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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSU” PSICOMOTRICIDADE NAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVD’S) DO HEMIPARÉTICO POR: ANA LÚCIA FERREIRA DE SOUZA ORIENTADOR: PROFº. LUIZ CLÁUDIO LOPES ALVES Rio de Janeiro, RJ, Dezembro de 2002

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSU”

PSICOMOTRICIDADE NAS ATIVIDADES

DE VIDA DIÁRIA (AVD’S) DO HEMIPARÉTICO

POR: ANA LÚCIA FERREIRA DE SOUZA

ORIENTADOR: PROFº. LUIZ CLÁUDIO LOPES ALVES

Rio de Janeiro, RJ, Dezembro de 2002

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSU”

PSICOMOTRICIDADE NAS ATIVIDADES

DE VIDA DIÁRIA (AVD’S) DO HEMIPARÉTICO

POR: ANA LÚCIA FERREIRA DE SOUZA

Apresentação de Monografia ao Conjunto Universitário Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Latu Sensu” em Psicomotricidade.

Rio de Janeiro, RJ, Dezembro de 2002

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSU”

ANA LÚCIA FERREIRA DE SOUZA

PSICOMOTRICIDADE NAS ATIVIDADES

DE VIDA DIÁRIA (AVD’S) DO HEMIPARÉTICO

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade.

____________________________________________

Autor (a)

Aprovado(a) por ____________________________________________

LUIZ CLAUDIO LOPES ALVES

Rio de Janeiro, RJ, Dezembro de 2002

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Dedico ao meu marido e ao nosso filho, que souberam entender, aguardando com paciência, mais esta caminhada em nossas vidas. Eu os amo.

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Eu pedi Força...

e Deus me deu dificuldades para me fazer forte.

Eu pedi Sabedoria...

e Deus me deu problemas para resolver.

Eu pedi Prosperidade...

e Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar.

Eu pedi Coragem...

e Deus me deu perigo para superar.

Eu pedi Amor...

e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar.

Eu pedi Favores...

e Deus me deu oportunidades.

Eu não recebi nada do que pedi...

mas eu recebi tudo de que precisava.

Do texto A Lição da Borboleta.

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Agradeço

... a Deus, por ter me dado a vida, a esperança

em poder viver, crescer e ser alguém.

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RESUMO

Esta pesquisa foi realizada através da observação de crianças com paralisia cerebral e que apresentam deficiência motora, neste caso, os hemiparéticos, apresentavam também prejuízo perceptivo, de esquema corporal e conseqüente alteração para realizar as atividades de vida diária. A deficiência motora em pacientes com paralisia cerebral, constitui num desenvolvimento de atividades tônicas reflexas posturais, que acarretam distúrbios psicomotores essenciais para o desenvolvimento e realização das atividades de vida diária, em específico o vestuário, alimentação e higiene (cuidados pessoais). Através deste trabalho, apresento a interação entre a Terapia Ocupacional, a Psicomotricidade e a importância que os pais tem em estimular a alimentar o desejo de conhecer, levando a participação da própria criança a tornar-se independente, dando a ela condições de um movimento voluntário ou adaptado, através do conhecimento perceptivo-motor, esquema corporal, equilíbrio, ritmo, coordenação motora, orientação espaço-temporal e todos os elementos básicos da psicomotricidade. Quanto mais cedo iniciarmos este trabalho o paciente poderá adquirir posturas e movimentos voluntários, levando-o a um desenvolvimento mais adequado e uma criança mais independente.

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................................. vii

Capítulo 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................... 07

Capítulo 2 - METODOLOGIA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL ................................... 09

Capítulo 3 - METODOLOGIA DO TRABALHO ................................................................... 10

Capítulo 4 - UM BREVE HISTÓRICO DA PSICOMOTRICIDADE .................................... 11

Capítulo 5 - DEFINIÇÃO DE PARALISIA CEREBRAL ...................................................... 13

Capítulo 6 - DEFINIÇÃO DE PSICOMOTRICIDADE ......................................................... 15

Capítulo 7 - DISTÚRBIOS PSICOMOTORES ....................................................................... 17

Capítulo 8 - DEFINIÇÕES DE ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE ...... 18

Capítulo 9 - DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS ...................................................................... 20

Capítulo 10 - CAUSAS QUE AFETAM O SISTEMA NERVOSO E QUE SÃO

CAPAZES DE PROVOCAR UMA HEMIPARESIA ....................................... 21

Capítulo 11 - QUESTÕES DE ESTUDO ................................................................................ 22

Capítulo 12 - OBSERVAÇÃO OU NOTA .............................................................................. 23

Capítulo 13 - O OBJETIVO DOS PAIS .................................................................................. 25

Capítulo 14 - ESTUDOS DE CASOS ..................................................................................... 26

Capítulo 15 - EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ...................................................................... 29

Capítulo 16 - CONCLUSÃO ................................................................................................... 31

GLOSSÁRIO - Terapia Ocupacional e Atividades da Vida Diária ......................................... 33

ANEXOS ................................................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 43

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Devemos encorajar cada família a observar as necessidades e possibilidades

específicas do filho portador de deficiência, compreender os princípios básicos da terapia

necessária, e então buscar formas de adaptar essa terapia à vida diária e da família. Nosso

desafio é atender às necessidades de cada criança e só então procurar adaptar a reabilitação

dele às limitações e às possibilidades da família. Devemos sempre procurar maneiras de

tornar funcional e divertida a terapia. A melhor terapia é aquela que está embutida nas

atividades da vida diária: brincadeiras, trabalho, relacionamentos, descanso, cuidados

pessoais e aventura.

Portanto, acredito que o maior desafio do Psicoterapeuta, é procurar

maneiras de propiciar às crianças a “Terapia” de que precisam e que seja fácil, interessante

e funcional.

Quando lhes é permitido, é comum que as crianças portadoras de

Hemiparesia mostrem enorme imaginação e energia na descoberta de formas de se

movimentarem, comunicarem ou obterem o que precisam.

A maior parte do que elas fazem acaba sendo, na verdade, uma “terapia”

adaptada por e para cada criança. Com um pouco de ajuda, estímulo e liberdade, muitas

vezes a criança hemiparética pode tornar-se a melhor terapeuta para si própria. Ela fará

tudo para que a terapia seja útil, modificando-a de acordo com as necessidades imediatas.

Assim como qualquer criança, a criança hemiparética sabe instintivamente que a vida é

para ser vivida e que o corpo e o mundo estão ali para serem explorados, utilizados e

desafiados. Tanto quanto possível, todas as crianças devem fazer os exercícios de que

necessitam através das tarefas e brincadeiras do dia-a-dia.

Encaramos a Terapia Ocupacional como arte e não como ciência, porque

existem muitas crenças e abordagens diferentes e porque o sentimento humano que é parte

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da terapia, é tão importante quanto os métodos. É a arte de aprimorar a postura,

movimentos, força, equilíbrio e controle do corpo. Desenvolver a habilidade, ou ajudar

uma pessoa com hemiparesia a ter um melhor desempenho no lar, a realizar atividades

úteis ou agradáveis.

Paralisia Cerebral: É uma desordem da postura e do movimento,

persistente mas não imutável, devido a uma disfunção do cérebro presente antes de estar

completado o seu crescimento e desenvolvimento.

A criança com paralisia cerebral apresenta distúrbios psicomotores

significativos para o seu desenvolvimento motor; neste caso, os hemiparéticos, apresentam

também prejuízo perceptivo, de esquema corporal, equilíbrio, ritmo, coordenação motora,

orientação espaço-temporal e todos os elementos básicos da psicomotricidade e

conseqüentemente alteração para realizar as atividades da vida diária.

A criança ficará a vontade para fazer as atividades de vestir-se, alimentar-se

e higiene pessoal, sem que haja interferências do terapeuta. Esta interferência se fará

necessária através de jogos lúdicos, brincadeiras e avaliações das atividades de vida diária,

onde neste caso o terapeuta auxiliará o paciente, fazendo assim a avaliação do esquema

corporal, conhecimento dos materiais específicos do vestir, alimentar e dos cuidados

pessoais, já que estamos lidando com criança (as atividades serão sempre direcionadas).

A psicomotricidade é a realização do pensamento, do movimento,

envolvendo o emocional. Como objetivo, o terapeuta deverá incentivar a criança a adquirir

uma atividade motora tão próxima quanto possível da normal, ajudando-a a ter consciência

do seu esquema corporal, do seu eixo.

Paralisia Cerebral não tem cura, mas geralmente a criança pode aprender a

usar as partes intactas para fazer o que ela quiser. É importante que os pais saibam mais ou

menos o que esperar, e ajude a criança a tornar-se um adulto capaz de conviver com a

deficiência e ser o mais independente possível. A família poderá aprender a brincar e a

realizar as atividades diárias com a criança de forma a ajudá-la a ter um melhor

desempenho e prevenir o aparecimento de problemas secundários. Exercícios diários em

toda a amplitude do movimento ajudam a evitar problemas como as contraturas.

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CAPÍTULO 2

METODOLOGIA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

As informações necessárias para o bom desenvolvimento do programa da

Terapia Ocupacional são obtidas por: Anamnese, observação, avaliação psicomotora e das

atividades de vida diária.

Anamnese: São dados colhidos pelos pais ou responsáveis pela criança, de

suma importância para o diagnóstico terapêutico ocupacional, colhendo informações do

paciente, história do nascimento e desenvolvimento infantil, problemas que possam

acompanhar o quadro, medicamentos usados por eles e médicos que o acompanham.

Observação do paciente: Permite ao terapeuta determinar o nível funcional

presente ao realizar uma atividade, sem interferência do terapeuta, isto é, a criança fica a

vontade para realizar as atividades de vestir-se, alimentar-se e realizar sua higiene.

Avaliação Psicomotora e das AVD’s: Há interferência do terapeuta através

de jogos lúdicos e brincadeiras, desenhos, dinâmicas, jogos de destrezas, reconhecimentos

proprioceptivos e avaliação das atividades de vida diária. Neste caso, o terapeuta auxilia o

paciente nas atividades, avaliando o conhecimento do esquema corporal e conhecimento

dos materiais específicos do vestir, alimentos e dos cuidados pessoais, já que estamos

lidando com crianças (são sempre atividades direcionadas).

O estudo foi realizado em Bibliotecas, Livros e Estudos de Casos, local

onde estagiei com crianças que apresentavam quadro clínico de paralisia cerebral do tipo

hemiparético. O espaço limitou-se a uma sala grande, mesa para utilizar com as crianças,

espelho de corpo inteiro, jogos diversificados, bolas, bambolês, corda e materiais

específicos das atividades de vida diária, como livro funcional, painel de AVD’s e kit

sensorial.

Para que se desenvolva um bom trabalho é de suma importância a

participação de uma equipe terapêutica formada por: Médicos, Terapeuta Ocupacional,

Psicóloga, Fonoaudióloga, Fisioterapeuta e os responsáveis, já que não podemos seccionar

o paciente em partes.

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CAPÍTULO 3

METODOLOGIA DO TRABALHO

As informações necessárias são dadas pelos responsáveis, colhendo dados

do paciente, historia do nascimento e desenvolvimento infantil, problemas que possam

acompanhar o quadro, medicamentos usados por eles e médicos que o acompanham.

Observação do paciente: Permitindo o terapeuta determinar o nível

funcional presente ao realizar uma atividade, sem interferência do terapeuta, isto é, a

criança fica a vontade para realizar as atividades de vestir-se, alimentar-se e realizar sua

higiene.

Avaliação Psicomotora: Há interferência do terapeuta através de jogos

lúdicos, desenhos, dinâmicas, jogos de destrezas, reconhecimentos proprioceptivos e

avaliação das atividades de vida diária. Neste caso, o terapeuta auxilia o paciente nas

atividades, avaliando o conhecimento do esquema corporal e conhecimento dos materiais

específicos do vestir, alimentos e dos cuidados pessoais. Estas atividades são sempre

direcionadas.

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CAPÍTULO 4

UM BREVE HISTÓRICO DA PSICOMOTRICIDADE

A psicomotricidade é uma modalidade de atendimento terapêutico a ser

desenvolvida no ensino regular e destinada a alunos com dificuldades de aprendizagem,

independentes de serem portadores de deficiências ou condutas típicas. Tem como

finalidade facilitar a aprendizagem daqueles alunos que apresentam história de fracasso

escolar, principalmente nas primeiras séries do primeiro grau, com multirrepetência,

dificuldades em alfabetizar-se e hiperatividade.

O profissional psicomotricista irá intervir como mediador, em atendimento

grupal ou individual, utilizando-se de recursos institucionais concentrando-se na

necessidade de cada um ou de cada grupo, visando favorecer o desenvolvimento global,

que é indispensável ao êxito das atividades.

Quando associamos atividades motoras à aprendizagem, a criança toma

conhecimento do seu esquema corporal, lateralidade, coordenação global fina, visual, ela

percebe a estruturação espacial e a orientação temporal. Além de desenvolver a linguagem,

ela adquire um desenvolvimento motor, mental e afetivo que é o grande objetivo da terapia

psicomotora.

A psicomotricidade desenvolve as funções da inteligência, proporcionando a

relação entre o pensamento, a ação e a emoção.

Em suma, a psicomotricidade é a conscientização do movimento, o que nos

leva a lançar mão de seus conceitos e práticas na busca de melhor atingir nossos objetivos

na aprendizagem.

Historicamente, é uma ciência nova e para entendermos sua evolução, torna-

se importante um breve relato acerca de sua origem e de alguns aspectos que permitam a

elaboração de referencial histórico sobre o assunto. De acordo com José e Coelho (1994):

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“O estudo da psicomotricidade é recente, ainda no início deste século, aborda-se o assunto apenas excepcionalmente. Numa primeira fase, a pesquisa fixou-se, sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois, estudou a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. Hoje em dia, o estudo ultrapassa os problemas motores: pesquisa também as ligações com a lateralidade, a estruturação espacial e a orientação temporal, por um lado e, por outro, as dificuldades motoras da criança. Faz ainda com que se tome consciência das relações existentes entre gesto e a afetividade, como exemplo, podemos citar a diferença que existe entre o caminhar de uma criança segura de si mesma e o de uma criança tímida.” (p.107)

O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez no início deste século

com Dupré, em 1920, significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento.

Segundo Oliveira (1999).

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CAPÍTULO 5

DEFINIÇÃO DE PARALISIA CEREBRAL

É uma lesão cerebral ou uma desordem do movimento e da postura, devido

a uma alteração ou uma lesão do “cérebro” imaturo (Bax, 1964). A lesão é progressiva e

provoca debilitação variável na coordenação da ação muscular, resultando incapacidade da

criança em manter postura e realizar movimentos normais. (Karl Bobath. Uma Base

Neurofisiológica para o Tratamento da Paralisia Cerebral - Ed. Manole).

É uma desordem da postura e do movimento, persistente mas não imutável,

devido a uma disfunção do cérebro presente antes de estar completado o seu crescimento e

desenvolvimento. Distúrbios caracterizados por movimentos vermiculares lentos e

contínuos principalmente nos dedos das mãos e dos pés, causados por afecção do encéfalo.

O essencial destas definições é que a lesão, embora persistente, não é

progressiva e afeta o cérebro imaturo interferindo ainda com a maturação do SNC (Sistema

Nervoso Central). Isto traz conseqüências específicas para o tipo de paralisia cerebral, para

o seu diagnóstico, sua avaliação e seu tratamento. (Segundo Júlio P. Duarte - Medicina de

Reabilitação - Sérgio Lianza. / Nancie A. Finne - O manuseio em Casa da Criança com

Paralisia Cerebral).

Ela pode interferir no funcionamento dos mecanismos normais do reflexo

postural de várias maneiras. É a alteração da motricidade - desenvolvimento motor; mais

alteração do tônus - hiper ou hipo, pode ocorrer até os três anos.

Em vez de um tono postural normal, a criança pode desenvolver um dos três

tipos de paralisia cerebral: hipertonia; atetose ou mista (quando envolve mais de um tipo de

paralisia cerebral juntas).

A criança com paralisia cerebral apresenta distúrbios psicomotores

significativos para o seu desenvolvimento. Sabendo-se que devemos vivenciar bem, cada

etapa do desenvolvimento motor, a criança utiliza-se inicialmente dos órgãos dos sentidos

para adquirir posturas.

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Definição de Hemiplegia.

É uma síndrome neurológica que se caracterize pela perda da motricidade

voluntária de um hemicorpo. (Medicina de Urgência - Emmanuel Alves - 6ª ed. Atheneu,

Ed. SP. AS).

É a ausência de movimento em um hemicorpo.

Definição de Hemiparesia.

Quando a abolição da força muscular não é completa. (Medicina de

Urgência - Emmanuel Alves - 6ª ed. Atheneu, Ed. SP. AS). Pouco movimento de um dos

lados do corpo, ocorrendo falta de coordenação ou pouco equilíbrio, podendo apresentar

distúrbios sensoriais, sentido de posição, negam o lado afetado ou mesmo despreza sua

deficiência, tornando-se assim difícil a reeducação para vestir-se, alimentar-se ou fazer sua

higiene. É um quadro em que o hemicorpo apresenta alteração motora por lesão no feixe

contra-lateral.

Normalmente o hemicorpo apresenta (aumento ou diminuição) do tônus no

lado acometido, que leva a alteração da imagem (Mac Donald - Terapia Ocupacional - Mac

Caul Mirrey - Morrison - 4ª ed. - Livraria - Ed. Santos).

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CAPÍTULO 6

DEFINIÇÃO DE PSICOMOTRICIDADE

Tem por objetivo o estudo do homem, através do seu corpo em movimento,

nas relações com seu mundo interior e exterior. É a realização do pensamento, do

movimento, envolvendo o emocional.

A psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, que

represente suas necessidades e permitem sua relação com os demais. O movimento permite

à criança explorar o mundo exterior através de experiências concretas, sobre as quais são

construídas as noções básicas para o desenvolvimento intelectual, é a exploração que

desenvolve na criança a consciência de si mesma e o mundo. Cada criança é única. É

preciso ter em vista o conjunto da criança e de suas condições de vida familiar.

Como objetivo: O Terapeuta deverá incentivar a criança a adquirir uma

atividade motora tão próxima quanto possível da normal, ajudando-a a ter consciência do

seu esquema corporal, do seu eixo, tendo uma estruturação espacial. Serão amplamente

baseados para abranger o maior número possível de aspectos da vida diária.

A importância das AVD’s no desenvolvimento da psicomotricidade das

mãos é inquestionável. É através delas que o ser humano aprende a manusear diferentes

modelos de movimentos e depois a generaliza. É pelos estímulos desencadeados ao

manusearmos a criança para ser vestida, banhada, alimentada, erguida de seu leito, que ela

aprenderá a tomar e se manter nas diferentes posturas normais, a executar seus movimentos

e agir sobre as coisas que toca e vê. A partir daí aprenderá a se deslocar no espaço; a

reconhecer os objetos. A princípio, estas atividades são executadas passivamente, mas,

pouco a pouco, com o passar dos meses, ela procurará cooperar e agir cada vez mais por si

mesma e desejar fazer.

A criança deficiente, em conseqüência das lesões sofridas, ao contrário da

normal, apresenta uma grande tendência a não reagir de modo adequado às solicitações do

meio e o seu desenvolvimento se atrasa.

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De nada adianta dizer, ou mesmo mostrar como fazer, se a criança não

procura executar a ação a ser treinada e se não conseguimos com que ela se motive a

praticá-lo de modo mais normal possível. É executando que se adquire padrão e o controle

de um movimento. É pelo interesse e pelas situações criadas na vida diária que somos

motivados a praticar esta ou aquela ação; julgamos que os exercícios e os treinos para a

aquisição e controle dos movimentos devem ser feitos em situações lúdicas e limitando-se

as atividades da vida diária ou o modo como a criança normal adquire os padrões de

movimentos. Ao brincar, criamos situações que estimulam a criança a praticar a ação

desejada e que deve ser adquirida ou consolidada pela repetição. (p. 22)

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CAPÍTULO 7

DISTÚRBIOS PSICOMOTORES

A educação psicomotora será empregada objetivando o desenvolvimento

corporal da criança e o uso livre de seu corpo, expressando-se e colocando-se diante do

mundo de maneira prazerosa e positiva; conquistando melhores bases para a sua

aprendizagem. Na reeducação psicomotora serão trabalhadas a reestruturação e

reorganização das várias etapas do desenvolvimento da criança, objetivando melhorar e

reeducar o seu esquema corporal, através de atividades psicomotoras tais como: a

coordenação motora ampla e específica, coordenação óculo manual, coordenação motora

fina, equilíbrio, domínio de movimentos corporais dissociados, lateralidade, ritmo,

organização-temporal.

É de grande importância para a vida cognitiva futura da criança um trabalho

fundamentado em vivências corporais práticas e técnicas, utilizadas de forma correta pelo

terapeuta, pois delas dependerão uma melhoria das percepções corporais e o

aperfeiçoamento do equilíbrio, a gestualidade, as atitudes e posturas da criança necessárias

para suas habilidades da vida diária.

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CAPÍTULO 8

DEFINIÇÕES DE ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE

Orientação Espacial: É a capacidade que o indivíduo possui de perceber as

coisas em relação ao seu corpo; de avaliar seus movimentos e adaptá-los ao espaço

delimitado para tal ação.

Orientação temporal: É a capacidade do indivíduo avaliar o movimento do

tempo; onde se situar no presente em relação a um antes e um depois. É saber situar os

movimentos no tempo e alguns acontecimentos em relação a outros.

Lateralidade: É a sensação que permite ao indivíduo perceber que seu

corpo é formado por duas metades e que não são exatamente iguais. A noção de

lateralidade é adquirida de forma lenta e progressiva. A consciência de lateralidade e de

discriminação entre direita e esquerda ajudará sobremaneira o indivíduo a perceber os

movimentos do corpo no espaço e no tempo.

Percepção: É a capacidade que o indivíduo possui de reconhecer os

estímulos, sensoriais e proprioceptivos.

Esquema corporal: É definido como sendo a percepção global ou

nomeação e ou reconhecimento de partes específicas ou gerais do corpo humano a partir do

próprio corpo, ou do terapeuta, é o centro de nossa vivência universo pessoa. É o elemento

básico para a formação da personalidade da criança.

Segundo J. Wallom - O esquema corporal é o elemento básico para que a

criança construa sua personalidade, é o resultado principal de uma relação adequada entre

o indivíduo e o meio ambiente.

Ritmo: É um dos conceitos mais importantes de orientação temporal. O

ritmo não é movimento, mas o movimento é meio de expressão do ritmo. A partir de um

certo grau de domínio, o ritmo é integrado à ação e à organização dos movimentos

complexos.

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Equilíbrio: É apreciado pela observação da postura posicional, estático ou

dinâmico. É o conjunto de reações do sujeito à gravidade; resulta das informações

plantares, cinestésicas e labirínticas.

Reeducação Psicomotora: É uma atividade terapêutica que através do

movimento objetiva a correção das alterações do desenvolvimento psicomotor, facilitando

o controle mental sobre a atividade motora e desenvolvendo capacidades psíquicas.

Imagem Corporal: A imagem é tudo aquilo que foi vivida. É a percepção

que o indivíduo tem do seu próprio corpo.

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CAPÍTULO 9

DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS

Perturbações Motoras: É a perda da motricidade muscular. O estudo

comporta-se em uma análise da atividade muscular, principalmente da fase, do membro

superior e inferior da face. A ausência de atividade muscular está em função de uma

paralisia do nervo facial em conseqüência de uma lesão central. (Paralisia Facial Central).

Identificaremos esta paralisia pela assimetria da face com repuxamento da comissura labial

para o lado oposto da paralisia, impossibilitando de assobiar e apagamento do sulco

nasogeniano do lado paralítico.

Dos membros: Haverá incapacidade de movimentos voluntários, tanto do

membro superior como do membro inferior do lado paralítico. O doente arrasta o pé sobre

o solo, descrevendo um círculo (marcha helicópede).

Perturbações dos Reflexos: É de particular interesse a pesquisa do reflexo

plantar, pois vamos encontrar inversão do mesmo no lado paralítico, constituindo o sinal

de Babinski. Este sinal denuncia uma lesão do Feixe Piramidal.

Perturbações da Linguagem: Nos pacientes destros, devemos ter presente

que a paralisia do lado direito implica numa lesão do hemisfério cerebral esquerdo, pois o

Feixe Piramidal sofre cruzamento no Bulbo Raquídeo.

Perturbações da Sensibilidade: Estão representados por formigamentos,

hipo ou hiperestesia na zona da paralisia.

Perturbações da Consciência: Podem se apresentar íntegras ou

deficitárias.

Perturbações dos Esfíncteres: São mais evidentes quando acompanhado

de estado de coma.

Outros Distúrbios: Psíquicos, sensoriais.

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CAPÍTULO 10

CAUSAS QUE AFETAM O SISTEMA NERVOSO

E QUE SÃO CAPAZES DE PROVOCAR UMA HEMIPARESIA

Causas Traumáticas: As principais são:

ª Traumatismo crânio-encefálico: Podendo ter como responsáveis

um afundamento ósseo ou um hematoma por lesão da Artéria Meníngea Média.

ª Traumatismos Raquimedulares: Feixe Piramidal - por uma fratura

ou luxação da coluna vertebral, de modo a comprometer o plexo braquial e vias adjacentes.

Outras vezes, a lesão traumática atua por intermédio de um hematoma, corpo estranho, ou

uma hemorragia intramedular (hematomielia).

Causas Infecciosas: Sífilis e tuberculose, Infecções Piogênicas;

Estafilococos, Estreptococos, Meningococos, Infecções por vírus: Encefalite e

Encefalomielite e Paludismo.

Causas Neoplásicas: Tumores intracranianos;

Causas tóxicas: Álcool, Chumbo, Arsênico, Bolulismo, Acidentes pelo

calor: formas paralíticas da insolação e da internação.

Causas de Descompressão: Aerobolismo.

Causas Vasculares: Hemorragia, embolia, trombose e angeoespasmo.

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CAPÍTULO 11

QUESTÕES DE ESTUDO

• Os modos de manuseio e tipos de equipamentos que ela sugere. Ajudam

não somente a melhorar as atividades práticas da criança, como na alimentação, no vestir,

mas também no desenvolvimento das idéias de espaço - forma e distância?

• Inteligência e a habilidade para aprender, deduzir coisas e lucrar com

experiências?

• Se houve ou não qualquer enfraquecimento ou lesão das células

nervosas?

• Como são os fatores externos à criança, sua vida familiar é a estimulação,

encorajamento que são oferecidos?

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CAPÍTULO 12

OBSERVAÇÃO OU NOTA

Deverá ser levado em consideração que a habilidade da criança em aprender

em diferentes estágios, incluindo seu desenvolvimento social e emocional, é de igual

importância.

A finalidade deste apêndice é ilustrar e enfatizar que quando estamos

ajudando a criança com paralisia cerebral para a sua independência, em qualquer

habilidade funcional, é essencial que compreendamos alguma coisa dos padrões sensórios-

motores básicos destas habilidades.

Havendo esta compreensão do desenvolvimento de uma criança normal

como uma base, será mais fácil compreender as diferenças entre o seu desenvolvimento e o

da criança com hemiparesia, tornando-nos capazes de apreciar os padrões anormais de

movimentos que interferem nas aquisições futuras. Todas as crianças têm um desejo inato

de explorar seu ambiente, de adquirir novas experiências.

É extremamente raro encontrar uma criança tão deficiente que não possa

demonstrar sua ansiedade de explorar. Crianças também necessitam ter a confiança

necessária para aprender, e isto é alguma coisa que os pais possam influenciar. Elas têm o

equipamento básico, físico e mental necessário para desenvolverem motoramente.

A inteligência é a habilidade para aprender, deduzir coisas e lucrar com as

experiências.

Os modos de manuseio e tipos de equipamentos que ela sugere ajudam não

somente a melhorar as atividades práticas da criança, como na alimentação, no vestir, mas

também no desenvolvimento das idéias de espaço, forma e distância, aqueles outros

conceitos que são necessários para ela organizar a massa de impressões que está recebendo

do mundo exterior.

Isto nos traz uma das principais contribuições dos terapeutas para descobrir

como as crianças aprendem, isto é, a medida das habilidades.

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Algumas das células cerebrais originalmente presentes foram

comprometidas de algum modo, tal como pela falta de oxigênio ao nascer, e isto não pode

ser diretamente reparado, mas seus efeitos podem ser ultrapassados, de certa forma, pelo

treinamento. Em algumas crianças, o comprometimento das células nervosas no cérebro

torna-se evidente durante o primeiro ano de vida, geralmente por causa do controle motor

da criança. Em outras crianças, tanto as habilidades de raciocínio como o controle motor,

estão afetados num grau maior ou menor.

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CAPÍTULO 13

O OBJETIVO DOS PAIS

Deve ser em encorajar a criança para as habilidades de auto-suficiência,

procurando fazer com que as tarefas estejam ao alcance das crianças, de modo que elas não

desanimem.

Exemplo: Hoje a criança tentará calçar os sapatos, deixe-a livre para que

faça isso. Faça a primeira parte para ela, colocando o sapato nos dedos do pé e ajudando-a

a puxar para cima para introduzir o calcanhar; com a continuação, a criança deverá fazer

sozinha esta atividade. Você deverá sempre dizer que ela conseguirá; será capaz de

realizar. Elogie bastante, quando houver sucesso - elogie o esforço, como também pela boa

execução; finja não perceber as falhas o mais possível sem demonstrar surpresa ou

irritação. Se estes princípios gerais estiverem em sua mente, as mais simples atividades

darão a maior satisfação à criança. A aprendizagem pode ser agradável.

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CAPÍTULO 14

ESTUDOS DE CASOS

Estudo de Caso 1:

Menina de 3 anos portadora de seqüela de paralisia cerebral, Sistema

Piramidal, com hemiparesia esquerda.

Caminha, apresentando falhas de equilíbrio e coordenação a partir da

posição sentada. Respiração bucal.

Pega e explora objetos, usando principalmente a mão direita.

Dependente nas AVD’s.

Mastigação e deglutição deficientes.

Balbucia, não forma palavras.

Família de nível sócio-econômico-cultural médio.

Vivia com a avó. Os pais trabalhavam. Chegou ao consultório carregando a

menina apertada firmemente ao coração. Gesto que por si só diz tudo.

Ajudei a criança a entrar na sala, onde ficou de pé, em silêncio, com a

cabeça e tronco inclinados para frente.

A terapeuta sentou-se no rolo e ficamos olhando aquela linda menina.

Para romper o gelo, peguei a bola e mexi na rede, fazendo de conta que

estava tentando abrir um nó. Suspirei desanimada: “Ajuda, por favor, Márcia!”

Ela levantou a cabeça, cautelosa e visivelmente interessada, aproximou-se

da bola. Sentamos no chão ao seu lado. Márcia abraçava e beijava a bola, fazendo com que

esta se deslocasse e a levasse junto debruçada. Observamos que a posição para ela estava

cômoda, coloquei minha mão sobre suas costas e comecei a balançá-la devagarzinho,

cantarolando a meia voz. Inicialmente ela acompanhou o movimento do balançar,

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impulsionando-se com os pés, mas foi aos poucos relaxando e acabou adormecendo.

Continuei o balanço, fazendo o movimento com a bola para frente, para traz, para os lados

e em diagonal. De vez em quando a menina abria os olhos, mas continuava sonolenta,

bocejando freqüentemente.

Até o fim deste primeiro encontro, permaneceu quietinha, abraçada à bola,

mesmo de olhos abertos.

Durante as seis ou sete primeiras sessões a Márcia manteve esta posição,

sem emitir qualquer som.

Ao fim das sessões, ao abrirmos a porta, deparamos com os avós,

aguardando ansiosos para resgatarem seu tesouro. A menina correu para eles com cara de

choro e pulou no colo da avó. Quis falar-lhes, mas eles sequer notaram, pois se mantinham

ocupados em consolar a neta e impacientes para levá-la.

Na sessão seguinte, falei com a avó e a fiz ver o quanto de negativo havia

em sua atitude. Ela não deveria demonstrar para a menina sua apreensão; tal

comportamento causava um dilema para a criança, dificultando a obtenção do equilíbrio

almejado. A senhora manifestou boa vontade. Então colaborou e cooperou, encorajando a

neta a entrar e participar.

Ela passou a calçar nossos sapatos, a caminhar pela sala. Ela gosta de unhas

pintadas e vivia medindo nossas mãos com a dela. Este foi o início de novas percepções

palmares e plantares. Utilizamos bolas de “ping-pong” para ela rolar com as mãos e os pés

e também largos canudos de plásticos, ótimos para assoprar e produzir vento nas mãos e

pés, assim como para enfiar os dedos e improvisar um telefone.

Ela põe a mesa, faz esforços com os lábios e olha suas caretas no espelho,

espiando a nossa reação.

Três meses depois, Márcia começou a falar em casa, chamando a avó para

deitar e mexendo com a vizinha.

O uso do espelho é fundamental, pois possibilita a observação da imagem,

imitação de gestos, a comparação, o estímulo da percepção visual, dos movimentos faciais

(caretas), etc.. Em suma, o descobrimento do “Eu”.

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Estudo de caso 2:

Menino de 6 anos de idade, com seqüela de Paralisia Cerebral - hemiparesia

esquerda.

Caminha, porém cai facilmente; falha de coordenação e equilíbrio mais

perceptíveis a partir da posição sentada. Dispersivo e desorganizado.

Nível de compreensão aparentemente dentro da faixa etária.

Linguagem muito prejudicada.

Inseguro, hiperativo, super protegido pela mãe, pai indiferente, rijo.

Nível sócio-cultural bom.

Felipe com 6 anos, ainda com chupeta na boca. Mãe queixou-se de que ele

não falava. Se um comportamento condizente com a idade cronológica é prejudicial para

uma criança normal, ele obviamente o será ainda mais para um portador de deficiência. A

mãe alegou que ele chora. Não tentou tirar, pois o irmão mais velho também chupa

chupeta, com 9 anos.

As crianças substituem os carinhos que os pais são incapazes de dar, se

sentindo então mais seguros, protegidos e calmos com os bicos.

Nenhum dos pais aceita a deficiência do filho. O pai passou a trabalhar até

tarde e a mãe a estudar, deixando a criança com a empregada. Com o diálogo, o toque,

aponta-se as falhas sem fazer acusações, mudando assim aos poucos o interrelacionamento

familiar.

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CAPÍTULO 15

EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS

Ajoelhando-se para pintar o cartaz, esta criança estará melhorando o

equilíbrio para talvez poder ficar de pé e andar.

Um tambor ou barril velho serve como um bom “rolo” para fazer exercícios

e melhorar a postura.

Exercícios com música para ensinar os movimentos rítmicos e de ensinar o

uso normal dos membros para execução de atividades funcionais.

Exercícios com movimentos ativos numa articulação isolada, mantendo uma

articulação corrigida enquanto se movia outros, de ensinar a controlar a totalidade do

membro, atividades com bastão a duas mãos, exercícios com roldanas; com bolas para

agarrar e largar, apanhar bolas, exercícios para treinar a utilização de cada um dos dedos.

Fazendo uso da inibição de movimentos e percepção dos vários segmentos

corporais com dissociação dos membros superiores e inferiores - trabalha-se a lateralidade.

Manter o equilíbrio do corpo, em movimento, com os olhos fechados, e

desenvolver a percepção do corpo no espaço, fixando as posições: adiante, atrás, direita e

esquerda.

Levar a criança a arremessar objetos, desenvolvendo a percepção viso-

motora e noções de espaço e tempo. (Com olhos fechados).

Desenvolver movimentos coordenados, através da percepção visual e

marcha.

Exercitar a lateralidade na orientação do corpo no espaço, estabelecendo a

dominância de mão, olho e pé.

A criança hemiparética obviamente usará somente sua mão não afetada para

vestir-se e isto causará endurecimento da mão afetada, não force a criança a usar a mão

deficiente, verifique antes se ela usa o braço ou a mão para apoiar-se ou quando ela usa “a

mão que ajuda” quando necessário.

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Se ela está sendo treinada para ficar independente, deve primeiro ser

ensinado a ela o que fazer e como fazer, então ser encorajado a fazer sozinha, primeiro

guiando seus movimentos e depois para si próprio. No hemiparético o pé bom mostra

exageradas reações de equilíbrio, vista como movimentos excessivos, ficando inativo o pé

afetado.

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CAPÍTULO 16

C O N C L U S Ã O

A maioria das crianças com paralisia cerebral desenvolve as habilidades e

capacidades básicas mais devagar que as outras crianças.

Isto se deve em parte às dificuldades de equilíbrio e movimento. Para ajudar

uma criança a desenvolver novas habilidades, primeiro observe bem o que ela consegue

fazer. Ajude a criança a progredir lentamente, seguindo o ritmo dela, em pequenos passos.

Quando tentamos ir depressa demais por conta da idade dela, ela pode sentir-se

desestimulada pelo fracasso. Além disso o seu progresso pode ficar prejudicado. Para que

uma criança com Paralisia Cerebral desenvolva novas habilidades é uma atividade que

exige tempo, energia, paciência e amor, toda família deve ajudar. Lembrando sempre que

se deve avançar na velocidade mais adequado para a criança - nem muito depressa, nem

devagar demais.

Lembre-se que a postura é muito importante, quando o paciente sabe deitar-

se, sentar-se e ficar de pé em posições que lhe dêem maior controle corporal; um bom

equilíbrio é um dos objetivos mais importantes para o desenvolvimento da criança com

Paralisia Cerebral; é necessário um equilíbrio melhor para ela avançar ao nível seguinte.

Podemos ser mais úteis à criança ajudando-a a desenvolver a capacidade de locomover-se,

comunicar-se, cuidar-se de si mesma e relacionar-se com os outros.

A Hemiparesia é uma deficiência do controle motor, a finalidade dos

exercícios terapêuticos é ajudar o paciente a adquirir ou aprender novas capacidades

motoras e desenvolvê-las até um nível funcional de desempenho. Deve ter como objetivo

desenvolver, tão rapidamente quanto possível, uma série de atividades funcionais com

características de atividades da vida diária ou recreativa que exijam o desempenho das

novas habilidades aprendidas por meio de muitas repetições durante um longo período. As

responsabilidades da avaliação devem ser multidisciplinares.

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A função motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento

afetivo estão intimamente ligados e é essa relação que é a psicomotricidade.

Na psicomotricidade, o elemento fundamental não é a criança, mas a relação

entre a criança e o terapeuta. A psicomotricidade se interessa pela pessoa através do corpo,

porque é no corpo que se exprime o indivíduo, é através do corpo que a pessoa fala de si,

porque o corpo é a síntese da maneira de ser do indivíduo. Para que tais objetivos sejam

atingidos serão necessários que os exercícios psicomotores proporcionem ao paciente que

explore o seu próprio corpo e o mundo.

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GLOSSÁRIO

Definição de Terapia Ocupacional

É uma especialização que estuda o indivíduo, enquanto usa o seu

organismo, num ambiente que exige a inter-relação pessoal e utiliza dados e conclusões de

várias outras ciências, tem a sua unidade própria, é um ramo do conhecimento que estuda,

de maneira unificada, o fenômeno da atividade sobre o ser humano. O objetivo da Terapia

Ocupacional é a atividade humana compreendendo seus vários elementos que devem ser

avaliados e considerados funcionais. Uma atividade pode ser usada de modo específico

para melhorar a capacidade de trabalho e os hábitos pessoais, sociais, normais. A relação

estabelecida entre o paciente e o terapeuta por meio da atividade, pode ser usada para

ajudar o paciente a se recuperar ou adquirir capacidade nos aspectos físico, psicológico,

social e econômico de sua vida. É importante que o Terapeuta Ocupacional avalie o

paciente considerando o seu desenvolvimento motor.

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Atividades da Vida Diária (AVD’s)

São consideradas como sendo um dos aspectos exclusivos e de

responsabilidade do Terapeuta Ocupacional, tendo por objetivo proporcionar ao indivíduo

portador de algum tipo de deficiência uma vida menos dependente e estimulá-lo a alcançar

o nível máximo de independência tanto nas atividades relacionadas aos cuidados consigo

mesmo, como também de sua vida doméstica e social. Elas incluem movimentos em geral,

capacidade de segurar objetos e concentração; são complexas e exigem esforço físico e

mental.

Vestuário

AVD’S Higiene

Alimentação

Estas atividades têm por objetivo, no caso de deficientes físicos, auxiliar na

execução de tarefas que se tornaram difíceis ou até mesmo impossíveis de serem realizadas

devido às suas limitações físicas. (Terapia Ocupacional - Jorge Ortiz Finger-Sarvier).

(Terapia Ocupacional - Mac Donald - 4ª ed. Livraria - Ed. Santos).

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ANEXOS

Pacientes Hemiparéticos

Figura 1 - Criança com hemiparesia esquerda mostrando reação ao ser inclinada para trás. A transferência normal do peso para o calcanhar é impedida pela espasticidade extensora na perna esquerda espástica, com

aparente fraqueza do tibial anterior pela inibição tônica recíproca através do tríceps sural espástico.

Figura 2 - Criança com hemiparesia esquerda em repouso (esquerda), com pouco peso sobre a perna esquerda e espasticidade moderada; (direita) apertando a bola com a mão direita normal, há uma mudança do peso do

corpo para a perna direita, e aumento de espasticidade.

Figura 3 - Criança com hemiparesia direita sentando-se com ajuda do braço esquerdo. Observe a rotação interna da perna direita espástica.

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Figura 4 - Criança com hemiparesia esquerda sentando-se com o peso sobre o quadril direito normal e retração do lado afetado. Ao tentar alcançar algo com o braço normal,

há forte reação de associação no braço esquerdo.

Figura 5 - Bebê com hemiparesia esquerda: (a, no alto, à esquerda) usando braço normal em supino; (b, alto, à direita) em prono; (c, centro, à esquerda) sentado, usando o braço direito normal; (d, centro, à direita)

erguido pelos quadris; (e, embaixo, à esquerda) reação de pára-quedas ausente no braço esquerdo espástico; a perna hemiparética estende-se quando o bebê é puxado para sentar; (embaixo, à direita) Criança com

hemiparesia do lado direito; quando puxada para sentar, a perna direita se estende rigidamente.

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Figuras 6, 7 e 8 - Uma criança com hemiparesia adquirindo controle sobre a mão e a perna.

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Figura 9 - Aspectos do tratamento de um paciente recuperando-se de uma hemiparesia direita. Trabalho em

madeira para estimular o uso normal dos membros afetados.

Figuras 10, 11 e 12 - Marcha hemiparética, também denominada ceifante, helicoidal ou de Todd. Alteração da verticalidade no hemiparético, verificada principalmente pelo desnível das cinturas escapular e pélvica.

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Figura 13 - Pesquisa de esquema corporal.

Figura 14 - Paciente hemiparético recente, realizando atividades em cozinha com o membro não afetado.

Figura 15 - Posição ortostática. Transferência de peso.

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Figuras 16 - Decúbito ventral. Extensão de membro superior.

Figura 17 - Posicionamento do paciente hemiparético no leito na fase inicial de tratamento.

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Figura 18 - Paciente hemiparético locomovendo-se em cadeira de rodas e usando o lado não paralisado para propulsão.

Figura 19 - Exercícios passivos de mobilização articular.

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Figura 20 - Método para amarrar o sapato

com uma só mão - hemiparético direito.

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