CONTROLE DE INFECÇÃO NO LABORATÓRIO DE PRÓTESE · Em decorrência dos fatos ocorridos em...

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1 LIVEA FERNANDA DE OLIVEIRA CONTROLE DE INFECÇÃO NO LABORATÓRIO DE PRÓTESE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2010

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LIVEA FERNANDA DE OLIVEIRA

CONTROLE DE INFECÇÃO NO LABORATÓRIO DE PRÓTESE

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2010

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LIVEA FERNANDA DE OLIVEIRA

CONTROLE DE INFECÇÃO NO LABORATÓRIO DE PRÓTESE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do certificado de Técnico em Prótese Dentária da Escola Técnica Estadual Philadelpho Gouvêa Netto.

Orientador: Prof. Gustavo Cosenza B. Nogueira

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2010

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Dedico este trabalho ao meu noivo Pedro,

pelo apoio e compreensão em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo o dom da capacidade e paciência que tem me

concedido, aos meus familiares que me apoiaram, aos meus amigos que estiveram

ao meu lado em todos os momentos e finalmente aos professores que são o

principal motivo do sucesso desse trabalho.

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“O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a

qualquer outra vantagem”

(Arthur Schopenhauer)

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RESUMO

Em decorrência dos fatos ocorridos em diversos laboratórios de prótese dentaria,

onde os procedimentos de biosegurança não são executados adequadamente, foi

desenvolvido um trabalho informativo sobre métodos utilizados nos laboratórios de

prótese dentaria para prevenir a transmissão de microorganismos durante a

confecção das próteses.

Sendo assim, alertando-os para o uso obrigatório de EPIS para evitar possíveis

contaminações.

Palavras-chave: laboratório de prótese dentária, microorganismos, EPIS,

biosegurança e contaminação.

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ABSTRACT

As a result of events in various dental laboratories, where the biosafety procedures

are not performed properly, Was develop a work information about methods used in

dental laboratories to prevent transmission of microorganisms during the

manufacture of prostheses.

Thus, alerting them to the mandatory use of EPIS to prevent possible contamination.

Keywords: biosafety, dental laboratory, microorganisms, EPIS and contamination.

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LISTA DE FIGURAS

Fig.1: Diversos tipos de Microorganismos

Disponível em: http://www.fundacaoitaipu.com.br/box_bacterias.html

Acesso em 16 mar. 2010.

Fig.2: Louis Pasteur

Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/louis-pasteur/

Acesso em 26 mai. 2010.

Fig.3: Charge ilustrando o contato de microorganismo com o ser humano.

Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/bacteriaeboca.jpg

Acesso em 16 mar jan. 2010.

Fig.4: Peça fundida com berílio.

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 16 mar. 2010.

Fig.5 : Equipamentos de proteção individual (EPI)

Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/bis/imagem/img-epi/

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.6: Processo de desinfecção do um molde em alginato.

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.7: Molde de silicona imerso em glutaraldeido a 2%

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Fig.8: Exemplo de protetor auricular.

Disponível em: www.protesil.com.br/loja/listaprod.asp?lista

. Acesso em 17 mar. 2010.

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Fig.9: Exemplo de uma bancada de recepção de trabalhos para desinfecção

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.10: Bancada de trabalho adequada quanto ao tipo de iluminação e ventilação.

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.11: Método de vacinação

Disponível em: http://www.senado.gov.br.../jornal77/saude_vacina.aspx

acesso em 17 mar. 2010.

Fig.12: Molde de algino passando pela água corrente.

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.13: Borrifamento no molde em aginato

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.14: Exemplo de cuba umidificadora

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.15:: Imersão em solução de sulfato de potássio.

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.16:: Imersão em água gessada.

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.17: Estufa

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Disponível em: http://www. images.quebarato.com.br/

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.18: Autoclave

Disponível em: http://www.cimed.com.br/autoclave.htm

Acesso em 17 mar. 2010.

Fig.19: Produtos químicos para desinfecção/ esterilização

Disponível em: http://www.proteseodontologica.odo.br

Acesso em 16 mar. 2010.

Fig.20: Método simples de lavagem de Anti-sepsia das mãos

Disponível em: http: www.angelfire.com/nm/cirurgia/biosseg/biosseg.html

Acesso em 16 mar. 2010.

Fig.21: Seqüência da Anti-sepsia das mãos utilizando escova descartável embebida

com sabão Anti-séptico.

Disponível em: http:// www.angelfire.com/nm/cirurgia/biosseg/biosseg.

Acesso em 16 mar. 2010.

Fig.22: Exemplo de suporte para armazenamento seguro dos instrumentais

esterilizados.

Disponível em: http://www.odontologia.com.br/artigos.asp?id=375

Acesso em 18 mar. 2010.

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LISTA DE ABREVIATURAS:

TDP: Técnico em Prótese Dentaria

CD: Cirurgião Dentista

EPIs: Equipamentos de Proteção Individuais

EUA: Estados Unidos da America

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

MS: Ministério da Saúde

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INDICE:

Resumo........................................................................................................06

Abstract ........................................................................................................07

Lista de Figuras............................................................................................08

Lista de Abreviaturas....................................................................................11

Introdução ....................................................................................................13

Microorganismos .........................................................................................14

O que é infecção? ........................................................................................15

Medidas Praticas para o dia-a-dia do Técnico em Prótese Dentária............16

Instalações Físicas de um Laboratório de Prótese Dentaria ........................20

Sistema B.E.D.A.C .......................................................................................22

Barreira ........................................................................................................22

Esterilização/Desinfecção ............................................................................24

Assepsia.......................................................................................................31

Conservação ................................................................................................34

Conclusão ....................................................................................................35

Referencias Bibliográficas............................................................................36

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INTRODUÇÃO

O ato de prevenir o nível de infecção nos laboratórios de prótese dentária

tem sido um grande desafio, pois no exercício desta profissão onde o uso de EPis

(equipamentos de proteção individual) e as técnicas de bloqueios biológicos são

obrigatórios, essas questões nem sempre são respeitadas, tornando fácil o risco de

transmissão de microrganismos durante a confecção das próteses.

A contaminação pode ser direta ou cruzada, mais ambas podem ser

evitadas se os procedimentos de biossegurança forem adotados corretamente.

Os EPIs devem ser usados, o ambiente de trabalho deve ser dividido em

áreas devido suas finalidades e os instrumentais devem ser esterilizados.

A desinfecção dos trabalhos protéticos é uma etapa importante para

prevenir a contaminação cruzada entre pacientes, cirurgião dentistas (CD) e técnicos

de prótese dentaria (TPD). Uma vez que os microorganismos têm o poder de passar

dos moldes para os modelos de gesso torna-se assim um potencial perigoso de

infecção para o laboratório.

Embora grande parte dos TPD tenha consciência do risco de transmissão

de infecções virais e bacterianas, existe uma grande necessidade de maior

motivação e instrução aos técnicos para a prevenção de devidas contaminações.

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1. MICROORGANISMOS

Os microorganismos (Fig.1) são formas de vida que não podem ser

visualizadas sem auxílio de um microscópio. Estes seres vivos podem ser

encontrados por toda à parte como no ar, no solo, e, inclusive, no homem.

Estes microorganismos vivem de formas variadas, eles podem ser muito

diferentes em tamanho e modo de vida. Sendo assim, todos têm algo em comum

que é uma estrutura bastante simples e também a impossibilidade de serem vistos

sem o uso de um microscópio.

O conhecimento deste tipo de vida se deu devido às descobertas

ocorridas ao longo de muitos anos. A maior destas descobertas ocorreu em 1878,

quando Louis Pasteur (Fig.2) apresentou a "Teoria dos Germes", a partir daí, deu-se

início a chamada Era Bacteriológica.

Essas pesquisas foram acompanhadas por um grande número de

cientistas e médicos. Alguns deles, impressionados pelas descobertas, promoveram

mudanças importantes em seus métodos de trabalho.

Fig.1: (diversos tipos de microorganismos).

Fig.2: Louis Pasteur em seu Laboratório

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2. O QUE É INFECÇÃO?

Infecção é uma doença que envolve microrganismos patogênicos

(bactérias, fungos, vírus). Acontece geralmente quando ocorre o contato (Fig.3) do

agente infeccioso (microrganismos) com hospedeiro (ser humano). Tornando-se

assim um fácil risco de contaminação.

Fig.3: Charge mostrando o contato de microorganismo com o ser humano.

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3. MEDIDAS PRÁTICAS PARA O DIA A DIA DO TÉCNICO EM PRÓTESE

DENTÁRIA

Na intenção de alertar os TPDs sobre os riscos de transmissão das

doenças infecto-contagiosas diante de trabalhos recebidos dos CDs, foram adotadas

medidas práticas para o dia-a-dia dos TPD.

Segundo a Administração de Saúde e Segurança Ocupacional dos EUA,

protetores oculares devem ser usados em funcionários que tenham contato direto ou

indireto com partículas dispersas no ar como, por exemplo: metais, líquidos químicos

e ácidos (berílio, sílica, etc)(Fig.4). Sendo assim indispensável ao TPD o qual é

considerado um profissional que está constantemente exposto a estes agressores.

Fig.4: Peça Fundida com berílio. Nunca manuseie metal, principalmente aqueles que

contenha berílio sem luvas de proteção. A saúde da sua pela depende disto.

Os TPD devem ter conhecimento real dos riscos, e colaborar com certas

precauções como: usar luvas de látex ao entrar em contato com molde, modelo ou

qualquer trabalho que venha do consultório odontológico, lembrando que é

necessário que todos os trabalhos recém-enviados ao laboratório passem por um

único local (centro de recepção) onde um profissional treinado irá começar o

processo de descontaminação (Fig. 6 e 7) acordo com cada tipo de material.

Máscaras protetoras, gorros, protetores oculares e jaleco devem ser usados para

qualquer procedimento dentro do laboratório (Fig.5), e ainda uma atenção maior

para os trabalhos que já foram provados na boca do paciente por seu excesso de

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microorganismos encontrados, uma vez que o mesmo apresenta uma grande

capacidade de sobrevivência mesmo sem contato com fluidos corporais.

Fig.5: Equipamentos de proteção individual. (mascara, gorro, óculos, luvas e jaleco).

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Fig.6: Processo de desinfecção do molde em alginato.

Fig.7: Molde de silicona imerso em glutaraldeído a 2%.

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Sempre manter o local de trabalho desinfetado por meio químico, sendo

assim é necessário lembrar que substâncias derivadas do álcool não são

aconselháveis, pois apresentam extrema volatilidade. Uma vez que as doenças

dermatológicas, respiratórias, pulmonares podem comprometer o TPD, assim como

os ruídos de alguns equipamentos (jato de área, jato de ar comprimido, e recortador

de gesso) podem causar danos auditivos devido à exposição diária e constante no

ambiente de trabalho, então é aconselhável o uso de protetores auriculares (fig. 8)

juntamente com o uso dos EPIs.

Uma observação muito importante e atualizada é que o número de

mulheres técnicas em prótese dentária está em constante crescimento, e

conseqüentemente, o uso de gorros é indispensável para evitar que as possíveis

contaminações sejam levadas aos seus lares.

Fig.8: Exemplo de Protetor Auricular

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4. INSTALAÇÕES FÍSICAS DE UM LABORATÓRIO DE PRÓTESE DENTÁRIA

1. Todos os laboratórios devem possuir uma área de recepção, onde será realizadas

a desinfecção das moldagens, modelos e peças protéticas antes de chegarem à

área central.

1.1. A área de recepção deve possuir pia e bancada, vaporizador, recipientes

fechados e resistentes aos agentes de desinfecção; (Fig. 9)

2. Equipamentos de funcionamento com gases combustíveis devem ser afastados

de fontes de calor e as tubulações devem seguir a legislação específica,

padronizada pela ABNT;

3. Os laboratórios que realizam fundições deverão possuir sistema de exaustão de

gases localizados na fonte geradora;

4.Os equipamentos de proteção individual consistem em:

-Luvas com proteção antitérmica no ambiente da fundição;

-Óculos protetores;

-Máscara com filtro para vapores e poeiras;

-Jaleco.

5. Todo o laboratório deve dispor de lavatório com água corrente e bancada de

material liso e resistente.

6. Piso e paredes de material liso e resistente, que possibilite os procedimentos de

desinfecção e limpeza adequados,

7. Iluminação artificial ou natural que permita boa visualidade;

8. Ventilação natural ou artificial sem nenhuma possibilidade de acumular fungos e

odores, sendo que a eliminação dos mesmos deve ser feita sem causar danos ou

prejuízo. Deverão ter ao menos uma janela, para troca de ar segundo legislação

específica ABNT e MS.(Fig. 10)

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9. Todo equipamento deverá estar em perfeito estado de funcionamento e

conservação e proporcionar condições ergonômicas corretas para o TPD.

Fig.9: Exemplo de uma bancada de recepção de trabalhos para desinfecção.

Fig.10: Bancada de trabalho adequada quanto ao tipo de iluminação e ventilação

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5. SISTEMA B.E.D.A.C

O objetivo dos procedimentos de controle de infecção é o de eliminar a

transferência de microrganismos. E sucessivamente uma possível contaminação.

Isto é obtido através de diversas maneiras práticas, são elas:

• Barreira

• Esterilização

• Desinfecção

• Assepsia

• Conservação

Formando assim, o Sistema B.E.D.A.C que é o conjunto de controle e

combate aos microorganismos patogênicos dentro de um determinado laboratório.

5.1 BARREIRA

O processo de Barreira é uma maneira eficiente de evitar possível

contaminação, onde existem 3 fatores contribuintes:

1. O agente

• Qualquer microorganismo capaz de causar uma infecção, o qual são

chamados de patogênicos.

2. O hospedeiro

• È o indivíduo que está altamente disposto à contaminação e que não

apresenta resistência ao patogênico.

3. O meio de transmissão

• Direta: ocorre pelo contato direto entre o portador e o

hospedeiro.(Herpes Vírus, Papiloma, Vírus, Hepatite, HIV).

• Indireta: quando o hospedeiro entra em contato com substâncias

contaminadas pelo portador da doença.(Hepatite, HIV).

• À distância: é quando o contato com os microorganismos

patogênicos ocorre pelo ar.(Tuberculose, Gripe, Rubéola, Hepatite

B)

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Quando algum desses fatores não existe, automaticamente; essa cadeia é

interrompida, sendo assim não havendo possibilidade de uma possível infecção.

Para isto são necessários alguns meios de barrar o mesmo. São elas:

1. O uso de EPIs para todos os tipos de procedimentos;

• O uso de Equipamentos de Proteção Individual resulta em impedir

que os microorganismos contaminem o técnico.(luvas, óculos de

proteção, máscara, jaleco, gorro)

2. Manter todo o local de trabalho desinfectado.

• É de extrema importância que o local de trabalho esteja limpo e

desinfetado com substâncias químicas.

3. Realizar todos os métodos de esterilização e desinfecção, dos materiais,

moldes e modelos.

4. Vacinação.

• Umas das mais importantes fontes de proteção. A vacina da

Hepatite B é obrigatória para todos os profissionais da área da

saúde. (Fig. 11)

Fig.11: Método de vacinação.

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5.2 ESTERILIZAÇÃO / DESINFECÇÃO

Desinfecção: É um processo de tentativa de eliminação dos

microorganismos. A desinfecção pode ocorrer com a aplicação de meios físicos ou

químicos, que esta relacionada com o tipo de material a ser desinfectado.

A desinfecção não substitui a esterilização, porém existem materiais que

não podem ser esterilizados, devendo, portanto receber o processo de desinfecção.

Exemplo de desinfecção em molde de alginato:

Após o contato com o paciente o molde é lavado em água corrente (fig.

12). Para os hidrocolóides irreversíveis a técnica mais recomendada para

desinfecção é a pratica de borrifar solução de hipoclorito de sódio 0,5% ou

glutaraldeído 2% (fig. 13), e na seqüência deixando-o na cuba umidificadora (uma

caixa plástica de tamanho médio com tampa e esponjas de uso doméstico) por 10

minutos (fig. 14).

Fig:12 Molde de algino passando pela água corrente.

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Fig. 13: Borrifamento no molde em aginato

Fig. 14: Exemplo

de cuba umidificadora

O vazamento do molde com gesso deve ser feito o mais rápido possível,

mais ou menos até os 10 minutos utilizados para desinfecção, porque além do

material sofrer alterações dimensionais devido a embebição e evaporação, ele

também pode ficar sujeito a novos contatos com microorganismos suspensos no ar.

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Levando em consideração que os hidrocolóides irreversíveis também sofre

um fenômeno chamado sinérese, ou seja, o processo o qual interfere com a

velocidade de presa do gesso, prejudicando assim o trabalho, existe uma

possibilidade bem eficiente de desinfecção do molde que automaticamente interage

com o bloqueio da sinérese que seria respectivamente a imersão por 3 minutos em

sulfato de potássio 2% (Fig. 15) e posteriormente em água gessada (Fig. 16).

Fig. 15: Imersão em solução de sulfato de potássio.

Fig. 16: Imersão em água gessada

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Esterilização:

É o processo de destruição de todas as formas de vida, seja ela,

macroscópica ou microscópica de um material.

Os procedimentos de esterilização devem ser baseados no instrumento a

ser desinfectado. Eles se dividem em:

• Materiais críticos:

-São aqueles que entram em contato direto com fluidos corporais.

-Devem ser esterilizados.

• Materiais semicríticos:

-Entram em contato somente com a mucosa íntegra. Sem riscos de

ferimentos ao técnico.

-Devem ser esterilizados, se não forem danificados pelo calor.

• Materiais não críticos:

-Não entram em contato direto com o agente infeccioso.

-A esterilização pode ser de nível baixo ou intermediário, neste caso a

escolha dependerá do risco de contaminação. São eles a placa de vidro,

potes Dappen, alicates ortodônticos, espátulas, lamparinas.

Alguns métodos de Esterilização:

Métodos Físicos:

• Estufa (Calor seco e prolongado): A estufa é utilizada para materiais que não

devem ser molhados, tais como os instrumentos metálicos (Fig. 17)

O aparelho não deve ser sobrecarregado com material para que o calor circule

adequadamente.

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Fig.17: Estufa

• Autoclave (Calor úmido – Vapor de água sobre pressão): A esterilização por

autoclave é a opção preferencial em relação aos meios químicos e ao calor seco.

(Fig. 18)

Principais vantagens: -esterilização mais eficiente e confiável

-processo simples

-custo relativamente baixo.

Uma desvantagem é a oxidação de instrumentos metálicos, prejudicando o corte e

promovendo a ferrugem dos instrumentos.

Fig.18: Autoclave

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Método químico de Esterilização:

Os materiais que não podem ser esterilizados pelo calor e que não são

descartáveis devem ser usados o glutaraldeído a 2% ou a 3,2%, ou seja, a melhor

alternativa como esterilizante, deixando o instrumento permanecer em contato com o

produto por 10 horas ou durante 30 minutos quando o objetivo for à desinfecção.

Antes do uso, o instrumento deve ser lavado para remoção do

desinfetante, em água destilada ou álcool.

Alguns tipos de desinfetantes:

• Fenóis sintéticos: indicados para desinfecção de materiais não-críticos

(pisos, paredes) pelo tempo de 30 minutos.(Fig. 19)

• Hipoclorito de sódio: indicado para desinfecção em solução aquosa a 2%

para artigos semicríticos pelo tempo de 60 minutos (eficiente contra o vírus

da AIDS e hepatite).(Fig. 19)

• Glutaradeído: - Desinfecção: tempo de 30 minutos.

- Esterilização: tempo de 10 horas.(Fig. 19)

Fig.19: Produtos químicos para desinfecção/esterilização.

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No quadro abaixo

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Scaranelo e colab (2001)

Imersão (*) ou

SprayG/H

Gesso sintético

Souza e colab. (2001)

Imersão ou spray H

Imersão ou spray H

Imersão

Imersão

Imersão (de 1 à 10 h)

Imersão (de 1 à 10 h)

Imersão (de 1 à 10 h)

Imersão G/H (+) (l hora)

Gesso :H, 10min.

Ferrucio e colab. (2001)

Imersão G

Imersão

Imersão

Imersão

Imersão

Goiato e colab. (2001)

Imersão 15 min

Não pode imersão

Montenegro; Maneta (1999)

Spray H (#)

Spray H

Imersão

Imersão

Imersão

Imersão

Spray H

Imersão

Gesso: spray G Cera-

imersão H

Nascimento e colab (1999)

Spray H

Spray H

Imersão

Imersão

Imersão

Imersão

Spray H

Imersão

Montenegro e colab (1997)

Mergul. H+ +10´ pote

Mergul.H + 10 ‘pote

Imersão H.

Imersão

Imersão G/H

Imersão G/H

Mergul. H +10´ pote

Imersão G/H

Gesso spray H

Owen e colab (1993)

Spray (&)

Spray (&)

G sim, H não

Imersão (10’-10hrs)

Imersão (10’-10hrs)

Imersão

Materiais

Autores

Hidrocolóide irreversível

Hidrocolóide reversível

Godiva

Pasta ZnEg

Silicona condensaçã

o

Silicona adição

Poliéter

Marcap- tanas

Obs.

(&) S

pray =

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ray d

e hipoclo

rito de só

dio 0, 5 %

e pote fe

chado por 1

0 m

in.

(*) Imers

ão = glutaraldeído à 2% por 1

0 m

inutos (1

0’) e

m pote fe

chado

(+) G

/H = Glutaraldeído ou Hipoclo

rito de Sódio

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Próteses Totais: spray hipoclorito de sódio 0,5%, pote por 10 minutos.

Próteses Removíveis: spray hipoclorito sódio 0,5%, pote por 10 minutos.

Próteses Fixas: imersão glutaraldeído a 2% por 10 minutos.

Próteses Implantosuportadas metálicas /resinosas: spray hipoclorito 0,5%,

pote por 10mim.

Bancadas (de fórmica lisa): spray glutaraldeído a 2%(sempre).

Polimento das próteses: Estudos mostraram que durante o polimento o

aerossol lançado durante este procedimento pode ser inalado pelo técnico, podendo

assim causar algum tipo de infecção. Para evitar este risco deve-se trocar a mistura

de pedra-pomes com água a cada uso, não se esquecendo da proteção do torno e

da utilização de EPIs.

5.3 ASSEPSIA

O termo assepsia é usado para representar a prevenção do contato com

microorganismos patogênicos, bem como o conjunto de meios usados para impedir

a penetração dos mesmos, isso inclui os métodos de desinfecção e esterilização.

Cadeia Asséptica: Todas as formas de proteção como esterilização de

material, as técnicas de barreira como a colocação de luvas e máscaras, etc, fazem

parte da cadeia asséptica mantida para o controle das infecções.

Anti-sepsia: É a utilização de agentes químicos para a destruição de todos

os tipos de microrganismos.

Assepsia Pessoal:

As mãos representam a maior fonte de transmissão de microorganismos,

sendo assim devem ser lavadas. Existem duas maneiras de praticar esse método a

primeira seria com o auxílio de um anti-séptico que é a maneira mais recomendada

e eficiente (Fig.20), e a segunda é um simples método (Fig.21) realizado com o uso

de sabonetes líquidos e água corrente que já é capaz de reduzir 80% das infecções.

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Fig.20: Método simples de Anti-sepsia das mãos.

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Fig.21: Seqüência da anti-sepsia das mãos, utilizando escova descartável

embebida com sabão anti-séptico.

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5.4 CONSERVAÇÃO

Todos os instrumentais que passam pelo processo de desinfecção ou

esterilização devem ser conservados, uma vez que esses instrumentais sofrem o

processo de desinfecção ou esterilização e não serão utilizados seqüencialmente, e

ficarem dispostos ao ar onde o nível de contaminação é intenso de nada vale todos

esses métodos.

Porém é necessário seguir algumas orientações:

• Lavagem eficaz, desinfecção e esterilização;

• Secagem total;

• Armazenamento seguro (Fig. 22)

Fig.22: Exemplo de suporte para armazenamento seguro

de instrumentais esterilizados.

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6. CONCLUSÃO

Devido a finalidade deste trabalho os resultados obtidos nos mostraram

que os TDP ainda não têm conhecimento suficiente sobre infecção cruzada e,

sabem que são poucos os CD que realizam a desinfecção de moldes e modelos e,

mesmo assim, não se preocupam em se proteger e realizar a desinfecção.

Verificou-se também que os CD têm conhecimento sobre infecção

cruzada, mas realizam a desinfecção dos trabalhos protéticos, moldes e modelos de

forma incorreta e, muitas vezes, simplesmente não a realizam.

É preocupante essa negligência por ambos os profissionais. É necessária

uma maior fiscalização quanto a isso e também uma maior divulgação de trabalhos,

em jornais e revistas sobre o assunto para que incentivem.

Diante do apresentado anteriormente, podemos concluir que é de extrema

importância a desinfecção de moldes, modelos e trabalhos provados na boca para o

controle da infecção cruzada e mais proteção ao profissional, em seu ambiente de

trabalho. Com a utilização destas medidas de controle, seguindo as orientações dos

fabricantes, não causaremos alterações nos trabalhos. Estas medidas preventivas

não causam elevações no custo do trabalho, sendo uma realidade para todos os

profissionais.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Controle de Infecção no Laboratório de Prótese Dentária.

Disponível em: http://evolutti.blogspot.com/2010/03/controle-de-infeccao-no-

laboratorio-de.html

2. Instalação física de um Laboratório de Prótese Dentaria. Disponível em:

http://www.saude.rs.gov.br/dados/1203618343665Norma%20T%E9cnica%2

0de%20Biosseguran%E7a.pdf

3. O que é infecção? Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%A3o

4. PASTEUR, LOUIS. Teoria dos Germes, 1871. Disponível em:

http://www.todabiologia.com/microbiologia//microorganismos.htm

5. SOUZA, A.C.S.; BENTO, D.A.; PIMENTA, F.C. Rotina de procedimentos de

descontaminação das clínicas das ABO de Goias, 2ª ed., 1998.

Disponível em: http://www.angelfire.com/nm/cirurgia/biosseg/biosseg.html