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“PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE TESTES DE DESEMPENHO E DOSIMETRIA PARA TOMOSSÍNTESE DIGITAL DE MAMA” Bruno Beraldo Oliveira Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais 2014

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“PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE TESTES DE DESEMPENHO E DOSIMETRIA PARA TOMOSSÍNTESE

DIGITAL DE MAMA”

Bruno Beraldo Oliveira

Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Ciência e

Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais

2014

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Comissão Nacional de Energia Nuclear

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das

Radiações, Minerais e Materiais

PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE TESTES DE

DESEMPENHO E DOSIMETRIA PARA

TOMOSSÍNTESE DIGITAL DE MAMA

Bruno Beraldo Oliveira

Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciência e

Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais, como requisito

parcial à obtenção do Grau de Doutor

Área de concentração: Ciência e Tecnologia das Radiações

Orientadora: Dra. Maria do Socorro Nogueira Tavares

Belo Horizonte

2014

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III

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IV

Dedico este trabalho aos meus pais

pelos ensinamentos e por me dar

apoio nas importantes decisões.

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V

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela proteção, por proporcionar todos os momentos especiais

que passei em minha vida e por me guiar nas minhas decisões.

À minha família, principalmente aos meus pais, José Roberto de Oliveira e Maisa

Silveira Beraldo, pelo apoio nas horas difíceis, pela educação fornecida e por todo o amor e

atenção que me deram durante todos os anos.

Às pessoas especiais, Bruna, Jhonny, Lucas, Marcio e Schubert, pelo carinho, atenção,

compreensão e por estarem ao meu lado em todos os momentos.

Aos meus amigos em geral, especialmente a todos pertencentes ao Laboratório de

Radioproteção Aplicada a Mamografia (LARAM), pelas conversas e ajudas que me auxiliam a

enfrentar e superar as dificuldades, além de suportar a distância da minha família.

À prof. Dra. Maria do Socorro Nogueira, pela orientação, pela aprendizagem, e

principalmente pelas oportunidades fornecidas ao longo do doutorado, sempre objetivando um

crescimento pessoal e profissional.

Às pessoas do Laboratório de Calibração e Dosimetria (LCD) pela paciência e por

serem sempre prestativos no decorrer do trabalho.

Ao Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), pela oportunidade e

por oferecer uma excelente infraestrutura e diversos materiais para o desenvolvimento do

projeto.

Aos funcionários da secretaria da pós-graduação, em especial, Roseli, Helena e

Adriano, pela compreensão e pelo auxílio em diversos momentos.

À Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) pelo financiamento do doutorado.

À Dra. Maria Helena Araújo Teixeira pela ajuda, pelo incentivo e por disponibilizar o

equipamento necessário para a realização deste trabalho.

Ao Hospital de Câncer de Barretos - Fundação Pio XII pela oportunidade de

crescimento profissional, pela ajuda e pela possibilidade de terminar o doutorado à distância.

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VI

PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE TESTES DE DESEMPENHO E DOSIMETRIA

PARA TOMOSSÍNTESE DIGITAL DE MAMA

Bruno Beraldo Oliveira

RESUMO

O sistema de tomossíntese digital de mama (Digital Breast Tomosynthesis, DBT) é

uma modalidade de imagem emergente que fornece informações estruturais quase

tridimensionais (3D) da mama. Este sistema possui um grande potencial para substituir ou

complementar a mamografia padrão no diagnóstico do câncer de mama. A melhoria na

diferenciação de tecidos normais e massas suspeitas é uma das principais vantagens do

sistema DBT, que proporciona uma redução das sobreposições dos tecidos, principal problema

da mamografia.

No Brasil, os testes de desempenho e a dosimetria para mamógrafos convencionais são

estabelecidos pela Portaria nº 453/98 do Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária. Porém, não há nenhum protocolo nacional que estabeleça os testes para o

controle de qualidade de equipamentos digitais.

A proposta deste trabalho foi investigar os resultados dos testes de desempenho e da

dosimetria de um mamógrafo que utiliza o sistema DBT a fim de elaborar um documento que

contenha testes de qualidade e o procedimento adequado de dosimetria para avaliar

fisicamente estes equipamentos.

Para determinar o adequado desempenho do mamógrafo, foi avaliada a estrutura do

equipamento através dos testes de força e alinhamento da bandeja de compressão. Para avaliar

o detector, foram realizados testes de linearidade e uniformidade da sua resposta. A fim de

verificar a imagem produzida, o mamógrafo foi submetido aos testes de ruído, resolução

espacial e qualidade da imagem utilizando objetos simuladores. Por fim, foi realizada a

dosimetria do equipamento visando à otimização do procedimento. A otimização significa

manter o nível de radiação tão baixo quanto razoavelmente exequível, considerando a

qualidade da imagem, para proporcionar um diagnóstico preciso.

A fim de garantir a confiabilidade dos resultados de dosimetria, os equipamentos

utilizados foram submetidos a testes de fuga, repetibilidade, reprodutibilidade e dependência

angular.

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VII

Os resultados dos testes de desempenho realizados no equipamento com sistema DBT

estavam em conformidade com a maioria dos valores de referência estabelecidos.

Considerando as incertezas nas medições, todos os valores calculados na dosimetria estavam

de acordo com os níveis de referência adotados internacionalmente.

Este trabalho contribuiu para estabelecer o procedimento adequado dos testes de

controle de qualidade e dosimetria em mamógrafos que utilizam o sistema DBT. A

metodologia e os resultados obtidos são importantes, pois fazem parte de um documento

pioneiro para avaliação destes equipamentos.

Palavras chaves: tomossíntese digital de mama, mamografia, testes de desempenho e

dosimetria.

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VIII

EXPERIMENTAL PROTOCOL OF PERFOMANCE TESTS AND DOSIMETRY FOR

DIGITAL BREAST TOMOSYNTHESIS

Bruno Beraldo Oliveira

ABSTRACT

The Digital Breast Tomosynthesis (DBT) system is an emerging image modality that

provides almost three-dimensional (3D) structural informations of the breast. This system has

a great potential to replace or complement the standard mammography in the diagnosis of the

breast cancer. The improvement in differentiation of normal tissues and suspicious masses is

one of the main advantages of the DBT system, which provides a tissue overlap reduction, the

main problem of mammography.

In Brazil, the performance tests and dosimetry for analogic mammography units are

established by the Ministry of Health Ordinance n° 453/98 and the National Health

Surveillance Agency. However, there is no national protocol establishing tests for the quality

control of digital equipments.

The purpose of this study was to investigate performance and dosimetry results of a

mammography unit that uses the DBT system to elaborate a document that contains quality

tests and the proper dosimetry procedure to evaluate these equipments physically.

For the determination of the adequate performance of the mammographic unit, the

structure of this equipment was evaluated through tests of strength and alignment of the

compression paddle. For the detector assessment, tests of linearity and uniformity of its

response were performed. In order to verify the image produced, the mammographic unit was

submitted to noise, spatial resolution and image quality tests using phantoms. Finally, the

dosimetry of this equipment was performed in order to optimize the procedure. The

optimization means to maintain the level of radiation as low as reasonably achievable,

considering the image quality to provide an accurate diagnosis.

The equipments used were submitted to leakage current, repeatability, reproducibility

and angular dependence tests to ensure the reliability of dosimetry results.

Results of performance tests performed in the equipment with DBT system were in

accordance with the most of reference values established. Considering the uncertainties in the

measurements, all calculated values in dosimetry were in agreement with the reference levels

adopted internationally.

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IX

This work contributed to establish the proper procedure of quality control tests and

dosimetry in mammographic units that use DBT systems. The methodology and results

obtained are important because they are part of a pioneer document to evaluate these

equipments.

Keywords: digital breast tomosynthesis, mammography, performance tests and

dosimetry.

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X

LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Equipamento com o sistema DBT. ................................................................ 24

Figura 02. Comparação entre sistemas: (a) DR e (b) DBT. ............................................ 25

Figura 03. Princípios de um sistema DBT. ..................................................................... 26

Figura 04. Série de projeções 2D para variados cortes de uma mama. .......................... 26

Figura 05. Reconstrução da imagem no sistema DBT. ................................................... 28

Figura 06. Câmara de ionização pertencente ao: (a) conjunto 01 e (b) conjunto 02. ..... 39

Figura 07. Imagem radiográfica do objeto avaliador de resolução espacial. ................. 40

Figura 08. (a) Placas e (b) espaçadores de PMMA. ........................................................ 40

Figura 09. Balança. ......................................................................................................... 41

Figura 10. Objetos simuladores: (a) CDMAM e (b) PHANTOM Mama. ....................... 42

Figura 11. Mamógrafos com sistemas: (a) CR e (b) DBT. ............................................. 43

Figura 12. Posicionamento para o controle de qualidade das câmaras de ionização:

(a) conjunto 01 e (b) conjunto 02. .................................................................................. 45

Figura 13. Posicionamento das câmaras de ionização para o teste de dependência

angular: (a) conjunto 01 e (b) conjunto 02. .................................................................... 46

Figura 14. Posicionamento dos materiais para o teste de força de compressão. ............ 47

Figura 15. Posicionamento da espuma para o teste de alinhamento da bandeja de

compressão. .................................................................................................................... 48

Figura 16. Imagem radiográfica do posicionamento dos materiais para o teste de

coincidência do campo luminoso e o feixe de raios X. .................................................. 48

Figura 17. Posicionamento dos materiais para o teste de linearidade da resposta do

detector. .......................................................................................................................... 49

Figura 18. Posicionamento dos materiais para o teste de resolução espacial da

imagem. .......................................................................................................................... 51

Figura 19. Áreas a serem analisadas na imagem obtida no teste de uniformidade

da resposta do detector. .................................................................................................. 52

Figura 20. (a) Posicionamento dos materiais e (b) áreas a serem analisadas na

imagem obtida no teste de CNR. .................................................................................... 53

Figura 21. Posicionamento dos materiais para o teste de CSR. ...................................... 55

Figura 22. Posicionamento das câmaras de ionização para o teste de DG. ..................... 57

Figura 23. Posicionamento do objeto simulador para o teste de qualidade de

imagem do CDMAM. ...................................................................................................... 57

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XI

Figura 24. Posicionamento do objeto simulador para o teste de qualidade de

imagem do PHANTOM Mama. ...................................................................................... 58

Figura 25. Corrente de fuga da câmara de ionização dos conjuntos 01 e 02.................. 61

Figura 26. Taxa de kerma de referência da câmara de ionização dos conjuntos 01 e

02. ................................................................................................................................... 62

Figura 27. Dependência angular da câmara de ionização dos conjuntos 01 e 02. .......... 63

Figura 28. Ajuste linear realizado nos resultados de Ki do equipamento com

sistema DBT. ................................................................................................................... 66

Figura 29. Ajuste do tipo potência realizado nos resultados de Ki do equipamento

com sistema DBT. ........................................................................................................... 67

Figura 30. Influência dos diferentes tipos de ruídos. ...................................................... 68

Figura 31. Valores dos pixels por toda a superfície do detector. .................................... 70

Figura 32. Valores de DG obtidos a partir das projeções individuais do tubo de

raios X. ........................................................................................................................... 73

Figura 33. Valores de DG obtidos em um procedimento completo. ............................... 74

Figura 34. Valores de DG obtidos nos sistemas DBT e CR. ........................................... 75

Figura 35. Valores de DG obtidos nos sistemas DBT e DR. ........................................... 76

Figura 36. Valores de DG obtidos nos sistemas DBT e “combo”. .................................. 77

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XII

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Produto dos fatores de conversão gt e ct para espessuras de PMMA e

valores de CSR. ............................................................................................................... 35

Tabela 02. Valores dos fatores s para diferentes combinações ânodo/filtro. ................. 35

Tabela 03. Valores do fator s para ânodos de tungstênio filtrados por 0,7 mm Al. ....... 35

Tabela 04. Níveis aceitáveis e desejáveis de DG. ........................................................... 36

Tabela 05. Valores do fator t para diferentes projeções. ................................................ 37

Tabela 06. Valores do fator T para diferentes angulações. ............................................. 37

Tabela 07. Valores do fator T para diferentes sistemas. ................................................. 37

Tabela 08. Conjuntos com os respectivos equipamentos e suas especificações. ........... 38

Tabela 09. Valores de referência de CNRrel para cada espessura de PMMA. ................. 54

Tabela 10. Valores de referência de espessura de ouro para cada diâmetro

visualizado. ..................................................................................................................... 58

Tabela 11. Valores de referência dos objetos de testes visualizados. ............................. 59

Tabela 12. Quantidade de equipamentos com sistema DBT nas respectivas cidades

e estados. ......................................................................................................................... 60

Tabela 13. Valor médio da força de compressão registrado. ......................................... 64

Tabela 14. Valor da deformação máxima da bandeja de compressão. ........................... 65

Tabela 15. Valor de desvio máximo obtido. ................................................................... 65

Tabela 16. Valor de R2

obtido. ........................................................................................ 66

Tabela 17. Valor do índice b obtido. .............................................................................. 67

Tabela 18. Valores da variação máxima obtida. ............................................................. 69

Tabela 19. Valores de tensão, carga e os resultados de CNRrel obtidos para as

espessuras de PMMA utilizadas. ..................................................................................... 71

Tabela 20. Valor da variação máxima obtida. ................................................................ 71

Tabela 21. Valores de tensão, carga e CSR obtidos, além dos resultados de CSR

calculados. ...................................................................................................................... 72

Tabela 22. Valores de tensão, carga, coeficientes e fatores de conversão obtidos,

além dos valores de Ki,t. .................................................................................................. 73

Tabela 23. Espessura de ouro visualizada para cada diâmetro. ...................................... 77

Tabela 24. Valores de referência dos objetos de teste visualizados. .............................. 78

Tabela 25. Resumo dos testes de desempenho realizados. ............................................. 79

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XIII

Tabela A01. Cálculo da incerteza da medição do Ki nos testes de dependência

angular dos conjuntos 01 e 02. ....................................................................................... 90

Tabela A02. Cálculo da incerteza da medição no teste da força de compressão. .......... 90

Tabela A03. Cálculo da incerteza da medição no teste do alinhamento da bandeja

de compressão. ............................................................................................................... 91

Tabela A04. Cálculo da incerteza da medição no teste da coincidência do campo

luminoso com o feixe de raios X. ................................................................................... 91

Tabela A05. Cálculo da incerteza da medição no teste da linearidade da resposta

do detector e do ruído. .................................................................................................... 92

Tabela A06. Cálculo da incerteza da medição no teste da uniformidade da resposta

do detector. ..................................................................................................................... 92

Tabela A07. Cálculo da incerteza da medição no teste da CNR..................................... 93

Tabela A08. Cálculo da incerteza da medição no teste da SNR. .................................... 93

Tabela A09. Cálculo da incerteza da medição do Ki e da CSR utilizando o

conjunto 01. .................................................................................................................... 94

Tabela A10. Cálculo da incerteza da DG utilizando o conjunto 01. ............................... 94

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XIV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ACR Colégio Americano de Radiologia

(American College of Radiology)

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

B Fator de Retroespalhamento

CAE Controle Automático de Exposição

CDTN Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear

CEC Comissão das Comunidades Europeias

(Commission of the European Communities)

CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear

CNR Razão Contraste Ruído

(Contrast Noise Ratio)

CR Radiografia Computadorizada

(Computed Radiography)

CSR Camada Semirredutora

D Dose Absorvida

DBT Tomossíntese Digital de Mama

(Digital Breast Tomosynthesis)

DG Dose Glandular Média

DR Radiografia Direta

(Direct Radiography)

IAEA Agência Internacional de Energia Atômica

International Atomic Energy Agency

ICRU

Comissão Internacional de Unidades e Medidas de Radiação

(International Commission on Radiation Units and

Measurements)

IPEM Instituto de Física e Engenharia na Medicina

(Institute of Physics and Engineering in Medicine)

K Kerma

Ke Kerma no Ar na Superfície de Entrada

Ki Kerma no Ar Incidente

LARAM Laboratório de Radioproteção Aplicada a Mamografia

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XV

MTF Função de Transferência de Modulação

(Modulation Transfer Function)

PI,t Produto da Corrente do Tubo e do Tempo de Exposição

(Carga do Tubo)

PMMA Polimetilmetacrilato

SEFM Sociedade Espanhola de Física Médica

(Sociedad Española de Fisica Medica)

SNR Razão Sinal Ruído

(Signal Noise Ratio)

TC Tomografia Computadorizada

VMP Valor Médio dos Pixels

Y Rendimento

σ Desvio Padrão

2D Bidimensional

3D Tridimensional

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XVI

SUMÁRIO

RESUMO ....................................................................................................................... VI

ABSTRACT ............................................................................................................... VIII

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... X

LISTA DE TABELAS ................................................................................................ XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES ................................................................. XIV

SUMÁRIO .................................................................................................................. XVI

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ..................................................................... 19

2. OBJETIVOS ............................................................................................................. 21

2.1. Objetivos Gerais ................................................................................................. 21

2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................... 21

3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 22

3.1. Estado da Arte ..................................................................................................... 22

3.2. Tomossíntese Digital de Mama .......................................................................... 23

3.3. Testes de Desempenho ........................................................................................ 29

3.4. Resolução Espacial ............................................................................................. 29

3.5. Função de Transferência de Modulação ............................................................. 29

3.6. Ruído nas Imagens Digitais ................................................................................ 30

3.7. Resolução Contraste-Detalhe .............................................................................. 31

3.8. Grandezas Dosimétricas ..................................................................................... 32

3.8.1. Dose Absorvida ........................................................................................... 32

3.8.2. Kerma .......................................................................................................... 32

3.8.3. Kerma no Ar Incidente ................................................................................ 33

3.8.4. Kerma no Ar na Superfície de Entrada ....................................................... 33

3.8.5. Rendimento ................................................................................................. 34

3.8.6. Dose Glandular Média ................................................................................ 34

4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 38

4.1. Materiais ............................................................................................................. 38

4.1.1. Detectores e Acessórios .............................................................................. 38

4.1.2. Placas e Filtros de Alumínio ....................................................................... 39

4.1.3. Objeto Avaliador de Resolução Espacial .................................................... 39

4.1.4. Placas e Espaçadores de PMMA ................................................................. 40

4.1.5. Balança ........................................................................................................ 41

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XVII

4.1.6. Objetos Simuladores ................................................................................... 41

4.1.7. Mamógrafos ................................................................................................ 42

4.2. Metodologia ........................................................................................................ 43

4.2.1. Levantamento dos Equipamentos e Amostragem ....................................... 44

4.2.2. Controle de Qualidade das Câmaras de Ionização ...................................... 44

4.2.3. Dependência Angular das Câmaras de Ionização ....................................... 46

4.2.4. Força de Compressão .................................................................................. 47

4.2.5. Alinhamento da Bandeja de Compressão ................................................... 47

4.2.6. Coincidência do Campo Luminoso e o Feixe de Raios X .......................... 48

4.2.7. Linearidade da Resposta do Detector .......................................................... 49

4.2.8. Ruído da Imagem ........................................................................................ 50

4.2.9. Resolução Espacial da Imagem ................................................................... 51

4.2.10. Uniformidade da Resposta do Detector .................................................... 51

4.2.11. Razão Contraste Ruído .............................................................................. 52

4.2.12. Razão Sinal Ruído ..................................................................................... 54

4.2.13. Camada Semirredutora .............................................................................. 54

4.2.14. Dosimetria ................................................................................................. 55

4.2.15. Qualidade de Imagem do CDMAM ........................................................... 57

4.2.16. Qualidade de Imagem do PHANTOM Mama ........................................... 58

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 60

5.1. Levantamento dos Equipamentos e Amostragem ............................................... 60

5.2. Controle de Qualidade das Câmaras de Ionização .............................................. 60

5.2.1. Testes de Fuga ............................................................................................. 60

5.2.2. Testes de Repetibilidade e Reprodutibilidade ............................................. 61

5.3. Dependência Angular das Câmaras de Ionização ............................................... 63

5.4. Força de Compressão .......................................................................................... 64

5.5. Alinhamento da Bandeja de Compressão ........................................................... 64

5.6. Coincidência do Campo Luminoso e o Feixe de Raios X .................................. 65

5.7. Linearidade da Resposta do Detector ................................................................. 66

5.8. Ruído da Imagem ................................................................................................ 67

5.9. Resolução Espacial da Imagem .......................................................................... 68

5.10. Uniformidade da Resposta do Detector ............................................................ 69

5.11. Razão Contraste Ruído ..................................................................................... 70

5.12. Razão Sinal Ruído ............................................................................................ 71

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XVIII

5.13. Camada Semirredutora ..................................................................................... 72

5.14. Dosimetria ......................................................................................................... 72

5.15. Qualidade de Imagem do CDMAM .................................................................. 77

5.16. Qualidade de Imagem do PHANTOM Mama ................................................... 78

5.16. Resumo dos Testes de Desempenho ................................................................. 79

6. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 80

7. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 83

ANEXO - INCERTEZAS ............................................................................................ 90

APÊNDICE - PROTOCOLO ...................................................................................... 95

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19

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A mamografia é um método de diagnóstico eficaz utilizado para o rastreamento do

câncer de mama, promovendo uma redução da mortalidade causada por esta neoplasia. No

entanto, a sobreposição de tecidos da mama pode criar obstáculos para a detecção e

diagnóstico de anormalidades.

O sistema de tomossíntese digital de mama (Digital Breast Tomosynthesis, DBT)

surgiu como um substituto potencialmente viável ou adjunto à mamografia padrão para o

rastreamento e diagnóstico do câncer de mama (FENG et al. 2011). O sistema DBT foi

desenvolvido a fim de diminuir os artefatos de imagem produzidos pela sobreposição de

tecidos (TEERTSTRA et al. 2010). Este sistema possui ainda o potencial para ajudar a reduzir

a taxa de repetição de exames, melhorar a seleção dos pacientes para biópsia e aumentar a

sensibilidade na detecção precoce do câncer, especialmente em pacientes com mamas densas,

visto que as estruturas fibroglandulares sobrepostas podem comprometer o diagnóstico

(BERNARDI et al. 2012, VECCHIO et al. 2011).

Estudos recentes compararam a equivalência ou superioridade do sistema DBT na

detecção do câncer em relação à mamografia digital, porém mais pesquisas são necessárias

para melhor caracterizar as diferenças de desempenho de detecção entre as modalidades

(GENNARO et al. 2010, SPANGLER et al. 2011, SHAHEEN et al. 2011, BERNARDI et al.

2012).

O sistema DBT é uma modalidade de imagem que utiliza tecnologia tomográfica com

ângulos limitados para providenciar informações estruturais quase tridimensionais (3D) da

mama (LU et al. 2011). O volume da imagem é criado a partir de uma sequência de projeções

adquiridas ao longo de um arco limitado em torno da mama durante a exposição. Isto pode

superar as desvantagens principais da aplicação da tomografia computadorizada (TC) na

mama, ou seja, a dose mais elevada para as projeções necessárias e a baixa resolução espacial

no que diz respeito às necessidades do diagnóstico da mama. Os planos tomográficos do

sistema DBT são paralelos à superfície do detector, com espessura de 1 mm

aproximadamente, oferecendo uma resolução espacial comparável a uma projeção

bidimensional (2D) (GENNARO et al. 2010, VECCHIO et al. 2011).

Este método de imagem pode fornecer maiores detalhes sobre a estrutura do tecido

possibilitando a visualização da mama em diversas camadas. As fatias adquiridas em toda a

profundidade do volume da mama são geradas utilizando técnicas de reconstrução de imagem

(FENG et al. 2011, ACCIAVATTI et al. 2011).

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O sistema DBT é um promissor avanço no campo da imagem de mama, já é utilizado

na Europa e está começando a ser utilizado em alguns estabelecimentos brasileiros de

assistência à saúde, fornecendo imagens com reduzidos ruídos de sobreposição dos tecidos.

Quando se utiliza uma técnica como parte de um programa de diagnóstico por imagem, são

necessários estudos para avaliar o seu desempenho, além de providenciar um levantamento

para determinar o nível de radiação que os pacientes estão sendo submetidos neste

procedimento (COCKMARTIN et al. 2010).

O sistema DBT utiliza uma ou duas das projeções realizadas na mamografia padrão,

crânio caudal e/ou médio lateral oblíqua, sob a restrição de que a dose permaneça comparável

com os níveis de referência estipulados em protocolos (SECHOPOULOS et al. 2007, MA et

al. 2008). A fim de obter melhores resultados, todos os componentes do equipamento devem

operar sob otimização. A otimização significa manter doses tão baixas quanto razoavelmente

exequíveis considerando a qualidade da imagem e os níveis de radiação necessários para um

diagnóstico preciso (ICRU 2009).

No Brasil, os testes de controle de qualidade e a dosimetria para mamografia

convencional são estabelecidos pela Portaria nº 453 do Ministério da Saúde (BRASIL 1998) e

pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA 2005). Para os sistemas digitais,

radiografia computadorizada (Computed Radiography, CR) e radiografia direta (Direct

Radiography, DR), não existe um protocolo nacional. Assim, o Brasil adota os testes de

controle de qualidade estabelecidos por protocolos internacionais, como o europeu (CEC

2006) e o espanhol (SEFM 2012). Estes protocolos internacionais adotam níveis de radiação

aceitáveis e desejáveis para espessuras de acrílico de polimetilmetacrilato (PMMA) que

equivalem a mamas com determinada espessura e porcentagem de tecido glandular.

Ainda não há uma quantidade expressiva de equipamentos de DBT em funcionamento

no Brasil, sendo que o estado de Minas Gerais possui somente uma clínica especializada que

utiliza esta tecnologia. São poucos os conhecimentos sobre a técnica utilizada, sobre a

dosimetria e sobre os testes de controle de qualidade que devem ser realizados. Por isso, faz-

se necessário um estudo mais detalhado, além de uma maior interação, em busca de

conhecimento e treinamento, com pesquisadores habituados a trabalhar com esta técnica.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos Gerais

Desenvolver uma primeira versão de um protocolo contendo as periodicidades

mínimas dos testes de desempenho, as metodologias e a verificação dos resultados para que os

serviços de mamografia possam comprovar para os órgãos reguladores o adequado

funcionamento dos mamógrafos com sistemas DBT utilizados ou identificar as falhas para que

elas possam ser corrigidas.

2.2. Objetivos Específicos

a. Identificar os principais equipamentos com sistema DBT da Hologic no país e adotar

uma determinada amostragem para a realização dos testes de desempenho que irão compor a

primeira versão do protocolo.

b. Avaliar os materiais disponíveis através de testes de fuga, repetibilidade,

reprodutibilidade e dependência angular, e escolher o dosímetro mais adequado para os testes

de desempenho.

c. Analisar a estrutura dos mamógrafos através da força de compressão e do

alinhamento da bandeja para determinar o seu adequado desempenho, além de verificar a

resposta do detector de imagem através de testes de linearidade e uniformidade.

d. Analisar a imagem produzida através dos testes de ruído, resolução espacial e

qualidade das imagens utilizando objetos simuladores.

e. Realizar a dosimetria da amostragem adotada visando à otimização dos

procedimentos e comparar com demais sistemas já conhecidos.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Estado da Arte

A mamografia desempenha um papel central na detecção e no diagnóstico das doenças

mamárias. É uma técnica rápida, não invasiva e de baixo custo que envolve baixas doses de

radiação ionizante. Entretanto, suas imagens 2D resultam em sobreposições de tecidos que

podem reduzir a visibilidade da lesão (SECHOPOULOS 2013). Além da mamografia, outras

tecnologias têm sido estudadas, tal como o sistema DBT, porém o custo-benefício dessa nova

tecnologia necessita de mais estudos (CHALA et al. 2007, BERNARDI et al. 2012).

A mamografia continua a ser a mais importante técnica de imagem para detectar o

câncer de mama em um estágio inicial. Trata-se do método de escolha para o rastreamento

populacional do câncer de mama em mulheres assintomáticas em muitos países e é a primeira

técnica de imagem indicada para avaliar a maioria das alterações clínicas mamárias (VAN

SCHIE et al. 2013). Há uma ampla concordância de que o rastreamento mamográfico reduz a

mortalidade pelo câncer de mama em mulheres assintomáticas. Outros benefícios da detecção

precoce incluem o aumento das opções terapêuticas, da probabilidade de sucesso do

tratamento e da sobrevida (HUMPHREY et al. 2002, FLETCHER et al. 2003).

Atualmente, existem dois tipos de formação de imagens nos equipamentos

mamográficos. A primeira geração é formada pelo conjunto filme-écran e caracteriza a

mamografia convencional. A segunda geração é representada pelos receptores digitais e

define a mamografia digital. O modo de obtenção da imagem mamográfica (receptor digital

versus filme) determina a maioria das diferenças entre a mamografia convencional e a digital

(CHALA et al. 2007).

Na mamografia convencional, o filme representa o meio de aquisição, de exposição e

de armazenamento da imagem mamográfica, e apesar de gerar imagens com alta resolução

espacial e contraste, há pouca margem para melhorais (CHALA et al. 2007).

Na mamografia digital, sistemas CR e DR, os processos de aquisição, exposição e

armazenamento são separados e podem ser aperfeiçoados individualmente. Além disso, a

análise das imagens mamográficas digitais em estações de trabalho com monitores de alta

resolução permite uma série de processamentos que podem melhorar o contraste das imagens.

A mamografia digital também facilita a incorporação de uma série de novas tecnologias como

o sistema DBT (CHALA et al. 2007).

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PISANO et al. (2005) compararam a mamografia convencional com a digital em

42.760 mulheres e concluíram que a acurácia geral da mamografia convencional e da digital

no rastreamento do câncer de mama foi similar. Porém, a mamografia digital mostrou

acurácia maior em alguns subgrupos específicos de mulheres, a saber: mulheres com menos

de 50 anos, mulheres com mamas radiologicamente densas e mulheres na pré-menopausa ou

perimenopausa. Todavia, há muito debate a respeito do significado e das razões da maior

acurácia da mamografia digital neste subgrupo de mulheres. Deve-se ressaltar que, no

presente momento, tanto a mamografia convencional quanto a digital podem ser empregadas

para o rastreamento populacional do câncer. Não há nenhum consenso em relação a um uso

preferencial da mamografia digital ou convencional, mesmo em subgrupos específicos de

mulheres.

A capacidade da mamografia em detectar o câncer de mama varia entre as mulheres de

acordo com alguns fatores e o mais importante deles é a densidade radiológica da mama,

sendo a sensibilidade da mamografia menor nas mamas densas do que naquelas com

predomínio de tecido adiposo (BARTON et al. 1999). Por esta razão, outros métodos de

imagem para rastrear e avaliar mamas têm sido investigados e incluem, principalmente, o

sistema DBT.

3.2. Tomossíntese Digital de Mama

Os primeiros esforços para a utilização de técnicas de DBT foram na década de 80, no

entanto, os detectores de imagem de má qualidade prejudicaram os ensaios. Os avanços

técnicos que os receptores digitais de imagem da mama tiveram durante os anos subsequentes

possibilitaram a aplicação da DBT (LI et al. 2013a, PARK et al. 2007). A Fig. 01 apresenta

um exemplo de equipamento com o sistema DBT utilizado atualmente.

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Figura 01. Equipamento com o sistema DBT.

Fonte: PARK et al. 2007.

O sistema DBT é uma modalidade promissora de diagnóstico que fornece informações

estruturais quase 3D da mama. Esta ferramenta pode ser esperada para melhorar a

diferenciação do tecido normal e das massas suspeitas reduzindo as sobreposições de tecidos

encontrados na mamografia (LU et al. 2013). O sistema DBT pode reduzir os resultados falso-

positivos e permitir a localização mais precisa da lesão na mama. A possibilidade de se

conseguir estes resultados com uma dose próxima à utilizada na mamografia convencional

tem gerado um grande interesse na aplicação deste sistema (WU et al. 2013). A tecnologia é

essencialmente uma modificação de um mamógrafo digital para permitir a aquisição de um

volume quase 3D (PARK et al. 2007).

O sistema DBT tem todas as vantagens da mamografia CR e DR, como

reprodutibilidade, menos ruído da imagem, menos artefatos, qualidade consistente, e

processamento de imagem digital. Possui também outras vantagens exclusivas: as imagens

reconstruídas oferecerem uma melhor visibilidade das estruturas do tecido mamário, redução

de sobreposições, possibilita um melhor delineamento das lesões, facilita a diferenciação entre

lesões benignas e malignas e reduz o número de biópsias (PARK et al. 2007, BERNARDI et

al. 2012). A possibilidade de atingir estes resultados com um nível de dose aproximadamente

equivalente ao utilizado na mamografia convencional tem gerado um grande interesse na

aplicação dos sistemas DBT para a imagem da mama (WU et al. 2013).

A Fig. 02 apresenta uma comparação entre sistemas DR e DBT. A imagem do sistema

DR apresenta uma massa (setas) na parte inferior externa da mama. A massa não é claramente

visível por causa do tecido conjuntivo denso ao redor, sendo facilmente detectada pela

imagem do sistema DBT.

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(a) (b)

Figura 02. Comparação entre sistemas: (a) DR e (b) DBT.

Fonte: PARK et al. 2007.

As imagens do sistema DBT são reconstruídas em orientações convencionais, crânio

caudal e médio lateral oblíqua, com melhor qualidade do que as de mamografia convencional,

devido ao maior detalhe nas exibições das características anatômicas (SINHA et al. 2009).

As informações quase 3D do sistema DBT possibilita o registro, a subtração e detecção

das alterações mamárias. Um preciso alinhamento espacial desses volumes de imagem ajuda a

detecção mais rápida das mudanças na forma e no crescimento do tumor (SINHA et al. 2009).

Os resultados obtidos através dos sistemas de imagem podem fornecer informações valiosas

para o diagnóstico e tratamento dos pacientes. Portanto, espera-se produzir uma melhora

significativa na saúde do paciente (RICHARD et al. 2010).

Nos sistemas DBT disponíveis no Brasil atualmente, o receptor de imagem é um

detector de captura direta de selênio amorfo (a-Se), sendo utilizados, na maioria dos

equipamentos, os de forma plana, similares ao usados nos sistemas DR (TAGLIAFICO et al.

2012, TIMBERG et al. 2012, COCKMARTIN et al. 2013).

O tubo de raios X é constituído por um ânodo de tungstênio (W) e filtros de ródio

(Rh), prata (Ag) e alumínio (Al). Os dois primeiros filtros são utilizados nos modos de

imagem 2D, enquanto o último, no modo 3D, produzindo um espectro de raios X ideal

baseado na espessura e na composição da mama (TAGLIAFICO et al. 2012, COCKMARTIN

et al. 2013). O tubo de um equipamento com o sistema DBT se move variando entre 10º e 50º

aproximadamente enquanto a mama é comprimida, permitindo adquirir uma série de

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projeções 2D de 1 mm de espessura para cada corte da mama (TAGLIAFICO et al. 2012,

TIMBERG et al. 2012). A Fig. 03 apresenta os princípios de um sistema DBT, em que os

dados da imagem são adquiridos de vários ângulos, à medida que o tubo de raios X descreve

um arco. A Fig. 04 apresenta um exemplo de projeções 2D obtidas de diversos cortes através

de uma mama revelando objetos em diferentes localizações, como cistos e calcificações

mostradas pelas setas.

Figura 03. Princípios de um sistema DBT.

Fonte: TINGBERG, 2010.

Figura 04. Série de projeções 2D para variados cortes de uma mama.

Fonte: SMITH, 2008.

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A partir das projeções 2D, reconstroe-se um volume quase 3D da mama comprimida

utilizando algoritmos de retroprojeção filtrada, sendo os mais comuns nos sistemas atuais e

uma das principais razões pela velocidade de reconstrução computacional (TINGBERG

2010). O volume da mama reconstruída pode ser explorado movendo-se através dos cortes

transversais de forma que a informação presente em cada corte se destaca enquanto as

contidas nos cortes restantes aparecem desfocadas.

No entanto, o desempenho dos sistemas DBT acaba sendo prejudicado principalmente

pela eficiência do detector, pela necessidade de um alinhamento geométrico preciso e pela

detecção dos raios X espalhados. Nenhum dos sistemas DBT disponíveis incorporam a grade

antidifusora ou uma técnica de correção com uma solução para reduzir os raios X espalhados,

que podem resultar em uma perda de contraste e acurácia da imagem (SECHOPOULOS

2013, SECHOPOULOS et al. 2013).

Outro problema a se considerar é o número limitado de projeções adquiridas que é um

dos maiores desafios na tentativa de reconstruir um verdadeiro volume 3D da mama a partir

de imagens de projeções 2D (WU et al. 2013). Devido às imagens não serem adquiridas com

uma rotação completa em torno do paciente, a resolução do eixo z, direção perpendicular do

plano x-y de projeção das imagens, é limitada. Assim, a DBT não produz uma resolução

espacial isotrópica como pode ser obtida com a TC. Entretanto, a resolução das imagens no

plano x-y é frequentemente superior a de TC e a facilidade do uso conjunto com a radiografia

convencional, faz com que o sistema DBT seja uma modalidade de imagem potencialmente

útil (DOBBINS 2009). Além de não produzir uma resolução espacial isotrópica, os sistemas

DBT são caracterizados pela elevada resolução espacial nos planos paralelos ao detector e

uma resolução consideravelmente inferior na direção perpendicular. No entanto, esta baixa

resolução espacial é considerada suficiente para reduzir substancialmente o problema das

sobreposições dos tecidos (SECHOPOULOS 2013).

Para a obtenção de imagens radiográficas existem três diferentes técnicas baseadas em

movimentos básicos do tubo de raios X e do detector: movimento paralelo, quando o tubo se

move em um plano paralelo ao plano do detector, sendo que este último também pode se

movimentar; movimento isocêntrico completo, quando o tubo e o detector movem-se em

conjunto, ao redor do paciente; e o movimento isocêntrico parcial, quando o detector

permanesce parado e o tubo se move em um arco acima do detector (DOBBINS 2009).

Todos os três movimentos são utilizados atualmente no processo de aquisição de

imagens tomográficas. O movimento paralelo é utilizado tipicamente em exames de tórax e

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abdomen; o isocêntrico completo é utilizado em TC, porém com uma menor resolução

espacial isotrópica; já o isocêntrico parcial é utilizado nos sistemas DBT (DOBBINS 2009).

A Fig. 05 apresenta a reconstrução da imagem no sistema DBT, em que os dados de

imagem são posteriormente reconstruídos como projeções mamográficas convencionais. Os

diagramas mostram como diferentes dados da imagem 3D são adquiridos a partir de ângulos

diferentes e são reconstruídos para oferecer uma representação separada da sobreposição de

duas estruturas localizadas em diferentes planos.

Figura 05. Reconstrução da imagem no sistema DBT.

Fonte: PARK et al. 2007.

As imagens digitais obtidas com o sistema DBT estão sendo intensamente investigada

como uma alternativa à mamografia convencional. Vários estudos de pacientes já foram

relatados, todos com resultados promissores (SECHOPOULOS et al. 2008).

A dose de uma varredura do sistema DBT pode ser configurada para ser comparável ao

sistema DR desde que cada projeção seja apenas uma pequena fração da dose de radiação total

(LU et al. 2011). Porém, o sistema DBT em combinação com o sistema DR, prática esta

apresentada e aprovada pelo Food and Drug Administration em 2011, requer

aproximadamente o dobro da dose de radiação para a mama. A principal razão para este

procedimento combinado é a preocupação de que algumas anormalidades, em particular

grupos de microcalcificações, não serão tão facilmente detectados e/ou tão corretamente

interpretados nos conjuntos de imagens dos sistemas DBT como nas imagens dos sistemas DR

(GUR et al. 2012). A seleção deste modo combinado pode resultar em uma maior exposição à

radiação em comparação com a mamografia convencional (LI et al. 2013b). Dessa forma, faz-

se necessária uma rigorosa dosimetria nesta promissora modalidade de diagnóstico de câncer

de mama em conjunto com os testes de controle de qualidade dos equipamentos.

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3.3. Testes de Desempenho

Para a mamografia convencional existem vários protocolos padrão para o controle de

qualidade dos equipamentos. No âmbito nacional, a Portaria nº 453 do Ministério da Saúde

(BRASIL 1998) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA 2005) estabeleceram

os critérios específicos para realizar os testes de controle de qualidade dos mamógrafos

convencionais. No Brasil, não há um protocolo ou legislação que divulgam estes critérios para

equipamentos digitais. Dessa forma, o país é obrigado a adotar os testes que estão dispostos

em protocolos internacionais.

A Europa possui seu próprio protocolo (CEC 2006), porém alguns países europeus

desenvolveram guias nacionais de controle de qualidade em mamografia como, por exemplo,

o protocolo espanhol (SEFM 2012) e do Reino Unido (IPEM 2005). Na maioria dos casos, os

procedimentos para as medições da qualidade da imagem e níveis de radiação nos protocolos

específicos de cada país são idênticos ou muito próximos dos testes estabelecidos pelo

protocolo europeu (ICRU 2009).

3.4. Resolução Espacial

A resolução espacial determina as dimensões do objeto de menor tamanho que poderá

ser visualizado na imagem. Este parâmetro é normalmente medido através de padrões de

barras que proporcionam o valor do limite de resolução a alto contraste. Portanto, os detalhes

com frequências espaciais superiores a frequência de Nyquist, ou frequência de corte, serão

submostrados originando uma imagem “borrada” com perdas de informações. Os valores

desta frequência para a maioria dos sistemas mamográficos digitais está entre 5 e 10 pl.mm-1

colocando em questão a capacidade destes sistemas para formar imagens de pequenos objetos

como as microcalcificações (CHEVALIER et al. 2010).

3.5. Função de Transferência de Modulação

A função de transferência de modulação (Modulation Transfer Function, MTF) é um

termo da eletrônica de rádio que tem sido aplicada para descrever a capacidade de um sistema

de imagem para distinguir objetos de diferentes tamanhos. Pequenos objetos, que possuem

elevada frequência espacial, são mais difíceis de obter as respectivas imagens do que aqueles

maiores, com baixa frequência. Um sistema ideal teria uma MTF igual a 1 e produziria uma

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imagem que seria a representação exata do objeto. Porém este sistema não existe, visto que a

imagem se tornaria mais “borrada” com o aumento da frequência espacial. A quantidade deste

“borramento” pode ser representada pela redução da amplitude da respectiva frequência

(BUSHONG 2008).

Objetos com padrão de barras para testes de resolução espacial podem avaliar a

quantidade de “borramento” da imagem como uma função da frequência espacial. Tais

objetos podem medir a modulação de cada frequência espacial. Estes resultados podem ser

usados para a construção da curva de MTF que determina a transferência de contraste em

função da frequência espacial. A MTF depende da amplitude dos diferentes processos de

absorção que ocorrem em um determinado detector, sendo seu valor máximo na origem e

decaindo à medida que aumenta a frequência espacial (CHEVALIER et al. 2010). Para baixa

frequência espacial, o contraste do objeto é preservado, mas para uma alta frequência, o

contraste é perdido. Este limite é a resolução espacial do sistema. Um sistema de imagem

pode ser avaliado através deste método, sendo 10% da MTF o valor identificado como a

resolução espacial do sistema. Nenhum sistema DR pode distinguir objetos menores que seu

tamanho de pixel. Portanto, uma resolução espacial do sistema de 4 pl.mm-1

equivale a 8

pixels por milímetro, que resulta em um tamanho de pixel de 1/8 mm, ou seja, 125 µm

(BUSHONG 2008).

3.6. Ruído nas Imagens Digitais

O ruído quântico é o componente principal do ruído nas imagens radiológicas e está

associado às flutuações estatísticas na fluência de fótons incidentes no detector e às variações

aleatórias na absorção dos mesmos. A maneira mais simples de se caracterizar o ruído é

através da medida do desvio padrão (σ) do número de fótons absorvidos (N) em uma

determinada região do detector seguindo a estatística de Poisson (σ = N 1/2

) (CHEVALIER et

al. 2010).

Outro componente é o ruído estrutural dos detectores digitais que tem sua origem

principalmente na falta de homogeneidade na sensibilidade dos diferentes detectores. Este

tipo de ruído proporciona a aparição de um fundo estruturado na imagem que geralmente é

eliminado através de técnicas para planificação do campo. Estas técnicas criam uma máscara

corretora a partir de uma imagem uniforme do feixe de raios X. O último componente é o

ruído eletrônico que se origina nos circuitos de leitura e amplificação do sinal (CHEVALIER

et al. 2010).

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Quando o comportamento do σ não segue a lei de Poisson, é necessário analisar as

contribuições de cada um destes tipos de ruído para eliminar possíveis falhas no

funcionamento do detector (EVANS et al. 2002, YOUNG et al. 2006). O σ tem um valor

limitado já que não fornece informações sobre as características espaciais do ruído. Esta

informação obtém-se através do espectro de Wiener, ou espectro de potência do ruído, que

mostra como se distribui a variância do sinal na imagem em função das frequências espaciais

(ICRU 1995).

3.7. Resolução Contraste-Detalhe

A razão contraste ruído (Contrast Noise Ratio, CNR) e a razão sinal ruído (Signal

Noise Ratio, SNR) são parâmetros que definem a informação que pode ser detectada em uma

imagem digital. A CNR depende do ruído, do número de bits utilizados na discretização do

sinal (profundidade do pixel), da diferença nos sinais associados ao detalhe de interesse e ao

tecido em que este detalhe se encontra. A SNR depende da dose e da quantidade de fótons

utilizados para obter a imagem, assim como as características estruturais do sistema utilizado

(CHEVALIER et al. 2010).

A eficiência de detecção quântica é o parâmetro que melhor descreve o funcionamento

geral do detector (ICRU 1995). Ela mede a capacidade do sistema para transferir a SNR em

função da frequência espacial. O valor ideal para este parâmetro seria 1 (sistema somente

limitado pelos processos de interação), mas, na prática, é sempre menor devido a presença de

ruído e outros processos que diminuem o contraste. A dificuldade para medir este parâmetro

tem levado a utilizar a resolução contraste-detalhe como uma medida da capacidade do

sistema para formar imagens de estruturas em função do seu respectivo tamanho e contraste.

A resolução contraste-detalhe para um determinado valor de dose é determinada pela

eficiência da detecção quântica do detector. Um sistema que possui um alto valor dessa

eficiência necessita de uma dose menor para proporcionar valores adequados de resolução

contraste-detalhe (CHEVALIER et al. 2010).

As estratégias para determinar a resolução contraste-detalhe se baseiam na utilização

de objetos simuladores. O CDMAM é um simulador que avalia a habilidade do sistema de

distinguir objetos com pequeno contraste e diâmetro. O objetivo é detectar discos de várias

espessuras e diâmetros em um fundo plano e ruidoso. Porém, os resultados que se obtêm com

este simulador tem que ser interpretados com cautela já que esta detecção não reflete a

avaliação feita pelos radiologistas em condições clínicas. Uma das principais limitações deste

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simulador é o uso de fundos planos e ruidosos que não são representativos de fundos

estruturados presentes nas imagens clínicas da mama (GROSJEAN et al. 2006).

3.8. Grandezas Dosimétricas

A dosimetria da mama é uma parte importante no controle da qualidade da

mamografia e é um elemento essencial de otimização dos procedimentos de imagem que

utilizam radiação ionizante. No passado, várias grandezas eram usadas para a especificação da

dose em radiologia diagnóstica e havia ambiguidade porque um mesmo nome era usado para

diferentes grandezas (ICRU 2006). A seguir, serão descritas as principais grandezas

relacionadas ao trabalho.

3.8.1. Dose Absorvida

A dose absorvida, D, é o quociente d por dm, onde d é a energia média

transmitida à matéria de massa dm. Unidade: J.kg-1

. O nome especial para a unidade de D é

gray (Gy) (IAEA 2007).

dm

dD

(01)

3.8.2. Kerma

O kerma, K, é o quociente dEtr por dm, onde dEtr é a soma das energias cinéticas

iniciais de todas as partículas carregadas liberadas por partículas não carregadas em uma

massa dm do material. Unidade: J.kg-1

. O nome especial para a unidade de K é gray (Gy)

(IAEA 2007).

dm

dEK tr (02)

Em radiologia diagnóstica, a produção de radiação de frenagem (bremsstrahlung) em

materiais de baixo número atômico é insignificante. Para um dado material e campo de

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radiação, D e K são numericamente iguais quando o equilíbrio de elétrons secundários é

estabelecido.

Haverá importantes diferenças numéricas entre estas duas grandezas quando este

equilíbrio não for estabelecido, como por exemplo, perto de uma interface entre diferentes

materiais (IAEA 2007).

3.8.3. Kerma no Ar Incidente

O kerma no ar incidente, Ki,t, é o kerma no ar de um feixe de raios X incidente medido

no eixo central do feixe na posição do paciente ou da superfície do objeto simulador

posicionada a uma distância t do suporte da mama. Somente a radiação incidente no paciente

ou objeto simulador é incluída, sendo excluída a radiação retroespalhada (IAEA 2007).

TPti kNMK , (03)

onde M é a média das medições realizadas em mGy, N é o coeficiente de calibração e kTP é o

fator que corrige para temperatura e pressão de referência (IAEA 2011).

P

P

T

TkTP

0

02,273

2,273 (04)

onde T e P são a temperatura e a pressão em ºC e kPa obtidas durante a medição, e T0 e P0 são

os valores de referência (IAEA 2011).

3.8.4. Kerma no Ar na Superfície de Entrada

O kerma no ar na superfície de entrada, Ke, é o kerma no ar medido no eixo central do

feixe na posição do paciente ou da superfície do objeto simulador. A radiação incidente no

paciente ou objeto simulador e a radiação retroespalhada são incluídas. O Ke é relacionado ao

Ki pelo fator de retroespalhamento, B (IAEA 2007).

BKK ie (05)

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3.8.5. Rendimento

O rendimento, Y(d), é definido como o quociente do kerma no ar incidente a uma

específica distância, d, do foco do tubo de raios X pelo produto da corrente do tubo e do

tempo de exposição, PIt, também referido como carga do tubo. Unidade: J.kg-1

C-1

. Se o nome

especial gray é usado, a unidade de Y é Gy.C-1

ou Gy.A-1

.s-1

(IAEA 2007).

It

i

P

dKdY

)()( (06)

3.8.6. Dose Glandular Média

A ICRU (2006) recomenda o uso da dose média para tecidos glandulares, sem utilizar

a mama, para dosimetria em radiologia diagnóstica. Esta grandeza é referida na literatura

como dose glandular média (DG).

Existem vários protocolos padrão para a estimativa da dose que fornecem os fatores de

conversão que relacionam o Ki com a DG (DANCE et al. 2009). Nos protocolos da Europa

(CEC 2006), da IAEA (2011), estes fatores são baseados em cálculos de Monte Carlo de

DANCE (1990) e DANCE et al. (2000) e estão disponíveis para espectros de raios X de

diferentes combinações de ânodo e filtro.

O trabalho de DANCE et al. (2000) inclui espessuras equivalentes de PMMA, que

pode ser usado para simular as mamas típicas de várias espessuras para fins dosimétricos.

Nestes protocolos, para medições com PMMA, a DG é estimada através da Equação 07:

tittG KscgD , (07)

onde gt é o fator que converte o Ki em mGy para DG utilizando uma mama com 50% de tecido

fibroglandular e 50% de tecido adiposo e uma espessura t (Tab. 01), ct é o fator de conversão

que permite a utilização de outra composição de mama com a mesma espessura (Tab. 01) e s

é o fator para diferentes combinações ânodo/filtro (Tab. 02 e 03). Unidade: J.Kg-1

. O nome

especial para a unidade de DG é gray (Gy) (DANCE 1990, DANCE et al. 2000, IAEA 2011).

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Tabela 01. Produto dos fatores de conversão gt e ct para espessuras de PMMA e valores de CSR.

Espessura

de

PMMA

(mm)

Espessura

de mama

equivalente

(mm)

Glandularidade

da mama

equivalente

(%)

Camada semirredutora, CSR (mm Al)

0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75

20 21 97 0,377 0,415 0,45 0,482 0,513 0,539 0,57 0,586 0,606

30 32 67 0,277 0,308 0,338 0,368 0,399 0,427 0,452 0,475 0,496

40 45 41 0,217 0,241 0,268 0,296 0,322 0,351 0,377 0,398 0,417

45 53 29 0,196 0,218 0,242 0,269 0,297 0,321 0,343 0,362 0,381

50 60 20 0,179 0,198 0,221 0,245 0,269 0,296 0,318 0,336 0,353

60 75 9 0,151 0,168 0,187 0,203 0,23 0,253 0,273 0,288 0,303

70 90 4 0,127 0,142 0,157 0,173 0,194 0,215 0,232 0,247 0,260

Fonte: CEC (2006), DANCE et al. (2000, 2009).

Tabela 02. Valores dos fatores s para diferentes combinações ânodo/filtro.

Ânodo/Filtro Fator s

Mo/Mo 1,000

Mo/Rh 1,017

Rh/Rh 1,061

Rh/Al 1,044

W/Rh 1,042

W/Ag 1,042

Fonte: CEC (2006), DANCE et al. (2000, 2009).

Tabela 03. Valores do fator s para ânodos de tungstênio filtrados por 0,7 mm Al.

Espessura

de

PMMA

(mm)

Espessura

de mama

equivalente

(mm)

Glandularidade

da mama (%)

Fator s

(0,7 mm Al)

20 21 97 1,052

30 32 67 1,064

40 45 41 1,082

45 53 29 1,094

50 60 20 1,015

60 75 9 1,123

70 90 4 1,136

Fonte: DANCE et al. (2011).

Nos protocolos do Colégio Americano de Radiologia (American College of Radiology,

ACR) o fator de conversão que se utiliza é calculado por WU et al. (1991, 1994) através de

cálculos de Monte Carlo, sendo tabulado para diferentes qualidades de feixe, espessura e

glandularidade da mama.

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O protocolo europeu (CEC 2006) e da IAEA (2011) adotam níveis aceitáveis e

desejáveis de DG para várias espessuras de PMMA equivalentes a uma determinada espessura

de mama com a respectiva glandularidade (Tab. 04).

Tabela 04. Níveis aceitáveis e desejáveis de DG.

Espessura

de PMMA

(mm)

Espessura

de mama

equivalente

(mm)

Glandularidade

da mama

equivalente

(%)

DG máxima para

mamas equivalentes

Aceitável Desejável

(mGy) (mGy)

20 21 97 < 1,0 < 0,6

30 32 67 < 1,5 < 1,0

40 45 41 < 2,0 < 1,6

45 53 29 < 2,5 < 2,0

50 60 20 < 3,0 < 2,4

60 75 9 < 4,5 < 3,6

70 90 4 < 6,5 < 5,1

Fonte: CEC (2006), IAEA (2011).

Um formalismo é proposto para estender o cálculo da DG realizada na mamografia de

projeção 2D para a DBT de projeção 3D através da introdução dos fatores “tomo”

multiplicativos t(θ) e T na Equação 07. Para cada ângulo θ das projeções individuais, a DG é

estimada através da Equação 08:

)()( , tKscgD tittG (08)

onde t(θ) é o fator “tomo” para cada projeção (Tab. 05), sendo o Ki determinado na posição de

zero grau considerando a carga da respectiva angulação (DANCE et al. 2011). Para um

procedimento completo de DBT, a DG é estimada através da Equação 09:

TKscgD tittG , (09)

onde T é o fator “tomo” para todas as projeções (Tab. 06 e 07), sendo o Ki também

determinado na posição de zero grau considerando a carga total do procedimento (DANCE et

al. 2011).

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Tabela 05. Valores do fator t para diferentes projeções.

Espessura

de PMMA

(mm)

Espessura

de mama

equivalente

(mm)

Fator t - Ângulos (graus)

5 10 15 20 25 30

20 21 0,997 0,988 0,976 0,958 0,929 0,895

30 32 0,996 0,986 0,970 0,944 0,914 0,870

40 45 0,996 0,984 0,964 0,937 0,902 0,859

50 60 0,995 0,983 0,961 0,932 0,897 0,855

60 75 0,994 0,980 0,960 0,926 0,894 0,851

70 90 0,993 0,980 0,956 0,927 0,894 0,851

Fonte: DANCE et al. (2011).

Tabela 06. Valores do fator T para diferentes angulações.

Espessura

de PMMA

(mm)

Espessura

de mama

equivalente

(mm)

Fator T - Ângulos (graus)

-10 a +10 -15 a +15 -20 a +20 -25 a +25 -30 a +30

20 21 0,994 0,989 0,982 0,972 0,960

30 32 0,992 0,985 0,976 0,965 0,950

40 45 0,992 0,984 0,973 0,961 0,944

50 60 0,991 0,982 0,971 0,957 0,941

60 75 0,989 0,981 0,969 0,955 0,939

70 90 0,989 0,980 0,969 0,955 0,939

Fonte: DANCE et al. (2011).

Tabela 07. Valores do fator T para diferentes sistemas.

Espessura

de PMMA

(mm)

Espessura

de mama

equivalente

(mm)

T

Hologic

T

Siemens

20 21 0,997 0,980

30 32 0,996 0,974

40 45 0,996 0,971

50 60 0,995 0,968

60 75 0,994 0,966

70 90 0,994 0,965

Fonte: DANCE et al. (2011).

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Materiais

Neste trabalho, foram utilizados os seguintes equipamentos: detectores e acessórios,

placas e filtros de alumínio, objeto avaliador de resolução espacial, placas de PMMA, balança,

objetos simuladores e mamógrafo com sistema CR, todos pertencentes ao Centro de

Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). Foi ainda utilizado um mamógrafo com

sistema DBT de uma clínica especializada em mamografia.

4.1.1. Detectores e Acessórios

Para determinar o equipamento ideal para realizar os testes de controle de qualidade,

além da determinação dos valores de Ki necessários para o cálculo dos valores de DG, foram

utilizados os conjuntos 01 e 02 calibrados com as respectivas câmaras de ionização (Tab. 08,

Fig. 06). Conforme as especificações dos manuais dos fabricantes, as câmaras de ionização

são totalmente protegidas com uma janela de poliéster metalizado com 0,7 mg.cm-2

, volume

ativo de 6 cm3 e dependência energética de ± 5% para 10 keV a 40 keV.

Tabela 08. Conjuntos com os respectivos equipamentos e suas especificações.

Conjunto - Equipamentos Fabricante Modelo Série

01. (a) Câmara de ionização (Fig. 05a)

Radcal Corporation

10X5-6M 8760

(b) Eletrômetro 9060 99-0220

(c) Unidade base 9015 91-0124

02. (a) Câmara de ionização (Fig. 05b) Radcal Corporation

10X6-6M 04-0599

(b) Módulo digitalizador Accu Gold AGDM 40-0205

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(a) (b)

Figura 06. Câmara de ionização pertencente ao: (a) conjunto 01 e (b) conjunto 02.

4.1.2. Placas e Filtros de Alumínio

Para criar uma região de contraste e avaliar a CNR nas imagens mamográficas, foram

utilizadas duas placas de alumínio fabricadas pela Gammex, com grau de pureza de 99,9%,

20 x 20 mm2 de dimensão e 0,1 mm de espessura cada. A fim de determinar os valores de

CSR dos feixes de raios X, foram utilizados filtros de alumínio fabricados pela Goodfellow,

com grau de pureza de 99,999%, 140 x 150 mm2 de dimensão e variadas espessuras.

4.1.3. Objeto Avaliador de Resolução Espacial

Para avaliar as resoluções espaciais das imagens mamográficas visualmente, foi

utilizado o objeto de teste padrão fabricado pela Victoreen, modelo 07-555FL (Fig. 07), com

espessura de 0,0152 mm de ouro e 0,0025 mm de níquel, 25 x 10 mm2 de dimensão e

composto por 5 a 20 pares de linha por milímetro (pl.mm-1

).

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40

Figura 07. Imagem radiográfica do objeto avaliador de resolução espacial.

4.1.4. Placas e Espaçadores de PMMA

Para simular mamas de diferentes atenuações, foram utilizadas placas de PMMA de

180 x 240 mm2 de dimensão, com espessuras variando de 20 a 70 mm (Fig. 08a), além de

espaçadores de mesmo material de 180 x 15 mm2 de dimensão, com 1, 2, 5, 10 e 20 mm de

espessura (Fig. 08b).

(a) (b)

Figura 08. (a) Placas e (b) espaçadores de PMMA.

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41

4.1.5. Balança

Para medir a força da bandeja de compressão, foi utilizada a balança fabricada pela

Gammex/RMI modelo 163 (Fig. 09). Conforme as especificações do manual do fabricante, a

balança possui 11,5 x 9,0 x 5,0 cm3 de dimensão, 0,91 kg de massa, 8,5 cm de diâmetro da

área de contato e um intervalo de leitura de 3 a 30 kg com acurácia de ± 0,27 kg.

Figura 09. Balança.

4.1.6. Objetos Simuladores

Para avaliar a qualidade das imagens mamográficas, foram utilizados dois objetos

simuladores: o CDMAM, modelo 3,4 (Fig. 10a) e o PHANTOM Mama (Fig. 10b). O CDMAM

é fabricado pela Artinis Medical Systems BV e possui 180 x 240 mm2 de dimensão, sendo

composto por uma base de alumínio de 0,05 mm contendo discos de ouro com grau de pureza

de 99,999% de variadas espessuras e diâmetros. Estes discos estão dispostos em uma matriz

de 16 linhas por 16 colunas. Em uma mesma linha, o diâmetro dos discos permanece

constante enquanto a espessura aumenta em uma escala aproximadamente logarítmica.

Porém, em uma mesma coluna, a espessura é constante enquanto o diâmetro aumenta

logaritmicamente. A espessura total varia entre 0,03 e 2,00 mm e o diâmetro entre 0,06 e

2,00 mm. Cada quadrante contém dois discos idênticos, sendo um no centro e o outro

localizado aleatoriamente em um canto. A base de alumínio é coberta com 5 mm de PMMA,

sendo a atenuação total do feixe de raios X produzida equivalente a 10 mm de PMMA na

exposição com 28 kV e combinação ânodo/filtro de Mo/Mo. O simulador é fornecido com

mais quatro placas de PMMA de 10 mm de espessura que são utilizadas para simular

diferentes espessuras de mama.

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42

O PHANTOM Mama é indicado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia, possui

160 x 120 mm de dimensão e é composto por quatro placas de PMMA, sendo três delas com

10 mm de espessura e uma placa principal com 20 mm, na qual estão presentes objetos de

testes que simulam diferentes estruturas anatômicas. Estes objetos de testes são: cinco esferas

de nylon de 0,25 mm a 2,00 mm de espessura; cinco conjuntos de pontos de Al2O3 de 0,18 a

0,45 mm de diâmetro; oito discos de poliéster de 6 mm com espessuras variando de 0,1 a 0,8

mm; e seis pequenas fibras de nylon com 10 mm de comprimento com espessuras variando de

0,40 a 1,40 mm. As estruturas anatômicas simuladas por estes objetos de testes são,

respectivamente, massas tumorais, microcalcificações, áreas ou lesões de baixo contraste e

calcificações fibrosas. O PHANTOM Mama possui ainda quatro grades metálicas com 4, 6, 8

e 12 pares de linha por milímetro para estimar a resolução espacial e seis orifícios contendo

diferentes materiais para produzir uma escala de densidades óticas utilizada para calcular o

índice de contraste da imagem radiográfica.

(a) (b)

Figura 10. Objetos simuladores: (a) CDMAM e (b) PHANTOM Mama.

4.1.7. Mamógrafos

Para executar os testes de dependência angular das câmaras de ionização, foi utilizado

o mamógrafo MAMMOMAT com sistema CR, modelo 3000 Nova, fabricado pela Siemens

(Fig. 11a). Este sistema possui um tubo de raios X (Pantix 40 MoW) com uma janela de

berílio (Be) e combinações ânodo/filtro de Mo/Mo, Mo/Rh e W/Rh (KUNZEL et al. 2006). A

fim de realizar os testes de desempenho e a dosimetria, foi utilizado o mamógrafo Selenia

com sistema DBT, modelo Dimensions, fabricado pela Hologic (Fig. 11b). Este sistema é

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equipado com um detector de selênio amorfo (a-Se) de 250 µm de espessura e utiliza as

combinações ânodo/filtro de W/Rh e W/Ag para as aquisições 2D. No modo 3D, o sistema

muda a filtração para 700 µm de Al. Um algoritmo de retroprojeção filtrada próprio da

Hologic é utilizado para reconstruir as imagens da mama a partir de 15 projeções dos raios X

adquiridas ao longo de 15º (COCKMARTIN et al. 2013).

(a) (b)

Figura 11. Mamógrafos com sistemas: (a) CR e (b) DBT.

4.2. Metodologia

Foi realizado um levantamento prévio dos equipamentos com sistema DBT da Hologic

em todo o território nacional. Este equipamento foi escolhido devido a ser o pioneiro a possuir

a licença de funcionamento no país.

Foram realizados testes de fuga, repetibilidade e reprodutibilidade a fim de assegurar a

qualidade das câmaras de ionização utilizadas. Testes de dependência angular, utilizados

principalmente nos cálculos de incerteza, foram realizados no mamógrafo com sistema CR da

Siemens. Este equipamento foi escolhido devido à praticidade, pois ele está instalado dentro

do Laboratório de Radioproteção Aplicada a Mamografia (LARAM) que faz parte das

dependências do CDTN/CNEN. Através de todos estes testes, foi determinada a câmara de

ionização ideal para a realização dos testes posteriores de desempenho e dosimetria no

mamógrafo com sistema DBT.

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Para elaborar uma sugestão de protocolo e avaliar o equipamento com sistema DBT da

Hologic, foram realizados testes de desempenho, tais como: força de compressão;

alinhamento da bandeja de compressão; coincidência do campo luminoso e o feixe de raios X;

linearidade da resposta do detector; ruído e resolução espacial da imagem; uniformidade da

resposta do detector; CNR; SNR; CSR; dosimetria; e qualidade de imagem do CDMAM e do

PHANTOM Mama. Este equipamento foi escolhido devido uma parceria com uma clínica de

mamografia que tem interesse em participar de projetos de pesquisa e que tem instalado nas

suas dependências o único equipamento com sistema DBT da Hologic do estado de Minas

Gerais até o ano de 2014.

4.2.1. Levantamento dos Equipamentos e Amostragem

Foi realizado um levantamento dos equipamentos com sistema DBT da Hologic

localizados por todo o território nacional, utilizando dados obtidos por representantes do

fabricante. Com base neste levantamento, foi determinada a amostragem do trabalho levando

em consideração a parceria consolidada com a clínica de mamografia localizada na cidade de

Belo Horizonte (MG).

4.2.2. Controle de Qualidade das Câmaras de Ionização

Foram analisados os parâmetros de qualidade das câmaras de ionização utilizadas

através dos testes de fuga, repetibilidade e reprodutibilidade a fim de determinar o

equipamento ideal a ser utilizado em testes posteriores de desempenho e dosimetria no

equipamento com sistema DBT. Nestes testes de qualidade das câmaras, foi utilizada a fonte

de radiação beta de 90

Sr/90

Y como referência com 33 MBq no dia 29 de junho de 2009, além

dos conjuntos 01 e 02 contendo as câmaras de ionização. A fonte de radiação foi acoplada nos

respectivos conjuntos através de um acrílico posicionador (Fig. 12). Todos os resultados dos

testes foram corrigidos para o decaimento radioativo da fonte de radiação referente ao dia 29

de junho de 2009 através da Equação 10:

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45

teAA 0

(10)

onde A e A0 são as atividades final e inicial da amostra em becquerel (Bq), t é o tempo

decorrido em segundos (s) e λ é a constante de decaimento (s-1

) (TAUHATA et al. 2003).

(a) (b)

Figura 12. Posicionamento para o controle de qualidade das câmaras de ionização: (a) conjunto 01 e (b) conjunto

02.

Nos testes de fuga, a fonte de radiação foi posicionada no acrílico, sendo anotada uma

leitura inicial. Após aproximadamente 15 minutos sem a fonte, uma leitura final foi

registrada. A corrente de fuga em µGy.s-1

, foi determinada através da diferença entre as

leituras pelo tempo decorrido.

Nos testes de reprodutibilidade e repetibilidade, a fonte de radiação foi novamente

inserida no acrílico e a cada 20 segundos aproximadamente, o valor lido no eletrômetro foi

anotado. A taxa de kerma de referência em µGy.s-1

, foi determinada pela média das dez

medições realizadas.

Além do decaimento radioativo da fonte, os resultados das medições foram corrigidos,

pelo coeficiente de calibração da câmara e pelos valores de temperatura e pressão do

laboratório.

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46

4.2.3. Dependência Angular das Câmaras de Ionização

Para obter os valores de dependência angular, foi utilizado o mamógrafo com sistema

CR, além das câmaras de ionização acopladas a seus respectivos conjuntos. Os centros

sensíveis foram posicionados sobre o suporte da mama a 60 mm de distância da parede

torácica e a 605 mm do ponto focal. Foi inserido embaixo das câmaras um isopor para evitar a

radiação retroespalhada (Fig. 13).

Foi posicionado um transferidor atrás do tubo de raios X para facilitar a visualização

da rotação do tubo do mamógrafo enquanto o detector permanecia fixo. A fim de conferir a

variação angular, foi posicionado, paralelamente, um laser em cima do tubo.

Foi utilizada a tensão de 28 kV, a carga de 50 mA.s com a finalidade de poupar o

mamógrafo, além da combinação ânodo/filtro de Mo/Mo. Foram realizadas três medições,

sendo o valor médio de Ki em mGy obtido entre -30º e +30º de rotação do tubo, com um

intervalo de 5º.

(a) (b)

Figura 13. Posicionamento das câmaras de ionização para o teste de dependência angular: (a) conjunto 01 e (b)

conjunto 02.

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47

4.2.4. Força de Compressão

Para analisar a força de compressão do equipamento com sistema DBT, a balança foi

posicionada sobre o suporte da mama e realizada a compressão máxima. A fim de evitar

danos à bandeja de compressão e distribuir uniformemente a força, foi também inserida uma

espuma sobre a balança (Fig. 14). Foram realizadas três medições, sendo o valor médio

registrado. Para aprovar o equipamento neste teste, o valor médio da força de compressão,

obtido anualmente, deve estar entre 11 e 18 kgf (BRASIL 1998) ou 150 e 200 N (IAEA 2011,

SEFM 2012).

Figura 14. Posicionamento dos materiais para o teste de força de compressão.

4.2.5. Alinhamento da Bandeja de Compressão

Para avaliar a deformação da bandeja do equipamento com sistema DBT, uma espuma

foi posicionada sobre o suporte da mama e realizada a compressão com o sistema de

adaptação à mama desativado (Fig. 15). Foram realizadas medições das distâncias do suporte

da mama nos quatro cantos da bandeja de compressão utilizando uma régua. Para aprovar o

equipamento neste teste, é permitida uma deformação mínima anual, sendo aceitável o valor

máximo de 5,0 mm (SEFM 2012).

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Figura 15. Posicionamento da espuma para o teste de alinhamento da bandeja de compressão.

4.2.6. Coincidência do Campo Luminoso e o Feixe de Raios X

Para avaliar a coincidência do campo luminoso com o feixe de raios X, quatro

marcadores radiopacos (moedas) foram posicionados nos limites da extensão do campo

luminoso. Um quinto objeto foi ainda posicionado somente para identificar o lado direito da

imagem (Fig. 16). Foi realizada a compressão e executada a exposição em modo automático.

A análise da imagem processada referente à projeção de 0° foi feita no monitor do

equipamento através da função régua presente no painel de comando para determinar a

distância entre os pontos de interesse. Através dessa função, foi possível realizar medições

dos desvios em cada borda da imagem. Para aprovar o equipamento neste teste, os valores dos

desvios devem ser menores que 2% da distância fonte-receptor da imagem (IAEA 2011).

Figura 16. Imagem radiográfica do posicionamento dos materiais para o teste de coincidência do campo

luminoso e o feixe de raios X.

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4.2.7. Linearidade da Resposta do Detector

Para avaliar a linearidade da resposta do detector do mamógrafo com sistema DBT,

quatro placas de PMMA foram posicionadas mais próximas possíveis do tubo de raios X. A

posição escolhida foi sobre a bandeja, sem realizar compressão, a fim de proporcionar uma

maior segurança no posicionamento. A exposição foi realizada em modo manual, utilizando a

combinação ânodo/filtro de W/Al, tensão de 28 kV e os respectivos valores de carga: 5; 8; 16;

25; 32,5; 45; 62,5; 100; e 120 mA.s. A análise das imagens processadas referente às projeções

de 0° foi feita no monitor do equipamento através da função para determinar a região de

interesse presente no painel de comando. Através dessa função, foi possível obter os valores

médios dos pixels (VMP) e os σ dos valores dos pixels das imagens. Para obter os valores

médios de Ki das respectivas imagens, a câmara de ionização foi posicionada sobre o suporte

da mama, com o centro sensível localizado a 60 mm de distância da parede torácica e a 655

mm do ponto focal. Foi inserido, embaixo da câmara, um isopor para evitar a radiação

retroespalhada (Fig. 17). Um gráfico da média dos três resultados obtidos de Ki pelos

respectivos VMP foi feito a fim de obter a equação de ajuste linear:

bKaVMP i (11)

onde a é o coeficiente angular e b é o coeficiente linear da reta. Para aprovar o equipamento

neste teste, o valor de R2 do ajuste linear deve ser maior que 0,99 (SEFM 2012).

Figura 17. Posicionamento dos materiais para o teste de linearidade da resposta do detector.

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50

4.2.8. Ruído da Imagem

Os resultados do teste da linearidade da resposta do detector também foram utilizados

para avaliar o ruído da imagem do equipamento com sistema DBT. Um gráfico dos resultados

obtidos de Ki pelos σ foi feito a fim de obter a equação de ajuste do tipo potência:

b

iKa (12)

onde a e b são constantes. Para aprovar o equipamento neste teste, o valor do índice b anual

deve ser entre 0,45 e 0,55 (SEFM 2012). Caso o valor do índice b estiver fora do intervalo

estabelecido, é necessário analisar as contribuições dos diferentes tipos de ruídos relativos a

fim de eliminar possíveis falhas. Esta análise foi feita através de um gráfico dos resultados do

inverso dos VMP pelo quadrado da razão σ.VMP-1

. Foi obtida a equação de ajuste do tipo

polinomial de segundo grau:

cbxaxy 2 (13)

onde a, b e c são constantes utilizadas nos cálculos dos diferentes tipos de ruídos relativos. O

ruído total relativo (σT.VMP-1

) foi obtido através da soma do ruído eletrônico relativo

(σEL.VMP-1

), do ruído quântico relativo (σQ.VMP-1

) e do ruído estrutural relativo (σS.VMP-1

),

os quais foram calculados através das Equações 14 a 16 (CHEVALIER et al. 2010):

21

VMPa

VMP

EL (14)

21

VMPb

VMP

Q

(15)

cVMP

S

(16)

Um gráfico dos valores de ruídos relativos foi feito a fim de facilitar a visualização

dos resultados e possibilitar uma melhor análise.

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51

4.2.9. Resolução Espacial da Imagem

Para avaliar a resolução espacial da imagem do equipamento com sistema DBT, quatro

placas de PMMA foram posicionadas sobre o suporte da mama e comprimidas. O objeto de

teste padrão foi inserido entre a segunda e terceira placa a 60 mm da parede torácica e com

um ângulo de 45º para evitar interferências com o detector ou com as linhas do monitor de

análise (Fig. 18). Mantendo a mesma angulação e distância da parede torácica, foi inserido

outro objeto teste à esquerda e sobre as quatro placas de PMMA. Este objeto somente foi

utilizado para comparação entre os resultados. A exposição foi realizada em modo

automático, sendo obtida a respectiva imagem processada. A análise da imagem referente à

projeção de 0° foi feita visualmente no monitor do equipamento através da função para

visualizar o tamanho real dos pixels presente no painel de comando.

Para aprovar o equipamento neste teste, o valor da resolução espacial anual deve ser

superior a 80% da frequência de Nyquist associada ao tamanho do pixel do detector (SEFM

2012).

Figura 18. Posicionamento dos materiais para o teste de resolução espacial da imagem.

4.2.10. Uniformidade da Resposta do Detector

Para avaliar a uniformidade da resposta do detector do mamógrafo com sistema DBT,

quatro placas de PMMA foram posicionadas sobre o suporte da mama e comprimidas. A

exposição foi realizada em modo automático, sendo obtida a respectiva imagem processada.

A partir da imagem referente à projeção de 0° foi feito um gráfico de superfície através dos

VMP obtidos a fim de avaliar a uniformidade por toda a área do detector. A análise dessa

imagem também foi feita no monitor do equipamento através da função, presente no painel de

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52

comando, que determina regiões de interesse. Através dessa função, foi possível obter os

VMP da área central e dos quatro cantos da imagem (Fig. 19). A variação dos VMP de cada

área (VMPn) em relação ao valor médio (VMPm) foi determinada através da Equação 17. Para

aprovar o equipamento neste teste, é permitida uma variação anual menor ou igual a ± 15%

(SEFM 2012).

m

mn

VMP

VMPVMPVariação 100(%) (17)

Figura 19. Áreas a serem analisadas na imagem obtida no teste de uniformidade da resposta do detector.

4.2.11. Razão Contraste Ruído

Para realizar o teste de CNR do equipamento com sistema DBT, duas placas de PMMA

foram posicionadas sobre o suporte da mama e comprimidas com os respectivos espaçadores

sobre elas. As duas placas de alumínio, de 0,1 mm de espessura cada, foram inseridas

sobrepostas sobre as placas de PMMA a 60 mm da parede torácica (Fig. 20a). As exposições

foram realizadas em modo automático, sendo obtidas as respectivas imagens processadas. A

combinação ânodo/filtro foi registrada, assim como os valores de tensão e carga utilizados.

Este procedimento foi realizado para as espessuras de 20 a 70 mm, com incrementos de 10

mm de PMMA, e seus respectivos espaçadores. As análises das imagens processadas referente

às projeções de 0° foram feitas no monitor do equipamento através da função para determinar

a região de interesse, sendo possível obter os VMP e os σ das áreas 1 e 2 (Fig. 20b).

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53

(a) (b)

Figura 20. (a) Posicionamento dos materiais e (b) áreas a serem analisadas na imagem obtida no teste de CNR.

A CNR para cada espessura de PMMA foi determinada através da Equação 18:

2

)( 2

1

2

2

12

VMPVMPCNR

(18)

A CNR relativa (CNRrel) para cada espessura de PMMA foi determinada através da

Equação 19:

50

100(%)CNR

CNRCNR n

rel (19)

onde CNRn e CNR50 são os valores de CNR para cada espessura e para 50 mm de PMMA

(espessura padrão) respectivamente. Para aprovar o equipamento neste teste, a Tab. 09 mostra

os valores de referência anuais de CNRrel para cada espessura de PMMA.

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54

Tabela 09. Valores de referência de CNRrel para cada espessura de PMMA.

Espessura de

PMMA (mm)

Espessura de mama

equivalente (mm)

Valores de referência

de CNRrel (%)

20 21 > 115

30 32 > 110

40 45 > 103

50 60 > 100

60 75 > 95

70 90 > 90

Fonte: SEFM 2012.

4.2.12. Razão Sinal Ruído

Para realizar o teste de SNR do equipamento com sistema DBT, foram utilizados os

VMP e os σ registrados no teste de CNR. A SNR de fundo para cada espessura de PMMA foi

determinada através da Equação 20:

1

1

VMPSNR (20)

A variação de cada valor de SNR (SNRn) em relação ao valor médio (SNRm) foi

determinada através da Equação 21:

m

mn

SNR

SNRSNRVariação 100(%) (21)

Para aprovar o equipamento neste teste, é permitida uma variação anual menor ou

igual a ± 10% (SEFM 2012).

4.2.13. Camada Semirredutora

Para determinar a CSR do equipamento com sistema DBT, a câmara de ionização foi

posicionada sobre o suporte da mama, com o centro sensível localizado a 60 mm de distância

da parede torácica e a 655 mm do ponto focal. Foi inserido, embaixo da câmara, um isopor

para evitar a radiação retroespalhada e, sobre a bandeja de compressão, os filtros de alumínio

de elevada pureza e espessuras variando de 0,35 mm, 0,5 mm e 0,75 mm (Fig. 21). A bandeja

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55

de compressão foi posicionada à meia distância entre o ponto focal e o detector. A exposição

foi realizada em modo manual, utilizando a combinação ânodo/filtro de W/Al, carga de 50

mA.s e valores de tensão que variava de 24 a 34 kV com intervalo de 2 kV. Os valores de

CSR foram obtidos através de ajustes feitos em gráficos que relacionavam os valores médios

de Ki em mGy e a espessura da filtração adicional utilizada. Para aprovar o equipamento neste

teste, é permitido o intervalo de variação:

CkV

CSRkV

100

03,0100

(22)

onde C é uma constante e possui valores: 0,12; 0,19; 0,22; 0,30; 0,32; 0,25 para as

combinações ânodo/filtro de Mo/Mo, Mo/Rh, Rh/Rh, W/Rh, W/Ag, W/Al respectivamente

(IAEA 2011, SEFM 2012).

Figura 21. Posicionamento dos materiais para o teste de CSR.

4.2.14. Dosimetria

Para estimar a DG do equipamento com sistema DBT, a câmara de ionização foi

posicionada sobre o suporte da mama, com o centro sensível localizado a 60 mm de distância

da parede torácica e a 655 mm do ponto focal. Foi inserido, embaixo da câmara, um isopor

para evitar a radiação retroespalhada (Fig. 22). As exposições foram realizadas em modo

manual, utilizando a mesma combinação ânodo/filtro, assim como os valores de tensão e

carga registrados no teste de CNR.

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56

Caso não fosse possível selecionar o mesmo valor de carga, os valores das medições

realizadas com a câmara de ionização foram estimados utilizando o valor de carga que mais se

aproximava do valor utilizado com o modo automático, conforme a Equação 23:

M

CAE

CAEsmA

smAMM

.

. (23)

onde mA.sCAE é o valor de carga utilizado com o controle automático de exposição (CAE), e M

é a média das três leituras realizadas utilizando o valor de carga, mA.sM, mais próximo (IAEA

2011). Os valores de Ki foram calculados conforme a Equação 03, sendo corrigidos para cada

espessura das placas e espaçadores de PMMA através da Equação 24:

2

,,

td

ndKK niti

(24)

onde Ki,t é o valor de Ki obtido para uma espessura t, Ki,n é o valor de Ki obtido com o centro

sensível da câmara de ionização posicionado a distância n do suporte da mama, d é a distância

entre o ponto focal do tubo de raios X e o suporte da mama e t é a soma das respectivas

espessuras de placas e espaçadores de PMMA utilizados no teste de CNR (IAEA 2011). Os

valores de DG para cada projeção individual e para um procedimento completo foram

calculados a partir dos resultados obtidos de Ki,t, conforme as Equações 08 e 09

respectivamente. Para aprovar o equipamento neste teste, foram adotados os níveis aceitáveis

e desejáveis de DG da Tab. 04.

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57

Figura 22. Posicionamento das câmaras de ionização para o teste de DG.

4.2.15. Qualidade de Imagem do CDMAM

Para avaliar a qualidade da imagem do equipamento com sistema DBT, o CDMAM foi

inserido entre quatro placas de PMMA posicionadas e comprimidas sobre o suporte da mama

(Fig. 23). A exposição foi realizada em modo automático, sendo obtida a respectiva imagem

processada. A análise da imagem referente à projeção de 0° foi feita visualmente no monitor

do equipamento através da função para visualizar o tamanho real dos pixels. Para aprovar o

equipamento neste teste, a Tab. 10 mostra os valores de referência anuais de espessura de

ouro visualizada para cada diâmetro.

Figura 23. Posicionamento do objeto simulador para o teste de qualidade de imagem do CDMAM.

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58

Tabela 10. Valores de referência de espessura de ouro para cada diâmetro visualizado.

Diâmetro

(mm)

Valores de referência de

espessura de ouro (µm)

2,00 0,069

1,00 0,091

0,50 0,150

0,25 0,352

0,10 1,680

Fonte: SEFM 2012.

4.2.16. Qualidade de Imagem do PHANTOM Mama

Para avaliar a qualidade da imagem do equipamento com sistema DBT, o PHANTOM

Mama foi posicionado e comprimido sobre o suporte da mama (Fig. 24). A exposição foi

realizada em modo automático, sendo obtida a respectiva imagem processada. A análise da

imagem referente à projeção de 0° foi feita visualmente no monitor do equipamento através

da função para visualizar o tamanho real dos pixels. Para aprovar o equipamento neste teste, a

Tab. 11 mostra os valores de referência mensais dos objetos de testes visualizados.

Figura 24. Posicionamento do objeto simulador para o teste de qualidade de imagem do PHANTOM Mama.

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Tabela 11. Valores de referência dos objetos de testes visualizados.

Estruturas

presentes (total)

Estruturas

visualizadas

Fibras (6) ≥ 4

Discos (8) ≥ 7

Massas Tumorais (5) ≥ 4

Microcalcificações (5) ≥ 4

Grades Metálicas (4) 3*

* A terceira grade metálica representa o valor de referência de 8 pl.mm

-1 como resolução espacial para sistemas

digitais em geral.

Fonte: BRASIL, 2007.

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60

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Levantamento dos Equipamentos e Amostragem

A quantidade de equipamentos com o sistema DBT da Hologic em funcionamento nas

cidades brasileiras até o ano de 2014 está apresentada na Tab. 12.

Tabela 12. Quantidade de equipamentos com sistema DBT nas respectivas cidades e estados.

Local Quantidade

Cidade Estado

Brasília (DF) 1 1

Belo Horizonte (MG) 1 1

Curitiba (PR) 1 1

Rio de Janeiro (RJ) 2 2

Porto Alegre (RS) 2 2

Florianópolis (SC) 1 1

Barretos (SP) 1

6 Campinas (SP) 1

São José do Rio Preto (SP) 1

São Paulo (SP) 3

Total 14 14

É possível perceber que a capital paulista possui a maior quantidade destes

equipamentos, sendo seu estado o único que possui o sistema DBT em cidades do interior.

Nos demais estados, estes equipamentos se localizam somente nas respectivas capitais. Os

equipamentos se encontram principalmente nas regiões Sul e Sudeste, além do Distrito

Federal, devido possivelmente aos maiores investimentos no setor da saúde nestas áreas.

Com base neste levantamento, foi utilizado 1 equipamento com o sistema DBT neste

trabalho, localizado na cidade de Belo Horizonte, perfazendo o total de aproximadamente 7%

dos equipamentos da Hologic em funcionamento no Brasil.

5.2. Controle de Qualidade das Câmaras de Ionização

5.2.1. Testes de Fuga

Os diversos valores da corrente de fuga em μGy.s-1

obtidos utilizando as câmaras de

ionização nos períodos em que elas estavam sendo utilizadas na realização de experimentos,

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61

19/01/2012 a 18/10/2012 (conjunto 01) e 10/07/2013 a 03/09/2013 (conjunto 02), são

apresentados na Fig. 25.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0,00

0,04

0,08

0,12

0,16

0,20

0,24

Câmara de ionização - Conjunto 01

Câmara de ionização - Conjunto 02

Corr

ente

de

fuga

(G

y.s

-1)

Medições

Figura 25. Corrente de fuga da câmara de ionização dos conjuntos 01 e 02.

Neste teste, foram calculados os valores médios de 0,16 e 0,05 μGy.s-1

(retas

contínuas) e obtidos os valores máximos de 0,21 e 0,09 μGy.s-1

referente aos resultados da

corrente de fuga dos conjuntos 01 e 02 respectivamente. Todos os resultados foram

considerados desprezáveis por estarem abaixo de 1% dos valores obtidos em clínicas de

mamografia, não influenciando assim os demais resultados utilizando as câmaras de

ionização. Por isso, ao considerar somente estes resultados, não foi possível determinar qual o

equipamento ideal para os futuros testes de desempenho e dosimetria.

5.2.2. Testes de Repetibilidade e Reprodutibilidade

Os resultados, com os respectivos desvios padrões, de vários valores da taxa de kerma

de referência em μGy.s-1

obtidos utilizando as câmaras de ionização, nos mesmos períodos

dos testes de fuga, são apresentados na Fig. 26.

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62

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

365

370

375

380

385

390

Câmara de ionização - Conjunto 01

Câmara de ionização - Conjunto 02T

axa

de

ker

ma

de

refe

rênci

a (

Gy.s

-1)

Medições

Figura 26. Taxa de kerma de referência da câmara de ionização dos conjuntos 01 e 02.

Neste teste, foram calculados os valores médios de 372,23 e 0,10 μGy.s-1

(retas

contínuas) referente aos resultados da taxa de kerma de referência dos conjuntos 01 e 02

respectivamente. A média dos desvios padrões para o conjunto 01 foi de 1,17 μGy.s-1

, sendo o

maior valor igual a 2,16 μGy.s-1

. Para o conjunto 02, a média obtida dos desvios padrões foi

de 0,07 μGy.s-1

, sendo o maior valor igual a 0,11 μGy.s-1

.

Foram estipulados valores de referência como controle, correspondente ao limite

superior e inferior das medidas realizadas para garantir resultados confiáveis nos

experimentos envolvendo as câmaras de ionização. Ou seja, os testes utilizando as câmaras de

ionização nas clínicas de mamografia só foram realizados devido ao valor da taxa de kerma de

referência estar de acordo com os valores de referência estipulados para cada conjunto.

Os elevados desvios padrões do conjunto 02 se justificam, pois houve uma maior

variação dos registros devido aos baixos valores das taxas de kerma de referência. Ao

considerar estes resultados, a câmara de ionização do conjunto 01 foi escolhida como sendo

ideal a ser utilizada nos testes de desempenho e dosimetria no equipamento com sistema DBT

devido a menor variação dos valores das taxas de kerma de referência.

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63

5.3. Dependência Angular das Câmaras de Ionização

Os resultados, com os respectivos desvios padrões, de Ki em mGy, obtidos

rotacionando o tubo de raios X e utilizando as câmaras de ionização de mamografia são

apresentados na Fig. 27. A incerteza expandida calculada (k = 2) para as medições de Ki

utilizando a câmara de ionização dos conjuntos 01 e 02 é 6,5% (Tab. A01). As principais

contribuições para a incerteza na medição são: as calibrações e as dependências energéticas

das câmaras.

-30 -20 -10 0 10 20 30

4,45

4,50

4,55

4,60

4,75

4,80

4,85

4,90

4,95

5,00

5,05

Câmara de ionização - Conjunto 01 (1,5 %)

Câmara de ionização - Conjunto 02 (1,0 %)

Ki (

mG

y)

Ângulo (º)

Figura 27. Dependência angular da câmara de ionização dos conjuntos 01 e 02.

Neste teste, foram calculados valores médios de 4,85 e 4,55 mGy (retas contínuas)

referentes aos valores de Ki utilizando a câmara dos conjuntos 01 e 02 respectivamente. Foi

obtido um valor correspondente ao limite superior e inferior das medidas (retas tracejadas) de

1,5% e 1,0%, visando englobar todos os valores de Ki medidos. Estes limites foram utilizados

como os valores de dependência angular das câmaras, principalmente no cálculo das

incertezas.

Os valores obtidos com o conjunto 01 estão ligeiramente acima dos obtidos com o

conjunto 02, sendo a diferença percentual média entre os dois detectores de aproximadamente

6,18%. Porém, ao considerar o intervalo de rotação do tubo de raios X dos equipamentos da

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Hologic (de -7,5° a +7,5°), os dois conjuntos possuem valores de dependência angular

próximos e menores que 1,0%.

5.4. Força de Compressão

A Tab. 13 mostra o valor médio da força de compressão em N obtido a partir das

medições realizadas no equipamento com sistema DBT. A incerteza expandida calculada

(k = 2) para as medições da força de compressão é 0,5% (Tab. A02). As principais

contribuições para a incerteza nas medições são: a resolução e o posicionamento da balança

durante a compressão.

Tabela 13. Valor médio da força de compressão registrado.

Força de Compressão Intervalo de

referência Situação

180 ± 1 N 150 a 200 N Conforme

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme o intervalo de

referência estabelecido (IAEA 2011, SEFM 2012). A conformidade neste teste é devido à

necessidade de garantir uma correta imobilização sem causar um desconforto anormal à

paciente, proporcionar uma mama homogênea para evitar sobreposições de tecidos, evitando

assim falsos negativos, e aproximar a mama ao detector para melhorar o contraste,

proporcionando uma imagem satisfatória para um diagnóstico preciso.

5.5. Alinhamento da Bandeja de Compressão

A Tab. 14 mostra o valor da deformação máxima em milímetros obtido a partir das

medições realizadas em cada canto da bandeja de compressão no equipamento com sistema

DBT. A incerteza expandida calculada (k = 2) para as medições do alinhamento da bandeja de

compressão é 1,2% (Tab. A03). A principal contribuição para a incerteza nas medições é a

precisão das leituras.

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65

Tabela 14. Valor da deformação máxima da bandeja de compressão.

Deformação máxima Valor de

referência Situação

2,00 ± 0,02 mm Até 5 mm Conforme

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme o valor de

referência estabelecido (SEFM 2012). A conformidade neste teste é necessária para evitar

uma compressão desigual da mama que poderia prejudicar o diagnóstico, além do desconforto

à paciente.

5.6. Coincidência do Campo Luminoso e o Feixe de Raios X

A Tab. 15 mostra o valor do desvio máximo obtido a partir das medições realizadas

em cada borda da imagem no equipamento com sistema DBT. A incerteza expandida

calculada (k = 2) para as medições da coincidência do campo luminoso e o feixe de raios X é

0,4% (Tab. A04). A principal contribuição para a incerteza nas medições é o posicionamento

dos marcadores radiopacos.

Tabela 15. Valor de desvio máximo obtido.

Desvio máximo Valor de

referência Situação

1,86 ± 0,01 % < 2% Conforme

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme o valor de

referência estabelecido (IAEA 2011). A conformidade neste teste é necessária para garantir a

coincidência do campo luminoso e o feixe de raios X a fim de ajudar na visualização do

correto posicionamento da mama em relação à área que deve ser irradiada. Além disso, é de

grande importância que o equipamento tenha esta conformidade para evitar que outras áreas,

como o tórax da paciente, recebam uma irradiação indesejada.

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66

5.7. Linearidade da Resposta do Detector

A Tab. 16 e a Fig. 28 mostram o valor de R2 obtido a partir do ajuste linear realizado

nos resultados de Ki do equipamento com sistema DBT. A incerteza expandida calculada

(k = 2) para as medições da linearidade da resposta do detector é 9,7% (Tab. A05). As

principais contribuições para a incerteza nas medições são: a precisão das leituras, a

calibração e a dependência energética da câmara.

Tabela 16. Valor de R2 obtido.

R2

Valor de

referência Situação

1,00 > 0,99 Conforme

Figura 28. Ajuste linear realizado nos resultados de Ki do equipamento com sistema DBT.

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme o valor de

referência estabelecido (SEFM 2012). A conformidade neste teste é necessária para garantir

que o sistema tenha uma resposta linear. O aumento no valor de carga do equipamento deve

acarretar um aumento proporcional nos valores de Ki e dos VMP a fim de garantir o correto

nível de radiação recebida pela paciente, além de uma adequada imagem da mama.

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67

5.8. Ruído da Imagem

A Tab. 17 e a Fig. 29 mostram o valor do índice b obtido a partir do ajuste do tipo

potência realizado nos resultados de Ki do equipamento com sistema DBT. A incerteza

expandida calculada (k = 2) para as medições do ruído da imagem é 9,7% (Tab. A05). As

principais contribuições para a incerteza nas medições são: a precisão das leituras, a

calibração e a dependência energética da câmara.

Tabela 17. Valor do índice b obtido.

Índice b Intervalo de

referência Situação

0,33 ± 0,03 0,45 a 0,55 Não conforme

0 100 200 300 400 500

0

1

2

3

4

5

6

7

y = a.xb

a = + 0,74

b = + 0,33

R2 = 0,98

Des

vio

pad

rão,

Kerma no ar incidente, Ki (Gy)

Figura 29. Ajuste do tipo potência realizado nos resultados de Ki do equipamento com sistema DBT.

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste não está conforme o intervalo

de referência estabelecido (SEFM 2012). Por isso, foram avaliadas as contribuições dos

diferentes tipos de ruídos relativos (Fig. 30).

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68

0 50 100 150 200 250 300 350

0,00

0,04

0,08

0,12

0,16

0,20

0,24

0,28

0,32

Ruíd

o r

elat

ivo

VMP

Total

Eletrônico

Quântico

Estrutural

Figura 30. Influência dos diferentes tipos de ruídos.

As principais influências do ruído total do sistema são os ruídos eletrônicos originados

nos circuitos de leitura e amplificação do sinal, e, principalmente, os ruídos quânticos

associados às flutuações na fluência dos fótons. É importante destacar que somente com o

conhecimento das técnicas radiográficas utilizadas pelos serviços é possível determinar

precisamente a influência dos ruídos.

5.9. Resolução Espacial da Imagem

Não foi possível avaliar o equipamento com sistema DBT utilizando objeto avaliador

de resolução espacial. O equipamento avaliado possui um tamanho de pixel de

aproximadamente 100 µm nas imagens reconstruídas, ou seja, 1/10 mm. Este resultado

equivale a 10 pixels por milímetro, que resulta em uma resolução espacial de

aproximadamente 5 pl.mm-1

. Deveria ser visualizada no mínimo 4 pl.mm-1

nas imagens, valor

referente a 80% da frequência de Nyquist. O objeto avaliador de resolução espacial é

composto por 5 a 20 pl.mm-1

, por isso não é indicado nestas avaliações.

Assim, uma maneira mais adequada e precisa para avaliar a resolução espacial das

imagens neste tipo de equipamento seria utilizar um objeto de teste para obter as curvas de

MTF. Essa tentativa de avaliação foi realizada, porém não foi possível obter um resultado

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69

devido a uma falha no programa escolhido para analisar as imagens e construir as curvas de

MTF.

Portanto, não foi possível realizar a avaliação da resolução espacial da imagem deste

equipamento com sistema DBT. A conformidade neste teste seria necessária para ter um

controle a mais da qualidade da imagem avaliada, visto que a resolução espacial deve ser

monitorada.

5.10. Uniformidade da Resposta do Detector

A Tab. 18 mostra o valor da variação máxima obtida a partir das medições realizadas

na área central e nos quatro cantos da imagem no equipamento com sistema DBT. A incerteza

expandida calculada (k = 2) para as medições da uniformidade da resposta do detector é 0,3%

(Tab. A06). A principal contribuição para a incerteza nas medições é o posicionamento dos

materiais durante a medição. A Fig. 31 mostra os valores dos pixels obtidos por toda a

superfície do detector.

Tabela 18. Valores da variação máxima obtida.

Variação máxima Valor de

referência Situação

4,85 ± 0,01 % ≤ ± 15% Conforme

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70

Figura 31. Valores dos pixels por toda a superfície do detector.

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme o valor de

referência estabelecido (SEFM 2012). A conformidade neste teste é necessária para garantir

que o detector possua uma resposta uniforme em toda a sua superfície proporcionando assim

uma imagem adequada. Com este teste também é possível identificar a existência de alguma

informação residual que possa interferir na imagem real (“gost”) e a existência de pixels em

mal funcionamento (“bad pixel” ou “dead pixel”).

5.11. Razão Contraste Ruído

A Tab. 19 mostra a tensão e a carga utilizada no equipamento com sistema DBT, além

dos valores de CNRrel obtidos a partir das imagens referentes às diferentes espessuras de

PMMA. A incerteza expandida calculada (k = 2) para as medições da razão contraste ruído é

0,3% (Tab. A07). A principal contribuição para a incerteza nas medições é o posicionamento

dos materiais durante a medição.

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71

Tabela 19. Valores de tensão, carga e os resultados de CNRrel obtidos para as espessuras de PMMA utilizadas.

Espessura de

PMMA (mm)

Tensão

(kV)

Carga

(mA.s) CNRrel (%)

Valores de

referência (%) Situação

20 26 41 168,84 ± 0,51 ≥ 115

Conforme

30 29 42 129,36 ± 0,39 ≥ 110

40 30 57 112,14 ± 0,34 ≥ 105

50 33 77 100,00 ± 0,30 ≥ 100

60 36 86 96,61 ± 0,29 ≥ 95

70 33 69 100,00 ± 0,30 ≥ 90

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme os valores de

referência estabelecidos (SEFM 2012). Nos procedimentos de DBT, nenhum dos

equipamentos disponíveis atualmente incorpora a grade antidifusora, o que pode resultar em

uma perda de contraste. A conformidade neste teste é necessária para garantir que o ruído não

interfira no adequado contraste das estruturas nas imagens.

5.12. Razão Sinal Ruído

A Tab. 20 mostra as variações percentuais da SNR obtida no equipamento com sistema

DBT a partir das imagens referentes às diferentes espessuras de PMMA. A incerteza

expandida calculada (k = 2) para as medições da razão sinal é 0,3% (Tab. A08). A principal

contribuição para a incerteza nas medições é o posicionamento dos materiais durante a

medição.

Tabela 20. Valor da variação máxima obtida.

Espessura de

PMMA (mm)

SNR

medida

Variação percentual

da SNR (%)

Valor de

referência (%) Situação

20 61,53 -7,84 ± 0,02

≤ ± 10% Conforme

30 63,08 -5,52 ± 0,02

40 62,68 -6,12 ± 0,02

50 70,35 5,38 ± 0,02

60 72,58 8,71 ± 0,03

70 70,35 5,38 ± 0,02

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme o valor de

referência estabelecido (SEFM 2012). A conformidade neste teste é necessária para garantir

que o ruído não interfira no sinal enviado para a formação das imagens.

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72

5.13. Camada Semirredutora

A Tab. 21 mostra os valores de CSR calculados e os valores de tensão, carga e CSR

exibidos pelo mamógrafo a partir das imagens obtidas no teste de CNR. A incerteza expandida

calculada (k = 2) para as medições de CSR utilizando a câmara de ionização do conjunto 01 é

6,7% (Tab. A09). As principais contribuições para a incerteza nas medições são: a calibração

e a dependência angular e energética da câmara de ionização.

Tabela 21. Valores de tensão, carga e CSR obtidos, além dos resultados de CSR calculados.

Espessura de

PMMA (mm)

Tensão

(kV)

Carga

(mA.s)

CSR exibida

(mm Al)

CSR calculada

(mm Al)

Intervalo de

referência (mm Al) Situação

20 26 41 0,45 0,46 ± 0,03 0,29 - 0,51

Conforme

30 29 42 0,51 0,53 ± 0,04 0,32 - 0,54

40 30 57 0,53 0,55 ± 0,04 0,33 - 0,55

50 33 77 0,59 0,60 ± 0,04 0,36 - 0,58

60 36 86 0,64 0,64 ± 0,04 0,39 - 0,61

70 42 69 0,74 0,70 ± 0,05 0,45 - 0,67

Considerando a incerteza na medição, o equipamento com sistema DBT avaliado neste

teste está conforme os resultados fornecidos e os intervalos de referência estabelecidos

(SEFM 2012). A conformidade neste teste é necessária para garantir o adequado valor de CSR

para o cálculo da DG.

5.14. Dosimetria

A Tab. 22 mostra os valores de tensão e carga utilizados, os coeficientes e fatores de

conversão obtidos, além dos valores de Ki,t fornecidos pela câmara de ionização. A incerteza

expandida calculada (k = 2) para as medições de Ki utilizando a câmara de ionização do

conjunto 01 é 6,7% (Tab. A09). As principais contribuições para a incerteza nas medições

são: a calibração e a dependência energética da câmara de ionização.

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73

Tabela 22. Valores de tensão, carga, coeficientes e fatores de conversão obtidos, além dos valores de Ki,t.

Espessura de

PMMA (mm)

Tensão

(kV)

Carga

(mA.s)

Produto

gt.ct Fator s Ki,t (mGy)

20 26 41 0,451 1,052 1,868 ± 0,125

30 29 42 0,386 1,060 2,877 ± 0,193

40 30 57 0,323 1,076 4,264 ± 0,286

50 33 77 0,294 1,087 7,255 ± 0,486

60 36 86 0,264 1,105 10,196 ± 0,683

70 42 69 0,245 1,121 12,072 ± 0,809

A Fig. 32 mostra os valores de DG obtidos no equipamento com sistema DBT a partir

das projeções individuais do tubo de raios X. A incerteza expandida calculada (k = 2) para as

medições de DG utilizando a câmara de ionização do conjunto 01 é 10% (Tab. A010). As

principais contribuições para a incerteza nas medições são as incertezas do Ki e da CSR.

-7,5 -5,0 -2,5 0,0 2,5 5,0 7,5

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

DG (

mG

y)

Ângulo (º)

70 mm

60 mm

50 mm

40 mm

30 mm

20 mm

Figura 32. Valores de DG obtidos a partir das projeções individuais do tubo de raios X.

Considerando a incerteza na medição, não foi encontrada diferença nos valores de DG

obtidos para a mesma espessura de PMMA e diferentes projeções do tubo de raios X. Estes

valores aumentaram conforme a espessura de PMMA, sendo o maior valor obtido ao utilizar

uma placa de PMMA de 70 mm de espessura que possui a maior atenuação dos raios X.

CHEN et al. (2012) e CHEVALIER et al. (2004) constataram que os valores de DG é uma

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função da espessura da mama comprimida. Por isso, o resultado obtido neste trabalho já era

esperado, visto que maiores espessuras exigem feixes mais energéticos, além de um maior

número de fótons, o que provoca um aumento nos valores de dose. A diferença relativa entre

o valor mínimo e o máximo foi de 76% aproximadamente.

A Fig. 33 mostra os valores de DG obtidos nos procedimentos completos do

equipamento com sistema DBT.

20 30 40 50 60 70

0

1

2

3

4

5

6

7

Nível aceitável

Nível desejável

Valor exibido

Valor calculado

DG (

mG

y)

Espessura de PMMA (mm)

Figura 33. Valores de DG obtidos em um procedimento completo.

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme os níveis de

referência estabelecidos (CEC 2006, IAEA 2011). A conformidade neste teste é necessária

para garantir que as pacientes não recebam um nível de radiação maior do que o

recomendado.

O uso de placas e espaçadores de PMMA é de fácil manuseio e possibilita obter as

corretas espessuras de mama equivalente, além das respectivas proporções de tecido

fibroglandular. Esses parâmetros são necessários para poder determinar os valores de DG e

verificar se o mamógrafo utilizado está exibindo estes valores corretamente. Porém, é preciso

cautela ao analisar os resultados obtidos por estes materiais, pois eles podem ser diferentes

dos obtidos na dosimetria em uma mama real. CASSOLA et al. (2010) concluíram em seus

trabalhos que os materiais homogêneos devem ser utilizados para realizar testes de constância

e não são indicados para estimar a dosimetria em pacientes reais. Ainda concluíram que, para

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avaliar os valores de dose, foi recomendado utilizar o modelo de DANCE (1990) e DANCE et

al. (2000), o mesmo utilizado neste trabalho, com base nos valores de DG ao invés do

utilizado por WU et al. (1991) e WU et al. (1994) com base na dose glandular normalizada.

Levando em consideração as questões ligadas à proteção radiológica, também foi

recomendado o modelo proposto DANCE (1990) e DANCE et al. (2000), mesmo que este

modelo subestime todos os valores calculados para dose glandular normalizada.

Os valores de DG calculados neste trabalho para um procedimento completo variaram

entre 0,90 ± 0,09 e 3,75 ± 0,37 mGy. Os resultados de DG deste trabalho mostraram que os

valores obtidos com a câmara de ionização concordaram com os valores exibidos pelo

mamógrafo e que os mesmos estão abaixo do nível aceitável para todas as diferentes

espessuras e glandularidades de mama estudadas. Em particular, ao utilizar placas de PMMA

de 60 e 70 mm de espessura, obteve-se resultados de DG abaixo do nível desejável.

OLIVEIRA et al. (2011) publicaram os valores de DG obtidos utilizando a mesma

metodologia utilizada neste trabalho, porém em um equipamento com sistema CR instalado

no LARAM, nas dependências do CDTN. Todos os seus resultados estavam entre os níveis de

referência aceitáveis e desejáveis, porém acima dos resultados obtidos neste trabalho para

maiores espessuras de PMMA (Fig. 34).

20 30 40 50 60 70

0

1

2

3

4

5

6

7

DG (

mG

y)

Espessura de PMMA (mm)

Nível aceitável

Nível desejável

Sistema CR

Sistema DBT

Figura 34. Valores de DG obtidos nos sistemas DBT e CR.

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76

Em geral, apesar dos resultados elevados apresentados pelos sistemas CR, ainda existe

espaço para a redução da dose. A superexposição é mais difícil de ser identificada nestes

sistemas devido ao ajuste automático do brilho e contraste da imagem. Por isso, a otimização

dos procedimentos é importante a fim de reduzir as exposições para níveis aceitáveis com

uma adequada qualidade das imagens.

A Fig. 35 mostra os valores de DG publicados por OLIVEIRA et al. (2014) utilizando

a mesma metodologia no mesmo equipamento deste trabalho, porém utilizando o sistema DR.

Todos os seus resultados estavam abaixo dos níveis de referência desejáveis e dos resultados

obtidos utilizando os demais sistemas já analisados.

20 30 40 50 60 70

0

1

2

3

4

5

6

7

DG (

mG

y)

Espessura de PMMA (mm)

Nível aceitável

Nível desejável

Sistema DBT

Sistema DR

Figura 35. Valores de DG obtidos nos sistemas DBT e DR.

CHEN et al. (2012) concluiu que os sistemas DR podem fornecer imagens com

qualidade similar a partir de uma ampla variedade de valores de dose. Medições realizadas em

sistemas digitais utilizando objetos simuladores mostraram que a qualidade da imagem é

similar quando a dose é reduzida até 50% ou 30%, dependendo do simulador.

A Fig. 35 mostra que, ao considerar a preocupação com a detecção dos grupos de

microcalcificações, a combinação do sistema DBT com o sistema DR (“combo”), prática esta

aprovada pelo Food and Drug Administration, apresentou valores de DG acima dos níveis de

referência aceitáveis.

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20 30 40 50 60 70

0

1

2

3

4

5

6

7

8

DG (

mG

y)

Espessura de PMMA (mm)

Nível aceitável

Nível desejável

Sistema "combo"

Sistema DBT

Figura 36. Valores de DG obtidos nos sistemas DBT e “combo”.

5.15. Qualidade de Imagem do CDMAM

A Tab. 23 mostra a espessura de ouro visualizada, e os respectivos valores de

referência, para cada diâmetro no equipamento com sistema DBT a partir da imagem referente

ao CDMAM.

Tabela 23. Espessura de ouro visualizada para cada diâmetro.

Diâmetro

(mm)

Espessura de ouro

visualizada (µm)

Valor de

referência (µm) Situação

2,00 0,06 0,069

Conforme

1,00 0,10 0,091

0,50 0,16 0,150

0,25 0,36 0,352

0,10 2,00 1,680

As espessuras de ouro visualizadas são valores aproximados, pois não há como obter

os resultados exatos dos valores de referência sem uma análise através de um programa

apropriado. Esta análise só poderia ser realizada dessa forma se as imagens fossem obtidas

sem processamento (“raw data”). Portanto, o equipamento com sistema DBT avaliado

visualmente neste teste está conforme os valores de referência estabelecidos (SEFM 2012). A

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78

conformidade neste teste é necessária para garantir um adequado limiar de contraste da

imagem.

5.16. Qualidade de Imagem do PHANTOM Mama

A Tab. 24 mostra a quantidade de cada estrutura visualizada utilizando a imagem

obtida do PHANTOM Mama, além dos respectivos valores de referência.

Tabela 24. Valores de referência dos objetos de teste visualizados.

Estruturas

presentes (total)

Estruturas

visualizadas

Valor de

referência Situação

Fibras (6) 4 ≥ 4

Conforme Discos (8) 7 ≥ 7

Massas Tumorais (5) 4 ≥ 4

Microcalcificações (5) 4 ≥ 4

Grades Metálicas (4) 1 3 Não conforme

O equipamento com sistema DBT avaliado neste teste está conforme os valores de

referência estabelecidos (BRASIL 2007), com exceção das grades metálicas visualizadas. Os

objetos de teste visualizados simulam estruturas anatômicas, tais como: massas tumorais,

microcalcificações, áreas ou lesões de baixo contraste e calcificações fibrosas. Assim, a

conformidade neste teste é necessária para garantir uma adequada qualidade da imagem

visualizada.

O PHANTOM Mama é constituído por quatro grades metálicas com 4, 6, 8 e 12 pares

de linha por milímetro. Ao diferenciar somente as estruturas da primeira grade metálica, foi

possível estimar a resolução espacial da imagem como, no mínimo, 4 pl.mm-1

.

Atualmente, alguns objetos simuladores com estruturas 3D têm sido desenvolvidos

para uma melhor avaliação das imagens. PARK et al. (2010) projetaram um simulador

consistindo de esferas de diferentes tamanhos e densidades para otimizar e avaliar a detecção

dos sistemas de imagens 3D. CARTON et al. (2011) desenvolveram uma técnica para montar

um simulador de mama antropomórfica com base no simulador de voxels de BAKIC et al.

(2002a) e BAKIC et al. (2002b). KIARASHI et al. (2013) projetaram um novo conjunto de

simuladores de mama baseados em dados reais utilizando uma tecnologia de impressão 3D de

alta resolução. Há ainda o simulador BR3D, disponível comercialmente e desenvolvido pela

CIRS Inc., que consiste em placas semicirculares contendo estruturas que simulam materiais

glandulares e gordurosos (COCKMARTIN et al. 2013). Porém, todos estes simuladores ainda

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não foram amplamente testados e nem estabelecidos como padrão para uma melhor e mais

precisa avaliação da qualidade das imagens.

5.16. Resumo dos Testes de Desempenho

A Tab. 25 mostra os resultados de todos os testes de desempenho realizados no

equipamento com sistema DBT. As periodicidades descritas devem ser apresentadas para a

Vigilância Sanitária como requisitos mínimos para comprovar o adequado funcionamento do

equipamento avaliado.

Tabela 25. Resumo dos testes de desempenho realizados.

Testes Periodicidade mínima DBT

1. Força de Compressão Anual C

2. Alinhamento da bandeja de compressão Anual C

3. Coincidência do campo luminoso e o feixe de raios X Anual C

4. Linearidade da resposta do detector Anual C

5. Ruído na imagem Anual NC

6. Resolução espacial da imagem Anual NA

7. Uniformidade da resposta do detector Anual C

8. Razão contraste ruído (CNR) Anual C

9. Razão sinal ruído (SNR) Anual C

10. Camada semirredutora (CSR) Anual C

11. Dosimetria Anual C

12. Qualidade da imagem do CDMAM Anual C

13. Qualidade da imagem do PHANTOM Mama Mensal C

* C - conforme; NC - não conforme; NA - não avaliado.

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80

6. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos neste trabalho permitiram observar que os equipamentos com

sistema DBT da Hologic estão encontrados nos grandes centros urbanos. Com base no

levantamento, há muito trabalho a ser realizado, pois é necessário realizar os testes de

desempenho em todos os equipamentos do levantamento, além dos sistemas de outros

fabricantes que, no futuro, possuirão licença de funcionamento e estarão disponíveis

comercialmente. Atualmente, estes testes não estão sendo realizados devido à ausência de um

protocolo publicado contendo as respectivas metodologias e a inexistência de uma legislação

específica que imponha a obrigatoriedade da realização dos testes no país.

Nos testes de controle de qualidade das câmaras de ionização, foi observado que os

valores da corrente de fuga são desprezáveis por serem menores que 1% das medições e não

interferirem nos resultados obtidos nas clínicas de mamografia. Entretanto, os valores da taxa

de kerma de referência são importantes para garantir a confiabilidade dos experimentos

realizados.

Os valores de incerteza associados à dependência angular e, principalmente, à

calibração e à dependência energética das câmaras de ionização possuem uma elevada

contribuição nas incertezas das medições deste trabalho. Por isso, é importante escolher um

determinado tipo de dosímetro a fim de minimizar estas contribuições, além de realizar testes

para verificar o desempenho do equipamento escolhido.

Atualmente, há uma grande dificuldade em determinados equipamentos, incluindo o

sistema DBT utilizado, de extrair imagens não processadas (“raw data”). Para solucionar este

problema, neste trabalho, imagens processadas foram adotadas e recomendadas. Estas

imagens proporcionaram uma avaliação no próprio monitor do equipamento sem a

necessidade de retirar nenhuma imagem do serviço e não precisar de programas específicos

para as respectivas análises. Os equipamentos com sistema DBT já possuem estes programas

integrados possibilitando resultados confiáveis. Entretanto, a maioria das avaliações em

equipamentos digitais deve ser realizada utilizando as imagens não processadas exportadas.

No teste da qualidade da imagem do CDMAM, por exemplo, a exportação de algumas

imagens não processadas é recomendada pelo fabricante do material para realizar uma

avaliação automática através de um programa específico.

O equipamento com sistema DBT avaliado neste trabalho possui resultados em

conformidade com os valores de referência estabelecidos, com exceção do teste de ruído e da

resolução espacial das imagens. No teste de ruído das imagens, o equipamento não estava

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conforme devido às contribuições dos ruídos eletrônicos e quânticos. Porém, estes ruídos não

interferiram no sinal enviado para a formação das imagens, visto a conformidade do

equipamento no teste de SNR. No teste da resolução espacial das imagens, não foi possível

avaliar o equipamento devido ao objeto avaliador utilizado não possuir padrões de barras

menores que 5 pl.mm-1

. Porém, ao avaliar a qualidade da imagem através do PHANTOM

Mama foi possível estimar a resolução espacial da imagem como, no mínimo 4 pl.mm-1

.

Os valores de DG calculados foram comparados com níveis de referência, além dos

valores exibidos pelo sistema DBT adotado. Estes valores aumentaram conforme a crescente

atenuação dos raios X causada pelo aumento da espessura da mama comprimida ou, neste

caso, pelo acréscimo das placas e espaçadores de PMMA.

Considerando as incertezas na medição, todos os valores de DG estão de acordo com

os níveis de referência estabelecidos (CEC 2006, IAEA 2011) e com os valores exibidos pelo

sistema DBT para as respectivas espessuras. Adicionalmente, através da comparação com

valores de DG publicados em outros trabalhos utilizando a mesma metodologia e diferentes

sistemas digitais (OLIVEIRA et al. 2011, OLIVEIRA et al. 2014), este trabalho permite

concluir que, a escolha deste mamógrafo com sistema DBT não acarretou em um aumento dos

valores de DG.

Porém, a combinação do sistema DBT com o sistema DR (“combo”), prática aprovada

pelo Food and Drug Administration, apresentou valores de DG acima dos níveis de referência

aceitáveis. Esta prática foi indicada para uma melhor detecção dos grupos de

microcalcificações. Entretanto, visto que as imagens obtidas com o sistema DBT deste

mamógrafo apresentou uma adequada visualização das microcalcificações, esta prática é

questionável, devendo ser revista.

Visto que a dose em mamografia deve ser mantida tão baixa quanto possível sem

redução da qualidade da imagem, além do cálculo dos valores de DG, foram realizados testes

para avaliar a qualidade das imagens do equipamento estudado a fim de garantir uma

qualidade mínima para o diagnóstico. Nas avaliações das imagens obtidas através dos dois

objetos simuladores, todos os resultados estavam em conformidade com os valores de

referência (SEFM 2012).

Portanto, este trabalho contribui para verificar a conformidade deste equipamento,

principalmente, em relação à dose e qualidade da imagem. Entretanto, como neste trabalho

somente um mamógrafo foi avaliado, faz-se necessário, em trabalhos futuros, realizar a

dosimetria, além dos demais testes de desempenho de uma maior amostragem, de diferentes

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características e fabricantes, a fim de concluir, principalmente, sobre a dose e a qualidade da

imagem nos sistemas DBT.

De qualquer maneira, os testes apresentados com os respectivos valores de referência

adotados e as periodicidades mínimas são partes indispensáveis de um protocolo para a

avaliação dos equipamentos com sistemas DBT.

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83

7. REFERÊNCIAS

ACCIAVATTI, R.J.; MAIDMENT, D.A. Optimization of phosphor-based detector design for

oblique x-ray incidence in digital breast tomosynthesis. Med. Phys., v. 38, p. 6188-6202,

2011.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Radiodiagnóstico Médico:

Segurança e Desempenho de Equipamentos. Brasília: ANVISA, 2005. 103 p.

BAKIC, P.R. et al. Mammogram synthesis using a 3D simulation. I. Breast tissue model and

image acquisition simulation. Med. Phys., v. 29, n. 9, p. 2131-2139, 2002a.

BAKIC, P.R. et al. Mammogram synthesis using a 3D simulation. II. Evaluation of synthetic

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90

ANEXO - INCERTEZAS

A Tab. A01 mostra o cálculo da incerteza da medição do Ki nos testes da dependência

angular dos conjuntos 01 e 02.

Tabela A01. Cálculo da incerteza da medição do Ki nos testes de dependência angular dos conjuntos 01 e 02.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Calibração 4,0 Normal (k) 2,00 2,00 Infinito 37,94

Resolução 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,79

Dep. Energética 5,0 Normal (k) 2,00 2,50 Infinito 59,28

Pressão 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,79

Temp. e umidade 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,79

Leiturasa 0,2 Retangular 1,73 0,12 Infinito 0,13

Posição de Mediçãob 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 0,28

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 3,25 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 6,5 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Desvio padrão da média das três medições;

b Correspondente a ±2 mm para 650 mm de distância foco-superfície.

A Tab. A02 mostra o cálculo da incerteza da medição no teste da força de compressão.

Tabela A02. Cálculo da incerteza da medição no teste da força de compressão.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Resolução 0,3 Retangular 1,73 0,14 Infinito 35,65

Leiturasa 0,2 Retangular 1,73 0,09 Infinito 13,15

Posição de Mediçãob 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 51,21

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 0,24 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 0,5 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Desvio padrão da média das três medições;

b Correspondente a ±2 mm para 650 mm de distância foco-superfície.

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91

A Tab. A03 mostra o cálculo da incerteza da medição no teste do alinhamento da

bandeja de compressão.

Tabela A03. Cálculo da incerteza da medição no teste do alinhamento da bandeja de compressão.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Resolução 0,1 Retangular 1,73 0,06 Infinito 0,98

Leiturasa 1,0 Retangular 1,73 0,55 Infinito 90,21

Posição de Mediçãob 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 8,81

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 0,58 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 1,2 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Desvio padrão da média das três medições;

b Correspondente a ±2 mm para 650 mm de distância foco-superfície.

A Tab. A04 mostra o cálculo da incerteza da medição no teste da coincidência do

campo luminoso com o feixe de raios X.

Tabela A04. Cálculo da incerteza da medição no teste da coincidência do campo luminoso com o feixe de raios

X.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Resolução 0,1 Retangular 1,73 0,06 Infinito 8,38

Leiturasa 0,1 Retangular 1,73 0,08 Infinito 16,38

Posição de Mediçãob 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 75,24

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 0,20 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 0,4 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Desvio padrão da média das três medições;

b Correspondente a ±2 mm para 650 mm de distância foco-superfície.

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92

A Tab. A05 mostra o cálculo da incerteza da medição no teste da linearidade da

resposta do detector e do ruído.

Tabela A05. Cálculo da incerteza da medição no teste da linearidade da resposta do detector e do ruído.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Calibração 4,0 Normal (k) 2,00 2,00 Infinito 16,89

Resolução 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,35

Dep. Angular 1,5 Retangular 1,73 0,87 Infinito 3,17

Dep. Energética 5,0 Normal (k) 2,00 2,50 Infinito 29,39

Pressão 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,35

Temp. e umidade 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,35

Leiturasa 6,1 Retangular 1,73 3,52 Infinito 52,37

Posição de Mediçãob 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 0,13

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 4,87 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 9,7 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Maior desvio padrão das medições;

b Correspondente a ±2 mm para 650 mm de distância foco-superfície.

A Tab. A06 mostra o cálculo da incerteza da medição no teste da uniformidade da

resposta do detector.

Tabela A06. Cálculo da incerteza da medição no teste da uniformidade da resposta do detector.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Posição de Mediçãoa 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 100,00

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 0,17 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 0,3 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Correspondente a ±2 mm para 650 mm de distância foco-superfície.

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93

A Tab. A07 mostra o cálculo da incerteza da medição no teste da CNR.

Tabela A07. Cálculo da incerteza da medição no teste da CNR.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Posição de Mediçãoa 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 100,00

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 0,17 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 0,3 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Correspondente a ±2 mm para 650 mm de distância foco-superfície.

A Tab. A08 mostra o cálculo da incerteza da medição no teste da SNR.

Tabela A08. Cálculo da incerteza da medição no teste da SNR.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Posição de Mediçãoa 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 100,00

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 0,17 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 0,3 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Desvio padrão da média das três medições;

b Correspondente a ±2 mm para 650 mm de distância foco-superfície.

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94

A Tab. A09 mostra o cálculo da incerteza da medição do Ki e da CSR para obter os

valores de DG utilizando o conjunto 01.

Tabela A09. Cálculo da incerteza da medição do Ki e da CSR utilizando o conjunto 01.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Calibração 4,0 Normal (k) 2,00 2,00 Infinito 35,42

Resolução 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,74

Dep. Angular 1,5 Retangular 1,73 0,87 Infinito 6,64

Dep. Energética 5,0 Normal (k) 2,00 2,50 Infinito 55,34

Pressão 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,74

Temp. e umidade 0,5 Retangular 1,73 0,29 Infinito 0,74

Leiturasa 0,2 Retangular 1,73 0,12 Infinito 0,12

Posição de Mediçãob 0,3 Retangular 1,73 0,17 Infinito 0,27

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 3,36 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 6,7 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

a Desvio padrão da média das três medições;

b Correspondente a ±2 mm para 700 mm de distância foco-superfície.

A Tab. A10 mostra os cálculos das incertezas da DG utilizando o conjunto 01.

Tabela A10. Cálculo da incerteza da DG utilizando o conjunto 01.

Fontes de incerteza Valor (%) Distribuição de

Probabilidade Divisor

Incerteza

Padrão (ui)

Graus de

Liberdade (νi)

Contribuição

(%)

Incerteza Ki 6,7 Normal (k) 2,00 3,35 Infinito 49,27

Incerteza CSR 6,7 Normal (k) 2,00 3,35 Infinito 49,27

Precisão do indicador

do valor de carga 1,0 Retangular 1,73 0,58 Infinito 1,46

Incerteza Padrão

Combinada (uc) = 4,77 Normal Graus de Liberdade (νeff) = Infinito

Incerteza

Expandida (U) = 10 (Probabilidade ≈ 95%) Fator de Abrangência (k) = 2,00

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95

APÊNDICE - PROTOCOLO

Junto com este trabalho está a sugestão de uma primeira versão do um protocolo

contendo os testes de desempenho, as periodicidades mínimas e os respectivos níveis de

referência, baseados em protocolos internacionais, para que os serviços de mamografia

possam comprovar o adequado funcionamento dos mamógrafos com sistemas DBT utilizados.