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    PROPOSTA CURRICULAR DE HISTRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL - 6 A 9 ANO

    AUTORES DA PROPOSTA:Lana Mara de Castro Siman - CoordenadoraLuiz Carlos VillaltaMaria Therezinha Nunes

    COLABORADORA:Claudia Sapag Ricci

    Apresentao

    Estabelecer os conhecimentos, as habilidades e competncias a serem adquiridos pelos alunosna educao bsica, bem como as metas a serem alcanadas pelo professor a cada ano, umacondio indispensvel para o sucesso de todo sistema escolar que pretenda oferecer servioseducacionais de qualidade populao. A definio dos contedos bsicos comuns (CBC) para

    os anos finais do ensino fundamental e para o ensino mdio constitui um passo importante nosentido de tornar a rede estadual de ensino de Minas num sistema de alto desempenho.

    Os CBCs no esgotam todos os contedos a serem abordados na escola, mas expressam osaspectos fundamentais de cada disciplina, que no podem deixar de ser ensinados e que o alunono pode deixar de aprender. Ao mesmo tempo, esto indicadas as habilidades e competnciaque ele no pode deixar de adquirir e desenvolver. No ensino mdio, foram estruturados em doisnveis para permitir uma primeira abordagem mais geral e semiquantitativa no primeiro ano, e umtratamento mais quantitativo e aprofundado no segundo ano.

    A importncia dos CBCs justifica tom-los como base para a elaborao da avaliao anual do

    Programa de Avaliao da Educao Bsica (PROEB), para o Programa de Avaliao daAprendizagem Escolar (PAAE) e para o estabelecimento de um plano de metas para cada escola.O progresso dos alunos, reconhecidos por meio dessas avaliaes, constituem a refernciabsica para o estabelecimento de sistema de responsabilizao e premiao da escola e de seusservidores. Ao mesmo tempo, a constatao de um domnio cada vez mais satisfatrio dessescontedos pelos alunos gera conseqncias positivas na carreira docente de todo professor.

    Para assegurar a implantao bem-sucedida do CBC nas escolas, foi desenvolvido um sistemade apoio ao professor que inclui: cursos de capacitao, que devero ser intensificados a partir de2008, e o Centro de Referncia Virtual do Professor (CRV), o qual pode ser acessado a partir dostio da Secretaria de Educao (http://www.educacao.mg.gov.br). No CRV encontrase sempre a

    verso mais atualizada dos CBC, orientaes didticas, sugestes de planejamento de aulas,roteiros de atividades e frum de discusses, textos didticos, experincias simuladas, vdeoseducacionais, etc; alm de um Banco de Itens. Por meio do CRV os professores de todas asescolas mineiras tm a possibilidade de ter acesso a recursos didticos de qualidade para aorganizao do seu trabalho docente, o que possibilitar reduzir as grandes diferenas queexistem entre as vrias regies do Estado.

    Vanessa Guimares Pinto

    IntroduoAs mudanas propostas no Contedo Bsico Comum (CBC) foram norteadas pela preocupaode torn-lo mais operacional e exeqvel de acordo com a diversidade da realidade das EscolasEstaduais. Os tpicos obrigatrios foram estabelecidos com habilidades e contedos a serem

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    ensinadas durante as quatro sries finais do ensino fundamental. Dessa maneira, pretende-seconstruir uma base comum de conhecimentos para os alunos da rede estadual de ensino.

    Foram considerados tpicos obrigatrios aqueles de relevncia em uma das estruturas lgicasda disciplina, conservando-se o CBC original; O tpico obrigatrio envolve conceitos e contedos fundamentais para a construo doconhecimento histrico, tendo com eixo principal a Histria do Brasil e a construo da cidadania;

    Foi considerada, para a seleo dos tpicos, a importncia a eles atribuda pelos professoresdas Escolas Referncia, assim como as discusses realizadas no encontro de rea realizado emnovembro de 2005; Considerou-se, para a reestruturao do CBC, a metade da carga horria da disciplina ao longodas quatro sries finais do ensino fundamental, tomando como parmetro uma carga horria de 2horas/aulas semanais. Feito o clculo, os professores devem dispor de uma carga horria de,pelo menos, 160 horas/aula para o trabalho com os tpicos obrigatrios do CBC ao longo dosquatro anos finais do Ensino Fundamental; Pensou-se a mdia de 6 horas/aula para o trabalho com cada tpico obrigatrio, considerando-se que alguns deles podem ser trabalhados com mais ou menos tempo. A distribuio dos tpicosobrigatrios ao longo dos quatro anos precisa ser planejada, considerando-se o nmero de

    habilidades a serem vencidas; O professor dispe de metade da carga horria da disciplina para deter-se mais emdeterminados tpicos obrigatrios e deve-se definir tempo para se trabalhar os tpicoscomplementares e/ou outras demandas do projeto pedaggico da escola; Os tpicos obrigatrios so apresentados em algarismos arbicos na tabela do CBC; logoabaixo deles, esto os tpicos complementares em algarismos romanos, ambos acompanhadosdas habilidades, na coluna correspondente, discriminadas tambm em negrito e itlico; Foram realizadas mudanas de tpicos em termos de localizao em tema ou subtema ou afuso de tpicos do CBC original; Algumas habilidades foram suprimidas, modificadas e/ou acrescentadas.

    Sentido para o Estudo da Disciplina

    No atual contexto poltico, social e educacional atribudo ao ensino da Histria o papel de formaro cidado que, dentre outras caractersticas, seja capaz de compreender a histria do Pas e domundo como um conjunto de mltiplas memrias e de experincias humanas.

    Os Parmetros Curriculares Nacionais, propostos pelo MEC, orientam os currculos em geral, e ode Histria, em particular, para construo de uma nova concepo de cidadania. Estedocumento prope rupturas com uma histria centrada na formao de um determinado tipo de

    representao de nacionalidade, assim como numa histria centrada na cultura branca europia.A diversidade cultural e sua importncia para o avano da cidadania no Brasil se constitue naideia central para a formao das identidades das novas geraes e das finalidades do ensino daHistria. Esta perspectiva sintoniza-se com o que tem animado as atuais produeshistoriogrficas e as muitas das inovaes no ensino de Histria, no Brasil e no mundo ocidental.

    Uma das questes que mais tem desafiado os professores de Histria engajados em processosde mudanas curriculares e de suas prticas de sala de aula a de criar as condies para queos alunos elaborem novos sentidos e significados para estudo da Histria. Tradicionalmente, aHistria vista como o estudo do passado e/ ou como memorizao de fatos e datas dosprincipais acontecimentos, em geral de ordem poltica, militar ou diplomtica dos pases. Essa

    representao da histria funciona como um dos obstculos ao processo de ensino-aprendizagem da Histria e, portanto, um desafio para o trabalho do professor em sala de aula.Alm dessa representao da histria e do seu ensino, podemos assinalar um outro desafio.

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    Concordando com Hobsbawm, diramos que os jovens de hoje crescem numa espcie depresente contnuo, sem qualquer reao orgnica com o passado pblico da poca em que vivem(...). Para esse historiador, a destruio do passado - ou melhor, dos mecanismos sociais quevinculam nossa experincia pessoal das geraes passadas - um dos fenmenos maiscaractersticos e lgubres (...). Esse processo de esquecimento do passado pode, como assinalaJohn Poster (1973), comprometer o desenvolvimento da noo de temporalidade histrica, poisessa depende da aquisio do sentido do tempo. Compreender a Histria requer um sentido da

    existncia da relao presente, passado e futuro; requer um sentimento de pertencer, de estardentro da histria. Requer, igualmente, que os sujeitos tomem a histria no como algo dado,como uma verdade acabada e imutvel. Como nos lembram Laville e Martineau, o ensino deHistria deve propiciar aos alunos Constatarem que as realidades presentes no tm razo deser por elas mesmas, no so imutveis e fechadas, prisioneiras de uma espcie de ordemnatural, mas ao contrrio se inscrevem num processo de mudana e de intervenes humanas; eque, portanto, ns podemos agir sobre elas.

    Atualmente, prope-se um ensino de Histria comprometido com o avano da democracia e dacidadania - processos sociais e polticos para os quais se espera a contribuio das novasgeraes.

    Hoje, a educao para a cidadania, prioriza a aquisio de instrumentos intelectuais e a formaode atitudes para uma efetiva participao na esfera pblica, de maneira motivada, consciente eesclarecida; prioriza o estimulo a descoberta, o respeito e o reconhecimento do outro, de outrasculturas e valoriza a diversidade etnico-cultural e a convivncia saudvel com a diferena. Emsntese, a educao para a cidadania orienta-se para a formao de cidados livres,responsveis, autnomos e solidrios promovendo o desenvolvimento do esprito democrtico epluralista, respeitador dos outros e das suas idias, aberto ao dilogo e livre troca de opinies,formando cidados capazes de julgarem com esprito crtico e criativo o meio social em que seintegram e de se empenharem na sua transformao progressiva (...) (PROENA, 1999:27).

    Nesse sentido, esse programa visa, de um lado, possibilitar aos jovens (pr-adolescentes eadolescentes) o desenvolvimento de habilidades e atitudes necessrias ao exerccio de umacidadania participativa, crtica e comprometida com os valores democrticos. De outro, visa odesenvolvimento do raciocnio histrico, a escolha e tratamento dos temas a partir das questesdo presente, priorizando os precedimentos e a diversidade de fontes na construo doconhecimento histrico.

    A seguir, apresenta-se um conjunto de diretrizes que, em consonncia com as novas finalidadesatribudas ao ensino da Histria, visam orientar a prtica docente na consecuo deaprendizagens (conhecimentos, habilidades, conceitos e atitudes) pelos alunos.

    Diretrizes para as Quatro ltimas Sries do Ensino Fundamental

    Buscar Sintonia com as Renovaes Historiogrficas

    A partir dos meados dos anos 80, houve amplos debates, tanto em mbito internacional como noBrasil, em busca de novos caminhos para o ensino de Histria. Partindo do meio acadmico, asdiscusses chegaram no final da dcada at a escola de 1 e 2 graus. Esta intensificao denovas buscas para se dar novo sentido ao ensino de histria teve origens diversas: nas crticasaos programas elaborados, naquela dcada e nas anteriores, expressas em suas orientaes

    positivistas e, depois, marxistas e, finalmente, na repercusso e divulgao das novas tendnciashistoriogrficas.

    As tendncias historiogrficas francesas, que tiveram origem na Escola dos Annales, no final da

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    dcada de 20, e na sua terceira gerao, que lanou a obra organizada por Le Goff e,posteriormente, a Histria social inglesa e a nova histria cultural, passaram a marcar de maneiradefinitiva a produo historiogrfica brasileira e, progressivamente, o ensino da Histria. Essarenovao historiogrfica coloca em evidncia novos temas, novos objetos e novos mtodos paraa produo do conhecimento histrico.

    O que os historiadores das novas tendncias historiogrficas tm em comum o fato de

    realizarem vrios rompimentos com a histria positivista e/ou metdica. Dentre esses seassinalam: a negao da idia de objetividade e de transparncia absolutas dos documentos.Estes, enquanto registros das aes e dos ideais dos homens no tempo, s podem servir comoevidncias para a construo de explicaes histricas se devidamente interrogadas pelohistoriador a partir de questes do presente. O conhecimento histrico deixa, assim, de ser meraduplicao do real. O conhecimento histrico, embora ancorado no real e com o objetivo deexplic-lo, torna-se uma construo intelectual resultante do dilogo entre categorias conceituais -e evidncias; entre estas e a viso de mundo ao qual o historiador se filia. Assinala-se, ainda, oabandono da viso linear da histria, passando-se a atentar para as relaes de mudana epermanncia ao longo do tempo, para a existncia de mltiplas temporalidades coexistindo nummesmo tempo cronolgico; a interdisciplinaridade com as demais cincias sociais, como a

    antropologia, a sociologia, a geografia a psicologia, entre outras.

    Alm desses rompimentos, os objetos do conhecimento histrico se deslocaram dos grandesfatos nacionais ou mundiais para a investigao das relaes cotidianas, dos grupos excludos edos sujeitos sociais construtores da histria.

    O que passou a dar significado histria foram as relaes sociais existentes no cotidiano; asrelaes de poder explcitas ou ocultadas, as resistncias, as diversidades culturais e apercepo de mltiplas temporalidades expressas em mudanas e permanncias, a busca daconstruo da identidade dos sujeitos histricos, da construo da histria local, das inter-relaes do local com o regional, o nacional e o mundial. o conhecimento histrico se fazendo

    sob a presso da prpria histria.

    Neste contexto de mudanas historiogrficas e sociais, a prpria noo de nacionalidade seredefine. Esta no se assentar mais sobre a idia da homogeneidade, da unidade de interessese de projetos, mas sobre a idia da diferena, dos conflitos, das contradies ecomplementaridades, e estas no s sob o plano poltico-ideolgico, ou sob o plano econmico,mas tambm sob o plano tnico-cultural, de gnero, etc.

    Paralelamente s renovaes historiogrficas assinaladas, novas concepes de ensinoaprendizagem oriundas da teoria scio-construtivista do conhecimento, das teorias genticas escio-histricas da aprendizagem e do desenvolvimento cognitivo e social propiciaram aconstruo de novos saberes histricos escolares e de novas concepes e prticas do ensino daHistria.

    Desenvolvimento do Raciocnio Histrico

    O desenvolvimento do raciocnio histrico, em oposio a um ensino que visa apenas memorizao, implica vrias mudanas nas concepes e prticas do ensino da Histria.

    Esta perspectiva vem ao encontro da direo dominante que tem assumido as mudanas noensino de histria a partir da dcada de 70, em vrias partes do mundo, que pode ser confirmada

    por Thompson (1984). Para esse pesquisador ingls, existe um trao central em todas assugestes de mudana no ensino de histria nos ltimos 30 anos. O que se tornou central a serensinado no o passado tal como aconteceu, mas sim a forma como podemos adquirir nossoconhecimento sobre o passado. Nesse sentido, as prticas e estratgias pedaggicas devemvisar ao desenvolvimento de capacidades relacionadas construo do conhecimento histrico: a

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    observao, a formulao de questes, o levantamento de hipteses explicativas, a anlise einterpretao de fontes histricas com vistas construo da escrita da histria. Por sua vez, necessrio tambm que o professor possibilite aos alunos desenvolver capacidades de ler einterpretar as fontes e produzir a sua prpria interpretao oral e escrita. As informaes s nossero reveladas se as situarmos no tempo e espao de sua produo: quem as produziu e comqual intencionalidade, quando, onde e sob que formas de registro. Alm disso, devemosconsiderar que cada forma de registro tem uma linguagem prpria: a linguagem fotogrfica, a

    pintura artstica, a linguagem oral, musical, potica, literria, cinematogrfica, a linguagem oficial(legislao, tratados, cdigos). Essas linguagens exigem a aprendizagem de suasparticularidades, de suas tcnicas, estilos, os quais guardam relao com o tempo e as culturasque as produziram.

    A curiosidade outro ponto a ser considerado no desenvolvimento do raciocnio histrico dosalunos e dever ser estimulada pelo professor. Parte-se do pressuposto de que os alunos, nessafaixa etria, compreendero a relao presente, passado e futuro ao tomarem conscincia dacondio humana no passado, percebendo como homens, mulheres e crianas viviam erespondiam aos desafios impostos a eles no seu tempo. Certamente, suas perguntas ao passadosero formuladas a partir dos seus interesses, das suas vivncias sociais presentes. E isto tem

    relao com a investigao cientfica na medida em que se apia em atitudes dequestionamentos. A investigao pressupe perguntas e no apenas verificao de como ascoisas ocorreram. Assim, eles devem ser estimulados a questionar: Por que as coisasaconteceram desta maneira? Como as pessoas viveram e responderam a determinadassituaes no passado? O que estas respostas influenciaram o nosso presente? O que mudou e oque permaneceu? As coisas mudaram da mesma forma em tempos e sociedades diferentes? Oshomens reagem de forma igual nas mesmas situaes? Existem diferenas?

    Desenvolvimento da Perspectiva Temporal

    O desenvolvimento do raciocnio histrico supe um trabalho diferenciado com a concepo

    histrica do tempo e de suas formas de marcao e apreenso em diferentes culturas. O tempohistrico, como uma construo social, no se limita ao tempo cronolgico, sucesso linear dosacontecimentos no tempo fsico. As capacidades de ordenao, de sucesso, de durao, desimultaneidade e de quantificao do tempo necessrias para lidar com a temporalidade histricano so suficientes para o seu alcance. O tempo histrico produto das aes, relaes e formasde pensar dos homens, e essas aes variam ao longo do tempo cronolgico. Em cada tempohistrico - ou em cada presente - coexistem relaes de continuidade e de rupturas com opassado, bem como perspectivas diferenciadas do futuro. Assim, as mudanas e permannciasque acontecem num determinado tempo no se explicam pelo que aconteceu num tempocronolgico imediatamente anterior; no entanto, no podemos prescindir da cronologia paraconstruir demarcaes dos processos histricos.

    A Histria-Problema

    A histriaproblema, preocupada em estudar e compreender as relaes entre o presente e opassado e as produes de conhecimento pelos alunos, tem sido constantemente evocada comoalternativa para se alcanar o objetivo pedaggico de prover de significado o ensino da Histria.No entanto, muitas dvidas so levantadas tanto quanto sua aplicabilidade quanto aos aspectostericos e conceituais a presentes. O que se entende por histria-problema e a sua adoo noprocesso de ensino-aprendizagem? O que se entende por construo do conhecimento histricopelos alunos? Quais as condies necessrias para levar sala de aula tais perspectivas? Em

    que medida esses aspectos se articulam?A evoluo recente da historiografia mostra, segundo Furet (1986), que ns passamos de umanarrao cronolgica, de reconstituio de fatos encadeados ao longo do tempo - para umahistria problema. A histria-problema, diferentemente da histria tradicional, visa ao exame

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    analtico de um problema, de questes atravs de diferentes perodos histricos.

    Na perspectiva da histria-problema, o historiador, como ressalta Furet (1986), abandona suapretenso de narrar tudo aquilo que se passou de importante na histria da humanidade ou deuma parte da humanidade. O historiador se torna consciente de que ele escolhe algumasquestes, em torno das quais ele construir o seu objeto de estudo, estabelecendo dilogo entreo presente e o passado. A delimitao do perodo e do conjunto de acontecimentos que deste

    fazem parte - como usual numa perspectiva tradicional da histria - no suficiente. Exige-se,ainda, que a delimitao de problemas para os quais se buscam respostas (nunca definitivas)estejam em relao com os problemas e questes colocados pelo presente.

    Para que a concepo de histria-problema possa ser posta em prtica, ser necessrio mudar adinmica de sala de aula, passando-se dos percursos tradicionais, centrados na figura doprofessor, expositor de contedos a serem memorizados pelos alunos, para a proposio deprticas escolares calcadas na concepo de construo do conhecimento pelo sujeito daaprendizagem, mediadas pelo professor.

    Do ponto de vista didtico-pedaggico, pretende-se que os alunos sejam sujeitos ativos de seus

    processos de aprendizagem. Esta perspectiva vai ao encontro da direo dominante que temassumido as mudanas no ensino de histria a partir da dcada de 70, em vrias partes domundo, que pode ser confirmada por Thompson (1984). Para esse pesquisador ingls do ensinode histria, existe um trao central em todas as sugestes de mudana no ensino de histria nosltimos 30 anos. O que se tornou central a ser ensinado no o passado tal como aconteceu,mas sim o como podemos adquirir o conhecimento sobre o passado.

    Projetos Interdisciplinares

    O CBC de Histria do Ensino Fundamental busca a integrao interdisciplinar. A exigncia dehoje no mais somente o alargamento das fronteiras internas s disciplinas. Tornouse

    fundamental a escolha de temas, ncleos temticos, problemas, que possibilitem aos alunoslanarem mos de conceitos, procedimentos cientficos, habilidades de diferentes campos dosaber para equacionarem as questes propostas.

    Esse enfoque favorece a formao de sujeitos capazes de lidarem com a complexidade da vidasocial e com a complexidade dos problemas que se apresentam no tempo presente. A naturezacomplexa da sociedade atual exige que se leve em conta, na anlise e equacionamento dosproblemas, um maior nmero de pontos de vista, o que pressupe a formao de vises maisglobalizadoras e estruturas mentais de raciocnio mais flexveis. Espera-se assim, que asaprendizagens que incluam a articulao das dimenses cientficas, tnicas, histricas, culturaisfavoream a formao de alunos melhor preparados para o exerccio da cidadania.

    Proposta Curricular Critrios de Seleo dos Contedos

    O CBC de Histria do Ensino Fundamental tem como eixo integrador o tema Histria eCidadania no Brasil. A escolha da questo-problema ou eixo norteador da proposta partiu deum problema contemporneo que pode ser traduzido na pergunta: Quais foram os processoshistricos de construo da cidadania e da democracia, considerando as caractersticas queessas apresentam hoje na sociedade brasileira? O entendimento equilibrado dos dilemas e dosdesafios hoje vividos pela sociedade brasileira depende, em grande medida, da compreenso,

    dos obstculos enfrentados para a construo de uma sociedade democrtica e cidad nopassado . Depende ainda, do entendimento das conquistas at agora logradas e dos caminhosainda por trilhar. A percepo dessa dialtica temporal crucial para se entender que o hojeno uma mera extenso do ontem e, tampouco, o amanh ser a seqncia linear da

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    atualidade. Porm, no h como negar que, em certa medida, o presente prolonga, re-edita ere-cria, em diversos nveis, experincias j afastadas no tempo. Em geral, somos levados acontemplar apenas as experincias recentemente vividas. Tendemos a esquecer que nossasvidas trazem fragmentos das vidas de outros tempos e, sem que o saibamos, estamos, aqui eali, a lhes dar continuidade. A compreenso desse emaranhado de questes um dosrequisitos bsicos para que os jovens entendam a si mesmos e, sobretudo, aprendam arespeitar e a conviver com as diferenas, sejam elas de que ordem for.

    Nesta proposta, a nfase atribuda ao estudo da dinmica histrica brasileira visa, dentre outrosaspectos, permitir uma melhor compreenso acerca dos problemas vividos pelos prpriosalunos. Foram abordados inicialmente os temas relativos dimenso local e regional dahistria ou seja, relativos s realidades mais prximas do aluno , partindo-se ento para aabordagem da dimenso histrica nacional em suas articulaes com a dimenso histricainternacional.

    Em consonncia com alguns documentos do Ministrio de Educao e da Secretaria Estadualde Educao de Minas Gerais, propoe-se um conjunto de objetivos para o ensino de Histria dosegundo segmento do Ensino Fundamental: Problematizar vises representaes e atitudes

    que, comprometem o avano dos sujeitos, dos grupos, das identidades sociais em direo emancipao poltica e social;

    Desenvolver a noo de historicidade das aes dos homens da realidade social e dosprocessos histricos; Promover a confrontao de verses e interpretaes sobre um mesmo acontecimentohistrico; Promover a aquisio de ferramentas intelectuais e a formao de atitudes de que capacite osalunos a participarem dos debates presentes no processo histrico brasileiro e nos processosinternacionais; Propiciar o desenvolvimento de atitudes de respeito e de compreenso com relao diversidade sociocultural das sociedades e da sociedade brasileira, em particular; Contribuir para a compreenso de problemas e questes do presente e de suas relaes coma dinmica de mudanas e permanncias dos processos histricos; Desenvolver habilidades necessrias ao estudo das diferentes fontes histricas; Desenvolver habilidades de leitura, interpretao e produo de textos histricos, de generosdiversos; Estimular a formao de atitudes e de negociaes e proposies coletivas para resoluo deproblemas comuns, reconhecendo o direito do outro de manifestar-se e apresentar suas idias; Incentivar a reflexo sobre valores individuais, de grupos socioculturais de referncia e valoresde outros grupos de tempos e espaos diferentes.

    Avaliao em Histria

    Esta proposta curricular, coerente com as renovaes no campo da historiografia e das novasconcepes de aprendizagem j expostas, prope a adoo de novas concepes e prticas deavaliao. A avaliao concebida como um processo que implica diagnstico,acompanhamento, busca de superao das dificuldades e no apenas provas e testes para mediro desempenho final dos alunos. Isso significa compreender a avaliao como parte do prprioprocesso de aprendizagem, constituindo-se num grande desafio no s para os professores deHistria, mas para o conjunto dos professores de uma mesma escola.

    A proposta de avaliao considera as habilidades a serem desenvolvidas em cada srie ou ciclode escolaridade. O desenvolvimento do raciocnio histrico, da perspectiva temporal e dainvestigao serviro de parmetro para a avaliao do desenvolvimento cognitivo dos alunos. No

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    entanto, necessrio que o professor esteja atento ao fato de que muitas das capacidadesrequeridas para o desenvolvimento do raciocnio histrico e da cidadania s sero consolidadasno decorrer de um perodo maior, exigindo persistncia no trabalho com um ncleo comum dehabilidades e atitudes por meio de estratgias de ensino e de avaliao, que estabeleamdiferentes graus de complexidade ao longo das quatro sries do Ensino Fundamental. Odesenvolvimento do raciocnio histrico supoe a ampliao das capacidades de leitura einterpretao de informaes diferentes fontes histricas, a identificao de fatos principais, o

    estabelecimento de relaes entre fatores, a construo de argumentaes com base em dados einterpretaes histricas diversas, a elaborao de idias-sntese, assim como aprender a lidarcom diferentes dimenses da temporalidade histrica. O desenvolvimento dessas capacidadesrequer dos professores um trabalho cuidadoso, sistemtico e muita sensibilidade s diferenas deritmo de aprendizagem dos seus alunos.

    As novas propostas de ensino-aprendizagem visam superar a aula puramente expositiva; valorizaaulas dialogadas, com questes e problemas que demandam a observao, o estabeleci20mento de relaes e atitudes de pensar e descobrir. Fazem parte destas novas prticaspedaggicas, o trabalho em grupo, os debates em sala de aula, o exerccio do dilogo, dapolmica e da argumentao. Essas estratgias permitem a exposio de pontos de vista

    diferentes e exigem a formao de atitudes que vo desde o respeito diversidade de opinies, acapacidade de ouvir e levar em conta o argumento do outro, colaborao na feitura de trabalhoscoletivos. Os instrumentos de avaliao propostos visam contemplar aspectos e atitudes deeducao histrica na esfera da sociabilidade dos alunos, dando especial ateno aodesenvolvimento de compromisso com o seu grupo, com a comunidade escolar, assim como como patrimnio histrico e cultural local e do Pas.

    Prev-se que a avaliao inclua, alm das provas, as observaes e registros dos professores,permitindo acompanhar atravs de fichas individuais o desenvolvimento das habilidades deraciocnio, o processo de construo de cada aluno, assim como incentivar a construo pelosalunos de instrumentos (portiflios, memorial) que propiciem a formao da autonomia e reflexo

    sobre o processo de construo do saber histrico e do sentido desse conhecimento para suasvidas.

    A nova proposta de avaliao apresenta-se para professores e alunos, como um instrumento deaprendizagem, de investigao e de formao contnua, e isto significa uma mudana significativana cultura e prticas escolares.

    Contedo Bsico Comum (CBC) de Histria no Ensino Fundamental da 6 9 Srie

    Os tpicos obrigatrios so numerados em algarismos arbicos Os tpicos complementares so numerados em algarismos romanos

    Eixo Temtico I Tema 1: Histrias de Vida, Diversidade Populacional (tnica, Cultural, Regionale Social) e Migraes Locais, Regionais e IntercontinentaisSubtema 1 Diversidade populacional e migraes em Minas Gerais e no Brasil

    Histrias de Vida, Diversidade Populacional e Migraes

    TPICOS HABILIDADES Ano / Carga Horria6 7 8 9

    1. Populao mineira 1.1. Conceituar migrao e imigrao. 1

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    e brasileira: vriasorigens, vriashistrias

    1.2. Identificar a diversidade populacionalpresente em sala de aula, na escola e nalocalidade do aluno, em termos sociais, tnico-culturais e de procedncia regional; analisar einterpretar fontes que evidenciem essadiversidade.

    3

    1.3. Conceituar cultura, mestiagem e hibridismo. 21.4. Analisar as festas tnico-culturais comomanifestao de hibridismo: Congado, Carnaval,Maracatu, Bumba-meuboi, Reisado, Capoeira,festa de Iemanj, Folia de Reis, entre outras.

    3

    2. Primeirospovoadores: os

    amerndios e suasorigens

    2.1. Caracterizar e diferenciar os povoadores deorigem asitica (mongolides) e de origemafricana (negrides) e confrontar interpretaesdistintas sobre sua identidade.

    3

    2.2. Problematizar a distino entre histria e pr-histria. 1

    2.3. Caracterizar e analisar a origem, evoluo ediversidade da espcie humana. 3

    3. Os primeiroseuropeus: osportugueses do Reino

    3.1. Identificar e caracterizar a cultura europia eportuguesa nos sculos XV e XVI. 3

    3.2. Analisar o contexto e motivaes para oincio da colonizao portuguesa no Brasil. 3

    4. Os povos africanos

    4.1. Identificar a diversidade tnica, espacial ecultural dos povos africanos. 3

    4.2. Conceituar escravido. 2

    4.3. Problematizar a existncia da escravido nafrica antes da expanso martima europia.

    3

    4.4. Estabelecer diferenas entre o tipo deescravido existente na frica e o tipo implantadona Amrica Portuguesa.

    3

    5. Os povosindgenas:diversidade emigraes

    5.1. Analisar e compreender as especificidades ecomplexidades dos povos indgenas brasileiros poca de sua descoberta pelos europeus:origens, movimentos migratrios e diversidadelingstico-cultural.

    4

    5.2. Diferenciar as principais naes indgenasbrasileiras, especialmente as reconhecidas comopresentes em Minas Gerais: Patax, Xacriab,Krenak e Maxacali Caxix, Aran Paulararu,Xucuru, Kariri.

    4

    6. Os imigranteseuropeus nos sculosXIX e XX

    6.1. Identificar as caractersticas bsicas docapitalismo industrial. 4

    6.2. Identificar os grupos migratrios no Brasil nos 4

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    sculos XIX e XX dentro do contexto da expansodo capitalismo.

    I. Os outrosimigrantes nossculos XIX e XX:rabes, judeus,

    orientais

    Analisar os processos que do continuidade spolticas de imigrao no Brasil e a chegada denovas levas de imigrantes em Minas Gerais nossculos XIX e XX.

    Subtema 2 - Transformaes econmicas, diversidade populacional e colonizao portuguesa noBrasil

    TPICOS HABILIDADESAno / Carga Horria

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    7. Expanso econmicaeuropia e descobrimentosmartimos nos sculos XV eXVI

    7.1. Analisar o processo da expansoeconmica e martima europia nos sculosXV e XVI.

    4

    8. O sistema colonial e arealidade efetiva dacolonizao: polticametropolitana versusdiversificao econmica einteresses locais

    8.1. Conceituar colonizao. 2

    8.2. Analisar as contradies inerentes aofuncionamento do sistema colonial comoprojeto metropolitano que foiconstantemente frustrado pelasespecificidades e diversidade da Amrica

    Portuguesa.

    2

    8.3. Analisar a formao de um mercadointerno na Colnia atravs do surgimento devrios mercados locais e a constituio demercados regionais.

    2

    8.4. Conceituar mercado interno eacumulao de capital. 2

    8.5. Identificar a existncia de acumulaointerna de capital no espao colonial. 2

    8.6. Relacionar as atividades deacumulao de capital na Colnia: controledo abastecimento interno, trfico negreiro eindgena.

    2

    9. A agromanufatura doacar e a escravido

    9.1. Analisar e compreender o processo deimplantao da agromanufatura do acarno Nordeste brasileiro em conexo com otrfico de escravos e a fixao dosportugueses no territrio brasileiro.

    5

    10. A economia e asociedade mineira colonial:dinamismo econmico e

    10.1. Analisar a sociedade mineira colonialcomo concretizao do ideal colonizadorportugus, sendo ao mesmo tempo seu

    5

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    diversidade populacional oposto.

    10.2. Contextualizar o cenrio cultural dasMinas colonial: arte e festas barrocas,irmandades religiosas e o cotidiano dapopulao.

    5

    II. A colonizao litornea:a colonizao portuguesa eas tentativas decolonizao de franceses eholandeses

    Conceituar colonizao. Analisar e comparar as experincias decolonizao concorrentes colonizaoportuguesa no Brasil: franceses eholandeses. Contextualizar e relacionar a ao dosprimeiros missionrios catlicos entre osindgenas brasileiros; a escravido indgenana Amrica espanhola; a Unio Ibrica; asguerras religiosas na Europa; as revoluesinglesas do sculo XVII e surgimento do

    parlamentarismo monrquico.

    III. Interiorizao dacolonizao: odesbravamento do serto

    Compreender e situar, espacial etemporalmente, os vrios processos deexpanso da colonizao portuguesa: apecuria no Nordeste e no Sul; oextrativismo no Norte; bandeiras e entradas.

    IV. As misses no Sul edelimitao do territriobrasileiro

    Analisar as disputas sobre o territrio sul-americano entre Portugal e outras potnciaseuropias no sculo XVIII por meio dosprincipais tratados do perodo.

    V. Cidadania e sociedadecolonial: os homens bonse a escravido

    Analisar o conceito de cidado nasociedade estamental da Colnia em suarelao com a estrutura do poder local (ascmaras das vilas e cidades).

    Eixo Temtico II Tema 1: O Estado Brasileiro e a Nao: Monarquia X RepblicaSubtema 1 A virada do sculo: transformaes polticas no Brasil do sculo XVIII para osculo XIX

    Construo do Brasil: Territrio, Estado e Nao

    TPICOS HABILIDADESAno / Carga Horria

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    11. Revolues liberais:industrial, americana efrancesa

    11.1. Compreender o contexto dasrevolues e seus impactos para aconstituio do mundo contemporneo decidadania.

    3

    11.2. Conceituar historicamente no contextodas revolues: repblica, liberalismo ecidadania.

    3

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    11.3. Conceituar e identificar o sistemacapitalista emergente e a resistncia dostrabalhadores nova organizao dotrabalho.

    4

    11.4. Identificar e analisar o progressotcnico e cientfico europeu do sculo XVIII. 3

    12. Inconfidncias e BrasilJoanino: movimentos decontestao ereorganizao da relao

    metrpolecolnia

    12.1. Caracterizar e analisar os diversosmovimentos polticos no Brasil de fins dosculo XVIII e incio do sculo XIX.

    3

    12.2. Relacionar a independncia do Haiticom o medo da haitinizao do Brasil. 3

    12.3. Identificar as decorrncias dainstalao da corte no Rio de Janeiro:centralizao administrativa na Colnia,constituio de grupos de interesse no

    Sudeste brasileiro em torno da monarquia (achamada interiorizao da metrpole).

    4

    12.4. Analisar os impactos da transfernciada corte portuguesa sobre o universo da vidacotidiana e cultural brasileira e,especificamente, sobre a cidade do Rio deJaneiro.

    3

    13. A Revoluo de 1817e a Independncia

    13.1. Perceber a constituio de umaidentidade brasileira, entre fins do sculo

    XVIII e incio do XIX, em paralelo com asidentidades locais (mineira, pernambucana,baiana, paulista, etc.) e com a identidadeportuguesa.

    3

    13.2. Analisar o impacto da transferncia dacorte portuguesa para o Rio de Janeiro parao processo de emancipao poltica doBrasil: de um lado, a ecloso de movimentosseparatistas republicanos e, de outro, aconstruo de uma independncia pela via

    da monarquia e da manuteno daintegridade territorial e das estruturassocioeconmica assentadas na escravido eno latifndio.

    5

    Subtema 2 A experincia monrquica no Brasil

    TPICOS HABILIDADESAno / Carga Horria

    6 7 8 914. Bases do estadomonrquico e limites dacidadania: patrimonialismo,

    14.1. Analisar e compreender as basessocioeconmicas da monarquiabrasileira, identificando continuidades e

    3

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    escravido e grandepropriedade

    mudanas em relao era colonial e poca atual.

    14.2. Conceituar patrimonialismo eestado. 2

    14.3. Compreender e analisar os limitesda cidadania no contexto da sociedadeescravista do Imprio.

    3

    14.4. Analisar a Lei de Terras de 1850 erelacion-la com a questo agrria noImprio.

    3

    15. Mudanas

    scioeconmicas, crise polticae fim da monarquia

    15.1. Analisar e compreender asmudanas na organizao do trabalho ea diversificao econmica no Imprio.

    2

    15.2. Analisar e discutir: o

    abolicionismo, o republicanismo e aguerra do Paraguai. 4

    15.3. Analisar as tenses no interior doEstado: a Coroa em conflito com osmilitares e a igreja.

    3

    VI. O Imperador e a

    Constituio de 1824:fundamentos jurdicos epolticos da monarquia

    Compreender e analisar o processo deimplantao da monarquia no Brasil esua singularidade. Compreender o contexto poltico daAssemblia Constituinte de1823,resultando na formulao daConstituio de 1824. Identificar as linhas gerais daConstituio de 1988 com aConstituio de 1824, sobretudo no quese refere cidadania.

    VII. Centralismo X federalismo,ordem X desordem naRegncia e incio do SegundoReinado

    Analisar e caracterizar os conflitosentre o poder centralizador e ofederalismo das elites provinciais(revoltas e rebelies).

    Analisar o processo de pacificaodas rebelies provinciais comoafirmao do estado monrquicobrasileiro. Analisar e discutir a relao do Brasilcom os pases da Bacia do Rio daPrata: questes platinas.

    VIII. Construo da identidade

    nacional: branqueamento eelitismo

    Analisar e compreender a formulaode uma primeira identidade nacionalcomo projeto das elites polticas do

    Imprio, e, portanto, excludente. Analisar a importncia das escolasliterrias (indigenismo, romantismo) ecriao de institutos acadmicos para

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    constituio de uma identidadenacional. Analisar a educao no Brasil imperial:excluso das mulheres e da populaopobre e escrava.

    Tema 2: Brasil, Nao RepublicanaSubtema 1 A Repblica de Poucos: a Repblica Velha e a dominao oligrquicofederalista

    TPICOS HABILIDADESAno / Carga Horria

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    16. Primeira Repblica:modernidade,grandepropriedade, coronelismo efederalismo

    16.1. Conceituar oligarquia,clientelismo, coronelismo efederalismo e relacion-los como

    elementos constitutivos do sistemapoltico oligrquico.

    3

    16.2. Identificar a estrutura jurdico-institucional do regime republicanobrasileiro, contida na Constituio de1891.

    3

    16.3. Compreender o significado daconstruo de Belo Horizonte emtermos da modernidade e do idealrepublicano.

    3

    IX.Transformaes econmicas,sociais e culturais no Brasil daPrimeira Repblica

    Analisar os partidos polticos, oprocesso eleitoral na repblicaoligrquica e os limites da cidadanianesse contexto. Compreender o processo dediversificao econmica no Brasilaliado aos processos de imigrao,urbanizao e industrializao. Compreender o processo detransformao da paisagem urbanada cidade do Rio de Janeiro,associando modernidade e exclusosocial. Relacionar o modernismo e a buscada nacionalidade: a Semana de ArteModerna de 1922.

    X. Revoluo Russa de 1917 e

    movimento operrio, anarquismoe comunismo no Brasil

    Compreender a Revoluo Russa de1917 e o processo de construo docomunismo na Unio Sovitica e suarepercusso no Brasil.

    Analisar o movimento tenentista e aColuna Prestes. Analisar o perodo entre-guerras e acrise de 1929.

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    Eixo Temtico III Tema 1: A Era Vargas (1930-1945): fortalecimento do Poder Central, a NaoBrasileira re-significada e a CidadaniaSubtema 1 A Revoluo de 1930, Estado e Industrializao: os avanos e recuos da cidadania,extenso dos direitos sociais X cerceamento dos direitos polticos e civis

    Nao, Trabalho e Cidadania no Brasil

    TPICOS HABILIDADESAno / Carga Horria

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    17. Revoluo de 1930no Brasil

    17.1. Compreender o processo de crise dosistema oligrquico brasileiro, relacionando-o ascenso de novas foras polticas eeconmicas.

    4

    17.2. Identificar no Brasil dos anos 30 e incio

    dos anos 40 a presena de embates entrecomunistas e fascistas.

    4

    18. A Era Vargas:autoritarismo, estado enao

    18.1. Relacionar o autoritarismo do governoVargas com a ascenso do nazi-fascismo. 2

    18.2. Identificar as ambigidades da polticaeconmica nacionalista do governo Vargas. 2

    18.3. Relacionar a II Segunda Guerra Mundial ea industrializao no Brasil. 2

    18.4. Analisar e compreender os avanos erecuos da cidadania nesse perodo: extensodos direitos sociais (direitos trabalhistas,ampliao do direito de voto) X cerceamentodos direitos polticos e civis (autoritarismo).

    4

    18.5. Analisar e compreender o processo deconstituio de uma nova identidade nacionalligada industrializao e centralizao dopoder.

    3

    18.6. Analisar o papel da propaganda oficialpara difuso do novo iderio nacional, utilizandoos meios de comunicao (rdio) e asexpresses artsticas (msica, literatura,cinema).

    3

    XI. Ascenso do nazi-fascismo na Europa

    Compreender o processo de ascenso dosregimes extremistas de direita na Alemanha eItlia.

    XII. O rdio, o cinema,

    o carnaval e o futebol:a cultura de massas noBrasil

    Compreender a constituio e difuso de umacultura popular e, ao mesmo tempo, de umacultura de massas, no Brasil da Era Vargas. Conceituar cultura de massas e culturapopular.

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    Tema 2: A Repblica Democrtico-Populista (1945-1964): Avanos e Recuos da Cidadania,Guerra Fria e Internacionalizao EconmicaSubtema 1 A Guerra Fria, a internacionalizao da economia e a industrializao do Brasil

    TPICOS HABILIDADES

    Ano / Carga Horria

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    19. Novo contextointernacional: fim daSegunda GuerraMundial e Guerra Fria

    19.1. Contextualizar a Guerra Fria e a diviso domundo em reas de influncia dos EUA eURSS, identificando os conflitos em que essaspotncias se envolveram na Europa, sia, fricae Amrica.

    4

    19.2. Compreender a importncia dasRevolues Chinesa e Cubana para a histriado sculo XX, no mundo e no Brasil.

    4

    20. Avanos do capitalestrangeiro e crise dopopulismo

    20.1. Analisar a influncia do capital estrangeirona industrializao do Brasil e os embatesinternos entre entreguistas e nacionalistas.

    2

    20.2. Conceituar populismo. 2

    20.3. Identificar e analisar a constituio dospartidos polticos no Brasil nas dcadas de 50-60.

    2

    20.4. Analisar o desenvolvimentismo nos anos

    dourados de JK (1956-1960). 420.5. Analisar e compreender os embatespoltico-ideolgicos entre direita e esquerda nosgovernos Jnio Quadros e Joo Goulart: o golpemilitar de 1964.

    4

    20.6. Compreender os motivos, os pretextos eas estratgias subjacentes ao golpe militar de1964.

    3

    20.7. Analisar limites e avanos da cidadaniaentre 1945 e 1964. 3

    Tema 3: Anos de Chumbo e Anos Rebeldes: a Ditadura Militar (1964-1985)Subtema 1 Os avanos do capital estrangeiro, a crise do populismo e o golpe de 1964

    TPICOS HABILIDADESAno / Carga Horria

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    21. Represso,resistncia polticae produo cultural

    21.1. Analisar o processo de implantao daditadura militar no Brasil. 3

    21.2. Identificar as bases jurdicas e institucionais 3

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    no Brasil da ditadura militar: atos institucionais, Constituiode 1967 e Emenda Constitucional de 1969.

    21.3. Analisar o aparato repressivo militar eparamilitar institudo pela ditadura, com apoio dasociedade civil, para eliminao dos opositores(subversivos) e sustentao do regime.

    3

    21.4. Analisar os principais movimentos deresistncia da esquerda (guerrilhas urbanas erurais).

    4

    21.5. Identificar e analisar as restries cidadaniana ditadura e as limitaes aos direitos polticos ecivis.

    3

    21.6. Analisar as mudanas no contexto econmicobrasileiro durante a ditadura: internacionalizao daeconomia, industrializao, urbanizao,

    dependncia econmica e constituio de umasociedade de consumo.

    4

    21.7. Analisar o contexto cultural brasileiro antes dogolpe de 64 e a forma como foi afetado; as diversasformas de resistncia dos artistas e intelectuaisbrasileiros: a MPB, os festivais da cano e ocinema novo.

    4

    21.8. Analisar a implantao dos governosautoritrios e da luta armada na Amrica Latina.

    3

    Tema 4: Estado e Cidadania no Brasil Atual: a Repblica Democrtica e o Neoliberalismo (1985aos dias atuais)Subtema 1 Estado, economia e sociedade: o papel do estado na organizao econmica, aabertura do mercado e os direitos sociais

    TPICOS HABILIDADESAno / Carga Horria

    6 7 8 9

    22. Democracia ecidadania no Brasilatual

    22.1. Analisar o contexto de formulao daConstituio Cidad de 1988 e os avanos dacidadania nela expressos.

    4

    22.2. Contextualizar as transformaes mundiais dofinal do sculo XX a partir da desagregao dosocialismo real.

    3

    22.3. Analisar o contexto das tenses ereivindicaes sociais no Brasil atual: eleiesbrasileiras de 2002, o Movimento dos Sem-Terra

    (MST) e a reforma agrria; os semteto; movimentonegro; a questo das polticas afirmativas.

    6

    XIII. Neoliberalismo Analisar o contexto de estabelecimento de uma

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    e tenses sociaisno Brasil

    nova ordem mundial: ascenso dos governosconservadores e do neoliberalismo. Analisar a eleio de Fernando Collor de Mello e aabertura econmica do mercado brasileiro. Analisar a mobilizao popular e o impeachmentde Fernando Collor de Mello (1992). Analisar os dois governos de Fernando Henrique

    Cardoso e a implantao do neoliberalismo noBrasil. Analisar a criao dos blocos econmicosregionais: Mercosul, Nafta e MCE.

    Bibliografia

    ABREU, Martha e SOIHET, Rachel (orgs.). Ensino de Histria: conceitos, temticas e

    metodologias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. p. 55-81.

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