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PROMOVENDO MUDANÇAS FIGURA DO CAZENGA OS THREE B DANÇANDO CONTRA A VIOLÊNCIA ENTREVISTA Nelson Pedro Antonio Director do FOJASSIDA Jornal Quinzenal - Edição n.º 04 Ano 1 - Distribuição Gratuíta NOSSA CAMPANHA

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PROMOVENDO MUDANÇAS

FIGURA DO CAZENGAOS THREE B DANÇANDO

CONTRA A VIOLÊNCIA

ENTREVISTANelson Pedro Antonio

Director do FOJASSIDA

Jornal Quinzenal - Edição n.º 04 Ano 1 - Distribuição Gratuíta

NOSSA CAMPANHA

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Cazenguinha02

Ficha Ténica

EditorialCaras leitoras e ca­

ros leitores,A Campanha Jun­

tos Pelo Fim da violên­cia Doméstica está ca­minhando para o seu terceiro mês e o reco­

nhecimento das pessoas pelas actividades que temos vindo a realizar e material de­senvolvido é um motivo para continuar­mos a trabalhar sobre este tema.

Entendemos que ainda existe muito a ser feito, por isso apelamos a toda a comu­nidade cazenguista a se juntar a nós, nessa tentativa de influenciar comportamentos e atitudes e reduzir práticas nocivas.

Vamos continuar a falar, nesta edi­ção, da violência Doméstica e de como ela está tão presente na vivência das nossas famílias, nas suas mais varia­das formas de manifestação.

Apesar da ideia de que fomos educa­dos na base do chicote e que a porrada é uma ferramenta essencial no processo de educação e correcção, está cada vez mais claro que o uso da violência cria so­ciedades deformadas e isso abre um ter­reno fértil para falar da violência como um mal que afecta a família inteira, na verdade, numa família onde há violência todos são afectados. Esta constatação nos anima a arregaçar as mangas e tra­balhar para expulsar a violência domésti­ca do Cazenga. Vocês alinham?

Fala Então!

Propriedade:Projecto Respond / EH.

Redacção:Analtina A. Guimarães

Aoaní d’Alva

Revisão:Daniel Lima; Delma

Monteiro; Fábio Verani

Paginação:André Suamino

Tiragem:6000 Exemplares

Impressão:EAL

Edições de Angola Lda.

Nesta edição os activistas da campanha deram a sua opinião sobre as formas de manifestação da violên­cia doméstica.

MARIA MENDES: Homens e mu­lheres são atingidos pela violência domés­tica de maneira diferente. São múltiplas as formas de manifestação da violência: gritar de forma a amedrontar a parceira/o e/ou filhas/os, chamar nomes ofensivos, agressões físicas, ameaçar, maltratar e coagir.

BRUNO MENGA: Os pontos que aponto como manifestação de violência doméstica é o sentimento de posse em relação a mulher e aos filhos, discussões, violência na educação dos filhos e diver­gências quanto a distribuição de tarefas.

ELOÍNA DOS SANTOS: A violên­cia doméstica manifesta­se quando se faz críticas negativas excessivas ao/a parceiro/a, humilhando em público ou em privado, gritando de forma a trans­mitir medo, forçando relações sexuais contra a vontade da parceira, restringindo a vítima à convivência com a família e ou amigos.

SANDJINGA MPOYO: A violência doméstica manifesta­se por maus tratos ao nosso parceiro, filhos, irmãos e pais. Por privar ou excluir alguém do seu meio social, por inferiorizar e insultar constan­temente e por diferenciar as tarefas ale­

gando questões naturais e biológicas.

FLAVIA DIKIZEKO: Violência Do­méstica se manifesta por acções que magoam as pessoas. Elas podem ser palavras, agressões físicas, injustiças, hu­milhação, desrespeito, as ofensas, os in­sultos… Existem vários tipos de violência doméstica, sendo violência física, sexual, psicológica, verbal, o abandono familiar e patrimonial.

FILIPE PAULINO: A violência do­méstica se manifesta de várias formas. A mais conhecida é a violência física, quan­do se agride o companheiro, por exem­plo. Existe também a violência psicológi­ca, que se manifesta através de atribuição

de nomes ofensivos e humilhação. Quando existe a vio­lência a família fica desestruturada e não há paz.

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Cazenguinha

Nesta quarta edição o Ca­zenguinha foi para a rua ouvir o que os leitores e leitoras do Ca­zenga pensam em relação a cam­panha Juntos pelo Fim da Violên­cia Doméstica e as mudanças que têm ocorrido nas suas vidas por causa dela. A cabeleireira Inês Bibiano falou enquanto tratava o cabelo de uma cliente. “Achei interessante o tema e sinto que tem a ver comigo, com a minha realidade. Há muitos homens machistas que acham que só a mulher é que deve fazer tudo em casa, por exemplo. Mas já por in­termédio da banda desenhada e deste jornal vimos que podemos partilhar. Gostei muito da inicia­tiva desta campanha”, contou a moça.

Segundo a cabeleireira, des­de que começou a ler os mate­riais da campanha, a sua manei­ra de falar com os meus irmãos mudou, pois aprendeu que por intermédio de “palavras feias”, pode­se magoar as pessoas. “Desde que eu levei o jornal para a minha casa e a minha família começou a ler houve mudanças porque eles são todos rapazes e achavam que só as meninas é que deviam fazer o trabalho do­méstico, mas quando o meu pai leu o jornal e a banda desenhada (felizmente o meu pai não perde nenhuma edição) fez algumas alterações na divisão de tarefas em casa” conta.

“Agora sinto que na minha casa, graças a esta campanha as tarefas são partilhadas e estou menos sobrecarregada”, acres­centou.

Já Domingas Paulo, outra moradora do Cazenga conside­rou a campanha como algo posi­tivo e revelou que desde que leu o primeiro Cazenguinha e a pri­meira Banda Desenhada, apren­deu muita coisa boa. A jovem explica que com base nos textos

que tem lido, foi repensando a sua forma de ver as coisas e ana­lisando os casos que tem presen­ciado.

“Há um casal que vive no mesmo quintal que eu e tem alguns comportamentos nega­tivos. O marido tem maltratado a mulher, trata­a como uma es­crava e as vezes toca­lhe na cara. Logo que me deparei com o jor­nal fui e entreguei a mulher, ela quis também que o marido lesse e como era mesmo a minha in­tenção então dei um para ele. Ele disse que era algo interessan­te e que parece que o jornal ou a banda desenhada falava dele. Eu respondi que se ele se identifi­ca é porque tem agido de forma negativa com a sua mulher”, re­velou Paula, comentando sobre mudanças de comportamento por influência da campanha.

Na sua ronda pelas ruas do município a equipa de reporta­gem do Cazenguinha pode per­ceber também que o material tem sido bem recebido pelo público em geral, com pessoas a coleccionarem os materiais, a pedirem novos números do jor­nal e a comentarem com interes­se a história da Família Nzangi.

O Cazenguinha tentou ouvir

alguns homens, mas eles mos­traram­se pouco disponíveis. O único que acedeu, foi Augusto Joaquim que nos informou que apesar de achar a ideia da cam­panha muito interessante, ainda não tinha observado nenhuma mudança no seu comportamen­to, nem no comportamento das pessoas a seu redor.

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Nossa Campanha

Mês de Junho

Dia 07 Palestra

Local e hora: Centro Medico da Paz/ 09h00

Dia 08 Mesa Redonda

Local e hora: IEBA/10h30

Dia 10 Motivação

Local e hora: Centro Medico da Paz/ 09h00

Dia 11 Peça de Teatro

Local e hora: IEBA/10H30

Calendário

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Cazenguinha

Actualidade06

Supostos meliantes mortosDois indivíduos foram mortos na madru­

gada do dia 31, no Bairro 11 de Novembro, de fronte ao colégio “Olhos no Futuro”. Segundo os moradores, os indivíduos eram delinquentes e haviam guardado no parque do Colégio uma via­tura Mitshubishi roubada, que já esta a ser pro­curada pela Polícia. Por volta das 03h30, quan­do regressaram para buscar a referida viatura, foram surpreendidos pela polícia e deu­se início a um tiroteio que durou cerca de 30min e resul­tou na morte de dois dos supostos delinquentes. Um dos mortos foi reconhecido como bate­cha­pas e morador do bairro da Mabor, na comuna Cazenga Popular. Os moradores afirmam ainda que seriam mais de 3 elementos. Segundo o Co­mandante da 14ª Esquadra, o caso está a ser in­vestigado e a polícia nada tinha a declarar.

Carro incendiadoNa madrugada de segunda­feira, 27 de

Maio, um carro incendiou­se no quintal de Raul Gomes, mecânico encarregue da reparação da viatura que foi deixada sob a sua responsabili­dade pelo proprietário, Cesar Guilherme, ex-morador do bairro e residente actualmente no município de Cacuaco.

As causas do incêndio permanecem desco­nhecidas, assim como o seu autor. Até ao mo­mento do fecho desta edição, não havia sido indicado nenhum suspeito. Contactados pelo Cazenguinha, tanto o proprietário da viatura da­nificada quanto o mecânico por ela responsável, alegaram que não têm nenhum problema e nem inimigos conhecidos que lhe quisessem preju­dicar. Ambos continuam a aguardar o resultado das investigações.

Figuras do CazengaOS THREE B

A história do trio começou em 2009 quando participaram de um desafio de dança, onde encontraram afinidades e re­solveram formar um grupo de dança. Maxi, Fernando e Ren­né, juntaram­se e “porque elas diziam” que eles eram bonitos, escolheram o nome Three B,

Três B(onitos). Diante dos de­safios que têm encontrado, os três são unânimes em dizer que a dança precisa de mais patrocí­nios e apoios, como forma de in­centivo. Para eles, a dança é, por enquanto, uma actividade extra de diversão, já que Fernando tra­balha como canalizador, enquan­

to Maxi e Renné estão a terminar os estudos secundários.

Para os dançarinos, a violên­cia doméstica é “um problema universal”, que pode ser resolvi­do “ouvindo mais os conselhos e conversando mais”, já que “a base de tudo é o diálogo com o companheiro”. Segundo os jo­vens, é frequente assistir-se a situações de “agressão física ou psicológica entre casais”, no Ca­zenga. Apesar do ditado “entre marido e mulher, não se mete a colher”, eles afirmam que sem­pre que podem interferem “para evitar que as coisas piorem”.

“Evitem os ciúmes, não ba­tam e oiçam mais as mulheres”, foi o conselho dado pelo grupo para os jovens do Cazenga.

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Cazenguinha

Contos da Minha Banda03

Mingota não dormiu naquela noite. Preocupada, passou o tempo todo a pensar em como iria alimen­tar os filhos no dia seguinte. Lutum­bo, o ex­marido, não dava nenhuma ajuda para os miúdos e agora que ela estava desempregada, não tinha onde ir buscar sustento para os fi­lhos. Para piorar as coisas, o negócio de gasosa que fazia estava fraco, de­vido ao início do cacimbo.

Mingota decidiu separar­se do marido há quase dois anos, porque não aguentava mais as surras que levava e a contribuição do marido para o sustento dos filhos deixou de vir por volta do terceiro mês de distância, quando ele percebeu que ela não ia voltar atrás na decisão de se divorciar. No início ia sempre a casa dela de noite e como ela não o deixava entrar, chamava­lhe nomes ordi­nários. Depois passou a difama-la dizendo que era bandida e que dormia com vários homens para conseguir dinheiro. Sempre que se encontravam em algum lugar, ele fazia confusão e ela sentia-se desconfortável e se retirava. Esta situação piorou, se tornan­

do numa rotina desagradável e violenta. Para evitar, Mingo­ta deixou de frequentar os espaços onde podia correr o risco de se en­contrar com ele, ficando cada vez mais isolada e distante dos amigos e familiares.

Naquela manhã de sábado, a preocupação com os filhos sobre­pôs­se a todos os medos, dores e raivas que ela pudesse sentir e de­cidiu procurar Lutumbo. Não tinha dinheiro sequer para o candonguei­ro e caminhou cerca de uma hora e meia até a casa dos pais de Lutum­bo, lugar onde ele passou a fazer as refeições depois da separação. En­controu­o a beber na barraca do ou­tro lado da rua, rodeado de amigos.

Assim que a viu, Lutumbo começou a insulta­la aos berros. Ela tentou fazer com que ele se acalmasse para que pudessem conversar, mas não conseguiu.

A solução foi deixar a rua in­teira saber que os filhos estavam a passar fome e que o pai não dava ajuda nenhuma há mais de um ano e seis meses, já que preferia gastar o dinheiro na bebida. Mas isso não o incomodou. Lutumbo apenas respondeu “Você é que quis a separação. Não querias ser solteira? Agora aguenta!...”.

Desolada, Mingota voltou a caminhar de volta para casa, des­sa vez mais devagar, como se bus­cando uma solução no tempo. O seu pensamento era: Como en­feitarei mais este dia? Que darei para meus filhos hoje? Lágrimas de desespero escorriam timida­mente do canto do olho…

Insónia

Quantas Mingotas conhecemos no nosso bairro, família ou grupo de amigos? Provavel­mente muitas. E quantos Lutumbos? Estes, quase não são notados. Continuam a receber palmadinhas nas costas e estar rodeados de amigos…

Quando um casal se separa, não deixam de ser pai nem mãe e devem partilhar as res­ponsabilidades de sustentar, educar, dar moradia, cuidado diário, acompanhamento médi­co, tempo e dedicação para seus filhos. E mais, quando um pai ou uma mãe deixa de assistir o seu filho está a cometer o crime de violência doméstica, do tipo abandono familiar.

É bem verdade que em situação de separação do casal, a maioria das mães preferem ficar com os filhos mesmo sabendo que a contribuição, presença e acompanhamento da parte do pai poderá ser insuficiente, mas será que os pais estariam dispostos a inverter esse papel? É uma responsabilidade muito grande, que a maioria dos homens separados dizem não estar “preparados” para assumir mas, as mães, preparadas ou não, acabam sempre assumindo. Imaginemos que elas, as Mingotas, também alegam­se que não estão prepara­das para tomar contas dos filhos, o que seria deles? A paternidade e maternidade implica responsabilidade, e esta não terminar com a separação dos pais.

Reflexão

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Cazenguinha04

Sendo o FOJASSIDA uma organização que tem como foco o VIH/SIDA porque decidiu trabalhar questões de género?

Em Angola, a transmissão do VIH é causada em primeiro lugar, pelas relações sexuais não pro­tegidas. Entendendo que género é um conjunto de características determinadas pela sociedade, que identificam os papéis e os comportamentos do ho­mem e da mulher, o FOJASSIDA decidiu trabalhar questões de género porque percebemos que mui­tas mulheres não têm capacidade de negociar sexo seguro, porque socialmente está determinada que elas devem obedecer os seus parceiros e isso é uma questão de género. Há uma tendência de se criar discussões a volta da questão “quem transmitiu o Vírus ao parceiro (a), mas a verdade é que basta um dos dois estar infectado para transmitir a outra pes­soa por isso é importante que ambos tenham capa­cidade de negociar e decidir sobre a sua vida sexual.

Existem muitos casos de infecção decorrente da violação sexual ou outro tipo de violência?

Em Angola não existem estudos que confir­mam esta possibilidade, contudo, a violação sexual é um problema complexo de saúde pública. Apesar de desconhecida a verdadeira incidência dos crimes sexuais, é um fenómeno que atinge mulheres de vários extractos sociais, geralmente em espaços pri­vados (nos domicílios) e em qualquer etapa da vida, sem serem denunciados.

Na comunidade do Cazenga, a violação sexual notabilizam­se pelo número de ocorrência onde ocorrem traumatismos físicos, genitais ou extrage­nitais, que assumem gravidade alarmante para as vítimas, particularmente as crianças. Tudo ocorre por causa do abuso do poder masculino e na maio­ria das vezes por familiares ou pessoas muito pró­ximas.

As questões culturais e o medo das mulheres denunciarem facilitam a propagação dos casos de violação sexual e muitas mulheres são infectadas por ITS e VIH, para além dos danos físicos e emocionais.

Nelson Pedro Antonio

Director Geral do FOJASSIDA

Que tipo de violência Doméstica as Pessoas Vi-vendo com VIH/SIDA sofrem mais frequentemente?

Relatos feitos por Pessoas Vivendo com VIH/SIDA durante os encontros do Grupo de Ajuda Mú­tua a nível do FOJASSIDA apontam a existência de violência doméstica manifestando­se através de comportamentos depreciativos para com a espo­sa/o ou parceira/o, ataques verbais persistentes contra a sua auto­estima, a limitação ou proibição do seu relacionamento com familiares e amigos. Ou seja Violência verbal, psicológica e isolamento. As acusações repetidas de infidelidade e de culpabili­dade, conjuntamente com agressões contra a sua in­tegridade física e a dos seus filhos, que se verificam nas famílias, para além de violência doméstica cons­tituem uma violação explícita dos direitos humanos.

Como o FOJASSIDA presta apoio as pessoas Sero+ que são vitimas de Violência Doméstica?

Geralmente, o FOJASSIDA incentiva as práticas de denúncias, apoiando­se na LEI 0/04 – Lei do VIH/SIDA, responsabilizando os autores pelos actos co­metidos. As denúncias são feitas por via radiofóni­ca, polícia e em conferências sobre os Direitos dos Seropositivos. Além disso mantemos um Grupo de Ajuda Mutua onde buscamos, com apoio de alguns parceiros, algumas soluções para os problemas apresentados pelos integrantes do grupo.

Que conselho deixa às vítimas de violência se-xual?

Todas as pessoas vítimas da violência sexual devem procurar o quanto antes apoio médico para fazer um tratamento preventivo contra as ITS, VIH ou mesmo uma gravidez indesejada. É importante ainda que procurem apoio psicológico e denunciem o agressor.

– Fórum Juvenil de Apoio à Saúde e Prevenção do SIDA

Entrevista

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Olá leitores e leitoras do Cazenguinha! Muito obrigada pelas mensagens. Já sabem se não virem as vossas resposta neste espaço corram para a nos­sa página do Facebook, onde vocês são todos muito bem­vin­dos.

Como podemos ajudar as crianças vítimas de violência Doméstica? (ANÓNIMO)

Existem várias formas de ajudar as crianças vítimas de violência doméstica. Citare­mos aqui algumas: Abordar educadamente o agressor e in­forma-lo que sua prática é um crime punido por lei; Divulgar informação sobre as violências sofridas pelas crianças na famí­lia, escolas e outros locais, suas consequências bem como so­bre o tipo de acompanhamento que a criança precisará ter para superar os danos da violência sofrida; Sensibilizar as pessoas no sentido de perceberem que existe uma forte relação de po­der em situações de violência e como as crianças não têm poder algum em relação aos pais, pro­fessores e outros adultos ten­dem a ser vítimas com frequên­cia; Prestar socorro ou orientar alguém para o efeito em situa­ções de agressões graves; Adop­tar atitudes preventivas e inter­vir para evitar agressões contra as crianças;

O meu namorado diz que as minhas amigas são más com-panhias e quando saio para me divertir com elas ele me bate. Devo deixar de sair com as mi-nhas amigas? (ROSALINA)

O que deves ponderar é se vale a pena continuar com este namoro pouco saudável e violento. Se no namoro ele se sente teu “dono” ao ponto de determinar com quem te re­lacionas imagina se chegarem a constituir uma família… os teus pais, irmã, irmãos, primas e primos também serão más companhias para você e ficarás cada vez mais isolada, debaixo do controle dele e a sofrer todo tipo de violência. Você melhor que ninguém sabe o porquê que queres estar com as tuas amigas e se são ou não boas compa­nhias quem deve decidir isso é você. Te aconselhamos a cortar imediatamente as atitudes de controlo e violência física que tens sofrido da parte do teu na­morado ou a terminar essa re­lação que com certeza, do jeito que está, não dará bons frutos.

Dei um soco no meu pai

porque ele estava a bater na minha mãe e tirei-lhe um den-te. Agi bem? (MATEUS)

Amigo Mateus, entende­mos que a tua atitude foi no sentido de defender a tua mãe, mas não agiste bem. A violên­cia não tem justificativa e nun­ca é uma boa opção. Poderias ter intervindo segurando nele, afastando a tua mãe daquele espaço ou mesmo chamando alguém para ajudar a controlar a situação sem bateres no teu pai. O teu pai, apesar de ter cometido um erro grave, ago­ra deve estar revoltado contigo pelo facto de teres levantado a mão pra ele e mesmo a tua mãe, deve estar a pensar que de alguma forma ela errou na tua educação já que bateste no teu pai. Enfim, sentimentos de revolta e mágoa podem facil­mente gerar novas situações de violência física.

Envie sua pergunta sobre relacionamentos, namoro, casamento, família, igualdade de género e violência doméstica para ser respondida aqui!

E-mail: [email protected]; Facebook “Campanha Juntos Pelo Fim da Violência Doméstica”

Telefone: 946 779 349

JOÃO E ZINHA RESPONDEM

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Canta connosco

Passatempo

AMOR AO PRÓXIMOLetra e música: Analtina Guimarães e Agostinho Pinto

É tão triste, parece que não vemos que há gente sofrendo,sofrendocrianças chorando sem amor e sem ao menos afeto, afeto

RefrãoE ai eu me perguntoonde está o nosso amor ao próximo o nosso amor ao próximo(2x)

O sol nasce e se põe manhãs e noites se sucedem e ninguém desperta para a mudança

a insensibilidade tomou conta de nós. tiremos a venda dos olhos

RefrãoE ai eu me perguntoonde está o nosso amor ao próximo o nosso amor ao próximo(2x)

Há tantas injurias tanta falsidade em meus e seus olhos, seus olhossejamos sinceros e originais cultivemos o amor o amor o amor, o amor, o amor