PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - Barbosa
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FACULDADE ALFREDO NASSER INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Dayse Cristina Souza de Queiroz
APARECIDA DE GOIÂNIA
2010
DAYSE CRISTINA SOUZA DE QUEIROZ
PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Artigo apresentado ao Instituto Superior de Educação, da Faculdade Alfredo Nasser, sob orientação da professora MS Fernanda Franco Rocha, como parte dos requisitos para Conclusão do Curso de Pedagogia.
APARECIDA DE GOIÂNIA
2010
FOLHA DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DO TRABALHO
PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Aparecida de Goiânia ___ de dezembro de 2010.
EXAMINADORES
Orientador - Prof.(a) Fernanda Franco Rocha - Nota:___ / 70
Primeiro examinador - Prof.(a) __________________________ - Nota:___ / 70
Segundo examinador - Prof.(a) __________________________ - Nota:___ / 70
_______________________________________________________________
Média parcial - Avaliação da produção do Trabalho: ___ / 70
Dedico esse Artigo, todo meu trabalho e empenho de quatro anos de faculdade em especialmente a minha filha Vitória e meu esposo Alex, pelas horas de compreensão, por tolerarem minhas ausências e pela ajuda tão necessária. Aos meus familiares e amigos, todas as pessoas que passaram pela minha vida, que de uma forma ou de outra deixaram marcas. Não teria todas as oportunidades que tive em minha vida se não fosse o sacrifício deles, que juntos lutaram para eu poder estudar e ter uma vida digna. As minhas colegas de classe que contribuíram na troca de informações e materiais, numa rara demonstração de amizade e solidariedade. Tenho só que dizer uma única palavra: Obrigada!
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus pela oportunidade e pelo privilegio que
me foi dado em compartilhar tamanha experiência ao freqüentar este curso
proporcionando forças e superação as dificuldades enfrentadas.
A todos os professores da Faculdade Alfredo Nasser pelo carinho,
dedicação e entusiasmo demonstrado ao longo do curso. Em especial a minha
orientadora Fernanda Franco Rocha pela atenção, paciência e normatização deste
trabalho de conclusão de curso.
PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Dayse Cristina Souza de Queiroz* Fernanda Franco†Rocha**
RESUMO O presente artigo intitulado: Projetos na Educação Infantil propõe-se a investigar a contribuição dos projetos no fazer pedagógico das pesquisas em educação infantil. Objetivando: compreender por que os projetos são tão discutidos na educação; analisar como trabalhar com projetos na educação; entender a contribuição dos projetos no fazer pedagógico dos professores da educação infantil e enfatizar o quanto os projetos auxiliam no desenvolvimento dos alunos. Por isso, esse estudo optou por realizar uma pesquisa bibliográfica, pautada nos seguintes autores: Ostteto (2008); Barbosa (2008); Faria (2007); e outros. Esse trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira: Por que é tão discutido projeto na educação?; Como trabalhar com projetos na educação infantil?; Descrição de um relatório individual da criança; modelo de um projeto desenvolvido em uma instituição de educação infantil e, por último, fazem-se as considerações finais.
Palavras-Chave: Educação Infantil. Criança. Projetos.
INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como enfoque principal os projetos na educação
infantil. Com a finalidade de compreender a criança como sujeito cognitivo, ser
pensante, curioso, questionador, considerando seus conhecimentos; Possibilitar aos
professores refletir sobre suas práticas para proporcionar às crianças conhecimentos
de mundo globalizado, interdisciplinar e contemporâneo. As crianças são co-autoras
do seu próprio conhecimento por meio de ações coletivas, cooperativas, de
socialização, resolvem conflitos, argumentam sobre hipóteses, levantam
questionamentos na busca de entendimento e soluções para questões sociais,
tecnológicas e cientificas.
É, neste contexto, que se fundamenta a metodologia do trabalho com
projetos para construir na educação infantil um currículo rico, dinâmico, flexivo,
aberto a novas ações educativas direcionadas às necessidades reais da vida das
crianças. Dentro do contexto social, histórico e cultural, o projeto é uma proposta
que aponta para a construção da formulação de conceitos, desvendamento do novo,
interpretações do mundo que cerca das crianças; promove um ambiente de
cooperação, colaboração, companheirismo, respeito mútuo; valoriza os fatores
* Graduanda do 8º período do curso de Pedagogia da Faculdade Alfredo Nasser. †** Professora Ms. Orientadora
ambientais possibilitando técnicas solucionáveis à preservação da vida e não só
para cidadania democrática, mas para um fazer interdisciplinar que envolva o todo.
O projeto político-pedagógico é um instrumento teórico-prático,
fundamentado em referências que embasam a nossa proposta educativa,
possibilitando assim, o encaminhamento cotidiano do fazer pedagógico. O projeto é
político porque revela intencionalidade das opções e escolhas de caminhos na
formação do cidadão, como sujeito ativo e transformador da sociedade em que vive.
O projeto é pedagógico porque orienta o como fazer, definindo a forma de
planejamento de currículo e atividades para a concretização dos objetivos
educacionais, considerando a leitura da realidade e particularidades de cada
comunidade escolar.
Por isso que o trabalho com projetos deve se iniciar desde a educação
infantil, para que a construção dos valores sociais para formação pessoal seja capaz
de interagir com meio de forma eficaz. Dessa maneira, entende-se que a sociedade
desejada deve ser formada por cidadãos conscientes de seus direitos e de seus
deveres. Esses sujeitos diferentes se inter-relacionam gerando conflitos entre
desejos individuais e a busca do bem comum. As questões sociais devem ser
tratadas através do diálogo balizado em combinações éticas pré-estabelecidas na
busca do conhecimento e da aprendizagem.
Sendo assim, em uma perspectiva contemporânea, esse trabalho não só
constrói relações de cultura, de valores, mas também valoriza o cidadão competente
na elaboração científica e tecnológica que acompanham as mudanças do mundo. O
fazer pedagógico proporcionar ao indivíduo a inserção no mundo pós-moderno
através de uma comunidade educativa em que o currículo seja aberto, flexivo,
consistente, em função das necessidades que surgem pela problemática do
cotidiano na busca de promover uma aprendizagem significativa.
Para o desenvolvimento deste artigo são assumidos alguns pressupostos
utilizados dentro de uma metodologia que emprega a abordagem de alguns teóricos
para a sistematização e análise da temática discutida. Este artigo propõe responder
a seguinte questão: Por que os projetos são tão discutidos na educação infantil?Visa
também enfatizar o quanto os projetos auxiliam o desenvolvimento dos alunos.
Sendo assim, este estudo é de forma qualitativa que está embasado numa pesquisa
bibliográfica pautada nos seguintes autores: Ostetto (2008); Barbosa (2008); Faria
(2007); e entre outros. A contribuição desta prática pedagógica na educação infantil
é para além de uma sólida fundamentação teórica e enriquecimento do trabalho dos
professores. Para melhor entendimento desta ação, inclui-se a descrição de um
relatório individual da criança; modelo de um projeto desenvolvido em uma
Instituição de Educação Infantil no Município de Goiânia-GO; (CMEI); que tem suma
importância para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem da criança.
1. PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
1.1. Por que é tão discutido projeto na educação?
O projeto é uma proposta, uma ideia organizada daquilo que se pretende
desenvolver sobre determinado assunto ou um empreendimento que vai ser
realizado, esse empreendimento precisa ser bem esquematizado com intuito de
obter resultados necessários à atuação do trabalho, resultados com finalidade
positiva daquilo que se quer alcançar. O projeto envolve muitas variáveis que vão
contribuir para a realização do mesmo, é preciso colaboração, entusiasmo,
planejamento por parte dos que estarão envolvidos nesse trabalho.
O projeto é classificado também como uma programação que requer dos
participantes um contato mais próximo com o grupo que esteja envolvido dentro do
percurso de realização do trabalho, todos precisam conhecer as etapas que serão
traçadas durante todo o período que durar o trabalho. Daí a necessidade de
sistematizar o trabalho, pois é de extrema importância para o desenvolvimento das
atividades que serão feitas, se for possível é bom fazer um esboço do projeto,
apresentar um esquema daquilo que se pretende atingir. Dentro do esboço é
interessante destacar os recursos, o que será utilizado, o percurso, as etapas e os
objetivos. Geralmente um projeto surge para resolver ou achar respostas para algo e
precisa da colaboração de todos para ampliar, construir a autonomia e interpretar
desafios.
De um modo geral, trabalhar com a proposta de projetos requer observar
que tipo de projeto será realizado, pois o mesmo aparece em uma amplitude, porém
com um sentido único, o de buscar soluções, buscar descoberta, buscar resposta
para os desafios que nos deparamos, tanto em relação aos profissionais da
educação como os de outras áreas.
Atualmente com avanço tecnológico, o sistema educacional deve organizar
de maneira sistematizada o seu trabalho. Não só no setor educacional, mas em
diferentes áreas do conhecimento, faz-se necessário aderir à técnica de organizar o
funcionamento de suas atividades através de projetos. As renovações, as
concorrências no mercado de trabalho e a tecnológica avançada são tendências que
remodelam o mundo rapidamente, logo a necessidade de sistematizar, de planejar a
vida. Foram surgindo novas formas de apresentar o desenvolvimento de nossas
atividades com as inovações na sociedade.
Por isso, a criação do projeto deve envolver uma organização intensa, como
a interação, a necessidade de aprendizagem, o nível de conhecimentos dos
indivíduos, a preparação, a execução e as conclusões que surgem durante o
trabalho, o projeto inicia-se com criatividade e preparação, para que surjam
significados e finalidade, com qualidade para diagnosticar problemas e propor
soluções, dessa maneira é possível ter uma noção de como se inicia o trabalho com
projetos na educação.
Trabalhar com projetos na educação contribui para a autonomia, na
identidade, nas relações interpessoais do convívio entre indivíduos. É a partir dessas
ideias a respeito da importância do projeto que se pretende, nesse estudo, discorrer,
analisar, interpretar, dialogar com a temática: projetos na educação infantil.
Para Amaral (2000), as discussões sobre a proposta de trabalho com
projetos surgem a partir das ideias de Dewey que, posteriormente, foi se
aprimorando com o apoio e estudo de outros educadores europeus. No Brasil, essa
tendência aparece com Escola Nova que traz muitas mudanças na área
educacional. Anísio Teixeira e Lourenço Filho (Apud BARBOSA, 2008) dão
seguimento às idéias de Dewey que defendiam esse método de projeto com a
intenção de consolidar esses conceitos na educação brasileira.
Dewey (Apud AMARAL, 2000), acreditava que essa proposta de ensinar
proporcionaria a construção da autonomia, o interesse na descoberta de novos
conhecimentos e fazer o indivíduo participar e descobrir o funcionamento de
determinado fato, entender um fenômeno da natureza, vivenciando esses saberes
no cotidiano e adquirindo um leque de conceito que poderiam aumentar a
capacidade de interagir em sociedade.
De acordo com Amaral (2000, p.38), percebia-se que a sociedade precisava
se atualizar, ou seja, acompanhar os avanços, o caminho que os fatos iam tomando.
Daí a necessidade de relacionar um tema de forma interdisciplinar, envolvendo um
assunto com outros, mas que fazem parte do mesmo ciclo da vida.
Dewey acreditava que, mais do que uma preparação para a vida, a educação era a própria vida! Na vida aprendemos uma infinidade de coisas que não vêm embaladas em “caixinhas”: caixinhas de matemática, caixinha de linguagem, caixinha de Geografia etc.
O que é interessante na proposta de trabalho com projetos, é que trazer os
indivíduos e envolvê-los na novidade de construir algo interessante que realmente
desperte interesse, que faça sentido para vida, que traz novos aprendizados. É a
partir daí que os professores se englobam numa didática interdisciplinar. O campo
educacional passa ser automaticamente obrigado a se ajustar às mudanças e
avanços do mundo contemporâneo, em que o aluno tem curiosidade e interesse de
interpretar uma situação lógica matemática estudando geografia ou outra disciplina.
Para isso, percebe-se a relevância da interdisciplinaridade dentro da proposta de
projetos.
Para Gonçalves (2000), o trabalho interdisciplinar passa ser considerado
objeto de pesquisa ao lidar com as questões diversas da realidade em busca de
resposta para os fatos, a causa de uma situação, a conseqüência de um fenômeno.
Partindo dessa idéia, o trabalho interdisciplinar foca em direção a aprendizagem
reflexiva para compreender a realidade, suas mudanças sociais interagindo com o
processo de evolução, conscientizar e desenvolver uma visão ampla sobre a
sociedade em que vive. Nessa perspectiva, a educação não é mais conduzida para
formar cidadãos para a vida em um futuro distante e sim para viver e transformar o
mundo presente através de novos conhecimentos.
A escola sempre procurou estabelecer o ensino das disciplinas
separadamente uma da outra, os alunos estudavam os conteúdos de forma isolada.
Felizmente, hoje nos deparamos com os projetos, de modo que a
interdisciplinaridade esteja relacionada com o desenvolvimento da sociedade, com a
complexidade do mundo. As instituições educacionais se encontram na necessidade
de acompanhar as mudanças e se adequar a proposta de trabalhos com projetos.
Nesse sentido, pode-se lembrar que há uma preparação pedagógica quando
se dispõe trabalhar com projetos de trabalho. Na sala de aula, as ações precisam
ser organizadas de maneira coletiva e cooperativa, porque esse trabalho envolve a
realidade física do ambiente. Assim, é necessário ter critérios na elaboração e
organização das atividades, está atento a que tipo de atividade é viável para ser
realizada na turma. Para que ocorra essa elaboração das atividades pedagógicas,
tem-se de considerar alguns fatores como o espaço físico, os objetos e o tempo
necessário que será usado para ministrar as atividades, assim, proporcionar um bom
ambiente para o desenvolvimento na interação, no diálogo entre os participantes.
Conforme Gonçalves 2000 é imprescindível à reformulação da prática do
professor em todos os aspectos, tanto na linguagem como na postura, bem como
adequação aos recursos tecnológicos oferecidos pelo mundo pós-moderno.
Automaticamente, o professor vê a necessidade de aulas dinâmicas, de estratégia
no cenário para ministrar o seu trabalho pedagógico. Não é mais possível
desenvolver um bom projeto de trabalho em que professores e alunos permaneçam
confinados numa sala de aula com os indivíduos enfileirados um atrás do outro e
com uma turma totalmente silenciosa onde o professor é o transmissor de
informações.
É preciso espaço, modificação no cenário da sala de aula e momentos para
diálogos, questionamentos, levantamento hipóteses, experimentar suposições e
discussões acerca do assunto abordado. Não só o ambiente deve ser envolvente e
dinâmico, mas também o professor precisa ser preparado, disposto, criativo, ter
domínio a respeito dos conhecimentos sobre o tema e realizar aulas prazerosas
para promover estímulo à aprendizagem significativa.
Na elaboração da Proposta Política Pedagógica - PPP - da instituição,
deverá constar a possível realização de aulas fora do ambiente escolar e envolta do
espaço da comunidade, nesse sentido que é necessário o planejamento e a
colaboração de todos os membros da instituição para realização de um projeto de
trabalho. Todos precisam discutir e dialogar a respeito do projeto para analisar,
esclarecer suas dúvidas e renovar suas ideias para que haja participação positiva do
grupo na realização do projeto, mesmo porque o projeto é uma atividade coletiva.
De acordo com abordagem de Barbosa 2008, a proposta de trabalho com
projetos surge dentro do contexto histórico com a finalidade de renovar, acabar com
a inércia tradicional do ensino na atualidade, organizar as atividades pedagógicas
numa perspectiva sociocultural, que visa à diversidade das atitudes dos profissionais
e ampliar o conhecimento dos alunos acerca da realidade socioeconômica, histórica
e cultural. Gerir um ensino de qualidade voltado para uma aprendizagem
significativa e transformadora da sociedade é fundamental para um mundo de
confiança, bem-estar, solidariedade, justiça social e cidadania.
É necessário cada vez mais adotar essa proposta, pois assim a humanidade
irá além com a ciência e a tecnologia para solucionar e melhorar a qualidade de
vida. Após esse breve estudo sobre projeto na educação, buscar-se discorrer a
respeito de como trabalhar com projetos na educação infantil.
2. COMO TRABALHAR COM PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na educação infantil, ao trabalhar com projetos, deve-se considerar a
questão do currículo, pois, ao desenvolver essa proposta, o currículo não poderia
ser desconsiderado porque sua ação é a chave mestra para iniciar o
desenvolvimento dos mais variados trabalhos, especialmente, com crianças de zero
a cinco anos de idade. Partindo desse pressuposto, o currículo apresenta
orientações para os profissionais construírem a sua proposta político-pedagógica
dentro das normas vigentes para educação infantil. Nesse sentido, é imprescindível
à participação de todos dos profissionais da educação nesse processo, para traçar
caminhos mais amplos para realização de um projeto de trabalho, com
competências e habilidades significativas ao ensino–aprendizagem.
De acordo com Faria (2007), várias discussões foram construídas a respeito
do currículo para educação infantil, pois numa sociedade em que o sujeito está
inserido no mundo contemporâneo globalizado, se torna mais que necessário à
construção de diretrizes curriculares centradas nas mudanças da época, não se
poderá realizar mais um currículo de forma descontextualizada, fora das questões
sociais da vida em comunidade.
Sendo assim, é importante ressaltar que há a necessidade de discutir,
elaborar e organizar a proposta político pedagógica da instituição de educação
infantil, para que as questões não fiquem de fora da realidade, na qual o sujeito está
plenamente em contato com as questões sociais tanto na escola, na igreja, no
mercado ou na rua.
Para Faria (2007), a construção da Proposta Política Pedagógica dentro de
um currículo norteador que define a identidade, a autonomia do sujeito para exercer
uma cidadania participativa, democrática e consciente, requer muitas discussões e
reflexões sobre a construção de uma proposta pedagógica para crianças de zero a
cinco anos de idade. Também, requer algumas determinações legais inseridas na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB n° 9394/96 que se refere ao
artigo 29:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
A qual diz respeito ao trabalho educativo para educação infantil a fim de
promover o desenvolvimento integral da criança e as relações no âmbito familiar ou,
de modo geral, na comunidade. Com isso, consideram-se as experiências subjetivas
do indivíduo, incentivando o diálogo interativo a todos que participam desse
processo, a formação social do sujeito. Baseado nesse contexto, pode-se
argumentar sobre a questão da elaboração da proposta pedagógica para educação
infantil em relevância aos aspectos que implicam no desenvolvimento físico, social,
moral, cognitivo e afetivo; no intuito de estimular a ampliação dos conhecimentos e
interesse a preservação da natureza, bem como proporcionar aos educandos a
convivência em sociedade como um cidadão capaz de exercer a cidadania
participativa democrática.
Sob este aspecto, ressalta-se que trabalhar com projetos na educação
Infantil é importante, também, pelo fato de se considerar as diretrizes curriculares
para educação condizentes com a construção de valores éticos e morais,
cooperação, solidariedade, tolerância com o próximo, conhecimentos da natureza,
da cultura e da questão ambiental no sentido de conservação da natureza em uma
perspectiva constante para aprendizagem. Conforme Faria (2007, p.101):
É fundamental, dessa maneira, que as formas de trabalho sejam coerentes com as nossas concepções de sociedade, de homem, de criança, de educação, de desenvolvimento/ aprendizagem que foram definidas na proposta pedagógica da instituição e o que nos levem, continuamente, a buscar estratégias e assumir posturas mais condizentes com essas concepções, promovendo o desenvolvimento de atitudes solidárias e coorporativas por partes da criança.
A organização do trabalho com projetos para educação infantil precisa se
ajustar a rotina da instituição que é cenário inicial para as crianças construírem sua
aprendizagem das realizações sociais. As experiências pedagógicas não podem
deixar de lado as práticas de cuidar e educar por serem duas ações indissociáveis
na prática educativa para essa fase da educação. Nesse sentido, os caminhos são
vários para realização desse trabalho desde o planejamento à sistematização das
pesquisas, os dados coletados, os registros, toda a organização do fazer
pedagógico fazem parte do percurso na realização de um projeto.
O projeto inicia-se com uma ideia ou uma circunstância que é vivenciada no
dia-a-dia, o projeto não se inicia de uma condição vaga, mas de uma situação
curiosa ou complexa que se quer resolver ou encontrar respostas dentro do contexto
social, também, essa idéia pode surgir de outros projetos já realizados com a turma.
A consolidação e desenvolvimento do projeto perpassam por um tempo que poderá
durar um mês, ou vários meses, ou até um ano, enquanto durar o interesse das
crianças. Não há um tempo determinado e esse estudo, muitas vezes, se torna
complexo, pois começa a partir do comportamento e das observações das crianças,
das questões e ideias que vão se encaixando dentro do currículo por serem
experiências vividas pelas crianças, gerando maior nível de aprendizagem. Assim,
acontece um processo longo de observação, relatos, experiências, registros das
várias linguagens usadas para entender o processo do qual se investiga.
É importante ressaltar que o projeto não é a única atividade realizada na
instituição de educação infantil em sala de aula ou no ambiente escolar. Pois entra a
questão da organização do espaço e tempo dentro das instituições mesmo porque o
projeto é introduzido nesse percurso diário da vida das crianças, por isso a
importância do planejamento, para se ter uma representação da realização do
trabalho no período que durar. E durante o período de realização do projeto todos os
participantes precisam está atentos a possíveis descobertas e abertos a novas
ideias que podem surgir.
Não há como estabelecer uma metodologia adequada para trabalhar na
educação infantil, há formas de trabalho para serem realizadas com as crianças,
formas que valorize a coletividade, as relações pessoais, as interações sociais
diversas, a afetividade e a criatividade, as formas de trabalhar são construídas e
aperfeiçoadas de acordo com a vivência da atualidade, com experiências do dia-a-
dia.
Segundo a teoria de Vygotsky (1989), as interações diversas, as trocas de
experiências são fatores que são indispensáveis ao meio social, pois através da
companhia do outro, com parceiros mais experientes e/ou com auxílio de um adulto
a criança aprende realizar atividades que antes não conseguia fazer sozinha, pois é
nas interações sociais que se aprende a aprender.
O trabalho com projetos tem sido um veículo que contribui para fortalecer a
zona de desenvolvimento proximal da criança, porque não há como trabalhar com
essa proposta sem o diálogo, interação, exercício de habilidades mentais, como
observar, comparar, verbalizar hipóteses, expressar descobertas e elaborar
conclusões, isso envolve a participação de todos desde a escola até a família e a
comunidade. Assim, para todas as ações nessa forma de trabalho, é imprescindível
que sejam organizadas de maneira coletiva e colaborativa com objetivo de encontrar
a compreensão de um problema ou resolver uma situação complexa da realidade.
O professor, além de dominar o assunto abordado, também precisa ser
pesquisador, capaz de se envolver com novas experiências que surgem. Participar
das brincadeiras e aprender junto com as crianças. Voltado para esse contexto,
compreende-se que o professor tem um papel importante na participação e
construção da formação étnica sociocultural, identidade, autonomia da criança, por
ser alguém que a criança passa boa parte do dia em convívio.
Diante desse aspecto, Barbosa 2008 argumenta sobre a prática e a postura
do profissional da educação, que ainda tem sido despreparada, pouco qualificada
para dominar um trabalho pedagógico contextualizado, interdisciplinar. Por isso que,
no mundo atual, o professor precisa atualizar sua prática pedagógica, refletir sobre o
que é ser mediador, ele é aquele que faz o intercâmbio, que propõe desafios. Assim,
para acompanhar as mudanças da contemporaneidade, o professor não poderá
continuar tendo uma postura de transmissor de informações acumuladas,
consideradas corretas e acabadas, mesmo porque não há verdade totalmente
absoluta e única. Dentro do contexto social contemporâneo, somos instigados a criar
outras maneiras de educar as crianças, inovar nossas ações pedagógicas.
Dessa forma, para se focar no tempo das mudanças e inovações
tecnológicas, há vários fatores que implicam na mudança de novas práticas
pedagógicas para saber lidar e ensinar os alunos a aprender, compreender
situações do mundo como o preconceito, a violência, as diferenças socioeconômica,
a questão ambiental. E é desde a educação infantil que se deve preocupar com a
preparação do indivíduo para vivenciar práticas sociais diversas como os conflitos e
situações complexas que a sociedade apresenta.
Portanto, as crianças precisam vivenciar uma pratica pedagógica que lhes
permita construir sua identidade e assim formar seu caráter em conciliação com a
natureza e sociedade. Para concretizar esse contexto, o projeto precisa está dentro
de uma proposta curricular que contemple esses paradigmas da sociedade.
Na proposta de trabalho com projetos, não se pode deixar de fora os
aspectos importantes da sua construção, que é a estruturação. Sendo assim, não
podemos deixar de mencionar as etapas dessa construção, a definição do problema,
a justificativa, objetivos do projeto, levantamento de informações, experiências
realizadas, reflexão, sistematização e a avaliação. Partindo desse ponto, começa-se
o percurso do trabalho, a organização das possíveis situações que poderão ser
traçadas ao longo do processo pedagógico, é o que costumamos denominar de
esquema, neste caso, serão definidos os objetivos, a realização das atividades, os
conteúdos e as propostas de trabalho.
Cabe lembrar que esse planejamento deve ter a participação de todos,
desde professores, crianças, pais e a comunidade, é importante a participação dos
pais, pois aproxima a comunidade da vida social escolar da criança. E é nesse
momento que a escola aproveita para inserir a comunidade na participação da
construção social do indivíduo.
Para isso, existe o planejamento coletivo, a coleta de informações, é o que
se caracteriza por investigação sobre a temática, aquilo que está sendo descoberto,
assim, vão surgindo opiniões a respeito das experiências e começa a construção da
documentação, dos registros realizados pelos envolvidos no caminho para soluções
das questões surgidas sobre a temática. A documentação é tudo que for criado,
exposto, relatado e registrado pela professora e crianças, que será a memória
pedagógica do trabalho para apresentar a aprendizagem significativa por meio do
projeto.
É durante a investigação que surge a elaboração de hipóteses, o diagnóstico
e a descobertas para novas questões ou sugestões para criação de outros projetos.
Durante o período de investigação, deve haver ocasiões próprias importantes para
discutir as novas descobertas, para refletir o que está sendo feito durante o projeto.
Na educação infantil, no processo de investigação, o professor deve está bem atento
às curiosidades, às inferências, às comparações que as crianças fazem, e, nesse
momento o professor deve anotar as perguntas, curiosidades e interpretação que a
criança faz sobre o assunto estudado.
Isso é que Barbosa 2008, chama das formas distintas narrativas em que as
atividades e habilidades ligadas ao pensamento teórico estão sendo colocadas em
ação. Ao considerar as ideias desta autora, ao se referir a este aspecto do trabalho
com a educação infantil, faz-se necessário que os professores tenham um olhar
amplo e interpretativo para compreender e considerar todas as formas de
aprendizagem que a criança apresenta, o educador deve estar atento às várias
linguagens simbólicas que a criança usa para expressar seus conhecimentos, como
são consideradas as múltiplas linguagens, a linguagem verbal, corporal, visual,
escrita, musical e matemática. De acordo com Rinaldi (apud Ostetto 2000, p.194):
Se a criança é portadora de teoria, interpretações, perguntas, e é co-protagonista do processo de construção do conhecimento, o verbo mais importante que guia a ação educativa não é mais falar, explica transmitir, mas escuta. A escuta é disponibilidade ao outro e tudo quando ele tem a dizer; é escuta das cem e, mas línguas, com todos os sentidos.
Considerando as ideias da autora Helm (2005), a documentação é uma
articulação necessária para composição do projeto, trazem dados acerca do trabalho
realizado e contribuir com o aprendizado da criança, são muitas ações utilizadas
para concretizar a apresentação da documentação, pois é através da observação,
registro, exposições, fotos, experimentos, montagem de painéis, de vários tipos de
fonte que é possível documentar, deixar rastros, marcas no tempo sobre o trabalho
pedagógico como ato reflexivo e constatação das aprendizagens dentro de uma
proposta contextualizada num mundo globalizado.
Barbosa 2008 afirma que, a documentação contribui bastante para evolução
do raciocínio das crianças e para o professor compreender e refletir sua ação
pedagógica sobre a aprendizagem das crianças. Também como forma de
apresentar a família o caminho traçado das ações realizadas com as crianças na
busca de um resultado cognitivo positivo. Dentro desta sistematização, o projeto
precisa passar por etapas indispensáveis ao processo, por exemplo, a observação
poderá ser ocasional ou natural, porém precisa ser sistematizada, pois é dela que se
pode detectar o diagnóstico.
Segundo Barbosa 2008, quando se trata de observar, vai muito além de
mero olhar, pois as formas da documentação poderão ser utilizadas para avaliação
na educação infantil. Assim, a prática de registrar as atividades pedagógicas serve
para vários fins. Essa prática dá oportunidade aos pais, de uma visão daquilo que
seus filhos estão aprendendo. Permite que as crianças admirem suas atividades,
suas experiências, ouçam suas falas, que construam história, observando suas
próprias ações e percebam o quanto são importantes neste trabalho. Possibilita aos
professores um olhar sobre suas ações pedagógicas, com um olhar crítico, reflexivo
a respeito de sua caminhada pedagógica, auxiliando-os em novos desafios,
dificuldade que poderão ser superadas a partir de nova empreitada para realização
de outros projetos, é por meio de experiências que se constroem novas atitudes, que
se constroem novos conceitos.
A observação vem ser o caminho que precisa da intenção principal que o
professor considera relevante ao acompanhar as informações que sistematizam a
documentação, mas este profissional deve ter um olhar, teoricamente,
fundamentado para contemplar a criança em sua subjetividade, para não haver
conclusões contraditórias sobre a aprendizagem. Para não diagnosticar
erroneamente, deve-se ter todo o cuidado para não comprometer o desenvolvimento
cognitivo da criança.
É por isso que esta ação pedagógica requer do professor formação teórica,
ter estratégias renovadoras para exercer sua prática, pois neste processo há um
fator determinante, a avaliação esta se faz tanto para avaliar o nível de
desenvolvimento cognitivo das crianças, como também das ações pedagógicas
executadas e a prática dos educadores.
Na educação infantil, dentro contexto da documentação pedagógica, requer
cuidados especiais para que nenhum dado importante sobre a criança passe
despercebido, as observações, anotações devem ser feitas o mais rápido na medida
do possível. Barbosa 2008, afirma acerca da temática que o registro da observação
é um meio importante na construção da memória, pois, através deste, a história é
marcada pelas manifestações significativas das crianças. Por meio do registro
colocamos em memória momentos da vida escolar, momentos de contemplação de
admiração de interações vividas entre as crianças e professores, momentos de
conflitos, de felicidade. É o registro que põe em memória a história das experiências
pedagógicas realizadas com as crianças e professores.
O registro de um projeto pode ser feito de várias maneiras, depende da
criatividade de cada turma e da professora, poderá ser feito por anotações rápidas,
mas que em outro momento possa ser reescrito de forma ampla, o projeto pode ser
gravado em CDs de áudios com as palavras das crianças ao interagir com o grupo,
também se pode tirar fotografias e criar um slide com música, filmagens, escrita dos
relatórios mensais da turma e os relatórios individuais da criança. Os relatórios são
outra forma de documentar a experiência dos participantes no projeto, considerado
como sistematização reflexiva, mais detalhada da vida escolar da criança, como
forma de avaliar descritivamente o nível de desempenho apresentado durante o
processo de construção de conhecimento e cultura. Ressalta Ostetto (2008, p.27):
A prática refletida vai crescendo, ganhando espaço, projetando campos de interlocução, lançando-se para o coletivo. Porque houve inicialmente o registro diário, as anotações, nem sempre tranquilamente, mas com certeza intencionalmente trançadas pelo professor, num segundo motivo, podem ser socializadas. O relatório pode servir de base para reunião de grupo de educadores, para estudo e avaliação da pratica pedagógica em curso, para reunião de pais, para arquivo da instituição.
Todos esses possíveis registros, quando realizado no percurso de um
projeto pedagógico, devem ser apresentados para as crianças, para os pais,
professores e a comunidade escolar. Diante disso, os pais, todos os envolvidos
poderão, assistir, conhecer a proposta pedagógica da instituição, para entender o
papel da escola no contexto histórico – cultural. A escrita minuciosa na hora de
transcrever, de elaborar os registros, precisa ser revista para selecionar os
momentos que serão exibidos, é, neste momento, que se começa a reflexão a
respeito do projeto.
O registro pedagógico não pode ser visto como um fazer burocrático, para
constar na documentação da instituição educacional, mas como um elo de relações
que contemple ao educador a consciência sobre sua ação pedagógica, se está de
acordo com a proposta teórica que dá suporte a sua prática. Conforme Ostetto
(2008, p.24):
Registrar o cotidiano não é burocracia! Não é escrever para mostrar ou prestar contas a alguém. É, ao contrário (...) comprometer-se com a própria prática, comprometer-se com a coerência de uma prática que vai sendo refletida num processo de formação permanente.
Barbosa 2008 explica que a documentação contribui para o aporte da
avaliação na educação infantil, pois esta ocorre no momento que os registros são
expostos aos pais, crianças, professores, para conhecer ou rever o trabalho que é
realizado com o projeto. A documentação e avaliação dentro do trabalho com
projetos se tornam indissociáveis porque contribui no acompanhamento da
aprendizagem. A avaliação na educação infantil de acordo com as normas legais da
LDB: n° 9394/96 artigo 31 faz a seguinte afirmação: “Na educação infantil a
avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento,
sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.”
(BRASIL, 1996, p.208).
Esta normatização contribui para as mudanças na forma de registrar o
desempenho da criança, deixando de lado a forma de avaliar através de
questionários e tabelas em que avaliava o progresso nas atividades, sendo
marcadas com um “X” e selecionadas numa tabela por cores diagnosticando a
aprendizagem a partir de noções básicas na motricidade e valor quantitativo, sem
considerar os fatores relevantes a vida da criança enquanto ser social, histórico
construtor de cultura. Para termos uma ideia concreta de como tem sido a avaliação
descritiva hoje na educação infantil exemplificamos um modelo de parecer descritivo
realizado em uma Instituição Municipal de Educação Infantil, no município de
Goiânia-GO.
A avaliação era embasada dentro de uma concepção de mundo considerada
certa, após a reforma da avaliação e normatização do artigo 31 da LDB que se
refere à avaliação na educação infantil, passa a mudar a conscientização do sistema
educacional no sentido de avaliar a partir do caráter descritivo através de relatórios,
com objetivo de apresentar o acompanhamento cognitivo, social e cultural que a
criança constrói enquanto cidadão democrático.
Para termos uma ideia de como trabalhar com projetos na educação infantil
apresentamos um projeto realizado em uma instituição de educação infantil no
município de Goiânia, na Vila Redenção que mostra a estrutura e o percurso de um
projeto realizado no CMEI. Por uma questão ética não citaremos o nome da
instituição e utilizaremos apenas as iniciais da criança avaliada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os dados abordados neste artigo, este estudo pretende
contribuir com as teorias sobre projetos, para se fazer necessário a compreensão da
metodologia, porque trabalhar com projetos na educação infantil, como desenvolver
esse trabalho e como contribui na formação social e intelectual da criança.
Dessa forma, conclui-se que projetos na educação infantil é uma proposta
interdisciplinar que se articula com o cuidar e educar e precisa ser elaborada,
discutida coletivamente, considerando as relações dialógicas, a diversidade
econômica, social, natural e cultural da comunidade em que a criança está inserida.
Assim, os profissionais que trabalham com essa faixa etária precisam desenvolver
um fazer pedagógico embasado em uma fundamentação teórica atualizada.
A Escola que assumimos é um espaço no qual as pessoas podem dialogar,
pensar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar saberes, onde há lugar para criar,
colaborar, discordar e transformar. Uma Escola autônoma onde todos os envolvidos
possam pensar refletir e avaliar o processo de construção do conhecimento, que não
deve ser tratado de forma dogmática e esvaziado de significado.
O Projeto Político-Pedagógico representa um desafio no cotidiano de nossas
Escolas que buscam efetivamente uma educação alicerçada nos valores sociais,
éticos e morais na promoção do conhecimento e da aprendizagem.
ABSTRACT This article titled: Projects in Early Childhood Education proposes to investigate the contribution of pedagogical projects in the investigations of child education. Objective: to understand because the projects are discussed in education so as to analyze how to work with projects in education, to understand the contribution of pedagogical projects in early childhood education teachers, and emphasize how the project supports the development of students. Therefore, this study chose to conduct a literature search, based on the following authors: Ostteto (2008); Barbosa (2008); Faria (2007), and others. This paper is structured as follows: Why is so much discussed project in education? Working with projects in early childhood education; discretion of an individual report of the child; model of a project developed at an institution of early childhood education, and finally the closing remarks. Keywords: Early Childhood Education. Child, Projects.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Ana Lúcia. Um olhar sobre os projetos de trabalho. In. Salto para o futuro: um olhar sobre a escola. Brasília: MEC, Seed, 2000 p. 37-44. BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Projetos pedagógicos na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n° 9394/96. Brasília: MEC, 1996. BRASIL. Ministério da educação fundamental. Referencial curricular nacional para educação infantil. 3 vols. Brasília; MEC/SEF,1998.
FARIA Ana Lúcia Goulart. Percursos: currículo na educação infantil, São Paulo: Scipione: 2007. GONÇALVES, Francisca dos Santos. Um olhar sobre a interdisciplinaridade. Brasília: MEC, Seed, 2000, p.45-50. GOIÁS. Relatório individual da criança. Secretaria Municipal de Educação. Goiânia, 2010. GOIÁS. Projeto: Observando os pássaros. Secretaria Municipal de Educação Infantil da Vila Redenção/Secretaria Municipal de Goiânia, 2010. HELM, J.H.;BENEKE,S.O poder dos projetos: novas estratégias e soluções para a educação infantil.Porto Alegre; Artmed,2005. OSTETTO, Luciana Esmeralda. Educação Infantil: Saberes e fazeres da formação de professores. Campinas, SP: Papirus, 2008. Salto para o Futuro; Um olhar sobre a escola. Secretaria de Educação a Distância. Brasília; Ministério da Educação, Seed, 2000. VYGOTSKY. L.S Formação social da mente. São Paulo; Martins Fontes, 1989.
ANEXOS
RELATÓRIO INDIVÍDUAL DA CRIANÇA (AGRUPAMENTO- EF) CRIANÇAS DE 5
ANOS E 11 MESES.
V.C.Q, neste segundo trimestre, participou ativamente das atividades
diversificadas e as do projeto profissões criar e atuar. Na atividade do cartaz coletivo
do jardineiro, gostou bastante de confeccionar a dobradura da flor tulipa e sabendo a
cor da sua flor e não teve dificuldades em dobrar o papel.
Na rodinha de conversas, V. sabe identificar os diversos tipos de profissões
e compreender a importância delas para a sociedade. Em todas as atividades,
apresenta autonomia e gosta muito de ajudar os coleguinhas que possuem
dificuldades para fazer alguma atividade. Nas brincadeiras simbólicas, gosta de
brincar com os coleguinhas de mamãe e filhinhas. No aspecto social, relaciona-se
muito bem com todos que estão a sua volta.
Na apresentação das diversas profissões, soube criar uma história sobre a
profissão escolhida, a bailarina. Ao imitar a bailarina, ficou satisfeita em ser
solicitada para que imitasse. Nos conceitos matemáticos, resolve algumas situações-
problemas, oralmente, envolvendo a adição e subtração. Podemos notar na
contagem dos palitinhos de picolé ou nas intervenções da professora, perguntando
para as crianças quantas flores existem no jardim do jardineiro. Quantas crianças
ainda faltam para terminar. No momento do banho, a V.C.Q possui autonomia
própria e, na hora do café da manhã ou almoço, algumas vezes não se alimenta
bem.
PROJETO: OBSERVANDO OS PÁSSAROS
JUSTIFICATIVA
Esse projeto nasceu de várias situações significativas surgidas no CMEI que
conduziram ao interesse e curiosidades sobre pássaros. Ao brincarem no pátio
externo, onde há bastantes árvores, muitas vezes as crianças apareciam com as
mãozinhas cheias de cascas de ovinhos. No início pensamos que eram de pombos,
mas depois, pelo tamanho das cascas, concluímos que eram mesmo de
passarinhos. Perguntávamos onde tinham encontrado, e eles nos levavam até o
local. Perguntávamos também como sabiam que eram de passarinho, e eles
(crianças do agrupamento de quatro a seis anos), pois brincavam todos juntos no
parquinho, respondiam com segurança: “É de passarinho tia, você quer ver o
ninho?” E nos mostraram um ninho no alto da árvore. Também eles encontraram
próximo do ninho, uma casinha de João de barro.
Outro fato que também envolve o assunto foi quando encontraram um
passarinho morto. As crianças diziam: “Tadinho tia! Foram os meninos maus que
fizeram isso! Ah é! Como será que fizeram isso? Eles jogaram pedra nele, tia! Então,
cavamos um buraco e enterramos o passarinho.” Após alguns minutos, lá estavam
eles com o passarinho morto nas mãos. Enterramos novamente o passarinho e
dizemos para que não desenterrassem mais. Todo tipo de pássaro chama a atenção
das crianças. Elas sempre se encantam com beija-flor que entra no refeitório, por ser
aberto, e vão embora. A professora Ad, trouxe um bebedouro para o CMEI com a
intenção de atraí-los. Ela colocou uma solução de duas colheres de açúcar em 200
ml de água e trocava todos os dias. Nos finais de semana, ela retirava o bebedouro.
Constantemente, recebíamos a visita de beija-flores. Era um espetáculo! Um show!
As crianças assistiam a tudo encantadas.
Outro dia caiu um filhote no parque do CMEI, foi motivo de muita
curiosidade. Alguns quiseram colocar a mão e o contato físico com o pássaro foi
muito marcante. Uma vez, no horário do lanche duas rolinhas entraram pelo
refeitório à dentro, se atracando. Não sabemos se brigando ou acasalando e, ao
tentar fugir e sentar dali, uma bateu a cabeça nas madeiras do teto ou na parede e
caiu na mesa. Como estava parecendo tonta e com uma pena soltando das asas,
ficou quietinha ali. Mesmo com o barulho dos meninos e o alvoroço para ir pertinho
dela, não voou. Tiramos foto. Só depois de melhorar, alguém quis colocar a mão
nela, voou. As crianças ficaram encantadas.
Esse visitante inusitado, que caiu no refeitório, causou grande excitação nas
crianças, já que esse primeiro contato ocorreu logo após o despertar das mesmas.
Quando eu falei: --vou levar o passarinho para minha casa, alguém disse que ele ia
me bicar, ia fazer “cocô” em mim. Na hora da rodinha, a turma tinha várias perguntas
sobre pássaros em geral: - Ele come comida? Qual a comida dele? - Ele vai ficar
sem mãe? - Se ele for para a casa da tia Ad.--- como ele vai voltar pra cá?
Outro ponto que despertou o interesse das crianças foi o passeio ao
zoológico. Dentre tantos animais e espécies variadas, a ave que mais os
encantaram foi o tucano com seu bico longo e colorido.
Estamos planejando uma visita ao Parque Flamboyant para observarmos ali
os pássaros e ao PAMA, um viveiro do município de Goiânia que tem bastante
árvores, plantas e com certeza, alguns pássaros. Vamos levá-los a um Agro shop,
uma casa de animais com muitos pássaros.
O projeto durará enquanto houver interesse das crianças pelo assunto
trabalhado.
Objetivos
• Investigar o interesse e a curiosidade das crianças sobre pássaros.
• Responder suas perguntas, oferecendo-lhes as informações necessárias e os
conhecimentos científicos sobre os pássaros que surgiram nos momentos das
situações significativas.
• Apresentar algumas espécies de pássaros à criançada e direcionar suas
indagações sobre o estudo.
• Verificar seus conhecimentos prévios a respeito de pássaros e quais espécies
teriam em casa. Nesse caso, convidar os pais ou responsáveis pela criançada a
trazer a ave para o CMEI e incentivá-los a conversar com as crianças sobre o que
sabem.
• Estimular a oralidade;
• Ampliar do vocabulário;
• Descrever os pássaros e o ambiente em que estão de forma simples;
• Confeccionar os diferentes tipos de ninhos;
• Iniciar a construção do conceito lógico - matemático: baixo/alto, maior/ menor,
igual/ diferente;
• Discriminar diferentes cores;
• Identificar diferentes texturas;
• Perceber diferenças e semelhanças entre os pássaros e as pessoas;
• Movimentar-se de forma variada; andando, correndo, pulando, etc.;
• Desenvolver percepções (tato, sabores, odores);
• Imitar e identificar os sons dos pássaros;
• Desenhar pintar e modelar livremente;
• Fazer pintura coletiva individual com as mãos, pincéis.
LEVANTAMENTO DE PROPOSTAS/ATIVIDADES
Estaremos trabalhando através das múltiplas linguagens: teatro dança artes
etc., e durante nossas conversas começamos a combinar o que iríamos pesquisar,
criando assim nosso índice: - Onde o pássaro mora? - Qual a comida do pássaro?
Arrumar um ninho e cantar a música “A Árvore da Montanha”
Após assistir um vídeo sobre animais e outro sobre pássaros, conversamos
muito sobre esses animais. Com o tempo e muitas conversas, formos percebendo a
necessidade de pesquisar em outras fontes: a coordenadora e alguns alunos
trouxeram livros e fitas de vídeo que deram início a esse estudo mais sistematizado
através de: Dinâmicas de grupo; Pesquisas; Jogos diversos; Quebra - cabeça;
Calendários; Atividades matemáticas; Seqüência de figuras; Desenhos dirigidos e
espontâneos; Recorte e colagem; Observação e relatórios; Caça-palavras; Produção
de texto; Dobraduras (origami); Máscaras, fantoches e Dedoches; Móbiles; Músicas;
Poesias; Pinturas; Listagens; Dramatizações; Leituras diversas; Passeios
relacionados ao tema; Escrita espontânea; Mímicas; Fábulas, contos, histórias;
Painéis; Uso do tangran; Adivinhações; Definir as principais características dos
pássaros; Diferenciar cores; Conhecer os diversos pássaros apontando para sua
diversidade (locais onde vivem sua alimentação, seus hábitos e outras
peculiaridades relativas a cada espécie); Relacionar o estudo com os projetos: Os
Quatro Elementos e as Múltiplas Linguagens; Comparar diversos tipos de pássaros
através da observação; Refletir sobre as características individuais de cada pássaro
e risco de extinção; Identificar as características específicas de cada grupo de
pássaro; Saber identificar: reprodução e habitat dos pássaros; Preocupar-se com a
preservação da natureza; Interessar-se pelo estudo buscando novas informações
relacionadas ao tema; Socializar as informações que os alunos possuem sobre o
tema; Classificar diferentes pássaros pelas suas características (Diferenças e
semelhanças, habitat, alimentação...); Nomes (início a formação do próprio nome);
Letras iniciais de várias nomenclaturas; Reescrita coletiva (textos, filmes, histórias);
Escrita espontânea; Conversas, diálogos, expressão de sentimentos, imitações,
rimas; Observação e manuseio de livros; Números de letras; Interpretação de textos
oral; Reescrita de textos e músicas; Rimas; Leitura. Quantidades; Cores; Texturas;
Espessuras; Tamanho; Altura; Comprimento; Peso; Temperatura; Orientação;
Conjunto; Formas geométricas; Distância; Numerais associados à quantidade;
Ordem crescente, decrescente; Sucessor e antecessor; Moradia (habitat); Órgãos do
sentido; Alimentação; Conservação; A proteção da fauna; Pássaros em extinção;
Partes do corpo; O dia e a noite; Diferenças entre os pássaros selvagens e
domésticos; A família e os bichos de estimação; Locomoção dos pássaros;
Classificação desse animal: Aves; Grupos sociais.
RECURSOS
CDs com sons de pássaros; Televisão/filmes; Sucatas; Papéis diversos;
Internet/computador/softwares; Folhas xerocadas; Tintas e pincéis; Lápis coloridos e
giz de cera; Hidrocor; Máquina fotográfica; Painéis; Vídeo e fitas VHS; Revista/
jornais; Visitas aos parques, aves trazidas para o CMEI; Contação de histórias sobre
pássaros (Mil pássaros pelo céu - Ruth Rocha); Livros de literatura infantil; Músicas;
Cola; Tesoura; Lixas d’água; Espelho; Filmadora; Fichas, figuras; Tecidos; Isopor;
Manta acrílica; Passeio ao Jardim Zoológico; Teatro: A Árvore da montanha;
Pássaros de massa de modelar; Maquetes; Álbum; Livros confeccionados no CMEI;
Peças Teatrais; Dedoches; Fantoches; Contando histórias; Músicas; Fotos.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Os projetos transformam a avaliação em um processo de observação e
registros contínuos da realidade cotidiana do CMEI.
Consideram-se alguns instrumentos de avaliação:
Observação do comportamento da criança: hábitos de trabalhos,
relacionamento com os colegas e professores, atitudes positivas ou negativas com
relação às propostas de aprendizagens, capacidade de cooperação, socialização;
Trabalhos de qualquer natureza produzidos espontaneamente com relação às
diversas situações de aprendizagens; Dados registrados com referência direta com
a criança ou em grupo.
REFERÊNCIAS
Atlas da Fauna Brasileira. 3º ed., 1999.
CASASANTA, Teresinha. Pluminha procura amigos. Ed. do Brasil S/A.
Enciclopédia Britânica do Brasil. Vol. 02. Pág. 397 ss. (Beija-Flor), Vol. 11. Pág. 174
ss. (Pássaros).
MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da biologia moderna. 2ª ed. São
Paulo: Ed. Moderna, 1997.
Revista Diálogo Médico – A arte na preservação das espécies. Irmãos Demontes.
Ano 12, nº 4, 1986.
ROCHA, Ruth. Mil pássaros pelos céus. 3° ed. Ed. Ática, 1999.
Com o tempo e muitas conversas, formos percebendo a necessidade de
pesquisar em outras fontes: a coordenadora e alguns alunos trouxeram livros e fitas
de vídeo que deram início a esse estudo mais sistematizado.