Psico Positiva (Trabalho) - Kalil Maihub Manara

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A Vida Secreta de Walter Mitty e o Desenvolvimento da Auto-Eficácia Aluno: Kalil Maihub Manara Disciplina de Psicologia Positiva Data: 26/06/2014 Prof. Claudia H. Giacomoni Introdução A proposta deste trabalho é revisar o conceito de Auto- Eficácia, dando-lhe uma breve revisão teórica, através de sua articulação com a história do filme “A Vida Secreta de Walter Mitty” (de Ben Stiller), também explorando as potências de um ponto de vista “positivo” e não patologizante das características do sujeito. Os principais pontos desenvolvidos serão as fontes de auto-eficácia, com destaque às Experiências Imaginárias e de Desempenho e a Persuasão Verbal, como descritas por Maddux (2002). Também se trabalhará a proposta de Lent e Brown (2006) e Nunes (2006) corroborada por Bandura (1997), de um equilíbrio ideal entre a motivação do indivíduo e as dificuldades de seus objetivos, no o desenvolvimento da auto- eficácia. Resumo do filme 1 1 O texto não segue um modelo rígido, pretendendo apenas descrever o filme para os fins deste trabalho. Assim, alguns detalhes foram suprimidos, há pontos que se encontram resumidos e outros, que serão retomados mais adiante, foram descritos mais detalhadamente. 1

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Trabalho a respeito do filme "A Vida Secreta de Walter Mitty" que explora o conceito de autoeficácia. Realizado por Kalil Maihub Manara, graduando de psicologia (UFGRS), no contexto da disciplina de Psicologia Positiva. Abraços.

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A Vida Secreta de Walter Mitty e o Desenvolvimento da Auto-Eficácia

Aluno: Kalil Maihub Manara

Disciplina de Psicologia Positiva

Data: 26/06/2014

Prof. Claudia H. Giacomoni

Introdução

A proposta deste trabalho é revisar o conceito de Auto-Eficácia, dando-lhe uma breve

revisão teórica, através de sua articulação com a história do filme “A Vida Secreta de Walter

Mitty” (de Ben Stiller), também explorando as potências de um ponto de vista “positivo” e

não patologizante das características do sujeito.

Os principais pontos desenvolvidos serão as fontes de auto-eficácia, com destaque às

Experiências Imaginárias e de Desempenho e a Persuasão Verbal, como descritas por Maddux

(2002). Também se trabalhará a proposta de Lent e Brown (2006) e Nunes (2006)

corroborada por Bandura (1997), de um equilíbrio ideal entre a motivação do indivíduo e as

dificuldades de seus objetivos, no o desenvolvimento da auto-eficácia.

Resumo do filme1

Walter Mitty (Ben Stiller) é um nova-iorquino desligado e inseguro que tem o hábito

de ficar peculiarmente “fora do ar” diante situações-problema, imaginando soluções

fantásticas para os momentos em que se sente desafiado.

Sob nova direção, a revista LIFE, onde Walter trabalha como gerente da seção de

negativos, está prestes a publicar sua última edição impressa, tornando-se a partir de então

“LIFE online”. Quando Sean O’Connell (Sean Penn), um fotógrafo aventureiro e Old School,

envia um misterioso rolo à revista, sugerindo um negativo desaparecido, de número 25, como

capa da última edição, Walter vê-se responsável por encontrá-lo. Apoiado por Cheryl (Kristen

Wiig), a nova colega de trabalho por quem tem uma atração secreta, Walter embarca numa

1 O texto não segue um modelo rígido, pretendendo apenas descrever o filme para os fins deste trabalho. Assim, alguns detalhes foram suprimidos, há pontos que se encontram resumidos e outros, que serão retomados mais adiante, foram descritos mais detalhadamente.

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desesperada viagem atrás de Sean O’Connell e de sua foto chamada “Quintessência da Vida”,

que daria cor e forma à última capa da revista LIFE.

Com a ajuda de Cheryl e Harold (seu colega na seção de negativos), Walter

investigara o rolo da foto que desaparecera e encontrara pistas que o levaram à Groenlândia.

Lá, num bar onde Sean recebera correspondência, evolve-se em uma briga e acaba

reconhecendo o polegar de seu adversário como o que fora fotografado por Sean numa das

fotos do rolo que recebera.

A maré de boa sorte continua quando ele reconcilia-se com seu agressor, e descobre

que ele está prestes a sair, de helicóptero, para entregar algumas peças ao barco onde Sean

estivera. Convidado a ir junto para tentar encontrá-lo, Walter amedronta-se, pois o homem

pilotaria bêbado numa tempestade em formação, e recusa-se a acompanhá-lo. No entanto, ao

vê-lo saindo pela porta e dirigindo-se até o helicóptero, Walter começa um de seus episódios

“imaginários”. No palco do bar, enxerga a colega Cheryl tocando a música “Major Tom” (da

qual ela realmente falara com ele anteriormente, ressaltando seu caráter encorajador). Aos

poucos, a “Cheryl imaginária” vai saindo do bar, seguida por Walter. O helicóptero está

decolando e, num gesto inesperado de coragem e impetuosidade, Walter corre e pula para

dentro do helicóptero, que já se afastara consideravelmente do chão. E voa mais alto e mais

alto, deixando a imagem de Cheryl para trás.

Quando o vôo chega ao barco, Walter descobre que terá de pular do helicóptero para

alcançá-lo e, quando finalmente pula, acaba caindo na água e tendo que se defender de um

tubarão.

No barco, depois de resgatado, Walter encontra um roteiro de viagem de Sean e, já no

dia seguinte, desembarca na Islândia, próxima parada do fotógrafo e também do barco.

De bicicleta, correndo e depois até andando de skate (um velho hobby resgatado de

sua adolescência) Mitty dirige-se para o vulcão onde Sean tiraria suas próximas fotos.

Chegando em suas proximidades, porém, o vulcão entra em erupção, e Walter é salvo por um

desconhecido, que o abriga em seu carro e escapa com ele da fumaça do vulcão.

Perdendo o “rastro” de Sean, Walter retorna a Nova York e é demitido, levando a

culpa pelo sumiço da foto sugerida para a última capa da revista. Mas algo inesperado

novamente acontece: ele descobre que sua mãe, que estava morando com ele durante a

mudança para uma nova casa, recebera Sean O’Connell em sua casa enquanto ele não estava.

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Sean estava lhe procurando, pois admirava o modo como Walter “finalizava” o seu trabalho

de fotógrafo na sessão de negativos da LIFE.

Conversando com sua mãe sobre esse episódio, Walter descobre que a próxima parada

de Sean seria o Himalaia, e parte em uma nova viagem para e encontrá-lo. Então, com a ajuda

de dois “homenzinhos fortes”2 que contrata e com a permissão dos guerreiros do “Afeganistão

selvagem”, concedida em troca do bolo de laranja de sua mãe, ele escala o Himalaia e

finalmente encontra O’Connel. Descobre então que o negativo 25 estava o tempo todo na

carteira que ele ganhara de presente junto com o rolo, e que, desanimado por ter sido

demitido, jogara fora.

Quando volta ao seu país, Walter ainda é preso no aeroporto, pois viagens ao

Afeganistão estão proibidas. Então ele recorre a Todd – funcionário de um site de

relacionamentos online (eHarmony), com quem teve algumas conversas durante o filme e

para quem conta seus progressos – para provar que ele tem conhecidos em Los Angeles e não

é, portanto, um terrorista.

A “virada final” da história acontece quando Walter descobre que sua mãe guardara a

carteira que ele jogara fora, com o negativo 25. Vai então à sede da LIFE e, em meio a uma

reunião, deixa o negativo sobre a mesa do “gerente da transição”, que o demitira e, sem nem

mesmo ver do que se tratava a fotografia, denuncia na frente de todos a impiedade desse

gerente, que muito o maltratara;

As últimas cenas nos mostram Walter escrevendo seu currículo – que inclui suas

“novas aventuras” (escalar o Himalaia, pular de um helicóptero...) – depois sacando seu fundo

de garantia e encontrando Cheryl ao sair do prédio da previdência (ela também fora demitida).

Ele então lhe conta como ela o ajudou a ter coragem para entrar no helicóptero e “chegar onde

queria”. Ambos andam de mãos dadas e descobrem que a “Quintessência da vida”, a foto da

última capa da revista LIFE, era uma foto de Walter, dedicada às pessoas que “fizeram” a

revista.

Auto-Eficácia

Um conceito útil para compreender a história de Walter Mitty

“Algumas das verdades mais poderosas são também as mais simples (...). O conceito

de auto-eficácia lida com uma dessas verdades (...). Essa verdade é que acreditar que

2 “Strong little men”.

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você pode realizar o que você quer realizar é um dos mais importantes ingredientes –

talvez o ingrediente mais importante – na receita do sucesso.” (Maddux, 2002, p. 277)

A formalização do conceito de auto-eficácia, realizada por Bandura em 19773,

permitiu examinar com novo rigor teórico uma ideia que já não era nova (Ibid., pp. 277-278):

que os comportamentos das pessoas (e sua persistência diante de adversidades) são

determinados principalmente pela sua crença de que podem obter os efeitos desejados a partir

de suas ações. Para partirmos logo a uma definição, podemos dizer, ainda segundo Maddux

(2002), que auto-eficácia é justamente “o que eu acredito que posso fazer com minhas

habilidades em certas condições”.

Maddux afirma que a auto-eficácia é considerada uma crença, não um traço, e,

portanto, é desenvolvida “ao longo do tempo e através da experiência”. Esse aspecto será

importante para a retomada teórica do filme, que será feita mais adiante.

O desenvolvimento precoce de auto-eficácia está ligado a dois fatores que interagem.

Primeiro, o desenvolvimento do pensamento simbólico, especialmente quanto à compreensão

de relações de causa-efeito e a capacidade de auto-observação e auto-reflexão (para

compreender que suas ações podem ter efeitos no mundo). Segundo, a responsividade dos

ambientes, com destaque para os ambientes sociais, às tentativas da de controle e manipulação

do sujeito em formação.

Ao longo da vida, a auto-eficácia continua seu desenvolvimento com a integração de

informações provenientes de cinco “fontes primárias”:

1) Experiências de desempenho (experiências em que percebemos que conseguimos

“controlar” o ambiente aumentam nossa auto-eficácia num determinado domínio –

esporte, trabalho, relações interpessoais);

2) Experiências vicárias (em que formamos expectativas sobre nossa capacidade de

atingir nossos objetivos a partir da observação do desempenho de outras pessoas,

dependendo do quanto nos consideramos parecidos com elas);

3) Experiências Imaginárias (imaginar a si mesmo ou outras pessoas comportando-se

de maneira efetiva ou não em situações hipotéticas pode também influenciar em

nossa auto-eficácia);

3 Bandura, A. (1977). Self-efficacy: Toward a unifying theory of behavioral change. Psychological Review, 84, 191–215.

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4) Persuasão Verbal (dependendo das características da fonte – confiabilidade,

atratividade – podemos ter nossa auto-eficácia influenciada pelo que os outros

acreditam ou não que possamos fazer);

5) Estados Psicológicos e Emocionais (influenciam a partir da associação de bons

desempenhos com estados emocionais agradáveis e maus desempenhos com

estados desagradáveis. Assim, sensações de conforto emocional acabam sendo

mais interessantes para que possamos confiar em nossa capacidade de atingir os

efeitos desejados, e o oposto ocorre com sensações de desconforto. Muitos outros

indicadores fisiológicos podem incluir-se como modificadores de nossa auto-

eficácia: no domínio do esporte, por exemplo, sentir-se fatigado pode diminuir a

crença do indivíduo de que seu comportamento será eficaz).

Um fator interessante sobre as fontes de auto-eficácia é a dificuldade percebida nas

experiências de desempenho. Nunes (2008), citando Bandura (1997), propõe um equilíbrio

entre a dificuldade da tarefa e a motivação do indivíduo. Se houver grande motivação, é

interessante manter um bom grau de desafio, de forma que continuem havendo superações.

Porém, se os objetivos forem muito remotos, provavelmente diminuirão os ganhos em

percepção de eficácia referentes a realizações menores e não oferecerão pequenas provas de

eficácia ao indivíduo.4 Nunes (2008) também cita Lent e Brown (2006), que, no planejamento

de intervenções para o aumento da auto-eficácia, propõem tarefas com diferentes gradações

de dificuldade ou padrões de desempenho, de forma a manter a motivação do indivíduo

durante o desenvolvimento.

Falando sobre a importância da auto-eficácia, Maddux (2002) posiciona-a como um

dos três componentes dos quais depende, simplificadamente, a auto-regulação do

comportamento, ao lado dos objetivos (ou padrões de desempenho – pelos quais buscamos

auto-regulação e através dos quais nos avaliamos) e das reações de auto-avaliação do

desempenho (que serão grandes determinantes em nossas respostas emocionais, as quais

afetam amplamente nosso desempenho).

4 Essa visão também é corroborada por Maddux (2002), que propõe intervenções com objetivos “concretos, específicos e proximais”, pois estes provêm maior incentivo, motivação e evidência de eficácia do que objetivos “abstratos, vagos e postos num futuro distante”.

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O desenvolvimento da Auto-Eficácia de Walter Mitty

A partir do resumo do filme A Vida Secreta de Walter Mitty, estrelado e dirigido por

Ben Stiller, e de nossa breve revisão sobre o construto da Auto-Eficácia, formalizado por

Bandura em 1977 e que tem sido amplamente difundido, estudado e aplicado nas últimas

décadas, buscar-se-á lançar um olhar “positivo” à história do personagem Walter Mitty, que,

através de uma crescente confiança em si mesmo e no potencial de sua ação no mundo,

utilizou os recursos disponíveis para alcançar um grande objetivo, superando muitos desafios

encontrados pelo caminho.

No início do filme, uma conversa entre Walter e Todd (funcionário do eHarmony)

revela que os “espaços em branco” em seu perfil no site de relacionamento refletem uma

percepção bastante “desastrosa” de sua vida e de suas capacidades: ele afirma nunca ter feito

nada muito interessante, nem estado em lugares especiais (porém, no filme, descobrimos que

ele é muito bom em manobras de skate, por exemplo). Essa percepção negativa nos dá a

primeira pista sobre a auto-eficácia de Walter: suas Experiências de Desempenho, maior fonte

de auto-eficácia prevista por Maddux (2002) e Bandura (1997), estão afetadas por um grande

“pessimismo”. Porém, Todd já começa a, de certa forma, questionar sua crença, uma vez que

é preciso preencher todos os campos para utilizar corretamente o eHarmony (ou seja, o fator

“Persuasão Verbal” já começa a atuar).

No meio da conversa com Todd, Walter tem sua primeira experiência de “zone-out”

(ficar “fora do ar”) do filme, onde imagina estar entrando em um prédio em chamas para

salvar o cachorro de Cheryl e, no caminho, cria uma prótese de perna para o mesmo (que tem

apenas três pernas). Walter devolve o cachorro para Cheryl, que fica imensamente agradecida.

Aí, podem-se dizer duas coisas: para um olhar mais “negativo”, há uma estratégia pouco

adaptativa de coping: sair da realidade nos momentos de desafio (no caso, Walter tem sua

crença desafiada pelo diálogo com Todd). Porém, para uma visão positiva, pode ser que a

estratégia de Walter seja justamente o recurso da Experiência Imaginária, uma fonte

possível de Auto-Eficácia. Ou seja, o fato de que Walter consegue imaginar-se obtendo

resultados impressionantes aproxima-o, de certa forma, da possibilidade real de consegui-los5.

Aos poucos, veremos como as motivações de Walter e as experiências que tem no intuito de

atingi-las possibilitarão aumentar suas crenças de eficácia e tornar-se realmente mais proativo,

5 “Um cliente pode adquirir um senso de controle sobre a situação imaginando um self futuro que pode lidar efetivamente com a situação” (Maddux, 2002, p. 283).

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corajoso e eficiente, realizando muitos feitos impressionantes (dignos de sua fértil

imaginação).

O próximo momento do filme a que se quer chamar atenção é quando surge a nova

tarefa (objetivo ou “goal”) de Walter, que ele só aceita graças a certo “suporte social” que

recebe de Charyl, Todd e até do lema da LIFE6. Isso ocorre numa cadeia: Todd o incentiva a

falar com Charyl. Ela, por sua vez o incentiva a seguir o lema da LIFE (pelo qual eles

compartilham apreço) e o lema o incentiva a “ver o mundo”, partir para sua viagem atrás de

Sean O’Connel e do negativo perdido. Aí, então, há uma mensagem de “vá, você consegue”

vinda do mundo, que servirá como uma Persuasão Verbal para que ele sinta,

simultaneamente, que é capaz de ir atrás de Sean e que, indo, poderá encontrar a foto e salvar

seu emprego. A ampla motivação que Walter reúne é importante para explicar por que ele

consegue começar sua “retomada da auto-eficácia” a partir de um objetivo cujo sucesso é tão

improvável: supõe-se, portanto, que a partir de suas experiências imaginárias e múltiplas

persuasões verbais, torna-se possível um equilíbrio motivação-dificuldade (p. 5 deste

trabalho).

A partir dessa viagem, Walter viverá, então, múltiplas Experiências positivas de

Desempenho: chegando na Groenlândia, ele consegue encontrar o homem cujo polegar fora

fotografado por Sean. Logo depois, há a cena em que novamente Experiências Imaginárias

e Persuasão Verbal vêem-se combinadas: ele imagina Cheryl cantando uma música

encorajadora e toma coragem para entrar no helicóptero, mesmo com o piloto bêbado e a

tempestade se formando. Já na cena seguinte, ele pula na água, luta com um tubarão e

consegue sobreviver. Ou seja: há uma série de acontecimentos em que Walter

progressivamente prova a si mesmo, através de Experiências de Desempenho cada vez mais

fortes, que é capaz de superar as dificuldades e obter bons resultados através de suas ações.

Essa sequência de grandes experiências de desempenhos incríveis e acontecimentos

inesperados vai formando em Walter a auto-eficácia que culminará, na parte final do filme,

em sua crença de que pode escalar o Himalaia, que o leva a realmente encontrar Sean e

descobrir onde estava o negativo perdido.

6“ Ver o mundo, coisas perigosas por vir, Ver através das paredes, chegar mais perto, Encontrar o outro e sentir. Esse é o propósito da vida [ou da LIFE]”

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Considerações Finais

A despeito do caráter otimista (e, em certa medida, “surreal”) do filme escolhido, este

é, sem dúvida, um ótimo exemplo de como o desenvolvimento da auto-eficácia pode ocorrer

gradativamente, a partir de um bom equilíbrio entre as motivações/ fontes de auto-eficácia e a

dificuldade das tarefas. A partir dele, também é possível observar como um aspecto que

poderia ser considerado sob uma ótica patologizante (ficar “fora do ar”) pode também ser viso

como uma potência e operar no indivíduo como uma fonte para a realização de objetivos que

mudam o curso de sua vida através de seus próprios esforços e de sua crença em si mesmo

como sujeito de mudanças em seu meio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bandura, A. (1977). Self-efficacy: Toward a uni- fying theory of behavioral change. Psychologi- cal Review, 84, 191–215.

Bandura, A. (1997). Self-efficacy: The exercise of control. New York: Freeman.

Lent, R., & Brown, S. D. (2006). On conceptualizing and assessing social cognitive constructs in career research: A measurement guide. Journal of Career Assessment, 14(1), 12-35.

Maddux, James E. (2002). Self-Efficacy – The Power of Believing you can. In: Snyder C. R. & Lopez, Shane J. (Eds.). Handbook of Positive Psychology. New York, NY: Oxford University Press, 277-287.

Nunes, Maiana Farias Oliveira. (2008). Funcionamento e desenvolvimento das crenças de auto-eficácia: uma revisão. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 9(1), 29-42. Recuperado em 26 de junho de 2014, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902008000100004&lng=pt&tlng=pt.

Observação: as citações de Bandura (1977, 1997) e Maddux (2002) foram feitas a partir de traduções livres do autor deste trabalho.

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