Puritanos e Assembléia de Westminster

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    Puritanos e Assemblia de Westminster

    OS PURITANOS: SUA ORIGEM E SUA HISTRIA

    Alderi Souza de Matos

    Introduo

    O sentido positivo/negativo original do termo puritano e o sentidopejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerncia).

    A imagem distorcida dos puritanos na histria. H. L. Mencken: Opuritanismo o temor persistente de que algum, em algum lugar,

    possa ser feliz.

    nfase principal: preocupao com a pureza e integridade da igreja, doindivduo e da sociedade.

    Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradio religiosa nahistria dos Estados Unidos.

    1.Definies

    Movimento em prol da reforma completa da Igreja da Inglaterra que

    teve incio no reinado de Elizabete I (1558) e continuou por mais de umsculo como uma grande fora religiosa na Inglaterra e tambm nosEstados Unidos. Uma verso militante da f reformada (Dewey D.Wallace, Jr.).

    Movimento religioso protestante dos sculos 16 e 17 que buscoupurificar a Igreja da Inglaterra em linhas mais reformadas. Omovimento foi calvinista quanto teologia e presbiteriano oucongregacional quanto ao governo eclesistico (Donald K. McKim).

    Pessoas preocupadas com a reforma mais plena da Igreja da Inglaterrana poca de Elizabete e dos Stuarts em virtude de sua experinciareligiosa particular e do seu compromisso com a teologia reformada (I.Breward).

    2. Antecedentes (razes)

    O puritanismo uma mentalidade ou atitude religiosa que comeou cedona histria da Inglaterra.

    Desde o sculo 14, surgiu uma tradio de profundo apreo pelas

    Escrituras e questionamento de dogmas e prticas da igreja medievalcom base nas mesmas.

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    Comeou com o pr-reformador Joo Wycliffe e os seus seguidores, oslolardos. Publicao da primeira Bblia Inglesa completa em 1384, napoca do Grande Cisma.

    Wycliffe afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igrejaverdadeira como o conjunto dos eleitos, questionou o papado e atransubstanciao.

    O protestantismo ingls sofreu a influncia de Lutero e especialmente dateologia reformada continental, a Reforma Sua de Zurique (Zunglio,Bullinger) e Genebra (Calvino, Beza).

    Comeou com o trabalho teolgico da primeira gerao de reformadoresingleses, influenciados pela Reforma Sua. nfases: colocao daverdade antes da tradio e da autoridade; insistncia na liberdade deservir a Deus da maneira que se julgava mais acertada (ver Lloyd-Jones, O puritanismo e suas origens).

    William Tyndale (1536) compromisso com as Escrituras, nfase nateologia do pacto. Tradutor da Bblia - NT (1525); cruelmenteperseguido; estrangulado e queimado em Anturpia, na Blgica.

    John Hooper (1555) as Escrituras devem regular a estruturaeclesistica e o comportamento pessoal.

    John Knox (1572) reforma completa da igreja e do estado.3.Histria

    (a)Henrique VIII (1509-1547) criou a Igreja Anglicana, uma igrejanacional inglesa de orientao nitidamente catlica. Em 1539, impsos Seis Artigos, com severas punies para os transgressores (o aoitesangrento de seis cordas). Incluam a transubstanciao, a comunhoem uma s espcie, o celibato clerical, votos de castidade para leigos,missas particulares, confisso auricular, etc.

    Duas reaes dos protestantes: conformao por exemplo, o arcebispoThomas Cranmer a princpio de ops, mas depois se submeteu eseparou-se da esposa; protesto Miles Coverdale, John Hooper eoutros, que tiveram de fugir do pas e foram para a Sua. Sob ainfluncia continental, comearam a se opor ao cerimonialismo religioso.

    (b)Eduardo VI (1547-1553) nessa poca, a influncia dospartidrios de uma reforma profunda da igreja inglesa se tornou maisforte. John Hooper disps-se a aceitar um bispado que lhe foi oferecido,mas no a ser investido no ofcio do modo prescrito, com o uso dasvestes litrgicas. Acabou sendo lanado na priso por algum tempo. Foio primeiro a expor claramente o argumento acerca das vestes. No eram

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    coisas indiferentes, e sim resqucios do catolicismo. Comea a surgiruma ntida distino entre anglicanismo e puritanismo.

    (c)Maria I (1553-1558) tentou restaurar a Igreja Catlica naInglaterra e perseguiu os lderes protestantes. Muitos foram executados

    Hugh Latimer (1555), Nicholas Ridley (1555) e Thomas Cranmer(1556) mrtires marianos. Outros fugiram para o continente(Genebra, Zurique, Frankfurt), entre eles John Knox e WilliamWhittingham, o principal responsvel pela Bblia de Genebra. Nesseperodo surgiram em Londres as primeiras igrejas independentes.

    (d) Elizabete I (1558-1603) inicialmente esperanosos, os puritanosse decepcionaram amargamente. A rainha insistiu em controlar a igreja,manteve os bispos e as cerimnias. A mesma diviso anterior semanifestou entre os lderes imbudos de convices protestantes alguns, como Matthew Parker, Richard Cox, Edmund Grindal e JohnJewel, protestaram no incio, mas acabaram acomodando-se ao statusquo. Aceitaram bispados e outras posies eclesisticas sob o argumentode que, se recusassem esses ofcios, Elizabete nomearia catlicosromanos em lugar deles. Outros, como Thomas Sampson, MilesCoverdale, John Foxe e Lawrence Humphrey, desafiaram a rainha.

    - Os puritanos surgem com esse nome no contexto da Controvrsia dasVestimentas (1563-1567) protesto contra vestimentas clericais(propunham o uso de togas genebrinas) e cerimnias como ajoelhar-se Ceia do Senhor, dias santos e sinal da cruz no batismo. Nas dcadas

    seguintes, intensificaram-se as medidas disciplinares da igreja e doestado contra os puritanos estritos (no-conformistas). Cristalizou-se oanglicanismo clssico, cujo principal terico foi Richard Hooker, com suaobra Leis de Poltica Eclesistica (1593). Em 1593 foi aprovado origoroso Ato contra os Puritanos.

    (e) Tiago I (1603-1625) esse rei havia recebido uma educaocalvinista na Esccia, o que encheu de esperanas os puritanos. Eles lheapresentaram a Petio Milenria, que foi totalmente rejeitada naConferncia de Hampton Court (1604). Alguns puritanos se desligaraminteiramente da Igreja da Inglaterra, entre eles um grupo que foi para a

    Holanda e depois para a Amrica, fundando em 1620 a Colnia dePlymouth, em Massachusetts.

    (f)Carlos I (1625-1649) esse rei manteve a poltica de repressocontra os puritanos, o que levou um grupo no-separatista a ir paraMassachusetts em 1630. No final do seu reinado, entrou em guerracontra os presbiterianos escoceses e contra os puritanos ingleses. Esteseram maioria no Parlamento e convocaram a Assemblia de Westminster(1643-49), que elaborou os famosos e influentes documentos da freformada.

    Infelizmente, os puritanos no formavam um movimento coeso.Estavam divididos principalmente no que se refere forma de governo

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    da igreja. Existiam vrios grupos: presbiterianos, congregacionais,episcopais, batistas. Alguns eram separatistas e outros no-separatistas,como os independentes (congregacionais moderados). A Guerra Civilterminou com a derrota e execuo do rei.

    (g) Oliver Cromwell congregacional, lder das foras parlamentaresque derrotaram o rei Carlos I. Tornou-se o Lorde Protetor daInglaterra. Durante o Protetorado ou Comunidade Puritana (1649-1658),a Igreja da Inglaterra foi inicialmente presbiteriana e depoiscongregacional. Todavia, as rivalidades religiosas levaram aorestabelecimento da monarquia a Restaurao.

    (h) Carlos II (1660-1685) - expulsou cerca de 2000 ministrospuritanos da Igreja da Inglaterra. A Grande Expulso (1662) marcou ofim do puritanismo anglicano. Embora perseguidos, sobreviveram comodissidentes (dissenters) fora da igreja estatal e eventualmente criaram

    igrejas batistas, congregacionais e presbiterianas.

    (i) Tiago II (1685-1689) tentou restaurar o catolicismo, mas foiderrotado pelo holands Guilherme de Orange, esposo de sua filha Maria a Revoluo Gloriosa.

    (j) Guilherme e Maria (1689-1702) mediante um decreto, foiconcedida tolerncia aos dissenters (presbiterianos, congregacionais ebatistas), cerca de um dcimo da populao. A essa altura, os melhoresdias do puritanismo j haviam ficado para trs.

    O puritanismo americano foi muito dinmico e influente por pouco maisde um sculo, desde os primrdios na Nova Inglaterra (1620) at oGrande Despertamento (1740). Alguns nomes notveis dessa tradioforam John Cotton, William Bradford, John Winthrop, John Eliot, ThomasHooker, Cotton Mather e Jonathan Edwards.

    Herdeiros recentes da tradio puritana: Charles H. Spurgeon, D. M.Lloyd-Jones, J. I. Packer, James M. Boice e outros.

    4.O Perfil Puritano

    4.1. Terminologia

    No-conformistas: esse termo surgiu na histria inglesa quandopuritanos e separatistas no quiseram aderir Igreja da Inglaterra(oficial) desde 1660 at o Ato de Tolerncia (1689). No-conformidade a atitude de no se submeter a uma igreja oficial.

    Separatistas: termo aplicado ao puritano ingls Robert Browne (c.1550-1633) e seus seguidores, que se separaram da Igreja da Inglaterra. Maistarde foi aplicado aos congregacionais ingleses e outros grupos queformaram suas prprias igrejas.

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    No-separatistas: os puritanos anglicanos, aqueles que no queriamseparar-se da igreja oficial, mas procuravam reform-la. Os fundadoresde Salem e Boston (1629-1630) estavam nessa categoria.

    Independentes: nos sculos 17 e 18, os adeptos da forma de governocongregacional, em contraste com o governo episcopal da igreja estatalinglesa.

    Dissidentes(dissenters): aqueles que se retiraram da igreja nacionalda Inglaterra (anglicana) por motivos de conscincia. O termo incluicongregacionais, presbiterianos e batistas.

    4.2.Caractersticas geraisOs no-conformistas, como tambm eram chamados, em geral eramministros com educao universitria, oriundos principalmente deCambridge, embora tambm houvesse leigos ardorosos entre eles.

    Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejasreformadas do continente.

    O puritanismo influenciou a tradio reformada no culto, governoeclesistico, teologia, tica e espiritualidade. Quatro convices bsicas:(1) a salvao pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bblia constitui oguia indispensvel para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensinoexpresso das Escrituras; (4) a sociedade um todo unificado.

    O sentido original do termo puritano apontava para a purificao daigreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementosarquitetnicos, litrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantescom a simplicidade bblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinalda cruz no batismo e a genuflexo para receber a Santa Ceia.

    Ao invs de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam umatoga preta que simbolizava o carter do ministro como um expositorculto da Bblia.

    Queriam que cada parquia tivesse um ministro residente capaz depregar. Para alcanar esse objetivo, promoviam reunies de ministrospara ouvir sermes e receber orientao pastoral (suprimidas porElizabete).

    Sofrendo oposio dos bispos e estando comprometidos com umaeclesiologia que dava nfase igreja como uma comunidade pactuada,muitos puritanos rejeitaram o episcopado.

    Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). RobertBrowne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu aimediata separao da corrupta Igreja da Inglaterra (1582). Alguns deseus seguidores separatistas foram para a Holanda.

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    Congregacionais mais moderados, conhecidos como independentes,no chegaram a defender a separao. Eles influenciaram os puritanosda Baa de Massachusetts e se tornaram a corrente principal docongregacionalismo ingls.

    Outros puritanos, como Richard Baxter (1691), queriam umepiscopado atenuado que associava caractersticas presbiterianas eepiscopais.

    Os puritanos no estavam interessados somente na purificao do cultoe do governo eclesistico. Todo o corpo poltico tambm precisava depurificao. Apoiando-se em Martin Bucer e Joo Calvino, eles insistiramna criao de uma sociedade crist disciplinada. Achavam que umanao inteira podia fazer uma aliana com Deus para a realizao desseideal. Esperanas milenaristas e o exemplo do Israel bblico os impeliramnessa direo.

    4.3.Experincia religiosa

    A Bblia, interpretada no esprito dos telogos reformados continentais,era considerada a nica fonte legtima para a doutrina, liturgia, governoeclesistico e espiritualidade pessoal. Incentivavam a leitura domsticada Bblia de Genebra (1560), uma edio comentada. Alm da pregaoexpositiva regular aos domingos, havia a instruo dos membros emseus lares durante a semana. Deram grande nfase preparao de

    ministros pregadores (ex: Emmanuel College, em Cambridge).Os pregadores-telogos puritanos escreveram com detalhes sobre amaneira pela qual a graa de Deus poderia ser identificada naexperincia humana, indo alm de religiosidade formal e expressando-senuma transformao interior da morte no pecado para a vida em Cristo,com base na f. Os dirios e autobiografias dos puritanos revelam quointensa essa luta podia ser e como se tornaram pessoais os grandestemas da teologia reformada.

    Sem negligenciar a obra e o ser de Deus ou os grandes temas da

    eleio, vocao, justificao, adoo, santificao e glorificao, anfase dos telogos puritanos na experincia religiosa e na piedadeprtica deu aos seus escritos um teor incomum entre os telogosreformados de outras partes da Europa. Um bom exemplo disso OPeregrino (1676), de John Bunyan.

    A nfase prtica da teologia puritana levou-a a dar grande ateno tica pessoal e social em casos de conscincia, discusses sobre vocaoe o relacionamento entre a famlia, a igreja e a comunidade no propsitoredentor de Deus.

    A reforma do culto e da prtica religiosa popular, ouvindo e obedecendoa palavra de Deus, bem como a santificao do tempo convergiram no

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    desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradourosda teologia puritana aplicada.

    4.4.Teologia

    Segundo William Ames, a teologia para ns a suprema e a mais nobredas disciplinas exatas. um guia e plano-mestre para o nosso fim maiselevado, enviado por Deus de maneira especial, tratando das coisasdivinas... No existe preceito de verdade universal relevante para seviver bem em economia domstica, moralidade, vida poltica e legislaoque no pertena legitimamente teologia (A medula da teologia,1623).

    Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, queinicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta eNove Artigos ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor eafirmavam a predestinao). Depois que muitos anglicanos adotaramuma posio mais arminiana (1620s), os puritanos defenderamvigorosamente o calvinismo devido sua afirmao intransigente dagraa imerecida de Deus.

    Alguns puritanos, como William Perkins, William Ames e John Owen,deram importante contribuio para o desenvolvimento da ortodoxiareformada.

    Uma contribuio puritana mais especfica foi a articulao do aspecto

    prtico e afetivo da religiosidade. Richard Rogers, John Dod e RichardSibbes foram fontes de um movimento devocional puritano que floresceuespecialmente aps a Restaurao (1660) com grandes autores comoRichard Baxter, Joseph Alleine e John Flavel.

    Os puritanos escreveram uma enorme literatura sobre a vida espiritual,incluindo sermes, meditaes, exposies bblicas prticas, aforismosde orientao espiritual, biografias e autobiografias.

    Essa literatura dava nfase a temas como a experincia pessoal deconverso, a regenerao pelo Esprito Santo, a unio mstica da alma

    com Cristo, a busca de certeza da salvao e o crescimento emsantidade de vida.

    A maior expresso dessa teologia afetiva foi a alegoria de John Bunyan(1688),O Peregrino, que retratou a vida crist como peregrinao eluta espiritual.

    A maioria dos puritanos estavam firmemente comprometidos com umaigreja nacional, dando forte nfase pureza do culto e do governobblicos como parte de uma reforma contnua. Uma pequena minoria novia esperana de reforma sem separao da igreja oficial e a criao deuma igreja de santos em relao pactual.

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    A fidelidade da teologia puritana revelao bblica, sua abrangncia,sua integrao com outros tipos de conhecimento, sua profundidadepastoral e espiritual, seu xito em criar uma tradio duradoura de culto,pregao e espiritualidade fazem dela uma tradio de permanente

    importncia no cristianismo de lngua inglesa e na tradio reformadamais ampla (I. Breward).

    4.5.Contribuies dos puritanos

    Ver Leland Ryken, Santos no Mundo:

    - Vida teocntrica - Toda a vida pertence a Deus- Vendo Deus nos lugares comuns- A importncia da vida- Vivendo num esprito de expectativa- O impulso prtico do puritanismo- A vida crist equilibrada- A simplicidade que dignifica

    4.6. Puritanos notveis

    William Perkins(1558-1602) sua teologia foi o primeiro grandeexemplo de uma sntese da teologia reformada aplicada transformaoda sociedade, igreja e indivduos da Inglaterra elizabetana. Em sua obramais famosa,Armilla Aurea (A corrente de ouro 1590), ele exps a

    tradio reformada em torno do tema da teologia como a arte de viverbem. Deu nfase majestade da ordem de Deus e sua implicaessociais e pessoais. Foi o primeiro telogo elizabetano com umareputao internacional. Tambm destacou-se extraordinariamentecomo pregador.

    William Ames(1576-1633) discpulo mais destacado de Perkins eprolfico escritor. Sua crticas contra a Igreja da Inglaterra causaram oseu exlio na Holanda (onde foi professor) e a proibio dos seus livrosna Inglaterra. Suas obras mais famosas so:A Medula daTeologia (1623) e Casos de Conscincia (1630). Morreu poucos antes de

    uma planejada mudana para Massachusetts, onde sua influncia, bemcomo na Holanda, persistiu at o sculo 18. Sua teologia prticaacentuou como cada aspecto da vida devia ser dedicado glria deDeus.

    Richard Sibbes (1577-1635) foi estudante e professor emCambridge. Exemplificou a sntese entre profundidade bblica esensibilidade pastoral que caracterizou a teologia puritana no que tinhade melhor. Seus escritos so prticos antes que sistemticos e mostramclaramente porque as nfases puritanas foram assimiladas toplenamente pelos leigos. Escritos seus comoA Poro do Cristo eAExaltao de Cristo Comprada por sua Humilhao revelam no s umarica soteriologia, mas profundas percepes sobre a criao e a

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    encarnao.

    Thomas Goodwin (1600-1680) foi influenciado por Sibbes e outros.Estava destinado a uma promissora carreira eclesistica, mas abriu moda mesma ao ser convencido por John Cotton (1584-1652) da

    legitimidade da independncia. Depois de algum tempo na Holanda,desempenhou um papel importante na Assemblia de Westminster. Teveatuao destacada no regime de Cromwell e foi presidente do MagdalenCollege, em Oxford. Buscou unir independentes e presbiterianosem Cristo, o Pacificador Universal(1651). Seu profundo encontropessoal com Cristo permeou todos os seus escritos.

    Richard Baxter(1615-1691) foi ordenado em 1638 e dois anosdepois rejeitou o episcopalismo. De 1641 a 1660 foi ministro de umaparquia em Kidderminster. Aps a guerra civil, apoiou a Restaurao etornou-se capelo de Carlos II. Excludo da Igreja da Inglaterra aps oAto de Uniformidade (1662), continuou a pregar e foi encarcerado em1685 e 1686. Tomou parte na deposio de Tiago II e deu as boas-vindas ao Ato de Tolerncia de Guilherme e Maria. Suas obras incluem ORepouso Eterno dos Santos (1650) e O Pastor Reformado (1656).

    John Owen (1616-1683) ao lado de Baxter, o grande pensadorsistemtico da tradio teolgica puritana. Educado em Oxford,enfrentou uma longa luta espiritual em busca da certeza de salvao,que terminou por volta de 1642. Dedicou seus formidveis dotesintelectuais causa parlamentar. Inicialmente presbiteriano, converteu-

    se posio independente atravs da leitura de John Cotton. Fez umavigorosa exposio do calvinismo clssico em Uma Exibio doArminianismo (1643). EmA Morte da Morte na Morte de Cristo (1647)fez uma brilhante apresentao da doutrina da expiao limitada. At ofim da vida trabalhou por uma igreja nacional mais abrangente e pelareconciliao dos dissidentes rivais.

    John Bunyan (1628-1688) aps lutar na guerra civil, em 1653 filiou-se a uma igreja independente em Bedford. Um ou dois anos depois,comeou a pregar com boa aceitao. Foi aprisionado de modointermitente entre 1660 e 1672, o que lhe permitiu escrever sua obra-

    prima, O Progresso do Peregrino (1678), e outros escritos. Aps 1672,dedicou-se pregao e ao evangelismo em sua regio. Outras obrasfamosas de sua lavra soA Guerra Santa (1682) e Graa Abundante

    para o Principal dos Pecadores (1666).