Juliana Filipa Rodrigues Oliveira Utilização de Ferramentas ...
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
SANDRA VIEIRA
PROPOSTA DE UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE ANÁLISE NA
VERIFICAÇÃO DA VIABILIDADE DE EXPANSÃO DOS SERVIÇOS
OFERECIDOS PELA CLÍNICA DE OLHOS OCULAR LTDA PARA O PERÍODO
NOTURNO.
Biguaçu
2007
SANDRA VIEIRA
PROPOSTA DE UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE ANÁLISE NA
VERIFICAÇÃO DA VIABILIDADE DE EXPANSÃO DOS SERVIÇOS OFERECIDOS
PELA CLÍNICA DE OLHOS OCULAR LTDA PARA O PERÍODO NOTURNO.
Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis na Universidade do Vale do Itajaí, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Professor Orientador: Profº. Francisco Eugênio Pereira.
Biguaçu
2007
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SANDRA VIEIRA
PROPOSTA DE UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE ANÁLISE NA
VERIFICAÇÃO DA VIABILIDADE DE EXPANSÃO DOS SERVIÇOS OFERECIDOS
PELA CLÍNICA DE OLHOS OCULAR LTDA PARA O PERÍODO NOTURNO.
Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí e aprovada pela banca constituída pelo
orientador e membros abaixo.
Biguaçu, 20 de julho de 2007
Professores que compuseram a banca:
Prof. Francisco Eugênio Pereira
(Orientador)
Profª Marialene Pereira
(Membro de Banca)
Prof. Luiz Carlos Wisintainer
(Membro de Banca)
3
AGRADECIMENTOS
Meus agradecimentos ao meu orientador Francisco Eugênio Pereira pela compreensão e apoio na concretização deste trabalho de conclusão de curso.
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RESUMO
O trabalho apresentado tem a finalidade de propor a utilização de ferramentas de análise na verificação da viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela empresa de nome fictício “Clínica de Olhos Ocular Ltda”. As ferramentas de análise tais como pesquisa de mercado, demonstrações financeiras, índices econômico-financeiros e estrutura de custos são instrumentos de medidas que podem ser utilizados no conhecimento da viabilidade de expansão dos serviços. O estudo é fundamentado na pesquisa do tipo exploratória, adotada em relação aos procedimentos fundamentados na contabilidade e seus princípios, análise de projetos e suas etapas e finalizando com empresas de prestação de serviços. A estratégia adotada é o estudo de caso elaborado a partir da necessidade da empresa em expandir seus serviços. Os dados do estudo revelam que a utilização das ferramentas de análise possibilitará com que a empresa planeje a expansão dos seus serviços, definindo se o investimento será viável.
Palavras-chave: Ferramentas. Expansão. Viabilidade. Estratégia.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 7
1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ..................................................................... 8
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................. 8
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................ 9
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 9
1.3.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 10
1.4 SUPOSIÇÕES ........................................................................................................... 10
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 12
2.1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE ...................................................................... 12
2.1.1 Princípios Fundamentais de Contabilidade ......................................... 16
2.2 ANÁLISE DE PROJETOS ....................................................................................... 23
2.3 ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO ........................................... 25
2.3.1 Investimentos ............................................................................................. 25
2.3.2 Análise de Custos ...................................................................................... 28
2.3.3 Análise de Mercado ................................................................................... 34
2.3.4 Análise Econômica Financeira ................................................................ 36
2.4 EMPRESAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.................................................... 53
3 METODOLÓGIA DA PESQUISA 56
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................... 56
3.2 ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 58
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................................................. 59
4 RESULTADO DO ESTUDO 60
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 60
4.2 ANÁLISE DE MERCADO ................................................................................................. 61
4.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .......................................................... 64
4.4 ANÁLISE DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS ........................................................ 65
4.5 ANÁLISE DA ESTRUTURA DE CUSTOS .......................................................................... 68
4.6 RELATÓRIOS DE PRODUÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS ......................................... 70
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 72
5.1 GENERALIDADES .......................................................................................................... 72
6
5.2 QUANTO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS PROPOSTOS ................................................. 72
5.3 LIMITAÇÕES .................................................................................................................. 73
5.4 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................ 74
REFERÊNCIAS 75
7
1 INTRODUÇÃO
O estudo de viabilidade para expansão de serviços, quando alicerçado nas
ferramentas de análise de mercado, análise das demonstrações financeiras, análise
de índices econômico-financeiros e análise de custos, reúne diversas informações
sobre as organizações, demonstrando a viabilidade para execução de um
determinado projeto.
As ferramentas de análise auxiliam em futuras tomada de decisões, pois por
meio destas é possível analisar antecipadamente e de forma planejada se existe ou
não viabilidade para a implantação de um determinado projeto. A utilização das
ferramentas de análise possibilita que as empresas diminuam os riscos inerentes à
implantação dos novos empreendimentos, sendo possível que o empresário
visualize se o investimento realizado terá o retorno esperado.
A utilização das ferramentas de análise são importantes para o sucesso
organizacional, demonstrando os prováveis riscos de sucesso ou insucesso na
implantação dos projetos de criação das empresas, permitindo que o empresário
possa acompanhar o desempenho econômico-financeiro da sua empresa.
A maioria das empresas buscam inicialmente o lucro, por meio da venda de
mercadorias ou serviços. Dessa forma, as ferramentas auxiliam na definição se o
investimento na aplicação de um projeto será viável ou não em termos de
lucratividade, como também, visam diminuir os riscos de um projeto mal elaborado,
por meio de um diagnóstico da situação atual da empresa e da projeção de
resultados futuros, auxiliando na tomada de decisões em relação a alocação dos
recursos inerentes ao projeto.
Diante do exposto, percebe-se que a utilização de ferramentas de análise é
de suma importância para analisar a viabilidade de um determinado
empreendimento, como também, para o crescimento das empresas e para a
permanência destas no mercado. Com a utilização destas ferramentas é possível
fazer um planejamento antecipado do projeto, evidenciando a viabilidade e
mostrando os reflexos do empreendimento antes da sua implantação, prevenindo as
empresas contra um possível insucesso.
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1.1 Justificativa da Escolha do Tema
O estudo sobre a utilização de ferramentas de análise na verificação da
viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela clínica para o período noturno,
é de suma importância para a empresa objeto de estudo “Clínica de Olhos Ocular
Ltda”, pois permite que a empresa planeje a expansão dos serviços oferecidos.
Como também, permite a avaliação das vantagens e desvantagens no aumento da
produção dos serviços prestados, evitando assim, investimentos mal dimensionados
e desperdício na alocação de recursos para o alcance de seu objetivo, contribuindo
para a elaboração de um bom projeto de análise de viabilidade.
A análise por meio de ferramentas proporciona uma redução do nível de
incertezas inerentes à implantação do projeto de viabilidade. Como também, serve
como um instrumento para a tomada de decisões, principalmente ao permitir a
verificação do dispêndio de recursos para a expansão dos serviços oferecidos.
O estudo também é relevante aos acadêmicos do Curso de Ciências
Contábeis para que estes encontrem subsídios teórico-empíricos para compreensão
e aplicabilidade de novas abordagens na prática das organizações. O estudo
possibilita o acesso para outros acadêmicos, do material de estudo do tema
pesquisado.
O trabalho realizado é relevante para a acadêmica que terá oportunidade de
obter novos conhecimentos e aprofundá-los na área do presente estudo,
proporcionando um diferencial competitivo no mercado de trabalho dentro ou fora da
empresa de atuação.
1.2 Definição do Problema de Pesquisa
A clínica de Olhos Ocular Ltda, está inserida em um ambiente cada vez mais
competitivo. O mercado de clínicas oftalmológicas tem crescido de forma
significativa, devido o aumento da expectativa de vida que elevou a quantidade de
pessoas com problemas visuais. Diante do exposto, a empresa em estudo esta
sendo forçada a adotar medidas para manter-se no mercado e diferenciar-se das
concorrentes. Sendo assim, surge à necessidade da expansão dos serviços
9
oferecidos para o período noturno, objetivando atender as necessidades dos
clientes, como também visando o crescimento da empresa no mercado e o aumento
da sua rentabilidade.
A Clínica de Olhos Ocular Ltda possui ociosidade dos serviços oferecidos no
período noturno, operando somente nos turnos matutino e vespertino. Devido a
grande concorrência no mercado, os clientes estão buscando um diferencial
competitivo na escolha dos serviços prestados pelas clínicas oftalmológicas. Muitos
clientes não estão dispostos a consultar em horário diurno devido a não
disponibilidade de tempo, sendo assim, a expansão dos serviços oferecidos pela
clínica para o período noturno irá atender o perfil destes clientes, objetivando reter e
atrair novos clientes.
Diante do exposto, busca-se neste trabalho, responder ao seguinte problema
de pesquisa:
Qual a importância da utilização de ferramentas de análise na verificação da
viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda
para o período noturno?
1.3 Objetivos
Neste tópico serão apresentados os objetivos de forma ampla como também
de forma específica.
1.3.1 Objetivo Geral
Propor a utilização de ferramentas de análise na verificação da viabilidade de
expansão dos serviços oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda para o período
noturno.
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1.3.2 Objetivos Específicos
- Justificar a importância da análise de mercado;
- Identificar o papel da análise das demonstrações financeiras;
- Demonstrar a importância da análise dos índices econômico-financeiros;
- Descrever a relevância da análise da estrutura de custos;
1.4 Suposições
A suposição é uma forma de se imaginar como as coisas podem acontecer. Em
um trabalho científico faz-se a previsão dos resultados esperados e procura-se
confirmações para os objetivos propostos.
O mercado dos serviços apresenta um significativo crescimento. Verifica-se que
o aumento das atividades diárias está mudando os hábitos da população. Essas
mudanças afetam os serviços de saúde que estão sendo forçados a se adaptar,
disponibilizando serviços a população conforme sua necessidade.
Diante do exposto, acredita-se que a proposta de utilização de ferramentas de
análise na verificação da viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela
clínica de olhos ocular Ltda para o período noturno, permitirá com que a empresa
planeje a expansão dos seus serviços, definindo se o investimento será viável.
1.5 Estrutura do Trabalho
O trabalho está estruturado em 5 capítulos.
O capítulo 1 apresenta uma visão geral sobre o tema de estudo: “proposta de
utilização de ferramentas de análise na verificação da viabilidade de expansão dos
serviços oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda para o período noturno”,
evidenciando a justificativa da escolha do tema e sua relevância, seguido da
definição do problema de pesquisa, bem como os objetivos e as suposições da
pesquisa realizada.
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O capitulo 2 apresenta uma revisão da literatura, onde são abordados
assuntos relevantes sobre o tema de estudo, evidenciando a história da
contabilidade; os princípios fundamentais de contabilidade; análise de projetos;
etapas para implantação de projetos: investimentos, análise de custos, análise de
mercado, índices econômico-financeiros, demonstrações financeiras e empresas de
prestação de serviços.
No capítulo 3 são apresentados os aspectos metodológicos do estudo.
No capitulo 4 apresenta-se a caracterização da empresa, bem como os
resultados da pesquisa realizada, propondo a utilização de ferramentas de análise
na verificação da viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela Clínica de
Olhos Ocular Ltda para o período noturno.
Finalmente no capítulo 5, são apresentadas as considerações finais com
base nos resultados do estudo, envolvendo as generalidades, o alcance dos
objetivos propostos, bem como suas limitações e recomendações para trabalhos
futuros.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Aborda-se neste capítulo, os principais conceitos relacionados ao tema de
estudo, abrangendo a história da contabilidade, análise de projetos, etapas para
implantação de um projeto e empresas prestadoras de serviços.
2.1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE
A evolução da história da Contabilidade aumentou a sua importância como
instrumento de avaliação patrimonial. A Contabilidade é uma ciência que não ficou
estagnada no tempo, no decorrer da sua história, podemos observar que esta se
adaptou as transformações que lhe foram sendo impostas, principalmente pela
evolução da sociedade e pelo avanço tecnológico.
De acordo com Florentino (2000), o termo Contabilidade é de origem Ibérica,
século XV. A história da Contabilidade começou por meio de instrumentos, que
tornaram possível a evolução contábil. Ainda segundo o autor, gradativamente foram
surgindo os seguintes instrumentos de trabalho: símbolos quantitativos, desde a
utilização de fragmentos de pedras e de ossos até a construção do ábaco; o
aparecimento do papel; o aperfeiçoamento da escrita e a evolução dos sistemas
numéricos; a utilização de livros de escrituração; o aparecimento de máquinas de
calcular e a utilização dos computadores.
Tudo leva a crer que os primeiros registros contábeis (quer na forma de
sulcos sobre símbolos quantitativos, quer já em livros de escrituração) representam
simples demonstrações estatísticas, sem adotarem ainda o chamado sistema de
partidas dobradas. O inicio da aplicação da equação matemática e dos registros
duplos (partidas dobradas), que deu caráter científico à Contabilidade, segundo
tradição histórica que nos foi legada, ocorreu com a publicação, em 1494, do de
Luca Pacioli: Suma de Aritmética, Geometria, Proporção e Proporcionalidade, foi
neste livro que o autor inseriu a parte que continha as explicações de como
processar os registros contábeis. (FLORENTINO, 2000).
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A escrituração contábil em livros, com a utilização do método das partidas
dobradas, começou a evoluir a partir do século XV. A partir do século XIX, as
calculadoras começaram a ser desenvolvidas tecnologicamente, passando a lotar os
escritórios. A partir de 1965 começaram a ser vendidos os minicomputadores
ocasionando milagres, até essa data os escritórios e os setores de Contabilidade
eram equipados com uma infinidade de máquinas de calcular. (FLORENTINO 2000).
Com a evolução da Contabilidade, o interesse de seus usuários se expandia,
objetivavam conhecer se as operações realizadas estavam proporcionando lucros ou
prejuízos, e quais eram suas origens, separadamente por serviços ou produtos. Os
resultados obtidos passaram a ser analisados e/ou criticados, questionando-se por
que os lucros não foram maiores. Sendo assim, a Contabilidade passou a fornecer
respostas imediatas, permitindo tomadas de decisões rápidas que evitavam
desastres financeiros ou decadência das empresas. (FLORENTINO 2000).
Segundo Hendriksen e Breda (1999), existem registros de transações
financeiras de quatro mil anos atrás, mas somente no século XIV, na Itália é que
surgiu o sistema de partidas dobradas que utilizamos atualmente. A Contabilidade
moderna nasceu na Itália devido a uma série de avanços da matemática, que foram
levados da Índia à Europa pelos Árabes, como também, a uma variedade de
progressos tecnológicos ocorridos em grande parte na China e ao desmantelamento
do sistema feudal na Europa devido a guerras e doenças.
No decorrer dos séculos, pouca coisa mudou na tecnologia básica da
Contabilidade, apenas alguns aspectos se transformaram como no exemplo da
divulgação de dados financeiros. Com a evolução das empresas, a Contabilidade
passou a produzir relatórios periódicos para os proprietários, pois cada vez mais,
eram exigidas as contas de capital dos proprietários e as demonstrações de lucro.
(HENDRIKSEN e BREDA, 1999).
Conforme Marion (1984), os primórdios da Contabilidade podem ser
resumidos por meio da história do homem primitivo que ao contar seu rebanho e ao
inventariar os instrumentos de caça, praticava uma forma de Contabilidade. O
homem não se preocupava apenas com a contagem do seu rebanho, mas sim, com
o crescimento e a evolução deste, com isso, ele fazia inventários em momentos
diferentes e analisava a variação de sua riqueza. Nesta fase é observada uma forma
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bem rudimentar de relatório contábil, bem como, a analise de variação da riqueza.
Para Sá (2002), o homem primitivo por meio do uso da arte, passou a
evidenciar a riqueza patrimonial através das inscrições nas paredes das grutas
(pinturas), como também, em pedaços de ossos (por meio de riscos ou sulcos),
utilizando-se dos instrumentos que já dispunha. As pinturas de animal ou coisas
representavam à natureza da utilidade que o homem primitivo havia conquistado e
guardado, ou seja, a qualidade das coisas. Os riscos que quase sempre
acompanhavam o desenho do objeto ou coisa desenhada representavam à
quantidade existente.
A partir do momento que as coisas ou objetos começaram a formar riquezas,
com maior variedade e com mais complexidade, foram surgindo às inscrições que
necessitavam de um critério de registro de contas mais aprimorado. Com isso,
surgiram os registros de uma escrituração contábil que quantificava e evidenciava a
riqueza patrimonial do individuo ou de sua família. (SÁ, 2002).
Segundo Sá (2002), a Contabilidade nasceu da inscrição de elementos da
riqueza patrimonial, passando com o tempo, a registros de melhor qualidade. Porém,
com a evolução da escrita, desenvolveu-se ainda mais, o sistema de registros. Os
registros das operações comerciais, industriais e públicas evoluíram a partir da idade
média, onde só ofereceram uma organização de maior rigor lógico cerca de pouco
mais de um milênio. Assim, surgiu o método das partidas dobradas que sugeria o
registro de um só fenômeno sob dois aspectos, o de débito que seria o efeito do
fenômeno e o crédito que seria a causa do fenômeno. Para Sá (2002, p. 26), “a
partida dobrada se apóia, pois, no princípio da equação, não há dúvida, mas
logicamente, ela representa a explicação de origem e de efeito do fenômeno
patrimonial...”. Não se pode duvidar que a evolução da Contabilidade tenha sido
conseqüência da quantidade fatos a registrar.
Ainda de acordo com Sá (2002, p. 33), desde os primeiros anos do século
XIX, a Contabilidade, como ciência, “preocupar-se-ia em conhecer os fenômenos
ocorridos com as coisas que se usam para atingir os objetivos dos empreendimentos
humanos, nas empresas, nas instituições”.
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Com o aumento da competitividade e complexidade das atividades
empresariais a Contabilidade pode ser considerada um importante instrumento de
gestão, fornecendo informações que possibilitam o controle patrimonial.
Segundo Perez Junior e Begalli (1999), a Contabilidade deve ser vista como
um sistema de informações que consiste, em coletar, processar e transmitir dados
sobre a situação econômico-financeira de uma entidade em determinado período.
Ribeiro (1999, p. 33), define que a “Contabilidade é uma ciência que permite, através
de suas técnicas, manter um controle permanente do patrimônio da empresa”.
Para Franco (1996, p. 21), a Contabilidade:
É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessária à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
De acordo com Haussmann (2001), a Contabilidade é uma ciência que
controla e registra todos os fatos administrativos das empresas em geral, como
também, demonstra as variações qualitativas e quantitativas que ocorrem no
patrimônio, sob o aspecto econômico e financeiro.
Conforme Neves e Viceconti (2000), a Contabilidade desenvolveu uma
metodologia própria, cuja finalidade é de controlar o patrimônio das aziendas
(empresas e entidades sem fins lucrativos), apurar o resultado das atividades das
aziendas, como também, prestar informações a todas às pessoas que possuem
interesse na avaliação patrimonial e do desempenho dessas entidades.
A Contabilidade serve como um instrumento de tomada de decisões dentro e
fora das empresas, pois fornece o máximo de informações úteis. O autor salienta
que a Contabilidade não deve somente atender às exigências do governo, mas
também, auxiliar as pessoas a tomarem decisões. (MARION, 2004).
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2.1.1 Princípios Fundamentais de Contabilidade
Os princípios fundamentais de Contabilidade originaram-se da necessidade
de se obter um conjunto de conceitos, princípios e procedimentos que norteassem
os profissionais da Contabilidade, como também, os demais usuários, facilitando a
compreensão dos fatos contábeis.
Diante do exposto, abordaremos os princípios fundamentais da Contabilidade
que constam na RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993.
Conforme a RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993,
capítulo:
Art. 3º - São Princípios Fundamentais de Contabilidade:
I) o da ENTIDADE;
II) o da CONTINUIDADE;
III) o da OPORTUNIDADE;
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI) o da COMPETÊNCIA e
VII) o da PRUDÊNCIA
De acordo com o princípio da entidade, o patrimônio da entidade deve ser
tratado separadamente do patrimônio particular dos seus sócios. Conforme Franco
(1996, p. 196), “o patrimônio da entidade não se confunde, sob qualquer aspecto,
com a riqueza patrimonial de seus titulares”. O patrimônio particular deve ser
diferenciado do outros patrimônios existentes, ou seja, o patrimônio dos sócios ou
proprietários não se confunde no caso de sociedade ou instituição. “A Contabilidade
é mantida para as entidades; os sócios ou quotistas destas não se confundem, para
efeito contábil, com aquelas...”. (NEVES e VICECONTI, 2000, p. 210).
Para Marion (1984, p. 41), “quando se fala em entidade, uma característica
fundamental é a manutenção de registros contábeis destacando a entidade como
pessoa distinta da pessoa dos sócios”. Sendo assim, os fatos contábeis referentes à
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entidade contábil são relatados através de relatórios contábeis para os sócios e os
outros usuários da Contabilidade.
Segundo a RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993,
capítulo II, princípio da entidade:
Art. 4º - O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
§ único - O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.
Segundo o princípio da continuidade a entidade não tem definido quando vai
parar suas atividades, sendo assim a sua contabilidade é feita partindo do
pressuposto que ela nunca será extinta a não ser que existam provas contrárias a
isto, ou seja, no caso desta ser vendida ou liquidada.
Segundo Marion (1984, p. 41), “contabilmente as entidades são consideradas
como empreendimento em prosseguimento (em operação, em continuidade, em
andamento)”, sendo este o princípio da continuidade. O autor menciona que é com
base neste princípio que a empresa realiza investimentos. Conforme Franco (1996,
p. 198), o princípio da continuidade mostra que “as demonstrações financeiras
refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, somente
quando há presunção de continuidade da vida operacional da entidade”. Quando a
extinção da entidade tem prazo determinado previsto, este princípio influencia o
valor econômico dos ativos e, em muitos casos o valor ou vencimento dos passivos.
Para Neves e Viceconti (2000, p. 213), “a entidade é um organismo vivo que
irá viver por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes
evidências em contrário”. O princípio da continuidade mostra um sentido mais
profundo para a entidade, ou seja, mostra que esta é capaz de produzir riqueza e
gerar valor continuadamente sem interrupções.
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De acordo com a RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE
1993, capítulo II, princípio da continuidade:
Art. 5º - A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
§ 1º - A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado previsto ou previsível,
§ 2º - A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.
O princípio da oportunidade relata que todos os fatos que afetam o patrimônio
da empresa devem ser registrados no exato momento em que ocorrerem, isto
servirá de fundamento e garantia quando houver necessidade de uma análise ou
conclusão.
Para Marion (2004, p. 31), oportunidade “significa que todas as variações que
ocorrem no patrimônio de uma entidade deverão ser registradas e relatadas no
momento em elas ocorrerem”.
Conforme a RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993,
capítulo II, princípio da oportunidade:
Art. 6º - O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.
§ único - Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:
I - desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
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II - o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários;
III - o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.
No princípio do registro pelo valor original a compra ou fabricação de um bem
incluindo todos os valores para deixá-los em perfeitas condições de uso, consumo
ou venda, deverão ser contabilizados pelo seu valor de custo, ou seja, de aquisição.
De acordo com Marion (2004, p. 31), “os registros são feitos pelo valor de
aquisição do bem ou pelo custo de fabricação, expressos em moeda corrente do
país”.
Segundo a RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993,
capítulo II, princípio do registro pelo valor original:
Art. 7º - Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. § único - Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:
I - a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;
II - uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;
III - o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV - Os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;
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V - o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.
O princípio da atualização monetária descreve que os elementos do
patrimônio devem ser atualizados monetariamente e freqüentemente para que estes
não fiquem com valores desatualizados, possibilitando assim, a atualização da
situação do patrimônio líquido.
Conforme Marion (2004), a atualização monetária é ajustar o valor original
que fica defasado com o tempo mediante aplicação de índices oficiais que reflitam o
poder aquisitivo da moeda.
Conforme a RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993,
capítulo II, princípio da atualização monetária:
Art. 8º - Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
§ único - São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:
I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;
II - para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7º), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do patrimônio líquido;
III - a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.
Pelo princípio da competência as receitas e as despesas devem ser
registradas no momento em que forem geradas, independente se os recebimentos e
os pagamentos ocorreram posteriormente. Além disto, também devem ser
confrontadas, pois para haver uma receita, houve uma despesa que a gerou.
21
Segundo Marion (2004), as receitas devem ser contabilizadas no período em
que forem geradas e as despesas no período em que forem incorridas,
independente dos seus recebimentos ou pagamentos, sendo que este princípio
evidencia o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) de forma mais adequada e
completa.
De acordo com a RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE
1993, capítulo II, princípio da competência:
Art. 9º - As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.
§ 1º - O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.
§ 2º - O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º - As receitas consideram-se realizadas:
I - nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
II - quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
III - pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;
IV - no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º - Consideram-se incorridas as despesas:
I - quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;
II - pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
22
O princípio da prudência relata que o contador na dúvida entre opções de
valores para contabilizar itens do ativo e do passivo, deve ser cauteloso e escolher a
alternativa mais conservadora como forma de precaução, ou seja, para o ativo deve
escolher os valores menores e para o passivo os valores maiores, evitando assim,
possíveis situações desagradáveis no futuro.
De acordo com Marion (2004), quando existirem dois valores diferentes de
bens e direitos deve-se optar pelo menor e quando existirem dois valores diferentes
de dívida deve-se optar pelo maior, significa uma posição conservadora do
profissional contábil.
Conforme a RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993,
capítulo II, princípio da prudência:
Art. 10 - O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º - O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º - Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.
§ 3º - A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.
Art. 11 - A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração nas alíneas "c", "d" e "e" do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.
23
2.2 ANÁLISE DE PROJETOS
O projeto reúne várias informações internas e externas relacionadas à
empresa que serão analisadas e utilizadas na tomada de decisão de um
investimento.
A análise de projetos de viabilidade permite a visualização dos benefícios e
dos custos inerentes ao investimento, diminuindo os riscos no momento de tomada
de decisões.
“O projeto de viabilidade consiste na reunião e organização de informações
para demonstração da viabilidade do empreendimento”. (CARVALHO et al ,1980, p.
250).
Para a realização de um projeto, várias são as fases até a sua implantação,
onde serão realizados levantamentos, estudos, envolvendo vários aspectos, como
os financeiros, os econômicos, em relação ao mercado que possibilitem saber todas
as suas implicações.
Várias etapas ocorrem desde a primeira idéia sobre um determinado
empreendimento, até o seu funcionamento após a implantação. A primeira etapa é
de estudos básicos, que envolve pesquisas iniciais e projeto de pré-viabilidade e
projeto de viabilidade, a segunda etapa é de levantamento de recursos, onde se
aborda a análise e aprovação dos interessados no empreendimento do estudo de
viabilidade, a terceira etapa é a de implantação incluindo um sistema de
gerenciamento e de organização da implantação, plano e projetos executivos e
execução das construções e montagens, a quarta etapa é a de testes e
ajustamentos e a quinta e última etapa é a de funcionamento normal. (CARVALHO
et al ,1980).
O estudo de pré-viabilidade, ou seja, o pré-projeto de viabilidade, que de
primeiro momento aborda informações preliminares, se apóia em números,
investimentos e resultados previsíveis, de acordo com as tecnologias possíveis e um
primeiro dimensionamento do mercado para lançamento dos produtos ou serviços
de que trata o projeto; em seguida é feito um estudo de viabilidade ou projeto de
viabilidade, este estudo engloba informações e analises profundas, baseando-se nos
resultados positivos da pré-viabilidade e por último é realizado um projeto executivo
24
que é desenvolvido na fase de implantação efetiva da atividade em questão.
(CARVALHO et al, 1980).
Segundo Longenecker et al (1997), a análise de viabilidade é o passo mais
importante no processo de tomada de decisão. Um exemplo exposto pelo autor é a
analise da possibilidade de uma empresa utilizar computador de forma integrada e
abrangente, neste caso a mesma deverá fazer uma análise para estimar os custos,
os benefícios e elaborar um plano apropriado. O estudo de viabilidade é o primeiro
passo a ser dado, ele irá determinar, no caso referido acima, se a empresa terá
carga de trabalho suficiente ou necessidade de eficiência que justifique a despesa
com um computador. A análise de viabilidade será com base em aspectos técnicos e
de custos, onde irá determinar se haverá tecnologia para resolver o problema
específico da empresa e a viabilidade do custo irá determinar se o custo poderá ser
justificado com os benefícios que serão obtidos. O estudo de viabilidade poderá
concluir se será ou não viável a empresa utilizar o computador de forma integrada.
A fim de se diferenciar-se dos concorrentes, na medida do possível deve-se
introduzir melhorias no empreendimento original, analisando muito bem o negócio e
identificando as razões do seu sucesso, entretanto é preciso assumir riscos, pois os
riscos fazem parte de qualquer atividade, sendo que o sucesso de qualquer
empreendimento está na capacidade de conviver e sobreviver com eles. Os riscos
financeiros podem ser limitados a uma quantia predeterminada e suportável. Para
se obter uma boa lucratividade é preciso atrair consumidores e manter a
concorrência à distância, normalmente isso ocorre através da inovação, da
diferenciação e de barreiras à entrada de novos concorrentes. (DEGEN, 1989).
25
2.3 ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO
2.3.1 Investimentos
Os investimentos constituem uma etapa que determina os recursos
financeiros necessários para a execução de um projeto, abrangendo a sua
instalação e funcionamento. Observa-se que para a realização de um investimento é
necessário que seja feito um estudo preliminar antes da sua efetivação,
possibilitando reduzir o nível de incertezas na implantação de um determinado
projeto e contribuindo para a eliminação do risco de prejuízo para a empresa.
As decisões de investimentos constituem a base do desenvolvimento futuro
de uma empresa, representando um fator básico para o estabelecimento de uma
posição competitiva. Um índice elevado de sucesso em decisões de investimentos
terá efeitos sobre o crescimento e os lucros futuros da empresa. (BLECKE, 1972).
Para Galesne et al (1999, p.15), “fazer um investimento consiste, para uma
empresa, em comprometer capital sob diversas formas, de modo durável, na
esperança de manter ou melhorar sua situação econômica”. Ainda de acordo com o
autor, um projeto é colocado o tempo todo em questão quanto aos benefícios que irá
trazer para a empresa, portanto, a decisão de investir será a última etapa de uma
série de estudos sobre o mesmo.
Para a realização de projetos que ampliam as atividades das empresas, são
realizados investimentos de expansão de capacidade, que permitem à empresa
fazer frente ao futuro crescimento da demanda.
Os investimentos na empresa podem ser classificados como correntes que
são aqueles considerados de um nível aceitável para empresa, neste caso
enquadram-se os investimentos de substituição, de modernização e de expansão da
capacidade, ou seja, são investimentos que não comprometem a sobrevivência da
empresa, como também, estratégicos, que são aqueles cujo volume de recursos
necessários são significativos e devido ao impacto potencial que tem na empresa,
exigem uma análise mais cuidadosa, pois podem arriscar a sobrevivência da
mesma. (GALESNE et al, 1999).
26
Conforme Carvalho et al (1980, p. 307), “projeto de investimento constitui o
conjunto de informações relacionadas com a inversão de capital numa determinada
época”. O projeto visa promover a recuperação desse capital, com vantagens num
determinado intervalo de tempo. Definir critérios adequados de prioridade para a
realização de investimentos é de suma importância diante de múltiplas alternativas
de investimentos e a escassez de recursos disponíveis.
As tomadas de decisões pelas empresas em relação aos investimentos
consiste na avaliação de caminhos alternativos, escolhendo aquele que lhe pareça
mais atraente, ou seja, que maximize os lucros. Toda e qualquer alternativa de
investimento deverá ser descrita de forma que permita a empresa calcular todas as
rendas e custos envolvidos. Após o alcance dos resultados, estes poderão ser
comparados verificando se a alternativa escolhida irá maximizar os lucros, pois o
objetivo principal da empresa é a maximização dos lucros. (MAYER, 1972).
Os investimentos necessários para a implantação e funcionamento de um
projeto podem ser classificados em investimentos fixos que dependem do nível de
produção projetado e investimentos circulantes que dependem do nível efetivo de
produção da empresa. (BUARQUE, 1984).
a) Tipos de Investimentos
Conforme Abecassis e Cabral (2000), os investimentos podem ser
classificados da seguinte forma:
- Investimentos de Expansão
Neste tipo de investimento a empresa terá que escolher entre expandir a
atividade ou renunciar em favor de outros concorrentes. Para resolução deste
problema poderá ser ampliada a unidade produtiva, criado uma unidade produtiva
nova ou ampliado o número de turnos de trabalho. Trata-se de um investimento que
exigem o estudo de múltiplas alternativas. Para cada uma destas alternativas deverá
27
ser avaliado o custo do investimento e as conseqüentes receitas e despesas, e
assim, avaliar a rentabilidade e com isso permitir critérios seguros de escolhas. O
risco associado a cada escolha deverá na medida do possível, também ser
quantificado.
- Investimentos de Substituição
Estes investimentos destinam-se a renovar o capital existente, envelhecido
por causas internas ou externas. As causas internas de substituição podem ocorrer
pelo uso, ou seja, os equipamentos em função da sua idade e tempo de utilização
estão sujeitos à depreciação, ocorrendo à substituição por outro equipamento
idêntico, como também, pelas avarias, ou seja, os equipamentos podem sofrer
danos causando a inutilização parcial ou completa dos mesmos, sendo assim,
dependendo da freqüência de avarias é aconselhável à substituição do equipamento
sendo eliminada a possibilidade de reparos. As causas externas de substituição
estão relacionadas com a obsolescência do capital investido, em particular, dos
equipamentos, neste caso, a substituição em relação aos equipamentos anteriores,
ocorre em virtude do progresso técnico.
- Investimentos de Modernização ou Inovação
O objetivo deste investimento é reduzir o custo de produção, ou seja, investir
em equipamentos novos buscando reduzir o custo de mão-de-obra e outros
consumos, investir em melhoria de produtos existentes, permitindo reduzir o seu
custo, melhorar a sua qualidade, ou melhorar o serviço prestado e investir em
produtos novos.
28
- Investimentos Estratégicos
O investimento estratégico tem por objetivo reduzir o risco, ou seja, proteger a
empresa nas suas dependências de abastecimentos em quantidade, qualidade e
preço. Os investimentos estratégicos visam colocar a empresa em condições de
assegurar o acompanhamento do progresso técnico, como também, possuem
caráter social, visando melhorar a situação do pessoal, e assim, criar um ambiente
favorável de trabalho.
2.3.2 Análise de Custos
As informações relacionadas aos custos, são primordiais para que as
empresas possam continuar sobrevivendo. As organizações estão buscando
diversos tipos de gestão e com a ajuda da tecnologia e da Contabilidade de custos,
podem contar com uma infinidade de registros que poderão ser utilizados como
ferramentas para tomadas de decisões. A Contabilidade de custos fornece
informações para os diversos níveis organizacionais, auxiliando assim no
planejamento, no controle e na tomada de decisão.
Todas as empresas, independentemente da área de atuação (comércio,
indústria ou serviços), possuem gastos. Estes gastos se subdividem genericamente
em custos, despesas variáveis e despesas fixas. A análise destes gastos se faz
necessária para a apuração correta de sua lucratividade e também para o
gerenciamento financeiro mais eficiente. (SEBRAE, 2007).
Conforme Neves e Viceconti (2000), a Contabilidade de custos surgiu com a
Revolução Industrial e com o conseqüente crescimento do número de empresas
industriais, onde a Contabilidade precisou adaptar os procedimentos feitos nas
empresas comerciais que basicamente envolviam a simples compra e revenda de
mercadorias para as industriais que eram muito mais complexas, pois envolviam
fatores de produção. Com o surgimento das empresas industriais surgiram os custos
de produção, sendo assim, o ramo da Contabilidade que controlava estes gastos
incorridos com a produção, chamou-se de contabilidade de custos.
29
A Contabilidade de custos coleta, acumula, organiza, analisa, interpreta e
informa os custos dos serviços com a finalidade de determinar a rentabilidade e
avaliar o patrimônio da empresa, de controlar os custos e auxiliar o administrador no
processo de planejamento e na tomada de decisões. (LEONE, 2000).
Ainda de acordo com Leone (2000, p. 47):
A Contabilidade de custos projeta e opera sistemas de custos, determina os custos por departamentos, por função, por centros de responsabilidades, por atividades, por produtos, por territórios, por períodos e por outros segmentos, faz a estimação de custos, estabelece padrões, manipula custos históricos, compara custos de diferentes períodos, compara custos reais com custos calculados, determina custos de alternativas, interpreta e apresenta informações de custos como um auxílio à gerência no controle de operações correntes e futuras.
De acordo com Martins (1996), a Contabilidade de custos auxilia no controle e
na tomada de decisões, pois fornece dados para estabelecer padrões e orçamentos,
além de outras formas que possibilitam fazer previsões e comparações com dados
anteriores, sendo uma importante ferramenta de controle e decisão gerencial.
A Contabilidade de custos consiste em identificar recursos consumidos na
produção/prestação de serviços e atribuir um custo para esses recursos. (FALK,
2001).
a) Classificação dos Custos
As empresas de prestação de serviços estão buscando conhecer
detalhadamente todos os custos relacionados aos seus serviços e produtos. A
definição dos custos é fundamental para a tomada de decisão, pois possibilita que
os objetivos propostos pela empresa sejam alcançados.
Conforme Neves e Viceconti (2000, p. 12), Perez Junior et al (1999, p. 16) e
Martins (1996, p. 25), custo é o “gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na
produção de outros bens e serviço”. Para Leone (2000, p. 54), custo “é o consumo
de um fator de produção, medido em termos monetários para a obtenção de um
produto, de um serviço ou de uma atividade que poderá ou não gerar renda”.
30
Segundo Perez Junior et al (1999, p. 23), “custos diretos são os custos que
podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço e valorizados com
relativa facilidade”. De acordo com Leone (2000, p. 59), “todo item de custo que é
identificado naturalmente ao objeto do custeio é denominado de custo direto”.
Conforme Martins (1996), Neves e Viceconti (2000), alguns custos podem ser
diretamente apropriados aos produtos ou serviços, estes são os custos diretos.
Todo o item de custo que precisa de um parâmetro para ser identificado e
debitado ao produto ou objeto de custeio é considerado um custo indireto. (LEONE,
2000, p. 58). Segundo Neves e Viceconti (2000, p. 18), custos indiretos são aqueles
“que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados...”.
Conforme Martins (1996), custos indiretos são aqueles que muitas vezes são
alocados de forma arbitrária, pois não oferecem condição de uma medida objetiva,
tendo que ser estimada. Custos indiretos são aqueles que necessitam de algum
critério de rateio para a sua alocação, pois não podem ser apropriados de forma
direta por não serem perfeitamente identificados nos serviços ou produtos. (PEREZ
JUNIOR et al, 1999).
Custos fixos são aqueles que permanecem constantes caso ocorra uma
alteração no volume da produção para mais ou para menos, ou seja, independem do
volume de produção. (PEREZ JUNIOR et al, 1999). Segundo Martins (1996, p. 56),
custos fixos “são os que num período têm seu montante fixado não em função de
oscilações na atividade”. Para Neves e Viceconti (2000, p. 18), “custos fixos são
fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do
tempo”. Leone (2000, p. 73), também salienta que “custo fixo é constante no total, na
faixa de volume relevante da atividade esperada que está sendo considerada”.
Segundo Falk (2001, p. 27), “custos fixos são aqueles “que não estão relacionados
com o volume de pacientes atendidos”.
Os custos variáveis somente aparecem quando a atividade ou produção é
realizada, aumentando à medida que a atividade aumenta, ou seja, é proporcional
ao nível de atividade. (LEONE, 2000). Para Neves e Viceconti (2000) e Perez Junior
et al (1999), os custos variáveis são aqueles que se alteram e aumentam conforme
aumenta a produção, mantendo uma relação direta com o volume de produção ou
serviço. Custos Variáveis são aqueles que têm seu valor determinado em função da
oscilação da atividade. (MARTINS, 1996). Conforme Falk (2001), os custos variáveis
31
estão diretamente relacionados com o volume de pacientes atendidos, porém o
autor salienta que estes custos não são padronizados por atendimento nas
Unidades de Saúde, pois os clientes são diferentes entre si, seja por conta de ser
homem ou mulher, idoso, criança ou adulto, por apresentarem resistência física
diferentes, apresentando custos variáveis diferentes para cada individuo, com base
na quantidade de serviços/ atividades necessárias para a recuperação de sua
saúde.
b) Custos/Volume/Lucro
A relação entre as variáveis custo/volume/lucro é uma ferramenta importante
para a tomada de decisões, pois explora cada uma dessas variáveis e estabelece a
relação que o volume de vendas/serviços tem com o custo e o lucro, além disso,
mostra que as mudanças ocorridas em uma ou mais dessas variáveis tem efeitos
sobre o lucro.
A análise da relação custo/volume/lucro “é um instrumento para projetar o
lucro que seria obtido a diversos níveis possíveis de produção e vendas, bem como
para analisar o impacto sobre o lucro de modificações no preço de venda, nos
custos ou em ambos”. Através desta análise é possível estabelecer qual a
quantidade mínima que a empresa deverá produzir e vender para que não ocorra
prejuízo, a mesma é baseada no custeio variável. (NEVES e VICECONTI, 2000, p.
153).
Conforme Perez Junior et al (1999), a relação de custo/volume/lucro é
baseada no custeio variável, sendo útil para a tomada de decisões administrativas
ligadas a fixação de preços, decisão de compra ou fabricação, possibilitando
também, a determinação imediata do comportamento dos lucros em face das
oscilações de vendas.
32
c) Custos dos Serviços Prestados
Diante do cenário competitivo em que vivemos e com o constante
crescimento dos custos, as empresa de prestação de serviços estão sendo forçadas
a controlar seus custos, objetivando manter-se no mercado.
Segundo Marion (1984, p. 89), “em uma empresa prestadora de serviços no
momento da entrega do serviço realizado, ao emprego da mão de obra e, se houver,
do material consumido na prestação de serviços, denominamos custos dos serviços
prestados”. A mão de obra, o material e outros gastos aplicados a serviços são
considerados custos de empresas de serviços.
Os custos dos serviços prestados são aqueles incorridos para a prestação
dos serviços, em função do ramo de atividade de cada empresa. Os itens
componentes do custo dos serviços prestados variam de empresa para empresa.
(MATARAZZO, 1997).
Perez Junior et al (1999, p. 18), define como custo dos serviços prestados “o
valor dos gastos incorridos no processo de prestação dos serviços para que a
empresa gere receita de prestação de serviços”.
d) Margem de Contribuição
A margem de contribuição é um conceito de extrema importância para a
tomada de decisões gerenciais, pois representa o quanto à empresa tem para pagar
as despesas fixas e gerar o lucro líquido.
A margem de contribuição é a parcela do preço de venda que ultrapassa os
custos e despesas variáveis e que contribuirá para a absorção dos custos fixos e,
ainda, para a formação do lucro. (PEREZ JUNIOR et al, 1999).
De acordo com o SEBRAE (2007), em qualquer que seja o segmento,
Indústria, Comércio ou Serviços, é perfeitamente possível e fácil se apurar o valor e
o percentual respectivo da Margem de Contribuição.
33
A margem de contribuição é uma ferramenta de avaliação de resultados muito
importante para a empresa.
O termo margem significa a diferença entre o valor da venda (preço de
venda) e os valores dos custos e das despesas específicas desta venda, ou seja,
valores também conhecidos por custos variáveis e despesas variáveis da venda e o
termo contribuição representa em quanto o valor das vendas contribui para o
pagamento das despesas fixas e também para gerar Lucro. (SEBRAE, 2007).
A margem de contribuição é igual ao valor das Vendas menos o valor dos
custos variáveis e das despesas variáveis. O cálculo da margem de contribuição
representa o quanto a empresa consegue gerar de recursos para pagar as despesas
fixas e obter Lucro. (SEBRAE, 2007).
Quando o valor da margem de contribuição for superior ao valor total das
despesas fixas a empresa estará gerando lucro e quando for inferior, o resultado
será entendido como prejuízo.
O montante pelo qual o valor das receitas de vendas excede os custos
variáveis de um produto ou serviço é designado por margem de contribuição, ou
seja, é o montante de dinheiro através do qual uma empresa pode cobrir os seus
custos fixos e ainda obter lucro. A análise da margem de contribuição é uma
importante ferramenta que ajuda a empresa decidir quando é que devem manter,
diminuir ou aumentar a sua linha de produtos ou serviços.
e) Ponto de Equilíbrio
O ponto de equilíbrio informa o ponto onde as receitas dos serviços prestados
cobrem os custos e despesas em sua totalidade.
A expressão ponto de equilíbrio refere-se ao nível de venda em que não
existe lucro ou prejuízo, ou seja, quando os gastos totais são iguais às despesas
totais. (PEREZ JUNIOR et al, 1999).
O ponto de equilíbrio nasce da conjunção dos gastos totais com as receitas
totais. A empresa obterá seu ponto de equilíbrio quando suas receitas totais
equalizarem seus gastos totais. (MARTINS, 2003).
34
O ponto de equilíbrio é o valor ou a quantidade que a empresa precisa vender
para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas
fixas. (SEBRAE, 2007).
Conforme o SEBRAE (2007), o ponto de equilíbrio é o valor das vendas que
permite a cobertura dos gastos totais (custos, despesas fixas e despesas variáveis).
Neste ponto os gastos são iguais à receita total da empresa, ou seja, a empresa não
apresenta lucro nem prejuízo. O ponto de equilíbrio é que vai definir e esclarecer as
seguintes dúvidas:
- Quanto será preciso faturar para conseguir pagar os custos, despesas fixas e
variáveis?
- Qual a quantidade que será preciso produzir/vender para poder ter lucro?
2.3.3 Análise de Mercado
A análise do mercado possibilita saber se existe uma oportunidade real para a
expansão do negócio. Permite a compreensão do mercado em que a empresa atua
e está inserida, além do conhecimento dos seus concorrentes e dos seus clientes.
A análise de mercado não só é o ponto de partida para a elaboração do
projeto como também é um de seus aspectos mais importantes. Se o mercado
mostrar que não existe necessidade para expandir a produção de determinado bem
ou serviço por não existir procura suficiente, de nada adianta continuar uma análise,
no entanto se ocorrer o contrário, a análise de mercado torna-se um importante
instrumento para determinar a extensão do projeto.
O objetivo da análise de mercado é determinar a quantidade de bens e
serviços oferecidos, que em determinada área geográfica e em determinadas
condições de preço as pessoas estão dispostas a comprar. O estudo de mercado é
a parte do projeto na qual se determina o grau de necessidade que a sociedade
apresenta em relação ao bem ou serviço, cuja produção se deve estudar. Através
35
deste estudo é possível determinar a viabilidade ou não de continuar com as demais
etapas de uma análise. (BUARQUE, 1984).
De acordo com Buarque (p. 41, 1984), cada estudo de mercado tem as suas
características próprias, porém todo estudo de mercado implica nos seguintes
aspectos:
a) É necessário analisar dados do passado, observar esse comportamento no presente e projetar essa tendência, de maneira que seja possível determinar a quantidade que será vendida no futuro.
b) Para que uma determinada quantidade de bens e serviços possa ser vendida, é fundamental que haja pessoas interessadas em comprá-las, em outras palavras, é indispensável que haja procura.
c) Além disto, é necessário que essa procura seja superior à oferta...
d) A essa diferença - procura menos oferta- chama-se procura insatisfeita e sua determinação é o objetivo central do estudo de mercado.
Uma análise de mercado é uma etapa vital para a implantação de um projeto
e sua viabilidade. Várias são as informações levantadas por esta análise, no
entanto, a ênfase será para aquelas mais importantes, de acordo com o bem/serviço
oferecido e com os objetivos da empresa.
De acordo com o SEBRAE (2007), para realizar uma pesquisa e análise de
mercado é preciso definir os seguintes pontos:
- Problema e objetivo do trabalho: as dificuldades identificadas pelo empresário;
- Público-alvo: grupo de pessoas e/ou de empresas que têm características em
comum;
- Mercado-alvo (universo): a região de abrangência (bairro, cidade, Estado, etc);
- Amostra: o número de pessoas a serem sondadas. Normalmente, para pessoas
físicas, a proporção é de um pesquisado para cada mil;
- Ferramentas (como pesquisar): a pesquisa pode ser feita por telefone, e-mail,
entrevistas pessoais, mala direta, etc;
36
- Prazo para sua execução: não há um prazo padronizado para realizar a pesquisa.
Isso depende do problema, do público e do grau de abrangência;
- Recursos financeiros para sua viabilização: o ideal seria contratar uma empresa
especializada, mas é possível iniciar o trabalho sozinho.
Para a realização de um estudo de mercado é necessário identificar o bem ou
serviço, os consumidores e suas correlações, coletar informações, analisar as
informações coletadas e definir os critérios e parâmetros de projeção e projetar estas
informações. (BUARQUE, 1984).
Devido à instabilidade e a incerteza que caracterizam o contexto atual, a
realização de um estudo de mercado é um dos instrumentos para a tomada de
decisão quanto à implantação e a viabilidade de um projeto.
2.3.4 Análise Econômica Financeira
A análise econômico-financeira assume um papel importante no processo
decisório, servindo como um poderoso instrumento de apoio principalmente na
tomada de novas decisões. Esta análise possibilita a avaliação e comparação da
situação econômica financeira da empresa no momento atual e futuro, como
também, faz uma perspectiva desta situação no caso de implantação de um
determinado projeto.
Muitas são as alternativas de investimentos, no entanto, os recursos para
atendê-las simultaneamente são limitados, diante disto, somente as melhores serão
escolhidas.
Para a realização da análise econômico-financeira de uma empresa é
necessário o levantamento, estudos e avaliações das informações econômico-
financeiras, além do levantamento e suprimento dos recursos relacionados com o
empreendimento que se projeta. A análise objetiva selecionar qual a alternativa de
propostas de investimentos que mais atendem aos interesses dos proprietários, a
mesma oferece uma série de métodos possíveis para a maximização dos lucros ou
37
recursos a serem empregados em algum projeto, bem como o da minimização de
custos. (ÁVILA, 1987).
De acordo com Carvalho et al (1980, p. 165), a análise deve ser econômica e
financeira, pois estão inter-relacionadas, onde “fatores de ordem financeira influem
ou induzem a fatores e resultados de ordem econômica e vice-versa”.
Conforme Hermann Junior (1980), a análise econômica e financeira devem
ser analisadas em conjunto, pois se completam. A análise econômica compreende e
exame do grau de rentabilidade do capital e a análise financeira estuda a liquidez
financeira do patrimônio.
A realização de uma análise econômica de um investimento requer um
levantamento dos custos e das receitas adicionais, decorrentes deste investimento.
Quer o investimento seja uma expansão da empresa, uma nova linha de produção
ou a aquisição de um novo equipamento, devem ser analisados os efeitos
adicionais, medidos em termos de custos e receitas. (CASARROTTO FILHO e
KOPITTKE, 1990).
De acordo com Cherry (1977, p. 372), a análise financeira pode ser
considerada como “o exame e comparação de dados financeiros, para tirar
conclusões sobre a posição corrente e perspectiva da empresa”. Ainda segundo o
autor, não há regras rígidas para guiar o analista em sua tarefa de extrair
informações sobre a condição financeira da empresa a partir dos dados expostos,
pois o analista necessita usar toda a sua habilidade e experiência acumulada para
colocar suas conclusões. O que constitui solidez financeira precisa sempre ser
interpretado a luz de circunstâncias operacionais particulares e do ambiente
econômico da empresa. A análise financeira vai variar de acordo com o interesse de
quem solicita a análise e dos dados disponíveis. Os proprietários, como
pretendentes residuais ao lucro, estarão interessados na capacidade da empresa de
gerar lucros e pagar dividendos a longo prazo.
A posição ou a situação contábil do empreendimento é uma informação útil
para análise financeira, sendo indispensável no ponto de partida, porém poderá
sofrer vários ajustes dentro do processo de análise. (FALCINI, 1992).
A análise econômico-financeira pode ser abordada de forma sintética, ou seja,
não profunda, demonstrando apenas os principais parâmetros econômico-
38
financeiros, como também, de forma minuciosa apresentando todos os aspectos
ligados a determinados itens do patrimônio ou dos demonstrativos de resultados.
(CARVALHO et al, 1980).
Assaf Neto (1987, p. 71), menciona que “todo processo de análise requer
conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações
contábeis”.
A partir de peças e demonstrativos contábeis básicos relativos a períodos
pretéritos, as análises econômico-financeiras examinam e avaliam o comportamento
das empresas sob o aspecto econômico-financeiro. Os demonstrativos contábeis
não possuem estrutura suficiente para dar proporções, relações, coeficientes e
outros, definidos a partir dos valores das contas patrimoniais ou de resultado,
fundamentais para as comparações e avaliações de comportamento da empresa,
apresentando apenas os registros de valores e saldos individualizados, por isso a
importância da análise que avalia os resultados expostos nos demonstrativos
contábeis. (CARVALHO et al, 1980).
Dentre as inúmeras circunstâncias para a execução de um empreendimento
uma delas é a expansão da capacidade produtiva de uma empresa. A área
econômico-financeira de uma empresa necessita apoiar-se em um conjunto
ordenado e ponderado de informações e estudos, possibilitando assim, o
conhecimento das condições reais da empresa. (CARVALHO et al, 1980).
a) Demonstrações Financeiras
As demonstrações financeiras englobam vários relatórios que expõem as
principais contas de uma empresa, detalhando-as, quantificando-as e apresentando
as suas respectivas categorias. Através da análise destas demonstrações podemos
extrair uma série de informações e conclusões sobre a posição financeira e
econômica de uma empresa.
Segundo Franco (1996), a utilização de uma técnica expositiva, que abrange
o levantamento das chamadas demonstrações contábeis, no qual é feita a
demonstração expositiva dos componentes patrimoniais e de suas variações se faz
39
necessária, pois o registro dos fatos contábeis de forma analítica e em ordem
cronológica, não é suficiente para atingir a finalidade informativa e orientadora que
se destina a Contabilidade. O autor considera as demonstrações contábeis como
sendo várias espécies de balanços.
Os relatórios contábeis são formados por dados coletados pela Contabilidade,
onde são apresentados periodicamente de maneira resumida e ordenada aos
interessados, estes relatórios são elaborados de acordo com as necessidades dos
usuários. Diante de tantos relatórios apresentados pela Contabilidade, existem
aqueles que são obrigatórios pela legislação brasileira, conhecidos como,
demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis. (MARION, 2004).
Para Campiglia (1997), o conhecimento da situação patrimonial, financeira e
econômica da entidade ocorre através da leitura e da interpretação das
demonstrações contábeis pertinentes a determinado exercício e a certa data.
Segundo Iudícibus e Marion (2002, p. 175), os relatórios contábeis se
constituem por uma “exposição resumida e ordenada dos principais fatos registrados
pela Contabilidade em determinado período”. Os relatórios mais importantes são
denominados de demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis. Perez
Junior e Begalli (1999, p. 62), argumentam que “as demonstrações contábeis
constituem a fase de saída do sistema de informações contábeis”. Para Matarazzo
(1997, p. 41 ), “a análise das demonstrações financeiras exige noções do seu
conteúdo, significado, origens e limitações”. As demonstrações financeiras fornecem
uma série de dados sobre a empresa, de acordo com as regras contábeis.
Assaf Neto (1987, p. 71), menciona que “todo processo de análise requer
conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações
contábeis”, sendo assim, as conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa
ficam seriamente limitadas.
Dentre os demonstrativos financeiros mais utilizados estão o balanço
patrimonial, a demonstração de resultado do exercício, a demonstração das origens
e aplicações de recursos e a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
O balanço patrimonial é formado por duas colunas, uma denominada de ativo,
que fica localizada no lado esquerdo do balanço e outra denominada de passivo e
patrimônio líquido que fica localizada no lado direito do balanço, sendo que cada um
40
destes itens apresentam as suas respectivas contas que são classificadas em
grupos e organizadas por grau de liquidez. Diante do exposto, podemos dizer que
através do balanço patrimonial é possível identificarmos as origens dos recursos
(passivo e patrimônio líquido) e aplicação destes recursos (ativo).
O balanço patrimonial é o mais importante relatório gerado pela
Contabilidade. Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da
empresa. (MARION, 2004). Conforme Iudícibus e Marion (2002, p. 176), o balanço
patrimonial “reflete a posição financeira em determinado momento, normalmente no
fim do ano ou de um período prefixado”. O balanço patrimonial através da
apresentação ordenada de suas aplicações de recursos (ativo) e das origens de
recursos (passivo) objetiva expressar os elementos financeiros e patrimoniais de
uma entidade. (NEVES e VICECONTI, 2000).
Franco (1996, p. 140), conceitua balanço patrimonial com sendo uma
“representação sintética dos elementos que formam o patrimônio, evidenciando a
equação existente entre os capitais obtidos e os aplicados no complexo patrimonial”.
Para Ribeiro (1999), o balanço patrimonial é a demonstração destinada a evidenciar,
resumidamente o patrimônio da entidade, quantitativamente e qualitativamente.
Campiglia (1997), define balanço patrimonial como sendo um instrumento
elaborado para evidenciar a situação financeira da instituição, em determinada data,
com seus elementos monetariamente expressos e tecnicamente intitulados e
classificados. Ainda de acordo com o autor, por meio da análise do balanço
patrimonial em conjunto com outras demonstrações que o acompanham,
especialmente a demonstração do resultado do exercício é possível o
reconhecimento de três aspectos fundamentais: o patrimonial, o financeiro e o
econômico, que se fundem na atividade da empresa.
O balanço patrimonial mostra a posição das contas patrimoniais num
determinado período, possibilitando um melhor conhecimento da situação financeira
em que se encontra uma empresa.
Para Assaf Neto (1987, p. 73), “o balanço apresenta a posição patrimonial de
uma empresa em dado momento”. O balanço serve como elemento de partida
fundamental para conhecer a situação econômica e financeira de uma empresa.
41
Através dos vários grupos de contas que apresenta podem ser extraídas relevantes
informações para a tomada de decisões.
Por meio da demonstração do resultado do exercício podemos ter um melhor
conhecimento da formação do lucro ou prejuízo, permitindo extrair conclusões sobre
a posição econômica de uma entidade.
A demonstração do resultado do exercício tem por finalidade evidenciar o
resultado (lucro ou prejuízo) periódico da instituição e os fatores negativos (custos e
despesas) e positivos (ganhos e rendimentos) que entram na composição desse
resultado, representados por saldos das contas que se referem. (CAMPIGLIA, 1997).
De acordo com Iudícibus e Marion (2002, p. 186) e Marion (2004, p. 91), “a
demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e
despesas da empresa em determinado período (12 meses)”, sendo apresentada de
forma que da receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado
que poderá ser lucro ou prejuízo.
Para Neves e Viceconti (2000, p. 319), o objetivo da demonstração do
resultado do exercício é “fornecer o Resultado Líquido do Exercício e os elementos
que o compuseram”.
Segundo Assaf Neto (1987, p. 95), “a demonstração de resultados de
exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados auferidos pela
empresa em determinado exercício social”. Existe uma relação do resultado (lucro
ou prejuízo) com o regime de competência, ou seja, o resultado são as receitas,
custos e despesas incorridas e apropriadas independentes dos seus pagamentos ou
recebimentos. Ribeiro (1999, p. 338), diz que “a partir dessa demonstração, pode-se
verificar o resultado que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvimento
de suas atividades durante um determinado período”.
Franco (1996, p. 140), trata a demonstração do resultado do exercício como
sendo o balanço do resultado do exercício que demonstra “as variações
aumentativas (receitas) e diminutivas (despesas) do patrimônio, evidenciando o
resultado econômico de um período...”.
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados evidenciam a
destinação do lucro líquido para os proprietários ou o reinvestimento na própria
42
empresa antes de ser indicada no Balanço Patrimonial. (IUDICIBUS e MARION,
2002). A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados evidencia o lucro
apurado no exercício e sua destinação e os eventos que modificaram o saldo da
conta lucros ou prejuízos acumulados. (RIBEIRO, 1999).
Para Neves e Viceconti (2000, p. 322), as Demonstrações de Lucros ou
Prejuízos Acumulados, “demonstram a movimentação da conta lucro ou prejuízos
acumulados, revelando os eventos que influenciaram a modificação do seu saldo”.
Franco (1996, p. 141), trata as demonstrações de lucros ou prejuízos
acumulados como sendo o balanço das variações do patrimônio líquido, que
demonstra as “modificações ocorridas nas contas componentes do patrimônio
líquido, pondo em evidência seu aumento ou diminuição”.
Para Assaf Neto (1987, p. 112), a demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados fornece explicações sobre o comportamento da conta de lucros ou
prejuízos acumulados, retratando toda a movimentação ocorrida nesta conta.
A demonstração das origens e aplicações de recursos “é um demonstrativo
que indica as modificações na posição financeira da empresa e contém informações
essenciais para melhor compreensão e análise dos negócios num determinado
período”. (HAUSSMANN, 2001, p. 72).
Para Assaf Neto (1987), a demonstração das origens e aplicações de
recursos resume-se na comparação entre dois balanços consecutivos. Identifica as
variações ocorridas na estrutura financeira da empresa, como também, visa a
melhor forma de identificar os fluxos dos recursos dentro da empresa, seja da forma
como foram gerados ou aplicados. Esta demonstração é de suma importância para a
análise, pois fornece uma compreensão mais abrangente das várias operações
realizadas em um determinado período pela empresa.
De acordo com Perez Junior e Begalli (1999), a demonstração das origens e
aplicações de recursos, fornece informações que as outras demonstrações
apresentam de forma indireta, sobre o fluxo dos recursos e sobre as alterações na
posição financeira do período. Esta demonstração identifica as fontes de recursos e
onde esses recursos foram aplicados em um determinado período de tempo, divulga
sobre a posição financeira e sobre o resultado das operações e orienta as pessoas
43
que dela se utilizam, para tomada de decisões de ordem econômica e financeira
referente a um determinado empreendimento.
Conforme Neves e Viceconti (2000, p.324), a demonstração das origens e
aplicações de recursos, “visa identificar as modificações ocorridas na posição
financeira de curto prazo da empresa, motivada pelo ingresso de novos recursos e a
forma como estes foram aplicados”.
Podemos observar que é de suma importância analisar todas as
demonstrações contábeis, no entanto, é dada maior ênfase para a demonstração do
resultado do exercício e para o balanço patrimonial em virtude de aquela refletir a
situação econômica de uma organização e este a situação financeira da mesma,
como já foi colocado pelos autores, além disto, os diversos demonstrativos
financeiros mostram a formação do lucro de uma empresa e como estão alocados os
seus recursos.
b) Análise de Índices Econômico-Financeiros
A análise dos índices econômico-financeiros possibilita ter um melhor
entendimento da relação entre os demonstrativos financeiros, especialmente entre o
balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, sendo um
importante instrumento no planejamento econômico e financeiro.
A comparação entre os demonstrativos financeiros é o critério básico para
uma análise, oferecendo um aspecto mais dinâmico e elucidativo à posição estática
das demonstrações contábeis, indispensáveis ao conhecimento da situação da
empresa. (ASSAF NETO, 1987).
A análise de índices ajuda a revelar a condição global de uma empresa, a
mensurar a liquidez, o grau de endividamento e a lucratividade, auxilia no
conhecimento do risco de insolvência e na verificação do andamento das suas
atividades e dos seus concorrentes. Esta analise é usada para avaliar o
desempenho e o crescimento da empresa. Ainda conforme o autor, os índices são
agrupados em cinco categorias principais, de liquidez, de atividade, de
44
endividamento, de rentabilidade e de mercado de ações. (GROPPELLI e
NIKBAKHT, 2002).
De acordo com Matarazzo (1997, p. 153), “índice é a relação entre contas ou
grupos de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado
aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”. Ainda de acordo
com o autor, a análise por meio de índices é uma das técnicas mais empregadas de
análise, pois fornece uma visão ampla da situação econômica e financeira da
empresa.
Os índices que evidenciam os aspectos econômicos se classificam como
índices de rentabilidade e os índices que evidenciam os aspectos financeiros se
classificam como índices de estrutura de capital e índices de liquidez.
(MATARAZZO, 1997).
Para Assaf Neto (1987), a análise de índices procura relacionar elementos
afins das demonstrações contábeis, possibilitando uma melhor alternativa para
extrair conclusões sobre a situação da empresa. Ainda segundo o autor, existem
diversos índices úteis para o processo de análise, sendo classificados por grupos de
liquidez, operacional, rentabilidade, endividamento e estrutura, e análise de ações.
Podemos observar que cada autor apresenta um conjunto de índices que
difere dos demais, entretanto, para Matarazzo (1997), o importante não é o cálculo
de vários índices, mas somente o cálculo daqueles que permitem conhecer a
situação da empresa, pois a quantidade de índices utilizadas na análise depende
exclusivamente da profundidade que se deseja da análise.
A análise de índices econômico-financeiros que são calculados praticamente
com base nas contas das demonstrações contábeis, serve como um importante
instrumento para avaliação de determinados aspectos passados, presentes e futuros
da empresa, permitindo avaliar o desempenho da empresa no decorrer dos anos,
possibilitando fazer comparações que servirão como referência para projeções de
resultados futuros.
45
Símbolo Índice Fórmula Estrutura de Capitais
CT/PL Participação de Capitais Capitais de Terceiros X 100 de Terceiros (Endividamento) Patrimônio Líquido
PC/CT Composição do Endividamento Passivo Circulante X 100
Capitais de Terceiros AP/PL Imobilização do Patrimônio Ativo Permanente X 100 Líquido Patrimônio Líquido AP/PL+ELP Imobilização dos Recursos Ativo Permanente X 100 Não Correntes Patrimônio Líquido + ELP Liquidez LG Liquidez Geral Ativo Circulante + RLP Passivo Circulante + ELP LC Liquidez Corrente Ativo Circulante Passivo Circulante
LS Liquidez Seca Disponível+Títulos a
Receber+outros Ativos de Rápida Conversibilidade Passivo Circulante Rentabilidade V/AT Giro do Ativo Vendas Líquidas Ativo LL/V Margem Líquida Lucro Líquido X 100 Vendas Líquidas LL/AT Rentabilidade do Ativo Lucro Líquido X 100 Ativo LL/PL Rentabilidade do Lucro Líquido X 100 Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido Médio QUADRO 6.1. Quadro -resumo dos índices Fonte: Matarazzo (1997, p.158)
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Índices de Estrutura de Capitais
Os índices de estrutura de capitais servem para evidenciar o grau de
endividamento da empresa em decorrência das origens de capitais investidos no
patrimônio. Estes índices mostram a proporção existente entre os capitais próprios e
os capitais de terceiros. Quando os investimentos na empresa são financiados pelos
capitais próprios em proporção maior do que pelos capitais de terceiros é possível
afirmar, em princípio, que a situação financeira da empresa é satisfatória. Por outro
lado, quando os investimentos na empresa forem financiados pelos capitais de
terceiros em proporção maior do que pelos capitais próprios, é possível afirmar, em
princípio, que a empresa está endividada. (RIBEIRO, 1999).
“Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras,
em termos de obtenção e aplicação de recursos”. (MATARAZZO, 1997, p. 157).
- Participação de Capitais de Terceiros
O índice de participação de capitais de terceiros estabelece a relação entre
capital de terceiros e capital próprio.
O índice de participação de capitais de terceiros indica “quanto à empresa
tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido, relaciona
as duas grandes fontes de recursos da empresa, ou seja, capitais próprios e capitais
de terceiros. Este é um indicador de dependência a terceiros por parte da empresa”.
(MATARAZZO,1997, p.159).
Este índice revela qual a proporção existente entre capitais de terceiros e
capitais próprios, ou seja, quanto à empresa utiliza de capitais de terceiros para cada
real de capital próprio. A interpretação deste índice é direcionada a medir o grau de
endividamento da empresa. (RIBEIRO, 1999).
47
- Composição do Endividamento
O índice composição do endividamento demonstra a concentração do
endividamento a curto prazo.
O índice composição do endividamento indica “qual o percentual de
obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais”. É a composição da
dívida, já que, uma coisa é ter dívidas de curto prazo que precisam ser pagas com
recursos gerados a curto prazo, e outra, é ter dívidas de longo prazo, onde se
dispõe de tempo para se gerar recursos. (MATARAZZO, 1997, p. 161).
Este índice revela qual a proporção existente entre as obrigações de curto
prazo e as obrigações totais, ou seja, quanto à empresa terá de pagar a curto prazo
para cada real do total das obrigações existentes. A interpretação deste índice é
direcionada a verificar a necessidade de a empresa ter ou não de gerar recursos a
curto prazo para liquidar seus compromissos. (RIBEIRO, 1999).
- Imobilização do Patrimônio Líquido
O índice imobilização do patrimônio líquido estabelece quanto foi aplicado no
ativo permanente para cada $100 de patrimônio líquido.
O índice imobilização do patrimônio líquido “indica quanto à empresa aplicou
no ativo permanente para cada $ 100 de patrimônio líquido”. As aplicações dos
recursos do patrimônio líquido são mutuamente exclusivas do ativo permanente e
do ativo circulante. Quanto mais à empresa investir no ativo permanente, menos
recursos próprios sobrarão para o ativo circulante e, em conseqüência, maior será
a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do ativo circulante.
(MATARAZZO, 1997, p. 162).
Este índice revela qual a parcela do patrimônio líquido foi utilizada para
financiar a compra do ativo permanente, ou seja, quanto à empresa imobilizou no
ativo permanente para cada real de patrimônio líquido. A interpretação deste índice
é direcionada a verificar a existência ou não de capital circulante próprio (excesso de
patrimônio líquido sobre o ativo permanente). (RIBEIRO, 1999).
48
- Imobilização dos Recursos Não Correntes
O índice imobilização dos recursos não correntes estabelece o nível de
imobilização dos recursos de longo prazo.
O índice imobilização dos recursos não correntes “indica que percentual de
recursos não correntes a empresa aplicou no ativo permanente, este não deve em
regra ser superior a 100%”. (MATARAZZO, 1997, p.165).
Este índice revela qual a proporção existente entre o ativo permanente e os
recursos não correntes, ou seja, quanto à empresa investiu no ativo permanente
para cada real de patrimônio líquido mais exigível a longo prazo. A interpretação
deste índice é direcionada a verificar se o capital próprio negativo (ocorre quando o
patrimônio líquido é inferior ao ativo permanente) foi compensado por empréstimos a
longo prazo. A existência de capital circulante próprio negativo não deve ser vista
como situação de desespero para a empresa, pois isto pode perfeitamente ocorrer
nos momentos de ampliação ou expansão do negócio. (RIBEIRO, 1999).
Índices de Liquidez
Os índices de liquidez demonstram a situação financeira da empresa e a sua
capacidade de liquidar as suas obrigações.
Os índices desse grupo mostram a “base da situação financeira da empresa.
São índices que, a partir do confronto dos ativos circulantes com as dívidas,
procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa”. (MATARAZZO, 1997,
p. 170).
Os índices de liquidez evidenciam o grau de solvência da empresa em
decorrência da existência ou não de solidez financeira que garanta o pagamento dos
compromissos assumidos com terceiros, mostram a proporção existente entre os
investimentos efetuados no ativo circulante e no realizável a longo prazo em relação
aos capitais de terceiros. (RIBEIRO, 1999).
49
- Liquidez Geral
O índice de liquidez geral estabelece a capacidade de liquidez de uma
empresa em relação ao longo prazo.
O índice de liquidez geral indica “quanto à empresa possui no ativo circulante
e realizável a longo prazo para cada $ 1,00 de dívida total”. (MATARAZZO, 1997, p.
170). Este índice mostra se a empresa tem condições de pagar suas dívidas totais,
mesmo aquelas de longo prazo, com os recursos que possui no seu ativo circulante.
Este índice evidencia se os recursos financeiros aplicados no ativo circulante
e no ativo realizável a longo prazo são suficientes para cobrir as obrigações totais,
ou seja, quanto à empresa tem de ativo circulante mais realizável a longo prazo para
cada real de obrigação total. A interpretação deste índice é direcionada a verificar se
a empresa tem solidez financeira suficiente para cobrir os compromissos de curto e
de longo prazo assumidos com terceiros. (RIBEIRO, 1999).
- Liquidez Corrente
O índice de liquidez corrente demonstra se o ativo circulante é suficiente para
cobrir as dívidas de curto prazo.
O índice de liquidez corrente indica “quanto à empresa possui no ativo
circulante para cada $ 1,00 de passivo circulante. (MATARAZZO, 1997, p.173).
Este índice revela a capacidade financeira da empresa para cumprir os seus
compromissos de curto prazo, ou seja, quanto à empresa tem de ativo circulante
para cada real de passivo circulante. A interpretação deste índice é direcionada para
verificar a existência ou não do capital circulante líquido. (RIBEIRO, 1999).
- Liquidez Seca
O índice de liquidez seca indica se o ativo líquido é suficiente para cobrir as
dívidas de curto prazo.
50
O índice de liquidez seca indica “quanto à empresa possui de ativo líquido
para cada $ 1,00 de passivo circulante .Este índice visa medir o grau de excelência
da sua situação financeira. (MATARAZZO, 1997, p. 179).
Este índice revela a capacidade financeira líquida da empresa para cumprir os
compromissos de curto prazo, ou seja, quanto à empresa tem de ativo circulante
líquido para cada real do passivo circulante. A interpretação deste índice é
direcionada a verificar se o ativo circulante líquido é suficiente para liquidar os
compromissos de curto prazo. (RIBEIRO, 1999).
- Liquidez Imediata
O índice de liquidez imediata revela a capacidade de liquidez imediata da
empresa para liquidar seus compromissos de curto prazo, ou seja, quanto à
empresa possui de dinheiro em caixa, nos bancos e em aplicações de liquidez
imediata, para cada real do passivo circulante. A interpretação deste índice é
direcionada a verificar se existe ou não necessidade de recorrer a algum tipo de
operação visando obter mais dinheiro para cobrir obrigações de curto prazo.
(RIBEIRO, 1999).
Índices de Rentabilidade
Os índices de rentabilidade “servem para medir a capacidade econômica da
empresa, ou seja, evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo capital
investido na empresa”. (RIBEIRO, 1999, p. 146).
Os índices deste grupo mostram qual “a rentabilidade dos capitais investidos,
isto é, quanto rendem os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico
da empresa”. (MATARAZZO, 1997, p. 181).
51
- Giro do Ativo
O índice giro do ativo indica “quanto à empresa vendeu para cada $ 1,00 de
investimento total”. Este índice mede o volume de vendas da empresa em
relação ao capital total investido. Não se pode dizer que uma empresa está
vendendo pouco ou muito olhando apenas para o valor absoluto de suas vendas.
(MATARAZZO, 1997, p. 182).
Este índice revela a proporção existente entre o volume das vendas e os
investimentos totais efetuados na empresa, ou seja, quanto à empresa vendeu para
cada real de investimento total. A interpretação deste índice é direcionada para
verificar se o volume da vendas realizadas no período foi adequado em relação ao
capital total investido na empresa. (RIBEIRO, 1999).
- Margem Líquida
O índice margem líquida demonstra a “sobra” que a atividade da empresa
teve no final do período.
O índice margem líquida indica “quanto à empresa obtém de lucro para cada
$ 100 vendidos. (MATARAZZO, 1997, p.183). Este índice mostra qual a margem de
lucro que a empresa alcança em relação ao valor de suas vendas líquidas.
Este índice revela a margem de lucratividade obtida pela empresa em função
do seu faturamento, ou seja, quanto à empresa obteve de lucro líquido para cada
real vendido. A interpretação deste índice é direcionada a verificar a margem de
lucro da empresa em relação às vendas. (RIBEIRO, 1999).
- Rentabilidade do Ativo
O índice rentabilidade do ativo demonstra o retorno sobre os investimentos
totais efetuados na empresa.
O índice rentabilidade do ativo indica “ quanto à empresa obtém de lucro para
cada $ 100 de investimento total”. Este índice mostra quanto à empresa obteve de
52
lucro líquido em relação ao ativo, é a medida da capacidade de gerar lucro líquido e
pode ser usado como medida de desempenho comparativo ano a ano.
(MATARAZZO, 1997, p.184).
Este índice evidencia o potencial de geração de lucros por parte da empresa,
ou seja, quanto à empresa obteve de lucro líquido para cada real de investimentos
totais. A interpretação deste índice é direcionada para verificar o tempo necessário
para que haja retorno dos capitais totais investidos na empresa. (RIBEIRO, 1999).
- Rentabilidade do Patrimônio Líquido
O índice rentabilidade do patrimônio líquido representa o nível de
remuneração do capital investido pela empresa.
O índice rentabilidade do patrimônio líquido indica “quanto à empresa obteve
de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido”. O papel deste índice é mostrar
qual a taxa de rendimento do capital próprio. (MATARAZZO, 1997, p. 186).
Este índice revela qual foi a taxa de rentabilidade obtida pelo capital próprio
investido na empresa, ou seja, quanto a empresa ganhou de lucro líquido para cada
real de capital próprio investido. A interpretação deste índice é direcionada para
verificar qual é o tempo necessário para se obter o retorno do capital próprio
investido na empresa, ou seja, quantos anos serão necessários para que os
proprietários obtenham de volta o valor do capital que investiram na empresa.
(RIBEIRO, 1999).
53
2.4 EMPRESAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
O setor de serviços está crescendo significativamente, portanto para que as
empresas de serviços consigam reter e atrair novos clientes, obtendo vantagens
competitivas e aumentando a sua lucratividade é necessário que estas satisfaçam as
necessidades de seus clientes, oferecendo produtos e serviços que superem suas
expectativas.
Conforme Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), os serviços estão no centro da
atividade econômica de qualquer sociedade. Serviços como saúde são necessários
para que a economia sobreviva e a população prospere, eles são fundamentais para
que a economia se mantenha sadia e funcional. Os serviços são a força vital para a
atual mudança rumo à economia globalizada, onde as indústrias de serviços são a
fonte de liderança econômica. Entre os serviços com demanda em alta, estão
aqueles que refletem o envelhecimento da população, como é o caso das clínicas.
Os consumidores estão inclinados a adiar a compra de produtos, mas não a
sacrificar serviços essenciais como educação e saúde.
Os clientes baseiam sua decisão de compra em muitas variáveis,
especialmente preço, conveniência, reputação e segurança. A importância de uma
variável específica para o sucesso de uma empresa depende da competitividade do
mercado e das preferências de cada cliente. (FITZSIMMONS e FITZSIMMONS,
2000).
A necessidade de expandir um serviço frequentemente é imposta ao
proprietário da empresa pela pressão do mercado em potencial e pelo desejo de
proteger o conceito do serviço dos competidores, mediante a construção de
barreiras à sua entrada. O sucesso conduz o aumento da demanda, o que requer
uma expansão da capacidade no local, geralmente a instalação é expandida, o
número de funcionários e o horário de atendimento são aumentados. Os serviços
personalizados criam uma base de clientes fiéis para as empresas, o que se torna
uma barreira à entrada de novos serviços. (FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2000).
De acordo com Corrêa e Caon (2006), em todos os países desenvolvidos, o
setor de serviços ocupa posição de destaque na economia. A participação do setor
54
se serviços na ocupação de mão-de-obra e na geração de riqueza, refletida pelo
Produto Interno Bruto é o principal indicador utilizado para evidenciar o fato acima.
O setor de serviços, além de ser responsável pela maior parcela do PIB
mundial, pode-se apresentar como a parcela mais dinâmica da economia, pois sua
participação no PIB e o número de empregos no setor crescem a taxas mais
elevadas do que nos demais setores econômicos. (CORRÊA e CAON, 2006).
Corrêa e Caon (2006) e Gianesi e Corrêa (1996), consideram que a
urbanização torna necessário alguns serviços, como por exemplo, segurança e
transporte urbano. As mudanças demográficas aumentam a quantidade de crianças
e idosos, aumentando os serviços como educação, entretenimento e saúde. As
mudanças socioeconômicas, como o aumento da participação da mulher no trabalho
remunerado, ocasionando a escassez do seu tempo, cria com isso, serviços
domésticos, transporte escolar dos filhos, creches e outros. O aumento da
sofisticação dos consumidores tornam mais ampla as suas necessidades de
serviços, como personal trainers, acompanhamento psicológico, consultores de
estilo, entre outros. As mudanças tecnológicas, que ocasionaram o avanço dos
computadores e das telecomunicações fazem surgir serviços, como bancos
eletrônicos e informações e serviços pela internet, entre outros.
Corrêa e Caon (2006), comentam que quando um cliente procura um serviço
de saúde, normalmente este tem uma necessidade ou um desejo, como, por
exemplo, a necessidade ou desejo de curar-se. As necessidades e desejos
influenciam a expectativa do cliente, pois quando estes procuram um prestador de
serviços, esperam antes de qualquer coisa, que suas necessidades sejam satisfeitas
ou seus desejos sejam atendidos.
Os serviços prestados com excelência geram lucratividade operacional. Para
aumentar as receitas das empresas, podem-se comandar preços mais altos, pelos
mesmos produtos ou serviços prestados e/ou vender mais serviços, porém a mais
virtuosa das opções seria uma combinação de ambas. (CORRÊA e CAON, 2006).
De acordo com Cunha e Ferla (1997), os clientes fazem uma avaliação do
serviço que lhe é oferecido, seja durante o processo ou após o processo, comparam
o que perceberam do serviço que lhe foi prestado e o que esperavam deste serviço.
As empresas prestadoras de serviço para atraírem novos clientes e manterem os
55
que já existem necessitam identificar as necessidades e expectativas destes, pois é
através delas que o serviço é avaliado.
56
3 METODOLÓGIA DA PESQUISA
A definição dos procedimentos metodológicos adotados na realização de uma
pesquisa é de fundamental importância, pois quando relacionados à realidade das
organizações possibilitam a definição de métodos e técnicas específicas para
atender os objetivos propostos.
A metodologia é um conjunto de procedimentos a serem utilizados na
obtenção do conhecimento. De acordo com Barros e Lehfeld (2000), a metodologia
estuda e avalia os vários métodos disponíveis, examinando e avaliando as técnicas
de pesquisa, bem como, a geração ou verificação de novos métodos que conduzem
à captação e processamento de informações com vista à resolução de problemas de
investigação.
A metodologia auxilia e orienta o universitário no processo de investigação
para tomar decisões oportunas na busca do saber e na formação do estado de
espírito crítico e de hábitos correspondentes necessários ao processo de
investigação cientifica. (BARROS e LEHFELD, 2000).
3.1 Caracterização da Pesquisa
Quanto ao objetivo, esta pesquisa é do tipo exploratória, pois através do
estudo buscou-se conhecer com mais profundidade o problema de pesquisa,
reunindo mais conhecimentos sobre o assunto. Foi abordada uma proposta de
utilização de ferramentas na análise de viabilidade de expansão dos serviços
oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda para o período noturno.
Na pesquisa do tipo exploratória as idéias sobre o objeto de estudo serão
mais aprofundadas, tornando mais explícito o problema. (ALVES, 2003).
O estudo exploratório define objetivos e busca informações sobre
determinado assunto, não elaborando hipóteses a serem testadas no trabalho. Esse
tipo de pesquisa exige um planejamento flexível a fim de permitir a consideração dos
mais diversos aspectos de um problema ou situação. (CERVO, 2002).
57
De acordo com Cervo e Bervian (1983, pág. 56) “a pesquisa exploratória
realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre
os elementos componentes da mesma”. Segundo Longaray et al (2003, pág. 80),
“para que o estudo na Contabilidade seja considerado exploratório, deverá
concentrar-se em algo que necessita ser esclarecido ou explorado nesse campo de
conhecimento”. De acordo com Selltiz (1965 apud Oliveira, 2004, p. 135):
Às vezes existe uma determinada tendência de o pesquisador subestimar uma pesquisa exploratória e levar em consideração tão somente o trabalho científico. Aponta o pesquisador, que o trabalho experimental, para ter sua devida importância em termos de valor teórico ou social, necessita de um cuidado mais aprofundado em relação àquilo que é tido como experimental. Essas significações podem resultar de exploração adequada das reais dimensões do problema que a pesquisa tenta revelar.
Com relação aos procedimentos a pesquisa é do tipo bibliográfica, pois para
fundamentar o referido estudo foram utilizadas fontes já publicadas, como também,
um estudo de caso, que através da busca do máximo de informações possíveis,
procurou aprofundar um estudo sobre um caso especifico, “a análise da viabilidade
de expansão dos serviços oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda para o
período noturno”.
De acordo com Longaray et al (2003, pág. 87), “a pesquisa bibliográfica, no
que diz respeito a estudos contábeis está sempre presente, seja como parte
integrante de outro tipo de pesquisa ou exclusivamente enquanto delineamento”. A
pesquisa bibliográfica será desenvolvida a partir de fontes já existentes, como livros,
publicações periódicas, artigos, sendo esta uma grande vantagem para o
pesquisador, pois engloba muitos fenômenos que o mesmo não conseguiria buscar
diretamente. (ALVES, 2003). De acordo com Cervo e Bervian (1983, pág. 55) “a
pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas
publicadas em documentos”. Entretanto, de acordo com Longaray et al (2003, pág.
89), “a pesquisa bibliográfica utiliza-se principalmente das contribuições de vários
autores sobre determinada temática de estudo”.
O estudo de caso, de acordo com Longaray et al (2003, pág. 84), “quando
relacionado à Contabilidade, concentra maior número de pesquisas em
organizações, à análise e/ou à aplicação de instrumentos ou teorias contábeis. O
estudo de caso permite um amplo conhecimento através do estudo em profundidade
58
do objeto em estudo, buscando o máximo de informações possíveis. (LONGARAY et
al, 2003). Ainda segundo Longaray et al (2003, pág. 84), “o estudo de caso
caracteriza-se principalmente pelo estudo concentrado de um único caso”.
Em relação à abordagem do problema a pesquisa é do tipo qualitativa. O
método qualitativo consiste numa pesquisa detalhada que objetiva conhecer e
relacionar a opinião de vários autores sobre o tema de estudo, este método não tem
o objetivo de numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas. De acordo
com Longaray et al (2003), na Contabilidade a abordagem qualitativa é bastante
usada, pois a Contabilidade é uma ciência social e não exata, justificando a
relevância do uso da abordagem qualitativa já que esta destaca características não
observadas por um estudo quantitativo devido à superficialidade deste último.
3.2 Estudo de Caso
O método predominante desta pesquisa é o estudo de caso, onde foi
analisada de forma profunda e detalhada uma empresa real de nome fictício “Clínica
de Olhos Ocular Ltda”. O estudo de caso é um estudo de um ou poucos objetos, de
forma que se tenha seu amplo detalhamento e conhecimento. (GIL 2002).
Chizzotti (1991), afirma que o estudo de caso pode ser caracterizado como
uma variedade de pesquisas que coletam e registram dados de um ou vários casos,
cujo objetivo é o de organizar um relatório de experiências ou uma avaliação, com a
finalidade de tomar decisões ou propor alguma ação. Santos (2000), corrobora
descrevendo que um estudo de caso se caracteriza quando se seleciona um objeto
de pesquisa restrito, objetivando aprofundar-lhes aspectos característicos.
A principal função do estudo de caso é a explicação dos fatos que ocorrem no
contexto social e que se relacionam em geral com muitas variáveis. (FACHIN, 2003).
Um fenômeno em curso e seu contexto podem ser pesquisados pelo
delineamento de estudo de caso. (LIMA, 2004).
O estudo de caso leva em consideração a compreensão como um todo do
assunto, sendo todos os aspectos do caso investigados. (FACHIN, 2003).
Para Cervo (1983), o estudo de caso examina aspectos variados de um
59
determinado grupo, indivíduo, família, ou comunidade.
A situação estudada depende da seleção e delimitação do caso. Para
merecer investigação o caso deve ser uma referência significativa e a delimitação
deve precisar os aspectos e os limites do trabalho. O trabalho de campo objetiva
reunir e organizar um conjunto comprobatório de informações. As informações são
documentadas e podem ser obtidas por meio oral escrita, filmada, gravada a fim de
fundamentar o relatório do caso. (CHIZZOTTI, 1991).
O estudo de caso requer um plano ou projeto de pesquisa. No estudo de caso
é importante levar em consideração: as questões do estudo, as proposições, se
houver alguma, a unidade de análise, a lógica vinculando os dados às proposições e
os critério para interpretar os achados. (YIN, 2005).
3.3 Instrumentos de Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada em fontes secundárias como livros e sites
especializados e pelo método de observação. A coleta dos dados teve como
objetivo propor a utilização de ferramentas de análise a fim de verificar a viabilidade
de expansão dos serviços oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda para o
período noturno. De acordo com Yin (2005), a evidência para estudos de caso pode
vir de documentos, registros arquivais, entrevistas, observação direta, observação
participante e artefatos físicos.
Diante do que foi explanado pelos autores, no próximo capítulo apresenta-se
os resultados do estudo.
60
4 RESULTADO DO ESTUDO
Neste capítulo, apresenta-se a caracterização da empresa, bem como as
considerações em relação ao estudo realizado na Clínica de Olhos Ocular Ltda, cujo
objetivo geral foi “propor a utilização de ferramentas de análise na verificação da
viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela clínica de olhos ocular Ltda
para o período noturno”.
4.1 Caracterização da Empresa
O estudo de caso foi realizado na empresa de nome fictício Clínica de Olhos
Ocular Ltda. A empresa foi criada no ano de 1995, como pessoa física, passando no
ano de 1997 a responder como pessoa jurídica. A empresa oferece serviços
oftalmológicos a clientes de todo o estado de Santa Catarina, atendendo clientes de
convênios, particular e do Sistema Único de Saúde. A clínica oferece consultas,
exames e procedimentos cirúrgicos. A empresa conta com profissionais
especializados em Retina e Vítreo e outras sub especialidades, que atuam há 15
anos no mercado.
A empresa é considerada de pequeno porte, conta com três colaboradores.
Adotando como forma de tributação o lucro presumido. Esta possui muitos
fornecedores dentro e fora do Estado de Santa Catarina. Os seus concorrentes são
os consultórios médicos, óticas, hospitais e outras clínicas médicas localizadas
dentro do estado, tendo como concorrentes diretas três clínicas oftalmológicas. Os
clientes da clínica são o público em geral, porém devido à especialidade do corpo
clínico, a maior parte do atendimento é focada em pessoas diabéticas e com
problemas de retina.
A clínica tem como missão oferecer serviços oftalmológicos de qualidade à
população de Santa Catarina, através de profissionais competentes em soluções
61
clínicas e diagnósticas.
4.2 Análise de Mercado
Para realizar uma análise de mercado, objetivando conhecer a viabilidade de
expansão dos serviços oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda para o período
noturno, é importante conhecer os serviços que serão oferecidos pela clínica, o perfil
dos potenciais clientes e os principais concorrentes. Por meio destas informações
será possível conhecer se existirá uma oportunidade real para a expansão dos
serviços oferecidos pela clínica para o período noturno.
Na análise de mercado visando o conhecimento da viabilidade da expansão
dos serviços oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda para o período noturno,
será importante a obtenção de algumas informações que possibilitarão a realização
desta. Destaca-se a relevância das seguintes informações que poderão ser
utilizadas na referida análise de mercado:
-Especialidades na área da oftalmologia oferecidas pelos concorrentes no
período noturno;
- Equipamentos oftalmológicos utilizados pela concorrência;
- Número de médicos oftalmologistas disponíveis no período noturno;
- Carga horária que os médicos disponíveis possuem livre;
- Quantidade de clínicas oftalmológicas existentes em Florianópolis;
- Capacidade de atendimentos das clínicas concorrentes;
-Tipos de doenças mais freqüentes;
- Percentual de incidência das doenças;
- Número de habitantes residentes em Santa Catarina;
- Número de habitantes residentes em Santa Catarina pertencentes às
classes A, B, C e D;
62
- Concorrentes da clínica que prestam serviços no período noturno;
- Tempo de duração das consultas dos concorrentes no período noturno;
- Preços dos serviços praticados pelos concorrentes;
- Convênios atendidos pelos concorrentes no período noturno;
- Se os exames indicados pelos concorrentes, são todos realizados na própria
clínica;
- Tempo que o paciente tem que esperar para agendar uma consulta
médica;
- Meios de comunicação utilizados pelos concorrentes;
-Número de profissionais que trabalham nas clínicas concorrentes no período
noturno;
As informações para a realização da análise de mercado objetivando
conhecer a viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela clínica para o
período noturno, poderão ser obtidas através dos concorrentes, clientes, Secretaria
da Saúde, IBGE, sites oftalmológicos, meios de comunicação, hospitais, congressos
e cursos.
Por meio de uma entrevista semi-estruturada por telefone com os
concorrentes, será possível identificar a capacidade de atendimento, o tempo de
duração das consultas, os exames realizados, os meios de comunicação utilizados,
o preço praticado, os convênios, o número e especialidade dos profissionais da
concorrência.
Uma pesquisa junto ao IBGE, tornará possível o conhecimento do número de
habitantes em Santa Catarina e do número de habitantes em Santa Catarina
pertencentes às classes A, B, C e D.
Junto a Secretária do Estado da Saúde, será possível realizar um
levantamento de quantas clínicas oftalmológicas existem na região da grande
Florianópolis.
Através de consultas na Secretaria do Estado da Saúde, no Conselho
Regional de Medicina e nos hospitais, poderá ser realizado um levantamento do
63
número de oftalmologistas disponíveis na região, dos tipos de doenças mais
freqüentes e do percentual de incidências das doenças.
Com a participação em congressos, cursos e através de sites oftalmológicos,
será possível fazer um levantamento dos tipos de doenças mais freqüentes, do
percentual das incidências das doenças, possibilitando a escolha das especialidades
dos profissionais que irão atender no período noturno.
Diante do exposto, percebe-se que com o levantamento dos tipos de doenças
mais freqüentes e o percentual de incidência das doenças, poderão ser definidas
quais as especialidades de oftalmologia serão mais indicadas para atender no
período noturno. Através do levantamento do número de oftalmologistas disponíveis
no período noturno, da carga horária disponível de cada um e do tempo de duração
das consultas, exames e procedimentos cirúrgicos, poderá ser determinado o
número de profissionais que irão atender no período noturno.
Uma pesquisa junto aos meios de comunicação possibilitará um levantamento
das formas de divulgação dos serviços que são oferecidos pela concorrência e
quanto será necessário para investir em marketing. A pesquisa sobre as estratégias
de marketing dos concorrentes, poderá ser realizada por telefone, a fim de constatar
quais estratégias de marketing são utilizadas para divulgação dos serviços e quais
são os meios de comunicação mais utilizados para a divulgação destes.
Na análise de mercado é importante o conhecimento dos concorrentes, dos
clientes e do segmento específico de clientes que se pretende atender e da
mensuração da demanda.
Em relação aos concorrentes é importante se coletar informações dos
consultórios médicos, óticas, hospitais e outras clínicas médicas, localizada em
Santa Catarina.
São essenciais as informações relacionadas aos clientes das clínicas
oftalmológicas e da segmentação específica dos clientes que a clínica pretende
atender no período noturno, bem como a mensuração da demanda de clientes para
o período noturno. Em uma pesquisa com os clientes da Clínica de Olhos Ocular
Ltda, por meio da aplicação de um questionário com perguntas semi-estruturadas,
poderá ser feito um levantamento da preferência dos clientes em relação ao período
e horário de atendimento.
64
Outras informações relevantes para uma pesquisa de mercado é o
comportamento do mercado e a lucratividade de serviços médicos. Poderá ser
realizada uma investigação do preço praticado no mercado, por meio de uma
pesquisa por telefone, a fim de verificar os preços das consultas, exames e
procedimentos cirúrgicos dos concorrentes. Como também, uma pesquisa sobre a
distribuição dos serviços dos concorrentes, a fim de se conhecer se todos os
serviços oftalmológicos indicados pelo corpo clínico da concorrência acontecem no
mesmo local ou estes indicam outro local para realização destes.
4.3 Análise das Demonstrações Financeiras
Por meio das demonstrações financeiras, a Clínica de Olhos Ocular Ltda
poderá obter informações financeiras e econômicas objetivando a tomada de
decisão em relação à expansão dos serviços oferecidos para o período noturno.
Será um importante instrumento que poderá ser utilizado visando otimizar os
resultados e criar novas oportunidades para a clínica, como é o caso da expansão
dos serviços oferecidos para o período noturno.
Através da análise das demonstrações contábeis poderão ser extraídos dados
que serão transformados em informações relevantes e confiáveis sobre o
andamento da mesma, permitindo tirar conclusões se a clínica tem capacidade de
expandir os seus serviços.
As demonstrações contábeis que poderão ser utilizadas como ferramentas de
análise serão o balanço patrimonial, as demonstrações do resultado e a
demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
O balanço patrimonial reflete a situação patrimonial da clínica num dado
momento, ou seja, apresenta todos os seus bens e direitos, assim como as sua
obrigações, onde a diferença entre estes é chamada de patrimônio líquido. O
patrimônio líquido representa o capital investido pelos proprietários da clínica, seja
através de recursos gerados pela própria empresa em suas operações e retidos
internamente ou recursos trazidos de fora da empresa.
A demonstração do resultado do exercício informa o desempenho operacional
da clínica referente a um determinado período, este desempenho pode ser
65
acompanhado comparando-se resultados de períodos diferentes. Enfim, todas as
receitas e despesas se acham compreendidas neste demonstrativo segundo uma
forma de apresentação que as ordena de acordo com a sua natureza, fornecendo
informações significativas sobre a clínica.
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados mostra o saldo de lucros
ou prejuízos de um determinado exercício da clínica, além de todas as suas
alterações e destinações para reservas, permitindo saber se a clínica possui a
reserva de lucros para expansão, que seria a retenção de uma parte do lucro do
exercício destinada para projetos de expansão.
As demonstrações contábeis servirão de base para gerar informações úteis
sobre a situação econômica - financeira da clínica, possibilitando a verificação da
viabilidade de expansão dos serviços oferecidos para o período noturno.
4.4 Análise de Índices Econômico-Financeiros
Por meio da análise de índices econômico-financeiros poderá ser identificada
a saúde financeira e econômica da Clínica de Olhos Ocular Ltda, permitindo saber,
se esta poderá aumentar a sua longevidade, principalmente através da expansão
dos serviços oferecidos para o período noturno, pois a referida análise permitirá
avaliar o comportamento da clínica no passado, presente e futuro.
A Clínica de Olhos Ocular Ltda poderá utilizar índices econômico-financeiros
para obter dados concretos que irão mostrar a real situação da clínica num
determinado período. A análise destes índices irá facilitar a avaliação da viabilidade
da expansão dos serviços para o período noturno da clínica.
Para realizar uma análise de índices econômico-financeiros a clínica utilizará
as suas demonstrações financeiras para extrair as contas ou grupos de contas que
serão utilizadas para esta análise. Existem diversos índices que poderão ser
analisados, porém acredita-se que os índices relacionados abaixo permitirão
conhecer a situação da clínica, segundo o grau de profundidade desejada da
análise.
66
Índices de Estrutura de Capitais
O índice de estrutura de capitais evidenciará a situação financeira da clínica,
apontando os principais caminhos para a tomada de decisão em termos de obtenção
e aplicação de recursos, como também, apontará o nível de endividamento da
empresa. Dentre os índices de estrutura de capitais, será importante que a clínica
analise:
- Participação de Capital de Terceiros - Indicará quanto à clínica possui de
capital de terceiros em relação ao capital próprio relacionando, portanto, as duas
grandes fontes de recursos da clínica, ou seja, capitais próprios e capitais de
terceiros.
Quanto menor este índice melhor, pois indicará menos dependência da
clínica junto a terceiros, possibilitando a sua liberdade de decisões financeiras.
- Composição do Endividamento - Identificará qual o percentual das
obrigações totais da clínica corresponde a dívidas de curto prazo e se a clínica
concentra seu endividamento a curto ou longo prazo.
- Imobilização do Patrimônio Líquido e dos Recursos não Correntes -
Revelará qual o percentual do ativo permanente da clínica que esta sendo
financiado pelo patrimônio líquido, ou seja, qual o percentual de capital está parado
ou que não está em giro. Como também, qual o percentual do ativo permanente está
sendo financiado pelo patrimônio liquido + exigível a longo prazo.
Quanto menor forem estes índices melhor será para a clínica, pois mostrará
que a mesma está destinando menos recursos próprios e exigível a longo prazo para
o ativo permanente. Sendo assim, sobram mais recursos para o ativo circulante,
ocasionando menos dependência de capitais de terceiros para o financiamento
deste e para a manutenção do negócio, mostrando que clínica possui um bom
capital de giro.
67
Índices de Liquidez
Os Índices de liquidez expressarão a capacidade de pagamento da clínica,
ou seja, quais são a suas condições financeiras de cumprir no vencimento todas as
obrigações assumidas. Estes índices mostrarão a base da situação financeira da
clínica. Dentre os índices de liquidez a clínica poderá analisar:
- Índice de Liquidez Geral - Indicará a capacidade da clínica de pagamento
de suas dívidas de curto e de longo prazo.
-Índice de Liquidez Corrente – Indicará a capacidade de pagamento da
clínica no curto prazo.
-Índice de Liquidez Imediata – Indicará a capacidade financeira da clínica
em honrar imediatamente suas dívidas de curto prazo, contando apenas com suas
disponibilidades. Este índice visa medir o grau de excelência da situação financeira
da clínica.
Índices de Rentabilidade
Os índices de rentabilidade demonstrarão qual o retorno da clínica sobre os
investimentos realizados e a lucratividade apresentada pelos serviços prestados.
Indicará qual o grau de êxito econômico da clínica. Dentre os índices de
rentabilidade, é importante que a clínica analise:
- Giro do Ativo - Demonstrará se o faturamento gerado pela clínica num
determinado período será suficiente para cobrir o investimento total.
68
- Margem Líquida - Demonstrará o retorno líquido da clínica sobre seu
faturamento, deduzindo todas as despesas inclusive o imposto de renda.
- Rentabilidade do Ativo - Indicará quanto à clínica obtêm de retorno em
relação aos seus investimentos totais. Por meio deste índice a clínica poderá saber
quanto tempo leva para recuperar os investimentos totais efetuados no negócio.
- Rentabilidade do Patrimônio Líquido - Indicará qual é o retorno em
relação aos capitais próprios investidos na clínica.
4.5 Análise da Estrutura de Custos
Será relevante que a clínica conheça detalhadamente a estrutura de custos
no período diurno, pois por meio desta informação a clínica terá parâmetros para
determinar a estrutura de custos do período noturno. Os referidos custos poderão
ser levantados de forma mensal ou anual, onde a clínica deverá conhecer de forma
especificada e detalhada cada custo/ ou despesa com o seu respectivo valor. A
partir daí a empresa poderá separá-los em custos diretos ou custos variáveis e
custos indiretos ou custos fixos.
Os custos indiretos ou fixos da clínica são os gastos que acontecem
independentemente dos serviços terem sido executados. São valores gastos com o
funcionamento da clínica. Será importante o conhecimento destes custos no período
diurno, pois além de servir como parâmetro, também possibilitará uma análise das
possíveis alterações destes custos para o funcionamento da clínica no período
noturno. Os valores destes custos a cada mês podem variar, portanto será melhor
que seja apurado o montante anual destes custos para que se possa apurar com
maior precisão, o valor médio mensal dos custos fixos do período diurno e assim se
ter parâmetros mais precisos para calcular os custos fixos do período noturno.
Os custos diretos ou variáveis da clínica são os valores gastos
especificamente para a realização do serviço, sendo assim, o conhecimento destes
custos do período diurno servirão de parâmetros para conhecer os custos diretos do
69
período noturno, já que serão oferecidos os mesmos serviços do período diurno no
período noturno.
Ponto de Equilíbrio
Será relevante que a clínica conheça o ponto de equilíbrio do período diurno,
pois este informará o ponto onde as receitas dos serviços prestados pela clínica
cobrem os custos e despesas da clínica em sua totalidade. Este possibilitará saber
se a mesma está auferindo receitas que consigam pelo menos cobrir os custos e
despesas incorridas no período diurno independente de lucro, sendo esta uma
informação de suma importância para uma possível expansão dos serviços para o
período noturno. Conforme uma projeção das receitas, custos e despesas do
período noturno será possível encontrar o ponto de equilíbrio para este período.
Neste ponto, a empresa produz apenas o bastante para gerar uma receita
que cubra os custos totais. É um ponto neutro, pois não há lucro nem prejuízo,
portanto será importante a clínica definir o ponto de equilíbrio para o período
noturno, ou seja, definir o volume de serviços que deverão ser prestados no período
noturno para saber se irá conseguir pagar pelo menos os custos fixos deste período,
mesmo sem obter lucros. O ponto de equilíbrio mostrará o mínimo de receita que a
clínica precisará gerar para não acarretar prejuízo se expandir os serviços para o
período noturno.
O ponto de equilíbrio permitirá que a clínica estabeleça o volume de serviços
mínimo para o período noturno, que seja suficiente para cobrir os custos totais, como
também, permitirá ter uma expectativa de geração de lucro.
A análise do ponto de equilíbrio permitirá com que várias simulações sejam
feitas em relação aos serviços prestados pela clínica no período noturno, pois
retratará de forma objetiva o comportamento do resultado do período noturno em
relação ao total dos custos.
70
Margem de Contribuição
Outro fator importante será conhecer a margem de contribuição do período
diurno da clínica, ou seja, a diferença entre a receita total dos serviços prestados
pela clínica e o custo variável total. Esta será destinada à cobertura dos custos e
despesas fixas da clínica do período diurno e a formação do lucro. A partir do
conhecimento da margem de contribuição do período diurno, poderemos saber se a
clínica está conseguindo garantir a cobertura dos seus custos fixos e do lucro, sendo
esta uma das informações que possibilitará que se conheça se valerá a pena
expandir os serviços da clínica para o período noturno.
Após fazer uma estimativa das receitas dos serviços prestados e dos custos
variáveis no período noturno, será possível fazer uma previsão da margem de
contribuição para este período.
A margem de contribuição poderá ser individualizada para cada cliente
atendido, poderá ser identificado o uso diferenciado que o cliente faz da estrutura da
clínica e consequentemente seu custo.
A margem de contribuição unitária poderá ser interpretada como sendo a
quantia em dinheiro que sobrará do preço de um serviço após a retirada do valor do
custo variável. Quanto maior a margem de contribuição melhor será o resultado da
clínica.
4.6 Relatórios de Produção dos Serviços Prestados
Para a verificação da viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela
clínica de olhos ocular Ltda para o período noturno, será relevante que a clínica
conheça a produção dos seus serviços no período diurno. A clínica poderá utilizar
um determinado período como parâmetro, onde levantará e quantificará os serviços
que foram oferecidos pela clínica neste período, ou seja, as consultas, os exames e
os procedimentos cirúrgicos. No caso dos atendimentos por convênios médicos,
71
estas informações poderão ser obtidas a partir dos relatórios de produção emitidos
mensalmente pelos convênios, onde é especificado, o serviço, a data da sua
realização, o valor e a quantidade de cada serviço prestado. No caso dos
atendimentos particulares, as informações estão disponíveis nos relatórios de
produção realizados pela própria clínica, constando às mesmas especificações dos
relatórios dos convênios médicos.
A realização de um levantamento da quantidade dos serviços prestados pela
clínica no período diurno, juntamente com a pesquisa de mercado, possibilitará o
conhecimento da capacidade de atendimento da clínica, auxiliando na projeção da
quantidade de cada serviço que a clínica poderá oferecer no período noturno.
Outra informação importante é o preço unitário de cada serviço prestado no
período diurno. Esta informação poderá ser obtida através dos relatórios fornecidos
pelos convênios mensalmente, onde é especificado o faturamento por serviço e o
preço unitário de cada serviço, como também, nos relatórios realizados pela própria
clínica, no caso de atendimentos particulares. O conhecimento do preço unitário será
uma das informações relevantes para a projeção de um possível faturamento no
período noturno, no espaço de tempo analisado, como também para o cálculo da
margem de contribuição unitária.
72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo abordou uma proposta de utilização de ferramentas de
análise na verificação da viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela
clínica de olhos ocular Ltda para o período noturno.
As ferramentas de análise propostas neste trabalho poderão ser utilizadas em
futuras tomadas de decisões, pois por meio destas é possível analisar
antecipadamente e de forma planejada se existe ou não viabilidade para a
implantação de um determinado projeto.
5.1 Generalidades
Nesta pesquisa, buscou-se apresentar um estudo de caso, a partir de
fundamentos baseados na contabilidade, na análise de projetos e principalmente
nas características das empresas de prestação de serviços.
No presente estudo foi possível constatar-se que as ferramentas de análise
são fundamentais no processo de tomada de decisão das organizações,
principalmente na contribuição dos estudos de avaliação de viabilidade de novos
projetos ou na expansão dos negócios.
5.2 Quanto ao Alcance dos Objetivos Propostos
O objetivo geral de “propor a Utilização de ferramentas de análise na
verificação da viabilidade de expansão dos serviços oferecidos pela clínica de olhos
ocular Ltda para o período noturno”, foi plenamente atendido, considerando que foi
demonstrado com clareza que é possível conhecer a viabilidade da expansão dos
serviços para o período noturno por meio da utilização das ferramentas de análise
apresentadas.
Para melhor justificar o alcance dos objetivos específicos, descrevemos:
73
A importância da análise de mercado para verificar a viabilidade de expansão
dos serviços oferecidos pela clínica para o período noturno. A análise de mercado
possibilita o conhecimento da existência de uma oportunidade real para a expansão
do negócio, permitindo a compreensão do mercado em que a empresa atua e está
inserida, além do conhecimento dos seus concorrentes e dos seus clientes atuais e
potências.
O papel da análise das demonstrações financeiras na verificação da
viabilidade de expansão de serviços oferecidos pela clínica para o período noturno.
As demonstrações financeiras englobam vários relatórios que expõem as principais
contas de uma empresa, onde através de uma análise podemos extrair uma série
de informações e conclusões sobre a posição financeira e econômica de uma
empresa.
A importância da análise dos índices econômico-financeiros para verificar a
viabilidade de expansão de serviços oferecidos pela clínica para o período noturno.
A análise dos índices econômico-financeiros serve como um importante instrumento
para avaliação de determinados aspectos passados, presentes e futuros da
empresa, permitindo avaliar o desempenho da empresa no decorrer dos anos,
possibilitando fazer comparações que servirão como referência para projeções de
resultados futuros.
A relevância da análise da estrutura de custos do período diurno a fim de
verificar a viabilidade de expansão de serviços oferecidos pela clínica para o
período noturno. As informações relacionadas aos custos, são primordiais para
auxiliar as empresas no planejamento, no controle e na tomada de decisões,
possibilitando que os objetivos propostos pela empresa sejam alcançados.
5.3 Limitações
Quanto às limitações da pesquisa, podemos destacar a mudança de opinião
do responsável pela empresa estudada, que inicialmente prontificou-se a fornecer os
documentos e informações necessárias a aplicação da pesquisa e posteriormente no
decorrer da mesma, achou mais prudente omitir os dados que seriam utilizados na
aplicação prática. O responsável pela empresa, alegou que só disponibilizaria os
74
dados solicitados, após a apresentação da proposta contemplando a utilização das
ferramentas de análise na verificação da viabilidade de expansão dos serviços. Além
disto, ponderou que faria uma análise da proposta e só então daria uma posição
sobre a relevância da sua aplicação na empresa. Desta forma, a pesquisa limitou-se
a uma proposta de utilização de ferramentas de análise na verificação da viabilidade
de expansão dos serviços oferecidos pela clínica de olhos ocular Ltda para o
período noturno.
Outra limitação importante foi o curto espaço de tempo para realização do
estudo, pois a acadêmica necessitaria de um tempo maior para apresentar a
proposta e convencer o responsável pela empresa quanto à importância da
aplicação prática da pesquisa.
5.4 Recomendações Para Trabalhos Futuros
A acadêmica poderá dar continuidade a esta pesquisa que teve como
objetivo geral “propor a utilização de ferramentas de análise na verificação da
viabilidade da expansão dos serviços oferecidos pela Clínica de Olhos Ocular Ltda
para o período noturno”, fazendo a sua aplicação prática na empresa estudada. Este
estudo poderá ser aplicado em outras empresas que objetivam conhecer a
viabilidade de expansão de seus serviços.
Conclui-se, que a utilização de ferramentas de análise é de suma importância
para o conhecimento da viabilidade de um determinado empreendimento, como
também, para o crescimento das empresas e para a permanência destas no
mercado.
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