzidos pelo processo
convencional e orgânico.
- Alimentos transgênicos.
- História
- Fazer um levantamento histórico do desenvolvimento do homem do
campo demonstrando a evolução da agricultura, suas influencias
econômicas e sociais, modelos e técnicas desenvolvidas até os dias
atuais, modelos e técnicas utilizadas hoje na comunidade.
- Geografia.
- topografia da região, tipo de solo, produtos adequados ao solo, relevo
etc.
- Língua Portuguesa.
Confecção de um jornal informativo, envolvendo todo o processo de
pesquisa, reuniões, etc.
- Língua estrangeira.
- Multinacionais que produzem e comercializam os agroquimicos
vendidos no Brasil.
92
- Artes.
- Artesanato produzido pelo homem do campo, peças de museus,
reprodução dos materiais utilizados antigamente, (pilão, etc).
- Filosofia.
- Costumes, crenças do homem do campo.
- Física.
- Bio-enegia, auto-sustentabilidade do homem do campo.
- Educação Física.
- Alimentos, vitaminas e nutrientes contidos nos principais alimentos
produzidos pelo homem do campo.
Cronograma:Será montado junto com os professores na semana pedagógica.
Parcerias:- Cooperativas da região.
- Agrônomos e técnicos agrícolas
- Agricultores
- Comunidade.
Projeção para o futuro:Busca-se com o presente projeto um trabalho continuado não somente no
ano de 2006, mas nos anos vindouros, promovendo feiras de produtos orgânicos,
abrindo espaço para artesanato e comidas típicas elaboradas pela comunidade,
buscando uma constante parceria entre comunidade e escola e valorizando a cultura
regional.
Entendemos que esse trabalho venha contemplar amplamente a educação
no campo. A escola busca com esses projetos transcender os limites das disciplinas
construindo um currículo a partir da articulação dos saberes de acordo com a
93
vivência dos alunos e das problemáticas da região em que a escola esta inserida,
ocorrendo assim, uma transdisciplinaridade.
Bibliografia:TORRES, Patrícia Lupion, et al, PROGRAMA RIO LIMPO, Intervenção da escola no
curso do rio. SEMA.
LIMA, Wilson, eta al, Revista- MEIO AMBIENTE E CIDADANIA, junho/ 2003.
ANTUNES, Paula Bessa, DIREITO AMBIENTAL. Rio de Janeiro, Luem Júris, 2000.
BOFF, Leonardo. SABER CUIDAR, Petrópoles, Vozes, 2001.LENVAL, L. de. A
EDUCAÇÃO DO HOMEM CONSCIENTE. São Paulo: Flamboyant, s.d.
94
25.4 EDUCAÇÃO FISCAL
Tema: Formando Cidadão no Século XXI.
Problema: Estamos vivendo em uma era de transformação tecnológica, cultural,
política, mas que ainda há milhares de brasileiros passando fome, vivendo em
condições precárias, com deficiência no atendimento à saúde, ao saneamento
básico, sem trabalho, portanto sem dignidade. Se a educação deve formar o jovem
para ser um cidadão crítico, autônomo, é imprescindível que ele compreenda o papel
do Estado, seu financiamento e sua função social, e do processo decisório de
alocação do recurso público. Como mobilizar nosso jovem a participar do processo
de (re) construção social?
Objetivo Geral: Fornecer uma formação plena para o jovem autogovernar-se,
fornecendo condições para que ele entenda os contextos sociais, históricos e
econômicos em que está inserido, democratizando as informações sobre finanças
públicas propiciando o acompanhamento e o controle do gasto público.
Objetivo específico. Ensinar e aprender sobre políticas públicas e distribuição de renda.
Compreender, dentro do processo histórico, como as sociedades se
organizam.
Discutir sobre as transformações sociais desejadas, distribuição de
renda, construção coletiva da democracia.
Exercer o papel de cidadão democrático, participativo, fiscalizador da
gestão pública e da gestão escolar.
Compreender o real sentido dos tributos, seus diferenciais, a parcela
cabível a cada setor social, a forma de aplicação e percentuais cabíveis
a cada instância pública.
Incentivar a vigilância cidadã da aplicação dos recursos públicos.
95
Fundamentação Teórica:Analisando o cenário brasileiro, e as constantes notícias que nos são
repassadas pelos meios de comunicação, jornais, revistas, televisão, notamos que
existem milhares de pessoas que vivem em condições precárias de sobrevivência,
alimentando-se nos lixões de nossas cidades, sem acesso à água, ao saneamento,
saúde, moradia. Não dá mais para fechar os olhos e virar o rosto do lado e fingir que
nada está acontecendo.
Mediante dados do IBGE, encontrados nos documentos da Secretaria da
Receita Federal, 1% da população mundial detém 53% de renda. O Brasil é um país
potencialmente rico, tendo alcançado 15% PIB (Produto interno bruto) do mundo.
Mas temos umas das piores distribuições de renda. Só somos comparados com
alguns países da África subsaariana, ou seja, os países que se situam abaixo do
deserto do Saara. No Brasil, 53 milhões de pessoas estão abaixo da linha da
pobreza, ou seja, 34% da população. A taxa de desemprego cresce a cada dia,
segundo dados do IBGE 2003. 50% da população economicamente ativa têm
emprego com carteira assinada, os restantes estão desempregados ou sujeitando-
se a condições precárias de trabalho. Enquanto isso vivemos num cenário de
corrupção pública. A cada dia o noticiário nos informa que milhares de dólares são
desviados dos cofres públicos para financiar campanhas eleitoreiras e para
corromper deputados e senadores que se dizem estar trabalhando para defender os
direitos dos cidadãos.
Diante desse cenário, cabe à educação fornecer informações para que essa
situação mude. Torna-se necessário democratizar as informações sobre finanças
públicas, propiciando ao cidadão fazer o acompanhamento e o controle do gasto
público, para que os tributos arrecadados sejam efetivamente aplicados conforme a
vontade popular, beneficiando a população que vive abaixo da linha da pobreza.
“O programa de Educação fiscal é constituído pelas mãos de cada um, a partir
de sua visão de mundo e da participação consciente no contexto das relações
humanas, sociais e econômicas, em que cada um é sujeito da sua história e da
história de todos”.(Secretaria da Receita Federal).
96
Metodologia: Paulo freire, (PEDAGOGIA DA AUTONOMIA, 2005. P. 47) diz que “ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção”. Partindo desse pressuposto, a primeira estratégia
que deverá ser aplicada é diagnosticar qual o conhecimento do aluno sobre os
tributos, ouvindo-os através de um diálogo aberto e investigando de onde vem o
conhecimento que têm a respeito do assunto. Após esse diálogo informal, será
necessário lançar-lhes desafios provocando a curiosidade e ampliarem seus
conhecimentos. Começando assim, um trabalho interdisciplinar, organizada em cada
disciplina na forma de mini projetos a serem executados durante o ano letivo.
Algumas sugestões procedimentais por disciplina:
Matemática.
1. Propor uma pesquisa na Internet, no Site da Receita Federal sobre o que é o
ICMS, IPVA, IPTU, parcelas cabíveis em cada ente tributante.
2. Quais os percentuais cobrados nos produtos da cesta básica. .
3. Como é feito o repasse do ICMS ao Estado. Quem paga a conta?
4. Elaborar gráficos estatísticos, verificando as condições de vida da população
do município, qual a renda per capta da população.
5. Verificar os percentuais que são repassados para a educação, quanto sua
escola recebe, onde e como são aplicados esses recursos, elaborar os
percentuais gastos na escola.
6. Trazer textos de jornais e revistas dos valores e percentuais divulgados pelo
governo federal dos investimentos e recortes dos desvios de dinheiro público,
fazendo um parâmetro do que poderia ser melhorado se os valores desviados
dos cofres públicos fossem investidos na melhoria da qualidade de vida da
população, dentro dos limites legais destinados a cada segmento da
sociedade.
7. Onde e como o IPTU, ISS são aplicados no município, qual o valor recebido
mensalmente.
8. Elaborar uma tabela de classificação dos impostos quanto ao contribuinte.
. História.
97
1. Pesquisar a origem dos tributos desde a idade antiga até a
contemporânea.
2. Estudar e fazer um panorama da história dos tributos no Brasil desde a
época das descobertas até os dias atuais.
3. Fornecer as definições e o papel do Estado, suas organizações.
4. Estudar a história política do Brasil, os principais marcos.
5. Estudar a história do orçamento público no Brasil.
Português: 1. Elaborar um dicionário sobre os conceitos de tributos e suas classificações.
2. Elaborar um jornal informativo sobre orçamento participativo, sonegação
fiscal, etc.
3. Produzir textos e materiais informativos.
Geografia:
1- Promover uma visita em campo, para averiguar e pesquisar as condições de
moradia e salário dos munícipes.
2- Mapear o Brasil e verificar quais são as regiões onde se concentra o maior
índice de pobreza.
3- Quais os instrumentos necessários para a elaboração de um orçamento
público? Como é feito o orçamento público do município?
4- Mapear qual a área da cidade onde se concentre o maior índice de pobreza.
Quais as condições de vida dessa população, quanto ao saneamento básico,
saúde pública, quais os projetos que há no município para reverter o quadro
atual?
Artes.
1- Elaborar cartazes informativos e divulgá-los em murais no colégio.
2- Elaborar charges, diversas informativas a respeito de PPA, LDO, LO.
3- Promover peças teatrais com a participação da comunidade de caráter
informativo.
98
. Educação Física Promover uma gincana cultural, com os temas propostos na educação fiscal,
formando equipes e elaborando provas na quadra que envolvem os conhecimentos
adquiridos.
- Filosofia.Trabalhar os valores embutidos na Educação fiscal, como liberdade,
igualdade, justiça social, superioridade de homem sobre o Estado.
Qual a diferença entre imposto, taxa, contribuição de melhoria, como esses
recursos devem ser aplicados e onde o são.
- Física. Trabalhar a energia elétrica, aproveitando não somente o consumo e as
transformações de kw. Mas também os valores dos impostos constantes nas faturas
de energia.
- Química.Quando trabalhar as composições químicas, aproveitar para trabalhar a água,
envolvendo contaminações, consumo e impostos embutidos nas faturas de água.
- Inglês.Produtos importados. Elaborar uma pesquisa no mercado sobre quais são os
produtos importados, quais as taxas e impostos aplicados na importação e também
na exportação dos produtos, pesquisar quais são os critérios das importações e das
exportações.
- Biologia. Quais as conseqüências causadas pela falta de saneamento básico, riscos de
epidemia, verbas destinadas à saúde pública, como são aplicadas no município
como fiscalizar a aplicação desses recursos
99
Cronograma Ações
- Fevereiro Divulgação e formação de grupos de
estudos entre os professores.
- Março Montagem dos mini-projetos dentro das
disciplinas.
- Início dos trabalhos com os alunos.
- Palestras agendadas com técnicos da
receita federal.
- Abril a Novembro - Trabalho com os alunos, de forma
interdisciplinar.
Dezembro - Fechamento dos trabalhos.
Avaliação:A avaliação do projeto será feita dentro de cada disciplina de forma processual, com
critérios estabelecidos em acordo com os alunos. Como produtos finais, os alunos
envolvidos no projeto, montarão um orçamento popular para melhorias da escola e
também para melhoria do município.
Referências Bibliográficas.
ARAÚJO, José Prata. Cidadania – Políticas de Igualdade no Brasil. Minas Gerais,
Editora
Bis, 2002.
MORIM, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Publicado no
Boletim da SEMTEC-MEC Informativo Eletrônico da Secretaria de Educação Média e
Tecnológica – Ano 1 – Número 4 – junho/julho de 2000.
Programa Nacional de Educação Fiscal. Educação Fiscal no contexto social. Brasília. 2004.
100
Programa Nacional de Educação Fiscal. Sistema tributário nacional / ProgramaNacional de Educação Fiscal. – Brasília, 2004.
Programa Nacional de Educação Fiscal. Gestão democrática dos recursos públicos / Programa Nacional de Educação Fiscal. – Brasília, 2004.
Programa Nacional de Educação Fiscal. Relação Estado - Sociedade / Programa Nacional de Educação Fiscal. – Brasília, 2004.
101
25.5 EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
Problemática: A inovações tecnológicas tem contribuído para a prática pedagógica
e a efetivação da aprendizagem.
Objetivo Geral: Proporcionar avanços na melhoria e qualidade do ensino fazendo
uso das diversas tecnologias.
Objetivo Específico: Conhecer todo o potencial que as tecnologias podem trazer
para a melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos.
Justificativa: O mundo vive um acelerado desenvolvimento, em que a tecnologia
está presente direta ou indiretamente em atividades bastante comuns. A escola faz
parte do mundo e para cumprir sua função de contribuir para a formação de
indivíduos que possam exercer plenamente sua cidadania, participando dos
processos de formação e construção da realidade, devendo estar aberta e incorporar
novos hábitos, comportamentos, percepções e demandas, justificamos este projeto.
Metodologia: Entendemos por tecnologia todo o conhecimento que permite alterar
nossas relações com o ambiente e com os outros seres humanos. Na era moderna
e industrial em que vivemos, a tecnologia geralmente é derivada de princípios
científicos, ou seja, de adaptações daquilo que é descoberto num laboratório de
pesquisa, de forma a permitir que possa ser produzido em maior quantidade.
A incorporação das inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para
a melhoria da qualidade do ensino. A simples presença de novas tecnologias na
escola não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente
modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na recepção e na
memorização de informações.
A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e
na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis –
livro didático, giz e lousa, televisão ou computador. A presença de aparato
tecnológico na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender.
A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a
102
construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por
parte de alunos e professores.
Se entendermos a escola como um local de construção do conhecimento e de
socialização do saber; como um ambiente de discussão, troca de experiências e de
elaboração de uma nova sociedade, é fundamental que a utilização dos recursos
tecnológicos seja amplamente discutida e elaborada conjuntamente com a
comunidade escolar.
A tecnologia eletrônica – televisão, videocassete, DVD, máquina de calcular,
gravador e computador – pode ser utilizada para gerar situações de aprendizagem
com maior qualidade, ou seja, para criar ambientes de aprendizagem em que a
problematização, a atividade reflexiva, atitude crítica, capacidade decisória e a
autonomia sejam privilegiados.
Algumas tecnologias informacionais, como livros, jornais, revistas,
retroprojetor, vídeos e televisão, já fazem parte da escola há muito tempo. Mas para
a grande maioria das escolas, os meios eletrônicos de comunicação e informação
ainda constituem-se como “novidades”, embora socialmente sejam instrumentos
bastante conhecidos e utilizados.
Em virtude da necessidade da escola acompanhar os processos de
transformação da sociedade, atendendo às novas demandas. É premente que se
instaure o debate, a implantação de políticas e estratégias para o desenvolvimento e
disseminação de propostas de trabalho inovadores utilizando os meios eletrônicos de
informação e comunicação, já que eles possuem um enorme potencial educativo
para complementar e aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem.
Utilizar recursos tecnológicos não significa utilizar técnicas simplesmente, e
não é condições suficiente para garantir a aprendizagem dos conteúdos escolares.
Por isso, é fundamental criar um ambiente de aprendizagem em que os alunos
possam ter iniciativas, problemas a resolver, possibilidades para corrigir erros e criar
soluções pessoais, utilizando os recursos tecnológicos como auxílio na
aprendizagem que exijam atitudes rápidas.
É importante que os alunos tenham os recursos tecnológicos como
alternativas possíveis para a realização de determinadas tarefas. A escola deve
possibilitar e incentivar que os alunos usem seus conhecimentos sobre tecnologia
pra apresentar trabalhos escritos das diferentes áreas; pesquisar sobre assuntos
103
variados; sem que a realização dessas atividades esteja necessariamente atrelada
a uma situação didática planejada pelo professor.
A moderna sociedade tecnologia, cujos aspectos mais diretamente
observáveis modificam-se rapidamente, parece não deixar tempo nem para a crítica
nem para a contemplação e a satisfação com o estudo, exigindo apenas
conhecimentos de caráter mais usual. Porém, uma educação de caráter humanista,
capaz de fazer frente aos desafios da contemporaneidade, não pode dispensar a
contribuição da educação tecnológica, nas relações sociais e culturais instituídas a
partir do impacto das novas tecnologias.
É importante ressaltar a utilização desses recursos tecnológicos de forma
consciente para que o aluno não utilize de forma errada mas sim com fim que
aprimore sua formação intelectual.
Plano de Trabalho: Será trabalhada de forma interdisciplinar. De acordo com a
necessidade de cada conteúdo será feito o uso de recursos tecnológicos
correspondente.
Cronograma: Durante todo o ano letivo, no decorrer da execução do trabalho
pedagógico do professor junto aos alunos.
104
26- ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
Todo projeto em andamento precisa ser avaliado durante sua execução e
também no final. A avaliação serve para corrigir metas, ver os possíveis erros e
falhas, analisar o progresso e se estamos seguindo ao que se propõe.
Para isso é preciso reflexões constantes; se o trabalho que estamos
desenvolvendo está nos fazendo avançar na direção geral pretendida. Pretendemos
então realizar essas reflexões de forma organizada e registrada em fichas pré-
elaboradas, em grupos de estudo, reuniões com a APMF, Grêmio, Conselho Escolar
e representantes de sala.
Os participantes serão consultados e orientados a examinar cada item do
projeto político pedagógico confrontando a concepções com a prática vivenciada na
realidade.
Questionamentos que podem ser considerados:
Obs: Essas questões devem ser respondidas com relação a cada uma das
áreas temáticas, a fim de que o diagnóstico cubra inteiramente em seus diversos
aspectos:
1- Até que ponto nossa prática está coerente com o que estabelecemos em
nosso objetivo maior?
1- Nossa prática ajuda os jovens a serem críticos participativos e autônomos?
2- Até que ponto em nosso Colégio, o aluno é sujeito de seu próprio
desenvolvimento?
De modo geral:
3- Relatório de fatos e situações que evidenciam as ações positivas da escola
como um todo.(nossos pontos positivos)
4- Relatório de fatos e situações que evidenciam os aspectos negativos (nossos
pontos negativos)
5- O que já existe interna e externamente que ajuda a superar as falhas?
Serão anexados assim relatórios com as devidas conclusões.
105
27- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em primeiro lugar queremos ressaltar que projeto refere-se a algo que ainda
não é, mas que se quer tornar.
Mais que organizar um conjunto de formações gerais, agora consiste em
saber regulá-las em favor do que se pretende que seja específico. Um dos meios
que possibilitará a realização e a transformação é o trabalho em equipe.
Ele será tanto melhor quanto se puder ser assumido no cotidiano daqueles
que foram os seus protagonistas e que se tornaram responsáveis por ele e, por isso
mesmo, beneficiários de sua realização.
O desafio do nosso Colégio é considerarmos uma realidade de evasão e
repetência que pode mudar, cabendo ao professor e a todos os outros profissionais
que aqui trabalham levar em conta essas mudanças, empenhadas em atingir o
objetivo mais geral. “Fazer com que todos aprendam”.
Nossa esperança, é que ele venha a se concretizar nas pequenas, sucessivas
e simultâneas coisas que vão pouco a pouco, dando-lhe consistência, tendo por base
relações solidárias.
O desafio está posto neste Projeto para todos e a contribuição de cada um é
fundamental nesta caminhada.
106
28- REFERÊNCIAS
- GASPARIM, João Luiz, Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica,
Campinas, SP, 2002.
- HORA, Dinair Leal da, Gestão Democrática na Escola, Ed. Papirus.
- VASCONCELOS, Celso dos S., Coordenação do Trabalho Pedagógico, Ed.
Libertad, São Paulo.
- MACEDO, Lino de, Ensaios Pedagógicos – Como Construir uma Escola para Todos? Ed. Artmed.
- FREIRE, Paulo,Pedagogia da Autonomia.
- CARNEIRO, Moaci Alves. Os Projetos Juvenis na Escola de Ensino Médio, Ed,
Vozes, Petrópolis, 2002.
- SEED - Seminário de Desseminação das Políticas de Gestão Escolar para
Diretores da Rede Estadual, Maringá, 2004.
- GESTÃO EM REDE – Outubro de 2001 – nº 32
- GESTÃO EM REDE – Abril de 2001 – nº 27
- GESTÃO EM REDE – Maio de 2001 – nº 36
- IESDE BRASIL S.A – Homem, Cultura e Sociedade. Curitiba Pr.
- IESDE BRASIL S.A – Fundamentos Sócio- Filosóficos da Educação. Curitiba Pr.
- IESDE BRASIL S.A – Teorias da Aprendizagem. Curitiba, Pr.
107
ANEXOS
108
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA - ENSINO MÉDIO.
ENGENHEIRO BELTRÃO-PR.
APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR
O grande desafio da Proposta Curricular é estabelecer um projeto de ensino
voltado para uma inclusão de todos os alunos.
Com esse propósito foi elaborado o currículo de nosso Colégio onde as
diferenças individuais deverão ser respeitadas, por meio de planejamento de
propostas diversificadas. Trata-se da realização de um trabalho compartilhado,
visando otimizar a provisão de serviços e recursos para o atendimento de todos os
alunos em função das necessidades individuais, reconhecendo que a escola tem
como fim desenvolver as capacidades acadêmicas, cognitivas, afetivo-emocionais e
sociais que potencializem o desenvolvimento pessoal e social de todos os
educandos.
Para conceber e praticar uma educação para todos, pressupõe a prática de
currículos abertos e flexíveis com adaptações para atender a diversidade.
Portanto nossa Proposta Curricular deverá viabilizar as necessárias
mediações para que os jovens desenvolvam conhecimentos que lhes permitam
trabalhar intelectualmente e pensar com praticidade, utilizando conhecimentos
científicos e estabelecendo relações sociais de modo articulado na resolução de
problemas.
Dessa forma o desenvolvimento humano em sua integralidade deverá estar
articulado de conhecimento, emoções e atitudes, que conduzam à autonomia
intelectual e ética.
109
MATRIZ CURRICULAR – ENSINO MÉDIO
NRE: Campo Mourão MUNICÍPIO: Engenheiro Beltrão
ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino Médio
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
CURSO: 0009 – ENSINO MÉDIO
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2007 – SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS
Base
Nacional
Comum
Disciplina 1ª série 2ª série 3ª série C.Horária
Arte 2 - - 80
Biologia 3 2 2 280
Educação Física 2 2 2 240
Física 2 2 3 280
Geografia 2 2 2 240
História 2 2 2 240
LínguaPortuguesa 4 4 4 480
Matemática 4 4 4 480
Química 2 3 2 280Sociologia - 2 - 80
Filosofia’ - - 2 80
Sub-Total 23 23 23 2760
L.E.M. Inglês 2 2 2 240
Sociologia - 2 - 80
Sub-Total 2 4 4 400
Total Geral 25 25 25 3000 Total de horas 2500
Nota: Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96 O idioma será definido pelo Estabelecimento de Ensino
110
24.4 – PROPOSTA CURRICULAR POR DISCIPLINA
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
ARTE
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
111
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA- ARTE
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINANas diversas teorias sobre a arte são estabelecidas algumas referências sobre
sua função, o que resulta também em diferentes posições: como a arte pode servir à
ética, à política, à religião, à ideologia; ser utilitária ou mágica e transformar-se em
mercadoria ou meramente proporcionar prazer.
As concepções presentes no senso comum, identificam-se no campo de
estudos da estética no mundo ocidental, com as teorias essencialistas de arte: a mímesis e a representação; a arte como expressão e o formalismo. Essas
teorias pretendem definir um conceito fixo e único sobre a arte , defendem a idéia de
que existe uma essência, ou seja, propriedades essenciais comuns a todas as obras
de arte e que somente nelas se encontram.
A teoria da mímesis, desenvolvida na Grécia antiga, tem por definição que a
arte é imitação. Assim a mímesis somente considerava perfeita a obra que atingisse
maior semelhança com o modelo configurado na representação da realidade,
segundo a expectativa do artista, então considerado como artífice.
Na arte essas concepções vem desde a Antiguidade Clássica, passando pelo
Renascimento, vindo até o século XIX, no início da segunda fase da revolução
industrial. São a mímesis e a representação, as mais antigas teorias da arte e foram
aceitas pelos próprios artistas, por muito tempo, como inquestionáveis, nas quais o
valor da arte está nas suas referências, na mensagem nela contida.
Ainda hoje, a teoria da representação é referência no cotidiano das escolas e
implica no senso de repetição da forma a partir de um modelo pré-estabelecido,
aceito como referência formativa no ensino da Arte. Essa idéia da arte como
representação, muito presente na escola, enfatiza o fazer técnico e científico de
conteúdos reprodutivistas, com uso de modelos e cópias do natural.
Contrapondo-se a um modelo de arte, fundamentada na representação fiel ou
idealizada da natureza, a arte sob a perspectiva da Teoria expresssionista, iniciou-
se com filósofos e artistas românticos do final do século XVIII. Essa concepção
112
defendia que a arte deveria libertar-se das limitações das teorias anteriores (mimesis
e representação), ao mesmo tempo que deslocava para o artista, ou criador, a chave
da compreensão da arte.
A concepção expressionista em sua base, evidenciou as contradições da
sociedade, a partir das impressões pessoais dos artistas desse tempo histórico. Essa
concepção, dividiu-se em dois momentos distintos: A arte como expressão e a arte
como forma significante ou formalismo.Aproximando-se dessa idéia do romantismo, na arte como expressão,
detacaram-se artistas e filósofos como: Kant, Tolstoy, Van Gogh, Edward Munch,
Goethe, Ibsen, Wagner entre outros, que em algumas de suas obras representaram
essas características. Esse movimento tem como objetivo aprofundar o olhar diante
da realidade. O artista é considerado como gênio em seu processo de criação. Não
contempla mais as cenas do cotidiano de uma forma distanciada, de fora para
dentro, e sim deixa transparecer em suas obras as impressões dos sentidos,
projeções e visões subjetivas do real, que se caracterizam, nessa teoria, de dentro
para fora. A arte, nesse movimento, é considerada como expressão dramática,
visível, que exprime sentimentos e emoções.
Na concepção expressionista, uma importante função da arte foi a de revelar
as contradições da sociedade, prestando-se desse modo a uma crítica social que
representava os conflitos internos dos sujeitos, profundamente marcada por uma
localização histórica em transformação.
Para uma proposta de inclusão e diversidade a metodologia não pode ser
apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
113
Enfim, é preciso primar para que todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
3- OBJETIVOS GERAIS
- Fazer o aluno sentir, invadir a razão e a emoção, levando-o à reflexão sobre o
homem e o mundo através da análise e criação de uma obra-de-arte.
- Ampliar a capacidade dos educandos de representar e compreender o mundo;
- Entender a arte como modo de ação produtiva do homem, como fenômeno
social e parte da cultura.
- Relacionar a arte com a totalidade da existência humana, mantendo íntimas as
conexões com o processo histórico;
- Compreender a arte como produto de produção cultural nascida por força das
práticas sociais;
114
4- CONTEÚDOS:
PRIMEIRA SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Elementos Formais
A composição
Os movimentos e períodos
O tempo e espaço (estará presente no interior dos conteúdos e é um elemento
articulador entre os mesmo).
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
ARTES VISUAIS
1- figurativa
2- abstrata
3- figura/fundo
4- bidimensional / tridimensional
MÚSICA
1- ritmo
2- melodia
3- harmonia
4- intervalo melódico
5- intervalo harmônico
TEATRO
1- representação
2- sonoplastia / iluminação / cenografia
3- figurino / caracterização / maquiagem e adereços
DANÇA
1- ponto de apoio
115
2- salto e queda
3- rotação
4- formação
5- deslocamento
MOVIMENTOS E PERÍODOS
1- arte Pré-histórica
2- arte no Egito Antigo
3- arte Grego-romana
4- arte Pré-colombiana nas Américas
5- arte Oriental
6- arte Africana
7- arte Medieval
8- Renascimento
9- Barroco
10- Neoclassicismo
SEGUNDA SÉRIE
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
ARTES VISUAIS
1- semelhanças
2- contrastes
3- ritmo visual
4- gêneros
5- técnicas
MÚSICA
1- tonal
2- modal
3- gêneros
116
4- técnicas
5- improvisação
TEATRO
1- jogos teatrais
2- roteiro
3- enredo
4- gêneros
5- técnicas
DANÇA
1- sonoplastia
2- coreografia
3- gêneros
4- técnicas
MOVIMENTOS E PERÍODOS
Romantismo
Realismo
Movimentos de vanguarda (Futurismo, Cubismo...)
Op-art
Pop-art
Teatro pobre
Teatro do oprimido
Música eletrônica
Rap, funk, técnico
Música minimalista
Arte engajada
Hip hop
Dança moderna
Vanguardas artísticas
Arte brasileira
Arte paranaense
Indústria cultural
117
5- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Tendo os pressupostos teóricos como referência, devemos pensar na
metodologia, que pode ser concebida como “A arte de dirigir o espírito na
investigação da verdade” (FERREIRA, 1986). Este é o elemento da pedagogia que
está mais intimamente ligado à prática em sala de aula.
Quando se trata de metodologia, precisamos direcionar o pensamento par o
método a ser aplicado: para quem, como, por que e o quê? O trabalho em sala de
aula deve-se pautar pela relação que o ser humano tem com a arte, essa relação é
de produzir arte, desenvolver um trabalho artístico ou de sentir e perceber as obras
artísticas.
No espaço escolar, o objeto de trabalho é o conhecimento. Desta forma
devemos contemplar, na metodologia do ensino da arte, três momentos da
organização pedagógica: o sentir e perceber, que são as formas de apreciação e
apropriação, o trabalho artístico, que é a prática criativa, o conhecimento, que
fundamenta e possibilita ao aluno um sentir/perceber e um trabalho artístico mais
sistematizado, de modo a direcionar o aluno à formação de conceitos artísticos.
A seguir explicitaremos cada um desses três momentos. Tendo em vista que
os mesmos constituem-se numa totalidade, o trabalho em sala poderá iniciar por
qualquer um deles, ou pelos três simultaneamente. O importante é que no final das
atividades (em uma ou várias aulas) com o conteúdo desenvolvido, todos esses
momentos tenham sido realizados com os alunos.
4.1 Sentir e Perceber
A apreciação e apropriação das obras artísticas se dão inicialmente pelos
sentidos, sendo que a fruição e a percepção serão superficiais ou mais
aprofundadas, de acordo com as experiências e conhecimentos em Arte que o aluno
tiver em sua vida.
O trabalho do professor é o de possibilitar o acesso e mediar essa apreciação
e apropriação com o conhecimento sobre arte, para que o aluno possa interpretar as
obras e a realidade, transcendendo as aparências, aprendendo, através da arte,
parte da totalidade da realidade humano social.
118
Na análise da obra de arte deve-se perceber que o artista, no processo de
composição de sua obra, imprime na mesma, sua visão de mundo, a ideologia ao
qual se identifica, o seu momento histórico e outras determinações sociais. Além do
artista ser um sujeito histórico e social, é também singular e na sua obra, apresenta
uma nova realidade social.
Ressalta-se ainda que a humanização dos objetos e dos sentidos realiza-se
tanto na apreciação dos objetos, quanto a percepção mediada pelo conhecimento
em arte sistematizado.
4.2 Conhecimento em Arte
Este é o momento privilegiado da cognição, onde a racionalidade opera para
aprender o conhecimento historicamente produzido sobre arte.
O conhecimento em arte, na perspectiva destas diretrizes materializa-se no
trabalho escolar com os conteúdos estruturantes (elementos formais, composição,
movimentos e períodos, tempo e espaço) da disciplina e como eles se constituem
nas artes visuais, dança , música e teatro.
É imprescindível que o professor considere a origem cultural e o grupo social
dos alunos, trabalhando em suas aulas os conhecimentos produzidos na
comunidade e as manifestações artísticas que produzem significado de vida para
estes alunos, tanto na produção como na fruição.
A abordagem dos conteúdos (conhecimento) não deve ser feita somente
como aula teórica e sim estar contida no sentir e perceber e no trabalho artístico,
pois o conhecimento em arte se efetiva somente quando esses três momentos são
trabalhados.
Arte é um campo do conhecimento humano, produto da criação e do trabalho
de indivíduos, histórica e socialmente datados, onde cada conteúdo tem sua origem
e história, que devem ser conhecidas para melhor compreensão por parte do aluno.
Este conhecimento transforma-se, através do tempo, em função dos modos de
produção social, o que implica, para o aluno, conhecer como se organizam as várias
formas de produzir arte, como também, a maneira pela qual a sociedade estrutura-se
historicamente.
4.3 – Trabalho Artístico
119
A prática artística (trabalho criador) é expressão privilegiada do aluno e
momento do exercício da imaginação e criação. Apesar das dificuldades que a
escola encontra para desenvolver estas práticas, elas são fundamentais, pois a arte
não pode ser aprendida somente de forma abstrata, o processo de produção do
aluno acontece quando ele interioriza e se familiariza com os processos artísticos e
humaniza os sentidos.
Essa abordagem metodológica é essencial no processo ensino-aprendizagem
em arte. Estes três momentos metodológicos são importantes para o trabalho em
sala de aula, pois apesar de serem interdependentes, é preciso planejar as aulas
com recursos e metodologia específica para cada um desses momentos.
O encaminhamento pode iniciar-se por qualquer desses momentos, mas o
fundamental é que no processo o aluno tenha realizado trabalhos referentes ao sentir
e perceber, ao conhecimento e ao trabalho artístico.
120
5- AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Arte é diagnóstica e processual, diagnóstica por
ser a referência para o planejamento das aulas e de avaliação dos alunos,
processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. Para isso o
planejamento deve ser constantemente redirecionado, utilizando a avaliação do
professor, da classe sobre o desenvolvimento das aulas e também a auto-avaliação
dos alunos.
A avaliação diagnóstica serve de base para o planejamento das aulas, pois
mesmo que já estejam definidos os conteúdos que serão trabalhados, a forma e a
profundidade de sua abordagem dependem do conhecimento que os alunos
possuem.
Portanto o conhecimento que o aluno possui deve ser socializado entre os
colegas de sala e ao mesmo tempo é a referência para o professor propor
abordagens diferenciadas. Por exemplo, o conteúdo a ser trabalhado com o aluno
que possui um conhecimento, técnica ou habilidade deve servir para que ele possa
ampliá-lo e principalmente sistematizá-lo, já o aluno que não conhece esse conteúdo
deve ser iniciado na sua aprendizagem.
Para possibilitar essa avaliação individual e coletiva, é necessário utilizar
vários instrumentos de avaliação, como o diagnóstico inicial, durante o percurso e
final do aluno e do grupo, trabalhos artísticos, pesquisas, provas teóricas e práticas,
entre outras.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as
práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de
diagnósticos para reconhecê-las e valorizá-las a fim de estabelecer diálogos
pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na
organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as
mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades muito específicas um recurso viável a ser
utilizado é oferecer opções para situações pontuais ou seja material opcional pré-
elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre
cuidando para que esses critérios ou atividades permitam que cada estudante se
encontre em condições propícias, seja qual forma for o seu ritmo.
121
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é,
quando nossa Escola for promotora de todos é que realmente iremos sustentar a
proposta de Educação Inclusiva.
122
6- REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de ensino Médio.
Texto elaborado pelos participantes dos encontros de formação continuada/Orientações Curriculares. Curitiba: SEED/DEM, 2003/2005. Mimeo.
- Diretrizes Curriculares de arte para o ensino médio.
- Livro didático público – Arte no Ensino Médio (Secretaria de Estado da
Educação).
123
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
BIOLOGIA
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
124
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA – BIOLOGIA
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Biologia tem como estudo o fenômeno Vida. O homem tem,
através dos tempos, tentado explicá-lo e compreendê-lo.
Os conhecimentos da disciplina de biologia se firmam em modelos teóricos
elaborados pelo homem ( paradigmas teóricos), que apresentam o esforço para
entender, explicar, utilizar e manipular os recursos naturais.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das
diferentes concepções sobre o fenômeno vida e suas implicações para o ensino,
buscou-se, na história os contextos nos quais pressões religiosas, políticas e sociais
impulsionaram mudanças conceituais no modo como o homem passou a
compreender a natureza.
O homem primitivo retratou as suas observações através das pinturas
rupestres, o que representa o seu interesse em explorar a natureza.
Os filósofos Platão e Aristóteles deixaram suas contribuições quanto à
classificação dos seres vivos. As interpretações filosóficas buscaram explicações
para a compreensão da natureza.
Na idade média ( séc. V – séc. XV), através do cristianismo, o conhecimento
do universo foi associado a Deus e oficializado pela Igreja Católica que o transforma
em dogmas, institucionalizando o dogmatismo egocêntrico ( Deus é o centro).
Neste período, nascem as primeiras universidades procurando organizar,
sistematizar e agrupar o conhecimento produzido pelo homem.
Na história da Ciência, na Renascença, encontra-se também um período
marcado por contradições. Leonardo da Vinci introduz o pensamento matemático
como instrumento que permite interpretar a ordem mecânica da natureza.
Neste período, surgem novas contribuições com Carl Von Linné, que resultou
no pensamento biológico descritivo.
125
O médico Willian Harvey introduz as bases do pensamento biológico
mecanicista.
Com Erasmus Darwin surge a evolução dos seres vivos - mutação das
espécies ao longo do tempo. Lamarck, parte para a classificação dos seres vivos,
criando o conhecimento de sistema evolutivo em constante mudança.
Gregor Mendel propõe as leis que regulam a hereditariedade – transmissão de
características entre os seres vivos.
No século XIX, surge a proposição da teoria celular, a partir de descrições
feitas pelo Botânico alemão Mathias Schliden e pelo naturalista alemão Theodor
Schwann, afirmam que todas as coisas vivas, os animais e vegetais, eram
compostos por células e com aperfeiçoamento dos estudos sobre a origem da vida.
No século XX, a influência do pensamento biológico evolutivo surge a partir do
pensamento biológico da manipulação genética, demarcando a condição do homem em
compreender a estrutura físico-química dos seres vivos e as conseqüentes alterações
biológicas.
Após estes fatos evolutivos da vida, o ensino passa a trabalhar três fatores que
provocaram alterações no Ensino de Ciências no Brasil: o progresso da Biologia, a
constatação internacional e nacional da importância do Ensino de Ciências, como fator
de desenvolvimento e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Na atualidade as mudanças pedagógicas são rápidas.
Ao analisar a situação do ensino público em 2003, percebeu-se a
descaracterização do objeto de estudo da disciplina de Biologia. Estabeleceu, assim, a
construção das Diretrizes Curriculares, considerando-se a concepção histórica da
ciência articulada com os princípios da filosofia da Ciência.
126
2- OBJETIVOS GERAIS
- Compreender as rápidas transformações científicas e tecnológicas
provocadas, por exemplo, pela engenharia genética - e os grandes problemas
de nosso tempo, como a fome, a aids, as drogas e os desequilíbrios
ambientais.
- Reconhecer o sentido histórico de ciência e da tecnologia e sua relação com a
vida na terra.
- Possibilitar ao aluno o desenvolvimento das habilidades necessárias para a
compreensão do papel do homem na natureza.
- Propiciar condições para que o educando compreenda a vida como
manifestação de sistema organizados e integrados, em constante interação
com o ambiente físico-químico.
- Reconhecer como agente capaz de modificar ativamente o processo evolutivo,
alterando a biodiversidade e as relações estabelecidas entre os organismos.
- Compreender e interpretar fatos e fenômenos naturais sob a óptica da
Biologia, servindo como instrumento para orientar decisões e intervenções.
127
3- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Para o ensino de Biologia compreender o fenômeno Vida e sua complexidade de
relações, significa pensar em uma ciência em transformação, cujo caráter provisório
garante a reavaliação dos seus resultados e possibilita o repensar e a mudança
constante de conceitos e teorias elaboradas em cada momento histórico,social, político,
econômico e cultural.
A proposta curricular do ensino de Biologia firma-se na construção da práxis do
professor. Objetiva trazer os conteúdos de volta para os currículos escolares, mas numa
perspectiva diferenciada, onde retome a história da produção do conhecimento científico
e da disciplina escolar e seus determinantes políticos, sociais e ideológicos.
O ensino dos conteúdos específicos de Biologia apontam para as seguintes
estratégias metodológicas de ensino:
1- Prática social;
2-Problematização:
3-Instrumentalização;
4-Catarse;
5-Retorno à pratica social.
Para cada conteúdo estruturante, propõe-se:
1-Organização dos seres vivos;
2-Mecanismos biológicos;
3-Biodiversidade;
4-Implicações dos avanços biológicos no fenômeno da vida.
Compreendendo-se a proposta dos conteúdos estruturantes, uma atenção
especial deve ser dada ao modo como os recursos pedagógicos serão utilizados e aos
critérios político-pedagógicos da seleção de recursos didáticos, que podem contribuir
para crítica que permitirá realizar os recortes necessários dos conteúdos específicos
como significativos para o Ensino Médio.
Recursos utilizados:
- aula dialogada;
- a leitura;
- a escrita;
- a experimentação;
128
- as analogias.
Recursos audio visuais:
- vídeo:
- transparência;
- fotos;
- atividades experimentais.
Atividades que veiculam uma concepção sobre a relação homem-ambiente, e o
estudo do meio como parques, praças, terrenos baldios, praias, bosques, rios,
zoológicos, hortas, mercados, lixões, fábricas, hortos florestais, etc.
Jogos didáticos contribuem para gerar desafios e detém conteúdo com finalidade de
desenvolver habilidades de resolução de problemas, o que possibilita a oportunidade de
traçar planos de ações para atingir determinados objetivos.
Para uma proposta de Inclusão e diversidade, a metodologia não pode
ser apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o
mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim, é preciso primar para que “todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino, com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
129
3-CONTEÚDOS
PRIMEIRA SÉRIE Organização dos seres vivos.
1. Vida e composição química dos seres vivos.
Como definir “vida”?
Características gerais dos seres vivos.
A química das células.
2. Vida e energia.
Níveis de organização dos seres vivos.
Biosfera,ecossistemas,comunidades e populações.
Transferência de matéria e de energia nos ecossistemas.
As pirâmides ecológicas.
Redes e teias alimentares.
O equilíbrio na natureza.
Biodiversidade.
3. Ciclos da matéria,sucessão ecológica e desequilíbrios ambientais.
Introdução.
Ciclos da matéria.
Sucessão ecológica.
Desafios para o futuro.
4. Ecossistemas e populações.
Introdução.
Ecossistemas aquáticos.
Ecossistemas terrestres.
Manguezais.
Ecologia das populações.
130
5. Relações entre os seres vivos.
Interações ecológicas.
Relações intra-específicas.
Relações interespecíficas ou Simbioses.
Mecanismos biológicos.
6. Origem da vida.
Universo, Sistema Solar e planeta Terra.
Geração espontânea.
Teoria da biogênese.
E os primeiros seres vivos,como surgiram?
A hipótese heterotrófica sobre a origem da vida.
7. Introdução à citologia e membranas celulares.
Citologia: estudo da célula.
Célula:tamanho,forma e funções.
Estrutura básica de uma célula eucariótica.
Os envoltórios das células.
Mecanismos de transporte através de membranas.
Endocitose e exocitose.
8. Citoplasma e organelas.
Citoplasma:características gerais.
Ribossomos.
Inclusões.
Citoesqueleto.
Centríolos.
Organelas membranosas.
131
9. Metabolismo energético da célula.
Conceitos gerais.
Fotossíntese.
Quimiossíntese.
Respiração aeróbia.
Respiração anaeróbia.
Fermentação.
Implicações dos avanços biológicos no fenômeno vida.
10.Núcleo e divisão celular.
10.l Núcleo noções gerais.
10.2 Estrutura do núcleo.
10.3 Divisão celular.
10.4 Ciclo celular:interfase e mitose.
10.5 Meiose.
11.Embriologia animal.
Gametogênese.
Fecundação
As fases do desenvolvimento embrionário.
Anexos embrionários.
O desenvolvimento embrionário humano.
12.Histologia animal.
A multicelularidade.
Tecidos epiteliais.
Tecidos conjuntivos.
Tecidos musculares.
Tecido nervoso.
132
SEGUNDA SÉRIE
Organização dos seres vivos.
13.Os seres vivos e os vírus.
Classificação dos seres vivos.
Reinos de seres vivos.
A proposta do sistema dos três domínios.
Vírus características gerais.
Mecanismos biológicos.
Moneras
Introdução.
Eubactérias.
14.Protistas.
Os termos protista e protoctista.
Os protozoários.
Os protozoários e a saúde humana.
As algas.
15.Fungos.
Introdução.
Fungos e mutualismo.
Estrutura básica de um fungo multicelular.
Os fungos e o ser humano.
Classificação e reprodução dos fungos.
Biodiversidade.
16.Os grandes grupos de plantas.
133
Classificação das plantas.
Briófitas
Pteridófitas.
Gimnospermas.
Angiospermas.
17.Morfologia das angiospermas.
Germinação da semente.
A raiz.
O caule.
AS folhas.
Os frutos.
18.Histologia vegetal.
Classificação dos tecidos vegetais.
Tecidos meristemáticos ( meristemas ).
Tecidos permanentes.
Estrutura interna das raízes.
Estrutura interna do caule.
Estrutura interna da folha.
19.Fisiologia das fanerógamas.
Transpiração e transporte de seiva bruta.
Fotossíntese e transporte de seiva elaborada.
Fotossíntese e respiração.
Movimentos.
20. Introdução ao reino animal: Porífera e Cnidária.
Classificação e nomenclatura.
Filo Porífera.
Filo Cnidária.
21.Platyhelminthes e Nematelminthes.
134
O significado dos nomes.
Platelmintos.
Nematelmintos.
22.Mollusca e Annelida.
Filo dos moluscos.
Filo dos anelídeos.
23.Arthropoda
O maior grupo de seres vivos: os artrópodes.
Classificação dos artrópodes.
Desenvolvimento.
Reprodução.
Fisiologia dos artrópodes: respiração,circulação e excreção.
Os grupos de artrópodes.
24.Echinodermata e Introdução ao filo Chordata.
Equinodermos
Cordados.
25.Peixes.
Peixes e tetrápodes.
Características gerais dos peixes com maxila.
Os grupos de peixes.
26.Anfíbios.
Quem são os anfíbios.
Características gerais.
Anuros.
Urodelos.
Ápodas.
27.Répteis.
A origem dos répteis.
135
Os répteis atuais e suas principais características.
Anatomia e fisiologia dos répteis.
Classificação dos répteis.
28.Aves.
Características gerais das aves.
Sentidos.
Temperatura corpórea.
Fisiologia.
Origem das aves.
Um pouco mais sobre a classificação das aves.
29.Mamíferos.
Características gerais.
Regulação de temperatura corporal
Anatomia e fisiologia.
Prototérios ou monotremados.
Metatérios ou marsupiais.
Eutérios.
A origem evolutiva dos mamíferos.
Implicações dos avanços biológicos no fenômeno da vida.
30.Evolução humana; Fisiologia humana I:coordenação nervosa e locomoção.
Evolução humana.
Anatomia e fisiologia humana.
31.Fisiologia humana II:digestão e nutrição.
Digestão.
O sistema digestório humano.
Nutrição e saúde.
136
32.Fisiologia humana III: respiração,circulação e excreção.
Sistema respiratório.
Sistema cardiovascular.
Circulação linfática e mecanismos de defesa.
Seres humanos e a manutenção da temperatura interna.
Sistema urinário.
33.Fisiologia humana IV:controle hormonal e repdução.
Controle hormonal.
O ciclo menstrual.
Reprodução humana.
TERCEIRA SÉRIE
Organização dos seres vivos.
34.Genética: a primeira lei de Mendel.
O início da Genética.
O trabalho de Mendel e a primeira lei.
Heredogramas.
Cruzamento-teste.
Exemplo de monoibridismo.
Monoibridismo e modificações nas proporções fenotípicas.
Mecanismos biológicos.
35.Polialelia.
Conceitos básicos.
Herança da cor da pelagem em coelhos.
Herança dos grupos sanguíneos do sistema ABO.
Transfusão de sangue.
137
36.A segunda lei de Mendel.
Mendel e a herança de dois caracteres.
Probabilidade e leis de Mendel.
37.Genética pós-Mendel.
Introdução.
Pleiotropia e interação gênica.
Vinculação ou ligação gênica.
Herança do sexo na espécie humana.
Herança ligada ao sexo e herança holândrica.
Herança influenciada pelo sexo.
Herança limitada ao sexo.
38.Biologia molecular do gene:síntese protéica e engenharia genética.
Introdução.
A síntese de proteínas.
Mutações no material genético.
Biotecnologia:engenharia genética.
Biodiversidade.
39.Evolução:conceito e evidências.
Introdução.
Evidências da evolução:descobrindo relações de parentesco.
Adaptação e teoria evolutiva.
Irradiação adaptativa e evolução convergente.
Potencial biótico e resistência do meio.
138
4l. Teoria sintética da evolução, especiação e genética de populações.
41.1 Introdução.
41.2 Teoria sintética da evolução.
41.3 Genética de populações.
41.4 Especiação:o processo de formação de novas espécies.
Implicações dos avanços biológicos no fenômeno vida.
42. Dinâmica das populações biológicas.
Características das populações.
Fatores que regulam o tamanho de populações biológicas.
Oscilações em populações naturais.
43. Fundamentos da Ecologia.
Conceitos básicos em Ecologia.
Cadeias e teias alimentares.
44. Energia e matéria nos ecossistemas.
Fluxo de energia e níveis tróficos.
Ciclos biogeoquímicos.
45. Relações ecológicas entre seres vivos.
Tipos de relação ecológica.
Relações intra-específicas.
Relações interespecíficas.
46. Sucessão ecológica e biomas.
Sucessão ecológica.
Fatores que afetam a evolução dos ecossistemas.
47. Conteúdos complementares
47.1 Agenda 21.
47.2 Cultura-Afro.
139
47.3 Educação Fiscal.
140
5- AVALIAÇÃO
A avaliação é um processo que precisa ser definido pela unidade escolar e, em
especial, pelos professores, que atuam diretamente com os alunos.
Muitos caminhos são apontados para que se proceda a avaliação dos alunos,
mas somente o professor poderá definir o caminho a ser trilhado.
A avaliação deve:
a) ser entendida como uma alavanca que impulsiona o êxito dos alunos e da escola
como um todo. Para tanto, deve ser contínua e evolutiva, o que dará ao professor
subsídios para a percepção de dificuldades e dos avanços dos alunos;
b) desenvolver-se paralelamente ao processo de construção do conhecimento;
c) ser considerada um instrumento para auxiliar a ação pedagógica;
d) servir para desencadear e interpretar comportamentos a serem observados.
Para dar conta desse papel, o professor pode avaliar, por exemplo:
. a postura do aluno diante dos problemas;
. os caminhos que o aluno percorre para solucionar esses problemas;
. as estratégias que utiliza para construir e sistematizar novos conhecimentos;
. a maneira como sintetiza os conhecimentos construídos;
. a forma como socializa seus conhecimentos;
. o que o aluno diz e como diz.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as
práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de
diagnósticos para reconhecê-las e valorizá-las, a fim de estabelecer diálogos
pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na
organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as
mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades muito específicas, um recurso viável a ser
utilizado é oferecer opções para situações pontuais, ou seja, material opcional pré-
elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre
cuidando para que esses critérios ou atividades permitam que cada estudante se
encontre em condições propícias, seja qual forma for o seu ritmo.
141
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é
quando nossa Escola for promotora de todos é que realmente iremos sustentar a
proposta de Educação Inclusiva.
142
6- REFERENCIAS:
DIRETRIZES CURRICULARES DO ENSINO DE BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO,
julho 2006.
PAULINO w. R. Biologia Coleção ,Editora Saraiva.
PAULINO W. R. BIOLOGIA , EDITORA ÁTICA.
SÕNIA L. e SÉRGIO R. BIOLOGIA, EDITORA SARAIVA.
143
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
144
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA - EDUCAÇÃO FÍSICA
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A educação Física no contexto escolar possui uma particularidade em relação
aos demais componentes curriculares. Trata-se de um componente que contribui
para a formação do cidadão com instrumentos e conhecimentos diferenciados
daqueles chamados tradicionais no mundo escolar. O conhecimento da Educação
Física é socializado e apropriado sob manifestação de conjunto de práticas,
produzidas historicamente pela humanidade em suas relações sociais. Portanto,
trata-se de uma área de conhecimento que exige espaços e tempos diferenciados
dos espaços e dos tempos tradicionalmente tratados na escola, uma prática que
exige ambiente físico amplo, arejado, protegido do excesso de sol e da chuva,
equipado com materiais apropriados, que requer ajustes circunstanciais para o
desenvolvimento dos temas específicos. Essa estrutura física vai além dos muros da
escola, com a disciplina interagindo com a comunidade escolar, podendo explorar
espaços para além dos espaços escolares, como ruas, rios, praias, praças públicas,
montanhas, etc.
O que se espera é que os alunos do ensino médio tenham a oportunidade de
vivenciarem o maior número de práticas corporais possíveis. Ao realizarem a
construção e vivência coletiva dessas práticas, estabelecem relações individuais e
sociais, tendo como pano de fundo o corpo em movimento. Assim, a idéia é de que
os jovens adquiram maior autonomia na vivência, criação, elaboração e organização
dessas práticas corporais.
Espera-se, que os saberes da Educação física tratados no ensino médio
possam preparar os jovens para uma participação política mais efetiva no que se
refere à organização dos espaços e recursos públicos de prática de esporte,
ginástica, dança, luta, jogos populares, entre outros.
145
Sendo que ao término do Ensino Médio o aluno possa com esses
conhecimentos optar por uma atividade física para uma melhor qualidade de vida.
146
2- OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA- Oportunizar a vivência das práticas corporais;
- Participação efetiva do educando no mundo do trabalho no que se refere à
compreensão do papel do corpo no mundo da produção, no que tange ao
controle sobre o próprio esforço e do direito ao repouso e ao lazer;
- Conhecer as práticas desportivas, não só como parte do currículo, mas
como prática de lazer e organização da comunidade nas manifestações,
vivência e na produção de cultura.
- Possuir iniciativa pessoal para criar, planejar ou buscar orientação para
suas próprias práticas corporais.
- Valorizar outras práticas corporais oriundas dos diversos grupos étnicos
que constituem a sociedade brasileira.
147
3- CONTEÚDOS ANO/SÉRIE:
PRIMEIRA SÉRIECONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
1 ESPORTES – Origem e regras
1.1 Voleibol :
1.2 Handebol:
1.3 Futsal:
1.4 Basquetebol:
1.5 Atletismo
2 JOGOS
2.1 Ping-pong
2.2 Xadrez
3 LUTAS
3.1 Capoeira – origem, história
4 DANÇA
4.1 Folclórica - do Estado do Paraná – origem, história, transformações, ritmos,
coreografia.
4.2 Moderna – funk – origem, história, transformação e evolução, ritmo.
4.3 Afro-brasileira
5 GINÁSTICA
5.1 Localizada
5.2 Academia
5.3 Artística
5.4 Geral
6 ELEMENTOS ARTICULADORES
6.1 A desportivização
6.2 Mídia
6.3 Saúde
148
6.3.1 Nutrição
6.3.2 Aspectos anato-fisiológicos da prática corporal
6.3.3 Lesões e primeiros socorros
6.3.4 Doping
6.4 O corpo
6.5 A tática e a técnica
6.6 O lazer
6.7 A diversidade
SEGUNDA SÉRIE CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
1 ESPORTES – Origem, regras, histórico.
1.1-Voleibol:
1.2- Handebol:
1.3- Futsal:
1.4- Basquetebol:
1.5-Atletismo
2 - JOGOS
2.1 Ping-pong – origem, como jogar, regras básicas.
2.2 Xadrez – aprofundamento do jogo e jogadas.
2.3 Jogos intelectivos – origem, variações regionais do jogo (dama, trilha...).
3 - LUTAS
3.1 Tae ko dow – origem, histórico, propósito filosófico, evoluções através do tempo,
contribuição da mesma para o desenvolvimento do indivíduo.
4 - DANÇA
4.1 Folclórica – das regiões brasileiras – origem, história, transformações, ritmos,
coreografia.
4.2 Moderna – Rap – origem, história, transformação e evolução, ritmo.
4.3 Afro – brasileira
149
5 - GINÁSTICA
5.1 Localizada
5.2 Academia
5.3 Artística
5.5 Geral
6 ELEMENTOS ARTICULADORES
6.8 A desportivização
6.9 Mídia
6.10 Saúde
6.10.1 Nutrição
6.10.2 Aspectos anato-fisiológicos da prática corporal
6.10.3 Lesões e primeiros socorros
6.10.4 Doping
6.11 O corpo
6.12 A tática e a técnica
6.13 O lazer
6.14 A diversidade
TERCEIRA SÉRIECONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
1 - ESPORTES
1.1 Voleibol:
1.2- Handebol:
1.3- Futsal:
1.4- Basquetebol:
1.5 Atletismo
2 - JOGOS
2.1 Ping-pong – regras complementares, pontuação e arbitragem.
2.2 Xadrez – conhecimento de súmula e relógio dentro do jogo propriamente dito.
2.4 Jogos intelectivos – origem, variações regionais do jogo (dama, trilha).
150
3 - LUTAS
3.1-Judô – origem, histórico, propósito filosófico, evoluções através do tempo,
contribuição da mesma para o desenvolvimento do indivíduo.
4 - DANÇA
4.1-Folclórica – tradicionais dos países do mercosul – origem, história,
transformações, ritmos, coreografia.
4.2- Moderna – danças de salão – origem, história, transformação e evolução, ritmo.
4.3- Afro-brasileira
7- GINÁSTICA
5.1- Localizada
5.2- Academia
5.3- Artística
5.4- Geral
6 ELEMENTOS ARTICULADORES
6.15 A desportivização
6.16 Mídia
6.17 Saúde
6.17.1 Nutrição
6.17.2 Aspectos anato-fisiológicos da prática corporal
6.17.3 Lesões e primeiros socorros
6.17.4 Doping
6.18 O corpo
6.19 A tática e a técnica
6.20 O lazer
6.21 A diversidade
151
4- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Através da articulação pedagógica, que tem como provocadores de todo o
processo e que se desencadeia a partir das intenções educativas, os conteúdos de
ginástica, esporte, jogos, lutas e dança como saberes construídos pela humanidade
podem ser palco de abordagem, entre outros. Alem disso cada um desses conteúdos
possui uma vinculação social com a realidade atual, tal como a vinculação do esporte
à indústria cultural. A dança por sua vez, também possui vinculações étnicas,
culturais e históricas, bem como relações de gênero a serem discutidas na escola.
A Ginástica e as Lutas possuem a riqueza das influências dos vários povos e
culturas que construíram o Brasil. Estão ligadas a questões estéticas e às tradições
da “boa condição Física”. Carregam consigo o simbolismo da beleza corporal e o
mito da longevidade, do corpo saudável e dos rituais de passagem presentes na
história e nos modos de vida dos vários grupos étnicos.
Os jogos carreiam as intenções lúdicas de cada prática corporal desenvolvida
no campo das transformações culturais. Quando se fala em possibilidades de
práticas de lazer, em processo criativo na escola ou em relações solidárias e
diversidade cultural, os jogos, como conteúdo, representam a possibilidade da
singularidade, do algo descoberto, aquilo que representa a identidade dos grupos.
Temas e conteúdos demandam ações pedagógicas que poderão ser
contempladas com pesquisas acerca das práticas comuns da comunidade e de
práticas latentes, vivenciadas em espaço, e com equipamentos específicos para
cada modalidade.
A articulação dos conteúdos, envolvidos pelo tratamento pedagógico, dará
condições de fazer a Educação Física cumprir algumas de suas perspectivas em
relação à formação dos alunos, dentre elas a questão da autonomia sobre as
práticas corporais, o acúmulo e a produção cultural a partir dos conhecimentos
construídos.
Para uma proposta de Inclusão e diversidade a metodologia não pode ser
apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
152
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim é preciso primar para que todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
153
5- AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem em Educação Física tem conduzido os
professores à reflexão, ao estudo e ao aprofundamento, visando buscar novas
formas de entendimento e compreensão de seus significados no contexto escolar.
Ao propor reflexões sobre a avaliação no ensino de Educação Física nesta
proposta curricular, objetiva-se favorecer a busca da coerência entre a concepção
defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino e
aprendizagem. Nesta perspectiva, a avaliação deve estar colocada a serviço da
aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o conjunto das ações
pedagógicas e não como um elemento externo a este processo.
De acordo com as especificidades da disciplina que Educação Física, a
avaliação deve conter critérios estabelecidos de forma clara, a fim de priorizar a
qualidade e o processo de ensino e aprendizagem, sendo contínua, identificando,
dessa forma, os progressos do aluno durante o ano letivo, levando-se em
consideração o que preconiza a LDB 9394/96 pela chamada avaliação formativa em
comparação à avaliação tradicional, qual seja, somativa ou classificatória, com vistas
à diminuição das desigualdades sociais e com a luta por uma sociedade justa e mais
humana.
A partir da avaliação diagnóstica, tanto professor quanto os alunos poderão
revisitar o processo desenvolvido até então para identificar lacunas no processo de
ensino e aprendizagem, bem como planejar e propor outros encaminhamentos que
visem a superação das dificuldades constatadas. Será um processo contínuo,
permanente e cumulativo, onde o professor estará organizando e reorganizando o
seu trabalho tendo no horizonte as diversas manifestações corporais, evidenciadas
nas formas da ginástica, do esporte, dos jogos, da dança e das lutas, levando os
alunos a refletirem e a se posicionarem criticamente com o intuito de construir uma
suposta relação com o mundo.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as
práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de
diagnósticos para reconhecê-las e valorizá-las a fim de estabelecer diálogos
pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na
154
organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as
mesmas coisas.
155
6- REFERÊNCIASDIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O ENSINO
MÉDIO.Versão preliminar junho/2006 SEED
www.saudeemmovimento.com
Regras oficiais – Editora Sprint (vôlei, futsal, basquetebol, handebol, atletismo)
BRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da educação física;In: Caderno Cedes, ano XIX, n. 48, Agosto/99.
________Educação física e aprendizagem social. Porto Alegre. Magister, 1992.
BRUHNS, H. T. ° jogo nas diferentes perspectivas teóricas. In: Revista Motrivivência, Ano VIII, n.09, Dezembro/96.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. 2. ed. Campinas: Papirus, 1991.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo. Cortez, 1992.
CORDEIRO Jr, O. Proposta Teórico- metodológica do ensino do judô escolar a partir dos princípios da pedagogia crítico-superadora: uma construção possível. Goiás: UFG, 1999. Memórias de Licenciatura.
DAOLlO, J. . Educação Física e o conceito de cultura. Campinas. Autores Associados, 2004.
DARIDO, S. C. e RANGEL, I. C. A. Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
ESCOBAR, M. O. Cultura Corporal na Escola: tarefas da educação física. In:Revista Motrivivência, nº 08, p. 91-100, Florianópolis: Ijuí, 1995.
FALCÃO, J. L. C. Capoeira. In: KUNZ, E. Didática da Educação Física 1. 3 ed.Ijuí: Ed. Unijuí, 2003 p. 55-94
FIAMONCINI, L; SARAIVA, M. do. Dança na escola a criação e a co-educação em pauta. In: KUNZ, E. Didática da Educação Física 1. 3 ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003 p.95-120
FOUCAUL T, Michela. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 30 ed. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987.
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas:Autores Associados, 2002
156
LlBÂNEO, J. C. Democratização da Escola Pública: a Pedagogia CríticoSocial dos Conteúdos. São Paulo' Loyola, 1985.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 2 ed. São Paulo: Cortez, ' 1995.
MARX, K. O Capital: Crítica da economia política. 18 ed. Trad. Reginaldo . Sant'Anna.. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
MATOS, R. Dançar. pela chuvinha. In: www.correiodamanha.ptlnoticias.asp?idCanal=1 O&id= 149078. Acesso em maio/2006.
NOZAKI, H. T. Educação física e reordenamento, no mundo do trabalho: mediações da regulamentação da profissão. Tese de doutorado - Niterói: UFF, 2004. .
TABORDA DE OLIVEIRA, Marcus Aurélio. Existe espaço para o ensino de educação física na escola básica? Pensar a prática, Goiânia, 2:1-23, jun./jul. 1998.
SOARES, Carmem Lúcia. Educação física: raízes européias e Brasil. 2 ed.Campinas: Autores Associados, 2001.
SOARES, Carmem Lúcia. Imagens do corpo "educado" : um olhar sobre a ginástica do século XIX. In. FERREIRA NETO, Amarílio (org)..Pesquisa Histórica na Educação Física. 1 ed. Vitória: 1997, v.2, p. 05-32.
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras Aproximações. São Paulo:Cortez/Autores Associados, 1991.
___________Escola e Democracia. 32. ed. Campinas: Autores Associados, 1999.
VAZ, Alexandre Fernandes; PETERS, Leila Lira; LOSSO, Cristina Doneda.Identidade cultural e infância em uma experiência curricular integrada a partir do resgate das
brincadeiras açorianas. Revista da Educação Física UEM, Maringá, v. 13, n.1, p. 71-
77,2002.
157
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
FÍSICA
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
158
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA- ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA: FÍSICA
1- APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Física é a ciência básica da natureza, presente em todos os
momentos da nossa vida. Por exemplo: nos movimentos das pessoas e dos carros,
nas batidas do coração que bombeiam sangue pelas veias, no calor que aquece a
água; no barulho de um motor; na luz de um relâmpago, nas ondas que formam na
superfície da água quando uma pedra é lançada nela; lâmpada que se acende ao
ligarmos o interruptor; no vazamento de radiação em uma usina nuclear.
Um princípio que sempre norteou a Física e a Ciência como um
todo foram os avanços tecnológicos e temos inúmeros exemplos como: a união entre
técnicos e cientistas para o entendimento da ciência do calor, indispensável para
melhorar a potência das máquinas térmicas e busca por novas tecnologias de
guerra, iniciada com o desenvolvimento da bomba atômica, o lançamento do primeiro
satélite artificial, o Sputnik, pela antiga União Soviética, etc.
Essa busca pela melhoria e avanços para a sociedade que
começou a muitos anos, continuará geração após geração e dessa forma, esta
proposta busca construir em ensino de Física centrado em conteúdos e metodologias
capazes de levar aos estudantes uma reflexão sobre o mundo das ciências sob a
perspectiva de que esta não é somente fruto da pura racionalidade científica.
Entende-se, então, que a Física deve educar para a cidadania, contribuindo para o
desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da produção
científica ao longo da história e compreender a necessidade desta dimensão de
fenômenos que o cerca. Mas, também, que percebam a não neutralidade de sua
produção, bem como os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais desta
159
ciência, sem comprometimento e envolvimento com as estruturas que representam
esses aspectos.
2- OBJETIVOS GERAIS
- Contribuir para formação de uma cultura efetiva, permitindo ao indivíduo a
interpretação de fatos, fenômenos e processos naturais, redimensionando sua
relação com a natureza em transformação.
- Ajudar o estudante a compreender como a ciência através dos conteúdos da
Física contribui para a construção da sociedade em que estamos inseridos.
- Apresentar os fenômenos físicos de modo prático e vivencial, privilegiando a
interdisciplinaridade e a visão não fragmentada da ciência, a fim de que o ensino
possa ser articulado e dinâmico.
160
3- CONTEÚDOS ESTRUTURANTESEstudo dos Movimentos, Termodinâmica e Eletromagnetismo.
PRIMEIRA SÉRIE
Estudo dos MovimentosEntidades Fundamentais: Espaço, Tempo e Massa.
Conceitos Fundamentais: Inércia, Momentum de um corpo, a variação do
Momentum e suas Conseqüências.
Conteúdos EspecíficosQuantidade de movimentos(momentum) e inércia, o papel da massa.
A conservação do momentum;
Variação da quantidade de movimento e impulso: 2ª lei de Newton – a idéia da força;
Conceito de Equilíbrio e 3ª lei de Newton;
Potência;
Movimentos retilíneos e curvilíneos;
Gravitação universal;
A energia e o princípio da conservação de energia;
Sistemas oscilatórios: movimentos periódicos, oscilações num sistema massa mola,
ondulatória, acústica;
Movimento dos Fluídos: propriedades físicas da matéria, estados de agregação,
viscosidade dos fluídos, comportamento de superfícies e interfaces, estrutura dos
materiais;
Introdução a sistemas caóticos.
SEGUNDA SÉRIE
161
TermodinâmicaEntidades Fundamentais: Calor e entropia.
Conceitos Fundamentais: Temperatura e calos, reversibilidade e irreversibilidade dos fenômenos físicos, a conservação da energia.
Conteúdos EspecíficosTemperatura e Calor;
Leis da Termodinâmica: Lei zero da Termodinâmica, equilíbrio térmico, propriedades
termométricas, medidas de temperatura;1ª Lei do Termo: idéia de calor como energia, sistemas termodinâmicos que
realizam trabalho, a conservação da energia.2ª Lei da Termo: máquinas térmicas, a idéia de entropria, processos
irreversíveis/ reversíveis;
3ª Lei da Termo: as hipóteses da sua formulação, o comportamento da matéria nas
proximidades do zero absoluto;
As idéias da termodinâmica desenvolvidas no âmbito da Mecânica Quântica e da
Mecânica Estatística. A quantização da energia no contexto da Termodinâmica.
TERCEIRA SÉRIE
EletromagnetismoEntidades Fundamentais: Carga, pólos magnéticos e campos.
Conceitos Fundamentais: As quatro Leis de Maxwell, a luz como onda
eletromagnética
Conteúdos EspecíficosConceitos de carga e pólos magnéticos;
As leis de Maxwell: Lei de Coulomb, Leis de Gaus, Lei de Faraday, Lei de Ampere e
Lei
de Lenz.
Campo elétrico e magnético, as linhas de campo;
Força elétrica e Magnética, Força de Lorentz.
162
Circuitos elétricos e magnéticos: elementos do circuito, fontes de energia num
circuito; As
ondas eletromagnéticas: a luz como onda eletromagnética; Propriedades da luz
como
uma onda e como uma partícula: a dualidade onda-partícula; Óptica Física e
Geométrica.
A dualidade da matéria;
As interações eletromagnéticas, a estrutura da matéria.
163
4- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A ciência surge na tentativa de decifrar os universos físicos, determinados
pela necessidade humana de resolver problemas práticos e necessidades matérias
em determinada época, logo é historia, constituindo-se em visão de mundo.
O fazer ciência está, em geral, associado a dois tipos de
trabalhos um teórico e um experimental. Em ambos o objetivo é estabelecer um
modelo de representação da natureza ou de um fenômeno. No teórico é feito um
conjunto de hipóteses, acompanhados de um formalismo matemático, cujo
conjunto de equações devem permitir que se façam previsões, podendo, às
vezes, receber após de experimentos, onde se confrontam os dados coletados
com os previstos pela teoria.
Nesse fazer ciência, independência da instituição de pesquisa ou quem
financia o cientista ou pesquisador, ele é um ser humano que vive num determinado
local, o qual, por sua vez, é determinado por um contexto econômico, político, social
e cultural. Logo, o conhecimento é socialmente produzido uma vez que ele, o
cientista, não o constrói sozinho. Entender a ciência significa considerá-la na
sociedade onde ela é produzida, a instituição de pesquisas que apóia e sustenta, os
avanços técnicos e científicos, pois isso muda em função dessa sociedade.
É importante que o ensino de Física não deixe de lado a Filosofia da Ciência,
especialmente aquela baseada na História, pois a Filosofia apresenta elementos
para análise que nos permite dialogar de forma mais enriquecedora com a natureza.
Ela contribui para o repensar do ensino da Física, o qual nos impõe uma reflexão a
partir de suas múltiplas faces.A Física deve contribuir para a formação dos sujeitos, porém através de
conteúdos que dêem conta do entendimento do objeto de estudo da Física, ou seja,
a compreensão do universo, a sua evolução, suas transformações e as interações
que nele se apresentem.
164
O domínio da cultura científica constitui instrumento indispensável à
participação política, fato que somente poderá acontecer com conteúdos
historicamente e socialmente constituídos, e o mais próximo possível da produção
científica.
Para uma proposta de Inclusão e diversidade a metodologia não pode
ser apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o
mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim, é preciso primar para que todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino, com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
165
5- AVALIAÇÃO A avaliação deve levar em conta os pressupostos teóricos por esta diretriz.
Ao considerarmos importantes os aspectos históricos, conceituais e culturais, a
evolução das idéias em Física e a não neutralidade da ciência, nossa avaliação deve
levar em conta o progresso do estudante quanto a esses aspectos. Ainda, se o
objetivo é garantir o objeto de estudo da Física, então ao avaliar deve-se também
considerar a apropriação desses objetos pelos estudantes.
Dessa forma, a avaliação deva ter um caráter diversificado, levando em
consideração todos os aspectos: a compreensão dos conceitos físicos; a
capacidade conta o conteúdo físico; a capacidade de elaborar um relatório sobre um
experimento ou qualquer outro evento que envolva a Física, como por exemplo, uma
visita a um parque de ciência , dentre outros.
No entanto, a avaliação não pode ser utilizada para classificar os alunos com
uma nota, como tradicionalmente tem sido feita, com o objetivo de testar o aluno ou
mesmo puni-lo, mas sim de auxilia-lo na aprendizagem. Ou seja, avaliar só tem
sentido quando utilizada como instrumento para intervir no processo de
aprendizagem dos estudantes, visando o seu crescimento.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as
práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de
diagnósticos para reconhecê-las e valorizá-las a fim de estabelecer diálogos
pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na
organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as
mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades muito específicas, um recurso viável a ser
utilizado é oferecer opções para situações pontuais, ou seja, material opcional pré-
elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre
cuidando para que esses critérios ou atividades permitam que cada estudante se
encontre em condições propícias, seja qual forma for o seu ritmo.
166
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é
quando nossa Escola for promotora de todos, é que realmente iremos sustentar a
proposta de Educação Inclusiva.
6- REFERENCIAS
- DIRETRIZES CURRICULARES DE FÍSICA PARA O ENSINO MÉDIO. Versão
preliminar Junho/2006 SEED
- BONJORNO, Regina Azenha e outros. Física Completa Completa, Editora
FTD S.A. FÍSICA PARANÁ, Editora Ática, Djalma Nunes da Silva
-SECRETARIA ESPECIAL DE PRÁTICA E PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL.
167
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
GEOGRAFIA
168
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
ÁREA DO CONHECIMENTO – GEOGRAFIA
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A discussão acerca do ensino de Geografia inicia-se pelas reflexões
epistemológicas do seu objeto de estudo. Muitas foram as denominações propostas
para esse objeto, hoje entendido como o Espaço Geográfico e sua composição
conceitual básica – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade, entre
outros.
Na histórica tentativa de conceituar o objeto de estudo, de especificar os
conceitos básicos e de entender e agir sobre o espaço geográfico, os geógrafos de
diferentes correntes de pensamentos especializaram-se em seus estudos,
percorreram caminhos e métodos de pesquisas distintos e, em alguns momentos
aprofundaram a dicotomia entre Geografia Física e Geografia Humana.
Essa dicotomia permanece até hoje em alguns currículos universitários, assim
como, em algumas práticas escolares. Construção histórico do pensamento
geográfico, com o qual os professores de Geografia convivem pedagógica e
teoricamente há muito tempo.
Nessa apresentação o Espaço Geográfico, entendido como o espaço
produzido e apropriado pela sociedade, composto por objetos (naturais, culturais e
técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) inter-
relacionados.
Os objetos que interessam à Geografia não são apenas objetos móveis, mas
também imóveis, tal uma cidade, uma barragem, uma estrada de rodagem, um
169
porto, uma floresta, uma plantação, um lago, uma montanha. Tudo isso são objetos
geográficos. Esses objetos são do domínio tanto do que se chama a Geografia Física
como do domínio do que se chama a Geografia Humana e através da história desses
objetos, isto é, da forma como foram essa Geografia Física e essa Geografia
Humana se encontram.
Assim, a espacialização dos conteúdos de ensino, bem como a explicação das
localizações relacionais dos eventos (objetos e ações ) em estudo, são próprios do
olhar geográfico sobre a realidade. Nesse sentido, algumas perguntas orientam o
pensamento geográfico tais como: Onde? Quando? Por quem? Por que aqui e não
em outro lugar? Como é este lugar? Por que este lugar é assim? Por que as coisas
estão dispostas desta maneira? Qual o significado deste ordenamento espacial?
Quais as conseqüências deste ordenamento espacial?
Para responder aos questionamentos acima, de acordo com a concepção de
Espaço Geográfico adotado, torna-se necessário compreender as escolhas das
localizações e as relações políticas, sociais, culturais e econômicas que as orientam.
Para tanto é preciso um referencial teórico (conceitos geográficos) que sustente essa
reflexão.
No desejo de uma sala de aula melhorada, esperamos que as atuais
orientações legais e teóricas, expressas em tantos documentos que estão chegando
aos professores, criem os espaços e os tempos apropriados para que as mudanças
de pensares e práticas tomem vulto e se concretizem em ações ampliadas,
solidárias, pertinentes.
Acreditamos que este é o tempo e o lugar para retomar e aprofundar o diálogo
com nossos colegas sobre o que, para nós, seja a geografia, seus limites e suas
possibilidades, seus descaminhos e suas perspectivas. É um momento propício para
que sugestões e orientações quanto a novas abordagens temáticas se representem,
provocando o debate; e também para recriar procedimentos e discutir nossas
linguagens específicas, como o mapa, o trabalho de campo e o livro de geografia.
170
2- OBJETIVOS GERAIS
- Estimular as reflexões a respeito da Geografia e do seu ensino,
problematizando a abrangência dos conteúdos desse campo do
conhecimento, necessária para compreensão do espaço geográfico no atual
período histórico crítico, que vincula o objeto da Geografia, seus conceitos
referenciais, conteúdos de ensino e abordagens metodológicas aos
determinantes sociais, econômicos, políticos e culturais ao atual contexto
histórico.
- Proporcionar aos estudantes, a compreensão geral do universo enfocando o
planeta Terra em todos os aspectos desde sua formação, evolução e
dinâmica, seus movimentos e fenômenos naturais.
- Permitir um conhecimento mais amplo no que diz respeito à posição
geográfica, a geologia, os tipos de clima e a influência da geopolítica.
Entendendo a formação da nossa nação e sua respectiva formação étnica.
- Compreender as mudanças ocorridas no espaço geográfico, identificando-as
em seu contexto histórico e estabelecendo entre elas uma relação temporal.
- Identificar as diversidades culturais e econômicas, analisando o papel que
desempenham nas diferentes nações existentes entre países desenvolvidos e
não desenvolvidos.
171
3- CONTEÚDOS
PRIMEIRA SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTESA Dimensão Econômica da Produção no Espaço Geográfico
Geopolítica
Dimensão Sócio ambiental
A Dinâmica Cultural Demográfica
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1. Economia Mundial: Agricultura antiga e atual, a industria, a divisão do
trabalho e os setores da economia: primária, secundária e terciária, dentro do
espaço Urbano e Rural.
2. Blocos econômicos
3. Novos blocos e das novas relações de poder e o enfraquecimento do estado-
nação.
4. 5-Apresentar os elementos para a localização das indústrias.
5. Medir os fatores positivos e negativos das indústrias.
6. Analisar as transformações que as indústrias exercem sobre o meio.
7. O relevo terrestre: o espaço natural do planeta.
8. Divisão atual do globo: A regionalização dos continentes e países, Evolução
histórica da regionalização.
9. Coordenadas geográficas: Localização na superfície terrestre.
10.Fusos Horários: Divisões do globo em fusos horários e localização dos
mesmos.
11.Cartografia: Mapas ou representações cartográficas em várias escalas
regionais e globais
172
12.Os tipos de climas: influencias regionais na latitude e longitude
13.Rede hidrográfica: uso da água no meio urbano, poluição dos rios.
14.Biosfera: Flora e Fauna e o meio Físico
15.Energia e o Meio ambiental: A questão ecológica dos vários ecossistemas
regionais e globais.
16.Dinâmica populacional: Etnias, migrações, culturas, economia e história.
17.A geografia do Paraná: contexto histórico, formação de etnias e a economia.
CONTEÚDOS COMPLEMENTARES-Introdução a Cultura Afro, quanto a sua origem e história.
-Projeto – Agenda 21
-Educação Fiscal
SEGUNDA SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
A Dimensão Econômica da Produção no Espaço GeográficoGeopolítica
Dimensão Sócio ambientalA Dinâmica Cultural Demográfica
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1. Nomear quais os problemas os problemas urbanos
2. Classificar os níveis dos problemas urbanos.
3. Indicar métodos para solucionar amenizar os problemas urbanos.
4. Nomear os problemas ambientais
5. Classificar o nível dos problemas ambientais com relação à preservação da
natureza.
173
6. Compreender as relações entre preservação ou degradação da natureza em
função das organizações das cidades.
7. Posição geográfica, relevo, hidrografia e climas: Localização e extensão. A
questão Ambiental brasileira.
8. Nomear os tipos de fontes de energia.
9. Justificar os métodos de uso das fontes.
10. Estabelecer inter-relações entre as várias fontes de energia
11.Divisão política administrativa e geoeconômicas nas divisões estaduais,
municipais e distritos nos respectivos países.
12.A população: Movimentos migratórios, etnias, transporte.Energia,
agropecuária e a questão fundiária.
13. Formação dos blocos econômicos.
14.Justificar qual a função deles.
15.Compreender a formação de novos blocos e das novas relações de poder e o
enfraquecimento do estado-nação.
16.O Brasil na Globalização: População e regiões geoeconômicas.
17.Geografia do Paraná: O território e a regionalização, influência rural e urbana.
18.Os conflitos territoriais urbanos e rurais e a hierarquia da sociedade.
19.Movimentos migratórios e a ocupação urbana.
CONTEÚDOS COMPLEMENTARES-Cultura Afro, localização e extensão do continente Africano.
-Projeto – Agenda 21.
-Educação Fiscal.
TERCEIRA SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
174
A Dimensão Econômica da Produção no Espaço GeográficoGeopolítica
Dimensão Sócio ambientalA Dinâmica Cultural Demográfica
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS1. Economia e Geopolítica: relações ambientais e culturais, socioeconômicas
locais, regionais, nacionais e globais.
2. O panorama do mundo atual.
3. A Geografia dos conflitos: o homem e natureza.
4. As novas migrações internacionais e a xenofobia.
5. Nacionalismos – Minorias étnicas e separatismo.
6. Estados Unidos, potência mundial.
7. A regionalização e o estudo dos países em seus respectivos continentes.
8. Identificar as diferentes formas de uso deste recurso natural.
9. Justificar a problemática ambiental relativa à falta de água.
10.Realizar um debate sobre os impactos da atual sociedade sobre os recursos
hídricos e identificar possíveis medidas para reverter esse quadro.
11.Seriar os principais agentes formadores do clima.
12. Inter-relacionar os diferentes domínios climáticos e suas vegetações típicas.
13.Avaliar as mudanças climáticas, seus efeitos e as mudanças na paisagem.
14.A Demografia: distribuição e mobilidade demográfica, no mundo atual.
15.Abordagem Cultural.
16.Transformações políticas, econômicas e sociais após a 2ª Guerra Mundial.
17.Cidades: a urbanização da humanidade.
18.A busca pelo desenvolvimento sustentável
19.Apontar os diversos fatores que contribuíram para o surgimento das
sociedades.
20.Classificar os diferentes modos de ocupação e exploração das áreas.
21. Interpretar a organização das sociedades segundo as economias locais e
regionais.
175
CONTEÚDOS COMPLEMENTARES-Cultura Afro, seus movimentos e influências atuais no mundo.
-Projeto- Agenda 21
-Educação Fiscal
4- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A discussão acerca do ensino de geografia inicia-se pelas reflexões
epistemológicas do seu objetivo de estudo. Muitas foram as denominações propostas
para esse objeto, hoje entendido como o espaço Geográfico e sua composição
conceitual básica – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade, entre
outros.
Na histórica tentativa de conceituar o objeto de estudo, de especificar os
conceitos básicos e de entender e agir sobre o espaço geográfico, os geógrafos de
diferentes correntes de pensamentos especializaram-se em seus estudos,
percorreram caminhos e métodos de pesquisas distintos e, com isso, evidenciaram
e, em alguns momentos aprofundaram a dicotomia entre Geografia Física e
Geografia Humana.
A partir disso, o conceito adotado para o objeto de estudo das Geografia
nessa proposta curricular é Espaço Geográfico, entendido como o espaço produzido
(LEFEBVRE, 1974) e apropriado pela sociedade, composto por objetos (naturais,
culturais e técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas)
inter-relacionados (SANTOS, 1996b). De acordo com Santos:
176
Os objetos que interessam à Geografia não são apenas objetos móveis, mas
também imóveis, tal uma cidade, uma barragem, uma estrada de rodagem, um porto,
uma floresta, uma plantação, um lago, uma montanha. Tudo isso são objetos
geográficos. Esses objetos são do domínio tanto do que se chama a Geografia Física
como do domínio do que se chama a Geografia Humana e através da história desses
objetos, isto é, da forma como foram produzidos e mudam, essa Geografia Física e
essa Geografia Humana se encontram. (1996b, p.599).
Propõe-se que os conteúdos geográficos sejam trabalhados de uma forma
crítica e dinâmica, mantendo coerência com os fundamentos teóricos aqui propostos.
No exemplo abaixo destaca-se que os conteúdos específicos são abordados a partir
do enfoque de cada conteúdo Estruturante e que esses enfoques perpassam uns
aos outros, constantemente.
O conteúdo específico meio urbano pode e deve ser abordado nos quatro
conteúdos estruturantes. Os desenvolvimentos receberão, no momento da aula, as
ênfases especificas de cada conteúdo estruturante, porém, não acontecerá uma
separação nas abordagens, pois na realidade concreta as dimensões
socioambiental, cultural, demográfica, econômica e geopolítica do meio urbano não
se separam, mas se intercruzam o tempo todo.
A aula de campo é, na escola, um rico encaminhamento metodológico para
que o aluno analise a área em estudo (urbano ou rural), diferenciando, por exemplo,
paisagem de espaço geográfico.
Para organizar uma aula de campo, o professor deverá delimitar previamente
o trajeto, de acordo com os objetivos a serem alcançados, e estabelecer os contatos
com possíveis entrevistados, quando for o caso. Feito isso, deverá mobilizar seus
alunos para o trabalho, explicando detalhadamente como será cada etapa e
deixando claro quais os objetivos a serem atingidos.
De qualquer forma, é necessário, ainda, trabalhar previamente, em sala de
aula, aspectos como o processo de ocupação e desenvolvimento da área visitada,
bem como as relações que estabelece com espaço mais amplo (escala geográfica).
Durante a visita a campo, sugerem-se alguns passos a serem seguidos, tais
como: observação sistemática orientada; descrição, seleção, ordenação e
organização de informações; registro das informações de forma criativa (croquis,
177
maquetes, desenho, produção de texto, fotos, figuras, etc.).( SCHAFFER, in
CASTROGIOVANNI, 1999).
No retorno à sala de aula, o professor deve problematizar os fenômenos
observados pelos alunos. Estes, por sua vez, devem buscar fontes que expliquem
forma e função da paisagem da área visitada e identificar as transformações que
A paisagem é percebida sensorialmente, empiricamente, mas não é o espaço,
é, isto sim, a materialização de um momento histórico. Por isso o tratamento
pedagógico a ser dado ao conceito de paisagem, na escola, deve ser o de “par
dialético” do espaço geográfico, de materialidade que não se auto-explica
completamente.
O conceito de território foi ampliado e associado às relações de poder que
vão da escala micro (local) à macro (global).
O conceito de lugar ganhou destaque com a chamada Geografia Humanística
que trouxe a dimensão afetiva e subjetiva para os estudos a respeito do espaço.
Já os conceitos de sociedade e natureza enquanto par conceitual compõem o
pensamento geográfico e ultrapassam a condição de conceitos básicos da Geografia
tornando-se categoria de análise do espaço geográfico.
Considerando, então, que cada conceito geográfico se constitui em diferentes
momentos históricos e, em função das transformações sociais, e econômicas, que
alteram maneiras e ritmos de produzir e organizar o espaço, foram ressignificados
várias vezes, é fundamental que se explicite quais referenciais teóricos serão
adotados.
Assim, para a formação de um aluno consciente das relações sócio-espaciais
de seu tempo, assume-se, nestas diretrizes o quadro conceitual das teorias criticas
da Geografia, que incorporam, em suas construções conceituais, os conflitos e as
contradições sociais, econômicas, culturais e políticas que constituem o espaço
geográfico.
Ao pesquisar os aspectos históricos de uma paisagem e refletir sobre as
ações que a produzem, remodelam, e lhe conferem novos usos, ultrapassa-se o
conceito de paisagem em direção à construção do conceito de espaço geográfico.
A aula de campo abre, ainda, possibilidades de desenvolver múltiplas
atividades práticas, tais como consultas bibliográficas (livros e periódicos), análise de
178
fotos antigas, interpretação de mapas, entrevistas com moradores, elaboração de
maquetes, murais etc. (NIDELCOFF, 1986).
Filmes, trechos de filmes, programas de reportagem e imagens em geral
(fotografias, slides, charges, ilustrações) podem ser utilizados para a
problematização dos conteúdos da Geografia, desde que sejam explorados à luz de
seus fundamentos teórico-conceituais. Para isso, é preciso observar alguns critérios
e cuidados para utilização desse tipo de recurso.
Deve-se evitar, por exemplo, o uso de filmes e programas de televisão apenas
como ilustração daquilo que o professor explicou ou que pretende explicar do
conteúdo.
A partir da exibição de um filme, da observação de uma imagem (foto,
ilustração, charge, entre outros), deve iniciar-se uma pesquisa que se fundamente
nas categorias de análise do espaço geográfico e nos fundamentos teóricos
conceituais da Geografia. O recurso áudio visual assume, assim o papel que lhe
cabe: problematizador, estimulador para pesquisas mais aprofundadas sobre os
assuntos que, provocadas pelo {fragmento de} filme assistido pode desvelar
preconceitos e leituras rasas, ideológicas e estereotipadas sobre os lugares e povos.
Quanto ao uso de recursos áudio visuais como mobilização para a pesquisa
deve levar o aluno suspeitar das verdades anunciadas e das paisagens exibidas nas
imagens. Essa suspeita instigará a busca de outras fontes de pesquisa pra
investigação das raízes históricas da configuração sócio-espacial exibida, necessária
para uma análise crítica da mesma. (VASCONCELOS, 1993).
Quanto ao uso da cartografia nas aulas de Geografia, cabem algumas
considerações teóricas e metodológicas importantes. A cartografia tem sido utilizada,
no ensino de Geografia, para leitura e interpretação do espaço do espaço geográfico,
porém como recurso didático teve abordagens variadas em função da perspectiva
teórico-metodológico assumida pelo professor.
Durante muito tempo, os mapas foram considerados um instrumento básico da
geografia, usados apenas para a localização e descrição dos fenômenos espaciais.
Não havia no trabalho metodológico cartográfico, a preocupação em explicar o
ordenamento territorial da sociedade. Essa perspectiva teórico-metodológica foi
associada e identificada com a chamada Geografia Tradicional.
179
Esta proposta sugere que os mapas e seus conteúdos sejam lidos pelos
estudantes, como texto que são passíveis de interpretação, problematização e
análises críticas. Que jamais sejam meros instrumentos de localização e análises
críticas. Que jamais sejam meros instrumentos de localização dos eventos e
acidentes geográficos, pois ao final do Ensino Médio espera-se que os alunos sejam
capazes, por exemplo, de “correlacionar duas cartas simples, ler uma carta regional
simples, [...] saber levantar hipóteses reais sobre a origem de uma paisagem,
analisar uma carta temática que apresenta vários fenômenos, [º”. (SIMIELLI in
CARLOS, 1999, p. 104).
Para uma proposta de Inclusão e diversidade a metodologia não pode ser
apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim é preciso primar para que todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
180
5- AVALIAÇÃO
A avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem e, por isso, deve
servir não apenas para acompanhar a aprendizagem dos alunos, mas também o
trabalho pedagógico do professor.
É fundamental que a avaliação seja mais do que apenas para definir uma nota
ou estabelecer um conceito. É imprescindível que a avaliação seja contínua e
priorize a qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno
ao longo do ano letivo. A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, determina
a avaliação formativa, que é desenvolvida no processo de ensino-aprendizagem e
considera um avanço em relação à avaliação tradicional somativa ou classificatória.
Desta perspectiva, a avaliação formativa deve ser diagnóstica e continuada,
pois, dá ênfase ao aprender. Considera que os alunos possuem ritmos e processos
de aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta as dificuldades,
possibilitando assim que a intervenção pedagógica aconteça a todo o tempo. Informa
os sujeitos do processo (professor e alunos), ajuda-os a refletir. Faz com que o
professor procure caminhos para que todos os alunos aprendam e participem mais
das aulas, envolvendo-se realmente no processo de ensino e de aprendizagem.
Não se trata, porém de excluir a avaliação formal somativa do sistema escolar,
mas sim de desenvolver as duas formas de avaliação, formativa e somativa,
181
registradas de maneira organizada e criteriosa, pois servem para diferentes
finalidades.
Por isso, em lugar de avaliar apenas por meio de provas, o professor deve
usar instrumentos de avaliação que contemplem várias formas de expressão dos
alunos, como: leitura e interpretação de textos, produção de textos, leitura e
interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas, pesquisas bibliográficas,
relatórios, de aulas de campo, apresentação de seminários, construção e análise de
maquetes, entre outros. Esses instrumentos devem ser selecionados de acordo com
cada conteúdo e objetivo de ensino.
A partir dessas considerações sobre as formas de avaliação é preciso refletir
sobre os critérios que devem norteá-la. Em geografia, os principais critérios a serem
observados na avaliação são as formações dos conceitos geográficos básicos e o
entendimento das relações sócio-espaciais. O professor deve observar, então, se os
alunos compreendem e utilizam os conceitos geográficos e as relações espaço-
tempo e sociedade-natureza para a compreensão do espaço nas diversas escalas
geográficas.
Para isso o professor deve estabelecer as devidas articulações entre teoria e
prática, na condição de sujeito que usa o estudo e a reflexão como alicerces para
sua ação pedagógica e que, simultaneamente, parte dessa ação para o sempre
necessário aprofundamento teórico. Tal prática requer um professor que, em primeiro
lugar, compreenda a concepção de ensino de Geografia na perspectiva crítica.
Finalmente, é necessário que os critérios e formas de avaliação fiquem bem
claros para os alunos, como direito que tem de acompanhar todo o processo.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as
práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de
diagnósticos para reconhecê-las e valorizá-las a fim de estabelecer diálogos
pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na
organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as
mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades muito específicas um recurso viável a ser
utilizado é oferecer opções para situações pontuais ou seja material opcional pré-
elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre
182
cuidando para que esses critérios ou atividades permitam que cada estudante se
encontre em condições propícias, seja qual forma for o seu ritmo.
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é
quando nossa Escola for promotora de todos é que realmente iremos sustentar a
proposta de Educação Inclusiva.
6- BIBLIOGRAFIA:
ALMEIDA, L.M. de Geografia – Novo Ensino Médio. São Paulo –Ática, 2005.
CAMARGO, J. B. de Geografia – Física, Humana e Econômica do Paraná. Maringá
– Ideal Gráfica, 2001.
MORAES A. C. R. Geografia – Pequena História Crítica. São Paulo – Hucitec,
1987.
SANTOS, M. Por Uma Geografia Nova. São Paulo – Hucitec 1986.
SIMIELLI, M. E. Geoatlas. Sao Paulo – Ática 2005.
REFERÊNCIA DE APOIO:
Diretrizes Curriculares de Geografia para Ensino Médio, Versão Preliminar
Julho/2006. Secretaria de estado e de Educação.
183
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
HISTÓRIA
184
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA: HISTÓRIA
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINAAs diretrizes curriculares recusam uma concepção de história como verdade
pronta e definitiva, vinculada a uma determinada vertente do pensamento humano,
sem diálogo com outras vertentes, pois não se pode admitir que o ensino de história
seja marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia. Por outro lado, recusam-se também
as produções historiográficas que afirmam não existir objetividade possível em
história, sendo, portanto, todas as afirmativas igualmente válidas.
A história tem como objeto de estudos os processos históricos relativos às
ações e às relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os
sujeitos deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações. Já as relações
humanas produzidas por estas ações podem ser definidas como estruturas sócio-
históricas, ou seja, são as formas de agir, de pensar ou de raciocinar, de representar,
de imaginar, de instituir, portanto, de se relacionar social, cultural e politicamente.
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A investigação histórica pode detectar causalidades externas voltadas para
descobertas de relações humanas, e causalidades internas que buscam
compreender/interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem ás suas ações.
Além disso, a produção do conhecimento histórico, realizada pelo historiador
possui um método específico, baseado na explicação e interpretação de fatos do
passado. A problematização, construída a partir dos documentos e da experiência do
historiador, produz uma narrativa histórica que tem como desafio contemplar a
diversidade das experiências sociais, culturais e políticas dos sujeitos e suas
relações.
A finalidade da história é expressa no processo de produção do conhecimento
humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É voltada para a
interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da
compreensão da provisoriedade deste conhecimento. Esta provisoriedade não
significa relativismo teórico, mas que, além de existirem várias explicações e/ou
interpretações para um determinado fato, algumas delas são mais válidas
historiograficamente do que outras. Esta validade é constituída pelo estado atual da
ciência histórica em relação ao seu objeto e a seu método. O conhecimento histórico
possui formas diferentes de explicar seu objeto de investigação, construídas a partir
das experiências dos sujeitos.
A história enquanto conhecimento passa, na virada dos séculos XX e XXI, por
um conflito entre as diferentes correntes historiográficas. Entretanto, este quadro não
se caracteriza por uma ruptura de paradigmas inconciliáveis, mas por novas
configurações e construções que se expressam por meio de contrapontos e
consensos.
As concepções que marcam a produção historiográfica, a partir da adoção de
referenciais teóricos e de métodos, permitem a compreensão de que o conhecimento
histórico possui diferentes formas de explicar o seu objeto de investigação,
constituídos nas experiências dos sujeitos. Ao se apropriar dessas produções e
concepções, o ensino de história contribui para a formação de uma consciência
histórica crítica dos alunos, uma vez que o estudo das experiências do passado,
nessa perspectiva, permite formar pontos de vista históricos por negação aos tipos
tradicional e exemplar de consciência histórica. A ruptura com os modelos históricos
que pautam suas produções na linearidade temporal e na redução das interpretações
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a causas e conseqüências, permite a ampliação das possibilidades de explicação e
compreensão do fato histórico.
Ao optar pelas contribuições das correntes historiográficas identificadas como
Nova História Cultural e Nova Esquerda Inglesa como referenciais teóricos das
diretrizes curriculares de História, objetiva-se propiciar aos alunos, ao longo da
Educação Básica, a formação da consciência histórica genética. Para que esse
objetivo seja alcançado, a abordagem dos conteúdos, nessa perspectiva, possibilita
que o professor explore os novos métodos de produção do conhecimento histórico e
amplie as possibilidades: de recortes temporais, do conceito de documento, de
sujeitos e de suas experiências, de problematização em relação ao passado. Além
disso, permite que o aluno elabore conceitos que o permitam pensar historicamente,
superando também a idéia de história como algo dado, como verdade absoluta.
Para uma proposta de Inclusão e diversidade a metodologia não pode
ser apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o
mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim é preciso primar para que todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
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2-OBJETIVOS GERAIS
- Utilizar os conceitos básicos da História na interpretação da realidade,
desenvolvendo o conhecimento do mundo e das características das diferentes
sociedades ao longo do tempo.
- Desenvolver o pensamento crítico na solução de situações que envolvam as
relações humanas.
- Reconhecer os diferentes agentes sociais e os contextos envolvidos na produção
do conhecimento histórico.
- Perceber os processos históricos como dinâmicos e não determinados por forças
externas às ações humanas.
- Compreender o passado como construção cognitiva que se baseia em registros
deixados pela humanidade e pela natureza.
- Reconhecer nas ações e nas relações humanas as permanências e as rupturas,
as diferenças e as semelhanças, os conflitos e as solidariedades, as igualdades
e as desigualdades.
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3- CONTEÚDOS SÉRIE/ANO
Conteúdos Estruturantes para as três séries: Trabalho, Relações Culturais e
Poder
PRIMEIRA SÉRIE
1- Trabalho
- Pré-História
- Antigas civilizações: Egito e Fenícia
- Antigas civilizações Ocidentais: Roma
- O mundo germânico
- Os árabes
- Feudalismo
- A empresa açucareira
- A escravidão
2- Relações Culturais
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- Os bizantinos
- Herança Cultural da Idade Média
- O Renascimento cultural e científico
- As reformas religiosas
- História e cultura Afro-Brasileira e Africana
3- Poder:
- Roma
- Características Políticas do Feudalismo
- A igreja medieval
- As cruzadas
- O mercantilismo
- Os sistemas coloniais
- Invasões estrangeiras
- História do Paraná –Primeiros Exploradores e Colonização
SEGUNDA SÉRIE:
TRABALHO
- Ciclo da mineração
- A exploração das minas
- O liberalismo econômico
- A escravidão
- História do Paraná - Imigração.
RELAÇÕES CULTURAIS
- Transformação da vida colonial
- Os movimentos sociais após a revolução Industrial
- O Iluminismo
- O Brasil se transformou após a vinda da família real
- Os movimentos sociais do século XIX
- O socialismo utópico
- História e Cultura Afro – Brasileira e Africana
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PODER
- Crise do sistema colonial e revoltas coloniais
- O despotismo esclarecido
- Leis Intoleráveis
- Revolução Francesa
- As guerras napoleônicas
- Os movimentos emancipacionistas
- A Independência
- O primeiro reinado
- A unificação italiana e alemã
- A proclamação da República
- O imperialismo
- O período entre guerras
- História do Paraná - Emancipação Política.
TERCEIRA SÉRIE
TRABALHO
- Descolonização da Índia e da Ásia
- O ciclo da cafeicultura na 1ª República
- Agitação democrática e o Golpe Militar
- A discussão ideológica no Brasil contemporâneo
- História do Paraná – Urbanização e Industrialização.
RELAÇÕES CULTURAIS
- A cultura contemporânea
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
- A república da espada
- O domínio das oligarquias
- A era Vargas
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
PODER
- A Segunda Guerra Mundial
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- A Guerra – Fria
- O populismo
- Ditadura Militar
- O Socialismo de Cuba e da China
- O monopólio norte-americano / Guerras do Oriente
- História do Paraná – revolução Federalista e Revolta do Contestado.
4- METODOLOGIA DA DISCIPLINAA metodologia proposta pela diretriz curricular do Ensino Médio tem como
base a utilização dos conteúdos estruturantes, os quais deverão estar articulados
com a fundamentação teórica e os temas selecionados.
A problematização de situações relacionadas as dimensões econômico-social,
política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos são as ações e
relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos conteúdos estruturantes
propostos: as relações de trabalho, as relações de poder e as relações culturais.
Para abordar esses conteúdos estruturantes torna-se necessário que se ponha
recortes espaço-temporais e conceiturais à luz da historiografia de referência. Estes
recortes se constituem nos conteúdos específicos (tais como: conceitos,
acontecimentos, processos, entre outros) a serem estudados pelos alunos do Ensino
Médio. O professor ao elaborar o problema e selecionar o conteúdo estruturante que
melhor responde a problemática, constitui o tema E este se desdobra nos conteúdos
específicos que fundamentam a resposta para problemática.
Assim, esta proposta traz como encaminhamento metodológico que os
conteúdos estruturantes da disciplina de História sejam abordados através de temas,
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na compreensão de que não é possível representar o passado em todo sua
complexidade.
Segundo o historiador Ivo Mattozzi pode-se estabelecer uma metodologia para
estudar um tema observando três dimensões.
Primeiramente deve-se focalizar o acontecimento, processo ou sujeito que se
quer representar do ponto de vista da historiografia. Em segundo lugar, delimitar o
tema histórico em um período bem definido demarcando referências temporais fixas
e estabelecer uma separação entre seu início e seu final. Por fim, os professores e
alunos definem um espaço ou território de observação do conteúdo tematizado. O
que delimita esta demarcação espaço-temporal é a historiografia específica
escolhida e os documentos históricos disponíveis. Além dessas três dimensões, faz-
se necessário instituir um sentido a seleção temática realizada, o qual é dado pela
problematização.
O historiador Ivo Mattozzi, depois de selecionado o tema, o professor se
utilizará de três formas para construir uma narrativa histórica, sendo elas:
- Narração: uma forma de discurso na qual o professor e o aluno ordenam os
fatos históricos que se sucederam em um período de tempo. Esta
reconstrução representa o processo histórico relativo as mudanças e
transformações por meio de acontecimentos que levem de um contexto inicial
a um final.
- Descrição: é a forma de representar um contexto histórico. Ela é utilizada para
representar as permanências que ocorrem entre diferentes contextos
históricos. Esta descrição permite também a utilização de narrações como
exemplos ou provas da descrição do contexto histórico abordado.
- Argumentação, explicação e problematização: A problematização fundamenta
a explicação e a argumentação histórica. Diante disso, a narrativa histórica é a
construção uma resposta para a problemática focalizada. A explicação é a
busca das causas e origens de determinadas ações e relações humanas e a
argumentação é a resposta dada a problemática, a qual é construída através
da narração e da descrição.
Dentro dessa concepção, o uso de documentos em sala de aula
proporciona a produção de conhecimento histórico quando usado como fonte
na qual buscam-se respostas para as problematizações anteriormente
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formuladas. Assim os documentos permitem a criação de conceitos sobre o
passado e o questionamento dos conceitos já construídos.
As imagens, livros, jornais histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas,
gravuras, museus, filmes, músicas, etc. são documentos que podem ser
transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do
conhecimento histórico.
Os documentos acima citados podem ser utilizados de diferentes maneiras em
sala de aula, como : na elaboração de biografias, confecção de dossiê,
representação de danças folclóricas, exposição de objetos sobre o passado que
esteja no alcance do aluno, com a descrição de cada objeto exposto e o contexto em
que os mesmos foram produzidos e estabelecer relações entre as fontes.
A proposta de seleção de temas é também pautada em relações
interdisciplinares considerando que é na disciplina de história, que ocorre a
articulação dos conceitos e metodologias entre as diversas áreas do conhecimento.
Assim, narrativas, imagens, sons, etc. de outras disciplinas relacionadas devem ser
tratadas como documentos a ser abordados historiograficamente.
Para uma proposta de Inclusão e diversidade a metodologia não pode ser
apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim é preciso primar para que todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
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5- AVALIAÇÃO
O acompanhamento do processo-ensino-aprendizagem, tem como finalidade
principal dar uma resposta ao professor e ao aluno sobre o desenvolvimento desse
processo e, assim, permite refletir sobre o método de trabalho utilizado pelo
professor, possibilitando o redimensionando deste, caso seja necessário. A avaliação
não deve ser realizada em momentos separados do processo de ensino
aprendizagem. O professor deve acompanhar o processo, percebendo o quanto
cada educando desenvolveu na apropriação do conhecimento histórico.
Propõe-se uma avaliação formal, processual, continuada e diagnóstica. A
avaliação deve estar contemplada no planejamento do professor e ser registrada de
maneira formal e criteriosa.
Ao longo do Ensino Médio o aluno deverá entender que as relações de
trabalho, de poder e as relações culturais, as quais se articulam e constituem o
processo histórico. E compreender que o estudo do passado se realiza a partir de
questionamentos feitos no presente por meio da análise de diferentes documentos
históricos.
O aluno deverá compreender como se encontram as relações de trabalho no
mundo contemporâneo, como estas se configuraram e como o mundo do trabalho se
195
constitui em diferentes períodos históricos, considerando os conflitos inerentes ás
relações de trabalho.
No que diz respeito as relações de poder, o aluno deve compreender que
estas encontram-se em todos os espaços sociais e também deve identificar, localizar
as arenas decisórias e os mecanismos que as constituíram.
E ainda, quanto às relações culturais, o aluno deverá reconhecer a si e aos
outros como construtores de uma cultura comum, compreendendo a especificidade
de cada sociedade e as relações entre elas. O aluno deverá entender como se
constituíram as experiências culturais dos sujeitos ao longo do tempo e detectar as
permanências e mudanças nas diversas tradições e costumes sociais.
Para tanto, o professor deve utilizar-se de diferentes atividades como: leitura,
interpretação e análise de textos historiográficos, mapas e documentos históricos;
produção de narrativas históricas, pesquisas bibliográficas, sistematização de
conceitos históricos, apresentação de seminários, entre outras.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as
práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de
diagnósticos para reconhecê-las e valorizá-las a fim de estabelecer diálogos
pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na
organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as
mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades muito específicas um recurso viável a ser
utilizado é oferecer opções para situações pontuais ou seja material opcional pré-
elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre
cuidando para que esses critérios ou atividades permitam que cada estudante se
encontre em condições propícias, seja qual forma for o seu ritmo.
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é
quando nossa Escola for promotora de todos é que realmente iremos sustentar a
proposta de Educação Inclusiva.
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6- REFERÊNCIAS:
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Currículo básico para a escola pública do estado do Paraná. Curitiba:SEED, 1990.
DIRETRIZES CURRICULARES DE HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO, Julho 2006
SEED.
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Restruturação do ensino de segundo grau no Paraná: história/geografia.2 ed. Curitiba: SEED, 1993.
BARCA, Isabel. O Pensamento Histórico dos Jovens: idéias dos adolescentes
acerca da provisoriedade da explicação história. Braga: Universidade do Minho,
2000.
BARROS, José D’ Assunção. O campo da História: especialidades e abordagens.
2ª ed.Petrópolis: Vozes, 2004.
197
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
198
PROPOSTA CURRICULAR
LÍNGUA PORTUGUESA
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA – LÍNGUA PORTUGUESA
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Todos que se colocam a trabalhar com a língua portuguesa percebem
que a situação está muito longe de ser a ideal, e isso vem decorrente da própria
história, pois foi introduzida como disciplina somente no final do século XIX, e o
profissional desta área começou a receber formação na década de 1930.
A identidade do povo brasileiro está intimamente relacionada à sua
língua.
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No período colonial houve uma mistura da língua portuguesa com a
língua tupi (língua falada em grande extensão da costa brasileira), pois os
portugueses estavam afastados das metrópoles e os colonos se achavam isolados e
em contato constante com os índios. Neste período não houve uma educação em
moldes institucionais, mas sim voltada para a alfabetização, determinada pelo caráter
político, social e de organização e controle de classes. Quando foi institucionalizada,
as primeiras práticas pedagógicas adaptaram-se ao ensino do latim e destinavam-se
para os poucos que tinham acesso a uma escolarização mais prolongada, e era um
ensino eloqüente, retórico, imitativo, elitista e ornamental, visando apontar para
obediência à fé, ao rei e à lei.
Em meados do século XVIII, o Marquês de Pombal torna obrigatório o
ensino da língua portuguesa em Portugal e não no Brasil. Em 1837, ela foi incluída
no currículo sob as formas das disciplinas de gramática, retórica e poética, esta
incluía Literatura.Somente no século XX, o conteúdo gramatical ganhou a
denominação de português, e em 1871 foi criado o cargo de Professor de Português.
Somente em meados do século XX, o ensino da língua portuguesa
deixou de ser elitisado, com isso se ampliou e passou a atender um maior número de
pessoas, porém esse aumento de vagas desencadeou outras necessidades, como
também não pôde atender às necessidades pedagógicas que surgiram. Junto a este
contexto, o país estava passando por um processo de industrialização e o ensino se
voltou para o profissionalizante.
Durante a década de 1970 e até os primeiros anos da década de 1980,
o ensino da língua portuguesa pautava-se em exercícios estruturais, técnicas de
redação e treinamento de habilidades de leitura.
O contexto social brasileiro exigia um número maior de docentes e de
forma rápida, acarretando num despreparo por parte destes, que adotaram o livro
didático como meio de trabalho, o que trouxe como conseqüência a falta de
autonomia da prática pedagógica, desconsiderando o conhecimento do professor,
seu senso crítico diante de um ensino reprodutivista e de pedagogia de reprodução.
A partir dos anos 80, a dimensão tradicional de ensino da língua cedeu
espaço a novos paradigmas, envolvendo questões de uso, contextuais, valorizando o
texto como unidade fundamental de análise. Houve um grande avanço dos estudos
em torno da natureza sociológica da linguagem, ou seja, a língua se constitui um
200
espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela
mesma, a língua, só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que
interagem. Essa concepção diverge das abordagens de cunho formalista-
estruturalista que enfocam o caráter normativo da língua. Essa atitude dá prioridade
à função referencial da linguagem em detrimento da função poética.
Desde que a preocupação com a formação dos professores emergiu no
campo do ensino, pôde-se observar um movimento que procurava se libertar do
ensino normativo inicial. Embora tenha ocorrido um avanço teórico considerável nas
pesquisas acerca do ensino da língua, com enfoque nas práticas discursivas, o que
se percebe é que houve uma apropriação, por grande parte dos professores, dos
novos conceitos, sem que isso se refletisse na mudança de sua prática. Sobre o
ensino da literatura, vigorou, até meados do século XX, a predominância do cânone.
Para esse ensino, baseado na Antiguidade Clássica, o principal instrumento do
trabalho pedagógico eram as antologias literárias. Até as décadas de 1960-70, a
leitura do texto literário, no ensino primário e ginasial, tinha por finalidade transmitir a
norma culta da língua, constituindo base para exercícios gramaticais e estratégias
para incutir valores religiosos, morais e cívicos. Como tentativa de rompimento com
essa prática, a abordagem do texto literário passa a centrar-se numa análise literária
simplificada, a partir de questionários sobre personagens principais e secundários,
tempo e espaço da narrativa.
A partir dos anos 70, o ensino de Literatura restringiu-se ao então 2º.
Grau, com abordagens estruturais ou historiográficas do texto literário. Nesse
processo de ensino, cabia ao professor a condução da análise literária e aos alunos
a condição de meros ouvintes.
Os livros didáticos, em grande medida, tendem a priorizar determinados
autores para estudos diacrônicos, com base nos períodos literários, características,
biografias, fragmentos de textos, privando o aluno de uma efetiva prática de leitura
do texto literário.
A partir dos anos 80, os estudos lingüísticos mobilizaram os professores
para a discussão e o repensar sobre o ensino da língua materna e para a reflexão
sobre o trabalho realizado nas salas de aula, chegando-se a conclusão da
necessidade de novos posicionamentos em relação às práticas de ensino e
envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.
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2- OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
- Garantir a todos estudantes o domínio das práticas sócio-verbais que são
indispensáveis à vida cidadã e que transcendem os limites das vivências cotidianas
informais;
- ter o domínio amplo da leitura, da escrita e da fala em situações formais,
quanto do desenvolvimento de uma compreensão da própria realidade da linguagem
nas suas dimensões sociais, históricas e estruturais;
- admitir a linguagem como um conjunto de práticas sociointeracionais,
garantindo um tratamento pedagógico à leitura, à escrita e à oralidade, sendo
concebidas como atividades sociais significativas entre sujeitos históricos, realizadas
sob condições concretas;
- fazer uso da linguagem oral de maneira que o sujeito seja capaz de empregá-
la em diferentes situações, sabendo adequá-la a cada contexto e interagir com
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diferentes interlocutores, bem como, conseguindo posicionar-se diante destas
situações de forma segura e fluente;
- familiarizar-se com diferentes tipos de textos, oriundos das mais variadas
práticas sociais, de forma a ter uma recepção crítica, reagindo a este, dando-lhe uma
resposta;
- empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a
cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos
discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;
- desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por
meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o
assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção/leitura;
- refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e
tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua
organização;
- aprimorar, pelo contato com os texto literários, a capacidade de pensamento
crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura, a
constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com
as práticas da oralidade, da leitura e da escrita.
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3- CONTEÚDO ESTRUTURANTE:Discurso – Prática Social – Leitura – oralidade e Escrita.
PRIMEIRA SÉRIE
CONTEÚDO
Leitura- Crônicas;
- Contos sobre os mais variados temas incluindo cultura afro e agenda 21 e
Educação Fiscal;
- Narrativas longas e curtas;
- Textos diversificados (poéticos, científicos, bíblicos, jornalísticos, informativos,
literários, publicitários, entre outros), privilegiando a mistura de gêneros, os
intertextos e os textos que apontam para outro).
Escrita- Enumeração;
204
- Classes de palavras;
- Pontuação;
- Tipos de discurso;
- Ortografia;
- Aspecto estrutural da poesia;
- Figuras de linguagem;
- Linguagem figurada;
- Tipos de linguagens;
- Normas da língua;
- Variações lingüísticas;
- Interpretações de texto;
- Produção de texto.
- Análise de textos que se referem implícita ou explicitamente a outro texto, notando-
se a mistura de gêneros;
Oralidade- Leituras lúdicas;
- Crônicas em letras de música;
- Poemas;
- Haicai;
- Fábulas;
- Textos científicos, reportagens, artigos;
- Leitura de textos diversos quanto à estrutura, mas que abordam o mesmo tema.
SEGUNDA SÉRIE
Leitura- Textos informativos: notícia, reportagem, entrevistas;
- Da notícia à ficção;
- Reportagem com infográfico;
- Narrativas longas: romances;
- Principais elementos da narrativa;
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- Crônicas;
- Agenda 21;
-Cultura afro-brasileira- Educação fiscal
Escrita- Estruturação do texto jornalístico;
- Fonologia: pontuação, acentuação, aspectos gráficos;
- Morfologia: pronomes, verbos, estrutura e formação das palavras, substantivo,
adjetivo, artigo, numerais;
- Sintaxe: concordância nominal e verbal, passiva sintética e analítica, sentenças
coordenadas, substantivas e complexas;
- Produção de texto: em prosa, poema, jornalístico, resumo, conto.
Oralidade- Lendo a imprensa criticamente;
- Pausa poética;
- Leitura de classificados poéticos;
- Plano de leitura de narrativas longas;
- “Deslocamento” do texto jornalístico para o poético;
- Textos que abordam temas afro-brasileiros;
- Cultura indígena;
- Questão ambiental;
- Poesia.
TERCEIRA SÉRIELeitura- Tema abordado por vários tipos de textos.
Nessa perspectiva, a oralidade será avaliada, primeiramente, em função da
adequação do discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações. Num
seminário, num debate, numa troca informal de idéias, numa entrevista, numa
- Textos de opinião e editoriais;
- Ponto de vista e argumentação;- Texto publicitário e sua linguagem;
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- Literatura brasileira, período colonial e autores; Romantismo e autores; Realismo e
autores; Parnasianismo e autores; Simbolismo e Naturalismo e autores; Semana da
Arte Moderna, Modernismo e literatura Contemporânea e autores;
- Literatura em Portugal;
- Do Renascimento ao Romantismo e autores;
- Realismo, Simbolismo, Modernismo e autores;
- Literatura africana, autores e obras;
Escrita
- Interpretação dos textos;
- Produzir texto com o tema “cidade” ou outro que julgar melhor;
- Produção de carta do leitor;
- Bilhete;
- Pronomes
- Uso do infinitivo;
- Crase;
- Uso do hífen e parênteses;
- Dissertação;
- Acentuação, pontuação e resumo;
- Produção de texto de editorial.
ORALIDADE- Contação de histórias;
- Poemas;
- Texto teatral;
- Análise dos meios de comunicação;
- Texto não-verbal e gráficos;
- Contos;
- Crônicas;
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4- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O papel dos professores de Língua Portuguesa e Literatura é o de
garantir aos estudantes o aprimoramento do domínio discursivo no âmbito da
oralidade, da leitura e da escrita, de modo a permitir que compreendam e interfiram
nas relações de poder com seus próprios pontos de vista, bem como, permitam a
emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às práticas de linguagem
imprescindíveis ao convívio social. O professor deve ainda estabelecer parceria real
em sala de aula, dar voz aos alunos, escutar o que eles têm a dizer, em experiências
de uso concreto da língua.
Fundamentar a metodologia do trabalho pedagógico com a Língua
Materna na natureza social do discurso e da própria língua significa compreender
que são os produtos das ações com a linguagem que constituem os objetos de
ensino.
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Nessa perspectiva, é a partir das experiências dos estudantes que a
Língua se transforma em objeto de reflexão, tendo em vista o resultado de sua
produção oral ou escrita ou de sua leitura. Trabalhando dessa forma, o professor
valoriza os alunos enquanto sujeitos da linguagem, os quais selecionam os recursos
mais coerentes para interpretar, não caso da leitura, e para significar, quando
produzem seu texto oral ou escrito.
NA ORALIDADEAs possibilidades de trabalho com a oralidade são muito ricas e nos
apontam diferentes caminhos: debates, discussões, seminários. transmissão de
informações, de troca de opiniões, de defesa de ponto de vista (argumentação),
contação de histórias, declamação de poemas, representação teatral, relatos de
experiência, entrevistas, etc. Além disso, podemos analisar a linguagem em uso:
em programas televisivos, como jornais, novelas, propagandas; em programas
radiofônicos; no discurso do poder em suas diferentes instâncias; no discurso
público; no discurso privado, enfim, nas mais diversas realizações do discurso
oral: No que concerne à literatura oral, cabe considerar a potência dos textos
literários como Arte, produzindo a necessidade de considerar seus estatutos,
sua dimensão estética e suas forças políticas particulares.
NA LEITURAAs atividades de leitura devem consideram a formação do leitor e isso
implica não só diferentes leitura do mundo, diferentes experiências de vida e,
conseqüentemente, diferentes leituras, mas também o diálogo dos estudantes
com o texto e não sobre o texto, dirigido pelo professor.
A formação de leitores contará com atividades que contemplem as linhas
que tecem a leitura, que Yunes (1995) aponta como sendo:
Memória: o ato de ler, quando pede a atitude responsiva do leitor,
suscita suas memórias, que guardam seus sonhos, suas opiniões, sua
visão de mundo. O ato de ler convoca o leitor ao ato de pensar;
Intersubjetividade: o ato .de leitura é interação não apenas do leitor
com o texto, mas com as vozes presentes nos textos, marcas do uso
que os falantes fazem da língua, discursos que atravessam os textos e
209
os leitores;
Interpretação: a leitura não acontece no vazio. O encontro de
subjetividades e memórias resulta na interpretação. As perguntas de
interpretação de textos, que tradicionalmente dirigimos aos alunos,· buscam
desvendar um possível mistério do texto e esquecem do mistério do leitor.
Fruição: a fruição do ato de ler não se esgota ao final da
leitura e das sensações. Ela permanece. E nisso ela difere do
prazer que se esgota rapidamente. Ela decorre de "uma
percepção mista de necessidade e prazer ( ... )".(YUNES, 1995,
P. 194)
Intertextualidade: o ato de ler envolve resposta a muitos
textos, em diferentes linguagens, que antes do ato de leitura
permeiam o mundo e criam uma rede de referências e recriações:
palavras, sons, cores, imagens, versos, ritmos, títulos, gestos,
vozes, etc. No ato de ler enquanto conhecimento de mundo, a
memória recupera intertextualidades.
Além disso, o trabalho com a leitura demanda atividades que percebam a
incompletude dos textos, os vazios que eles apresentam implícitos,
pressupostos, subentendidos - que devem ser preenchidos pelo leitor.
NA ESCRITA
O exercício da escrita, da produção textual, deve levar em conta a relação
pragmática entre o uso e o aprendizado da língua, percebendo o texto come, elo
de interação social e os gêneros como construções coletivas. O que se sugere,
sobretudo, é a noção de uma escrita como formadora de subjetividades. O
desvelamento das relações de poder no discurso, ,já apontada na prática da
leitura, potencializa, agora, na escrita, a possibilidade de resistência aos valores
prescritos socialmente. Esses valores afastam a linguagem escrita do universo
210
de vida dos usuários, como se ela fosse um processo à parte, externo aos
falantes, que, nessa perspectiva, não constroem a língua, mas apenas
aprendem o que os outros criaram.
LAJOLO (1982, p.60) defende que "as atividades que visem à produção
de texto sejam (também) fundadas numa concepção que privilegie não o texto
redigido, mas o ato de redigir". Escrita é, antes de tudo, ação, experiência.
NA LITERATURA
Uma nova perspectiva de trabalho com o texto literário seria o que
poderíamos chamar de método rizomático. Um professor de Literatura, para operar
na perspectiva rizomática, será um contínuo leitor, capaz ele mesmo de selecionar
os textos que trabalhará com os seus alunos. Ele estabelecerá, como critérios para a
seleção desses textos, não a linearidade da historiografia literária, nem a
adaptabilidade do texto ou tema. à linguagem dos alunos, subestimando suas
capacidades cognitivas, nem levará em conta a facilidade do texto, mas,
fundamentado no seu percurso de leitura, levará aos estudantes textos com maior
possibilidades de relações dentro do rizoma. O professor estimulará as conexões
entre “um ponto e outro”, a serem realizadas pelos alunos, e estabelecerá, ele
mesmo, suas conexões a partir dos textos apresentados pelos alunos, produzidos
por eles ou não. Ao trabalhar com os textos selecionados por ele mesmo, o professor
estimulará as relações dos textos escolhidos com o contexto presente. Terá sempre
em vista o presente da leitura - há quem diga que ler um texto é escrevê-Io, que a
escritura de um texto só se concretiza no instante da leitura - e as múltiplas
possibilidades de construção do significado a partir desse instante que carrega em si
alguma magia.
Para uma proposta de inclusão e diversidade, a metodologia não pode ser
apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
211
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta. A efetivação desses avanços e progressos
depende da sensibilidade e dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim é preciso primar para que “todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
5- AVALIAÇÃO
Quando se reconhece a linguagem como um processo dialógico, discursivo,
a avaliação precisa ser analisada sob novos parâmetros, precisa dar ao professor
pistas concretas do caminho que o aluno está trilhando para aprimorar sua
capacidade lingüística e discursiva em práticas de oralidade, leitura e escrita.
Nessa concepção, a avaliação formativa, que considera ritmos e processos
de aprendizagens diferentes nos estudantes e, na sua condição de contínua e
diagnóstica, aponta as dificuldades, possibilita que a intervenção pedagógica
aconteça a tempo, informando os sujeitos do processo (professor e alunos),
ajudando-os a refletirem e tomarem decisões. contação de história, as exigências
de adequação da fala são diferentes, e isso deve ser considerado numa análise da
212
produção oral dos estudantes. Mas é necessário, também, que o aluno se
posicione como avaliador de textos orais com os quais convive (noticiários,
discursos políticos, programas televisivos, etc.) e de suas próprias falas, mais ou
menos formais, tendo em vista o resultado esperado.
A avaliação da leitura deve considerar as estratégias que os estudantes
empregaram no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido, o sentido
construído para o texto, sua reflexão e sua resposta ao texto. Não é demais lembrar
que essa avaliação precisa considerar as diferenças de leituras de mundo e
repertório de experiências dos alunos.
Em relação à escrita, retomamos o que já se disse: o que determina a
adequação do texto escrito são as circunstâncias de sua produção e o resultado
dessa ação. É a partir daí que o texto escrito será avaliado nos seus aspectos
textuais e gramaticais. Tal como na oralidade, o aluno precisa, também aqui,
posicionar-se como avaliador tanto dos textos que o rodeiam quanto de seu próprio
texto.
O posicionamento do aluno como avaliador de seus textos orais e escritos é
essencial para que ele adquira autonomia. É necessário que o professor perceba a
dimensão deste posicionamento.
A avaliação será conduzida tendo em vista a aprendizagem de cada um dos
alunos dentro de suas especificidades dentro de um produto pré-estabelecido, tendo
como pressuposto a capacidade de cada aluno em desenvolver suas habilidades
ao longo do processo escolar.
A avaliação será diagnóstica, somativa, qualitativa, formativa, continua,
permanente, cumulativa, levando em consideração as atividades desenvolvidas, a
capacidade de síntese e a elaboração pessoal sobre a memorização.
A função diagnóstica deve ser usada como subsídio para visão do processo
ensino-aprendizagem como instrumento de diagnóstico do próprio trabalho,
valorizando os conhecimentos dos alunos.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as
práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de
diagnósticos para reconhecê-las e valoriza-las a fim de estabelecer diálogos
pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na
213
organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as
mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades muito específicas um recurso viável a ser
utilizado é oferecer opções para situações pontuais ou seja material opcional pré-
elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre
cuidando para que esses critérios ou atividades permita que cada estudante se
encontre em condições propícias, seja qual for o seu ritmo.
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é
quando nossa Escola for promotora de todos é que realmente iremos sustentar a
proposta de Educação Inclusiva.
6- REFERÊNCIAS:
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Médio,
Julho 2006 SEED
BAGNO, Marcos. A norma oculta – Língua e poder na sociedade. São
Paulo: Parábola, 2003.
ESTADO DO PARANÁ. Currículo Básico para a escola pública do estado do Paraná. Curitiba, 1990., pp. 50-82.
FARACO, Carlos Alberto. Área de Linguagem: algumas contribuições
214
para sua organização. In. KUENZER,Acácia.(org.) Ensino Médio – Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. 3. ed.
São Paulo: Cortez, 2002.
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
215
PROPOSTA CURRICULAR
MATEMÁTICA
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA-ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA: MATEMÁTICA
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
216
Quando analisamos historicamente o desenvolvimento científico, podemos
perceber que no constante processo de intervenção intencional na realidade por
parte do homem, a fim de assegurar sua existência, encontramos uma clara relação
entre os diferentes modos de produção da sociedade e a ciência produzida a partir
desses modos de produção. A Ciência constitui-se, então, como uma das principais
atividades de intervenção na realidade. Essa ação intencional do homem sobre a
realidade, que tem raízes na atividade prática, proporciona a elaboração de
construções mentais que podem antecipar novas atividades, numa relação dialética
entre o concreto e o abstrato.
A relação entre concreto e abstrato, acompanha o desenvolvimento da
Matemática ao longo de toda sua história, na medida em que “aparecem
sucessivamente períodos em que o trabalho matemático inspira-se diretamente na
experiência sensível e períodos onde as noções, os resultados mal-estruturados da
fase anterior são sistematizados e generalizados, de forma aparentemente abstrata”.
(MACHADO, 1994, p.11).
Nesse sentido, um breve olhar para a história da Matemática nos mostra
que, após um período de utilização prática com os egípcios e os babilônios, surge
uma fase de grande sistematização na Grécia, que atinge seu auge com os
Elementos de Euclides, no século III a.C. A esse período de pujança grega, segue-se
outro, com os Hindus e Árabes que, sem trabalhar de forma axiomática como os
gregos, desenvolveram interessantes resultados, em especial na Álgebra. Somente
no século XV, com Descartes, Leibniz e Newton entre outros, é que surge um novo
período de sistematização que estimula, no século XVIII, uma fase de grande
progresso científico até a primeira metade do século XIX, quando o grande acúmulo
de resultados práticos leva a uma nova etapa de sistematização e, principalmente,
de crítica dos fundamentos. É nesse período que surgem as primeiras
sistematizações das geometrias não euclidianas, com Lobachevsky e Riemann, que
ganharam destaque por terem sido utilizadas pela Teoria da Relatividade de Einstein
na interpretação do universo.
A despeito da histórica dicotomia entre o abstrato e o concreto, o sucesso
excessivo dos valores formais, inspirou os matemáticos desse período a
apresentarem a Matemática com caráter de definitiva, como se só então tivesse
encontrado seu significado.
217
Encontramos essa concepção formalista de matemática ainda presente nos
dias de hoje e, em que pese alguns movimentos no sentido de dar novos rumos à
mesma, podemos afirmar que tal concepção foi, e ainda é, determinante na prática
pedagógica adotada pelos professores no ensino dessa disciplina.
Ou seja, nosso interesse em analisar alguns modos de conceber o ensino
da Matemática no Brasil ao longo da história, se justifica na medida em que a
maneira como vemos a Matemática influencia de maneira determinante o modo
como a ensinamos, especialmente se considerarmos que nossas concepções são
construídas em nossa prática pedagógica, a partir de determinantes sócio-políticos
e ideológicos, pois,
(...) a escola cumpre funções que lhe são dadas pela sociedade que,
por sua vez, apresenta-se constituídas por classes sociais com interesses
antagônicos (...). Fica claro, portanto, que o modo como os professores
realizam seu trabalho, selecionam e organizam os conteúdos escolares, ou
escolhem as técnicas de ensino e avaliação, tem a ver com pressupostos
teórico-metodológicos, explícita ou implicitamente. (LIBÂNEO apud
FIORENTINI, 1995, P.4).
Assim, temos que, até o final da década de 50, predominava a chamada
Matemática Clássica, caracterizada por uma ênfase ao modelo euclidiano, com o
ensino expositivo, centrado no professor. Ao aluno cabia apenas copiar, repetir,
memorizar e devolver, nos momentos de avaliação, aquilo que tinha recebido
anteriormente do professor. Ainda durante esse período, a Matemática Clássica sofre
oposição da chamada Pedagogia Ativa, onde o aluno passa a ser o centro da
aprendizagem. No entanto, da mesma forma que a Matemática Clássica, essa
tendência continua a considerar que as idéias matemáticas são obtidas através da
descoberta. Entretanto, enquanto para a primeira, a descoberta se dava num mundo
ideal, platônico, para essa, é no mundo em que vivemos que as descobertas
acontecem. Essa tendência, além de auxiliar na unificação da Matemática como
disciplina, contribuiu com as diretrizes do ensino de Matemática na Reforma
Francisco Campos.
Com uma grande mobilização após 1950, promovida por vários congressos de
ensino da Matemática, o Brasil adere ao movimento internacional de reforma do
218
currículo escolar que ficou conhecido como Movimento da Matemática Moderna nos
anos 50 e 60. É preciso ter claro que esse movimento se deu em nível internacional
em função da expansão industrial impulsionada pela necessidade de reconstrução
pós-guerra, ou seja, a reforma do ensino da Matemática surge para atender a uma
política de formação a serviço da modernização econômica. Epistemologicamente, o
movimento promove o retorno ao formalismo matemático, enfatizando o uso preciso
da linguagem matemática, o rigor e os aspectos estruturais e lógicos da mesma. De
um modo geral o ensino volta a centrar-se no professor, de forma autoritária, através
de exposições e demonstrações, cabendo aos alunos a mera reprodução do que foi
exposto pelo mesmo. A diferença entre o formalismo promovido pela Matemática
Clássica, e o promovido pela Matemática Moderna, está no fato de que enquanto
aquele enfatizava o encadeamento lógico do raciocínio matemático, este procura os
desdobramentos lógico-estruturais das idéias da matemática.
Com o golpe de 64, apesar das resistências, a escola acaba assumindo uma
função primordial na manutenção do regime militar, adaptando o aluno à sociedade,
tornando-o útil ao sistema. A tendência tecnicista, implantada com a reforma pela lei
5692/71, surge então com ênfase nas tecnologias do ensino, fundamentadas
psicologicamente no Behaviorismo. Tirando o centro do processo de ensino-
aprendizagem do professor e do aluno e focando-o nos objetivos instrucionais e nas
técnicas de ensino, a tendência tecnicista tem como finalidade do ensino da
Matemática, o desenvolvimento de habilidades computacionais, bem como de
resoluções de exercícios ou de problemas-padrão.
Em oposição à tendência tecnicista, surge o construtivismo, a partir da
epistemologia genética de Piageti e que passa a influenciar fortemente o ensino de
Matemática. Para essa tendência, o conhecimento matemático resulta de uma ação
interativa e reflexiva do homem com o meio em que vive, ou seja, para o
construtivismo a Matemática é uma construção humana. Por isso, o importante para
essa concepção é o processo e não o produto do conhecimento.
O fracasso da Matemática Moderna, aliado às dificuldades de aprendizagem
da Matemática por alunos das classes economicamente menos favorecidas,
impulsiona o aparecimento da tendência sócio - etnocultural, apoiada em Paulo
Freire e que tem como ícone na Educação Matemática o professor Ubiratan
D’Ambrosio, idealizador do que veio a ser conhecido como etnomatemática. Para
219
essa tendência, o conhecimento matemático é considerado um saber prático,
produzido histórico-culturalmente nas práticas sociais, tendo como ponto de partida
os problemas da realidade, utilizando-se da Modelagem Matemática e da relação
dialógica entre professor e aluno, na solução da problematização inicialmente
proposta. Devido a esse caráter, surge como uma possibilidade de transformação da
realidade e da libertação dos oprimidos e marginalizados sócio-culturalmente. A
década de 90 é marcada pelas discussões em torno da tendência histórico-crítica
que considera a Matemática como,
(...) um saber vivo, dinâmico e que, historicamente, vem sendo
construído, atendendo a estímulos externos (necessidades sociais) e internos
(necessidades teóricas de ampliação dos conceitos). Esse processo de
construção foi longo e tortuoso. É obra de várias culturas e de milhares de
homens que, movidos pelas necessidades concretas, construíram
coletivamente a Matemática que conhecemos hoje. (FIORENTINI, 1995, p.31)
Nesse contexto, a tendência histórico crítica considera o que o aluno
aprendeu significativamente, pois ele atribui sentido e significado à
aprendizagem. Juntamente a essa tendência surge a tendência
sociointeracionista , que é fundamentada por Vygotski, como a maneira que o
conhecimento matemático é produzido e aceito por uma comunidade científica ou
grupos culturais, destacando as contribuições da cultura, da interação social e a
dimensão histórica do desenvolvimento mental.
Dentro do contexto apresentado, propomos um currículo de matemática
consciente, que atenda as prioridades dos educandos, tanto para sua atuação no
mercado de trabalho, quanto na continuidade de seus estudos, preparando-o
para o ingresso no ensino superior.
A matemática é importante porque nos ensina a pensar tornando-nos mais
aptos a abstrair e fazer raciocínios dedutivos, é uma linguagem universal,
desenvolve valores estéticos envolvendo diversas dimensões, entre as quais
destacamos os aspectos culturais, sociais, formativos e políticos, além de estar
sempre ligada aos problemas da ciência e da técnica de cada época estimulando
o desenvolvimento de novos conceitos e novas teorias.
220
2- OBJETIVOS
1- Consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino
Fundamental, possibilitando o prosseguimento dos estudos.
2- Compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, ralacionando a teoria com a prática, no ensino de cada
conteúdo abordado.
221
3- Preparação básica para o trabalho e cidadania do educando, de
maneira que ele continue aprendendo e se adaptando às futuras
ocupações ou aperfeiçoamentos.
4- Promover uma aprendizagem significativa da matemática com
conteúdos relacionados ao cotidiano visando desenvolver as seguintes
capacidades:
Capacidade de resolver problemas diversos do cotidiano.
Capacidade de trabalhar em equipe, respeitando opiniões
divergentes.
Capacidade de ser criativo em situações diversas.
Capacidade de tomar decisões.
222
3- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Na proposta abaixo foram citadas várias estratégias de ensino por conteúdo
abordado. Porém quando se trata do ensino da matemática se faz necessário discutir
cada uma dessas estratégias.
Investigação dos conceitos prévios
Quando o aluno chega ao ensino médio, o professor não tem conhecimento
de como a matemática estudada até aquele momento foi assimilada, e se ele
simplesmente poderá introduzir um novo conceito julgando que ou o aluno sabe do
que ele esta falando ou não sabe nada. Para tanto, é necessário investigar qual o
conhecimento que o aluno tem a respeito do conteúdo, no caso exposto, temos de
saber qual o conhecimento de número que o aluno chegou ao ensino médio. Para
tanto, no primeiro dia de aula será aplicada uma atividade envolvendo cálculos
numéricos e questionamentos a respeito dos conjuntos numéricos, para saber qual o
ponto de partida nosso, quanto ao trato do conteúdo citado.
Propor situações problema no tratamento dos conteúdos.
Essa metodologia é essencial, quando se trata de aproximar a matemática do
cotidiano das pessoas, ou para suprir os muitos questionamentos que os alunos
fazem para que serve este ou aquele conteúdo. O problema também tem a finalidade
de desenvolver o raciocínio lógico do aluno, fazendo-o pensar, ler, interpretar, pois, a
matemática não é somente cálculo, mas principalmente leitura e interpretação,
quando propomos que o aluno deverá formular novos problemas, este procedimento
fará com que ele organize seu raciocínio e pesquise situações de aplicabilidade do
conteúdo estudado em sala.
Propor exercícios diferenciados.
Quando o professor trabalha exercícios diferenciados daquele do livro didático
adotado pela escola, ele oportuniza o aluno a ter contato com atividades
diferenciadas, contextualizadas, com um encaminhamento diferenciado, tornando-o
capaz de resolver qualquer outra situação diferente, sendo capaz de abrir qualquer
livro de qualquer autor e resolver o exercício em questão.
Utilizar dados ou situações concretas.
Um exemplo disso é trabalhar funções mediante coleta das faturas de água e
luz dos alunos, essa técnica permite aproximar o conteúdo de matemática do aluno.
223
Ou mesmo uma notícia de um jornal ou revista, ou uma situação ocorrida no contexto
da escola ou da sala de aula.
Utilizar recursos gráficos tecnológicos.
O uso do computador é essencial ao ensino quando o assunto é gráfico. Hoje,
ninguém apresenta um trabalho de pesquisa de forma manual, tudo é digitalizado,
portanto a matemática do ensino médio tem a obrigação de ensinar como elaborar
um gráfico no Excel, ou mesmo no Word.
Uso da calculadora.
Fazendo uma análise superficial no dia a dia de uma pessoa comum, notamos
que são raras as pessoas que vão ao supermercado ou a uma loja qualquer, e leve
consigo um lápis e um papel na mão para fazer a conta de quanto estão gastando.
Ou seja, hoje os indivíduos se querem conferir um cálculo qualquer recorrem a uma
calculadora comum. Embora, não são todos que têm afinidade com a mesma, se
atrapalham na hora se somar ou fazer qualquer operação que envolva valores muito
elevados, confundem o ponto do teclado da calculadora com o sistema de
numeração da milhar.
Existem educadores que ainda resistem ao uso da calculadora em sala de
aula, utilizando um discurso antigo dizendo que o aluno não raciocina quando usa a
calculadora. Isso só ocorre se o cálculo não estiver relacionado a uma situação
problema, pois a máquina não pensa, somente efetua o cálculo ela não dá ao aluno
se o cálculo é uma soma ou subtração ou outra operação qualquer, ela
simplesmente ajuda na obtenção de um resultado mais rápido, pois, o mundo atual
exige rapidez e habilidades pra enfrentar e resolver situações complexas do
cotidiano.
Uso da Internet.
Outro recurso que deve ser explorado é a informação, esta tem de estar
permeando todo o processo de ensino e aprendizagem da matemática. Recurso
este, extraído de jornais, revistas e principalmente a Internet. Nosso aluno do
ensino médio tem contato com a Internet, mas não a utiliza como aquisição de
novos conhecimentos, mas sim nas redes de relacionamentos virtuais, como o
orkut. Quando solicitados a fazer uma pesquisa, os mesmos não sabem colocar
uma referência extraída da Internet, não filtram as informações, transcrevendo dos
textos com os mesmos erros da página de pesquisa. Portanto a matemática
224
também tem o compromisso de ensinar o aluno a pesquisar e apresentar essa
pesquisa de forma correta.
Uso de periódicos.
A leitura de jornais e revistas, principalmente à parte de economia tem
fundamental importância ao ensino, pois quando falamos que a matemática tem
relação direta com a vida e o futuro das pessoas e empresas, o aluno deverá
vivenciar essa relação acompanhando os noticiários e a influencia dos números na
vida das pessoas. Uma simples leitura exige uma série de recursos matemáticos
que propiciam a interpretação adequada das manchetes e informações veiculadas.
Jogos.
Outra estratégia importante são os jogos, estes quando especificamente
relacionados ao conteúdo abordado, serve como meio de fixar e estimular o
aprendizado daquele aluno que tem dificuldade de aprendizagem. Embora é muito
importante que o jogo não seja todo ele dado pronto ao aluno, somente como forma
de recreação, é de suma importância que o aluno adquira durante o processo de
ensino-aprendizagem condições dele mesmo elaborar o jogo e criar as próprias
regras. Com esse procedimento ele fixará o conteúdo de um modo natural, e
também promovendo o trabalho em grupo e o respeito pelas idéias do outro.
Quadro de giz e aula expositiva dialogada.
Não é porque temos recursos tecnológicos ao nosso dispor que vamos excluir
o tradicional quadro de giz e a aula expositiva dialogada, pois sem o diálogo e a
interferência do professor a educação não se concretiza. O contato e a relação
professor aluno é essencial para a vida em grupo e o aprendizado da matemática.
Zabala se diz que o aluno compreende o conteúdo abordado, a partir do momento
que o professor dá sentido ao mesmo, ou seja, a forma como este apresenta o
conteúdo e como ele o motiva, fazendo com que sua contribuição seja necessária
para que o aprendizado se concretize. É claro que a organização do conteúdo, as
revisões e o acompanhamento do professor são fundamentais no processo.
Pesquisa relacionando o conteúdo com outras disciplinas.
A interdisciplinaridade acontece realmente quando o aluno é capaz de resolver
um problema de física, por exemplo, usando os recursos aprendidos em matemática
ou vice versa, é importante que o aluno seja estimulado a pesquisar essa relação,
para que o aprendizado da matemática não fique somente na matemática, mas que
225
ele consiga fazer o elo de ligação dessa com outras disciplinas, mas isso só irá
ocorrer se este for incentivado a buscar essa informação ensinando-o a pesquisar e
demonstrar aos demais colegas o resultado de sua pesquisa e como resolver uma
situação de forma diferente.
Inter relacionar os conteúdos de matemática.
Essa técnica permite resolver outras situações matemáticas usando os
recursos aprendidos com o conteúdo abordado. Um exemplo disso seria resolver
juros compostos usando logaritmos.
Para uma proposta de Inclusão e diversidade a metodologia não pode
ser apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o
mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim é preciso primar para que “todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições”.
226
4- CONTEÚDOS SÉRIE/ANO
PRIMEIRA SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA1- Conjuntos de números reais.
2- Conjuntos Numéricos
2- Conjuntos Números complexos.
FUNÇÕES
1- Trigonometria no triângulo retângulo
2- Relações trigonométricas em um triângulo qualquer.
3- Introdução de função.
TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO
1- Porcentagem
- Calculando porcentagem por meio de uma função
- Educação Fiscal – Percentual de ICMS aplicado sobre os produtos.
- Cultura Afro-Percentual de descendentes Africanos.
FUNÇÃO1- Função Afim
- Agenda 21 – IMC (índice de massa corpórea) Cálculo e representação gráfica.
- Cultura afro: Análise gráfica do tráfico negreiro no Brasil.
2-Função Quadrática
3- Função Exponencial
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO1- Juros Compostos
FUNÇÃO1- Função Logarítmica
2- Seqüência
227
- Progressão aritmética
- Progressão Geométrica
SEGUNDA SÉRIE
FUNÇÕES1- Trigonométrica na circunferência2- Razões trigonométricas na circunferência de Raio Unitário
TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO
1-Estatística
- Cultura Afro – Dados Estatísticos do Município: grau de escolaridade dos afro-
descendentes, nível salarial.
- Educação Fiscal – Pesquisa conhecimento dos cidadãos de onde e como são
aplicados os recursos no município.
- Agenda 21 – água, recurso em extinção. Gráficos Estatísticos.
2- Análise combinatória
GEOMETRIAS-Noções Primitivas e Postulados
- Determinações de reta e plano
- Posições relativas entre reta e plano
- Projeção.
TERCEIRA SÉRIE
TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES1- Probabilidade
2- Triangulo de Pascal
3-Binômio de Newton.
4- Teorema binomial.
228
NÚMEROS E ALGEBRA
1-Matrizes2-Determinantes.
GEOMETRIAS
1-Geometria Plana2-Geometria analítica4-Geometria Espacial.- Prismas- Pirâmide- Cilindro- Cone- Esferas
NÚMEROS E ALGEBRA1- Polinômios
229
5-AVALIAÇÃOAvaliar, em matemática, visa promover indistintamente todos os alunos de
forma coerente e reflexiva visando a construção do conhecimento, para tanto será utilizado os seguintes critérios:
-Elaboração de jogos, voltados ao conteúdo abordado.
-provas escritas individuais e em grupos.
-Trabalhos de pesquisas.
-resolução e elaboração de problemas do cotidiano do aluno.
-Pesquisas e noticiários relativos à matemática.
-Auto – avaliação.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de diagnósticos para reconhecê-las e valorizá-las a fim de estabelecer diálogos pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades muito específicas um recurso viável a ser utilizado é oferecer opções para situações pontuais, ou seja, material opcional pré-elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre cuidando para que esses critérios ou atividades permitam que cada estudante encontre condições propícias para seu aprendizado.
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é quando nossa Escola for promotora de todos é que realmente iremos sustentar a proposta de Educação Inclusiva.
230
7- REFERÊNCIAS
BARRETO FILHO, Benigno.MATEMÁTICA.São Paulo. FTD. 2000.
BIANCHINI, Edvaldo & PACCOLA, Herval. MATEMÁTICA. São Paulo Moderna.
1996.
CRESPO, Antonio Arnot. ESTATÍSTICA.São Paulo. Saraiva.1993.
CRESPO, Antonio Arnot. MATEMÁTICA COMERCIAL E FINANCEIRA. São Paulo.
Saraiva. 1996.
DANTE, Luiz Roberto. MATEMÁTICA, CONTEXTO & APLICAÇÕES. São Paulo.
Ática. 2002.
FACCHINI, Walter. MATEMÁTICA, São Paulo, Saraiva.2002.
FIORENTINI, D. ALGUNS MODOS DE VER E CONCEBER O ENSINO DA MATEMÁTICA NO BRASIL: in Cadernos de orientações curriculares de matemática.
SEED. 2006.
GUELLI, Oscar. MATEMÁTICA SÉRIE BRASIL, São Paulo, Ática, 2003.
HOFFMANN, Jussara. AVALIAR PARA PROMOVER. Porto Alegre. Mediação,
2003.
HOGBEN, Lancelot. MARAVILHAS DA MATEMÁTICA. Porto Alegre. Globo. 1970.
IEZZI, Gelson, et al.MATEMÁTICA, São Paulo, Atual, 2000.
LONGEN, Adilson.MATEMÁTICA, Curitiba, Positivo. 2004.
LIBÂNEO, J. C., Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos
conteúdos, São Paulo: Loyola, 1985, p.19. in Cadernos de orientações curriculares
de matematica. SEED. 2006.
MACHADO, Antonio dos Santos. MATEMÁTICA NA ESCOLA DO SEGUNDO GRAU.São Paulo, Atual. 1997.
MACHADO, N. Matemática e Realidade. Análise dos pressupostos filosóficos que
fundamentam o ensino da matemática. São Paulo, Cortez, 1994. in Cadernos de
orientações curriculares de matemática. SEED. 2006.
PAIVA, Manoel. MATEMÁTICA, São Paulo, Moderna, 2004.
SACRISTÁN, J.G. O Currículo: Uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre,
ArtMed, 2000. in Cadernos de orientações curriculares de matemática. SEED. 2006.
SANT’ANA, Ilza Martins. POR QUE AVALIAR?. Petrópolis, Vozes. 2001.
231
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, cadernos de Orientações curriculares.
Curitiba. 2006.
ZABALA, Antoni. A PRÁTICA EDUCATIVA COMO ENSINAR. Porto Alegre. Artmed.
1998.
i
232
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
QUÍMICA
ENGENHEIRO BELTRÃO – 2006
233
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA – QUÍMICA
1 – APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A abordagem no Ensino de Química será norteada pela
construção/reconstrução de significados dos conceitos científicos e experimentais,
vinculada aos contextos históricos, políticos, econômicos e culturais do nosso
cotidiano; estruturando um conhecimento que se estabelece mediante relações
complexas e dinâmicas na qual pretende que o aluno reconheça e compreenda de
forma integrada e significativa as transformações químicas que ocorrem com os
processos naturais e tecnológicos.
Embora muitos professores ainda concebam a sua prática de sala de aula
como um mundo à parte da teoria, há um movimento reflexivo por parte dos
profissionais da educação, no sentido de estabelecer vínculos entre a história, os
saberes, a metodologia, a avaliação para o ensino de Química.
Nessa proposta a preocupação central é resgatar a especificidade da
disciplina de química, recuperando a importância do seu papel no currículo escolar e
deixando de vê-la como área do conhecimento teórico. Por isso é importante dar
ênfase ao estudo da história da disciplina buscando uma seleção de conteúdos que a
identifique como campo de conhecimento.
Esses pressupostos são fundamentais para uma abordagem pedagógica
crítica da disciplina de química que ultrapasse a postura subserviente da educação,
formando um aluno crítico que se aproprie de conhecimentos químicos, tornando-se
capaz de refletir sobre o período atual.
234
2 – OBJETIVOS
A disciplina de Química tem o propósito de formar cidadãos
que possam exercer com responsabilidade e discernimento a sua cidadania nas
ações sobre a natureza e a sua recuperação, através dos conhecimentos
elementares de Química.
Assim, os objetivos a enfatizar, dentro do ensino dessa
disciplina são:
Interpretar os fenômenos da natureza resolvendo problemas práticos usando
o conhecimento químico;
Proporcionar oportunidades aos alunos de perceberem a relação entre o
conhecimento desenvolvido na química e a vida cotidiana;
Desenvolver habilidades de manuseio de materiais e dispositivos químicos,
promovendo o conhecimento por meio de suas propriedades de
transformações, produção e utilização;
Favorecer a compreensão da dinâmica da constituição química como
resultado das pesquisas realizadas e que estão sujeitas às mudanças;
Favorecer a compreensão que a evolução do conhecimento químico tem sob
os aspectos históricos e sócio-econômicos;
Desenvolver a capacidade de investigação e senso crítico frente aos
problemas oriundos do desenvolvimento desta ciência;
Utilização da experimentação química com o intuito de melhor compreensão
do conteúdo teórico;
Selecionar e utilizar idéias e procedimentos científicos (leis, teorias e modelos)
para resolução de problemas qualitativos e quantitativos da química,
identificando e acompanhando as variáveis relevantes;
Compreender os códigos e símbolos próprios da química e utilizar a
representação simbólica das transformações químicas reconhecendo suas
modificações no tempo atual.
235
3 – CONTEÚDOS
PRIMEIRO ANO
1ª SÉRIE
ESTRUTURANTE: MATÉRIA E SUA NATUREZA
ESPECÍFICOS:
- Estrutura da matéria;
- Substâncias;
- Misturas;
- Métodos de separação;
- Fenômenos Físicos e Químicos;
- Propriedades Coligativas;
- Estrutura Atômica;
- Distribuição Eletrônica;
- Tabela Periódica;
- Ligações Químicas;
- Funções Químicas;
- Reações Químicas;
- Radioatividade;
- Eletroquímica;
2ª SÉRIE
ESTRUTURANTE: BIOGEOQUÍMICA
ESPECÍFICOS:
- Soluções
236
- Termoquímica
- Cinética Química
- Equilíbrio Químico
3ª SÉRIE
ESTRUTURANTE: QUÍMICA SINTÉTICA
ESPECÍFICOS:
- Química do Carbono;
- Funções Oxigenadas;
- Polímeros
- Funções Nitrogenadas
- Isomeria
237
4 – METODOLOGIA DA DISCIPLINA
As diretrizes propõem que a compreensão e apropriação do conhecimento
químico aconteçam por meio do contato do aluno com o objeto de estudo, a Química.
Considera-se que na perspectiva da abordagem conceitual do conteúdo
químico, a experimentação favorece a apropriação efetiva do conceito e “o
importante é a reflexão advinda das situações nas qual o professor integra o trabalho
prático na sua argumentação”.
A metodologia utilizada tem o intuito de tratar a Química com os alunos de
modo a possibilitar o entendimento do mundo e a sua interação com ele, portanto
cabe ao professor:
Criar situações de aprendizagem de modo que o aluno pense mais
criticamente sobre a importância da utilização da Química.
Fazer com que o aluno entenda as idéias fundamentais das ciências, levando-
o a utilizá-las para compreender melhor o funcionamento e sua interação com
o mundo.
Desenvolver um conceito científico mediante uma linguagem usual para os
assuntos da vida cotidiana.
Estimular as atividades experimentais, pois elas despertam a curiosidades dos
alunos sendo uma forma de explicitar as suas idéias sobre os fenômenos a
serem estudados, melhor entendê-los e até modificar seus modelos
distorcidos sobre determinadas teorias científicas.
Associar a teoria com a prática é de importância fundamental.
Aplicar exercícios, de preferência, ligados às situações concretas da vida do
aluno, embora possam exigir tratamento em diferentes níveis de abstração.
Estimular o aluno a fazer leituras em livros, revistas, jornais e computadores
(internet).
Trabalhar a aprendizagem de modo a ser moldada e constituída em
interdisciplinaridade, na formação do ser crítico, consciente, que trabalha em
harmonia com o meio ambiente.
238
Criar situações de aprendizagem no processo de inclusão de culturas,
religiões e limitações físicas, sensoriais, utilizando estratégias diferenciadas
de ensino e avaliação.
5 – AVALIAÇÃO
A proposta de uma avaliação formativa e processual, como uma forma de
questionamento daquelas relações de poder, passa a ser o método mais adequado
para o processo educativo. Esse tipo de avaliação leva em conta a todo o
conhecimento prévio do aluno e como ele supera suas concepções espontâneas,
além de orientar e facilitar a aprendizagem.
Em Química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos
científicos, isso se dá a partir de uma ação pedagógica em que a partir de
conhecimentos anteriores dos alunos; seja permitido aos mesmos o entendimento e
a interação com a dinâmica dos fenômenos naturais por meio de conceitos químicos.
Por isso, em lugar de avaliar apenas por meio de provas, o professor deve
usar instrumentos de avaliação que contemplem várias formas de expressão dos
alunos, como: leitura, interpretação e construção de textos, pesquisas bibliográficas,
relatórios de aulas de laboratórios, apresentação de seminários, entre outros. Esses
instrumentos devem ser selecionados de acordo com cada conteúdo e objetivo de
ensino, bem como que possa contemplar a aprendizagem de cada aluno dentro de
suas capacidades de superar as dificuldades de aprender os conteúdos.
Tal prática avaliativa requer um professor que, em primeiro lugar, compreenda
a concepção de ensino de Química na perspectiva crítica.
Finalmente, é necessário que os critérios e formas de avaliação fiquem bem
claros para os alunos, como direito que têm de acompanhar todo o processo.
239
6 – BIBLIOGRAFIA
BELTRAN, N. O. E CISCATO, C. A. M. Química. São Paulo: Cortez, 1991.
CARVALHO, Geraldo C. Química para o ensino médio. Scipione, vol. único, 2003.
Diretrizes Curriculares de Química para o Ensino Médio. Versão Preliminar -
Junho/2006. Secretaria de Estado e da Educação.
GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências. Editora Ática, 2005.
HALL, Nina. Neoquímica. A química moderna e suas aplicações. Porto Alegre:
Bookman, 2004.
MATEUS, Alfredo L. Química na Cabeça. Editora UFMG, 2005.
MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de Química: Professor/Pesquisador. 2º Ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2003. p. 120.
NETO, B.B, IED. S. S. e BRUNS R. E. Como fazer expermimentos, Editora Unicamp,
2º Ed. 2003.
PERUZZO, Tito M. e CANTO, Eduardo L. DO. Química. Editora Moderna. Vol. único,
1998.
PESQUIS – Projeto de Ensino de Química e Sociedade – módulo 3. Nova
Geração, Brasília, 2004.
Revista Química Nova na Escola – Sociedade Brasileira de Química
240
SARDELLA, A. e FALCONE, M. Química: Série Brasil. São Paulo: Editora Àtica,
2004.
USBERCO, João e SALVADOR, Edgard. Química Essencial. Editora Saraiva.
241
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
FILOSOFIA
“A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. Não é obrigatório que elas gostem do que vêem. Mas é importante que seus horizontes se alargem.”
(Nietzsche)
242
ENGENHEIRO BELTRÃO- 2006
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA-ENSINO MÉDIO
ÁREA DO CONHECIMENTO – FILOSOFIA
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Considerando que todos os conteúdos filosóficos configuram-se como
discursos, os quais apresentam um caráter crítico-reflexivo e problematizador, o
papel formativo específico da Filosofia no Ensino Médio volta-se, primariamente,
para a tarefa de fazer o educando aceder a um discurso-filosófico, à medida que
este, indissociavelmente, constrói e exercita a capacidade de problematização e
apropria-se reflexivamente do conteúdo. De fato, a conexão interna entre conteúdo
(discurso) e método (forma de análise, interpretação, crítica, problematização,
reconstrução racional, argumentação e posicionamento) deve tornar-se
evidentemente, sem a qual esvazia-se o especifico do ensino filosófico. Apesar dos
diferentes conteúdos filosóficos e diferentes métodos de acesso, há algo de comum
que lhe é inerente: a problematização e a reflexão. Portanto, nisto consiste, talvez, a
contribuição mais especifica da Filosofia na formação do aluno do Ensino Médio.
Nesta proposta, o conhecimento é concebido como um processo de
construção: cada conteúdo não deve ser vinculado como algo definitivamente
acabado, como uma doutrina fechada, constituída de certezas indiscutíveis; o que
não significa, por sua vez, fazer concessão ao ceticismo ou ao relativismo. Entende-
se que o filosofar caracteriza-se como busca de um saber instituinte, aberto e não
acabado, que permite colocar os educandos em contato com diferentes referenciais
conceituais do campo filosófico, assegurando-lhes a possibilidade de questionarem
243
os problemas e construírem suas próprias tentativas de resposta, na perspectiva
metodológica de rigor, radicalidade e totalidade. Deste modo, esta proposta entende
que cada conteúdo selecionado, com ênfase no tratamento temático, deve configurar
esta dimensão problematizadora, apresentando-se na forma de questões distribuídas
em três eixos temáticos, referindo-se às questões ético-politicas, epistemológicas e
estéticas, que emergem das transformações sócio-culturais da contemporaneidade e
suas implicações do Ensino Médio, articulando-as interdisciplinarmente com outras
áreas de conhecimento relevantes. Como se pode observar, aqui se privilegia o
tratamento interdisciplinar e contextualizado para os conhecimentos de filosofia,
possibilitando ao educando a inserção crítica no universo da cultura, tendo em vista
sua formação para uma cidadania participativa. Com efeito, a LDB, no seu artigo 36,
§1º, tratou de dimensionar o papel da Filosofia no Ensino Médio referendo-se aos
conhecimentos filosóficos que são necessários ao exercício da cidadania.
244
2- OBJETIVOS
- Desenvolver a capacidade humana de pensar, de pensar bem, de pensar melhor,
de forma coerente e crítica.
- Tornar temático o que está implícito, estruturar ações e informações.
- Relacionar informações e conhecimentos compreendendo as raízes das
concepções de homem e de mundo disponíveis em textos filosóficos para construir
uma argumentação consistente.
245
3- CONTEÚDO
SEGUNDA SÉRIE
1 - MITO E FILOSOFIA
- Do mito à razão: O nascimento da Filosofia.
- Principais Períodos as história da Filosofia.
- Porque estudar Filosofia
- A Filosofia no nosso dia a dia.
- Mito – funções
- Mito e religião
- O mito hoje.
2 – TEORIA DO CONHECIMENTO
- O que existe além do que vemos.
- O que é conhecimento?
- Percepção de mundo.
- Período do conhecimento da idade antiga e média.
- “O mito da caverna” Platão
- Os tipos de conhecimentos
Conhecimento mitológico
Senso comum
Conhecimento científico
Conhecimento filosófico
- Verdade
- Lógica Aristotélica
246
Definições e princípios
Proposições e argumentos
Tipos de argumentação: Dedução, Indução e Analogia.
Falácias
- A Lógica Pós Aristotélica.
3 - ÉTICA
- Definição da Ética
- A Ética e seus fundamentos.
Os primeiros a iniciarem reflexão sobre Ética – Sócrates, Platão e
Aristóteles.
- A construção da identidade moral.
Ninguém nasce moral – Teoria de Piaget
- A construção da Personalidade moral.
- Responsabilidade moral, determinismo e liberdade.
- Os valores.
- O bem e o mal.
4 – FILOSOFIA POLÍTICA
- O que é Política.
- O estado, sociedade e poder.
- As filosofias Políticas.
- Os regimes políticos.
- Participação do Povo Democracia.
- A política e o cotidiano.
Globalização
Trabalho
Desemprego
Fome
Violência
Segurança
247
Saúde
Educação
5- FILOSOFIA DA CIÊNCIA O conhecimentos científico
Ciência e Valores
Benefícios das ciências
A ciência antiga e a medieval
A revolução científica
As transformações produzidas pelas novas ciências.
6- ESTÉTICA Introdução conceitual
Funções da arte
Criatividade como capacidade humana
Concepções estéticas
a) Naturalismo Grego
b) A Estética Medieval (Santo Agostinho e São Tomás de Aquino)
c) A Estética Romântica
d) O Pós-Modernismo
O pensamento estético no Brasil
3ª SÉRIE
1 – MITO E FILOSOFIA
- Mito e Filosofia – (continuidade e ruptura )
- Um breve percurso na história da Filosofia da idade antiga à contemporânea
- Os primeiros Filósofos.
- Os Pré – Socráticos – Os sofistas.
- Etapas da Filosofia.
- A Filosofia no Brasil.
248
2 – TEORIA DO CONHECIMENTO
- Formas de conhecer.
- Razão, Verdade e Conhecimentos.
- Dogmatismo ( Posso conhecer tudo? )
- Ceticismo ( Posso duvidar de tudo? )
- Pragmatismo ( Como tornar clara as nossas idéias )
- Silogismo ( Indicado por Aristóteles como tipo perfeito do raciocínio)
- Ideologia – Conceito – Discurso não ideológico- A ideologia em ação – A ideologia
da mídia).
- Teoria do conhecimentos na idade moderna.
Empirismo (John Locke, Thomas Hobbes e David Hume)
Racionalismo (René Descartes e Baruch Spinoza)
Idealismo (Immanuel Kant)
- Teorias do conhecimento na idade contemporânea.
zIdealismo Hegeliano – Wilhelm Hegel
Materialismo – Karl Marx
Positivismo – Augusto Comte
3 - ÉTICA
- Os princípios morais básicos.
- Obrigação moral – (A teoria Kantiana da Obrigação moral)
- A moral e os comportamentos humanos.
Moral e Religião
Moral e Política
Moral e Direito (Vivência social)
Moral e Ciência
- Doutrinas éticas fundamentais.
Ética e história
Ética grega
Ética cristã medieval
Ética moderna
249
A ética contemporânea.
4 – FILOSOFIA POLÍTICA
- Conhecendo alguns Filósofos que pensaram sobre Política.
Platão
No mundo grego <
Aristóteles
Nicolau Maquiavel
No mundo moderno<
Thomas Morus
Antonio Gramsci
No mundo contemporâneo <
Walter Benjamim
- As Teorias Política
Liberalismo
Neoliberalismo
Socialismo / Anarquismo / Comunismo
Materialismo
Totalitarismo / Fascismo / Nazismo
Terrorismo
- A Política que vivemos em nosso país nos dias de hoje
A crise política
A indiferença política
5- FILOSOFIA DA CIÊNCIA
250
As ciências da natureza
As ciências humanas
A ciência e a Ética
A genética e os problemas éticos (genoma, transgênicos, clonagem)
6- ESTÉTICA A arte como forma de pensamento
Kant e a crítica do juízo estético.
Arte e Sociedade: indústria cultural e cultura de massas
Meios de comunicação (televisão, cinema);
Arte e Filosofia
251
4- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O trabalho com os conteúdos estruturantes da Filosofia e seus conteúdos
específicos se dará em quatro momentos: a sensibilização, a problematização, a
investigação e a criação de conceitos.
O ensino da Filosofia pode começar pela exibição de um filme ou de uma
imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma música –
tantas são as possibilidades para atividades geralmente conduzidas pelo professor,
com o objetivo de instigar e motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante
e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido. A isso se chama sensibilização.
Após a sensibilização inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a
problematização, a investigação, a criação de conceitos, o que não significa dizer
que a sensibilização não possa correr diretamente a partir do conteúdo
problematizado.
A problematização ocorre quando um professor e estudantes, a partir do
conteúdo em discussão, levantam questões, identificam problemas e investigam o
conteúdo. É importante ressaltar que os recursos utilizados para sensibilização,
sejam filme, música ou o texto, podem ser retomados a qualquer momento.
Problematizando, o professor convida o estudante a analisar o problema, o
que se faz por meio da investigação, que pode ser o primeiro passo para possibilitar
a experiência filosófica. Recorrendo à história da filosofia e aos clássicos, o
estudante defronta-se com diferentes maneiras de entender o problema e com as
possíveis soluções já elaboradas, que embora não resolvam o problema, orienta a
discussão.
O ensino da Filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida,
por isso é importante que na busca de resolução do problema haja preocupação
também com uma análise da atualidade, com uma abordagem contemporânea que
remeta o estudante a sua própria realidade. Dessa forma, partindo de problemas
atuais, estudados a partir da história da filosofia, dos estudos dos textos clássicos, de
252
interpretação cientifica e de sua abordagem contemporânea, o estudante do Ensino
Médio pode formular seus conceitos, construir seu discurso filosófico. O texto
filosófico que ajudou os filósofos a entender e analisar filosoficamente o problema em
questão será trazido para o presente com o objetivo de fazer entender o que ocorre
hoje e como podemos, a partir da filosofia, entender os problemas de nossa
sociedade.
Ao final desse processo, o estudante, via de regra, encontrar-se-á apto a
elaborar um texto, um construto teórico; terá condições de ser construtor de idéias
com caráter inusitado e criativo e as socializará para discussão. É esse o sentido que
se deve atribuir à criação de conceitos no nível médio.
Após esse exercício, o estudante terá condições de perceber o que está
implícito nas idéias e como elas se tornam conhecimento e por vezes ideologia,
criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente por meio de raciocínios
lógicos num pensar coerente e crítico.
É imprescindível que o ensino de Filosofia seja permeado por atividades
investigativas individuais e coletivas que organizem e orientem o debate filosófico,
dando-lhe caráter dinâmico e participativo.
O ensino de Filosofia, uma vez que articula vários elementos, pressupõe um
bom planejamento que inclua leitura, debate, produção de textos, entre outras
estratégias, a fim de que a investigação seja de fato a diretriz do ensino.
Na proposta de trabalhar determinado conteúdo a partir de problemas
significativos para estudantes do Ensino Médio, é importante que haja a preocupação
de não ser superficial e de demorar o tempo necessário para realização de todo o
processo de ensino proposto, desde a sensibilização para o problema passando pelo
estudo dos textos filosóficos, até a elaboração de conceitos, para que se garanta de
fato a reflexão filosófica.
Para uma proposta de Inclusão e diversidade a metodologia não pode ser
apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
253
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de aprendizagem do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim é preciso primar para que “todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
254
5- AVALIAÇÃO
Segundo Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma
especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. A Filosofia
como prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos encontra
seu sentido na experiência de pensamento filosófico. Entendemos por experiência
esse acontecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não
determinar e, menos ainda, avaliar ou medir.
A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela não tem
finalidade em si mesma, mas sim tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o
curso da ação no processo ensino-aprendizagem, tendo em vista garantir a
qualidade que professores, estudantes e a própria instituição de ensino estão
construindo coletivamente. Sendo assim, apesar de sua inequívoca importância
individual, no ensino de Filosofia, avaliação não se resumiria apenas a perceber
quanto o estudante assimilou do conteúdo presente na história de Filosofia, de texto,
ou dos problemas filosóficos, nem inclusive a examinar sua capacidade de tratar
deste ou daquele tema.
Ao avaliar, o professor deve ter profundo respeito pelas posições do
estudante, mesmo que não concorde com elas, pois o que está em jogo é a
capacidade dele de argumentar e de identificar os limites dessas posições. O que
deve ser levado em considerações é a atividade com conceitos, a capacidade de
construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos
temas e discursos.
É relevante avaliar a capacidade do estudante do Ensino Médio de trabalhar e
criar conceitos: qual conceito trabalhou e criou; qual discurso tinha antes e qual
discurso tem após o estudo da Filosofia. A avaliação de Filosofia tem início já com a
sensibilização, coletando o que o estudante pensava antes e o que pensa após o
estudo. Com isso é possível entender avaliação como um processo que se dá no
processo e não como um momento separado, visto em si mesmo.
255
5.1 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Ficha de acompanhamento da participação individual;
Produção de texto dissertativo;
Teste escrito com múltipla escolha;
Relatórios;
Apresentação de pesquisa;
Apresentação teatros, cartazes, mural, paródias, usando o conteúdo
estudado;
Auto-avaliação – Oral e Escrita;
Observação direta do professor com registro no livro da participação em
debates;
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as práticas
avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de diagnósticos para
reconhecê-las e valorizá-las a fim de estabelecer diálogos pedagógicos mais
reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na organização
didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades específicas um recurso viável a ser
utilizado é oferecer opções para situações pontuais ou seja material opcional pré-
elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre
cuidando para que esses critérios ou atividades permitam que cada estudante
encontre-se em condições propícias, seja qual forma for o seu ritmo.
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é
quando nossa Escola for promotora de todos é que realmente iremos sustentar a
proposta de Educação Inclusiva.
256
6- REFERÊNCIAS:Diretriz Curricular de Filosofia para o Ensino Médio, Julho 2006 – Secretaria de estado da Educação.
ARANHA, M.Lúcia de Arruda: MARTINS, M. Helena Pires, Filosofando: Introdução à filosofia Moderna, 1993.
_____________, temas de filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1998.
CHAUÍ, Marilena. Convite a filosofia. E. ed. São Paulo. Ática, 1995.
CORDI, Cassiano; SANTOS, Antônio R. dos; et alli. Para filosofar. São Paulo:
Scipione, 1995.
CUNHA, José Auri, Iniciação á investifação filosófica, São Paulo, atual. 1992.
MATOS, Arnaldo Moreira de .Filosofia. Curitiba/IESDE Brasil, 2003
MAYER, Sergio, Filosofia com jovens. Ed. Vozes.
WONSORICZ, Silvio. Filosofia início de uma mudança Ed. Sophos.
257
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
LÍNGUA ESTRANGERIA MODERNA-INGLÊS
258
ENGENHEIRO BELTRÃO-2006
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
ÁREA DO CONHECIMENTO – INGLÊS
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
No início da colonização, os jesuítas, ensinavam o latim como exemplo de
língua culta. Em 1759, foi implantado pelo Marques de Pombal o sistema de ensino
régio , ensinando as línguas clássicas: o latim e o grego . O ensino das línguas
modernas teve um leve incremento com a chegada da família real em 1808 e, mais
tarde , em 1837, quando se fundou a primeira escola pública de nível médio e
implantou um currículo nos moldes franceses,e em seu programa constavam 7
anos de francês, 5 de inglês e 3 de alemão . Esse modelo de ensino de línguas
se manteve até 1929. O francês esteve sempre em primeiro lugar por representar
um ideal de cultura e civilização, seguido do inglês e depois do alemão a partir de
1929, do italiano que fez parte do currículo até 1931.
Nessa época, a abordagem era Tradicional, pois concebia a língua como um
conjunto de regras e privilegiava a escrita, seguindo uma tradição do ensino do
grego e do latim. Na Europa, neste período, Ferdinand Saussure,1916, inaugurou
os estudos entre oposição de “langue”, o sistema lingüístico propriamente dito e
parole, e o uso desse sistema em contextos sociais, tornou-se um marco histórico.
No governo de Getúlio Vargas, iniciou-se estudos para uma reforma do sistema de
ensino, a Reforma Francisco Campos, propunha que a escola secundária
proporcionasse formação geral e preparação para o ensino superior. Um método de
ensino de língua Estrangeira foi estabelecido – o Método Direto, Sendo este
método usado para induzir o aprendiz ao acesso direto dos sentidos, sem a
259
tradução, de forma que se pensasse diretamente na língua estrangeira. A língua
materna perde o seu papel de mediadora e a aprendizagem estava em constante
contato com a língua em estudo.
Em 1942, com a reforma Capanema , a educação ficou centralizada no
Ministério de Educação que decidia sobre quais línguas deveriam ser ensinadas , a
metodologia e o programa a serem trabalhados .O uso do Método Direto não
deveria ter apenas fins instrumentais , mas também educativos . Nesse período, a
língua espanhola foi valorizada como disciplina curricular ,pois representava, um
modelo de patriotismo.O inglês tinha seu espaço garantido por ser o idioma mais
usado nas transações comerciais, enquanto que o francês mantinha o seu prestígio
por continuar representando um ideal de cultura.
Nos anos 50 e 60, com o desenvolvimento da ciência lingüística surgem
mudanças significativas quanto às abordagens e aos métodos de ensino. Os
lingüistas estruturalistas da época, Leonardo Bloomfield, Charles Fries e Robert
Lado, dentre outro, apoiavam-se na psicologia da escola Behaviourista para
trabalhar a língua, a partir da forma para chegar ao significado, tais lingüistas
sistematizaram os métodos audiovisual e áudio-oral surgidos nos Estados Unidos,
em 1942. A partir de 1950 surge o modelo de descrição lingüística criado por
Chomsky, a gramática Gerativa Transformacional, que reestruturou a visão de língua
e de sua aquisição. A partir de então, o princípio do foco na oralidade cede espaço
ao ensino de todas as habilidades: falar , ouvir, ler, e escrever. Permitia-se o uso da
língua materna e a gramática era explicada de forma dedutiva.
A política de incentivo à industrialização que ocorreu na década de 50 fez
com que o ensino de humanidades fosse substituído, paulatinamente, por um
currículo cada vez mais técnico, o que acarretou a diminuição da carga horária das
línguas estrangeiras. Com o golpe militar em 64, o Ministério de Educação e Cultura
recebeu ajuda financeira e técnica da agência Americana para o desenvolvimento
internacional brasileiro, pelos estudos realizados por este convênio, direcionou o
governo a preocupar-se em formar profissionais e não cidadãos, por não ser política
e economicamente interessante. A partir da Lei de Diretrizes e Bases nº 5692/71,
esta desobrigava a inclusão de línguas estrangeiras no currículo de 1º E 2º GRAUS,
pois alegava que a escola não deveria se prestar a ser a porta de entrada de
mecanismos de impregnação cultural estrangeira. Na década de 70, esse
260
pensamento tomava o ensino de línguas estrangeiras como um instrumento das
classes favorecidas . De acordo com o parecer 58176 do conselho Federal, a língua
estrangeira seria ensinada por acréscimo. Isso fez com que muitos deles
suprimissem a língua estrangeira ou reduzissem seu ensino. Os métodos áudio-
linguais, fundamentados na lingüística estrutural norte-americana de Skinner, tinha
finalidade estritamente instrumental, era um incentivo a mais para justificar o ensino
de inglês como única opção.
Na década de 80 desenvolveu-se o cognitivismo construtivista, teoria baseada
nos estudos epistemológicos de Piaget, que serviu de base para os estudos de
Vygotsky. Segundo ele a linguagem se desenvolveu primeiro nas trocas sociais e
após as representações originadas dessas interações, há um movimento de
interiorização que parte para o mental. O interacionismo social, leva em conta fatores
sociais comunicativos e culturais na aquisição da linguagem . Vygotsky afirma que é
a a partir e através da interação com o outro, mediada pela linguagem que o homem
se transforma de ser biológico em ser sócio histórico.
É uma vertente dessa perspectiva o conceito da competência comunicativa
elaborada por Hymes em 1972. Esta teoria dá ênfase à importância de, na situação
de aquisição da linguagem, abordar os problemas práticos que ocorrem numa
comunidade heterogênea e na qual os aspectos sócio-culturais são fundamentais.
Competência comunicativa vem portanto a ser o domínio por parte do falante dos
valores sócio-culturais da comunidade em que se realiza a comunicação e da
adequação do discurso aos usuários e a intenção do falante.
Canale ampliou este conceito de competência comunicativa, no sentido de ser
voltada para o uso efetivo da língua e não apenas da precisão, para autenticidade da
língua e contextos, atendento às necessidades dos alunos no mundo real
A abordagem comunicativa é uma vertente da competência comunicativa, que
recebeu influência do audiolingualismo, estudos de pragmática e interacionismo.
Através dela surge a integração das quatro habilidades: ler, escrever, ouvir e falar.
Essa abordagem não se centra em normas padrões, mas em modos de se expressar
adequados a cada situação e contexto. O maior objetivo é a produção de significados
e o contexto sociolingüístico, os papéis do falantes e os meios não lingüísticos e
estruturas típicas de situações de comunicação.
261
Alguns adeptos da pedagogia crítica, consideram essa abordagem de uma
dimensão político-ideológica e relações de poder marginalizadas.
Os estudos da linguagem realizados por Hymes em aproximam a Lingüística
da Sociologia. Inicia-se dessa forma, ao considerar os aspectos semânticos da
linguagem,opõe-se ao estruturalismo de Chomsky. No Brasil a pedagogia crítica é
inspirada por Paulo Freire. Ela se baseia no surgimento das teorias da análise do
discurso que, ao contrário da lingüística ortodoxa, se nega a separar o lingüístico das
condições sócio-histórico-ideológicas de produção, deslocando a análise do discurso
para além do gramatical e para além do meramente lingüístico.
No Brasil, a partir do início dos anos 90, impulsionadas por um ideal de
redemocratização do país e pela criação do Mercosul, as escolas voltam a ofertar o
espanhol como alternativa ao inglês sem suplantá-lo. Em 1996 com a LDB (Lei nº
9.394), há o registro da obrigatoriedade do ensino da língua estrangeira no ensino
fundamental. Referindo ao Ensino Médio a lei determina que será incluída uma
língua estrangeira moderna como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade
escolar e uma segunda, em caráter optativo. Em 1999 os PCNs são publicados
para o ensino de língua estrangeira, apresentando uma concepção de língua como
prática social, mas privilegiam a prática da leitura restringindo o conceito de
contextualização. Outra falha apresentada é ao utilizar o critério de tipologia textual.
Em 2005, foi criada a Lei 11.161, que decreta a obrigatoriedade para a oferta de
Língua espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio. Sendo assim a oferta é
obrigatória para a escola, mas de matrícula facultativa para o aluno.
1.1 Língua Estrangeira Moderna No Paraná A imigração teve papel fundamental na colonização do Paraná. Os imigrantes
que para o Paraná vieram mantiveram seus costumes vivos e também a língua. É
por essa razão que no Paraná é possível encontrar comunidades bilíngües.O resgate
do prestígio do ensino de língua estrangeira se dá no Paraná em 1976, quando esta
passa a ser obrigatória, somente no 2º grau. Em 1986 foi criado o CELEM pela
SEED. Esses Centros de Línguas funcionavam no contra-turno, sem custo financeiro
a alunos da rede pública estadual. Esse foi um projeto, que proporciona até hoje
aulas de espanhol, inglês, alemão, francês, italiano, japonês, ucraniano e polonês a
mais de 21.000 alunos da rede pública estadual do Paraná. Com relação ao ensino
262
de línguas estrangeiras, uma nova perspectiva chegou ao Paraná em 1992 com a
publicação do currículo Básico. É um texto que apregoa a indissociabilidade entre
língua e cultura, e propõe uma concepção de língua entendida como prática social e
historicamente construída.
As Diretrizes curriculares, construídas junto com os professores de língua
estrangeira do Paraná, propõem portanto um jeito novo de olhar o discurso, como
algo que se possa ser construído nas interações sociais. É trabalhar a língua
enquanto discurso – entendido com prática social significativa. É uma nova
possibilidade de ver e entender o mundo e de construir significados.
A abordagem sócio-interacionista possibilita uma nova perspectiva que
privilegia a prática lingüística: o falante e o uso que faz da linguagem. O discurso não
é apenas transmitido, mas refletido, analisado e é passível de transformações, já que
neste enfoque o aluno não é um ser passivo, mas crítico e transformador, capaz de
criar novas realidades.
263
2- OBJETIVOS GERAIS
- Proporcionar ao aluno uma prática significativa, na qual ele tenha acesso a
discursos variados, orais e escritos, na língua inglesa, a fim de que ele possa ampliar
o seu conhecimento de mundo e posicionar-se criticamente em relação ao outro e a
si mesmo.
- Proporcionar subsídios para que ele seja capaz de atribuir e produzir
significados em inglês.
- Levar o aluno a refletir e transformar a sua realidade através de um
entendimento dela, de seus processos sociais, políticos, econômicos, tecnológicos e
culturais. Perceber que ela está em constante movimento e transformação e que ele
pode ser o sujeito ativo disso.
264
3- CONTEÚDOS
Conteúdos EstruturantesO discurso, concebido como produto de interações em práticas sociais
significativas é a base dos conteúdos, onde serão ativados os diversos
conhecimentos necessários para a formação integral de nossos alunos. Serão,
portanto discursos variados envolvendo oralidade e escrita.
Conteúdos EspecíficosPRIMEIRA SÉRIE
A) Conhecimentos textuais- Tipos de textos
e-mails
documentos e formulários
propaganda e catálogos
classificados e anúncios
artigo de jornal e revistas
programação de TV
coluna de aconselhamentos
anedotas
letras de músicas sobre variados temas
biografias
comentários
pesquisa de opinião
listas
265
B) Os Conhecimentos sócio-lingüístico, estratégico, e discursivo estão
inseridos nas quatro habilidades: ler, ouvir, falar e escrever.
SPEAKING
Preencher formulários através de perguntas e respostas.
Falar sobre membros da família.
Perguntar e responder sobre informação pessoal em 1ª e 3ª pessoa
Descrever-se e descrever alguém física e intelectualmente.
Perguntar e responder sobre tempo, quantidade e posse.
Narrar ações em desenvolvimento.
Expressar gostos ou aversões por objetos ou atividades.
WRITING
Responder perguntas sobre si mesmo
Completar frases com informações pessoais
Escrever pequenos parágrafos dando informações sobre si.
Descrever ações em desenvolvimento.
Escrever um parágrafo sobre hábitos e costumes de si mesma ou
rotina e atividades diária, passatempos e atividades de lazer.
Dar informações sobre uma terceira pessoa do singular ou pessoas
da família.
Descrever lugares e pessoas.
Escrever instruções.
READING
Pré-leitura
Levar em consideração todas estas estratégias durante o trabalho com textos em todas as séries.
Apresentar o tema e estimular o interesse dos alunos.
Dar aos alunos um motivo para a leitura de um texto, relacionando com a vida
real.
Oferecer apoio em relação aos itens lingüísticos, de modo que possam
entender os pontos-chave.
266
Leitura
Utilizar estratégias como skimming, scanning, predicting
Usar contexto para descobrir palavras desconhecidas .
Prever o assunto através de títulos e ilustrações.
Ajudar a entender o propósito do autor.
Ajudar a entender os aspectos lingüísticos.
Esclarecer o conteúdo.
Identificar cognatos.
Utilizar recursos visuais e palavras conhecidas.
Estabelecer relações lógicas.
Compreender definições.
Pós-leitura
Relacionar o conteúdo com o conhecimento ou a experiência do próprio aluno.
Elaborar atividades complementares
LISTENING
Levar em consideração todas estas estratégias durante o trabalho com textos Pré-listening
Preparar os alunos para o que vão ouvir, destacando o que sabem sobre o
tema, trazendo gravuras ou outros estímulos visuais ou escritos.
Oferecer diferentes tipos de texto oral, sempre respeitando a idade e a
necessidade dos alunos, como propagandas de pontos turísticos, diálogos e
descrições.
Listening
Solicitar sempre que identifiquem informação específica através de exercícios
de ouvir e anotar, ouvir e fazer, ouvir e falar ou apenas ouvir.
Abrir espaços para que tragam músicas que gostem, para ouvir, entender e
cantar.
Post-listening
Estender o enfoque do assunto ou da linguagem à prática do aluno.
C) Conhecimentos gramaticais
267
Conhecimentos gramaticais: É importante evitar a organização de conteúdos
baseados em itens gramaticais, pois tal procedimento contraria a visão de língua
como contexto e espaço de construção de sentidos. Devem estar portanto, apenas
subordinados aos usos que se faz da LEM, devem ser tratados de modo
contextualizado.
Os textos escolhidos definirão os conteúdos lingüísticos-discursivos.
SEGUNDA SÉRIEA) Conhecimentos textuais
Reconhecer padrões de sequenciação em narrativas: then, next, at first, in the
beginning, after that, at last, finally
Causa e efeito em textos de caráter científico
Idéia principal e idéias de apoio
d)Instruções
descrição de processo
estratégias de leitura: skimming, scanning, conhecimento prévio
g)referentes pronominais
h) artigos biográficos
conselhos e sugestões
pontos importante em uma entrevista
correspondência comercial
tabelas
receitas
B) Os Conhecimentos sócio-lingüístico, estratégico e discursivo estão inseridos nas quatro habilidades: ler, ouvir, falar e escrever.
SPEAKING AND WRITING
Descrever sobre eventos passados.
Narrar fatos a partir de gráficos, linha do tempo ou tabela.
Narrar fatos em pequenos parágrafos.
Identificar erros gramaticais em pequenos textos.
Escrever pequenas hipóteses
268
Reescrever diálogos na forma indireta.
Fazer comparações
Produzir anúncios
Escrever cartazes
READING
Levar em consideração todas estas estratégias durante o trabalho com textos em todas as séries.
Levantar em sala de aula os tipos de texto que mais agradam aos alunos.
Apresentar textos para escolha dos alunos.
Elaborar atividades de pré-leitura e de compreensão geral do texto,
focalizando aspectos mais amplos de sua produção.
Pré-leitura
Apresentar o tema e estimular o interesse dos alunos.
Dar aos alunos um motivo para a leitura de um texto, relacionando com a vida
real.
Oferecer apoio em relação aos itens lingüísticos, de modo que possam
entender os pontos-chave.
Leitura
Perceber estratégias do autor através de vocábulos
Perceber situações de produção
Ajudar a entender o propósito do autor.
Ajudar a entender os aspectos lingüísticos.
Esclarecer o conteúdo.
Identificar cognatos.
Utilizar recursos visuais e palavras conhecidas.
Estabelecer relações lógicas.
Compreender definições.
Pós-leitura
Relacionar o conteúdo com o conhecimento ou a experiência do próprio aluno.
Elaborar atividades complementares
LISTENING
269
Levar em consideração todas estas estratégias durante o trabalho com textos em todas as séries.Pré-listening
Preparar os alunos para o que vão ouvir, destacando o que sabem sobre o
tema, trazendo gravuras ou outros estímulos visuais ou escritos.
Oferecer diferentes tipos de texto oral, sempre respeitando a idade e a
necessidade dos alunos.
Listening
Solicitar sempre que identifiquem informação específica através de exercícios
de ouvir e anotar, ouvir e fazer, ouvir e falar ou apenas ouvir.
Abrir espaços para que tragam músicas que gostem, para ouvir, entender e
cantar.
Post-listening
Estender o enfoque do assunto ou da linguagem à prática do aluno.
C) Conhecimentos gramaticais
TERCEIRA SÉRIEA) CONHECIMENTOS TEXTUAIS-Tipos de texto Jornal escolar
Artigos de revistas
Artigos de jornais
Entrevista
Resumos
Coluna de aconselhamentos
Textos informativos
Letras de músicas sobre os mais variados temas
Textos literários
Propagandas
Contos e fábulas
Textos de páginas da internet
270
Gráficos e tabelas
B) Os Conhecimentos sócio-lingüístico, estratégico e discursivo estão inseridos nas quatro habilidades: ler, ouvir, falar e escrever.
SPEAKING
Perguntar e responder sobre sobre ideais profissionais.
Fazer pequenos relatos de sua infância ou de seu passado.
Perguntar e responder sobre gostos e preferências.
Expressar opiniões
Narrar sobre o passado de pessoas que fizeram história no Brasil ou no
mundo.
Resumir fatos oralmente
Expressar suas preocupações ambientais através de perguntas e respostas.
Textos que expressem traços de obrigação
READING
Ler artigos biográficos, narrativas de acontecimentos passados, planejamento
ações futuras, artigos de jornais e revistas entrevistas, resumos,
reportagens,seções de aconselhamento, pesquisas, ideais ou ambições da
ciência.
Textos informativos de caráter históricos ou científicos.
Levantar em sala de aula os tipos de texto que mais agradam aos alunos.
Apresentar textos para escolha dos alunos.
Elaborar atividades de pré-leitura e de compreensão geral do texto,
focalizando aspectos mais amplos de sua produção.
Pré-leitura
Apresentar o tema e estimular o interesse dos alunos.
Dar aos alunos um motivo para a leitura de um texto, relacionando com a vida
real.
Oferecer apoio em relação aos itens lingüísticos, de modo que possam
entender os pontos-chave.
Leitura
Ajudar a entender o propósito do autor.
Ajudar a entender os aspectos lingüísticos.
Esclarecer o conteúdo.
271
Identificar cognatos.
Utilizar recursos visuais e palavras conhecidas.
Estabelecer relações lógicas.
Compreender definições.
Pós-leitura
Relacionar o conteúdo com o conhecimento ou a experiência do próprio aluno.
Elaborar atividades complementares
LISTENING
Pré-listening
Preparar os alunos para o que vão ouvir, destacando o que sabem sobre o
tema, trazendo gravuras ou outros estímulos visuais ou escritos.
Oferecer diferentes tipos de texto oral, sempre respeitando a idade e a
necessidade dos alunos, como propagandas de pontos turísticos, diálogos e
descrições.
Listening
Solicitar sempre que identifiquem informação específica através de exercícios
de ouvir e anotar, ouvir e fazer, ouvir e falar ou apenas ouvir.
Abrir espaços para que tragam músicas que gostem, para ouvir, entender e
cantar.
Post-listening
Estender o enfoque do assunto ou da linguagem à prática do aluno.
WRITING
Escrever diálogos
Escrever narrativas
Escrever anúncios e cartazes
Preencher formulários
Descrever ações em narrativas
CONTEÚDOS COMPLEMENTARES
Agenda 21
Cultura Afro
Educação Fiscal
272
Esses conteúdos serão readaptados para a língua inglesa, de forma a contemplar, o
discurso, seus instrumentos, seus processos de construção. Já que estes temas são
atuais e necessários serem vistos dentro da esfera não apenas nacional, mas global.
Estas são propostas que pode ou não serem alteradas de acordo com as
transformações históricas da sociedade, lembrando que a informação se movimenta
e por isso mesmo torna-se complexo trabalhar apenas isto ou aquilo. Há materiais
extensos que possibilitem estarmos olhando para a nova ordem mundial, suas
exigências e o que pensam os poderes constituídos não apenas em nosso país mas
no mundo.
273
4- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Dentro da perspectiva da Pedagogia Histórico Crítica o ensino de língua
estrangeira assume uma abordagem sociointeracionista. Esta teoria é orientada
pelas contribuições dos teóricos russos do Círculo de Bakhtin – Voloshinov,
Medvedev e Bakhtin – que a partir de uma concepção interacionista definem a
linguagem. Em suas teorias o conceito de língua é mais que um conjunto de normas
e formas, mais que uma manifestação psíquica individual; a língua é entendida como
uma produção construída nas interações sociais, marcadamente dialogistas. É um
espaço de construções discursivas inseparáveis das comunidades interpretativas
que as constroem e que são por ela construídas. É na língua que se percebe, se
entende e se constrói a realidade.
Apresentar ao aluno apenas o discurso que tenta explicar o funcionamento da
língua e as regras formais de gramática é muito pouco. Ao trabalhar exclusivamente
com esse discurso pedagógico, a escola apresenta ao aluno uma realidade
lingüística que não corresponde à realidade cotidiana cultural dos países que
vivenciam a LEM. É preciso trabalhar a língua enquanto discurso – entendido como
prática social significativa - (oral e/ou escrito)pois, como afirma Voloshinov: “...o
essencial na tarefa de decodificação não consiste em reconhecer a forma utilizada,
mas compreendê-la num contexto concreto preciso, compreender sua significação
numa enunciação particular.”(VOLOSHINOV, 1992). Portanto, é preciso proporcionar
ao aluno uma prática significativa, na qual ele tenha acesso a discursos variados,
orais e escritos, na LEM e com a qual possa se sentir inserido numa determinada
realidade e capaz de interagir com ela, só assim ele terá a possibilidade de ampliar
seu conhecimento de mundo e desenvolver seu espírito crítico com relação ao outro
e a si mesmo.
Ao interagir com outras culturas através da LEM, o aluno deverá ser capaz de
perceber a língua como algo que constrói e é construído por uma determinada
comunidade, constatar que língua e cultura são indissociáveis, perceber a
diversidade cultural, ter oportunidade de contrastar outras culturas com a sua própria,
afirmando assim a sua identidade cultural e, até mesmo modificando-a a partir do
contato com a(s) outra(s).
274
Partindo dessa perspectiva, a função do professor de LEM é proporcionar
subsídios para que seus alunos sejam capazes de atribuir e produzir significados na
língua meta. O professor de LEM precisa estar consciente de que ensinar uma língua
não é apenas ensinar estruturas consideradas fundamentais em sua prática de
ensino mas, ir além das questões lingüísticas incluindo questões culturais e
extralingüísticas. Como a LEM no ensino médio é orientada no sentido da formação
integral do aluno será, necessariamente, articulada com as demais disciplinas do
currículo, objetivando desenvolver formas de pensamento relacionando os vários
conhecimentos. Isso não significa obrigatoriamente desenvolver projetos envolvendo
inúmeras disciplinas, mas fazer com que o aluno perceba que conteúdos de
disciplinas distintas podem muitas vezes estar relacionados, por exemplo: variação
lingüística existe tanto na LEM como na língua materna, a literatura inevitavelmente
estará relacionada à história ou, os costumes alimentares ou de vestuário de uma
comunidade são influenciados pela sua localização geográfica.
Segundo Volpi (2001), o professor de língua estrangeira se limitava à simples
aplicação de um método ou de um material didático previamente elaborado e a
transmitir seus conhecimentos a partir de decisões tomadas sem a sua participação
e embasadas em teorias lingüísticas desconhecidas por ele. Em uma nova visão da
função docente, o professor precisa ser um indivíduo consciente de que não é
detentor de todo o saber, de que o conhecimento representa um desafio permanente
às suas crenças e convicções e de que a sua responsabilidade não se limita à
transmissão de informações, mas deve atender a funções sociais mais abrangentes.
O professor deve levar o aluno a olhar para o texto de modo diferente
proporcionando atividades reflexivas que o façam perceber qual a intenção do autor,
qual a carga de informatividade, qual o formato de texto, quais instrumentos
argumentativos se fizeram necessários, que princípios éticos estão envolvidos na
articulação do discurso. É preciso que o aluno se posicione em relação aos textos,
compare a sua realidade com a realidade construída nos textos. A leitura tem
espaço previlegiado na sala de aula, mas o professor deve integrar as habilidades de
escrever, falar e ouvir também. Abrir espaços para que discursos de caráter orais
possam ser vinculados na sala de aula como textos de música, trechos de diálogos
de filmes, discursos e entrevistas em áudio, ou outros com a finalidade de perceber a
275
trama dos diálogos, das falas ou intenções: as idéias que vão se estabelecendo na
produção da oralidade.
Motivar o aluno e proporcionar momentos para que possa se expressar
utilizando a língua alvo, se fazer entender com possível produtor de discursos,
utilizando instrumentos lingüísticos apropriados, tanto para atividades orais como
escritas. Estas produções devem ter a finalidade ou propósito não apenas de ser
avaliado, mas de se fazer entender, de se reconhecer como construtor de sentidos e
principalmente de se sentir compreendido. Estas estruturas de fala devem ser
negociadas, o professor deve estar aberto para atender as necessidades na medida
em que elas forem surgindo.
Para uma proposta de Inclusão e diversidade a metodologia não pode ser
apoiada na homogeneidade de formas de trabalhar que exijam de todos o mesmo.
Diversificar estratégias e ritmos de aprendizagem, propor atividades variadas,
trabalhar em torno de projetos adequados às possibilidades de cada um. Para que
todos alcancem o domínio básico em grau aceitável, necessariamente deverá ser
empregado mais tempo e recursos para alguns do que para outros.
Acolher as diversidades nas práticas educativas é um trabalho complexo. O
importante é que a medida adotada colabore para ampliar o nível de conhecimento
do estudante que sempre possa obter algum proveito do que faça seja qual for o
nível de competência do qual parta.
A efetivação desses avanços e progressos depende da sensibilidade e
dedicação dos envolvidos na educação.
Enfim é preciso primar para que “todos tenham um transcurso contínuo e
progressivo neste estabelecimento de Ensino com a apresentação de resultados
efetivos de aprendizagem, assegurando-lhes a possibilidade de participação plena
na vida social em igualdade de condições.
276
5- AVALIAÇÃO
A avaliação deve estar presente em todo o processo de ensino-aprendizagem
e contribuir tanto para a construção de saberes quanto para reflexão da prática do
professor. Deve ser contínua e cumulativa, muito mais qualitativa do que quantitativa.
A prática dela deve levar a uma reflexão sobre a metodologia e o alcance dos
objetivos propostos. Deve levar o aluno a desenvolver sua capacidade de pensar,
analisar, pesquisar e criar. As atividades avaliativas devem ser contextualizadas e
estar de acordo com os conteúdos desenvolvidos.
Toda a capacidade de produção do aluno na sala de aula bem como os
trabalhos de pesquisa, sua articulação da língua via escrita ou oralidade e a sua
capacidade de compreensão tanto oral, quanto escrita deve ser acompanhada e se
não bem processada pelo aluno deve ser retomada.
Deve-se ter certeza de que o aluno realmente conseguiu construir sentidos na
língua alvo através de provas escritas, realização de pesquisa e exposição de idéias
e impressões.
Através de atividades de compreensão de texto o professor deve verificar
como o aluno se posiciona, se domina os conhecimentos lingüísticos, discursivos,
sócio-pragmáticos ou culturais.
Através das atividades de produção deve-se observar a capacidade do aluno
de fazer uso dela nos mais diversos aspectos dos conhecimentos trabalhados em
sala de aula.
5.1 Critérios de AvaliaçãoLeitura e compreensão oral
- Exercícios de compreensão de texto e posicionamento crítico.
- Capacidade de perceber a intencionalidade do autor através dos mais variados
discursos e tipologias textuais.
Produção oral e escritaCom relação a produção escrita é importante avaliar a capacidade do aluno de
utilizar a língua observando alguns aspectos lingüísticos e discursivos.
277
A avaliação deve ser parte integrante do processo de aprendizagem e
contribuir para a construção de saberes.
A lei de diretrizes e bases de 1996 determina que a avaliação seja continua e
cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos.
Servirá, principalmente, para que o professor repense a sua metodologia e
planeje as suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos. É através
dela que é possível perceber quais são os conhecimentos – lingüísticos, discursivos,
sócio-pragmáticos ou culturais- e as praticas- leitura, escrita ou oralidade- que ainda
não foram suficientemente trabalhados e que precisam ser abordados mais
exaustivamente para garantir a efetiva interação do aluno com os discursos em
língua estrangeira.
Quanto ao currículo inclusivo, nessa disciplina se pode reafirmar que as
práticas avaliativas devem estar fundamentadas na diversidade e partir de
diagnósticos para reconhecê-las e valorizá-las a fim de estabelecer diálogos
pedagógicos mais reflexivos e de uma prática diversificada também nos critérios e na
organização didática das tarefas em que todos não sejam obrigados a fazer as
mesmas coisas.
Para estudantes com necessidades muito específicas um recurso viável a ser
utilizado é oferecer opções para situações pontuais, ou seja, materiais opcionais pré-
elaborados para as necessidades particulares (na medida do possível). Sempre
cuidando para que esses critérios ou atividades permitam que cada estudante se
encontre em condições propícias, seja qual forma for o seu ritmo.
Somente quando for constatado que houve avanço, aproveitamento, isto é
quando nossa Escola for promotora de todos é que realmente iremos sustentar a
proposta de Educação Inclusiva.
278
6- REFERÊNCIA:
- DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRAGEIRA MODERNA PARA O
ENSINO MÉDIO, julho 2006. versão preliminar MOITA Lopes, Luiz Paulo. A nova ordem mundial, os parâmetros curriculares nacionais e o ensino de inglês no Brasil: a base intelectual para uma nova ação política in BARBARA, L, Ramos R.
C. O ( Org) Reflexões e ações no ensino-aprendizagem da línguas. Campinas:
Mercado de Letras. 2003
- SARMENTO, S. Aspectos Culturais Presentes no Ensino de Língua Inglesa. I
MULLER, V; Sarmento, S. O Ensino do Inglês com Língua Estrangeira: estudos e reflexões. Porto Alegre: APIRS, 2004
- LEFFA, V J. Metodologias de ensino de línguas. In: BOHN, H. I.; VANDRESEN,
P. Tópicos em lingüística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras.Florianópolis.
Ed. Da UFSCA, 1988
- GIMENEZ – “Eles comem cornflakes, nós comemos pão com manteiga”: espaços
para reflexão sobre a cultura na aula de língua estrangeira. Texto apresentado
durante palestra de abertura proferida no IXEPLE, em 04 de outubro de 2001.
279
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
PROPOSTA PEDAGÓGICA
SOCIOLOGIA
ENGENHEIRO BELTRÃO-2007
280
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
ÁREA DO CONHECIMENTO – SOCIOLOGIA
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Sociologia originou-se, em grande parte, de uma ambição filosófica: explicar
o desenvolvimento da história humana e as crises sociais do século XIX na Europa.
Voltando um pouco mais longe no tempo, observa-se que os sofistas gregos
contribuíram indiretamente para o surgimento da Sociologia, pois abriram caminho
para o entendimento da ordem social como domínio regido por princípios específicos,
apontado para a existência de leis sociais reconhecidas como produto do próprio
homem e independentes de fatores sobrenaturais.
Os primeiros pensamentos sobre o assunto não obtiveram êxito, pois não se
alicerçavam na investigação científica dos fenômenos. Esses pensamentos
baseavam-se mais na especulação, recorrendo, por exemplo, a deuses e heróis para
explicar os fenômenos sociais, cuja explicação, até a Idade Média e início da Idade
Moderna, foi muito calcada na Filosofia e na Religião.
No século XVI, a igreja, por meio da autoridade do Papa, entrou em conflito
com os protestantes, gerando a Reforma Protestante. Após esse processo, houve
maior desenvolvimento dos pensadores deste campo de ação como, por exemplo,
Galileu Galilei, Francis Bacon, René Descartes e Isaac Newton.
Somente no século XVI surgiram escritores que trataram os problemas da vida
em nível mais realista, com Maquiavel, com O Princípe; Tomas Morus, com Utopia;
Tomaso Campanella, com Cidade do Sol; e Francis Bacon, com Nova Atlântica. Mais
tarde, obras básicas deram grande contribuição ao desenvolvimento das Ciências
Sócias, como: Elogia a Loucura, de Erasmo de Roterdã; e O Leviatã de tomas
Hobbes.
281
O Príncipe, de Maquiavel, publicada em 1513, retrata uma discussão objetiva
do Estado e da arte de governar; Utopia, de Tomas Morus, publicado em 1515,
retrata uma ordem social ideal, descrevendo um Estado perfeito no qual os
problemas enfrentados pela sociedade tiveram solução; O Espírito das Leis, de
Montesquieu, faz uma análise do papel desempenhando por certos fatores externos
na vida das pessoas; A Nova Ciência, de Giambattista Vico, enfatiza que a
sociedade é subordinada a leis definidas que podem ser descobertas pelo estudo e
pela observação; e O Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau, já no século
XVIII, considera o Estado natural e basicamente selvagem sem o homem, ficando
ratificada a importância e influência da sociedade na vida do indivíduo.
No século XIX, o movimento de pensamento que deu condições para a
gênese da Sociologia era alicerçado em duas correntes: organicismo e positivismo. A
primeira era idealista e contra e empirismo(preocupava-se com a teoria); já a
segunda era basicamente empírica(preocupava-se com o método), por isso elas se
completavam.
A pré-história da Sociologia pode ser compreendida entre 1750 e 1850, uma
etapa de 100 anos que engloba parte do século XVIII e parte do século XIX.
No século XIX, Augusto Comte, Herbert Spencer, Gabriel Tarde e,
principalmente, Émile Durkheim, Max weber e karl Marx investigaram os fenômenos
sociais com uma visão totalmente científica.
Com esses pensadores, a Sociologia, em sua nova dimensão, tem como
propósito essencial o tratamento objetivo e científico da sociedade e a geração dos
problemas sociais em sua acepção mais global. Ela surgiu sob dois campos de
atuação: sob o ponto de vista teórico e sob o ponto de vista prático.
A Sociologia pode ser dividida em quatro grandes etapas: de 1839 a 1875,
com os trabalhos de Comte e Spencer; o final do século XIX; os primeiros 25 anos do
século XX; e até os dias de hoje,caracterizada pela essência do vasto campo de
proposições empíricas.
A Sociologia surgiu no contexto de duas importantes revoluções: a Revolução
Francesa, em 1789, e a Revolução Industrial, no século XIX. Essas revoluções são
marcos da passagem de sociedade tradicional pré-capitalista para a sociedade
moderna, fato que provocou intensas e profundas mudanças sociais.
282
A Sociologia surgiu para compreender esses fenômenos sociais que alteraram
definitivamente o comportamento da sociedade. Ela estuda as relações sociais e a
formas de associação, considerando as interações que ocorrem na vida em
sociedade. Abrange, portanto, o estudo dos grupos sociais;dos fatos sociais; da
divisão da sociedade em camadas; da mobilidade social; dos processos de
cooperação, competição e conflito na sociedade.
Em 1887, após muitos impedimentos, a Sociologia foi, enfim, elevada
oficialmente à categoria de ciência. No sentido amplo de estudo da sociedade, a
denominação de ciência foi utilizada pela primeira vez em 24 de dezembro de 1824.
Considerando essa data como marco, a Sociologia como ciência tem, então, quase
dois séculos de existência.
Os maiores teóricos da Sociologia foram Émile Durkheim, Max Weber e Karl
Marx.
A evolução da Sociologia foi caracterizada por esses pensadores, mas houve
outros, também de grande importância, como Saint Simon; Herbert Spencer; L. T.
Hobhouse; Simmel; Von Wiese, Ferdinand Tonnies; Gabriel Tarde e Pareto.
Esse estudo da sociedade hoje divide-se em diversas ares, entre elas:
Sociologia Política – analisa as bases sociais do poder em todos os setores
institucionais da sociedade, as implicações de caráter social de movimentos
políticos, bem como o desenvolvimento e funções do governo e do Estado.
Sociologia da Religião – estuda a natureza do fenômeno social religioso como
componente da estrutura das relações sociais.
Sociologia da Arte – estuda as relações entre as diversas manifestações
artísticas e as características das sociedades em que elas ocorrem.
A Sociologia volta-se, em todo o tempo, para os problemas que nós enfrentamos
no a dia-a-dia de nossos vidas em sociedade. Ela pretende ser um conhecimento
científico sobre a realidade social e, enquanto tal, visa a estabelecer teorias, bem
como confrontá-las com a realidade.
Quando se coloca numa posição crítica, a Sociologia incomoda muito, pois,
como toda ciência, revela coisas ocultas. Quem oculta, não deseja que os
segredos sejam colocados a público. Essas “coisas”, ao serem esclarecidas de
alguma forma, podem perturbar uma série de interesses ou mesmo concepções,
explicações e até convicções.
283
Uma das preocupações de quem ensina Sociologia é formar indivíduos
autônomos, que se transformem em pensadores independentes, que tenham a
capacidade de analisar o noticiário, as novelas da TV, os programas do dia-a-dia
e as entrevistas das autoridades, percebendo os engodos e falácias presentes
nesses discursos e quem eles efetivamente representam.
Assim, os professores dessa matéria pretendem que os indivíduos tenham a
capacidade de ler um jornal ou um livro e formar seu próprio pensamento e
julgamento sobre os fatos. Querem, também, que se tenha a capacidade de fazer
as próprias perguntas para alcançar um conhecimento mais preciso da realidade
em que vivemos e ao mesmo tempo criar uma hostilidade às explicações fáceis e
simplistas.
A busca principal é pelo desenvolvimento de uma imaginação sociológica, isto
é,a capacidade de analisar nosso cotidiano e ver as relações existentes com
situações mais amplas que nos condicionam e nos limitam, mas que explicam o
que acontece com nossas vidas. Usando uma metáfora, pode-se dizer que o
objetivo da Sociologia é fazer com que as pessoas possam ver e analisar o
bosque e as árvores ao mesmo tempo.
Pelas razões acima expostas é que batalhamos por longos anos para que a
Sociologia voltasse obrigatoriamente às escolas de Ensino Médio do país, pois
desde a década de 1940 isso não acontecia. Agora que ela será obrigatória, a
partir de 2007, é nosso propósito que esta disciplina seja ministrada com
qualidade e para isso é necessário o empenho de todos, professores qualificados
e alunos exigentes, nesta nova caminhada em busca de uma melhor educação
para este país.
Diante da realidade contemporânea não há mais espaço para discussões
pretensamente neutras da Sociologia do século XIX. A sociologia no presente tem
o papel histórico que vai muito além da leitura e explicações teóricas da
sociedade. Não cabem mais explicações e compreensões das normas sociais e
institucionais, para a melhor adequação social, ou mesmo para a mera crítica
social, mas sim a desconstrução e a desnaturalização do social no sentido de sua
transformação. Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do
acirramento das forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial
desenfreado, entre outras causas, exigem indivíduos capazes de romper com a
284
lógica neoliberal da destruição social e planetária. È tarefa inadiável da escola e
da sociologia a formação de novos valores, de uma ética e de novas práticas
sociais que apontem para a possibilidade de construção de novas relações
sociais.
285
2- OBJETIVOS GERAIS
Promover o conhecimento das diversas formas pelas quais os seres humanos
vivem em grupos bem como as relações que se estabelecem no interior e
entre esses diferentes grupos.
Ter acesso a conhecimentos elaborados de forma rigorosa, complexa e
crítica, acerca da realidade social na qual está inserido.
Estabelecer questionamento que descortine as desigualdades e as
diversidades.
Resgatar dialeticamente o movimento do real e do pensado a partir dos
grupos e classe que compõem a maioria do povo brasileiro.
Desenvolver compreensão crítica através de um saber sistematizado da trama
das relações sociais de classe, gênero e etnia, na qual os sujeitos da
sociedade capitalista neoliberal estão inseridos.
Fornecer conhecimentos teóricos aos alunos para que possam melhor
compreender e transformar o mundo atual.
Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos, e conseqüentemente
a agir nas diversas instâncias sociais, implicando numa atitude ativa e
participativa.
286
3- CONTEÚDOSO Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas
1. O surgimento da Sociologia
2. As teorias sociológicas na compreensão do presente
3. A produção sociológica brasileira
O Processo de Socialização e as Instituições Sociais
1. A instituição Escolar
2. A instituição Religiosa
3. A instituição Familiar
Cultura e Indústria Cultural
1. Cultura ou culturas: uma contribuição antropológica
2. Diversidade Cultural Brasileira
3. Cultura: criação ou apropriação?
Trabalho, Produção e Classes Sociais.
1. O processo de trabalho e a desigualdade social
2. A questão da pobreza
3. Globalização
Poder, Política e Ideologia
1. Ideologia
2. Formação do Estado Moderno
Direito, Cidadania e Movimentos Sociais
287
1. Movimentos Sociais
2. Movimentos Agrários no Brasil
3. Movimento Estudantil
4. A Violência Humana
288
4- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
No ensino de Sociologia é fundamental a utilização de múltiplos instrumentos
metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja a
exposição, a leitura e esclarecimento do significado dos conceitos e da lógica dos
textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo e
bibliografia ou outros. Os encaminhamentos metodológicos e o processo de
avaliação também devem estar relacionados à própria construção histórica da
Sociologia crítica, caracterizada portanto por posturas teóricas e práticas
favorecedoras ao desenvolvimento de uma pensamento criativo e instigante.
O aluno do Ensino Médio deve ser colocado como sujeito de seu aprendizado,
não importa que o encaminhamento seja a leitura, o debate, a pesquisa de campo,
ou a análise de filmes, mas importa que o aluno esteja constantemente provocado a
relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente
novos saberes.
Dentre outros, dois encaminhamentos metodológicos são próprios do
conhecimento sociológico: a pesquisa de campo e o uso de recursos áudio-visuais,
especialmente, vídeos e filmes.
A pesquisa de campo deve ser iniciada a partir da discussão com o grupo de
alunos para a definição do tema a ser pesquisado e do enfoque ou recorte a ser
privilegiado; em seguida deverá ser elaborado um pré-projeto de pesquisa, a
partir de uma revisão bibliográfica, da elaboração de um roteiro de observação
e/ou de entrevistas, ida à campo para levantamento dos dados, organização
dosdados coletados, confecção de tabelas ou gráficos, e se necessária a
interpretação dos mesmos e finalmente a análise e a articulação com a teoria.
Um filme deve ser entendido também com “texto”, e como tal deve passível de
uma “leitura” pelo aluno, pois o cinema e a TV são dotados de linguagem próprias
e compreendê-los não significa apenas apreciar imagens e sons. É preciso que o
professor proponha uma “leitura” reflexiva, inserida em um determinado contexto.
Portanto alguns passos devem ser seguidos: escolha do filme que não deve
atender somente aos interesses do conteúdo, mas também à faixa etária e o
repertório cultural do aluno; discussão da ficha técnica do filme; elaboração de um
289
roteiro que contemple aspectos fundamentais para o conteúdo em estudo;
exibição do filme; discussão e articulação das temáticas contempladas com a
teoria sociológica; sistematização através da produção de texto ou utilização de
outra linguagem(visual, musical, literária).
290
5- AVALIAÇÃO
A avaliação no âmbito do ensino da Sociologia, deve perpassar todas as
atividades relacionadas à disciplina, portanto necessita de uma tratamento metódico
e sistemático. Deve ser pensada e elaborada de forma transparente e coletiva, ou
seja, seus critérios devem ser debatidos, criticados e acompanhados por todos os
envolvidos pela disciplina. A apreensão de alguns conceitos básicos da ciência,
articulados com a prática social; a capacidade de argumentação fundamentada
teoricamente; a clareza e coerência na exposição das idéias, seja no texto oral ou
escrito, são alguns critérios possíveis de serem verificados no decorrer do curso.
Também a mudança na forma de olhar para os problemas sociais assim como
iniciativa e a autonomia para tomar atitudes diferenciadas e criativas, que rompam
com acomodação e o senso comum, são dados que informarão aos professores, o
alcance e a importância de seu trabalho no cotidiano de seus alunos.
As formas de avaliação em sociologia portanto, acompanham as próprias
práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos
debates, que acompanham os textos ou filmes, seja a participação nas pesquisas de
campo, seja a produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre
teoria e prática, enfim várias podem ser as formas, desde que se tenha como
perspectiva ao selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no
sentido da apreensão/compreensão dos conteúdos pelo aluno.
291
6- REFERÊNCIA:COSTA,Cristina. Sociologia, Introdução à Ciência da Sociedade, São Paulo,
Moderna, 1997.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1980.
COMTE, A. Sociologia. São Paulo:Ática, 1978.
DURKHEIM, E. Educação e sociologia. 6 ed. São Paulo: Melhoramentos, 1965.
MARX, K. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. São Paulo: Nova Cultural, 1999.v.1.
WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ática, 1979.
GIDDENS , Anthony, Sociologia. Artmed
DIRETRIZES CURRICULARES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO
ESTADO DO PARANÁ – SOCIOLOGIA.
292
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
RESOLUÇÃO Nº 1.968/82
O SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso das aribuições que lhe foram delegadas pelo Art. 1º, inciso V, letra d do Decreto nº 3.037, de 09 de outubro de 1980, e tendo em vista o disposto no Art. 80 da Deliberação nº/80, do Conselho Estadual de Educação.
RESOLVE
Art. 1º - Fica reconhecido o curso de 2º Grau – Regular, com as habilitações plenas: Magistério e Contabilidade, do Colégio Padre Antonio Vieira – Ensino de 1º e 2º Graus, no município de Engenheiro Beltrão.
Art. 2º - Em decorrência do disposto no artigo anterior, fica reconehcido o Colégio Padre Antonio Vieira – Endino de 1º e 2º Graus, de Engenheiro Beltrão, mantido pelo Governo do Estado do Paraná
Art. 3º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, em 22 de julho de 1982.
IRAN MARTIN SANCHESSecretário de Estado da Educação
PUBLICADO NO D.O.E. Nº 1348 EM 05/08/1982
293
Cópia fiel do documento original que está aquivado no Colégio.
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃOSETOR DE ESTRUTURA E FUNICIONAMENTO
CAMPO MOURÃO – PARANÁ
ATO ADMINISTRATIVO Nº 090/2003
A Chefia do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão, no uso de atribuições que lhe foram confiadas por Lei e, em obediência aos parâmetros estabelecidos pela Resolução nº 2122/2000 – SEED.
RESOLVE:
Art. 1º - Homologar o Parecer nº 065/2003 de 08/05/2003, emitido pelo Setor de Estrutura e Funcionamento do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão, resultado da análise da Proposta de Regiemnto Escolar.
Art. 2º - Aprovar o Regimento Escolar do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino Médio, do município de Engenheiro Beltrão – Paraná.
Art. 3º - Este ATO entra em vigor nesta data, revogando-se as disposições em contrário.
Campo Mourão. NRE/SEF, 08 de maio de 2003.
Professor João Luiz ConradoChefe do NRE. Dec 179/03
Cópia fiel do documento original que está arquivado no Colégio.
294
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃOSETOR DE ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
CAMPO MOURÃO – PARANÁ
ATO ADMINISTRATIVO Nº 323/2005
A chefia do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão, com fundamento no disposto no artigo 1º da Resolução nº 2124/2005, DOE de 15.08.2005, e nos estritos termos das normas estampadas na Deliberação 016/99, do Conselho Estadual de Educação,
RESOLVE
Art. 1º APROVAR a alteração dos membros do Conselho Escolar aprovados pelo Parecer nº 031/00 e Ato Administrativo nº 095/2000 de 12 de junho de 2000, do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino Médio, do município de Engenheiro Beltrão – Pr.
Art. 2º - HOMOLOGAR os nomes de:Eiridan Viana PereiraAldeir LopesFátima A. Chiminello ReisVerônica LopesCleuza CoresmaRenan Vinicius RosolenLeandro Batista DagustinMaria Angelina Ruzzon PereiraVilson GainoMaurílio Lima
Para comporem a partir de setembro de 2005, o Conselho Escolar do referido Estabelecimento.
Art. 3º - Este Ato entrará em vigor na presente dada, revogadas as disposições em contrário.
Campo Mourão, 29 de setembro de 2005.
Professor João Luiz ConradoChefe do NRE-Dec. 179/03
295
Cópia fiel do documento original, que faz parte do arquivo da escolaATA DA ASSEMBLÉIA GERAL DOS ESTUDANTES PARA A ELEIÇÃO E POSSE
DA DIRETORIA DO GRÊMIO ESTUDANTIL DO COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO
Aos dois dias do mês de Dezembro de dois mil e cinco, sito a Rua Duque de Caxias, 431, foi dado início a eleição para a escolha do Grêmio Estudantil do Colégio Padre Antonio Vieira – Ensino Médio. A eleição foi feita por meio do voto direto e secreto, em cédulas de papel, contando com duzentos e cinqüenta e cinco votantes, além da Diretoria do Grêmio Estudantil, Conselho Fiscal e seus suplentes. Duas chapas foram apresentadas, sendo a chapa um em cabeçada por Leandro Pacheco Leite e a chapa três tendo como líder Nathany Nayany Rodrigues.A eleição iniciou-se às oito horas (08:00) e terminou às vinte e uma horas (21:00) no Salão Nobre do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino Médio, a mesa 01 foi composta pelos mesários: Sonia Maria Magni da Silva – presidente, Marlene Aparecida Vieira Milani – secretária, Elias Rigamonte – Membro e a a mesa 02 foi composta pelos mesários: Aldeir Lopes – presidente, Fatima Aparecida Chiminello – secretária, Tiago José de Moraes – Membro.. Encerrada a votação, iniciou-se logo a seguir a apuração dos votos, pelos componentes da mesa escrutinadora, composta pelos elementos: Marlene Aparecida Vieira Milani (Presidente da Mesa), Gislaine da Silva Lopes e Larissa Parolin Grego (escrutinadores). O resultado foi o que segue: votos a favor da chapa um, cento e trinta e seis (136); votos a favor da chapa três, cento e oito (108); votos brancos: três (3); votos nulos: oito (8). Anunciado o resultado da eleição da chapa um e três, foi dado como ganho a chapa um, cujos componentes são:Presidente: Leandro LeiteVice Presidente: Aline RodriguesSecretário Geral: Renan RosolemPrimeira Secretária: AlessandraTesoureiro Geral: Leandro DagostinPrimeiro Tesoureiro: Jéssica PinessoDiretor Social: Élvio FernandoVice Diretor Social: Lucas ZucchelloDiretor de Imprensa: Guilherme RavazziDiretor de Esporte: Jhonatan OmuraVice Diretor de Esporte: Rodolpho ZuffaDiretor Cultural: Danielle PetschVice Diretor Cultural: Emerson CoutoDiretor de Saúde e Meio Ambiente: Maurício SoaresSuplente: Gleidson FerreiraA posse desta diretoria, cujo mandato será de um (01) ano, conforme prevê o Estatuto do Grêmio, será realizada no dia quatorze de Dezembro de dois mil e cinco às vinte horas nas dependências do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira, durante um jantar de confraternização dos professores e funcionários, APMF e membros do Conselho Escolar.Nada mais havendo a constar, eu Marlene Aparecida Vieira Milani, secretária deste Estabelecimento de Ensino, lavrei a presente ata em livro próprio que vai assinada por mim e pelos membros da mesa receptora de votos e demais presentes.
Engenheiro Beltrão, 02 de Dezembro de 2005.____________________Leandro Pacheco Leite
Presidente
296
Cópia fiel extraída do Livro de Registro de Atas do Grêmio Estudantil , páginas 15 e 15vASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS DO COLÉGIO ESTADUAL
PADRE ANTONIO VIEIRA – ENSINO MÉDIO.ENGENHEIRO BELTRÃO – PARANÁ
ATA Nº 02/2005 - ELEIÇÃO APMF – CHAPA ÚNICA
Aos oito dias do mês de março de dois mil e cinco (08-03-05), realizou-se no Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino Médio, a eleição para a diretoria da Associação de Pais, Mestres e funcionários. Concorreu à eleição para a diretoria, a seguinte chapa, assim formada: CHAPA ÚNICA DA DIRETORIA DA APMF. – Presidente: Júlio Polido; Vice-presidente: Maria Helena Rodrigues Petsch; Secretária: Sônia Maria Magni da Silva ; Segunda Secretária: Marlene Aparecida Vieira Milani; Primeiro Tesoureiro: Ana Lucia Florêncio Caíres; Segundo Tesoureiro: Maria Angelina Ruzzon Pereira; Diretor Social:Rosangela Pagliarini; Diretor Cultural: Gilberto Aparecido Ferreira e Roberto Rodrigues Chaves; Diretor de Esportes: Valdir Hermes da Silva; Conselho Fiscal: Aldeir Lopes, Diva Selma Sontag do Reis, Amarildo Pezente; Suplentes: Divino Aparecido Barbosa, Fátima Morisco da Silva, Tarciso Paulino Rodrigues e Pascoal Faria. Compareceram a eleição sessenta e sete (67) votantes e assinaram em livro próprio. A eleição iniciou-se às vinte horas (19:30 h) no Salão Nobre do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino Médio, composta pelos mesários: Aldeir Lopes – presidente, Fátima Aparecida Chiminello Reis – secretária, Diva Selma Sontag dos Reis – Membro. Encerrada a votação, iniciou-se logo a seguir a apuração dos votos, pelos componentes da mesa escrutinadora, composta pelos elementos: Christina Samsel (Presidente da Mesa), Tereza Acutu e Armelindo Cortes dos Reis (escrutinadores). O resultado foi o que segue: votos a favor: sessenta e sete (67); votos brancos: zero (0); votos nulos: zero (0). Anunciado o resultado da eleição da chapa única, foi dado posse imediata a sua diretoria, cujo mandato será de dois (02) anos, conforme prevê o Estatuto da Associação. Nada mais havendo a constar, eu Sônia Maria Magni da Silva, secretária desta Associação, lavrei a presente ata em livro próprio que vai assinada por mim e pelos membros da mesa receptora de votos e demais presentes.
Engenheiro Beltrão, 08 de Março de 2005.
____________________________
Júlio Polido Presidente
297
Cópia fiel extraída do Livro de Registro de Atas da APMF, página 12, 12V e 13 e 13VColégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino Médio
Engenheiro Beltrão – Paraná
Ata de Reunião para Aprovação do Projeto Político Pedagógico
Aos quatorze dias do mês de novembro de dois mil e cinco (14-11-2005), às 19H e 30 m, reuniram-se em uma das salas do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira sob a presidência da Diretora do Estabelecimento, a professora Eiridan Viana Pereira, os membros do Conselho Escolar, onde a pauta prevista era especificamente a apresentação do registro escrito e conteúdo do Projeto Político Pedagógico para leitura, análise e aprovação. Após realização da leitura, análise e aprovação. Após realização da leitura em pequenos grupos foi discutido e considerado uma proposta viável na sua aplicação e flexível para possíveis mudanças, reajustes durante sua execução. Por acreditar estar ali o que de melhor atende às necessidades de nossa escola foi aprovado por todos os presentes o referido Projeto, para constar lavrou-se a presente ata que será assinada por todos os componentes deste conselho:
298
Cópia fiel extraído do Livro de Registro de Atas do Colégio.
Colégio Estadual Padre Antonio Vieira – Ensino MédioEngenheiro Beltrão – Paraná
Ata de Reunião para Aprovação da Proposta Pedagógico Curricular
Aos quinze dias do mês de marçlo de dois mil e sete, às 19h e 30m, reuniram-se em uma das salas do Colégio Estadual Padre Antonio Vieira sob a presidência da Diretora do Estabelecimento, a professora Eiridan Viana Pereira, os membros do Conselho Escolar, onde a pauta prevista é a apresetação da Proposta Pedagógica para leitura, análise e aprovação. Após realização da leitura e sendo considerada a Proposta viável na sua aplicação e flexível a possíveis mudanças e reajustes durante sua execução, atendendo às necessidades da nossa Escola, foi aprovada por todos os presentes a Proposta Pedagógico Curricular. Para constar lavrou-se a presente ata que será assinada por todos os componestes deste Coselho Escolar.
Cópia fiel extraído do Livro de Registro de Atas do Colégio.
299
300