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DISCIPLINA DE PRÓTESE TOTAL E.T.E. PHILADELPHO GOUVEA NETTO Osso: Maxilar : É um osso que compõe o terço inferior da face, responsável juntamente com outros ossos, pelo suporte facial. É nele que estão dispostos os dentes naturais superiores e a cavidade nasal, responsável pela respiração e a cavidade orbital. É a área limítrofe superior da cavidade oral, formando o palato (céu da boca), que é responsável pelo limite posterior da cavidade oral e da prótese total. É composta por um corpo e quatro processos: a) Processo Frontal : processo que vai se ligar ao osso frontal. b) Processo Alveolar: no qual estão os alvéolos dentais. c) Processo Palatino: processo no qual vai se ligar ao osso palatino. d) Processo Zigomático: processo no qual se liga ao osso zigomático ou malar. O processo alveolar onde estão os dentes, têm algumas características, onde o osso contorna as raízes dentais e onde temos o pilar canino (área de suporte facial) e estas áreas são chamadas de bossas(saliências) e fossas( depressões ósseas) . Mauro L. Matheus 1

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DISCIPLINA DE PRÓTESE TOTALE.T.E. PHILADELPHO GOUVEA NETTO

Osso:

Maxilar :É um osso que compõe o terço inferior da face, responsável juntamente

com outros ossos, pelo suporte facial. É nele que estão dispostos os dentes

naturais superiores e a cavidade nasal, responsável pela respiração e a cavidade

orbital. É a área limítrofe superior da cavidade oral, formando o palato (céu da

boca), que é responsável pelo limite posterior da cavidade oral e da prótese total.

É composta por um corpo e quatro processos:

a) Processo Frontal : processo que vai se ligar ao osso frontal.

b) Processo Alveolar: no qual estão os alvéolos dentais.

c) Processo Palatino: processo no qual vai se ligar ao osso palatino.

d) Processo Zigomático: processo no qual se liga ao osso zigomático ou

malar.

O processo alveolar onde estão os dentes, têm algumas características,

onde o osso contorna as raízes dentais e onde temos o pilar canino (área de

suporte facial) e estas áreas são chamadas de bossas(saliências) e

fossas( depressões ósseas) .

Dentro do corpo da maxila temos uma região oca chamada seio maxilar,

onde algumas pontas de raízes dos dentes superiores se alojam, dependendo do

tamanho do seio (e é onde ocorre um dos tipos de sinusite).

Na região posterior da maxila temos uma área importante chamada de

túber da maxila ou tuberosidade maxilar, onde se encontra o sulco hamular,

responsável pelo limite posterior da área chamada superior.

O corpo da maxila contém quatro faces:

a) Uma posterior - tuberosidade maxilar

b) Uma anterior - limitada pelo processo alveolar anterior e espinha nasal

anterior.

c) Uma lateral - face externa.

d) Uma medial - face interna ou nasal.Mauro L. Matheus

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É um osso estático (sem movimentação), mas de grande importância para

a composição facial e suas funções. Por ela passam inúmeros vasos e nervos

responsáveis pela irrigação e inervação da face.

Nervo principal responsável:

Alveolar superior Posterior

Médio

Anterior

Outras estruturas importantes de uso protético:

espinha nasal anterior

espinha nasal posterior

papila incisiva

foramen incisivo

arborescência palatina

sulco hamular

foramens palatinos maiores e menores

rafe mediana

Mandíbula:A mandíbula é um osso ímpar (único) que exerce várias funções:

suporte facial

mastigação (movimentação)

suporte para dentes inferiores e inserções musculares.

A mandíbula é composta basicamente por um corpo e ramos.

Possui três processos:

1. Processo coronóide;

2. Processo condilar;

3. Processo alveolar.

O processo condilar, onde temos o côndilo da mandíbula é responsável

juntamente com outros ossos pela formação da articulação têmporo-mandibular a

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qual permite os movimentos de protusão, retrusão e lateralidades da mandíbula,

abertura e fechamento da boca.

O processo coronóide é onde se insere basicamente o músculo temporal,

já no processo alveolar é onde estão dispostos os dentes inferiores.

A mandíbula contém vários acidentes anatômicos importantes para a

P.T. tais como:

Linha oblíqua externa

Linha oblíqua interna

Trígono retro-molar

Apófise geni

Protuberância mentoniana

Papila piriforme

MÚSCULOS

Os músculos se dividiram neste estudo em três categorias: Mímicos,

mastigatórios e auxiliares da mastigação.

A) Músculos Mímicos:1- Orbicular dos lábios: se divide em dois feixes

- semi-orbicular superior: transversalmente estendido de uma a outra comissura

labial, preenchendo todo o espaço entre a borda livre do lábio e a base do nariz.

- semi-orbicular inferior: análogo ao superior, ocupa todo o espaço livre entre o

corte inferior e o sulco que divide o lábio e o queixo (mento).

Inserção - comissura labial bilateral.

Ação - Cerra a rima bucal, age na sucção, sopro, assovio, beijo, etc.

2-Elevador Comum do Lábio Superior e Asa do Nariz

Inserção - no processo frontal, desce e se divide em feixe para a asa do nariz

e feixe para o lábio superior, seguindo o sulco naso-geniano,

Ação - elevar a asa do nariz e lábios superiores.

3-Elevador próprio dos lábios superioresMauro L. Matheus

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Inserção - abaixo da borda do olho indo até a região do lábio superior (semi-

orbicular superior).

Ação - eleva a porção média dos lábios.

4-Canino ou elevador do ângulo da boca:

Inserção - fossa canina (pilar canino) indo até a comissura labial.

Ação - elevar para cima e para dentro a comissura labial.

5-Zigomático menor ou malar menor:

Inserção - face externa do malar (zigomático) indo até o lábio superior.

Ação - traciona para cima e para fora a comissura labial (parte média do

lábio).

6- Zigomático maior ou malar maior

Inserção – face externa do malar (zigomático) indo até a comissura labial

Ação – traciona para cima e para fora a comissura labial

7- Triângulo dos lábios ou depressor da comissura labial:

Inserção - região anterior e mediana da linha oblíqua externa e vai até a

comissura labial.

Ação - abaixar a comissura labial, denotando tristeza.

8- Quadrado da barba ou depressor do lábio inferior:

Inserção - embaixo do triangular dos lábios, vai até a borda livre do lábio

inferior.

Ação - dobrar o lábio inferior para fora e para baixo.

9- Bucinador :

Inserção - bordo alveolar, na região dos terceiros molares e se estende até a

comissura labial. Possui dois feixes que se inter-cruzam.

Ação - levam para trás a comissura labial, aumentando assim o diâmetro transversal

da boca. Na mastigação comprimem os alimentos para a região mais interna da

boca e dos dentes.

Mauro L. Matheus

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B - Músculos mastigatórios

l- Temporal:

Inserção - toda a extensão do osso temporal, indo até o processo coronóide.

Contém três feixes: o anterior, o médio e o posterior.

Ação - elevar a mandíbula (anterior e medialmente).

2) Masseter: dois fascículos - feixe superficial.

Feixe profundo.

Inserção - osso zigomático, vai até o ângulo da mandíbula.

Ação - elevar a mandíbula.

3) Pterogoídeo Medial:

Inserção - Parte interna da tuberosidade maxilar (fossa pterigomaxilar) vai até

a porção interior do ramo da mandíbula.

Ação - elevador da mandíbula que auxilia os movimentos da tuberosidade.

4) Pterogoídeo Lateral : dois feixes, um superior e um inferior.

superior - inserção - fossa zigomática, vai até a parte interna do côndilo.

Inferior - inserção - processo pterigomaxilar (que está ao lado da

tuberosidade) e vai até a face interna do processo condilar.

Ação - quando se contraem os dois ao mesmo tempo (um de um lado e outro

de outro) temos

movimento de protusão. Quando se contrai um só, temos movimento de

lateralidade.

C - MÚSCULOS AUXILIARES DA MASTIGAÇÃO

1- Ventre Anterior do digástrico:-

Inserção - borda inferior da mandíbula que vai até o osso hióide.

Ação - ajuda no abaixamento da mandíbula, na mastigação e ajuda a elevar o

osso hióide na hora da degustação.

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2- Milohióide :

Inserção - se insere na linha oblíqua interna da mandíbula e se junta na linha

mediana na rafe aponeuvrótica central.

Ação - abaixa a mandíbula, eleva a língua e o osso hióide.

3- Geni-hióide:

Inserção - apóface geni, vai ate o osso hióide.

Ação - a mesma do ventre anterior do digástrico.

LIMITES DA ÁREA CHAPEÁVEL

O objetivo do estudo da área chapeável é conhecer a extensão máxima da

boca desdentada, que poderá ser recoberta pela prótese total (= área chapeável).

A importância da delimitação correta é porque a retenção e o conforto da

prótese total estão diretamente ligados à extensão da área chapeável.

Delimitação da Maxila

Freio labial superior (contorna excluindo)

linha do fundo do saco do vestíbulo

freio labial superior - que é uma das inserções do músculo Bucinador também ser

aliviado

passa pelo sulco hamular e atinge a região do palato; na porção posterior,

passa pela linha entre o palato duro e palato mole

e assim por diante pelo lado contrário e pelas mesmas estruturas.

Área chapeável inferior:

Freio do Lábio Inferior

fundo de saco

freio labial inferior (inserção no Bucinador)

Linha oblíqua externaMauro L. Matheus

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Papila piriforme (fica em cima trígono retro-molar)

Linha oblíqua interna

Assoalho da boca

freio lingual até o início da linha oblíqua interna do outro lado.

ZONAS DA ÁREA CHÁPEAVEL

A) Zona de suporte principal: É a região destinada a suportar a carga mastigatória,

ocupando toda a crista do rebordo alveolar de uma extremidade à outra.

Tamanho - grande, médio, pequeno.

Altura - alto, médio, baixo.

Formato - triangular, oróide, quadrado, etc.

A.1.- Zona de suporte principal superior - de uma a outra tuberosidade, englobando

o pálato.

A.2.- Zona de Suporte Principal inferior - de uma a outra papila periforme

B) Zona de Suporte Secundário : É também uma zona que ajuda a absorver a

carga mastigatória, desempenhando ainda outra função importante, que é a de

imobilizar a Prótese total no sentido horizontal, ás custas das vertentes Vestibulares

linguais e Palatinas do rebordo, assim, a prótese total fica encavalada sobre o

rebordo.

B.1.- Zona de Suporte Secundário Superior - vertente -vestibular palatina do rebordo

superior .

B.2.- Zona de Suporte Secundário Inferior - vertente - vestibular e lingual do rebordo

inferior.

C) Zona de Selado periférico : é uma região de 2 a 3 mm de largura que contorna

a área chapeável em toda a extenção, com exceção da área posterior, que se

localiza na região de mucosa móvel. A função primordial dessa área é manter o

vedamento periférico, para impedir que se quebrem as forças de adesão, coesão,

tensão superficial e pressão atmosférica, fatores esses que auxiliam na retenção da

prótese total.Mauro L. Matheus

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Músculos que se inserem nessa região:

superior - freio do lábio superior

músculos oblíquos dos lábios (semi-orbicular sup.)

músculo bucinador.

inferior - freio do lábio inferior.

Músculo orbicular dos lábios (semi-orbicular inf.)

Músculo bucinador.

Músculo quadrado da barba.

*** OBS - todos na face externa.

No lado interno : freio da língua e milohióide (assoalho da boca).

D) Zona de Selado Posterior: É a zona que veda a porção posterior da área

chapeável.

Função - vedar.

Superior - atrás da tuberosidade e entre a linha do pálato duro e pálato mole, até

o outro lado.

Inferior - atrás da papila piriforme de cada lado.

Vedar - zona selado inferior, ou seja, atrás da papila.

E) Zona de Alívio : São regiões da área chapeável que devem ser aliviadas na

moldagem e confecção da prótese total, para que o paciente não se machuque

quando do uso da prótese, evitando-se assim, problemas posteriores.

Zona de alívio superior - arborescência ou rugosidade palatina

- rebordo em lâmina de faca.

- tórus palatino

Zona de alívio inferior - porção posterior da L.O.I.

- rebordo em lâmina de faca

- áreas relativas do rebordo

- tórus mandibular

Mauro L. Matheus

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MOLDEIRA INDIVIDUAL

Moldagem em P.T. é um conjunto de ato clinico e laboratorial que visão

obter uma impressão exata e detalhada da área chapeável por meio de materiais

próprios e moldeiras adequadas.

Conceito de moldagem perfeita da boca desdentada para P.T. é muito

diferente da moldagem perfeita de uma cavidade bucal para próteses fixas e

removíveis.

Para fixas e removíveis o problema é reproduzir com fidelidade e sem

deformação no dente e algumas vezes o rebordo já que este (dente) é um corpo

sólido, indeformável sob ação do material de moldagem.

No caso da boca desdentada a fibro-mucosa que reveste a área de

suporte, altera-se diante durante a moldagem com a ação do material e alem disso

modifica-se ainda durante os esforços mastigatórios por isso da maior dificuldade

em registrar com perfeição os limites da área chapeável .

Devido a essa dificuldade passa-se a fazer uso de artifícios; e um dos

mais usados é de duas moldagens.

MOLDAGEM INICIAL (ANATÔMICA) OU PRELIMINAR

Os objetivos da moldagem inicial é de:

cópia da conformação geral da boca

afastamento da mucosa móvel ao máximo possível, recebendo ao mesmo

tempo as suas impressões em um estado de tenção.

com sua moldagem obtemos: uma delimitação correta da área chapeável ,

registro da tonicidade das

inserções musculares na zona selada periféricas se há ou não necessidade

de cirurgia pré-protética e confecção da moldagem individual.

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MOLDEIRAS EM GERAL

1- Estoque - são aquelas encontradas no comércio prontas, em jogos de tamanho

padrão, feitos de várias maneiras e em vários tamanhos.

2- Individual - são feitas especialmente para uma determinada boca, geralmente em

resina acrílica, podendo ser feita em godiva, em metal de baixa fusão,

dependendo do caso.

A moldeira usada para moldagem anatômica é a de estoque para

desdentados, geralmente feita em aço inox e individualizadas, isto é, alguns

procedimentos são realizados para fazer com que elas se adaptem melhor à boca

do paciente como por exemplo, se usarmos godiva ou cera. A moldeira individual é

confeccionada após a delimitação da área chapeável e alívio das áreas de alívio.

Os materiais necessários para confecção são:

1- lápis

2- isolante para resina

3- pincel tamanho médio

4- pote com tampa para resina

5- pote dappen

6- resina/polímero e monômero/auto-polimerizado

7- espátula 24

8- lamina de cera 7

9- pedras para desgaste de resina

10-tira de lixa

11-mandril para lixa

12-algodão

13-modelo anatômico

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MODELO EM P.T

1- Modelo de arquivo: Destina-se à documentação de casos interessantes, casos

raros, casos anormais, etc, afim de ilustrar aulas, conferencias, palestras.

2- Modelo de estudo ou planejamento: Este modelo complementa e auxilia o exame

clínico e é neste modelo que temos informações precisas como por exemplo o

espaço protético, condições da área chapeável, auxilia a indicação de cirurgias

pré-protéticas.

3- Modelo anatômico: É aquele que teve origem na moldagem anatômica da boca

desdentada. Nos da informações da extenção da área chapeável, interferências

das inserções musculares, tamanho, forma e altura do rebordo.

4- Modelo funcional: É aquele que provem da moldagem funcional, é utilizada para

a confecção da base de prova, posteriormente serve como matriz de acrilização

da P.T.

MOLDAGEM FUNCIONAL

Moldagem funcional é um ato clínico realizado pelo cirurgião dentista para

que se obtenha posteriormente o modelo funcional do qual servirá de base (matriz)

para acrilização da P.T.

É a Segunda moldagem e é uma moldagem mais delicada onde interessa

reproduzir os detalhes anatômicos da área chapeável, "comprimindo" as zonas ditas

de compressão, aliviando as zonas de alívio e registrando exatamente as inserções

musculares em função as quais se insere no limite da área chapeável.

Essa moldagem tem por finalidade:

a) Obter a retenção do aparelho;

b) Libera uniformidade do assentamento da base da P.T.

c) Satisfazer o conforto do paciente.

Para se fazer essa moldagem o cirurgião dentista utiliza-se da moldeira

individual pré-fabricada pelo T.P.D. faz-se o uso de um material de moldagem

técnico adequado.

Mauro L. Matheus

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Os passos são:

1- Após a confecção da moldeira individual o cirurgião dentista realiza os recortes

necessários na boca, onde se alivia principalmente freios e inserções musculares

2- Após recorte e ajuste da moldeira passa-se ao inicio da moldagem que se divide

em duas etapas.

2-a) Selado periférico: esse passo consta de aplicação de godiva nos bordos da

moldeira individual onde a impressão é feita com a movimentação muscular do

paciente ou feita pelo cirurgião dentista realizando isto por toda extenção da

moldeira.

Obs: Material de moldagem (godiva) entra na boca em uma temperatura

em torno de 60 e 70 graus em estado pastoso e sai da boca em estado sólido em

temperatura ambiente de trabalho.

Após o selado retira-se as áreas de alívio da arborescência palatina e de

outros se houver e passa-se a moldagem com pasta zinco-enólica.

2-b)Moldagem com pasta zinco-enólica: após a moldagem que é realizada com

movimentos musculares o C.D. aguarda a presa do material e saca-se da boca do

paciente e enviará ao T.P.D. para a confecção de encaixamento e obtenção do

modelo funcional.

ENCAIXAMENTO

É um procedimento laboratorial realizado pelo T.P.D. que visa a obtenção

do modelo funcional de maneira padronizada e bem confeccionada. Consta da

colocação de um anteparo que conterá o gesso em posição impedindo o

desperdício, que este gesso se extravasa por áreas que não devam ser cobertas por

ele.

Os materiais usados são; cera 7, cera utilidade, cartolina, fita adesiva,

lamparina à álcool, lecron, espátula 7.

Os passos laboratoriais são:Mauro L. Matheus

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1- Colocação de uma tira de cera (de 1 à 1,5 cm) da região posterior.

2- Colocação de cera (0,5 cm) ao redor da moldeira 2 a 3 mm abaixo do

bordo da moldeira.

3- União da cera posterior com a lateral.

4- Dicagem posterior que visa a compensação da contração da resina.

5- Colocação da cartolina ao redor da moldagem.

6- Adaptação da cartolina com a cera evitando fendas.

7- Vazagem do gesso pedra.

ENCAIXAMENTO NA MOLDAGEM INFERIOR

Além dos passos iguais ao superior, há a necessidade de colocação de

uma lamina de cera 7, pelo lingual para evitar que o gesso escorra por ali.

MODELO FUNCIONAL

Após a presa do gesso, deixa este mergulhado em um recipiente com

água, para que este hidrate. Após 30 min. de hidratação coloca-se este modelo em

banho-maria a mais ou menos 70 graus para que haja o aquecimento da godiva.

Amolecida esta unidade retira-se do recipiente e saca-se a moldeira e

assim obtemos o modelo funcional com seus bordos reentrâncias bem delimitada.

Realiza-se a limpeza final removendo restos de godiva e pasta zinco-

enólica, isto tudo após o resfriamento ao modelo onde após será realizado a

confecção da placa base para se fazer a base de prova.

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CONFECÇÃO DA BASE DE PROVA

Logo após o acabamento do modelo funcional passa-se a confecção da

placa base que é semelhante à confecção da moldeira individual. A única dificuldade

é que só são aliviadas as áreas retentivas do rebordo visando que o modelo de

trabalho não se quebre quando se sacar a placa base nestas áreas.

O material utilizado também é o mesmo da moldeira. Após o acabamento

da placa base realiza-se a confecção do rodete de cera.

CONFECÇÃO DO RODETE DE CERA

Material utilizado:

Lamina de cera 7 para rodete inferior

Lamina de cera 9 para rodete superior

Espátula Le cron .

Espátula 7

Lamparina à álcool.

PASSOS:

Com a régua mede-se em torno de 1,0 cm de cera riscando-a

longitudinalmente com o apoio da régua e com a Le cron delimita-se o corte, onde

será feito a dobra em estilo sanfona.

Após se dobrar toda a cera, aquece-se a extensão do rodete de cera. Em

seguida realiza-se a dobradura do rodete em forma de ferradura.

Pontos a serem marcados no modelo funcional para colocação do rodete

de cera na placa base:

Superior: papila incisiva e centro posterior do rebordo.

Inferior : centro posterior do rebordo e linha anterior ao rebordo no

porção anterior.

Após essas marcações e o rodete de cera dobrado, coloca-se o rodete

onde o seu centro posterior coincida com o centro posterior do rebordo marcado na

placa base e a uma distância de 0,5 a 0,8 mm; à frente da papila incisiva isto na

porção anterior.Mauro L. Matheus

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O rodete de cera na porção posterior fica à 0,8 a 1 cm da linha da placa.

Já no rodete inferior fica com seu centro coincidindo com o centro

posterior do rebordo e na porção anterior esse rodete passa ligeiramente à frente da

porção anterior do rebordo.

ALTURA

No inferior; na porção anterior a medida do rodete deve ser de 18 à 20

mm medidos da borda da placa(fundo de saco de vestíbulo) até a porção mais

incisal do rodete de cera na porção anterior e na porção posterior terminando em 0

na altura da papila piriforme.

No superior : A altura na porção anterior deve ser de 20 mm e na porção

posterior de 0,8 à 1,0 mm , altura essas que irão facilitar na montagem dos dentes já

dando uma altura anatômica quase correta.

Obs: A metragem de 20 mm no superior e a de 18 à 20 mm no inferior,

isto na porção anterior deve ser aferida da seguinte forma:- desde o bordo superior e

anterior da placa até a extremidade do rodete de cera. Já na porção posterior mede-

se somente o rodete de cera.

Desta fase em diante o dentista irá registrar a relação maxilo-mandibular

e deverá manter os modelos funcionais em articuladores semi-ajustáveis, conforme

a linha de ensino de sua faculdade e encaminhado ao T.P.D.

DENTES ARTIFICIAIS

1-) Classificação dos dentes artificiais:

Os dentes artificiais podem ser classificados segundo o material do que

são feitos e seguindo o desenho da face oclusal.

1.1 Quanto ao material:

Resina Acrílica (com retenção ou sem retenção)

Porcelana {faceta, com talão (estoque)}.

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Dentre os de porcelana temos os dentes em facetas que são usados para

pontes fixas e os dentes com talão.

1.2 Quanto ao desenho da face oclusal:

Anatômicos: são os que contem a face oclusal igual a um dente

natural.

Funcionais: são os sem cúspides.

Em 1930, Hall notou que as prótese totais com dentes funcionais eram

mais estáveis do que as com dentes anatômicos, mas nem sempre é assim. Esses

dentes sem cúspides, para serem colocados, dependem da inclinação do processo

condilar na ATM (Articulação Temporo-Mandibular) que só o dentista é capaz de

saber qual deles deverá ser colocado.

No mercado só se acha o anatômico.

2-) Características ideais dos dentes artificiais:

Os dentes artificiais devem preencher 2 condições mínimas: a estética e a

função.

Para poderem desempenhar esses fatores precisam satisfazerem uma

série de requisitos

a) As cúspides não devem ser muito altas para não prejudicar a

estabilidade da P.T. devido aos efeitos dos componentes horizontais

(forças).

b) As faces oclusais dos dentes devem estar desenhadas de tal modo que

permitam a trituração dos alimentos, mas não devem ser muito

extensos na superfície. Tamanhos : 30M , 32S , 32M , 32L , 34L....

c) Os dentes posteriores devem permitir facilidade para o movimento de

balanceio, assim como orientar as forças da mastigação que incidem

sobre a área de suporte principal do rebordo alveolar.

d) Os dentes artificiais devem satisfazer a estética.

3-) Vantagens e desvantagens de dentes de porcelana e resina acrílica:

As vantagens dos dentes de porcelana são:

a estabilidade de cor

Mauro L. Matheus

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resistência à brasão "eficiência mastigatória" quanto comparado aos

dentes de resina acrílica.

As desvantagens da porcelana são:

Nas próteses totais duplas devido a alta dureza do material, durante a

conversação e também no ato da mastigação, quando os dentes

entram em contato produzem ruídos característicos que logo chamam

a atenção de quem estiver próximo.

Em conseqüência da dureza e resistência à duração os dentes de

porcelana apresentem certas dificuldades na montagem quando

requerem desgaste.

Os dentes de porcelana são mais pesados do que os de resina, nos

casos de P.T. superior, as vezes esse peso pode interferir na retenção

diminuindo-a.

A porcelana é um material friável, trinca-se, fratura-se facilmente,

qualquer descuido com a prótese total, os dentes podem fraturar-se

(principalmente os anteriores).

Os dentes de resina acrílica, cada vez tem mais aceitação e possuem as

seguintes vantagens:

facilidade no tamanho de laboratório e clínico,

ausência de ruídos durante a conversação,

facilidade na caracterização,

união entre dentes e a base da prótese melhor.

As desvantagens são:

fácil abrasão

instabilidade de cor.

Mauro L. Matheus

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