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Creio no Espírito Santo …

Com o artigo que se estrutura à volta do Es-pírito Santo passa-se do tempo do testemu-nho histórico de um acontecimento do pas-sado, que estabeleceu um novo início, para a experiência de uma presença. É o tempo da atualização, no “hoje” da salvação.

O que carateriza este tempo é um nome divi-no sem rosto e sem traços fisionómicos, por-que a sua missão é a de ser luz que remete para o rosto de Jesus e o ilumina, permitindo descobri-lo e encontrá-lo em todo o seu es-plendor. E, ao mesmo tempo, é a missão de ser força que plasma os traços da imagem do Filho na vida dos seus discípulos, introduzin-do-os na comunhão de Jesus com o Pai. E, assim como a luz que ilumina e a força que transforma são conhecidas a partir dos seus efeitos, assim também o Espírito Santo é ex-perimentado e reconhecido nas suas obras.

O Espírito é “Deus que se dá” para nos introduzir na relação do Filho com o Pai

No início deste último tempo do “Credo”, so-mos postos diante da realidade viva deste “nome divino” que é o Espírito Santo, a ter-ceira Pessoa da Santíssima Trindade.

• Creio em um só Deus

• Creio em um só Senhor, Jesus Cristo

• Creio no Espírito Santo ...• Creio na Igreja

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Ele é qualificado, antes de tudo, como “Es-pírito” que traduz o termo hebraico “Ruah” que, na sua primeira aceção, significa sopro, ar, vento. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às três Pessoas di-vinas. Mas, juntando os dois termos, a Escri-tura, a Liturgia e a linguagem teológica de-signam a Pessoa inefável do Espírito Santo. Uma “Pessoa” inefável, mas cuja importância se mostra evidente. Também nós, quando queremos indicar a capacidade de chegar ao essencial, isto é, de chegar àquilo que deve permanecer, usamos expressões como estas: “perceber o espírito de uma iniciativa, de uma pessoa, de uma situação”. Por isso, crer “no Espírito Santo” significa crer em uma pessoa cujo lugar, cujo papel, cuja missão são determinantes e cruciais.

O “Espírito” é um dom de Deus, melhor, é o próprio Deus que se dá. No Espírito Santo a vida íntima do Deus uno e trino transforma-se toda ela em dom, em troca de amor mútuo entre as pessoas divinas, e que pelo Espíri-to Santo, Deus “existe” à maneira de dom. O Espírito Santo é a expressão pessoal desse dar-se, deste ser-amor. É pessoa-amor. É pes-soa-dom. Ao mesmo tempo, o Espírito Santo, enquanto consubstancial ao Pai e ao Filho na divindade, é amor e dom (incriado), de que deriva como de uma fonte toda a liberalidade em relação às criaturas (dom criado): a doa-ção da existência a todas as coisas mediante a criação; a doação da graça aos homens me-diante a economia da salvação.

O Espírito Santo é o próprio Deus que se co-munica: no Espírito acontece a revelação, realiza-se a comunhão entre Deus e a hu-manidade e, dentro na humanidade, age o amor que é o próprio Deus. Graças ao dom do Espírito Santo, tornamo-nos participantes da natureza divina e templos de Deus, recebe-mos a sua própria vida, somos inseridos em

Cristo e compartilhamos aquela íntima, misterio-sa e indestrutível relação que Ele vive com o Pai. Por força desta inserção extraordinária e radical em Cristo, torna-se pre-sente e efetivo o grande dom que Jesus nos ganhou com o seu mis-tério pascal, isto é, o dom de nos tornarmos participantes da relação entre o Filho e o Pai.

O Espírito Santo é este “nós” de Pai e Filho comunicado aos discípulos. Por conseguinte, o Espírito é a realização em nós do vínculo inefável entre Pai e Filho, só nele e graças a Ele nós podemos entrar numa relação real com o Pai e o Filho e tornarmo-nos partici-pantes da sua própria vida, inseridos no seu eterno circuito de amor. A ação do Espírito Santo consiste em estender a todos o vínculo filial, multiplicando sem paragem o dom da comunhão.

O dom da santidade e da vida

Professar a nossa fé “no Espírito Santo” sig-nifica crer que Deus, precisamente mediante o Espírito de Jesus, nos comunica alguma coi-sa do seu mistério, faz-nos sentir o fascínio e a força do seu próprio amor, “diviniza-nos”, torna-nos santos e capazes de viver como tais. O Espírito em que acreditamos é um Espírito de santidade, causa e sustento da nossa san-tidade e da santidade de toda a humanidade redimida.

Acolhamos com alegria o dom e assumamos com decisão o dever de uma “vida segundo o Espírito”. Viver “segundo o Espírito” é viver “como Jesus”. E é este o “segredo”, o conteúdo mais verdadeiro e o sentido mais autêntico da santidade. É garantia de uma vida bela e plenamente feliz.

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IQuem és tu,Doce luz que me preenchee ilumina a obscuridade do meu coração?Conduzes-me como a mão de uma mãeE se me soltasses,não saberia nem dar mais um passo.És o espaço que envolve todo meu ser e o

[encerra em si.Se Fosse abandonado por ticairia no abismo do nada,de onde tu o elevas ao Ser.Tu, mais próximo de mim que eu mesmoe mais íntimo que minha intimidade,E, sem dúvida,permaneces inalcançável e incompreensível,E que faz brotar todo nome:Espírito Santo – Amor eterno!

IINão és TuO doce manáque do coração do Filho flui para o meu,alimento dos anjos e dos bem aventurados?Aquele que da morte à vida se elevou,Também a mim despertou a uma nova vidaDo sono da morte.E nova vida me doaDia após dia.E um dia me cumulará de plenitude.Vida de minha Vida.Sim, Tu mesmo,Espírito Santo, – Vida Eterna!

Hino aoEspírito Santo,de Edith Stein(Santa Beneditada Cruz)

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O que é a igreja? Igreja significa todos os “convocados”? “Convo-cados” são todos os batizados que acreditam em Deus.

Outros nomes dados à igreja: Povo de Deus; Espo-sa de Cristo; Mãe; Família de Deus; Corpo místico de Cristo.

Analisada externamente, a Igreja parece uma instituição ou organização com feitos relevantes e simultaneamente com defeitos e fraquezas – igre-ja de pecadores e de seres humanos e frágeis. Ape-sar de traições, de erros e “crimes”, Cristo nunca abandona a sua igreja, que é vivificada pela ação do Espírito Santo. A respeito da igreja, S. Paulo afirma: “Cristo é a cabeça da igreja; nós somos o seu corpo” – corpo místico de Cristo.

Depois da ressurreição, Cristo fundou a igreja. Deu a Pedro e aos outros apóstolos e, na continu-ação deles, ao Papa, Bispos e Sacerdotes, poderes para ensinar, santificar e governar os homens,

• Creio em um só Deus

• Creio em um só Senhor, Jesus Cristo

• Creio no Espírito Santo ...

• Creio na Igreja ...

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quando lhes disse: “Ide por todo mundo; fazei dis-cípulos em todas as nações; batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a observar tudo o que vos mandei. Eu estarei con-vosco até ao fim dos tempos”.Eles partiram e começou a desenvolver-se no mundo o “Novo Povo de Deus”, formado por to-dos os batizados, que acreditam em Deus, procu-rando fazer o que Ele (Cristo) mandou.

O “Novo Povo de Deus” é a Igreja Católica. Pe-dro e os apóstolos são escolhidos para dirigirem a Igreja, como seus representantes na terra. A igre-ja é portanto o “Novo Povo de Deus” formado pelo Santo Padre, Bispos, Sacerdotes e Cristãos de todo o mundo. A Igreja continua a missão de Cristo, na salvação de todos os homens. A Igreja fundada por Cristo chama-se católica, apostólica, romana.Católica (Universal) – estende-se a todo o mun-do.Apostólica – porque vem dos apóstolos. “Sobre esta pedra (Pedro) edificarei a minha igreja”.Romana – porque tem a sua sede e o seu chefe em Roma.

“Chefes” da Igreja: Papa, Bispos, Sacerdotes.Todos têm o dever de continuar a missão de Cris-to, até ao fim do mundo. Cristo promete a sua as-sistência até ao fim dos tempos: “Estarei convos-co, até ao fim do mundo”.Papa – “Chefe visível da Igreja”, sucessor de Pe-dro.Bispos – sucessores dos apóstolos, dirigem dio-ceses.Padres – auxiliares dos bispos, na pregação do Evangelho e santificação das almas, distribuindo pelos homens dons divinos; batizam; absolvem penitentes; celebram a Eucaristia; pregam a Boa Nova (Evangelho); aconselham e orientam as pes-soas no caminho do bem.

No Credo professamos a nossa fé na Igreja Una: porque há um só Cristo, que é a cabeça do cor-po místico – que é único – também a Igreja por Ele fundada tem de ser UNA, embora com mui-

tos membros – igrejas parciais. Alguns membros estão separados da total comunhão da Igreja ca-tólica, mas porque são batizados são chamados cristãos. As divisões na única Igreja de Cristo aconteceram devido a diferentes interpretações adulteradas nos ensinamentos de Cristo e a pou-co espírito de reconciliação, embora a vontade de Cristo seja que todos sejam um só.

Igreja Santa: é santa na sua origem e por insti-tuição divina. Cristo fundou-a santa, infundindo nela o Espírito Santo. É santa não porque os seus membros são santos, impecáveis, mas porque Deus atua nela e porque Ele é santo.

Igreja Católica: é aberta ao mundo inteiro. “Ide por todo o mundo… fazei discípulos em todas as nações”. “Deus quer que todos se salvem e che-guem ao conhecimento da verdade”.

Igreja apostólica: foi fundada sobre os apósto-los. “Sobre esta pedra (Pedro) edificarei a minha igreja”. Os apóstolos foram testemunhas oculares da missão de Cristo. Foram seus colaboradores e dele receberam o encargo de serem seus mensa-geiros na difusão do Evangelho. Transmitiram, pela imposição das mãos, aos seus sucessores, a mesma missão e os mesmos poderes, que antes lhes tinham sido concedidos pelo próprio Cristo. Deste modo, os bispos são seus sucessores.

Igreja Romana: porque o seu “chefe” está em Roma. O Santo Padre – sucessor de Pedro – diri-ge a Igreja universal a partir da cidade de Roma, assistido pelo colégio dos bispos, seus colaborado-res. É o pastor supremo da Igreja, que representa Cristo na terra e é o garante da unidade da Igreja. É a autoridade máxima no plano pastoral, doutri-nal e disciplinar.

Leigos

Não são cristãos de segunda classe. Fazem parte da igreja, assumindo ministérios: leitorado, aco-litado, ministros extraordinários da comunhão. São colaboradores indispensáveis dos párocos na catequese, liturgia, ação administrativa e socio-caritativa e no acompanhamento de grupos e mo-vimentos, ajudando as pessoas a melhor conhece-rem e amarem Cristo.

Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir.

O credo relaciona “o perdão dos pecados” com a profissão de fé no Espírito Santo; mas também à fé na Igreja e na comunhão dos santos. O Batis-mo é o primeiro e principal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo, que morreu e ressuscitou para nossa justificação, para que “também nós vivamos numa vida nova” (Rm 6,4).

A profissão da nossa fé em Deus Pai, Filho e Es-pírito Santo, e na sua ação criadora, salvadora e santificadora culmina na proclamação da res-

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surreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna. Nós cremos firmemente e assim esperamos que, tal como Cristo ressuscitou dos mortos e vive para sempre, assim também os jus-tos viverão para sempre com Cristo ressuscitado. Crer na ressurreição dos mortos foi, desde os seus princípios, um elemento essencial da fé cristã.

O cristão, que une a sua própria morte à de Je-sus, encara a morte como uma chegada até junto d’Ele. A morte põe termo à vida do homem, en-quanto aceitação ou rejeição da graça divina, ma-nifestada em Jesus Cristo.

Os que morrem na graça e amizade de Deus vi-vem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque O vêm “tal como Ele é” (1 Jo 3,2). Esta vida perfeita, esta comunhão de vida e de amor chama-se “Céu”. O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profun-das do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva. Viver no Céu é “estar com Cristo”. Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo ultra-passa toda a compreensão. A Sagrada Escritura fala-nos por imagens.

Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma pu-rificação, a fim de obterem a santidade necessá-ria para entrar na alegria do céu. A Igreja chama Purgatório a esta purificação que é absoluta-mente distinta do castigo dos condenados.

Não podemos estar em união com Deus senão O amarmos livremente. Mas não podemos amar a Deus se pecarmos gravemente contra Ele, contra o nosso próximo ou contra nós mesmos. Este es-tado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados designa-se pela palavra “Inferno”. A doutrina da igreja afirma e existência do Inferno. A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira.

O credo termina com a palavra hebraica Á men. Em hebraico, Á men está ligado à mesma raiz que a palavra “crer”, raiz que exprime solidez, con-fiança, fidelidade. Assim se compreende porque é que o “Á men” se pode dizer tanto da fidelidade de Deus para connosco como da nossa confiança n’Ele.

O “Ámen” final do Credo retoma e confirma a palavra com que começa: “Creio”. Crer é dizer “Ámen” às palavras, às promessas, aos manda-mentos de Deus; é fiar-se totalmente n’Aquele que é o “Ámen” de infinito amor e perfeita fidelidade.

A vida cristã de cada dia será, pois, o “Á men” ao “Creio” da profissão de fé do nosso Batismo.