PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE...
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Faculdade Boa Viagem/DeVry Brasil
Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração - CPPA
Mestrado Profissional em Gestão Empresarial
Celiane Medeiros de Araújo
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE JORNALISMO
NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO RECIFE
Recife, 2014
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FACULDADE BOA VIAGEM| DeVry Brasil
CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL
CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES
Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:
Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e
indiretas);
Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em
consequência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;
Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo,
por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido
em local sob chave ou custódia;
A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.
Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem
as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.
Título da Dissertação: “PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO
DE JORNALISMO NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO RECIFE”
Nome do(a) autor(a): Celiane Medeiros de Araújo
Data da Aprovação: 28 de novembro de 2014
Classificação conforme especificação acima:
Grau 1
Grau 2
Grau 3
Recife, 28 de novembro de 2014.
Assinatura do(a) Autor(a)
x
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Celiane Medeiros de Araújo
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE JORNALISMO
NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO RECIFE
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado
Profissional em Gestão Empresarial, Centro de
Pesquisa e Pós-Graduação em Gestão, Faculdade
Boa Viagem/Devry Brasil, como pré-requisito para
obtenção do título de Mestre em Gestão.
Orientadora: Profª. Drª Hajnalka Halász Gati
RECIFE, 2014
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Catalogação na fonte -
Biblioteca da Faculdade Boa Viagem | DeVry, Recife/PE
A659p Araújo, Celiane Medeiros de.
Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo numa
Instituição de Ensino Superior do Recife / Celiane Medeiros de Araújo.
– Recife: FBV | DeVry, 2015.
203 f. : il.
Orientador(a): Hajnalka Halász Gati.
Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Faculdade Boa
Viagem | DeVry.
Inclui apêndice.
1. Ensino empreendedor. 2. Educação empreendedora. 3. Práticas
pedagógicas empreendedoras. 4. Empreendedorismo em jornalismo.
I. Título.
CDU 658 [15.1]
Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca da FBV | DeVry
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Dedico esta dissertação a todos que, de alguma
forma, contribuíram para a sua realização. Em
especial minha mãe, minha irmã, meu irmão e meu
marido.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço emocionada a minha mãe e irmãos pelo apoio incondicional e compreensão de
tantas ausências, em especial, no decorrer do último ano; ao meu marido e companheiro de
todas as horas, pela torcida, paciência e apoio; aos amigos e colegas que sempre me
incentivaram a prosseguir; aos meus gestores nas IES onde leciono, sempre atenciosos e
solícitos, em particular ao Coordenador de Comunicação Social da IES estudada, pela
parceria, confiança e cooperação no compartilhamento de preciosas informações e dos
importantes documentos utilizados no estudo; a todos os professores e Coordenadora do
Mestrado - Profa. Lúcia Barbosa - que, de alguma forma, contribuíram para os acertos desse
trabalho; à Secretaria do Mestrado na pessoa de Rosana Reis, sempre com um sorriso, uma
palavra de conforto e disposição para ajudar; aos companheiros de dia a dia que nunca
deixaram de me dizer: “vai dar tudo certo”.
Agradeço à Profa Elizabeth Tschá, minha orientadora no início do processo de construção da
dissertação e responsável pela acertada sugestão de sua sucessão.
Meu agradecimento especial a minha orientadora no último semestre, Profa Hajnalka Gati que
me acolheu carinhosamente, me “adotando”, acreditando em minha vontade de fazer o melhor
e me apoiando sempre, por quem tenho imensa admiração e respeito.
Agradeço à Profa Alcione Donida, Coordenadora dos cursos onde leciono nesta IES, pelo
apoio prestado e a atenção dispensada a mim nos momentos de grande estresse, em especial
na fase de conclusão desta dissertação.
Agradeço aos amigos Manuela, Flávia e Fabiane que demonstraram seu carinho e atenção,
quando menos esperei e mais precisei de apoio.
Por fim, agradeço à Alda Claudinea, do Núcleo de Apoio aos Professores (NAP), que,
carinhosamente me incentivou, me apoiou e encorajou em todos os momentos de cansaço e
questionamentos nessa jornada, bem como aos colegas da FBV que, de alguma forma
contribuíram para a realização deste estudo.
E, acima de tudo agradeço a Deus por não ter permitido que os percalços surgidos no caminho
fossem maiores do que meu desejo de chegar até aqui.
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Apenas o sonhador que busca a realização do seu
sonho é protagonista e autor de sua vida.
Fernando Dolabela (1999)
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RESUMO
Importante força que move uma sociedade, o empreendedorismo faz parte da realidade
das IES do país. Embora não se tenha uma disciplina com esse nome no curso estudado, o
objetivo deste trabalho é compreender a influência das práticas pedagógicas dos
professores do curso de Jornalismo de uma IES do Recife, associadas ao conteúdo
programático de suas disciplinas, no que se refere ao ponto de vista da ação
empreendedora dos alunos. Nessa perspectiva, o trabalho contou com a verificação das
diretrizes do MEC voltados para o curso; identificação do conceito dos professores
quanto ao empreendedorismo e quanto às práticas pedagógicas empreendedoras;
identificação dessas práticas utilizadas no ensino das disciplinas; identificação das
aspirações profissionais dos alunos e análise das implicações das práticas pedagógicas
empreendedoras dos professores na ação empreendedora dos alunos na perspectiva dos
alunos e dos professores do curso, como objetivos específicos. A pesquisa realizada
caracteriza-se como qualitativa e descritiva, delineada em dois momentos. Num primeiro
momento, foram analisadas as diretrizes do MEC para o curso de Jornalismo, o PPC e os
Planos das disciplinas constando das indicações bibliográficas contidas no ementário do
curso. Foi evidenciado que a bibliografia utilizada encontra-se atualizada e à disposição
dos alunos na biblioteca da IES. O confronto dos documentos analisados demonstra que,
em termos gerais, o ementário do curso traduz o objetivo de preparar os alunos para o
papel de jornalista diante de uma demanda de mercado. Assim, a formação acadêmica
evidencia seu foco voltado para que o egresso seja um indivíduo empregável nos moldes
tradicionais, o que diverge do conteúdo analisado quanto às diretrizes do MEC. Num
segundo momento professores e alunos do 6º e 7º períodos do Curso foram consultados,
através de um questionário. Para os docentes o questionário foi entregue presencialmente
e posteriormente enviadas por e-mail. No caso dos discentes, o questionário foi aplicado
na presença da pesquisadora. No que se refere à pesquisa através do questionário aplicado
aos docentes, em termos gerais, há evidências de unanimidade de discurso voltado ao uso
de práticas pedagógicas empreendedoras. Já no que se refere às respostas dos alunos,
verificou-se que existem equívocos evidenciados quanto aos elementos que podem
traduzir um pensamento ou uma atitude empreendedora. Foi verificado que, para número
significativo dos alunos, o indivíduo considerado empreendedor é aquele que está ligado
à abertura de seu próprio negócio. Conclui-se que as abordagens sobre práticas
pedagógicas capazes de estimular um comportamento empreendedor nos alunos, devem
ser exploradas num contexto mais amplo envolvendo a interdisciplinaridade, a partir da
colaboração dos docentes e do esgotamento teórico e prático sobre o significado das
práticas empreendedoras em todas as disciplinas do curso.
Palavras-chave: Ensino empreendedor. Educação empreendedora. Práticas pedagógicas
empreendedoras. Empreendedorismo em jornalismo.
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ABSTRACT
An important power that moves a society, the entrepreneurship belongs to the IES realities of
the country. Although does not exists a subject with its name in the present course, the
objective of this study is to comprehend the influence of the pedagogical practices of teachers
from Journalism course of an IES from Recife, associated to the programmatic content of its
disciplines, regarding to the point of view of the entrepreneurial action of the students. By this
perspective, the study counted with the verification of the MEC guidelines related to the
course; concept identification of the teachers regarding to the entrepreneurship and to the
pedagogical entrepreneurial practices; identification of these practices used in the teaching of
the subjects; identification of the students professional aspirations and analysis of the practical
implications of pedagogical entrepreneurial practices of the teachers in the entrepreneurial
action of the students by the perspective of both, students and teachers, as specific objectives.
The research conducted is characterized as qualitative and descriptive, outlined in two
moments. In a first moment, it was analyzed the MEC guidelines to the Journalism course, the
PPC and the disciplines Plans containing the bibliographic indications from the summary of
the course. It was evidenced that the bibliography used is updated and available for the
students in the IES library. The comparison of the analyzed documents shows that in general
the summary of the course reflects the objective of preparing the students to the role of the
journalist face a market demand. Thereby, the academic education shows its focus turned to
the egress be an employable individual in the traditional ways, what is different from the
analyzed content regarding MEC guidelines. In a second moment, teachers and students from
6º and 7º periods of the Course were consulted, through a questionnaire. For the teachers the
questionnaire was delivered face to face and then sent by email. In the case of the students,
the questionnaire was applied in the presence of the researcher. Related to the research trough
the questionnaire applied to the teachers, in general terms, there are evidences of unanimity of
discourse related to the use of entrepreneurial pedagogical practices. Related to the student’s
answers, it was verified that exists mistakes regarding to the elements that can translate
thinking or an entrepreneurial attitude. It was verified that for a significant amount of
students, the individual considered entrepreneurial is the one that is linked to the opening of
its own business. It is concluded that the approaches related to the pedagogical practices able
to stimulate an entrepreneurial behavior in the students, might be explored in a wide context
involving the interdisciplinary, from the collaboration of the teachers and the theoretical and
practical exhaustion about the meaning of entrepreneurial practices in all subjects of the
course.
Key words: Entrepreneurial teaching, Entrepreneurial education, Entrepreneurial pedagogical
practices, Entrepreneurship in Journalism.
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Características do empreendedor 46
Quadro 2 - Características do empreendedor de sucesso 47
Quadro 3 - Síntese das definições de empreendedorismo de acordo
com diversos autores 48
Quadro 4 - Evolução da definição do termo empreendedor 50
Quadro 5 - Diretrizes para o desenvolvimento de programas e atividades
de formação empreendedora 60
Quadro 6 - Diferenças básicas entre as formações gerencial e empreendedora 61
Quadro 7 - Objetivos e métodos na pesquisa qualitativa 89
Quadro 8 - Abordagem e classificação das disciplinas do curso de Jornalismo
na IES pesquisada 97
Quadro 9 - Comparativo entre ensino convencional e ensino de empreendedorismo 104
Quadro 10 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do primeiro
período do curso 107
Quadro 11 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do segundo
período do curso 111
Quadro 12 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do terceiro
período do curso 114
Quadro 13 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do quarto período do curso 117
Quadro 14 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do quinto período do curso 120
Quadro 15 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do sexto período do curso 123
Quadro 16 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do sétimo período do curso 126
Quadro 17 - Autores indicados mais de uma vez 129
Quadro 18 - Como o docente define “práticas pedagógicas empreendedoras” 138
Quadro 19 - Relação entre o que considera prática empreendedora e as atividades
que desenvolve com seus alunos 139
Quadro 20 - Abordagens referentes às atividades práticas 140
Quadro 21 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas utilizadas 141
Quadro 22 - Exercício extraclasse 142
Quadro 23 - Fundamento das práticas de sala de aula 143
Quadro 24 - Mensuração do aprendizado 144
Quadro 25 - Interesse do aluno nas disciplinas 145
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Quadro 26 - Mudança do aluno para um comportamento empreendedor 146
Quadro 27 - Evidências do comportamento empreendedor dos alunos 147
Quadro 28 - O que pode ser considerada uma prática pedagógica empreendedora 149
Quadro 29 - O que pode ser considerada uma prática pedagógica empreendedora 151
Quadro 30 - Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas
em sala de aula 152
Quadro 31 - Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas
em sala de aula 153
Quadro 32 - Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas
em sala de aula 153
Quadro 33 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas 154
Quadro 34 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas 155
Quadro 35 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas 155
Quadro 36 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas 155
Quadro 37 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas 156
Quadro 38 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas 157
Quadro 39 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas 157
Quadro 40 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas 157
Quadro 41 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas 158
Quadro 42 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas 158
Quadro 43 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida
na modalidade de exercício extraclasse 159
Quadro 44 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida
na modalidade de exercício extraclasse 159
Quadro 45 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida
na modalidade de exercício extraclasse 160
Quadro 46 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida
na modalidade de exercício extraclasse 160
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Quadro 47 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida
na modalidade de exercício extraclasse 160
Quadro 48 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas
nas disciplinas do curso 161
Quadro 49 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas
nas disciplinas do curso 162
Quadro 50 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas
nas disciplinas do curso 162
Quadro 51 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas
nas disciplinas do curso 162
Quadro 52 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas
nas disciplinas do curso 163
Quadro 53 - Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo 164
Quadro 54 - Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo 164
Quadro 55 - Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo 165
Quadro 56 - Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento
empreendedor para sua vida profissional 166
Quadro 57 - Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento
empreendedor para sua vida profissional 167
Quadro 58 - Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento
empreendedor para sua vida profissional 167
Quadro 59 - Interesse de atuação profissional 168
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Titulação dos docentes 88
Tabela 2 - Discentes que trabalham na área de comunicação 88
Tabela 3 - Percentual de docentes respondentes 91
Tabela 4 - Percentual de discentes respondentes 91
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABECOM Associação Brasileira de Escolas de Comunicação
ABEPEC Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Comunicação
ABI Associação Brasileira de Imprensa
ALAIC Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación
ANPROTEC Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CIESPAL Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para
América Latina
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
COMPÓS Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação
em Comunicação
ECA Escola de Comunicações e Artes
EMPRETEC Empreendedorismo y Tecnologia – acrônimo que identifica programa
da Organização das Nações Unidas para desenvolver empreendedores
FELAFACS Federación de Asociaciones de Facultades de Comunicación Social
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
GEM Global Entrepreneurship Monitor
GENESIS Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços
ICINFORM Instituto de Ciências da Informação
IES Instituição de Ensino Superior
INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC Ministério de Educação e Cultura
OEA Organização dos Estados Americanos
ONG Organização Não Governamental
PDI Plano de Desenvolvimento Institucional
PPC Plano Pedagógico do Curso
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SOFTEX Sociedade Brasileira para Exportação de Software
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
TEA Atividade Empreendedora Total
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16
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
TJDFT Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNB Universidade de Brasília
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
USP Universidade de São Paulo
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17
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 19
1.1 Objetivos 22
1.1.1 Objetivo geral 22
1.2.2 Objetivos Específicos 22
1.2 Justificativa 22
1.2.1 Justificativa teórica 25
1.2.2 Justificativas práticas 26
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 29
2.1 Empreendedorismo 29
2.1.1 Espírito empreendedor 32
2.1.2 Empreendedorismo no Brasil 34
2.1.3 O empreendedor 41
2.2 Comunicação Social no Brasil 51
2.2.1 Desbravamento 52
2.2.2 Pioneirismo
2.2.3 Fortalecimento
52
53
2.2.4 Consolidação
2.2.5 Institucionalização
2.3 O Jornalismo
2.4 Educação empreendedora
2.5 Empreendedorismo no contexto da educação através da utilização de práticas
pedagógicas inovadoras
2.5.1 Educação empreendedora e aprendizagem no ensino superior
2.6 Inovação
2.7 Inovação na educação
3 METODOLOGIA
54
55
56
58
68
74
77
80
86
3.1 Delineamento da Pesquisa 86
3.2 A IES pesquisada e a contextualização do curso de Jornalismo 86
3.3 Sujeitos da pesquisa 87
3.4 Instrumentos de coleta de dados
3.5 Limites e limitação da pesquisa
88
91
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18
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO
DOS DADOS
4.1 Análise dos dados documentais
4.1.1 Projeto Pedagógico do Curso
4.1.2 Ementário do curso
4.1.3 Bibliografia recomendada
4.2 Análise dos dados coletados
4.2.1 Docentes do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo
4.2.2 Discentes do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A - Síntese da análise de conteúdo do levantamento realizado com discentes
do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo
APÊNDICE B - Síntese da análise de conteúdo do levantamento realizado com docentes
APÊNDICE C - Questionário para coleta de dados junto aos docentes
APÊNDICE D - Questionário para coleta de dados junto aos discentes
94
94
95
97
107
135
137
148
170
178
187
193
198
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1 INTRODUÇÃO
Com as mudanças geradas pela sociedade do conhecimento, novas culturas surgiram e,
naturalmente, atingiram o contexto da comunicação em toda sua abrangência. A nova
realidade promoveu o surgimento de novas tecnologias que possibilitam a evolução de
técnicas de pesquisa e divulgação de informações através da Internet. Contudo, é importante
ressaltar que, no âmbito dessas mudanças, é inegável que, sobretudo, as pessoas são o cerne
das transformações.
Nesse cenário, transformações na sociedade desvendam a inovação como elemento
fundamental no estudo do surgimento de posturas profissionais empreendedoras, uma vez que
a inovação se origina do conhecimento e é fruto do empenho, determinação,
compartilhamento e socialização de ideias entre as pessoas. Em especial na chamada
sociedade do conhecimento, é soberano aquele que detém o conhecimento inovador,
responsável pelas mudanças no cenário socioeconômico nas organizações e no mundo. Além
disso, através de atitudes reconhecidas como inovadoras e, consequentemente,
empreendedoras, o indivíduo passa a desenvolver práticas que fomentam a retenção e o
desenvolvimento de suas competências.
Deve ser ressaltado que, para definir o indivíduo como empreendedor, não se requer
exclusivamente que seja identificada a vontade ou atitude de abertura de um negócio. O
empreendedor, antes de tudo, deve enxergar oportunidade de ganhos a partir de sua iniciativa
de gerar inovação em sua oferta de trabalho, a partir de sua formação e expertise.
No que se refere à educação superior, Behrens (2008) alerta que a Sociedade do
Conhecimento remete a repensá-la, essencialmente, no que diz respeito à prática pedagógica
dos professores, que deve compor visão ampla e holística, com abrangência crítica e reflexiva.
A partir dessa constatação e com interesse nos cursos referentes à Comunicação Social, e com
especial interesse em Jornalismo, pretende-se entender de que forma o referido curso se
utiliza em suas disciplinas, de práticas pedagógicas capazes de fomentar nos alunos ações
empreendedoras. Nesse contexto faz-se importante mencionar que os chamados cursos de
Comunicação Social, contemplam e contemplarão até o final de 2015, Habilitação em
Publicidade, Jornalismo, Relações Públicas, Audiovisual, Televisão e Rádio, oferecidos em
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Instituições de Ensino Superior (IES) de todo o Brasil, obedecendo às diretrizes impostas pelo
Ministério de Educação e Cultura (MEC).
Tem este trabalho o foco voltado para a Habilitação de Jornalismo, de uma IES sediada em
Recife, estado de Pernambuco, considerando que, até o presente momento a IES objeto de
estudo opera com habilitações da Comunicação Social.
Na formação de profissionais de Comunicação Social, a relevância de um aprendizado
voltado para o ser empreendedor deve ser considerada, uma vez que a capacidade de inovar
em seu papel no mercado e para a sociedade determinará sua permanência neste mercado. Há
a perspectiva de que estes profissionais podem contar atualmente com recursos capazes de
propiciar redução de custos e gerar fluxo de informação com rapidez, grande alcance e forte
impacto a partir dos estímulos resultantes de práticas pedagógicas empreendedoras utilizadas
pelos professores em sala de aula. Ademais, fala-se num momento de transição entre o que
teria sido o Jornalismo Industrial para o que se considera hoje o Jornalismo Digital, como
novo modelo de negócio no campo da Comunicação Social.
Hengemühle (2014) faz considerações relacionadas às mudanças históricas verificadas na
década de 1980 e que levam a refletir sobre o sistema educacional como um todo e, ainda
mais, no que se refere à prática pedagógica desenvolvida nos meios acadêmicos. Sociedade do
Conhecimento, não raro, é caracterizada pela produção em massa. Dessa forma, o ensino nas
IES parece estar diante de paradigmas construídos na educação superior e na busca de
referenciais teóricos capazes de fundamentar metodologias inovadoras que incentivem a
produção do conhecimento.
Vale destacar que, lidar com conceitos e aplicabilidade funcional de práticas inovadoras,
requer o entendimento de algumas abordagens sobre o empreendedorismo e o ser
empreendedor, bem como de características específicas que o indivíduo deve apresentar para
empreender. Para Hengemühle (2014), formar empreendedores, pessoas competentes, com
espírito investigativo e habilidades reflexivas, capazes de compreender e resolver problemas
sempre novos, embasados em conhecimentos teóricos, é o foco das instituições educacionais,
bem como por quem a elas recorre na busca de sua formação. Contudo, alerta que ainda
prevalece o paradigma nas práticas dos contextos educacionais, o que distancia os ideais
almejados e necessários na contemporaneidade. O autor acredita na importância de lançar
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mão de referenciais teórico-práticos capazes de apontar caminhos que tornem os conteúdos e
as práticas pedagógicas mais significativas, úteis e provocativas, a fim de envolver os
estudantes de forma afetiva e emocional.
Em última análise, acredita-se que uma contemplação do conteúdo programático das
disciplinas do curso de Jornalismo faz-se necessária para entendimento dos objetivos
pertinentes a cada uma e, se podem ser considerados estimulantes as práticas empreendedoras
por parte dos alunos.
O parecer homologado pelo MEC (p.9) em 12/09/2013 para o curso de Jornalismo, “enfatiza,
em sua formação, o espírito empreendedor e o domínio científico, de forma que sejam
capazes de produzir pesquisa, conceber, executar e avaliar projetos inovadores que respondam
às exigências contemporâneas e ampliem a atuação profissional em novos campos, projetando
a função social da profissão em contextos ainda não delineados no presente.”
Para tanto, espera-se que as práticas pedagógicas utilizadas pelo docente responsável por cada
disciplina sejam senão inovadoras, criativas de forma a servirem de incentivo para que os
alunos busquem se superar.
Considerando que se trata de julgamento passível de conflitos, pretende-se que alguns
questionamentos tenham suas respostas através dos resultados adquiridos pela triangulação:
Programa segundo diretrizes do MEC - Práticas do docente - Atitudes dos alunos.
É importante ressaltar que, apesar da crescente importância e, sobretudo a aparente
dependência da tecnologia, não se deve esquecer que o bom jornalismo continuará baseado
nos princípios mais tradicionais diretamente ligados à capacidade dos profissionais em
selecionar, apurar e redigir notícia, conjugado com o sentido ético que a atividade exige.
Enfim, do homem por trás da técnica. Pois, vale lembrar que não há máquina que substitua o
trabalho de um bom jornalista.
Vale lembrar que o cenário brasileiro, com todas as dificuldades referentes à empregabilidade
e à ausência de atitude empreendedora por parte dos egressos, não se dá apenas ao que se
refere ao Jornalismo. Muitas são as formações acadêmicas em que esse contexto é observado.
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Contudo, sendo o estudo de empreendedorismo cada vez mais comum nas IES, acredita-se
que venha a dar bons resultados num futuro próximo.
Compreende-se neste estudo que, o curso estudado não contemplar em sua grade curricular
uma disciplina específica de empreendedorismo, representa uma lacuna a ser preenchida.
Nesse ponto, acredita-se que a responsabilidade da IES na formação dos alunos é ainda maior,
uma vez que inevitavelmente deve fortalecer as premissas do empreendedorismo nas
disciplinas oferecidas.
No contexto do presente estudo, é também de grande relevância considerar a importância do
jornalista para as organizações e, que, sendo o processo de comunicação eficiente, terá de
estruturar as ligações e criar os elos de relação entre os sistemas sócio-político e econômico-
industrial com os sistemas internos fundamentais necessários para a sustentação da
organização. Nesse sentido, Kunsch (2003, p.71) aponta que
trata-se de um processo relacional entre indivíduos, departamentos, unidades
e organizações. Se analisarmos profundamente esse aspecto relacional na
comunicação do dia-a-dia nas organizações, interna e externamente,
perceberemos que elas sofrem interferências e condicionamentos variados,
dentro de uma complexidade difícil até de ser diagnosticada, dado o volume
e os diferentes tipos de comunicação existentes, que atuam em diferentes
contextos sociais.
Assim, considerando a relevância dos processos de aprendizagem no ensino empreendedor,
busca-se compreender de que maneira as práticas pedagógicas utilizadas no curso de
Jornalismo de determinada IES do Recife, associadas ao conteúdo programático de suas
disciplinas estimulam a atitude empreendedora nos seus alunos?
1.1 Objetivos
Com base na pergunta de pesquisa que pretende promover o entendimento da relação entre as
práticas pedagógicas utilizadas pelos docentes no curso de Jornalismo e a decorrente atitude
empreendedora dos alunos, o presente trabalho apresenta o objetivo geral e seis objetivos
específicos.
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1.1.1 Objetivo geral
Compreender a influência das práticas pedagógicas dos professores do curso de
Jornalismo de uma IES, associadas ao conteúdo programático de suas disciplinas, sob o
ponto de vista da ação empreendedora dos alunos.
1.1.2 Objetivos específicos
1. Verificar relação das diretrizes do MEC voltadas para o curso de Jornalismo com o
Plano Pedagógico do Curso (PPC);
2. Identificar o conceito dos professores quanto ao empreendedorismo no curso de
Jornalismo;
3. Identificar o conceito de práticas pedagógicas empreendedoras na visão dos
professores;
4. Identificar as práticas pedagógicas empreendedoras no ensino das disciplinas do curso
de Jornalismo;
5. Identificar as aspirações profissionais dos alunos;
6. Analisar as implicações das práticas pedagógicas empreendedoras dos professores
na ação empreendedora dos alunos na perspectiva dos alunos e dos professores do
curso de Jornalismo.
1.2 Justificativa
É importante mencionar que o empreendedorismo nas IES vem ganhando força nas mais
diversas áreas de conhecimento. Muitas são as publicações que abordam resultados de
pesquisas evidenciando o interesse das instituições em gerar ambiente adequado ao
aprendizado do empreendedorismo e absorver profissionais qualificados para o exercício
docente com o foco nesse processo.
Em 2012, a ENDEAVOR realizou pesquisa em 46 IES presentes em 11 diferentes estados do
país e constatou o bom trabalho que vem sendo desenvolvido no que se relaciona ao ensino de
empreendedorismo, embora muito ainda precise ser feito. Entre essas IES, 91,3% oferecem
cursos ligados a empreendedorismo, como “introdução ao empreendedorismo” (69,6%) ou
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“criação de negócios” (63%). Contudo, apenas 39,7% dos alunos entrevistados afirmaram já
ter cursado alguma disciplina ligada a empreendedorismo.
Logo, este pode ser um indicativo de falta de divulgação, oferta insuficiente ou bons cursos,
que atraiam os jovens. Além disso, ainda de acordo com a referida pesquisa, os cursos
oferecidos, em geral, são de iniciação (como é o caso de “introdução ao empreendedorismo”),
enquanto seria ideal usar de maior aprofundamento no ensino de abordagem tão complexa e
abrangente.
Outro fato identificado pela ENDEAVOR é a conexão existente entre as IES e o mercado
(89,1% recebem palestrantes convidados a falar sobre o tema e 43,5% promovem visitas a
pequenos negócios). A mesma pesquisa revelou também que existe uma má distribuição do
ensino, considerando que 76,1% oferecem cursos para graduação, enquanto 52,2% para pós-
graduação e 23,9% para a educação executiva.
Como parte desse crescimento pelo interesse das IES no que se refere ao ensino
empreendedor, a educação empreendedora se tornou tema recorrente em todo mundo. A partir
dos estudos de Peter Drucker (1985), o empreendedorismo começou a ser visto como algo que
pode ser ensinado às pessoas e não como um dom ou habilidade inata ao indivíduo.
Contudo, com relação ao curso de Jornalismo, há poucas abordagens no contexto do ensino
empreendedor. Parece não haver uma relação ainda estabelecida entre uma cultura
empreendedora e a profissão de jornalista.
Assim, a escolha do curso de Jornalismo como foco deste trabalho não foi aleatória, embora
os cursos de ensino superior de forma geral são ou podem ser alvo de um estudo similar.
Numa visão empírica, percebe-se que o ingresso de profissionais no mercado depende cada
vez mais de atitude, ousadia, criatividade e conhecimento. No caso do curso de Jornalismo,
uma particularidade chama a atenção: trata-se de área de atuação não regulamentada. Dessa
forma, profissionais sem formação acadêmica exercem o cargo de jornalista nas empresas, em
suas diversas funções. Outro fato relevante para a escolha do curso de Jornalismo como foco
da pesquisa está relacionado à percepção quanto à limitação de vagas para novas contratações
em empresas voltadas para comunicação, a exemplo dos veículos de grande alcance (jornais
impressos, emissoras de televisão e rádio) – veículos de massa -, sobretudo porque no estado,
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essas empresas existem em pequeno número. Dessa forma, não é incomum ver profissionais
da área de comunicação realizando trabalhos remunerados não regulares.
Dessa feita, acredita-se que o mercado não apresenta capacidade de absorver todos os
egressos do curso através das empresas existentes. Por isso, acredita-se que esses alunos
devem construir sua formação profissional pautada na iniciativa, desenvolvimento e
fortalecimento de um comportamento empreendedor para a realização de seu sonho. Afinal,
conforme apregoa Dolabela (1999), o comportamento empreendedor requer paixão pelo que
se faz ou se deseja fazer e a realização do sonho depende disso. Ademais, esses indivíduos
devem estar prontos para a superação das dificuldades com que, possivelmente se depararão.
O presente trabalho apresenta-se organizado de forma que, os próximos capítulos tratarão
sequencialmente, das diretrizes e procedimentos utilizados. O capítulo 2 tratará da
fundamentação teórica para respaldo da pesquisa, a partir da contextualização das abordagens
de diversos autores (Dornelas, Dolabela, Filion, Drucker, entre outros), contextualizadas com
o tema proposto. Em seguida, no capítulo 3, será exposta a metodologia de pesquisa, seu
delineamento, a unidade de análise estabelecida, os instrumentos de coleta dos dados, os
limites e limitações encontrados no decorrer do trabalho. O capítulo 4 é dedicado à
apresentação, análise, discussão e interpretação dos dados coletados. Por fim, o capítulo 5
apresentará a conclusão da pesquisa.
1.2.1 Justificativa teórica
Um olhar voltado para o contexto brasileiro possibilita considerar fortes motivos para
o ensino empreendedor, não apenas pelo grande número de pequenos empreendimentos que
vêm surgindo, mas pela necessidade de se criar um espírito empreendedor em papeis
assumidos nas diversas áreas dentro das empresas.
A pedagogia empreendedora, desenvolvida por Fernando Dolabela é considerada estratégia
pedagógica por Lopes e Teixeira (2010, p.62). Consiste em um programa a ser implementado
nas escolas, capaz de explorar o potencial empreendedor das crianças a partir dos quatro anos
de idade até o final do ensino fundamental. Conforme Lopes e Teixeira (2010, p.62),
pedagogia empreendedora diz respeito à Teoria Empreendedora dos Sonhos. Tal teoria criada
por Dornelas (2003), segundo as autoras, tem o seguinte objetivo:
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[...] promover o desenvolvimento sustentável humano, social
e econômico e enfatiza a importância da democracia da cooperação
e da estrutura de poder como condições necessárias à promoção
do desenvolvimento empreendedor das pessoas (LOPES, TEIXEIRA, p. 62).
Já para Dolabela (2003), no entendimento de Lopes e Teixeira (2010, p.62), a educação
empreendedora deve proporcionar mais respostas e ações que venham a propiciar
tranquilidade às pessoas diante de situações incertas. Subentende-se que essas ações são
capazes de fazer com que o ensino de empreendedorismo seja baseado em fatores
motivacionais e em habilidades comportamentais. Assim, a educação empreendedora tem
como objetivo final, a formação de indivíduos preparados para alcançar o sucesso,
independentemente de iniciarem um novo negócio.
Com base no exposto, fica evidenciado que o indivíduo pode ser empreendedor em quaisquer
dos estágios de sua vida, desenvolvendo sua capacidade individual, cognitiva, inovadora.
O pensamento de Dolabela retratado em sua pedagogia empreendedora fortalece a presente
pesquisa, no sentido de compreender como são vistas as chamadas práticas pedagógicas
empreendedoras. Contudo, observa-se que poucas são as publicações relacionadas à
necessidade de maiores esclarecimentos quanto a como aplicá-las em sala de aula. É nessa
constatação e na perspectiva de contribuir para a promoção de discussões a esse respeito que o
presente trabalho se apoia.
1.2.2 Justificativas práticas
O projeto propõe contribuições para a o curso de Jornalismo de determinada IES do Recife,
uma vez que pode promover reflexão sobre novas práticas e gerar discussões sobre as
utilizadas. IES, docentes, alunos, entidades de fomento ao empreendedorismo poderão
encontrar nas próximas considerações alguns aclaramentos pertinentes ao estudo do tema.
Ainda que, considerando o conceito de empreendedorismo complexo e distante de ser
consensual, percebe-se que a criatividade e a inovação são elementos comumente
considerados características comuns dominantes. Visto dessa forma não é difícil entender
que o entrave no ensino de empreendedorismo reside em saber como condições facilitadoras
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de aprendizagem podem ser criadas, uma vez que esse ensino, não deve ser entendido numa
perspectiva de metodologia tradicional.
Visto que o empreendedorismo baseia-se no desenvolvimento de conhecimento, que deve
incluir continuamente novas áreas necessárias à melhoria do desempenho das pessoas
no respectivo contexto profissional, social ou pessoal, o espírito empreendedor não deve ser
considerado apenas como um meio de criar novas empresas. Mas, como uma atitude a ser
aplicada de forma útil por qualquer indivíduo no dia-a-dia e em todas as suas áreas
de atividade.
Acredita-se que, quando entendido dessa forma, a figura do professor no chamado ensino
empreendedor seja reconhecida como elemento-chave na criação de ambiente empreendedor
através das práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula. Para tanto, torna-se fundamental
que, do ponto de vista da aprendizagem formal, o professor, antes de tudo, desenvolva em si
características inovadoras em sua proposta de ensino. Assim sendo, faz-se essencial que o
professor repense suas práticas, buscando adaptá-las aos grupos onde está inserido e à
realidade do cenário socioeconômico do país, com a responsabilidade de alcançar resultados
positivos a partir dos processos de ensino-aprendizagem.
Contudo, há de se levar em conta, as diretrizes e obrigatoriedades impostas pelo Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI), elaborado pelas IES e exigido pelo Ministério da
Educação e Cultura - MEC, bem como o Projeto Pedagógico dos Cursos (PPC) que nem
sempre demonstram ou são interpretados com flexibilidade.
Por conseguinte, este trabalho pretende estimular ações empreendedoras de docentes e
discentes a partir do encorajamento necessário para a busca do conhecimento, da superação
dos obstáculos e do estímulo ao encontro do indivíduo com seu sonho. Nessa premissa,
Dolabela (1999) acredita que “apenas o sonhador que busca a realização do seu sonho
é protagonista e autor de sua vida”. E dessa forma, é fundamental que o aluno perceba que
está sendo preparado para caminhar com suas próprias pernas para a conquista do seu objetivo
de vida.
Acredita-se na relevância de uma reflexão quanto às práticas pedagógicas empreendedoras
que devem estar alinhadas com a prática exigida pelas empresas, uma vez que, como será
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visto adiante, a prática não deve estar dissociada da teoria. Além disso, uma das justificativas
do presente estudo toma corpo quando traz à tona discussões relacionadas ao aprimoramento
das ações praticadas pelo docente em seu papel de difusor de conhecimento.
Nesse contexto, não deve ser esquecido o fato de ser o professor formador de opinião. Assim,
a convicção da influência exercida por esse autor diante de seus alunos fortalece a percepção
da relevância deste estudo.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo serão abordados aspectos de relevância para o entendimento do
empreendedorismo e do ser empreendedor, através do pensamento de diversos autores, bem
como a perspectiva do intra-empreendedor nas empresas, o desenvolvimento do
empreendedorismo no Brasil e o significado do espírito empreendedor, e o contexto do ensino
do empreendedorismo no ensino superior.
2.1 Empreendedorismo
Empreendedorismo vem constituindo tema de interesse de diversos teóricos em diferentes
abordagens. Segundo Cunha (2004, p. 28), a palavra empreender, imprehendere, tem origem
no latim medieval, antes do século XV e significa tentar “empresa laboriosa e difícil”, ou
ainda, “pôr em execução”.
Em concordância com Landströn (2005, p. 8), empreendedor (entrepreuner) é uma palavra
originalmente francesa que apareceu pela primeira vez em 1437, sendo que a definição mais
comum usada na época era “celui qui entreprend quelque chose” e quer dizer aquele que se
compromete com algo.
Dolabela (1999, p. 43) define o empreendedorismo como um neologismo derivado da livre
tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao
empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.
Conforme Bom Ângelo (2003, p.24-25) o termo entrepreneur é antigo e, raiz da palavra data
de mais de 800 anos. É derivado do verbo francês entreprendre, que significa fazer algo ou
empreender. Etimologicamente é representado pela soma entre + prendre, Entre (do latim
inter) designa espaço de um lugar a outro, ação mútua, reciprocidade e interação. Prendre (do
latim prehendere) significa tomar posse, utilizar, empregar, tomar uma atitude.
Por sua vez, Degen (2009, p. 6) explica que o significado da palavra empreendedor é
decorrente da palavra inglesa entrepreneur, que deriva da palavra entreprendre, do francês
antigo, formada pelo prefixo entre, do latim inter (reciprocidade) e preneur, do latim
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prehendere (comprador). No entendimento do referido autor, a combinação das duas palavras,
entre e comprador, encontra seu significado em intermediário.
Filion (1999, p. 5) buscou a conceituação do termo ao longo da história das civilizações,
apontando que, para cada século, o empreendedor é descrito de forma diferente. A palavra
empreendedor, entrepreneur, tem origem francesa, no século XII, sendo associada a “aquele
que incentivava brigas” (VÉRIN, 1982 apud FILION, 1999, p. 18). No século XVI, o termo
descrevia uma pessoa que assumia a responsabilidade e dirigia uma ação militar. Entretanto,
foi no final do século XVII e início do século XVIII que o termo foi utilizado para referir-se à
pessoa que criava e conduzia projetos ou empreendimentos.
Historicamente o entendimento sobre empreendedorismo sofreu mudanças ao longo do
tempo. Dornelas (2011) afirma que um primeiro exemplo de definição de empreendedorismo
pode ser atribuído a Marco Polo, que tentou estabelecer uma nova rota comercial para o
Oriente. Como empreendedor, Marco Polo assinou um contrato com um homem que possuía
dinheiro (capitalista) para vender as mercadorias deste. Assim, enquanto o capitalista era
alguém que assumia riscos de forma passiva, o aventureiro empreendedor assumia papel
ativo, correndo todos os riscos físicos e emocionais. Degen (2009, p. 7) traz sua contribuição
nesse sentido quando a complementa, também mencionando Marco Polo como um exemplo
que ilustra bem a figura do empreendedor no sentido francês de intermediário. Afirma que,
como era costume na Europa, Marco Polo desenvolveu um plano e assinou contratos com
banqueiros-capitalistas venezianos, os precursores das atuais empresas de capital de risco, que
forneceram os recursos financeiros para o empreendimento e para os quais se obrigou a
vender os produtos que traria da sua viagem. Com o sucesso da viagem, conforme previa o
contrato entre as partes, os financiadores ficaram com cerca de 75% do lucro do
empreendimento e, coube ao dito mercador-aventureiro os 25% restantes. Degen (2009)
prossegue esclarecendo que, naquela época, os banqueiros-capitalistas eram os tomadores
passivos do risco financeiro, cabendo aos mercadores-aventureiros o papel ativo nos
empreendimentos, assumindo todos os riscos comerciais e pessoais das longas viagens.
Bom Ângelo (2003) atesta ainda que, em 1730, o economista irlandês (que viveu na França)
Richard Cantillon utilizou o termo para designar uma pessoa que trabalhava por conta própria
e tolerava o risco no intento de promover seu próprio bem-estar econômico. No início do
século XlX, segundo (Filion, 1999) o economista Jean-Baptiste Say definiu como
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empreendedor o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor para outro mais
produtivo e de maior rendimento, enquanto Schumpeter (1997,p.83) chama de
“empreendimento à realização de combinações novas e empresários aos indivíduos cuja
função é realizá-las”.
Dornelas (2011, p. 20) aponta que na Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para
definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Ele não assumia grandes riscos;
apenas gerenciava, utilizando os recursos disponíveis, geralmente provenientes do governo do
país. No século XVII, ocorreram os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e
empreendedorismo, pois o empreendedor estabelecia um contato com o governo para prestar
serviços ou fornecer produtos. Com preços prefixados, qualquer lucro ou prejuízo era
exclusivamente do empreendedor. Contudo, no século XVIII, o capitalista e o empreendedor
foram finalmente diferenciados, em função do início da industrialização. Um dos exemplos
foram as pesquisas referentes à eletricidade e à química feitas por Thomas Edison, que só
foram possíveis por meio de auxílio de investidores que financiaram os experimentos.
Conforme Dornelas (2011, p.20), entre o final do século XIX e início do século XX
empreendedores foram com frequência confundidos com os gerentes ou administradores (fato
que ocorre até hoje), sendo analisados como aqueles que fazem parte da organização da
empresa, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas nas organizações, mas
sempre a serviço do capitalismo. Endossa que todo administrador tem que ser um bom
empreendedor e também cita as semelhanças entre administrador e empreendedor: demandas
(o que tem que ser feito), restrições (fatores internos e externos da organização que limita o
que o responsável pode fazer) e alternativas (identificam as opções que o responsável tem na
determinação do que fazer e como fazer).
Cabe salientar que até ao século XV, termos como aventureiro, empresário, projetista e
contratante foram usados para descrever um empreendedor. A ampla utilização da palavra
empreendedor, pode ser atribuída ao desenvolvimento semântico do termo. É possível
perceber que os autores pesquisados buscaram desde a origem do termo empreendedorismo,
identificar características do indivíduo que pudessem definir o sentimento que impulsiona as
atividades lucrativas. Consideraram, essencialmente, a ousadia deste indivíduo no que se
refere a correr e assumir riscos, a serem criativos e capazes de conduzir um negócio,
![Page 32: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/32.jpg)
32
executando suas ideias as transformando em algo real. Outras associações viriam com o
decorrer do tempo, adequadas às mudanças evolucionais da sociedade.
2.1.1 Espírito empreendedor
Pelo que se pode entender a partir dos fundamentos teóricos, a noção de espírito
empreendedor está relacionada a um conjunto de características de um indivíduo, associadas a
uma maior probabilidade de sucesso na ação dita empreendedora. Dessa forma, nas
perspectivas do empreendedorismo não há como deixar de considerar que:
O espírito empreendedor é um potencial de qualquer ser humano e necessita
de algumas condições indispensáveis para se materializar e produzir efeitos.
Entre essas condições estão, no ambiente macro, a democracia, a cooperação
e a estrutura de poder tendendo para a forma de rede. Sem tais
“aminoácidos”, formadores de capital social, há pouco espaço para o
afloramento do espírito empreendedor, que é um dos componentes do capital
humano (DOLABELA, 2003, p.24).
São características básicas do espírito empreendedor a inovação, o espírito criativo e
pesquisador e a disposição para assumir riscos. Outro aspecto formador desse perfil é o
conhecimento – o que permite ampliar a inovação. Segundo Drucker (1985, p.149), a
inovação baseada no conhecimento é a “superestrela” do espírito empreendedor, e se difere
das demais inovações em suas características básicas: “duração, taxa de perdas,
predicabilidade e nos desafios que apresentam para o empreendedor”.
O espírito empreendedor não se limita apenas às pessoas que abrem seu próprio negócio ou
fundam uma empresa. Todas as pessoas que apresentam as características básicas de um
empreendedor possuem o espírito empreendedor. Conforme afirma Dornelas (2001), o
espírito empreendedor pode fazer-se presente nas pessoas que mesmo sem darem início a um
negócio, costumam estar envolvidas em inovações contínuas e focadas em assumir riscos.
Portanto, pode-se dizer que o espírito empreendedor é o conjunto de aspectos e características
que formam a personalidade de um empreendedor e é a chave para um caminho de sucesso.
Por outro lado, ao espírito empreendedor também estão associados o senso de oportunidade,
sensibilidade apurada no gerenciamento de recursos, e por isso muitas vezes é atribuída ao
![Page 33: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/33.jpg)
33
empreendedor à responsabilidade sobre o desenvolvimento da economia. Confirmando este
pensamento, Degen (1989) acredita que o melhor recurso para solucionar problemas de
âmbito socioeconômicos é a liberação da criatividade dos empreendedores associada ao
estímulo à livre iniciativa para produção e comercialização de bens e serviços.
Olhando na mesma direção, Dolabela (1999) aponta que o desenvolvimento econômico de
uma localidade é função do grau de empreendedorismo, que condições favoráveis ao
desenvolvimento precisam de empreendedores que as aproveitem e que, por meio de
características próprias como a liderança, disparem e coordenem o processo de
desenvolvimento. Assim, Dolabela (1999) frisa que o empreendedor cria e aloca valores para
indivíduos e para a sociedade, ou seja, é fator de inovação tecnológica e crescimento
econômico.
De acordo com Dornelas (2011), ser visionário, saber tomar decisões, saber explorar
oportunidades, ser determinado e dinâmico, ser otimista e gostar do que faz, ser independente,
ser líder e formador de equipes, saber se relacionar, possuir conhecimento em sua área de
atuação, assumir riscos calculados e criar valor para a sociedade são características associadas
ao espírito empreendedor. Este autor diferencia o empreendedor do administrador. Segundo
Dornelas (2001) o empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos
do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e
ambientais, fazem com que este venha a promover a inovação organizacional.
Segundo Dornelas (2011) uma das características associadas ao espírito empreendedor é a
determinação. Para o autor, empreendedores ultrapassam obstáculos com uma vontade ímpar
de “fazer acontecer”.
Finalizando a abordagem sobre o espírito empreendedor, destaca-se que na maior parte da
literatura sobre o assunto, a este são atribuídas forte necessidade de controle, de
independência, de realização, um ressentimento em relação à autoridade e a tendência em
aceitar riscos moderados.
Com base no exposto, verifica-se que as definições e particularidades empregadas para definir
o empreendedorismo variam de acordo com as diferentes perspectivas dos diferentes autores
![Page 34: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/34.jpg)
34
pesquisados. Dessa forma, faz-se importante entender a evolução do conceito de
empreendedorismo em função dos principais contextos onde está contemplado.
2.1.2 Empreendedorismo no Brasil
Segundo Dornelas (2011, p. 14), no Brasil o empreendedorismo somente começou a tomar
forma na década de 1990, quando entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae) surgiu com o objetivo de dar suporte para o iniciador de uma
empresa, prestando consultorias, cedendo informações e elaborando soluções pontuais aos
problemas do novo empreendimento, auxiliando o empreendedor em seu negócio. Na mesma
época foi criada a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex), entidade criada
com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de
várias ações que proporcionavam ao empresário de informática a capacitação em gestão e
tecnologia.
Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo o país, em parceria com as
incubadoras de empresas e a universidades em seus cursos de ciências da computação e
informática, que o tema empreendedorismo começou a despertar na Brasil.
Com relação aos programas e ações criados no Brasil com foco no empreendedorismo,
Dornelas (2011) menciona:
1. Os programas Softex e Genesis (Geração de Novas Empresas de Software, Informação
e Serviços), criados na década de 1990.
2. O programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal.
3. Ações voltadas à capacitação do empreendedor: os programas Empretec e Jovem
Empreendedor do Sebrae.
4. Repercussão na mídia nacional da semana anual do empreendedorismo mundial, com
eventos, workshops, seminários e discussões sobre os resultados anuais da pesquisa
GEM e com debates sobre as estratégicas para o futuro do empreendedorismo
brasileiro.
5. Aumento da quantidade de entidades de apoio ao desenvolvimento do
empreendedorismo no Brasil, além do Sebrae, Anprotec, Endeavor, várias ONGs,
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35
institutos e empresas em todo o país destinam recursos e apoio institucional a projetos
e programas de desenvolvimento do empreendedorismo em várias regiões do país.
6. A ênfase do Governo Federal no apoio à micro e pequena empresa, considerando
inclusive a criação de um ministério ou secretaria com foco na pequena empresa.
7. A consolidação de programas de apoio à criação de novos negócios com recursos de
subvenção econômica, bolsas, investimentos para empresas iniciantes inovadoras,
provenientes de entidades governamentais de apoio à inovação e ao
empreendedorismo (Finep, fundações de amparo à pesquisa, CNPq, BNDES, entre
outros).
8. O crescente movimento das franquias no Brasil também pode ser considerado um
exemplo de desenvolvimento do empreendedorismo nacional.
No que se refere ao ensino do empreendedorismo no Brasil, Dolabela (2008, p. 39) afirma que
“[...] o empreendedorismo está apenas começando, mas os resultados já alcançados no ensino
indicam que estamos no início de uma revolução silenciosa.”
Por fim, Dolabela (2008, p. 41) destaca as ações de apoio a empreendedores, realizadas pela
Endeavor e, pesquisas realizadas pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), ambas,
instituições criadas mais recentemente que, mesmo não sendo diretamente vinculadas à
educação, prestam significativa contribuição nesse sentido.
Foi na perspectiva de mensurar a atividade empreendedora dos países e observar seu
relacionamento com o crescimento econômico, que em 1997 foi criado o projeto GEM uma
iniciativa conjunta do Babson College, nos Estados Unidos, e da London Business School, na
Inglaterra. Quem traz esta constatação à tona é Dornelas (2011, p. 13), que discorre sobre o
referido projeto:
Este pode ser considerado o projeto mais ambicioso e de maior impacto até o
momento no que se refere ao acompanhamento do empreendedorismo nos
países. Trata-se de uma iniciativa pioneira e que tem trazido novas
informações a cada ano sobre o empreendedorismo mundial e também em
nível local para os países participantes. O número de países participantes do
GEM cresceu de 10, em 1999, para mais de 30, em 2000, chegando a 59, em
2010, o que representa 84% do PIB mundial. Uma das medidas efetuadas
pelo estudo do GEM refere-se ao índice de criação de novos negócios,
denominado Atividade Empreendedora Total (TEA). Este índice mede a
dinâmica empreendedora dos países e acaba por definir um ranking mundial
de empreendedorismo. Este ranking tem mudado a cada ano e o leitor poderá
![Page 36: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/36.jpg)
36
ter acesso aos dados mais recentes ao pesquisar no site do GEM:
www.genconsortium.org. [...] Em números absolutos, em 2010, apenas a
China possuía mais empreendedores que o Brasil: a TEA chinesa de 14,4%
representava 131,7 milhões de adultos envolvidos em atividades
empreendedoras naquele país.
Para Dornelas (2011), passou-se a vivenciar um novo momento, com o reconhecimento do
empreendedorismo como protagonista da década. Conforme este autor, esse momento
começou a ser moldado a partir da constatação da importância do país na visão de alguns
atores envolvidos com o movimento do empreendedorismo no mundo e, principalmente, no
Brasil, após o conhecimento do resultado do primeiro relatório executivo do GEM (2000).
Naquela ocasião o Brasil apareceu como o país que possuía a melhor relação entre o número
de habitantes adultos que começam um negócio e o total dessa população: um em cada oito
adultos. Sendo este estudo realizado anualmente, foi possível constatar que o Brasil apareceu
em 2010 na décima posição, com um índice de criação de empresas (TEA) de 17,5 no
momento da pesquisa. Em outras palavras, em cada cem pessoas, aproximadamente 18
pessoas desenvolviam alguma atividade empreendedora, correspondendo a mais de 21,1
milhões de pessoas envolvidas em novos negócios.
Dornelas (2011, p.18) acredita que a participação dos países no ranking evidencia que “a
criação de empresas por si só não leva ao desenvolvimento econômico, a não ser que esses
negócios estejam focando oportunidades no mercado.” Reforça que tal entendimento só foi
possível a partir do estudo anual do GEM, do qual foram originadas duas definições de
empreendedorismo: 1) O empreendedorismo de oportunidade, em que o empreendedor
visionário sabe aonde quer chegar, planeja previamente a criação de uma empresa, sabe aonde
quer chegar com sua empresa objetivando gerar lucros, empregos e riqueza. Está totalmente
ligado ao desenvolvimento econômico, com forte correlação entre os dois fatores; 2) O
empreendedorismo de necessidade, em que o candidato a empreendedor se aventura na
jornada empreendedora mais por falta de opção, por estar desempregado e não ter alternativas
de trabalho. Afirma Dornelas (2011, p.18) que nesse caso, esses negócios costumam ser
criados informalmente, não são planejados de forma adequada e muitos fracassam
rapidamente, não gerando desenvolvimento econômico e agravando as estatísticas de criação
e mortalidade dos negócios. Esse tipo de empreendedorismo é mais comum em países em
desenvolvimento, como ocorre com o Brasil, e também influencia na atividade
empreendedora total desses países. Assim, não basta o país estar ranqueado nas primeiras
![Page 37: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/37.jpg)
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posições do GEM. O que o país precisa buscar é a otimização do seu empreendedorismo de
oportunidade. Dornelas (2011, p.18) ressalta que no Brasil, até 2002, o índice de
empreendedorismo de oportunidade era inferior ao índice de empreendedorismo de
necessidade, mas nos últimos anos é possível perceber uma melhora e até reversão desta
tendência. Como exemplo, em 2010, para cada empreendedor de necessidade havia 2,1
empreendedores de oportunidade no Brasil. Em outras palavras mais de 68% dos
empreendedores no país empreendiam por oportunidade. Espera-se que para os próximos anos
cada vez mais empreendedores focados em oportunidades surjam, promovendo o
desenvolvimento do país.
Mais recentemente, em uma parceria do GEM (2012) com o Sebrae e o Centro Técnico de
Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas, foi realizada uma pesquisa junto à
população brasileira com idades entre 18 e 64 anos e residentes nas cinco regiões do país,
sendo dois mil entrevistados em cada uma das regiões, tendo como principal objetivo
entender o cenário brasileiro e identificar, nesse contexto, o indivíduo empreendedor, a partir
do conhecimento de características demográficas.
Em breve análise, o resultado da pesquisa GEM (2012) demonstra que de uma forma geral, no
Brasil, a população entre 35 e 44 anos, com primeiro grau incompleto e com renda inferior a
três salários mínimos destacaram-se como os que mais empreendem. Por outro lado,
empreendem significativamente menos os jovens entre 18 e 24 anos, com pós-graduação
incompleta, com renda entre 6 e 9 salários mínimos. Dados como estes confirmam a opinião
dos estudiosos que apontam que no Brasil, a forma de empreender mais comum tem sua
origem na necessidade e na maturidade pessoal. Percebe-se também que, claramente, são as
pessoas em condição social mais desfavorecida que mais decidem empreender.
Vale ressaltar que, ainda segundo dados do GEM (2012), empreendedorismo é compreendido
como e toda e qualquer tentativa de criar um novo empreendimento, ou seja, abertura de uma
atividade autônoma, criação de um empreendimento ou até mesmo a expansão de um
empreendimento já existente.
Contudo, em seus estudos, Dornelas (2011, p.18) alerta que, apesar de avanços recentes
apontados pelo Governo Federal, ainda faltam políticas públicas duradouras dirigidas à
consolidação do empreendedorismo no país, como alternativa à falta de emprego, e visando a
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respaldar todo esse movimento proveniente da iniciativa privada e de entidades não
governamentais, que estão fazendo a sua parte. A consolidação do capital de risco e o papel
do angel (“anjo” – investidor pessoa física) também estão se tornando realidade, motivando o
estabelecimento de cenários otimistas para os próximos anos.
Um último fator apontado pelo referido autor é que dependerá apenas dos brasileiros para ser
desmitificado, é a quebra de um paradigma cultural de não valorização de homens e mulheres
de sucesso que têm construído o Brasil e gerado riquezas, sendo eles os grandes
empreendedores, que dificilmente são reconhecidos e admirados. Pelo contrário, muitas vezes
são vistos como pessoas de sorte ou que venceram por outros meios alheios à sua
competência.
Degen (2009, p.403), já mencionado anteriormente e considerado um dos precursores no
ensino de empreendedorismo no Brasil, em sua atividade docente, tinha o “objetivo de
incentivar os alunos a empreender e, assim, promover o crescimento econômico para reduzir a
pobreza e a desigualdade de renda.” Destaca que:
Apesar de o crescimento econômico ser uma das condições necessárias para
a redução da pobreza no mundo, é preciso que este crescimento seja
sustentável, preservando os recursos escassos da natureza e o meio ambiente
para gerações futuras, e que focalize melhor o problema da redução da
pobreza.
A visão de Degen (2009) no que se refere à má distribuição de renda no Brasil é
compartilhada por Dolabela (2003) que afirma que o empreendedorismo no Brasil deve
considerar as prioridades do país, eliminando a exclusão social e confrontando a ideia
tradicional do empreendedorismo focado no fazer empresarial, que por ter prioridade no
crescimento econômico concentra a renda e não distribui de forma equivalente. Segundo
Dolabela (1999), por mais complexo que seja inserir o ensino de empreendedorismo no nível
universitário é apenas um começo para a construção de uma nova economia, voltada para
empreendimentos.
Hoje, conforme Degen (2009, p.407), muitas escolas técnicas e universidades já constam de
centros de empreendedorismo que estimulam e treinam alunos para empreender, prestando
apoio às iniciativas dos alunos através de incubadoras. Afirma que estes centros chegam a
ajudar na obtenção de recursos financeiros. Este autor observa ainda que a maior parte dos
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cursos de empreendedorismo é destinada aos alunos dos cursos de graduação, ainda imaturos
profissionalmente e sem experiência para perceberem oportunidades de negócio. Por outro
lado, apregoa o mesmo autor, que existem instituições que oferecem cursos de pós graduação
para suporte dos seus ex-alunos que apresentam a experiência necessária, além da maturidade
no desenvolvimento de oportunidades de negócio.
Conforme o exposto é possível perceber que, atualmente as escolas técnicas e universidades
têm formado indivíduos mais bem preparados para reconhecimento e desenvolvimento de
negócios, embora muito se tenha a fazer nesse sentido.
Na visão de Degen (2009, p. 412), o curso ideal para promover o empreendedorismo por
oportunidade deve ser um curso ministrado para graduados das escolas técnicas e das
universidades, com experiência e maturidade profissional necessária para visualizarem as
oportunidades e que estejam interessados em montar o seu negócio. O curso deve ter duração
mínima de um ano, ser estruturado de tal forma que não interfira com o trabalho dos
candidatos a empreendedores, e deve incluir noções de sociologia, de ciências
comportamentais e de ciências ambientais. O curso ideal, conforme este autor, deve orientar
os alunos nas pesquisas, bem como na elaboração do plano do negócio.
Leite (2004, p.3) menciona que:
O “Projeto Empreendedorismo Poli – Além do Plano de Negócios” como
resultado de um olhar mais apurado sobre o ensino do empreendedorismo
em uma escola de engenharia prestes a completar 100 anos de bons serviços
ao Recife, Pernambuco e ao Brasil, que forma todos semestres profissionais
liberais, micros, pequenos e médios empresários preocupados com o
desenvolvimento humano, econômico e social. Ele surge com a visão de ser
uma proposta, uma alternativa para que possa responder com eficiência e
eficácia ao desafio do Primeiro Emprego? Não. Primeira Empresa.
Leite (2004, p.3) esclarece que o primeiro empreendimento foi materializado através de
parceria entre o Incubatep - Incubadora do Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco
(entidade com mais de 50 anos de existência) e a Escola Politécnica, quase centenária,
renovada constantemente por meio de convênio estabelecido para estimular o
empreendedorismo, via incubação das empresas dos alunos da Escola Politécnica. Tal fato
permitiu que antes de completar 25% das aulas da disciplina Formação de Empreendedores
fossem identificados quatro grupos de alunos aptos criarem suas próprias empresas.
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40
Atualmente, das 20 empresas incubadas na Incubatep quatro são dos alunos da Escola
Politécnica de Pernambuco, algo que os especialistas em empreendedorismo e incubação de
empresas consideram excelente resultado dos esforços empreendidos.
Sob o ponto de vista de que o empreendedorismo é um fenômeno, Leite (2004, p.4) explica
que para entendê-lo é necessário que haja um entendimento e uma análise da sua força motriz.
Nesse contexto devem ser destacados dois elementos que são pilares na construção dessa nova
modalidade de trabalho: a inovação, a partir do desenvolvimento tecnológico, e o processo de
globalização promovendo o fim do emprego.
O referido autor aponta a rigidez da legislação trabalhista brasileira como fator que vem
contribuindo com grande força na promoção do empreendedorismo, por não possibilitar a
flexibilidade nas contratações. Nesse sentido, Leite (2004, p.5) chama a atenção para o fato de
que, no Brasil há apenas um modelo legal relacionado ao quantitativo de horas que devem ser
trabalhadas, exigidas pelas empresas: “(...) o trabalhador é obrigado a trabalhar oito horas
diárias, com um mês de férias, 13º salário, indenização por demissão e todo o resto. Em todo
país com legislação trabalhista rígida há mais desemprego”.
Na concepção de Leite (2006, p.9), “o Brasil tem a necessidade de fomentar a personalidade
empreendedora como um meio para enfrentar o grande problema do desemprego, que enfrenta
hoje.” Em contrapartida, o empreendedorismo possibilita a criação de empresas e o
crescimento econômico do país, além de contribuir com a diminuição da economia informal.
A ausência de espírito empreendedor, que, segundo o referido autor, há décadas mantém o
Brasil na condição de país “em desenvolvimento”, encontra fundamento na falta de uma
política educacional voltada para desenvolver o empreendedorismo, principalmente no nível
universitário. Vai mais além, quando, em sua linha de raciocínio, explica que, ainda que
“ensinar a ser empreendedor” necessite ainda de clarificação e sistematização, faz-se urgente
que medidas e modalidades de formação sejam desenvolvidas, bem como o conceito de
aprendizagem continuada voltada para a inovação seja ensinada.
Em suas abordagens, pode ser percebido que tanto Degen quanto Leite apresentam discursos
semelhantes no que se refere à relevância do ensino de empreendedorismo. O primeiro tem
seu foco voltado para as diferenças sociais e entende o empreendedorismo como uma forma
de reduzir as discrepâncias econômicas no país, enquanto o segundo enaltece a importância
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do desenvolvimento do espírito empreendedor enquanto novo paradigma vivenciado na
sociedade e da inovação como condição fundamental para que se possa enfrentar o problema
do desemprego e exercer papel decisivo no desenvolvimento econômico do Brasil.
2.1.3 O empreendedor
Para Souza Neto (2003) existem diversos tipos de empreendedores no Brasil. O autor chama a
atenção para o "Empreendedor Virador", no estudo em que defende que o empreendedor pode
ser aquele que constrói um negócio a partir de uma necessidade subjetiva. Souza Neto (2003)
segue afirmando que esse indivíduo busca meios de sobrevivência através do
empreendedorismo e torna-se um empreendedor virador. Afirma que é incontável a busca pela
definição do que é empreendedor, embora já tenha sido definida por diversos autores
diferentes.
Na lógica de Souza Nero (2003), o empreendedor virador age de acordo com suas
necessidades. Não se trata de um indivíduo que explora oportunidades pelo objetivo de obter a
satisfação da realização pessoal e profissional, mas o que encontra caminhos para sua
subexistência.
De acordo com Souza Neto (2003), antes mesmo de iniciar um plano para um
empreendimento, o indivíduo deve responder às perguntas “o que?” – o que é o seu projeto;
“por que?” – por que montar um negócio e quais são as vantagens para sua abertura; “como?”
– como será executado esse negócio; “quanto? – qual o valor para o funcionamento do
negócio.
Diante disso, acredita-se que independentemente do que leva o indivíduo a empreender,
estabelecer um norte para iniciar a concretização de uma ideia é especialmente importante.
À luz do discurso de Dornelas (2011, p.8), o empreendedor tem-se tornado, no cenário
econômico contemporâneo, um fator fundamental como aquele que busca soluções para os
problemas diante das ameaças e oportunidades para o mercado. É conhecido como um
indivíduo que ousa e tem atitude, com características próprias determinadas pela cultura e
pelo ambiente em que está inserido, o que acaba favorecendo em vantagem competitiva e
ganhos econômicos e sociais. Ressalta que empreender é transformar uma ideia em negócio.
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42
Por sua vez, o empreendedorismo, naturalmente tem sua importância associada aos potenciais
benefícios que a ação empreendedora acarreta ao cenário socioeconômico mundial.
Inicialmente considerado, de forma restrita, como um fenômeno associado à criação de
empresas, o empreendedorismo, mais recentemente, conforme será relatado a seguir a partir
da contribuição de alguns autores, teve seu significado ampliado para manifestações humanas
voltadas para a realização de novos projetos organizacionais independentes ou vinculados a
uma organização já existente.
É nesse sentido que Dornelas (2011, p.8), afirma:
No momento presente, não se tem um movimento predominante, mas
acredita-se que o empreendedorismo irá, cada vez mais, mudar a forma de se
fazer negócios no mundo. Continua ressaltando que, por isso, o momento
atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os
empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais,
encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos,
criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas
e gerando riqueza para a sociedade.
Dornelas (2011) vai mais além quando atesta que o contexto atual é propício para o
surgimento de um número cada vez maior de empreendedores e, que, por esse motivo, a
capacitação dos candidatos a empreendedor está sendo prioridade em muitos países, inclusive
no Brasil, haja vista a crescente preocupação das escolas e universidades a respeito do
assunto, por meio da criação de cursos e matérias específicas de empreendedorismo, como
uma alternativa aos jovens profissionais que se graduam anualmente nos ensinos técnico e
universitário brasileiros e, mais recentemente, também no ensino fundamental.
Saber quem é o empreendedor e como ele se comporta é uma preocupação de Souza (2006,
p. 8) que explica que o indivíduo empreendedor:
Seria, portanto, um líder com competências especiais para: tratar a
complexidade das atividades cotidianas, advindas da necessidade de atender
a altos níveis de qualidade e de satisfação da sociedade; canalizar as
atividades cotidianas em direção o sucesso estratégico da empresa: aceitar e
promover, dentro do enfoque de responsabilidade social, a ética e os
princípios morais e ecológicos para todos os membros da empresa, como
fator de competitividade e sucesso.
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43
Souza (2006, p.8) refere-se ao indivíduo empreendedor sendo “uma espécie de líder
estratégico, integrador das políticas humanistas à gestão estratégica, envolvendo o
comprometimento dos indivíduos com a organização”, estando ele inserido em um ambiente
flexível e favorável à criação e à inovação.
Contudo, Timmons (1999, p. 29) define o empreendedor como uma pessoa que consegue
identificar oportunidades e sabe aproveitá-las transformando-as em negócios de sucesso. Por
sua vez, Degen (1989, p. 10) aponta que “ser empreendedor significa ter, acima de tudo, a
necessidade de realizar coisas novas, pôr em prática as idéias próprias, característica de
personalidade e comportamento nem sempre fácil de encontrar”.
Outra visão relevante para o entendimento do ser empreendedor é a visão de Filion (1999, p.
19) que defende ser o verdadeiro empreendedor a pessoa que imagina, desenvolve e realiza
suas ideias e visões. Seguindo o raciocínio do referido autor é possível entender o
empreendedorismo como o estudo da natureza comportamental do ser humano enfrentando
seus desafios.
Para Filion (1999, p. 19), o empreendedor possui diferentes características como: são pessoas
criativas, que tem metas estabelecidas para atingir seus objetivos, mantêm postura e
consciência no ambiente e nas pessoas que convive, está sempre buscando conhecimento e
aprendizagem, consegue desenvolver suas habilidades, as decisões tomadas são de riscos
moderados, está sempre inovando com suas ideias, imagina e realiza suas visões. Destaca
também que não se pode avaliar uma pessoa e afirmar que ela vai ser bem-sucedida enquanto
empreendedor ou não. No entanto, é possível avaliar se essa pessoa possui características mais
comumente encontradas nos empreendedores.
Conforme Soares (1996, p. 207),
Os empreendedores são indivíduos internamente motivados para atuar em
seus negócios com autoconfiança, mais desejosos de independência e
autonomia que pessoas não empreendedoras. São pessoas que possuem
predisposição para o progresso, têm uma percepção mais arrojada sobre o
futuro e as próprias condições, para enfrentar os fatores diversos ao meio.
Acredita na capacidade do homem em construir o próprio destino, melhorar
o ambiente externo e encarar situações difíceis como desafios.
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Dornelas (2011, p.37) define o empreendedor como “aquele que detecta uma oportunidade e
cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados” e, no entendimento
de Drucker (1985, p.36) o empreendedor “é aquele que sempre está buscando a mudança,
reage a ela, e a explora como sendo uma oportunidade”.
Hisrich (2004, p. 28), afirma que muitos empreendedores tiveram pais também
empreendedores, o que demonstra que a influência familiar faz parte da decisão e
conhecimento do empreendedor.
Os empreendedores se apaixonam pelo negócio e sacrificam tudo para garantir sobrevivência,
pois o empreendimento assume prioridade na vida do empreendedor se tornando uma fonte de
auto-estima (HISRICH, 2004).
Conforme Dornelas (2011, p. 30), acreditava-se que o indivíduo já nascia com os atributos
necessários para empreender e obter sucesso nos seus empreendimentos e, que, hoje acredita-
se que o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa. Continua
afirmando que o sucesso é decorrente de diversos aspectos internos e externos ao negócio, do
perfil do empreendedor e de como ele administra as dificuldades que encontra ao longo do
tempo em seu empreendimento. O referido autor segue atestando que, embora os
empreendedores inatos existam e sejam referências de sucesso, outros podem ser capacitados
para o sucesso de seus negócios e para geração de riqueza ao país. Ressalta ainda que os
objetivos do ensino de empreendedorismo devem ser entendidos, uma vez que os cursos
oferecidos pelas universidades e escolas técnicas podem apresentar diferenças em suas
propostas.
Na visão de Dornelas (2011, p. 30), no processo de aprendizagem de empreendedorismo deve
haver foco na identificação e análise de oportunidades, em como ocorre inovação e o processo
empreendedor enquanto elementos de relevância do empreendedorismo para o
desenvolvimento econômico. Menciona também a importância na elaboração e execução de
um plano de negócios, identificação de fontes e obtenção de financiamento para o novo
empreendimento, além do conhecimento de como gerenciar e promover o crescimento do
negócio.
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45
Percebe-se que o sentido do empreendedorismo entendido nas considerações do autor acima
citado está voltado para a abertura de uma empresa. Nesse contexto, o mesmo classifica em
três áreas as habilidades por ele consideradas necessárias para um empreendedor, que
compõem a base para a ementa de um curso de empreendedorismo. São elas: técnicas,
gerenciais e características pessoais, onde:
“As habilidades técnicas envolvem saber escrever, saber ouvir as pessoas e
captar informações, ser um bom orador, ser organizado, saber liderar e
trabalhar em equipe e possuir know-how técnico na sua área de atuação. As
habilidades gerenciais incluem as áreas envolvidas na criação,
desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa: marketing,
administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, controle
das ações da empresa e ser um bom negociador. Algumas características
pessoais [...] incluem: ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ser
orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder visionário”
(DORNELAS, 2011, p.30).
Para Dolabela (2008, p.18),
A introdução da cultura empreendedora no ensino médio e universitário é o
primeiro passo na persecução de um objetivo maior: a formação de uma
cultura em que tenham prioridade valores como combate à miséria através da
geração e distribuição de riquezas, inovação, criatividade, sustentabilidade,
liberdade [...].
Para Ferreira, Santos e Serra (2010, p. 29), o empreendedorismo pode ser estimulado através
das escolas, uma vez que os professores podem ter seu foco voltado para o empreendedorismo
com o objetivo de incentivar e desenvolver novos empreendedores. Conforme os referidos
autores, os cursos propiciam o aumento da capacidade do indivíduo empreendedor e
favorecem a visão deste na sociedade.
No que se refere à tecnologia, o desenvolvimento tecnológico e a geração de novos empregos
expressam os resultados mais explícitos da inovação. A influência do empreendedorismo no
desenvolvimento econômico não é direta, conforme Drucker (1985), os economistas sabem
que o empreendedor é importante para a economia, porém, o “empreender” é um evento
“meta-econômico”, ou seja, algo que influencia profundamente, no entanto não faz parte do
sistema. E, a economia empreendedora é consequência desse cenário. Para Drucker (2002, p.
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46
27), “o surgimento da economia empreendedora é um evento tanto cultural e psicológico,
quanto econômico ou tecnológico.”
Dolabela (2008, p. 38), propõe o conceito de que “é empreendedor, em qualquer área, alguém
que sonha e busca transformar seu sonho em realidade”. No sentido de esclarecer que o
empreendedor deve ser dotado de grande sensibilidade nos mais diversos aspectos do
comportamento, pensamento, ações e crenças, Dolabela (2008, p. 71), reúne características
por ele consideradas importantes, conforme quadro a seguir.
Quadro 1 - Características do empreendedor
Tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia.
Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização.
Trabalha sozinho, O processo visionário é individual.
Tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculos.
Considera o fracasso um resultado como outro qualquer, pois aprende com os próprios erros.
É capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar resultados.
Sabe fixar metas e alcançá-las; luta contra padrões impostos; diferencia-se.
Tem a capacidade de descobrir nichos.
Tem forte intuição: como no esporte, o que importa não é o que sabe, mas o que se faz.
Tem sempre alto comprometimento; crê no que faz.
Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe utilizar tais informações
para seu aprimoramento.
Sabe buscar, utilizar e controlar recursos.
É um sonhador realista: é racional, mas usa também a parte direita do cérebro.
Cria um sistema próprio de relações com empregados. É comparado a um “líder de banda”,
que dá liberdade a todos os músicos, mas consegue transformar o conjunto em algo
harmônico, seguindo um objetivo.
É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.
Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho.
Tece “redes de relações” (contatos, amizades) moderadas, mas utilizadas intensamente como
suporte para alcançar seus objetivos; considera a rede de relações internas (com sócios,
colaboradores) mais importante que a externa.
Conhece muito bem o ramo em que atua.
Cultiva a imaginação e aprende a definir visões.
Traduz seus pensamentos em ações.
Define o que aprender (a partir do não-definido) para realizar suas visões. É pro-ativo: define
o que quer e aonde quer chegar; depois, busca o conhecimento que lhe permitirá atingir o
objetivo.
Cria um método próprio de aprendizagem; aprende a partir do que faz; emoção e afeto são
determinantes para explicar seu interesse. Aprende indefinidamente.
![Page 47: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/47.jpg)
47
Continuação do Quadro 1 - Características do empreendedor
Tem alto grau de “internalidade”, que significa a capacidade de influenciar as pessoas com as
quais lida e a crença de que conseguirá provocar mudanças nos sistemas em que atua.
Assume riscos moderados: gosta do risco, mas faz tudo para minimizá-lo. É inovador e
criativo. (Inovação é relacionada ao produto. É indiferente da invenção, que pode não dar
consequência a um produto).
Tem alta tolerância à ambiguidade e à incerteza.
Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar
oportunidades de negócios.
Fonte: Dolabela (2003, p.71)
Dornelas (2011, p. 38) segue apontando que o empreendedor de sucesso possui características
extras, além dos atributos do administrador, algumas características pessoais que somados as
características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa, e
assim, de uma ideia surge uma inovação. Estes empreendedores de sucesso são visionários,
reflete como será seu negócio e sua vida e tem habilidades para sonhar. Sabem tomar decisões
na hora certa e programam rapidamente seus negócios. Identificam oportunidades na ordem
presente.
Em conformidade com Dornelas (2011, p. 31), ao serem definidas as características de um
empreendedor deve ser considerado que o sucesso seja resultado das atitudes e posturas do
indivíduo. Assim, destaca as características dos empreendedores de sucesso a partir da
compreensão do Quadro 2.
Quadro 2 - Características do empreendedor de sucesso
São visionários Eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e
sua vida e a habilidade de implementar seus sonhos.
Sabem tomar decisões São seguros e tomam as decisões corretas na hora certa, em
especial nos momentos de dificuldade e desenvolvem suas
ações rapidamente.
São indivíduos que fazem a
diferença
Os empreendedores transformam uma ideia abstrata, em
algo concreto, que funciona, transformando o que é difícil
em realidade e são agregados de valor em tudo que fazem.
Sabem explorar ao máximo as
oportunidades
Schumpeter (1949) e Kirzner (1973) são enfáticos em
afirmar que o empreendedor é um exímio identificador de
oportunidades e atento ao conhecimento.
São determinados e dinâmicos Implementam suas ações com total comprometimento.
Superam os obstáculos, com uma vontade singular de
“fazer acontecer”.
São dedicados São incansáveis e obstinados pelo trabalho.
São otimistas e apaixonados
pelo que fazem
São apaixonados pelo trabalho que realizam e não cogitam
o fracasso.
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48
Continuação do Quadro 2 - Características do empreendedor de sucesso
São independentes e
constroem o próprio destino
Eles querem estar à frente das mudanças. São donos do
próprio destino, independentes, em vez de empregados.
Ficam ricos Eles acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso
dos negócios.
São líderes e formadores de
equipes
Os empreendedores possuem um senso de liderança ímpar,
são queridos e respeitados por seus liderados. Recrutam os
melhores talentos para assessorá-los nos campos onde não
detêm o conhecimento.
São bem relacionados
(networking)
Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos
que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a
clientes, fornecedores e entidades de classe.
São organizados Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos
materiais, humanos, tecnológicos e financeiros, de forma
racional, procurando o melhor desempenho para o negócio.
Planejam Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu
negócio, desde o primeiro rascunho do plano de negócio,
até a apresentação do plano a investidores e suas estratégias
tendo como base a forte visão de negócio que possuem.
Possuem conhecimento São sedentos pelo saber e aprender, pois sabem que, quanto
maior o domínio sobre o ramo de negócio, maior é sua
chance de êxito.
Assumem riscos calculados O empreendedor assume riscos calculados e sabe gerenciá-
los, avaliando as reais chances de sucesso. Para o
empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante
será a jornada empreendedora.
Criam valor para a sociedade Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para
criar valor para a sociedade, com a geração de empregos,
dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua
criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das
pessoas. Fonte: adaptado de Dornelas (2011, p.33)
Dessa maneira, pode-se constatar que o conceito de empreendedor apresenta diferentes pontos
de vista ao passo em que as características sobre o empreendedor vêm sendo identificadas,
conforme diferentes áreas de interesse e potencialidades. É importante ressaltar que o conceito
de empreendedorismo evoluiu de acordo com o desenvolvimento de diferentes correntes de
pensamento e cenários.
Quadro 3 - Síntese das definições de empreendedorismo de acordo com diversos autores
Autor Definição
Richard Cantillon (1725) Estabeleceu relação entre empreendedorismo e assumir riscos,
distanciando do termo o sentido de capitalismo.
Jean-Baptiste Say (1803) Mudança dos recursos econômicos de uma área de baixa para
outra de maior produtividade e retorno.
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Continuação do Quadro 3 - Síntese das definições de empreendedorismo de acordo com
diversos autores
Max Weber (1930) Identificou o sistema de valores como um elemento fundamental
para a explicação do comportamento inovador e independente
que leva ao empreendedorismo.
Joseph Schumpeter
(1934)
Empreendedorismo representa uma revolução no processo
“criativo-destrutivo” do capitalismo, por meio do
desenvolvimento de nova tecnologia ou do aprimoramento de
uma antiga – o verdadeiro papel da inovação.
David McClelland
(1961)
Para este autor, o empreendedorismo diz respeito a algum tipo de
produção que não seja apenas para o consumo pessoal de quem o
realiza.
Peter Drucker (1964) Mobilização dos recursos externos, valorizando a
interdisciplinaridade do conhecimento e da experiência com foco
no atingimento de objetivos. Prega que as mudanças são geradas
pelas oportunidades.
Peter Drucker (1985) Empreendedorismo de criação de uma nova organização,
substituindo a atitude subsistência para adotar uma atitude pró
ativa e autônoma de obter lucros. Empreender diz respeito a todas
as atividades dos seres humanos.
Albert Shapero (1975) Empreendedorismo contempla comportamento que inclui:
iniciativa, organizar e reorganizar mecanismos sociais e
econômicos a fim de transformar recursos e situações para
proveito prático, aceitar o risco ou o fracasso.
Albert Shapero (1981) Empreendedorismo como a propositada atividade para iniciar,
manter e desenvolver um negócio de lucro orientado,
particularmente em seus primeiros anos.
Karl Vesper (1975) O empreendedorismo tem seu foco em criar riqueza para outros,
encontrar melhores maneiras de utilizar recursos, reduzir
desperdício e produzir empregos satisfatórios.
Robert Ronstadt (1984) O empreendedorismo é o processo dinâmico de criar mais
riqueza.
Gifford Pinchot (1989) Pinchot considera que o conceito de empreendedorismo encontra-
se na necessidade de realizar, que não é necessariamente
estabelecida na infância e pode ser desenvolvida em qualquer
ponto de vida, dados o desejo e a oportunidade.
Robert Hisrich (1985) Empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com
valor, dedicando tempo e os esforços necessários, assumindo
riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e
recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica
pessoal.
Jeffrey Timmons (1989) Empreendedorismo é criar e construir algo de valor a partir de
praticamente nada. É o processo de criar ou aproveitar uma
oportunidade e persegui-la a despeito dos recursos controlados.
José Dornelas (2005) Há duas definições de empreendedorismo: de oportunidade; e
empreendedorismo de necessidade.
José Dornelas (2008) “Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos
que, em conjunto, levam a transformação de ideias em
oportunidades.”
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50
Continuação do Quadro 3 - Síntese das definições de empreendedorismo de acordo com
diversos autores
Fernando Dolabela
(2003)
Dolabela entende que o empreendedorismo no Brasil, deve ter
como tema central “a construção do desenvolvimento humano e
social, includente e sustentável.” Fonte: elaboração própria com base em Dornelas (2008) e Dolabela (2003)
No Quadro 3 aclara-se que a multiplicidade de definições do termo empreendedorismo, o que
dá credibilidade aos que argumentam que o significado preciso de empreendedorismo ainda
não está plenamente definido. Um exemplo deste contínuo debate é se o empreendedorismo e
a criação de novos empreendimentos são sinônimos. Nos Estados Unidos, o empreendedor é
frequentemente definido como aquele que começa o seu próprio, novo e pequeno negócio
(DRUCKER, 1985). Os cursos de “entrepreneurship”, que ultimamente se tornaram comuns
nas escolas americanas de gestão, são descendentes diretos dos cursos (sobre como começar o
seu próprio negócio) oferecidos na década de 1950 e, em muitos casos, bastante semelhantes
(DRUCKER, 1985). Contudo, nem todos os novos pequenos negócios, conforme menciona
Drucker (1985), e os empreendimentos criados não diferem do que vai sendo praticado pelas
grandes, e mais antigas empresas. O que proporciona a oportunidade para um novo e distinto
empreendimento é a inovação (SCHUMPETER, 1942). Precisamente, Drucker (1985, p. 68)
realçou a ideia de que um empreendedor não é um investidor, afirmando: “Os
empreendedores inovam. A inovação é o instrumento específico do espírito empreendedor. É
o ato que permite conferir aos recursos uma nova capacidade de criar riqueza. De fato, a
inovação cria recursos. (…) Na economia, não existe maior recurso do que o ‘poder criativo’.
E o poder criativo é o fruto do empreendedor inovador”. Portanto, a inovação sistemática
consiste na procura consciente e organizada da mudança e na análise sistemática das
oportunidades, que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica e/ou social.
O Quadro 4, objetiva demonstrar a evolução do termo empreendedor com base em autores e
épocas diferentes.
Quadro 4 – Evolução da definição do termo empreendedor
Autor Definição
Richard
Cantillon
(1730)
O empreendedor é uma pessoa empregada por conta própria de qualquer
tipo. Empreendedores compram a um preço certo no presente e vendem a um
preço incerto no futuro. Um empreendedor é uma pessoa que suporta a
incerteza.
Adam Smith
(1776)
Empreendedores são agentes econômicos que transformam procura em
oferta, com ganho de margens de lucro.
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51
Continuação do Quadro 4 – Evolução da definição do termo empreendedor
Jean Baptiste
Say
(1816)
O empreendedor é o agente que une todos os meios de produção, e encontra
nos valores do produto, o reembolso total do capital empregado, o valor dos
ordenados, o interesse, o aluguer pago, bem como os lucros que lhe
pertencem.
Joseph
Schumpeter
(1934)
O empreendedor é o inovador que implementa a mudança nos mercados
através da criação de novas combinações. Estas novas combinações podem
assumir várias formas; 1) a introdução de um novo produto ou incremento na
sua qualidade, 2) a introdução de um novo método de produção, 3) a abertura
de um novo mercado, 4) a conquista de uma nova fonte de prestação de
serviços ou produtos, 5) a criação de uma nova organização industrial.
Peter
Drucker
(1985)
Os empreendedores inovam. A inovação é o instrumento específico do
espírito empreendedor. Trata-se do ato que contempla os recursos com a
nova capacidade de criar riqueza. A inovação, de fato, cria um valor. Não
existe algo chamado de “recurso” até que o homem encontre um uso para
alguma coisa na natureza e assim o dote de valor econômico.
Dolabela
(2003)
“É empreendedor, em qualquer área, alguém que sonha e busca transformar
seu sonho em realidade.” Assim lança a ideia do sonho estruturante, aquele
que se sonha acordado, capaz de conduzir a autorrealização. O sonho assume
caráter estruturante quando contém energia suficiente para impulsionar o ser
humano a buscar realizá-lo, dando-lhe significado à sua vida.
Dolabela
(2006)
“O empreendedor é um insatisfeito que transforma seu inconformismo em
descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros. É alguém
que prefere seguir caminhos não percorridos, que define a partir do
indefinido, acredita que seus atos podem gerar consequências. Em suma,
alguém que pode alterar o mundo. É protagonista e autor de si mesmo e,
principalmente, da comunidade onde vive.”
Dornelas
(2008)
“O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos
fatos e tem uma visão futura da organização.” Fonte: elaboração própria com base em Dolabela (2008) e Dornelas (2011)
Com tantas definições acerca do ser empreendedor e diante da dificuldade de encontrar um
consenso entre as mesmas, cabe atentar para que o termo seja definido de acordo com estudo
em foco, de forma que seja compatível com o que se entende pelos termos que se utilizam na
investigação.
2.2 Comunicação Social no Brasil
A Comunicação Social no Brasil atravessou períodos identificados por alguns autores de
formas complementares como será visto a seguir.
Para identificar os períodos que compreendem a história das ciências da comunicação, Melo
(2003) dividiu-os em cinco fases: Desbravamento (1873-1922); Pioneirismo (1923-1946);
Fortalecimento (1947- 1963), Consolidação (1964-1977) e Institucionalização (1978-1997).
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2.2.1 Desbravamento
Para Holhfeldt e Valles (2008, p.13),
O período do desbravamento se inicia a partir do trabalho de Duarte Pereira
e ganha continuidade com a pesquisa integrada, de Alfredo de Carvalho, ao
mobilizar estudiosos de locais diversos para inventariar os progressos da
imprensa brasileira, desde a sua implementação oficial, em 1808, com a
vinda da Corte de D. João VI. Alfredo de Valle Cabral também realizou um
inventário da imprensa brasileira durante o regime colonial.
Essas iniciativas estimularam o jornalista Gustavo de Lacerda para a fundação da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI) e para a idealização de uma escola de jornalismo (projeto que
não concretizou por conta de seu falecimento prematuro). Neste período, foram realizados
outros estudos sobre o processo comunicacional brasileiro, mas, segundo Melo (2003), ainda
no território restrito aos ensaios, produzindo conhecimento através da análise documental,
ancorado em fontes secundárias.
2.2.2 Pioneirismo
O estudo realizado por Barbosa Lima Sobrinho sobre a liberdade de imprensa, no ano de
1923, surgiu, segundo Melo (2003), como um divisor de águas para a introdução da segunda
fase. O referido estudo foi escrito como uma forma de contribuir para o debate em torno da lei
de imprensa que tramitava, na época, no Congresso Nacional. Com a adoção da metodologia
de estudo sobre a produção jornalística, desenvolvida com muita simplicidade e clareza,
recorrendo a conhecimentos históricos e jurídicos como apoio para suas argumentações,
Barbosa Lima Sobrinho executa o que Melo (2003) afirma ser o primeiro tratado de teoria do
jornalismo brasileiro. Voltado ao aspecto profissional, surgiu um campo singular de pesquisa
com fisionomia própria, mesmo que ainda apresentasse relações com outras disciplinas.
Holhfeldt e Valles (2008, p.14) atestam que vinte anos depois, o método de Barbosa Lima
Sobrinho atingiria a consolidação a partir de um estudo feito pelo jornalista Carlos Rizzini. O
autor pretendia esclarecer a trajetória da informação pública, desde os protótipos até os
modelos de tipografia da Era de Gutenberg. Para Melo (2003), apesar de escrita fora da
academia, essa obra logo foi legitimada pela comunidade intelectual, em decorrência do seu
valor científico.
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53
No âmbito do ensino, o jornalismo tem como primeira iniciativa, em 1935, a Cátedra de
Jornalismo, integranda à Universidade do Distrito Federal, com o jornalista Costa Rego como
seu titular, fechada em seguida, em decorrência da deposição do prefeito Pedro Ernesto. Entre
1942 e 1943, foram abertos cursos de Jornalismo no Rio de Janeiro e em São Paulo,
respectivamente.
2.2.3 Fortalecimento
Holhfeldt e Valles (2008, p.15) apregoam que foi neste período que ocorreu a implementação
de escolas de jornalismo. A Escola de Jornalismo Cásper Líbero foi fundada em 1947, criada
em convênio entre a Fundação Cásper Líbero e a Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo e assumiu o papel de ascensão do jornalismo no âmbito acadêmico. Um ano depois, no
Rio de Janeiro, foi implementado o Curso de Jornalismo da Universidade do Brasil, a partir
de esforços da ABI para a sua execução.
Essas duas instituições funcionariam como matrizes das atividades de ensino
e pesquisa, posteriormente expandidas para todo o território nacional.
Profissionais guindados à condição de professores sistematizam
conhecimentos empíricos e os transmitem às novas gerações de jornalistas
ou os convertem em livros, monografias, apostilas, ampliando a sua
circulação no espaço e no tempo (HOLHFELDT, VALLES, 2008, p.15).
Em 1951, atestam os referidos autores, foi criada a primeira escola de propaganda, a Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), por Rodolfo Lima Mortensen, com o apoio do
empresário Assis Chateaubriand. No início da década de 1960 ocorreu a assimilação dos
demais setores da comunicação que, até então, desenvolviam-se fora do campo acadêmico.
Em 1963 foi fundada por Pompeu de Souza a Universidade de Brasília, a primeira Faculdade
de Comunicação de Massa, com os cursos de Jornalismo, Publicidade, Cinema e
Rádio/Televisão. No mesmo ano foi criado por Luiz Beltrão, em Recife, o primeiro centro de
pesquisa em comunicação, o Instituto de Ciências da Informação (ICINFORM). O instituto se
identificou como “uma entidade civil, de caráter cultural, educacional e técnico-profissional,
que se destina a congregar quantos se interessam pelos estudos, pesquisas e práticas na área
da comunicação coletiva”. Atestam Holhfeldt e Valles (2008, p.16) que
Entre as finalidades do instituto, destacava-se a investigação científica da
informação coletiva, referindo-se às áreas de jornalismo, publicidade e
relações públicas; treinamento e aperfeiçoamento de profissionais, difusão
![Page 54: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/54.jpg)
54
de estudos relacionados com as ciências da informação; estudos voltados
para a formulação de uma Teoria Geral das Ciências da Informação e
intercâmbio com outras entidades da mesma natureza, sediadas no exterior.
O ICINFORM contava com seis categorias de sócios: fundadores, efetivos,
estagiários, correspondentes, honorários e beneméritos.
Neste momento foi fundado em Quito, Equador, o Centro Internacional de Estudios
Superiores de Comunicación para América Latina (CIESPAL), instituição de estudos em
jornalismo, estimulado pela UNESCO e a OEA, transformado em um espaço de convergência
das correntes comunicacionais vindas da Europa e dos Estados Unidos. O CIESPAL também
se tornou o órgão pioneiro no que se tornaria uma tendência nos setores de pesquisa em
ciências da comunicação: convergência de pesquisadores nucleados em diferentes instituições
nacionais ou internacionais, sedimentando um modo de pensar e interpretar os fenômenos de
interação simbólica. O Brasil passou a ser destaque pelo acervo de estudos em
desenvolvimento nas escolas de jornalismo. Danton Jobim e Luiz Beltrão foram os principais
responsáveis pela disseminação da pedagogia brasileira da comunicação social, em amplitude
latino-americana.
2.2.4 Consolidação
Segundo Melo (2003) esta fase faz parte de um cenário onde a indústria cultural passou a se
desenvolver intensamente no Brasil, onde as expressões cultura de massa e comunicação de
massa estavam em moda. De acordo com Amorim (1968), “o ensino de jornalismo passou por
profundas transformações. Nesse momento, as escolas ou faculdades de jornalismo mudaram
o nome para faculdades de comunicação”. O interesse pela pesquisa dos fenômenos
comunicacionais cresceu, não apenas nas universidades, mas também nas empresas do ramo,
como é o caso da divulgação de revistas dedicadas à reflexão crítica sobre a comunicação de
massa (Cadernos de Jornalismo e Comunicação, do Jornal do Brasil (1965); iniciativa
continuada pelas revistas Bloch Comunicação; Aldeia Global; Caderno de Jornalismo, do
Jornal do Commercio; entre outros).
A Universidade de São Paulo (USP) representa um referencial no contexto do ensino por
concretizar uma unidade voltada exclusivamente para as comunicações, a ECA – Escola de
Comunicações e Artes. Conforme Melo (2003), foi esta a primeira instituição universitária a
contratar um corpo docente permanente, possibilitando sua dedicação integral ao ensino e à
pesquisa. A partir da criação do programa de Doutorado, responsável por formar, entre 1972 e
![Page 55: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/55.jpg)
55
1973, os primeiros doutores em disciplinas como jornalismo, propaganda, relações públicas,
radiodifusão, teledifusão, cinematografia e documentação, a faculdade tornou-se referência no
cenário acadêmico. Esses mesmos doutores seriam responsáveis pela implementação do
primeiro programa de Mestrado em Ciências da Comunicação no país. Na mesma época, a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) iniciava o seu programa de Mestrado,
baseado na estratégia desenvolvida pela USP, ao aglutinar doutores de outros campos de
conhecimento, interessados em questões informacionais e comunicacionais. Postura
diferenciada assumiria a UNB, permanecendo nos ideais de Pompeu de Souza e de Luiz
Beltrão, ao lançar um projeto de Mestrado em Comunicação para o Desenvolvimento,
robustecido pela cooperação internacional.
Para Melo (2003), foi no interior dos programas de pós-graduação que começaram a se
configurar núcleos de intelectuais que assumiram o perfil de comunicólogos.
2.2.5 Institucionalização
Melo (2003) acredita que a partir da consolidação de centros acadêmicos em comunicação,
em algumas regiões do país, surgiu a necessidade de intercomunicar-se e de intercambiar
experiências. Em Recife ocorreu uma primeira tentativa, com o I Curso Nacional de Ciências
da Informação, promovido por Luiz Beltrão, não tendo continuidade, como consequência do
golpe militar. Foi somente ao assumir a direção da UNB que Beltrão articulou um grupo de
estudiosos no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte, culminando com o I
Encontro de Professores de Comunicação, em dezembro de 1967. Nova tentativa surgiu com
o I Congresso Brasileiro de Comunicação, apoiado pela Associação Brasileira de Imprensa
(ABI), em 1970.
Lembra Melo (2003) que em 1972 surgiu a primeira associação acadêmica da área, a
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Comunicação (ABEPEC). Fundada em São
Paulo, por integrantes da USP, a ABEPEC foi responsável por realizar congressos nacionais,
além de representar o país na fundação de duas entidades latino-americanas, a ALAIC
(Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación, em Caracas, em 1978) e
a FELAFACS (Federación de Asociaciones de Facultades de Comunicación Social, instituída
na Colômbia, em 1981). Porém, a entidade buscou privilegiar, nos seus debates, questões
![Page 56: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/56.jpg)
56
curriculares, desprezando pesquisas científicas, fato que acabou gradualmente por enfraquecer
seu desenvolvimento, vindo a se dissolver, em 1985.
Conforme Holhfeldt e Valles (2008), com o tempo veio o desgaste da ABEPEC, e surgiram
outras entidades que buscavam uma junção entre questões relativas ao ensino e à pesquisa.
Foi o caso específico da criação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação (INTERCOM), em 1977; da Associação Brasileira de Escolas de Comunicação
(ABECOM), em 1984, e da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em
Comunicação (COMPÓS), em 1990.
A existência dessas três associações nacionais, reunindo pesquisadores
acadêmicos (INTERCOM), diretores de cursos de graduação (ABECOM),
docentes e estudantes dos programas de pós-graduação (COMPÓS) atesta
cabalmente a institucionalização da comunidade acadêmica na área. Seus
congressos, publicações, bancos de dados e fluxos informacionais atestam a
maturidade atingida pelas ciências da comunicação no Brasil, amparadas
pelas agências públicas de fomento científico (MELO, 1998, p.149-155).
Para Holhfeldt e Valles (2008, p.19),
A década de 1990 se afirmou como o período da consolidação, pelo fato de
mais de 50% da produção científica de comunicação realizar-se na primeira
metade da década. É a afirmação de um processo que teve o seu início na
década de 1940, com a inclusão de dois cursos de Jornalismo em
universidades, quadruplicando esse número na década seguinte, para oito,
atingindo 23 nos anos 60, continuando a se expandir de forma acelerada
desde a década de 70, com 58; década de 80: 66; primeira metade da década
de 90: 120, existindo ao todo 309 cursos de comunicação, sendo 282 de
bacharelado, 22 de mestrado e cinco de doutorado.
Percebe-se que foi necessária a passagem de algumas décadas para que os cursos de
Comunicação Social se firmassem na realidade brasileira. Associações nacionais de
pesquisadores e diretores de cursos de graduação somaram esforços em diversas atividades
acadêmicas para fortalecimento de suas propostas.
2.3 O Jornalismo
Para Lage (2012), no conceito amplo, que os críticos chamam de neutro, jornalismo é
atividade de natureza técnica caracterizada por compromisso ético peculiar.
Por sua vez, espera-se que o jornalista saiba
![Page 57: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/57.jpg)
57
Selecionar o que interessa e é útil ao público (o seu público, o público-alvo);
buscar a associação entre essas duas qualidades, dando à informação
veiculada a forma mais atraente possível; ser verdadeiro quanto aos fatos
(verdade,aí, é a adequação perfeita do enunciado aos fatos, adaequatio
intellectus ad rem) e fiel quanto às ideias de outrem que transmite ou
interpreta; admitir a pluralidade de versões para o mesmo conjunto de fatos,
o que é um breve contra a intolerância; e manter compromissos éticos com
relação a prejuízos causados a pessoas, coletividades e instituições por
informação errada ou inadequada a circunstâncias sensíveis (LAGE, 2012).
Na concepção de Breve (2013, p.8), “a liberdade de expressão e o direito à informação são
princípios fundamentais da Democracia e razão essencial da existência da Imprensa”. Dessa
forma, jornalista é um servidor da sociedade e tem a missão de ser os olhos, ouvidos, bem
como todos os sentidos do povo, esteja onde estiver, reportando com fidelidade, precisão e
honestidade os fatos e acontecimentos de interesse público. Para tanto, este profissional deve
ser independente, embora sem esquecer que os legítimos proprietários das informações
divulgadas por ele são os leitores, ouvintes e telespectadores que as recebem (BREVE, 2013,
p.8).
No Seminário de Direito para Jornalistas, promovido pelo Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios (TJDFT), realizado em agosto de 2011 em Brasília, foram destacados os
aspectos que caracterizam o jornalismo:
- Atualidade – Através de fatos novos, refere-se ao dia-a-dia, ao cotidiano
das pessoas.
- Periodicidade – Pelo aparecimento regular dos fatos, liga-se ao conceito de
atualidade.
- Universalidade - Compreende o acervo de conhecimentos referentes a
todas as áreas de conhecimento humano, variedade.
- Difusão coletiva - A difusão de mensagens por meio de canais como a
imprensa, o rádio e a televisão (TJDFT, 2011, p. 49).
Diante do exposto no que concerne o Jornalismo, sua história percorre meandros da história e
interesses do próprio país, com uma proposta de socialização da informação de vasto alcance.
Assim, pode ser percebida a relevância dos estudos que buscam decifrar novas formas de
associação do Jornalismo com atitudes empreendedoras, capazes de gerar mudanças no
contexto da comunicação, tornando possível a ampliação do seu papel na sociedade.
![Page 58: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/58.jpg)
58
2.4 Educação empreendedora
Com o olhar centrado no senso comum, é fato notório que o modo que as tecnologias da
educação são integradas, hoje, na sociedade da informação e influenciam as práticas e o
comportamento pedagógico nas instituições de ensino superior. Nesse sentido, há um
paradoxo considerando uma análise quanto às experiências e os saberes transmitidos aos alunos
no que se refere a esta cultura tecnológica, e o gap entre o processo de formação de
professores e seu desejo de romperem com os modelos burocráticos nos planejamentos e
práticas de ensino. Contudo, a proposta do presente estudo desconsidera os meios
tecnológicos como sendo obrigatoriamente peça chave no ensino do Jornalismo.
Reflexões iniciais sobre a incorporação da ideia do empreendedorismo no campo
educacional são aqui sugeridas, integrando os estudos constantes sobre o estado da arte da
formação do trabalhador no Brasil. O destaque para o tema do empreendedorismo se deve,
fundamentalmente, à importância que o tema vem ocupando na fundamentação de várias
políticas em curso, voltadas para a formação dos diferentes sujeitos sociais.
Rodrigues (2009, p. 176) afirma que a noção de sociedade do conhecimento está presente em
distintos conceitos que se esforçam por caracterizar as drásticas e aceleradas transformações
ocorridas, sobretudo, a partir da segunda metade do século XX. O autor defende ainda que a
noção de sociedade do conhecimento suscita, de imediato, um questionamento central: qual
sociedade e em que momento se tornou uma sociedade do conhecimento, visto que a espécie
humana, de alguma forma, muito antes da polis grega já teria produzido algum tipo de
conhecimento. O marco referencial da discussão de uma sociedade de conhecimento, porém,
tem sido aquilo que se passou a denominar de conhecimento moderno, isto é, o conhecimento
que emerge a partir da crise do sistema feudal e da retomada do logos grego, com as releituras
de Platão e Aristóteles, propiciando a emergência de uma episteme renascentista que vai
assentar as bases da Ciência Moderna.
Para Rodrigues (2009, p. 176), quando se fala em sociedade do conhecimento, a discussão em
pauta está vinculada ao conhecimento chamado de conhecimento científico, desenvolvido a
partir de uma intrincada confluência de novos saberes que fazem vir à tona importantes
noções como: razão, indivíduo, natureza, verdade, regularidade, certeza etc.; noções, estas,
quase que completamente inexistentes antes do século XVII e, quando existente, como as de
![Page 59: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/59.jpg)
59
natureza e verdade, estavam regidas por uma episteme distinta daquela que passa a viger na
chamada modernidade e, portanto, com um sistema de significação completamente distinto.
Assim, o termo “sociedade do conhecimento” traz em si a necessidade de maior reflexão – e
de diferenciação – tanto das noções de sociedade, como de conhecimento e de ciência, além
de várias outras noções criadas em diferentes momentos da modernidade, tais como:
capital/trabalho, sociedade industrial, sociedade patriarcal, sociedade burguesa, industrialismo
etc. Nesse sentido, é a própria “modernidade” do século XX, principalmente a partir da
segunda metade, quem passa a travar um diálogo com a sua tradição.
Ainda de acordo com Rodrigues (2009, p. 176), na chamada contemporaneidade parece
constituir-se mais propriamente numa ruptura de diversos pressupostos modernos, que num
diálogo crítico. Essa ruptura, essa descontinuidade, ou esse dissenso que se disseminou por
diferentes áreas do conhecimento moderno, tem sido amplamente debatido em diferentes
setores da sociedade, por diferentes mídias e recebido, por parte dos intelectuais, diferentes
conceituações.
Por outro lado, conforme já foi relatado, empreendedorismo pode ser resultado de um
processo de aprendizagem e do desenvolvimento de determinadas características no
indivíduo. Deve ser destacado também que empreender pode ser mais abrangente do que
promover a abertura de um negócio. Assim, acredita-se que uma educação voltada para a
geração de novas ideias pode despertar nas pessoas o chamado espírito empreendedor, a partir
do desenvolvimento de suas competências individuais, fator essencial para os atuais desafios
enfrentados pelo profissional no mercado.
O conceito de empreendedorismo apresenta como principal cenário as constantes mudanças
no mercado e a necessidade de contínua inovação organizacional. É com base nessas
constatações que o presente estudo volta sua atenção para a pró-atividade empreendedora,
necessária também no curso de Jornalismo, cujas práticas didático-pedagógicas devem
incentivar a busca do conhecimento e iniciativa para empreender.
Para tanto, é possível que reformulações de planos pedagógicos se façam necessárias nessa
área da educação. Os planos pedagógicos deverão definir suas diretrizes, de forma mais
abrangente, em decorrência de toda teoria científica acumulada sobre o assunto, e de outros
![Page 60: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/60.jpg)
60
estudos sobre resultados objetivos das próprias práticas pedagógicas. Cabe às considerações
sobre empreendedorismo na área da educação a afirmação de Souza (2001), quando o autor
afirma que o empreendedorismo é a busca de novas direções, novas conquistas.
Filion (2000) traz à tona importantes reflexões sobre o ensino de empreendedorismo. Para
este autor, em qualquer programa educacional, o importante não é somente o que se aprende,
mas como isso é aprendido. O que importa é o padrão de aprendizagem estabelecido. Os
participantes de um programa educacional devem sentir-se à vontade e prontos para realizar
as tarefas para as quais estão sendo preparados. Um programa empreendedor deve concentrar-
se mais no desenvolvimento do conceito de si e na aquisição de know-how do que na simples
transmissão de conhecimento. O conceito do indivíduo deve ter seu foco na autonomia, na
autoconfiança, na perseverança, na determinação, na criatividade, na liderança e na
flexibilidade.
Filion (2000) ressalta o fato de que especialistas na área já mostraram que programas de
empreendedorismo devem ser diferentes de programas de gerenciamento (Gibb, 1987; Brown
and Burnett, 1989; Kirby, 1989; Thorpe, 1990; Johannisson, 1991; Filion, 1992; Ulrich e
Cole, 1992). Béchard e Toulouse (1993) chegaram a desenvolver um sofisticado sistema para
classificar abordagens educacionais do empreendedorismo como tal.
Quadro 5 – Diretrizes para o desenvolvimento de programas e atividades de formação
empreendedora
Cada curso deverá ser concebido de modo a permitir que cada participante identifique o que
quer aprender e defina a estrutura na qual vai aprender (Filion, 1989).
Cada curso deverá incluir estratégias de multiinstrução.
Cada curso deverá ser concreto e prático.
Cada curso deverá apresentar material que será útil na prática quando o curso estiver
concluído.
Cada curso deverá ser visto pelos participantes como uma atividade de aprendizagem, e não
apenas como transmissão de conhecimento pelo professor.
Cada curso deverá incluir interação com empreendedores reais por meio de estudos de casos,
vídeos e reuniões com empreendedores em sala de aula e trabalhos de campo em que pelo
menos um empreendedor seja estudado a fundo.
Cada curso deverá incluir acompanhamento pessoal dos objetivos de aprendizagem de cada
participante. A formação empreendedora lembra a formação de liderança ao requerer um
mínimo de acompanhamento individual.
Os estudos de casos deverão ser adaptados às características da área. Eles deverão ajudar os
participantes a aprender a entender contextos e a definir situações. Fonte: Filion (2000)
![Page 61: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/61.jpg)
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Conforme Filion (2000), nos níveis primário e secundário, os programas devem enfocar
basicamente o autoconhecimento, sendo que a ênfase é o desenvolvimento da capacidade
empreendedora (FORTIN, 1992), ou seja, a preparação dos alunos para que criem seus
próprios empregos lançando seus próprios negócios. No nível universitário, o foco deverá ser
em ambos: autoconhecimento e know-how.
Filion (2000) continua a discorrer sobre o tema afirmando a importância de adaptar a
educação empreendedora para refletir o que os empreendedores são e fazem. Isso implica
consideráveis diferenças, por exemplo, no uso de casos na educação empreendedora em
comparação à educação gerencial.
Os objetivos educacionais são bem diversos. Em ambas as situações, para ser
válido, o uso de casos deve refletir o contexto da disciplina em si e os tipos
de autoconhecimento e know-how necessários para levar à frente aquilo que
os alunos estão sendo treinados para fazer. Empreendedores são sempre
diferentes, desempenhando, nos negócios, papéis distintos daqueles dos
gerentes. Para eles, autoconhecimento significa identificação com modelos e
entendimento sobre como desenvolver e expressar suas diferenças, enquanto,
para os gerentes, significa adaptar-se aos contextos organizacionais e ajustar-
se a eles. Empreendedores devem identificar oportunidades e conceber
maneiras de explorá-las. Para os gerentes, know-how quer dizer utilizar ao
máximo suas áreas de especialidade; para os empreendedores, quer dizer
definir conceitos com base em elementos latentes. Empreendedores em
potencial têm claramente muito a aprender ouvindo empreendedores
experientes descreverem como foram bem-sucedidos imaginando algo novo
(FILION, 2000).
Quadro 6 – Diferenças básicas entre as formações gerencial e empreendedora
Formação gerencial Formação empreendedora
Baseada em cultura de afiliação Baseada em cultura de liderança
Centrada em trabalho de grupo e
comunicação de grupo
Centrada na progressão individual
Trabalha no desenvolvimento de ambos os
lados do cérebro, com ênfase no lado
esquerdo
Trabalha no desenvolvimento de ambos os
lados do cérebro, com ênfase no lado direito
Desenvolve padrões que buscam regras
gerais e abstratas
Desenvolve padrões que buscam aplicações
específicas e concretas
Baseada no desenvolvimento do
autoconhecimento com ênfase na
adaptabilidade
Baseada no desenvolvimento do
autoconhecimento (conceito de si) com
ênfase na perseverança
Voltada para a aquisição de know-how em
gerenciamento de recursos e na própria
área de especialização
Voltada para a aquisição de know-how
direcionado para a definição de contextos
que levem a um lugar no mercado Fonte: Filion (2000)
![Page 62: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/62.jpg)
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O Quadro 6 propicia identificar que a formação empreendedora é fundamentada em
características pessoais, ora racionais, ora emocionais e, na busca do conhecimento mais
focado em interesses específicos do indivíduo.
Indo mais além, Filion (2000) afirma que:
Tanto a criação quanto o uso do material educacional são importantes. Por
exemplo, um caso poderá ser usado para ensinar os alunos a avaliar as
potencialidades, as fraquezas e a coerência dos empreendedores estudados.
Entretanto, pode ser igualmente interessante usar um caso para ensiná-los a
definir contextos, fazendo com que criem questionários ou exercícios que os
ajudem a desenvolver sua própria abordagem e estrutura de trabalho para
entender e definir contextos. Podem, então, fazer um estudo comparativo de
como o empreendedor fez isso e como eles próprios o fariam. Por exemplo,
procurar elementos semelhantes na identificação de oportunidades é sempre
estimulante. Definir as características de seu ambiente, ter uma visão e
imaginar o tipo de empresa necessária para explorá-la e comparar tudo isso à
maneira como um empreendedor real fez dá aos estudantes uma
oportunidade de aprendizagem fascinante.
Para Filion (2000), é chegado o momento em que é de grande importância fazer distinção
entre as várias áreas do empreendedorismo e segmentar a educação empreendedora. Este
autor classifica as referidas áreas do empreendedorismo como: os auto-empregados e
microempresas, os pequenos negócios, as empresas familiares, os intraempreendedores, o
empreendedor de risco e o tecnoempreendedor.
Para Gimenez et al. (in: Souza, 2001, p.22), o empreendedorismo nas diversas abordagens, é
visto
“Como a busca por resultado tangível ou intangível de uma pessoa com
habilidades criativas, enquanto uma complexa função de experiências de
vida, oportunidades, habilidades e capacidades individuais e que no seu
exercício está inerente à variável risco, tanto em sua vida como em sua
carreira”.
Gimenez et al. (in: Souza, 2001, p. 23) destacam que os traços de comportamento
empreendedor podem ser conseguidos pela prática e experiências vividas, bem como pela
assimilação de conhecimentos estruturados e codificados em sala de aula.
Na concepção de Souza (2001, p .25), “desenvolver o perfil empreendedor é capacitar o aluno
para que crie, conduza e implemente o processo de elaborar novos planos de vida,...”. Uma
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das principais dificuldades enfrentada pelo ensino de empreendedorismo é a concepção
ordinária de que as características empreendedoras são inatas ao ser humano e, portanto uma
minoria privilegiada estaria destinada a ser empreendedora. Souza (2001, p. 25) afirma ainda
que “a formação empreendedora baseia-se no desenvolvimento do auto-conhecimento com
ênfase na perseverança, na imaginação, na criatividade associadas à inovação”. Então, o
importante é como se aprende e não apenas o conteúdo aprendido.
Para Filion (1993), a educação para o empreendedor deve auxiliar o indivíduo no seu
desenvolvimento, pelo reforço de suas características diferenciadas. Deve ser pró-ativa e não
ter seu foco em um único método. Deve, ainda, incluir acompanhamento pessoal dos
objetivos de aprendizagem de cada participante. Filion (1993) defende ainda a necessidade de
certa distinção entre a formação gerencial e a empreendedora.
Após confrontar diversos autores no estudo do tema, convém afirmar que é papel das IES
definir o perfil adequado das práticas de ensino-aprendizagem conforme os objetivos e
público alvo dos cursos, uma vez que existem grandes diferenças entre gerentes e
empreendedores e consequentemente, a necessidade de diferentes métodos educacionais e de
treinamento. Deve ser considerado o fato de que na educação gerencial, enfatiza-se a
aquisição de know-how, enquanto na empreendedora, em especial, a aquisição do auto-
conhecimento.
Para Dolabela (1999), o empreendedor pode também ser um empregado que busca desafios,
além de inovar constantemente, gerir o próprio trabalho. Basicamente, o empreendedor deve
buscar oportunidades não só de negócios, mas também de melhorias em seu trabalho.
No contexto do fomento a questionamentos, mudanças e busca de melhorias para maior
rendimento do aluno do curso de Jornalismo, professores devem iniciar um processo de
reflexão para conscientizarem-se da importância das disciplinas na formação do profissional
empreendedor.
Para Leite (2012, p. 7), ser empreendedor significa ter iniciativa, boas ideias, flexibilidade
para adaptá-las, criatividade para transformá-las em oportunidade de negócios, motivação e
capacidade para perceber a mudança como oportunidade. Reforçando o que já foi dito, o autor
defende ainda que o indivíduo pode aprender como ser empreendedor. É na perspectiva desse
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aprendizado que as IES devem refletir sobre sua importância nesse processo, já que o docente
em sala de aula tem o papel de difusor de conhecimento, enquanto o aluno é agente de
mudanças.
No entanto, o conhecimento difundido não causará qualquer resultado se o então agente de
mudanças não tiver aprendido mais que a teoria tradicional pertinente ao seu curso. Na
perspectiva de aproximar as IES e os processos de aprendizagem da realidade do mercado, a
integração entre IES e empresas passou a ser preocupação de entidades de fomento ao
empreendedorismo, a exemplo do SEBRAE que, em junho de 2013, promoveu o I Encontro
de Educação Empreendedora em Instituições de Ensino Superior. O principal objetivo do
evento foi gerar discussões e compartilhamento de informações para construção de
conhecimento entre os docentes presentes. A ideia é que docentes possam trabalhar na criação
de uma cultura empreendedora, contribuindo não apenas para a abertura de novos negócios,
mas para novas posturas profissionais.
A participação do sujeito da aprendizagem no processo de construção do
conhecimento não é apenas algo mais democrático, mas demonstrou ser
também mais eficaz. Ao contrário da concepção tradicional da escola, que se
apoiava em métodos centrados na autoridade do professor, Paulo Freire
comprovou que os métodos novos, em que alunos e professores aprendem
juntos, são mais eficientes (BARRETO, 2006, p.3. citado por PACHECO et
al., 2010).
Pacheco et al. (2010), lembra que interdisciplinaridade e o estabelecimento entre teoria e
prática no ensino são aspectos defendidos por Freire (2006, p. 106-107) com veemência: “não
se poderá separar prática de teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao
professor de respeito aos alunos, ensinar de aprender". Complementa ainda que “as qualidades
ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a distância
entre o que dizemos e o que fazemos. Este esforço, o de diminuir a distância entre o discurso
e a prática, é já uma dessas virtudes indispensáveis – a coerência” (FREIRE, 2006, p.72,
conforme PACHECO et al., 2010).
Os educadores, de uma forma geral, estão contemplados em uma das áreas profissionais das
mais difíceis. Comparativamente com outros campos de atividade, a ação educativa envolve
um conjunto de questões que a torna bastante complexa.
![Page 65: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/65.jpg)
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Se há dificuldade para definir a identidade do trabalho do docente, se os
curso de formação desse docente necessitam de maior clareza teórica com
relação às suas tarefas, enfim, se a própria educação se encontra em crise,
tudo isso está a exigir uma reflexão acerca dos modelos de racionalidade que
subjazem ao modo de pensar e fazer a educação nos tempos atuais. A crise
da educação é, conforme nossa opinião, uma crise de referenciais, de
parâmetros de racionalidade, enfim, de paradigmas (BOUFLENEUR, 2001,
p.11, segundo PACHECO et al., 2010).
Freire (1996, p.53), em suas contribuições com a educação, garante que o desafio de quem
educa reside em instigar o pensamento crítico, com base em métodos, dando ao estudante
autonomia de pensamento, ensinando-o a aprender de uma maneira mais correta, mostrando-
lhe a necessidade da pesquisa, do saber metodológico, despertando sua curiosidade e
aguçando o pensamento crítico. "O educador que 'castra' a curiosidade do educando em nome
da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do
educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica" (FREIRE, 1996, p.53).
Nesse contexto, a Academia vem passando por mudanças com o objetivo de atender às novas
demandas, caracterizadas pela exigência de um novo perfil de profissional. Este é o reflexo da
transformação das organizações tantas vezes citada por autores em seus escritos, a
consequência de uma sociedade cada vez mais baseada no conhecimento e da pressão do
ambiente externo e do ambiente interno que, anseiam por uma renovação das IES.
Nesse sentido, surge o conceito de universidade empreendedora como comprovação de que é
possível atender as novas demandas da sociedade. Dessa forma, a busca por uma IES mais
flexível, com capacidade de adaptação às mudanças e com características inovadoras é um
desafio que, naturalmente, muitas instituições estão enfrentando.
Segundo estudos de Nunes et al. (2011), Etzkowitz e Webster (1991) acreditam estar
acontecendo a chamada Segunda Revolução Acadêmica caracterizada pela coesão da função
de desenvolvimento econômico regional e local, diante das atividades já atribuídas e
desempenhadas pelas universidades. A primeira revolução na Academia ocorreu no final do
século XVII, nos Estados Unidos e, além das atividades de ensino, vinculando a pesquisa à
missão da universidade.
Conforme Audy (2009), Etzkowitz (2003) define a universidade empreendedora como tendo a
capacidade de gerar uma direção estratégica a seguir, formulando objetivos acadêmicos claros
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e transformando o conhecimento gerado na universidade em um valor econômico e social.
Considera a universidade um ambiente propício à inovação, pela concentração de
conhecimento e de capital intelectual, em que os estudantes são uma fonte de potencial
empreendedor.
Já para Clark (2003), segundo pesquisa de Ferreira, Soria e Closs (2012), a universidade
empreendedora é uma instituição ativa que faz mudanças na sua estrutura e no modo de reagir
às demandas internas e externas. Burton Clark considera que o termo universidade
empreendedora ou universidade inovadora como também é chamada por alguns autores,
destaca com mais ênfase e clareza a necessidade de ações e de uma visão que leve às
mudanças na postura das instituições.
De fato, na perspectiva de sucesso e desenvolvimento do empreendedorismo na educação, os
grandes atores precisam trabalhar conjuntamente. Segundo Mello (2004), a teoria da Hélice
Triplice (Triple Helix), desenvolvido por Henry Etzkowitz e Loet Leydesdorff, é de que a
interação universidade – indústria – governo é a chave para facilitar e tornar melhor as
condições para inovação numa sociedade baseada no conhecimento. Para Nunes et al. (2011),
é importante mencionar que Etzkowitz e Mello (2004) afirmam que a hélice tríplice propicia a
compreensão analítica dos processos de inovação no seu sentido mais amplo nos países em
desenvolvimento. A universidade através do conhecimento, a Empresa com a aplicação e
prática e o Governo financiando e minimizando as dificuldades para a implantação desta
cultura de inovação e desenvolvimento.
Convém ressaltar que, no que se refere à educação é importante considerar as diretrizes
estabelecidas pelo Estado. Essas diretrizes abrangem todos os níveis da educação no país e
devem nortear os procedimentos cabíveis nessa área.
No que diz respeito às instituições de ensino superior, as mesmas são chamadas a interagir
com as vocações e as culturas regionais, repartindo o saber e a tecnologia com toda a
sociedade (Lei de Educação Superior). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –
LDB no 9393/96, corroborando deste pensamento, explicita no seu art. 52 que: “ [...]
universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de
nível superior, de pesquisa e de extensão e de domínio e cultivo do saber humano [...]”.
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Nunes, Carvalho e Albrecht (2009), complementam ressaltando que o papel das universidades
é o de proporcionar aos estudantes a convivência em um “ambiente de conhecimento”.
Nunes et al. (2011) esclarecem que as IES devem ser o locus para a construção e
concretização do conhecimento. Para conciliar teoria e prática, integradas e complementares,
faz-se necessário que as atividades sejam compostas de ações transformadoras (GHOBRIL et
al, 2009 referenciados por NUNES et al., 2011). As IES devem ser também grandes
impulsionadoras do desenvolvimento regional contribuindo para o avanço tecnológico,
fomentando a formação de mestres e doutores para atuarem como solucionadores de
problemas de inovação dentro das empresas.
Nesse âmbito não há como deixar de citar Freire, mais uma vez. Agora referenciando as IES e
a busca do conhecimento.
A Universidade tem de girar em torno de duas preocupações fundamentais,
de que se derivam outras e que têm que ver com o ciclo do conhecimento.
Este, por sua vez, tem apenas dois momentos que se relacionam
permanentemente: um é o momento em que conhecemos o conhecimento
existente, produzido; o outro, o em que produzimos o novo conhecimento.
Ainda que insista na impossibilidade de separarmos mecanicamente um
momento do outro, ainda que enfatize que são momentos do mesmo ciclo,
me parece importante salientar que o momento que conhecemos o
conhecimento existente é preponderantemente o da docência, o de ensinar e
aprender conteúdos e o outro, o da produção do novo conhecimento, é
preponderantemente o da pesquisa. Na verdade, porém, toda docência
implica pesquisa e toda pesquisa implica docência. Não há docência
verdadeira em cujo processo não se encontre a pesquisa como pergunta,
como indagação, como curiosidade, criatividade, assim como não há
pesquisa em cujo andamento necessariamente não se aprenda porque se
conhece e não se ensina porque se aprende (FREIRE,1992, p.192).
É partindo da premissa que todo indivíduo carrega consigo necessidade de auto-realização,
que ao aproximar o indivíduo da possibilidade de realizar seu sonho, fica estabelecido que é
possível tomar o destino com as próprias mãos. Sob essa ótica, novas práticas pedagógicas
encontram respaldo em Dolabela (2003, p.26) que defende que o empreendedor é aquele
capaz de gerar novos conhecimentos por meio de saberes sintetizados nos pilares da
educação: aprender a saber, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
O sonho estruturante é apresentado como aquele capaz de conduzir o sujeito
à auto-realização, independentemente da sua condição social. Aqui o sonho é
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entendido como “um atributo da natureza humana”, que passa a assumir um
“caráter estruturante quando contém energia para impulsionar o indivíduo a
realizá-lo” (DOLABELA, 2003, p. 39).
Contudo, vale ressaltar que para que um espírito empreendedor seja semeado, no que se refere
ao docente, o mesmo deve estar qualificado e comprometido no processo de aprendizagem.
Além disso, desenvolver competências requer ambiente propício - que por si só as IES
oferecem - para que esse espírito possa aflorar e se estabelecer no aluno como componente
humano natural.
2.5 Empreendedorismo no contexto da educação através da utilização de práticas
pedagógicas inovadoras
A sociedade contemporânea encontra-se fortemente influenciada pela presença da tecnologia.
Praticamente todos os campos da ação humana estão envolvidos com mediadores
informáticos ou telemáticos, que interferem nas relações humanas, imprimem às
comunicações um caráter de interdependência e simultaneidade e levam as pessoas a imergir
no mundo virtual, transformando sua visão de homem e de mundo. Alguns conceitos e
considerações serão utilizados na abordagem sobre inovação na educação para melhor
contextualizar as discussões propostas na presente pesquisa.
As mudanças provocadas pela incorporação das novas tecnologias ao processo ensino-
aprendizagem já fazem parte da maioria dos discursos didáticos, mas na ação pedagógica
poucas mudanças são observadas, uma vez que não há referência ao uso das novas tecnologias
apenas como mais um meio de apoio didático ao professor, mas sim de uma nova prática
pedagógica, evidenciando a necessidade de o professor assumir uma postura muito além de
transmissor do saber instituído. Não se trata apenas de adotar um novo método ou uma nova
técnica de ensino, na qual tudo muda superficialmente, mas tudo permanece igual na essência.
Trata-se das novas estratégias e metodologias de investigação, de ação e de formação, que
levam os educadores – investigadores da própria ação – a questionar a si mesmos, a sua
prática e a instituição de ensino, o sistema educacional e a sociedade.
A contribuição de Almeida (1997, p. 72), passa pela afirmação de que o professor não
caminha à frente do aluno, mas junto com ele, promovendo sua aprendizagem, fazendo
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intervenções segundo o seu estilo de pensamento, questionando-o para desestabilizar as
certezas inadequadas, incitando-o a buscar informações em diferentes fontes ou, quando
necessário, fornecendo-lhe as informações demandadas pela situação, ajudando-o a encontrar
por si próprio a resposta para sua questão ou situação-problema.
Para assumir essa perspectiva em que a prática pedagógica com o uso das novas tecnologias é
concebida como um processo de reflexão–ação, o professor precisa ser capacitado para
dominar os recursos tecnológicos, elaborar atividades de aplicação desses recursos escolhendo
os mais adequados aos objetivos pedagógicos, analisar os fundamentos dessa prática e as
respectivas consequências produzidas em seus alunos.
Para Almeida (1997, p. 72), ao assumir essa postura, o professor toma consciência de sua
prática, analisa as consequências de suas intervenções, empregando teorias educacionais e
conhecimentos específicos para compreender a situação criada na aula, bem como as atitudes
manifestadas pelos alunos, criando estratégias flexíveis e adequadas ao momento.
Quanto maior a participação do corpo de educadores da escola nessa formação contínua,
conforme Almeida (1997, p. 74), compreendendo tanto o envolvimento dos professores
quanto das lideranças educacionais; e quanto maior o nível de colaboração, participação e
articulação entre todos os envolvidos nas decisões sobre o currículo e a gestão da formação,
maior será a possibilidade de sucesso da integração do computador na prática pedagógica,
segundo uma perspectiva de transformação do processo educacional.
Para Valente (2002), embora as sofisticações tecnológicas sejam ainda maiores, existem dois
aspectos que devem ser observados na implantação destas tecnologias na educação. Primeiro,
o domínio do técnico e do pedagógico não deve acontecer de modo estanque, um separado do
outro.
É irrealista pensar em primeiro ser um especialista em informática ou em
mídia digital para depois tirar proveito desse conhecimento nas atividades
pedagógicas. O melhor é quando os conhecimentos técnicos e pedagógicos
crescem juntos, simultaneamente, um demandando novas ideias do outro. O
domínio das técnicas acontece por necessidades e exigências do pedagógico
e as novas possibilidades técnicas criam novas aberturas para o pedagógico,
constituindo uma verdadeira espiral de aprendizagem ascendente na sua
complexidade técnica e pedagógica (VALENTE, 2002).
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O segundo aspecto diz respeito à especificidade de cada tecnologia com relação às aplicações
pedagógicas. O educador deve conhecer o que cada uma destas facilidades tecnológicas tem a
oferecer e como pode ser explorada em diferentes situações educacionais. Em uma
determinada situação, a TV pode ser mais apropriada do que o computador. Mesmo com
relação ao computador, existem diferentes aplicações que podem ser exploradas, dependendo
do que está sendo estudado ou dos objetivos que o professor pretende atingir.
Valente (2002) aponta que:
As facilidades técnicas oferecidas pelos computadores possibilitam a
exploração de um leque ilimitado de ações pedagógicas, permitindo uma
ampla diversidade de atividades que professores e alunos podem realizar.
Por outro lado, essa ampla gama de atividades pode ou não estar
contribuindo para o processo de construção de conhecimento. O aluno pode
estar fazendo coisas fantásticas, porém o conhecimento usado nessas
atividades pode ser o mesmo que o exigido em uma outra atividade menos
espetacular. O produto pode ser sofisticado, mas não ser efetivo na
construção de novos conhecimentos. Por exemplo, o aluno pode estar
buscando informação na rede internet, na forma de texto, vídeo ou gráficos,
colando-as na elaboração de uma multimídia, porém sem ter criticado ou
refletido sobre os diferentes conteúdos utilizados. Com isso, a multimídia
pode ter um efeito atraente, mas ser vazia do ponto de vista de conteúdos
relevantes ao tema. Por outro lado, o aluno pode estar acessando informação
relevante, usando recursos poderosos de busca, e esta informação estar sendo
trabalhada em uma situação fora do contexto da tecnologia, criando
oportunidades de processamento desta informação e, por conseguinte, de
construção de novos conhecimentos.
Dessa forma, o autor acima citado, deixa claro que a experiência pedagógica do professor é
primordial. É importante que o docente conheça as técnicas de informática para a realização
dessas atividades e sabendo o que significa construa conhecimento. Nesse contexto, o
professor deve posicionar-se questionando se o uso do computador está ou não contribuindo
para a construção de novos conhecimentos.
Ficou evidenciada no presente pesquisa a existência de estudos significativos no que se refere
à associação de inovação pedagógica através do uso das tecnologias. Contudo, vale ressaltar
que este estudo não pretende considerar a tecnologia como atributo mais relevante da
inovação no campo da educação.
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A Internet chegou às instituições de ensino, somando-se aos recursos de Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC) já utilizadas na educação. Para Seleme e Munhoz (2011,
p.16), com as TIC é possível criar aulas interativas dentro de cursos permanentes e
continuados, adaptáveis às necessidades individuais.
As TIC assumiram um papel fundamental no ensino superior, o que vem provocando
mudanças no modelo de aquisição, construção e difusão do conhecimento. “Este processo está
ocorrendo lentamente, mas está modificando a relação entre professores e alunos e entre
instituições e os alunos” (MERCADO, 2008, p. 57).
Contudo, se revisados os conceitos já vistos de inovação, o uso da tecnologia por si só, não
obrigatoriamente representa inovação absoluta nas práticas pedagógicas utilizadas pelo
professor em sala de aula.
Para Urban, Maia e Scheibel (2009, p. 14):
É necessário pensar a didática para além de uma simples renovação nas
formas de ensinar e aprender. O desafio não reside somente no surgimento
ou criação de novos procedimentos de ensino, ou em mais uma forma de
facilitar o trabalho do educador e a aprendizagem do educando. Mais do que
isso, a didática tem como compromisso buscar práticas pedagógicas que
promovam um ensino realmente eficiente, com significado e sentido para os
educandos, e que contribuam para a transformação social.
Os estudos de Persin e Nikolai (2013) evidenciam a afirmação de Cunha (2005) quanto ao
fato de ainda existir complexo e intrincado conjunto de relações entre os diversos aspectos
que possibilitam ou não, as inovações nas IES, levando-se em consideração o dito
protagonismo do professor no que se refere às práticas pedagógicas inovadoras. O autor
refere-se ao professor “[...] como elemento fundamental que pode favorecer a mudança, pela
sua condição de dar direção à prática pedagógica que desenvolve, mesmo reconhecendo nesta
os condicionantes históricos, sociais e culturais” (CUNHA, 2005, p. 33, citado por PERSIN e
NOKOLAI, 2013).
É interessante observar que “[...] mesmo os bons professores ainda trabalham, preponderante-
mente, na perspectiva da reprodução do conhecimento e que esta é uma posição aceita pelos
alunos” (CUNHA, 2005, p. 34, lembrado por PERSIN e NOKOLAI, 2013). Em outras
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72
palavras, não apenas não rompem com o paradigma vigente como o reproduzem e são
valorizados por isso. Tomam o ensino como o grande orientador de suas práticas à medida
que organizam a aula, estimulam perguntas e diversificam atividades sem, contudo, provocar
o aprofundamento das capacidades intelectuais dos estudantes, como refletir sobre o próprio
processo de aprendizagem.
Contudo, observa-se como fator dificultador de mudanças, a cultura estabelecida no meio
acadêmico, além dos planejamentos de cursos, capazes de “engessar” as práticas pedagógicas
utilizadas pelo docente, tantas vezes visto como protagonista no estudo dessa temática.
Deve se ressaltar o caráter polissêmico do termo “inovação”, considerando o uso descuidado e
bastante banalizado do termo no atual contexto educativo, o qual se encontra marcado por
demandas mercantis. Nesse sentido, deve ser considerado o pensamento de Cunha (2003, p.
445):
Inovação na educação: conceito de caráter histórico social marcado por uma
atitude epistemológica do conhecimento para além das regularidades
propostas pela modernidade e caracterizado por experiências que são
marcadas por: ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender e/ou
com os procedimentos acadêmicos inspirados nos princípios positivistas da
ciência moderna; gestão participativa, em que os sujeitos do processo
inovador sejam os protagônicos da experiência; re-configurações dos saberes
anulando ou diminuindo as dualidades entre saber científico/saber popular,
ciência/cultura, educação/trabalho, etc; reorganização da relação
teoria/prática rompendo com a dicotomização; e a perspectiva orgânica no
processo de concepção, desenvolvimento e avaliação da experiência
desenvolvida.
Para Piazza (2011), com o impacto das novas tecnologias e as transformações no mundo do
trabalho, passou a apresentar-se um cenário de grande exigência quanto ao perfil polivalente
dos profissionais, capazes de interagir em situações novas e em processo de constante
mudança. Como resposta a este desafio, escolas e instituições voltadas para a educação
passaram a demonstrar preocupação em diversificar programas e cursos profissionais, com o
objetivo de atender a novas áreas e elevar os níveis de qualidade das ofertas.
Segundo os estudos de Piazza (2011), Pedrosa e Cunha (2008) acreditam que as trajetórias
pessoais e profissionais são fatores que definem os modos de atuação dos professores,
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revelando suas crenças e indicam condições presentes na constituição do perfil do docente da
educação superior.
É possível que ao ser desafiado, o professor assuma uma nova visão em relação ao processo
de ensino e de aprendizagem e encontre dificuldades, inclusive pessoais, de se colocar nessa
diferenciada ação docente. Piazza (2011) defende que geralmente, esta é dificultada pela
própria compreensão da necessidade de ruptura com o padrão tradicional de ensino. Assim, o
maior desafio é entender que ações se fazem necessárias para lidar com toda essa dinâmica e
com as novas tecnologias.
No campo da educação superior, foco da presente pesquisa, Lucarelli (2009), lembrada por
Piazza (2011), aponta que diante dos desafios do paradigma emergente busca-se uma ruptura
epistemológica na educação. Esta ruptura implica na superação da inovação tecnicista
sustentada na segmentação e centralização das decisões, para a inovação protagônica, com
base nos princípios da didática fundamentada crítica.
Para Libâneo (2010), a pedagogia quer compreender como fatores socioculturais e
institucionais atuam nos processos de transformação dos sujeitos mas, também, em que
condições esses sujeitos aprendem melhor. O referido autor afirma ainda que “práticas
pedagógicas implicam necessariamente decisões e ações que envolvem o destino humano das
pessoas, requerendo projetos que explicitem direção de sentido da ação educativa e formas
explícitas do agir pedagógico”.
Assumir a “inovação” como pressuposto orientador da prática educativa, nesse sentido, não
significa se render ao novo porque é diferente, mas assumir sua dimensão histórica
procurando romper com as já referenciadas práticas tecnicistas de ensino-aprendizagem.
Ao mencionar “inovação no contexto da educação” é inevitável analisar questões relacionadas
a estudos sobre as práticas pedagógicas, a chamada educação empreendedora e o processo
ensino-aprendizagem, conforme discussão no item a seguir.
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74
2.5.1 Educação empreendedora e aprendizagem no ensino superior
Para que a contextualização entre considerações teóricas e práticas tenha consistência no
campo do ensino superior, acredita-se ser necessária a leitura de alguns autores que se
debruçam em pesquisas sobre o tema. Guimarães et al. (2006), citando Balzan; Sobrinho
(1995) e Ribeiro (1999) por exemplo, alegam que no contexto da globalização societária
vivenciada na atualidade, as IES são fundamentais para viabilizar a produção e a socialização
de conhecimentos capazes de atender as crescentes demandas por processos de inovação em
todos os ramos da economia capitalista. Por outro lado é interesse das próprias IES a
introdução contínua de processos de inovação em todos os cenários da gestão acadêmica, não
apenas para atender com qualidade às demandas sociais, mas também para serem
reconhecidas por suas posições de destaque num mercado cada vez mais competitivo. Neste
contexto a educação superior passa por mudanças em sua estruturação com objetivos de
melhoria para a sociedade. Os novos desafios provocam as IES a realizar alterações em sua
gestão, sugerindo reflexões para melhor atender a sociedade a partir de auto-avaliação.
Guimarães et al (2006), desta vez citando Ribeiro (1999) e Frizzo (2004), apontam ainda que
no Brasil, as instituições de ensino superior (IES) não são fenômenos homogêneos, embora
regidas por leis e normas gerais comuns. Apresentam importantes diferenças econômicas,
culturais, pedagógicas, de infraestrutura física e de recursos humanos e matérias. No entanto,
uma distinção básica entre as IES são as universidades e as faculdades. As universidades
caracterizam-se pela tríade, ensino, pesquisa e extensão, enquanto que as faculdades estão
centradas no ensino e, que, além de produzir conhecimento, as IES, proporcionam formação
humana e profissional às pessoas, em um processo sistemático e em permanente
transformação.
Em outras palavras, as IES não são organismos sociais estagnados, sejam elas universidades
ou faculdades. Nem poderiam ser diante do dinamismo nas mudanças no mercado. Contudo,
existe certa autonomia por parte das IES em seus procedimentos e cada caso uma apresenta
seu próprio perfil no segmento educacional.
Para Santos (2000), a sociedade contemporânea é reconhecida como sociedade da informação.
Este autor defende que a gestão, a qualidade e a velocidade da informação são essenciais à
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75
competitividade econômica. Afirma ainda que a educação assume lugar de destaque pela
busca das empresas por mão-de-obra cada vez mais qualificada.
Tal busca por profissionais qualificados deflagrou, ao longo do tempo, mudanças no âmbito
das IES. Dessa forma, o curso de Jornalismo apresenta dinamismo pertinente à essência da
profissão e parece demandar mudanças constantes, tamanha a importância dessa prática. Para
tanto, ministra as disciplinas do curso, requer práticas pedagógicas cada vez mais
diferenciadas como forma de gerar interesse, participação e aprendizado do aluno.
As IES, em sua essência, devem funcionar como núcleos transformadores da sociedade, como
ambiente do saber, baseada em conhecimento e cooperação. A partir da percepção do que
significa uma sociedade de informação é importante que haja uma busca pela integração entre
o agir educacional e o agir comunicativo, preparando as pessoas para essa dinâmica, com
práticas para desenvolver a capacidade do argumento, o desenvolvimento da cognição. E,
enfim, contribuir para uma sociedade mais cooperativa e voltada ao entendimento.
Para o desenvolvimento das capacidades empreendedoras, segundo Fowler (2010), é
fundamental o uso de alguns processos de aprendizagem. São eles:
a) Workshops e discussões em grandes grupos;
b) Revisões críticas;
c) Apresentações;
d) Resolução de problemas reais;
e) Estudos de casos;
f) Uso de incidentes críticos;
g) Enfoque de consultorias e aconselhamento;
h) Aprendizagem por experiência;
i) Brainstorming;
j) Aprendizagem investigativa;
k) Seminários;
l) Aulas expositivas;
m) Apostilas;
n) Livros textos, entre outras.
![Page 76: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/76.jpg)
76
Docentes, enquanto facilitadores da aprendizagem devem estabelecer em seu planejamento
diário, o processo mais adequado a ser utilizado de acordo com o perfil do grupo. Os alunos,
ao final de cada aula devem levar consigo a vontade de voltar.
Em se falando de educação e aprendizagem alguns autores não podem deixar de ser
mencionados. A obra de Paulo Freire deve ser citada por ser repleta de vários conceitos e
ideologias. Uma de suas abordagens contempla suas ideias sobre “Pedagogia do Oprimido”,
seu método de ensino, e principalmente na Pedagogia da Autonomia, contemplando a relação
entre docentes e discentes.
A constituição do método pedagógico de Paulo Freire fundamentava-se nas ciências da
educação, principalmente a psicologia e a sociologia e, teve importância capital à metodologia
das ciências sociais. Em sua obra acima mencionada, Paulo Freire apresentou profunda crítica
dos fundamentos da pedagogia tradicional e de sua alternativa, além de reescrever a narrativa
da educação como um projeto político com abordagens que apontam práticas da dignidade
humana, liberdade e justiça social.
Através da educação problematizadora, os homens desenvolvem sua
capacidade de perceber criticamente os caminhos que existem, no mundo,
através dos quais e nos quais eles se encontram a si mesmos; eles passam a
ver o mundo não como uma realidade estática, mas como uma realidade em
processo, em transformação (FREIRE, 1970, p. 71).
Freire (1970, p. 72) defende a educação transformadora como forma de desenvolver o
pensamento crítico da realidade e a intervenção crítica na realidade. O autor afirma ainda que
o diálogo é a maneira mais produtiva da formação dessa personalidade crítica, desde que este
diálogo apresente sintonia quanto a um pensamento crítico que perceba a realidade como
processo.
Ensinar, nos termos de Freire, não é simplesmente estar na sala de aula, mas fazer parte da
história, na esfera mais ampla de um imaginário político que oferece aos educadores a
oportunidade de uma enorme quantidade de campos para mobilizar conhecimentos e desejos
que podem levar a mudanças significativas na minimização do grau de opressão na vida das
pessoas. Freire refere-se também à responsabilidade do profissional de educação perante a
sociedade em cujo contexto desenvolve suas atividades, de seu compromisso em colaborar
![Page 77: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/77.jpg)
77
com um processo de transformação. Rebate a possibilidade de conceber uma posição neutra
deste profissional perante a sua realidade histórica. Nesse âmbito, práticas pedagógicas devem
ser também práticas sociais.
Convém ressaltar que a educação em quaisquer de seus níveis deve permitir e propiciar uma
leitura crítica do mundo. De acordo com Freire (1996, p.25), “não há docência sem discência,
as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à
condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao
aprender”.
O papel do docente é revelar aos alunos a capacidade de analisar, de
comparar, de avaliar, de decidir, de optar, de romper. Além disso, esta
relação deve ser uma experiência alegre por natureza. “A alegria não chega
apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar
e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”
(FREIRE, 1996, p. 50).
Outro ponto importante da obra de Freire é o diálogo, o qual não comporta relações de
autoridade. O autor defende que ninguém educa ninguém. Ninguém se educa sozinho. Os
homens se educam juntos, na transformação do mundo (FREIRE, 1996, p.51). Entende-se
então que a educação faz parte de um processo coletivo, criativo e libertador.
No que se refere ao ensino empreendedor, o uso dos processos de aprendizagem adequados
são essenciais. As atividades desenvolvidas nas disciplinas do curso de Jornalismo requerem
que os indivíduos sintam prazer em executá-las. Mais que envolvidos, os participantes devem
estar comprometidos com um objetivo comum, na construção de um perfil empreendedor e
em prol de um objetivo maior voltado para a sociedade como um todo.
2.6 Inovação
Para o presente projeto, o entendimento sobre inovação é primordial, em especial porque o
termo apresenta várias definições e significados diferentes que dependem dos objetivos
particulares que se pretende realizar. A proposta aqui apresentada através da concepção de
diversos autores tem a pretensão de se fazer compreender, de que formas a inovação deve ser
vista e implementada no ensino empreendedor numa IES em Recife, no curso de Jornalismo,
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78
uma vez que vem sendo percebida a escassez de publicações que discorram especificamente
sobre o assunto.
De início, é importante lembrar que as transformações das relações entre ciência-Estado-
sociedade ocorridas nas últimas décadas implicaram a reorganização da ciência e o
crescimento do papel do conhecimento na economia e na sociedade, conforme já visto neste
trabalho.
O conceito de inovação é conhecido desde Adam Smith no século XVIII, que tinha como
objeto de estudo a relação entre acumulação de capital e a tecnologia de manufatura, a partir
de estudo dos conceitos relacionados à mudança tecnológica, divisão do trabalho e
competição. No entanto, apenas a partir dos estudos de Joseph Schumpeter, já mencionado
neste estudo, e de sua teoria da “destruição criativa”, foi estabelecida uma relação entre
inovação e desenvolvimento econômico (Teoria do Desenvolvimento Econômico, datada de
1934). A teoria schumpeteriana sustenta que o sistema capitalista progride por revolucionar
constantemente sua estrutura econômica, de forma que, novas firmas, novas tecnologias e
novos produtos substituem constantemente os antigos. De forma a proporcionar entendimento
rápido sobre esta teoria, o termo inovação para Schumpeter define os processos que destroem
o modo como era realizada determinada atividade.
Assim, a partir destas ideias iniciais, a inovação consistia na introdução de um novo bem ou
de uma nova qualidade de um bem ou ainda na introdução de um novo método de produção
definindo com isso a abertura de um novo mercado. A inovação, assim conceituada, podia
também ser obtida pela conquista de uma nova fonte de suprimento de matéria-prima ou o
aparecimento de uma nova estrutura de organização de um setor.
Conforme o exposto observa-se que não é recente a atenção dispensada à questão da
inovação. Dessa forma, algumas considerações anteriores ao que foi relatado até o presente
momento devem ser relatadas, visto que importantes autores contribuíram fortemente nos
processos de desenvolvimento das novas concepções sobre a abordagem, sendo necessário
citá-los.
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79
Na Teoria Schumpeteriana trata de cinco tipos de atividades de inovação que envolve o
processo de inovação (SCHUMPETER, 1988 citado por MACÊDO, BOAVA E SILVA,
2009):
1. Introdução de um produto novo ou uma mudança qualitativa em um produto
existente;
2. Novo processo de inovação na indústria (não se faz necessário envolver um
conhecimento novo);
3. A abertura de um mercado novo, um mercado em que uma área específica da
indústria ainda não tenha penetrado, independentemente do fato do mercado existir
antes ou não;
4. Desenvolvimento de novas fontes de provisão para matérias-primas ou outras
contribuições, independentemente do fato da fonte existir antes ou não;
5. Mudança organizacional.
Na visão de Schumpeter (1982), as formas de mudança permanecem como "o impulso
fundamental que perpetua e mantém o sistema capitalista em movimento", embora o mesmo
tenha considerado três fatores que posteriormente tenham diminuído o desenvolvimento desde
o final do século XIX:
1. O comportamento empreendedor enquanto forma de comportamento competitivo que
busca novas combinações de elementos gerando a inovação;
2. O fator humano como um componente de atividade econômica e por consequência da
inovação;
3. A visão de longo prazo que os indivíduos devem incorporar.
No Brasil, também a ideia de que a inovação é um elemento fundamental do desenvolvimento
econômico e de que a indústria é o lugar privilegiado de sua materialização vem se impondo.
À universidade cabe desenvolver C&T (Ciência e Tecnologia), mas seu papel principal é o de
formar pessoas qualificadas que vão gerar o conhecimento necessário para a inovação
(CRUZ, 2003).
Um dos aspectos mais fundamentais relacionados à mudança de paradigma é o surgimento de
um novo cenário, o da Sociedade do Conhecimento, no qual a informação e o conhecimento
![Page 80: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/80.jpg)
80
ganham renovado destaque e passam a se constituir em um objeto de estudo privilegiado de
áreas como a das ciências econômicas, computação, comunicação, administração, sociologia,
pedagogia e antropologia entre outras (ROCHA, FERREIRA, 2001).
O processo de inovação deve ser visto como um ciclo e de forma sistêmica (Lacerda, 2001), e
assim sendo pode ser definida como: "O uso produtivo de conhecimento manifestado no
desenvolvimento próspero e na introdução de novos produtos, processos e/ou serviços."
Vale acentuar que diversos autores apontam a dificuldade de mensuração quanto aos níveis de
inovação atingidos. Como a inovação é uma novidade e criação de algo qualitativamente
novo, surge o problema de mensuração e comparação, sendo a inovação não apenas a
extensão de atributos técnicos ou uma combinação de características pré-existentes. É difícil,
se não impossível, avaliar atributos por meio de medidas e técnicas e, portanto, o grau de
inovação de um produto. Nesse mesmo sentido, Andreassi (1999) reforça a ideia da ausência
de uma metodologia consolidada para se mensurar a inovação.
Muitos dos indicadores tradicionais estão baseados em dados de domínio público, que evitam
o problema do segredo industrial e porque são removidos longe do lugar onde ocorre o
processo de inovação. Estes indicadores tradicionais incluem dados de patentes, publicações
científicas e o número de funcionários exercendo funções de cientistas e engenheiros.
(CAMPANÁRIO, 2002)
Em última análise, não há como dissociar empreendedorismo de inovação, inovação do ser
empreendedor. E, em se falando de educação, inovação passa a ser um desafio cada vez
maior, uma vez que as práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula, nem sempre são as
mais adequadas, em especial para os cursos de gestão e, ao que tudo indica, ainda não existem
modelos inovadores a serem seguidos nessa área. A seguir algumas considerações específicas
sobre o assunto constarão deste estudo.
2.7 Inovação na educação
Na sociedade atual, a inovação é um dos aspectos associados ao desenvolvimento social e
econômico das nações. Mota (2011, p. 82) defende que o conceito de inovação, de modo
geral, “é correlacionado com pesquisa e desenvolvimento (P&D), mas distinto e mais amplo,
![Page 81: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/81.jpg)
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estando necessariamente associado à aplicação do conhecimento [...]”. Por isso, os estudos
sobre inovação estão diretamente ligados aos estudos sobre a produção e disseminação do
conhecimento, cujo crescimento acelerado se apresenta como um fenômeno tanto quantitativo
e qualitativo: do conhecimento monodisciplinar ao conhecimento que é produzido em
decorrência de problemas complexos e que, por isso, buscam a integração das diversas áreas
do conhecimento.
Nesse cenário, não há como negar o elo entre a Educação Superior, mais especificamente
entre as IES, a produção do conhecimento e a inovação. De acordo com Silva (2011, p. 193),
“[...] a universidade é a única instituição que dispõe do parque de equipamentos e congrega a
gama de competências necessárias [...]” que podem promover condições de possibilidade para
o desenvolvimento científico, o progresso econômico, a justiça social, a sustentabilidade, a
preservação do ambiente e a inovação. Em outras palavras, as IES podem constituir ambientes
que favoreçam o desenvolvimento da cultura da criação e inovação. Papadopuoulos (2005, p.
21) também considera que a “expansão dos conhecimentos conduz inevitavelmente a níveis
de especialização sempre mais elevados, o que é uma condição necessária para o progresso
científico; é sobre essa base que se organizam no ensino superior as atividades fundadas no
conhecimento”. A questão é: como promover a integração dos novos conhecimentos?
Embora a universidade constitua-se como condição de possibilidade, são inúmeras as críticas
ao caráter conservador que a acompanha historicamente (MOTA, 2011; BERNHEIM e
CHAUÍ, 2008): rigidez curricular e disciplinar, falta de integração entre os níveis e atividades
universitárias, separação entre a produção e aplicação do conhecimento, conhecimento
fragmentado, ensino restrito aos conteúdos conceituais disciplinares, entre outros. Assim, a
Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI (1998, p. 34) destaca que o as
transformações atuais buscam “superar o conceito da educação como mera
transmissão/acumulação de conhecimento e informação. Isso torna a crise da educação, em
grande parte, uma crise do modelo pedagógico tradicional”. E continua: “a pergunta, então, é
o que fazer com a prática docente para criar condições que levem a uma aprendizagem efetiva
por parte dos alunos”.
A Declaração, ao discorrer sobre as necessidades de inovação do ensino realizado nas IES,
tece forte vinculação com as reformas curriculares, os novos métodos pedagógicos e com
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82
consideração aos diferentes estilos de aprendizagem, às tomadas de iniciativas e a ligação
entre ensino e pesquisa.
Lucarelli (2000, p.63) aborda a inovação no ensino considerando que, “quando nos referimos
à inovação, fazemo-lo em associação a práticas de ensino que alterem, de algum modo, o
sistema unidirecional de relações que caracterizam o ensino tradicional”. Em outras palavras,
uma aula inovadora supõe sempre
[...] uma ruptura com o estilo didático imposto pela epistemologia
positivista, o qual comunica um conhecimento fechado, acabado, conducente
a uma didática da transmissão que, regida pela racionalidade técnica, reduz o
estudante a um sujeito destinado a receber passivamente esse conhecimento
(LUCARELLI, 2000, p. 63).
Numa visão empírica pode ser percebida, de maneira cada vez mais intensa, que a formação
profissional, nas mais diversas áreas, tem demandado uma diversificação dos caminhos da
graduação, uma flexibilização curricular, bem como a construção de competências para
mobilizar conhecimentos complexos e no fazer acontecer nos momentos de insegurança.
Dessa forma, é fundamental identificar os processos de inovação que ocorrem nas atividades
de ensino superior, considerando que “a inovação pode ser gerada também pela permanência,
ou seja, um processo de renovação constante (inovação de sustentação). Nesse sentido, a outra
forma de inovação é a disruptiva (gera mudanças radicais no ambiente)” (AUDY,
MOROSINI, 2007, p. 510). De qualquer maneira, é fundamental “[...] promover a
participação dos quadros e das instituições em um processo permanente de diagnóstico,
comparação e análise, e para estimular a experimentação e a inovação”
(PAPADOPUOULOS, 2005, p. 28).
Após o exposto, entende-se que a inovação está relacionada com o processo de ruptura com o
paradigma dominante que faz ir além da reprodução e evolui ao contribuir para a construção
de novos saberes. Desse modo, entende-se que a instituição de ensino superior de forma geral
[...] é rica em espaços passíveis de inovação, abrangendo desde experiências
de gestão administrativa, incluindo a avaliação institucional, até propostas
alternativas de ensino, pesquisa e extensão, passando pelas relações e
demandas da comunidade (CUNHA et al, 2001, p. 44).
Para Masetto (2003), a temática inovação vem sendo discutida com veemência nas conotações
sobre o ensino superior. O mesmo autor desenvolve interessantes reflexões sobre o conceito
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83
de inovação, ao considerá-la “[...] como o conjunto de alterações que afetam pontos-chave e
eixos constitutivos da organização do ensino universitário provocadas por mudanças na
sociedade ou por reflexões sobre concepções intrínsecas à missão da Educação Superior”
(MASETTO, 2003, p. 197). Ainda segundo este autor, a inovação acontece à medida que as
concepções antigas não sustentam as demandas da sociedade atual, levando a mudança, uma
vez que,
inovação e mudança andam juntas, mas só acontecem de fato quando as
pessoas nelas envolvidas se abrem para aprender, para mudar, para adquirir
novos conhecimentos, para alterar conceitos e idéias trabalhadas, às vezes,
durante muitos anos, para assumir novos comportamentos e atitudes não
comuns até aquele momento, para repensar a cultura pessoal e
organizacional vivida até aquele momento, para mudar suas próprias crenças
e aderir a novas e fundamentais maneiras de pensar e de agir (MASETTO,
2003, p. 200).
Nesse contexto, inovar dispõe compromisso para a prática educativa transforma-se em pano
de fundo para a construção de novos conhecimentos dinamizados, não pelo paradigma
vigente, mas pela atividade docente vivenciada, repensada e recriada, sendo este um dos
pilares do professor para a inovação. Nesse sentido, Cunha et al (2001) destaca que ainda são
poucas as reflexões sobre ensinar e aprender, assim como sobre as experiências inovadoras
nas IES, embora, ainda assim, exista na aula de ensino superior forte intenção de mudança.
Vale ressaltar que inovação não é sinônimo de invenção. Miller (2005, p. 109), ao analisar
alguns exemplos de inovações pedagógicas bem-sucedidas nas Antilhas, faz uma importante
distinção entre ambos os significados. Para a autora, a “invenção é ao mesmo tempo original e
universal, enquanto que a inovação é relativa e contextual” (MILLER, 2005, p. 109). Dito de
outra forma, ao analisar as atividades inovadoras é necessário que se faça referência aos
contextos em que são gestadas e desenvolvidas, pois a inovação “é uma novidade em um
contexto particular” (MILLER, 2005, p.109). Dessa forma, a autora considera que o êxito das
inovações deve ser avaliado sob dois critérios: 1) que a inovação tenha incidência positiva em
um grande número de sujeitos envolvidos e 2) que tenha sido institucionalizada no sistema
educacional.
Esse é um dos desafios da inovação no cenário educacional, sobretudo porque o paradigma
dominante ainda regula as concepções e práticas, requerendo processos de vigilância
epistemológica e cautela para que as atividades inovadoras não fiquem arraigadas ao mesmo,
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84
mas reinterpretem as verdades estabelecidas ao se encaminhar para um processo de rupturas e
mudanças, ou seja,
seria uma inovação que se estabelece como um processo descontínuo, de
rompimento com os tradicionais paradigmas vigentes na educação, no
ensino-aprendizagem-avaliação, ou na transição entre diferentes concepções
paradigmáticas, onde se observar uma re-configuração de saberes e, também,
de poderes (LEITE, 2005, p. 121).
A leitura da obra de Miller (2005) aponta a complexidade em torno do conceito de inovação,
sobretudo porque esta autora a compreende em meio a um processo de transformação do
sistema educativo, o que inspira reflexão às transições paradigmáticas para justificar que o
termo inovação não é gestor de mudança na educação, mas deve produzir subjetivamente
diferentes modos de pensar, fazer e refazer a prática educativa.
Acredita-se que os professores desempenham papel fundamental no uso das novas
tecnologias, pois estas dependem das suas concepções de ensino e aprendizagem, do seu
conhecimento sobre as tecnologias da informação, dos recursos que possuem e das condições
materiais e culturais da organização institucional. Lepeltak e Verlinden (2005, p. 216)
apregoam que “pode ocorrer, portanto, que os resultados muitas vezes decepcionantes de sua
aplicação não sejam diretamente imputáveis aos professores, mas que dependam também, em
ampla medida, do contexto em que eles trabalham”.
A inovação no campo educacional está relacionada a questões ideológicas, sociais e
econômicas e que as inovações e o seu entendimento dependem do contexto em que
emergem, de quem as promove e da influência e extensão que adquirem. Segundo Hannan e
Silver (2006, p. 13) que “La historia de la innovación es uma historia de profundos câmbios
de significado”.
Para Jorge (1996), a inovação educacional é um tema que se desenvolveu bastante
recentemente na teoria da investigação pedagógica. Foi a partir de 1970 surgiu uma
investigação sistemática sobre a natureza e os processos de inovação educativa, assim como a
despeito das variáveis determinantes para um projeto inovador.
Hernández et al. (2000) ressaltam que a inovação passou a integrar o discurso pedagógico e
da cultura escolar na metade da década de 1960, quando ocorreu, em especial nos Estados
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Unidos, uma proliferação de inovações na educação escolar, como recurso para enfrentar
problemas sociais que surgiam.
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3. METODOLOGIA
Este capítulo trata a abordagem metodológica utilizada na pesquisa, com foco no problema.
Nele serão apresentados a caracterização e instrumentos da pesquisa, procedimentos de coleta
e análise de dados.
3.1 Delineamento da pesquisa
Levando em consideração a forma de abordagem do problema, o estudo é caracterizado como
pesquisa qualitativa. No que se refere aos objetivos deste estudo, a pesquisa se caracteriza
como descritiva, assumindo a forma de levantamento. Essa escolha é adequada tanto para
delinear o perfil das práticas pedagógicas empreendedoras quanto para levantar os
indicadores, pois, conforme Andrade (2007, p. 114), “os fatos são observados, registrados,
analisados e interpretados sem que o pesquisador interfira neles”. Uma das características da
pesquisa descritiva é a técnica padronizada da coleta de dados, realizada principalmente
através de questionário. Assim, o questionário é um dos instrumentos de coleta de dados
escolhido.
A pesquisa constará também de análise de documentos que auxiliem na compreensão das
diretrizes utilizadas pela IES.
3.2 A IES pesquisada e a contextualização do curso de Jornalismo
Segundo dados do INEP, em 2008 eram 5 (cinco) as IES a oferecerem o curso de Jornalismo
no Recife. A IES em questão é sediada em Recife, Pernambuco. Tem nove anos desde sua
fundação e abriga diversos cursos de graduação, pós-graduação, além de cursos técnicos.
Possui significativo contingente de alunos. O curso de Jornalismo foi iniciado junto com a
fundação da instituição e hoje, nos turnos da manhã e noite, possui aproximadamente 300
alunos matriculados em seus 7 semestres, duração total do curso.
Em termos de tempo de duração, os cursos de Comunicação Social em andamento
(Publicidade e Propaganda, e Jornalismo) apresentam o diferencial de oferecerem, cada um
desses cursos, com um semestre a menos que as demais IES. Após o término do curso
inicialmente escolhido, os alunos podem contar com a facilidade de, ao cursarem mais 3
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semestres, serem graduados na segunda habilitação de Comunicação oferecida na instituição,
caso desejem. Tal procedimento da IES trata de proposta diferenciada nos cursos de
Comunicação Social oferecidos no estado de Pernambuco e vem estimulando os alunos à
ampliação de sua qualificação profissional em menos tempo que nas demais IES.
Embora a IES pesquisada integre um grande grupo de instituições na área da Educação, é tida
no mercado como “popular”. Sua localização, associada a um valor monetário inferior das
mensalidades dos cursos, se comparado à maioria das instituições de ensino superior, costuma
atrair alunos de poder aquisitivo baixo em sua maioria. São, possivelmente, os alunos com
menor índice de oportunidades profissionais no decorrer de suas trajetórias. Contudo, em
recente levantamento realizado pela IES, parcela significativa do contingente de alunos
egressos de Jornalismo vem demonstrando excelentes resultados nas empresas onde
encontram-se inseridos.
Os projetos pedagógicos do curso atendem às Diretrizes Curriculares Nacionais fixadas pelo
MEC, especialmente quanto à organização curricular, perfil de egressos, competências e
habilidades a serem desenvolvidas. Sob a denominação de Curso de Graduação em
Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, o curso em questão em determinada IES
do Recife obedece à modalidade de bacharelado presencial. Oferece 240 vagas anuais nos
turnos diurno e noturno em regime de matrícula seriado semestral, carga horária total de 2700
horas e integralização curricular do curso de no mínimo 7 (sete) e máxima de 11 (onze)
semestres.
3.3 Sujeitos da pesquisa
São sujeitos da pesquisa docentes e discentes dos dois últimos períodos do curso de
Jornalismo de IES do Recife. São no total 18 (dezoito) docentes, dos quais, 5 (cinco)
respondentes. Com relação aos discentes, o número total é de 52 (cinquenta e dois) alunos,
dos quais 17 (dezessete) respondentes.
Quanto ao perfil acadêmico dos docentes, vale ressaltar que, com respeito às titulações, consta
doutor, mestres e especialistas, conforme Tabela 1.
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88
Tabela 1 – Titulação dos docentes
Titulação dos docentes Número de docentes Percentual
Doutor 01 5,6%
Mestres 10 55,5%
Especialistas 07 38,9% Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
Nos 6º e 7º períodos do curso, consta percentual de 5,6% de docentes com título de doutor;
55,5% de mestres e 38,9% de especialistas, conforme mostra a Tabela 1.
No que se refere aos discentes, conforme já foi dito, são 52 (cinquenta e dois) alunos
referentes à unidade de análise. Trata-se de indivíduos que em sua maioria exercem algum
tipo de atividade profissional na área de comunicação, de acordo com censo realizado pela
IES estudada.
Tabela 2 – Discentes que trabalham na área de comunicação
Número total discentes do 6º e
7º períodos do curso
Número de discentes do 6º e 7º período
que exercem atividade em comunicação
Percentual
52 37 71,1%
Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
A Tabela 2 revela que o percentual de alunos que exercem no mercado atividades
relacionadas à comunicação é de 71,1%; contra 28,9% de alunos que ainda não encontram-se
engajados em cenário produtivo.
3.4 Instrumentos de coleta de dados
Os instrumentos de coleta de dados para a presente pesquisa são o Plano Pedagógico do Curso
(PPC); as diretrizes do MEC para o curso de Jornalismo; o ementário e os Planos de Ensino
das disciplinas do curso, bem como o questionário desenvolvido pela autora desta pesquisa,
com base na revisão bibliográfica sobre práticas pedagógicas, empreendedorismo e os
conteúdos das disciplinas do curso em concordância com as diretrizes estabelecidas pelo
MEC.
![Page 89: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/89.jpg)
89
Para a coleta de dados, foi estabelecida relação direta entre os objetivos específicos, os
métodos considerados adequados e as questões norteadoras, conforme o Quadro 7.
Quadro 7 - Objetivos e métodos na pesquisa qualitativa
Objetivos específicos Questões norteadoras Instrumentos
Verificar as diretrizes do
MEC voltadas para o curso
de Jornalismo.
- Como certificar-se se a
proposta do curso está de
acordo com as novas
diretrizes?
- De que forma saber se o
conteúdo programático das
disciplinas oferecidas no
curso estão de acordo com as
novas diretrizes?
- Dados disponíveis em
documento pertinente às
novas diretrizes do curso de
Jornalismo, homologado pelo
MEC em 2013.
- Planos de ensino e
bibliografia sugerida.
Identificar as práticas
pedagógicas empreendedoras
no ensino das disciplinas do
curso de Jornalismo em IES
do Recife.
- O que é entendido por
práticas pedagógicas
empreendedoras?
- Aplicação de questionários
e dados visuais.
Identificar o conceito dos
professores quanto ao
empreendedorismo no curso
de Jornalismo em IES do
Recife.
- Quais as práticas
pedagógicas adotadas em
sala de aula?
- De que forma essas práticas
são aplicadas?
- Análise de questionários
Identificar o conceito dos
professores de IES do Recife
sobre prática pedagógica
empreendedora;
- Quais as atividades práticas
vivenciadas pelos alunos que
mais contribuíram para o
desenvolvimento do espírito
empreendedor?
- Análise de
questionário/Grupo focal
Identificar as aspirações
profissionais dos alunos de
determinada IES do Recife
- Qual (is) a (s) atividade (s)
que o aluno pretende
desenvolver após o término
do curso, no mercado de
trabalho?
- Análise de
questionário/Grupo focal
Analisar as implicações das
práticas pedagógicas
empreendedoras dos
professores
na ação empreendedora dos
alunos na perspectiva dos
alunos e dos professores de
IES do Recife.
- De que forma é percebida a
ação empreendedora dos
alunos?
- Questionário, análise de
documentos, dados visuais.
Fonte: elaboração própria (2014)
![Page 90: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/90.jpg)
90
O Quadro 7 demonstra que, para cada objetivo específico, existe uma ou mais questões
norteadoras para a análise dos documentos pertinentes à pesquisa, bem como para a
construção do questionário que será aplicado aos sujeitos da unidade de análise.
São instrumentos de coleta utilizados nesta pesquisa:
a) Documentos
No presente trabalho, a análise documental está relacionada à verificação das diretrizes do
MEC para o curso de Jornalismo, o que corresponde ao primeiro objetivo específico.
Nesse procedimento foram utilizados o Plano Pedagógico do Curso (PPC); o documento que
contempla as diretrizes do MEC para o curso de Jornalismo, homologado em 2013; o
ementário e os Planos de Ensino das disciplinas que compõem a grade curricular e
contemplam os conteúdos programáticos e bibliografia recomendada para cada disciplina.
Todos os documentos foram fornecidos pela IES.
A análise dos referidos documentos foi considerada importante para a verificação de
alinhamento entre esses documentos e as diretrizes propostas pelo MEC
b) Questionário
Com relação à coleta de dados através da aplicação de questionário, foram considerados dois
perfis diferentes de respondentes: docentes e discentes dos dois últimos períodos do curso de
Jornalismo de IES do Recife. São no total 18 (dezoito) docentes, dos quais 05 (cinco)
respondentes. Com relação aos discentes, o número total é de 52 (cinquenta e dois) alunos,
dos quais 17 (dezessete) respondentes.
O questionário para esta pesquisa foi considerado instrumento fundamental, por tratar-se de
forma mais direta na busca de respostas sobre a identificação do conceito dos professores
quanto ao empreendedorismo no curso de Jornalismo, bem como o conceito de práticas
pedagógicas empreendedoras e identificação dessas práticas no ensino. Através das respostas
dos professores, também foi possível analisar as implicações das suas práticas pedagógicas
![Page 91: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/91.jpg)
91
empreendedoras na ação empreendedora do aluno. Tais respostas dizem respeito aos objetivos
específicos 2, 3, 4 e 6.
Referente ao questionário aplicado aos discentes o foco foi voltado para respostas
relacionadas à identificação das práticas pedagógicas empreendedoras no ensino das
disciplinas do curso, identificação das suas aspirações profissionais e as implicações das
práticas pedagógicas empreendedoras dos professores na sua ação empreendedora na
perspectiva desses alunos. Nesse âmbito, as respostas estão relacionadas aos objetivos
específicos 4, 5 e 6.
Nas tabelas 1 e 2 pode ser observada a relação entre o número total de docentes e discentes
dos períodos pesquisados e o número de respondentes.
Tabela 3 – Percentual de docentes respondentes
Total de docentes (6º e 7º
períodos) de Jornalismo
Docentes respondentes Percentual
18 05 27,8% Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
Conforme pode ser verificado na Tabela 3, o número de docentes respondentes do
questionário equivale a um percentual de 27,8%.
Tabela 4 – Percentual de discentes respondentes
Total de discentes (6º e 7º
períodos) de Jornalismo
Discentes respondentes Percentual
52 17 32,7% Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
Com relação aos discentes, proporcionalmente, a adesão ao questionário foi menor, conforme
pode ser constatado na Tabela 4. O número de discentes respondentes foi de 32,7%
3.5 Limites e limitações da pesquisa
A pesquisa é voltada para os docentes ministrantes das disciplinas do sexto e sétimo períodos
de Jornalismo nos turnos oferecidos (manhã e noite) em IES do Recife, bem como para os
alunos dos referidos períodos.
![Page 92: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/92.jpg)
92
Foram considerados apenas os alunos dos referidos períodos, por entender-se que seriam os
mais adequados por já encontrarem-se nos dois últimos períodos do curso e, com isso,
apresentarem maior vivência acadêmica, maior conhecimento do conteúdo das disciplinas
minitradas no curso. Com relação aos docentes, a escolha se deu por serem esses professores a
estarem em contato direto com esses alunos.
A limitação identificada neste estudo está ligada à baixa adesão à pesquisa, de alunos e
docentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Acredita-se que a resistência, o
desinteresse dos discentes e docentes em responder ao questionário, deve-se a certo descrédito
relacionado com essa prática de pesquisa. É presumível que a ausência de feedback em
situações passadas e a ineficácia dos resultados de pesquisas realizadas pela IES em outros
momentos desestimulou os respondentes. É possível que, para identificar com exatidão os
reais motivos para essa baixa adesão à pesquisa, outra pesquisa deva ser realizada.
Por outro lado, numa visão empírica, existe no caso dos alunos, uma cultura estabelecida de
que é “chato” responder a perguntas, refletir e escrever a respeito dessas reflexões. É possível
que por ausência de alicerce no início de sua formação básica na escola, muitos alunos não se
sintam à vontade ou não tenham vontade de expor suas opiniões.
Foi possível o procedimento de observação durante a aplicação do questionário para os
discentes, momento em que foi apresentado o objetivo do mesmo e prestados os
esclarecimentos quanto às questões a serem respondidas.
Houve certa inquietação por parte de alguns respondentes que deixaram clara a falta de
disposição para atender à solicitação. Outros, por sua vez, demonstraram sentimento de
satisfação pela visão de ser o questionário um canal de comunicação entre os alunos e um
possível meio eficaz para mudanças. Já os alunos mais maduros (a minoria dentre os
presentes), trataram a proposta com seriedade e compenetração.
Apesar da presença da pesquisadora na aplicação dos questionários, muitos alunos não
entregaram as respostas ou solicitaram entregar no dia seguinte com o argumento de
“responder com calma”. Estes não efetuaram a entrega programada, apesar de certa
insistência por parte da mestranda interessada.
![Page 93: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/93.jpg)
93
No caso dos docentes, os que não foram contatados presencialmente por incompatibilidade de
horários, receberam o questionário por e-mail. Contudo, em ambas as abordagens, a grande
maioria não participou da pesquisa. De fato, poucos se prontificaram, por razões diversas, a
prestarem sua contribuição. Assim, a participação dos professores do curso não foi
significativa em termos numéricos, sobretudo por questões voltadas para a “falta de tempo”
em respondê-lo. Foi percebida certa apatia e ausência de motivação nos professores com
relação à abordagem da pesquisa.
![Page 94: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/94.jpg)
94
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS
DADOS
Neste capítulo serão apresentados, analisados, discutidos e interpretados os documentos
pertinentes à pesquisa, bem como os dados coletados para atender aos objetivos específicos
propostos.
4.1 Análise dos dados documentais
Para cumprimento do compromisso com o primeiro objetivo específico da pesquisa, os dados
documentais foram coletados através das diretrizes curriculares do MEC para o curso de
Jornalismo, do Projeto Pedagógico de Curso (PPC), do ementário e plano de ensino das
disciplinas ministradas, contemplando bibliografia utilizada.
O parecer homologado pelo MEC, em 12/09/2013, para o curso de Jornalismo, propõe
basicamente alteração da carga horária total de 2700 horas para 3000 horas. Com relação aos
cursos de Comunicação Social como um todo, o parecer propõe a separação de suas
habilitações, transformando cada uma em um curso de graduação no formato de bacharelado,
a partir de 2016. Dessa forma, o curso de Jornalismo passará, nacionalmente, a ser chamado
Curso de Graduação em Jornalismo, representando a extinção da área de Comunicação Social
como área de conhecimento.
A nova proposta do curso chama a atenção para a necessidade de uma formação
empreendedora a partir do desenvolvimento do espírito empreendedor e o domínio científico.
Aborda ainda a importância da capacidade de produção de pesquisa, concepção, execução e
avaliação de projetos inovadores que respondam às exigências contemporâneas e sejam
capazes de ampliar a atuação profissional em novos campos, projetando a função social da
profissão em cenários futuros.
Estabelecer relação entre os documentos analisados é importante, uma vez que faz-se
necessário que os documentos estejam alinhados, correspondendo às diretrizes constantes no
parecer homologado pelo MEC.
![Page 95: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/95.jpg)
95
4.1.1 Projeto Pedagógico de Curso
Conforme Projeto Pedagógico de Curso (PPC), para apresentar um bom desempenho no
mercado de trabalho, o profissional de comunicação – jornalista - necessita conhecer a
realidade na qual vai atuar. Nesse sentido, o curso de Comunicação Social, com habilitação
em Jornalismo, de uma IES do Recife, busca aprofundar o conhecimento sistemático dos
meios de comunicação em relação ao seu processo histórico de formação, à sua organização
interna, à sua forma de estruturação de mensagens, às articulações que estabelecem com as
demais instituições da sociedade e, ainda, às influências que exercem nos comportamentos
individuais e coletivos.
Considera que, no mundo contemporâneo, caracterizado pelo desenvolvimento tecnológico,
que encurta distâncias, transpondo fronteiras físicas e culturais, o processo de Comunicação
inerente ao ser humano enfrenta o desafio da interpretação e a busca de respostas mais rápidas
às leituras e exigências desse ambiente mutável. Nesse sentido, o jornalista deve ter sua
formação embasada em uma filosofia de maior desenvolvimento das habilidades em análise
crítica, pró-atividade na busca de soluções criativas, proposição e elaboração de modelos de
solução de problemas reais e ética profissional.
Dessa forma, espera-se que o egresso do curso de Comunicação Social, com habilitação em
Jornalismo, formado por determinada IES do Recife seja, além de um bom jornalista, um
comunicólogo em seu sentido etimológico. Alguém capaz não só de produzir comunicação,
mas também de pensá-la e questioná-la. Apto para o mercado que se renova, mas capaz de
refletir sobre este mesmo mercado e suas formas de produção. Enfim, um profissional capaz
de compreender a importância da pesquisa, do estudo processual, da reflexão crítica para sua
formação profissional e pessoal.
Faz-se importante esclarecer que a chamada habilitação em Jornalismo no contexto da
Comunicação Social, a partir de 2016 será definitivamente considerada curso de bacharelado
em Jornalismo conforme as novas diretrizes do MEC. O curso em questão, conforme consta
no PPC, propõe-se a formar profissionais para atuarem tanto no setor público como no
privado, com ética, competência e consciência dos valores culturais e sociais que a profissão
de jornalismo requer. Procura atender às necessidades de uma sociedade em mudança através
de sólida formação embasada no compromisso de dotar o profissional jornalista de uma
![Page 96: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/96.jpg)
96
consciência multidisciplinar, dentro dos padrões éticos que devem permear uma sociedade
moderna.
Conforme o PPC, tal preocupação levou a IES a implementar e desenvolver um projeto
pedagógico fundamentado na tríade - ensino, pesquisa e extensão - a partir da qual as
disciplinas passam a compor núcleos temáticos que dão ao aluno a possibilidade de se
envolver em práticas de pesquisa e extensão que colaboram para o ensino. Ensino este que
extrapola a sala de aula, pois compreende-se que o aprendizado se dá de diversas formas e não
apenas nesse espaço restrito. A adoção dessa proposta pedagógica exige o desenvolvimento
no aluno do espírito investigativo, crítico e acima de tudo ético.
O PPC menciona ainda que, diante das profundas transformações que vêm ocorrendo em
campos múltiplos da vida humana e especialmente na Comunicação Social, a habilitação em
Jornalismo da IES pesquisada procura levar ao conhecimento de seus alunos, entre outros
temas, questões contemporâneas, como globalização, políticas econômicas, relativismo
cultural, novas tecnologias, a contribuição da informática e o compromisso com a ética social
e profissional. Neste sentido trabalham conjuntamente tanto as matérias de cunho mais teórico
e reflexivo (como, por exemplo, conteúdos comuns como Sociologia, Cultura Brasileira,
Teorias da Comunicação, Teoria e Estética da Imagem, Filosofia e Ética, História da Arte
etc.) quanto às relacionadas especificamente a um conteúdo mais técnico (como por exemplo,
Fotojornalismo, Redação Jornalística, Técnicas de Entrevista e Reportagem, Edição Gráfica,
Telejornalismo, Radiojornalismo etc.).
O PPC esclarece que o crescimento de mídias alternativas, como a Internet, cuja importância
e impacto sobre a Comunicação Social atravessam ainda um intenso processo de descobertas,
conquistas e indagações, tem sido objeto de preocupações, pois o conhecimento acerca destas
novas perspectivas se apresenta como fundamental para que hoje possam ser inseridos no
mercado profissionais capacitados e renovados, conforme já dito. Assim, procura-se encorajar
não só a criação de produtos jornalísticos em mídias tradicionais (por meio dos laboratórios
disponíveis para o curso), como no espaço virtual. Propõe-se trazer não apenas os conteúdos
tradicionais nas disciplinas técnicas, mas a busca da realização de atividades complementares
que possam enriquecer a formação dos estudantes.
![Page 97: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/97.jpg)
97
Por fim, pensando ainda na função exercida pela Comunicação Social dentro de uma estrutura
societária, considera-se importante no PPC preparar o aluno não só para o mercado de
trabalho profissional, mas para atuar também em um circuito alternativo e/ou comunitário,
atendendo a uma demanda social de meios que permitam que grupos tradicionalmente
excluídos pela grande mídia possam manifestar suas visões de mundo e criar canais próprios
de comunicação. Neste sentido, o curso propõe incentivar a prática da comunicação em TVs e
rádios comunitárias, em trabalhos alternativos junto às comunidades, na utilização da Internet
como via de diversificação da informação, entre outras técnicas.
Analisando o PPC de acordo com a realidade do curso, foi percebido que, de maneira geral, os
docentes não conhecem na íntegra o Plano Pedagógico do Curso. Acredita-se que cumprem
seu papel em consonância com o plano de ensino da disciplina que ministram que, por sua
vez, é construído em compatibilidade com o PPC. Contudo, para que sejam cumpridas mais
seguramente todas as premissas do PPC, é necessário que haja maior engajamento do corpo
docente com a IES. Em contrapartida, para isso, faz-se igualmente necessário que a IES
promova ações capazes de estimular a participação dos seus professores.
4.1.2 Ementário do curso
Para esclarecimentos quanto ao ementário do curso de Jornalismo, cabe identificar as
disciplinas oferecidas em cada período do curso, conforme expõe o Quadro 8.
Quadro 8 – Abordagem e classificação das disciplinas do curso de Jornalismo na IES pesquisada
PERÍODO DISCIPLINA ABORDAGEM CLASSIFICAÇÃO
1º Teoria da
Comunicação
Origens e desenvolvimento da
comunicação humana
Teórica
1º Sociologia Estudo das teorias sociológicas e
a relação entre a mídia e a
organização da cultura
Teórica
1º Filosofia e Ética Conceitos e correntes filosóficas,
valores éticos e morais
associados aos meios de
comunicação
Teórica
1º Cultura Brasileira Estudo da formação da
identidade cultural brasileira
Teórica
1º Comunicação e
Expressão
Estudo da comunicação,
expressão e sua relação com a
diversidade cultural e a
comunicação verbal e não-verbal
Teórica
![Page 98: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/98.jpg)
98
Continuação do Quadro 8 – Abordagem e classificação das disciplinas do curso de Jornalismo
na IES pesquisada
2º Oficinas de Textos I Produção, análise e discussão de
textos, com ênfase em textos da
mídia e gêneros textuais
Teórica e prática
2º Realidade
Sociopolítica e
Econômica do Brasil
A estrutura social, política e
econômica do Brasil e a
formação política e social
brasileira
Teórica
2º Metodologia da
Ciência
Estudo e análise dos paradigmas
da pesquisa, coletas, métodos e
técnicas na estrutura para
construção de um projeto
acadêmico com enfoques da
pesquisa e investigação no
campo da Comunicação Social.
Teórica
2º História da Arte As artes visuais como expressão
social no momento histórico.
Teórica
2º Economia e Gestão Problemas econômicos
fundamentais e agentes
econômicos. Consumidores de
bens e serviços para
comunicação e o mercado de
produtos da comunicação.
Teórica
3º Teoria e Estética da
Imagem
Percepção da imagem,
comunicação e cultura.
Introdução à semiótica
/semiologia da imagem.
Teórica
3º Redação para as
Mídias
As características das linguagens
nas mídias impressas e
eletrônicas (jornal, revista, rádio,
televisão e internet).
Teórica e prática
3º Oficina de Textos II A lógica da argumentação
escrita e oral e o contexto do
discurso. Produção textual de
caráter acadêmico e científico no
contexto do conhecimento da
Comunicação Social.
Teórica e prática
3º Marketing Domínio do mix estratégico para
lançamento, sustentação e
relançamento de produtos,
serviços, ideias e instituições em
seus respectivos mercados.
Marketing, vendas e
consumidor. Comunicação
Integrada de Marketing.
Teórica
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99
Continuação do Quadro 8 – Abordagem e classificação das disciplinas do curso de Jornalismo
na IES pesquisada
3º Introdução ao
Jornalismo
História do jornalismo no Brasil.
A profissão do jornalista: análise
e reflexão sobre o papel social e
o perfil do profissional do
jornalismo.
Teórica
3º Introdução à
Publicidade e
Propaganda
História da publicidade e
propaganda no Brasil.
Conceituação da publicidade e
propaganda. Princípios gerais da
atividade publicitária.
Teórica
4º Tópicos Integradores I O planejamento em
comunicação: estratégico, tático
e operacional, obedecendo à
missão e visão, a partir da
análise dos ambientes. O
composto de comunicação.
Teórica e prática
4º Planejamento Visual e
Gráfico
Fundamentos da comunicação
visual. Técnicas de criação e
produção de impressos, estudo
dos sistemas de impressão e
estudo das cores.
Teórica e prática
4º Linguagem
Fotográfica
História e evolução da
fotografia. Técnicas do registro
fotográfico. A câmera
fotográfica, seu funcionamento e
sua operação. Recursos técnicos
das câmeras profissionais. Luz e
iluminação. Lentes e filtros
especiais.
Teórica e prática
4º Fundamentos de
Televisão
Transmissão de som e imagens e
características da televisão
enquanto mídia. A linguagem
cinematográfica e a televisão e
produção de material para
televisão.
Teórica e prática
4º Fundamentos de
Rádio
A história do rádio no Brasil e
no mundo. Sistemas de
radiodifusão no Brasil e a rádio
digital. Técnicas de locução,
gravação e edição em rádio.
Criação, redação, produção,
gravação e edição material
radiofônico.
Teórica e prática
![Page 100: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/100.jpg)
100
Continuação do Quadro 8 – Abordagem e classificação das disciplinas do curso de Jornalismo
na IES pesquisada
5º Radiojornalismo A pauta no radiojornalismo e a
reportagem para rádio. A notícia
extra, a entrevista, o noticiário
radiofônico: tipos, estrutura e
linguagem. Produção de
programas radiofônicos e de
informação geral e
especializados e programas
educativos.
Teórica e prática
5º Técnica de Entrevista
e Reportagem I
A pauta, sua estrutura e sua
produção e o relacionamento
com as fontes. A entrevista
como instrumento de coleta de
informações e a pesquisa em
fontes documentais. Elaboração
de pautas, realização de
reportagens, entrevistas,
diagramação e produção
fotográfica.
Teórica e prática
5º Redação Jornalística I O jornalismo informativo e a
linguagem jornalística. O estilo
jornalístico e suas
características. Conceitos,
técnicas e atributos da notícia e
os gêneros jornalísticos.
Teórica e prática
5º Fotojornalismo Fotojornalismo e seus diferentes
gêneros e a leitura da imagem
como elemento informativo no
fotojornalismo. Cobertura
jornalística: o relacionamento do
repórter fotográfico com o fato e
o veículo de comunicação.
Teórica e prática
5º Edição Gráfica O planejamento gráfico e a
diagramação de jornais e revistas
e os tipos de diagramação e suas
aplicações. Os recursos visuais e
gráficos utilizados no jornalismo
impresso.
Teórica e prática
6º Tópicos Integradores
II
Apresentação do regulamento e
das normatizações para o projeto
experimental os formatos
permitidos, restringindo-se à
fase de planejamento.
Teórica e prática
6º Telejornalismo Função e papéis da equipe no
telejornalismo, espelho,
gravação, formatação e edição
para os programas de entrevista
e debate em estúdio.
Teórica e prática
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101
Continuação do Quadro 8 – Abordagem e classificação das disciplinas do curso de Jornalismo
na IES pesquisada
6º Técnicas de Entrevista
e Reportagem II
Dissertação, narração e
descrição em reportagem para
revista e para cadernos especiais
e as funções e estilos da
entrevista jornalística.
Teórica e prática
6º Redação Jornalística
II
O jornalismo interpretativo e de
profundidade, a estrutura das
reportagens de caráter
interpretativo e os gêneros
opinativos.
Teórica e prática
6º Jornalismo Online e
Multimídia
O uso jornalístico da internet, a
hipertextualidade nos sites e
portais; blogs; portais de notícias
e convergência das mídias.
Teórica e prática
7º Redação Jornalística
III
As editorias especializadas e as
especificidades textuais de cada
editoria.
Teórica e prática
7º Projeto Experimental Execução do Projeto nas
modalidades previstas no
Regulamento do Manual de
Projetos Experimentais de
Comunicação Social da IES.
Teórica e prática
7º Produção em Vídeo Técnicas de captação de imagem
tendo o vídeo como meio, forma
e estética de comunicação.
Teórica e prática
7º Comunicação
Empresarial e
Terceiro Setor
A comunicação como processo
nas organizações e seu mix no
contexto empresarial;
gerenciando crises a partir do
conhecimento dos tipos de
públicos, inclusive para
organizações do terceiro setor
com suas estratégias específicas.
Teórica e prática
7º Assessoria de
Imprensa e Agência
de Notícias
A assessoria de impressa e as
mídias e técnicas de
comunicação e relacionamento;
funcionamento de uma agência
de notícias e a organização de
um plano de assessoria de
imprensa.
Teórica e prática
Fonte: elaboração própria a partir do ementário do curso, atualizado em 2012 (2014)
É importante esclarecer que a pesquisa teve seu foco nos 6º e 7º períodos do curso, por
acreditar-se que, de maneira geral, os alunos dos referidos períodos, apresentam-se mais
maduros academicamente e/ou já possuem alguma experiência prática no mercado. Contudo,
![Page 102: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/102.jpg)
102
os alunos respondentes da pesquisa, fizeram menção a disciplinas de outros períodos. Assim,
entendeu-se que todas as disciplinas deveriam estar presentes no Quadro 8.
Em confronto com o PPC, é possível observar que, em termos gerais, o ementário do curso
traduz, em sua essência, o objetivo de preparar os alunos para o papel de jornalista diante de
uma demanda de mercado. A formação acadêmica parece ter seu foco voltado para que o
egresso seja um indivíduo empregável nos moldes tradicionais.
São 36 disciplinas com carga horária de 60h para cada uma, sendo que 23 apresentam caráter
teórico e prático. Em um contexto empírico, disciplinas com perfil teórico tendem a
avaliações que levam o aluno, em geral, a “decorar” conceitos, pesquisar pouco e tomar como
base, quase que exclusivamente, o conteúdo exposto através de recursos visuais através de
slides no PowerPoint. Já no caso de disciplinas que apresentam caráter teórico-prático, de
acordo com as orientações do docente, o aluno tende a demonstrar maior motivação e
comprometimento nas atividades solicitadas, caso seus conteúdos sejam conduzidos de forma
“leve”, criativa, inovadora.
Vale ressaltar que, mesmo as disciplinas consideradas teóricas, apresentam viés voltado para
aspecto prático. De fato, a metodologia de ensino e as práticas pedagógicas adotadas pelos
docentes são determinantes das características atribuídas pelos alunos a cada abordagem. A
quebra de paradigma nesse caso poderá operar mudanças de comportamento e aceitação de
conteúdos nem sempre aceitos com satisfação pelos alunos.
Como pode ser constatado no Quadro 8, não há a disciplina de Empreendedorismo ou outra
que contemple os mesmos princípios. No entanto, disciplinas como Cultura Brasileira,
Realidade Socioeconômica e Política do Brasil, Economia e Gestão, Tópicos Integradores I,
Técnicas de Entrevista e Reportagem I e II, Assessoria de Imprensa e Agência de Notícias,
Comunicação Empresarial e Terceiro Setor e Projeto Experimental, por exemplo, contemplam
atributos voltados para a promoção da integração da teoria referente ao curso com a prática do
mercado, além do estudo das técnicas necessárias para o desenvolvimento do profissional
conforme as demais. Tais atributos mostram-se relevantes quando incentivam os alunos à
criatividade na geração de ideias voltadas para atingimento de suas metas e objetivos.
![Page 103: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/103.jpg)
103
No caso de Tópicos Integradores I, seu conteúdo programático evidencia um planejamento de
comunicação de um evento institucional na área da Comunicação Social. Sua metodologia de
avaliação, conforme ditames repassados pela coordenação do curso “não contempla prova
escrita em nenhuma das unidades. O produto acadêmico é um plano de comunicação e
marketing para um evento de cunho acadêmico e/ou científico orientado pelo professor da
disciplina. Trata-se de um Projeto Integrador com regulamento próprio. O projeto, o plano e o
evento serão montados pelos alunos da disciplina: concepção, definição de temas, convidados,
estratégias, objetivos e metas, divulgação, cobertura, operacionalização, bem como a própria
realização do evento com projeto, confecção do plano de comunicação e marketing e entrega
de relatórios. Caberá ao professor orientar o aluno em todas as etapas do processo, bem como
montar um cronograma para a entrega do projeto e do briefing à coordenação em tempo hábil.
O professor também será responsável pela entrega do projeto e relatório em período
determinado pela coordenação do curso. Também será da responsabilidade do professor da
disciplina a operacionalização do evento in loco com a sua supervisão e presença no dia do
evento. A disciplina não contempla 2ª chamada ou Avaliação Final.”
Nesse contexto, os alunos não apenas devem apresentar um Plano de Comunicação para o
evento, mas devem perceber que o êxito do mesmo estará diretamente associado ao empenho
da turma e atitudes empreendedoras capazes de viabilizarem a interdisciplinaridade, a
presença de profissionais atuantes no mercado da comunicação, bem como estimularem a
presença dos alunos e cooperação dos professores da IES.
Afirma Filion (2000) que o empreendedorismo é um campo de pesquisa emergente, em que
não existe ainda uma teoria claramente estabelecida. Acrescenta que não se pode ensinar
como ser empreendedor da mesma forma que se ensina qualquer outro conteúdo. O ensino de
empreendedorismo precisa valer-se de estratégias que levem os alunos a definir, estruturar
contextos e compreender várias etapas de sua evolução. A educação empreendedora deve
ajudar os alunos no seu desenvolvimento, devendo ainda, ser pró-ativa, e utilizar-se de
métodos de ensino diversificados, incluindo um acompanhamento pessoal dos objetivos de
aprendizagem, individualizado e personalizado a cada participante inserido no processo de
aprendizagem.
Nessa perspectiva, o agente desafiador é transformar o ensino em uma experiência de vida e
não em uma técnica. O que se pode perceber dos estudos dos tantos autores pesquisados é que
![Page 104: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/104.jpg)
104
a formação de um indivíduo empreendedor é o resultado de ações econômico-culturais e do
contexto da instituição de ensino. Neste sentido, eles sugerem um esforço conjunto entre os
diversos cursos de graduação existentes.
Não há como deixar de mencionar que a relevância do ensino empreendedor e de suas práticas
pedagógicas diz respeito a todos os cursos, em todos os níveis, embora o foco desta pesquisa
seja exclusivamente o curso de Jornalismo. Porém, vários são os estudiosos sobre o tema e
sua importância, em especial para os cursos de Administração. Contudo, as várias áreas de
conhecimento acabam por requerer o mesmo interesse e impõem a mesma necessidade no
contexto mercadológico.
De acordo com o relatório da Endeavor, publicado em 2012, sobre empreendedorismo nas
IES, foi percebido que “em atividades mais técnicas, como “criar uma campanha de
marketing” ou “estimar demandas de clientes e capital”, alunos dos cursos de Publicidade e
Administração, respectivamente, possuem maiores índices de confiança. Isso nos leva a crer
que o estudo e o conhecimento das salas de aula realmente influenciam a confiança dos
estudantes” (ENDEAVOR, 2012, p. 37).
Para Dolabela (1999, p.116), existem parâmetros a serem considerados quanto ao que se
traduz como ensino convencional e ensino de empreendedorismo:
Quadro 9 – Comparativo entre ensino convencional e ensino de empreendedorismo
ENSINO CONVENCIONAL ENSINO DE EMPREENDEDORISMO
Ênfase no conteúdo, que é visto como
meta.
Ênfase no processo; aprender a aprender.
Conduzido e dominado pelo instrutor. Apropriação do aprendizado pelo participante.
O instrutor repassa o conhecimento. O instrutor como facilitador e educador;
participantes geram conhecimento.
Aquisição de informações “corretas”, de
uma vez por todas.
O que se sabe pode mudar.
Currículos e sessões fortemente
programados.
Sessões flexíveis e voltadas a necessidades.
Objetivos do ensino impostos. Objetivos do aprendizado negociados.
Prioridade para o desempenho. Prioridade para a auto-imagem geradora do
desempenho.
Rejeição ao desenvolvimento de
conjecturas e pensamento divergentes.
Conjecturas e pensamento divergentes vistos
como parte do processo criativo.
![Page 105: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/105.jpg)
105
Continuação do Quadro 9 – Comparativo entre ensino convencional e ensino
de empreendedorismo
Ênfase no pensamento analítico e linear
parte esquerda do cérebro.
Envolvimento de todo o cérebro; aumento da
racionalidade do cérebro esquerdo através de
estratégias holísticas, não-lineares, intuitivas;
ênfase na confluência e fusão dos dois
processos.
Conhecimento teórico e abstrato. Conhecimento teórico amplamente
complementado por experimentos na sala de
aula e fora dela.
Resistência à influência da comunidade. Encorajamento à influência da comunidade.
Ênfase no mundo exterior; experiência
interior é considerada inadequada ao
ambiente de aprendizagem.
Experiência interior é contexto para o
aprendizado; sentimentos incorporados à ação.
Educação encarada como necessidade
social durante certo período de tempo,
para firmar habilidades mínimas para um
determinado papel.
Educação vista como processo que dura toda a
vida, relacionado apenas tangencialmente com
a escola.
Erros não aceitos Erros como fonte de conhecimento.
O conhecimento é o elo entre aluno e
professor.
Relacionamento humano entre professores e
alunos é de fundamental importância. Fonte: Dolabela (1999, p. 116)
Apesar dos parâmetros formulados por Dolabela (1999), conforme Quadro 10, no que se
refere à comparação entre o ensino convencional e o ensino empreendedor, é importante que
se faça uma reflexão nesse sentido. No campo teórico, lidar com novos conceitos e caminhos
traduz uma possível tendência em função das constantes mudanças no mercado e das novas
demandas que se apresentam no contexto profissional. Por outro lado, é igualmente relevante
que as “velhas” práticas não sejam entendidas simplesmente como obsoletas. Empiricamente
é possível perceber que o novo integra-se naturalmente a práticas antigas. Prova disso é o uso
de recursos tecnológicos incorporados na rotina de docentes que vivenciaram uma realidade
diferente no início de suas carreiras, quando ferramentas de sala de aula se restringiam à lousa
e giz. Em última análise, os professores precisavam usar de muita criatividade para obter
atenção e resultados positivos dos alunos. Dessa forma, compreende-se que o novo também
pode ser trabalhado de modo convencional.
Nesse cenário, a análise documental busca promover o entendimento dos “porquês”
relacionados às possíveis lacunas que se encontram no curso de Jornalismo, a partir da leitura
do Plano Pedagógico do Curso e da grade curricular do curso e suas diretrizes, devidamente
homologadas pelo MEC.
![Page 106: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/106.jpg)
106
No caso de Tópicos Integradores II e Projeto Experimental, as disciplinas apresentam-se
vinculadas, uma vez que a primeira trata do “pré-projeto” que será desenvolvido no período
seguinte em Projeto Experimental como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Ambas as
disciplinas são teóricas e práticas. Ambas exploram metodologia da pesquisa e a utilização
correta e necessária de normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Apresentam aspectos que contemplam a prática empreendedora, uma vez que o TCC, em
qualquer que seja a modalidade, representa a oportunidade para construção de proposta
acadêmico-profissional interdisciplinar e inovadora.
Nesse contexto, Filion (1999) aponta a responsabilidade do professor no processo de ensino-
aprendizagem. Prossegue afirmando que o trabalho do professor de empreendedorismo requer
um comprometimento e empenho que ultrapassam o papel tradicional do professor. Este deve
utilizar estruturas que facilitarão o processo de implantação de uma sociedade na qual será
possível a eclosão do potencial empreendedor brasileiro.
Em relação às técnicas pedagógicas, pode-se dizer que não há uma “receita”, mas,
empiricamente, a observação do que será considerado o mais apropriado. Algumas dessas
práticas cabem na vivência bem-sucedida de alguns docentes, conforme será visto na análise
dos dados coletados. Alguns exemplos são as do tipo ativo-aplicadas, sendo estas simulações,
exercícios estruturados, projetos de campo, visitas técnicas e as atividades ativo-teóricas,
como trabalho em equipe, discussões acerca de leituras indicadas, experimentos e pesquisas,
análise de artigos e casos reais.
Deve ser destacado que o acesso às informações aqui comentadas sobre as disciplinas do
curso de Jornalismo, planos de ensino e demais documentos já mencionados foi possível
através de contato direto com o coordenador dos cursos de Comunicação Social da IES
pesquisada e com os professores das disciplinas ministradas em Jornalismo. Foi importante o
levantamento do plano de ensino de cada uma das disciplinas do curso, para estabelecer
entendimento entre as ementas e as bibliografias utilizadas.
Assim, com relação ao ementário do curso de Jornalismo da IES em questão, atualizado em
2012, é possível observar que as disciplinas oferecidas apresentam-se de acordo com as
diretrizes do MEC, do ponto de vista do conteúdo. Contudo, vale ressaltar que formas de
![Page 107: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/107.jpg)
107
avaliação do ensino e da aprendizagem são específicas de cada disciplina e particulares a cada
docente.
Por meio da análise documental, pretendeu-se verificar se os conteúdos obrigatórios nas
disciplinas são compatíveis com as práticas pedagógicas utilizadas pelos docentes, e se podem
ser consideradas empreendedoras com base nos conceitos dos principais teóricos sobre o
tema.
4.1.3 Bibliografia recomendada
A verificação relacionada às bibliografias recomendadas foi realizada por períodos,
obedecendo aos seguintes critérios: atualização das edições considerando que para as
publicações consideradas clássicos da literatura, a atualização não é relevante (e comumente
inexistente); bibliografia disponível na biblioteca da IES e a recomendação de oito livros por
disciplina, sendo três considerados bibliografia básica e cinco, bibliografia complementar.
Todas encontram-se disponíveis na biblioteca da IES, tanto para consulta como para
empréstimo.
a) Primeiro período
No primeiro período, as disciplinas ministradas são todas consideradas teóricas. Existe
literatura aparentemente desatualizada. Contudo, são livros de autores tidos como pioneiros
em algumas abordagens, criadores de teorias estudadas na contemporaneidade ou clássicos.
Dessa forma, a edição não deve ser considerada desatualizada.
Quadro 10 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do primeiro período do curso
Disciplinas Livro Autor Ano de Edição
Teoria da
Comunicação
Curso básico de teoria da
comunicação
PEREIRA, José H. 2007
Introdução às ciências da
comunicação
BOUGNOUX, Daniel. 1999
Teorias da comunicação HOHLFELDT, Antonio,
FRANÇA, Vera V.,
MARTINO, Luiz C.
2008
Semiótica, informação e
comunicação
COELHO NETTO, J.
Teixeira.
2007
![Page 108: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/108.jpg)
108
Continuação do
Teoria da
Comunicação
Quadro 10 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do primeiro
período do curso
História das teorias da
comunicação
MATTELART, Armand. 2006
Introdução à teoria da
comunicação
RÜDIGER, Francisco. 2005
Teorias da comunicação:
da fala à internet
SANTOS, Roberto Elísio
dos.
2003
Teorias da comunicação
de massa
WOLF, Mauro. 2012
Sociologia
Sociologia: introdução à
ciência da sociedade
COSTA, Cristina. 2007
Manual de Sociologia:
dos clássicos à sociedade
da informação
FERREIRA, Delson. 2003 (18 ex.)
Introdução à Sociologia VILA NOVA, Sebastião. 2004
Introdução à Sociologia:
complexidade,
interdisciplinaridade e
desigualdade social
DEMO, Pedro. 2010
Sociologia das
Organizações
DIAS, Reinaldo. 2008
Da divisão do trabalho
social
DURKHEIM, Emile. 2010
Sociologia Geral LAKATOS, Eva Maria e
MARCONI, Maria de A.
2008
Sociologia Conceitos Básicos de
Sociologia
WEBER, Max. 2002
Filosofia e Ética
Filosofando: introdução
à filosofia
ARANHA, Maria Lúcia de
Arruda.
2003
Introdução à história da
filosofia
CHAUÍ, Marilena. 2002
Filosofia, Linguagem e
Comunicação
MARCONDES, D. 2001
Filosofia do Trabalho BAGOLINI, L. 1997
Convite à filosofia CHAUÍ, Marilena. 2010
Fundamentos da
Filosofia: história e
grandes temas
COTRIM, Gilberto. 2006
Uma breve introdução à
Filosofia
NAGEL, T. 2007
Filosofia, Ética e Mídia TRANSFERETTI, José A. 2001
Cultura
Brasileira
Cultura brasileira ao vivo ALMEIDA, Cândido José
Mendes de.
2001
Cidadania e cultura
brasileira
MOTOYAMA, Shozo. 2001
Cultura Brasileira: utopia
e massificação
NAPOLITANO, Marcos. 2006
![Page 109: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/109.jpg)
109
Continuação do
Cultura
Brasileira
Quadro 10 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do primeiro
período do curso
Cultura e sociedade no
Brasil: ensaios sobre
ideias e formas
COUTINHO, Carlos
Nelson.
2005
Cultura Brasileira e
Identidade Nacional
ORTIZ, Renato. 2001
O povo brasileiro RIBEIRO, Darcy. 2011
Síntese de história da
cultura brasileira
SODRÉ, Nelson Werneck. 2003
Cultura Brasileira: o que
é como se faz
VANNUCHI, Aldo. 1999
Comunicação e
Expressão
Português básico:
gramática, redação e
texto
ALMEIDA, A. F. 2004
Comunicação em língua
portuguesa
MEDEIROS, João Bosco;
ANDRADE, Maria
Margarida de.
2006
Discurso, estilo e
subjetividade
POSSENTI, Sírio. 2008
Manual de expressão
oral e escrita
CÂMARA JR, Joaquim
M.
2008
Funções de Linguagem CHALHUB, Samira. 2006
Curso de gramática
aplicada aos textos
INFANTE, Ulisses. 2008
Redação científica: a
prática de fichamentos,
resumos, resenhas
MEDEIROS, J. B. 2008
Comunicação e
Expressão
Práticas de Linguagem TERRA, Ernani;
NICOLA, José.
2007
Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
O Quadro 10 mostra a relação de livros indicados para o primeiro período, seus respectivos
autores e ano das edições.
Em relação aos autores estudados nas disciplinas pertinentes a esse período, verificou-se que
há coerência nas escolhas.
Foi percebido que, para a disciplina Cultura Brasileira, cinco das indicações bibliográficas
apresentam edição anterior a 2004. No entanto, as abordagens pertinentes a questões culturais,
naturalmente datam de anos diversos. As abordagens são históricas, geográficas,
antropológicas e sociológicas. Assim, os anos de edição não são relevantes no contexto de
uma atualização bibliográfica para fins de aprendizado.
![Page 110: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/110.jpg)
110
O mesmo ocorre para a disciplina Filosofia e Ética, que pretende propiciar conhecimento
sobre conceitos e correntes filosóficas, valores éticos e morais associados aos meios de
comunicação.
No caso de Sociologia, apenas dois dos livros tem edição apresentada há mais de dez anos,
contudo trata-se de um clássico de Max Weber (Conceitos básicos de sociologia, editado pela
Editora Centauro em 2002) e Manual de Sociologia: dos clássicos à sociedade da informação
de Delson Ferreira que, em 2003, teve apenas 18 exemplares publicados pela Editora Atlas
em sua segunda edição.
Em Teoria da Comunicação o foco é o entendimento das origens e desenvolvimento da
comunicação humana e foram identificadas duas indicações bibliográficas sem atualização
recente, sendo que uma delas também é considerada um clássico de Daniel Bougnoux
(Introdução às ciências da comunicação, editado pela Edusc em 1999).
Comunicação e Expressão é uma disciplina constante na modalidade de Ensino à Distância
(EaD), que contempla o estudo da comunicação, expressão e sua relação com a diversidade
cultural e a comunicação verbal e não-verbal. Nessa disciplina a bibliografia sugerida
corresponde a publicações recentes de autores diversos.
b) Segundo período
Como ocorre no primeiro período, em algumas indicações bibliográficas, também há aparente
desatualização. No entanto, trata-se de livros de autores considerados atemporais, referência
em suas abordagens.
![Page 111: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/111.jpg)
111
Quadro 11 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do segundo período do curso
Disciplinas Livro Autor Ano de
Edição
Oficina de
Textos I
Manual de Sobrevivência
na Redação
NOGUEIRA, Juarez. 2001
Técnica de Redação GARCEZ, Lucilia H. C. 2002
Curso de Gramática
Aplicada aos Textos
INFANTE, Ulisses. 2001
Produção de Textos e
Usos da Linguagem
CAMPEDELLI, Samira Y.
SOUZA, Jesus J. B.
1998
Técnicas Básicas de
Redação
GRANATIC, Branca. 1999
Compreensão e Produção
de Textos
SOUZA, Luiz M. 1995
Análise de Textos de
Comunicação
MAINGUENEAU,
Dominique, SILVA,
Cecília P. S.
2001
Para entender o texto SAVIOLI, Francisco
Platão; FLORIN, José
Luiz
2005
Realidade
Sociopolítica e
Econômica do
Brasil
Sociologia e sociedade:
leituras de introdução à
sociedade.
FORACCHI, Marialice
Mencarini; MARTINS,
José de Souza.
2008
Introdução à política
brasileira
DANTAS, Humberto. 2007
Anos 90: política e
sociedade no Brasil
DAGNINO, Evelina
(Org.).
2004
Ciência política BONAVIDES, Paulo. 2008
Política e sociedade no
Brasil (1930-1964)
COELHO, Hercídia;
BARBOSA, Agnaldo;
AGGIO, Alberto.
2002
Formação econômica do
Brasil
FURTADO, Celso. 1998
A idéia de Brasil Moderno IANNI, Otavio. 2004
A Nova Sociedade
Brasileira
SORJ, Bernardo. 2006
Metodologia da
Ciência
Metodologia do trabalho
científico.
SEVERINO, Antônio
Joaquim.
2002
Como elaborar projetos de
pesquisa
GIL, Antônio Carlos. 2007
Fundamentos da
metodologia científica: um
guia para a iniciação
cientifica
BARROS, Aidil Jesus da
Silveira; LEHFELD,
Neide Aparecida de Souza.
2007
Metodologia da
Ciência
Metodologia do trabalho
científico: procedimentos
LAKATOS, Eva Maria. 2007
Metodologia do trabalho
intelectual
D’ONOFRIO, Salvatore. 2000
![Page 112: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/112.jpg)
112
Continuação do
Metodologia da
Ciência
Quadro 11 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do segundo
período do curso
Metodologia do
conhecimento científico
DEMO, Pedro. 2000
Comunicação e pesquisa:
projetos para mestrado e
doutorado.
SANTAELLA, Lúcia. 2001
Pesquisa em Comunicação LOPES, Maria
Immacolata Vassalo.
2005
História da Arte
A definição da arte ECO, Umberto. 2008
A História da Arte GOMBRICH, E.H. 1999
A dimensão estética MARCUSE, Herbert. 2007
O pós-modernismo BARBOSA, Ana Mãe;
GUINSBRUG, J.
2008
Descobrindo a História da
Arte
PROENÇA, Graça. 2008
O que é arte COLI, Jorge. 2006
Análise do texto visual PIETROFORTE, Antonio
Vicente.
2008
Jornalismo Cultural PIZA, Daniel. 2003
Economia e
Gestão
Economia Micro e Macro VASCONCELLOS,
Marco Antonio Sandoval
de.
2007
Introdução à economia:
princípios de micro e
macroeconomia
MANKIW, N. Gregory. 2001
Fundamentos de economia VASCONCELLOS,
Marco Antonio Sandoval
de; GARCIA, Manuel
Enriquez.
2008
Economia Brasileira:
fundamentos e atualidades
LANZANA, Antônio
Evaristo Teixeira.
2008
Economia e
Gestão
Economia Brasileira
Contemporânea
GREMAUD, Amaury
Patrick;
VASCONCELLOS,
Marco Antonio Sandoval
de.
2008
Formação econômica do
Brasil
FURTADO, Celso. 2009
Introdução à economia ROSSETTI, José
Paschoal.
2007
Manual de economia PINHO, Diva Benevides;
VASCONCELLOS,
Marco Antonio S. de.
2004
Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
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113
O Quadro 11 demonstra todas as disciplinas ministradas no segundo período de Jornalismo da
IES pesquisada.
Como no caso dos autores indicados para o primeiro período, verificou-se pertinência na
escolha dos autores para o período em estudo.
No caso da disciplina Oficina de Textos I, apenas uma das publicações indicadas apresenta
menos de dez anos de sua edição. Vale ressaltar que, conforme a ementa, trata-se de disciplina
voltada para produção de textos para as mídias, de forma que pressupõe acompanhamento
criterioso da dinâmica e das mudanças relacionadas ao contexto das mídias.
Para Realidade Sociopolítica e Econômica do Brasil, não há qualquer discrepância no que
se refere à bibliografia recomendada. Há duas publicações indicadas com seus anos de edição
constando de mais de dez anos: os clássicos de Hercídia Coelho, Agnaldo Barbosa e Alberto
Aggio, com Política e sociedade no Brasil (1930-1964), publicado pela Annablume em 2002
e; Formação econômica do Brasil de Celso Furtado, publicado pela Cia das Letras em 1998.
No caso de Metodologia da Ciência, quatro das publicações recomendadas não sofreram
atualização recente, contudo, vale destacar que para a referida disciplina, a comunicação dos
possíveis ajustes e mudanças nos conteúdos, conferem das atribuições do docente ministrante,
uma vez que não são constantes.
No que se refere à História da Arte, a exemplo de Realidade Sociopolítica e Econômica do
Brasil, as publicações que apresentam data de edição com mais de dez anos, são obras
clássicas de autores de grande significado para as abordagens da disciplina (A história da Arte
de E. H. Gombrich publicado em 1999 pela LTC; Jornalismo cultural de Daniel Piza,
publicado pela Contexto em 2003).
Em Economia e Gestão verificou-se que apenas a obra Introdução à economia de Gregory
Mankiw, publicada pela Campus em 2001 encontra-se fora do padrão de atualizações
recentes. No entanto, como em outros casos mencionados, o referido autor e sua obra são
valorosos ícones nas discussões da disciplina.
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114
c) Terceiro período
O Quadro 12 relaciona todas as disciplinas do terceiro período com a literatura utilizada, seus
autores e ano de edição de cada uma.
Quadro 12 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do terceiro período do curso
Disciplinas Livro Autor Ano de Edição
Teoria e Estética
da Imagem
A Sintaxe da Linguagem
Visual
DONDIS, Donis. 2002
Introdução à análise da
imagem
JOLY, Martine. 2002
Imagem: cognição,
semiótica e mídia
NOTH, Winfried;
SANTAELLA, Lúcia.
2008
Semiótica aplicada SANTAELLA, Lúcia. 2002
Elementos da semiologia BARTHES, Roland. 2008
Arte e percepção visual ARNHEIM, Rudolf. 2008
A imagem AUMONT, Jacques. 2010
Semiótica visual PIETROFORTE, Antonio
Vicente.
2007
Redação para as
Mídias
Linguagem da
propaganda
SANDMANN, Antonio
José.
2007
Linguagem jornalística LAGE, Nilson. 2006
Hipertexto, hipermídia FERRARI, Pollyana. 2010
Redação publicitária:
sedução pela palavra
FIGUEIREDO, Celso. 2005
Estrutura da informação
radiofônica
PRADO, Emílio. 2000
O texto na TV PATERNOSTRO, Vera
Iris.
2006
Análise de Textos de
Comunicação
MAINGUENEAU,
Dominique, SILVA,
Cecília P. S.
2005
Redação publicitária HOFF, Tânia;
GABRIELLI, Lourdes.
2004
Oficina de
Textos II
Métodos e Técnicas de
Pesquisa em
Comunicação
JORGE, Duarte;
BARROS, Antônio.
2006
Análise de Textos de
Comunicação
MAINGUENEAU,
Dominique, SILVA,
Cecília P. S.
2005
Redação científica MEDEIROS, João Bosco. 2009
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115
Continuação do Quadro 12 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do terceiro
período do curso
Oficina de
Textos II
Práticas de linguagem TERRA, Ernani;
NICOLA, José de.
2007
Discurso, Estilo e
Subjetividade
POSSENTI, Sírio. 2008
Funções da Linguagem CHALHUB, Samira. 2006
Comunicação e pesquisa:
projetos para mestrado e
doutorado
SANTAELLA, Lúcia. 2001
Pesquisa em
Comunicação
LOPES, Maria
Immacolata Vassalo.
2005
Marketing
Comunicação integrada
de marketing: conceito,
técnicas e práticas
CRESCITELLI, Edson;
OGDEN, James R.
2007
Administração de
marketing: a bíblia do
marketing
KELLER, Kevin Lane;
KOTLER, Philip.
2009
Administração de
marketing
KOTLER, Phillip. 2009
Administração de
marketing no Brasil
COBRA, Marcos. 2009
Marketing 3.0: as forças
que estão definindo o
novo marketing centrado
no ser humano
KOTLER, Philip. 2010
Administração de
marketing
LAS CASAS, Alexandre
Luzzi.
2010
Posicionamento: a
batalha por sua mente
RIES, Al; TROUT, Jack. 2009
Criatividade e Marketing DUAILIBI, Roberto;
SIMONSEN JÚNIOR,
Harry.
2000
Introdução ao
Jornalismo
O que é jornalismo ROSSI, Clovis. 2007
Manual do Foca JORGE, Thais de
Mendonça.
2008
História do Jornalismo
no Brasil
LAGO, Cláudia;
ROMANCINI, Richard.
2007
Jornalismo: teoria e
prática
COTA, Pery. 2005
Conceitos de jornalismo KUNZIK, Michael. 2008
Deu no jornal: o
jornalismo impresso na
era da Internet
CALDAS, Álvaro. 2002
Pragmática do
Jornalismo
CHAPARRO, Manuel C. 2007
A arte de fazer um jornal
diário
NOBLAT, Ricardo. 2008
Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
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116
Verifica-se no Quadro 12 que apenas 05 (cinco) das edições indicadas em todas as disciplinas
do terceiro período apresentam edição publicada há mais de dez anos.
Para Redação para as Mídias, que trata da relação entre texto e imagem nas diversas mídias,
foi verificado que apenas uma das obras sugeridas consta de edição datada de mais de dez
anos. Contudo, trata-se do livro Estrutura da informação radiofônica, de Emílio Prado,
publicado em 2000 pela Summus e, que, transcende tempo e espaço pela relevância de suas
discussões para o universo profissional do futuro jornalista.
Em Introdução ao Jornalismo, identificou-se que uma das importantes indicações
bibliográficas encontra-se desatualizada, uma vez que apresenta como data de edição o ano de
2002 (a última edição consta de 2008).
Já para a disciplina de Marketing, todas as sugestões bibliográficas encontram-se
consonantes com o esperado. A única publicação que consta de edição supostamente
desatualizada é Criatividade e marketing de Roberto Duailibi e Harry Simonsen Júnior,
publicada pela Makron Books, em 2000. Contudo é uma das obras de peso para a disciplina,
por ser atemporal.
Para Oficina de Textos II, verificou-se que há uma obra indicada com edição desatualizada,
porém, em um contexto que corresponde à “lógica da argumentação escrita e oral”,
abordagem prevista na ementa da disciplina.
No caso de Teoria e Estética da Imagem, três obras datam de mais de dez anos de editadas,
contudo representam para as discussões da disciplina grande importância, pois não dependem
de atualizações cronológicas. Normalmente são obras reeditadas por esgotarem-se no
mercado. São A sintaxe da linguagem visual de Donis Dondis em edição de 2002 pela
Martins Fontes; Introdução à análise da imagem de Martine Joly em edição de 2002 pela
Papirus e Semiótica aplicada de Lúcia Santaella, editada em 2002 pela Cengage Learning.
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117
d) Quarto período
Considera-se que a partir do quarto período as obras sejam ainda mais específicas para o curso
de Jornalismo, uma vez que é a partir do referido momento do curso que as os alunos
ingressam em ciclo profissional, saindo do ciclo básico das abordagens.
Quadro 13 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do quarto período do curso
Disciplinas Livro Autor Ano de Edição
Tópicos
Integradores I
Planejamento em
propaganda
CORREA, Roberto. 2008
Gestão estratégica da
comunicação
mercadológica
LUPETTI, Marcélia. 2009
Planejamento da
comunicação integrada
VASCONCELOS,
Luciene Ricciotti.
2003
Assessoria de imprensa:
teoria e prática
FERRARETTO, Luiz
Artur; FERRARETTO,
Elisa Kopplin.
2009
Planejamento em
relações públicas
KUNSCH, Margarida
Maria Krohling.
2003
Planejamento estratégico OLIVEIRA, Djalma de
Pinho Rebouças de.
2010
Comunicação integrada
de marketing
PINHEIRO, Duda;
GULLO, José.
2010
Comunicação
empresarial e planos de
comunicação
TAVARES, Maurício. 2010
Planejamento
Visual e Gráfico
Tipografia & design
gráfico
FONSECA, Joaquim da. 2008
Planejamento visual e
gráfico
MILTON, Ribeiro. 2007
Design para quem não é
design: noções básicas
de planejamento visual
WILLIANS, Robin. 2009
Direção de arte em
propaganda
CEZAR, Newton. 2009
Produção gráfica BAER, Lorenzo. 2009
Psicodinâmica das cores
em comunicação
FARINA, Modesto. 2006
Primeiros socorros em
tipografia
FOSSMAN, Fiedrich;
WILLBERG, Hans Peter.
2007
Produção gráfica para
designers
VILLAS-BOAS, André. 2007
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118
Continuação do Quadro 13 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do quarto
período do curso
Linguagem
Fotográfica
O ato fotográfico DUBOISD, Philippe. 2009
Fotografia: usos e
funções no século XIX
FABRIS, Annateresa. 2008
Guia Completo de
Fotografia
HEDGECOE, John. 2001
Equipamento fotográfico TRIGO, Thales. 2006
Manual de fotografia FOLTS, James A.;
LOVELL, Ronald P.;
ZWAHLEN JR., Fred C.
2011
Fotografia básica LANGFORD, Michael. 2009
O fotográfico SAMAIN, Etienne. 2005
Making of: revelações
sobre o dia-a-dia da
fotografia
CESAR, Newton;
PIOVAN, Marco.
2007
Fundamentos de
Televisão
Produção e direção de
TV e vídeo
KELLISON, Cathrine. 2007
O texto na TV: manual
de telejornalismo
PATERNOSTRO, Vera
Íris.
2006
Gêneros e formatos na
televisão brasileira
SOUZA, José Carlos
Aronchi.
2004
Televisão digital
interativa: reflexões,
sistemas e padrões
BRENNAND, Edna;
LEMOS, Guido.
2007
O comercial de televisão:
planejamento e produção
ELIN, Larry; LÁPIDES,
Alan.
2007
Televisão levada a sério MACHADO, Arlindo. 2009
Direção de Câmera WATTS, Harris. 1999
Telejornalismo YORKE, Ivor. 2007
Fundamentos de
Rádio
Gêneros radiofônicos BARBOSA FILHO,
André.
2003
Produção de Rádio: um
guia abrangente de
produção radiofônica
MCLEISH, Robert. 2001
Técnicas de
comunicação pelo rádio
ORTIZ, Miguel Angel. 2005
Como falar no rádio CESAR, Cyro. 2009
Estrutura da Informação
Radiofônica
ORTRIWANO, Gisela S.;
PRADO Emílio.
1989
A informação no Rádio ORTRIWANO, Gisela S. 1985
Produção de Radio PRADO, Magali. 2007
Propaganda no rádio REIS, Clóvis. 2008 Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
Verificou-se que 7 (sete) obras recomendadas no quarto período apresentam data anterior a
2004 em sua edição, conforme Quadro 13.
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119
Para Fundamentos do Rádio foi identificado que quatro obras apresentam data de edição
inferior a 2004. Porém, deve ser considerado que trata-se de disciplina que remete ao estudo
da origem de um veículo e suas implicações. Dessa forma, não devem ser as referidas obras
mencionadas como desatualizadas: Gêneros radiofônicos de André Barbosa Filho (Paulinas,
2003); Produção de rádio – um guia abrangente de produção radiofônica (Summus, 2001); A
informação no rádio de Gisela Ortriwano (Summus, 1985); Estrutura da informação
radiofônica de Emílio Prado (Summus, 1989).
Em Fundamentos de Televisão, apenas a obra Direção de câmera de Harris Watts (Summus,
1999) apresenta ano de edição aparentemente defasado. Vale ressaltar que trata-se de obra
traduzida em 1990 e representa obra de referência histórica para o Jornalismo.
Na disciplina Linguagem Fotográfica observou-se que da mesma forma que Fundamentos
de Televisão, há o estudo de obra traduzida, tida como relevante para o estudo dos princípios
históricos da disciplina, mesmo apresentando ano de edição anterior a 2004 (Guia completo
de fotografia de John Hedgecoe, editado em 2001 pela Martins Fontes).
Tópicos Integradores I prevê a construção de um plano de comunicação e sua execução.
Nesse contexto deve contemplar abordagens inicialmente conceituais a partir de autores
considerados referências em tais discussões. Assim, não devem ser consideradas obras
desatualizadas as que constam do Plano de Ensino da referida disciplina obras como
Planejamento da comunicação integrada de Luciene Ricciotti Vasconcelos (Summus, 2003) e
Planejamento em relações públicas de Margarida Kunsch (Summus, 2003).
Para Planejamento Visual e Gráfico não consta qualquer obra que não contemple
atualização recente de edição.
e) Quinto período
Em análise das obras recomendadas para as disciplinas do quinto período, foram observadas
datas de edição com mais de dez anos de publicadas. Contudo, conforme informações a
seguir, nenhum dos títulos deve ser considerado ultrapassado ou menos relevante que os
demais.
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120
Quadro 14 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do quinto período do curso
Disciplinas Livro Autor Ano de Edição
Radiojornalismo
Manual de
Radiojornalismo
BARBEIRO, Heródoto,
LIMA, Paulo R.
2003
Radiojornalismo CHANTLER, Paul,
HARRIS, Sim.
1998
Produção de Rádio: um
guia abrangente de
produção radiofônica
MCLEISH, Robert. 2001
Como falar no rádio CESAR, Cyro. 2009
Rádio - 24 horas de
jornalismo
PARADA, Marcelo. 2000
Jornalismo de rádio JUNG, Milton. 2007
A informação no Rádio ORTRIWANO, Gisela S. 1985
Produção de Radio PRADO, Magali. 2006
Técnica de
Entrevista e
Reportagem I
A Prática da Reportagem KOTSCHO, Ricardo. 2000
A Reportagem: Teoria e
Técnica de Entrevista e
Pesquisa Jornalística
LAGE, Nilson. 2009
Entrevista: o diálogo
possível
MEDINA, Cremilda. 2008
Sobre entrevistas:
Teoria, prática e
experiências
CAPUTO, Stela Guedes. 2006
Maus pensamentos: os
Mistérios do Mundo e a
Reportagem Jornalística
KUNSCH, Dimas A. 2000
A apuração da notícia:
métodos de investigação
na imprensa
PEREIRA JÚNIOR, Luiz
Costa.
2006
A Primeira Reportagem PEREIRA, Sylvio. 2004
Entrevista e Ética CRIPA, Marcos. 1998
Redação
Jornalística I
Técnicas de codificação
em jornalismo: redação,
captação e edição no
jornal diário
ERBOLATO, Mário L. 2008
Manual de Redação da
Folha de São Paulo
FOLHA DE SÃO PAULO 2001
Linguagem Jornalística LAGE, Nilson. 2006
Estrutura da notícia LAGE, Nilson. 2009
A arte de fazer um jornal
diário
NOBLAT, Ricardo. 2008
A prática da reportagem KOTSCHO, Ricardo. 1986
Manual de redação e
estilo: Estado de São
Paulo
MARTINS, Eduardo. 1997
Como usar o jornal na
sala de aula
FARIA, Maria A. 2009
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121
Continuação do Quadro 14 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do quinto
período do curso
Fotojornalismo
Guia Completo de
Fotografia
HEDGECOE, John. 2001
Fotojornalismo OLIVEIRA, Erivam M.
de; VICENTINI, Ari.
2009
O melhor do
fotojornalismo brasileiro
EDITORA EUROPA 2010
A Câmera ADAMS, Ansel. 2000
Making of: revelações
sobre o dia-a-dia da
fotografia
CESAR, Newton;
PIOVAN, Marco.
2008
O ato fotográfico DUBOIS, Philippe. 2009
Sobre fotografia SONTAG, Susan. 2004
O fotográfico SAMAIN, Etienne. 2005
Edição Gráfica
Produção gráfica para
designers
VILLAS BOAS, André. 2009
Planejamento visual e
gráfico
RIBEIRO, Milton. 2007
Edição e design: o guia
para ganhar leitores
WHITE, Jan V. 2006
Primeiros socorros em
tipografia
WILLBERG, Hans Peter;
FORSSMAN, Friedrich.
2007
Tipografia & design
gráfico
FONSECA, Joaquim. 2008
Diagramação: o
Planejamento Visual
Gráfico na Comunicação
Impressa
SILVA, Rafael S. 1985
Design para quem não é
design: noções básicas
de planejamento visual
WILLIANS, Robin. 2009
Design gráfico HOLLIS, Richard. 2005 Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
O Quadro 14 contempla as obras, autores e datas de edição pertinentes às disciplinas do
quinto período de Jornalismo.
Para Edição Gráfica, apenas a obra Diagramação – o planejamento visual gráfico na
comunicação impressa de Rafael Silva (Summus, 1985) apresenta ano de publicação aquém
do esperado para a disciplina. No entanto, vale ressaltar que trata-se de publicação de peso
histórico para o entendimento dos preceitos dos conteúdos programáticos.
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122
Da mesma forma verificou-se que ocorre com a disciplina de Fotojornalismo, com relação às
obras Guia completo de fotografia de John Hedgecoe (Martins Fontes, 2001) e A Câmera de
Ansel Adams (Senac, 2000).
O mesmo se repete para a disciplina de Redação Jornalística I. Obras como Manual de
redação da Folha de São Paulo (Publifolha, 2001); A prática da reportagem, de Ricardo
Kotscho (Ática, 1986) e Manual de redação e estilo – Estado de São Paulo (Moderna, 1997)
refletem o valor atual de abordagens feitas no passado.
Para Técnicas de Entrevista e Reportagem obras e autores de referência e relevância que o
tempo não substituiu são A prática da reportagem de Ricardo Kotecho (Ática, 2000);
Entrevista e ética de Marcos Cripa (Educ, 1998) e Maus pensamentos – os mistérios do
mundo e a reportagem jornalística de Dimas Kunsch (Annablume, 2000).
No caso de Radiojornalismo obras a princípio, consideradas antigas, são contemporâneas e
esclarecedoras para a prática do Jornalismo. Constam no Plano de Ensino da referida
disciplina com ano anterior a 2004 o Manual de Radiojornalismo do jornalista Heródoto
Barbeiro (Campus, 2003); Radiojornalismo de Sim Harris e Paul Chantler (Summus, 1998);
Produção de rádio – um guia abrangente de produção radiofônica, de Robert Mcleish
(Summus, 2001); Rádio – 24 de jornalismo, de Marcelo Parada (Panda, 2000) e A informação
no rádio, de Gisela Ortriwano (Summus, 1985).
f) Sexto período
As disciplinas do sexto período estão relacionadas no Quadro 16 juntamente com as obras
sugeridas, seus autores e ano de edição.
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123
Quadro 15 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do sexto período do curso
Disciplinas Livro Autor Ano de Edição
Tópicos
Integradores II
Métodos e técnicas de
pesquisa em
comunicação
DUARTE, J; BARROS,
A. (org.).
2009
Pesquisa em
Comunicação
LOPES, Maria
Immacolata Vassalo.
2005
Comunicação e pesquisa:
projetos para mestrado e
doutorado
SANTAELLA, Lúcia. 2001
Metodologia do trabalho
científico
SEVERINO, Antônio
Joaquim.
2007
Pesquisa qualitativa com
texto, imagem e som
BAUER, Martin;
GASKELL, George.
2000
Construindo o saber:
metodologia científica,
fundamentos e
técnicas
CARVALHO, M. Cecília
M. de.
2008
Introdução ao projeto de
pesquisa científica
RUDIO, Franz Vitor. 2007
Como elaborar projetos
de pesquisa
GIL, Antônio Carlos. 2007
Telejornalismo
Manual de
Telejornalismo
BARBEIRO, Heródoto,
LIMA, Paulo Rodolfo.
2002
Reportagem de Televisão CRUZ NETO, João Elias
da.
2008
O texto na TV PATERNOSTRO, Vera
Iris.
2006
A sociedade do
telejornalismo
VIZEU, Alfredo (org.). 2008
Televisão Digital:
princípios e técnica
MEGRICH, Arnaldo. 2009
Jornalismo diante das
câmeras
YORKE, Ivor. 1998
Reportagem na
TV
CARVALHO, Alexandre;
DIAMANTE, Fábio;
BRUNIERA, Thiago;
UTSCH, Sérgio.
2009
Técnicas de
Entrevista e
Reportagem II
A Prática da Reportagem KOTSCHO, Ricardo. 2000
Técnica de reportagem SODRÉ, Muniz;
FERRARI, Maria Helena.
2000
Livro-reportagem MEDINA, Cremilda. 2008
Sobre entrevistas:
Teoria, prática e
experiências
CAPUTO, Stela Guedes. 2006
Entrevista e Ética CRIPA, Marcos. 1998
Anatomia da reportagem VASCONCELOS,
Frederico.
2008
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124
Continuação do
Técnicas de
Entrevista e
Reportagem II
Quadro 15 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do sexto
período do curso
A apuração da notícia:
métodos de investigação
na imprensa
PEREIRA JÚNIOR, Luiz
Costa.
2006
A Primeira Reportagem PEREIRA, Sylvio. 2004
Redação
Jornalística II
Manual de Redação da
Folha de São Paulo
FOLHA DE SÃO PAULO 2001
Teoria e técnica do texto
jornalístico
LAJE, Nilson. 2005
A Reportagem: Teoria e
Técnica de Entrevista e
Pesquisa Jornalística
LAGE, Nilson. 2009
A prática da reportagem KOTSCHO Ricardo. 1986
A arte de fazer um jornal
diário
NOBLAT Ricardo. 2008
Construção do discurso
de sedução em um jornal
sensacionalista
PEDROSO, Rosa N. 2001
Técnicas de codificação
em jornalismo: redação,
captação e edição no
jornal diário
ERBOLATO, Mário L. 2008
Jornalismo
Online e
Multimídia
Jornalismo digital FERRARI, Pollyana. 2009
O labirinto da
hipermídia: arquitetura e
navegação no
ciberespaço
LEÃO, Lúcia. 2005
Jornalismo Online MIKE, Ward. 2007
Jornalismo na internet:
planejamento e produção
na internet
PINHO, J. B. 2003
Hipertexto, hipermídia FERRARI, Pollyana. 2007
Jornalismo Online:
modos de fazer
RODRIGUES, Carla. 2009
Jornalismo eletrônico:
redação, reportagem e
produção
WHITE, Ted. 2009
Jornalismo Online SIMONE, José F.;
MONTEIRO, Mariana.
2012
Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
Conforme é percebido no Quadro 15, nas disciplinas de Telejornalismo e Redação
Jornalística II constam apenas 04 (quatro) sugestões bibliográficas complementares.
Apesar disso, verificou-se que em Telejornalismo os autores e suas obras consideradas
relevantes e atemporais se fazem presentes no Plano de Ensino. São Heródoto Barbeiro e
![Page 125: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/125.jpg)
125
Paulo Rodolfo Lima com o Manual de Telejornalismo (Campus, 2002) e Ivor Yorke com
Jornalismo diante das câmeras (Summus, 1998).
Com relação à Redação Jornalística II, três publicações com edições constando de mais de
dez anos, são consideradas de grande relevante no aprendizado dos conteúdos. Trata-se de
Manual de redação da Folha de São Paulo (Publifolha, 2001); A prática da reportagem de
Ricardo Kotscho (Ática, 1986) e Construção do discurso de sedução em um jornal
sensacionalista, escrito por Rosa Pedroso (Annablume, 2001).
Em Jornalismo Online e Multimídia, a obra Jornalismo na Internet – planejamento e
produção na Internet de J. B. Pinho (Summus Editorial, 2003) é considerada atual e
complementar às abordagens da referida disciplina.
Em Técnicas de Entrevista e Reportagem II, mais uma vez autores e suas obras
aparentemente em edições ultrapassadas, constam do Plano de Ensino. Devem ser
mencionadas como referência em suas abordagens A prática da reportagem, de autoria de
Ricardo Kotscho, editado pela Ática em 2000; Técnica de reportagem de Muniz Sodré e
Maria Helena Ferrari, editado pela Summus em 2000 e Entrevista e ética de Marcos Cripa,
editado pela Educ em 1998.
Em Tópicos Integradores II obras e autores supostamente desatualizados são considerados
referências: Comunicação e pesquisa – projetos para mestrado e doutorado de autoria de
Lúcia Santaella (Hacker Editores, 2001) e pesquisa qualitativa com texto, imagem e som, de
George Gaskell e Martin Bauer (Vozes, 2000).
g) Sétimo período
A partir da leitura do Quadro 16 percebe-se que apenas 04 (quatro) obras apresentam sua
edição datada de mais de dez anos.
![Page 126: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/126.jpg)
126
Quadro 16 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do sétimo período do curso
Disciplinas Livro Autor Ano de Edição
Redação
Jornalística III
Jornalismo diário PINTO, Ana Estela de
Souza.
2009
Técnicas de redação em
jornalismo
PRADO, Magaly;
NASCIMENTO, Patrícia
Ceolin.
2009
Jornalismo de revista SCALZO, Marília. 2004
Jornalismo investigativo BURGH, Hugo de. 2009
Técnicas de reportagem
e entrevista
PRADO, Magaly;
FLORESTA, Cleide.
2009
Jornalismo: compreensão
e reinvenção
MARQUES, José Marques
de.
2009
Jornalismo investigativo. SIQUEIRA, Cleofe
Monteiro de.
2005
Jornalismo literário PENA, Felipe. 2006
Projeto
Experimental
Métodos e técnicas de
pesquisa em
comunicação
DUARTE, J; BARROS,
A. (org.)
2009
Pesquisa em
Comunicação
LOPES, Maria
Immacolata Vassalo.
2005
Comunicação e pesquisa:
projetos para mestrado e
doutorado
SANTAELLA, Lúcia. 2001
Metodologia do trabalho
científico
SEVERINO, Antônio
Joaquim.
2007
Pesquisa qualitativa com
texto, imagem e som
BAUER, Martin;
GASKELL, George.
2007
Projeto
Experimental
Como elaborar projetos
de pesquisa
GIL, Antônio Carlos. 2007
Construindo o saber:
metodologia científica,
fundamentos e
técnicas
CARVALHO, M. Cecília
M. de.
2008
Introdução ao projeto de
pesquisa científica
RUDIO, Franz Vitor. 2007
Produção em
Vídeo
On Câmera WATTS, Harris. 2000
Roteiro de documentário PUCCINO, Sérgio. 2009
Produção e direção de
TV e vídeo
KELLISON, Cathrine. 2007
Roteiro para mídia
eletrônica
MUSBURGUER,
Roberto.
2008
Criação de curta-
metragem em vídeo
digirtal
MOLETTA, Alex. 2009
Mas afinal... O que é um
documentário?
RAMOS, Fernão Pessoa. 2008
![Page 127: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/127.jpg)
127
Continuação do
Produção em
Vídeo
Quadro 16 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do sétimo
período do curso
Introdução ao
documentário
NICHOLLS, Bill;
MARTINS, Mônica
Saddy.
2005
Direção de Câmera WATTS, Harris. 1999
Comunicação
Empresarial e
Terceiro Setor
Comunicação
empresarial: políticas e
estratégias
BUENO, Wilson da Costa. 2009
Comunicação dirigida
escrita na empresa
CESCA, Cleusa G. G. 2006
Comunicação
empresarial e planos de
comunicação
TAVARES, Maurício. 2010
Comunicação nas
organizações da era do
conhecimento
ANGELONI, Maria
Teresinha.
2010
Gestão da comunicação:
terceiro setor,
organizações não
governamentais,
responsabilidade social e
novas formas de
cidadania
COSTA, Maria Christina
Castilho.
2006
Comunicação
empresarial de A a Z
VIANA, Francisco. 2004
Marketing para o terceiro
setor
MANZIONE, Sydney. 2006
O que é comunicação
empresarial
FIGUEREDO, Rubens;
NASSAR, Paulo.
1995
Assessoria de
Imprensa e
Agência de
Notícias
Manual prático de
assessoria de imprensa
CARVALHO, Cláudia;
REIS, Lea Maria Aarão.
2008
Assessoria de imprensa:
como fazer
DORNELAS, José Carlos
Assis.
2003
Assessoria de imprensa:
teoria e prática
FERRARETTO, Luiz
Artur; FERRARETTO,
Elisa Kopplin.
2009
Assessoria de imprensa:
como se relacionar com a
mídia
MAFEI, Maristela. 2004
Assessoria de imprensa e
relacionamento com a
mídia
DUARTE, Jorge. 2010
Comunicação dirigida
escrita na empresa
CESCA, Cleusa G. G. 2006
Jornalismo empresarial:
teoria e prática
REGO, Francisco
Gaudêncio Torquato do.
1984
![Page 128: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/128.jpg)
128
Continuação do
Assessoria de
Imprensa e
Agência de
Notícias
Quadro 16 – Bibliografia recomendada para as disciplinas do sétimo
período do curso
Jornalismo e relações
públicas: ação e reação
BERNARDI, Luiz
Antônio.
2004
Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
Em Assessoria de Imprensa e Agência de Notícias, pela primeira vez ocorre entre as
indicações bibliográficas, um autor que aborda profundamente o empreendedorismo. Trata-se
de José Carlos Dornelas, com sua obra Assessoria de imprensa – como fazer, editado pela
Summus em 2003. Uma outra publicação para a disciplina em questão considerada antiga,
traz consigo forte referência de valor para as abordagens e práticas para aprendizagem é
Jornalismo empresarial – teoria e prática, de autoria de Francisco Gaudêncio Torquato do
Rego (Summus, 1984). É o caso de O que é comunicação empresarial, de autoria de Rubens
Figueiredo e Paulo Nassar, editado pela Brasiliense em 1995, obra indicada para
Comunicação Empresarial e Terceiro Setor. Produção em Vídeo traz em seu Plano de
Ensino situação semelhante a todas as disciplinas aqui mencionadas. On Câmera escrito por
Harris Watts (Summus, 2000) e Direção de Câmera, do mesmo autor (Summus, 1999) são
obras relevantes independentemente do ano de edição, que constam nas indicações
bibliográficas da disciplina. No caso de Projeto Experimental, apenas Comunicação e
pesquisa – projetos para mestrado e doutorado, obra de Lúcia Santaella (Hacker Editores,
2001) consta como obra não atual. Já em relação à Redação Jornalística III, todas as
sugestões bibliográficas constam de atualização recente.
Verificou-se que alguns autores figuram em mais de uma disciplina, mas nenhum com perfil
voltado para práticas empreendedoras. Por outro lado, Dornelas tem uma obra indicada para
uma disciplina claramente de cunho empreendedor. Contudo, aparentemente não é explorado
dessa forma.
Verificou-se também nos planos de ensino que existem vários autores que são utilizados em
somente uma das disciplinas, ou seja, que aparecem com apenas uma indicação, sendo no
total 251, contra 32 indicados mais de uma vez, conforme mostra o Quadro 17.
![Page 129: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/129.jpg)
129
Quadro 17 – Autores indicados mais de uma vez
Autores Livro Disciplina Período
- GIL, Antônio Carlos.
- GIL, Antônio Carlos.
- Como elaborar
projetos de
pesquisa
- Como elaborar
projetos de
pesquisa
- Metodologia da Ciência
- Tópicos Integradores II
2º
6º
- LAKATOS, Eva Maria e
MARCONI, Maria de A.
- LAKATOS, Eva Maria.
- Sociologia Geral
- Metodologia do
trabalho científico:
procedimentos
- Sociologia
- Metodologia da Ciência
1º
2º
- DEMO, Pedro.
- DEMO, Pedro.
- Metodologia do
conhecimento
científico
- Introdução à
Sociologia:
complexidade,
interdisciplinaridad
e e desigualdade
social
- Metodologia da Ciência
- Sociologia
2º
1º
- SANTAELLA, Lúcia.
- SANTAELLA, Lúcia.
-NOTH, Winfried;
SANTAELLA, Lúcia.
- SANTAELLA, Lúcia.
- SANTAELLA, Lúcia.
- Comunicação e
pesquisa: projetos
para mestrado e
doutorado.
- Semiótica
aplicada
- Imagem:
cognição, semiótica
e mídia
- Comunicação e
pesquisa: projetos
para mestrado e
doutorado
- Comunicação e
pesquisa: projetos
para mestrado e
doutorado
- Metodologia da Ciência
- Teoria e Estética da
Imagem
- Teoria e Estética da
Imagem
- Oficina de Textos II
- Tópicos Integradores II
2º
3º
3º
3º
6º
![Page 130: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/130.jpg)
130
Continuação do Quadro 17 – Autores indicados mais de uma vez
- LOPES, Maria
Immacolata Vassalo.
- LOPES, Maria
Immacolata Vassalo
- LOPES, Maria
Immacolata Vassalo.
- LOPES, Maria
Immacolata Vassalo.
- Pesquisa em
Comunicação
- Pesquisa em
Comunicação
- Pesquisa em
Comunicação
- Pesquisa em
Comunicação
- Metodologia da Ciência
- Oficina de Textos II
- Tópicos Integradores II
- Projeto Experimental
2º
3º
6º
7º
- MAINGUENEAU,
Dominique, SILVA, Cecília
P. S.
- MAINGUENEAU,
Dominique, SILVA, Cecília
P. S.
- Análise de Textos
de Comunicação
- Análise de Textos
de Comunicação
- Redação para as Mídias
- Oficina de Textos II
3º
3º
- TERRA, Ernani;
NICOLA, José.
- TERRA, Ernani;
NICOLA, José de
- Práticas de
Linguagem
- Práticas de
linguagem
- Comunicação e Expressão
- Oficina de Textos II
1º
3º
- KELLER, Kevin Lane;
KOTLER, Philip.
- KOTLER, Phillip
- KOTLER, Philip
- Administração de
marketing: a bíblia
do marketing
- Administração de
marketing
- Marketing 3.0: as
forças que estão
definindo o novo
marketing centrado
no ser humano
- Marketing
- Marketing
- Marketing
3º
3º
3º
- VASCONCELLOS,
Marco Antonio Sandoval
de.
- VASCONCELLOS,
Marco Antonio Sandoval
de; GARCIA, Manuel
Enriquez.
- GREMAUD, Amaury
Patrick;
VASCONCELLOS, Marco
Antonio Sandoval de.
- Economia Micro
e Macro
- Fundamentos de
economia
- Economia
Brasileira
Contemporânea
- Economia e Gestão
- Economia e Gestão
- Economia e Gestão
2º
2º
2º
![Page 131: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/131.jpg)
131
Continuação do Quadro 17 – Autores indicados mais de uma vez
- WATTS, Harris.
- WATTS, Harris.
- Direção de
Câmera
- Direção de
Câmera
- Fundamentos de Televisão
- Produção em Vídeo
4º
7º
- YORKE, Ivor.
- YORKE, Ivor.
- Telejornalismo
- Jornalismo diante
das câmeras
- Fundamentos de Televisão
- Telejornalismo
4º
6º
- ORTRIWANO, Gisela S.;
PRADO Emílio.
- ORTRIWANO, Gisela S.
- ORTRIWANO, Gisela S.
- Estrutura da
Informação
Radiofônica
- A informação no
Rádio
- A informação no
Rádio
- Fundamentos de Rádio
- Fundamentos de Rádio
- Radiojornalismo
4º
4º
5º
- LAGE, Nilson.
- LAGE, Nilson
- LAGE, Nilson.
- LAGE, Nilson.
- LAGE, Nilson.
- LAGE, Nilson.
- Linguagem
jornalística
- A Reportagem:
Teoria e Técnica de
Entrevista e
Pesquisa
Jornalística
- Linguagem
Jornalística
- Estrutura da
notícia
- Teoria e técnica
do texto
jornalístico
-A Reportagem:
Teoria e Técnica de
Entrevista e
Pesquisa
Jornalística
- Redação para as Mídias
- Técnica de Entrevista e
Reportagem I
- Redação Jornalística I
- Redação Jornalística I
- Redação Jornalística II
- Redação Jornalística II
3º
5º
5º
5º
6º
6º
![Page 132: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/132.jpg)
132
Continuação do Quadro 17 – Autores indicados mais de uma vez
- NOBLAT, Ricardo.
- NOBLAT, Ricardo.
- NOBLAT Ricardo.
- A arte de fazer
um jornal diário
- A arte de fazer
um jornal diário
- A arte de fazer
um jornal diário
- Redação Jornalística I
- Introdução ao Jornalismo
- Redação Jornalística II
5º
3º
6º
-KOTSCHO, Ricardo.
-KOTSCHO, Ricardo.
-KOTSCHO, Ricardo
- A prática da
reportagem
- A Prática da
Reportagem
- A prática da
reportagem
- Redação Jornalística I
- Técnicas de Entrevista e
Reportagem II
- Redação Jornalística II
5º
6º
6º
- BARBEIRO, Heródoto,
LIMA, Paulo R.
- BARBEIRO, Heródoto,
LIMA, Paulo Rodolfo.
- Manual de
Radiojornalismo
- Manual de
Telejornalismo
- Radiojornalismo
- Telejornalismo
5º
6º
- RIBEIRO, Milton.
- RIBEIRO, Milton.
- Planejamento
visual e gráfico
- Planejamento
visual e gráfico
- Edição Gráfica
- Planejamento Visual e
Gráfico
5º
4º
- WILLIANS, Robin.
- WILLIANS, Robin.
- Design para quem
não é design:
noções básicas de
planejamento
visual
- Design para quem
não é design:
noções básicas de
planejamento
visual
- Edição Gráfica
- Planejamento Visual e
Gráfico
5º
4º
- VILLAS-BOAS, André.
- VILLAS-BOAS, André.
- Produção gráfica
para designers
- Produção gráfica
para designers
- Edição Gráfica
- Planejamento Visual e
Gráfico
5º
4º
![Page 133: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/133.jpg)
133
Continuação do Quadro 17 – Autores indicados mais de uma vez
- SEVERINO, Antônio
Joaquim.
- SEVERINO, Antônio
Joaquim.
- SEVERINO, Antônio
Joaquim.
- Metodologia do
trabalho científico
- Metodologia do
trabalho científico
- Metodologia do
trabalho científico
- Metodologia da Ciência
- Tópicos Integradores II
- Projeto Experimental
2º
6º
7º
-MEDINA, Cremilda.
-MEDINA, Cremilda.
- Livro-reportagem
- Entrevista: o
diálogo possível
- Técnicas de Entrevista e
Reportagem II
- Técnica de Entrevista e
Reportagem I
6º
5º
- CAPUTO, Stela Guedes.
- CAPUTO, Stela Guedes.
- Sobre entrevistas:
Teoria, prática e
experiências
- Sobre entrevistas:
Teoria, prática e
experiências
- Técnicas de Entrevista e
Reportagem II
- Técnica de Entrevista e
Reportagem I
6º
5º
- CRIPA, Marcos.
- CRIPA, Marcos.
Entrevista e Ética
- Entrevista e Ética
- Técnicas de Entrevista e
Reportagem II
- Técnica de Entrevista e
Reportagem I
6º
5º
- FOLHA DE SÃO PAULO
- FOLHA DE SÃO PAULO
- Manual de
Redação da Folha
de São Paulo
- Manual de
Redação da Folha
de São Paulo
- Redação Jornalística II
- Redação Jornalística I
6º
5º
- ERBOLATO, Mário L.
- ERBOLATO, Mário L.
- Técnicas de
codificação em
jornalismo:
redação, captação e
edição no
jornal diário
- Técnicas de
codificação em
jornalismo:
redação, captação e
edição no
jornal diário
- Redação Jornalística II
- Redação Jornalística I
6º
5º
![Page 134: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/134.jpg)
134
Continuação do Quadro 17 – Autores indicados mais de uma vez
- HEDGECOE, John.
- HEDGECOE, John.
- Guia Completo de
Fotografia
- Guia Completo de
Fotografia
- Fotojornalismo
- Linguagem Fotográfica
5º
4º
- PATERNOSTRO, Vera
Iris.
- PATERNOSTRO, Vera
Íris.
- O texto na TV
- O texto na TV:
manual de
telejornalismo
- Telejornalismo
- Fundamentos de Televisão
6º
4º
- TAVARES, Maurício.
- TAVARES, Maurício.
- Comunicação
empresarial e
planos de
comunicação
- Comunicação
empresarial e
planos de
comunicação
- Comunicação Empresarial
e Terceiro Setor
- Tópicos Integradores I
7º
4º
- PRADO, Magali.
- PRADO, Magaly;
NASCIMENTO, Patrícia
Ceolin.
- PRADO, Magaly;
FLORESTA, Cleide
- Produção de
Radio
- Técnicas de
redação em
jornalismo
- Técnicas de
reportagem e
entrevista
- Fundamentos de Rádio
- Redação Jornalística III
- Redação Jornalística III
4º
7º
7º
- CESCA, Cleusa G. G.
- CESCA, Cleusa G. G.
- Comunicação
dirigida escrita na
empresa
- Comunicação
dirigida escrita na
empresa
- Comunicação Empresarial
e Terceiro Setor
- Assessoria de Imprensa e
Agência de Notícias
7º
7º
- BAUER, Martin;
GASKELL, George.
- BAUER, Martin;
GASKELL, George.
- Pesquisa
qualitativa com
texto, imagem e
som
- Pesquisa
qualitativa com
texto, imagem e
som
- Projeto Experimental
- Tópicos Integradores II
7º
6º
Fonte: elaboração própria com base nos dados da pesquisa (2014)
![Page 135: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/135.jpg)
135
Verifica-se ainda, no Quadro 17, que desses 32 autores indicados mais de uma vez, Santaelle,
Lopes, Kotler, Vasconcelloos, Ortriwano, Lage, Noblat, Kotscho, Severino e Prado, são
indicados mais de duas vezes. Vale observar também que algumas vezes há indicações
repetidas de autores, com obras correlatas, para um mesmo período, como é o caso de
Santaella, Kotler, Vasconcellos, Ortriwano, Lage (por mais de uma vez), Kotscho, Prado e
Cesca.
Por outro lado, identificou-se que em todos os casos de repetição nas sugestões bibliográficas
de um mesmo autor para períodos diferentes, as disciplinas são complementares, a exemplo
de Metodologia da Ciência e Tópicos Integradores II no caso da literatura de Gil; Oficina de
Textos II e Tópicos Integradores II com Santaella; Metodologia da Ciência, Oficina de Textos
II, Tópicos Integradores II e Projeto Experimental com Lopes; Comunicação e Expressão e
Oficina de Textos II com Terra e Nicola; Fundamentos de Televisão e Produção em Vídeo
com Watts; Fundamentos de Televisão e Telejornalismo com Yorke; Fundamentos de Rádio e
Radiojornalismo com Ortriwano; Redação para as Mídias, Redação Jornalística I e Redação
Jornalística II com Lage; Introdução ao Jornalismo, Redação Jornalística I e Redação
Jornalística II com Noblat; Redação Jornalística I e Técnicas de Entrevista e Reportagem II
com Kotscho; Radiojornalismo e Telejornalismo com Barbeiro; Planejamento Visual e
Gráfico e Edição Gráfica com Ribeiro, Willians e Villas-Boas; Metodologia da Ciência,
Tópicos Integradores II e Projeto Experimental com Severino; Técnica de Entrevista e
Reportagem I e II com Medina; Caputo e Cripa; Redação Jornalística I e II com Manual de
Redação da Folha de São Paulo e Erbolato; Linguagem Fotográfica e Fotojornalismo com
Hedgecoe; Tópicos Integradores I e Comunicação Empresarial e Terceiro Setor com Tavares;
Tópicos Integradores II e Projeto Experimental com Bauer.
4.2 Análise dos dados coletados
A coleta de dados através de questionários, fez-se necessária para cumprimento do segundo
ao sexto objetivos específicos. A análise dos dados foi realizada a partir da aplicação de
questionário de questões abertas, com o objetivo de entender a opinião pessoal de cada aluno
respondente. O referido questionário foi entregue e previamente lido na presença da
pesquisadora, de forma a esclarecer as possíveis dúvidas dos alunos.
![Page 136: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/136.jpg)
136
As perguntas abertas em questionários representaram uma forma simples para a coleta de
dados. O desafio maior para a pesquisadora pôde ser traduzido em entender e capturar o ponto
de vista dos respondentes. As respostas inesperadas ou a ausência de respostas foi a parcela
mais difícil de interpretar no processo da análise de conteúdo. Por outro lado, estar presente
durante a aplicação do questionário para os discentes permitiu a leitura da linguagem não-
verbal.
No caso dos docentes, a análise dos dados também foi realizada a partir da aplicação de
questionário de questões abertas. O questionário foi entregue presencialmente e
posteriormente enviados por e-mail, como uma forma de reforçar a necessidade da
pesquisadora quanto à obtenção das respostas.
A análise de dados foi pautada, inicialmente, em Bardin (1994), que define a análise de
conteúdo como um conjunto de técnicas de análise de comunicações, utilizando
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores
(quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.
Godoy (1995) fortalece o pensamento da referida autora ao afirmar que, por trás do discurso
aparente, seja este oral ou escrito, esconde-se um outro sentido que convém descobrir.
Porém, há de se considerar a complexidade e subjetividade existente no ato de interpretar.
Sobretudo em caráter empírico, as técnicas de análise propostas por Bardin (1994) e que estão
contempladas no que a autora chama de “matriz de análise de conteúdo”, oferecem níveis de
aprendizagem específica para o que possa traduzir-se como correta, em termos da referida
análise interpretativa.
Minayo (2000, p. 197), por sua vez, traz uma reflexão que deve ser considerada no contexto
da discussão:
Os pesquisadores costumam encontrar três grandes obstáculos quando
partem para a análise dos dados recolhidos no campo[...] O primeiro
deles[...]‘ilusão da transparência’[...]O segundo[...]sucumbir à magia dos
métodos e das técnicas[...]O terceiro[...]é a dificuldade de se juntarem teorias
e conceitos muito abstratos com os dados recolhidos no campo.
![Page 137: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/137.jpg)
137
Para uma análise minuciosa e, considerando o fato de que geralmente os pontos de vista
relacionados aos respondentes ora são vagos, ora complexos e ambíguos, considera-se
necessário agrupar as respostas de acordo com seu conteúdo. Esperou-se que a organização
dessas respostas pudesse favorecer a interpretação das mesmas, de forma a equacionar e
identificar as possíveis discrepâncias identificadas.
Foram utilizados para a referida análise alguns padrões constantes na “matriz de análise de
conteúdo”. Tal matriz contempla relação de cada pergunta com tema; categorias;
subcategorias; unidades de registro e unidades de contexto. Nesse contexto, foi importante
definir as unidades de análise, definir categorias e separar as respostas em grupos de
similaridade.
Vale ressaltar, que para o uso da matriz, algumas variáveis devem ser consideradas. A
variável “tema”, por exemplo, diz respeito ao foco da questão; a variável “categorias” se
refere à pergunta em si; a variável “subcategorias” está relacionada com o objetivo da
pergunta; a variável “unidades de registro” deve contemplar o que se espera da resposta e, por
fim, a variável “unidades de contexto” é caracterizada pela resposta real, bruta, na íntegra (ou
trechos dessa resposta).
Na presente pesquisa, a referida matriz não foi construída formalmente, mas seus princípios
básicos, no momento da análise dos dados coletados. O tema foi descrito na identificação do
conteúdo proposto em cada questão, o modelo do questionário aplicado consta dos apêndices
C e D, identificando as categorias; as subcategorias constam da análise apresentada com
fundamentação teórica, bem como o equivalente às unidades de registro e às unidades de
contexto.
4.2.1 Docentes do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo
A coleta dos dados com os docentes foi realizada a partir da aplicação de questionário de
questões abertas, também com o objetivo de entender a opinião pessoal de cada professor do
curso de Jornalismo. O referido questionário foi entregue em mãos de todos e previamente
lido na presença da pesquisadora, de forma a esclarecer as possíveis dúvidas dos
respondentes. Um dos professores entregou o questionário respondido no mesmo dia e cerca
de 20 (vinte) dias mais tarde outro docente fez o mesmo. Entre os demais docentes
![Page 138: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/138.jpg)
138
respondentes, após insistência da pesquisadora e envio do questionário por e-mail, cerca de 30
(trinta) dias a contar da primeira solicitação, retornaram suas respostas também por e-mail.
A maioria não respondeu e não deu qualquer retorno. No final, foram 05 (cinco), os docentes
respondentes.
Para a apresentação das respostas dos docentes foi utilizado um quadro para cada questão,
pela percepção de que a utilização de tal recurso proporciona organização eficaz dos dados
coletados e facilita a leitura dos mesmos, bem como sua interpretação e análise.
a) Primeira questão
A primeira questão foi elaborada de forma a investigar como o docente define “práticas
pedagógicas empreendedoras”. O intuito é conhecer a visão do professor sobre o
significado do ser empreendedor, na premissa de entender a escolha de suas práticas e
constatar se, de fato, são voltadas para facilitação e estímulo do processo de empreender.
No Quadro 18 constam as respostas dos docentes respondentes para entendimento do ponto
de vista de cada um.
Quadro 18 – Como o docente define “práticas pedagógicas empreendedoras”
Docente 1 - “Iniciar os alunos em práticas da profissão que o estimulem a tomadas de
solução por conta própria, incentivando-os a adotar em seus próprios
projetos, e não de terceiros.”
Docente 2 - “Entendo que são práticas pedagógicas que estimulem a criatividade dos
alunos e fomentem a capacidade de exercer a autonomia do pensar, de inferir
ideias, com segurança das próprias escolhas.”
Docente 3 - “Aquelas que podem ser pensadas para além da sala de aula. Estudos de
caso, possibilidades de pensar em oportunidades mesmo fora da grande
mídia.”
Docente 4 - “Na disciplina que ministro, ao longo do semestre existem atividades
práticas que estimulam a criatividade e os aproximam da vivência
profissional.”
Docente 5 - Medidas estimuladoras para que os estudantes se interessem por aprender
também teorias e práticas visando a criação de empreendimentos com
características inovadoras.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
É possível identificar que, de formas distintas, todos os docentes consultados consideram
indicadores de práticas pedagógicas empreendedoras, aquelas que estimulam e incentivam os
![Page 139: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/139.jpg)
139
alunos à tomada de decisão no mercado. A criatividade é associada ao contexto da questão
pelos Docentes 2 e 4, ao passo em que o Docente 5 menciona as características inovadoras
em empreendimentos.
Sintetizando, de forma geral, os docentes respondentes dialogam sobre a importância da
tomada de decisão em projetos próprios, com criatividade, inovação e segurança, além da
relevância no que se refere à abrangência de ideias além do espaço acadêmico, e defendem
que as práticas devem estar diretamente relacionadas à realidade do mercado de trabalho.
b) Segunda questão
Nessa questão pretendeu-se entender a percepção do docente na relação entre o que
considera prática empreendedora e as atividades que desenvolve com seus alunos.
Quadro 19 – Relação entre o que considera prática empreendedora e as atividades
que desenvolve com seus alunos
Docente 1 - “O desenvolvimento de projetos práticos, com soluções plausíveis para
problemas reais, tais como planos de marketing, criação de campanha de
comunicação.”
Docente 2 - “As atividades propostas que os convoquem a um posicionamento crítico,
que possam participar ativamente de alguma construção que tenha impacto
social, com a consciência.”
Docente 3 - “Procurar deixar claro para os discentes a necessidade de se manter
independente do mercado de trabalho/grandes empregos, tornando-se
autônomo em seus direcionamentos de carreira. Independente sem ser fora
do mercado/grandes empresas, ator consciente.”
Docente 4 - “No curso de Jornalismo, eles elaboram um jornal impresso com cadernos
que abordam as temáticas econômicas, sociais e políticas.”
Docente 5 - “O foco da disciplina ainda não está direcionado ao empreendedorismo.
Mas é possível relacionar a produção editorial com o mercado de trabalho,
especialmente na área de assessoria de imprensa.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Através das respostas dos professores, constantes no Quadro 19, foi verificado que o Docente
1 percebe relação entre práticas empreendedoras e o desenvolvimento de projetos práticos,
enquanto o Docente 2 vê essa relação através de atividades que instiguem um posicionamento
crítico. Já o Docente 3 acredita que as atividades, no contexto das práticas empreendedoras,
devem levar o aluno à busca de independência das empresas, de forma que possa construir sua
carreira mesmo que seja autônomo. O Docente 4 considera prática empreendedora a produção
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140
de um trabalho prático pertinente à disciplina que ministra e, por fim, o Docente 5 apregoa
que é possível direcionar a disciplina que leciona ao empreendedorismo, mesmo que essa
disciplina apresente caráter teórico.
Apesar de discursos distintos, os docentes demonstram ideias complementares quanto à
abordagem referente às práticas pedagógicas utilizadas, relacionadas às atividades realizadas.
c) Terceira questão
A terceira questão pretende identificar de que forma os docentes realizam as abordagens
referentes às atividades práticas.
Quadro 20 – Abordagens referentes às atividades práticas
Docente 1 - “A produção é fundamental, mas ela é voltada à resolução de um problema
mercadológico. Ou seja, é posta como solução a uma demanda.”
Docente 2 - “As abordagens são realizadas respeitando o interesse dos alunos nas
temáticas ministradas, e de acordo com temáticas que eles estejam
desenvolvendo no Trabalho de Conclusão de Curso, pois ministro aula no
ultimo período do curso.”
Docente 3 - “As exemplificações, estudos de caso podem ser boas opções.”
Docente 4 - “Através do acompanhamento sistêmico e introdução de novas
tecnologias.”
Docente 5 - “Com a produção de matérias jornalísticas.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Conforme o Quadro 20, verifica-se que os Docentes 1 e 5 identificam suas abordagens quanto
às atividades práticas com foco na solicitação de produção jornalística. O Docente 2 faz suas
abordagens a partir da integração das temáticas interessantes aos alunos associadas ao
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em desenvolvimento. Já o Docente 3 relaciona suas
abordagens no contexto das atividades práticas a estudos de caso. Por fim, o Docente 4,
integra o uso de tecnologia às atividades práticas devidamente acompanhadas.
Embora as respostas dos professores consultados tenham apresentado teor diferente, com
exceção dos Docentes 1 e 5, que expressaram ideias similares, verifica-se que em todos as
situações descritas existe um elemento capaz de estimular os alunos em suas atividades.
Empiricamente, acredita-se que, tal estímulo torna-se importante no comportamento e atitudes
dos discentes diante da realidade de mercado.
![Page 141: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/141.jpg)
141
Nesse contexto, para Dolabela (2008), o professor como agente de formação do profissional e
responsável pela disseminação de novos conhecimentos, deve garantir aos alunos o
desenvolvimento das habilidades exigidas pelo mercado e a consciência da necessidade da
aprendizagem contínua.
É ainda importante que se mencione que, segundo Dornelas (2008), a ênfase do
empreendedorismo é a inovação e a sua matéria prima, a oportunidade. O novo antecipa a
obsolescência de bens e serviços, oriunda das transformações tecnológicas de um cenário que
se apresenta cada vez mais dinâmico. Para Drucker (2002), o empreendedorismo adota a
inovação como parte essencial da rotina, a norma, a base para segurança de todo
empreendimento, todos envolvidos no esforço da inovação.
d) Quarta questão
A quarta questão pretende identificar o que os docentes consideram elemento empreendedor
nas práticas pedagógicas utilizadas.
Quadro 21 – Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas utilizadas
Docente 1 - “Creio que ao trabalhar a produção e conteúdo online, os alunos abrem
espaço para construírem seus próprios projetos.”
Docente 2 - “Práticas que os aproximem da realidade de mercado, e os dê autonomia
para planejamento e execução.”
Docente 3 - “Atividades em que o aluno possa se posicionar mais, como debates; outros
em que ele possa ter autonomia para buscar resultados nas suas produções,
seja com pesquisa ou produção de produtos impressos ou audiovisuais, por
exemplo.”
Docente 4 - “Tudo que aproxima com a vivência profissional e condicionam a escolha
da tomada de decisão.”
Docente 5 - “Trabalhos de assessoria de imprensa, criação e a manutenção de blogs,
conhecimento do mercado editorial e produção de conteúdo para internet.
Além do domínio da legislação relativa à profissão.”
Fonte: dados da pesquisa (2014)
Produção de conteúdo online, práticas contemporâneas do mercado, autonomia em suas
produções nem sempre tradicionais são fragmentos comuns identificados na interpretação do
pensamento desses professores. Ponto comum a todas as respostas pode ser verificado no
Quadro 21, quando os docentes respondentes fazem referência direta ou indireta ao uso da
tecnologia, como forma de aproximar os alunos das práticas de mercado.
![Page 142: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/142.jpg)
142
e) Quinta questão
A quinta questão diz respeito à busca do entendimento do tipo de atividade prática
desenvolvida na modalidade de exercício extraclasse.
Quadro 22 – Exercício extraclasse
Docente 1 - “Criação de textos para diversas mídias. Geralmente em um projeto
interdisciplinar.”
Docente 2 - “Existe um projeto interdisciplinar, onde os docentes do 7º período
realizam atividades práticas consonantes com a disciplina que ministram e
temáticas dos TCCs dos alunos, neste caso proponho a realização da
pesquisa de mercado.”
Docente 3 - “Visitas técnicas a veículos de comunicação”.
Docente 4 - “Elaboração do material (produto impresso).”
Docente 5 - “Realização de pautas e reportagens em jornalismo especializado: política,
economia, revista, ciência, esportes e cultura.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Cabe esclarecer que, os docentes respondentes são responsáveis por ministrar disciplinas
diferentes. Assim, as respostas mostram-se voltadas para a especificidade de cada uma delas.
Verificou-se que na disciplina ministrada pelo Docente 1, é relevante que seja desenvolvido
um projeto interdisciplinar para maior aproveitamento dos conteúdos, o que ocorre também na
disciplina ministrada pelo Docente 2. No caso do Docente 3, por sua vez, é importante que o
aluno realize visitas a espaços profissionais. Já o Docente 4 relaciona atividade prática
extraclasse à produção de impressos, enquanto o Docente 5 acredita que esse tipo de atividade
deve ser realizada através da construção de pautas e reportagens nos diversos segmentos do
jornalismo.
Nessa perspectiva, Filion (1999) defende que geralmente, o indivíduo não provoca a mudança
por si mesmo. Mas, o que define o empreendedor e o empreendedorismo, é o fato do
empreendedor estar em busca da mudança, reagindo a ela e a explorando como sendo uma
oportunidade. Esse autor prossegue afirmando que a maioria dos empreendedores se tornou
empreendedor devido à influência do seu círculo de relações e que adquirem uma cultura
empreendedora pela prática.
![Page 143: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/143.jpg)
143
Dessa forma, acredita-se que atividades além da sala de aula promovem a construção de um
contexto capaz de gerar, além de integração harmoniosa entre espaço acadêmico e mercado,
oportunidades profissionais que devem ser percebidas e exploradas.
f) Sexta questão
Em que são fundamentadas as escolhas das práticas utilizadas em sala de aula é o foco da
sexta questão.
Quadro 23 – Fundamento das práticas de sala de aula
Docente 1 - “Nas demandas do mercado de trabalho, que estarão no dia a dia dos alunos
quando nele ingressarem.”
Docente 2 - “As práticas são planejadas a partir dos temas dos trabalhos dos alunos
(TCC).”
Docente 3 - “Na ementa da disciplina primeiramente e também de acordo com o
interesse da turma, necessidade de linkar com o mundo real.”
Docente 4 - “Existe a base conceitual, desenvolvida no percurso da disciplina e a
prática que necessita do entendimento multidisciplinar.”
Docente 5 - “Com a vivência prática do jornalismo impresso.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Conforme Quadro 23, as respostas são específicas de cada disciplina. Contudo, é importante
realçar que os Docentes 1, 3 e 5 baseiam suas práticas de sala de aula na realidade de
mercado. Mesmo no caso do Docente 2, que faz referência às práticas utilizadas em
conformidade com o TCC, deve ser lembrado que os temas desenvolvidos no Trabalho de
Conclusão do Curso, remetem a projetos práticos condizentes com a realidade de mercado.
No caso de Jornalismo, em especial, são os “projetos experimentais”, coforme descrito na
grade curricular do Curso, no Quadro 10. Por fim, o Docente 4 descreve a base de suas
práticas em sala de aula a partir do conhecimento do perfil de sua disciplina e da leitura do
contexto multidisciplinar.
Com base nos autores mencionados a seguir, existem aspectos a ser considerados, além dos
mencionados nas respostas dos docentes.
Segundo Filion (1999), a necessidade e cultura empreendedoras inseridas em determinado
contexto são os dois grandes fatores que levam o empreendedor potencial a desenvolver sua
criatividade. Para esse autor, nesse cenário, o potencial criativo já existia, mas as
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144
circunstâncias estimulam o seu surgimento, o que frequentemente ocorre quando o indivíduo
ainda é jovem.
Para Dolabela (2008), o objetivo do ensino de empreendedorismo é estimular a criatividade,
reforçar a auto-estima do aluno e capacidade para ser bem sucedido na vida pessoal e
profissional para que, além de ter um emprego, esse indivíduo realize seus sonhos e esteja
preparada para enfrentar riscos e mudanças.
Nesse sentido, na perspectiva de Filion e Dolabela, o empreendedorismo não visa apenas
ensinar a criar e gerenciar empresas, ou considerar exclusivamente a relação entre o universo
acadêmico e as práticas de mercado. O ensino de empreendedorismo constitui oportunidade
de desenvolvimento e crescimento pessoal. Acredita-se que, dessa forma, as práticas devem
ser fundamentadas também no que se refere ao incentivo e desenvolvimento da criatividade e
da inovação.
g) Sétima questão
Como são mensurados os resultados referentes ao nível de aprendizado do aluno é o
contexto da sétima questão.
Quadro 24 – Mensuração do aprendizado
Docente 1 - “Através das respostas às demandas, baseado nas teorias expostas em sala
de aula.”
Docente 2 - “30% em trabalhos e/ou atividades; 70% \avaliação escrita.”
Docente 3 -“Aos links que eles conseguem estabelecer entre o conteúdo debatido e a
vida real, ao que se faz na profissão. Penso que esse é um dos caminhos.”
Docente 4 - “Acompanhamento cotidiano, provas (avaliações) tradicionais e o material
final (produto).”
Docente 5 - “Na avaliação do conteúdo das matérias através da análise dos fatos e
qualidade de apuração.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Para os Docentes consultados, o estabelecimento de critérios para mensuração de resultados,
em termos gerais, deve estar associado às atividades planejadas para suas disciplinas. O
Docente 1 pauta os resultados alcançados em relação ao aprendizado por meio das respostas
às demandas, enquanto os Docentes 2 e 4 estabelecem, de forma declarada ou não,
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145
percentuais referentes às notas dos instrumentos que costuma utilizar para as avaliações. O
Docente 3 explora a relação estabelecida pelos alunos quanto ao que é visto em sala de aula e
a realidade de mercado. Por fim, o Docente 5 observa a relação entendida pelos alunos entre
os conteúdos teóricos e o que acontece no mercado.
h) Oitava questão
A oitava questão diz respeito ao interesse demonstrado pelo aluno no desenvolvimento das
disciplinas.
Quadro 25 – Interesse do aluno nas disciplinas
Docente 1 - “Particularmente em redação não, uma vez eu possuem um déficit na
prática da escrita.”
Docente 2 - “Geralmente sim.”
Docente 3 - “Creio que muito mais quando o link a que me referi na questão anterior é
feito.”
Docente 4 - “De início não despertam atenção e interesse. Ao longo da disciplina
passam a ter maior envolvimento.”
Docente 5 -“ Demonstram interesse, mas revelam dificuldades na ordenação da ideias
na hora de colocá-las no papel.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Para esta questão, a pouca adesão dos docentes reflete em certa dificuldade na interpretação
dos dados, sobretudo, por tratar-se de universo de dez disciplinas oferecidas no 6º e 7º
períodos do curso investigado. Contudo, verificou-se que, na visão do Docente 1 os alunos
não demonstram interesse em redação de textos, prática pertinente à sua disciplina,
possivelmente por conta da ausência de base no que se refere aos aspectos ligados à escrita.
No caso do Docente 2 a resposta concisa e sem identificação da disciplina que ministra, não
permite chegar a alguma constatação abrangente. Na resposta do Docente 3, houve referência
ao interesse do aluno a partir do paralelo traçado entre os conteúdos e sua aplicabilidade no
mercado. No que se refere aos Docente 4 e 5, ocorre situação similar ao Docente 2. Não há
como interpretar de forma consistente a visão dos alunos no que se refere aos conteúdos da
disciplina ministrada, uma vez que não como identificar as disciplinas em questão. No que diz
respeito ao Docente 5, a resposta remete à dificuldade constatada pelo professor, a exemplo
do Docente 1, a restrições quanto à escrita dos alunos.
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146
i) Nona questão
A nona questão tem seu foco na mudança do aluno para um comportamento
empreendedor.
Quadro 26 – Mudança do aluno para um comportamento empreendedor
Docente 1 - “[...] Todo o discurso do ensino superior é pela empregabilidade, que é
estar disponível para ser contratado por uma empresa. Empreender é uma
quebra de paradigma no ensino superior, que historicamente gera mão de
obra para um mercado já estabelecido. Fazer o aluno enxergar novas
possibilidades através dos conhecimentos apreendidos é um grande desafio.”
Docente 2 - “Alguns sim, encontrá-los no ultimo período do curso permite observar a
postura que eles têm diante dos desafios de mercado, se e como estão
inseridos no mercado. Creio que são incentivados a uma postura
empreendedora desde os períodos iniciais do curso, mas existem elementos
pessoais que serão determinantes para aderirem a esta postura
empreendedora.”
Docente 3 - “Sinto que ainda é tímido em turmas até o quinto período. Eles despertam
mais para esse tipo de comportamento quando precisam começar a pensar no
TCC. Mas há aqueles que já tem mais definido os rumos profissionais que
pretendem ter.”
Docente 4 - “Esse comportamento é estimulado pelo corpo docente. Muitas vezes, os
alunos se envolvem e o resultado é percebido nas atividades práticas, o que
aproxima mais os alunos da realidade profissional.”
Docente 5 - “Em sua maioria não. Eles objetivam uma oportunidade no mercado de
trabalho formal. Uma pequena parcela revela algum interesse em
empreender, em função da retração do mercado de trabalho.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Nessa questão, conforme Quadro 26, verificou-se que o Docente 1 não entende o
empreendedorismo como uma prática que pode ser desenvolvida dentro das organizações. O
Docente 2, lança mão de uma reflexão sobre o desenvolvimento contínuo de postura
empreendedora. Para o Docente 3, só a partir do quinto período os alunos despertam para a
necessidade de um comportamento diferenciado, sobretudo, pelo início da preocupação com a
escolha do tema a ser trabalhado no TCC. Já o Docente 4 acredita que o comportamento
empreendedor é fruto da influência dos professores, a partir da percepção da importância de
aproximar as atividades práticas da realidade profissional, enquanto o Docente 5 esse
comportamento não acontece, pois o pensamento dos alunos corresponde a desenvolver uma
formação capaz de fornecer condições de sua inserção em empregos formais. Verificou-se
também que para esse docente, empreender é pensar em soluções de negócios que supram a
deficiência de mercado no que se refere à absorção dos egressos pelo mercado.
![Page 147: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/147.jpg)
147
j) Décima questão
O foco da décima questão está voltado para a percepção dos docentes ao que se refere às
possíveis evidências do comportamento empreendedor dos alunos.
Quadro 27 – Evidências do comportamento empreendedor dos alunos
Docente 1 - “A busca pela aplicação dos conhecimentos em seus negócios, uma postura
proativa na profissão e a conexão dos conhecimentos acadêmicos com a
demanda do mercado.”
Docente 2 - “A participação na aula, atividades, o posicionamento diante de discussões,
o discurso trará essas evidencias, ou dará conta de inclinações..”
Docente 3 - “A autonomia para pesquisar e trazer conhecimento, o estabelecimento de
relações com pessoas da área, o ‘fazer acontecer’, mesmo em cenários
aparentemente difíceis.”
Docente 4 - “O ponto principal dos alunos na referida IES, compete à criatividade e
força de vontade na elaboração das atividades práticas.”
Docente 5 - “Características de liderança, espírito empreendedor, iniciativa, poder
aglutinador e articulador. Além de facilidade em apresentar suas ideias.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Com relação ao foco da décima questão, para o Docente 1, um comportamento empreendedor
fica evidenciado quando os alunos buscam aplicar os conhecimento adquiridos às suas
atividades no mercado, de acordo com a demanda apresentada. Para o Docente 2, é a
participação e postura proativa dos alunos, indicadores de comportamento empreendedor,
enquanto o Docente 5, enaltece aspectos ligados à liderança e iniciativa, além de fluência em
disseminar suas ideias. O Docente 3 defende que a evidência de um comportamento
empreendedor ocorre pela iniciativa em realizar pesquisas e estabelecimento de
relacionamento com profissionais, de forma a geração de alternativas e soluções para
superação das possíveis dificuldades com as quais lidarão no mercado. Não obstante, o
Docente 4, percebe a criatividade como evidência de comportamento empreendedor dos
alunos.
Confrontando as respostas dos docentes consultados com considerações encontradas na
literatura pesquisada, Dolabela (1999, p. 12) presta sua contribuição quando afirma que, para
se aprender a empreender, faz-se necessário um comportamento pró-ativo do indivíduo, o
qual deve desejar “aprender a pensar e agir por conta própria, com criatividade, liderança e
visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no mercado, transformando esse ato
também em prazer e emoção”.
![Page 148: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/148.jpg)
148
O referido autor prossegue afirmando que no campo científico e acadêmico, a formação
empreendedora pode ser evidenciada por situações que contribuem diretamente para que esta
ação aconteça. Entre elas, podem ser citadas duas características que incidem diretamente, a
primeira é a natureza da ação, caracterizada por buscar fazer algo inovador ou diferente do
que já é feito. Neste ponto, o empreendedorismo está ligado diretamente às modificações de
processos (ou de produtos). E a segunda é a falta ou inexistência de controle sobre as
formas de execução e recursos necessários para se desenvolver a ação desejada, liberdade
de ação.
Tais fatores são considerados importantes na ação empreendedora, uma execução de algo sem
controle e sem métodos com uma nova concepção. Isso não significa que todas as ações de
mudanças são empreendedoras. Será se, os dois quesitos estiverem presentes. Da mesma
forma, nem todas as ações desenvolvidas, com risco, sem controle dos processos são ações
empreendedoras, pois nem sempre são ações inovadoras.
Em contrapartida, Filon (1999) estabelece um modelo com quatro aspectos essenciais para
que uma ação seja empreendedora (visão, energia, liderança e relações), visando à formação
do profissional empreendedor. Destaca-se como principal característica as relações, a qual,
segundo o autor, se obtém os conhecimentos fundamentais e necessários dentro de uma
estrutura de mercado: as informações necessárias para a tomada de decisões e o conhecimento
da realidade do mercado.
Para a elaboração da matriz da análise de conteúdo, conforme modelo sugerido por Bardin
(1977) foram utilizadas as respostas dos docentes respondentes, como pode ser observado no
Apêndice A.
4.2.2 Discentes do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo
Optou-se por aplicar os questionários para alunos do sexto e sétimos períodos por tratar-se de
alunos no final do curso e, subentendendo-se que são eles portadores de maior maturidade e
opinião formada sobre os conteúdos estudados ao longo do curso. É importante ressaltar que
muitos dos alunos, ao final do curso, vivenciam ou já vivenciaram experiências profissionais
no mercado, na área de comunicação.
![Page 149: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/149.jpg)
149
Para a apresentação das respostas dos discentes, assim como no caso dos docentes, também
foi utilizado um quadro para cada resposta, com exceção da referente à décima questão,
sobretudo por tratar-se de resposta que contempla a identificação nominal de professores da
IES pesquisada.
Vale ressaltar que, com a apresentação de tantos quadros, o trabalho tornou-se claramente
extenso. Contudo, na visão da pesquisadora, o número de quadros utilizados foi necessário
para fins de transparência das respostas e esclarecimento do leitor quanto ao tema estudado.
a) Primeira questão
Com relação à concepção dos alunos sobre práticas pedagógicas empreendedoras, tema
da primeira questão do questionário aplicado, 06 (seis) alunos tiveram respostas consideradas
pela pesquisadora de maior pertinência, com base nos autores estudados:
Quadro 28 – O que pode ser considerada uma prática pedagógica empreendedora
Aluno A – “Fazer com que os alunos invistam em criar uma empresa.”
Aluno B – “Fazer com que os alunos se interessem e se envolvam com as práticas de
mercado.”
Aluno C – “[...] é desenvolver conhecimento aliado a negócios [...].”
Aluno D – “Aquela que estimula o ensino [...],”
Aluno E – “[...] ajuda a criar uma visão empreendedora na área escolhida.”
Aluno F – “Conseguir que o aluno utilize algo aprendido em sala [...].” Fonte: dados da pesquisa (2014)
No contexto das respostas, pode ser percebida a noção, mesmo que limitada, de que os
empreendedores são pessoas com atitude de abrir seu próprio negócio, que tenham percepção
de oportunidades, com ideais, ousados, que saibam transformar conhecimentos em produtos
ou serviços, gerando assim resultados positivos. Nesse sentido, o empreendedor tem que ter
habilidade para criar a partir da visão como todo empresário tem, para que seu
empreendimento cresça.
Autores que traduzem características relacionadas a essas respostas podem ser representados
por Drucker (1985), que defende que empreendedorismo está diretamente associado à criação
de uma nova organização, substituindo a atitude subsistência para adotar uma atitude pró ativa
![Page 150: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/150.jpg)
150
e autônoma de obter lucros. Segundo esse autor, empreender diz respeito a todas as atividades
dos seres humanos. Já, para Filion (1999), empreendedor é uma pessoa que imagina,
desenvolve e realiza visões. E, com relação à busca do conhecimento não há como não
mencionar Dornelas (2011) que aponta o fato de não ser suficiente a vontade de abrir seu
próprio negócio, mas adquirir conhecimentos que possam desenvolver comportamento
adequado a empreendedores bem-sucedidos.
Até recentemente, menciona Dornelas (2001), acreditava-se que as habilidades
empreendedoras de forma alguma poderiam ser ensinadas, e as pessoas que não nasciam com
o “dom” empreendedor eram desaconselhadas a buscar a abertura de um empreendimento,
crença esta com a qual esse autor não corrobora.
[...] cada vez mais, acredita-se que o processo empreendedor pode ser
ensinado e entendido por qualquer pessoa e que o sucesso é decorrente de
uma gama de fatores internos e externos ao negócio, do perfil do
empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia
a dia (DORNELAS, 2001, p. 38).
Pode-se afirmar, então, que o aumento no interesse pelos processos e metodologias de ensino
das práticas voltadas para o empreendedorismo teve início em estudos que questionavam esse
difundido entendimento de que a capacidade empreendedora é inata ao ser humano, só
podendo ser herdada geneticamente.
Devido a essa circunstância, o empreendedorismo como disciplina ou como preocupação
inerente ao ensino em outras disciplinas foi se desenvolvendo e se moldando através de
estudos e trabalhos esporádicos, desenvolvidos por pesquisadores de diferentes áreas do
conhecimento, impulsionados pelas necessidades do mercado.
Muitas são as recomendações e sugestões para o ensino da prática do empreendedorismo, e
parece comum o entendimento de que os métodos tradicionais de ensino não oferecem suporte
a esse aprendizado, já que conteúdos muito teóricos e limitados ao ambiente da sala de aula
muitas vezes não permitem que a formação dos potenciais empreendedores aconteça alinhada
à realidade do mercado.
![Page 151: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/151.jpg)
151
As demais respostas a essa questão apresentaram-se de forma a deixar claro que não há
conhecimento por parte dos alunos respondentes sobre qualquer dos conceitos de
empreendedorismo, que venha fundamentar sua fala, como pode ser percebido a seguir.
Quadro 29 – O que pode ser considerada uma prática pedagógica empreendedora
Aluno G – “As teorias, os livros indicados, os pesquisadores estudados na aula que tem
um embasamento sobre assuntos com empreendedorismo, conceitos de rádio e
TV.”
Aluno H – “Quando recebemos as atividades pelo professor.”
Aluno I – “A prática daquilo que foi aprendido teoricamente em sala de aula.”
Aluno J – “Aquela que aprende o conceito de empreendedorismo.”
Aluno K – “A criação de eventos que tanto ajudam os alunos a identificar seu perfil
profissional no mercado da comunicação, quando divulgam e fortalecem a
imagem da instituição de ensino.”
Aluno L – “Isso acontece a partir do momento que eu insiro a mesma em minha vida,
para aprimorar, desenvolver, aperfeiçoar e atingir minhas expectativas.”
Aluno M – “Fazer com que os alunos se envolvam e façam práticas empreendedoras.”
Aluno O – “Investir em instituições que ofereça o conhecimento nas diversas áreas
existentes no mercado, oferecer oportunidades.”
Aluno P – “A própria graduação do aluno, já é uma prática empreendedora, e os
advindos dessa formação profissional, como as especializações na área,
possibilitam a conquista financeira.”
Aluno Q –“ A partir do momento em que um aluno se forma no curso de pedagogia e
resolve abrir uma escola em seu bairro ou cidade, gerando capital, podemos
dizer que é uma prática pedagógica empreendedora.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
É possível perceber que existe significativa dificuldade em expressar suas respostas por parte
de grande parcela dos alunos respondentes da primeira questão. Suas ideias sobre o tema
mostram-se desencontradas, sem embasamento.
Houve um aluno (Aluno N) que não respondeu a questão. Presume-se que nesse caso, ocorreu
falta de entendimento no que se refere ao significado de “práticas pedagógicas
empreendedoras” ou simples desinteresse pela abordagem.
b) Segunda questão
No que se refere à segunda questão, sobre as atividades relacionadas ao ensino
empreendedor vivenciadas em sala de aula, seguem abaixo as respostas consideradas as
mais adequadas:
![Page 152: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/152.jpg)
152
Quadro 30 – Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas em sala de aula
Aluno B – “Criar uma empresa [...]. Criar um evento para alunos do curso de
comunicação. Criar uma revista e jornal institucional. Praticar a apresentação
de um telejornal e um stand up.”
Aluno C – “ Em Tópicos Integradores I, visão estratégica do negócio; [...].”
Aluno F – “ Em Tópicos Integradores I, criar um evento; em Fundamentos de Rádio,
criar uma radionovela; em Fotojornalismo, produzir fotos em séries.”
Aluno G – “Tópicos I, fazer a Expocom [...]”.
Aluno I – “Radiojornalismo – visita a rádio comunitária; Tópicos Integradores I –
Expocom; Teoria Estética da Imagem – produção de vídeo.”
Aluno J – “As atividades práticas.”
Aluno L – “Atividades práticas.”
Aluno M – “Criar uma empresa e divulgar os serviços na sala de aula. Fazendo isso de
maneira atrativa.”
Aluno N – “Marketing – plano de comunicação empresarial.”
Aluno O – “Práticas mais elaborativas como: criar um plano de comunicação, criar um
plano de ação, [...].”
Aluno P – “Montagem de empresa, projeto de empreendedorismo no terceiro período
do curso e utilização das técnicas de marketing e propaganda, para fixar a
marca desse produto.”
Aluno Q – “Dentro da sala de aula de Jornalismo, aprendemos a fazer jornais impressos,
sendo uma das formas de ensino empreendedor.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Embora as respostas apresentem-se de forma particular, há uma preocupação comum em
mencionar atividades práticas, específicas de algumas disciplinas ou não, como sendo
atividades relacionadas ao ensino empreendedor. Contudo, vale ressaltar que, apesar dos
alunos estabelecerem com as práticas empreendedoras uma relação com a criação de algo, não
há qualquer menção à inovação. Para Dornelas (2008), por exemplo, empreendedorismo adota
a inovação como parte essencial da rotina, a norma, a base para segurança de todo
empreendimento, todos envolvidos no esforço da inovação.
Por outro lado, pode ser percebida nas respostas à segunda questão, alguma motivação quando
os respondentes mencionam a criação de um plano, de uma empresa, de um jornal. É possível
que o desafio da criação, do fazer acontecer, seja mérito dos docentes ministrantes das
disciplinas a que se reportam, quando buscam estimular o desenvolvimento de suas tarefas.
Indo mais além, nesse sentido, é importante mencionar Fowler (2010), que apregoa ser
fundamental o uso de alguns processos de aprendizagem, percebidas como estratégicas no
desafio da educação empreendedora. Para esse autor, os docentes devem assumir papel de
![Page 153: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/153.jpg)
153
facilitadores no processo de aprendizagem adequando suas técnicas ao perfil de cada turma,
de forma que seja despertada nos alunos a vontade de repetir a experiência em sala de aula.
Um segundo agrupamento de respostas semelhantes foi observado, conforme consta a seguir.
Quadro 31 – Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas em sala de aula
Aluno A – “Fazer com que os alunos invistam em criar uma empresa.”
Aluno D – “Um tipo diferente de programa para apresentar aulas; utilização de recursos
multimídia; otimização do tempo.”
Aluno E – “Exemplificação de casos e [...] aulas pouco convencionais.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
No caso das respostas relacionadas no Quadro 31, o tema da questão foi ignorado, dando
espaço para reivindicações. É possível que a essência da pergunta não tenha sido percebida.
Por fim, a identificação de uma resposta única, de acordo com o Quadro 32.
Quadro 32 – Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas em sala de aula
Aluno H – “Os trabalhos empolga para esse raciocínio.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
No caso do aluno H, em sua resposta não houve clareza. O referido aluno não deixa claro a
que tipo de trabalho se refere.
O aluno K ignorou a questão e não a respondeu.
c) Terceira questão
A terceira questão se refere à percepção de um elemento empreendedor nas práticas
pedagógicas relacionadas ao ensino das disciplinas do curso.
![Page 154: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/154.jpg)
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Quadro 33 – Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas
Aluno B – “Criação de jornais, de telejornais, de programas de rádio, de revistas. Ter
mais práticas no curso que deem ao aluno mais noção de mercado de trabalho
da área.”
Aluno C – “A forma como você pode valorizar sua informação e ilustrar seu espaço de
divulgação.”
Aluno D – “Aproximação do assunto com os alunos, trazendo convidados da área;
elementos da prática jornalística; utilização dos laboratórios para o
aprendizado.”
Aluno E – “Noções básicas de diversas alternativas empreendedoras em Jornalismo.”
Aluno F – “Qualquer cadeira que leve o aluno a produzir algum produto ou serviço,
pois assim, podemos nos perceber dentro do mercado em uma devida área.”
Aluno G – “Trabalho da disciplina de Marketing, por exemplo, onde criamos uma
empresa. Tudo o que incentiva nossa criatividade.”
Aluno H – “O planejamento e suas técnicas nas cadeiras específicas do curso.”
Aluno I – “Trabalhos que nos levam a criatividade na prática daquilo que foi aprendido
na teoria.”
Aluno J – “As atividades práticas.”
Aluno L – “Atividades práticas com frequência.”
Aluno M – “Criações de empresas e eventos.”
Aluno P – “Diagramação de jornal impresso e utilização das paletas de cores, textos
jornalísticos para: rádio, TV, banner impresso e online, nos possibilita a
produzir jornais, revistas e blogs, como também outras páginas da web.”
Aluno Q – “Fazendo revistas e quadrinhos para os alunos passando a informação de
forma dinâmica e mais ilustrativa.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Pode ser observado que houve uma maioria absoluta – 13 de um total de 17 alunos,
representando 76,5% de respondentes - de respostas com o mesmo teor, caracterizando a
presença do elemento empreendedor nas práticas pedagógicas, percebido através de atividades
voltadas para a criação de empresas, evento ou outros procedimentos práticos pertinentes ao
curso, e pouco explorados pelas disciplinas ministradas.
É importante considerar que elemento empreendedor relacionado às práticas pedagógicas diz
respeito à presença de uma força capaz de incentivar a formação de atitude, de iniciativa, de
despertar a vontade do fazer. Nesse contexto, Shapero (1975), citado por Dornelas (2008),
defende que empreendedorismo contempla comportamento que inclui: iniciativa, organizar e
reorganizar mecanismos sociais e econômicos a fim de transformar recursos e situações para
proveito prático, bem como aceitar o risco ou o fracasso. Contextualizando com as práticas
utilizadas em sala de aula, é possível adaptar essa visão, de forma que o aluno possa entender
![Page 155: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/155.jpg)
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que todos os recursos que possui e o conhecimento adquirido deve promover a iniciativa do
fazer acontecer.
Essa constatação encontra fundamento em Dolabela (1999, p. 114), segundo o qual, “para
haver efetividade didática na área de empreendedorismo, é essencial que o aprendizado seja
insistentemente contextualizado. [...] o aluno pré-empreendedor precisa ser submetido a
situações similares àquelas que encontrará na prática”.
O aluno A direciona sua resposta a partir de interpretação equivocada do sentido da pergunta.
O referido aluno entende que a pergunta diz respeito a um investimento voltado para o
mercado. Sua resposta leva a crer que houve desatenção ao contexto da questão ou dificuldade
cognitiva relacionada à interpretação correta.
Quadro 34 – Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas
Aluno A – “Criação de investimentos no ramo empreendedor.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Já o aluno N dá a entender em sua resposta que a pergunta está voltada para o universo das
definições. Seu discurso remete a informações prestadas pelo professor, especificamente na
abordagem inicial para a construção de um plano de comunicação, possivelmente em
disciplinas como Tópicos Integradores I ou Comunicação Empresarial e Terceiro Setor.
Quadro 35 – Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas
Aluno N – “Atuar na área de comunicação promovendo a empresa, desenvolvendo a
comunicação interna e interpessoal, pois os funcionários que estão satisfeitos
irão promover bem e de modo positivo a sua empresa.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Aluno O foge do foco da questão quando considera que o chamado elemento empreendedor
reside na necessidade de haver oferta de cursos profissionalizantes e técnicos no contexto do
mercado.
Quadro 36 – Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas
Aluno O – “A implantação de cursos profissionalizantes, como também cursos técnicos
para inserir novos profissionais no mercado.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
![Page 156: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/156.jpg)
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Assim, pode ser percebida a ausência de sentido em sua resposta.
Com relação ao aluno K, mais uma vez, a solicitação, agora da terceira questão, foi ignorada.
d) Quarta questão
A quarta questão tem seu foco voltado para a identificação da forma como são realizadas
as abordagens referentes às atividades práticas que devem ser desenvolvidas pelas
disciplinas de uma forma geral. Leve-se em conta que existe a possibilidade de que todas as
disciplinas podem contemplar esse tipo de atividade.
Para Fillion (2000), o empreendedor é um indivíduo criativo, que se caracteriza pela
capacidade de estabelecer e alcançar objetivos. Cabe afirmar que a mencionada capacidade de
estabelecer objetivos está diretamente associada à forma como as atividades e seus objetivos
são abordados nas disciplinas. Em contrapartida, de nada adianta esmero do docente nesse
sentido, se o aluno não tem interesse real em entender essa abordagem.
O grupo de alunos respondentes nessa questão, expressa a existência de atividades práticas,
mas demonstram certa insatisfação quanto às abordagens. É percebido que entendem a
quantidade das atividades práticas solicitadas nas disciplinas com o que consideram qualidade
quanto à forma como são solicitadas. Não há coerência na associação entre prática e teoria.
Quadro 37 – Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas
Aluno A – “Não são abordadas de forma ampla. Poucas atividades práticas nas
disciplinas do curso de Jornalismo.”
Aluno B – “Muito fracas. As atividades poderiam ser mais exploradas. Poderiam exigir
do aluno maior criatividade e ser mais dinâmicas.”
Aluno D – “As atividades práticas são poucas e restritas em relação ao curso. As
abordagens são o fato de correlacionar a teoria com a parte prática quando é
possível. Ex.: Teórica de Entrevista e reportagem.”
Aluno E – “De forma exporádica e explicação de casos pessoais dos professores.”
Aluno L – “A atividade prática ajuda a chegar ao conhecimento, embora os critérios da
Faculdade atrapalhem a execução Isto é ruim, torna o procedimento
deficiente.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
![Page 157: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/157.jpg)
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Com relação às respostas do aluno C, bem como do aluno M, há nelas determinado teor de
consciência superior às demais respostas. Contudo, o aluno M confirma a fala da maioria no
que se refere ao número reduzido de atividades práticas ao longo do curso.
Quadro 38 – Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas
Aluno C – “As abordagens são feitas embasadas em um roteiro ou pauta pré-
produzida.”
Aluno M – “As abordagens são boas, entretanto não há muitas atividades dessa
categoria.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O aluno G demonstra sua percepção quanto à presença de atividades práticas na mesma
proporção da exposição teórica dos conteúdos das disciplinas. No entanto, não comenta sobre
a forma como são realizadas as abordagens direcionadas especificamente para as atividades
práticas.
Quadro 39 – Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas
Aluno G – “Divididas entre teorias e práticas (trabalhos, visitas técnicas).” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O aluno H não deixa clara sua impressão em sua resposta. Pode ser percebido que esse aluno
respondente apresenta certa dificuldade em expressar-se.
Quadro 40 – Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas
Aluno H – “São facilitadas através dos professores que compreendem o início da
atividade.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O aluno I confirma a existência das atividades práticas nas disciplinas do curso, mas, embora
demonstre certa satisfação com relação ao tema da pergunta, não explica de que forma as
abordagens são desenvolvidas para esse tipo de atividade.
![Page 158: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/158.jpg)
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Quadro 41 – Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas
Aluno I – “Com o apoio do professor, que nos guia da melhor forma para atividades
práticas.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O caso dos alunos J, O e Q, o contexto das respostas é similar. É solicitado que se fale sobre
as atividades práticas nas disciplinas, mas não há qualquer comentário relacionado ao tipo de
abordagem utilizado pelos professores.
Quadro 42 – Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes
às atividades práticas
Aluno J – “Visitas técnicas.”
Aluno O – “Através de pesquisas.”
Aluno Q – “Levando os alunos para os estúdios de rádio e TV.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Observa-se que esses alunos limitaram suas respostas a ações específicas. Não há referência à
forma como foi solicitada a atividade.
Os alunos F, K, N e P ignoraram a solicitação da quarta questão. Não há como afirmar o
motivo dessa atitude por parte dos referidos alunos, uma vez que os mesmos não
manifestaram qualquer reação ou sentimento durante o tempo de preenchimento do
questionário.
e) Quinta questão
A quinta questão faz referência à prática empreendedora aplicada à atividade prática
desenvolvida na modalidade de exercício extraclasse.
Vale ressaltar que o empreendedorismo, além de ser associado com a abertura de um novo
negócio, é também, geralmente associado à iniciativa, desembaraço, inovação. Em outras
palavras às possibilidades de fazer coisas novas e/ou de maneira diferente, como também é
associado à capacidade de assumir riscos. Isto subentende que o indivíduo empreendedor está
sempre pronto para agir, desde que existam, naturalmente, no meio em que atua, condições
propícias para propiciar-lhe apoio.
![Page 159: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/159.jpg)
159
A prática empreendedora aplicada à atividade prática em exercício extraclasse remete à
necessidade de postura diferenciada por parte do professor e do aluno, uma vez que será
realizada fora dos domínios da sala de aula.
Numa visão empírica, cabe mencionar que atividade extraclasse é aquela realizada ou no
mínimo iniciada fora da sala de aula. Serve para suplementar os conteúdos desenvolvidos pelo
professor. Assim, é possível que os alunos A, B e M, por desconhecimento do significado do
termo, afirmem não existir a referida modalidade de atividade no curso.
Quadro 43 – Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida na modalidade
de exercício extraclasse
Aluno A – “Não há atividade prática desenvolvida na modalidade de exercício
extraclasse, nas disciplinas do curso de Jornalismo.”
Aluno B – “Não há percepção porque não temos atividades extraclasse.”
Aluno M – “Não há essa modalidade extraclasse.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
No próximo grupo de alunos respondentes, existe a consciência da existência das atividades
extraclasse e os mesmos expressam crítica à baixa frequência das mesmas. Não associam esse
tipo de atividade com práticas empreendedora, apesar da observação feita pelo aluno D,
quando afirma que não existe prática empreendedora no curso de Jornalismo.
Quadro 44 – Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida na modalidade
de exercício extraclasse
Aluno C – “Me parece carente. Ainda se precisa investir em uma postura mais
mercadológica na veiculação da informação.”
Aluno D – “A prática empreendedora ainda precisa aparecer no curso de Jornalismo. As
práticas que acontecem é para ajudar na apreensão do conhecimento e não
como foco de empreender.”
Aluno E – “Fraca. Poucas alternativas são aprofundadas no curso.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O grupo de alunos que segue abaixo demonstra ter a percepção da importância das atividades
extraclasse no processo de aprendizagem. Em seu discurso, embora não falem a respeito das
práticas empreendedores utilizadas no contexto da pergunta, aceitam a existência dessas
práticas associadas às atividades.
![Page 160: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/160.jpg)
160
Quadro 45 – Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida na modalidade
de exercício extraclasse
Aluno G – “Interessante. É uma forma dinâmica de aprender.”
Aluno H – “Muito bom para construção crítica do curso.”
Aluno I – “Excelente. Esse tipo de atividade nos traz outra visão do que é falado em
sala de aula.”
Aluno K – “Traz a noção de como se comportar profissionalmente e traz a tona a
realidade do cotidiano jornalístico.”
Aluno L – “Como dito em sala de aula, aprimorar a questão de lidar em grupo, de obter
responsabilidades, de até mesmo aguçar as ideias e assim explora-las.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Aqui, o discurso está voltado para o significado das atividades extraclasse. Os alunos O e Q
fogem do foco da pergunta. O aluno O demonstra não ter ciência do que é
empreendedorismo. Contudo, deixam transparecer a atividade extraclasse existe nas
disciplinas do curso e a importância desse tipo de atividade nas práticas das disciplinas.
Quadro 46 – Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida na modalidade
de exercício extraclasse
Aluno O – “É uma forma de ampliar o conhecimento e vivenciar na prática como
funciona cada setor do empreendedorismo.”
Aluno Q – “É uma forma de estimular os alunos a aprender mais sobre sua área.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O aluno J demonstra considerar atividade extraclasse, exclusivamente as visitas técnicas
(pertinentes a algumas disciplinas específicas). Não relaciona em sua resposta a atividade
extraclasse a uma iniciativa empreendedora.
Quadro 47 – Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida na modalidade
de exercício extraclasse
Aluno J – “Ótimas visitas técnicas.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Esse aluno apenas revela sua opinião pessoal quanto às visitas técnicas, conferindo
inconsistência à sua resposta.
Os alunos F, N e P mais uma vez demonstram ignorar a solicitação, agora, da quinta questão.
Novamente não há como afirmar o motivo de sua atitude, uma vez que não houve
manifestação por parte dos mesmos que leve a algum tipo de conclusão.
![Page 161: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/161.jpg)
161
f) Sexta questão
A sexta questão busca entender como se dá a percepção dos alunos respondentes no que se
refere ao retorno dos resultados das atividades desenvolvidas nas disciplinas do curso. É
possível que possibilite interpretações diversas, sobretudo considerando a pressa dos alunos
em responderem ao questionário. Contudo, a ideia foi fazê-los refletir sobre o sentido desses
retornos sob dois pontos de vista: o retorno em termos de aprendizado e/ou o retorno no
sentido do feedback do professor.
Para Filion (2000), a compreensão das dimensões do empreendedorismo tende a influenciar as
formas de se apoiar o seu desenvolvimento. Nesse contexto é primordial chamar atenção
sobre este aspecto para que se dê conta de que o apoio ao desenvolvimento do ser
empreendedor requer muita reflexão para que se possa sair dos lugares comuns e que se apoie
àqueles que fogem aos enquadramentos convencionais. Esse processo acaba por exigir
também que se leve em conta as dimensões ligadas ao ser. Este é um ponto tão importante
quanto à aquisição de competências ligadas ao conhecimento e ao saber fazer.
Os alunos A e B não respondem a pergunta dentro do esperado, contudo registram em suas
respostas um fato grave: a baixa participação dos alunos nas atividades solicitadas pelos
professores em suas disciplinas (o que foi claramente percebido no momento dos
esclarecimentos e da aplicação do questionário para a presente pesquisa).
Quadro 48 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas nas disciplinas do curso
Aluno A – “Muitos alunos não tem resultados, pois não participam das atividades.”
Aluno B – “Os resultados, em geral, são fracos. A maioria dos alunos não se envolve.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Em seu discurso, o aluno C apenas considera como atividades propostas pelo professor,
aquelas desenvolvidas em estúdios, nas disciplinas com caráter mais prático. Sinaliza isso
quando se refere aos estúdios visitados, o que leva a crer que está se referindo aos estúdios de
imagem e de áudio. No caso do aluno N, ocorre algo similar quando o mesmo se refere tão
somente a trabalhos específicos, provavelmente realizados, também, por disciplinas
específicas. Porém, ambos os respondentes não são claros em suas resposta com relação à
pergunta.
![Page 162: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/162.jpg)
162
Quadro 49 – Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas nas disciplinas do curso
Aluno C – “As atividades quando desenvolvidas em estúdio dão uma ideia mais
próxima da profissão quando visitamos os estúdios.”
Aluno N – “No desenvolvimento de trabalhos de comunicação, marketing, na
elaboração dos planos de comunicação para uma empresa ou cliente.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O grupo de alunos respondentes a seguir reflete semelhança em suas respostas, uma vez que
consideram os resultados positivos das diferentes atividades desenvolvidas nas disciplinas do
curso. Há visões diferentes, mas amadurecidas que as demais e todas apresentam o mesmo
nível de interpretação.
Quadro 50 – Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas nas disciplinas do curso
Aluno D – “Melhor assimilação do conteúdo exposto. As atividades auxiliam não só na
vida acadêmica, mas também na vida profissional; entusiasmo na participação
dos alunos nas aulas.”
Aluno E – “Os resultados se manifestam no momento em que o aluno estagia e compara
o assimilado com o que foi visto em sala de aula,”
Aluno G – “Quando aquilo que foi absorvido nas aulas entra em contato no trabalho,
fazendo assim com que você possa mostrar ou usar o que aprendeu.”
Aluno H – “Esclarece nossa capacidade diante dos desafios e ajuda para reflexão de
melhorar.”
Aluno I – “São manifestados de forma positiva, trazendo conhecimento para vida
profissional e melhorando a qualidade do curso.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O aluno J traduz a manifestação de resultados apontando exclusivamente a criação de um
evento (que contempla a elaboração de um plano de comunicação organizacional para sua
divulgação na IES), atividade pertinente a uma disciplina específica do curso. Trata-se a
Expocom de um evento de caráter institucional que ocorre anualmente na IES. É planejado e
organizado pelos alunos do 4º período de Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e
Propaganda). Na referida atividade é papel do docente ministrante da disciplina (Tópicos
Integradores I), desenvolver os conteúdos pertinentes à construção de um plano de
comunicação organizacional e orientar os alunos na organização do evento.
Quadro 51 – Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas nas disciplinas do curso
Aluno J – “A Expocom” Fonte: dados da pesquisa (2014)
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163
As respostas dos alunos L e M apresentam contexto similar, embora a resposta do aluno L
não seja clara pela sua objetividade.
Quadro 52 – Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas nas disciplinas do curso
Aluno L – “Regular”
Aluno M – “Regular, pois nem todos os alunos obtem resultado.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
No caso do aluno M, a resposta não apresenta consistência. É possível que tenha tido
dificuldade em expressar-se ou não tenha, de fato, entendido a essência da pergunta.
Os alunos F e P de novo demonstram ignorar a solicitação, no caso, da sexta questão. No
mais, os alunos K, O e Q, também abstêm-se de respondê-la.
g) Sétima questão
A sétima questão busca identificar quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de
Jornalismo no decorrer do curso. O objetivo é entender o comprometimento parcial das
turmas do curso com relação ao curso como um todo, bem como avaliar a capacidade de
entendimento que os alunos apresentam com relação à importância de todas as disciplinas
oferecidas na grade curricular, para a formação do profissional em Jornalismo.
Vale ressaltar que, a maior parte dos alunos respondentes demonstra a tendência a esperar a
qualificação que afirmam buscar em seu discurso em sala de aula, exclusivamente a partir do
aprendizado alcançado em disciplinas que os projetem em grandes veículos de comunicação.
Dificilmente esse perfil de aluno tem a percepção da relevância das disciplinas mais teóricas
na fundamentação do universo das práticas de mercado.
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164
Quadro 53 – Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo
Aluno A – “História da Arte, Telejornalismo, Filosofia. Pois me interesso nos
assuntos.”
Aluno B – “História da Arte; Filosofia; Fundamentos de TV; Edição Gráfica;
Fotojornalismo. São cadeiras que despertam minha curiosidade. Outra cadeira
é Teoria e Estética da Imagem.”
Aluno C – “Redação Jornalística; Radiojornalismo e Fundamentos da TV.”
Aluno D – “Técnica de Entrevista e Reportagem, Sociologia, Radiojornalismo, História
da Arte, Filosofia e ética, Cultura, Teoria da Comunicação, Fotografia porque
tenho atividades com a disciplina.”
Aluno E – “Disciplinas que envolvam Telejornalismo e impresso. Antes do curso.
Fotografia e Fotojornalismo eram disciplinas interessantes, mas a fraca
abordagem em sala de aula gerou desenteresse.”
Aluno F – “Fotografia e Rádio. Ambas são disciplinas que envolvem os alunos,
assuntos gostosos e o rádio em particular é algo amplo e que chega à todos.”
Aluno G – “Radiojornalismo, Teoria e Estética da Imagem, Filosofia, História da Arte.”
Aluno I – “Fundamentos de TV. Área que tenho interesse desde do início do curso.”
Aluno J – “TV”
Aluno L – “Fotojornalismo, quero atuar na comunicação através da imagem!”
Aluno M – “Filosofia; História da Arte; Introdução a Fotografia; Redação I e II.”
Aluno N – “Rádio e TV porque são veículos de comunicação que atingem um grande
número de pessoas são mais rápidos. E possuem um feedback mais rápido
também.”
Aluno O – “Redação Jornalística I e II, Técnicas de Entrevista e Reportagem,
Assessoria de Comunicação, Fundamentos de Rádio, Produção de Vídeo,
Jornalismo On-line.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O aluno H apresenta uma percepção ampla do contexto do curso e demonstra maior
amadurecimento pessoal em sua visão.
Quadro 54 – Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo
Aluno H – “Todas disciplinas, porque me leva a conhecimentos que se intercalam
dentro da metodologia do curso. E não pode haver distinção quando noto a
interação das cadeiras no contexto do curso.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Já o aluno K parece ser um caso atípico. Filosofia e Sociologia são claramente disciplinas
importantes no curso, mas exclusivamente as duas, dificilmente aparecem em abordagens
relacionadas à pergunta. São disciplinas oferecidas no início do curso e pode-se afirmar que
exigem muita dedicação e representam um desafio para o professor em ministrá-las. Como
são disciplinas teóricas e que trazem dados históricos, raramente são de interesse geral.
![Page 165: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/165.jpg)
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Quadro 55 – Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo
Aluno K – “Filosofia (por tratar do perfil do homem desde o princípio à
contemporaneidade), Sociologia (por tratar da relação do homem com o meio
que vive).” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Não é fato comum que alunos demonstrem interesse nessas disciplinas, normalmente pela
ansiedade em conhecerem os conteúdos de disciplinas técnicas, mais diretamente ligadas à
aplicabilidade profissional no mercado.
Os alunos P e Q novamente demonstram ignorar a solicitação, no caso, da sétima questão.
h) Oitava questão
A oitava questão tem sua abordagem voltada para a descoberta da percepção dos alunos
respondentes com relação ao comportamento empreendedor para sua vida profissional.
Nessa questão há a intenção de constatar se os respondentes consideram que o comportamento
empreendedor está limitado à abertura de uma empresa.
Para Filion (2000), falar de empreendedorismo e de educação significa canalizar o
conhecimento para uma melhor realização do potencial de cada um. Por sua vez, Drucker
(1985, p. 16) já afirmava que “Empreendimento não é nem ciência nem arte. É uma prática”.
Por isso, parte da base de conhecimento necessária para a execução de um empreendimento é
definida pelos fins, ou seja, pela própria prática e experiência. Considera-se aqui que, tal
prática e experiência, estimuladas desde a sala de aula para além dela, devem contribuir para
uma formação comportamental empreendedora na vida pessoal e profissional do indivíduo.
Já para Fowler (1997), a educação empreendedora é um sistema que habilita o indivíduo a
criar e dirigir seus próprios negócios (no sentido mais amplo da palavra), utilizando isso como
meio de aprendizagem. Dessa forma, a capacidade empreendedora pode ser entendida como o
aproveitamento de oportunidades e recursos disponíveis, englobando tanto situações de
criação de um negócio como a condução de uma empresa já estabelecida.
![Page 166: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/166.jpg)
166
Nesse cenário, entre os desafios das novas práticas pedagógicas inovadoras está o ensino do
empreendedorismo e o incentivo à cultura empreendedora e a um comportamento
empreendedor.
Segundo Filion (2001), num futuro próximo, o entendimento do termo “carreira” mudará
radicalmente e muitas carreiras se tornarão muito mais empreendedoras, assim permitindo que
os indivíduos possam escolher o melhor caminho a ser percorrido. O referido autor prossegue
atestando que é importante mencionar que o desenvolvimento da carreira empreendedora não
envolve apenas trabalhar num pequeno negócio, mas ganha novos significados incluindo
negócios de família, microempresas, auto-emprego, empreendedorismo ecológico,
empreendedorismo tecnológico, cooperativa, empreendedorismo de grupo,
empreendedorismo social, assim como outros tipos de empreendimentos no setor dos grandes
negócios.
Cerca de 50% dos alunos respondentes associa um comportamento empreendedor apenas à
geração de um negócio, seja através da ênfase dada a um investimento financeiro, seja pelo
fato de associarem a esse “negócio próprio” a oportunidade de realizarem seu sonho.
Quadro 56 – Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento
empreendedor para sua vida profissional
Aluno A – “Investir o que recebe, desde o estágio até o momento em que se
profissionaliza.”
Aluno B – “Investir na carreira profissional. Controlar o salário/bolsa estágio para fazer
um investimento que dê retorno.”
Aluno C – “Aliar uma boa equipe com matéria-prima; recursos e conteúdo adequado
para iniciar um negócio.”
Aluno F – “Acreditar em um sonho, como por exemplo envestir em um negócio
próprio, acreditar em sua capacidade em tocar algum sonho seu. Ser um
catalizador, utilizar os conhecimentos aprendidos na faculdade.”
Aluno K – “Elaborar um projeto de comunicação que se adapte a realidade profissional.
Por exemplo, criar uma assessoria de imprensa direcionada a área da cultura,
da política, monitoramentos de redes sociais, ou mesmo uma assessoria
voltada para mídia alternativa.”
Aluno M – “Tomar a iniciativa de montar seu próprio negócio.”
Aluno N – “Ter uma empresa ou um negócio próprio, uma agência de comunicação,
assessoria ou trabalhar a comunicação nas redes sociais para divulgar o
trabalho da empresa.”
Aluno O – “O desejo de montar o nosso próprio negócio na área de comunicação, como
por exemplo: a implantação de uma agência de notícias/publicidade.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
![Page 167: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/167.jpg)
167
Outra parcela significativa dos alunos respondentes atribui ao comportamento empreendedor,
um perfil associado ao investimento em busca e aprimoramento do conhecimento, do alcance
de objetivos, de elaboração e execução de projetos profissionais.
Quadro 57 – Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento
empreendedor para sua vida profissional
Aluno D – “Continuar querendo realizar projetos, aperfeiçoar o conhecimento
adquirido, aplicar a teoria na prática de maneira dinâmica.”
Aluno E – “Um comportamento profissional que não se prenda somente ao que é
apresentado no mercado. Esse profissional investe em suas próprias ideias e
busca sempre novas alternativas.”
Aluno G – “Aquele no qual a pessoa que se propõe a um trabalho ou atividade, constroi
seu objetivo e o cumpre. Quando suas metas são alcançadas.”
Aluno H – “Em conhecer o curso e estudar estamos empreendendo na busca por um
fundo dentro da profissão.”
Aluno I – “Buscar novos conhecimentos, investindo em cursos complementares.”
Aluno L – “Elaborar projetos, executa-los futuramente.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
O aluno J é o único que identifica comportamento empreendedor associado à ética.
Quadro 58 – Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento
empreendedor para sua vida profissional
Aluno J – “Um comportamento baseado na ética.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Vale reforçar que nas abordagens sobre empreendedorismo, a discussão sobre aspectos éticos
é pertinente, contudo, a questão não apresenta essa preocupação, mas a relacionada à prática
da profissão no mercado.
Os alunos P e Q são recorrentes ao, mais uma vez, ignorarem a solicitação, dessa vez, da
oitava questão.
i) Nona questão
A nona questão tem seu foco no interesse de atuação profissional dos alunos respondentes.
![Page 168: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/168.jpg)
168
Quadro 59 – Interesse de atuação profissional
Aluno A – “Ser redator”
Aluno B – “Jornal impresso, televisão, fotografia.”
Aluno C – “Redator, repórter, diretor e chefe de setor.”
Aluno D – “Rádiojornalismo, jornalismo cultural, fotografia, audiovisual. Produção de
TV.”
Aluno E – “Trabalhar como repórter e desenvolver outras atividades paralelas como
webjornalismo.”
Aluno F – “Fotografia e rádio, a forma como cada área é facinante, pois tem linguagem
própria. Tem proximidade do público.”
Aluno G – “Assessoria de imprensa e TV.”
Aluno H – “Vários: assessoria, consultoria, empreender na área de comunicação em
todos segmentos.”
Aluno I – “Apresentador de telejornal ou assessor de imprensa, área que mais me
despertam interesse.”
Aluno J – “Todos”
Aluno K – “Trabalhar com Assessoria de Imprensa. Preferencialmente na área cultural
ou política.”
Aluno L – “Fotojornalismo, registrar momentos, criar expectativas, talvez ser uma fonte
ou base de pesquisa.”
Aluno M – “Assessoria de imprensa”
Aluno N – “Trabalhar em um veículo de comunicação rádio ou TV, atuando como
repórter.”
Aluno O – “Primeiro organizar minhas ideias, de aprimorar meus conhecimentos.
Mesmo já atuando no mercado da comunicação, é preciso uma reciclagem e
conhecer as novas tecnologias.” Fonte: dados da pesquisa (2014)
Como visto, existe nas respostas grande diversificação nas preferências profissionais dentro
das áreas de atuação do Jornalismo. Curiosamente pode ser observado que as respostas à nona
questão não apresentam relação com as respostas da questão anterior, quando tanto se falou a
respeito do comportamento empreendedor.
Os alunos P e Q optaram, mais uma vez, por não responderem, nesse caso, a nona questão.
j) Décima questão
A décima questão tem seu foco em identificar os professores do curso de Jornalismo,
considerados na ótica dos alunos, os mais empreendedores no que se refere às práticas
pedagógicas por eles utilizadas. A referida questão teve a intenção de encontrar entre os
professores do curso, nomes representativos quanto ao seu aparente perfil de docente
praticante do conceito empreendedor em suas práticas em sala de aula. Como foi acordado
![Page 169: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/169.jpg)
169
inicialmente uma vez que não há relevância para a pesquisa nomear os docentes apontados, os
mesmos não terão seus nomes revelados por questões éticas.
É possível perceber nas respostas concedidas pelos alunos, algumas lacunas, seja pela
dificuldade em manter-se o foco da pergunta, seja por desinteresse pessoal em responder as
perguntas, seja pela atitude pouco empreendedora dos docentes, no contexto do curso.
Por outro lado, existe limitação dos alunos quanto ao entendimento do que pode significar ser
empreendedor.
Para facilitar a interpretação na análise de conteúdo das respostas mais adequadas às
perguntas, obtidas na coleta de dados junto aos discentes, optou-se pela elaboração de matriz
composta de alguns elementos básicos para a referida análise, com base em Bardin (2006),
conforme o descrito no Apêndice B.
De acordo com o relatório da ENDEAVOR publicado em 2012, sobre empreendedorismos
nas IES, foi percebido que
em atividades mais técnicas, como ‘criar uma campanha de marketing’ ou
‘estimar demandas de clientes e capital’, alunos dos cursos de Publicidade e
Administração, respectivamente, possuem maiores índices de confiança. Isso
nos leva a crer que o estudo e o conhecimento das salas de aula realmente
influenciam a confiança dos estudantes (ENDEAVOR, 2012, p. 37).
Percebe-se que tal avaliação realizada pela ENDEAVOR reforça a importância fundamental
dos procedimentos voltados para a aprendizagem em sala de aula, uma vez que contribuem
para a construção de um “sentimento de segurança” profissional nos alunos.
![Page 170: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/170.jpg)
170
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou compreender a influência das práticas pedagógicas dos
professores do curso de Jornalismo de uma IES, associadas ao conteúdo programático de suas
disciplinas, sob o ponto de vista da ação empreendedora dos alunos.
Na perspectiva de cumprir o primeiro objetivo específico que é verificar relação das
diretrizes do MEC voltadas para o curso de Jornalismo com o PPC, considerou-se a
importância de investigar seu conteúdo e relacioná-lo com o plano de ensino das disciplinas
do curso. Foi constatado que são consonantes. Contudo, na prática, nem sempre as diretrizes
do MEC são seguidas no que diz respeito aos procedimentos que dependem das práticas
pedagógicas utilizadas pelos professores. Considera-se importante ressaltar que tal afirmação
não pretende desabonar a conduta docente, mas realçar as diferenças evidenciadas em cada
professor, em especial, em termos de visão de mercado e de seu consequente ponto de vista
quanto a ser empreendedor em sua área de atuação. Com isso, acredita-se que no processo de
aprendizagem, as referidas diretrizes devem ser adaptadas aos conteúdos propostos em cada
disciplina do curso.
O parecer do MEC, quanto ao curso de Jornalismo, prevê atividades que estimulem a prática
empreendedora nos alunos, de forma que os prepare para a realidade de mercado. É
importante que o aluno se sinta seguro para abrir seu próprio negócio, para oferecer seus
serviços de forma a garantir um trabalho remunerado ou ainda ser empreendedor dentro da
empresa que contratá-lo. A discordância encontrada reside no fato de que, em sala de aula,
não costuma haver um direcionamento específico voltado para uma ação empreendedora no
sentido da abertura de uma empresa ou da busca de uma posição autônoma e independente do
aluno.
Ficou claro que existe uma cultura estabelecida na realidade dos alunos que reflete certa
acomodação nos padrões mais convencionais da busca de um emprego que “pague as contas”.
Não parece ser prioridade para esses alunos buscar ou construir novos posicionamentos no
mercado, gerar vantagens competitivas na condição de novos profissionais ingressantes no
Jornalismo. De certa maneira, essa concepção profissional por parte dos discentes acaba por
interferir na motivação para criação de práticas pedagógicas criativas aplicadas ao contexto do
futuro jornalista. Assim, observou-se que, contribuir para o desenvolvimento de um
![Page 171: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/171.jpg)
171
comportamento empreendedor associado a uma postura profissional deve contemplar
sentimento de “segurança profissional” para os alunos.
Na maioria das vezes, mesmo quando os alunos reconhecem a importância de uma atividade
solicitada pelo professor, não demonstram vontade de levar adiante os conhecimentos
explorados. Foi percebido que tal fato se dá por significar a necessidade de que saiam de sua
zona de conforto para obtenção de resultados positivos, para os discentes, traduzidos em notas
que determinarão aprovação ou reprovação na disciplina.
Acredita-se que para o cumprimento do primeiro objetivo específico, foi importante lidar
com o levantamento de dados a partir da análise documental associada às respostas dos
docentes e discentes consultados através da aplicação do questionário.
Nos períodos estudados (6º e 7º), 100% das disciplinas apresentam caráter teórico-prático,
porém, nem sempre são conduzidas com eficácia, segundo visão doa alunos. As atividades
práticas acontecem, mas nem sempre com o comprometimento dos discentes envolvidos, que
normalmente clamam por essas atividades, mas, numa visão empírica, apenas número
reduzido deles tira proveito da atividade, seja esta uma pesquisa de campo, visita técnica ou
evento em espaços externos à instituição. A cultura empreendedora defendida por vários
autores como fator de grande relevância no contexto do empreendedorismo e da formação do
indivíduo empreendedor, não faz parte da realidade na IES e do perfil dos professores que, em
seu discurso costumam refletir e afirmar suas atitudes e pensamentos voltados para o ser
empreendedor, sobretudo por dificuldades relacionadas ao interesse limitado dos alunos.
Foi visto que Dornelas (2011) determina que o empreendedor de sucesso apresenta
características extras, além dos atributos do administrador e características pessoais específicas
e, que são visionários além de saberem tomar decisões na hora certa, programarem
rapidamente seus negócios e identificam oportunidades. No entanto, esse mesmo
empreendedor está inserido em um meio socioeconômico-ambiental, o que deve ser levado
em consideração quando gera insegurança na tomada de decisões. Na realidade, tudo isso faz
parte de um contexto maior que inclui a base educacional do indivíduo, ainda muito
deficitária no Brasil.
![Page 172: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/172.jpg)
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Filion (2000) gera discussão abrangente quanto à importância de adaptar o sentido da
educação empreendedora que, a autora do presente estudo acredita, deve ser desenvolvida
desde a infância. O referido autor faz menção aos diferentes objetivos educacionais e, que, no
nível da educação superior, ora pretende desenvolver um perfil empreendedor, ora um perfil
gerencial.
Essa dualidade torna evidente a complexidade de avaliar de forma conclusiva posturas
docentes no campo da educação empreendedora. Conceitos e valores como já mencionado,
parecem em muitos momentos subjetivos e frutos da própria experiência vivenciada pelo
professor.
Analisando-se os planos de ensino de cada disciplina, foram identificados os conteúdos
programados para abordagens em sala de aula. A verificação dos conteúdos apresentados para
as disciplinas com enfoque empreendedor, no curso de Jornalismo da IES pesquisada, estão
de acordo com os conteúdos considerados importantes, em especial, por Dornelas, Dolabela, e
Filion. No entanto, na visão dos alunos, percebida a partir das respostas do questionário
aplicado, as disciplinas vêm sendo ministradas com pouca ênfase no empreendedorismo.
Para análise e discussão quanto à associação dos conteúdos com abordagens empreendedoras,
foram escolhidas as disciplinas dos dois últimos semestres do curso, por apresentarem
atributos teóricos e práticos e, depois, por tratar-se de disciplinas finais, onde o entendimento
sobre o ser empreendedor, a princípio, encontraria significado representativo, uma vez que a
maior parte dos conteúdos propostos no curso nesse momento encontra-se em fase de
conclusão.
Foi possível perceber que há níveis distintos de contextualização entre as abordagens
pertinentes às referidas disciplinas do curso e as consideradas importantes por Dornelas
(2001) na IES investigada.
Verificou-se que algumas atividades capazes de estimular o senso empreendedor dos alunos,
desenvolvidas dentro ou fora de sala de aula, estão sendo parcialmente exploradas pelos
docentes nas disciplinas com perfil teórico-prático. Porém ainda existem temas, que precisam
ser abordados mais intensamente, conforme segue:
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a) identificação e entendimento do que é ser empreendedor e das habilidades
necessárias para ser empreendedor: este tema já é considerado essencial pela IES
estudada, uma vez que consta da proposta do curso;
b) como ocorre a inovação e o processo empreendedor: não é claramente visto nas
disciplinas;
c) importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico: verificou-
se que não há discussão consistente sobre o tema nas disciplinas. Este tema merece
ser destacado de forma mais intensa pelos docentes em praticamente todas as
disciplinas do curso (não só de Jornalismo), já que trata da relevância do
empreendedorismo para o desenvolvimento local e regional, podendo assim,
despertar interesse nos alunos;
d) como preparar e utilizar um plano formal para os projetos que se pretende realizar:
este tema é visto em diversas disciplinas, o que é muito importante, pois no
momento da execução de um projeto, os alunos precisam saber montar de forma
criteriosa um plano que auxilie a execução de suas ideias;
e) identificar necessidade de financiamentos para o projeto: percebe-se uma grande
lacuna neste item, pois, este conteúdo não é apresentado em qualquer disciplina.
Além disso, vale ressaltar que é muito importante que um empreendedor inicial
saiba buscar fontes de financiamento para seu empreendimento;
f) gerenciar e fazer a empresa crescer: este último item é objeto de estudo das
disciplinas que implicam na construção de um plano formal para projetos (de
comunicação e de mídia, por exemplo). Este assunto também possui uma grande
relevância, pois não basta que o aluno saiba criar um empreendimento, se não
souber administrá-lo, de forma que seja competitivo no mercado de trabalho.
Para o cumprimento do segundo e terceiro objetivos específicos, que são identificar o
conceito dos professores quanto ao empreendedorismo no curso de Jornalismo e o
conceito de práticas pedagógicas empreendedoras na visão dos mesmos, os docentes
foram os protagonistas. Através da análise das respostas ao questionário utilizado, foi possível
entender como os respondentes percebem o conceito de empreendedorismo e de práticas
empreendedoras. Verificou-se a existência de equívocos quanto ao entendimento desses
conceitos por parte dos docentes consultados.
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174
Dolabela foi o autor escolhido para prestar aporte teórico à interpretação das respostas
coletadas. Porém, a autora do presente estudo, considera ter identificado certa fragilidade nos
parâmetros utilizados pelo referido autor nesse momento. Acredita-se relevante esclarecer que
não há nessa afirmação, qualquer intenção ofensiva ao autor, mas o intento de trazer à luz
uma reflexão pertinente às considerações aqui presentes.
Dolabela (1999) retrata uma comparação teórica que, não necessariamente, condiz com a
veracidade da prática de ensino. Embora esse autor seja referência em educação
empreendedora, acredita-se que é importante uma reflexão mais profunda quanto aos
parâmetros utilizados em seus estudos. Entre outras abordagens, o referido autor aponta que
ênfase nos conteúdos como meta de cada aula sinaliza característica do ensino considerado
convencional e indica que, para o ensino de empreendedorismo, o importante é que haja
ênfase no processo, de forma que o aluno aprenda a aprender. Contudo, numa visão empírica,
acredita-se que ambas as atitudes podem ser consideradas de igual relevância, sobretudo
porque uma complementa a outra. Há de levar-se em conta que conteúdos devem ser
desenvolvidos de maneira planejada, tanto quanto os processos de aprendizagem devem ser
adequados ao perfil geral dos alunos de modo inovador.
É possível que tenha sido fator determinante da percepção do referido autor, para a elaboração
de tais parâmetros (demonstrados no Quadro 9 deste trabalho), o fato desse estudo ser datado
de cerca de duas décadas. Dessa forma, mostra-se relevante que sejam consideradas as
mudanças ocorridas no cenário da educação e do mundo, nas últimas décadas.
O quarto objetivo específico, que é identificar as práticas pedagógicas empreendedoras
no ensino das disciplinas do curso de Jornalismo, foi cumprido com base nas respostas dos
docentes e discentes, uma vez que tratou da interpretação da percepção de ambos os públicos
quanto à identificação das práticas pedagógicas empreendedoras utilizadas nas disciplinas do
curso estudado. Alguns equívocos ocorreram, uma vez que no universo das respostas, muitas
refletem uma ideia incorreta do que pode ser traduzido como prática capaz de fomentar o
pensamento empreendedor no aluno.
Por outro lado, as respostas são reflexos da ideia que os respondentes têm quanto ao
significado de práticas empreendedoras. De fato, não há como considerar modelos perfeitos
de práticas a serem utilizadas em sala de aula, uma vez que trata de universo heterogêneo em
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termos de esclarecimento, cognição e objetivos. Vale ainda ressaltar que a IES estudada
mostra-se voltada para um público considerado “popular” e, que em sua maioria, apresenta
perfil limitado no que se refere à base educacional.
Assim, se o desafio a ser cumprido em sala de aula, por si só, já apresenta complexidade, em
contexto como o descrito acima, o docente tende a vencer obstáculos ainda maiores.
Discussões em grandes grupos; revisões críticas; apresentações; resolução de problemas reais;
estudos de casos; brainstorming; aprendizagem investigativa; seminários; aulas expositivas;
apostilas e livros textos são considerados por Fowler (2010) alguns dos recursos
contemplados nos processos de aprendizagem para o desenvolvimento das capacidades
empreendedoras. São recursos comuns às salas de aula, mas nem por isso, ultrapassados.
Acredita-se que a maneira como cada um dos processos é conduzido fará a diferença. Nesse
caso, entende a autora da pesquisa, que a inovação é fundamental. Transformar o que existe
em algo melhor, mais interessante, estimulante, mais produtivo, independentemente do perfil
dos discentes, uma vez que práticas pedagógicas utilizadas podem e devem ser adaptadas ao
perfil que a turma venha a apresentar (seja esse perfil homogêneo ou heterogêneo).
Na perspectiva de cumprimento do quinto objetivo específico, que contempla a
identificação das aspirações profissionais dos alunos, o questionário aplicado aos discentes
foi fundamental. Através das suas respostas foi possível identificá-las. O “sonho” de cada
respondente foi descrito, sinalizando a perspectiva pouco empreendedora de cada um.
Nenhuma ideia inovadora foi identificada. Todas as respostas traduziram o desejo de atuação
dos alunos em áreas profissionais comuns ao universo do Jornalismo.
Por fim, o sexto objetivo específico da pesquisa - analisar as implicações das práticas
pedagógicas empreendedoras dos professores na ação empreendedora dos alunos na
perspectiva dos alunos e dos professores do curso de Jornalismo - foi cumprido através da
interpretação das respostas dos discentes e docentes consultados. Foi verificado que, de forma
geral, as práticas são consideradas importantes. Sobretudo porque tendem a aproximar os
aspectos teóricos da prática de mercado, embora haja equívoco ou limitação, como já
mencionado, no que se refere ao entendimento do que significa ser empreendedor,
considerando a visão dos autores consultados sobre o tema estudado.
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Na perspectiva de que os professores são elementos de extrema relevância na formação de um
comportamento empreendedor, teoria e prática devem ser alinhadas e pautadas no que deve
ser traduzido como ação empreendedora no contexto do Jornalismo. Para tanto, faz-se
necessário conhecimento do mercado e das possibilidades de atuação profissional nessa área
de conhecimento. O desenvolvimento de comportamento empreendedor deve acontecer
primeiro nos professores. Assim, acredita-se que as práticas pedagógicas empreendedoras só
ocorrerão a partir de postura igualmente empreendedora por parte dos docentes.
Finalizar o presente estudo com algumas considerações parece tarefa tão difícil como definir o
que pode ser considerado prática pedagógica empreendedora, num contexto de tantas culturas
distintas e nível que deixa a desejar quando se fala de educação no país. Por outro lado, mais
uma vez, vale salientar que além das constatações relacionadas aos objetivos específicos do
presente estudo, recursos e práticas pedagógicas consideradas antigas podem ser vistas como
empreendedoras a partir de atitudes renovadas e inovadoras do docente. É possível que uma
aula ministrada com o auxílio de uma lousa utilizada à base de lápis de giz, seja de grande
interesse dos alunos através da forma como a informação é registrada e da postura assumida
pelo professor.
As diversas formas de entendimento do universo que envolve o empreendedorismo, gera ou
deveria gerar importante reflexão quanto à formação profissional dos alunos de Jornalismo na
IES pesquisada. Professor e aluno são responsáveis pela compreensão de um universo maior
que o acadêmico no processo de aprendizagem. No dinamismo hoje presente nos
acontecimentos do mundo, faz-se necessário perceber as dimensões existentes nos conceitos
do ser empreendedor de forma real e prática. Nesse contexto, a teoria tem grande relevância
para situar o indivíduo nos aspectos essenciais do tema. Todavia, é a construção de novas
perspectivas e visão de desenvolvimento profissional constante, o motor propulsor para o
início das conquistas no mercado através de ações capazes de inovar a criação de diferenciais
no papel do jornalista.
A presente pesquisa também possibilitou a visualização do potencial do curso investigado no
que se refere à capacidade de despertar, influenciar e induzir o aluno a adotar uma postura
empreendedora, mostrar-lhe a possibilidade de desenvolver uma carreira como empreendedor.
O curso apresenta, de forma geral, através de seus docentes, a disposição em desenvolverem
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práticas pedagógicas que situem os alunos quanto ao mercado e seu desenvolvimento
profissional.
Partindo da visão de que o empreendedorismo não se limita a técnicas, mas a experiências
vivenciadas na sala de aula e na vida, a formação de uma pessoa empreendedora é o resultado
de ações econômico-culturais e da própria educação. Poder-se-ia pensar, além disso, num
esforço conjunto, de cursos de graduação de áreas diversas, incubadoras de empresas,
políticas públicas de criação de facilidades legais e ações articuladoras de outras organizações
sociais com o objetivo de estimular a criação de novos empreendimentos, capazes de
comportar os egressos das IES.
Enfim, apesar do presente estudo ter explorado enfaticamente o ponto de vista do aluno e do
professor quanto ao ser empreendedor, além das análises documentais, é importante ressaltar
que os resultados adquiridos na pesquisa não permitem conclusões definitivas, uma vez que
existe uma tendência humana natural ao amadurecimento de ideias diante dos cenários
mercadológicos e o dinamismo que os atinge. O aprofundamento do assunto recomendaria
observação dos resultados objetivos das práticas pedagógicas, certo tempo depois, sobre o
comportamento de ex-alunos do curso, tidos como empreendedores ou não. Assim, sugere-se
como referência para um futuro aprofundamento do tema, considerações mais abrangentes
que envolvam as teorias pedagógicas e a teoria social do empreendedorismo.
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187
APÊNDICE A – Síntese da análise de conteúdo do levantamento realizado com discentes do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo
Tema Categorias Subcategorias Unidades de
registro
Unidades de contexto
Prática
pedagógica
empreendedora
O que é
entendido como
prática
pedagógica
empreendedora?
Definição Capacidade de
entender que há
práticas
pedagógicas que
melhor preparam
os alunos para a
realidade do
mercado de
trabalho.
– “Fazer com que os alunos invistam em criar uma empresa.”
– “Fazer com que os alunos se interessem e se envolvam com as
práticas de mercado.”
– “[...] é desenvolver conhecimento aliado a negócios [...].”
– “Aquela que estimula o ensino [...].”
– “[...] ajuda a criar uma visão empreendedora na área escolhida.”
– “Conseguir que o aluno utilize algo aprendido em sala [...].”
Atividades
relacionadas ao
ensino
empreendedor
Como são
percebidas as
atividades em
sala de aula?
Percepção de
ocorrência de
ensino
empreendedor
Entendimento da
diferença entre
ensino
empreendedor e
preceitos
“tradicionais” de
ensino.
– “Criar uma empresa [...]. Criar um evento para alunos do curso de
comunicação. Criar uma revista e jornal institucional. Praticar a
apresentação de um telejornal e um stand up.”
– “ Em Tópicos Integradores I, visão estratégica do negócio; [...].”
– “ Em Tópicos Integradores I, criar um evento; em Fundamentos
de Rádio, criar uma radionovela; em Fotojornalismo, produzir fotos
em séries.”
– “Tópicos I, fazer a Expocom [...]”.
– “Radiojornalismo – visita a rádio comunitária; Tópicos
Integradores I – Expocom; Teoria Estética da Imagem – produção
de vídeo.”
– “As atividades práticas.”
– “Atividades práticas.”
– “Criar uma empresa e divulgar os serviços na sala de aula.
Fazendo isso de maneira atrativa.”
– “Marketing – plano de comunicação empresarial.”
– “Práticas mais elaborativas como: criar um plano de
comunicação, criar um plano de ação, [...].”
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188
– “Montagem de empresa, projeto de empreendedorismo no terceiro
período do curso e utilização das técnicas de marketing e
propaganda, para fixar a marca desse produto.”
– “Dentro da sala de aula de Jornalismo, aprendemos a fazer jornais
impressos, sendo uma das formas de ensino empreendedor.”
Elemento
empreendedor
nas práticas
pedagógicas
Como são
percebidos os
elementos
diferenciados
nas práticas
pedagógicas?
Percepção dos
elementos que
diferenciam as
práticas
pedagógicas
empreendedoras
Entendimento
dos elementos
que promovem a
diferença entre
ensino
empreendedor e
preceitos
“tradicionais” de
ensino.
– “Criação de jornais, de telejornais, de programas de rádio, de
revistas. Ter mais práticas n curso que deem ao aluno mais noção de
mercado de trabalho da área.”
– “A forma como você pode valorizar sua informação e ilustrar seu
espaço de divulgação.”
– “Aproximação do assunto com os alunos, trazendo convidados da
área; elementos da prática jornalística; utilização dos laboratórios
para o aprendizado.”
– “Noções básicas de diversas alternativas empreendedoras em
Jornalismo.”
– “Qualquer cadeira que leve o aluno a produzir algum produto ou
serviço, pois assim, podemos nos perceber dentro do mercado em
uma devida área.”
– “Trabalho da disciplina de Marketing, por exemplo, onde criamos
uma empresa. Tudo o que incentiva nossa criatividade.”
– “O planejamento e suas técnicas nas cadeiras específicas do
curso.”
– “Trabalhos que nos leva a criatividade na prática daquilo que foi
aprendido na teoria.”
– “As atividades práticas.”
– “Atividades práticas com frequência.”
– “Atividades práticas com frequência.”
– “Criações de empresas e eventos.”
– “Diagramação de jornal impresso e utilização das paletas de cores,
textos jornalísticos para: rádio, TV, banner impresso e online, nos
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189
possibilita a produzir jornais, revistas e blogs, como também outras
páginas da web.”
– “Fazendo revistas e quadrinhos para os alunos passando a
informação de forma dinâmica e mais ilustrativa.”
Atividades
práticas
Como são
abordadas as
atividades
práticas?
Importância das
atividades
práticas
Entendimento da
importância das
atividades
práticas no
ensino
empreendedor.
– “Não são abordadas de forma ampla. Poucas atividades práticas
nas disciplinas do curso de Jornalismo.”
– “Muito fracas. As atividades poderiam ser mais exploradas.
Poderiam exigir do aluno maior criatividade e ser mais dinâmicas.”
– “As atividades práticas são poucas e restritas em relação ao curso.
As abordagens são o fato de correlacionar a teoria com a parte
prática quando é possível. Ex.: Teórica de Entrevista e reportagem.”
– “De forma exporádica e explicação de casos pessoais dos
professores.”
– “A atividade prática ajuda a chegar ao conhecimento, embora os
critérios da Faculdade atrapalhem a execução Isto é ruim, torna o
procedimento deficiente.”
Exercício
extraclasse
De que forma a
prática
pedagógica
empreendedora
é aplicada no
exercício
extraclasse?
Relação entre a
prática
pedagógica
empreendedora
e o exercício
extraclasse
Entendimento da
importância do
exercício
extraclasse no
ensino
empreendedor.
– “Não há atividade prática desenvolvida na modalidade de
exercício extraclasse, nas disciplinas do curso de Jornalismo.”
– “Não há percepção porque não temos atividades extraclasse.”
– “Não há essa modalidade extraclasse.”
Feedback das
atividades
realizadas
Como se dá o
feedback das
atividades
realizadas?
Importância do
feedback das
atividades
realizadas no
ensino
empreendedor
Entendimento
dos resultados
obtidos nas
atividades
realizadas.
– “Melhor assimilação do conteúdo exposto. As atividades auxiliam
não só na vida acadêmica, mas também na vida profissional;
entusiasmo na participação dos alunos nas aulas.”
– “Os resultados se manifestam no momento em que o aluno estagia
e compara o assimilado com o que foi visto em sala de aula.”
– “Quando aquilo que foi absorvido nas aulas entra em contato no
trabalho, fazendo assim com que você possa mostrar ou usar o que
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190
aprendeu.”
– “Esclarece nossa capacidade diante dos desafios e ajuda para
reflexão de melhorar.”
– “São manifestados de forma positiva, trazendo conhecimento para
vida profissional e melhorando a qualidade do curso.”
Disciplinas que
mais interessam
aos alunos no
curso
Quais as
disciplinas do
curso são
consideradas as
mais
importantes?
Percepção
quanto à
importância das
disciplinas do
curso
Entendimento
relacionado à
relevância das
disciplinas do
curso como um
todo
– “História da Arte, Telejornalismo, Filosofia. Pois me interesso nos
assuntos.”
– “História da Arte; Filosofia; Fundamentos de TV; Edição Gráfica;
Fotojornalismo. São cadeiras que despertam minha curiosidade.
Outra cadeira é Teoria e Estética da Imagem.”
– “Redação Jornalística; Radiojornalismo e Fundamentos da TV.”
– “Técnica de Entrevista e Reportagem, Sociologia,
Radiojornalismo, História da Arte, Filosofia e ética, Cultura, Teoria
da Comunicação, Fotografia porque tenho atividades com a
disciplina.”
– “Disciplinas que envolvam Telejornalismo e impresso. Antes do
curso. Fotografia e Fotojornalismo eram disciplinas interessantes,
mas a fraca abordagem em sala de aula gerou desenteresse.”
– “Fotografia e Rádio. Ambas são disciplinas que envolvem os
alunos, assuntos gostosos e o rádio em particular é algo amplo e que
chega à todos.”
– “Radiojornalismo, Teoria e Estética da Imagem, Filosofia,
História da Arte.”
– “Fundamentos de TV. Área que tenho interesse desde do início do
curso.”
– “TV”
– “Fotojornalismo, quero atuar na comunicação através da
imagem!”
– “Filosofia; História da Arte; Introdução a Fotografia; Redação I e
II.”
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191
– “Rádio e TV porque são veículos de comunicação que atingem
um grande número de pessoas são mais rápidos. E possuem um
feedback mais rápido também.”
– “Redação Jornalística I e II, Técnicas de Entrevista e Reportagem,
Assessoria de Comunicação, Fundamentos de Rádio, Produção de
Vídeo, Jornalismo On-line.”
Comportamento
empreendedor
O que é
comportamento
empreendedor?
Definição Capacidade de
entender o que
significa
desenvolver um
comportamento
empreendedor
– “Investir o que recebe, desde o estágio até o momento em que se
profissionaliza.”
– “Investir na carreira profissional. Controlar o salário/bolsa estágio
para fazer um investimento que dê retorno.”
– “Aliar uma boa equipe com matéria-prima; recursos e conteúdo
adequado para iniciar um negócio.”
– “Acreditar em um sonho, como por exemplo envestir em um
negócio próprio, acreditar em sua capacidade em tocar algum sonho
seu. Ser um catalizador, utilizar os conhecimentos aprendidos na
faculdade.”
– “Elaborar um projeto de comunicação que se adapte a realidade
profissional. Por exemplo, criar uma assessoria de imprensa
direcionada a área da cultura, da política, monitoramentos de redes
sociais, ou mesmo uma assessoria voltada para mídia alternativa.”
– “Tomar a iniciativa de montar seu próprio negócio.”
– “Ter uma empresa ou um negócio próprio, uma agência de
comunicação, assessoria ou trabalhar a comunicação nas redes
sociais para divulgar o trabalho da empresa.”
– “O desejo de montar o nosso próprio negócio na área de
comunicação, como por exemplo: a implantação de uma agência de
notícias/publicidade.”
Interesse
profissional
No Jornalismo,
qual a área que
mais interessa?
Identificação da
área de interesse
profissional
Entendimento
das áreas de
atuação
– “Ser redator”
– “Jornal impresso, televisão, fotografia.”
– “Redator, repórter, diretor e chefe de setor.”
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192
profissional que
apresentam
demanda no
mercado.
– “Rádiojornalismo, jornalismo cultural, fotografia, audiovisual.
Produção de TV.”
– “Trabalhar como repórter e desenvolver outras atividades
paralelas como webjornalismo.”
– “Fotografia e rádio, a forma como cada área é facinante, pois tem
linguagem própria. Tem proximidade do público.”
– “Assessoria de imprensa e TV.”
– “Vários: assessoria, consultoria, empreender na área de
comunicação em todos segmentos.”
– “Apresentador de telejornal ou assessor de imprensa, área que
mais me despertam interesse.”
– “Todos”
– “Trabalhar com Assessoria de Imprensa. Preferencialmente na
área cultural ou política.”
– “Fotojornalismo, registrar momentos, criar expectativas, talvez ser
uma fonte ou base de pesquisa.”
– “Assessoria de imprensa”
– “Trabalhar em um veículo de comunicação rádio ou TV, atuando
como repórter.”
– “Primeiro organizar minhas ideias, de aprimorar meus
conhecimentos. Mesmo já atuando no mercado da comunicação, é
preciso uma reciclagem e conhecer as novas tecnologias.” Fonte: elaboração própria com base em Bardin, 2006 (2014)
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193
APÊNDICE B – Síntese da análise de conteúdo do levantamento realizado com docentes
Tema Categorias Subcategorias Unidades de
registro
Unidades de contexto
Prática
pedagógica
empreendedora
O que é
entendido como
prática
pedagógica
empreendedora?
Definição Capacidade de
entender que há
práticas
pedagógicas que
melhor
preparam os
alunos para a
realidade do
mercado de
trabalho.
- “Iniciar os alunos em práticas da profissão que o estimulem a
tomadas de solução por conta própria, incentivando-os a adotar
em seus próprios projetos, e não de terceiros.”
- “Entendo que são práticas pedagógicas que estimulem a
criatividade dos alunos e fomentem a capacidade de exercer a
autonomia do pensar, de inferir ideias, com segurança das
próprias escolhas.”
- “Aquelas que podem ser pensadas para além da sala de aula.
Estudos de caso, possibilidades de pensar em oportunidades
mesmo fora da grande mídia.”
- “Na disciplina que ministro, ao longo do semestre existem
atividades práticas que estimulam a criatividade e os aproximam
da vivência profissional.”
- Medidas estimuladoras para que os estudantes se interessem
por aprender também teorias e práticas visando a criação de
empreendimentos com características inovadoras.”
Atividades
relacionadas ao
ensino
empreendedor
Como são
percebidas as
atividades em
sala de aula?
Percepção de
ocorrência de
ensino
empreendedor
Entendimento
da diferença
entre ensino
empreendedor e
preceitos
“tradicionais”
de ensino.
- O desenvolvimento de projetos práticos, com soluções
plausíveis para problemas reais, tais como planos de marketing,
criação de campanha de comunicação.
- “As atividades propostas que os convoquem a um
posicionamento crítico, que possam participar ativamente de
alguma construção que tenha impacto social, com a
consciência.”
- “Procurar deixar claro para os discentes a necessidade de se
manter independente do mercado de trabalho/grandes empregos,
tornando-se autônomo em seus direcionamentos de carreira.
Independente sem ser fora do mercado/grandes empresas, ator
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194
consciente.”
- “No curso de Jornalismo, eles elaboram um jornal impresso
com cadernos que abordam as temáticas econômicas, sociais e
políticas.”
- “O foco da disciplina ainda não está direcionado ao
empreendedorismo. Mas é possível relacionar a produção
editorial com o mercado de trabalho Especialmente na área de
assessoria de imprensa.”
Atividades
práticas
Como são
abordadas as
atividades
práticas?
Importância das
atividades
práticas
Entendimento
da importância
das atividades
práticas no
ensino
empreendedor.
- “A produção é fundamental, mas ela é voltada à resolução de
um problema mercadológico. Ou seja, é posta como solução a
uma demanda.”
- “As abordagens são realizadas respeitando o interesse dos
alunos nas temáticas ministradas, e de acordo com temáticas que
eles estejam desenvolvendo no Trabalho de Conclusão de
Curso, pois ministro aula no ultimo período do curso.”
- “As exemplificações, estudos de caso podem ser boas opções.”
- “Através do acompanhamento sistêmico e introdução de novas
tecnologias.”
- “Com a produção de matérias jornalísticas.”
Elemento
empreendedor
nas práticas
pedagógicas
Como são
percebidos os
elementos
diferenciados
nas práticas
pedagógicas?
Percepção dos
elementos que
diferenciam as
práticas
pedagógicas
empreendedoras
Entendimento
dos elementos
que promovem a
diferença entre
ensino
empreendedor e
preceitos
“tradicionais”
de ensino.
- “Creio que ao trabalhar a produção e conteúdo online, os
alunos abrem espaço para construírem seus próprios projetos.”
- “Práticas que os aproximem da realidade de mercado, e os dê
autonomia para planejamento e execução.”
- “Atividades em que o aluno possa se posicionar mais, como
debates; outros em que ele possa ter autonomia para buscar
resultados nas suas produções, seja com pesquisa ou produção
de produtos impressos ou audiovisuais, por exemplo.”
- “Tudo que aproxima com a vivência profissional e
condicionam a escolha da tomada de decisão.”
- “Trabalhos de assessoria de imprensa, criação e a manutenção
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195
de blogs, conhecimento do mercado editorial e produção de
conteúdo para internet. Além do domínio da legislação relativa a
profissão.”
Exercício
extraclasse
De que forma a
prática
pedagógica
empreendedora
é aplicada no
exercício
extraclasse?
Relação entre a
prática
pedagógica
empreendedora e
o exercício
extraclasse
Entendimento
da importância
do exercício
extraclasse no
ensino
empreendedor.
- “Criação de textos para diversas mídias. Geralmente em um
projeto interdisciplinar.”
- “Existe um projeto interdisciplinar, onde os docentes do 7º
período realizam atividades práticas consonantes com a
disciplina que ministram e temáticas dos TCCs dos alunos,
neste caso proponho a realização da pesquisa de mercado.”
- “Visitas técnicas a veículos de comunicação”.
- “Elaboração do material (produto impresso).”
- “Realização de pautas e reportagens em jornalismo
especializado: política, economia, revista, ciência, esportes e
cultura.”
Escolha das
práticas
pedagógicas
O que
fundamenta as
práticas
pedagógicas
utilizadas em
sala de aula?
Aprendizagem
significativa
Entendimento
da importância
da
contextualização
no processo de
aprendizagem.
- “Nas demandas do mercado de trabalho, que estarão no dia a
dia dos alunos quando nele ingressarem.”
- “As práticas são planejadas a partir dos temas dos trabalhos
dos alunos (TCC).”
- “Na ementa da disciplina primeiramente e também de acordo
com o interesse da turma, necessidade de linkar com o mundo
real.”
- “Existe a base conceitual, desenvolvida no percurso da
disciplina e a prática que necessita do entendimento
multidisciplinar.”
- “Com a vivência prática do jornalismo impresso.”
Feedback das
atividades
realizadas
Como se dá o
feedback das
atividades
realizadas?
Importância do
feedback das
atividades
realizadas no
ensino
Entendimento
dos resultados
obtidos nas
atividades
realizadas.
- “Através das respostas às demandas, baseado nas teorias
expostas em sala de aula.”
- “30% em trabalhos e/ou atividades; 70% avaliação escrita.”
-“Aos links que eles conseguem estabelecer entre o conteúdo
debatido e a vida real, ao que se faz na profissão. Penso que esse
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196
empreendedor é um dos caminhos.”
- “Acompanhamento cotidiano, provas (avaliações) tradicionais
e o material final (produto).”
- “Na avaliação do conteúdo das matérias através da análise dos
fatos e qualidade de apuração.”
Interesse dos
alunos pelos
conteúdos da
disciplina
ministrada
Há interesse dos
alunos na
disciplina que
ministra?
Percepção quanto
ao
comprometimento
dos alunos na
disciplina
ministrada
Entendimento
relacionado à
relevância em
despertar o
interesse dos
alunos nos
conteúdos da
disciplina
ministrada
- “Particularmente em redação não, uma vez eu possuem um
déficit na prática da escrita.”
- “Geralmente sim.”
- “Creio que muito mais quando o link a que me referi na
questão anterior é feito.”
- “De início não despertam atenção e interesse. Ao longo da
disciplina passam a ter maior envolvimento.”
-“ Demonstram interesse, mas revelam dificuldades na
ordenação da ideias na hora de colocá-las no papel.”
Comportamento
empreendedor
O que é
comportamento
empreendedor?
Definição Capacidade de
entender o que
significa
desenvolver um
comportamento
empreendedor
para a vida
profissional do
aluno
- “Não vejo assim. Todo o discurso do ensino superior é pela
empregabilidade, que é estar disponível para ser contratado por
uma empresa. Empreender é uma quebra de paradigma no
ensino superior, que historicamente gera mão de obra para um
mercado já estabelecido. Fazer o aluno enxergar novas
possibilidades através dos conhecimentos apreendidos é um
grande desafio.”
- “Alguns sim, encontrá-los no ultimo período do curso permite
observar a postura que eles tem diante dos desafios de mercado,
se e como estão inseridos no mercado. Creio que são
incentivados à uma postura empreendedora desde os períodos
iniciais do curso, mas existem elementos pessoais que serão
determinantes para aderirem a esta postura empreendedora.”
- “Sinto que ainda é tímido em turmas até o quinto período. Eles
despertam mais para esse tipo de comportamento quando
precisam começar a pensar no TCC. Mas há aqueles que já tem
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mais definido os rumos profissionais que pretendem ter.”
- “Esse comportamento é estimulado pelo corpo docente. Muitas
vezes, os alunos se envolvem e o resultado é percebido nas
atividades práticas, o que aproxima mais os alunos da realidade
profissional.”
- “Em sua maioria não. Eles objetivam uma oportunidade no
mercado de trabalho formal. Uma pequena parcela revela algum
interesse em empreender, em função da retração do mercado de
trabalho.”
Evidências do
comportamento
empreendedor
O que evidencia
um
comportamento
empreendedor?
Identificação de
comportamento
empreendedor
Capacidade de
entender os
atributos do
comportamento
empreendedor
assumidas pelos
alunos com
relação às
atitudes
pertinentes à
realidade do
mercado de
trabalho
- “A busca pela aplicação dos conhecimentos em seus negócios,
uma postura proativa na profissão e a conexão dos
conhecimentos acadêmicos com a demanda do mercado.”
- “A participação na aula, atividades, o posicionamento diante
de discussões, o discurso trará essas evidencias, ou dará conta de
inclinações.”
- “A autonomia para pesquisar e trazer conhecimento, o
estabelecimento de relações com pessoas da área, o ‘fazer
acontecer’, mesmo em cenários aparentemente difíceis.”
- “O ponto principal dos alunos na referida IES, compete a
criatividade e força de vontade na elaboração das atividades
práticas.”
- “Características de liderança, espírito empreendedor,
iniciativa, poder aglutinador e articulador. Além de facilidade
em apresentar suas ideias.” Fonte: elaboração própria com base em Bardin, 2006 (2014)
![Page 198: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/198.jpg)
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APÊNDICE C – Questionário para coleta de dados junto aos docentes
PROFESSOR (A): _______________________________________________________
PERÍODO DO CURSO: _________________ TURNO: _________________________
1. Como você define “práticas pedagógicas empreendedoras”?
2. Em sua concepção, na(s) disciplina(s) que ministra, o que pode ser considerada uma
prática pedagógica empreendedora?
3. De que forma são feitas as abordagens referentes às atividades práticas?
4. Ao seu ver, o que pode ser considerado como elemento empreendedor nas práticas
pedagógicas relacionadas ao ensino das disciplinas do curso de Jornalismo?
![Page 199: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/199.jpg)
199
5. Que tipo de atividade prática é desenvolvida na modalidade de exercício extraclasse
na(s) disciplina(s) que ministra?
6. Em que são fundamentas as escolhas das práticas que utiliza nas abordagens em sala
de aula?
7. Como são mensurados os resultados referentes ao nível de aprendizado do aluno
quanto aos temas abordados nas aulas?
8. Os alunos demonstram interesse no desenvolvimento da(s) disciplina(s) que ministra?
![Page 200: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/200.jpg)
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9. Os alunos demonstram mudança para um comportamento empreendedor na realidade
acadêmica, e para uma postura empreendedora para a realidade profissional?
Comente.
10. O que, ao seu ver, evidencia nos alunos um comportamento empreendedor?
![Page 201: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/201.jpg)
201
APÊNDICE D – Questionário para coleta de dados junto aos discentes
ALUNO (A): ___________________________________________________________
PERÍODO DO CURSO: _________________ TURNO: _________________________
1. Em sua concepção o que pode ser considerada uma prática pedagógica
empreendedora?
2. Quais as atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas em sala de aula
(em quaisquer disciplinas do curso) ?
3. O que, ao seu ver, pode ser considerado como elemento empreendedor nas práticas
pedagógicas relacionadas ao ensino das disciplinas do curso de Jornalismo?
![Page 202: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/202.jpg)
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4. De maneira geral, de que forma são feitas as abordagens referentes às atividades
práticas nas disciplinas do curso de Jornalismo?
5. Qual a sua percepção quanto à prática empreendedora aplicada à atividade prática
desenvolvida na modalidade de exercício extraclasse, nas disciplinas do curso e
Jornalismo?
6. Como são manifestados os resultados referentes às atividades desenvolvidas nas
disciplinas, no contexto geral do curso de Jornalismo?
7. Quais são as disciplinas do seu interesse até o presente momento (desde o início do
curso)? Por quê?
![Page 203: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE …imagens.devrybrasil.edu.br/wp-content/uploads/sites/88/2016/04/... · Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022050119/5f4f7bc0024b7a130a3fbf0a/html5/thumbnails/203.jpg)
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8. Na sua percepção, o que pode ser considerado um comportamento empreendedor para
sua vida profissional?
9. Dentro do Jornalismo qual o seu interesse profissional?
10. Considerando o início do curso ate o presente momento, qual o(a) professor(a) que
você considera mais empreendedor(a) em suas práticas pedagógicas? Por quê?