PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE … · 2012-08-31 · descrição do espaço, na...
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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
1. Apresentação da Disciplina de Geografia
O conhecimento da geografia já era exercido desde a Pré-História,
quando o homem fazia o reconhecimento do espaço que o mesmo ocupava.
Porém, esta ciência só veio evoluir após a Idade Moderna com Ratzel, La
Blache, Yves Lacoste e agora com Milton Santos.
Estes três pensadores geográficos construíram propostas científicas,
cada um em seu tempo de modo evolutivo, para como analisar o Espaço.
O alemão Friederich Ratzel (1844-1904) construiu a Escola Determinista
ou o Pensamento do Determinismo Ambiental, o qual dizia que “o meio
determina o homem”. Diante desta definição de analise, em um tempo que a
natureza realmente dominava o homem em diversas paisagens diferentes,
pode-se entender a detgerminação da natureza sobre ela mesma e sobre o
homem, já o frances Paul Vidal de La Blache (1845-1918) em plena Revolução
Industrial, verificou que o Pensamento Determionista não conseguia explicar as
novas realidades desta época com tantas renovações e que o meio já não
determinava o homem pelo contrário, era ele que agora dominava e
transformava a natureza criando diversas possibilidades jamais imagináveis de
o homem alcançar pelo avanço tecnológico. Esta nova Escola Possibilita ou
Pensamento chamou-se de Possibilismo Geográfico. Mas, diante de
constantes reorganizações do espaço geográfico fruto do Capitalismo Industrial
e Agrícola, o mundo ficou a mercê deste sistema e necessitou de uma nova
forma de analisá-lo. Foi neste contexto, que Yves Lacoste (1977) escreve. “A
geografia serve antes de mais nada para fazer a guerra” no século XX surgiu
um brasileiro que apresentou um novo Pensamento Geográfico: Geografia
Crítica. O brasileiro Milton Santos, na volta do exercício participara da nova
discussão no Brasil, o qual atenuou a necessidade de analisar o espaço
geográfico por estas constantes modificações.
Na obra de Morais (1999) “Geografia: pequena história critica” o
movimento de renovação do pensamento geográfico, agrupa aquele conjunto
de propostas que se ode denominar geografia crítica. Esta denominação
advém de um a postura crítica radical, frente à geografia existente (seja a
tradicional ou a pragmática), a qual será levada ao nível de ruptura com
pensamento anterior. Porém, o designativo de crítica diz respeito, frente à
ordem constituída. São os autores que se posicionam por uma transformação
da realidade social, pensando no seu saber como uma arma desse processo.
São, assim, os que assumem o conteúdo político de conhecimento científico,
propondo uma geografia militante, que lute por uma sociedade mais justa. São
os que pensam a analise geográfica como um instrumento de libertação do
homem.
Deste modo, o geógrafo, tanto aquele que leciona e aquele que se
compromete com o avanço da ciência, pode utilizar este três pensamentos
geográficos ou correntes teóricos como ferramenta de trabalho. Isto pode se
verificar nos inúmeros educadores e autores de livros científicos e didáticos
com uma postura teórico – práticas diferentes.
A ciência geográfica se propõe na realização um trabalho pedagógico
que visa a ampliação das capacidades dos alunos em desenvolver a análise da
formação, consolidação e superação das estruturas objetivas do humano na
sua subjetividade e nas relações sociais. A partir disto, sensibiliza o
compromisso de agente transformador do espaço.
O educando motivado a ser um agente transformador do espaço e da
sociedade se compromissara por conquistas políticas, econômicas, sociais
ambientais e de seus direitos em uma sociedade mais justa e humana.
O ensino de geografia tem como objetivo intensificar ainda mais a
compreensão, dos processos envolvidos na construção reconstrução e domínio
das paisagens, território e lugares.
Contribui para a formação critica do educando para com a realidade
visando sua transformação dos aspectos naturais, culturais, econômicos e
políticos, ou seja, o espaço geográfico.
A evolução da geografia no Brasil.
A institucionalização da Geografia no Brasil consolidou-se apenas a
partir da década de 1930, quando as pesquisas desenvolvidas buscavam
compreender e desenvolver o território brasileiro com o objetivo de servir aos
interesses políticos do Estado, na perspectiva do nacionalismo econômico.
Para efetivar as ações relacionadas com aqueles objetivos, tais como a
exploração mineral, o desenvolvimento da indústria de base e das políticas
sociais, fazia-se necessário um levantamento de dados demográficos e
informações detalhadas sobre os recursos naturais do país.
Essa concepção não estava restrita ao ensino de Geografia, mas refletir a
concepção mais ampla que dominava todo o desenvolvimento e a abordagem
de conhecimento na escola. Assim, o foco do ensino de Geografia estava na
descrição do espaço, na formação e fortalecimento do nacionalismo, para a
consolidação do Estado Nacional brasileiro, principalmente nos períodos de
governos autoritários. Esse modo de ensinar ficou conhecido como Geografia
Tradicional e, permaneceu, como prevalente, durante grande parte do século
XX, pelo menos até o final da década de 1970 e inicio dos anos de 1980.
Após a Segunda Guerra Mundial, em função das mudanças do sistema
produtivo capitalista que alteraram a ordem mundial dos pontos de vista
político, econômico, social e cultural.
Nesse período histórico, no Brasil, tanto quanto em outros países, os
confrontos teóricos e ideológicos entre Capitalismo e Socialismo, entre
desenvolvimento e subdesenvolvimento, estimulam a emergência de leituras
de mundo mais criticas que interferiram no pensamento geográfico sob
diversos aspectos.
Assim, as mudanças que marcaram o período histórico do pós Segunda
Guerra Mundial possibilitaram tanto reformulações teóricas na Geografia
quanto o desenvolvimento de novas abordagens para seus campos de estudo.
Nesse movimento de renovação do pensamento geográfico, porém, uma
abordagem teórico-conceitual chegou ao ensino de forma significativa,
contrapondo-se radicalmente ao método da Geografia Tradicional e propondo
uma analise critica do espaço geográfico. Tal abordagem foi denominada de
Geografia Critica.
No Brasil, o precursor das mudanças desencadeadas no pós-guerra foi
afetado pelas tensões políticas dos anos de 1960 que trouxe modificações no
ensino da Geografia e na organização curricular e atrasou a chegada das
abordagens teórico-conceituais criticas na escola.
O golpe militar de 1964 provocou mudanças substanciais em todos os
setores sociais, inclusive no âmbito educacional, pois, para todas as
reordenações econômicas e políticas, são necessárias adequações da
educação aos novos modelos vigentes. Essa adequação teve como marco o
acordo, conhecido como MEC/USAID, que implicou em reformas na educação
universitária, pela lei nº 5540/68 e no ensino de 1 e 2 Graus, pela Lei nº
5692/71. Essas leis atrelaram a Educação brasileira a formação de mão de
obra para suprir a demanda que o surto industrial do milagre econômico
brasileiro geraria, tanto no campo como na cidade. Como principais reflexos no
Primeiro Grau os conteúdos de Geografia e História são reunidos formando a
disciplina de Estudos Sociais e, no Segundo Grau foram criadas as disciplinas
de Organização Social e Política do Brasil e Educação Moral e Cívica,
excluindo do currículo as disciplinas de Filosofia e Sociologia.
Nos anos de 1980, ocorreram movimentos visando ao desmembramento
da disciplina de Estudos Sociais e o retorno da Geografia e da História. No
Paraná, esse movimento iniciou-se em 1983. De acordo com Penteado (1994)
e Martins (2002), foi somente em 1986, com resolução nº6 do Conselho
Federal de Educação, que houve o desmembramento em disciplinas
autônomas.
Nessa contraposição teórica, a geografia Crítica no Brasil estabelecia
embates com as demais correntes de pensamento: Geografia Clássica ou
Tradicional e o método positivista, a Geografia Teoretica e o método
neopositivista ou positivista lógico, a Geografia Percepção e a Geografia
Humanística, ambas pautadas na corrente filosófica da fenomenologia.
Em 1978, e promovido o Encontro Ncional de Geógrafos Brasileiros (AGB), em
Fortaleza. Esse evento foi marcado pela volta do professor Milton Santos ao
Brasil, após os anos de exílio por causa da ditadura e teve como principal tema
de discussão a Geografia Critica, baseada na publicação do livro de Yves
Lacoste, A Geografia: Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra.
Encontros e conferencias realizada em âmbito mundial, desde o inicio
dos anos 90, priorizam a Educação Básica, como alvo das reformas
necessárias para a formação de um trabalhador adequando as necessidades
do atual período histórico. Exige um trabalhador com formação para a
qualidade total, onde cabia a escola formar trabalhadores adaptados a era
informacional, capaz de operar diversas maquinas, trabalhar em equipe, utilizar
o dialogo para mediar conflitos, tomar decisões coletivos (FRIGOTTO).
As organizações financeiras internacionais, Banco Mundial, passam a
condicionar seus empréstimos a países como o Brasil, a implantação de
políticas sociais e educacionais que atendessem aos interesses daquelas
mudanças. Com isso ocorreu a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Base da
Educação Nacional (LDBN nº 9394/96), bem como a elaboração dos PCN
(Parâmetros Curriculares Nacionais) e as Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio, aprovados em 1998.
As principais críticas aos PCN´s concentram-se no fato de que
enfraqueceram o papel da escola como espaço de conhecimento, a falta de
critica, ao ecletismo teórico e a ênfase na abordagem dos temas transversais.
Os PCN´s pecavam, na vertente Tradicional, pois negligenciava dimensão
sensível de perceber o mundo e a Critica de enfatizar a economia e fazer
políticas militantes. (DCE, 2008).
No Paraná a enfase aos temas transversais e ao neoliberalismo alem do
não reconhecimento do Estado de sua responsabilidade vulgarizou os
conceitos e perspectivas analíticas do objeto de estudo da Geografia e o seu
rigor teórico-conceitual (OLIVEIRA, 1999 in DCE, 2008).
A partir de 2003 a política educacional paranaense assumiu como
prioridade a retomada dos estudos das disciplinas, a formação do professor
estimula a pesquisador, participação em grupos de estudos, simpósios, da
retomada dos estudos teóricos e epistemológicos, teóricos e metodológicos
que estimula a reflexão sobre esta disciplina e seu ensino ancorado num
suporte critico que vincule o objeto da Geografia, seus conceitos, referenciais,
conteúdos de ensino e abordagem metodológica aos determinantes sociais,
econômicos, políticos e culturais do atual contexto histórico (DCE, 2008). A
construção coletiva das (DCEs) Diretrizes Curriculares Estaduais.
2. Conteúdos Estruturantes
De acordo com a concepção teórica assumida nas Diretrizes
Curriculares da educação Básica (2008), serão apontados os Conteúdos
estruturantes da Geografia para Educação Básica, considerando que seu
objeto de estudo/ensino é o espaço geográfico.
Entende-se, por conteúdos estruturantes, os conheciemtnos de grande
amplitude que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina
e ensino. São, neste caso, dimensões geográficas da realidade a partir das
quais os conteúdos específicos devem ser abordados.
Segundo Diretrizes Curriculares da educação Básica (2008) os
conteúdos estruturantes da Geografia são:
Dimensão econômica do espaço geográfico;
Dimensão política do espaço geográfico;
Dimensão socioambiental do espaço geográfico;
Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.
Ensino Fundamental
6º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensão Econômica do Espaço Geográfico
Dimensão Política do Espaço Geográfico
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico
Dimensão Socioambiental do Espaço GeográficoCONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOSFormação e transformação das
paisagens naturais e culturais.
• O espaço natural humanizado do
município de Cascavel;
• As paisagens do nosso dia a dia,
• Nossas relações com outros
lugares;
• As paisagens culturais e o espaço
geográfico;
• A representação das paisagens e
do espaço geográfico.
Dinâmica da natureza e sua alteração
pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção
• A inter-relação entre os espaços
da produção, da circulação e do
consumo;
• O comércio, a prestação de
serviço e o consumo;
• A tecnologia e a exploração da
natureza;
• A tecnologia e (re) produção do
espaço geográfico.A formação, localização, exploração
dos recursos naturais.
• Recursos naturais sua importância
e conseqüências;
• Localização e exploração dos
recursos naturais em Cascavel;
• A exploração dos recursos
naturais e mecanismos do
mercado econômico local e global. A distribuição espacial das atividades
produtivas e a reorganização do
espaço geográfico.
• As atividades econômicas:
extrativismo, agropecuária,
indústria, comércio e prestação de
serviços.
• Os espaços de produção e de
consumo – no Paraná.As relações entre campo e a cidade
na sociedade capitalista.
• O espaço rural e urbano;
• A urbanização e exploração dos
recursos naturais;
• A monocultura como produto de
exportação;
• A agricultura familiar como
produtora de alimentos para o
meio urbano.A transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
• A influência dos fatores históricos,
naturais e econômicos na
ocupação do espaço geográfico
local;
• A população de Cascavel segundo
IBGE e A mobilidade populacional e as
manifestações socioespaciais da
diversidade cultural.
• As manifestações culturais;
• As manifestações espaciais dos
diferentes grupos culturais;
• A invisibilidade das manifestações
culturais indígenas nos livros
didáticos;
• Os Quilombolas no Paraná.As diversas regionalizações do
espaço geográfico.
• A regionalização do espaço
seguindo os critérios naturais:
clima, vegetação, relevo e
hidrografia;
• A regionalização urbana de
Cascavel em centro e periferias;
• A regionalização do Paraná.
7º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensão Econômica do Espaço Geográfico
Dimensão Política do Espaço Geográfico
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico
Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico.CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
A formação, mobilidade das fronteiras
e a reconfiguração do território
brasileiro.
• A localização e a expansão do
território brasileiro.
A dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
• A indústria e a urbanização.
As diversas regionalizações do
espaço brasileiro.
• As regiões brasileiras segundo o
IBGE;
• As regiões geoeconômicas;
• Regiões e políticas regionais. As manifestações socioespaciais da
diversidade cultural.
• Diversidade cultural resultado do
processo de imigração.A transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
• Formação da população;
• População e o trabalho no Brasil;
• A mulher no mercado de trabalho;
• A população PEA e o trabalho;
• O crescimento da população
brasileira.Movimentos migratórios e suas
motivações.
• Movimentos pendulares;
• Migração temporária;
• As causas e conseqüências dos
movimentos migratórios.O espaço rural e a modernização da
agricultura.
• O espaço rural brasileiro e a
tecnização;
• A agropecuária brasileira;
• O trabalho e a terra no espaço
rural brasileiro;
• Relações entre a estrutura
fundiária e os movimentos sociais
no campo.A formação, o crescimento das
cidades, a dinâmica dos espaços
urbanos e a urbanização.
• O espaço urbano brasileiro;
• A hierarquização do espaço
urbano brasileiro;
• Os problemas sócio-ambientais do
espaço urbano brasileiro.A distribuição espacial das atividades
produtivas, a reorganização do
espaço geográfico.
• O processo de industrialização nas
diversas regiões brasileira.
A circulação de mão-de-obra, das
mercadorias e das informações.
• A circulação de mão-de-obra, de
mercadorias e informações e suas
relações com o espaço de
produção.
8º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensão Econômica do Espaço Geográfico
Dimensão Política do Espaço Geográfico
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico
Dimensão Socioambiental do Espaço GeográficoAs diversas regionalizações do • Como regionalizar o espaço
espaço geográfico. geográfico mundial;
• A regionalização do continente
americano pelos critérios:
históricos, culturais, físicos e
sócio–econômicos;
• Os aspectos físicos do continente
americano: vegetação, hidrografia,
clima e relevo.A formação, mobilidade das fronteiras
e a reconfiguração dos territórios do
continente americano.
• A reorganização das fronteiras do
continente americano.
A nova ordem mundial, os territórios
supranacionais e o papel do Estado.
• A soberania nacional dos estados
americanos e o processo de
globalização;
• A formação dos blocos
econômicos do continente
americano;
• Os sistemas socialistas e
capitalistas na América.O comércio em suas implicações
socioespaciais.
• As relações comerciais no
continente americano e suas
implicações.A circulação da mão-de-obra, do
capital, das mercadorias e das
informações.
• A circulação de mão-de-obra, de
mercadorias e informação e sua
relação com os espaços
produtivos americanos;A distribuição espacial das atividades
produtivas, a reorganização do
espaço geográfico.
• Fornecimento de matéria-prima.
As ralações entre o campo e a cidade
na sociedade capitalista.
• Monoculturas de exportação e a
exploração da terra;
• A questão da terra e reforma
agrária na América latina.O espaço rural e a modernização da
agricultura.
• A agricultura moderna e tradicional
no continente americano;
• A formação das áreas agrárias no
continente americano.A transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
• Áreas populosas e povoadas do
continente americano;
• Formação étnica do continente
americano.Os movimentos migratórios e suas
motivações.
• Movimentos migratórios no
continente americano.As movimentações socioespaciais da
diversidade cultural.
• A diversidade cultural do
continente americano.Formação, localização, exploração e
utilização dos recursos naturais.
• Formação, localização e utilização
dos recursos naturais no
continente americano e suas
implicações.
9º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensão Econômica do Espaço Geográfico
Dimensão Política do Espaço Geográfico
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico
Dimensão Socioambiental do Espaço GeográficoCONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS As diversas regionalizações do
espaço geográfico.
• A regionalização da África, Ásia,
Oceania e Europa, segundo os
critérios: físicos, culturais e sócio-
econômicos;
• Capitalismo X Socialismo.A nova ordem mundial, os territórios
supranacionais e o papel do Estado.
• A nova Ordem Mundial;
• A globalização e seus efeitos;
• A globalização e os blocos
econômicos;
• Os conflitos mundiais suas razões
e os principais focos.A revolução técnico-científico-
informacional e os novos arranjos no
• A revolução tecnológica e os
espaços da globalização;
espaço da produção. • A tecnologia e a transformação do
espaço;
• O papel das tecnologias no
processo industrial.O comércio mundial e as implicações
socioespaciais.
• A dinâmica dos espaços da
globalização;
• O comércio mundial e os fluxos de
mercadorias, pessoas,
informações e capitais.A formação, mobilidade das fronteiras
e a reconfiguração dos territórios.
• As organizações políticas e
econômicas internacionais e as
transformações do espaço.A transformação demográfica, a
distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população.
• A distribuição populacional e
econômica da Europa, Ásia, África
e Oceania. As manifestações socioespaciais da
diversidade cultural.
• As manifestações culturais dos
diferentes grupos étnicos na
configuração do espaço
geográfico.Os movimentos migratórios mundiais
e suas motivações.
• Fluxos populacionais e as
migrações internacionais.A distribuição das atividades
produtivas, a transformação da
paisagem e a reorganização do
espaço geográfico.
• A transformação das paisagens,
exploração dos recursos minerais
e sua importância política,
estratégica e econômica.A dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de tecnologia
de exploração e produção.
• As mudanças socioespaciais e os
impactos ambientais;
• Os movimentos ambientalistas e a
preservação ambiental;
• O desenvolvimento sustentável.O espaço em rede: produção,
transporte e comunicações na atual
configuração territorial.
• A integração mundial e as redes
de transporte e comunicação.
DISCIPLINA GEOGRAFIA
Os conteúdos específicos relacionados a seguir compreendem alguns
exemplos de uma divisão temporal a ser trabalhado. Enfatiza-se que há outros
olhares sobre estes conteúdos considerando a especificidade da escola e os
conteúdos estruturantes:
Dimensão Econômica do Espaço Geográfico.
Dimensão Política do Espaço Geográfico.
Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico.
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico.
1º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensão Econômica do Espaço Geográfico.
Dimensão Política do Espaço Geográfico.
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico.
Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico.Conteúdo Básico Conteúdos Específicos
A formação e transformação das
paisagens
• Os elementos naturais e culturais
nas diferentes paisagens
geográficas e as transformações
provocadas pela sociedade.A dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
• Os elementos naturais das
paisagens (tipo de solo, clima,
vegetação, hidrografia, relevo) sua
distribuição e transformação;
• Os domínios morfoclimáticos e a
alteração das paisagens terrestre.A distribuição espacial das atividades
produtivas e a reorganização do
espaço geográfico.
1. As atividades produtivas e a
dinâmica hidrológica: alteração do
curso dos rios (represas), agricultura
irrigada, fonte de energia, via de
transporte, erosão e sedimentação
costeira, poluição das águas.
A produção agrícola nas comunidades
quilombolas e indígenas e as
manifestações culturais no campo;
Os complexos agroindustriais e a
monocultura para a exportação;
A expansão das fronteiras agrícolas e
a produção de matérias-primas.
A atividade industrial, a produção e os
impactos socioambientais:
aquecimento atmosférico, a poluição e
a crise da água, poluição do solo,
alterações climáticas e outros.A formação, localização, exploração e
utilização dos recursos naturais.
2. A exploração dos recursos naturais
(renováveis e não renováveis) para a
produção de energia: bio
combustível,energia nuclear, eólica,
carbonífera e suas implicações na
ocupação do espaço;
Os recursos naturais (vegetal, animal
e mineral) e as ações políticas para
sua preservação;
O extrativismo, sua importância na
produção de matérias-primas;
Os conflitos gerados pela escassez e
uso, e os acordos ambientais
internacionais.A revolução técnico-cientifica-
informacional e os novos arranjos no
espaço da produção.
3. Os avanços tecnológicos da/na
indústria e sua distribuição espacial:
tecnopólos, industriais globais e
industrialização nos países pobres.
4. o desenvolvimento da biotecnologia
e os impactos na produção no espaço
rural: transgênicos, Revolução Verde,
agricultura orgânica.O espaço rural e a modernização da
agricultura.
5. As alterações espaciais resultantes
da mecanização do campo, uso de
agrotóxicos, insumos e o emprego de
novas tecnologias na produção
agropecuária.
6.
7. O uso e preservação do solo nos
diferentes sistemas de produção
agrícola: agricultura familiar,
terraceamento (jardinagem),
agronegócio.O espaço em rede: produção,
transporte e comunicação na atual
configuração territorial.
8. Redes de transportes (portos,
aeroportos, rodovias, hidrovias), de
comunicação e a circulação de
produtos, pessoas e matérias primas.Formação, mobilidade das fronteiras e
a reconfiguração dos territórios.
9. A reconfiguração dos territórios e
os impactos culturais, demográficos e
econômicos: a dispersão das
atividades produtivas.O comércio e as implicações sócio-
espaciais.
10. Protecionismo comercial e as
barreiras alfandegárias e
zoofitossanitárias: subsídios a
produção agrícola européia e norte
americano e as implicações para a
agricultura dos países emergentes e
pobres.
2º ANOConteúdo Básico Especificidade da abordagem na série
As diversas regionalizações do
espaço geográfico.
O espaço rural e a
modernização da agricultura.
A formação territorial brasileira em sua
relação com os contrastes e semelhanças.
A circulação de mão-de-obra, do
capital, das mercadorias e das
informações.As relações entre o campo e a
cidade na sociedade capitalista.A formação, o crescimento das
cidades, a dinâmica dos
espaços urbanos e a
urbanização recente.
Os movimentos migratórios e
suas motivações.
As manifestações
sócioespaciais da diversidade
cultural.
O comércio e as implicações
sócio-espaciais
3º ANOConteúdo Básico Especificidade da abordagem na série
A revolução técnico-cientifica-
informacional e os novos
arranjos no espaço da
produção.
A circulação de mão-de-obra, do
capital, das mercadorias e das
informações.A transformação demográfica, a
distribuição espacial e os
indicadores estatísticos da
população.Os movimentos migratórios e
suas motivações.As manifestações
socioespaciais da diversidade
cultural.As diversas regionalizações do
espaço geográfico.As implicações socioespaciais
do processo de mundialização.A nova ordem mundial, os
territórios supranacionais e o
papel do Estado.
3. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Segundo a metodologia de ensino proposta nas Diretrizes Curriculares
da educação Básica em geografia (2008) deve-se permitir que os alunos se
apropriem dos conceitos fundamentais da Geografia e compreendam o
processo de produção e transformação do espaço geográfico. Para isso, os
conteúdos da Geografia devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica,
interligados com realidade próxima e distante dos alunos.
Outro pressuposto metodológico proposto nas Diretrizes Curriculares da
educação Básica em geografia (2008) pra a construção do conhecimento em
sala de aula é a contextualização do conteúdo. Nesta perspectiva apresentada
nas Diretrizes Curriculares a contextualizar o conteúdo é mais do que
relaciona-lo á realidade vivida do aluno, é, principalmente, situa-lo
historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas, culturais, em
manifestações espaciais concretas, nas diversas escalas geográficas.
Também é fundamental, que o professor crie, planeje situações de
aprendizagem em que os alunos possam conhecer e utilizar os procedimentos
de estudos geográficos. A observação, discrição, analogia e síntese são
procedimentos de importantes e podem ser praticados pra que os alunos
possam aprender e representar os processos de construção dos diferentes
tipos de paisagens, territórios e lugares. O espaço vivido pelos alunos continua
sendo importante para a compreensão da realidade local relacionada com o
global.
Para realmente trabalhar e valorizar o imaginário do aluno, não se pode
reter a idéia de que seu espaço esteja limitado apenas a sua paisagem
imediata. É essencial que se aprofundem as mediações de seu lugar com o
mundo, percebendo como local e o global interagem.
O estudo dos espaços local/global não se deve restringir a mera
constatação e sem explicar e compreender os processos de interações entre a
sociedade e a natureza, situando-as em diferentes escalas espaciais e
temporais, comparando-as, conferindo-lhes significados.
Os problemas sócio-ambiental e econômico podem ser abordados a fim
de promover um estudo mais amplo de questões sociais, econômicas, políticas
e ambientais relevantes na atualidade. O próprio processo de globalização
demanda maior compreensão das relações e de interdependência entre os
lugares, bem como das nações de territorialidades intrínsecas a esse processo.
Ao pretender os estudos dos conceitos de paisagem, território, lugar,
regiões e tempo-espaço, a geografia possibilita um trabalho interdisciplinar
através de produções musicais, fotografias, cinemas, literatura, etc., obtendo
informações para interpretar a realidade e construir conhecimento crítico sobre
os espaços geográficos.
E entre várias metodologias a ser utilizada, destacam:
• Aulas teóricas expositivas, através de explicações orais e de
exposição e indução de interpretação de imagens por meio de
multimídia, mapas, tabelas, livros;
• Aula prática de observação do espaço como trabalha de campo e ou
de análise de fotos, figuras e imagens;
• Utilização de recursos audiovisuais, como rádio, TV, multimídia,
retroprojetor de imagens, apresentação de vídeos-clips, conforme os
conteúdos;
• Interpretação de textos didáticos e científicos dos conteúdos;
• Dinâmicas e pesquisa em grupo ou individual, tais como: jogos,
brincadeiras, desenhos, recortes e colagem, produção de cartazes,
reprodução de mapas, croquis, gráficos e maquetes de textos, de
desenhos e apresentação de seminários;
• Utilizar eventos e fatos históricos que ocorram durante o ano;
• Reprodução de textos a partir de referencias teóricos;
• Consulta bibliográfica e de pesquisa Online e na biblioteca a ser
selecionada.
4. AVALIAÇÃO
O processo de avaliação deve estar articulado com os conteúdos
estruturantes (Econômico, Político, Cultural e Demográfico,
Socioambiental), os conceitos geográficos (Território, Região, Paisagem,
Lugar, Natureza e Sociedade), o objeto de estudo, as categorias espaço-
tempo, a relação sociedade-natureza e as relações de poder,
contemplando a escala local e vice-versa. No processo de ensino
aprendizagem o professor deve garantir aos alunos a apreensão dos
conhecimentos científicos através da mediação, como intervenção
pedagógica desafiadora, auxiliando nas suas trajetórias de estudo.
Neste sentido a avaliação de ser diagnóstica, gradativa, processual e
continua para que os alunos compreendam e os professores
intervenham neste processo. Os instrumentos avaliativos permitem ao
professor reconhecer e identificar não apenas as dificuldades ou
defasagens que os alunos apresentam como também as inadequações
em sua própria prática pedagógica. Por isso devemos contemplar
diferentes práticas pedagógicas, tais como: leitura, interpretação e
produção de textos geográficos, leitura e interpretação de fotos, imagens
e principalmente diferentes tipos de mapas, pesquisas bibliográficas,
aulas de campo entre outros, cuja uma das finalidades seja a
apresentação de experiências práticas de aulas de campo ou
laboratório, construção de maquetes; produção de mapas, mentais,
entre outros.
Segundo Filizola e Kozel (1996) a avaliação se concretiza como
um processo constante e contínuo que objetiva explicitar o grau de
compreensão da realidade, levando em conta o ensino de geografia que
entende o espaço geográfico como socialmente produzido
historicamente. Pois, é nas relações entre os homens e com a natureza
que os espaços são ocupados, transformados, e organizados em
momentos diferentes. Por isso, dever-se-á verificar a aprendizagem a
partir daquilo que é básico para que ela se processe.
A avaliação poderá ser através de:
• Aplicações de provas discursivas, conclusivas, somatórias e ou orais;
• Será necessário, então, diversificar as técnicas e os instrumentos de
avaliação;
• Ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor pode
usar técnicas e instrumentos que possibilitem várias formas de
expressão dos alunos, como:
o Interpretação e produção de textos de Geografia;
o Interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;
o Pesquisas bibliográficas;
o Relatórios de aulas de campo;
o Apresentação e discussão de temas em seminários;
o Construção, representação e análise do espaço através de
maquetes, entre outros.
A avaliação deve ser um processo não linear de construções e
reconstruções, assentando na interação e na relação dialógica que acontece
entre os sujeitos do processo professor e aluno.
As avaliações de geografia devem ser realizadas com uma analise nas
quatro dimensões geográficas: política, econômica, cultural e socioambiental.
A recuperação paralela é a retomada dos conteúdos, possibilitando
outros encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de
aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Currículo Básico Para Escola Pública do Paraná.
KOSEL, Salete, FILIZOLA, Roberto. Didática da Geografia-Memória da Terra:
O espaço vivido. São Paulo:FTD, 1996.
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proposições; Cipriano Carlos Luckesi.17 ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
Diretrizes Curriculares de Geografia para Ensino Fundamental. Versão
Preliminar Julho, 2006.
LACOSTE, Y. A geografia, antes de mais nada, para fazer a guerra.
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MARINA, Lúcia e Tércio. Geografia: Série Novo Ensino Médio. 2ª ed. São
Paulo: África, 2006.
MORAIS, A. C. R. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: HUCITEC,
1999.
MOREIRA, Igor. Construindo o Espaço. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2006.
Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.
PIFFER, Osvaldo. Ensino de Geografia. Coleção Caderno do Futuro. IBEP.