Qual a Língua Que Adão Falava

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Qual a Língua Que Adão Falava?

Na verdade, esta não foi a primeira pergunta que fiz a mim mesmo, mas sim,

qual era a língua que se falava antes da confusão das línguas na torre de

Babel. Se a língua de Adão e Eva não foi alterada depois do pecado, então a

língua na qual estes transmitiram a verdade aos seus descendentes,

inclusivamente Noé, é conhecida. Quê?! Como?! Qual é?!

O grupo daqueles que pretendia construir a torre de Babel, sobretudo da

linhagem de Cão (Gén. 10: 9, 10), não permaneceu na verdade transmitida por

Noé, e portanto separou-se do grupo de verdadeiros adoradores de Deus:

“E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar;

e habitaram ali.” Gén. 11: 2.

Entretanto, depois que começaram a construir a dita torre, e antes que a

pudessem terminar, Deus confundiu-lhes a língua:

“Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a

língua do outro.” Gén. 11: 7.

Ora, se Deus confundiu a língua daqueles que construíam a torre, então, quer

dizer que a língua dos que permaneceram nas montanhas, fiéis adoradores do

Pai, não foi confundida. Leiamos com atenção as seguintes frases de Ellen

White:

“Durante algum tempo os descendentes de Noé continuaram a habitar entre as

montanhas onde a arca repousara. Aumentando o seu número, a apostasia

logo determinou a divisão. Aqueles que desejavam esquecer-se de seu

Criador, e lançar de si as restrições de Sua lei, sentiam um incômodo constante

pelo ensino e exemplos de seus companheiros tementes a Deus; e depois de

algum tempo resolveram separar-se dos adoradores de Deus. Portanto

viajaram para a planície de Sinear, nas margens do rio Eufrates. Eram

atraídos pela beleza do local e fertilidade do solo; e nesta planície decidiram-se

a fazer sua morada. (…)

Passando assim os avisos de um para o outro, foi confundida a língua, de

modo que se pedia material de que não havia necessidade, e as instruções

transmitidas eram muitas vezes o contrário das que tinham sido dadas. (…)

Até aquele tempo todos os homens falavam a mesma língua; agora,

aqueles que compreendiam a fala uns dos outros, uniram-se em grupos; alguns

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foram para um lado, outros para outro. "O Senhor os espalhou dali sobre a

face de toda a Terra." Gên. 11:8. (…)

Noé, o fiel pregoeiro da justiça, viveu trezentos e cinqüenta anos depois do

dilúvio, e Sem quinhentos anos; e assim seus descendentes tiveram

oportunidade de familiarizar-se com os mandos de Deus e a história de Seu

trato para com os pais. Estavam, porém, indispostos a ouvir estas

verdades, que lhes desagradavam; não tinham o desejo de conservar a Deus

em seu conhecimento; e pela confusão das línguas ficaram em grande

medida excluídos do intercâmbio com aqueles que lhes poderiam

proporcionar luz.” Patriarcas e Profetas, págs. 118-120.

Fica bem claro que até à torre de Babel todos falavam a mesma língua. Depois,

aqueles que a quiseram construir, perderam a língua original, que era de tal

maneira diferente das que falavam agora, que tiveram de se separar em

grupos, conforme se podiam entender, por toda a terra. Dentre estes grupos

não havia um só que tenha conservado a língua original e por isso já nem

mesmo aos que tinham ficado nas montanhas eles podiam entender.

Enquanto podiam ouvir o testemunho da verdade, não aproveitaram a

oportunidade, e agora era tarde de mais.

Por outro lado, a providência de Deus o determinou, para que não houvesse

comunhão entre os fiéis e demais grupos dos infiéis, e viessem assim a ser

contaminados por estes últimos.

Infelizmente, até mesmo os descendentes de Noé que permaneceram nas

montanhas, sobretudo da linhagem de Sem e Jafé, acabaram por abandonar o

culto ao Criador, descendo, e misturando-se com os povos do vale e da

planície.

A língua original permaneceu entre uns poucos fiéis, especialmente da

linhagem de Sem, entre os quais veio a surgir Abrão (Gén. 11: 10-27).

Melquisedeque, a quem Abrão deu os dízimos, era Sem, que ainda era vivo, e

que por direito e dever de primogenitura, como o mais velho da família, era

sacerdote do Altíssimo (Gén. 14:18-20):

“A dedicação do primogênito teve sua origem nos primitivos tempos.

Deus prometera dar o Primogênito do Céu para salvar os pecadores. Este dom

devia ser reconhecido em todas as famílias pela consagração do primogênito.

Devia ser consagrado ao sacerdócio, como representante de Cristo entre

os homens.”O Desejado de Todas as Nações, pág. 51, par. 4, cap. 5.

“Foi Cristo que falou através de Melquisedeque, o sacerdote do Deus altíssimo.

Melquisedeque não era Cristo, mas era a voz de Deus no mundo,

representante do Pai. E através de todas as gerações do passado, Cristo

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falou; Cristo dirigiu Seu povo, e tem sido a luz do mundo.” Mensagens

Escolhidas, vol. I, pág. 409.

Tanto Isaque como Jacó, muito provavelmente, ainda tiveram o privilégio de

conhecer Sem (Gén. 21: 5; 25: 26), visto que ele esteve vivo até Jacó e Esaú

terem 50 anos de idade. É interessante notar que, por essa altura, Isaque foi

reconhecido por Abimeleque, como o sacerdote de Deus:

“Que não nos faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos

somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito do SENHOR.”

Gén. 26: 29.

Ora, a língua de Abrão e de seus descendentes era o Hebreu antigo! Portanto,

esta era a língua que Adão e Eva falavam, e na qual as verdades foram

transmitidas durante tantos séculos, até ao tempo de Jesus.

Éber ou Héber conforme a tradução utilizada, foi o 3º descendente da linhagem

de Sem. Foi durante a sua vida que Deus confundiu as línguas na torre de

Babel (Gn. 10:25, 32; 11:8). Daí que a língua de Héber, a original, passou a ser

distinguida das outras como o hebreu.

Se pensarmos que o plano de nosso Pai ao encher a Terra (Gén. 1: 28), era

preencher as vagas deixadas pelos anjos caídos, então podemos nos

perguntar, será o hebreu, em sua forma mais primitiva, a língua dos anjos (I

Cor. 13:1)?!

Um dia iremos saber!

“O Pai consultou Seu Filho com respeito à imediata execução de Seu

propósito de fazer o homem para habitar a Terra. Colocaria o homem sob

prova a fim de testar sua lealdade, antes que ele pudesse ser posto

eternamente fora de perigo. Se ele suportasse o teste com o qual Deus

considerava conveniente prová-lo, seria finalmente igual aos anjos. Teria

o favor de Deus podendo conversar com os anjos, e estes, com ele.”

História da Redenção, pág. 19 (Redimidos, pág. 17).

“O Céu triunfará, porque as vagas deixadas pela queda de Satanás e seu

exército serão preenchidas pelos remidos do Senhor.” Ellen White, The

Upward Look, February, Chapter 47, page 61, p. 7.

Gostaria ainda de fazer um breve comentário a um verso que apresentei

anteriormente e que pode gerar confusão:

“Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a

língua do outro.” Gén. 11: 7.

Este é um daqueles textos ao qual os trinitários gostam de aferrar-se, mas em

vão!

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Podemos facilmente compreender que as palavras “desçamos e

confundamos” têm uma conexão directa com as palavras “Façamos o homem

à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” em Gén. 1:26. Os verbos

encontram-se na 1ª pessoa do plural, modo imperativo. Quem é o sujeito em

ambos os textos?

“O SENHOR me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes

de suas obras. (…)

Então eu estava com ele, e era seu arquitecto; era cada dia as suas delícias,

alegrando-me perante ele em todo o tempo;” Prov. 8: 22, 30.

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos

pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem

constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” Heb. 1: 1, 2.

“Pai e Filho empenharam-Se na grandiosa, poderosa obra que tinham

planejado - a criação do mundo.

Depois que a Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram a

cabo Seu propósito, planejado antes da queda de Satanás, de fazer o homem

à Sua própria imagem. Eles tinham operado juntos na criação da Terra e de

cada ser vivente sobre ela. E agora, disse Deus a Seu Filho: "Façamos o

homem à Nossa imagem." Gên. 1:26.” História da Redenção, pags. 20, 21.

Sem dúvidas o sujeito é Deus, falando para Seu Filho Jesus!

É interessante entender que não foi Deus que desceu à torre de Babel, mas os

anjos. Bem pode ser que Deus se tenha referido também aos anjos quando

disse “desçamos e confundamos”:

“Anjos foram enviados para reduzir a nada o propósito dos edificadores.”

Patriarcas e Profetas, pág. 119.

A 1ª pessoa do plural, modo imperativo, refere-se a pelo menos duas pessoas.

No entanto, é bastante comum que uma pessoa de autoridade utilize esta

fórmula para dar ordens aos seus subordinados. O próprio Cristo se sujeita ao

Pai (I Cor. 15: 27,28; Mt. 7:8,9).

Perante tudo isto torna-se anti-bíblico, ridículo e inconsistente que três pessoas

falassem em coro “desçamos e confundamos”!