PROTOCOLO DE BIOSEGURANÇA
-
Upload
sara-fernandes -
Category
Documents
-
view
292 -
download
3
Transcript of PROTOCOLO DE BIOSEGURANÇA
PROTOCOLO DE BIOSSEGURANÇA
CLÍNICA DAS TORRES
Dra. Sara Fernandes
1
O controlo da infecção é essencial para todos os que frequentam um ambiente clínico, sendo portanto, obrigação colectiva e indistinta a colaboração para que essa meta possa ser alcançada.
Desta forma existe obrigação moral, ética e legal de colaborar para que a segurança do ambiente clínico seja adequado às suas reais necessidades. Caracterizando-se pela ausência de exageros injustificáveis mas também evitando a displicência e a negligência.
Este documento elabora as soluções de biossegurança da CLÍNICA DAS TORRES.
A transmissão de agentes infecciosos de uma pessoa para outra requer uma fonte de infecção (pessoas ou ambiente); um veículo ou vector (sangue, saliva, água, restos, instrumentos, equipamentos, ar, etc.) e uma via de transmissão (inalação ou inoculação).
Desta forma a infecção cruzada pode ocorrer:
1. Dos pacientes para o profissional e equipe auxiliar. 2. Dos profissionais e equipe auxiliar para os pacientes. 3. De um paciente para outro paciente via pessoas ou equipamentos.4. Via contaminados, podendo atingir pacientes, profissional e/ou equipe auxiliar.
Doenças infecciosas de maior preocupação em Medicina Dentária:
a) De origem viral
1. Hepatite [A, B, não A e não B (inclui a hepatite C) e D]. 2. Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). 3. Infecções herpéticas [herpes simplex, tipos 1 e 2; varicela zoster (VZV); vírus
Epstein- Barr (EPV); citomegalovírus (CMV) e herpes vírus humano 6 (HHV-6). 4. Infecções comuns do tracto respiratório superior vírus da gripe, rinovírus e
adenovírus. 5. Infecções causadas pelo vírus coxsakie (patologias das mãos, pés e boca,
hepangina). 6. Verrugas infecciosas [papilomavírus humano (HPV)]. 7. Viroses T - linfotrópicas humano I (HTLV-1). 8. Rubéola.
b) De origem bacteriana
1. Infecções estafilocócicas (lesões supurativas, osteomielites, infecções urinárias). 2. Infecções estreptocócicas (escarlatina, febres reumáticas, endocardites,
nefrites). 3. Tuberculose. 4. Sífilis. 5. Legionelose. 6. Blenorragia de transporte oro faríngeo.
A lista de doenças infecto-contagiosas torna evidentes as inúmeras possibilidades de transmissão destes quadros patológicos de um indivíduo para outro.
As rotinas devem ser seguidas de forma rígida e normalizada permitindo a prevenção do contágio e da infecção cruzada.
2
ROTINAS E PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS NOS GABINETES DE MEDICINA DENTÁRIA PARA CONTROLO DA INFECÇÃO CRUZADA
ROTINAS E PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS NOS GABINETES DE MEDICINA DENTÁRIA PARA CONTROLO DA INFECÇÃO CRUZADA
3
ROTINA PARA O MÉDICO DENTISTA E ASSISTENTE
1. A equipa deve estar durante todos os procedimentos clínicos com
Equipamento de Protecção Individual (EPI): luvas, máscara, óculos e
touca.
2. Usar somente EPI em ambiente clínico.
Durante a limpeza geral da clínica usar sobre bata de protecção e sobre
luvas de borracha.
No acompanhamento do paciente entre a sala de espera e o gabinete e vice-
versa remover luvas.
3. Substituir o EPI caso apresente manchas de exsudados orgânicos, sangue ou
estiverem húmidos.
4. Proceder à desinfecção das mãos entre pacientes.
Remover anéis, pulseiras e relógios.
Lavar as mãos, com sabonete líquido anti-séptico e água abundante durante
30 segundos (usar o cotovelo para accionar a torneira), secar com toalhetes
de papel.
Passar com o toalhete desinfectante e não secar.
Calçar as luvas.
5. Pedir ao paciente que faça bochecho com anti-séptico antes do procedimento.
6. Aplicar polividona iodada na área a ser anestesiada, operada ou isolada.
7. Se necessitar manipular produtos, abrir gavetas, revelar radiografias, etc., usar
sempre luvas de plástico (sobre luvas).
8. Alguns materiais de vem sofrer desinfecção química por imersão em solução
de hipoclorito de sódio 500 ppm durante 10 minutos: Impressões, Próteses
(Fixas ou Removíveis), espátulas e graal.
Se durante os procedimentos acontecer algum acidente
com cortantes, este deve ser comunicado imediatamente
ao médico assistente.
ROTINAS E PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS NOS GABINETES DE MEDICINA DENTÁRIA PARA CONTROLO DA INFECÇÃO CRUZADA
4
PREPARAÇÃO DOS DESINFECTANTES
1. Limpeza e Desinfecção de Instrumentos Dentários. SV
2. Limpeza e Desinfecção de Brocas, instrumentos rotativos e endodônticos SV
3. Desinfecção de Superfícies . SV
4. Limpeza e Desinfecção do chão .
5. Limpeza da Cuspideira . HS
6. Purificador da Atmosfera em aerossol
7. Aerossol à base de álcool para desinfectar as mãos após colocar luvas . ÁLCOOL
8. Detergente desinfectante e desodorizante para sistema de aspiração . DET
As soluções que não forem usadas até ao fim do dia devem ser desprezadas.
Usar provetas, pipetas ou seringas descartáveis para as diluições serem correctas.
ROTINAS E PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS NOS GABINETES DE MEDICINA DENTÁRIA PARA CONTROLO DA INFECÇÃO CRUZADA
ROTINA ANTES DA PRIMEIRA CONSULTA
5
1. Desinfectar, lubrificar e colocar em posição a turbina, o contra-ângulo e o
destartarizador.
2. Colocar protectores de papel adesivo transparente (barreiras) nos
suportes de aspiração, orientadores da luz da equipe, braços do tabuleiro
principal e auxiliar, seringa de ar/água, turbina, destartarizador, contra-ângulo,
e braço do fotopolimerizador.
3. Ligar a equipe.
4. Ligar o sistema de aspiração.
5. Aspirar 0,25 l de uma solução de hipoclorito de sódio 500 ppm (através de
ambos os sistemas de aspiração: saliva e cirúrgico).
6. Colocar 0,25 l de uma solução de hipoclorito de sódio 500 ppm na cuspideira e
fazer correr água potável. Colocar umas gotas de detergente enzimático
perfumado na cuspideira e fazer correr água potável.
7. Ligar o compressor.
8. Accionar durante 30 segundos a turbina, o contra-ângulo, a seringa de ar/água
e o destartarizador. (Se a pressão de ar/água estiver alterada deve ser regulada
e se necessário desentupir as saídas ou informar o técnico.)
9. Colocar solução desinfectante na caixa para o instrumental contaminado e na
caixa para instrumentos rotativos, brocas e instrumentos endodônticos
contaminados. (Produto concentrado para diluir a 2%: carregar uma vez no
doseador (20 ml) por cada litro de água.)
10.Colocar os descartáveis em posição (tabuleiro, aspirador, babete, guardanapo e
copo) antes do atendimento.
11.Colocar 15 ml de anti-séptico no copo de plástico para anti-sepsia intra-oral
pré-cirurgica.
12.Seleccionar o material estéril a ser utilizado.
6
7
ROTINAS E PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS NOS GABINETES DE MEDICINA DENTÁRIA PARA CONTROLO DA INFECÇÃO CRUZADA
ROTINA ENTRE PACIENTES
1. Encaminhar todo material contaminado para o Centro de Recirculação de
Instrumentos. (Colocar o instrumental totalmente submerso na solução
desinfectante e fechar a tampa da caixa.)
2. Desprezar os descartáveis. (Material contaminado com sangue deve ser
colocado no caixote azul, cortantes na caixa para perfurantes e remanescente
em caixote de lixo accionado com pedal.)
3. Descartar as luvas (usadas nos procedimentos anteriores) no lixo de
contaminados.
4. Accionar ambos os sistemas de aspiração durante 15 segundos.
5. Desinfectar a equipe com especial cuidado no encosto de cabeça, braço da
cadeira, vidro da luz e cuspideira, nos botões manuais accionados (controlos de
cadeira, aspiração e cuspideira), na cabeça da turbina e do contra-ângulo, nas
pontas da seringa de ar/água e do destartarizador. (Usando spray aerossol
desinfectante e toalhetes impregnados.)
6. Desinfectar os instrumentos de ortodontia não esterilizáveis
7. Realizar a desinfecção ou substituição das barreiras.
8. Substituir máscaras, batas e toucas se estiverem sujos ou húmidos.
9. Limpar e desinfectar os óculos de protecção com spray de álcool.
10.Se o chão estiver sujo deve ser limpo com desinfectante apropriado.
11.Colocar os descartáveis e o anti-séptico intra-oral em posição para o próximo
paciente.
8
ROTINAS E PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS NOS GABINETES DE MEDICINA DENTÁRIA PARA CONTROLO DA INFECÇÃO CRUZADA
ROTINA APÓS O FINAL DAS CONSULTAS
1. Accionar ambos os sistemas de aspiração durante 30 segundos.
(O filtro externo do sistema de aspiração deve ser retirado, limpo e desinfectado
de 30 em 30 dias, sendo registado o procedimento com data exacta na caixa.)
2. Proceder à desinfecção da linha da bomba ciclone (central de aspiração),
fazendo aspiração intermitente de desinfectante de aspiração (hipoclorito de
sódio 500 ppm) durante 60 segundos.
(O filtro da bomba ciclone deve ser retirado, limpo e desinfectado de 30 em 30
dias, sendo registado o procedimento com data exacta na caixa.)
3. Retirar o ralo da cuspideira, lavá-lo e desinfecta-lo.
4. Retirar as barreiras (PVC) e descartá-las no lixo contaminado.
5. Retirar e colocar na caixa de instrumentos rotativos contaminados a turbina, o
contra-ângulo e o destartarizador. (Cuidadosamente submersos durante alguns
minutos e depois guardados em toalhetes secos.)
6. Atomizar as superfícies com spray desinfectante, limpar com toalhas de papel,
voltar a atomizar e espalhar o produto.
(APLIQUE LIMPE APLIQUE ESPALHE)
7. Limpar e Desinfectar todo o equipamento, bancadas e unidades auxiliares. Se
houver manchas no estofo aplicar um saponário para limpeza e depois o
desinfectante.
8. Desligar a equipe, a bomba de aspiração, o RX e o fotopolimerizador.
9. Desligar o compressor.
10.Retirar o lixo dos caixotes (accionar com o pedal a abertura da tampa) e
encerrar em saco preto.
11.Lavar muito bem o chão. (Usar preferencialmente carrinho com dois baldes, um
para embeber o esfregão na solução e outro para a torção e eliminação da
solução.)
9
ROTINAS E PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS NOS GABINETES DE MEDICINA DENTÁRIA PARA CONTROLO DA INFECÇÃO CRUZADA
ÁREA DE ESTERILIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
1. Abrir as caixas de material contaminado, remover a solução desinfectante
na cuba do gabinete e encerrar as caixas.
2. Transportar as caixas do Centro de Recirculação de Instrumentos (no
gabinete) para o Centro de Esterilização.
3. Colocar os instrumentos na Máquina de Lavar com Detergente durante o
programa básico.
4. Verificar se os instrumentos estão perfeitamente limpos e secos.
5. Embalar os instrumentos em grupos específicos, usando rolo de
esterilização selado.
6. Esterilizar no autoclave.
Manter o nível correcto de água destilada.
Distribuir os pacotes de forma a permitir a passagem do vapor.
Colocar a face de papel (dos pacotes) voltada para o as paredes do
autoclave.
Accionar o exaustor quando da abertura.
Limpar cuidadosamente após o uso.
7. Armazenar as colecções em armários próprios ou caixas fechadas.
8. A técnica descrita não pode ser usada com instrumental sensível,
nomeadamente: turbina, contra-ângulo, destartarizador, peça de mão, cortantes
(tesoura, alicates ortodônticos).
10