Qual a Melhor Tradução Da Bíblia

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Qual a Melhor Tradução Da Bíblia

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Qual a melhor traduo da bblia?

As tradues bblicas so baseadas em dois tipos de manuscritos: O "Texto Recebido ou Textus Receptus e o "Texto Crtico". Bom, isso faz com que tenhamos esse maravilhoso universo de tradues (ARC, ARF, ARA, NVI, AFC, BJ, TB, etc.) e parfrases das Sagradas Escrituras (NTLH, BV, A Mensagem etc.). O cristo do sculo XXI um grande privilegiado no acesso ao estudo fcil, acessvel e barato.

Texto Recebido

O texto recebido vem do Imprio Bizantino Emoticon smile imprio Romano do Oriente)que localizava-se, mais ou menos, na regio onde hoje esto a Grcia e a Turquia. O Imprio Bizantino de fala grega foi preservado da invaso maometana e continuou ativo at o sculo XV (quinze), quando surgiu a imprensa e, devido a isso, os manuscritos gregos do Novo testamento foram preservados, at hoje explicando assim a grande quantidade de manuscritos bizantinos que temos disponvel.

O Texto Majoritrio Emoticon smile Texto Bizantino) tem grande semelhana ao Texto receptus e, por isso, s vezes so considerados sinnimos, porm h algumas poucas diferenas que no vem a caso agora, trataremos dois como sinnimos.

O Texto Majoritrio um compilado que possui as seguintes caractersticas:

(a) Baseado em uns 5000 (cinco mil) manuscritos gregos (a maioria);

(b) Tais manuscritos no so os mais antigos (sculos oito, nove, dez, etc).

(c) Tais manuscritos possuem poucas variantes textuais entre si;

Em 1516 , a primeira edio impressa do Novo Testamento grego foi publicada por Erasmo de Rotterdam .Embora Erasmo tivesse usado apenas uns poucos manuscritos gregos do Texto Majoritrio , o seu texto no geral concordou com 90 a 95% dos 5.000 manuscritos .

Entre 1516 e 1526 Erasmo produziu mais quatro edies do texto grego, e em 1550 Estfano publicou um texto semelhante incorporando as valiosssimas divises em versculos; as dez edies de Beza (1565-1611) tinham pequenas variaes, e o seu texto foi reeditado mais tarde por Elzevir com mnima modificao.

As duas edies de Abrao Elzevir foram publicadas em 1624 e 1633. Esta ltima foi o primeiro texto a ser chamado de Texto Recebido ou Textus Receptus. Este ttulo proveniente da declarao de Elzevir no prefcio da edio de 1633: Agora tendes o texto recebido por todos. Entretanto, o termo Textus Receptus pode igualmente ser aplicado aos textos de Erasmo, Estfano, Beza e Elzevir.

O texto majoritrio foi o texto usado para as tradues do sculo 16 at o sculo 19, a traduo em Portugus de Joo Ferreira de Almeida foi feita em cima deste texto a ACF( Almeida Corrigida e Fiel) e a ARC( Almeida Revista e Corrigida) sos tradues que temos hoje baseadas neste textos.

Texto Crtico

Texto Crtico o texto do Novo Testamento conforme os procedimentos da crtica textual. Tambm conhecido como Texto Minoritrio por ser mais fortemente baseado na minoria dos manuscritos do Novo Testamento atualmente existentes, porm sendo alguns deles consideravelmente antigos, at do segundo sculo depois de Cristo.

O Texto Crtico um compilado que possui as seguintes caractersticas:

(a) Baseado em cinco manuscritos gregos(Aleph, A, B, C e D)

(b) Tais manuscritos so os mais antigos existentes (sculos 4 e5)).

(c) Tais manuscritos possuem mais variantes textuais entre si do que o Texto Recebido

Os estudiosos que produziram compilados baseados nesses manuscritos foram: Lachmann (1842-1850), Tischendorf (1865-1872), Treguelles (1857-1872), Westcott e Hort (1881) e Nestle-Aland.

No sculo 7 as igrejas do Norte da frica (Egito) e da Sria foram eliminadas pela invaso maometana; isso explica a pequena quantidade encontrada de manuscritos alexandrinos (egpcios) escritos em grego.

A maior parte das tradues recentes da Bblia, como a Nova Verso Internacional (NVI) e a Nova Traduo na Linguagem de Hoje (NTLH), e a Almeida Revista e Atualizada, adotam o Texto Crtico.

Princpios da Crtica Textual do Novo Testamento

Para estimar se a probabilidade de uma determinada leitura do texto original ou no, so usadas evidncias externas e internas que sugerem uma ou outra leitura so ponderadas at que especialistas julguem qual a mais provvel.

Evidncias externas

Vrios fatores sugerem maior chance de atestarem uma leitura original, por exemplo:

Antiguidade: quanto mais antiga for a fonte da leitura, mais provvel ela .

Quantidade: quanto mais frequente for a leitura, isto , quanto maior o nmero de manuscritos antigos que contm tal leitura, mais provvel ela .

Distribuio geogrfica: quanto mais distribuda for a leitura, mais provvel ela . Por exemplo, uma leitura atestada em manuscritos de vrias regies distantes mais provvel que uma encontrada em manuscrito de apenas um lugar.

Evidncias internnas

Tambm so utilizadas as evidncias internas, que pressupem hbitos de copistas bem-intencionados que podiam causar erros:

A leitura mais curta mais provvel: s vezes os copistas adicionavam comentrios pessoais s margens do texto como anotaes para uso prprio. Porm outros copistas desavisados poderiam pensar que os comentrios faziam parte do texto, e assim terminariam inserindo inadvertidamente comentrios no texto principal quando reproduzissem novas cpias.

A leitura mais complexa mais provvel: Palavras raras s vezes eram trocadas por sinnimos mais simples.

Agora, impressionante como alguns defendem o "Texto Recebido", como se este texto fosse o prprio autografo do hagigrafo, especialmente defensores da ACF (Almeida Corrigida Fiel), desenham as demais tradues como tragdias para o cristianismo ortodoxo. Como sempre, a postura fundamentalista excessivamente preocupada com questes secundrias. Alguns chegam a dizer que a expiao vicria ou a doutrina da Trindade so ameaadas por tradues como ARA (Almeida Revista e Atualizada) e NVI (Nova Verso Internacional).Chegam ainda ao absurdo de dizer que estas tradues baseadas no texto critico so produtos da Nova Era conspirao Iluminati e coisas do tipo. Existem tradues falsificas? claro que sim. Exemplo a Traduo do Novo Mundo. Graas ao bom Deus essas tradues so raras e restritas nas seitas correspondentes.

Podemos considerar o Texto Crtico como um complemento importante ao Texto Recebido. No uma questo de rivalidade entre a tradio e a modernidade ou entre o texto puro e o texto sob a crtica de eruditos no necessariamente cristos. detestvel a postura daqueles- especialmente os fundamentalistas clssicos- de celebrar uma traduo como pura. Assim tambm como detestvel aqueles que desprezam com cara de nojo qualquer traduo mais literalista.

Uma observao interessante que ao observarmos tradues mais modernas como ARA( Almeida Revista e Atualizada) veremos que elas possuem alguns textos entre [ colchetes] , isto quer dizer que o texto entre colchetes esta na traduo original de Almeida feita atravs do Texto Recebido, mas no esta nos textos do texto critico.Isto no problema algum, haja vista que nenhum texto que se encontra entre colchetes afeta uma doutrina sequer das Escrituras que pode ser confirmada por vrios outros textos.

J foi estudado aqui que os textos originais da bblia foram escritos em Aramaico Hebraico e Grego, sendo assim o que temos em qualquer outra lngua so tradues. O trabalho de cada sociedade bblica ter um texto mais prximo ao original e mais compreensvel para o leitor no trabalho de uma traduo seguem dois mtodos de traduo que so 1) equivalncia formal e 2) equivalncia dinmica.

A equivalncia dinmica(tambm conhecida como equivalncia funcional) um mtodo mais novo e revolucionrio baseada no principio do efeito equivalente. O objetivo desse tipo de traduo e certificar-se de que a relao entre o receptor e a mensagem a mesma relao que existia entre a mensagem original e seu leitor .Ela busca a naturalidade de expresso, e tenta apresentar ao receptor formas de comportamento relevantes dentro do contexto de sua prpria cultura fonte para entender a mensagem.Dessa maneira o receptor entende a mensagem mesmo sem conhecer os padres culturais da poca em que foram escritos os originais.Na Equivalncia dinmica o foco da ateno no esta voltado para a mensagem original palavra por palavra, mas no entendimento do receptor.Resumindo na equivalncia dinmica a preocupao do tradutor esta em entender o que o autor escreveu e transmitir esta mensagem o foco esta na ideia e no nas palavras.Temos a NTLH( Nova traduo Na Linguagem de Hoje) a VIVA como exemplos de traduo que usam a equivalncia dinmica.

J na equivalncia formal tentam traduzir o texto levando em conta palavra por palavra comparando exaustivamente com o original para garantir seu grau de exatido.Esse tipo de traduo permite que o leitor se identifique o Maximo possvel com o leitor do texto original e compreenda seus costumes, formas de pensar e maneiras de se expressar.Ou seja a preocupao do tradutor neste caso com a exatido das palavras em nosso idioma, a Bblia de Jerusalm e as verses clssicas Almeida usam este tipo de traduo.

A NVI e a Almeida Seculo 21 tentam ficar entre estas duas teorias, o texto dinmico e formal, tentam manter a fidelidade ao texto e ao mesmo tempo passar uma mensagem de forma mais clara e dinmica para o leitor.

Observando bem percebemos que os dois mtodos de traduo possuem seus pontos fortes e fracos. O ponto fraco da Equivalncia formal que em idiomas e culturas diferentes nem sempre os vocbulos se equivalem e tm a mesma exatido, outro ponto fraco que muitas vezes a linguagem fica dura ou truncada para um leitor com pouco grau de instruo, o ponto forte a maior exatido exegtica.Na equivalncia dinmica o principal ponto fraco a falta de exatido exegtica j o ponto forte a acessibilidade a informao de forma clara, principalmente para aquelas pessoas menos instrudas que pelo menos aqui no Brasil so a maioria.

John Piper fala o seguinte sobre os textos feitos com equivalncia dinmica:

As parfrases so valiosas como interpretao, mas no como traduo

Parafrasesar dizer a mesma coisa com palavras diferentes das usadas pelo autor, tem a inteno de dizer o que os escritores da bblia queriam dizer de uma maneira mais simples, detalhando onde necessrio para facilitar a compreenso do leitor.

Fica a pergunta inicial qual traduo a melhor? Penso que precisamos deixar de meninices e brigas tolas e buscarmos aproveitar essa riqueza de tradues (sejam antigas ou novas, equivalncia dinmica ou formal) para um melhor entendimento das Escrituras. Penso que devemos ter tantas tradues quanto forem possveis assim como se possvel uma bblia na lngua original e um dicionrio de lxicos. Isso sim seria ideal. Usaramos um texto com equivalncia dinmica para facilitar nossa compreenso de forma geral e o texto de equivalncia formal para estudos exegticos e em caso de dvidas buscamos a lngua original usando um dicionrio de lxicos caso no dominemos as lnguas originais.

Ento, qual a melhor traduo da Bblia? A resposta : esquea isso. No existe a melhor traduo. Simplesmente compare diversas tradues e seja bblico.