PROVA BRASIL: LÍNGUA PORTUGUESA. Ensino Fundamental...

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Prof. Me. Luís Fernando Bulhões Figueira PROVA BRASIL: LÍNGUA PORTUGUESA. Ensino Fundamental II

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Prof. Me. Luís Fernando Bulhões Figueira

PROVA BRASIL:

LÍNGUA PORTUGUESA.

Ensino Fundamental II

Descritor 15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas

por conjunções, advérbios etc. 1. (Prova Brasil 2007)As enchentes de minha infância

Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareirajunto à varanda, mas eu invejava os que moravam do outro lado darua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dosMartins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros,depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.

Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá noquintal deles ver até onde chegara a enchente. As águas barrentassubiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois àsbananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Maisde uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que afamília defronte teve medo.

Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós erauma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas, aquelaintimidade improvisada e alegre.

Descritor 15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas

por conjunções, advérbios etc. Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito;

como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rioatravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós,os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos afavor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, malsaltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara umpalmo – aquilo era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Àsvezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo,tinha caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, entãodormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer,queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas asenchentes.

BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro:Editora do Autor, 1962. p. 157.

Descritor 15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas

por conjunções, advérbios etc.

Que função desempenha a expressão destacada no texto“... o volume do rio cresceu tanto que a família defronteteve medo”?

a) Adição de ideias b) Comparação entre dois fatos c) Consequência de um fatod) Finalidade de um fato enunciado

Descritor 16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados

Descritor 16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados

O que torna o texto engraçado é que:

a) a aluna é uma formiga. b) a aluna fez uma pechincha. c) a professora dá um castigo. d) a professora fala “XIS” e “CÊ AGÁ”.

Descritor 17 – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de

outras notações Andorinha Andorinha lá fora está dizendo: — “Passei o dia à toa, à toa!” Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa...

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem & estrela da manhã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

O uso do travessão na resposta da andorinha indica:

a) uma explicação. b) o resumo de uma ideia. c) comoção. d) a mudança de interlocutor.

Descritor 18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma

determinada palavra ou expressãoMetáfora

Uma lata existe para conter algoMas quando o poeta diz: “Lata”Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvoMas quando o poeta diz: “Meta”Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poetaQue determine o conteúdo em sua lataNa lata do poeta tudonada cabePois ao poeta cabe fazerCom que na lata venha caberO incabível

Deixe a meta do poeta, não discutaDeixe a sua meta fora da disputaDeixe-a simplesmente metáfora

Gilberto Gil

Disponível em: <http://www.gilbertogil.com.br/sec_discografia_obra.php?id=268>. Acesso em: 10 ago. 2009. (Com cortes)

Descritor 18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma

determinada palavra ou expressão

A figura de linguagem explicada na letra da cançãotem por objetivo:

a) fazer um contraste proposital entre o que se diz e o que se pensa ou faz.b) mostrar a essência das coisas, ou seja, aquilo que é percebido como fundamental num objeto, num evento etc. c) manter o sentido habitual de uma palavra ou expressão, acrescentando um segundo significado. d) alterar o sentido habitual de uma palavra ou expressão, acrescentando-lhe um segundo significado.

Descritor 19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de

recursos ortográficos e/ou morfossintáticos

Leia atentamente a letra da canção a seguir e responda ao que é pedido.

Pedro pedreiro

Pedro pedreiro, penseiroesperando o tremManhã parece, carece de esperar tambémPara o bem de quem tem bemDe quem não tem vintémPedro pedreiro espera o carnaval

E a sorte grande do bilhete pela FederalTodo mêsEsperando, esperando, esperandoEsperando o solEsperando o tremEsperando aumentopara o mês que vemEsperando a festaEsperando a sorteE a mulher de PedroEstá esperando um filhoPra esperar também (...)

Descritor 19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de

recursos ortográficos e/ou morfossintáticos Pedro pedreiro, pedreiro esperandoPedro pedreiro, pedreiro esperandoPedro pedreiro, pedreiro esperando o tremQue já vem, que já vem, que já vem.

HOLLANDA, Chico Buarque de. Nova história da Música Popular Brasileira: Abril Cultural, 1976. (Fragmento com cortes)

O autor repete a letra “p” durante a canção para enfatizar:

a) a espera de Pedro pelo trem. b) o som de uma obra, uma vez que Pedro é pedreiro.c) o cotidiano de uma pessoa simples que poderia ter escolhido outra profissão.d) a dureza da vida de Pedro, nome originado da palavra pedra e, consequentemente, também de sua profissão.

Descritor 20 – Reconhecer as diferentes formas de se lidar com uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido

Texto I – Monte Castelo

Ainda que eu falasse a língua dos [homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal. Não sente inveja ou se envaidece. O amor é o fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. Ainda que eu falasse a língua dos [homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É um não querer mais que bem [querer. É solitário andar por entre a gente.

É um não contentar-se de contente. É cuidar que se ganha em se perder. É um estar-se preso por vontade. É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata a lealdade. Tão contrário a si é o mesmo amor.Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem. Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. Ainda que eu falasse a língua dos [homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

URBANA, Legião. As quatro estações. EMI, 1989. Adaptação de Renato Russo: I Coríntios 13 e Soneto 11, de Luís de Camões.

Descritor 20Texto II

Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo amor?

CAMÕES, Luís Vaz de. Obras completas. Lisboa: Sá da Costa, 1971.

O texto I difere do texto II:

a) na constatação de que o amor pode levar à morte. b) na exaltação da dor causada pelo sofrimento amoroso. c) na expressão da beleza do sentimento dos que amam. d) na rejeição da aceitação passiva do sofrimento amoroso.

Descritor 21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões

relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema(Prova Brasil 2007)

Telenovelas empobrecem o paísParece que não há vida inteligente na telenovela brasileira. O que se assiste, todos os dias, às 6, 7 ou 8 horas da noite é algo muito pior do que os mais baratos filmes “B” americanos. Os diálogos são péssimos. As atuações, sofríveis. Três minutos em frente a qualquer novela são capazes de me deixar absolutamente entediado – nada pode ser mais previsível.

FILHO, Antunes. Revista Veja. 11 mar. 1996.

Descritor 21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões

relativas ao mesmo fato ou ao mesmo temaTexto II - Novela é cultura Veja – Novela de televisão aliena? Maria Aparecida – Claro que não. Considerar a telenovela um produto cultural alienante é um tremendo preconceito da universidade. Quem acha que novela aliena está, na verdade, chamando o povo de débil mental. Bobagem imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida é um mar de rosas só por causa de um enredo açucarado. A telenovela brasileira é um produto cultural de alta qualidade técnica e algumas delas são verdadeiras obras de arte.

Veja. 24 jan. 1996.

Descritor 21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões

relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema

Com relação ao tema telenovela:

a) nos textos I e II, encontra-se a mesma opinião sobre a telenovela. b) no texto I, compara-se a qualidade das novelas aos melhores filmes americanos. c) no texto II, algumas telenovelas brasileiras são consideradas obras de arte. d) no texto II, a telenovela é considerada uma bobagem.

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