Psicobela Digital – Dezembro 2013

38
1} ROBERTO VASCON UM SONHO EM DEUS na poltrona Fé declarada COM ELEGÂNCIA EDIÇÃO 09 { dezembro 2013 } www.psicobela.com.br 7 REFLEXÕES SOBRE VIVER COM FÉ

description

Nesta edição, compartilhamos sete reflexões sobre Fé declarada com elegância.

Transcript of Psicobela Digital – Dezembro 2013

Page 1: Psicobela Digital – Dezembro 2013

1}

ROBERTO VASCONUM SONHO EM DEUS

na poltrona

Fé declaradaCOM ELEGÂNCIA

ED

IÇÃ

O 0

9 {

dez

emb

ro 2

01

3 }

w

ww

.psi

cob

ela

.com

.br

7 REFLEXÕES SOBREVIVER COM FÉ

Page 2: Psicobela Digital – Dezembro 2013

2}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

transanet.com.br

TRA-0009-12 AN LIGHT 21x27,7.indd 1 3/28/12 9:02 AM

Page 3: Psicobela Digital – Dezembro 2013

3}

transanet.com.br

TRA-0009-12 AN LIGHT 21x27,7.indd 1 3/28/12 9:02 AM

No decorrer desse ano, fomos testemunhas de uma movimentação social intensa envolvendo fé e religião.

Foi pastor propondo votação no Congresso para liberação do tratamento para a homossexualidade, evangélico julgando, boicotando cantora nas redes sociais por ter declarado sua fé.

Foi a renúncia de um papa, e eleição de um novo líder da Igreja Católica, que com sua presença gentil causou comoção na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.

Isso para citar alguns dos eventos mais marcantes. Mas todo dia, a cada dia a fé permeia a vida de muitas pessoas. Positiva ou negativamente, com sabedoria ou sob as garras dos dogmas.

Não estamos aqui por certo levantando bandeiras, incitando polêmica, tecendo críticas, enaltecendo religião X ou depreciando religião Y. Não buscamos provar nada, estamos como em todas as nossas edições trazendo temas da vida real e pessoas reais falando de seus temas.

editorial

Um beijo,Maria MartaCRP 08/07401

Pessoas que encontram na fé uma força que não se explica e possibilidades que não se imagina.

Nesse clima a poltrona dessa edição traz uma história emocionante de fé, talento e muito trabalho com Roberto Vascon. Reunimos também textos sublimes de nossos colaboradores sobre esse assunto tão vital e desafiador para cada uma das importantes áreas de nossa vida.

Somos livres e temos o direito de anunciar no que cremos, mas isso não dispensa que o façamos com respeito e elegância.

E pra concluir que tal cantar em uníssono com Gilberto Gil e Gonzaguinha: “Andá com fé eu vou, que a fé não costuma faiá. Fé na vida, fé no homem, fé no que virá, vamos lá fazer o que será”.

Desejamos a você leitor paz, saúde, sabedoria e fé nos dias festivos e em todos os outros de 2014. Obrigada por sua companhia nas edições desse ano e já te deixamos o convite: volte para a próxima edição.

Um beijo e que Deus os abençoe!

Page 4: Psicobela Digital – Dezembro 2013

4}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

relacionamento

espiritual

social

profissional

física

emocional

financeiro

[nossa homenagem]Homens e mulheres, ícones de Fé que nos inspiram.

áreas7

pessoas deFé

Page 5: Psicobela Digital – Dezembro 2013

5}

nestaediçãonº 09 { dezembro

201

3 }

A Fé e o Medo

Fervorosos X Sepulcros Caiados

Fé sem sabedoria é tão eficiente como pássaro de uma asa só.

O que me move

Na Poltrona

Enfermidade com Espiritualidade, melhores resultados?

A direção da Fé

A Fé que remove montanhas

20

31

11

7

26

23

35

[expediente]Direcão geral: Psicóloga Maria Marta Ferreira[CRP 08/07401] Projeto editorial: Clecyo de Sousa [clecyo.com]Sistema web: Projetual

PSICOBELA é marca registrada na República Federativa do Brasil, através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI. | ® 2013 – Todos os direitos são reservados.

Maria Marta

Luciana Chemim

Roberto Vascon

Joice Goveia

Gisel y do Valle

Márcio Barros

RoberteMetring

Rua Dom Alberto Gonçalves, 66 | Mercês - Curitiba/PR(41) 3015-8818 | (41) 9186-1464

15

Mirian Montanari

Grüdtner

psicobela.com.br @mariamartaferreirapsicobela.saudeemocional [email protected]

Fé declaradaCOM ELEGÂNCIA

Page 6: Psicobela Digital – Dezembro 2013
Page 7: Psicobela Digital – Dezembro 2013

7}

A Fé e o Medo

A fé remonta as nossas memórias mais antigas. Dos

primórdios até hoje em dia esse assunto não caiu em desuso.

Mas, com tantas possibilidades tecnológicas e avanço da ciência

faz sentido acreditar? Ainda precisamos de fé?

Maria MartaRELACIONAMENTO

Há quem torça o nariz para “crente” em alguma religião, filosofia ou coisas assim. Ser ateu se não torna alguém mais chique por certo dá pinta de inteligência.

Há os que dizem que fé é para bitolados, fracos, ignorantes, que precisam acreditar que há potência apenas externamente. Miseráveis que precisam de um “deus” qualquer para lhes saciar a fraqueza.

7}

Page 8: Psicobela Digital – Dezembro 2013

8}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

de si mesmo é uma tarefa complexa. Exige uma dose adequada de egoísmo, mas não pode exceder. Pois como o sal que tempera, se usado de menos ou demais, compromete o sabor e a saúde.

Há pessoas que responsabilizam a Deus por tudo. Deus não quis que assim fosse, Deus quis que fosse assim. Por certo o Criador, aprecia nossos feitos e nos auxilia como todo bom pai, mas ouso pensar que ele se felicita com filhos independentes, au-tônomos, que compartilha suas conquistas, que agradece a ajuda, mas que reconhece sua própria parte na empreitada.

Há quem tema uma autoestima saudável, por medo de parecer soberbo, ou independente em dema-sia. Não deveríamos temer isso, pois pessoas com autoestima realmente saudável e não pseudo-au-toestima, são generosas e cooperativas, reconhecem seu valor, mas não precisam diminuir o outro para ocupar seu espaço.

Muitas pessoas quando pensam em “fé” imaginam seres defensores da moral e dos bons costumes, guerreando ou martelando na cabeça das outras pessoas que elas estão erradas. E suas vidas? Nada mais são do que “faça o que eu digo, mas não faça o que faço”. Essa hipocrisia promove muito descrédito numa postura genuína de fé.

É fato que muita guerra já foi travada em “nome de Deus” e atrocidades executadas também em Seu nome. Há vidas engessadas e alegrias tolhidas por pessoas que pensam que somente os perfeitos são dignos da aceitação divina.

Gosto de pensar em fé a partir do texto Bíblico “Amar a Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento e de toda as tuas forças e ao teu próximo como a ti mesmo (Marcos 12).

Esse texto me reporta a Fé e a Autoestima. O amor próprio, esse exercício de tornar-se o melhor amigo

[Madre Teresa de Calcutá] (1910-1997)

Conhecida como “a santa dos pobres mais pobres”, Inês Gon-xha Bojaxhiu nasceu em Skopja, capital da atual república da Ma-cedônia. Aos 21 anos, mudando seu nome para Teresa, ingressou em um Convento de Calcutá. Onze anos mais tarde deixaria o mesmo e começaria a trabalhar nos bairros mais pobres da cidade, vindo a fundar em 1946, a Congregação das Missionárias da Caridade. Seu papel em favor dos mais necessitados rendeu a Madre Tereza o Prêmio Nobel da Paz e o reconhecimento de seu trabalho no mundo. Recebeu o Nobel da Paz em 1979, e foi beatificada em 2003 por João Paulo II.

pessoas deFé

Page 9: Psicobela Digital – Dezembro 2013

9}

Ter fé na gente, não minimiza ter fé em Deus, ter fé no outro, ter fé na vida, afinal muito da nossa sorte depende dos nossos esforços e competências, mas um bocado de benção não faz mal a ninguém.

Precisamos ainda de fé? Talvez ajude em relação ao medo que tem assolado nossa sociedade. A ansie-dade é palavra corrente na boca de muitos e seus transtornos, diagnósticos de muitas dezenas. A sín-drome do pânico é um exemplo, uma realidade na vida de muitos. E ansiedade, despindo a camada de terminologias científicas e termos técnicos contidos nos manuais de transtorno de comportamento, é um sinônimo de medo: imaginário ou real.

O nosso primitivo medo, emoção de proteção, mas que em demasia, age como doença autoimune, em que o sistema de defesa, imunológico, ataca e destrói tecidos saudáveis. Protege tanto que “mata”. Os sonhos, os projetos, a criatividade, a iniciativa, a vontade, a alegria.

Há tratamento, e a psicologia e psiquiatria pode fa-zer isso. Mas um tanto de fé, ajuda ambas. Provavel-mente nos render a algo maior que nossa própria mente também pode ser de alguma ajuda, se não a viver uma experiência gratificante, pelo menos pode dar uma força a humildade.

Um texto da Bíblia encerra grande sabedoria, trata-se de Mateus 6. Belo texto, se puder leia-o.

Ter fé na gente, não minimiza ter fé em Deus, ter fé no outro, ter fé na vida, afinal muito

da nossa sorte depende dos nossos esforços e competências, mas um bocado de benção não faz mal a

ninguém.

{MARIA MARTA}Psicóloga [CRP 08/07401][email protected]

Pode agir como um antídoto potente e suave no combate ao medo. “Não vos inquieteis pois pelo dia de amanhã que cuidará de si mesmo, basta a cada dia seu próprio mal”, faz parte do texto em questão, e dá uma direção de como a fé pode nos ajudar a minimizar nossos medos, especialmente daqueles que vivem tentando antecipar o futuro para garan-tir a segurança.

A confiança em si mesmo, que se traduz numa autoestima de qualidade nos abastece do poder necessário para combater nossos próprios medos, acessar nossa fonte de coragem e avançar até onde nossos limites permitirem. E a confiança em Deus, a fé no alto, pode nos surpreender nos fazendo ascender além das próprias fronteiras.

Enfim, duas coisas podem nos salvar todos os dias: a autoestima (a força dentro de nós) e a fé (a força acima de nós).

Page 10: Psicobela Digital – Dezembro 2013

Comer e aprenderna casa do Chef

la.m.cucina

Page 11: Psicobela Digital – Dezembro 2013

11}

O que me move

Nunca procurei responder se é a fé que

impulsiona minha vida ou se é a própria vida

que me instiga a ter fé.

Apenas reconheço-a, diminuta, frágil, por vezes afônica diante das tentativas de me mostrar o que um dia me soou impossível. Percebo em mim sua existência tímida, mas sempre inquieta, especial-mente nos momentos em que sou forçada a encarar o espelho de minha alma e me deparo com minhas fraquezas, minhas limitações, inseguranças, medos e angústias.

É ela, a minúscula fé que habita em mim que me faz persistir, mesmo que tenha que recomeçar do zero. É ela, a mola que me arremessa pra cima quando encontro o fundo do poço. É ela que me dá confor-to quando o desespero da dúvida ameaça minhas convicções, meus princípios, meus valores.

PROFISSIONALLuciana Chemim

Page 12: Psicobela Digital – Dezembro 2013

12}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

Não sei o que é uma vida sem fé, mas suponho que seja

desgraçadamente triste existir sem ter um porquê, fazer escolhas baseadas no vazio que representa

nosso eu solitário, preso num corpo desfragmentado da certeza de que há uma eternidade a nossa espera.

Imagino que seja assim pra toda pessoa que ques-tione sua própria existência, pelo menos as que acreditam, ainda que minimamente, que isso aqui seja uma passagem para algo infinitamente melhor e indubitavelmente indescritível.

A fé naquilo que não vemos, mas que sabemos, pelo simples fato de estarmos vivos. A fé que alimenta diariamente nossa esperança de que nenhuma luta é vã, de que nenhum sofrimento é por acaso, de que, parafraseando o profeta, “tudo é possível àquele que crê”.

Não sei o que é uma vida sem fé, mas suponho que seja desgraçadamente triste existir sem ter um porquê, fazer escolhas baseadas no vazio que representa nosso eu solitário, preso num corpo des-fragmentado da certeza de que há uma eternidade a nossa espera.

E é essa fé no eterno, aprendida, sentida, exercitada e, muitas vezes, questionada, o que dá sentido aos meus dias, o que me move, mesmo que na contra-mão da maioria, mesmo contrariando as convenções sociais e políticas, mesmo negando meus próprios desejos.

É essa fé que me angustia de êxtase e medo. Que me provoca, que me tira do comodismo, que me impele a olhar para o Alto e acreditar que para todo erro existe perdão, existe recomeço, existe uma página em branco para ser reeditada.

É essa fé que aparece quando me deparo com a brevidade da vida, com o inevitável, o intangível, o sopro que faz viver e que em segundos faz morrer para esse plano.

É essa fé que interfere em meu livre arbítrio, em meu ir e vir, em meu ser, em meu estar, em meu permanecer.

É essa fé que me faz correr atrás dos meus sonhos, que me faz otimista, idealista,

A fé que não me faz perfeita, mas que me desafia, diuturnamente, a minimizar minhas contradições, meus nãos, minha vulnerabilidade diante daquilo que é, mesmo que eu não veja.

A fé que me cutuca e me incomoda, balança minhas indecisões e, por vezes, me tira o sono, porque ain-da não se fez madura, perene e serena, mas, ainda assim, não desistiu de pulsar.

Continuo sem saber se a fé preexiste no ser huma-no que habita em mim ou se a vida a provocou. Mas não tenho dúvida de que andam juntas, lado a lado, de mãos dadas.

A fé que, mesmo miúda e encabulada, bombardeia de vida minhas decisões e a vida que, em seus altos e baixos, me infla de fé a cada recomeço.

{LUCIANA CHEMIM}Advogada e [email protected]

Page 13: Psicobela Digital – Dezembro 2013

13}

Page 14: Psicobela Digital – Dezembro 2013

14}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

O dia era quinta, cedinho eu já estava no estúdio da

Transamérica Light 95,1 FM para a costumeira participação

como comentarista de relacionamentos no programa Light News, sob o comando de

Maria Rafart.

RobertoVascon

14}

Page 15: Psicobela Digital – Dezembro 2013

15}

O entrevistado da segunda hora do programa, o renomado designer de bolsas Roberto Vascon. Ele também chegou cedo, carregando alegria, simpatia e disposição para compartilhar sua inspiradora história mais uma vez no programa. Roberto estava em Curitiba para o lançamento do seu livro “Nas Asas de um Sonho”.Impossível não se render a uma história tão fascinante. Tantos assuntos poderiam ser tema dessa entrevista: estilo, tendências, o glamour das belas de Nova York... Mas quando liguei o rádio do carro para acompanhar atenta a entrevista, já nas primeiras falas de Roberto o intento ficou claro. Esse homem de origem simples e rico talento é um Homem de Fé.E sobre fé conversaremos com Vascon. A fé que o conduziu ao seu destino, os cuidados que ele recebeu na jornada, as ideias que foram a ele sussurradas, os sonhos que se tornaram realidade. A realidade que por vezes desfez os sonhos.

POR {CLECYO DE SOUSA}

NA POLTRONA

15}

Page 16: Psicobela Digital – Dezembro 2013

16}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

Psicobela Digital – Como ser grande em atitude, vitorioso nos sonhos, feliz com quem se diz em companhia da Fé. Pode nos contar, Vascon?

RobeRto Vascon – Fé, vontade, talento.

PD – Dizem que a fé nasce na dificuldade, na necessidade. Você tem uma origem humilde. Seria esse o berço da sua fé, ou você a descobriu ou a reconheceu mais tarde?

RV – Desde os cinco anos, pedi a Deus que me desse a mão, e andasse comigo, quando vi que tinha dado certo o convite, pedi que então morasse comigo, e virasse meu melhor amigo.

PD – Não é incomum pessoas agirem com fé nas dificuldades e ao atingirem o sucesso, deixarem a fé de lado. Você teve a experiência de ao fazer sucesso desconectar-se da sua fé?

RV – Jamais, toda vez que fechava um novo con-trato, eu falava com Ele, cara Você é demais, vamos ajudar alguém que precise, e sempre fiz isso.

PD – Há pessoas que nos inspiram a ter fé. Você teve alguém que foi um referencial para você?

RV– Não, livre e espontânea vontade.

PD – Há pessoas que “torcem o nariz” para pessoas religiosas ou espiritualizadas. Consideram igno-rância ou fraqueza. Você já negou sua fé diante de alguém influente para impressioná-lo (a)?

RV – Imagina chegar com seu melhor amigo em uma festa ou reunião, e ter de esconde-lo?? Jamais ou ele tá comigo em tudo, ou eu estou fora.

PD – Há pessoas que se tornam “chatas” porque falam excessivamente de fé e tentam convencer os outros sobre isso. Qual é sua posição nesse senti-do?

RV –Com a minha Fé não quero arrebanhar nin-guém, só falo dela porque minha Fé é o que me proporcionou meu sucesso e fama.

PD – Você tem uma religião específica. Você a pratica?

RV – Não, vou em todas, e acho que todas tem o mesmo fim honrar a Deus.

PD – Qual seu estado civil, e os planos quanto à vida amorosa?

RV – Quero muito conhecer alguém, mas na minha situação é meio difícil, já levei bordoadas mil, e nunca sei se estão comigo, por amor, por dinheiro ou pelo meu sucesso.

PD – Além dos cuidados com a carreira, o que gosta de fazer, o que te faz bem? Está satisfeito em

Page 17: Psicobela Digital – Dezembro 2013

17}

relação à conciliação da sua rotina profissional com a vida pessoal?

RV – Animais me fazem bem, não tem cobrança, só doação de amor. Minha rotina e sempre abalada por acontecimentos, sempre uma matéria bacana, ou alguma cliente que conheço e me torno amigo, tem sempre algo novo no ar.

PD – E sobre o seu livro? Conte-nos sobre seu processo de inspiração, a escolha do título e o que pretende transmitir com ele.

RV – Me inspirei unicamente na minha vida, nas minhas experiências, nos meus fracassos e no meu sucesso. Entrei vestido durante a captação da história, junto com meu biógrafo, Elias Awad e sai nú.Quanto ao título “ NAS ASAS DE UM SONHO”, vivo voando nele no meu sonho que tive no Central Park, em Nova York. E o que quero transmitir, é que tudo tem jeito na vida, é só querer, e acreditar em você mesmo, e eu acredito em mim.

Aceite a vida como um convite que você recebeu de Deus. Eu passei barras violentas. Às vezes eu olhava e avaliava a situação em que eu me encontrava. Era como se minha vida fosse um quadro branco; era como se minha vida fosse um quadro negro. Mas isso nunca trouxe medo ou insegurança. Eu tinha certeza de que seria capaz de mudar e de colorir o meu destino.

Livro relata trajetória de fé de Roberto Vascon

FOTO

S: Pá

gina

de

Robe

rto Va

scon

[Fac

eboo

k]Depois de uma temporada dormindo no Central Park e juntando latinhas para se sustentar, Roberto Vascon teve um sonho que mudaria a sua vida: ele sonhou com bolsas voando como pássaros sobre o parque. No dia seguinte comprou couro, linha e agulha e seu incomparável talento fez o resto. Assim nasciam as Perfect Bags, como são chamadas suas bolsas impecá-veis.

Esta e outras histórias são relatadas em seu livro Nas Asas de um Sonho [Ed. Novo Século] e à venda diretamente em www. http://www.biografiarobertovascon.com.br/.

PD – Que diferença fez ou faz a Fé em sua vida? Seria o mesmo, teria a mesma história se não tives-se Fé?

RV – Claro que não teria, sem Deus sou um órfão.

Saiba mais sobre Roberto Vascon em seu site: http://www.robertovascon.com.br/vascon.php

Page 18: Psicobela Digital – Dezembro 2013

18}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

Page 19: Psicobela Digital – Dezembro 2013

19}

Esporte: só futebol.

Uma pessoa: Hoje é segredo de Estado ( hehehehhe).

Música: Nina Simone ( A’int got no/I got life).

Um Filme: A Vida é Bela.

Uma flor: Orquídea.

Estação do Ano: Todas.

Prato preferido: Frango com quiabo (de vez em quando um caviar).

Um lugar perfeito: Se eu estiver bem comigo, qualquer lugar é bárbaro.

Pior pesadelo: Perder meu melhor amigo (DEUS).

Lazer: Bater papo.

Um sonho: Ter uma escola profissionalizante pra crianças carentes.

essencialPRA VOCÊ

Page 20: Psicobela Digital – Dezembro 2013

20}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

Mirian Montanari

Grüdtner

ESPIRITUAL

A História Cristã foi manchada com vários exemplos tristes nos quais os ensinamentos divinos sofreram distorções que direta ou indiretamente atacavam caráter de seu Autor, Deus.

Na época do ministério de Jesus, escribas e fariseus eram os detentores do conhecimento das coisas de Deus. Os escribas eram a minoria alfabetizada; os mestres especialistas em teologia e em questões legais. Estes ensinavam a Torá nas sinagogas e formavam discípulos. Os fariseus eram um partido político e religioso do qual faziam parte sacerdotes e levitas – os líderes da nação judaica.

Destituídos do espírito de amor, a base do Reino de Deus, esses líderes fizeram acréscimos às leis de Moisés e as interpretavam conforme suas intenções egoístas, tornando-as um fardo pesado àqueles a quem deveriam ensinar, conduzir e amar.

Jesus vinha denunciando os falsos ensinamentos havia algum tempo, e poucos dias antes de Sua crucifixão, confrontou-os mais diretamente. Suas palavras precisas eram setas inflamadas que atingiam o âmago das intenções desses homens: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados, por fora realmente formosos, mas interiormente cheios

Fervorosos X Sepulcros Caiados

No contexto religioso, fé é a virtude dos que aceitam como verdade

absoluta os princípios de sua religião. A fé cristã implica crer na

existência e onisciência de Deus, bem como na Bíblia Sagrada, como

a Sua Palavra e segui-la. Essa fé envolve razão, consciência, vontade

e ação.

Page 21: Psicobela Digital – Dezembro 2013

21}

Você já parou para pensar no profundo sentido das palavras “amar” e “servir”? Os animais amam e servem de forma impressionante!

de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” Mat. 23: 27-29.

Esses homens tomavam sempre o lugar de honra nos banquetes, vestiam roupas ostensivas e encorajavam o povo a chamá-los de rabi. Eles ensinavam sobre Deus, mas tinham religião morta, pois suas ações não condiziam com ela. Eles não praticavam aquilo que exigiam do povo - justiça, misericórdia, fé em Deus. Mostravam-se como puros e justos por serem escrupulosos seguidores da Lei, mas escondiam um mundo secreto de pensamentos e atos indignos.

Ouvir duras acusações e ver suas máscaras caindo deixou-os tão enfurecidos que eles não desejavam

1. WHITE, Ellen. O Maior Discurso de Cristo, 68. CPB. Tatuí, SP.

{MIRIAM MONTANARI}Escritorawww.mirianmontanari.blogspot.com

outra coisa a não ser a morte de seu acusador.

A repreensão de Jesus ecoa pelos séculos e nos alcança hoje. Muitos que se levantam em nome da fé não passam de sepulcros caiados e enfeitados, no entanto, cheios de ossos de mortos. A fé apenas é viva quando as ações a anunciam. Sejam líderes ou leigos, qualquer um que professe ter fé deve manter atitudes coerentes com essa fé.

“Ninguém que busque parecer o que não é, ou cujas palavras não exprimam o real sentimento do coração, pode ser chamado verdadeiro.”

Apenas possui essa fé aquele cuja vida é dirigida por Deus. Não é carregar o nome Dele ou de uma religião que nos torna pessoas cristãs e fervorosas, mas é uma vivência diária e real com Ele, que gere transformação nos pensamentos, sentimentos e nas ações.

Você deseja desenvolver essa fé? Relacione-se a cada dia com Deus, então, como um perfume suave, suas ações denunciarão aos outros que você anda com Ele.

Page 22: Psicobela Digital – Dezembro 2013
Page 23: Psicobela Digital – Dezembro 2013

23}

A direção da Fé

Uma palavra tão curtinha que significa tanto: fé. Pela afinidade

com a religião, se mistura em significados culturais dos mais

diversos. Há muito tempo, teólogos, filósofos, psicólogos,

antropólogos, entre outros, buscam explicar racionalmente nossa

relação com o que chamamos de fé e de sagrado.

Joice GoveiaEMOCIONAL

E aquilo que chamamos de sagrado, seja o que for, se faz tão íntimo que carregamos como verdade, parte de nossa identidade pessoal e de grupo social. Assim, há muitos séculos as “fés” de diferentes grupos se conflitam.

Aqui proponho uma reflexão sobre nossa relação com a fé, sem considerar aspectos religiosos e culturais evitando assim julgar entre “certos” e “errados”, “bem” ou “mal”, mas olhar para este assunto como uma propensão natural – e universal – do ser humano em atribuir expectativas e esperança a algo além de si mesmo e ao futuro.

Todos nós dirigimos nossa fé a algo, seja religioso, filosófico, científico, ou mesmo, na negação dela. É um meio que nos projeta ao futuro, baseado em nossas crenças e mitos, predizendo que teremos um futuro e em quais circunstancias ele seria ideal, ou melhor.

Quando estamos numa situação em que a solução não está aparente, podemos invocar nossa fé em encontrá-la para mantermos a esperança e perseverar.

No artigo “Faith: What is it and who has it” (Fé: o que é e quem a tem, em tradução livre) para o

Page 24: Psicobela Digital – Dezembro 2013

24}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

trufas, lanches, doces e tortas.Gastronomia contemporânea, cafés especiais,

portal Psychology Today, o doutor em epistemologia Jeremy Sherman afirma que sem a fé “...estamos sem foco, não somos confiáveis, nosso esforço se torna demasiado difuso para produzir algo de valor duradouro. Sem a fé, gastamos nossa energia em todas as direções e nunca fazemos algo”. O autor sugere a fé como forma de canalizar a direção para onde colocamos nossa energia, como parte do processo do obtermos algo e não um fim em si.

Assim, se trata de uma convicção não quantificável, ou seja, não podemos medir com quanta fé carregamos, ou mesmo se uma pessoa tem mais “habilidade de fé” que outra. É uma competência, ou dinâmica interna, que nos envolve sistemicamente em sentimentos, pensamentos e nossa tendência a agir – ou esperar.

Exercitar a fé faz bem. Nos permite ao mesmo tempo reconhecer nossas fragilidades e olhar

Quando estamos numa situação em que a solução não está aparente, podemos invocar nossa fé em encontrá-la para mantermos a esperança e perseverar.

além de nossas limitações, inter-relaciona-se com o exercício de nossa autoconfiança e compaixão. Como meio para a realização, a fé pode gerar a força necessária para vencer obstáculos, cuidar de nós mesmos, de nossa comunidade e do planeta.

A “saúde da fé” está na direção em que a aspiramos. Se a comprometemos com algo maior que nós mesmos, com as infinitas possibilidades da vida, as interconexões entre ações e consequências, baseados em ética e respeito aos direitos humanos e, bem, assim já estou entrando em minhas próprias crenças. Isso que me faz pensar em fechar esta reflexão sem conclusão alguma, mas deixando estas ideias para você encontrar em seus caminhos próprios e à sua maneira para onde a sua fé está te levando...

Um abraço!

Referência: SHERMAN, Jeremy. “Faith: What is it and who has it”. Psychology Today. http://www.psychologytoday.com/blog/ambigamy/201309/faith-what-is-it-and-who-has-it. acessado em 23 de outubro de 2013.

{JOICE GOVEIA}Psicóloga [CRP 08/1141][email protected]

Page 25: Psicobela Digital – Dezembro 2013

25}

41 3362-7540XV de Novembro, 2716Alto da XV - Curitiba - PR

trufas, lanches, doces e tortas.Gastronomia contemporânea, cafés especiais,

Page 26: Psicobela Digital – Dezembro 2013

26}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

A doença é a perda da integridade da saúde. O objetivo da Medicina é buscar a recuperação plena do bem estar biológico, psicossocial e até espiritual. Para isso utiliza um arsenal de recursos propedêuticos, diagnósticos e medicamentosos baseados em estudos e pesquisas. Mas e o lado emocional do paciente? Suas crenças, fé, visão de mundo... também fazem parte do tratamento?

Cientistas céticos (muitos ateus) afirmam que não há como a religiosidade influenciar na evolução do doente, por ser algo transcedental, não comprovado.

A partir daí inicia-se a eterna discussão entre Ciência e Religião. A Ciência estuda o real, o comprovado, o que é reproduzível. A Religião - com objetivos de “dar sentido à vida” e explicar a origem do universo e do homem - relaciona a humanidade com a espiritualidade através de um conjunto de crenças. Portanto a Religião jamais fará parte do cânone da Ciência e existem questões que a Ciência não tem como e nem deveria tentar explicar, como por exemplo a Fé.

Enfermidade com Espiritualidade,

melhores resultados?

Gisel y ValleFÍSICA

Page 27: Psicobela Digital – Dezembro 2013

27}

Então a Fé, pode ajudar a curar doenças?

Os dados científicos disponíveis são poucos, visto a dificuldade de comprovação, principalmente de efeitos milagrosos. Entretanto, pesquisas existentes demonstram que pacientes com fé reagem melhor em muitos tratamentos. Um trabalho do Instituto Dante Pazzanese, com quase 250 artigos de todo o mundo, concluiu que a prática regular de atividades religiosas - sejam elas quais forem - pode reduzir o risco de morte em 30%! Ressaltam que a fé é tão importante para a cura quanto seguir os tratamentos. As poucas pesquisas realizadas nessa área indicam que o doente que reza é capaz de reduzir seus níveis de estresse, ansiedade e depressão.

Existem algumas hipóteses que justificariam essa influência da fé religiosa sobre a saúde. Uma delas é o contexto social que o indivíduo que pratica a religião é inserido. O convívio com orientadores espirituais e amigos que se importam com sua situação de saúde e podem ajudá-lo a se cuidar. Sabe-se que quem é solitário corre mais risco de morrer. Além disso, muitas religiões condenam o uso de álcool e o fumo, o que resulta em hábitos mais saudáveis.

Outro fator seria o efeito placebo, acreditar na eficácia de um medicamento faz com que, muitas vezes, tenha efeito. Assim a simples fé no poder benéfico da religião é capaz de trazer à tona as defesas do organismo, diminuir o estresse e fazer com que, otimista, a pessoa siga à risca o tratamento convencional, conseguindo se curar.

E as orações de terceiros, ajudam o paciente? O maior estudo feito a esse respeito até hoje teve um resultado controverso. Em 2006, equipe da Universidade Harvard acompanhou mais de 1.800 pessoas que passaram por cirurgias. Três grupos foram analisados: 1- os que rezavam, 2- os que recebiam orações sem saber, 3- os que rezavam e sabiam que recebiam orações. Os resultados foram conflitantes ao esperado pelos religiosos: maior mortalidade no grupo que rezou e que sabia que recebia orações.

Em pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), a qual também demonstrou que pacientes que têm fé respondem melhor ao tratamento de doenças, a terapeuta do Hospital das Clínicas, Katya Stübing, relata que o estudo incitou uma revisão muito grande do que é fé, do que é espiritualidade e do que é religiosidade.

Os dados científicos disponíveis são poucos, visto a dificuldade de

comprovação, principalmente de efeitos milagrosos. Entretanto, pesquisas

existentes demonstram que pacientes com fé reagem melhor em muitos

tratamentos.

Page 28: Psicobela Digital – Dezembro 2013

28}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

{GISELY DO VALLE}Médica Intensivista; [email protected]

Talvez aí entre o determinante para os resultados mais favoráveis. A Fé não precisa ser necessariamente a um ser Divino, o qual escolherá seu destino. A Fé pode ser fé na vida, crença de que tudo dará certo, positividade, motivação, otimismo. Portanto, o que beneficiaria o paciente seria a sua espiritualidade e não a religião.

A espiritualidade responde algumas perguntas: de onde viemos, para onde vamos, qual significado do sofrimento, o que é felicidade. É ela que (mesmo junto à religião) está associada com melhor qualidade de vida, menos depressão e estresse, melhor funcionamento do sistema imunológico, maior adesão ao tratamento, mais determinação para enfrentar os obstáculos.

Como citado anteriormente, a doença fragiliza, faz com que se perceba quão é finita e limitada a existência. A forma de lidar com a enfermidade é

o que provavelmente influencia na sua evolução. Cabe ao Médico respeitar seus pacientes em sua maneira de gerir a situação, tanto os religiosos quanto os ateus e os que se encontram no meio desse espectro. Porém deve também sempre estimulá-los a confiar, a ter Fé na vida e no que ela pode nos trazer, nos despertar e nos engrandecer.

A oração é a água da vida; anima a existência e traz a alma boas novas e jhúbilo.”

Abdu’l Bahá

[Nelson Mandela] (1918-2013)

Nelson Rolihlahla Mandela nasceu no clã Madiba em Mvezo, na África do Sul, e na infância tornou-se no primeiro membro de sua família a frequentar a escola. Aos 19 anos, mudou-se para Fort Beaufort para estudar e praticar esportes como boxe e corridas, tinha o objetivo de se tornar bacharel em direito. Tornou-se o líder do movimento contra o Apartheid, unindo-se ao Congresso Nacional Africano (CNA) em 1942, lançou a Liga Jovem do CNA em prol dos direitos aos negros. Foi preso em 1962, ao participar de lutas armadas e em 1964, foi condenado a prisão perpétua, ficando preso durante 27 anos. Em 1985, não aceitou a liberdade em troca de renunciar a luta anti-apartheid. Alcançou a liberdade em 11 de fevereiro de 1990, depois de forte pressão internacional e campanha do CNA, aos 72 anos. Recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1993, junto com o então presidente sul-africano Frederik de Klerke.Foi eleito como o primeiro presidente negro do país, em 1994, presidindo a África do Sul até 1999. Depois da presidência continuou no trabalho em defesa aos direitos humanos.

pessoas deFé

Page 29: Psicobela Digital – Dezembro 2013
Page 30: Psicobela Digital – Dezembro 2013
Page 31: Psicobela Digital – Dezembro 2013

31}Para muito além dos princípios religiosos, que é o ambiente onde mais se fala sobre (mesmo quando não se pratica), fé é um termo que pode representar desde um uma crença ou um conjunto de dogmas e/ou doutrinas religiosas ou filosóficas, até a asseveração de um fato, por um ato simples praticado por um determinado funcionário público autenticando a veracidade de um documento ou de uma assinatura. Desta forma, penso que abri o texto da melhor forma, ou seja, forma nenhuma.

Lembro bem da historinha contata sobre as pessoas de uma cidade que eram contra a instalação de um estabelecimento comercial naquele lugarejo: um

Vamos iniciar nossa conversa de uma maneira muito simples, perguntando: o que é fé?

RoberteMetring

SOCIAL

Fé sem sabedoria é tão eficiente como

pássaro de uma asa só

Page 32: Psicobela Digital – Dezembro 2013

32}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

bordel. Alegavam que o bordel traria má reputação ao lugar, além do que, suas profissionais e seus freqüentadores, certamente não seriam pessoas que se dedicassem às práticas religiosas. Passaram a reunir-se diariamente em oração pedindo a Deus que encontrasse um jeito de dissolver aquela obra. Passado algum tempo, um temporal se armou, e dele surgiu um raio, que atingindo o estabelecimento o queimou.

O proprietário do bordel entrou na justiça contra Deus, pois alegava que o raio caíra por conta da força das orações dos fervorosos religiosos do lugar. Em contrapartida, os religiosos de plantão, aquelas que tanto oraram, compareceram ao juiz alegando que Deus não tinha nada a ver com aquilo.

Antes de iniciar o julgamento, o juiz, sabiamente, diz: não sei no que vai dar esse julgamento, mas quero deixar claro que acredito que o dono do bordel e suas funcionários acreditam mais em Deus do que os religiosos dessa cidade.

Bem, passado o “folclore da fé”, vou me posicionar. Fé é um ato solitário fundamentado num conjunto

de informações que permitem a existência de firmeza na execução de uma promessa ou de um compromisso. Dessa forma, é mais que evidente que a fé ajuda no desenvolvimento pessoal sim, e sem fé, o ser humano não passa de um barquinho à deriva cantando “deixa a vida me levar... vida leva eu”. Não vejo a menor graça nisso, e acredito que não há no mundo alguém que possa dizer que conseguiu atingir seus planos de uma vida confortável e abundante dessa forma, até porque, quem não sabe o que quer, aceita qualquer coisa, até uma porcaria qualquer (seja um objeto, uma relação, um emprego, uma situação, etc... tanto faz).

Somente quem tem um foco ou objetivo, e muita fé, certamente chegará onde pretende. E, faço questão de reforçar, não estou falando aqui somente de uma fé religiosa, mas “também” de uma fé religiosa, visto que não adianta nada a fé religiosa sem uma fé pessoal forte e bem fundamentada, uma fé que te permita balançar ao sabor dos ventos da vida, mas que não lhe tire as raízes do chão.

A fé não pode ser um ato cego, seja fé pessoal ou religiosa. Fé cega é dogma, é fanatismo. E agora me estendo ao plano social. Vemos o quanto de manipulações são realizadas em nome da fé (na política, na religião, no capitalismo, no socialismo e por aí vai). Vemos como as pessoas são levadas a crerem em pessoas, situações e coisas das mais absurdas, algumas oferecendo milagres, outras simplesmente oferecendo “espelhinhos brilhantes”, que nada valem, mas que enganam muito bem. Quando assim, então a fé gera sistemas que beneficiam alguns em detrimento de outros.

Fé não pode ser um ato cego, seja fé pessoal ou religiosa. Fé cega é

dogma, é fanatismo. E agora me estendo ao plano social. Vemos o quanto de manipulações são realizadas em nome da fé (na

política, na religião, no capitalismo, no socialismo e por aí vai).

Page 33: Psicobela Digital – Dezembro 2013

33}

{ROBERTE METRING}Psicólogo [CRP 08/8758]blog.psicologoroberte.com.br.

Fé sem sabedoria é tão eficiente como pássaro de uma asa só. Se pretendemos que a fé seja utilizada em benefício do ser humano, seja lá em que condição isso possa ocorrer, precisamos passar primeiro pela educação deste ser, não em relação à cultura, mas em relação à existência. É necessário fazê-lo crer em si, crer na existência pessoal, na capacidade de criar e adaptar, de manipular os meios e instrumentos para atingir suas metas com ética e honradez. Um ser capaz de prometer para si mesmo que vai praticar os melhores atos em beneficio pessoal e social, que vai ser melhor a cada dia, que vai proceder às conquistas as quais tem direito (como filho de Deus que é), que usufruirá do planeta como usufrui de um belo clube (eu acredito que Deus nos deu um belo clube de campo e de praia, e nós além de não usufruirmos,

ainda dilapidamos). As mais importantes e as mais sacrificantes promessas são as promessas pessoais. As pessoas prometem a Deus, quebram as promessas, vão pedir perdão, e voltam a fazer tudo de novo. Mas quando prometem a si mesmos, sem fé, e quebram suas promessas, não conseguem nem se perdoar, passando a viver estados ansiosos, depressivos, e tantos outros.

Uma pessoa realizada, com fé pessoal forte e bem nutrida, não “precisa” acreditar em Deus e em milagres. Tem Deus como companheiro por opção, e realiza seus milagres por vocação.

[Zilda Arns] (1934-2010)

Médica especializada em pediatria, sanitarista e doutora. Zilda Arns Neumann nasceu em 1934, na cidade de Forquilha, Santa Catarina. Desde cedo sentia vocação para a ajudar as pessoas. Em 1959, concluiu o curso de Medicina na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Se especializou em Educação Física e Pediatria Social. Em seu trabalho, sempre aliou o conhecimento científico ao conhecimento e à cultura popular; valorizou o papel da mulher pobre na transformação social; mobilizou a todos, pobres e ricos, analfabetos e doutores. Em 1983, fundou e coordenou a Pastoral da Criança, órgão pertencente à Con-ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Pastoral tem a missão de trabalhar contra a mortalidade infantil, ideia surgida entre uma conversa de James Grant, então diretor executivo do Unicef com Dom Paulo Evaristo Arns, irmão de Zilda, e ar-cebispo emérito de São Paulo. Zilda Arns foi três vezes indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo Brasil, seu trabalho inspirava mais de 155 mil voluntários presentes em 32 mil comunidades em mais de 3.500 cidades brasileiras. Zilda também era fundadora e coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa, fundada em 2004.

pessoas deFé

Page 34: Psicobela Digital – Dezembro 2013

34}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r

Agora tem Psicobelana revista

Ética & Estética

A cada estação do ano

uma edição especial,

com uma coluna

interativa sobre

comportamento.

Acesse no Facebook: RevistaEticaeEstetica

Page 35: Psicobela Digital – Dezembro 2013

35}

A Fé que remove montanhas

Márcio Barros

FINANCEIRO

Por outro lado, para entender o assunto é preciso ter um olhar diferenciado em cada ponto destas afirmações.

A teologia da prosperidade nada mais é do que uma interpretação diferenciada dos textos bíblicos, que leva em conta as promessas divinas. “Se você é filho de Deus tem direito a uma herança e precisa conquista-la através da fé”. O raciocínio não está totalmente incorreto. O equívoco é afirmar que, para conquistar mais, é preciso doar mais, e principalmente que as bênçãos divinas se resumem em bens materiais.

No livro de Hebreus a fé é explicada como sendo a “certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”. Nessa incógnita, que se torna um desafio diário para conseguir ter fé, ou crer em alguma coisa, lobos em pele de cordeiro se utilizam de “má fé” e exploram, principalmente as pessoas menos esclarecidas.

O mercado da religião se tornou lucrativo, e a cada dia novas igrejas, sem bases e nem fundamentos são abertas mundo afora.

A fé que move montanhas está fora de moda. O lance do momento é

ter, conquistar, e vencer. Ter o carro do ano, conquistar coisas valiosas, e vencer a pobreza. A teologia da prosperidade arrebanha milhares

de fiéis e o resultado disso tudo, são igrejas lotadas.

Esse assunto divide opiniões e as críticas mais comuns, são daqueles que enxergam nessa

classe de evangélicos um bando de alienados, ignorantes, que

são manipulados pelos pastores. O dízimo é o principal alvo das

críticas.

Page 36: Psicobela Digital – Dezembro 2013

36}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r No entanto, há outro ponto de vista, onde essa mesma fé, que é explorada por líderes mal intencionados, pode curar as pessoas, pois ela age de dentro para fora e as transformações, queiram os críticos ou não, acontecem. Seja na cura de um doente ou na libertação financeira ou emocional. Para alguns, a religião é um placebo, para outros, um instrumento divino.

Convertido, o indivíduo muda, e baseado nessa suposta transformação, seja ela do modo de vida, ou comportamento em geral, criou-se um mercado paralelo, que oferece música, cinema, entretenimentos em geral, moda, turismo, e tantos outros segmentos, que perceberam no “jeito gospel de ser” um filão de mercado, promissor e fundamentado. Para os céticos apenas uma estratégia de artistas e empresários espertinhos para ganhar dinheiro em um mercado fértil.

Mas com toda essa falta de credibilidade, o mais difícil é entender o que é certo ou errado. Misturar a fé com negócios e influenciar o povo a consumir uma indústria cultural e comportamental específica pode parecer um plano maquiavélico, mas por outro lado, essa suposta alienação, pode, de certa forma, manter os clientes livres dos “tchu tchu tchu tcha tcha tcha”, das vulgaridades, da violência, das drogas, do álcool, da prostituição e tudo mais que assola a sociedade.

Durante muito tempo, criou-se a falsa ideia de que sentado nos bancos dos templos estavam apenas pessoas humildes, ignorantes e que na maioria, tinham suas mentes manipuladas pelos pastores, que as obrigavam a dar o dizimo e a serem diferentes do resto da sociedade. Mas logo esse pensamento caiu por terra, pois médicos, advogados, empresários e principalmente artistas

de TV e jogadores de futebol, que tem suas vidas expostas na mídia e nas redes sociais, decidiram expor a sua opção religiosa e aos poucos foi se transformando a visão preconceituosa que existia.

Contudo, ainda hoje o meio evangélico é tratado com desdém, mas isso não é culpa do povo, e sim de líderes, pastores que se tornaram políticos e outros representantes que não observaram as escrituras, e a todo custo, tentam tirar proveito da fé. Para eles, que frequentemente são personagens de escândalos, há um texto específico no livro de Mateus. “Se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno”.

Enquanto isso não acontece, vamos fugindo dos impostores e torcendo para que os fiéis consigam discernir que o dinheiro é importante, mas paz, amor, tranquilidade, sono, vontade de comer e principalmente de viver, são essenciais para ser feliz.

Durante muito tempo, criou-se a falsa ideia de que sentado nos

bancos dos templos estavam apenas pessoas humildes, ignorantes e que

na maioria, tinham suas mentes manipuladas pelos pastores, que as

obrigavam a dar o dizimo e a serem diferentes do resto da sociedade.

{MÁRCIO BARROS}Jornalista e repórter na Rede Massa [email protected]

Em 2014, que vocêse acostume como que te faz feliz.

Page 37: Psicobela Digital – Dezembro 2013

Em 2014, que vocêse acostume como que te faz feliz.

Page 38: Psicobela Digital – Dezembro 2013

38}

EDIÇ

ÃO

09 {

dez

embro

2013 }

w

ww

.psi

cobel

a.c

om.b

r