Palestra sobre Gestão de Serviços Jurídicos, por Lara Selem em Londrina
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: DESEMPENHO DOS … ANGELICA SELEM GOMES SILVA.pdf · atuação como...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO PEDAGOGIA EMPRESARIAL
A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: DESEMPENHO DOS TRABALHADORES
por: Ana Angélica Selem Gomes Silva
Orientadora: Prof ª Carly Machado
Rio de Janeiro 2005
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO PEDAGOGIA EMPRESARIAL
A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: DESEMPENHO DOS TRABALHADORES
Monografia apresentada à
Universidade Cândido Mendes,
como parte dos requisitos para a
aprovação no Curso de Pós-
Graduação em Pedagogia
Empresarial, por Ana Angélica
Selem Gomes Silva.
Orientadora: Prof ª Carly Machado
Rio de Janeiro 2005
Agradecimentos:
Agradeço a Deus por mais uma etapa
cumprida. Ao meu marido e ao meu filho pelo
apoio que foi dado a cada instante na
concretização dessa nova conquista.
Às companheiras de trajetória Luiza e Skell
pelo companheirismo em vencer os
obstáculos desta etapa.
Pela orientação e ajuda agradeço a
professora Adélia.
Muito Obrigada.
SUMÁRIO
Resumo
Introdução 02
Capítulo 1 - Qualidade de Vida no Trabalho: Origem, Evolução e
Perspectiva 04
1.1 - Conceituado Qualidade de Vida no trabalho: suas dimensões 07
1.2 - Evolução do Conceito de qualidade de Vida no Trabalho 11
1.3 - Dificuldades e Obstáculos 13
Capítulo 2 - Uma questão cada vez mais atual: Qualidade de Vida
do Trabalhador 15
2.1 - Origem dos estudos sobre qualidade de Vida do Trabalhador 15
2.2 - Conceitos e Critérios para a Qualidade de Vida do Trabalhador 16
2.3 - A Qualidade de Vida e seus Enfoques 27
2.3.1 - Qualidade de Vida com Responsabilidade do Governo 28
2.3.2 - Qualidade de Vida no Trabalho ou Qualidade de vida do
Trabalhador 28
2.3.3 - Qualidade de Vida ou Qualidade da Vida do Trabalhador 29
Capítulo 3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –
Objetivo e Constituição 31
3.1 - Organização 32
3.2 - Das Atribuições 33
3.3 - Experiência enquanto Membro da Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes 36
Capítulo 4 - Pedagogia na Empresa 38
Considerações Finais 41
Bibliografia 43
Folha de Avaliação 44
RESUMO
Uma empresa moderna que deseja sobreviver e perpetuar-se deve
valorizar o ser humano, propiciando o desenvolvimento de ações que
melhorem o nível na Qualidade de Vida no ambiente físico de trabalho dos
indivíduos, que representa satisfação interna entre empregado e empregador.
A preocupação com a saúde e satisfação dos funcionários não é uma questão
de filantropia das empresas, mas sim hoje uma garantia de sobrevivência,
tornando-se importante à análise das condições físicas do ambiente no posto
de trabalho, considerando as características individuais do ser humano que
refletem automaticamente nos níveis de desempenho e na qualidade de Vida e
Saúde dos Trabalhadores.
Diante das transformações constantes e muito rápidas no mundo do
trabalho, os impactos em relação às condições de vida e saúde dos
trabalhadores são muito evidenciados, surgindo a necessidade de adoção de
novas técnicas para garantir um ambiente adequado de trabalho e atingir seus
objetivos, respeitando a legislação vigente.
Pode-se motivar o trabalhador, criando um ambiente de participação, de
integração com superiores, com colegas de trabalho, partindo sempre de
compreensão das necessidades dos empregados. A gerências ou o líder mais
próximo tem a responsabilidade de criar um ambiente onde as pessoas
possam se sentir bem. Elas também precisam saber o que a administração
espera que eles produzam e de que maneira. A gerência ou líder mais próximo
precisa estar sempre demonstrando que as pessoas têm um papel importante
na organização e que outras pessoas contam com elas.
Somos conscientes de que o trabalho é vital para o ser humano, torná-lo
mais participativo, utilizando potencialidades e talentos, dar-lhes condições de
trabalho adequadas, resultará no aumento da saúde mental e física dos
trabalhadores. Assim, um programa de Qualidade de Vida no Trabalho deve
atingir todos os níveis, direcionado esforços para a canalização da energia
disponível para o comprometimento humano.
2
INTRODUÇÃO
Trago como reflexão as implicações e elementos que compõem a
questão a cerca da Qualidade de Vida no Trabalho e as influências que podem
gerar aumento da motivação, da satisfação e do desempenho dos
trabalhadores, no seu ambiente de trabalho.
Este estudo tem como objetivo observar, analisar tarefas,
desempenhos, desenvolvimento, e nesta perspectiva refletir criticamente sobre
a complexidade do processo de Qualidade de Vida no Trabalho.
Nestes níveis, pretendemos compreender os planos de Qualidade de
Vida no Trabalho que resultem na conscientização dos trabalhadores no que se
refere à importância da auto realização no ambiente organizacional e
proporcionar este contexto interno na vida do individuo. Com isto, novas
gestões onde diversas organizações já estão desenvolvendo programas de
treinamento e políticas ajustadas a atender especificamente essa necessidade.
No capítulo 1 desenvolveremos uma breve trajetória sobre origem,
evolução e perspectiva da temática. Acompanhando esta abordagem sobre
Qualidade Total surgiu a Qualidade de Vida no Trabalho que esta focalizando
no potencial humano e no meio que convive em todos os sentidos, buscando
uma organização mais humanizada e proporcionando condições de
desenvolvimento pessoal ao indivíduo, são as estratégias que as empresas
estão utilizando para atingir os objetivos propostos dentro da Qualidade de
Vida no Trabalho em sua totalidade.
No capítulo 2 deveremos abordar a promoção da Qualidade de Vida no
Trabalho, como tem sido tratado este assunto estratégico para as empresas,
pois muitas começaram a visualizar a importância desse trabalho a ser
desenvolvido junto aos seus colaboradores, gerando resultados positivos dessa
nova transformação a partir de novas políticas de Recursos Humanos.
Entretanto trabalhamos com conscientização, compreensão e aprendizagem, já
que lidamos com pessoas onde as características valores éticos, culturais e
sociais e formação escolar serão diferenciados para cada indivíduo no que se
3
refere apreender conceitos e atitudes. Os impactos da baixa Qualidade de Vida
do Trabalhador nas atividades da empresa são conhecidos como baixa
produtividade, elevando índices de rotatividade, de custos de assistência
médica entre outros. As pessoas estão cada vez exigentes com as condições
de trabalho, resgatando valores sobre a importância do trabalho em suas vidas.
As organizações hoje, mais do que nunca estão sendo chamadas a
atuar junto a seus trabalhadores com uma abordagem cada vez mais
educativa, por exemplo, como, educação para qualidade no trabalho buscando
o desenvolvimento sujeito -trabalhador.
Mas Qualidade de Vida no trabalho vai além dos “muros” das
organizações quando a precariedade políticas públicas de educação, saúde,
segurança e social não atende as necessidades básicas qualquer cidadão, e
necessário que as empresas estabeleçam parcerias com a sociedade e o
Estado num trabalho de melhorias para “bem-estar dos cidadãos”.
No capítulo 3 abordaremos como vivência e experiência a minha
atuação como membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes) em relação ao ambiente organizacional (empresa privada) onde
atuo como colaboradora. Qual o trabalho ser desenvolvido CIPA? O que
significa para o empregado e empregador? Relação da organização com
trabalho desenvolvido pela CIPA? Como os colaboradores vêem a importância
Qualidade de vida e da CIPA no seu cotidiano?
No capítulo 4 destacamos sobre a importância do Pedagogo na
Empresa, devido à necessidade de manter a competitividade no mercado exige
desenvolver sempre novas competências nos funcionários. Nesse campo, a
tarefa do Pedagogo é crucial, colaborando não só nos processos de
capacitação em serviços, necessidades em função de cada contexto e os
meios para gerá-las mais rapidamente nos grupos de trabalho.
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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CAPÍTULO 1
Qualidade de Vida no Trabalho:
Origem, Evolução e Perspectiva:
O mundo vive hoje um momento de transição fantástico que se reflete na
busca incessante de incremento da competitividade organizacional. Tal desafio,
por sua vez, pode ser apontando como um dos responsáveis pela necessidade
da qualidade. É importante que as organizações passem a pensar em
sedimentar suas habilidades e potencias para abraçar um novo conceito de
trabalho, bem como os desafios a ele inerentes. A qualidade de vida sempre foi
objeto de preocupação da raça humana.
Na década de 1940, movida pela necessidade de contrapor-se a
desumanização no trabalho surgida com a aplicação de métodos rigorosos,
surge a Teoria das Relações Humanas com a concepção do homem social,
que considera os trabalhadores como seres complexos, com sentimentos,
desejos e temores. As pessoas são motivadas por certas necessidades e
alcançam satisfação através de grupos com os quais interagem. (Chiavenato,
1983).
A Qualidade de Vida no Trabalho surgiu em 1950 com os estudos de
Eric Trist para designar experiências calcadas na relação indivíduo-trabalho-
organização, com base na reestruturação da tarefa, com o objetivo de tornar a
vida dos trabalhadores menos penosa.
No século XX, muitos pesquisadores contribuíram para o estudo sobre a
satisfação do indivíduo. Entre eles destacamos Helton Mayo, cujas pesquisas,
(apud FERREIRA, 1999), são altamente relevantes para o estudo do
comportamento humano, da motivação dos indivíduos para a obtenção das
metas organizacionais e da Qualidade de Vida do Trabalhador, principalmente
a partir das pesquisas e estudos na Western Eletric Company (Hawthorne,
Chicago) no início dos anos 20, que culminaram com a escola de Relações
Humanas 1.
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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O trabalho de Abrahan H. Maslow (apud FERREIRA, 1999), que
concebeu a hierarquia das necessidades, composta de cinco necessidades
fundamentais: fisiológicas, segurança, amor, estima e auto-realização. Douglas
McGregor, autor da Teoria X, por sua vez, considerava, entre outras coisas,
que o compromisso com os objetivos depende das recompensas à sua
consecução, e que o ser humano não só aprende a aceitar a responsabilidade,
como passa a procurá-las, (FERREIRA, 1999). Essa teoria, aliás, na sua
essência, busca a integração entre os objetivos individuais e os
organizacionais. Segundo RODRIGUES (1999), várias das dimensões
destacadas por McGregor são analisadas e consideradas em programas de
Qualidade de Vida no Trabalho.
O autor Frederick Herzberg detectou que os engenheiros e contadores
associavam a insatisfação com o trabalho ao ambiente de trabalho e a
satisfação com o trabalho ao conteúdo. Assim, os fatores higiênicos – capazes
de produzir insatisfação – compreendem: a política e a administração da
empresa, as relações interpessoais com os supervisores, supervisão,
condições de trabalho, salários, status e segurança no trabalho. Os fatores
motivadores – geradores de satisfação – abrangem: realização,
reconhecimento, o próprio trabalho, responsabilidade e progresso ou
desenvolvimento (FERREIRA, 1999).
Os autores NADLER E LAWLER oferecem uma interessante e
abrangente visão da evolução do conceito de Qualidade de Vida no Trabalho,
conforme o quadro abaixo:
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE QVT
CONCEPÇÕES EVOLUTIVAS DO
QVT
CARACTERÍSTICAS OU VISÃO
1. QVT como uma variável (1959 a
1972)
Reação do indivíduo ao trabalho.
Investiga-se como melhorar a
qualidade de vida no trabalho para o
indivíduo.
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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2. QVT como uma abordagem (1969 a
1974)
O foco era o indivíduo antes do
resultado organizacional; mas, ao
mesmo tempo, buscava-se trazer
melhorias tanto ao empregado como à
direção.
3. QVT como um método (1972 a
1975)
Um conjunto de abordagens, métodos
ou técnicas para melhorar o ambiente
de trabalho e tornar o trabalho mais
produtivo e mais satisfatório. QVT era
vista como sinônimo de grupos
autônomos de trabalho,
enriquecimento de cargo ou desenho
de novas plantas com integração social
e técnica.
4. QVT como um novimento (1975 a
1980)
Declaração ideológica sobre a
natureza do trabalho e as relações dos
trabalhadores com a organização. Os
termos “administração participativa” e a
democracia industrial “eram
freqüentemente ditos como ideais do
movimento de QVT”.
5. QVT como tudo (1970 a 1982) Como panacéia contra a competição
estrangeira, problemas de qualidade,
baixas taxas de produtividade, problemas
de queixas e outros problemas
organizacionais.
Registra-se que a perspectiva pela melhor Qualidade de Vida no
Trabalho tem como objetivo como segurança, conforto, lazer, desenhos de
cargos, novas estruturas e distribuição de tarefas, melhor remuneração,
garantia de desenvolvimento e treinamento.
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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O novo modelo das empresas numa economia globalizada está sendo o
de indivíduos saudáveis, respeitando e contribuindo para uma comunidade e
meio-ambiente mais harmônicos. Empresas saudáveis entendem a ligação
entre sua cultura, seus valores, suas práticas gerenciais, a saúde e a
produtividade de seus colaboradores.
1.1 Conceituando Qualidade de Vida no Trabalho e suas
Dimensões:
Qualidade de Vida no Trabalho é o conjunto das ações de uma empresa
que envolve a implantação de melhorias e inovações gerencias e tecnológicas
no ambiente de trabalho. A construção da Qualidade de Vida no Trabalho
ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um
todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. O posicionamento
biopsicossocial representa o fator diferencial para a realização de diagnóstico,
campanhas, criação de serviços e implantação de projetos voltados para a
preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho na empresa
Franca (1997 apud FERREIRA, 1999).
A origem do conceito vem da medicina psicossomática que propõe umas
visões integradas, holísticas do ser humano, em oposição à abordagem
cartesiana que divide o ser humano em partes.
Vale destacar também que o termo Qualidade de Vida no Trabalho pode
ser definida como uma percepção subjetiva do indivíduo com relação a sua
vida, relativa ao bem estar físico e emocional, amplamente influenciada dos
fatores sociais, culturais, ambientais, éticos e pelo estilo de vida. A Qualidade
de Vida deve ser caracterizada como um termo abstrato, pois implica na inter-
relação mais ou menos harmoniosa dos vários fatores mencionados, que
moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano.
Consideram que a sociedade vive novos paradigmas de modos de vida
dentro e fora da empresa, gerando, em conseqüência, novos valores e
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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demandas de Qualidade de Vida no Trabalho. Para os referidos autores, outras
ciências têm dado sua contribuição ao estudo da Qualidade de Vida no
Trabalho, tais como:
• Saúde – nessa área, a ciência tem buscado preservar a
integridade física, mental e social do ser humano e não
apenas atuar sobre o controle de doenças, gerando avanços
biomédicos e maior expectativa de vida.
• Ecologia – Vê o homem com parte integrante e responsável
pela preservação do sistema dos seres vivos e dos insumos
da natureza.
• Ergonomia – estuda as condições de trabalho ligadas à
pessoa. Fundamenta-se na medicina, na psicologia, na
motricidade e na tecnologia industrial, visando ao conforto na
operação.
• Psicologia – justamente com a filosofia, demonstra a influência
das atitudes internas e perspectivas de vida de cada pessoa
em seu trabalho e a importância do significado intrínseco das
necessidades individuais para seu envolvimento com o
trabalho.
• Sociologia – resgata a dimensão simbólica do que é
compartilhado e construído socialmente, demonstrando suas
implicações nos diversos contextos culturais e antropológicos
da empresa.
• Economia – enfatiza a consciência de que os bens são finitos
e que a distribuição de bens, recursos e serviços deve
envolver de forma equilibrada e responsabilidade e os direitos
da sociedade.
• Administração – procura aumentar a capacidade de mobilizar
recursos para atingir resultados, em ambiente cada vez mais
complexo, mutável e competitivo.
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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• Engenharia – elabora formas de produção voltadas para a
flexibilização da manufatura, armazenamento de matérias,
WALTON (apud FERNANDES, 1996) propõe oito categorias conceituas,
incluindo critérios de Qualidade de Vida no Trabalho, conforme abaixo:
CRITÉRIOS INDICADORES DE QVT
1. Compensação Justa e Adequada Equidade interna e externa
Justiça na compensação
Partilha de ganhos de produtividade
2. Condições de Trabalho Jornada de trabalho razoável
Ambiente físico seguro e saudável
Ausência de insalubridade
3. Uso e Desenvolvimento de
Capacidades
Autonomia
Autocontrole relativo
Qualidades múltiplas
Informações sobre o processo total do
trabalho
4. Oportunidade de Crescimento e
Segurança
Possibilidade de carreira
Crescimento pessoal
Perspectiva de avanço salarial
Segurança de emprego
5. Integração social na Organização Ausência de preconceitos
Igualdade
Mobilidade
Relacionamento
Senso Comunitário
6. Constitucionalismo Direitos de proteção ao trabalhador
Privacidade pessoal
Liberdade de expressão
Tratamento
7. O trabalho e o espaço total de vida Papel balanceado no trabalho
Estabilidade de horários
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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Poucas mudanças geográficas
Tempo para lazer da família
8. Relevância social do trabalho na
vida
Imagem da empresa
Responsabilidade social da empresa
Responsabilidade pelos produtos
Práticas de emprego
Para SILVA e DE MARCHI 1997 (apud FERREIRA, 1999) a adoção de
programas de Qualidade de Vida e promoção da saúde proporcionariam ao
indivíduo maior resistência ao estresse, maior estabilidade emocional, maior
motivação, maior eficiência no trabalho, melhor auto-imagem e melhor
relacionamento. Por outro lado, as empresas seriam beneficiadas, menor
absenteísmo/rotatividade, menor número de acidentes, menor custo de saúde
assistencial, maior produtividade, melhor imagem e, por último, um melhor
ambiente de trabalho.
Para SUCESSO (1998 apud FERREIRA, 1999), pode-se dizer, de
maneira geral, que a Qualidade de Vida no Trabalho abrange:
• Renda capaz de satisfazer às expectativas pessoais e
sociais;
• Orgulho pelo trabalho realizado;
• Vida emocional satisfatória;
• Auto-estima;
• Imagem da empresa/instituição junto à opinião pública;
• Equilíbrio entre trabalho e lazer;
• Horário e condições de trabalho sensato;
• Oportunidades e perspectivas de carreira;
• Possibilidade de uso do potencial;
• Respeito aos direitos; e
• Justiça nas recompensas.
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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1.2 - Dificuldades e Obstáculos:
“Existe uma grande distância entre o discurso e a prática. Filosoficamente,
todo mundo acha importante a implantação de programas de Qualidade de
Vida no Trabalho, mas na prática prevalece o imediatismo e os investimentos
de médios e longos prazos são esquecidos. Tudo está por fazer. A maioria dos
programas de Qualidade de Vida no Trabalho tem origem nas atividades de
segurança e saúde no trabalho e muitos nem sequer se associam a programas
de Qualidade Total ou de melhoria do clima organizacional. Qualidade de Vida
no Trabalho só faz sentido quando deixa de ser restrita a programas internos
de saúde ou lazer e passa a ser discutida num sentido mais amplo, incluído
qualidade das relações de trabalho e suas conseqüências na saúde das
pessoas e da organização”.(LIMONGI e ASSIS, 1995:28) apud FERREIRA,
(1999).
Qualidade de Vida no Trabalho é uma evolução da Qualidade Total. Não
dá para falar em Qualidade Total se não abranger a Qualidade de Vida das
pessoas no trabalho. O esforço que tem que se desenvolver é de
conscientização e preparação para uma postura de qualidade em todos os
sentidos. E necessária à coerência em todos os enfoques.
Qualidade de Vida no Trabalho significa condições adequadas e os
desafios de respeitar e ser respeitado como profissional. O trabalho focado em
serviço social e saúde é muito imediatista. É necessário colocar a Qualidade de
Vida no Trabalho um contexto mais intelectual, não só concreto e imediato. O
excesso de pragmatismo leva ao reducionismo.
Qualidade de Vida no Trabalho deve estar num contexto mais amplo de
qualidade e de gestão. A gestão das pessoas deve incluir esta preocupação.
A busca da produtividade e qualidade tem constituído no fator principal
para as empresas proporcionarem a Qualidade de Vida dentro das
organizações e não fora delas como mecanismo compensatórios, visto que ao
promover saúde e o bem estar de seus funcionários, observando tarefas,
desempenhos, desenvolvimento, elementos que a Qualidade de Vida no
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
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trabalho gerencia, obtêm-se aumento da motivação, da satisfação e do
desempenho dos trabalhadores. Mas se o trabalhador não tiver condições de
trabalho adequadas, se estiver sofrendo processos de desmotivação se estiver
com sua saúde comprometida, as possibilidades de erros tornam-se muito
grandes. Não é possível dissociar a condição humana do processo, como se
um não pudesse interferir no outro. Logo, a qualidade de um produto depende
da Qualidade de Vida das pessoas que estão envolvidas com as atividades
relacionadas, tornando o gerenciamento da Qualidade de Vida no Trabalho um
instrumento importante para alcançar os objetivos da qualidade e da empresa
como um todo LIMONGI e ASSIS, (1995 apud FERREIRA, 1999).
A Qualidade de Vida no Trabalho inevitavelmente requer a construção
de um espaço organizacional que valorize a subjetividade, considerando os
trabalhadores sujeitos do seu trabalho e não objeto de produção. É importante
uma cultura organizacional voltada para o desvendar do potencial criativo de
seus empregados, oportunizando aos mesmos a participação nas decisões que
afetam sua vida no trabalho. No entanto, nem sempre isso acontece, criando
dilemas para as lideranças de como oferecer as condições necessárias para
que os esforços humanos se mobilizem efetivamente na realização dos
objetivos organizacionais e ao mesmo tempo preparar trabalhos com suficiente
significação e recompensas, que permitam o reconhecimento pelos esforços
empreendidos no desempenho das tarefas e o incremento da produtividade.
Assim sendo, a Qualidade de Vida no Trabalho vai existir quando
os membros da organização forem capazes de gratificar necessidades
profissionais importantes por meio de oportunidades oferecidas pelas
organizações, que contemple preocupação com o desenvolvimento no
trabalho, com a eficácia da organização e com a idéia da participação dos
trabalhadores na solução de problemas e tomadas de decisões LIMONGI e
Assis (1995 apud FERREIRA, 1999).
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
13
1.3- Perspectivas e Desafios:
A revista HSM Management publicou em abril 2000 um levantamento
efetuado pela consultoria internacional Bain& Company sobre as ferramentas
gerenciais mais utilizadas pelos executivos na América do Sul, Europa,
Estados Unidos e Canadá HSM MANAGEMENT, (2000 apud FERREIRA,
1999), A ferramenta, mais voltada aos interesses pessoais dos executivos foi
“Remuneração por Desempenho”, com 78%, 67% e 77%de preferência,
respectivamente, conforme tabela abaixo:
RANKINGS COMPARADOS
América do Sul Europa EstadosUnidos e Canadá
Benchmarking – 85% Benchmarking – 88% Planejamento Estratégico
– 92%
Planejamento
Estratégico-83%
Planejamento Estratégico
77% Missão/Visão – 86%
Gestão da Qualidade
Total – 83%
Aferição da Satisfação do
Cliente – 76%
Aferição da Satisfação do
Cliente – 80%
Terceirização – 80% Remuneração por
Desempenho- 67% Benchmarking – 79%
Remuneração por
Desempenho –78% Terceirização – 67% Terceirização – 78%
Aferição da Satisfação do
Cliente-65%
Segmentação da
Clientela – 66%
Remuneração por
Desempenho – 77%
Segmentação da
Clientela – 55% Missão/Visão – 65%
Alianças Estratégicas -
69%
Missão/Visão - 50% Gestão da Qualidade
Total – 65%
Estratégias de
Crescimento – 66%
1 Todas as informações aqui desenvolvidas foram retiradas do Caderno de Pesquisas em Administração. Janeiro/março 2001 São Paulo, v 08, nº 11.
14
Nota-se, que em termos de incentivo e bem-estar do trabalhador o foco
de um modo geral, é eminentemente pecuniário. Todavia apresenta alguns
paradoxos.
Ou seja, Qualidade de Vida no Trabalho como instrumento gerencial vai
muito além da obtenção de um salário polpudo. Outras considerações devem
ser mais feitas à sua correta e adequada implementação. Não obstante a
pesquisa da Bain & Company indica um elevado grau de utilização de
programas de Gestão de Qualidade Total, aliás, com os quais a Qualidade de
Vida no Trabalho tem uma ligação umbilical, ainda há muito a ser feito.
Segundo FERNANDES (1996:38-39 apud FERREIRA, 1999):
“Apesar de toda a badalação em cima das novas tecnologias de produção,
ferramentas de Qualidade etc., é fato facilmente constatável que mais e mais os
trabalhadores se queixam de uma rotina de trabalho, de uma subutilização de
suas potencialidades e talentos, e de condições de trabalho inadequadas. Estes
problemas ligados à insatisfação no trabalho têm conseqüências que geram um
aumento do absenteísmo, uma diminuição do rendimento, uma rotatividade de
mão-de-obra mais elevada, reclamações e greves mais numerosas, tendo um
efeito marcante sobre a saúde mental e física dos trabalhadores, e, em
decorrência na rentabilidade empresarial”.
15
CAPÍTULO 2
Uma questão cada vez mais atual: Qualidade de Vida no
Trabalho:
A Qualidade de Vida do Trabalhador tem se tornado tema de muitos
debates entre os acadêmicos e empresários. Atualmente, considera-se como
uma tendência na Administração de Recursos Humanos tratar sobre a
aplicabilidade e importância de estabelecer uma política direcionada para a
qualidade de Vida, dentro das organizações.
Com o surgimento dos Programas de Qualidade Total, a implantação de
políticas relacionadas à Qualidade de Vida dos Trabalhadores foram se tornado
mais constantes, embora saiba-se que muito ainda resta para ser feito.
Contudo, a Qualidade de Vida dos Trabalhadores vai além de um programa de
benefícios que inclua tíquetes alimentação, plano de saúde e festas de final de
ano, pois os trabalhadores não têm sua vida restrita apenas aos muros da
empresa. Sabe-se que a organização não é a única responsável pela
Qualidade de Vida dos Trabalhadores, pois o Estado também deve ser
responsável por proporcionar condições mínimas de bem-estar para os
cidadãos.
O próprio trabalhador deve ter responsabilidade pela sua Qualidade de
Vida, aproveitando de forma saudável os benefícios recebidos da empresa e do
Estado e retribuindo através de sua participação e comprometimento.
2.1- Origem dos estudos sobre Qualidade de Vida do
Trabalhador:
Os estudos referentes à Qualidade de vida no Trabalho tiveram origem
nos estudos realizados por Eric Trist e seus colaboradores, no Tavistock
16
Institute of Human Relations, criado em Londres, no ano de 1946. Segundo
Ortsman (1984 apud SILVA, 2001), esse instituto foi criado por uma equipe de
investigadores de ciências sociais que tinha resolvido alguns problemas
práticos na Segunda Guerra Mundial. O grupo era formado por psiquiatras,
psicólogos e antropólogos, que reuniram-se para resolver problemas
específicos de organizações e de relação social (principalmente relações
internas entre os próprios trabalhadores e/ou entre trabalhadores e chefia) em
diversas empresas de grande porte.
Ortsman (1984 apud SILVA, 2001) comenta que, a partir dos anos 60,
surge uma nova proposta em termos de experimentação social valorizando a
organização do trabalho e os benefícios por ela causados. A idéia era ligada à
humanização do trabalho ou a reconciliação do homem com seu trabalho. Em
qualquer dos casos, tratava-se de:
• Favorecer a melhoria das condições de vida no trabalho;
• Respeitar cada vez mais a necessária diversidade das
expectativas individuais;
• Modificar profundamente a natureza das atividades e os
tipos de relações ligadas ao trabalho, especialmente
porque se põe em causa o modelo hierárquico tradicional.
2.2 - Conceitos e critérios para a Qualidade de Vida do
Trabalhador
Para Walton (1973 apud SILVA, 2001), a meta de um programa de
Qualidade de Vida no Trabalho é gerar uma organização mais humanizada, em
que o trabalho envolva, simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e
de autonomia a nível do cargo, recebimento de recursos de feedback sobre o
desempenho, com tarefas adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e
com ênfase no desenvolvimento pessoal do indivíduo.
17
Segundo Fernandes (1996 apud SILVA, 2001), embora diversos autores
apresentem enfoques diferentes para o conceito de Qualidade de Vida no
Trabalho, todos eles voltam seus conceitos para a questão da conciliação de
interesses dos indivíduos e das organizações. A autora referencia a influência
dos fatores, tecnológicos e sócio-psicológicos que afetam a cultura e o clima
organizacional, influenciando o bem-estar do trabalhador:
“Qualidade de Vida no Trabalho deve ser considerada como uma
gestão dinâmica porque as organizações e as pessoas mudam
constantemente e é contigencial porque depende da realidade de cada
empresa no contexto em que está inserida. Além disso, pouco resolve
atentar-se apenas para fatores físicos, pois aspectos sociológicos e
psicológicos interferem igualmente na satisfação dos indivíduos em
situação de trabalho; sem deixar de considerar os aspectos
tecnológicos da organização do próprio trabalho que, em conjunto,
afetam a cultura e interferem no clima organizacional com reflexos na
produtividade e na satisfação dos empregados”.(p46)
Quanto ao Bom Sucesso (1998), conceituou Qualidade de Vida:
“É acima de tudo, aprender a desfrutar do que se tem, valorizar
conquistas, empenhar-se no autoconhecimento, desenvolver
posturas facilitadores, cuidar da saúde física e emocional, ter lazer,
desenvolver-se emocionalmente” (p. 176).
Pode-se observar que os conceitos têm evoluído no decorrer dos anos,
envolvendo principalmente os aspectos psicológicos dos trabalhadores. Em
1973, por exemplo, Walton destacava a necessidade de uma organização mais
humanizada e preocupada como desenvolvimento pessoal do indivíduo, diante
dos avanços tecnológicos e do crescimento econômico. Ao direcionarmos a
evolução dos conceitos através dos autores brasileiros, podemos destacar que
Fernandes (1996), salientava a importância de considerar a influência dos
fatores físicos, tecnológicos e sócio-psicológicos no bem-estar do trabalhador e
que estes interferiam na produtividade e satisfação dos empregados.
18
Atualmente, percebe-se que os estudos referentes à Qualidade deVida do
Trabalhador estão indo mais longe. Bom Sucesso, desde 1998, enfatiza a
necessidade de cuidados com a saúde física e emocional dos trabalhadores,
principalmente nos aspectos relacionados aos sentimentos, como por exemplo,
medo, ansiedade, raiva, entre outros. A autora também oferece a proposta de
conscientização do trabalhador, no sentido de que este torne-se responsável
pela obtenção da sua Qualidade de Vida.
Ao tratar-se dos critérios estabelecidos para investigação de Qualidade de
Vida do Trabalhador, optou-se por expor os estabelecidos por Walton (1973),
por considerar-se como mais completo.
Walton (1973 apud SILVA, 2001), estabeleceu oito categorias a serem
investigados para analisar a Qualidade de Vida no Trabalho. Apresenta-se aqui
uma revisão dessas categorias. Após essa revisão, propõe-se uma reflexão
sobre as categorias estabelecidas e sua possível adequação ao contexto atual.
1) Compensação Justa e Adequada – está relacionada coma remuneração
recebida pelo trabalhador em troca de seu trabalho. Desdobra-se nos
seguintes indicadores:
a) Remuneração adequada – é a remuneração necessária para
atender as necessidades pessoais, sociais e econômicas do
empregado.
b) Equidade interna – equivalência na remuneração entre os
membros de uma mesma organização.
c) Equidade externa – equivalência na remuneração em relação a
outros profissionais da mesma categoria no mercado de trabalho.
2) Condições de Trabalho – relaciona-se com a saúde e o ambiente físico
em que o trabalhador está inserido. Compreende:
a) Jornada de Trabalho – quantidade de horas trabalhadas
relacionadas com a tarefa executada.
19
b) Carga de Trabalho – quantidade de trabalho realizada pelo
empregado em um turno.
c) Ambiente Físico Seguro e Saudável – local de trabalho que
compreenda bem-estar e organização e ofereça condições de
segurança e saúde, evitando o risco de doenças ou acidentes.
d) Idade Limite – quando o trabalho realizado for potencialmente
destrutivo para o bem-estar das pessoas, se realizando abaixo ou
acima de certa idade.
e) Material e Equipamento – quantidade e qualidade nos materiais
disponíveis para a execução do trabalho.
3) Uso e Desenvolvimento de Capacidade – refere-se às oportunidades
que o trabalhador tem de aplicar no dia-a-dia seu conhecimento e suas
aptidões profissionais.
a) Autonomia – liberdade/autonomia na programação e execução no
trabalho.
b) Planejamento – inclui o planejamento e a
execução/implementação das atividades.
c) Significado da Tarefa – relevância da tarefa na vida e no trabalho
de outras pessoas, dentro e fora da organização.
d) Identidade da Tarefa – medida da tarefa na sua integridade e na
avaliação do resultado.
e) Variedade da Habilidade (aptidão) – possibilidade de utilização de
uma larga escala de capacidade e habilidades do empregado
(multifuncionabilidade).
f) Informação e Perspectiva – informação sobre o processo total de
trabalho, assim como da própria atividade realizada.
4) Oportunidade de Crescimento e Segurança – relaciona-se com as
oportunidades oferecidas pela organização para o crescimento e
20
desenvolvimento pessoal de seus empregados e para a sua segurança
no emprego. Tem como critérios:
a) Possibilidade de Carreira – possibilidade de desenvolver uma
carreira dentro da organização.
b) Crescimento Pessoal – desenvolvimento de potencialidades,
capacidades, habilidades, aptidões do trabalhador.
c) Segurança no Emprego – grau de segurança dos trabalhadores
quanto à manutenção de seus empregos.
5) Integração Social na Organização – propõe a avaliação da integração
social entre os empregados e a ausência de diferenças, através dos
seguintes critérios:
a) Ausência de Preconceitos – incluindo cor, raça, sexo, religião,
nacionalidade, estilo de vida e aparência física, entre outros.
b) Igualitarismo – ausência de estratificação em termos de símbolo
de status e/ ou estruturas hierárquicas.
c) Relacionamento – relações saudáveis entre organização e
trabalhador, com apoio sócio-emocional e respeito às
individualidades destes.
d) Abertura Interpessoal – os membros relatam, uns para os outros,
idéias e sentimentos.
e) Senso Comunitário – companheirismo e coletividade entre os
trabalhadores dentro e fora da instituição.
6) Constitucionalismo – assegura o respeito da instituição perante os
direitos dos funcionários. Tem os seguintes certeiros:
a) Direitos Trabalhadores – cumprimento dos direitos jurídicos dos
trabalhadores.
21
b) Privacidade Pessoal – respeito à individualidade do trabalhador
dentro e fora da organização.
c) Liberdade de Expressão – possibilidade do trabalhador expor sua
opinião, sem medo de represálias.
d) Normas e Rotinas – forma pela qual as normas e rotinas
estabelecidas pela organização influenciam no desenvolvimento
do trabalho e na vida do trabalhador.
7) Trabalho e Espaço Total de Vida – refere-se ao equilíbrio entre a vida
pessoal do trabalhador e a vida no trabalho: ou seja, o equilíbrio entre
jornada de trabalho, exigência de carreira, viagens, convívio familiar e
lazer.
8) Relevância Social da Vida no Trabalho – essa categoria tem como
objetivo mensurar a Qualidade de Vida no Trabalho através da
percepção do empregado com relação à empresa e é avaliada através
dos seguintes critérios:
a) Imagem da Empresa – opinião do trabalhador em relação à sua
empresa, no que se refere à importância para a comunidade e
orgulho de pertencer a tal organização.
b) Responsabilidade Social da Instituição – opinião dos
trabalhadores quanto à responsabilidade social da empresa frente
à comunidade, através da colaboração na resolução de
problemas da própria comunidade assim como não lhe causando
danos.
c) Responsabilidade Social pelos Serviços – opinião dos
trabalhadores quanto à responsabilidade da empresa em relação
aos serviços oferecidos à comunidade.
d) Responsabilidade Social pelos Empregados – opinião dos
trabalhadores quanto à sua valorização e participação na
empresa, partindo das políticas de Recursos Humanos.
22
Para que se possa estabelecer programas ou políticas direcionadas para
a Qualidade de Vida do Trabalhador, é necessário que se reflita sobre os
conceitos estabelecidos por Walton (1973) associando-se ao contexto
existente.
Segundo Tachizawa & Scaico (1997 apud SILVA, 2001), as empresas são
vistas como pequenas sociedades, grupos de pessoas, que têm necessidades
imateriais que precisam ser satisfeitas e que podem ser divididas em:
a) Necessidades fisiológicas que são as ligadas ao trabalho, tais
como condições de trabalho, segurança, remuneração,
capacitação, saúde, bem estar, tranqüilidade;
b) Necessidades psicológicas que estão ligadas ao respeito e â
liberdade da pessoa, sem as quais não há o incremento de
produtividade e criatividade, necessários no contexto de um
mundo de competição e concorrência acirrada.
Comentam ainda que os objetivos da empresa que garantem o
preenchimento das necessidades fisiológicas e psicológicas são seus objetivos
sociais. Como exemplo de objetivos sociais fisiológicos citam os salários, os
benefícios, os planos de assistência médica, o treinamento e qualificação, os
escritórios, a estabilidade da empresa, e afins. Como exemplo de objetivos
sociais psicológicos, citam a definição clara, compreendia da e aceita das
responsabilidades, o estabelecimento negociado de resultados e objetivos e o
reconhecimento pelas realizações. Os autores consideram que a empresa tem
esses objetivos sociais como forma ou meio necessário para o atingimento de
seus objetivos econômicos. Os critérios estabelecidos por Walton (1973), como
exemplo, são uma das formas de avaliar se a organização está atingindo os
objetivos sociais estabelecidos.
Atualmente, alguma dessas categorias pode ser considerada como
inadequadas dentro do presente contexto, não apenas no que se refere às
mudanças do mundo do trabalho, como também à necessidade de revisar os
23
objetivos sociais oferecidos pelas organizações. Esta deve levar em
consideração que a vida do trabalhador ultrapassa os muros da organização e
que principalmente, conforme comenta Cohem (1993), as pessoas são
diferentes e, portanto, possuem preferências/necessidades diferenciadas.
Não se trata de criticar as categorias estabelecidas por Walton (1973) e
aplicadas pelos mais diversos autores em suas pesquisas. A idéia é de
rediscutir esses critérios e propor questionamentos levando em conta,
principalmente, o novo contexto econômico mundial, o contexto social brasileiro
e a tendência recente das organizações em investir em programas para a
Qualidade de Vida do Trabalhador.
O critério Compensação Justa e Adequada costuma ser o principal ponto
de discussão nas mais variadas pesquisas e sob os mais diversos temas. Nada
mais compreensível, visto que esse critério refere-se à remuneração do
trabalhador. Mas o que compreende uma remuneração adequada?Seria a
possibilidade de atender as necessidades básicas, como alimentação,
vestuário, condições de educação e lazer para o trabalhador e a sua família?
Para Bom Sucesso (1998 apud SILVA, 2001):
“Um trabalhador japonês ou norte-americano tem renda mensal que
lhe assegura alimentação, vestuário moradia, dignos e o Estado lhe
assegura educação básica e saúde”.
Quanto ao trabalhador brasileiro ou mexicano, lutam pela
sobrevivência mínima que a renda do trabalhador assalariado lhes
impõe. Para muitos a alimentação farta e saudável servida no
restaurante da empresa ao invés de um benefício torna-se conflito,
por saber que sua família não temem casa o que comer. Para
assegurar vestuário, adquirir eletrodomésticos básicos, vem sendo
necessário submeter-se a financiamentos com juros
exorbitantes...”(p.10)”.
A citação acima confirma a idéia de Cohen (1993), de que por vezes as
organizações deixam de lado á vida do trabalhador além do seu espaço de
trabalho. Por isso a preocupação de discutir a Qualidade de Vida do Trabalho
de forma mais ampla.
24
Esse critério compreende também questionamentos quanto à equivalência
na remuneração entre os membros de uma mesma organização –equidade
interna. Atualmente, na maioria das vezes, não basta que os trabalhadores
ocupem o mesmo cargo ou função. Discute-se a idéia de que, em várias
organizações, a remuneração tem partido de avaliações referentes à
qualificação, produtividade e competência, entre outros.
O ponto relacionado com as Condições de Trabalho, associado à saúde e
ambiente físico, leva em consideração, principalmente, a jornada (horas
trabalhadas) e carga de trabalho (quantidade de trabalho em turno). A adoção
do banco de horas, por exemplo, é um dos novos tipos de flexibilização do
trabalho que pode interferir na Qualidade de Vida do Trabalhador. Influencia só
o critério Condições de Trabalho, com também, na maioria das categorias
estabelecidas por Walton (1973 SILVA, 2001).
É importante comentar aqui, que várias mudanças estão ocorrendo no
mundo do trabalho e isso evidencia a importância de criar formas de amenizar
os impactos causados para os trabalhadores. Daí a necessidade de uma
Administração de Recursos Humanos que se preocupe com questões
relacionadas à Qualidade de Vida dos Trabalhadores.
O critério Uso e Desenvolvimento de Capacidades, conforme comentado
anteriormente por Walton (1973), atinge a auto-estima e o ego do trabalhador,
por ser a oportunidade deste aplicar seus conhecimentos, demonstrar e
exercer sua capacidade.
Percebe-se, dentro das organizações, que mais do que nunca os
funcionários sabem o quanto podem ser importantes no desenvolvimento de
suas tarefas, sejam pelas mudanças advindas dos Programas de Qualidade
Total, ou pelas diversas formas de gerenciamento aplicadas quanto à
participação dos trabalhadores.Portanto, o trabalhador sente-se em condições
de criar, reestruturar as formas de execução de seu trabalho, planejar as
atividades. Quando a organização não abre espaço para que essa situação
ocorra, o trabalhador tende a sentir-se desmotivado.
Nos dias de hoje o trabalhador não aceita mais apenas executar as
tarefas, ao contrário do que lhe era proposto anteriormente. Quando percebo
25
que não está tendo espaço para usar e desenvolver suas capacidades, tende a
sentir-se inferiorizado e tem, portanto, sua auto-estima abalada.
Oportunidades de Crescimento e Segurança refere-se principalmente às
possibilidades de desenvolvimento de carreira e segurança no emprego.
Situações praticamente impossíveis de serem estabelecidas dentro de um
contexto onde o mercado de trabalho sofre tantas mudanças e a flexibilização é
a palavra de ordem.
A questão da segurança no emprego torna-se mais difícil, principalmente
quando se trata de trabalhadores com nível menor de instrução e qualificação.
Segundo Sterrs, Shin e Unngson (1989 apud SILVA, 2001), existe uma forte
distinção entre três tipos de empregados, sendo:
1) Os Centrais – formados por trabalhadores considerados
essenciais, como proprietários e empregados com estabilidade
de emprego, com alta valorização por parte da empresa;
2) Os regulares – funcionários de carreira, pois já trabalham há
um determinado tempo para a organização, considerados
comprometidos com a empresa, sendo estes gerentes e
trabalhadores e;
3) Os Marginais/periféricos – trabalhadores com relação
empregatícia precária, baixo status na empresa, baixo nível de
comprometimento e facilmente substituíveis.
O critério Integração Social na Organização pode ser considerado como
um indicador bastante completo para medir as relações entre a organização e
os trabalhadores, por contemplar pontos referentes aos preconceitos e
principalmente às relações interpessoais. Nesse caso, destaca-se a avaliação
do tipo de relação que se estabelece entre colegas de níveis funcionais iguais
e/ou diferentes, dentro e fora da organização.
O Constitucionalismo, devido às mudanças nas relações de trabalho,
pode ser bastante explorado por tratar de direitos trabalhistas, mas
principalmente por apresentar indicadores que caracterizem uma organização
26
como proponente de relações de autonomia entre os trabalhadores, assim
como de proporcionar liberdade de participação. Destaca-se aqui também o
fato de tentar avaliar o direito de privacidade pessoal do trabalhador, dentro e
fora da organização, e a liberdade de expressão, (SILVA, 2001).
O critério Trabalho e Espaço Total de Vida leva em conta pontos como o
convívio familiar, exigências de viagens pela organização, assim como
dedicação à carreira, entre outros.
Relevância Social da Vida no Trabalho destaca-se por avaliara Qualidade
de Vida no Trabalho, através da percepção do empregado com relação à
responsabilidade social da própria organização aos seus empregados. Refere-
se à opinião dos trabalhadores quanto à sua valorização e participação na
empresa, partindo das políticas de Recursos Humanos.
Ao refletir sobre os critérios acima, sente-se falta de um que seja dirigido
especialmente para as questões referentes à Qualidade de Vida do
Trabalhador Fora da Organização e deve contemplar pontos relacionados a:
• Moradia – se habita imóvel próprio ou alugado, quanto de
seu salário é comprometido para o pagamento do imóvel;
tipo de imóvel (quanto à segurança, localização, acesso,
condições razoáveis de habilitação, número de pessoas
que habitam);
• Alimentação – se é saudável e suficiente para o
trabalhador e sua família;
• Saúde – planos de saúde contemplando o trabalhador e
sua família e em alguns casos auxiliando na compra de
remédios;
• Educação – não restringindo-se apenas ao trabalhador,
mas também para sua família.
As sugestões propostas nesses critérios parecem ser muito utópicas,
devido à realidade econômica da maioria das organizações. Sabe-se dos altos
impostos e dos custos por elas enfrentados e que, em inúmeros momentos, à
27
medida que oferecem determinados benefícios aos empregados, elas suprem
uma função que, pela Constituição, deveria ser atribuição do Estado. Podemos
citar, como exemplo de benefício oferecido pelas organizações, os planos de
saúde. Na realidade o Estado oferece serviço médico e as empresas
contribuem através dos impostos pagos. Porém, pelo fato desses serviços
serem oferecidas de uma forma precária, as maiorias das organizações
assumiu esse papel, fornecendo aos trabalhadores planos de saúde com
pagamentos parciais ou totais, que podem incluir ou não os familiares.
2.3 – A Qualidade de Vida e seus Enfoques
Pode-se dizer que o tema Qualidade de Vida aborda três enfoques (1)
Qualidade de Vida como responsabilidade do governo; (2) Qualidade de Vida
no Trabalho ou Qualidade de Vida do Trabalhador, que refere-se aos cuidados
da organização como trabalhador, mas predominantemente dentro do ambiente
de trabalho; (3) Qualidade de Vida ou Qualidade da Vida do Trabalhador, que
vai além do ambiente organizacional.
Antes de especificar cada um dos três enfoques, cita-se o conceito de
Erikson (1993 apud SILVA, 2001), em que o bem-estar é baseado na
satisfação das necessidades das pessoas e é avaliado através do
questionamento direto a elas, sobre quais são essas necessidades.
A satisfação das necessidades de cada indivíduo varia de acordo com seu
nível de aspiração. Em alguns casos, as pessoas consideram como
necessidades, coisas mais abstratas, como a liberdade, por exemplo. No
entanto, não se pode descartar a importância dos estudos de Maslow (1954) e
Herzberg (1968), que consideram que as pessoas possuem necessidades
básicas (como alimentação, vestuário, etc) e que elas só passarão a identificar
outras necessidades quando as básicas forem atendidas.
28
2.3.1 - Qualidade de Vida como Responsabilidade do Governo
De modo geral, os países e suas populações apresentam
comportamentos e personalidades diferenciados. Contudo, existem
características que poderão ser generalizadas devido ao contexto da sociedade
em que estas pessoas estão inseridas. Dessa forma, pode-se pressupor que o
significado de Qualidade de Vida pode variar para cada indivíduo.
Sen (1993) considera que a Qualidade de Vida pode ser obtida através
de capacidades pessoais. Nesse sentido, capacidade seria habilidade ou
potencial da pessoa para fazer ou ser alguma coisa – ou seja, para
desenvolver uma capacidade técnica, para poder ser/estar apto a realizar uma
certa função. Nesse momento pode-se estabelecer a ligação entre a Qualidade
de Vida e a responsabilidade do Governo, através da ajuda no
desenvolvimento das capacidades dos indivíduos, ou seja, principalmente na
questão educacional e na qualificação.
Quando se trata de Qualidade de Vida como responsabilidade
governamental, consideram-se as questões relacionadas à saúde, emprego,
condições de trabalho, recursos econômicos, habilitação, segurança, cultura e
lazer, pois, antes de ser uma proposta de benefícios oferecidos pela empresa
ao trabalhador, é um dever do Estado para com os cidadãos.
Acredita-se, portanto, que o Estado deveria agir de forma mais ativa
quando se trata das necessidades básicas dos cidadãos (saúde, segurança,
etc), assim como no desenvolvimento e qualificação destes.
2.3.2 - Qualidade de Vida no Trabalho ou Qualidade de Vida do
Trabalhador
Com a introdução dos Programas de Qualidade Total (PQT), as
organizações acabaram dando mais atenção a critérios que favorecem a
29
Qualidade de Vida no Trabalho ou Qualidade de Vida do Trabalhador. Contudo,
algumas pesquisas abordam que a própria implantação desses programas
também causaram redução no nível de Qualidade de Vida dos Trabalhadores
em determinados aspectos. Segundo Mônaco e Guimarães (1999 apud SILVA,
2001):
“Em meio a tantos desafios, muitas empresas tem encontrado nos
PQT uma saída para alcançar maior produtividade e competividade.
Entretanto, surge à pergunta: será que os Programas de Qualidade
Total trazem, em contrapartida ao aumento de exigência sobre os
funcionários, benefícios para melhorai da Qualidade de Vida das
pessoas? Não somente os aspectos do ambiente físico ou questões
relacionadas à remuneração e segurança do trabalho devem fazer
parte das práticas de Qualidade Total e Qualidade de Vida no
Trabalho, mas também o de proporcionar às pessoas espaço para
exporem suas idéias e oportunidades de participarem nas decisões,
ampliando o horizonte de democracia na empresa”.(p.3-4)
Sabe-se, porém, que isso não é uma regra geral, pois algumas
empresas têm criado programas direcionados para a Qualidade de Vida do
Trabalhador, preocupando-se até mesmo com a recuperação de seus
trabalhadores nos casos de dependência ou vício em drogas e álcool. É fato,
também, que muitas empresas que antes não priorizavam programas com
benefícios aos trabalhadores, através da implantação dos Programas de
Qualidade, viram-se obrigados a mudar sua forma de pensar e agir.
2.3.3 - Qualidade de Vida ou Qualidade da Vida do Trabalhador
Nesse enfoque aparentemente se complementam as obrigações do
Governo e das organizações.
A priori divide-se a Qualidade da Vida do Trabalhador em dois aspectos:
o primeiro relaciona-se ao critério adicional criando e explicitado anteriormente,
30
referente à Qualidade de Vida do Trabalhador Fora da Organização, que
deverá contemplar pontos relacionados a condições de moradia, alimentação,
saúde, educação. Nesse ponto, volta-se à questão da responsabilidade do
Estado e das organizações, que ainda é motivo de reflexão para essa autora.
O segundo ponto refere-se ao tipo de vida do trabalhador, num enfoque
psicológico. Relacionam-se aqui questões como prazer, satisfação, medo,
sentimento de capacidade, bem-estar, entre outros. Dessler (1996 apud SILVA,
2001), após estudar empresas de grande comprometimento, concluiu que
nessas organizações algumas práticas sempre estavam em evidência; fomento
ao diálogo demão dupla, criação de sentimento de comunidade bem como de
“unicidade” e contratação de funcionários para emprego em período integral,
tratamento justo e ajuda para se tornarem tudo o que puderem ser. Essas
empresas, segundo o autor:
“São administradas com base na suposição de que seus funcionários
são bem mais importantes; que devem respeitar seus funcionários
como indivíduos, tratando todos eles com imparcialidade; que devem
dar a todos os seus funcionários todas as chances de serem bem-
sucedidos e confiar neles; devendo ainda estar empenhado em seu
bem-estar... esses valores conduzem a ações que constituem as
chaves do comprometimento. Os funcionários tornam-se dedicados
por saberem que essas empresas estão comprometidas com eles
próprios”.(p.27)
Vale acrescentar que uma das tendências atuais ao discutir-se
Qualidade de Vida é justamente avaliar os sentimentos dos trabalhadores,
estabelecendo a idéia de comprometimento através da valorização das
pessoas e do respeito.
31
CAPÍTULO 3
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Objetivo e Constituição
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo
a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e
a promoção da saúde do trabalhador.
Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes,
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que
admitam trabalhadores com empregados.
As disposições contidas nesta NR (Normas Regulamentadoras),
aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que lhes
tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas
Regulamentadoras de setor econômicos específicos.
A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais
estabelecimentos deverá garantir a integração das CIPA e dos designados,
conforme ocaso, como objetivo de harmonizar as políticas de segurança e
saúde no trabalho.
As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão,
através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com
objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo
contar com a participação da administração do mesmo.
32
3.1 - Da Organização
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), será composta
de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o
dimensionamento previsto no quadro da NR, ressalvadas as alterações
disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.
Os representantes dos empregados, titulares e suplentes serão por eles
designados. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão
eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de
filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.
O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerado a
ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto
da NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores
específicos.
Quando o estabelecimento não se enquadrar, a empresa designará um
responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados
mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,
permitida uma reeleição. È vedada à dispensa arbitrária ou sem justa causa do
empregado eleito para o cargo de direção de Comissões Internas de
Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após
o final do seu mandato. Serão garantidas aos membros da CIPA condições que
não descaracterizam suas atividades normais na empresa, sendo vedada à
transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência.
O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a
representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções
de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA. O
empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes dos empregados escolherão entre os titulares e o vice-
presidente.
33
Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no
primeiro dia útil após o término do mandado anterior. Será indicado, de comum
acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os
componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a
concordância do empregador.
Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em
até 10 dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das
atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.
Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzidos,
bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do
mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados
da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do
estabelecimento.
3.2 – Das Atribuições
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes terá como atribuições:
a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o
mapa de risco, com a participação do maior número de
trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houve;
b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na
solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
c) Participar da implementação e do controle da qualidade das
medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação
das prioridades de ação nos locais de trabalho;
d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e
condições de trabalho visando à identificação de situações que
34
venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;
e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas
fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de
risco que foram identificadas;
f) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança
e saúde no trabalho;
g) Participar, com SESMT, onde houver, das discussões
promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de
alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à
segurança e saúde dos trabalhadores;
h) Requererão SESMT, quando houver, ou ao empregador, a
paralisação de máquinas ou setor onde considere haver risco
grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e
OORA e de outros programas relacionados à segurança e
saúde no trabalho;
j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas
Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e
convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e
saúde no trabalho;
k) Participar, em conjunto como SESMT, onde houver, ou como
empregador da análise das causas das doenças e acidentes
de trabalho e propor medidas de solução dos problemas
identificados;
l) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre
questões que tenham interferido na segurança e saúde dos
trabalhadores;
m) Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
n) Promover, anualmente, em conjunto como SESMT, onde
houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes –
SIPAT;
35
o) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa de
Campanhas de Prevenção da AIDS;
Cabe ao Presidente da CIPA:
a) Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
b) Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao
empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da
comissão;
c) Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d) Coordenar e supervisionar as atividades de secretária;
e) Delegar atribuições ao Vice-Presidente;
Cabe ao Vice-Presidente:
a) Executar atribuições que lhe forem delegadas;
b) Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou
nos seus afastamentos temporários;
Cabe ao Secretário:
a) Acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas
apresentadas para aprovação e assinatura dos membros
presentes;
b) Prepararas correspondências; e
c) Outras que lhe forem conferidas.
O Presidente e o Vice-Presidente, em conjunto, terão as seguintes
atribuições:
a) Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias
para o desenvolvimento de seus trabalhos;
b) Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando
para que os objetivos propostos sejam alcançados;
c) Delegar atribuições Aos membros da CIPA;
36
d) Promover o relacionamento da CIPA como SESMT, quando
houver;
e) Divulgaras decisões da CIPA a todos os trabalhadores do
estabelecimento;
f) Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da
CIPA;
g) Constituir a comissão eleitoral.
3.3 – Experiência enquanto Membro da CIPA
Nos últimos 02 anos faço parte da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, sendo eleita pelos empregado.
Após eleito é que pude perceber a grande responsabilidade dos
representes da CIPA no dia-dia na empresa, pois temos a obrigação de
observar e relatar as condições de riscos nos ambientes de trabalho e solicitar
medidas para reduzir, até eliminar, os riscos existentes ou neutraliza-los, bem
como discutir os acidentes ocorridos na organização.
Apesar da estabilidade que o membro da CIPA (somente o que foi eleito)
tem, notamos o empenho de todos em ver e exigir que as Normas sejam
obedecidas, não cruzando os braços para os problemas existentes.
No ano de 2004, fui convidada a tentar a reeleição, convite este feito
pelo meu Gerente. Achei muito importante tal convite, pude perceber que a
empresa realmente valoriza e sabe da importância da comissão.
Durante 01 semana do mês de maio ocorre a Semana de Prevenção de
Acidentes, onde realizamos palestras com a presença dos bombeiros, médicos
sanitaristas, peças de teatros, sempre voltado para a prevenção a acidentes,
representantes de empresas relatando o dia-dia dos seus empregados,
conscientizando a importância do uso dos equipamentos de segurança.
Sinto-me responsável de conscientizar os empregados, em seguir as
exigências da Legislação vigente, que deverão cada vez mais se preocupar
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com a sua segurança dos seus colegas, atingindo assim a satisfação entre os
trabalhadores e seus líderes.
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CAPÍTULO 4
Pedagogia na Empresa
A Pedagogia na Empresa caracteriza-se como uma das possibilidades
de atuação/formação do pedagogo bastante recente, especialmente no
contexto brasileiro. Tem seu surgimento vinculado à idéia da necessidade de
formação e/ ou preparação dos Recursos Humanos.
Nem sempre as empresas preocupam-se com o desenvolvimento de
seus recursos humanos, entendidos com fator principal do êxito empresarial.
Essa preocupação surge como uma demanda, ao mesmo tempo, interna e
externa por melhor desempenho e formação profissional, recebendo inclusive
incentivos governamentais para a sua operacionalização.
De acordo com FERRERIA (1985 apud Amaral, 2003), o Pedagogo a
partir daí passa a ganhar espaço nas empresas enquanto alguém que atua na
área de Desenvolvimento de Recursos Humanos, especificamente em
treinamento de pessoal – responsável pela preparação/formação de mão-de-
obra para o atendimento das especificidades da Organização. Assim:
“Um dos propósitos da Pedagogia na Empresa é a de qualificar todo o
pessoal da organização nas áreas administrativas, operacional,
gerencial, elevando a qualidade e produtividade
organizacional”.(FERREIRA, 1985:74).
Percebe-se que atuação do Pedagogo na empresa tem como
pressuposto principal a filosofia e a política de recursos humanos adotados
pela Organização. Daí o cuidado para não imaginar que o treinamento tem um
fim em si mesmo ou que a postura a adotar na Empresa é a mesma a ser
adotada em uma escola.(Amaral, 2003).
Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço
educativo, estruturado como uma associação de pessoas em torno de uma
atividade com objetivos específicos e, portanto, como um espaço também
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aprendente, cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que
garantam uma melhor aprendizagem/apropriação de informações e
conhecimentos, tendo sempre como pano de fundo a realização de idéias e
objetivos precisamente definidos. Tem como finalidade principal provocar
mudanças no comportamento das pessoas de modo que estas melhorem tanto
a qualidade do seu desempenho profissional quanto pessoal.
Nesta perspectiva, a Pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com
os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atividades
diagnosticados como indispensáveis/necessárias à melhoria da produtividade e
da Qualidade de Vida do Trabalhador. Para tal implanta programa de
qualificação/requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento,
estrutura o setor de treinamento, desenvolve programas de levantamentos de
necessidades de treinamento, desenvolve e adequa metodologias da
informação e da comunicação às práticas de treinamento.
O Pedagogo Empresarial precisa de uma formação filosófica,
humanística e técnica sólida a fim de desenvolver a capacidade de atuação
junto aos recursos humanos da empresa. Via de regra sua formação inclui
disciplinas como: Didática Aplicada ao Treinamento, Jogos e Simulações
Empresariais, Administração do Conhecimento, Ética nas Organizações
comportamento Humano nas Organizações, Cultura e Mudanças nas
Organizações, Educação e Dinâmica de Grupos; Relações Inter Pessoais nas
Organizações, Desenvolvimento Organizacional e Avaliação do Desempenho.
O Pedagogo nas empresas tem como ferramenta o aperfeiçoamento
profissional via facilitação do aprendizado no trabalho, e, assim, no
aperfeiçoamento profissional o trabalhador vai melhorar as relações
interpessoais, valorizando-se como trabalhador e como ser humano torna-se
sujeito e com os demais participa da construção de uma nova cultura e de uma
nova história.
O Pedagogo, na sua relação com o outro trabalhador, amplia seus
horizontes ao mostrar-lhes ser possível o resgate da sua criatividade,
autoconfiança, iniciativa e autonomia, provoca-lhe as mudanças pessoais
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necessárias, visando à melhor Qualidade de Vida e socialização, para o
atendimento das questões organizacionais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca pela Qualidade Total antes voltada apenas para o aspecto
organizacional, já volta sua atenção para a Qualidade de Vida no Trabalho,
buscando uma participação maior por parte dos funcionários; descentralização
de decisões; ambientes físico seguro e confortável; oportunidade de
crescimento e desenvolvimento.
Pode-se motivar o trabalhador, criando um ambiente de participação, de
integração com superiores, com colegas de trabalho, partindo sempre a
compreensão das necessidades dos empregados. A gerência ou o líder mais
próximo tem a responsabilidade de criar um ambiente onde as pessoas
possam se sentir bem. Elas também precisam saber o que a administração
espera que eles produzam e de que maneira. A gerência ou líder mais próximo
precisa estar demonstrando que ass pessoas tem um papel importante na
organização e que outras pessoas contam com elas.
Somos conscientes de que o trabalho é vital para o ser humano, torna-lo
mais participativo, utilizando potencialidades e talentos, dar-lhes condições de
trabalho adequadas, resultará no aumento da saúde mental e física dos
trabalhadores. Assim, um programa de Qualidade de Vida no Trabalho deve
atingir todos os níveis, direcionando esforços para a canalização da energia
disponível para o comprometimento humano.
A necessidade de tornar nossas empresas competitivas colocou-nos de
frente com a busca pela qualidade, que deixou de ser um diferencial
competitivo, para setor nas condições de sobrevivência. Para tanto é
necessário canalizar para o comprometimento humano, na busca da Qualidade
de Vida.
A Pedagogia Empresarial promove a integração e inteiração dos
indivíduos consigo mesmo e seus ambientes, tornando-os mais saudáveis e
felizes, orientando-os para a melhoria das relações familiares e sociais
externas ao ambiente de trabalho, cujos reflexos estão sempre presentes. O
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Pedagogo Empresarial atua como mediador, e tem como objetivos dentro do
âmbito empresarial, incentivar os indivíduos para questionar e responder
incentivá-los também na socialização dos resultados e na criatividade dos
talentos individuais a fim de buscar soluções.
A Pedagogia Empresarial é indispensável em um novo contexto social e
econômico partindo do princípio de que a Educação é a ferramenta primordial
na construção e manutenção do conhecimento. É responsabilidade dos Pais,
Escolas, Empresas e Estado investir no desenvolvimento da inteligência
individual e coletiva. A Educação é o alicerce das gerações futuras e, portanto,
preparar e treinar o homem que trabalha, para além do antigo significado de
treinamento, é ampliar os limites de suas perspectivas. È colocá-lo em situação
de desenvolvimento tal que possa organizar ações próprias que lhe
oportunizem comandar seu próprio destino profissional e social. Investir no
conhecimento do trabalhador é promover o desenvolvimento da sociedade,
prevenir os males sócias (violência, marginalidade) derivadas da ausência de
perspectivas, é estabelecer a convivência de todos com regras e limites, é
fazer aflorar nos indivíduos a auto estima e dignidade.
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BIBLIOGRAFIA
BOM SUCESSO, Edina de Paula. Trabalho e Qualidade de Vida. Rio de
Janeiro: Dunya, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração 4. ed.
São Paulo: Atlas, 1993.
ESCOTTO Amélia do Amaral. Pedagogia Empresarial, Atuação do
Pedagogo na Empresa. 1 ed. Wak, 2003.
FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho: como medir para
melhorar. Salvador: Casa da qualidade Editora Ltda, 1996.
FERREIRA Anselmo Vasconcelos, Caderno de Pesquisas em
Administração, São Paulo: v 08, n° 11 janeiro/março 2001.
FERREIRA, A. Antonio. Gestão Empresarial: de Taylor aos nossos dias.
Evolução e Tendências da Moderna Administração de Empresas. São
Paulo, 1999.
FRANÇA, A C. Lomongi. Qualidade de Vida no Trabalho: conceitos,
abordagens, inovações e desafios nas empresas brasileiras, Revista
Brasileira\de Medicina Psicossomática.Rio de Janeiro, vol.1nº 2,
abr./mai./jun. 1997, p.79-83.
VASCONCELOS DA SILVA, Lisiane. Tendências em Recursos Humanos.
1.ed. Editora Ltda, 2001.
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Título da monografia: Qualidade de Vida no Trabalho: Desempenho dos
Trabalhadores
Data de Entrega: __________________________
Avaliado por:________________________________Grau__________
________________,_______ de ____________ de ______
ATIVIDADES EXTRACLASSE
ATIVIDADES EXTRACLASSE