Proposta de trabalho direção escolar e.i. pmp
-
Upload
prefeitura-municipal-de-piracicaba -
Category
Education
-
view
59 -
download
0
Transcript of Proposta de trabalho direção escolar e.i. pmp
Micaele Bariotto
PROPOSTA DE TRABALHO
Setembro/2015
2
Micaele Bariotto
PROPOSTA DE TRABALHO
FUNÇÃO GRATIFICADA DE DIRETOR DE ESCOLA
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL
“Esse profissional tem que ir além do conhecimento teórico, pois para acompanhar o trabalho pedagógico e estimular os professores é preciso percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e professores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática [...] a experiência não é nem formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação. ” (NÓVOA, António. “Formação dos Professores e Profissionais docentes”, 2009).
3
Setembro/2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................05
1. HISTÓRICO CONCEPTUAL EVOLUTIVO DE EDUCAÇÃO E
INFÂNCIA.................................................................................................................07
1.1. Conceptualização de Criança......................................................................................09
1.2. Conceptualização de
Infância......................................................................................11
1.3. Conceptualização de Escola........................................................................................12
1.4. Conceptualização Do Desenvolvimento Da Criança Na Educação Infantil Em Suas
Etapas De 0 A 5
Anos..................................................................................................13
1.4.1. A criança de 0 a 1 ano – Berçário I.............................................................................14
1.4.2. A criança de 1 a 2 ano – Berçário
II............................................................................15
1.4.3. A criança de 2 a 3 anos – Maternal
I...........................................................................15
1.4.4. A criança de 3 a 4 ano – Maternal
II.............................................................................16
1.4.5. A criança de 4 a 5 ano – Jardim
I..................................................................................16
1.4.6. A criança de 5 a 6 ano – Jardim
II................................................................................17
2. CONSIDERAÇÕES ACERCA DO
CURRÍCULO................................................17
2.1. As perspectivas críticas de estudo do
currículo............................................................18
2.2. Currículo segundo proposta à divisão de âmbito de conhecimento de mundo em seis
eixos............................................................................................................................21
2.3. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e o trabalho
docente.......26
2.4. Concepções – creche e pré-
escola................................................................................27
2.4.1. Concepção de
criança..................................................................................................28
2.4.2. Concepção de
educar...................................................................................................28
2.4.3. Concepção de cuidar...................................................................................................28
2.4.4. A concepção de brincar...............................................................................................29
3. A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA ESCOLA – (BASE PCN) ...............29
3.1. A organização por ciclos.............................................................................................29
3.2. Área de conteúdo e temas
transversais.........................................................................29
3.2.1. Classificação dos
conteúdos........................................................................................30
4. O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP) ........................................................614.1. O PPP e o trabalho gestor...........................................................................................35
4.2. Participação e gestão democrática escolar..................................................................37
4.3. O conselho de escola..................................................................................................38
4.4. Plano de Desenvolvimento da Escola.........................................................................38
5. A GESTÃO ESCOLAR NO PROCESSO
AVALIATIVO....................................39
5.1. Da Avaliação Do Processo Educativo Das
Crianças....................................................39
5.2. Da Avaliação Dos Profissionais Da Unidade
Escolar..................................................41
5.3. Da Avaliação Do Professor.........................................................................................42
6. PONTUAÇÕES ACERCA DO REGIMENTO
ESCOLAR..................................43
6.1. Legislação Acerca Dos Funcionários Da Unidade Escolar........................................46
7. PROJETOS...............................................................................................................47
7.1. Projetos Específicos....................................................................................................48
7.2. Projetos Educacionais Estabelecidos Legalmente pela
SME.......................................49
8. AS CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS.........................................50
8.1. Educação Especial como modalidade de educação
Escolar ........................................51
8.2. O Fazer Pedagógico, Estratégia Que Viabilizam o Processo Avaliativo da
Inclusão...51
9. DAS OBRIGAÇÕES DE FUNÇÃO DE DIRETOR DE ESCOLA E SUAS
COMPETÊNCIAS....................................................................................................52
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................57
7
INTRODUÇÃO
Inúmeras são as delegações voltadas ao cargo de diretor de escola, primordialmente na
educação infantil, onde o gestor protagoniza o papel de coordenador pedagógico, partindo
dessa visão algumas das funções do diretor de escola é articular, refletir, promover as práticas
educativas e situações do cotidiano. No papel de administrador, gerenciador, líder é preciso
ter a consciência de que a profissão de diretor é de suma importância para o desenvolvimento
amplo do ambiente escolar. Essa empreitada não é fácil, pois o mesmo tende a ser
comprometido de forma integral, democrática e transparente focando o bem-estar de todos os
envolvidos no processo, tendo o bom senso, com um olhar especial direcionado à criança.
A função de diretor de escola contribui para a reflexão, às ações que envolvem as
concepções dos professores como também as práticas pedagógicas, aperfeiçoando o
conhecimento e formação individual de cada um, refletindo nas ações pedagógicas e
problemáticas diárias. Ampliando a possibilidade do trabalho diferenciado, como também o
ensino aprendizagem das crianças.
Sendo a organização escolar é de responsabilidade de toda equipe porém com a
orientação do gestor, o mesmo tem a consciência de que o trabalho deva ser positivo e
gratificante, para isso é de suma importância que ter o conhecimento de todos os
acontecimentos ocorridos na unidade escolar, oportunizando, permear resolver, criar, ampliar
os espaços de aprendizado das crianças, como também proporcionando um local
aconchegante para os profissionais da unidade, pois assim é possível desenvolver um trabalho
qualitativo, de forma prazerosa para todos os envolvido no processo educativo.
Sendo assim, a abordagem realizada nessa proposta, visará o bem-estar de todos os
envolvidos no processo educativo, efetivando a ideia das práxis docentes refletida e
comprometida, contribuindo para a qualidade na educação. De tal forma, que a escola deixe a
marca do saber, para que cada criança envolvida nesse processo, torne se indivíduo crítico,
mostrando, a importância da educação infantil como alicerce em sua formação.
O embasamento bibliográfico utilizado nesta proposta será entre as concepções de
filósofos, pensadores e professores conceituados, livros e internet, como também nas
experiências vividas no campo de trabalho docente.
8
Iniciando com um breve histórico da educação, o qual irá pincelar a evolução do
contexto que envolve a criança em seus primeiros anos de vida, tendo a finalidade de
compreender a importância do gestor na educação infantil. Afinal o conhecimento na prática
docente, voltado à função de gestor tende a promover e nortear a práxis.
Tendo a intencionalidade de aprimorar o processo educativo, visando à independência
do profissional da educação, estimulando sua autonomia, contribuindo para os seus saberes, o
gestor tem a função de promover dentro do processo educativo a avaliação de forma suscita,
objetiva, ampliando a vasta gama de conceitos educacionais os quais devem ser apresentados
ao professor. Partindo dessa visão de responsabilidade do gestor nivelar, articular, viabilizar,
segmentos ampliando os olhares das ações educativas para que os objetivos sejam atingidos
de maneira natural, articulada.
Já no contexto da articulação, será realizado um gancho na elaboração do Projeto
Político Pedagógico (PPP), de forma a proporcionar o fazer pedagógico, instrumentalizando
como base o trabalho docente, para que ocorra a ação educativa com qualidade, visando o
bem-estar da criança, analisando a realidade a qual está inserida, a cultura e da comunidade de
abrangência da escola.
Partindo dessa concepção, é de suma importância à transmissão de conhecimento, a
definição da abordagem direta a qual irá delinear as práxis educativas, a construção do saber,
e o papel da escola em relação às problemáticas apresentadas no processo educacional. Enfim,
para que o trabalho do gestor viabilize resultados qualitativos, seu trabalho deve ser
democrático, organizado, necessitando de regras, normativas e leis, promovendo um
regimento escolar justo, pois assim é possível atingir êxito e deixar todos satisfeitos. Uma via
de mão dupla, envolvendo todos os participantes do processo educativo.
Com a miscigenação das competências, em sua gestão democrática é possível obter
resultados excelentes, transmitindo os valores sociais, em um ambiente lúdico, estimulante e
desafiador. Tendo essa proposta a ideia de gestão democrática, com o exercício do dialogo
junto à comunidade escolar, utilizando da empatia, valorização da cultura local. O
aprendizado significativo das crianças é a prioridade da Gestão escolar.
9
1. HISTÓRICO CONCEPTUAL EVOLUTIVO DE EDUCAÇÃO E
INFÂNCIA
Analisando a histórica da educação é possível analisar o quão foram grandes as
modificações que ocorreram dentro deste âmbito vezes positiva e evolutiva, outras negativas e
repressora, regressiva. Principalmente no que envolve as crianças. De década em década, a
discrepância entre um tempo e outro é imensa, até chegamos à atualidade.
No início da educação, ou seja, aquele que antecede o período colonial a criança era
desvalorizada, sendo quase que um objeto descartável, as quais chegava a atrapalhar a vida
adulta, a criança aprendia sozinha imitando os adultos, criando independência e autonomia
para sua sobrevivência, seguindo pelo período de amas de leite, onde os pais levavam as
crianças para serem amamentadas, no percurso muitas crianças faleciam, por fome e/ou falta
de higiene. Outro fator de óbito era por afogamento em função do batismo, pois as crianças
eram batizadas desde muito pequenas, pois acreditavam que eram frutos do pecado.
Em meados de 1908 com a chegada da família real acontecem novas rupturas na
educação sequenciando o qual outorgou a Primeira constituição Brasileira onde no artigo 179
anuncia a instrução primária como gratuita para todos os cidadãos. Com a chegada de
pessoas diferentes a cultura modificou, surgindo novas concepções em torno da criança e
novas ideias de educação. Nesse período a criança passou a fazer parte da vida familiar, os
pais demonstraram amor e carinho pelos filhos, eles não eram mais separados do seio família,
passou a ser especialmente importante.
Apesar a atenção diferenciada e do amor à criança, a educação continua sendo
amparada pela igreja, já que as cresças continuava, a educação era baseada na repressão,
autoritarismo e indenizatório. Em 1823 institui se o método Lancaster, ou ensino mútuo,
baseado na repetição e memorização. Em 1840 na Alemanha inicia se o trabalho nos Jardins
de Infância, com a ideia de crescimento e carinho Froebel apresenta a concepção de educação.
Os relatos das primeiras escolas de educação infantil ocorrem por meado de 1770,
denominadas “Kindergarten” na França. Provavelmente para que as mães pudessem trabalhar,
sendo a maioria dessas crianças de classe baixa.
10
Nesse momento torna se importante à presença e formação da criança, abrindo a
oportunidade de novas ideias, surgem então às escolas, já voltada com a formação moral da
criança, nesse período a criança passa a existir de forma significativa. (ÁRIES, 1981).
No Brasil existem relatos de que a primeira creche foi no interior de São Paulo,
iniciado em 1919, sendo direcionado por leigos e religiosos. Demais informações ocorrem no
Rio de Janeiro, onde Menezes Vieira instala a unidade.
Essas unidades eram voltadas ao assistencialismo e direcionadas, por pessoas sem
instruções formais para a educação, como as instituições eram voltadas aos carentes, o
atendimento não era fiscalizado colocando as crianças em situações inadequadas, como
também estereotipando a educação infantil por um bom tempo, pois a partir desse histórico a
escola de educação infantil, foi vista como “lugar para deixar crianças” sendo desnecessária a
formação do profissional.
Apesar de todo o histórico assistencialista das unidades de ensino em educação infantil
demonstrar ter sido criada para suprir a necessidade de manter as crianças em algum lugar
sem preocupação para que a mãe pudesse trabalha atualmente isso não acontece mais, pois as
Escolas de Educação Infantil modificaram seu olhar. Na constituição de 1988 o direito da
criança foi assegurado como caráter educativo, mais especificamente no artigo 5º, tendo como
parecer acrescentar a família, sendo um local de aprendizado e formação, com o objetivo de
construir o conhecimento.
Sendo assim a educação passou a promover o ensino e aprendizagem de qualidade,
trabalhando o fazer pedagógico focado o bem estar das crianças, buscando um atendimento
compreensivo, sereno, trabalhando com o conceito de gestão democrática, com
imparcialidade, analisando a evolução do aprendizado, buscando direcionamento de
metodologias voltadas ao brincar, com o objetivo à formação do aluno como agente do
processo de construção do conhecimento e da socialização, visando à formação de
consciência social crítica, solidaria e democrática.
11
1.1.Conceptualização de Criança
A sociedade atual oferece inúmeros atrativos e ideias que nos direciona a concepção
de criança, como também as referências ao longo da história, os ambientes de convívio social,
os desenhos animados, filmes, tecnologia, e demais fatores. Na atualidade mais do que nunca
observamos tantos produtos direcionais aos nossos pequeninos, mas será que já nos
perguntamos o que realmente a criança precisa, se está no caminho certo, quem vem a ser a
criança e qual a seu papel social? Será que é apenas a definição do dicionário a qual descreve
que a criança é “ser humano na fase da infância, que vai do nascimento à puberdade1”.
Quando falamos de criança e sua existência, falamos de algo enigmático, muitas vezes
indecifrável, é a fase da descoberta do conhecimento, porém não é apenas isso, afinal
inúmeros são os estudos voltados a elas, na tentativa de conhecer melhor esse tempo do ser
humano.
“Se a presença enigmática da infância é a presença de algo radical e
irredutivelmente outro, ter-se-á de pensá-la na medida em que sempre nos escapa: na
medida em que inquieta; o que sabemos (e inquieta a soberba de nossa vontade de
saber), na medida em que suspende o que podemos (e a arrogância da nossa vontade
de poder) e na medida em que colocam em questão os lugares que construímos para
ela (e a presunção da nossa vontade de abarcá-la). Aí está a vertigem: no como a
alteridade da infância nos leva a uma região em que não comandam as medidas do
nosso saber e do nosso poder”. (LARROSA; 1998, p. 232)
No envolvimento do fator social e a formação da criança, pensar em sua integral
evolução, ela apresenta se como “ser” social sem formação, o qual cabe ao adulto direcionar o
aprendizado, onde o autoritarismo passa a ser constante com a criança. Mas se observarmos as
crianças de hoje, ela nos pede mais que isso em suas atitudes, ela demonstra fome de
aprender, sede de saber.
Muitas das influencias na formação da criança se dá no contexto família, social e
cultural a qual ela está inserida, representando seu aprendizado, mas com suas singularidades,
já que elas têm se mostrado com personalidades diferentes das estudadas anteriormente, ou
seja, a concepção de criança da contemporaneidade não pode ser a mesma da atualidade, pois
1https://www.google.com.br/search?q=o+que+%C3%A9+crian%C3%A7a&oq=o+que+%C3%A9+crian%C3%A7a&aqs=chrome..69i57j0.8152j0j9&sourceid=chrome&es_sm=122&ie=UTF-8
12
elas estão inseridas em contextos sociais diferentes, em tempos diferentes, como também o
fator da evolução humana em questão da ciência.
Inúmeras foram às mudanças no perfil da cria como também na evolução social, mas
ainda existem características marcantes e a principal delas é que a escola e a família
constroem seu conhecimento, pois apesar da curiosidade, autonomia e independência, a
construção do conhecimento se dá através do outro.
“Toda nossa prática vai ao sentido de transformar a criança no adulto e, pior, no
adulto que já somos que idealizamos e que desejamos; ajustando-a aos nossos planos
e anseios, sob nossa ótica e aspirações, segundo nossos próprios objetivos [...] toda
criança, o que significa todo novo indivíduo (e toda uma nova geração de
indivíduos), traz em potencial uma rica gama de possibilidades renovadoras, ainda
que a sociedade opere dominantemente com padrões de repetição. Ou seja, a
novidade sempre aparece. É por essas e por outras que não permanecemos nas
cavernas”. (DAMAZIO, 1991, p. 24-6)
A melhor forma de compreender a criança é através do brincar, e não impor a elas a
reprodução do que o adulto deseja, afinal são nos momentos de espontaneidade que eles
demonstram os seus saberes, sua criatividade, suas aflições, desejos e conhecimentos sempre
se abrindo para as novidades. As conversas informais são muito importantes em sua
formação, pois delas surgem concepções inovadoras, despertando na criança o raciocínio,
sendo que através do lúdico isso ocorre de forma simples, natura, transparecendo alegria em
seu convívio social.
A afetividade é muito importante na infância, afinal a criança necessita integralmente
de espaço para sua formação e desenvolvimento motor, a criança tem necessidade de ser
ouvida; um “chamego”, um carinho, “colinho”, ela precisa correr rir, brincar, produzir e
reproduzir, ter seus direitos, ser respeitada, orientada para que cumpra com seus deveres.
Criança tem que ser feliz. Como prevê a LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990, o
qual dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
13
1.2.Conceptualização de Infância
Por um longo período a infância era delegada a família. As tradições e o domínio de
conhecimento aconteciam através do convívio social em meio ao grupo ao qual estava
inserido.
A concepção de infância, caracterizada pelas mudanças ao longo do período, considerando
que vivemos em constantes transformações, podemos afirmar que a criança também tem
participação ativa nesse processo, esta passou a ter seu desenvolvimento, analisado e
estudado, para que não acontecessem fatores repetitivos em sua formação, pois através das
experiências humana podemos analisar o potencial social e evolução da criança a qual está
inserida nesse contexto. Hoje à grande preocupação com a infância, está envolvida com o
avanço tecnologia, já que inúmeros são os recursos oferecidos para sua diversão. Em
detrimento a violência e a tecnologia, a infância passou a ser dentro de casas, apartamentos e
parques de condomínios.
A escola tem tido um importante papel na formação desses indivíduos, pois com as
novas legislações demonstram grande preocupação com o trabalho voltado à diversidade,
respeito ao meio ambiente, a saúde alimentar e motora das crianças, procurando resgatar
brincadeira as quais foram esquecidas ao longo do tempo ou substituídas pelas tecnologias.
Sendo assim, acredita que as experiências vivenciadas no período da infância, têm o dever de
ser cada dia mais qualificado, já que ela envolve a emoção e a sensibilidade.
"Valorizar, nas crianças, a construção de identidade pessoal e de sociabilidade, o que
envolve um aprendizado de direitos e deveres (bem como) ampliar certos requisitos
necessários para adequada inserção da criança no mundo atual: sensibilidade
(estética e interpessoal), solidariedade (intelectual e comportamental) e senso crítico
(autonomia, pensamento divergente)" (Oliveira, 2002: 49-50).
Privilegiar as oportunidades lúdicas, proporcionando condições adequadas de
desenvolvimento, físico, emocional, cognitivo e social da criança, promovendo a ampliação
de suas experiências e conhecimento, criando situações onde possam manifestar seu
pensamento por meio de atividades de convívio social e cultural. Sendo que por esse motivo
atualmente as unidades de educação infantil são indispensáveis para a infância no contexto
social.
14
1.3.Conceptualização de Escola
2Escola é
... o lugar que se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente
Gente que trabalha, que estuda
Que alegra, se conhece, se estima.
O Diretor é gente,
O coordenador é gente,
O professor é gente,
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um se comporte
Como colega, amigo, irmão.
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”
Nada de conviver com as pessoas e depois,
Descobrir que não tem amizade a ninguém.
Nada de ser como tijolo que forma a parede, Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade, É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se “amarrar nela”!
Ora é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil! Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se, ser feliz.
É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo. (Paulo Freire)
2 https://www.youtube.com/watch?v=zIW109NCcqs
15
A escola é uma organização social direcionada ao aprendizado do indivíduo,
aprimorando as relações sociais, e aumentando o aprendizado informal. Atualmente
vivenciamos uma realidade social estagnada na inversão de conceitos, sem valores e
princípios morais, violência, dissolução do conceito de família, conceitos transviados, tudo
isso é repassado como exemplo para as crianças refletindo no ambiente escolar. Obtivemos
evolução no conceito tecnológico, em contrapartida, pais e filho não dialogam, não tem
momentos especiais que fazem parte da formação do caráter e afetividade da criança.
Os desafios apresentados no contexto escolar são muitos, porém no papel de
educadores, gestores, e participantes ativos como formadores de opiniões devem estar sempre
a atentos buscando soluções práticas e objetivas. Com a consciência de que a escola tem o
intuito de complementar a família e não de substitui – lá.
Sendo a escola o local de novas experiências, devendo ser estruturado, participativo,
democrático e dinâmico, buscando o êxito no aprendizado com a construção do coletivo.
Sendo função de a escola assegurar, propiciar a toda a criança sem discriminação de credo,
raça, gênero, portadoras de necessidades especiais. Tendo o conceito de que além de
formadores de opiniões somos semeadores de sabedoria e valores.
1.4.Conceptualização Do Desenvolvimento Da Criança Na Educação Infantil Em Suas
Etapas De 0 A 5 Anos
A influência social das crianças pequenas é o que faz o futuro, o espaço voltado para a
primeira infância passou a ter uma importância significativa no conceito de futuro social
adequado. Apesar de serem seres indefesos e dependentes em sua maioria, não podemos
deixar que as crises econômicas e os caprichos políticos influenciem nessa formação.
São imprescindíveis aos profissionais da educação os quais estão diretamente em
contato com as crianças a compreensão das individualidades e peculiaridades da criança,
oferecendo a melhor experiência possível, ampliando o olhar para o contexto de aprendizado
lúdico, ampliando e oportunizando o ensino aprendizagem. O ensino só terá qualidade quando
o profissional da educação se adequar aos novos conceitos, ampliando sua formação e
buscando aperfeiçoamento profissional, pois a criança tem mudado seu perfil, ou seja, como
16
profissionais formadores de opinião devem sempre buscar novos olhares novas ideias.
Valorizando a formação continuada.
“Não há ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem inovação pedagógica,
sem uma adequada formação de professores. Esta afirmação é de uma banalidade a
toda prova. E, no enquanto, vale a pena recordá-la num momento em que o ensino e
os professores se encontram sob fogo cruzado das mais diversas críticas e
acusações”. (NÓVOA, 1992, p. 17)
O profissional da educação é de suma importância para o desenvolvimento da criança,
por esse motivo deve compreender e acompanha as etapas de evolução e crescimento, lhe
proporcionando conforto e segurança. O crescimento e desenvolvimento da criança ocorrem
naturalmente, por conta do nosso sistema biológico, de forma que cada um é diferente do
outro, tendo características próprias às quais devem ser respeitadas e aproveitadas.
A construção do saber, na infância se dá através da observação e desenvolvimento do
imaginário, sendo que as rodas de conversas, contos e histórias, como também as atividades
lúdicas, o brincar, pois através de ambos é possível forma a personalidade e desenvolver o
conceito de vivencia social. O gestor juntamente com a equipe docente, tem o papel de
orientador, para que ele participe desse processo integralmente em cada etapa escolar.
1.4.1. A criança de 0 a 1 ano – Berçário I
No desenvolvimento físico a criança dessa idade passa por um processo de
fortalecimento da musculatura, esse processo é gradual, os movimentos descoordenados abre
espaço para o desenvolvimento de forma que os membros vão enrijecendo. Por volta dos oito
meses à criança já tem firmeza na cabeça. Já tem hábitos alimentares e no sono. Sua visão
ainda está em desenvolvimento, tendo a coordenação olho e mão, o desenvolvimento da
audição está em processo, já reconhecendo sons os quais ouve diariamente, como a voz dos
mais próximos. Seu desenvolvimento intelectual tem base nos sentidos, já emite sons, tem a
compreensão de algumas palavras, sorri, gosta da socialização e demonstra preferencias as
pessoas mais próximas.
Em seu emocional a criança demonstra prazer, em situações como a alimentação e o
carinho. O choro é a forma a qual ele encontra para demonstrar suas necessidades. É um
período que a criança assusta com diferentes barulhos, pessoas e objetos diferentes, tendo ele
o parecer da sensação da dor quando isso ocorre.
17
1.4.2. A criança de 1 a 2 ano – Berçário II
Nesse período a criança já está se apoiando em objetos, subindo escadas gatinhando, e
logo já inicia seus primeiros passos, pois seus músculos estão treinados e fortes. Devido à
prática do andar, com o tempo sua motricidade fina amplia e passa a segurar objetos. Sua
memória já demonstra bom desenvolvimento, recordando se de momentos e brincadeiras
anteriores. Configurando em sua rotina acontecimentos sequenciais.
Demonstra curiosidade, explora todo o espaço a sua volta. Já demonstra a compreensão
de ordem simples com ou sem gestos. Balbucia sons com significados, mudando a entonação
da voz. Suas funções cognitivas passam a ser ampliada, conseguindo distinguir um carro de
verdade de um carro de brinquedo. Sabe que o alicate abre e fecha e que o martelo bate, já
brinca de faz de conta, imitando o comportamento do adulto, diferenciando o real do
imaginário. Sua socialização é grande, sente independência no convívio com outras crianças.
Possui consciência própria, ampliando e desenvolvendo sua afetividade, tanto quanto a sua
autoestima, quanto o amor ao próximo.
Consegue observar, perceber e sentir, quando quem está próximo, esta alegre, triste,
bravo, diferente do normal de sua rotina. Desenvolve o sentimento de egoísmos e partilha,
cuida de suas coisas. Chora muito demonstrando grande sentimento quanto ao não. Sensível à
negação.
1.4.3. A criança de 2 a 3 anos – Maternal I
É um período do aumento da coordenação motora, segurança da motricidade e
aperfeiçoamento do equilíbrio. Onde a criança, pula com dois pés ou apenas em um, consegue
correr e andar com firmeza. A manipulação dos objetos ocorre com facilidade, utiliza a mão
para encaixes de peças e jogos lógicos, já consegue utiliza o giz de ceira e lápis de cor,
manipular a colher e comer sozinha. Já possui controle sobre os esfíncteres. Sua capacidade
de pensar é grande, abrindo espaço para a curiosidade, sendo que está sempre questionando
tudo e todos. No intelecto já junta sua capacidade física e de linguagem para comunicar-se,
socializar, e manipular objetos. Seu emocional apresente inúmeras referências afetivas, desde
amor ao ódio, do prazer até a frustração. Sendo o período o qual se deve trabalhar o controle
das emoções para a formação do caráter, princípios morais, educacionais e vivências sociais.
18
1.4.4. A criança de 3 a 4 ano – Maternal II
Sua energia física está no auge, sua atividade motora é ótima, ele precisa gastar suas
energias, pula, corre, pedala, sobe escada, quer conhecer tudo a sua volta e experimentar tudo.
Nessa fase, eles já comem sozinhos, sabem cuidar dos seus pertences, veste suas roupas sem
auxilio, a higiene já está bem desenvolvida, controla seus esfíncteres. Reconhece algumas
formas geométricas, faz cópias de desenhos básicos, já compreende as palavras com clareza,
sabe seu nome, idade, se é menino ou menina, já tem noção de causa e efeito. Sua
socialização está mais efetiva, porém demonstra atitudes egoísta, tais como, não dividir os
seus pertences, dizer que as pessoas a sua volta são só suas.
Demonstra grande preocupação em agradar quem ama, e necessita de elogios e
aprovações. Tem a capacidade de diferenciar o homem da mulher, os compromissos e rotinas
do pai e da mãe. Nesse período a sua imaginação está mais desenvolvida, aflorando o seu
medo. Já solicita ajuda e imita os adultos. Tem conceitos de correto e incorreto, expõe com
clareza suas emoções. É um período de grandes descobertas, que aos pouco vai se lapidando,
para a formação da personalidade das crianças.
1.4.5. A criança de 4 a 5 ano – Jardim I
A criança a partir dessa idade já demonstra maior independência, interesse por auxiliar
o adulto, atitudes responsáveis, tem boa dicção, vocabulário amplo, são falantes e
questionadoras.
Já existe compreensão do mundo a sua volta, são muito exigentes, e se julgam o centro
das atenções. Inicia se o reconhecimento do seu papel social, tendo a consciência de que seus
atos têm consequências positivas e negativas, como também a sua influência no meio dos
adultos. Identifica se como pessoa, e analisa característica dos quais estão a sua volta. Seu
desenvolvimento físico nesse período, ocorre com muita rapidez, já tem total controle dos
seus movimentos, cuida da sua higiene como escovar os dentes, petear os cabelos, vestir e
calçar se sozinhos.
19
Seu desenvolvimento intelectual, já está em melhor desenvolvimentos, sua
coordenação motora fina desenvolvida, utiliza a tesoura e várias cores, reconhece e associa
números as quantidades e letras as iniciais das palavras, distingue seu nome entre os demais.
1.4.6. A criança de 5 a 6 ano – Jardim II
A criança dessa idade já demonstra total independência em seus cuidados e cuidados
com seus pertences. Auxilia os adultos em tarefas simples. Nem sempre aceita qualquer
alimento, principalmente legumes e verduras. Utiliza frases com coerência, longas e com
palavras diversificadas, fala verbos e plurais. Reconhece numerais de até dois algarismos, já
realiza contagem simples e conjuntos. Em momentos de sentimentos negativos chora, as
vezes gagueja demonstrando medo e raiva ao mesmo tempo. As vezes utiliza agressividade
para resolver problemas simples, as vezes o diálogo. Memoriza contos e historias, reproduz
com coerência, como também os fatos vivenciados em seu cotidiano. Já identifica conceitos
de lateralidade e tempo. A característica marcante dessa idade é a vergonha, por ter a
preocupação de agradar a todos e acertar tudo a criança quando se frustra sente muita
vergonha, as vezes por isso, utiliza inverdades para contar histórias ou culpa o outro por seus
erros.
2. CONSIDERAÇÕES ACERCA DO CURRÍCULO
A cultura a ser distribuída nos sistemas educacionais tem adquirido grande relevância
política na medida em que aquilo que se estabelece como legitimo a ser transmitido, ensinado
e aprendido nas escolas, encontra se no centro de uma política cultural que as unidades
escolares realizam suas finalidades, em razão a este as últimas décadas do século XX, os
projetos de mudanças social estiveram associados, quase sempre, às reformas educacionais e
projetos inovadores.
Constituindo se na forma institucionalizada de seleção e transmissão dos elementos da
cultura de uma sociedade, a questão do currículo vincula se diretamente à qualidade de
ensino. Por tudo isso, é fundamental ao papel do gestor em conjunto com sua equipe a
reflexão sistemática sobre o currículo na formação dos professores.
No Brasil o currículo é relativamente recente. Sendo que ainda é possível observar na
postura de alguns professores a dificuldade e compreensão em relação a sua fundamentação,
20
concepção e propósito, tais sendo conflitado com conteúdo a serem aplicados em sala de aula,
ou até mesmo os números de aulas a serem aplicados por conteúdo.
“Necessitamos um currículo para crianças que faça justiça ao alcance de suas
mentes, necessitamos de práticas de avaliação que façam justiça às vidas dos
estudantes e professores nas salas de aula. Mesmo que o clima educacional existente
sugira outra imagem, creio que estamos começando a realizar essas aspirações
educacionais calçadas em novas bases. Creio que algum dia veremos currículos
escolares que tornarão possíveis ampla formas de conhecimento, e modos de
avaliação que poderão capturar a riqueza de suas consequências”. (EISNER, Eliot)
O professor tende a adquirir o seu conhecimento de currículo com a evolução da
educação e suas práticas educacionais. Mais que isso, que esse currículo o aprendizado do
aluno, valorizando suas peculiaridades e singularidades de forma lúdica para que a atenção e
concentração sejam perceptiva.
De fato, existe a pluralidade de definições de um currículo na educação infantil, cada
uma delas pressupondo valores e concepções diferentes de educação. Não se trata de escolher
a melhor definição, a mais divulgada ou aquela que é reconhecida por alguma comunidade
acadêmica ou cientifica. O mais importante para o professor é compreender o campo de
abrangência e de problematização do termo que se constitui em um modo conceitual de
acercar dos problemas educativos, sendo o gesto a base segura para esse processo de
construção educacional.
O currículo nas escolas de educação infantil em seu histórico era de certa forma
voltado para preparar as crianças para a formação superior, tendo um caráter assistencialista,
hoje o papel da base na educação é outra, em função as evoluções ocorridas no último século.
Sendo assim a educação apresenta suas grades curriculares já anteriormente determinadas,
sendo representada pelo Projeto Político Pedagógico, o qual tem sua elaboração de forma
democrática, baseando se nas normativas vigentes da Secretária Municipal de Educação, no
Estatuto da Criança e Adolescente e nos Referenciais Curriculares Nacionais da Educação
Infantil.
21
A educação infantil tem subtemas em sua grade curricular, porém devemos trabalhar
de forma multidisciplinar, abrangendo integralmente todos os conteúdos, sendo eles, natureza
e sociedade; musica; movimento; artes; linguagem oral e escrita; matemática. Onde a
avaliação acontece diariamente, através da observação sempre valorizando as peculiaridades
dos envolvidos no processo educativo. Tendo a consciência que a maioria de tais envolvidos
permanecem dentro da unidade escolar aproximadamente oito horas por dia. Quando falamos
do cuidar, falamos de carinho, estima, convívio harmonioso e seguro, afinal quando uma
família procura a escola também visa o abrigo e a proteção e bem-estar das crianças. Sendo
função do professor nortear o processo educativo e formulação do plano de aula, e ao gestor
norteia todo o processo e os envolvidos nele. Apesar de o currículo ter todo um conceito de
planejamento e proposta direcionada, o gestor tem a consciência de que a “educação infantil
deve assegurar espaço para o imprevisto, e não para o previsto (FARIA, Ana Lúcia Goulart,
1999, p. 70).
A abordagem curricular técnico linear do currículo deve estar em constante
questionamento sendo os básicos:
Quais objetivos educacionais deve a escola procurar atingir?
Quais experiências educacionais podem ser organizadas de modo eficiente?
Como podemos determinar se esses objetivos estão sendo atingidos e/ou superados?
2.1. As perspectivas críticas de estudo do currículo
“Por volta de 1970 a nova concepção sociológica colocou em discussão os
pressupostos do currículo questionando suas determinações sociais e suas relações
com a estrutura de poder na sociedade, incidindo o foco de análise sobre o
funcionamento interno das escolas” (FORQUIN, 1993).
Esse movimento obteve implicações profundas no pensamento curricular subsidiando
inúmeras pesquisas e análises críticas nas décadas posteriores. Na década de 70,
reconceptualizou, a ideia de currículo, a primeira com a influência de Paulo Freire, buscando
o enfoque histórico hermenêutico do currículo, evidenciando inicialmente a experiência dos
alunos e suas necessidades centrais para a base da construção do currículo. Em uma segunda
vertente constituiu se em torno do pensamento de Michael Apple e Henry Giroux, entre outros
norte-americanos, onde o pensamento foi fundamentado filosoficamente no neomarxismo,
ancorando em três premissas básicas. Sendo elas:
22
O currículo não pode ser separado da totalidade do social, deve ser historicamente
situado e culturalmente determinado.
O currículo é um ato inevitavelmente político que objetiva a emancipação das
camadas populares.
A crise que atinge o campo do currículo não é conjuntural, é profunda e de caráter
estrutural.
Essa crítica abalou os fundamentos e a hegemonia do paradigma técnico de currículo
colocando em evidencia a subordinação histórica do campo aos princípios regulares e controle
social.
[...] “as teorias críticas do currículo de natureza sociológica passaram a escrutinar os
conteúdos de ensino e sua transmissão, desnaturalizando o currículo, apontando o
como uma construção social e ressaltando as suas relações como o poder e com a
produção de subjetividade”. (MOREIRA; SILVA, 1995)
Partindo desse conceito, essa é a ideia fundamental onde todo currículo compreende
uma seleção de elementos da cultura, considerados validos para serem transmitidos nas
escolas, aqueles os quais são considerados legítimos e que tem uma aprovação social. Sendo
assim essa proposta e suas bases terão as concepções que estabelece a abordagem sócio
interacionista, construtivista, a educação libertadora com o comprometimento sócio – político
e ético. Norteado pelas concepções de Vygotsky, Piaget, juntamente com os estudos de Freire
e Nóvoa.
Onde a criança nasce em um meio social, o qual estabelece suas primeiras relações
com a linguagem na interação com o próximo, no sentido da educação como prática
libertadora e emancipadora, onde é analisado o funcionamento da inteligência e de sua
construção pela criança em seu meio social. Baseando se na questão da dimensão histórica da
formação de professores e também pelo compromisso ético com a transformação social.
Inicialmente a ideia era identificar as representações e referencias que estão presentes
nos autores que qualificam as bases teórica que sustentam as metodologias utilizadas na
educação atual, porém foi perceptível que ambos contribuíram, trazendo suas teorias através
de suas pesquisas, as quais nem sempre podem ser consideradas exatas, por completas, porém
pode acrescentar parcialmente concepções e ainda contribuem significativamente para a
educação.
23
Nos estudiosos citados acima foi observado, que as concepções são distintas, mas nas
leituras analisadas torna se possível criar uma ligação entre elas de maneira contundente,
analisando as práticas de ensino, e gestora, em reflexo ao desenvolvimento qualitativo do
ensino aprendizagem dos alunos. Visando o bem-estar de todos os envolvidos no processo
educativo. Valorizando o convívio com o adulto, e aprendizado de forma espontâneas, no
processo de utilização da linguagem.
Contudo atualmente as unidades escolares já utilizam alguns dos teóricos para
embasamento das metodologias de ensino, sendo que Piaget propõe que sejam utilizados a
faixa etária correspondente de cada turma, sendo sua teoria válida ao planejar, pois ele leva
em consideração a faixa etária, Vygotsky propões a preparação do meio para o aprendizado,
onde o aprendizado ocorre através do prévio conhecimento da criança, já Freire que contradiz
a educação bancaria, aquela que transforma a criança em “soldadinhos”, onde o aluno só
recebe, sendo que o estudioso propõe que a educação seja uma troca onde professor e aluno
trocam seus saberes, conhecimentos, onde ambos aprendem juntos, do compartilhamento de
experiências e conhecimentos. Finalizando com Nóvoa o qual propõe que a educação de
qualidade está embasada nos desafios do profissional da educação em manter se atualizado
sobre as novas metodologias de ensino e desenvolver práticas pedagógicas eficientes e
inovadoras. Onde a teoria não deve ser distinta da prática. Através disso o professor terá a
capacidade de exercer a sua função e fazer a diferença em sala de aula, o mesmo ocorre com o
gestor que deve sempre estar em busca da formação e conhecimento continuado para suprir as
necessidades da equipe.
2.2.Currículo segundo proposta à divisão de âmbito de conhecimento de mundo em seis
eixos
A visão de conjunto sobre a seleção cultural estabelecida para o currículo da Educação
Infantil, e a importância dos eixos no contexto educativo, como também o reflexo do gestor
na inserção e orientação do trabalho em sala de aula, para a qualidade no ensino
aprendizagem dos alunos. Já tendo o conceito de que o RCNI3 deve ser trabalhado
independente dos eixos de forma lúdica, sempre respeitando as peculiaridades e
individualidades de todos os envolvidos no processo educativo.
3 Referencial Nacional para a Educação Infantil
24
Movimento
O eixo Movimento abrange o sentido amplo do desenvolvimento relacionado a cultura
corporal motora. O movimento é uma das primeiras formas de expressão da criança. É
também a forma de interação social com o meio. Embora muitas vezes o professor por
motivos disciplinares, os professores acabem adotando posições que ceceiam o movimento
infantil, é preciso levar em conta a importância do movimento para as crianças. Por essa
razão, a proposta pedagógica deve contemplar a expressividade e a mobilidade próprias as
crianças. Os conteúdos selecionados para esse eixo priorizam o desenvolvimento das
capacidades expressivas e instrumentais do movimento possibilitando a apropriação corporal
pelas crianças de forma a qual possam agir com cada vez mais intencionalidade.
Dois blocos de conteúdos são sugeridos no RCNEI:
Expressividade: Engloba tanto as expressões e comunicações de ideias,
sensações e sentimentos pessoais, como as manifestações corporais que estão relacionadas
com a cultura. Destaca se nesse sentido, atividades direcionadas para o desenvolvimento do
reconhecimento do próprio corpo, para a expressão de sensações e ritmos corporais por meio
de gestos, a percepção de estruturas rítmicas, dança, entre outras.
Equilíbrio e coordenação: Refere se ao caráter mais instrumental do
movimento, sendo tais: saltar, correr, pular corda, brincadeiras livres e dirigidas, entre outros.
São movimentos que necessitam de coordenar habilidades motoras como velocidade,
flexibilidade e força, calculando a maneira adequada de obter sucesso na atividade pretendida.
Jogos e brincadeiras do universo cultural infantil podem ser utilizados de forma potencial para
o desenvolvimento desse conteúdo.
Música
Na educação infantil, a música tem sido muito utilizada com a finalidade de formação
de hábitos e atitudes, memorização de conteúdos e mesmo para acalmar as crianças, isto é,
como técnica de relaxamento e recurso disciplinar. As indicações do referencial, enfatiza uma
perspectiva de trabalho com a música entendendo a como linguagem e forma de
conhecimento. Isso significa garantia a criança a possibilidade de vivenciar e refletir sobre
questões musicais, num exercício sensível e expressivo que a leva ao desenvolvimento de
habilidades de formulação de hipóteses e de elaboração e de conceitos.
25
A linguagem musical é compreendida tendo em vista sua produção apreciação e
reflexão. Nesse sentido, é concebida como excelente meio para o desenvolvimento da
expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio de
integração social.
Fazer musical: Forma de comunicação e expressão que acontece por meio da
improvisação, da composição e da interpretação. Destacando as práticas diversificadas de
canto e expressão musical, tanto o ouvir música como cantar.
Apreciação musical: Dispõe referência a audição e interação com músicas
diversas. É incentivado a escuta musical desde a mais tenra idade abrangendo diversos
gêneros, estilos, épocas e culturas. Deve se trabalhar, ainda o reconhecimento de elementos
musicais básicos; frases, partes, repertório, formas, ritmos, etc.
Artes Visuais
Esse eixo como linguagem tem estrutura e características próprias, cuja aprendizagem
envolve os seguintes aspectos: o fazer artístico, apreciação e à reflexão. As artes visuais
envolvem um conjunto de atividades relacionadas ao desenho, pintura, modelagem, colagem,
construção, como no universo da educação infantil. O saber artístico abre espaço para a
educação inovadora, onde propõe desafios as crianças, estimulando sua criatividade,
sensibilidade, imaginação, superando as expectativas do senso comum, visando o trabalho
comprometido e qualitativo.
Como o conteúdo anterior esse também está dividido em blocos:
O fazer artístico - supõe a manipulação de materiais diversos e criação de
produções feitas pelas próprias crianças.
Apreciação em artes visuais - a leitura de imagem é um recurso importante
para desenvolver a apreciação em artes visuais. Podendo elaborar perguntas que levem as
crianças a refletirem sobre as suas próprias produções, a dos colegas e mesma produção feita
por artistas, sempre com questionamentos os quais possam estimular a criança a desenvolver
sua percepção artística.
Linguagem Oral e Escrita
26
O trabalho com a linguagem constitui em um eixo básico na educação infantil e
relaciona se com as quatro competências linguísticas básicas: falar, ouvir, ler e escrever.
Falar escutar são habilidades importantes a serem desenvolvidas na educação infantil.
A língua é um processo dinâmico, histórico e social que se modifica ao longo do tempo.
Reconhecer isso deve levar os professores a compreenderem e respeitarem as diferentes
formas de falar de cada criança, suas peculiaridades, individualidade e singularidade a cultura
qual está inserida, sotaque e dialetos diferentes. A melhor forma para desenvolver a
linguagem oral é colocar as crianças em situações reais de comunicação com usado em outras
crianças nas quais ela possa falar e ouvir ou seja através do convívio social do meio à qual
está inserido.
A psicogênese da língua escrita fundamenta a concepção da linguagem norteadora do
referencial. Nesse sentido, são ressaltadas as hipóteses que a criança constrói acerca de como
se escreve ou se lê. Tal contribuição reverte a ideia segundo a qual haveria um momento
determinado em que as crianças estariam prontas para aprender a ler e a escrever. Em geral,
essa prontidão é associada a faixa etária de 6 anos. Se por outro lado, compreende-se que as
crianças constroem conhecimentos sobre a escrita desde muito cedo, sendo assim, aprender a
ler e a escrever passa a se constituir em um processo longo que merece ser trabalhado desde o
início da Educação Infantil.
Para as crianças de 0 a 3 anos, os conteúdos são apresentados em um único bloco
compreendendo o uso da linguagem oral Face por ações de interação presentes no cotidiano, a
participação em situações de leitura observação e manuseio de materiais impressos.
Para as crianças de 4 a 6 anos, os conteúdos são apresentados em blocos:
Falar e escutar;
Práticas de leitura;
Práticas de escrita;
Natureza e Sociedade
Em relação ao eixo de natureza e sociedade o referencial norteia por uma abordagem
integradora e globalizada das diferentes linguagens e áreas de conhecimento. Nesse eixo
reúne temas relacionados ao mundo social e natureza envolvendo o conhecimento do campo
27
das ciências e naturais. Essa visão integradora é mais adequada à forma como a criança
percebe e relaciona com o mundo e o aprende. A perspectiva apresentada pela proposta
questionar prática frequente da educação infantil no tratamento dos conteúdos relacionados às
ciências naturais e sociais, tais como, cópia repetição colorir Produções prévia preleções
atividades vinculadas ao calendário Nacional comemorações diversas atividades voltadas para
o desenvolvimento da noção de tempo e espaço transmissão de certas noções relacionadas a
seres vivos e o corpo humano. Em seu lugar, propõe eficiência e possibilitem uma
aproximação ao conhecimento das diversas formas de representação e explicação do mundo
social e natural. Para as crianças de 0 a 3 anos não são estabelecidos conteúdo específicos.
Na realidade, o referencial em física a exploração do cotidiano, contato com animais, plantas
e objetos diversos.
Para as crianças de 4 a 6 anos, os conteúdos que foram organizados em cinco blocos:
Organização dos grupos e seu modo de ser, viver e trabalhar;
Os lugares e suas paisagens;
Objetos e processo de transformação;
Os seres vivos;
Fenômenos da natureza;
Como é possível perceber, os diferentes blocos de conteúdos integram o conhecimento
da ciência física, naturais e sociais. A base da Integração é o contexto sociocultural em que as
crianças estão envolvidas. Assim, no bloco organização dos grupos e seu modo de ser, viver e
trabalhar sobressai a relação da criança dentro e fora da instituição de educação infantil
visando propiciar aquisição de conhecimento sobre a vida social no seu entorno.
Os lugares e suas paisagens propiciam conhecimentos sobre a realidade social e
natural. Já os objetos e processos de transformação refere se ao conhecimento que as
crianças podem adquirir sobre o conjunto de objetos presente em seu meio. Nesse processo
de aprendizagem, elas aprendem como os seres humanos transformam a natureza mediante a
produção dos mais diferentes objetos, máquinas, ferramentas, brinquedo, meio de
comunicação entre outros. É destacada a relação entre o ser humano, os animais e as plantas.
Esta temática que de certa é enorme interesse nas crianças, permite a elas conhecerem melhor
a realidade natural e social, como também desenvolver atitudes de respeito e preservação a
vida, ao meio ambiente e atitudes relacionadas à saúde. Por último, em fenômenos da natureza
28
são completados outros aspectos da realidade natural que também são de grande interesse das
crianças.
Matemática
As noções matemáticas compreendem situações envolvendo números, relações entre
quantidade e noção sobre espaço. O pressuposto básico que orienta e se isso é o de que a
criança, desde muito pequena, constrói conhecimento relacionado a contagem em relações
quantitativas. Aquisição desse conhecimento ocorre por um processo contínuo de abstração
que podem ser enriquecidos é potencializado por situações de aprendizagem estimuladoras e
desafiadoras.
“As noções Matemáticas (contagem, relações quantitativas e espaciais, etc.) São
construídas pela criança a partir das experiências proporcionadas pelas interações
com o meio, pelo intercâmbio com outras pessoas que possui interesse,
conhecimentos e necessidades que podem ser compartilhados. As crianças têm o
poder de ter várias experiências com o universo matemático e outras que eles
permitem fazer descobertas, tecer e relacionar, organizar o pensamento, o raciocínio
lógico, situar-se e localizar-se espacialmente”. (BRASIL, 1998, P. 123).
Para as crianças de 0 a 3 anos não é sugerido nenhum conteúdo específico, pois espera
se que as competências matemáticas sejam desenvolvidas em situações cotidianas de
utilização da contagem oral, de noções de quantidade e na manipulação de exploração de
objetos e brinquedos. Para as crianças de 4 a 6 anos, os conteúdos são organizados em três
blocos:
Números e sistema de numeração;
Grandezas e medidas;
Espaço e forma;
2.3.O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e o trabalho docente.
Enquanto material de apresentação do currículo aos professores o RCNEI compre a
sua finalidade política, isto é, a de servir sem provimento de orientação e de reflexão sobre o
currículo. Os desafios para a concretização dessa proposta em creches são inúmeros espera se
que a formação dos professores em currículo sirva de ferramenta para avaliar esses desafios e
buscar formas de resolução das problemáticas enfrentadas. Nesse sentido, o planejamento do
29
currículo, atividade do professor por excelência, é a fase de concretização deste documento
que poderá traduzir, ampliar, ele é definir as ações contidas no RCNEI. Mais que um
currículo oficial a ser seguido, o importante é assumido como proposta a ser experimentada
coletivamente. Nessa empreitada são muito valiosas as palavras do poeta:
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à Vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos, vamos de mãos dadas.
(DRUMMOND, 1992)
Esse material de orientação curricular voltado aos professores foi elaborado por uma
equipe técnica pedagógica do Ministério da Educação, vinculados à Coordenação Geral de
educação infantil, e divulgado no final de 1998. O documento compreende três volumes: no
primeiro, intitulado introdução são apresentados os fundamentos da proposta, isto é, as
concepções de criança, cuidar, educar e de creches e pré-escolas como instituições de
Educação Infantil. Nos dois outros volumes são apresentados os conteúdos do eixo de
formação pessoal e social e de conhecimento de mundo.
O RCNEI, de acordo com seus próprios elaboradores, o conteúdo deve auxiliar como
guia de orientação para nortear as discussões dos profissionais da educação infantil no
momento de elaborarem os projetos educativos das unidades escolares. Pretende ser, como
sugere o título, apenas um referencial, isto é, uma orientação geral, que conhece a pluralidade
e diversidade da sociedade brasileira e a existência de diversas propostas curriculares de
Educação Infantil elaboradas por diversas instituições pública e privadas. Nessa perspectiva, o
RCNEI apresenta se como instrumento da política curricular no esforço do estado brasileiro
de oferecer a rede de creches e pré-escolas uma proposta articulada que possa servi de
bússola, um guia na orientação do trabalho com as crianças ou mesmo um desencadeador de
reflexões sobre o currículo.
2.4.Concepções – creche e pré-escola.
O RCNEI reafirma o caráter educativo das intuições de atendimento às crianças
pequenas. Parte também do pressuposto de que é preciso modificar a concepção
30
assistencialista que sempre predominou nessas instituições, especialmente a de caráter
público, sobretudo aquelas voltadas para a faixa etária de 0 a 3 anos. “ Há um consenso sobre
a necessidade de que a educação para as crianças pequenas promova a integração entre os
aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais da criança, considerando que esta é um ser
completo e indivisível". (BRASIL, 1998, v. I, p. 9).
Assumir que a concepção de criança é uma noção historicamente construída e que vem
mudando ao longo do tempo, tal concepção é acima a natureza singular das crianças, isto é,
são seres que sentem e pensam de um jeito próprio. Outro aspecto importante é o destaque
dado a diversidade social e cultural como fatores dessa singularidade das crianças.
2.4.1. Concepção de criança
Assume que é a concepção de criança é uma noção historicamente construída e que
vem mudando ao longo do tempo. Afirmar a natureza singular das crianças, isto é, são seres
que sentem e pensam de um jeito próprio. Outro aspecto importante é o destaque dado a
diversidade social e cultural como fatores dessa singularidade da criança.
2.4.2. Concepção de educar
A noção de educar adquiriu uma conotação muito especial, em vista as características
desse nível educacional. O que se quer recuperar com ela é a responsabilidade das instituições
de educação infantil tornarem acessíveis a todas as crianças que as frequentam elementos da
cultura que contribuem para o desenvolvimento infantil e para inserção social das crianças.
Sendo assim educar significa “propiciar situações de cuidado, brincadeiras de aprendizagem
orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com outro em uma atitude básica
de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos
da realidade cultural e social". (BRASIL, 1998, v. 1, p. 23).
2.4.3. Concepção de cuidar
31
A relação educar cuidar assumir no referencial curricular uma relação intrínseca. O
cuidar que sempre fez parte da prática cotidiana dos profissionais da Educação Infantil, ou
seja, a creche e pré-escola deixa de ser visto como uma decorrência informal ou uma
atividade suplementar e menos importante para assumir relevância dispensável a natureza das
necessidades de um atendimento de qualidade para crianças pequenas. De acordo com o
RCNEI, cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado envolve
uma dimensão afetiva e relacional. Desta maneira, ele abrange os cuidados com os aspectos
biológicos do corpo, a dimensão afetiva, a identificação das necessidades sentidas pelas
crianças no ambiente escolar, a qualidade da alimentação, os cuidados com a saúde, assim
como o cuidado no gerenciamento de oportunidades de acesso a diversos conhecimentos.
2.4.4. A concepção de brincar
Essa noção que tem sido ressaltada como fundamental no desenvolvimento infantil
desde o século XVIII é assumida pelo Referencial Curricular como eixo norteador da proposta
pedagógica. Sendo que a brincadeira é uma linguagem infantil, uma ação no plano da
imaginação, que remete ao âmbito da linguagem simbólica. Além de satisfazer uma
necessidade natural, por meio das brincadeiras as crianças transformam os conhecimentos que
já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por isso na Educação
Infantil é importante oferecer uma intervenção intencional baseada na observação das
brincadeiras de crianças. Oferecendo lhes espaço adequado e material que permitam o
enriquecimento de competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis.
3. A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA ESCOLA – (BASE PCN)
A escola é vista como construção coletiva e permanente. É essencial a vinculação da
escola com as questões sociais e como os valores democráticos não são no ponto de vista da
seleção e tratamento dos conteúdos, como também da própria organização escolar. Para ser
organização eficaz no cumprimento de propósitos estabelecidos, a escola deve pautar se pela
autonomia, pelo trabalho coletivo e pela construção do projeto pedagógico.
32
3.1.A organização por ciclos
A proposta adora a organização do currículo por ciclos, área de conhecimento e temas
transversais. A justificativa para a fixação dos ciclos tem base em argumentos de natureza
pedagógica. O ciclo propiciaria um tempo mais flexível para lidar com os diferentes ritmos de
aprendizagem dos alunos. Dispondo de mais tempo, busca evitar as frequentes rupturas e a
excessiva fragmentação do percurso escolar, assegurando a continuidade do processo
educativo, dentro do ciclo na passagem de um ciclo para o outro.
3.2.Área de conteúdo e temas transversais
A concepção de área evidencia a natureza dos conteúdos tratados, definido claramente
o corpo de conhecimento e o objeto de aprendizagem. Nesse sentido, os parâmetros optaram
por considerar a fundamentação das opções teóricas e metodológicas de cada área
possibilitando, ao professor, refletir sobre cada conteúdo. Além das áreas, buscou integrar,
nos parâmetros, as problemáticas sociais como os temas transversais. A aprendizagem relativa
a esses temas se explicitam na organização dos conteúdos das áreas, mas a discussão e
conceptualização e a forma de tratamento que devem receber o todo da ação educativa escolar
está especificada em textos de fundamentação por tema.
Os objetivos a serem alcançados no ensino das áreas e temas transversais foram
definidos em função das capacidades que devem ser desenvolvidas pelos alunos ao longo da
escolaridade. Os objetivos definem em termos de capacidades de ordem cognitiva, física,
afetiva, de relação interpessoal e inserção social, ética e estética, tendo em vista uma
formação ampla. De forma semelhante a indicada no Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil, os conteúdos são abordados nos PCN em três grandes categorias:
3.2.1. Classificação dos conteúdos
Conteúdos conceituais: Os conteúdos conceituais referem se a construção ativa das
capacidades intelectuais para operar com símbolos, ideias, imagens e representações que
permitem organizar a realidade. Em Ciências Naturais identificar e compreender as relações
entre o solo e seres vivos nos fenômenos de escoamento da agua, erosão e fertilidade dos
solos, no ambiente urbano e rural. Em língua português, conhecer a respeitar as diferentes
variedades linguísticas do português falado. Em história identificar os diferentes tipos de
organização urbanas, destacando suas funções e origens. Em geografia caracterizar a
33
paisagem local, suas origens e organização, as manifestações da natureza em seus aspectos
biofísicos, as transformações sofridas no campo. Em matemática reconhecer os numerais
racionais.
Conteúdos procedimentos: Conteúdos procedimentais expressam um saber fazer, que
envolve tomada de decisões e realização de uma série de ações, de forma ordenada e não
aleatória, para atingir uma meta. Em ciências naturais, organizar e registrar por intermédio de
desenho, quadros, tabelas, esquemas, gráficos, lista de texto e maquetes, de acordo com as
exigências do assunto em estudo sob orientação do professor Em língua portuguesa, usar os
conhecimentos adquiridos por meio da pratica de reflexão sobre a língua para expandir as
possibilidades, os usos e a capacidade de análise crítica. Em história método de pesquisa e de
produção de textos de conteúdos histórico, aprendendo os diferentes registros escritos,
iconográficos, sonoros. Em geografia, saber utilizar a linguagem cartográfica para obter
informações e apresentar a espacialidade dos fenômenos geográficos. Em matemática,
interpretação de dados apresentados por meio de tabelas e gráficos para identificação de
características previsíveis ou aleatórias de acontecimentos.
Conteúdos atitudinais: O conteúdo atitudinal refere se aos valores, às normas e
atitudes. A aprendizagem desses aspectos permeia todo o conhecimento escolar. Em ciências
Naturais, valoriza a leitura como fonte de informação. Em língua portuguesa, valoriza a
leitura como fonte de informação. Em história, valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar
a diversidade, reconhecendo a como um direito dos povos e indivíduos e como um elemento
de fortalecimento da democracia. Em geografia, valorização de formas não predatórias de
exploração, transformação e uso de recursos naturais. Em matemática, confiança em sua
possibilidade para propor e resolver problemas.
Na Educação infantil, o corpo docente em conjunto com a gestão escolar deve planejar de
forma significativa, como esses conteúdos irão ser propostos nos Projeto Político Pedagógico.
4. O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP
Tente outra vez
Veja! Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez!
Beba, pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou!
34
Tente. Levante a sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar.
Há uma voz que canta, há uma voz que dança
Uma voz que gira, bailando no ar.
Queira. Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capas de sacudir o mundo
Vai. Tente outra vez!
Tente. E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez!
(SEIXAS; COELHO; MOTTA, 2000)
A formação docente seja ela em gestão, em direção escolar ou em docência em sala de
aula, a qual envolve o PPP, em todos os seus aspectos e complementos, pretende ser uma
incursão no domínio da cultura escolar, uma instigante interrogação sobre a pratica e o
trabalho educativo, um processo incessante de democratizar a cultura experimentando sempre
novas possibilidades, como sugere a canção acima.
A gestão da educação enquanto tomada de decisões se realiza a cada momento da vida
escolar, quer planejado, construído o Projeto Político Pedagógico, quer avaliando a realidade
educacional que subsidiara a construção do saber. Através da elaboração do PPP ganha-se
significância na articulação com projetos mais amplos, oportunizando novas temáticas e
metodologias para os resultados aos quais se almeja e por qual a educação de qualidade busca
em sua luta constante.
“Na verdade, nenhuma sociedade se organiza a partir da existência previa de um
sistema educativo, o que implicaria na tarefa de compreender um certo perfil ou tipo
de ser humano que, na sequência, poria a sociedade em marcha. Pelo contrário, o
sistema educativo se faz e se refaz mesmo da experiência”. (FREIRE, 1998, p. 47)
Integrada com essa ideia, deve se ter a consciência de que vivemos numa época de
crise, de grandes transformações e, portanto, de crise na Educação, fato que por si só justifica
uma discussão sobre a construção coletiva de um Projeto Político Pedagógico. Raramente o
processo educacional é analisado como parte de um todo, ou seja, como parte da sociedade,
35
muito menos se avalia a sociedade que existe e a que quer na construção de um projeto na
escola.
“Projeto é meta, mas torna se concreto e gerador de movimento quando transposto
para compreensão das pessoas e por elas assumido” (FERREIRA, 2003, p. 112). O termo
“projeto” implica sempre a memória lançada para a frente, é um exercício prospectivo, uma
vez que organizamos algo que está por vir, mas que tem como referência o caminho já
percorrido e, mais ainda, o ponto e as circunstância em que se está. Projetamos quando temos
a nossa frente algo que queremos e para trás algo que nos dá referência. Um projeto é sempre
um empreendimento, organização de ações em função de necessidades e desenho concretos.
Sempre o anuncio de algo que se quer alcançar. Partindo desse pressuposto pode se
raciocinar, questionar, o que a escolar pretende com seu PPP.
O princípio norteador de um projeto pedagógico é sempre sua intencionalidade. Algo
que se apresenta como desejado ou necessário. Todo projeto implica a explicitação de uma
determinada intenção de ações, da definição a respeito dos fins que se quer alcançar, que se
sustentam em valores, valores esses criados e estabelecidos pelos sujeitos participantes das
ações. Assim fica explicita uma filosofia de ação.
[...] o projeto político pedagógico exige profunda reflexão sobre as
finalidades da escola, assim como a explicitação do seu papel social e a clara
definição dos caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas por
todos os envolvidos como o processo educativo. Seu processo de construção
aglutinará crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto
social e cientifico, constituindo se em compromisso político e pedagógico coletivo.
(VEIGA, 1998, p. 9).
O Projeto Pedagógico, o qual pode ser denominado Projeto Político Pedagógico, tem
sua importância baseada no momento o qual se é questionado sobre o que se quer com a
escola e as metas a serem atingidas, dentro dos limites, possibilidades e realidades
vivenciadas. Por isso ele precisa ser fruto de reflexão e investigação. Sendo trabalho
pedagógico do projeto, aquele que explicita tendo domo meta a preparação e a capacidade
política do cidadão de uma nova sociedade, a qual se busca mais justa e humana. Tendo o
projeto o objetivo de recriar seres humanos renovados, críticos, criativos, capazes de preparar
36
as condições que inovarão as estruturas sociais, pautada na fraternidade, solidariedade, justiça
social e verdadeira cidadania para todos.
Assim, interessa a um projeto político pedagógico não apenas recriar formas
pedagógicas, isso não é suficiente, embora sejam muito importantes, mas também criar novas
metas sociais que venham contribuir para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e
humana.
Em um trabalho esforço coletivo de construção, serão tomadas decisões sobre a
seleção de valores a serem consolidados, a busca de pressupostos teóricos metodológicos
postulados por todos a identificação das maiorias das aspirações das famílias em relação à
escola na educação de seus filhos e da população e na contribuição e certificar que irá
oferecer. [...] "para o desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
Cidadania e sua qualificação para o trabalho". Obedecendo ao que está exarado no artigo 2.º
da Lei 9.394/96.
Dessa forma, por meio do projeto pedagógico, se formaram as personalidades dos
alunos e se fortalecer a cada um dos membros da escola que, consciente dos objetivos a serem
trabalhados, do seu significado e dos valores que o sustentam, reavaliarão, na sua própria
prática, as suas vidas e as suas prioridades. Reside aí, nesse processo de gestão da Educação,
o grande valor da construção coletiva e humana de um projeto formador.
O projeto político pedagógico, ou seja, oferecer nada mais é do que a identidade da
escola que envolve a comunidade em um todo. O tema projeto é derivado do latim projector:
político, empreendimento, tendo como princípio o compromisso com a formação do cidadão
para uma sociedade melhor de maneira estratégica com táticas para de governar. Definir as
ações educativas características necessárias para que a escola cumpra com seus propósitos e
metas. Sendo que o projeto político pedagógico tem caráter intencional sob a ação, onde a
escola deve ser definida por si mesma visando o bem-estar da comunidade escolar sendo essas
normas e diretrizes que clareiam a ação pedagógica do cotidiano.
Trata se de um trabalho compartilhado pela equipe escolar, uma construção coletiva.
Assim concebido o projeto pedagógico traduzi valores do grupo, suas intenções, seus
objetivos compartilhados. Estabelece prioridade, definir caminhos. Este será o eixo condutor
do trabalho da escola, dando-lhe o próprio rosto. O alicerce do projeto político pedagógico é a
efetivação do planejamento evitando situações de improviso, sendo que o planejamento defini
37
onde se quer chegar, o que se pretende fazer o que deve ser feito e qual a melhor maneira de
se fazer. Deixando claro que o PPP é diferente do planejamento sendo algo que
complementa um ao outro, foi através de ambos estabelece se os rumos aos Quais são as
figuras a as unidades escolares, objetivando resultados eficientes rápido e de qualidade.
Priorizando a consciência de que o PPP tem que ser desenvolvido com todos os profissionais
envolvidos no processo educacional, ou seja, o gestor e o corpo docente, visando uma
proposta democrática buscando enriquecer as contribuições e habilidades de todos os
envolvidos sendo que o PPP não é apenas responsabilidade do diretor, mas sim um trabalho
coletivo a ser desenvolvido em equipe.
Tendo o saber de que este deve conter a história da instituição a realidade da
comunidade escolar explicando suas situações problemas do cotidiano o Regimento Interno a
linha pedagógica a ser seguida os projetos interno e os da SME e os meios de articulação do
trabalho a ser construído sempre baseando se na construção de um ensino aprendizagem de
qualidade buscando uma educação progressiva.
Na elaboração do PPP também deve estar envolvido prazos quantidade de alunos
matriculados idade de turmas correspondência frequência ausência entre outros itens os quais
semeiam essa proposta. O projeto político pedagógico Visa organização da escola
estabelecendo diretrizes básicas para o seu funcionamento definir o conteúdo de trabalho
escolar com base nas diretrizes curriculares nacionais e as normativas da secretaria de
educação.
Qualquer proposta a qual visa o trabalho em grupo em função ao aluno e suas
capacidades não pode ser de forma autoritária, única, afinal a escola pertence a todos, sendo
assim devemos novamente enfatizar se a gestão escolar e o projeto político pedagógico como
todos os saberes e fazeres que ocorrerem dentro da Unidade Escolar, devem acontecer
embasado na democracia e respeito ao próximo.
4.1.O PPP e o trabalho gestor
Mas o que vem a ser o trabalho do gestor escolar? Costuma se por falta de definição e
conhecimento, confundir gestão com autoritarismos.
Dessa maneira, autoritarismo é a exacerbação de autoridade, ou seja, é abuso de poder,
é a expressão individualista de interesses pessoais que não refletem os interesses do coletivo.
38
É a personalização da incompetência por abuso de poder descumprimento com o coletivo.
Direção é a função que assegura a manutenção de estrutura e o Regimento de atividades na
realização de um projeto e/ou programa. É uma influência consciente sobre determinados e
específicos com textos com a finalidade de coordenar, manter, aperfeiçoar e desenvolver uma
programação planejada e projetada coletivamente. É a "condução" da construção coletiva do
projeto político pedagógico da escola (FERREIRA, 2003).
Consequentemente o sucesso do trabalho do gestor depende do empenho e do "saber-
fazer" depende dos demais participantes do processo educativo. Mas só ele pode conduzir o
grupo permear e direcionar. Portanto é tarefa do líder propor atividade instigante
provocadora estimulante e ao mesmo tempo viáveis para transmitir confiança e segurança
com o objetivo de imprimir uma perspectiva de sucesso. Buscando acionar todos os
conhecimentos e habilidades, além de manter a persistência para despertar o interesse é a
vontade de todos. Algumas dessas responsabilidades podem ser compartilhadas com o
conselho escola, secretária, professores. Algumas escolas ainda podem contar com auxiliar de
direção e coordenadores pedagógicos neste caso deve se priorizar a divisão de tarefas com os
mesmos. Ajuda em realizar um trabalho compartilhar, é importante desencadear um
processo de mobilização, que faça com que as coisas aconteçam. Atuação do gestor é
fundamental na transformação da escola em um espaço vivo e atuante, como também em um
layout e design bonito, pois um local cativante estimula as pessoas a trabalharem com mais
vontade e contentamento, no qual o foco central seja o aluno.
Veiga (1998, p. 29-30) propõe algumas sugestões que servirão para qualificar as ações
mobilizadoras e propulsoras de novas maneiras de pensar e fazer o projeto político
pedagógico em relação à gestão escolar.
Assumir a competência primordial da escola: educar, ensinar/aprender.
Dinamizar os conteúdos curriculares de maneira a provocar a participação do
aluno.
Estimular a valorização dos profissionais da Educação, fortalecendo sua
formação inicial e continuada sempre buscando estimular e incentivar os
professores em busca de novos conhecimentos como também o gestor cumprir
com esse papel em seu contexto profissional. Ampliando seus horizontes e
saberes profissionais.
39
Criar e institucionalizar instancias colegiadas na escola tais como: Na educação
infantil é o conselho de escola.
Demonstrar os interesses envolvidos nas decisões, reforçando o diálogo e construindo
formas alternativas de superação das propostas oficiais e verticais. Definir a política Global da
escola por meio do PPP elaborado de baixo para cima, contando com a participação de todos
os segmentos da escola. A construção do projeto político pedagógico deve considerar.
Portanto o desafio de articular a singularidade da escola que o produziu com as políticas
públicas mais amplas. A reflexão coletiva da escola é extremamente importante e necessária,
a fim de que exista um compromisso de todos a respeito dos princípios que vão orientar o
trabalho escolar, considerado em suas especialidades. Dessa forma, o PPP constitui se em um
instrumento valioso de mediação entre ansiedade, desejo intenso dos sujeitos escolares E o
planejamento pouco crédito de suas ações cotidianas. O Projeto Político Pedagógico
concebido, executada é avaliado na perspectiva do coletivo poderá vir a constituir ser na
ferramenta por excelência para escola construir sua autonomia, a partir da resignação de suas
práticas e de todo trabalho escolar, sendo o gestor o mediador participativo desse processo
visando o bem-estar dos alunos.
4.2.Participação e gestão democrática escolar
O termo, participação deriva do latim, onde significa fazer parte de, tomar parte em
fazer saber, informar, anunciar (CUNHA, 1994, p. 584).
É fazer parte de uma ação, portanto, agindo em uma ação que é coletiva. Significa
ação conjunta de "um fazer” que é também é conjunto e que se destinava todos. Significa
ação conjunta de "um fazer" que exercita e "ensina a ser". A participação sei, portanto,
caráter instrumental. Isto é isso é, ao se participar, exercita seu um direito de cidadania,
responsabiliza-se quem o faz sobre o que faz e o que necessita ser feito; nesse " fazer
conjunto" aprende-se a colaborar com outras pessoas e se aperfeiçoa na convivência com os
demais. A participação, portanto, não é somente o processo de atuação de caráter técnico.
Possui um caráter e o compromisso social arraigados em valores humanos que são públicos,
democráticos, solidário, e não pode, nem deve refletir, interesses individuais. Para ilustrar o
significado real da participação que pressupõe ação conjunta de "um fazer" e que também é
conjunto e que se destina a todos.
40
Apple & Beane (1997, p. 154-155) nos ensina que "o significado mais poderoso da
Democracia não é formado pela capacidade retórica política, mas nos detalhes da vida do
cotidiana". Isso significa levar a sério as realidades do desenvolvimento do currículo do
ensino, da avaliação, e da vida dos alunos e dos professores que precisam participar, cooperar
para que a escola se realmente funcionem. Dizer que as pessoas estão comprometidas com
essas questões pode parecer uma reafirmação do óbvio, mas é necessário cultivar esse
compromisso e desenvolver essa "cultura de nós" para que se possa construir uma gestão
democrática na escola.
Para isso, faz necessário a construção de uma gestão da educação que perpasse,
democraticamente, todos os espaços escolares e criar uma educação que é simultaneamente
disciplinada e amorosa. A gestão da educação competente são resultados da participação de
todos os envolvidos no processo educativo sendo eles: professores alunos, funcionários, pais e
todos os que são responsáveis por uma ação que se desenvolva na e para a escola. O Diretor
tem o papel fundamental e obrigatório, seguir princípios norteadores da gestão democrática,
sendo elas as descentralizações, que executa, planeja e cria as ações de maneira que a
comunidade escolar tenha participação ativa, seja ouvida e aceita. Apresentar a todas as ações
pertinentes à escola e executada por elas. Sendo parte integrante da gestão democrática, o
conselho de escola; fiscalização de verbas; projeto político pedagógico, prestação de contas,
todos esses itens apresentados e trabalhados de forma transparente. Sendo assim, o gestor
deve criar parâmetros a modo de administrar a gestão democrática sem autoritarismo e nem
com muita liberdade. Tendo o bom senso de articular e mediar todas as situações pertinentes
ao cargo correspondente.
4.3.O conselho de escola
Nas diretrizes de bases da Educação nº 9394/96 no artigo 14, estipula a legalidade e
organização do conselho de escola, o qual é um órgão colegiado (já citado anteriormente)
formado por inúmeras pessoas ligadas a comunidade escolar, corpo docente, gestão escolar,
demais funcionários, e responsáveis pelo corpo discente.
O respectivo artigo trata da gestão democrática, onde sugere a participação da
comunidade escolar. Seu funcionamento se dá de forma ativa e efetiva não apenas para
permear discussões dos assuntos burocráticos e financeiros, mas para permear as resoluções
dos problemas apresentados no meio escolar.
41
O mesmo ocorre através de eleições, com votações diretas e facultativas, onde todos os
envolvidos no processo escolar podem se candidatar a membro do conselho, desde que
estejam no pleno exercício de suas capacidades civis. Promover a paridade na formação de
todos os segmentos, sendo o diretor membro inerente desse conselho. A duração do
mandando vigora por um ano, após haverá novas eleições.
4.4.Plano de Desenvolvimento da Escola.
O PDE escola é um programa de apoio a gestão escolar, amparado no planejamento
democrático e participativo, em busca de uma educação de qualidade, norteada pela gestão
escolar. Sendo essa ferramenta disponível da escola para a escola, para identificação e
resolução da problemáticas apresentadas na escola. Em um acordo firmado entre o Governo
Brasileiro e o Banco Mundial, com o intuito de qualificar a gestão escolar, a qualidade do
ensino e a permanência das crianças na escola. Até o ano de 2005 a respectiva verba foi
destinada ao ensino fundamental. No ano de 2009 passou a atender todas as unidades as quais
se enquadrassem nos critérios propostos. Atualmente o PDE, ampara desde a educação
infantil até o ensino médio. A verba também pode ser destinada a projetos sociais, os quais
auxiliem nos déficits que comprometem a qualidade do ensino.
5. A GESTÃO ESCOLAR NO PROCESSO AVALIATIVO
"A conjuntura pela qual está passando as escolas no atual mundo globalizado sofre
inúmeras transformações rupturas profundas em todos os âmbitos e dimensões, com
todas os percalços você existência desses repensar sobre que se pode e deve fazer na
escola com o intuito de construir um mundo mais justo e humano. Essa exigência
contou a repensar uma nova organização do trabalho pedagógico, hodierna, a partir
de outras finalidades e propostas que necessitam ser feita por uma outra
compreensão de planejamento e avaliação, binômio indissolúvel, o qual se alicerça
no compromisso de formar seres humanos porta intelectualmente, ajustado
emocionalmente, capaz tecnicamente e ricos de caráter" (FERREIRA, 2003, P. 113).
A gestão escolar é a porta das possibilidades de mudanças que envolvem o contexto
escolar, visando a melhoria da educação. Pertinente ao pensamento, compreende se que o
gestor tem como uma de suas funções a avaliação institucional, sendo ela importante
estratégia de diagnostico para os diversos setores da escolar, tais como ferramentas de
percepção sobre a necessidade, dos pontos a serem evoluídos e melhorados.
42
Portanto a avaliação analise e julgamento das práticas educacionais em
desenvolvimento a partir de uma construção coletiva de padrões que se alicercem em
princípios, postura intimamente relacionados a avaliação democrática, critica institucional e
criação coletiva e investigação participante e continuada.
Avaliar é um exercício que todo o ser humano realiza diariamente em seu convívio
social, e até mesmo no individual, ou seja, a observação, avaliação, críticas e elogios são
constantes, desde para si mesmo no espelho até um colega de trabalho. Afinal o ser humano
está em constante aprendizado evolutivo, e é através da avaliação que ocorre esse processo.
5.1.Da Avaliação Do Processo Educativo Das Crianças
Já no contexto educativo, avaliar não apenas medir o diferencial de cada um, ou
classificar, mas sim transformar. Avaliação tem suma necessidade em seu papel de elemento
para melhorar o seu trabalho docente, para analisar as crianças, suas individualidades,
peculiaridades, singularidades, suas atitudes seus medos anseios educação e cultura na qual
está inserido. Contudo avaliação na educação infantil não é apenas um item da proposta
curricular, mas sim uma ferramenta para melhorar a prática pedagógica sem critério ou
normas pré-estabelecidas valorizando o convívio social dentro de sala de aula analisando
diariamente a criança através da observação pois a partir dessa metodologia torna se possível
refinar conteúdo a ser planejado com base nas potencialidades já apresentadas pela criança.
Nas diretrizes de base voltados à educação infantil no inciso segundo, é proposto
várias ferramentas embasada em registro os quais o professor deve utilizar em sala de aula,
sendo, fotografias, relatórios, gravações, filmagens, portfólios que através de um olhar
direcionado à afetividade o carinho nas atitudes das crianças, serão registradas em seu
cotidiano, permitindo analisar integralmente desenvolvimento das crianças, como também
permitir aos familiares que participem desse momento tão especial de crescimento e
desenvolvimento infantil.
A ideia de avaliação ação através do registro fotográfico torna o processo de ensino
transparência, propiciando ao professor desenvolver o seu planejamento de forma integral os
seus registros, com clareza, para partilhar o seu aprendizado e o desenvolvimento dos seus
alunos tornando se mais viável para que a gestão escolar possa avaliar o trabalho
desenvolvido em sala aula pelo professor, como também para compartilhar trabalhos e
resultados com os demais professores do grupo e não apenas isso, para que o próprio
43
professor possa avaliar seu próprio trabalho. Nesse contexto as propostas da gestão escolar,
propõe avaliação de forma coletiva tendo como intuito direcionar o professor na busca da
construção da prática social. Utilizando a avaliação no sentido de a criança em busca do seu
crescimento suprir as suas limitações dentro do seu desenvolvimento e do conteúdo proposto,
em relação ao professor sobre seus anseios comemorar em conjunto suas conquistas e sanar
suas dúvidas e auxiliar nas suas dificuldades. Na avaliação em relação à escola avaliar
diagnosticar enfrentar os desafios buscando funcionamento adequado e à estrutura de
qualidade na educação infantil.
A Avaliação e o planejamento são sequenciais, sendo que um não tem significado sem
o outro, sendo que não existe avaliação sem ter planejado, portanto o professor deve
desenvolver seu planejamento com qualidade e foco. A Avaliação proporcionar a troca de
experiências entre o grupo, o registro da evolução ou regressão da criança propicia a todo o
grupo analisar etapa por etapa o desenvolvimento do aluno, pertinentes aos momentos de
horário de trabalho pedagógico coletivo (HTPC). Através da troca de experiência torna se
inviável a discussão das problemáticas de apresentação e parabenizar os objetivos atingidos.
Porém o profissional da educação deve se atentar para que esse momento não se torne
desgastante apenas com reclamações e críticas. Dessa forma cabe ao gestor direcionar e
permear esse momento de forma que se torne desafiador, buscando soluções, tornando esse
um momento participativo em busca da construção da educação qualitativa.
5.2.Da Avaliação Dos Profissionais Da Unidade Escolar.
A unidade escolar como as demais empresas no nível educativo, funciona de maneira a
qual atinja os objetivos, onde cada profissional tem o dever de cumprir com suas funções.
Sendo os professores os responsáveis pelos alunos e conteúdos curriculares, mas os demais
funcionários são profissionais ativos e participativos do processo educacional, apoiando o
profissional da educação para que o processo educativo ocorra com qualidade e satisfação.
Onde são inúmeros os funcionários que auxiliam no trabalho docente, sendo as, serviços
gerais que cuidam da limpeza da unidade, as quais desempenham seu papel muito bem, para
manter a higiene e bem-estar do ambiente o qual todos estão inseridos, as merendeiras que
cozinha para todos, como amor e carinho, deixando a refeição diária deliciosa, o secretário de
escola que além de auxiliar na gestão, também é o receptor das maiorias das informações dos
fatos ocorridos na unidade, intervindo muitas vezes para resoluções de problemas, o zelador,
44
o qual mantem a ordem do prédio e o vigia, muitas vezes ele também auxilia em projetos,
como hortas, organizações de materiais recicláveis, etc.
Todos os profissionais inseridos no ambiente escolar têm a sua importância,
necessidade e valor. Sendo que função do gestor, parabenizar esses profissionais, valorizando
o seu trabalho, estimulando os a buscarem novos saberes, integrar – os como equipe.
Mostrando que independente do cargo, somos todos iguais, onde cada um cumpre com as
funções designadas, pois um não é nada sem o outro dentro da equipe escolar.
Através do convívio pacifico e respeitoso entre toda a equipe, é possível transmitir
para a criança a importância do respeito ao próximo, afinal os valores e comportamentos
atitudinais, são aprendidos através dos exemplos, e apesar de nem sempre ser papel da escola
formar o caráter do indivíduo, sim ele tem grande influência. Portanto, o gestor deve mediar
de forma positiva esse aprendizado, constante, entre todos os profissionais envolvidos no
processo educativo em reflexo às crianças. Quando falamos em avaliação dos profissionais, a
metodologia é basicamente a mesmo, com algumas singularidades, pertinentes aos cargos, e
legislações que envolvem o profissional e seu regime de trabalho.
Enfim, seja qual for a profissão o cargo desempenhado, todos devem ser valorizados,
estimulados, elogiados, quando criticados por falhas o gestor deve ser cuidadoso para não
ofender, que essa crítica seja construtiva, buscando o bem-estar do ambiente de trabalho,
sempre refletido no aluno.
5.3.Da Avaliação Do Professor
O que é ser professor, quais as funções do cargo, e quais as percepções voltadas ao
cargo? Esses são questionamentos os quais devem ser refletidos com muita atenção,
dedicação e carinho na carreira do magistério, mesmo porque qualquer profissional que
desempenhe suas funções em sala de aula, principalmente na educação infantil, sabe que ser
professor não se resume apenas em exercer um cargo e suas funções. Concomitante com o
cargo de professor existem inúmeras outras funções que aparecem no cotidiano que tende a
ser resolvidas naquele momento, um grande exemplo, é quando a criança chega na sala de
aula relatando um fato desagradável ocorrido em seu cotidiano fora da escola, o professor
acaba de forma imperceptível exercendo ou papel de “psicólogo”, as vezes de “assistentes
social”, analisando a carência afetiva, física e financeira da criança, as vezes “enfermeira”,
medicando a criança, entre outras inúmeras profissões que se associa ao cargo de professor.
45
Portanto, é pertinente afirmar que a avaliação voltada ao professor tem o dever de estar
direcionada a este olhar, analisando todos os percalços enfrentados, todas as situações a qual
esse profissional está exposto e o qual pode refletir em seus atos e comportamentos. Mediante
a realidade do professor de educação infantil, sua avaliação não deve ocorrer apenas por sua
formação continuada, mas também por seu cotidiano, sua dedicação e amor a profissão,
buscando várias estratégias para avaliar o profissional.
[...] “o fato de haver textos teóricos e metodológicos sobre ensino e pedagogia e tão
pouco descrevendo praticas concretas. Se queremos renovar a profissão e as
estratégias de formação temos de da visibilidade as práticas”. (NÓVOA)
Em vista disso, deve se ter a consciência de que estamos falando de um profissional
com grande complexidade, o qual precisa ter domínio do conteúdo, manter um bom
relacionamento com alunos e seus pais, ter uma postura ética, e acima de tudo buscar
aperfeiçoamento profissional, sempre visando a melhoria da qualidade na educação. Afinal
um professor faz grande diferença na vida do aluno tanto para o seu sucesso quando para o
seu fracasso. Muitas são as concepções e decepções em volta o assunto da avaliação do
professor, pois compreende se que a mesma é de extrema importância. Muitas são as ideias e
sugestões que permeiam, o contexto avaliativo, não existe um modelo padrão, mas existem
formas estratégica de desenvolver essa tarefa. Em uma visão geral nos estudos realizados foi
possível diagnosticar que um sistema de avaliação adequado seria a utilização de avaliadores
externos e internos.
No entanto a base de uma boa avaliação é que a mesma seja justa e eficaz, sendo está
transparente, para estimular o professor a ter confiança em seu trabalho, e valorização de sua
autoestima. O gestor também precisa ter o sabe de que, avaliar o professor não é apenas olhar
o seu planejamento, caderno de registro, ou a forma com que ele se posiciona em sala de aula,
isso não é o suficiente, a avaliação deve abranger todos os aspectos os quais permeiam e
refletem no aprendizado das crianças. Afinal de contas o aluno de educação infantil, passa
mais tempo dentro da escola do que na própria casa e as atitudes do professor são
significativas em sua formação. Em fim avaliar o professor só faz sentido se o processo
avaliativo for continuo, ou seja, não adianta avaliar o professor com intuito de prejudicar, a
essência da malhação está no aperfeiçoamento das práticas pedagógicas como também
encorajar o professor se atualizar buscando novos saberes.
46
Auto avaliação é uma das melhores práticas existentes em relação à qualidade de um
bom trabalho, não sou apenas para o professor mas para qualquer profissional, pelo excelente
exercício ao qual nos disponibilizamos a fazer, através dessa metodologia é possível
desenvolver a cultura de todos inclusive do gestor. Nessa Ótica é possível diagnosticar que a
alta avaliação nos traz segurança para o trabalho, como também para enfrentar as avaliações
externas, demonstrando assiduamente as competências profissionais. Finalizo a concepção de
avaliação do professor com as palavras de Antonio Nóvoa, [...] ser professor no século XXI é
reinventar um sentido para a escola, tanto do ponto de vista ético, quanto cultural.
6. PONTUAÇÕES ACERCA DO REGIMENTO ESCOLAR
[...] “é um documento que, por natureza, reclama elaboração coletiva, envolvendo
toda a comunidade escolar. Exatamente por ser a tradução formal do projeto
pedagógico da escola, não pode prescindir da participação de ninguém em sua
formulação. Por essa razão, não é documento que se elabore às pressas, mas exige
que se disponha de certo tempo, para permitir que o processo participativo –
moroso, quase sempre – possa acontecer”. (Res. CEED/RS- 1998 N° 236 –
JUSTIFICATIVA. P. 7)
Muitas são as rupturas e mudanças dentro do contexto escolar, algumas complexas,
outras mais simples, porém todas devem estar registradas no regime escolar. O documento em
questão visa manter a ordem e o direcionamento da unidade, além disso, manter em dia as
normas a serem seguidas pela comunidade dá respaldo às decisões que você, gestor, toma no
dia a dia, e o protege de fazer julgamentos arbitrários, exagerados ou insuficientes. Deve se
atentar ao regimento escolar, juntamente com a proposta da escola (PPP), pois ambos andam
em conjuntos e tem que estar compatível.
Antes da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, o
regimento escolar era conhecido pelas proibições rigorosas que trazia - certamente fruto do
momento político dos anos 1970. Hoje, a gestão participativa é garantida por lei e as regras de
cada unidade precisam estar adequadas.
O regimento tem de ser aprovado pela Secretaria da Educação para entrar em vigor. A
revisão é de responsabilidade do diretor. Porém as regras terão mais a cara da escola se
professores, funcionários, pais e alunos forem ouvidos, especialmente quando já existe uma
cultura de participação da comunidade escolar. Uma vez em vigor, é preciso dar visibilidade
ao regimento. O Regimento escolar deve ser revisado anualmente, com a participa
47
democrática, ou seja, com a participação de todos os envolvidos no processo de
desenvolvimento político da escola, como também discussões dentro das hierarquias, as quais,
nesse caso envolveria a SME, como apoio na produção e revisão.
Portanto o Regimento escolar é o agrupamento de normativas e regras que determinam
a organização administrativa da escola. Logo, a preparação do documento, deve ser
democrática e analítica. Pois vai permear o decorrer do ano letivo. Sendo a proposta da
seguinte forma: (sugestivo).
I. Dados de Identificação – Dados característicos
II. Finalidade da Educação – Breve introdução da importância da educação de qualidade.
III. Objetivos – Objetivos da instituição, em relação as legislações, normativas e sanções,
respeitando categoricamente os subitens.
i. Da Educação Infantil
ii. Do estabelecimento de Ensino
iii. Geral
iv. Específicos
IV. Organização Administrativa Pedagógica – Calendário, reuniões, frequências,
conteúdos. Respeitando categoricamente os subitens.
i. Atribuições da Direção escolar
ii. Atribuições do Corpo Docente
iii. Funcionários
iv. Secretária
v. Serviços Gerais
V. Corpo Discente – Da caracterização dos alunos, das funções e atribuições aos pais, da
obrigatoriedade da participação da comunidade escolar, da instrumentalização e divisão
dos fazeres dos demais envolvidos no processo
i. Caracterização
ii. Atribuições
VI. Organização curricular – Da proposta, currículo, idade correspondente a cada turma,
alunos com necessidades especiais
48
VII. Regime Escolar –Definições de todas as etapas do Regimento Escolar.
i. Regime de Matrícula
ii. Condições de Ingresso
iii. Constituição das Turmas
iv. Transferência
v. Metodologia de Ensino
vi. Projeto Político Pedagógico
VIII. Calendário Escolar – Definições do calendário escolar, com a base do calendário já
prévio fornecido pela SME, ou seja, encaixar as datas da escola no mesmo.
IX. Conselho de escola – Embasamento para o trabalho democrático, com a participação de
todos os interessados no processo, através de votação facultativa.
X. Normas de Convivência – Definir, normativas correspondente a cada cargo, as boas
maneiras, para o bom convívio em grupo. Embasamento para resolução de
problemáticas.
XI. Avaliação Funcional – Avaliar semestralmente, o desenvolvimento da qualidade do
trabalho dentro da escola, sem distinção de nenhum funcionário.
XII. Avaliação do Aluno – Avaliar a comunidade no geral, a cultura social, emocional da
realidade vivenciada, para que trace uma linha de trabalho voltado diretamente para as
crianças especificas, buscando o trabalho dentro da realidade de vivência a qual está
inserida.
XIII. Frequência – Analisar categoricamente, e seguir as diretrizes da importância da
frequência escolar.
XIV. Anexos – Documentos pertinentes.
XV. Disposições Gerais
6.1.Legislação Acerca Dos Funcionários Da Unidade Escolar.
A Prefeitura Municipal de Piracicaba, possui vários regimentos, dentro da Secretária
Municipal de Educação, partição da PMP, não é diferente, portanto nas escolas existem as
seguintes categorias de Regime de Trabalho. CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), sendo os professores, monitores e auxiliares
educativos. Temos na equipe de apoio, os estagiários que são contratados pelo CIEE (Centro
de Integração Empresa Escola). Em sequência a unidade tem os funcionários terceirizados,
49
serviços gerais e vigias e zeladores. A gestão escolar é função gratificada, angariada através
de procedimento classificatório dividido em duas etapas, com normativas internas.
Quando falamos em regimento escolar, falamos também em Legislação e Diretrizes
que envolvem a parte administrativa dos cargos envolvidos na unidade. Como também as
legislações que auxiliam em relação ás crianças, sendo esses o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), e por fim as normas estabelecidas no Regimento das Instituições
Municipais de Educação.
7. PROJETOS
“Não existem duas crianças iguais e, de fato, cada criança difere do seu interior a
medida que constantemente cresce, compreende e interpreta o seu ambiente. A
criança é um ser dinâmico, para ela a arte é uma comunicação do pensamento.
(LAVENFILD, Victor – A criança e a sua Arte) ”
A Educação Infantil tem como proposta estimular o desenvolvimento da criança em
seus aspectos: físico, afetivo, psicológico, intelectual, social e cultural. Para viabilizar o
processo ensino-aprendizagem e o desenvolvimento integral da criança de uma maneira mais
enriquecedora e significativa utiliza-se como metodologia, o trabalho com projetos. Estes
projetos consistem em conjuntos de atividades elaborados pelo professor e baseiam-se tanto
no interesse dos alunos, como na sistemática escolar que envolve a abrangência dos conteúdos
básicos baseados nos eixos de trabalho do Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil. Estes eixos baseiam-se nos seguintes âmbitos de experiências: Formação pessoal e
social, que favorece os processos de construção da identidade e autonomia das crianças;
Conhecimento de mundo que favorece a construção das diferentes linguagens pelas crianças e
para as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento relacionados à Música,
Movimento, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Matemática, Natureza e sociedade.
Como já mencionado anteriormente.
Os projetos são trabalhados de forma intencional e integram os:
Conteúdos conceituais: que dizem respeito ao conhecimento de conceitos, fatos,
símbolos, ideias, imagens, representações, princípios e permite a criança atribuir
sentido a realidade;
Conteúdos atitudinais: estão associados a valores, atitudes e normas; Estes quando
ensinados possibilitam às crianças a lidar com os diversos desafios da vida e as
completam como seres humanos;
Conteúdos procedimentais: que se referem às técnicas, métodos, destrezas,
50
habilidades; estão relacionados ao aprender a fazer e possibilita a criança apropriar-se
de ferramentas da cultura humana, necessárias para viver de forma interdisciplinar.
7.1.Projetos Específicos
Os projetos específicos, são os projetos elaborados em conjunto com toda equipe
escolar, através de estudos o que demonstrem as necessidades apresentadas pelas crianças e a
comunidade, buscando soluções simples, práticas e divertidas, formado cidadãos sem
traumas, com desenvolvimento amplo em todas as competências intelectuais, físicas e
emocionais.
Partindo dessa concepção, podemos afirmar que trabalhar com projetos específicos,
viabiliza a unidade escolar a possibilidade de desenvolver integralmente, todas as
competências das crianças. Desenvolvendo nas crianças suas próprias, impressões, ideias e
interpretações sobre a produção. Tais construções são elaboradas a partir de suas experiências
ano longo da vida, que envolvam a relação com a produção, com o mundo dos objetos e com
seu próprio fazer. Os projetos possuem uma duração que pode variar conforme o objetivo, o
desenrolar de várias etapas, o desejo e o interesse das crianças por isto comportam uma
grande dose de imprevisibilidade, podendo ser alterado quando necessário.
A construção de um projeto acontece de forma coletiva. As condições para a busca do
conhecimento e o enriquecimento de vivências são organizadas de forma reflexiva pelo
professor, através do planejamento, da seleção dos conteúdos conceituais, procedimentais e
atitudinais, e da adaptação à realidade dos alunos. Todos os conteúdos são trabalhados de
forma integrada, para que sejam significativos. Seguindo as orientações normativas da
Secretaria Municipal de Educação (SME) para o desenvolvimento do planejamento da nossa
Proposta Pedagógica os professores juntamente com o gestor, buscam momentos de estudos e
trocas de experiências, devem elaborar projetos específicos para o trabalho na unidade
escolar.
Tendo como objetivo auxiliar a criança em seu desenvolvimento global de maneira
lúdica e prazerosa utilizando-se ferramentas as quais, proporcione oportunidades de
51
desenvolver suas dimensões psicossociais, afetivas, intelectuais e físicas.
7.2.Projetos Educacionais Estabelecidos Legalmente pela SME.
São projetos desenvolvidos com alunos das Escolas de Educação Infantil e Ensino
Fundamental no município de Piracicaba, nos 200 dias letivos do ano (podendo ser maior a
quantidade de dias, variando conforme o calendário anual).
Meu Corpo, Minha Casa - O Projeto Meu Corpo, Minha Casa, tem como principal
objetivo instrumentalizar os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental na construção
do seu projeto de vida.
Alimentação Saudável - Em conjunto ao projeto Piracicaba com Saúde, desenvolvido
pelo CPAN, tendo em vista, o grande número de crianças obesas atualmente, por não manter a
alimentação saudável. Propuseram as unidades escolares de Educação Infantil de Piracicaba o
desenvolvimento de um projeto um para a intervenção dessa problemática, que afligem o
desenvolvimento dos nossos alunos.
MovPaz - Movimento Internacional Pela Paz e Não-Violência – é uma organização
não governamental sem fins lucrativos, criada em 1992 em Feira de Santana, Bahia, com
representações em mais de 23 cidades de 10 estados brasileiros, e tem como finalidade
desenvolver a cultura de paz. O MovPaz tem caráter apartidário, supra religioso e includente.
Fundamenta a sua ação em três segmentos essenciais à construção da paz: Paz Social, Paz
Ambiental, Paz Interior. Estas dimensões da paz são interdependentes e estão sedimentadas
nos pilares da paz: Justiça, Liberdade, Democracia, Solidariedade, Respeito. A Secretária
Municipal de Educação de Piracicaba, trabalha integralmente dentro das escolas.
Meio Ambiente – Tem como proposta, promover a educação ambiental na escola,
promover a educação ambiental na escola, conscientizar os alunos sobre a importância da
52
reciclagem, a melhora de vida, a limpeza da cidade e até mesmo a possibilidade de se
viabilizar verbas com materiais recicláveis, os quais poderão a vir transformar – se em arte,
estimular a mudança prática de atitudes e a formação de novos hábitos com relação à
utilização dos recursos naturais. Favorecer a reflexão sobre a responsabilidade ética do ser
humano com o próprio planeta.
ECA - Construir no conteúdo e no currículo escolar uma “pedagogia dos direitos e
deveres” infanto juvenis. Disseminar no ambiente escolar o Estatuto da criança e do
adolescente, contribuindo para formação e conscientização de professores e pais, conhecer os
direitos e deveres das crianças, a criança deverá identificar-se como cidadã.
Amigos Do Trânsito - Educar para o trânsito através da obtenção do conhecimento de
temas relativos aos problemas que envolvem a relação do homem com o meio urbano, através
da ludicidade. Educar e formar cidadãos conscientes à luz de valores e crenças justas significa
construir uma sociedade digna e ciente do seu papel na história da humanidade. Portanto, se
esses procedimentos propostos, aflorarem como um conhecimento construído no sentido da
conscientização, de que os espaços das vias públicas devem ser utilizados com respeito mútuo
e de que as leis de trânsito devem ser seguidas, nossos objetivos serão alcançados.
Cultura Afro-Brasileira E Consciência Negra - Reconhecer e valorizar as
contribuições do negro na formação étnica, cultural e econômica do povo brasileiro. Valorizar
a história do povo africano e a cultura afro brasileira na construção histórica e cultural
brasileira; identificar a participação e contribuição dos negros e descendentes nas diferentes
áreas do conhecimento ao longo da história; promover a mudança de posturas ideológicas e
conceituais na comunidade escolar.
8. AS CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
No contexto histórico educacional que envolve a educação especial, no início é muito
53
triste, pois as crianças com necessidades especiais, durante muito tempo, não foram apenas
discriminadas, mas também condenadas, agredidas, moral e fisicamente. Estereotipadas. Com
a promulgação da constituição de 1988 o qual foi estabelecido que o atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência deveria ser preferencialmente na rede regular de
ensino, ou seja, A escola deve ser o ambiente em que esses alunos devem ser escolarizados,
isso não estava assegurado, pois as instituições especializadas não tinham uma organização
que se assemelhar a estrutura organizacional das escolas regulares. Somente lei 9.394/96, em
que instituições voltadas a essas crianças se preocuparam em transformar seus regulamentos e
práticas institucionais, a fim de se adequar à nova legislação. O que se pode concluir deste
aspecto é que a nova lei de diretrizes e bases, acrescentou, educadores, a evidência da
fragilidade de formação, pois temos tido algumas dificuldades em aceitar, por diferentes
motivos, a matrícula é a permanência desses alunos em nossas escolas comuns, sejam
públicas ou particulares. A evolução social, novas concepções surgiram, inserindo a criança
portadora de necessidades especiais na sociedade, consequentemente na escola.
8.1.Educação Especial como modalidade de educação Escolar
Educação Especial como modalidade de educação escolar significa um tipo de
educação que se dá na escola. Parece banal falar sobre isso, mas é preciso relembrar que
antes da lei 9394/96, não existia esse tipo de atendimento. Educação Especial, como:
"modalidade de educação escolar, é considerada como um conjunto de recursos
educacionais e de estratégias de apoio que estejam à disposição de todos os alunos,
oferecendo diferentes alternativas de atendimento" (BRASIL/SEESP/MEC, 1996).
Esse conjunto pode facilitar não só aos alunos identificados com necessidades
educacionais especiais, mas a todos os alunos que se sentirem favorecidos por currículo,
métodos, recursos educativos e organizacionais específicas para atender às suas necessidades
(LDB 9394/96, art. 59, I), assim como métodos, técnicas e recursos desenvolvidos com a
finalidade de favorecer o acesso ao conhecimento.
8.2.O Fazer Pedagógico, Estratégia Que Viabilizam o Processo Avaliativo da Inclusão
Primeiramente, é de grande valia mencionar a importância de o trabalho Educacional
ser assessorado por professores especializados em educação especial, qual ocorre na
Educação Municipal de Piracicaba através do, NUMAPE (Núcleo Municipal de Apoio
54
Pedagógico de Educação Especial). As avaliações das devoluções e aprendizado das crianças
portadoras de necessidades educacionais especiais ocorre através de registro Diário
detalhados e minuciosos, avaliação o propósito de instrumentalizar e facilitar tanto o trabalho
do profissional quanto à Vida escolar do aluno. Com a organização em sala de aula e
Registro das atividades de desenvolvimento é possível relatar as experiências vivenciadas por
esse indivíduo tornando possível o atendimento com qualidade buscando as melhores
estratégias possíveis para suprir as suas necessidades educativas especiais. Com a avaliação,
como recurso de estratégia diagnostica é possível a permanência do aluno no ambiente físico
da escola, contribuindo para o seu desenvolvimento e das suas capacidades, portanto
minimizando as dificuldades encontradas pelo professor no processo de inclusão do aluno em
sala de aula.
9. DAS OBRIGAÇÕES DE FUNÇÃO DE DIRETOR DE ESCOLA NA
SECRETÁRIA E SUAS COMPETÊNCIAS.
Conhecer e respeitar a cultura organizacional da Unidade escolar a qual está inserido.
Conhecer e respeitar as peculiaridades, individuais dos profissionais, sem distinção
Desenvolver um trabalho estimulante qualitativo visando a busca da formalização dos
saberes docentes
Utilizar os momentos de HTPC e HTPI, para reflexões que auxiliem na prática
pedagógica e na qualidade de ensino visando o ensino aprendizagem dos alunos.
Disponibilizar materiais de estudos, para as horas de capacitações aos professores.
Vamos também buscar palestra capacitações aos às quais, valorizem à formação
continuada. Demonstrando que a educação possa ser inovadora não repetitiva. Como
sugere Nóvoa em uma de suas entrevistas, utilizando as palavras de John Dewey,
educador americano "[...] o professor tem dez anos de experiência, ou tem um ano de
experiência repetido por dez vezes". O gestor tem papel fundamental na prática docente,
no ensino da reflexão sistemática e continuada demonstrando que ela é capaz de
promover a dimensão formadora da pratica.
Estabelecer relações de troca de conhecimento a confiança.
Ter conhecimento das normativas, legislações e diretrizes pertinentes ao cargo. Tanto as
federais, estaduais como as municipais.
Ter disponibilidade e vontade humildade para o trabalho coletivo, efetivando a concepção
de que a escola necessita reger a gestão democrática e participativa.
Mediar e articular o segmento externo e interno. Disponibilizando espaço para o diálogo
55
entre dentro e fora da escola, desde alunos, pais, de alunos e funcionários.
Ser um profissional atualizado nos sistemas de educacionais sociais financeiros e
administrativos.
Ser articulador, tendo bom senso e equilíbrio em todas as situações.
Orientar, organizar e liderar as ações voltadas à formação dos alunos
Aprender diariamente com seus erros e acertos
Verificar assiduidade dos funcionários.
Administrar as verbas públicas com transparência, expondo todas as finanças no mural da
escola e prestando esclarecimentos ao conselho escolar.
Acompanhar o planejamento as avaliações e os diário de classe dos Professores.
Verificar as rotinas e conservação do prédio, equipamentos de manutenção realizando as
correções necessárias sempre que possível.
Verificar e assegurar o cumprimento da rotina de limpeza, principalmente nos berçários
Analisar verificar e assegurar a qualidade na merenda escolar, o cumprimento do
cardápio e à higienização dos alimentos
Buscar proporcionar ao ambiente de trabalho local de aprendizado constante desde o
adulto até a criança proporcionar aconchego e satisfação em fazer parte da equipe.
“O tempo, como o mundo, tem dois hemisférios: um superior e visível, que é o passado, outro inferior e invisível, que é o futuro. No meio de um e outro hemisfério ficam os horizontes do tempo, que são estes instantes do presente que imos vivendo, onde o passado se termina e o futuro começa” (VIEIRA, Padre António, História do Futuro, 1718)
56
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...] continuo firmemente convencido de que a educação tem a ver com construir sujeitos que sejam capazes de falar por si mesmos, pensar e atuar por si mesmos. Não diria tanto em ser os donos de suas próprias palavras, porque as palavras não têm dono, mas sujeitos que sejam capazes de se colocar em relação com o que dizem, com o que fazem e com o que pensam. Eu não estou certo de que isso seria autonomia. Mas sei que continuo firmemente convencido de que a educação, se é emancipadora em algum sentido, tem a ver com dar as pessoas a capacidade de pensar por si mesmas. (LARROSA, Jorge. “O papel da Educação é subverter as regras” 2013).
A gestão escolar deve ser compreendida como o processo que rege o seu
funcionamento, compreendendo as tomadas de decisões, planejamento, execução,
acompanhamento e avaliação referentes a política que envolve todo o contexto educacional,
com base na legislação em vigor e de acordo com as diretrizes fixadas pela Secretária
Municipal de Educação.
Considera-se que a escola, dada a natureza do exercício que desenvolve, tem
importante compromisso com a liberdade social, como também o trabalho conjunto com
outros profissionais e instituições civis que contribuam para a qualidade da educação.
Entretanto, o gestor dever ter clareza e transparência em seu trabalho, ser articulador.
O perfil da Educação Brasileira, longo e doloroso foi o percurso da educação, porém
atualmente a escola é um local de qualidade de vida, onde a criança tem seu devido valor, é
amada, é feliz, tudo em função a determinação de profissionais que buscaram essas
57
competências. O gestor tem papel fundamental de estimular a reflexão consciente e objetiva
para as tomadas de decisões, que permeiem o contexto educativo para que o mesmo evolua
cada dia mais positivamente. Nesse sentido a ação gestora, deve assumir o caráter inovador,
contribuindo para a atualidade.
Em busca de atingir os objetivos educacionais e satisfação do ambiente de trabalho, o
Diretor de Escola deve orientar o trabalho do professor, preocupar-se, com os recursos
humanos, incentivando seus profissionais a refletirem sobre as dificuldades existentes dentro
do ambiente de trabalho, permear situações de forma sensata, sanando as angustias,
esclarecendo as dúvidas, transformar dificuldades em aprendizado.
Compreender que a gestão educacional deve ser pautada em ideias dinâmicas e
integradas por dimensões sociais, ter a concepção, do diálogo e a gestão participativa, ser
incentivador do processo de evolução do professor e de si mesmo como líder da equipe,
buscar constantemente a formação embasada na formação continuada, é papel de suma
importância.
Embasar a administração em uma gestão que apresenta características democráticas,
participativas e comunicativas, sendo a elaboração do projeto pedagógico o eixo norteador das
ações desenvolvidas na Unidade. Em que calculem as dificuldades conceituais acerca PPP, a
construção do o qual tenha por objetivo o trabalho coletivo proposto pelo diretor em busca da
participação dos profissionais envolvidos no processo. Um aspecto interessante a ser apontado
em relação ao diretor da Unidade Municipal de Educação Infantil investigada era seu
envolvimento com as questões pedagógicas conjuntamente com as questões administrativas.
O processo de gestão integrador da concepção de democratização do aspecto pedagógico com
a participação de todos nas tomadas de decisão, o que corrobora para a formação de um
ambiente de aprendizagem coletiva no processo de gestão. Formas inovadoras na relação com
as famílias são necessárias para legitimar a organização educacional. Articular ações
viabilizando a participação das famílias na construção do projeto pedagógico da Unidade é
fundamental para mudança paradigmática em relação ao processo de gestão escolar. Assim,
reconhecer o direito das famílias de compartilharem a educação e o cuidado das crianças
nesse espaço educacional, visto que na gestão alvitrada nesse documento, visa a organização
de reuniões de pais articuladas incentivando a participação dos mesmos.
Essa proposta visa a gestão participativa, com trocas de experiências envolvendo toda
58
a comunidade educacional quando se refere à participação plena, com a pretensão de
desenvolver a democrática e aberta, para que juntos os profissionais estabeleçam objetivos e
metas de modo que sejam contemplados seus anseios. Almeja - se, a relevância das relações
de trabalho, no cotidiano escolar, para a realização de um trabalho cooperativo e coletivo.
Para além de um papel de mero administrador burocrático propõe – se a participação
da ação dialética educativa qual seja, educar e ser educado. A finalidade é para que se
objetive que o papel do diretor no cotidiano escolar é contraditório e ambíguo nesse processo
de gestão democrática, participativa e comunicativa. Ele medeia a tensão existente entre os
interesses na educação imposta pela gestão capitalista e os interesses da gestão democrática.
Destarte, para além de um papel de mero administrador burocrático impõe-se que o diretor
efetivamente participe da ação dialética educativa, até porque a natureza do trabalho na escola
tem suas relações de produção e conhecimento dando-se entre sujeitos que interagem e se
transformam, diferente da natureza de produção de uma mercadoria, um trabalho imaterial.
Em vista dos argumentos apresentados, meu intuito enquanto cargo de Diretora de Escola, é o
trabalho efetivo, o qual assegure as crianças todos os seus direitos, de maneira igualitária,
proporcionando a alimentação, higiene, conhecimento, amor, carinho, atenção, respeitos,
enfim, tudo que uma criança tem direito para que torne – se um cidadão independente,
autônomo e crítico, sempre respeitando o tempo de cada um, dentro de suas peculiaridades,
individualidades, singularidades. Focar, no estimulo ao trabalho docente, incentivando os a
manter o bom relacionamento com a comunidade, respeitar as crianças em seu todo.
Conscientizar os profissionais de seus deveres, e apresentar os seus direitos. Manter a empatia
como luz na ação do Diretor. Mediar o coletivo em busca do bom relacionamento.
Acima de tudo, acreditar no ser humano, acreditar na educação como como alicerce da
Paz Mundial e garantia de um futuro melhor.
“Quando tudo chegar ao caos, a escola ainda é a salvação”. (Antipoff, H. 1929)
59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. A constitucionalização da escola pública: notas para uma agenda de pesquisa.
Boletim Cendes, 2009. BOGDAN, Robert; BIKLEN,
______. Decreto Municipal n º 8.136, de 21 de de outubro d e 1988, Regimento Comum das
Escolas Municipais de Piracicaba.
______. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília:
MEC/SEESP, 2001.
______. Educação especial: Tendências atuais. Brasília: MEC/SED, 1999.
______. Educação infantil – Parâmetros em ação. Brasília: MEC/SEF, 1999b.
______. Estatuto da criança e do adolescente (1990). Lei nº 8.069, de 13 de julho 1990, Lei
nº 8.242 de 12 de outubro de 2001. 92 p. – 3 eds. – Brasília: Câmara dos Deputados,
Coordenação de Publicações 2001. 92 p. – (Série fontes de referência Legislação; n 36).
______. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional (LDB) Lei Federal nº 9.394, de
20/12/1996, Brasília.
60
______. Lei Municipal nº 5.684, de 05 de janeiro de 2006, artigo 28,40 e 41
______. Os indicadores da Qualidade na Educação Infantil- Mec
______. Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças: de zero a seis
anos à educação. Os Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos
fundamentais das crianças/2009.
______. Formação Docente e Profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 7ª
Ed. São Paulo: Cortez, 2009.
ADRIÃO, Theresa. CAMARGO, Rubens Barbosa de. A Gestão Democrática na
Constituição Federal de 1988.
ALARCÃO, Isabel. Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva. 6ª Ed. São Paulo:
Cortez, 2008.
ALARCÃO, Isabel. A Formação do Professor Reflexivo. In; 5ª Ed. São Paulo: Cortez,
2009.
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de CHRISTOV, Luiza Helena da Silva. (Org.) O
coordenador pedagógico e a formação docente. 9ª Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2008.
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. A dimensão relacional no processo de formação
docente. 2ª Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2003.
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. O relacionamento interpessoal na coordenação
pedagógica. 1ª Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001.
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. (Org.) O
Coordenador Pedagógico e o Espaço de Mudança. 5ª Ed. São Paulo: Edições Loyola,
2006.
ALMEIDA, Maria Elizabete de. ProInfo: Informática e Formação de Professores Secretaria
de Educação à Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2000.
ANDRÉ, Marli. O Papel da Pesquisa na Formação e na Prática dos Professores. 5ª Ed.
Campinas, São Paulo: Papirus, – (Série Prática Pedagógica) 2006.
61
ARNONI, Maria Eliza Brefere. Práticas Educativas: Uma Proposição Metodológica de
Formação Continuada da Perspectiva da Mediação Dialética.
GRANVILLE, Maria Antônia. (Org.) Teorias e Práticas na Formação de Professores. 2ª
Ed. Campinas, SP: Papirus, 2008.
BAGNO, Marcos. O Fio de Ariadne. In: BAGNO, Marcos. Pesquisa na Escola: O que é
como se faz. 2ª Ed. São Paulo: Edições Loyola,1999.
BATISTA, Sylvia Helena Souza da Silva. Coordenar, avaliar, formar: discutindo
conjugações possíveis. 4ª Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
BRASIL, Universidade Luterana do. Material didático. Vários volumes; vários autores e
participantes. Disponível em: <http//ulbra-to.br/imagem/2013/02/27/BNR-Material-Didatico>
BRASIL, Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica
Centros de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação – Catálogo 2006.
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de outubro
de 1988 (com a redação atualizada). _______. Lei N. º 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros nacionais de
qualidade para a educação infantil/Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica
– Brasília. DF v.l. e v.2.
CHRISTOV, Luiza Helena da Silva. Educação Continuada: função essencial do
coordenador pedagógico. In: GUIMARÃES, Ana Archangelo;
CIVIL. Presidência Da República Casa Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação
Infantil. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm> Acesso
em: 20 ago 2015.
CORREIA, Mariana. A formação do profissional docente. Disponível em:
<http://pt.slideshare.net/marianacorreiail/fppd-a-novoa-27363433?related=1> Acesso em: 20
ago 2015.
62
DUTTON, Rafael, ROSSI, Laura; SILVA, Cassio O Cotidiano de quatro diretoras de
escolas públicas: uma abordagem etnográfica. Relatório Final. CAED/UFJF, 2010. Mimeo.
EDUCAÇÃO. Ministério Da. Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil. Vol.
I. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol.1.pdf> Acesso em: 20
ago 2015.
EDUCAÇÃO. Ministério Da. Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil. Vol.
I. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf> Acesso em: 20
ago 2015.
EDUCAÇÃO. Ministério Da. Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil. Vol.
I. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf> Acesso em: 20
ago 2015.
FERREIRA, Naura Syria Carapeto. (Org.) Supervisão Educacional para uma Escola de
Qualidade: formação à ação. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003.
FORNAZIERI, WANDA ANDRADE DA SILVA, Caminhos Dinâmicos do
Construtivismo. 1º ed. São Paulo. EDILIT, 1999.
FORNAZIERI, WANDA ANDRADE DA SILVA. Sala de Aula Construtivista. 5º ed. São
Paulo. EDILIT, 1999.
FRABBONI, Franco. A Escola Infantil entre a cultura da Infância e a ciência pedagógica
e didática.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 35ª
Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).
GARRIDO, Elsa. Espaço de Formação Continuada para o Professor-Coordenador. In:
BRUNO, Eliane Bambine Gorgueira,
GRANVILLE, Maria Antônia. (Org.) Teorias e Práticas na Formação de Professores. 2ª
Ed. Campinas, SP: Papirus, 2008.
IMBERNÓN, Franscisco; tradução Juliana dos Santos Padilha. Formação Continuada de
Professores. Porto Alegre: Artmed, 2010.
63
JUNIOR, Celestino Alves da Silva. Organização do trabalho na escola pública: o
pedagógico e o administrativo na ação supervisora. 14ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 2008.
LARROSA. J. Portal do Aprendiz; O papel da educação e subverter as regras. Disponível
em: <http://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2013/04/09/o-papel-da-educacao-e-subverter-
as-regras/ > Acesso em: 10 set 2015
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de dezembro de 1996.
LIMA, Claudia Maria de. Formação Contínua do Professor de Ensino Fundamental e
Educação à Distância: reflexões sobre o potencial de aprendizagem. In: GRANVILLE,
Maria Antônia. (Org.) Teorias e Práticas na Formação de Professores. 2ª Ed. Campinas, SP:
Papirus, 2008.
LOUREIRO, Stefânie Arca Garrido. Alfabetização: uma perspectiva humanista e
progressista. Belo Horizonte. Autêntica, 2005.
LUDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitati-
vas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária – EPU, 1986.
MATE, Cecília Hanna. (Org.) O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada. 9ª
Ed. São Paulo: Edições Loyila, 2006.
MEDEIROS, Luciene; ROSA, Solange. Supervisão Educacional: Possibilidades e
Limites 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1987.
MEDINA, Antônia da Silva. Supervisor Escolar: Parceiro político-Pedagógico do
Professor.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. (Org.) Pesquisa Social: Teoria, Método e criatividade.
18ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Plano de desenvolvimento da Escola. Disponível em:
<http://pdeescola.mec.gov.br/index.php/o-que-e-pde-escola> Acesso em: 29 ago 2015.
MONTEIRO, Roberto Alves (Org.). Fazendo e aprendendo pesquisa qualitativa em
educação. Juiz de Fora: FEME, 1998.
64
NÓVOA, A. (Org.). Vidas de Professores. Porto Editora, 1992.
NÓVOA, A. Os professores e as histórias da sua vida. Porto: Porto Editora, 1995.
NÓVOA, Antonio. Conteúdos que devem ser prioritários nas escolas. Disponível em:
<http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/antonio-novoa-fala-conteudos-devem-ser-
prioritarios-escola-574267.shtml?page=1> Acesso em: 01 set 2015.
NÓVOA, Antônio. Formação de professores e formação docente. In: Nóvoa, Antônio.
(Org.) Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
NÓVOA, Antônio. O Professor Pesquisador e Reflexivo. In: Salto para o Futuro.
Entrevista concedida em 13 de setembro 2001.
OLIVEIRA, R., ADRIÃO, T. (org.). Gestão Financiamento e Direito à educação: Análise
da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 2001. p. 69 – 78.
PACHECO, Luzia. SCOFANO, Anna Cherubina; BECKERT, Mara. SOUZA, Valéria de.
Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2005.
PARO, Vitor. Eleição de diretores: A escola pública experimenta a democracia. Campinas:
Papirus, 1996. 120
PIMENTA (org.) Saberes Pedagógicos e Atividade Docente. São Paulo: Cortez 1999.
PIMENTA, Selma Garrido. Formação de Professores: identidade e saberes da docência.
In:
PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza, SILVA. Sylvia Helena Souza da. A formação do
professor: reflexões, desafios, perspectivas. In: BRUNO, Eliane Bambini Gorgueira,
RANGEL, Mary. Considerações Sobre o Papel do Supervisor, Como Especialista Em
Educação, na América Latina.
SANTOS, Antônio Roberto dos. LDB 9.39496: Alguns Passos na Formação de Professores
no Brasil.
SAVIANE, Dermeval. A Supervisão Educacional em Perspectiva Histórica: da função à
profissão da ideia.
65
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Sobre o Papel da Supervisão Educacional
Coordenação Pedagógica.
VASCONCELOS (org.) Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-
pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 10ª ed. São Paulo: Libertad, 2009.
ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: Como Ensinar. Trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto
Alegre: Artmed, 1998.
ZABALZA, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre. Artmed, 1998.