Propriedades Magneticas FINAL
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RESUMO
INTRODUÇÃO
Ao caminhar das eras pequenas pedras negras com a surpreendente
capacidade de atrair metais, sempre intrigaram a humanidade, no passado,
não tanto quanto hoje, quando os imãs e suas aplicações cercam-nos por
todos os lados, (ou talvez nós os tenhamos cercado maravilhados com o
pequeno e mágico objeto que movia metais).
Diante da grande gama de aplicações do magnetismo na atualidade à
medicina, indústria, circuitos elétricos, astronomia, e uma infinidade de outras
áreas que fazem usufruto de seus efeitos direta ou indiretamente, faz-se de
absoluta necessidade a devida compreensão das leis que regem este
fenômeno que tornou-se indispensável (que estudante na atualidade sobrevive
sem recursos, como computadores, calculadoras, e a própria internet). Para
tanto faz-se também necessária a abordagem de conceitos elementares do
magnetismo, os quais serão abordados nesta primeira seção.
1. CONCEITOS ELEMENTARES
1.1 dipolos magnéticos
A unidade mais fundamental do magnetismo é o dipolo magnético, no
passado dito imã molecular ou ainda imã atômico, os dipolos são os
responsáveis pela intrínseca natureza dos imãs permanentes de nunca dividir-
se em seus dois pólos componentes, em suma, não existem na natureza (até
onde se sabe) monopolos magnéticos. O que não impede os físicos teóricos de
tentar encontrá-los, devido a natureza intrínseca que relaciona a eletricidade ao
magnetismo, da forma como é possível separar os pólos de um dipolo elétrico,
pareceria lógico que o mesmo se verifica-se para os magnéticos, o que não
ocorre.
As leis fundamentais do eletromagnetismo nos dizem que uma carga elétrica
em movimento é uma fonte de força eletromagnética, assim como é um carga
em rotação, logo, como são os elétrons os únicos em um átomo uma vez que
prótons e nêutrons estão muito firmemente presos ao núcleo atômico os
responsáveis pelo campo magnético apresentado macroscopicamente pelos
materiais magnéticos.(LIMA & FARIA, 2005)
1.2 O elétron e o magnéton de Bohr
Ao elétron em sua orbita esta associado um determinado momento angular,
dado pelo produto entre massa e velocidade, sendo o momento ou quantidade
de movimento angular o produto entre um escalar é um vetor, este também o é.
Para o elétron o momento angular orbital é dado por :
m⃗orbital=−e2me
L (1)
Onde L é um múltiplo de h2π
uma vez que o momento orbital como diz a
mecânica quântica é quantizado. O momento de dipolo magnético de um
elétron em sua primeira orbita é dito magnéton de Bohr, e é dado por:
m⃗b=eh4 π me
=9,27×1024 J .T−1ou A .m2 (2)
Onde h é a constante de Planck e me é a massa do elétron, tido como um
parâmetro comparativo para os momentos magnéticos dos elétrons. Além de
ser numericamente igual ao momento de dipolo magnético de um elétron em
sua primeira orbita.
Considerando que o momento magnético para um átomo, é a soma vetorial de
todos os momentos dos elétrons que o constituem, tanto o associado a
translação em relação ao núcleo quanto o intrínseco associado a sua rotação
em torno de seu eixo.
Baseado no momento dipolo magnético resultante os materiais podem receber
determinadas classificações, as quais serão tema das próximas seções. (LIMA
& FARIA, 2005)
1.3 Campos magnéticos
Supondo um campo magnético externo (H) agindo sobre um determinado
objeto, à magnitude deste campo no interior do material chamemos densidade
de fluxo magnético (B), evidentemente B é diretamente proporcional H.
B∝H (3)
Para tornar esta relação de proporcionalidade uma relação de igualdade, se faz
necessário inserir uma constante de proporcionalidade, µ temos então:
B=μH (4)
À µ denominamos permeabilidade, que fisicamente pode ser interpretada
como uma propriedade do meio ao qual o campo H age e onde B é medido. Se
o meio em questão for o vácuo temos µ0 que é uma constante universal de
valor 4 π×10-7Hm
, com base na permeabilidade em relação a permeabilidade no
vácuo se estabelece a permeabilidade relativa µr,dada por:
μr=μμ0
(5)
uma medida do quanto um material pode ser magnetizado. Outra relação direta
ocorre entre a magnetização do sólido (M) e o campo H,
M=XmH (6)
onde a constante de proporcionalidade X m é a suscetibilidade magnética e M é
definida por:
B=μ0H+μ0M (7)
Tendo isso em vista passaremos agora a classificar os materiais pelas suas
características magnéticas. (CALLISTER,2007 )
2 Materiais magnéticos
Os materiais magnéticos podem ser classificados de acordo com seu
comportamento diante um campo magnético externo H, como diamagnéticos
paramagnéticos, ferromagnéticos, ferrimagnéticos, antiferromagnéticos e
supercodutores.
Destinamos as seções subseqüentes para uma abordagem mais detalhada
destes.
2.1 materiais diamagnéticos
Os materiais podem ser classificados quanto a sua resposta magnética, à
resposta magnética mais fraca denominamos diamagnetismo, materiais
diamagnéticos, possuem suscetibilidade magnética da ordem de 10−5 (SI),
devido ao cancelamento mutuo dos momentos dipolos magnéticos no material,
considerando este material diamagnético como um circuito, uma vez que se
submeta este a um campo magnético externo variante, este material gerara um
campo magnético em sentido oposto para opor-se a variação (lei de Lenz)
deste modo a suscetibilidade magnética de um material diamagnético é
negativa.
Em geral esse efeito diminui o modulo do campo magnético no interior do
objeto, e é apresentado em todos os materiais, porem apenas visto em
materiais onde não existem outros efeitos superpostos. Em suma considerando
que tais matérias possuem momento angular total nulo:
m⃗total=m⃗spin+m⃗orbital=0⃗ (8)
Eles não possuem momento de dipolo magnético intrínseco, apenas aquele
induzido pelo campo externo. (RIBEIRO, 2000)
2.2 Materiais paramagnéticos
Em materiais onde os momentos magnéticos não interagem entre si ocorre o
paramagnetismo, deste modo os dipolos adotam a posição de menor energia,
assumindo U como a energia ela é dada por:
U=−μm⃗ . H⃗=μmH (−cosθ ) (9)
Logo, esta posição é aquela que acompanha o sentido do campo externo
H(θ=0), isso rende aos materiais paramagnéticos susceptibilidade positiva com
magnitude de 10−5 e10−3.(RIBEIRO,2000)
2.3 Materiais ferromagnéticos (definição)
Certos elementos do grupo de transição, tais como o ferro, níquel, cobalto, etc.
possuem momentos de dipolo magnético interagentes, alinhando-se
paralelamente uns a os outros, isso concede a estes, magnetização
espontânea. (RIBEIRO,2000)
2.3.1 Domínios
Materiais ferromagnéticos podem ser encontrados tanto em um estado
magnetizado como não-magnetizado o que dependendo dos arranjos entre
seus dipolos, se estes se arranjam de forma a predominar uma dada
orientação em certa região do material esta região é denominada domínio
magnético
Cada região apesar de ter uma orientação predominante está dispersa no
interior do material de forma aleatória com o objetivo de minimizar a energia
global do sistema. Em materiais policristalinos cada grão pode conter muitos
domínios, uma orientação predominante ocasionará um campo magnético
macroscópico(Figura 1). (LIMA & FARIA, 2005)
Figura 1 - domínios de grãos disposição aleatória(Fonte:LIMA E FARIA,2005)
Tendo cada um destes domínios uma orientação própria e única, por
conseqüência possuem um vetor campo magnético, enquanto não envolto em
um campo magnético, e na ausência de magnetismo residual, o vetor
magnético resultante da soma de todos os vetores destes domínios é zero.
Caso haja a influência de um campo magnético externo estes domínios
tenderão a seguir a orientação deste campo. (SCHIMDT, 2008)
2.3.2 Histerese
Para materiais ferromagnéticos, em seu estado desmagnetizado onde seus
domínios estão em orientação aleatória, o campo resultante como já
mencionado é zero, a partir do momento em que este é submetido a um campo
externo H, pode-se traçar uma curva da Magnetização M como uma função de
H, esta é dita apropriadamente curva de magnetização do material, curva esta
não linear uma vez que cada domínio apresenta um nível de dificuldade próprio
para se orientar diante do campo, conforme a intensidade do campo magnético
externo H é ampliada, o valor do modulo de magnetização, o acompanha,
porem chegará um patamar onde todos os domínios estarão alinhados ao
campo, logo, o modulo de M tornara-se constante, a este patamar
denominamos magnetização de saturação(SCHMDT, 2008).
Reduzindo o valor de H a partir da saturação M se reduzirá também a uma taxa
mais lenta, mais não até zero, mas sim até uma magnetização positiva, uma
remanência, a magnetização remanente (Mr). Invertendo o sentido do campo H
a magnetização tende a decair até anular-se a uma determinada magnitude
(Hc), o campo coercivo, ao continuarmos a variar este campo teremos então,
um novo ponto de saturação, se repetirmos o processo em sentido oposto
obteremos uma curva fechada, a curva de histerese. (RIBEIRO,2000)
Figura 2 - Curva de histerese de um material magneticamente duro.(Fonte: RIBEIRO,2000)
2.3.3 A Temperatura de Curie (Tc)
Sendo temperatura essencialmente ligada à energia térmica, e diretamente
conseqüente do nível de agitação eletrônico, esta afeta grandemente as
propriedades magnéticas de um material, uma vez que os dipolos magnéticos
são intrinsecamente ligados ao movimento dos elétrons, um maior movimento
destes causa uma flutuação nos dipolos, causando um desalinhamento nos
dipolos em relação a uma direção particular, causando assim uma perda de
magnetização, a temperatura na qual ocorre o total desalinhamento entre os
dipolos, é conhecida como temperatura de Curie (Tc), acima desta temperatura
a substancia ferromagnética comporta-se tal qual uma substancia
paramagnética alinhando-se parcialmente quando submetida a um campo
externo. (LIMA & FARIA, 2005)
Para materiais paramagnéticos a temperatura também é influente, as razões do
paramagnetismo são comumente associadas a magnitude da susceptibilidade
magnética Xm e a sua relação com a temperatura. Esta dependência da
temperatura é fruto da concorrência entre a tendência para o alinhamento e a
desordem promovida pela agitação térmica, de forma que a susceptibilidade
varia com temperatura em proporção inversa, ou seja:
T∝ 1Xm
(10)
(RIBEIRO,2000)
2.4 Antiferromagnetismo
Os materiais antiferromagnéticos têm por característica uma interação entre
átomos vizinhos que promove no material uma orientação antiparalela entre
seus momentos magnéticos, deste modo que o vetor momento magnético
resultante é bem menor que em um material ferromagnético, ou até mesmo
nulo (LIMA & FARIA, 2005). Acrescente-se que apesar das similaridades em
relação ao paramagnetismo, uma vez que a anulação das cargas em ambos os
casos são gerados por interações entre os spins, gerando uma resultante nula,
nos paramagnéticos isto ocorre devido a uma desordem, enquanto para os
antiferromagnéticos Istoé devido a uma ordem de longo alcance que gera esta
anulação. (RIBEIRO,2000)
2.5 Ferrimagnetismo
Materiais Ferrimagnéticos por sua vez, possuem dois íons magnéticos
diferentes, alinhados antiparalelamente, logo, mesmo que cada tipo de íon
tenha uma resultante pequena, por terem módulos bem distintos, externamente
é gerada uma magnetização observável, menor que a vista em materiais
ferromagnéticos, mas, possuem aplicações práticas diversas, além de
apresentarem condução elétrica menor em relação a os materiais
ferromagnéticos. Na figura abaixo ilustra-se uma comparação esquemática
entre o ferro, Ferri, e antiferromagnetismo.(LIMA & FARIA, 2005)
Figura 3 - Orientação dos momento dipolares de substancias Ferromagnéticas (A), Antiferromagnéticas (B), e Ferrimagnéticas (C). (Fonte: LIMA & FARIA, 2005)
2.6 Supercondutividade
Caracteriza-se um determinado material como supercondutor se este
apresenta uma resistividade nula abaixo de sua temperatura crítica(T⃗ cr), esta
que varia de acordo com o material.
A temperatura critica do material é menor diante um campo externo B⃗, e
aumentando a intensidade de tal campo esta temperatura continuara a cair,
quando a intensidade do campo é maior que algum valor crítico ( B⃗cr), o
fenômeno não ocorre a nem uma temperatura, como ocorre na maioria dos
materiais.
Um supercondutor diante um campo B⃗< B⃗cr, resfriado a uma temperatura
inferior a T⃗ cr , apresenta campo magnético no interior do material nulo, devido
às correntes induzidas na superfície do material, que produzem um campo
magnético oposto cancelando o campo externo. Como fruto desta propriedade
conhecida como Efeito Meissner ocorre a levitação magnética (figura),
resultante da repulsão entre o campo magnético externo, e o campo induzido
pelas correntes da superfície do material.
Figura 4 - Efeito Meissner (Fonte: Google )
Em geral supercondutores são agrupados em dois grupos, grupo I e grupo II,
dos quais apenas o primeiro apresenta o efeito Meissner completo. (TIPLER &
MOSCA, 2008)
CONCLUSÃO
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene; Física Para Cientistas e Engenheiros:
Volume 2: Eletricidade e magnetismo, óptica. Sexta edição. Rio de Janeiro:
LTC, 2008.
CALLISTER JR, Willian D. Ciência e Engenharia de Materiais Uma
Introdução. Sétima edição. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
LIMA, Luis Felipe C. P.; FARIA, Rubens. N. ; Introdução ao Magnetismo dos
materiais. Primeira edição. São Paulo: Livraria da Física, 2005.
SCHIMDT, Walfredo. Materiais Elétricos: volume 2: Isolantes e Magnéticos.
Segunda edição revista, sétima reimpressão. São Paulo: Blücher, 2008.
RIBEIRO, Giuliano Augustus Pavan. As propriedades Magnéticas da
Matéria: Um Primeiro Contato. Revista Brasileira de Ensino da Física,
Volume 22, numero 3, setembro de 2000.