quem são as pessoas com deficiência

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QUEM SÃO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA?Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999

I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais

segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da

função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,

monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,

hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia

cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as

deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o

desempenho de funções;

Para(plegia) [paresia] perda (total) [parcial] das funções motoras dos membros inferiores.

Mono(plegia) [paresia] perda (total) [parcial] das funções motoras de um só membro (inferior ou superior).

Tetra(plegia) [paresia] perda (total) [parcial] das funções motoras dos membros inferiores e superiores.

Tri(plegia) [paresia] perda (total) [parcial] das funções motoras em três membros.

Hemi(plegia) [paresia] perda (total) [parcial] das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo).

Amputação perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro.

Paralisia Cerebral lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo como consequência alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental.

II - deficiência auditiva - perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte [decibéis – db] :

a) de 25 a 40 db- surdez leve;

b) de 41 a 55 db- surdez moderada;

c) de 56 a 70 db- surdez acentuada;

d) de 71 a 90 db - surdez severa;

e) acima de 91 db - surdez profunda;

f) anacusia;

III - deficiência visual - acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor

olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de

Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações;

Visão Normal 20/12 a 20/25 1,5 a 0,8 Bifocais comuns

Próximo do normal 20/30 a 20/60 0,6 a 0,3 Bifocais mais fortesLupas de baixo poder

Baixa visão moderada

20/80 a 20/150 0,25 a 0,12 Lentes esferoprismáticasLupas mais fortes

Baixa visão severa 20/200 a 20/400 0,10 a 0,05 Lentes asféricasLupas de mesa de alto poder

Baixa visão profunda 20/500 a 20/1000 0,04 a 0,02 Lupa montada telescópioMagnificação vídeoBengalaTreinamento Orientação/Mobilidade

Próximo à cegueira 20/1200 a 20/2500 0,015 a 0,008 Magnificação vídeo livros falados,Braille Aparelhos de saída de voz Softwares com sintetizadores de vozBengalaTreinamento Orientação/Mobilidade

Cegueira total Sem projeçãode luz

Sem projeçãode luz

Aparelhos de saída de vozSoftwares com sintetizadores de vozBengalaTreinamento Orientação/Mobilidade

CLASSIFICAÇÃOACUIDADE VISUAL

SNELLEN

ACUIDADE VISUAL

DECIMAL AUXÍLIOS

Acuidade visual

É a característica do olho de reconhecer dois pontos muito próximos

Determinada pela menor imagem retiniana percebida pelo indivíduo.

Capacidade de ver e identificar um dado objeto a uma dada distância

Relação entre o tamanho do menor objeto (optotipo) visualizado e a distância entre observador e objeto.

Notação de Snellen20/20 - pode ver linhas de letras pretas com fundo branco à 20 pés a frente quando o campo de cada linha é de 1 minuto de arco na retina.

20/40 - corresponde a 2 minutos de arco.

20/20 - Letra: 1,77 mm

6,1 m

1,77 mm20/40 - Letra: 3,55 mm20/150 - Letra: 1,33 cm20/400 - Letra: 3,55 cm20/2500 - Letra: 22,12 cm

1 pé = 30,48 cm20 pés = 6,1 m

1 min de arco = 0,0167 graus

IV - deficiência mental - funcionamento intelectual significativamente

inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e

limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades

adaptativas, tais como:

a) comunicação;

b) cuidado pessoal;

c) habilidades sociais;

d) utilização da comunidade;

e) saúde e segurança;

f) habilidades acadêmicas;

g) lazer; e

h) trabalho;

V - deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NUMA PERSPECTIVA CURRICULAR

INCLUSÃO EDUCACIONAL

Direito à igualdade de oportunidades

Não significa um “modo igual” de educar a todos

Mas

Dar a cada um o que necessita, em função de suas especificidades e necessidades educacionais.

Quem é o estudante?

Cada estudante tem:

• sua própria história de vida; • sua própria história de aprendizagem anterior (conjunto de saberes já construídos e aprendidos); • características pessoais em seu modo de aprender.

Cada um é diferente do outro, tanto em termos de suas características físicas, sociais, culturais, como

de seu funcionamento mental.

Quem é o estudante?

Decreto Federal nº 5.296/2004

Grande avanço na garantia de acessibilidade em todos os âmbitos.

Ele define,em seu artigo 8º, o que é acessibilidade, ajudas técnicas e desenho universal

FUNCIONAMENTO INTELECTUAL

HABILIDADE MENTAL GENÉRICA

raciocínio, planejamento, solução de problemas,

pensamento abstrato, compreensão de ideias

complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem

através da experiência.

SUJEITOS

•Dificuldades acentuadas de aprendizagem – que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:

- não vinculada a uma causa orgânica;

- relacionada a condições, disfunções, limitações ou deficiências.

•Dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas;

•Altas habilidades / superdotação

•(DIRETRIZES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL –

•Resolução 02/01 – Parecer 17/01).

Relacionada a funcionalidade específica (intrínseca) do sujeito, sem o comprometimento intelectual do

mesmo.

TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS

Refere-se a um grupo heterogêneo de alterações manifestadas por dificuldades significativas na

aquisição e uso de:

audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas

atenção e concentração ( dislexia, disortografia, discalculia, transtorno de

atenção com ou sem hiperatividade, entre outros).

As dificuldades de aprendizagem estão presentes em todas as salas de aula, independente da

presença de uma deficiência ou não.

Para a escola proporcionar momentos adequados às diferenças

conforme os rítmos de aprendizagem dos estudantes para que finalmente tenham condições

ideais de construir seu conhecimento.

DESAFIO

ADAPTAÇÃO CURRICULAR “Na perspectiva da educação inclusiva, o foco não é deficiência do aluno e sim os espaços, os ambientes, os recursos que devem ser acessíveis e responder a especificidade de cada aluno”(MEC,2002).

Diante da necessidade de encontrar soluções imediatas para o direito de todos a educação, surgem estratégias como as adaptações curriculares.

- são respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os estudantes: * o acesso e FLEXIBILIDADE ao Currículo; a qualidade de ensino e atendimento de peculiaridades e necessidades específicas: 1.Do PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional)2.Do PPI (Projeto Pedagógico Institucional)3.Do PPC (Projeto Pedagógico Institucional) 4.Do Plano de Ensino do Professor

ADAPTAÇÕES DE ACESSIBILIDADE AO CURRÍCULO:

eliminação de barreiras arquitetônicas e metodológicas, condições físicas, materiais e de

comunicação.

ADAPTAÇÕES PEDAGÓGICAS: objetivos, conteúdos e metodologias, critérios de

avaliação e temporalidade

Na perspectiva inclusiva a escola deve prover acessibilidade ao currículo para todos os estudantes.

A adequação curricular não se constrói de uma só vez e para sempre.

Ela é uma construção do professor em sua prática e

nas interações com outros profissionais e estudantes. 

Então,

Qual o ponto de partida para o trabalho pedagógico com estudantes com necessidades educacionais

específicas?

IMPORTANTE

• Conhecer o estudante;

• Conhecer a família e saber das suas expectativas;

• Fomentar atitudes pró-ativas das famílias, alunos,

professores, equipe pedagógica e da comunidade

escolar em geral;

• Formação continuada para educadores;

• Flexibilização, para que o acesso ao currículo seja

adequado às condições dos estudantes –adequações

adaptações, respeitando seu caminhar próprio e

favorecendo seu progresso escolar;

INVESTIGAÇÃO PEDAGÓGICA necessária e essencial para:

Elaborar estratégias educacionais (estudante, currículo e prática docente)

que atendam e respeitem de fato a maneira que o estudante processa e constrói suas estruturas cognitivas.

AS ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS PERPASSAM:

EXPECTATIVA DE APRENDIZAGEM – OBJETIVOS

Priorização de objetivos que enfatizam capacidade e habilidades básicas de atenção, participação e adaptabilidade do estudante;

Substituição e/ou acréscimo de objetivos de acordo com as necessidades do estudante;

A decisão de se ajustar objetivos de ensino para um determinado estudante não pode jamais ser provocada por já termos nos

cansado de tentar ensinar para alguém que apresenta dificuldades

Não é decisão somente do professor

Essa decisão deve ser sempre determinada pela análise crítica de como a escola poderá melhor cumprir com os

objetivos educacionais a que se propõe, aliado ao que for de maior benefício para o estudante em questão.

CONTEÚDOS

Priorização de áreas ou unidades de conteúdos que garantam funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais para as aprendizagens posteriores;

Priorização da aprendizagem e retomada de determinados conteúdos para garantir seu domínio e a

sua consolidação;

Eliminação de conteúdos menos relevantes, secundários, para dar enfoque mais intensivo e prolongado a conteúdos considerados básicos.

METODOLÓGICAS E DIDÁTICAS;

Procedimentos técnicos metodológicos, estratégias de ensino e aprendizagem, atividades, programas para os

estudantes, etc.

Apresenta dificuldades nos conceitos abstratos e na transferência para novas situações????;

PROFESSOR(A)

deve orientar de forma clara e objetiva; usar materiais concretos, atividades

lúdicas para a construção do conhecimento;

AVALIAÇÃO

O processo de avaliação envolve as habilidades intelectivas, adaptativas, afetivo-emocionais, físicas e de saúde e as condições ambientais, visando determinar o nível e a intensidade dos apoios que se fizerem necessários para os estudantes prosseguirem, com êxito, no processo educativo, de desenvolvimento e de aprendizagem, (BRASIL, 2005).

O professor elabora e aplica os instrumentos de avaliação consistentes e adequados, quando pensa,

age, e tem um entendimento sobre o verdadeiro sentido de avaliar.

“O que é, realmente, avaliar?” “O que se deve avaliar?” “Quem avaliar?” “Quem deve realizar a avaliação?” “Para que avaliar?” “E o que fazer com o resultado das avaliações?”

Cabe aos professores buscar respostas para essas questões.

Para alguns AVALIAÇÃO

provas, exercícios, testes, trabalhos etc.

MasAVALIAÇÃO

processo amplo da aprendizagem, indissociável do todo,

que envolve responsabilidades do professor e do estudante.

Um instrumento de avaliação inadequado pode conduzir a práticas de

“decoreba”, simples reprodução do conhecimento já elaborado e até mesmo a praticar atos desonestos,

como o de colar, por exemplo

AVALIAÇÃO

Não deve servir para classificar os alunos em "mais fortes" e "mais fracos",

"aptos" ou "inaptos".

AVALIAÇÃO - PROCESSO

contribuir no acompanhamento dinâmico das situações de aprendizagem e assegurar oportunidades, aos

alunos, para permanecerem na escola; jamais para excluí-los

TEMPORALIDADE

Alteração no tempo previsto para a realização das atividades ou conteúdos ao período para alcançar

determinados objetivos;

AS ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS DEVEM POSSIBILITAR

• Trabalhar suas potencialidades e não seu limite • Adequação do currículo: adotando metodologias de ensino diversificadas, respeitando as singularidades do estudante; • Oferecer oportunidades para que todo estudante seja incentivado a se expressar, pesquisar, inventar hipóteses e reinventar o conhecimento livremente. • Apoios especializados; • Aprendizagem Significativa.

ENTÃO...

A ESCOLA PRECISA RECRIAR SUAS PRÁTICAS,

MUDAR SUAS CONCEPÇÕES, REVER SEU PAPEL,

SEMPRE RECONHECENDO E VALORIZANDO AS DIFERENÇAS.

ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS E ADAPTAÇÃO/ADEQUAÇÃO CURRICULAR

Identificação do estudante no momento da matrícula;

Reunião com o Núcleo Pedagógico (sempre fazendo o registro);

Acolhimento do estudante e da família;

Reunião com os pais ou responsáveis pelo estudante em duas etapas: Com a participação do mesmo e somente com os pais ou responsáveis;

Reunião com a Direção, Coordenador e professores para discussão das adaptações curriculares necessárias, formas de registro e acompanhamento educacional do estudante.

Sensibilização da turma e da instituição de ensino;

O estudante precisa ser consultado constantemente, nenhuma ação deve ser pensada sem esse diálogo, pois é ele quem indicará a forma

mais adequada a ser utilizada nas ações.

SUGESTÕES PEDAGÓGICAS

Em primeiro lugar que o professor enxergue o estudante como deficiente visual, auditivo, intelectual,

físico, dentre outros, como alguém que possui uma diferença sim, mas que também é dotado de uma

série de potencialidades.

É preciso que o professor veja o estudante como um todo e não apenas a sua deficiência.

É preciso que haja a tomada de consciência da importância de organizar as aulas daquela turma

onde há o estudante com deficiência, de forma que o mesmo possa participar com igualdade de direitos,

mas seja respeitado em suas especificidades

ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL algumas possibilidades:

• Utilização de leitores de tela e/ou ampliadores de tela;

• Utilização do sistema Braille de leitura e escrita;

• Materiais ampliados (no caso de visão subnormal);

• Organização espacial do ambiente de maneira a facilitar a mobilidade evitar acidentes;

• Instrumentos e equipamentos que favoreçam a comunicação escrita.

• Desenhos, esquemas, figuras e demais imagens (inclusive as mostradas em vídeo) deverão ser apresentadas antecipadamente ao aluno, devendo ainda serem descritas em Português.

Áudio-descrição acompanhada da exploração tátil, da figura ou do desenho, sempre que isso for possível;

Material em alto relevo; Momento suplementar com o aluno em horário que não

o retire de sala de aula, objetivando um reforço ou retomada sendo este importante para a preparação das aulas e exploração do material a ser usado pelo professor e demais alunos;

Textos mais curtos e diretos são mais acessíveis e podem ser apresentados escritos em Braille ou oralmente;

Evitar questões de relacionar colunas com muitas opções.

Auditiva

Língua Brasileira de Sinais tanto para o aluno surdo, quanto noções para o professor e também para alunos e pessoas que o quiserem.

Intérprete;

Disponibilização de material impressos com antecedência;

Textos mais curtos e diretos são mais acessíveis.

Conhecimento da estrutura linguística do surdo.

Avaliações adaptadas.

Física

- Adaptação arquitetônica,

- Mobiliário:

- Material de apoio pedagógico:

Intelectual

Apresenta dificuldades nos conceitos abstratos e na transferência para novas situações;

PROFESSOR(A) deve orientar de forma clara e objetiva; usar materiais concretos, atividades lúdicas para a construção do conhecimento;

A aprendizagem se processa de forma mais lenta, visto que a sua metacognição e sua auto-regulação cognitiva é construída de forma diferente – dificuldades para elaborar por conta própria.

METACOGNIÇÃO: Consciência de seus próprios processos cognitivos – intencionalidade, auto-regulação e capacidade de monitorar e dirigir seus pensamentos

A ESCOLA DEVE

Oferecer oportunidades para que todo estudante seja incentivado a se expressar, pesquisar, inventar hipóteses e reinventar o conhecimento livremente.

Trabalhar suas potencialidades e não seus limites.

Parecer CNE-CEB-nº17/2001 das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação (p. 12) No âmbito Pedagógico ... em vez de focalizar a deficiência da pessoa, enfatiza o ensino e a escola, bem como as formas e condições de aprendizagem;

em vez de procurar, no aluno, a origem de um problema, define-se pelo tipo de resposta educativa e de recursos e apoios que a escola deve proporcionar-lhe para que obtenha sucesso escolar;

por fim, em vez de pressupor que o aluno deva ajustar-se a padrões de "normalidade" para aprender, aponta para a escola o desafio de ajustar-se para atender à diversidade de seus alunos.