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SALA DESDOBRÁVEL Projecto académico de Ana Correia e Tiago Rodrigues com a participação de Ana Rita Matos, Bernardo Rodrigues, David Proença, Filipa Rocha, Gonçalo Geirinhas, Nuno Beijinho e Valentim Toste; e com orientação das docentes: Sofia Gonçalves e Sónia Rafael diálogos com... .... ex-finalistas Aula A do dia D EPILOGUS 1. Última parte de um discurso, na qual se faz uma leve recapitulação das razões principais que nele entraram. 2. Resumo. 3. Remate, fecho. DO MEIO ACADÉMICO PARA O MERCADO DE TRABALHO

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Saia desdobrável — Dialogos com ex-finalistas / workshop

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SALA DE SDOBRÁVELP r o j e c t o a c a d é m i c o d e A n a C o r r e i a e T i a g o R o d r i g u e s c o m a

p a r t i c i p a ç ã o d e A n a R i t a M a t o s , B e r n a r d o R o d r i g u e s , D a v i d P r o e n ç a , F i l i p a R o c h a , G o n ç a l o G e i r i n h a s , N u n o B e i j i n h o e V a l e n t i m To s t e ;

e c o m o r i e n t a ç ã o d a s d o c e n t e s : S o f i a G o n ç a l v e s e S ó n i a R a f a e l

diálogos com... ....ex-finalistas

Aula A do

dia D

EPILOGUS1. Última parte de um

discurso, na qual se faz uma leve recapitulação das razões principais que nele entraram.

2. Resumo.3. Remate, fecho.

do meio académico

para o mercado de

trabalho

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E P Í G R A F O

With all the talk about academies exceeding boundaries it’s perhaps a good idea, when all is said and done, to look at things simply. At least, it would be good if that were possible. Here we have the school, an art school if you like, and there, a bit further on, is the outside world. Simple enough, you might think.

It doesn’t have to be a building in the strictest sense. The architect Cedric Price proposed a mobile school housed in train carriages. The trains were to run on disused tracks linking the English pottery towns of Staffordshire. It would have been part school, part commute to school, and part field-trip escape from the dreadful building, all at the same time.

(...)

Schools aren’t here to create learning, but to provide a structure flexible enough to support its unpredictable requirements.

ELLIMAN, Paul (2006), “A school is a building with a school in it”; in Metropolis M #4 (Agosto/Setembro 2006), disponível em: http://metropolism.com/magazine/2006-no4/een-school-is-een-gebouw-met-een/english

4P R E F Á C I O

From my research into art projects that take educational forms as their medium, I have observed in the CFU and other works shared concerns and characteristics, which include the following:

1. A school structure that operates as a social medium.2. A dependence on collaborative production.3. A tendency toward process (versus object) based production.4. An aleatory or open nature.5. An ongoing and potentially endless temporality.6. A free space for learning.7. A post-hierarchical learning environment where there are no teachers, just co-participants.8. A preference for exploratory, experimental, and multi-disciplinary approaches to knowledge production.9. An awareness of the instrumentalization of the academy.10. A virtual space for the communication and distribution of ideas.

PodEsvA, Kristina Lee (2007), “A Pedagogical turn: Brief notes on Education as Art” in Fillip 6 (verão 2007), disponível em: http://fillip.ca/content/apedagogical-turn

No ano lectivo de 2013/2014, a disciplina de Design de Co-municação V foi um palco de discussão repleto de oficinas e tertúlias acerca do tema "Universidade": como espaço cen-tral para a reflexão de problemas sociais, económicos e polí-ticos e do seu papel como catalisador de pensamento crítico por parte dos seus alunos.

Nos últimos vinte anos a universidade tem-se vindo a confrontar com a progressiva erosão das dicotomias que sus-tentam a sua estabilidade e a sua especificidade institucionais: alta cultura/cultura popular; educação/trabalho; teoria/prá-tica. Os sintomas de tal erosão têm-se manifestado como crise de hegemonia, crise de legitimidade e crise institucional. As medidas que têm sido tomadas para as superar têm sido pou-co eficazes. É necessário repensar inovadora e radicalmente a ideia de universidade para que esta se possa transformar numa universidade de ideias.

— Boaventura de Sousa Santos (junho de 1989), Revista Crítica de Ciências Sociais “Da ideia de Universidade à Uni-versidade de Ideias”)

Será que os objectivos da Universidade são os mes-mos que encontrávamos à uns anos atrás? Objectivos esses, que tinham como principais fins a investigação, o ensino e a prestação de serviços. Em que medida o papel do aluno e do professor se alterará estando iminente uma transformação da Universidade para uma instituição auto-suficiente? Será que os objectivos do ensino se têm vindo a diluir? Presente-mente, a Universidade é entendida como espaço que antece-de obrigatoriamente a profissionalização dos seus alunos... mas será apenas este o objectivo da Universidade? Não será também um espaço de formulação de ideias e pensamentos críticos acerca da nossa sociedade e cultura? Quais os meios que a Universidade pode dispôr a favor de todos os elemen-tos que compõem a instituição (alunos, docentes,…) para que estes possam desenvolver o seu papel de intervenien-tes criticos e activos não só meio académico, mas também como cidadãos?

In 1966 Price published his plan for a new regional educational network called Potteries Thinkbelt, first in the pages of the sociology review New society and then in Architectural design. The name of the project was derived from the site: the devastated industrial landscape of North staffordshire, England, which, over the course of the 19th and 20th centuries, had been dramatically deteriorated by the local pottery industry, as well as by coal mining and the dense rail network needed to support it. (....)Potteries Thinkbelt was more than an idea to recycle an existing industrial site and its infrastructure. Price wanted to convert the rusting railway and industrial facilities into a vast educational network for 20,000 students. By recycling an industrial landscape as the basis for an educational system in order to advance a postindustrial region, Price emphasized the “productive” status of knowledge and education.

AUrELI, Pier vittorio (2011), “Labor and Architecture: revisiting Cedric Price’s Potteries Thinkbelt” in Log 23 (outono 2011) (trad. livre), excerto disponível em: http://www.anycorp.com/anycorp/article/84

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P R E F Á C I O

Education for the Marketsince the late 1990s the institution of the university has again been the subject of discussion in society, but now with reversed priorities. Today the talk is of overcrowded lecture theatres, of stale teaching methods, the introduction of students’ fees, and simply of a ‘state of emergency in education’. Whereas the reformers wish to preserve the achievements made in education and education policy in the face of reduced funding, critics are demanding an ‘offensive for education’ oriented solely on the market laws of supply and demand. This ‘offensive for education’ aims at the privatisation of information, knowledge, culture and education. The redistribution of information has fatal consequences for the social and cultural status of those who have no access to the sources of knowledge. The ‘equal opportunities’ that formed the core of the reforms of the 1970s are understood by the supporters of market-based education above all in economic terms. It is qualification for a job, and no longer the emancipation of the individual, that now forms the core of university study.

AAvv (2006), Notes for an Art school, Nicósia: Manifesta 6, disponível em: http://manifesta.org/wordpress/wp--content/uploads/2010/07/NotesForAnArtschool.pdf

AULA A DO DIA D Todas estas discussões deram origem ao exercício final — “A aula A do Dia D” onde foi pedido aos alunos de Design de Comunicação V uma participação crítica e/ou ativa em relação à Faculdade de Belas-Artes e/ou à Universidade de Lisboa. As reflexões desenvolvidas nos vários projectos elaborados culminariam na construção de um programa cultural em torno da exposição dos resultados da actividade projectual dos finalistas da licenciatura em De-sign de Comunicação. As discussões certraram-se na edu-cação e design, reflectindo a posição dos alunos finalistas perante o local onde ainda se encontram.

A NOSSA RESPOSTA Perante este enunciado começámos por pensar no espaço que nos confina, dentro do seio acadé-mico, nomeadamente a sala de aula. Este espaço tem uma importância vital pois pode moldar/definir/condicionar o processo de aprendizagem e as relações dinâmicas que se constroem dentro dele. A partir deste ponto tentámos repen-sar a ideia de “sala de aula tradicional” e idealizámos um es-paço alternativo — a Sala Desdobrável: um espaço informal que tem a capacidade de se moldar a qualquer contéudo. Explicaremos a sua lógica adiante.

WORKSHOP Depois de construir a Sala, definimos o seu sub-tema, isto é, o que iríamos discutir dentro dela. Che-gámos ao mote: Do meio académico para o mercado de trabalho. Assim, remetemos esta acção para ex-alunos do ano anterior — ex-finalistas. O objectivo seria encontrar as estratégias que exploram a inevitável distância crítica que separa um ex-aluno recente da FBAUL e o prosseguimento do seu percurso “agora iniciado” — as suas expectativas, as suas dificuldades e como lêem a sua formação a um ano de distância da mesma. Perante esta problemática optámos por criar um workshop e convidar ex-finalistas com o propósito de, através de exercícios, obter respostas/reflexões.

Aula A do

dia D

6S A L A D E A U L A

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S A L A D E A U L A

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He had bought a large map representing the sea,Without the least vestige of land:And the crew were much pleased when they found it to beA map they could all understand.

“What’s the good of Mercator’s North Poles and Equators,Tropics, Zones, and Meridian Lines?”so the Bellman would cry: and the crew would reply“They are merely conventional signs!“other maps are such shapes, with their islands and capes!

But we’ve got our brave Captain to thank:(so the crew would protest) “that he’s bought us the best--A perfect and absolute blank!”

CArroLL, Lewis (1876), The Hunting of the snark (Fit the second - The Bellman’s speech) disponível em http://www.literature.org/authors/carroll-lewis/the-hunting-of-the-snark/chapter-02.html

Mas o que é a sala de aula? A sala de aula é um espaço que faz parte integrante da escola, assim como o espaço de re-creio, a cantina ou o bar… A sala de aula é então, o espaço onde alunos e professor se reúnem. Aqui o professor leciona a sua disciplina, passando conhecimentos sobre um tema ou conteúdo em específico. O professor é a voz máxima dentro da sala de aula, é ele o principal transmissor de conhecimen-to, e toda a matéria relevante será debitada por ele.

Contudo… A sala de aula pode ser também qualquer sítio onde alguém aprenda ou ganhe experiência sobre algu-ma matéria ou conteúdo. Mas já lá iremos.

A sala de aula tradicional tenta providenciar um es-paço seguro, onde a aprendizagem do aluno esteja assegu-rada. Dentro da sala de aula não são permitidas distrações, e tudo é feito para que isso não aconteça. É fundamental que os conteúdos e o desenrolar da matéria debitada pelo pro-fessor não fuja da sua linha guia, previamente estruturada. Existem “diferentes” tipos de sala para distintos tipos de matérias lecionadas, ( como por exemplo ginásios, laboratório). Hoje, podemos encontrar os seguintes meios dentro da sala de aula: quadros negros/brancos, televisões, computadores, mapas, livros, gráficos, projectores.

Os computadores funcionam como uma mais valia dentro do espaço da sala de aula. Estes podem ser usados também para cativar e apelar ao interesse dos alunos. Mas a sala de aula tradicional tem outras necessidades, pois ne-cessita de se tornar um espaço “amigável” e, por isso, sur-gem outras preocupações, tanto em termos lumínicos, como acústicos, e de cor.

definição de “Classroom” em http://dictionary.reference.com

8S A L A D E A U L A

Tradicionalmente as salas de aula têm as secretárias indivi-duais ou em pares, todas dispostas ordenadamente viradas para o professor. Esta é a disposição de sala de aula a que todos nós estamos habituados, e é sem duvida a melhor dis-posição quando o objectivo é ter a atenção focada somente no professor. Mas será que desta forma se aproveita toda a potencialidade da aprendizagem? A verdade é que é impor-tante manter as discussões entre aluno e professor, tanto como entre os próprios alunos. A sala de aula tem de funcionar mais como um local de “trabalho” e deverá também suportar actividades com um carácter autodidacta, onde os alunos procuram desenvolver um determinado tema ou conteúdo, sempre com o acompa-nhamento contínuo do professor. A sala de aula pode ser um espaço aberto, onde todos escolhem livremente o seu espa-ço dentro da sala, onde se trabalhe com materiais distintos.O papel do professor pode também alterar-se, passando a trabalhar mais como um agente que direciona os seus alu-nos. No fundo, a aprendizagem é algo em aberto, que se en-contra em constante mutação. Não pode ser pensada como algo que conclui, que tem um fim. Um exemplo deste pensamento encontra-se no modelo educacional desenvolvido pela médica e educado-ra Maria Montessori. O método Montessori opõe-se aos métodos tradicionais favorecendo a indepência e liberdade (dentro de limites); pressupõe também a compreensão das coisas a partir delas mesmas, tendo como função estimular e desenvolver na criança um impulso interior que se manifes-ta no trabalho espontâneo do intelecto. Como afirma David Reinfurt, em "Everything is in everything":

The parents tell the child he cannot have both the sun and the moon in the picture at the same time. The child says that you can. The child has the ability to coordinate nonsimul-taneously. The parents have lost the ability to coordinate non-simultaneously. One of our great limitations is our tendency to look only at the static picture, the one confrontation.

ProFEssor : E isto, é uma bola de futebol? Uma batata?

ErNEsTo : É uma bola de futebol, uma batata, e a Terra.

MÃE dE ErNEsTo : Um idiota! É o que ele vai ser.

HUILLET, danièll (1986) En rachâchant, diálogo entre Ernesto e o Professor (tradução livre)

Montessori school classroom. A framework that supports autodidactic activities, operating under the assumption that everything is in everything.

rEINFUrT, david (2011) “Everything is in everything” Casco Issues 12, Generous structures, sternberg Press.

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HUILLET, danièll (1986) En rachâchant

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S A L A D E S D O B R Á V E L

Estrutura expositiva

O problema é: Projectar uma estrutura simples e económica para expor objectos, adaptável a qualquer tipo de espa-ço disponível.

Definição do problema: uma estrutura desmontável e reconstrutível de múltiplas maneiras, se possível sem necessidade de parafusos ou pregos. Leve, económica, fácil de transportar, de montar e desmontar.

Usar, se possível, materiais semifabricados. Terá dimensões praticáveis sem necessidade de esca-das e planos de apoio para as mercadorias de di-mensões variáveis.

MUNARI, Bruno (2008), “Das coisas nascem coisas”; Edições 70.

S A L A D E S D O B R Á V E L

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O livro “Das coisas nascem coisas” (2008) de Bruno Muna-ri oferece vários exemplos de estruturas mutáveis e versáteis e, visto que primeiramente o nosso objectivo era repensar a ideia de sala de aula, obtivémos inspiração para construir a Sala Desdobrável a partir do projeto Habitáculo, uma cama multifuncional desenhada por Munari. No fundo, esta cons-tituía um habitáculo decomponível e funcional com o propó-sito de se adaptar aos jovens.

O QUE É? A sala desdobrável é então simultaneamente um habitáculo, um espaço de tertúlia, de oficina e de exposição, ajustando-se às necessidades dos participantes.Aqui existe uma analogia de como o espaço e os meios de-vem ser adaptados por nós e para nós, e de como a escola também deve seguir esta lógica.

CONTRUÇÃO A sala desdobrável é constituída por 4 es-truturas de madeira rectangulares (um metro de largura e dois de altura). Trata-se de uma estrutura desmontável mu-tável. Leve, económica, fácil de transportar, de montar e des-montar. Dobradiças ligam os módulos permitindo uma livre transformação/desdobramento da Sala (como um biombo). A estrutura não necessita de pregos nem parafusos. facilitan-do a rápida desconstrução e construção dos componentes. Cada módulo é simultaneamente uma estante e um expositor dos objectos resultantes das discussões/exer-cícios efectuados no workshop.

des·do·brá·vel1. Que se pode desdobrar.2. [Figurado] decomponível.3. Prospecto que se dobra e desdobra para mais facilmente poder manusear-se e consultar-se.

definição da palavra “desdobrável” retirada de http://www.priberam.pt/dlpo/desdobr%C3%A1vel

É um habitáculoContém todas as coisas coisas pessoais

É um reservatório de microcosmosÉ uma plancenta de aço plastificado

Um sítio para meditarE ao mesmo tempo

Um sítio para se ouvir a música de que se gosta

Um sítio para ler e estudar(...)

É um mínimo e oferece um máximoNumerado mas ilimitado

Habitáculo é ambienteAdaptável à personalidade do habitante

Constantemente transformável

HABITÁCULo (cama multifuncional) design de Bruno Munari (1979) retirado de MUNArI, Bruno (2008), das coisas nascem coisas; Edições 70.

S A L A D E S D O B R Á V E L1

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S A L A D E S D O B R Á V E L

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Na oficina : Estrutura base sala desdobrável

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O W O R K S H O P

DIÁLOGOS COM... EX-FINALISTAS: DO MEIO ACADÉMICO PARA O MERCADO DE TRABALHO

Esta frase reflecte a temática subjacente a este workshop, especialmente direccionado para os recém licenciados do curso de Design de Comunicação da FBAUL. Estes vêem-se agora confrontados com uma nova realidade bastante distinta da qual estavam familiarizados. No mercado de trabalho, onde as exi-gências são outras, revela-se um universo mais competitivo do que o que encontramos dentro do meio académico.

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Assim, este workshop procurou sumarizar a vida destes ex-finalistas durante o último ano, após a sua saída do meio académico. Reflictimos sobre as suas entradas no mercado de trabalho, as suas visões do curso depois da formação e sobre as diferenças mais sentidas entre o período escolar e o actual.

O WORKSHOP realizou-se no dia 10 de Maio (2014), na FBAUL. Participaram 7 ex-finalistas: Ana Rita Matos, Bernardo Rodrigues, David Proença, Filipa Rocha, Gonçalo Geirinhas, Nuno Beijinho e Valentim Toste.

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O W O R K S H O P

S A L A D E S D O B R Á V E L

1 .

A S a l a D e s d o b r á v e l s e r v i r á c o m o “ p o n t e ”

e n t r e o m u n d o e x t e r i o r e a U n i v e r s i d a d e

2 .

O s p a r t i c i p a n t e s t e r ã o d e t r a z e r

c o m p u t a d o r , c a n e t a s e q u a i s q u e r m e i o s

g r á f i c o s q u e c o n s i d e r e m a d e q u a d o s

3 .

O s p a r t i c i p a n t e s t e r ã o d e r e s p o n d e r a 5

e n u n c i a d o s / e x e r c í c i o s

4 .

O t e m p o p a r a c a d a e x e r c i c i o s e r á

c o o r d e n a d o c o m u m c o n t a - m i n u t o s

5 .

C a d a e x e r c í c i o o r i g i n a r á o b j e c t o s q u e

s e r ã o e x p o s t a s n a S a l a

6 .

A S a l a D e s d o b r á v e l e n c o n t r a - s e e m

c o n s t a n t e p r o c e s s o e m u t a ç ã o

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E N U N C I A D O 1

Enunciado #1 a) A partir de um formato de papel à tua escolha, faz uma descrição de quem és. A tua resposta pode ser elaborada com texto, imagem (fotografia, desenho), ou uma combinação dos dois.

Objecto — Memória

previamente foi pedido aos participantes que trouxes-sem um objecto que os fizes-se recordar da sua passagem pela Fbaul.

I N T R O D U Ç Ã O A O W O R K S H O P

+Q U E M S O U E U ?

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I N T R O D U Ç Ã O

+

=

1invólucro

5 enunciados

1 car taz/desdobrável

1 2 3 4 5

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E N U N C I A D O 1

Ana R ita Matos24/02/1992Design De Comunicação (2010/13)DesignerMir a-Sintr a

a)

24

E N U N C I A D O 1

Ber nardo Rodr igues16/09/1992Design De Comunicação (2010/13)DesignerL isboa

a)

25

E N U N C I A D O 1

David Rodr igues Proença13/06/1992Design De Comunicação (2010/13)Freelancer (designer)Oeir as

a)

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E N U N C I A D O 1

Filipa Rocha25/11/1992Design De Comunicação (2010/13)Designer L isboa

a)

27

E N U N C I A D O 1

Gonçalo Geir inhas09/02/1992Design De Comunicação (2010/14)Designer gráficoL isboa

a)

28

E N U N C I A D O 1

Nuno Beijinho09/02/1992Design De Comunicação (2010/13)FreelancerSintr a

a)

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E N U N C I A D O 1

Valentim Toste23/08/1992Design De Comunicação (2010/14)Freelancer (designer)L isboa

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F i l i p a R o c h a

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V a l e n t i m T o s t e

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E N U N C I A D O 1

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E N U N C I A D O 2

Enunciado #2 a) A partir das fotografias que tiraste do teu local de trabalho / pausa faz uma comparação tirando fotografias de sítios que para ti são correspondentes na faculdade.

Fotografia — Local

previamente foi pedido aos particiantes que trouxessem uma fotografia do seu local de trabalho / pausa

Q U A L É O M E U

E S P A Ç O ?

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E N U N C I A D O 2

DO MEIO

ACADÉMICO PARA

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E N U N C I A D O 2

O MERCADO

DE TRABALHO

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E N U N C I A D O 2

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E N U N C I A D O 3

Enunciado #3 a) Em grupo, criem uma lista de conhecimentos apreendidos durante os vossos percursos académicos, como por exemplo: coser livros fazer grelhas,...

O Q U E A P R E N D I

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E N U N C I A D O 3

41

E N U N C I A D O 3

quem era o Antonioni;

aprendi

eu

a não usar o word;

a dormir menos;

beber café sem açúcar;

xilol!;

SIZE MATTERS (ou se não podes fazê-lo em grande fá-lo vermelho ou leve);

aprendi a gostar de quadros com uma cor;

a ler e a escrever;

improvisar;

que não sabia fazer estilos;

que a faculdade não é assim tão dificil;

a ser curioso;a fazer ligações;

a odiar a Emigre;

que a Angelina Jolie é uma deusa;

o que são dentes de cão;

a esquecer o windows;

piadas sobre fontes;

keeeeerning;

a importância do preto #000;adeus comic sans :(.

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E N U N C I A D O 3

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E N U N C I A D O 4

Enunciado #4 a) A partir do template fornecido, cria um tutorial de algo que aprendeste fora do meio académico, acompanhado com print-screens no caso de ser feito através de um meio digital, ou fotografias, sefor analógico. O Q U E N Ã O

A P R E N D I

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E N U N C I A D O 4

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E N U N C I A D O 4

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E N U N C I A D O 3 + 4

O W O R K S H O P

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Enunciado #5 a) Neste ponto é pedido que em grupo formules um conselho/dica para os futuros alunos do curso de Design de Comunicação da FBAUL.

b)Tertúlia entre todos os participantes, que se desenvolveu a partir dos diferentes sub-temas de cada um dos enunciados.

M A N I F E S T O !

+

D I Á L O G O S

O W O R K S H O P5

0

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f e s t o

Tu sabes menos do que aquilo que achas que sabes.Ouve os professores mas não faças tudo o que eles dizem.

Sabe o que ler e o que não ler no meio de tanta informação.A faculdade é o local para falhar. Trabalha antes da véspera para poderes experimentar.Faz coisas por fora da faculdade.

Sê curioso.Cuidado com os textos em brasileiro do Wikipédia.Tira selfies com o PhotoBooth, vais-te rir mais tarde.Cmd-S!

Ps: A melhor casa de banho é a do bar.

Criámos estes “mandamentos” para vocês, novos alunos do curso de Design de Comunicação. Que vos guie no vosso percurso!

O W O R K S H O P

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D I Á L O G O S C O M . . .

di

álog

os

— Já no final do workshop, com todos os objectos e soluções dadas pelos participantes em resposta aos vários enunciados por nós lançados durante o workshop, desencadeou-se uma discussão / tertúlia entre todos os intervenientes deste dia, em torno das semelhanças e diferenças entre o espaço académico e o mercado de trabalho.

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. . . E X - F I N A L I S T A S

Tiago Rodrigues / Uma das questões subjacentes à realização deste workshop é claramente: como será depois da faculdade? Muitos de nós durante o nosso percurso imaginamos e até planeamos como será o nosso futuro: será bom? será mau? o que estarei a fazer? mas principalmente a que coloca é : será que vai ser igual à faculdade? Foi com o objectivo de responder a estas questões que quisémos dar uma “espreitadela” nas vossas vidas um ano após se licenciarem.

Filipa Rocha O futuro é incerto, variável, mas penso que não é mau. Para mim, o ambiente não é de todo igual à faculdade mas existe algo que faz toda a diferença entre um local e o outro, que joga a favor do aluno. Penso que dentro do meio académico qualquer aluno tem a necessidade incessante (quase claustrofóbica) de conseguir concluir o seu curso o mais rapidamente possível, muitas das vezes até levando isso mais em conta que a verdadeira necessidade que este tem de desenvolver os seus conhecimentos dentro da área que ele próprio escolheu. Mas aluno tem a vantagem de não ter ainda o peso da responsabilidade que alguém inserido no mercado de trabalho tem… Não há maneira de comparar a pressão visto que as consequências não são medidas da mesma maneira, pois o aluno nunca será despedido da instituição académica que frequenta por apresentar maus resultados, ou por se ter enganado num ou noutro pormenor que desvalorizará o seu trabalho. Bernardo Rodrigues Sim, eu também concordo contigo. Acho que todos nós não aproveitámos ao total a experiência da faculdade, o que é normal. Existe uma

espécie de corrida, como se a licenciatura fosse a meta. Agora que deixei a faculdade apetece-me imenso voltar aqui exatamente por causa dessa liberdade de experimentar, criar, dialogar. Aqui, mesmo que não te corra bem o trabalho, podes sempre melhorá-lo. Isso deixa uma grande margem para o aluno desenvolver a sua criatividade e poder aprender com os seus erros, aprendendo da melhor maneira: experimentando.

Rita Matos O que eu sinto é que a distância que separa o mundo académico do mercado de trabalho ainda é um passo longo para os alunos, que em 3 anos se tornam finalistas. Vemo-nos de um momento para o outro, quase sem nos aperceber-mos, em contextos completamente distintos. A chegada ao mercado de trabalho coloca primeiramente em dúvida todos os nossos conhecimentos apreendidos no meio académico. Quando começei a trabalhar profissionalmente, nos primeiros meses sentia-me como se não soubesse nada. Coisas básicas como virar uma página tornavam-se obstáculos. Mas isso será sempre assim, estaremos sempre a aprender á medida que vamos evoluindo a nossa metodologia e rotinas de trabalho.

Gonçalo Geirinhas E ao concluir o curso existe sempre uma ideia de vazio, como se algo nos escapasse dos dedos. As coisas passam de certas a incertas de uma maneira muito rápida. Instalam-se dúvidas que anteriormente não existiam, e muito menos se previam.

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D I Á L O G O S C O M . . .

Ana Correia / Como vocês bem devem saber, uma das frases ou motes mais repetidos aqui nos corredores e nas salas de Design de Comunicação é a questão da forma/conteúdo. Toda a gente concorda que tem de haver um balanço entre os dois. Desde o primeiro ano, é-nos incutido que a linguagem gráfica escolhida pelo designer de comunicação tem de se adequar ao que lhe é pedido. Apesar desta máxima ser fundamental para o aluno inserido no meio académico, também o é para o profissional dentro do mercado de trabalho?

Rita Matos Sim, é fundamental e sempre será. Forma e conteúdo andam sempre de mão dada. O trabalho do designer de comunicação não tem uma forma fixa, ou seja, não se pode dar o mesmo tipo de resposta sempre para diferentes tipos de problema, e é aqui que o designer tem de saber perceber que tipo de resposta terá de dar. Muitas vezes cliente dizem-nos : “faz uma coisa bonita”; mas qualquer pessoa pode fazer uma coisa “bonita”. O que se tem de demonstrar é o porquê de sermos nós e não outros a o fazerem. Daí a importância do conteúdo.

Nuno Beijinho Eu penso que o primeiro passo será sempre a compreensão do problema, e é o conhecimento da matéria previamente (ou não) aprendida que faz com que o designer possa dar uma resposta adequada, e não o conhecimento técnico que este terá. Isso claro que é uma ajuda fundamental mas é sempre num segundo plano, à posteriori.Filipa Rocha Exactamente. No meu local

de trabalho existe sempre a necessidade de adequar a forma à função e temos de nos antecipar sempre aos problemas que o conteúdo que estamos a tratar nos possa trazer. Temos de fazer o máximo para que a nossa resposta ao problema seja o mais completa possível, e pensar em detalhes que muitas vezes nos passam despercebidos. Contudo muitas das vezes os clientes têm as suas próprias exigências. Quando assim é, cabe-nos a nós tomar a decisão e perceber o que pode ou não ser feito, e se é ou não é comunicável. Se priorizarmos a questão técnica seremos como produtos a sair de uma máquina, todos processados da mesma forma.

David Proença A verdade é que gradualmente, na nossa geração, o aluno está a tornar-se em algo que se forma “instantaneamente”, e sem que este se aperceba é “forçado” a apreender conhecimentos técnicos mesmo antes de saber para quê que necessita deles. Isto deve-se em parte ao esforço por parte das universidades de criar indivíduos “formatados” para o mercado.

Mas penso que o aluno da Fbaul é “treinado” de outra forma. Ensinam-nos a pensar, a querer ir ao ponto do problema e a resolvê-lo da melhor maneira.

Filipa Rocha Exacto, e é por isso que o ambiente da Universidade me provoca tanta saudade. Gostaria de um dia voltar.

Gonçalo Geirinhas Voltar ao meio académico é sempre um boa opção a tomar, mas agora, é algo que exige uma maior ponderação, pois as certezas

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têm de ser assentadas. Para isso, a experiência no mercado de trabalho é um bom diluidor, pode ser um sitio onde se pode, com boas ou más experiências perceber melhor os gostos e caminhos que se quer tomar. O maior problema é sempre a incerteza que sentimos ao não sabermos ao certo com o quê que podemos contar no mercado de trabalho. Não podemos ter ideias ilusórias e temos de ser um pouco mais racionais nas escolhas que tomamos (devido a diversos factores, sendo o principal o factor económico).

David Proença Não podemos dizer que num ou noutro espaço se aprende mais ou menos, pois isso depende da ambição ou da vontade de cada um. Sendo mais uma vez provado que dentro da disciplina do design de comunicação não existem fórmulas predefinidas. Mas eu gostei de aprender tudo o que dei na faculdade. O que eu aprendi e até o que não aprendi fez-me o que sou agora e o que sei agora.

Bernardo Rodrigues Eu penso que cabe agora a cada um fazer o seu caminho e através das suas experiências conhecer-se melhor, saber os seus gostos, os seus valores e, no fundo, dar forma à sua identidade. Na fase em que nos encontramos ainda não encontrámos isso, tudo ainda é novo. Aprendemos a cada momento...Estamos ainda na fase de exploração e de auto-conhecimento. Mas o mais importante e até o mais divertido para mim e o facto de não saber para onde vou nem onde vou estar. Isso dá-me um certo regozijo. Tudo é possível!

Tiago Rodrigues / A aprendizagem nunca pára, mesmo depois da faculdade.

Rita Matos Eu acho que, seja dentro do meio académico ou seja inserido no mercado de trabalho, o que importa mais do que tudo e o que poderá fazer a diferença é mesmo a vontade de querer aprender sempre mais, de conhecer mais, de evoluir! Mas isso acontece sempre “ine - vi -tá - vel - men - te” como diz o Ernesto.(referência à curta metragem francesa de 1982, da autoria de Danièle Huille, En Rachâchant) E para mim parece mesmo que ainda estou a estudar porque felizmente há sempre problemas novos para serem resolvidos.

O W O R K S H O P5

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fim do workshop

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Q U E S T I O N Á R I O

QUESTIONÁRIO

Para alguns dos convidados que não conseguiram ir ao

workshop Sala Desdobrável preparámos um mini

questionário que pensamos ser relevante para o tema discutido na publicação

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Q U E S T I O N Á R I O

Sofia Dar a volta ao mundo. Arranjar um part-time. Fazer um mestrado ou pós-graduação. Ser trocada por camelos. Arranjar um bom estágio. Arranjar uma estágio não tão bom mas pronto. Voltar para casa dos meus pais e ver televisão. Pintar paredes (algo que acabei por fazer enquanto voluntária da Experimenta design). Dominar o mundo. Fazer um bom portefólio. Enviar e-mails. Receber negas. Fazer listas de sítios onde queria trabalhar. Enfim, tudo isto passou pela minha cabeça a determinada altura. Resumindo: não vale a pena fazer demasiados planos.

AlexandraQuando concluí o curso eu estava muito confusa porque ainda não sabia a área (do nosso curso) que pretendia seguir. O meu plano era então fazer um curso de webdesign (uma área com bastante saída) e arranjar um part-time para me começar a envolver no mundo do trabalho, enquanto tentava perceber o que realmente queria. Iniciei então o curso em horário pós-laboral e cheguei a conseguir o part-time, que não iniciei porque entretanto mudei a minha forma de pensar, mudei as minhas expectativas e os meus planos. Decidi aproveitar este ano para fazer uma série de projectos e experiências que iriam ser muito mais valorizadas na minha área no futuro. O objectivo era aproveitar agora o tempo para tornar-me numa pessoa mais saudável, mais confiante, iniciar-me num número variado de aprendizagens (porque o início é sempre aquele que leva mais tempo) e descobrir o que queria para mim. O objectivo era ser melhor e tornar-me melhor.

TelmaA príncipio não sabia bem o que esperar ou mesmo que percurso seguir. Design de comunicação pareceu-me apenas o caminho mais indicado caso quisesse continuar com a sugestão do meu professor de Desenho do 12º ano, ou seja, ir para Ilustração. Tinha visto que essa era uma das saídas profissionais e foi por isso que me fez ir para o meu curso. Estava com alguns receios relativamente ao ambiente da faculdade mas nada de não fosse ultrapassável e relativamente ao curso sabia que ia ser sério e exigente.

Q.1 — Quando concluíste o curso quais foram os teus planos? Quais foram as tuas expectativas?

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Q U E S T I O N Á R I O

Sofia Admito que no panorama nacional tive imensa sorte. Arranjei emprego um mês depois de acabar o curso. Fiquei a trabalhar no sítio onde fui à minha primeira entrevista, mas fui a mais algumas enquanto esperava pela resposta. Os estágios profissionais são uma oportunidade óptima porque quase todas as empresas estão dispostos a contratar nesse sistema. Na minha opinião um primeiro emprego é difícil, mas um segundo é mais. (Se calhar daqui a uma ano já não tenho esta opinião, não sei..).

AlexandraPara mim essa experiência correu bem, consegui um pequeno estágio num atelier, não era remunerado mas tinha horário livre e tive um acompanhamento e um nível de aprendizagem bastante bom. Ganhei imenso. Agora estou a iniciar um estágio emprego do IEFP na área de webdesign.

TelmaComecei a trabalhar antes de terminar o curso, em Agosto, num call-center que foi o que pude arranjar na altura. Foi uma experiência estranha, no mínimo. Tentar impingir coisas por telefone… não era para mim. Preferia o contacto pessoal, cara-a-cara. Saí após ter recebido uma proposta da Decathlon, onde fiquei 3 meses. Saí mais uma vez. Fiquei um fim de semana na Magic Shop, que realmente tinha algo de mágico! Mas saí por ser longe. Depois a gráfica mas não era paga… Mais um call center e já me desesperava por ir a tantas entrevistas de emprego para designer e não me aceitarem. Entretanto o call center estava a dar comigo em doida, iria ficar com uma depressão se continuasse e fiquei mais tarde como empregada de mesa, num restaurante gourmet. Mas finalmente a oportunidade surgiu e estou finalmente num estágio de 1 ano como designer gráfica num hostel!

Q.2 — Conhecendo o que se passa actualmente em Por-tugal e sabendo como é difícil para a maioria das pessoas arranjar trabalho na sua área profissional, como correu para ti essa experiência?

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Q U E S T I O N Á R I O

Sofia Sim...mas às vezes falta o tempo.

AlexandraSim, acredito que é mais saudável para nós continuarmos com projectos nossos, é importante podermos desenvolvermo-nos e evoluir através de projectos cujas decisões são inteiramente nossas. Devemos procurar ter sempre liberdade criativa de alguma forma.

TelmaOs meus projectos são diferentes dos que os realizo para os clientes pois sãomais virados para ilustração, por isso tenho alguma necessidade sim.

Q.3 — Sabendo que o trabalho do Designer de Comuni-cação é um trabalho realizado para clientes, sentes neces-sidade (como criativo) de ter projectos próprios para além dos que executas dentro do teu local de trabalho?

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Q U E S T I O N Á R I O

Sofia Não, nem quero. Como disse na primeira resposta, não vale a pena fazer demasiados planos.

AlexandraNão me consigo imaginar profissionalmente daqui a 10 anos. Mas já tenho os próximos 2, 3 anos planeados, algo que já acredito ser fora do comum. Irei concluir este estágio, fazer mestrado e por fim começar um projecto que concebi nestes meses de reflexão. Estou confiante que irá ter bastante influência sobre onde eu estarei profissionalmente daqui a 10 anos.

TelmaGostaria de estar fora do país, a trabalhar em Ilustração ou em Concept Designpara Videojogos.

Q.4 — Consegues imaginar onde estarás profissional-mente daqui a dez anos?

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Q U E S T I O N Á R I O

Sofia À pouco tempo perguntaram-me como é que eu, com uma licenciatura fresca em design de comunicação tinha acabado a trabalhar em User Experience. Não que ache que sejam as coisas assim tão distintas (alias, foi aquilo que aprendi na FBAUL que me permitiu fazer aquilo que estou a fazer hoje) mas a resposta é simples: porque é uma coisa que gosto, que me deixa curiosa e que me permite aprender coisas novas todos os dias. Da mesma maneira que também gosto muito de design mais “gráfico”, de ilustração, de fotografia e uma bando de outras coisas.

AlexandraA Fbaul para mim foi um momento de crescimento, amadurecimento e despertar. Entrei como uma adolescente com pouca cultura, pouca noção da vida e do que queria. Saí uma adulta com bastantes convicções e vontade de crescer ainda mais.

TelmaAcho que a minha passagem pela faculdade foi principalmente importante porque me permitiu experimentar várias coisas e descobrir aquilo que gostava mais e menos. Gostava de ter tido tido tempo de experimentar mais coisas e fazer todas as disciplinas optativas disponíveis.Ao mesmo tempo, também acho que a formação que nos é dada no curso não deixa de ser uma (boa) base mas que ainda assim pode (e deve) ser complementado com outros elementos durante e pós-curso.

Q.5 — Olhando para trás, diz o que foi a Fbaul na tua vida - a importância e o impacto que teve na tua vida.

S A L A D E S D O B R Á V E L

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Publicação resultante do projeto Sala Desdobrável — Aula A do dia D

DisciplinaDesign de Comunicação V

DocentesSofia GonçalvesSónia Rafael

Projecto GráficoAna CorreiaTiago Rodrigues

Tiragem3 exemplares Faculdade De Belas-Artes da

Universidade de LisboaLargo da Academia Nacional de Belas-artes 1249-058 Lisboa - Portugal

Junho de 2014