Proposta Curricular Para Os Anos Iniciais

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PREFEITURA MUNICIPAL DE COROAT SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO

PROPOSTA PEDAGGICA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE COROATENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS VOLUME IIVERSO PRLIMINAR

2011

PREFEITO MUNICIPAL DE COROAT Luis Mendes Ferreira

SECRETRIO MUNICIPAL DE EDUCAO Odair Jos Soares da Silva

SECRETRIO ADJUNTO DE EDUCAO Luis Vale de Souza

COORDENAO DO PAR (Plano de Aes Articuladas) Antonia Conceio Lima Silva

COORDENAO DE ENSINO Maria do Nascimento de Sousa Pereira COORDENAO DO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS Deusimar Veloso

COORDENAO DA EDUCAO DO CAMPO Celso Soares Barbosa

Colaboradores Francinete Matos Arruda .................................... Coord. De Pessoal Francisca das Chagas ........................................ Coord. De Assist. ao Educando Mrcia Maria Alexandre Costa ........................... Coord. De Programas e Projetos Srgio Lus Moraes Rodrigues ........................... Presidente do CME (Conselho Municipal de Educao) Francisco Jos Teixeira Costa ........................... Digitador Docentes colaboradores na elaborao dos Marcos Curriculares

rea - Lngua Portuguesa:

rea Cincias:

rea - Matemtica:

rea Ensino Religioso:

rea - Geografia:

rea Artes:

rea Histria:

rea Educao Fsica:

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SUMRIO PREPARAR NO FINAL

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1- INTRODUO REFAZER A Proposta Pedaggica da Rede Municipal de Ensino de Coroat est elaborada de acordo com o Regimento Interno das Escolas Municipais de Coroat. Inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais da solidariedade humana, tendo por finalidade, o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho (Art. 5 do Regimento Interno). De acordo com o Art. 3 da LDB 9.394/96 e o Art. 206 da CF 1988, o ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios: a) Igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola; b) Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura,o pensamento, a arte e o saber; c) Pluralismo de idias e concepes pedaggicas; d) Respeito liberdade e apreo tolerncia; e) Coexistncia de instituies pblicas e privadas do ensino; f) Gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais; g) Valorizao do profissional da educao escolar; h) Gesto democrtica do ensino pblico; i) Garantia do padro de qualidade; j) Valorizao da experincia extra-curricular; k) Vinculao entre educao escolar, o trabalho e as prticas sociais. Compete Secretaria Municipal de Educao que o setor administrativo responsvel pelo controle, execuo e registros de atos relacionados vida escolar do corpo discente e de registro de dados da vida funcional do corpo docente, desenvolver estratgias de trabalho que proporcione alto grau de satisfao aos segmentos, (corpo discente e docente) e a comunidade. Nesta proposta so elaborados objetivos, metas e estratgias, com base no pressuposto de que todos podem aprender aperfeioando o processo de gesto, destacando as prticas bem sucedidas para a melhoria da aprendizagem dos alunos, propondo que os professores estejam comprometidos em transformar informaes do senso comum em conhecimentos de forma prtica embasados em preceitos cientficos. No presente documento, estar-se-, utilizando indistintamente os termos currculo, Proposta Pedaggica e Proposta Curricular, por se entender o currculo,

8 juntamente com Kramer (2006) de forma ampla, dinmica e flexvel , pois um currculo ou proposta pedaggica, renem tanto bases tericas quanto diretrizes prticas neles fundamentadas, bem como aspectos de natureza tcnica que viabilizam a sua concretizao O presente documento o volume II, do Currculo do Ensino Fundamental, anos iniciais e representa a objetivao do anseio dos profissionais da Rede Municipal de Ensino que almejavam a elaborao de um currculo prprio para os anos iniciais do Fundamental. Este, resulta de muitas horas de estudo e

discusso dos profissionais da Secretaria de Educao que inicialmente elaboraram os textos preliminares que foram apresentados para leitura, estudos e interferncia de todos os docentes que atuam com as crianas do Ensino Fundamental, anos iniciais. O Trabalho desenvolvido resultou em 04 volumes: Volume I Currculo para Educao Infantil, Volume II Currculo para o Ensino Fundamental, anos iniciais e o Volume III Currculo para o Ensino Fundamental, anos finais e o Volume IV Currculo para a Educao de Jovens e Adultos. As orientaes referente a modalidade da Educao Especial, com as reas especficas de atendimento est inserida em todos os volumes. 2 APRESENTAO REFAZER

A Secretaria Municipal de Educao, atravs da Coordenao de Ensino, elabora a Proposta Pedaggica da Rede Municipal de Ensino tendo como base legal a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional 9.394/96, que atribui s escolas a incumbncia de elaborar e executar seu Projeto Poltico Pedaggico, exigncia da Lei que est diretamente vinculada ao princpio institucional da gesto democrtica expresso no Artigo 206 da Constituio Federal. A Proposta constitui-se em um eixo norteador das aes administrativas e pedaggicas da escola, contendo os princpios legais, filosficos, didticos e pedaggicos, possibilitando a organizao e reorganizao da prtica

docente,visando melhorias significativas no desenvolvimento de uma poltica educacional comprometida com a qualidade do processo ensino-aprendizagem.

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A Proposta pretende colaborar para o processo de sistematizao das aes da Rede Municipal de Ensino, norteadas pelo Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educao institudo pelo MEC, nos termos do Decreto n 6.094, de 24 de abril de 2007 e pelo Plano de Aes Articuladas (PAR) do municpio, elaborado em novembro de 2007 e objetiva subsidiar as aes pedaggicas das escolas com o propsito de desencadear um reflexo permanente da prtica educativa e a busca incessante de alternativas de solues. A Proposta apresentada de carter inacabado em constante processo de elaborao e enriquecimento, uma vez que a educao transforma-se de acordo com as exigncias sociais inerentes comunidade a que serve. Tambm tem o intuito de contribuir com as escolas da Rede Municipal de Ensino para a construo de seus Projetos Polticos Pedaggicos tendo o ideal e o real articulados como possibilidade concreta.

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JUSTIFICATIVA

A Proposta Pedaggica da Rede Municipal de Ensino de Coroat no deve ser apenas um plano de trabalho ou um conjunto de atividades organizadas. Ela se justifica pelo trabalho realizado dentro das escolas e no deve estar reduzido a uma grade curricular ou a um acmulo de disciplinas. Alm de cada rea do saber, necessita-se muito mais. So as dimenses alm dessas lgicas que nos do o significado profundo do trabalho educacional. Ser necessrio atribuir perspectivas polticas, estticas, afetivas e tecnolgicas ao saber para que o mesmo tenha significado de valores humanos. Na construo dessa Proposta, queremos considerar determinados aspectos, para que tenhamos unidade de propsitos, consistncia nas aes, sentido comum nos esforos e resultados sistematizados. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Brasileira n 9.394/96 abre caminhos para inovaes. No obriga nem garante, mas facilita as prticas inovadoras dos educadores mais preocupados como o alto nvel de deslocamentos entre os currculos e a realidade dos educandos, os problemas do pas, do mundo e da prpria existncia. A Proposta atribui que a educao um elemento importante da poltica educacional, que define as linhas do projeto educativo na histria de uma sociedade. Ela expressa a concepo que ultrapassa os muros das escolas, apoiando-se no princpio da valorizao da experincia extra-escolar. A educao, direito de todos e dever do estado e da famlia, ser promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho (Constituio Federal Art. 205). Essa Proposta defende os ideais de um ser humano ousado e uma sociedade transformadora (Paulo Freire), que compreende o processo de ensino aprendizagem como construo do conhecimento intermediado pelo contexto social do educando. De acordo com alguns tericos, a atual situao do pas e

conseqentemente do municpio, tem levado grande parte dos educadores a refletirem com maior cuidado na questo da qualidade na educao e promoo de aprendizagens significativas, face s transformaes sociais, econmicas e polticas em que a sociedade atravessa.

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Portanto, torna-se necessrio constituir e definir a proposta educativa fundamentada nos valores humanos e cristos e nos aspectos prticos de uma Pedagogia que assume valores sociais tais como: cooperao, democratizao do saber, criatividade, esprito de coletividade e anlise da conjuntura social.

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1 PARTE IDENTIFICAO DO MUNICIPIO E DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO

1 - Dados Histricos, Econmicos e Sociais do Municpio de Coroat O Municpio de Coroat est no centro-leste, no vale do Itapecuru, do Estado do Maranho a 260 km da capital So Lus. Possui uma extenso territorial de 2.263.823 Km uma populao de 63.081 habitantes (IBGE, 2009). Sabe-se que a primitiva povoao que deu origem cidade de Coroat era denominada Coroat-Grande e seu ncleo populacional ter se originado de um arraial ou burgo de natureza indgena. A tradio mais corrente, todavia, indica que as primeiras penetraes de povos civilizados portugueses, por volta do ltimo quartel do sculo XVII, em demanda das nascentes do rio Itapecuru, Jardim do Maranho, conforme acentuara um dos seus primitivos Capites-Generais. O topnimo Coroat originou-se de um fruto abundante na regio, cientificamente catalogado como agave, da famlia das amarilidceas, tambm conhecida por babosa brava e pita no Rio Grande do Sul. Sua origem mexicana, onde os silvcolas a denominam Coroat-Assu. D um fruto de sabor azedo e sua palha produz excelente cnhamo. Acha-se situada a cidade de Coroat na margem esquerda do rio Itapecuru, na Latitude Meridional de 4 e 16 e na longitude Ocidental de 46 e 1. Sem jurisdio prpria, de se crer que Coroat nos seus primrdios, haja pertencido primeiro s antigas administraes das Vilas de Itapecuru e Caxias. Nessa condio atravessou anos a fio at que se lhe deu categoria de Vila, desligando seu territrio da Vila de Cod. Situada em posio privilegiada nas frteis terra margem do Itapecuru, ponto de convergncia para os que demandavam a Capital da Colnia, vindos ora da povoao de So Luiz Gonzaga, ora descendo o rio procedentes de Aldeias Altas (Caxias), Coroat aos poucos foi se afirmando no setor de produo de arroz, feijo, milho, farinha e ainda se destacando na criao de gado vacum, o que lhe deu uma infraestrutura capaz de sensibilizar as autoridades, que a elevaram situao de Vila. Uma publicao oficial (Enciclopdia dos Municpios Brasileiros) informa que uma das origens da povoao fora precisamente os pousos (depsitos e

13 paios dos fazendeiros oriundos do Nordeste e de outras regies da Capitania, notadamente do Mearim, de sorte que as pastagens a existentes tero servido de estmulo para a criao de gado, inicialmente em carter extensivo, depois intensivamente. Isto posto, o Governo da Provncia, ento chefiado pelo Presidente Jernimo Martiniano Figueira de Mello e aps a aprovao do que tramitou na Assemblia Provincial, sancionou a Lei n 173, de 5 de novembro de 1843, pela qual a povoao ganhava foros de Vila. Na condio de Vila Coroat passou a ter sua Cmara Municipal, Distritos de Paz, Juizado de Paz, Instruo Pblica Primria e Coletoria. Decorridos 77 anos na categoria de Vila, Coroat foi elevada categoria de cidade no dia 8 de abril de 1920 pela Lei estadual n 924, durante o governo do Dr. Urbano Santos de Arajo. As escolas de Coroat tiveram um papel importante na luta pela cidadania da sua populao, trazendo ao municpio uma melhor concepo de vida, responsabilidade, resgate de valores e acima de tudo, respeito ao prximo. Data-se de 1921, quando o Sr. Manoel Leo organizou a 1 escola primria que funcionava na Rua Nova (prxima residncia do Sr. Calu), tendo como avaliao predominante o uso de cartilhas e prova oral com um diretor por nome Romeu vindo de So Lus para fazer as devidas perguntas. A Educao do municpio tambm se fazia atravs de aulas particulares, dentre os quais destaca-se os principais docentes: Arabela, Benvolo Trindade, Elvina Cantanhede, Maria Teixeira, Maria Baima e Dilosa. Apesar da escassez do registro de dados educacionais possvel perceber atravs dos relatos de moradores antigos, que mesmo de forma bastante rudimentar, a educao foi prosperando at iniciar a organizao de instituies de ensino. Registra-se como escolas mais antigas a Escola Joo Lisboa, Escola Benvolo Trindade (atual Maaranduba II), Unidade Escolar Adventista Gonalves Dias, Unidade Escolar Tom de Sousa e a Escola Getlio Vargas (atual Areal I), Viriato Corra. Os primeiros dados que se tem registro no arquivo da Secretaria Municipal de Educao so do ano de 1973 com a existncia de 73 pequenas escolas municipais (incluindo as de Alto Alegre, Peritor, Livramento e

Independncia, por fazerem parte do municpio de Coroat) com atendimento de 1

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a 4 srie, localizadas na sede e zona rural, com um total de apenas 3.601 alunos matriculados (Atas de Resultados Finais 1973), dos quais, 76% desse total eram da 1 srie. A institucionalizao do Ensino Municipal comeou a tomar rumos mais organizados com a criao da Secretaria de Educao que teve como 1 Secretria a Prof. Peroz Ana dos Santos no ano de 1970, seguida por Terezinha Frazo, Leonilde Veloso, Marilene Serra, Deuselene, Regina de Ftima, Ricardo Murad, Hostlio Caio, Rose, Cenidalva Teixeira, Arly Gonalves e Odair Jos Soares da Silva. No ano de 1987 a educao municipal passou a ofertar a educao infantil e, somente no ano de 1990 foi implantado o ensino fundamental de 5 a 8 srie nas escolas municipais e em 2001 iniciou a EJA (Educao de Jovens e Adultos). Todas essas modalidades de ensino representaram uma maior oportunidade para a populao crescer no processo de escolarizao, pois as escolas foram se multiplicando e ficando mais prximas e acessveis comunidade.

2 - Caracterizao atual da Rede Municipal de Ensino

A Rede de Ensino da Secretaria Municipal de Educao de Coroat estrutura-se atravs de Coordenaes que contemplam as diferentes instncias da gesto educacional: (1) Coordenao de Planejamento Executivo, Controle Oramentrio e Financeiro; (2) Coordenao de Ensino; (3) Coordenao do Plano de Aes Articuladas; (4) Coordenao de Assistncia ao Educando; (5) Coordenao de Programas e Projetos Educacionais; (6) Coordenao de Controle e Avaliao (7) Coordenao de Apoio Operacional. A essa estrutura soma-se o funcionamento dos seguintes colegiados: Conselho de Educao, o Conselho Municipal do FUNDEB e o Conselho Municipal de Alimentao Escolar (CAE), que so rgos representantes de diferentes segmentos da sociedade que participam da administrao educacional da Rede Municipal de Ensino. A estrutura organizacional e a competncia de cada Coordenao da Secretaria Municipal de Educao encontram-se abaixo, brevemente descritas. A Coordenao de Planejamento Executivo, controle Oramentrio e Financeiro promove a liquidao e pagamento das despesas; acompanha, controla e

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mantm em arquivo a documentao da movimentao bancria; faz lanamento da folha de pagamento; mantm o controle dos depsitos e retiradas bancrias; revisa todos os documentos e processos e encaminha-os contabilidade etc. A Coordenao de Ensino responsvel pela orientao, organizao, coordenao e superviso dos trabalhos pedaggicos na Educao Infantil, Ensino Fundamental e Educao de Jovens e Adultos; elabora propostas de calendrio escolar; promove a capacitao e aperfeioamento dos professores; elabora a Proposta Pedaggica da Rede Municipal de Ensino; orienta as escolas na elaborao do PPP; sugere a aquisio do material didtico-pedaggico; promove e acompanhar o atendimento aos educandos portadores de necessidades

educacionais especiais. Coleta e analisa, periodicamente os dados estatsticos e informaes referentes ao desenvolvimento educacional; produz relatrios analticos da situao educacional da educao municipal, etc. A Coordenao do PAR (Plano de Aes Articuladas) tem como competncia conhecer todas as aes e subaes inseridas no PAR; acompanhar e avaliar o desenvolvimento das aes; realizar o monitoramento no SIMEC; buscar apoio junto ao MEC para a execuo das aes; orientar e acompanhar a execuo do PDE-Escola e do PDDE; Organizar e consolidar a Prestao de Contas do PDDE e PDE-Escola , etc. A Coordenao de Assistncia ao Educando responsvel por supervisionar o fornecimento da merenda escolar aos alunos; organizar o cardpio com base nas normas estabelecidas; programar e coordenar os servios de transporte escolar dos alunos bem como a manuteno dos veculos. A Coordenao de Programas e Projetos Educacionais promove a articulao e levantamento de toda a documentao necessria para firmar convnios com o FNDE e MEC; coordena, avalia e acompanha o desenvolvimento dos programas implantados; coordena o acompanhamento bimestral da frequncia escolar dos beneficirios do programa Bolsa- Famlia e Benefcio Varivel Jovem; coordenar a realizao do Censo Escolar; realiza o levantamento da Situao Escolar (LSE); divulga as aes da SEMED atravs de folders, banner, TV e rdio e fornece suporte aos professores para as inscries e participao na Plataforma Paulo Freire. A Coordenao de Controle de Pessoal e Avaliao responsvel por subsidiar a folha de pagamento, atravs da freqncia, atestados e frias; organizar

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a seleo de funcionrios; manter atualizado o cadastro de funcionrios; promover a elaborao de contratos de servios; manter atualizado o arquivo de Leis, Decretos e outros normativos; expedir transferncias e documentos administrativos; elaborar, anualmente, o boletim estatstico sobre os indicadores educacionais; realizar estudos e pesquisas sobre a demanda da populao em idade escolar e as condies de acesso e oferta da rede de ensino. A Coordenao de Apoio Operacional tem como competncia

supervisionar, planejar, coordenar e acompanhar as atividades de aquisio, recebimento, armazenamento, estoque, distribuio e controle de material utilizado na rede municipal de ensino; realizar tombamento e manter atualizado o cadastro de mveis e imveis da secretaria; promover a conservao e manuteno interna e externa dos prdios, mveis, instalaes e equipamentos sob a responsabilidade da SEMED; acompanhar as obras e reformas e construo de escolas; acompanhar as metas estabelecidas para controle de energia eltrica e supervisionar os agentes de portaria e vigilncia. A Rede Municipal de Ensino composta atualmente por 108 escolas (87 na zona rural e 21 na zona urbana), oferece Educao Infantil, o Ensino Fundamental Regular e a Educao de Jovens e Adultos com atendimento a 16.092 alunos (Censo Escolar 2010). As atividades administrativas, pedaggicas, tcnicas, operacionais e de gesto so desenvolvidas por um grupo de 1.353 profissionais das mais diversas categorias e formao acadmica. A Educao Pr-escolar oferecida em Unidades denominadas Creche e Escola Municipal e atende crianas de 4 e 5 anos. Na zona urbana oferecida em escolas prprias e na zona rural o atendimento realizado nas escolas de Ensino Fundamental. Com total geral de alunos de 2.398 (Censo Escolar 2009).atualizar os dados O Ensino Fundamental Regular oferecido para crianas a partir de seis anos em escolas da Rede Urbana e Rural, atendendo um total de 12.650 alunos (Censo Escolar 2009) atualizar. O municpio ainda possui uma mdia de Fundamental, ofertadas de forma % ,de turmas do Ensino

multisseriadas, isto implica a necessidade de

construir competncias para interagir na complexidade que caracteriza essa realidade educativa da nossa regio. O ideal, seria que trabalhssemos com turmas seriadas, entretanto, o campo apresenta uma estrutura muito peculiar que impede

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esse trabalho. Alguns alunos so vindouros de locais muito distantes, com sries bem distintas uma das outras, e em algumas localidades a oferta de matrculas superior procura, fator esse que impossibilita a formao de turmas seriadas, diante disse a Secretaria de Educao busca viabilizar mecanismos que garantam s escolas melhores estruturas, metodologias, recursos didticos adequados, alm de ofertar formao continuada e acompanhamento pedaggico para os profissionais que atenderem esta modalidade de ensino visando desenvolver sua prtica com maior competncia. A Educao de Jovens e Adultos (EJA) destinada pessoas acima de quatorze anos que por motivos diversos no alcanaram grau de escolaridade compatvel com a idade. Essa modalidade oferecida somente no turno noturno nas escolas de ensino fundamental regular. Com atendimento a 948 alunos (Censo Escolar 2010). O quadro funcional das escolas constitudo por um gestor, um secretrio, coordenador(es) pedaggico(s), professores, administrativo(s) e

operacionais. A Educao do Campo conta com uma Coordenao de Plo que realiza a orientao pedaggica e administrativa nas escolas. A Secretaria Municipal de Educao possui uma Coordenao Central que orienta, acompanha e supervisiona as atividades desenvolvidas nas escolas e organiza os eventos no mbito educacional. Todas as escolas vinculadas Rede Municipal de Ensino e com mais de 50 alunos possuem Conselhos Escolares que fazem a execuo financeira dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Todas as aes educativas e a estrutura necessria para o seu desenvolvimento, esto vinculadas ao Plano de Aes Articuladas do Municpio (PAR), ao Planejamento Estratgico e Pedaggico da SEMED, Lei de Diretrizes Oramentrias, Lei Oramentria Municipal e essa Proposta Pedaggica. O conjunto dessas aes representam a articulao entre as dimenses poltica, tcnico-administrativa e scio-organizacional da SEMED, primando pela

descentralizao das aes e a relativa autonomia de cada agente educacional, no contexto em que est inserido.

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5.3

Escolas Municipais SEDEESCOLA NVEL DE ENSINO Pr Escola Pr Escola Pr Escola Pr Escola Pr Escola Pr Escola Pr Escola e 1 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola, 1 ao 9 Ano e EJA Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 e 2 Ano 1 ao 5 Ano e EJA 2 Ao 5 Ano e EJA 1 e 2 Ano 2 ao 9 Ano e EJA 2 ao 5 Ano e EJA 2 ao 5 Ano 2 ao 9 Ano 6 ao 9 Ano e EJA 1 ao 9 Ano e EJA 6 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano 2 ao 9 Ano Pr Escola e 1 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano EJA Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano ENDEREOAv. Novo Areal, S/N, Novo Areal Av. Aeroporto,S/N, Moc Rua Coelho Macedo 1059, Centro Rua da Prainha, S/N, Americanos Rua 13 de Maio, Unio Av. Central, Tresidela Tv. Vespaziano Ramos, Ma. Bairro Jordo Povoado Maraj Travessa Oscar Jansen, Centro Tv. da Mangueira, Centro Rua So Francisco Areal Av. Central Tresidela Tv. do Hospital 148, Tresidela Rua Senador LeiteMaaranduba Pa Joo Pessoa Centro Av. da Bandeira Centro Rua do Campo, Tresidela Av. da Bandeira, Centro Rua do Poo, Novo Areal Mangue Alto Pov. Vila 7 Pov. Alto Alegre dos Maranhen. Pov. Bacabalzinho Pov. Conceio Pov. Esprito Santo Pov. Fazendinha Pov. Macaba Pov. Pau de Estopa Pov. Pau de Estopa Pov. Poo Comprido Pov. So Benedito Pov. So Jos Pov. Tatajuba Pov. gua Branca Pov. Alegria Pov. Alto da Cana Pov. Arruda Pov. Baixo

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

Creche Municipal Novo Areal Creche So Jos Creche So Paulo Creche So Pedro Creche Unio Escola Municipal Tresidela II Escola Municipal Maaranduba II Escola Municipal Jordo I E. M. Maaranduba I Anexo I E.M. Maaranduba I Anexo II

Escola Municipal Amrica I Escola Municipal Areal I Escola Municipal Tresidela III Escola Municipal Tresidela III 14. Anexo I15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18.

Escola Municipal Maaranduba I CEEF Anexo I CEEF Anexo II Escola Municipal Tresidela I Comp. Educ. Ens. Fundamental Escola Novo Areal I Escola Municipal Agrcola E.M. 7 de Setembro E.M. Alto Alegre E.M. Bacabalzinho E.M. Conceio I E.M. Esprito Santo E.M. Fazendinha E.M. Macaba I E.M. Pau de Estopa I E.M. Pau de Estopa II E.M. Poo Comprido I E.M. So Benedito I E.M. So Jos I U.I. Nadir Martins Costa Soares E.M. gua Branca E.M. Alegria E.M. Alto da Cana E.M. Arruda E.M. Baixo

ZONA RURAL

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19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67.

E.M. Balaiada E.M. Barriguda E.M. Benfica E.M. Betnia E.M. Boa Vista E.M. Brasilndia E.M. Bruteiro E.M. Buriti E.M. Capa Bode E.M. Centrinho E.M. Centro do Chico E.M. Centro do Isidorio E.M. Centro Novo E.M. Cigana E.M. Coco Grande I E.M. Conceio II E.M. Davi E.M. Engenho Velho E.M. Escondido E.M. Estiva E.M. Eugnio Barros E.M. Galdino E.M. Garimpo E.M. Forquilha E.M. Guarim E.M. Igarap do Teixeira E.M. Jiquiri E.M. Joo Martins E.M. Km 09 E.M. Lago E.M. Laranjeira E.M. Limo E.M. Limoeiro E.M. Macacos E.M. Mantinga E.M. Maracaj E.M. Maracaj II E.M. Maria Jos Alves Andrade E.M. Mariol E.M. Mocambo E.M. Morro da Padaria E.M. Morros do Paixo E.M. Nogueira E.M. Marrecas E.M. Olho Dgua Seco E.M. Padre Ccero Nascimento E.M. Paraso E.M. Pau de Cinza E.M. Pedras I

Pr Escola, 1 ao 5 Ano e EJA Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola, 1 ao 5 Ano EJA I 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 9 Ano 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano

Pov. Balaiada Pov. Barriguda Pov. Benfica Pov. Betnia Pov. Boa Vista Pov. Brasilndia Pov. Bruteiro Pov. Buriti Pov. Capa Bode Pov. Centrinho Pov. Centro do Chico Pov. Centro do Isidorio Pov. Centro Novo Pov. Cigana Pov. Coco Grande Pov. Conceio Pov. Davi Pov. Engenho Velho Pov. Escondido Pov. Estiva Pov. Nova Vida Pov. Galdino Pov. Garimpo Pov. Forquilha Pov. Guarim Pov. Igarap Pov. Jiquiri Pov. Sapucaia Pov. Km 09 Pov. Lago Pov. Laranjeira Pov. Limo Pov. Limoeiro Pov. Macacos Pov. Mantinga Pov. Maracaj Pov. Farinha Seca Pov. Maioba Pov. Mariol Pov. Mocambo Pov. Morro da Padaria Pov. Morros do Paixo Pov. Nogueira Pov. Marrecas Pov. Olho Dgua Seco Pov. Desaperta Pov. Paraso Pov. Pau de Cinza Pov. Pedras

20

68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. 81. 82. 83. 84. 85. 86. 87.

E.M. Piedade E.M. Salom E.M. Santa Cruz E.M. Santa Mnica E.M. Santana II E.M. Santana III E.M. Santo Antonio E.M. So Francisco E.M. So Joaquim E.M. So Jos dos Brocots E.M. So Lus do Bode E.M. Stio Velho E.M. Taboca E.M. Tatu Cavou E.M. Tope de Pedra E.M. Vai Quem Quer E.M. Vale E.M. Valrio E.M. Vila Brasil E.M. Vista Alegre

Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 9 Ano 1 ao 5 Ano Pr Escola e 1 ao 5 Ano

Pov. Piedade Pov. Salom Pov. Santa Cruz Pov. Santa Mnica Pov. Guarazim Pov. Jacamim Pov. Santo Antonio Pov. So Francisco Pov. So Joaquim Pov. So Jos dos Brocots Pov. So Lus do Bode Pov. Stio Velho Pov. Taboca Pov. Tatu Cavou Pov. Tope de Pedra Pov. Vai Quem Quer Pov. Vale Pov. Valrio Pov. Vila Brasil Pov. Vista Alegre

5.4 - OS PRINCPIOS QUE NORTEIAM A EDUCAO MUNICIPAL

Para que a Rede Municipal de Ensino de Coroat estabelea uma relao de crescimento contnuo, dinmico e profissional indispensvel cultivar os seguintes valores para uma convivncia saudvel e participativa: tica nas relaes; Equidade e justia; Respeito e dignidade; Transparncia; Inovao; Solidariedade; Excelncia. Considerando estes valores e o que determina o Art. 7 da Resoluo n 7, de 14 de dezembro de 2010 , que fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos em conformidade com o art. 22 e o art. 32 da Lei n 9.394/96 (LDB), esta Proposta Curricular, para o Ensino Fundamental, visa desenvolver o educando, assegurando-lhe a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe os meios para progredir no trabalho e em

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estudos posteriores, mediante os objetivos previstos para esta etapa da escolarizao, a saber: I o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo; II a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, das artes, da tecnologia e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III a aquisio de conhecimentos e habilidades, e a formao de atitudes e valores como instrumentos para uma viso crtica do mundo; IV o fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e de tolerncia recproca em que se assenta a vida social.

OBJETIVOS DA PROPOSTA Esta proposta vem nortear as escolas na elaborao, organizao e definio do seu Projeto Poltico Pedaggico, contendo princpios e normas que consolidem as aes pedaggicas das escolas municipais, para que se atinja melhores indicadores de qualidade e favoream aos alunos, alm do

desenvolvimento de conhecimentos cientficos, culturais e sociais e a formao de valores e atitudes, tais como a solidariedade, a justia, a responsabilidade e a democracia.

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2 PARTE FUNDAMENTOS LEGAIS, EPISTEMOLGICOS E TERICOS______________ 1 Base Legal Os problemas educacionais e o verdadeiro papel da educao formal so motivos de ampla discusso na sociedade moderna. necessrio empreender um esforo coletivo para vencer obstculos e os entraves que inviabilizam a construo de uma escola pblica que eduque de fato para o exerccio pleno da cidadania, a solidariedade e a paz e seja instrumento real de transformao social. Dentro dessa perspectiva, a Proposta Pedaggica da Rede Municipal de Ensino de Coroat est respaldada na Constituio Federal, nas Leis Educacionais brasileiras e municipais, nas Resolues e Pareceres do Conselho Nacional de Educao, do Conselho Estadual de Educao do Maranho e do Conselho Municipal de Coroat.:

1.1 Constituio Federal de 1988 Artigo 205 - A Educao, direito de todos e dever do Estado e da Famlia, ser promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da Cidadania e sua qualificao para o Trabalho. 1.2 LDBEN- Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, n 9394/96 De acordo com a LDB, Artigos 12, 13 e 14, fica estabelecido :que os estabelecimentos de Ensino, respeitadas as normas comuns e a do seu sistema, tero a incumbncia de: Elaborar e executar sua Proposta Pedaggica; Os docentes incumbir-se-o de participar da proposta pedaggica de sua escola e de elaborar e cumprir o plano de trabalho; Os sistemas de ensino definiro as normas de gesto democrtica do ensino pblico na educao bsica de acordo com as suas

peculiaridades. 1.3 - Lei n 8.069/90 Estatuto da Criana e do Adolescente;

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Art. 53 estabelece que a criana e o adolescente tenham direito a educao, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exerccio da cidadania e qualificao para o trabalho, assegurando-lhes: I I- igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola II- direito de ser respeitado por seus educadores. 1.4. - Lei n 10.172/2001 - PNE - Plano Nacional de Educao Apresenta como uma de suas metas a ampliao do Ensino Fundamental para nove anos, amplamente discutida pela Secretaria de Educao Bsica SEB/MEC com as Secretarias Municipais e Estaduais de Educao a partir de 2003

1.5 - Lei n 10.639/2003 que inclui no currculo oficial a obrigatoriedade temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira e a Resoluo n 060/2010-CEE/MA, que Define normas complementares para a incluso do estudo da Histria e Cultura AfroBrasileira e Indgena nas Instituies de ensino fundamental e de ensino mdio integrantes do Sistema Estadual de Ensino do Maranho e d outras providncias.. 1.6 - Lei n 11274/2006 que altera a redao dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, dispondo sobre a durao de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrcula obrigatria a partir dos 6 (seis) anos de idade. 1.7 Lei n 11.525/2207 modifica a LDEBEN acrescenta o 5 ao art. 32: Inclui os contedos relacionados aos direitos das crianas e adolescentes no currculo do ensino fundamental, observada a adequao produo e distribuio de material didtico ( Estatuto da criana e do adolescentes ECA Lei n 8.069/90 1.8 - Lei 11.646 de 10 de maro de 2008 - torna obrigatrio a incluso do estudo da histria e cultura Afro-brasileira e indgena - Art.26 estabelece ao ensino

fundamental e ensino mdio, pblicos da populao brasileira, a partir desses grupos tnicos tais como o estudo da histria da frica e indgenas no Brasil, a cultura negra e o ndio na formao da sociedade nacional, resgatando as suas contribuies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes histria do Brasil.

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1.9 - Resoluo n 3, de 3 de Agosto de 2005 - Define normas nacionais para a ampliao do Ensino Fundamental para nove anos de durao.

1.10 - Resoluo 055/2007, atualizada pela Resoluo n 343/2010-CEE-MA Define as normas para organizao do Ensino fundamental com nove anos de durao nas escolas do Sistema Estadual de Ensino do Maranho e d outras providncias. Em seu Art. 5, paragrafo nico determina: As escolas pblicas

estaduais e municipais devem reformular suas propostas pedaggicas, planos curriculares e Regimentos escolares, solicitando o

Reconhecimento ao Conselho Estadual de Educao aps a metade do funcionamento dessa etapa de ensino 1.11 - Resoluo n 1, de 14 de janeiro de 2010 Define Diretrizes Operacionais para a implantao do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos e determina: Art. 2 - Para o ingresso no primeiro ano do Ensino Fundamental, a criana dever ter 6 (seis) anos de idade completos at o dia 31 de maro do ano em que ocorrer a matrcula. Art. 3 - As crianas que completarem 6 (seis) anos de idade aps a data definida no artigo 2 devero ser matriculadas na Pr- Escola. Art. 4 : Os sistemas de ensino definiro (...) 1 As escolas de Ensino Fundamental e seus respectivos sistemas de ensino que matricularam crianas que completaram 6 (seis) anos de idade aps a data em que se iniciou o ano letivo devem, em carter excepcional, dar prosseguimento ao percurso educacional dessas crianas, adotando medidas especiais de acompanhamento e avaliao do seu desenvolvimento global; 2 As crianas de 5 (cinco) anos de idade, independentemente do ms do seu aniversrio, que no seu percurso educacional estiveram matriculadas e frequentaram por mais de 2 (dois) anos a Pr-Escola, podero, em carter excepcional, no ano de 2010, prosseguir no seu percurso para o Ensino Fundamental.

1.12 - Resoluo n 4, de 13 de julho de 2010 - Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Bsica - Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais

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para o conjunto orgnico, sequencial e articulado das etapas e modalidades da Educao Bsica, baseando-se no direito de toda pessoa ao seu pleno desenvolvimento, preparao para o exerccio da cidadania e qualificao para o trabalho, na vivncia e convivncia em ambiente educativo, e tendo como fundamento a responsabilidade que o Estado brasileiro, a famlia e a sociedade tm de garantir a democratizao do acesso, a incluso, a permanncia e a concluso com sucesso das crianas, dos jovens e adultos na instituio educacional, a aprendizagem para continuidade dos estudos e a extenso da obrigatoriedade e da gratuidade da Educao Bsica;

1.13 - Resoluo n 6, de 20 de Outubro de 2010 - Define Diretrizes Operacionais para a matrcula no Ensino Fundamental e na Educao Infantil 1.14 Regimento para

Rede Municipal de Ensino, aprovado pelo Conselho

municipal de Educao de Coroat, conforme Resoluo n ...............

Alm de todas legislaes acima tambm considerou-se a Resoluo que institui os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) MEC, 1997, o Decreto n 6.571/2008 Poltica Nacional da Educao Especial na perspectiva da educao inclusiva e a Lei n 7.853 Poltica Nacional para a Integrao da Pessoa Portadora de Deficincia;

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2 - O Ensino Fundamental no contexto da atual legislao brasileira e municipal Conforme o Plano Nacional de Educao, a determinao legal (Lei n 10.172/2001) de implantar progressivamente o Ensino Fundamental de 9 anos, pela incluso das crianas de seis anos de idade, tem duas intenes: oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no perodo da escolarizao obrigatria e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianas prossigam nos estudos, alcanando maior nvel de escolaridade. O amparo legal para a aplicao do Ensino Fundamental constitui-se dos seguintes dispositivos: - Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988-artigo 208. - Lei n 9.934, de 20 de dezembro de 1996 admite a matrcula no Ensino Fundamental de nove anos, a iniciar-se aos seis anos de idade. - Lei n 10.172 de 9 de janeiro de 2001 estabelece o ensino fundamental de nove anos como meta da educao nacional. - Lei n 11.114 de maio de 2005 altera a LDB e torna obrigatria a matrcula das crianas de seis anos de idade no Ensino Fundamental. - Lei n 11.274 de 6 de fevereiro de 2006 altera a LDB e amplia o Ensino Fundamental para nove anos de durao, com a matrcula de crianas de seis anos de idade e estabelece prazo de implantao, pelos sistemas, at 2010. O objetivo de um maior nmero de anos de ensino obrigatrio assegurar a todas as crianas um tempo mais longo de convvio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem mais ampla. evidente que a maior aprendizagem no depende do aumento do tempo de permanncia na escola, mas sim do emprego mais eficaz do tempo. No entanto, a associao de ambos deve contribuir significativamente para que os educandos aprendam mais. A incluso da criana de 6 anos no Ensino Fundamental encontra respaldo em pesquisas do IBGE (Censo Demogrfico 2000) que mostram que 81,7% das crianas de 6 anos estavam na escola, sendo que 38,9% frequentavam a Educao Infantil, 13,6% pertencente s classes de alfabetizao e 29,6% no Ensino Fundamental. Apoiou-se, tambm, nos estudos que demonstraram que, quando as crianas ingressam na instituio escolar, antes dos 7 anos de idade,

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apresentam, em sua maioria, resultados superiores em relao quelas que ingressam somente aos 7 anos. Diante disso, a implementao do Ensino Fundamental de 9 anos, teve como conseqncia a formalizao de um ciclo inicial de dois anos mesmo nos sistemas seriados e a necessidade de definir um posicionamento claro em relao ao que fazer nesse novo 1 ano, que nem a antecipao da 1 srie antiga e nem , simplesmente, o equivalente ao que era antes o ltimo ano da Educao Infantil. Prev a legislao que:Com a aprovao da Lei no 11.274/2006, mais crianas sero includas no sistema educacional brasileiro, especialmente aquelas pertencentes aos setores populares, uma vez que as crianas de seis anos de idade das classes mdia e alta j se encontram, majoritariamente, incorporadas ao sistema de ensino na pr-escola ou na primeira srie do ensino fundamental. Outro fator importante para a incluso das crianas de seis anos na instituio escolar deve-se aos resultados de estudos demonstrarem que, quando as crianas ingressam na instituio escolar antes dos sete anos de idade, apresentam, em sua maioria, resultados superiores em relao quelas que ingressam somente aos sete anos. A exemplo desses estudos, podemos citar o Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica (Saeb) 2003. Tal sistema demonstra que crianas com histrico de experincia na pr-escola obtiveram maiores mdias de proficincia em leitura: vinte pontos a mais nos resultados dos testes de leitura (MEC: 2006).

O ingresso no Ensino Fundamental obrigatrio no pode constituir-se em medida meramente administrativa, o cuidado na seqncia do processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianas de seis anos de idade implica o conhecimento e a ateno s suas caractersticas etrias, sociais e psicolgicas. As orientaes pedaggicas, por sua vez, estaro atentas a essas caractersticas para que as crianas sejam respeitadas como sujeitos do aprendizado. A Secretaria Municipal de educao preocupada com o encaminhamento da nova lei, buscou em 2006 informaes atravs das publicaes do Ministrio da Educao e com a UNDIME (Unio Nacional dos Dirigentes Municipais de Educao), que deu importantes orientaes para que fosse iniciado o processo de implantao do Ensino Fundamental de nove anos no municpio. Diante disso, em Janeiro de 2007 iniciaram as matrculas das crianas de seis anos ou a completar at 31 de maro, no 1 ano do ensino fundamental. A partir de ento, a SEMED promove formao continuada para todos os professores do 1 ano e vem adaptando o currculo e o material pedaggico. Os alunos dessa etapa

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so atendidos nas escolas de educao infantil; mas j tem escolas do ensino fundamental sendo adaptadas com mobilirio adequado para esse atendimento. A organizao do trabalho pedaggico das escolas foi acontecendo naturalmente dentro dos planejamentos, nas tarefas individuais e coletivas dos professores, coordenadores e diretores apoiados e orientados pela equipe pedaggica da Secretaria. Recomenda-se que as escolas no transformem esse novo ano em mais uma srie, com as caractersticas e a natureza da primeira srie; mas que, nos seus projetos poltico-pedaggicos, sejam previstas estratgias possibilitadoras de maior flexibilizao dos seus tempos, com menos cortes e descontinuidades. Estratgias que, de fato, contriburo para o desenvolvimento da criana, possibilitando-lhe, efetivamente, uma ampliao qualitativa do seu tempo na escola. 3 Fundamentos Epistemolgicos 3.2 - Correntes Tericas A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9394/96 atribui escola a incumbncia de elaborar e executar seu projeto poltico pedaggico. Essa exigncia da Lei esta diretamente vinculada ao principio da gesto democrtica. importante lembrar que nem a LDB nem o Projeto Poltico Pedaggico vo transformar a escola em instituio competente e nem substituir a criatividade do profissional da educao, visa apenas realar o papel da instituio e dos seus profissionais na construo de projetos educacionais articulados com as polticas nacionais da educao. Os educadores devem estar comprometidos com as transformaes pelas quais passa o mundo e vm alterando as formas de pensar e as prprias relaes entre os seres humanos, tanto na sua vida familiar quanto nas relaes que estabelecem em outras instituies. Diante disso, faz-se necessrio promover uma educao integral, desenvolvendo competncias de ordem cognitiva, fsica, afetiva, de relao interpessoal e insero social, tica e esttica. Neste documento, considerar-se- estas competncias pelos quatro pilares da educao, apresentados sustentadas

no Relatrio da UNESCO,

elaborado pela Comisso Internacional sobre Educao para o sculo XXI (Delors et al., 1996), em que se encontram destacados quatro pilares tidos como essenciais a um novo conceito de educao: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

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Aprender a Conhecer: prioriza o domnio dos prprios instrumentos, considerando como meio e fim. Meio enquanto forma de conhecer de compreender a complexidade do mundo e condies para desenvolver possibilidades pessoais e profissionais para se comunicar. Fim, seu fundamento o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir. Refere-se a tipos de Contedos Conceituais. Aprender a Fazer: estimula o desenvolvimento de habilidades e o surgimento de novas aptides. Refere-se a tipos de Contedos Procedimentais. Aprender a conviver: trata-se de viver juntos, desenvolvendo o conhecimento do outros e a percepo da interdependncia, de modo a permitir a realizao de projetos comuns. educao brasileira pode-se Refere-se a tipos de Contedos Atitudinais. Na citar como exemplo a incluso dos Temas

Transversais (tica, meio ambiente, cidadania, sade, pluralidade culturale orientao sexual) nos Parmetros Curriculares Nacionais, que exigem equipes interdisciplinares e trabalho em projetos comuns. Aprender a Ser: supe a preparao do indivduo para elaborar pensamentos autnomos, crticos e para formular os seus prprios juzos de valor, de movo a poder decidir por si mesmo, frente diferentes circunstncias da vida. Supe ainda exercitar a liberdade do pensamento. Refere-se a tipos de Contedos Factuais. Portanto, a Proposta Pedaggica para o Sistema Municipal de Ensino de Coroat, ao aderir uma concepo sociointeracionista considerar como parmetro pra subsidiar o processo educacional os Pilares da Educao e a educao para a tolerncia, que deve visar contrariar influncias que levam ao medo e excluso do outro, ajudar os educandos a desenvolverem a sua capacidade de exercer um juzo autnomo, realizar uma reflexo crtica e raciocinar em termos ticos (Declarao de Princpios sobre a Tolerncia Art. 4 4.3)

DISCORRER

SOBRE

OS

TERICOS

SOCIO

INTERACIONISTAS

E

OS

TERICOS QUE DISCORREM SOBRE EDUCAO PARA TOLERENCIA.

4. Fundamentos Tericos 4.1 Concepo de Educao produzir texto

4.1.1 - Funo Social da Educao

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A Educao uma responsabilidade compartilhada. O dever de educar responsabilidade do Estado e da Famlia. Para o Poder Pblico, este dever atribuio repartida entre as diferentes instncias. Para a famlia esta

responsabilidade se concretiza atravs do dever dos pais ou responsveis, de matricular seus filhos menores, a partir de seis anos de idade no ensino fundamental Lei n 11274/2006 que institui o ensino fundamental de nove anos. Rede Municipal de Ensino de Coroat, cabe orientar as escolas para o cumprimento de sua funo social, para que cada uma elabore seu Projeto Poltico Pedaggico e seu Plano Estratgico onde deve conter as reflexes e direcionamentos que promovam a qualidade da educao, cuidando do grau de satisfao profissional e pessoal dos diversos membros da comunidade educativa. dever da Rede Municipal de Ensino conduzir as escolas a refletirem sobre as suas prticas educativas e relaes interpessoais que determinam o clima da escola e influenciam os indicadores de qualidade, tais como: Projetos educativos e planos de aes para realiz-los; Objetivos compartilhados por todos os profissionais da educao; Dedicao da equipe em cumprimento dos objetivos propostos; Comunicao interna, ampla e aberta; Lideranas positivas de referncia que impulsionam e apiam o trabalho de suas equipes; Valorizao e reconhecimento do trabalho dos profissionais. de fundamental importncia subsidiar as escolas no cumprimento da sua funo social, contribuindo no processo de insero social, oferecendo instrumento de compreenso da realidade local, favorecendo a participao dos educandos em relaes sociais diversificadas, pois cabe a elas garantirem a aprendizagem das habilidades e contedos que so necessrios vida em sociedade. Enfim, para cumprir sua funo social as escolas precisam considerar as prticas da sociedade, sejam de natureza econmica, poltica, social, cultural, tica ou moral, considerando as relaes diretas e indiretas dessas prticas com os problemas especficos da comunidade local. fundamental tambm conhecer as expectativas da comunidade, suas necessidades, formas de sobrevivncia, valores, costumes e manifestaes culturais e artsticas, pois por meio desse

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conhecimento geral que a rede municipal e as escolas podem atender a comunidade e auxili-la a ampliar o seu instrumental de conhecimento de mundo.

4.2 - Concepo Filosofica A Rede Municipal de Ensino de Coroat adota uma educao voltada para a Cidadania, a Solidariedade, a Justia e uma cultura e Paz. Todos devem estar conscientes do difcil processo de mudanas da sociedade. O Trabalho perseverante para construir escolas com definio de suas identidades, fazendo de cada uma escolas modelo. Escolas que pretendem ser para seus alunos escolas vivas, alegres, nas quais os espaos se misturem e as conquistas sejam mutuas, favorecendo a descoberta de aptides e habilidades para uma relao harmnica a servio um dos outros. Educar humanizar, crer e confiar no ser humano. 4.3 - Crenas Ao instituirmos a educao como um processo decisrio para o desempenho das instituies educacionais do municpio, atravs das normas, regras, doutrinas ou pressupostos de fundamental importncia s crenas que optamos para a promoo da educao municipal, cremos que: - Precisamos participar ativamente das interaes sociais para que ocorra o desenvolvimento e a aprendizagem; - O ensino-aprendizagem inclui tanto o que aprende (aluno) como o que ensina (professor); - Na relao professor-aluno deve ser construda uma rede de ricas interaes; - importante despertar tanto no educador quanto no educando o poder de fazer; - A partir da relao professor-aluno podemos experimentar o poder da solidariedade; - O que consideramos problemas na relao com os educandos, deve ser transformado em momentos de reflexo sobre a prtica educativa; - importante estabelecer uma relao de confiana e respeito mtuo para que as questes afetivas e emocionais sejam discutidas e ressignificadas; - A educao deve ser sempre uma tarefa humanizadora; - O dilogo deve ser a base fundamental do aprendizado;

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- A mudana da educao comea pela mudana do educador; - O Gerenciamento participativo o sistema ideal; - possvel entender aluno e professor como sujeitos construtores de sua prpria histria; - O equilbrio fsico e psquico so elementos fundamentais para as potencialidades e desenvolvimento do ser humano; - possvel resgatar a qualidade do ensino pblico; - A consolidao de um lder a consecuo de resultados positivos; - A consistncia do trabalho em equipe a chave para o sucesso.

2 PARTE ORGANIZAO DO CURRICULO ESCOLAR

1.1 - Concepo de Currculo Com a perspectiva de atender aos desafios postos pelas orientaes e normas vigentes, preciso olhar de perto a escola, seus sujeitos, suas complexidades e rotinas e fazer as indagaes sobre suas condies concretas, sua histria e sua organizao interna. Torna-se fundamental permitir que todos os envolvidos se questionem e busquem novas possibilidades sobre currculo: O que ? Para que serve? A quem se destina? Como se constri? Como se implementa? A liberdade de organizao curricular conferida aos sistemas por meio da legislao vincula-se existncia de diretrizes que os orientem e lhes possibilitem a definio de contedos de conhecimento em conformidade base nacional comum do currculo, bem como parte diversificada, como estabelece o Artigo 26 da LDB n 9394/96: Os currculos do ensino fundamental e mdio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas caractersticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. palavra currculo associam-se distintas concepes, que derivam dos diversos modos de como a educao concebida historicamente, bem como das influncias tericas que a afetam e se fazem hegemnicas em um dado momento. Podemos afirmar que as discusses sobre o currculo incorporam, com maior ou menor nfase, os conhecimentos escolares, os procedimentos e as relaes sociais

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que conformam o cenrio em que os conhecimentos se ensinam e se aprendem, as transformaes que desejamos efetuar nos alunos, os valores que desejamos inculcar e as identidades que pretendemos construir. por intermdio do currculo que as coisas acontecem na escola. No currculo se sistematizam nossos esforos pedaggicos. O currculo , em outras palavras, o corao da escola, o espao central em que todos atuamos, o que nos torna, nos diferentes nveis do processo educacional responsveis por sua elaborao. O papel do educador no processo curricular , assim, fundamental. Ele um dos grandes artfices, queira ou no, da construo dos currculos que se materializam nas escolas e nas salas de aula. Da a necessidade de constantes discusses e reflexes, na escola, sobre o currculo, tanto o currculo formalmente planejado e desenvolvido quanto o currculo oculto. Portanto, torna-se indispensvel a participao crtica e criativa dos profissionais da educao na elaborao e implementao de currculos mais atraentes, mais democrticos, mais fecundos.

1.2

Currculo, Conhecimento e Cultura

O conhecimento escolar um dos elementos centrais do currculo e sua aprendizagem constitui condio indispensvel para que os conhecimentos socialmente produzidos possam ser apreendidos, criticados e reconstrudos por todos os estudantes. Da a necessidade de um ensino ativo e efetivo, com um professor comprometido, que conhea bem, escolha, organize e trabalhe os conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos. Uma educao de qualidade, como a que defendemos, requer a seleo de conhecimentos relevantes, que incentivem mudanas individuais e sociais, assim como formas de organizao e de distribuio dos conhecimentos escolares que possibilitem sua expresso e sua crtica. Tais processos necessariamente implicam o dilogo com os saberes disciplinares assim com outros saberes socialmente produzidos. Concebemos o conhecimento escolar como uma construo especfica da esfera educativa, no como uma mera simplificao de conhecimentos produzidos fora da escola, ou seja, vemos o conhecimento escolar como um tipo de conhecimento produzido pelo sistema escolar e pelo contexto social e econmico

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mais amplo, produo essa que se d em meio a relaes de poder estabelecidas no aparelho escolar e entre esse aparelho e a sociedade (SANTOS, 1995). O Currculo, nessa perspectiva, constitui um dispositivo em que se concentram as relaes entre a sociedade e a escola, entre os saberes e as prticas socialmente construdos e os conhecimentos escolares. A compreenso do processo de construo do conhecimento escolar facilita ao professor uma maior compreenso do processo pedaggico, o que pode estimular novas abordagens, na tentativa de bem selecionar e organizar os conhecimentos quanto de conferir uma orientao cultural ao currculo. Segundo Silva (1996), o currculo o espao em que se concentram e se desdobram as lutas em torno dos diferentes significados sobre o social e sobre o poltico. O currculo representa um conjunto de prticas que proporcionam a produo, a circulao e o consumo de significados no espao social e que contribuem, intensamente, para a construo de identidades sociais e culturais. Percebe-se claramente a ntima relao entre currculo e cultura, pois a cultura um terreno no qual se processam disputas pela preservao ou pela superao das divises sociais e o currculo um espao em que esse mesmo conflito se manifesta e tenta impor tanto a definio particular de cultura de um dado grupo quanto o contedo dessa cultura. A idia tornar o currculo um espao de crtica cultural e um dos caminhos abrir as portas, na escola, a diferentes manifestaes da cultura popular, alm das que compem a chamada cultura erudita. Msicas populares, danas, filmes, programas de televiso, festas populares, brincadeiras, jogos, peas de teatro, poemas, revistas e romances precisam fazer-se presentes nas salas de aula. A inteno que a cultura dos estudantes e da comunidade para interagir com outras manifestaes e outros espaos culturais.

1.3

Currculo e Desenvolvimento Humano

Educar nos dias de hoje exigem saberes diferentes de vinte ou trinta anos, pois as mudanas no desenvolvimento cultural na espcie humana atravs do processo de novas geraes apresentam peculiaridades inovadoras, mesmo para os educadores novos.

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O contato do professor com o aluno no um simples contato com um individuo qualquer e sim algum que a criana interage formalmente. O professor tem a misso de promover no aluno um rico processo de humanizao, ou seja, atravs desse processo de humanizao, o aluno adquire e desenvolve os sistemas simblicos, se apropria de comunicao formal, aprende a utilizar os instrumentos culturais, nas prticas cotidianas, invenes, se apropria de conhecimentos histricos e outros. A instituio de ensino tem um objetivo bem claro: fazer com que a criana aprenda determinados conhecimentos e domnios de instrumentos especficos que concretizam a aprendizagem no s de conhecimentos individuais como tambm conhecimentos coletivos na sociedade. A relao da criana com o adulto no ambiente escolar mediada pelo conhecimento formal de maneira que os alunos nessa interao absorvam conhecimentos que promovam a aprendizagem. Para tanto, o educador deve adequar sua prtica pedaggica s possibilidades de desenvolvimento e de aprendizagem de seus educandos. A elaborao do currculo est na concepo do ser humano e no papel que se pretende chegar, a meta fundamental da escola para que cresa no seu processo de aprendizagem, observando o que ou no favorvel ao

desenvolvimento. O currculo deve estar de acordo com os avanos culturais, por exemplo a ecologia proveniente da biologia e de novas prticas culturais como a internet e web originria tambm dos avanos do conhecimento tecnolgico e etc. Um currculo para a formao humana aquele orientado para a incluso de todos ao acesso dos bens culturais e ao conhecimento. Est, assim, a servio da diversidade. A ao da criana depende da maturao orgnica e das possibilidades que o meio lhe oferece: ela no poder realizar uma ao para a qual no tenha o substrato orgnico, assim como no far muitas delas, mesmo que biologicamente apta, se a organizao do seu meio fsico e social no propiciar sua realizao ou se os adultos no a ensinarem. O desenvolvimento da funo simblica no ser humano de extrema importncia, uma vez que por meio do exerccio desta funo que o ser humano pode construir significados e acumular conhecimentos.

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Todo ensino na escola, de qualquer rea do conhecimento, implica na utilizao da funo simblica. A linguagem escrita, a matemtica, a qumica, a fsica, o sistema de notao da dana da msica so manifestaes da funo simblica. A realizao do currculo precisa mobilizar tambm outras funes centrais do desenvolvimento humano como a percepo, a memria, a ateno e a imaginao. As aprendizagens escolares so a efetivao das potencialidades da espcie. Resultam da articulao entre as possibilidades do desenvolvimento e as atividades que as efetivam, atividades que so ensinadas pelo professor. Quando acontece uma aprendizagem, ela interfere na direo do desenvolvimento. O aluno constitui conhecimentos por meio de estratgias especficos que se modificam, inclusive, em funo dos contedos aprendidos. Para que o conhecimento seja formado, h duas condies necessrias. Primeiramente, que a nova informao seja possvel de ser compreendida pela criana, ou seja, precisa haver uma ligao possvel entre aquilo que a criana j tem na memria e o que ela vai aprender. Em segundo lugar, que se estabelea uma relao ativa da criana com o contedo a ser aprendido, de forma que os contedos sejam organizados e integrados ao acervo de conhecimentos de que ela dispe em sua memria. A aprendizagem um processo mltiplo, isto , a criana utiliza estratgias diversas para aprender, com variaes de acordo com o perodo de desenvolvimento. Desta forma, todas as estratgias so importantes e no so mutuamente exclusivas. Toda criana se desenvolve indo ou no escola. O que do domnio do desenvolvimento humano no deixa de acontecer se a criana no for escola, ou se ela for e se encontrar em uma situao de no aprendizagem. Assim, a memria infantil, a funo simblica, a percepo vo se desenvolver segundo o caminho dado pela gentica da espcie. O que no do domnio do desenvolvimento precisa ser ensinado. Apropriar-se da lngua escrita, ler e escrever, formar conceitos de histria, geografia, ecologia e de outras matrias, desenvolver o pensamento matemtico, aprender a escrever matematicamente uma operao, tudo isto depende de ensino. Portanto, na elaborao do currculo deve-se considerar o que do desenvolvimento da espcie. Para promover o desenvolvimento humano, a escola

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deveria partir do que a criana desenvolve por si mesma e propor novas aprendizagens que faam uso destas manifestaes da funo simblica que so prprias da espcie.

1.4

Educandos e Educadores: Seus Direitos e o Currculo Ver-nos como profissionais sujeitos de direitos tem sido determinante na

desconstruo de imagens tradicionais do magistrio e na construo de novas imagens e identidades docentes. A questo que se impe a nossa reflexo em que medida esses avanos tm sido acompanhados por uma viso dos educandos como sujeitos de direitos. Avanamos tambm nessa direo? A sociedade avanou. J em 1959 foi aprovada a Conveno sobre os Direitos da Infncia, e na ONU. Em 1990, por meio do Estatuo da Infncia e da Adolescncia ECA -, o Brasil reconheceu a infncia e a adolescncia como tempos de direitos. Em todos os Estatutos e Convenes sobre os Direitos humanos e os Direitos da Infncia e da Adolescncia aparece a educao como direito de todo ser humano, de toda criana e adolescente por serem humanos. Sem condicionantes. Que conseqncias podemos tirar desse reconhecimento incondicional dos educandos como sujeitos de direitos? Tentar responder a essa pergunta exigir encontros, oficinas estudos. Exigir rever as imagens da docncia, da funo da escola e o ordenamento dos currculos. Se os alunos so sujeitos de direito, nossas imagens docentes adquirem novas dimenses: trabalhamos em um campo social reconhecido como campo de direitos, a educao; trabalhamos com sujeitos e tempos de direitos. Somos profissionais de direitos. Logo, os currculos organizam conhecimentos, culturas, valores, tcnicas e artes a que todo ser humano tem direito. Tem sido esse critrio na seleo e organizao dos saberes curriculares? Essas identidades dos educandos e nossas, tendo como referencial os direitos, nos obrigaro a fazer escolhas sobre o que ensinar e aprender a partir do conhecimento da cultura, dos valores, da memria e identidade na diversidade a que os educandos tm direito. Significar inverter prioridades ditadas pelo mercado e definir prioridades a partir do imperativo tico do respeito ao direito dos educandos.

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Somente partindo do reconhecimento dos educandos como sujeitos de direitos, estaremos em condies de questionar o trato seletivo e segmentado em que ainda se estruturam os contedos. Guiados pelo imperativo tico dos direitos dos educandos, seremos obrigados a desconstruir toda estrutura escolar e toda organizao e ordenamentos curricular legitimados em valores do mrito, do sucesso, em lgicas excludentes e seletivas, em hierarquias de conhecimentos de tempos e cargas-horrias. Por exemplo, desconstruir o atual ordenamento em saberes, reas, tempos, mais nobres, desprezveis, silenciados, ausentes nos currculos. Essas estruturas e ordenamentos no tm garantido o direito educao, ao conhecimento e cultura; antes, vm sendo ordenamentos que limitam e negam esse direito. Guiados pelo imperativo tico do respeito aos educandos, como sujeitos iguais de direitos, seremos levados ao construir novas formas de ordenamento dos contedos que garantam no apenas o direito igual de todos ao conhecimento, cultura, aos valores, memria e identidade na diversidade, mas que garantam a igualdade de todo conhecimento, cultura, valores, memrias e identidades sem hierarquias, segmentaes e silenciamentos.

1.5

Diversidade e Currculo

Do ponto de vista cultural, a diversidade pode ser entendida como a construo histrica, cultural e social das diferenas. A construo das diferenas ultrapassa as caractersticas biolgicas, observveis a olho nu. As diferenas so tambm construdas pelos sujeitos sociais ao longo do processo histrico cultural, nos processos de adaptao do homem e da mulher ao meio social e no contexto das relaes de poder. Sendo assim, mesmo os aspectos tipicamente observveis, que aprendemos a ver como diferentes desde o nosso nascimento, s passaram a ser percebidos dessa forma, porque ns, seres humanos e sujeitos sociais, no contexto de cultura, assim os nomeamos e identificamos. A diversidade um componente do desenvolvimento biolgico e cultural da humanidade. Ela se faz presente na produo de prticas, saberes, valores, linguagens, tcnicas, artsticas, cientificas, representaes do mundo, experincias de sociabilidade e aprendizagem.

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A diversidade faz parte do acontecer humano. De acordo com Elvira de Sousa Lima (2006, p.17),A diversidade norma da espcie humana: seres humanos so diversos em suas experincias culturais, so nicos em suas personalidades e so tambm diversos em suas formas de perceber o mundo. Seres humanos apresentam, ainda, diversidade biolgica. Algumas dessas diversidades provocam impedimentos, de natureza distinta no processo de desenvolvimento das pessoas (as comumente chamadas de portadores de necessidades especiais). Como toda forma de diversidades hoje recebida na escola e h a demanda bvia por um currculo que atenda a essa universalidade.

Ao discutir a diversidade cultural, no podemos nos esquecer de pontuar que ela se d lado a lado com a construo de processos identitrios. Assim como a diversidade, a identidade, enquanto processo, no inata. Ela se constri em determinado contexto histrico, social, poltico e cultural. A diversidade cultural varia de contexto para contexto. Nem sempre aquilo que julgamos como diferena social, histrica e culturalmente construda recebe a mesma interpretao nas diferentes sociedades. As discusses sobre currculo incorporam, com maior ou menor nfase, debates sobre os conhecimentos escolares, os procedimentos pedaggicos, as relaes sociais, os valores e as identidades dos nossos alunos. Cabe destacar, o papel dos movimentos sociais e culturais nas demandas em prol do respeito diversidade no currculo. Muitos deles tm a sua trajetria marcada pela insero nos movimentos sociais, culturais e identitrios e carregam para a vida as suas diferenas. H uma nova sensibilidade nas escolas pblicas, sobretudo, para a diversidade e suas mltiplas dimenses na vida dos sujeitos. Sensibilidade que vem traduzindo em aes pedaggicas de transformao do sistema educacional em um sistema inclusivo, democrtico e aberto diversidade. Como se pode notar, assumir a diversidade no currculo implica compreender o nosso caminhar no processo de formao humana que se realiza em um contexto histrico, social, cultural e poltico. Nesse percurso construmos as nossas identidades, representaes e valores sobre ns mesmos e sobre os outros.

1.6 - Currculo e Avaliao

A avaliao uma das atividades que ocorre dentro de um processo pedaggico. Este processo inclui outras aes que implicam na prpria formulao dos objetivos da ao educativa, na definio de seus contedos e mtodos, entre

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outros. A avaliao, portanto, sendo parte de um processo maior, deve ser usada tanto no sentido de um acompanhamento do desenvolvimento do estudante, como no sentido de uma apreciao final sobre o que o estudante pde obter em um determinado perodo, sempre com vistas a planejar aes educativas futuras. Quando acontece ao longo do processo, com objetivo de reorient-lo, recebe o nome de avaliao formativa e quando ocorre o final do processo, com a finalidade de apreciar o resultado deste, recebe o nome de avaliao somativa. Uma no nem pior, nem melhor que a outra, elas apenas tm objetivos diferenciados. A prtica da avaliao pode acontecer de diferentes maneiras. Deve estar relacionada com a perspectiva para ns coerente com os princpios da aprendizagem que adotamos e com o entendimento da funo que a educao escolar deve ter na sociedade. Se entendermos que os estudantes aprendem de variadas formas, em tempos nem sempre to homogneos, a partir de diferentes vivncias pessoais e experincias anteriores e, junto a isso, se entendermos que o papel da escola deva ser de incluir, de promover crescimento, de desenvolver possibilidades para que os sujeitos realizem aprendizagens vida afora, de socializar experincias, de perpetuar e construir cultura devemos entender a avaliao como promotora desses princpios. A avaliao tem como foco fornecer informao acerca das aes de aprendizagem e, portanto, no pode ser realizada apenas ao final do processo, sob pena de perder seu propsito. Segundo Allal (1986, p.176), os processos de avaliao formativa so concebidos para permitir ajustamentos sucessivos durante o desenvolvimento e a experimentao de currculo. Perrenoud (1999, p. 143) define a avaliao formativa como um dos componentes de um dispositivo de individualizao dos percursos de formao e de diferenciao das intervenes dos enquadramentos pedaggicos. Outro aspecto fundamental de uma avaliao formativa diz respeito construo da autonomia por parte do estudante, na medida em que lhe solicitado um papel ativo em seu processo de aprender. Ou seja, avaliao formativa, tendo como foco o processo de aprendizagem, numa perspectiva de interao e de dilogo, coloca tambm no estudante, e no apenas no professor, a

responsabilidade por seus avanos e suas necessidades. Para tal, necessrio que o estudante conhea os contedos que ir aprender, os objetivos que dever alcanar, bem como os critrios que sero utilizados para verificar e analisar seus

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avanos de aprendizagem. Por fim, podemos dizer que avaliao formativa aquela que orienta os estudantes para a realizao de seus trabalhos e de suas aprendizagens, ajudando-os a localizar suas dificuldades e suas potencialidades, redirecionando-os em seus percursos. Isso deve alertar o professor para a necessidade de uma relao bem sucedida, motivadora e positiva para com o estudante durante o processo de aprendizagem, no qual se evita o uso de procedimentos e aes que contribuam para a criao de uma autoimagem negativa. 1.7 O Currculo e os Temas Transversais produo de texto 1.8 A Educao do Campo no Currculo Escolar Embora o Brasil sendo um pas eminentemente agrrio, a Educao do Campo sequer foi mencionada nos textos constitucionais at 1981 evidenciando o descaso desta nao. A partir da, as leis que se aprovaram, na prtica, dificilmente foram realizadas e no foram suficientes para, de fato, melhorar as condies existentes. Na Constituio de 1934, a Unio disponibilizou 20% das cotas para Educao na Zona Rural. Trs anos depois, fundou instituies para auxiliar os jovens do campo. Na Lei 4.024/61, ressalta a importncia da formao dos educadores do campo. Na 5.692/71 acrescenta a adequao do calendrio escolar. Enfim a LDB 9.394/96 institui a adequao do currculo s peculiaridades da vida rural e metodologias apropriadas s reais necessidades e interesses dos educandos. Mais de um sculo e as leis implantadas no alcanaram melhoras significantes. A falta desse olhar deixou como herana um quadro de precariedade no funcionamento das escolas do campo, tais como: a infra-estrutura inadequada, salrios atrasados e defasados, educadores mal qualificados, escolas mal distribudas geograficamente, grande nmero de docentes na funo sem vocao, ausncia de formao inicial. Falta de concursos pblicos e uma organizao curricular descontextualizada da realidade do povo campesino. Alm desses fatores bsicos, a ideologia das autoridades que regem a educao ainda est impregnada pelo urbanocentrismo, pois no conseguiram superar a dicotomia entre o rural e o urbano. Muitos vem o campo como dois

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lugares que possuem tempos diferentes, realidades opostas, no entanto estes lugares co-existem, pois muito do que est na cidade foi produzido no campo e viceversa. Outro ponto de vista o sentimento de pertena, se os sujeitos no se sentirem pertencentes ao campo ou a cidade no conseguiro desenvolver suas competncias que faz com que possam defender suas idias e repassar de gerao para gerao, pois os sentimentos dos que vivem na e da terra com todo o ecossistema no so os mesmos dos que vivem na cidade. Tanto a superao da dicotomia entre o rural e o urbano quanto a necessidade de recriar os vnculos de pertena ao campo, so dois dos elementos que fundamentam a educao do campo. A concretizao desses dois fundamentos dependem da implementao dos Princpios e Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica das Escolas do Campo. 1.8.1 - Princpios da Educao do Campo

I A Educao do Campo de qualidade um direito dos povos do campo; II A Educao do Campo e o respeito s organizaes sociais e o conhecimento por elas produzidos; III A Educao do Campo no Campo; IV A Educao do Campo enquanto produo de cultura; V A Educao do Campo na formao de sujeito; VI A Educao do Campo como formao humana para o

desenvolvimento sustentvel; VII A Educao do Campo e o respeito s caractersticas do campo;

- Diretrizes Operacionais da Educao do Campo

Dentre os 16 artigos que foram institudos pela Resoluo CNE/CEB N 1, de 03 de abril de 2002, os de maior relevncia e que podem provocar, a longo prazo, mudanas fundamentais na estrutura das escolas do campo se configuram da seguinte forma: Art. 8 Inc. I Direcionamento das atividades curriculares e pedaggicas para um projeto de desenvolvimento sustentvel;

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Art. 12. Onde prev a formao inicial em curso de licenciatura, estabelecendo como qualificao mnima, para a docncia da Educao Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o curso de formao de professores em Nvel Mdio, na modalidade Normal; Art. 13 Inc II Propostas Pedaggicas que valorizem, na organizao do ensino, a diversidade cultural e os processos de interao e transformao do campo, a gesto democrtica, o acesso ao avano cientfico e tecnolgico e respectivas contribuies para a melhoria das condies de vida e fidelidade aos princpios ticos que norteiam a convivncia solidria e colaborativa nas sociedades democrticas. Percebe-se que as polticas pblicas j institudas so satisfatrias para melhorar a qualidade da Educao do Campo. O grande desafio e compromisso dos dirigentes em garantir de fato a implementao destas leis. Em Coroat, nos ltimos 03 anos a realidade da Educao do Campo tem se transformado para melhor 29% das escolas de barraco foram construdas de alvenaria; boa parte dos educandos j estuda informtica, salrios atualizados, transporte escolar de qualidade, Insero de profissionais para cada rea de conhecimento na Educao do Campo. Por conseguinte, os desafios ainda so enormes, e nesse contexto a SEMED visando a realidade do campo como um espao em que os formadores esto em constante reflexo sobre as constantes relaes vividas por eles e com eles importante que adotem concepes que trabalhem de forma integral. Nesse contexto o Educador do campo deve: Especializar-se nos conhecimentos acerca de sua rea de trabalho. Isso implica na formao contnua dos programas oferecidos pela SEMED e Governo Federal; Conhecer profundamente a histria do povo da comunidade na qual a escola est inserida, para que de fato, possa inserir esses conhecimentos em seu fazer pedaggico; Provocar a reflexo constante dos educandos, levando-os o que so e o que querem ser; Inovar as prticas pedaggicas de forma criativa utilizando recursos da prpria comunidade para facilitar a construo ou entendimento dos contedos; Manter postura tica equilibrada e coerente com o que ensina na sala de aula e fora dela;

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As concepes, princpios, fundamentos, diretrizes, fatos histricos e atuais da Educao do Campo aqui propostos provavelmente fomentaro reflexo e possibilitaro que as Propostas Pedaggicas das Unidades de Ensino possam ter um delineamento na construo e proposio desses documentos que nortearo o trabalho dos educadores no intuito de melhorar a vida no campo.

2 - Escolas que queremos para o Municpio De acordo com o Regimento Interno da Rede Municipal de Ensino de Coroat e a Constituio Brasileira, a educao dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais da solidariedade humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho. Portanto queremos escolas que: a) Vivenciem os princpios do patriotismo, da solidariedade, da justia, da

participao, do comprometimento, do amor e da paz, para a construo de uma sociedade justa e fraterna; b) Estejam abertas evoluo dos tempos, que realizem seus trabalhos

com autonomia e responsabilidade, incentivando tanto aos educandos como aos educadores que desenvolvam relacionamentos democrticos,

criatividade e o respeito mtuo; c) Sejam formadoras de conscincia crtica, que saibam apreciar o que

belo e bom, e que desenvolvam o respeito s tradies, mantendo o seu compromisso com a educao transformadora, que mostre alegria, acolhimento, tolerncia, compaixo, cortesia, simplicidade e paz; d) Preparem seus educandos para a vida, na disciplina, no respeito, num

estreito relacionamento com a famlia, que seja organizada e fraterna; e) Escolas de qualidade onde no haja autoritarismo nem discriminao,

que proporcione o desempenho fsico e intelectual; f) g) Sejam espao de reflexo e ao, na busca do novo, do direito vida; Valorizem seus profissionais, adaptando as grades curriculares

realidade dos seus alunos, colocando em ao propostas de educao voltadas para os valores humanos e cristos e tenha um quadro de professores qualificados para o desempenho de suas funes e

comprometidos com a formao de seus alunos. Escolas que levem a srio o compromisso de buscar conhecimentos teis para as prticas educativas

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dos indivduos, em que cada aluno receba a ateno necessria para desenvolver suas potencialidades. Enfim, queremos escolas que se preocupem em educar para a cidadania, a solidariedade e a paz. h) Escolas que fomentem nos aprendizes uma viso empreendedora,

dentro da perspectiva da sustentabilidade.

3 - Objetivos Gerais do Ensino Fundamental

De acordo com o art. 22 da lei n 9394/96 o objetivo geral do Ensino Fundamental desenvolver o educando, assegurando-lhe a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania fornecendo meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores e a mesma lei no art.32 estabelece desenvolvimento de capacidades de aprender tendo como meio bsico o pleno domnio da leitura, escrita e do clculo. De acordo com os PCNs a finalidade do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de: Compreender a cidadania como participao social e poltica assim como o exerccio de direitos e deveres polticos civis e sociais adotando no dia-a-dia atitudes de solidariedade e cooperao e repdio s injustias, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; Posicionar-se de maneira crtica, responsvel e construtiva nas diferentes situaes sociais, utilizando o dilogo como forma de mediar conflitos e de tomar decises coletivas; Saber utilizar diferentes fontes de informao e recursos tecnolgicos para adquirir e construir conhecimentos; Adquirir hbitos higinicos, conhecendo o prprio corpo, agindo com responsabilidade em relao sua sade e a sade coletiva; Conhecer caractersticas fundamentais do Brasil nas dimenses sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noo de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinncia ao pas; Conhecer e valoriza a pluralidade do patrimnio sociocultural brasileiro, bem como os aspectos socioculturais de outros povos e naes, posicionando-se contra qualquer discriminao baseada em diferenas culturais, de classe social, de crenas, de sexo, de etnia ou outras caractersticas individuais sociais;

46 Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interaes entre eles, contribuindo ativamente para melhoria do meio ambiente; Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiana em suas estticas de interrelao pessoal e de insero social, para agir com perseverana na busca de conhecimento e no exerccio de cidadania; Conhecer o prprio corpo e dele cuidar, valorizando e adaptando hbitos saudveis como um dos aspectos bsicos da qualidade de vida, agindo com responsabilidade em relao sua sade e sade coletiva; Utilizar as diferentes linguagens (verbal, musical, matemtica, grfica, plstica e corporal) como meio para produzir, expressar e comunicar suas idias, interpretar e usufruir das produes culturais, em contextos pblicos e privados, atendendo as diferentes interaes e situaes de comunicao; Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolv-los, utilizando para isso o pensamento lgico, a criatividade, a intuio, a capacidade de anlise crtica, selecionando procedimentos e verificando sua adequao. 4 - Ciclo de Alfabetizao para Crianas de 6 a 8 anos

Com a ampliao do Ensino Fundamental para nove anos de durao, consideramos um momento relevante para assegurarmos que os anos iniciais do Ensino Fundamental sejam organizados de maneira mais coerente com os tempos de desenvolvimento-aprendizagem da infncia. Assegurando que as crianas, por exemplo, de 06 a 08 anos de idade no sofram rupturas e impactos negativos no seu processo de escolarizao. 5 ESTRUTURAO DOS COMPONENTES CURRICULARES 5. 1 - Lngua Portuguesa 5.1.1 - Providenciar textos com a fundamentao sobre a Lngua Portuguesa 5.1.2 Objetivos para o ensino de Lngua Portuguesa O ensino da lngua portuguesa durante os 5 anos das sries iniciais deve: Desenvolver as quatro habilidades fundamentais: ler e escrever, falar e ouvir. Essas quatros capacidades tipicamente humana devem ser exploradas e

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intensificadas no mbito da escola, mediante aes sistemticas, cada vez mais profundas e complexas, de reflexo lingustica. Conhecer as propriedades dos diferentes gneros textuais,

desenvolvendo a capacidade de compreenso e interpretao da leitura; Expandir o uso da linguagem em instncias privadas e utiliz-las com eficcia em instncia pblicas, sabendo assumir a palavra e produzir texto, tanto orais como escritos, coerentes, coesos, adequados a seus destinatrios, aos objetivos a que se propem e aos assuntos tratados; Compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em diferentes situaes de participao social, interpretando-os corretamente e inferindo as intenes de quem os produz; Compreender o sentido nas mensagens orais e escritas de que destinatrio ou indireto: Saber atribuir significado, possivelmente relevantes segundo os propsitos e intenes de autor; Participar textos escritos coesos e coerentes, considerando o leitor e o objeto da mensagem, comeando a identificar o gnero e o suporte que melhor atendem inteno comunicativa; Ler autonomamente diferentes textos dos gneros previstos para a srie, sabendo identificar aqueles que respondem s duas necessidades imediatas e selecionar estratgias adequadas para abord-las; Produzir textos escritos, coesos e coerentes, dentro dos gneros previstos para srie, ajustados a objetivos e leitores determinados; Revisar seus prprios textos, a partir de uma primeira verso e, com ajuda do professor, redigir as verses necessrias at consider-lo suficientemente bem escrito para o momento.

5.1.3 contedos Programticos e habilidades 5.1.4 - orientaes metodolgicas 5.1.5 - avaliao

5. 2

Matemtica

5.2.1- Providenciar textos com a fundamentao sobre a Matemtica 5.2.2 Objetivos para o ensino da matemtica O ensino de matemtica durante os 5 anos das sries iniciais deve:

48 Construir o significado do nmero natural a partir de seus diferentes usos no contexto social, explorando situaes - problemas que envolvam contagens, medidas e cdigos numricos; Resolver situaes - problema e construir, a partir delas, os significados das operaes fundamentais, buscando reconhecer que uma mesma operao est relacionada a problemas diferentes e um mesmo problema pode ser resolvido pelo uso de diferentes operaes; Desenvolver procedimentos de clculos mental, escrito, exato, aproximado pela observao de regularidade e de propriedades das operaes e pela antecipao e verificao de resultados; Identificar o uso de tabelas e grficos para facilitar a leitura e interpretao de informaes e construir formas pessoais de registros para comunicar informaes coletadas; Posicionar-se de maneira crtica, responsvel e construtiva nas diferentes situaes sociais, utilizando o dialogo como forma de mediar conflitos e de tomar decises coletivas; Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvlos, utilizando para isso o pensamento lgico, a criatividade, a inteno, a capacidade de anlise crtica, selecionando procedimentos e verificando sua adequao; Refletir sobre a grandeza numrica, utilizando a calculadora como instrumento para produzir e analisar escritas 5.2.3 - contedos Programticos e habilidades 5.2.4 5.2.5 5.3 - orientaes metodolgicas - avaliao Cincias Naturais

5.3.1 - Providenciar textos com a fundamentao sobre Cincias Naturais 5.3.2 Objetivos para o ensino de Cincias Naturais O ensino de cincias naturais dever ento se organizar de forma que ao final do ensino fundamental os educandos(a) tenham desenvolvidos as seguintes capacidades: Perceber que os conhecimentos do mundo das cincias so construes humanas que se constituem como um conjunto de paradigmas compartilhados por uma comunidade cientfica onde na interlocuo de sujeitos,

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chega-se ao consenso, sem verdades absolutas e perceber que ao ensinar essa cincia, no podemos faz-la como imposio de verdades; Compreender a natureza como um todo dinmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformaes do mundo em que vive; Saber utilizar conceitos cientficos bsicos, associados energia, matria, transformao, espao, tempo, sistema, equilbrio e vida; Reconhecer combinaes de leituras, observaes, experimentos e registros para coleta, organizao, comunicao e discusso de fatos e informaes; Identificar a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessrios daqueles prejudiciais ao equilbrio da natureza e ao homem; Observar, registrar e comunicar algumas semelhanas e diferenas entre diversos ambientes identificando a presena comum de gua, seres vivos, ar, calor, solo e caractersticas especficas dos ambientes diferentes; Organizar e registrar informaes por meio de desenhos, quadros, esquemas, listas e pequenos textos, sob orientao do professor; Valorizar atitudes e comportamentos favorveis sade, em relao alimentao e higiene pessoal, desenvolvendo a responsabilidade no cuidado do prprio corpo e com os espaos que habita; Compreender o corpo humano como um todo integrado e a sade como bem-estar fsico, social e psquico do individuo; Caracterizar materiais reciclveis e processos de tratamento de alguns materiais do lixo, matria orgnica, papel, plstica etc; Identificar as defesas naturais e estimuladas (vacinas) do corpo. 5.3.3 - contedos Programticos e habilidades 5.3.4 - orientaes metodolgicas 5.3.5 - avaliao

5.4

Histria e Educao das Relaes tnico Raciais rever estes

componentes curriculares e estes objetivos 1.1 - Providenciar textos com a fundamentao sobre a Histria 1.2 Objetivos para o ensino de Histria O ensino de histria e geografia tm como nfase os conceitos de tempo e espao, que so construes que se iniciam com o nascimento da criana.

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Espera-se

que,

ao

longo

do

ensino

fundamental,

os

alunos

gradativamente possam ler e compreender sua realidade, posicionar-se, fazer escolhas e agir criteriosamente. Nesse sentido os alunos devero ser capazes de: Identificar o prprio grupo de convvio e as relaes que estabelecem com outros tempos e espaos; Reconhecer mudanas e permanncias nas vivncias humanas, presentes na sua realidade e em outras comunidades, prximas ou distantes no tempo e no espao; Valorizar o patrimnio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um direito dos povos e indivduos como um elemento de fortalecimento da democracia; Comparar acontecimentos no tempo tendo como referncia e autoridade, posteriormente e simultaneamente; Caracterizar o modo de vida de uma coletividade indgena, que vive ou viveu na regio distinguindo suas dimenses econmicas, sociais, culturais, artsticas e religiosas; Estabelecer relaes entre o presente e o passado; Conhecer a histria da frica e indgena no Brasil e suas contribuies nas reas sociais, econmica e poltica, pertinentes a histria do Brasil; Saber da histria dos quilombolas e identificar comunidades

quilombolas no municpio; Refletir sobre algumas relaes sociais, econmicas, polticas e culturais que a sua coletividade estabelece ou estabeleceu com outras localidades, no presente e no passado, conhecendo assim a histria no municpio, do Estado e do Pas. 1.3 contedos Programticos e habilidades 1.4 - orientaes metodolgicas 1.5 - avaliao

5.5 - Geografia 1.1 - Providenciar textos com a fundamentao sobre Geografia 1.2 Objetivos para o ensino de Geografia

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O estudo da lngua cartogrfica, por sua vez, tem reafirmado sua importncia, desde o inicio da escolaridade e durante os 5 anos do ensino fundamental os(a) educando(s) precisam aprende