r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e...

19
r r fl r r r1 J

Transcript of r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e...

Page 1: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

r r fl

r r r1

J

Page 2: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

EBORENSESeE ra

2014

Page 3: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

Organizaçáo e ProduçáoCâmara Municipal dc Evora

Comissariado e concepçäo geralCarmen Almeicla

TextoCarmen Almeicla

FotografiaEduarclo Nogucira

Tratamento e inventariaçáo da colecçãoJoana DuarteSusana Cunha

Apoio a Pesquisa Histórica c FotográficaBernarclina SebastiãoLuisa Martinho

Digitatizaçäo c tratamento de imagensF icha Técnica EXPOSICAO Luis Pavao, Lda.

AmpliaçOes fotográficasMilicicias — comunicação visual, Lda.

SecretariadoRosa Pacs

Montagcm e carpintariaDivisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintariae Pintura

Coordcnação: José SerraMontagcm Cartos Abclho, Lcluardo Balixa, Gonçalofernancles, Joaquim Almeicla, Manuel Balixa e NunoNunes.

IuminotecniaProj ecto: Vitor VajãoMontagem: Vitor Delgado, Lda.

SonoplastiaBancla sonora: Amilcar Vasques Diaslnstalação: Joio Bacelar.

166

Page 4: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

EdiçãoCimara Municipal di Evora. Centro Interdisciplinarde HistOria. Culturas e Sociedades e Centro de histOria da Arte e lnvestigação Artistica da Universidadede Evora

Coordenacao editorialCarmen Alnwida

TextosAna Cardoso de Matos, Carlos Pinto de Sá, Carmen Almi-ida, Fernando Gameiro, Maria Ana Bernardo, MariaZozaya Monteiro, Paulo SimOes Rodrigues.

Revisão de TextoTeresa Molar

Design Gráfico e laginaçaoMilideias — comunicação visual, Lda

ImpressãoCATALOGO Greca, Artes Gráficas, Lda.

Depósito Legal: 321 14

ISBN: 98-92-8509-50-

Tiragem1500 exemplares

AgradecimentosDas fotografias agora reproduzidas. o Arquivo fotográfico da Cãmara Municipal de Evora apenas dispunhado nome de quem as tinha mandado fazer e não dosretratados, pelo que a colaboraçao this respectivas familias e amigos foi essencial para a respectiva identilicaçao. Neste sentido a Câmara Municipal de Evoraagradece a colaboraçao de todas as entidades e personalidacles envolvidas.Pela cedéncia de espécies originals e por todo o apoloprestado a CME destaca e agradece a colaboração dosfamihiares de Eduardo Nogueira, Ana Morais dos Santos, Luis Nogucira Morais dos Santos e José Luis Nogueira Morais dos Santos.

Page 5: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

OS DIAS NA CIDADE

Casamento dc EugenloHernandcEnut )mendadt ) t Einent1ernancIuiDarn 193R

Cttta EtD 1201

\nipliat:tt ) digital elcctu’adt

a partir cle digitalizaçat) dc

ttegati t t wiginal I ncgati

de t iclro p b. dinicnsöes

i3xlium)

Maria Ana Bcrnarclo,Ana Carcioso de Matos,

Fernando Gameiro,1\Iaria Zozava Monteiro

CJDEI ILlS, UnIvcrsicladc de Ivora

o dia do casamento de Maria e Eugénio foi certamente urn mornento marcante na história das suasvidas. Por isso mesmo, o jovem casal entendeu uixá-lo, para rnemória fritura, através de registo fotográfico. Porém, o quc para os noivos representava urnacontecimento de prirneira ordern no respetivo ciclovital, era apenas mais urn episódio da rotina profissionat de Eduardo Nogucira.

Efetivarnente, o relevo da obra comercial desteautor corno docurnento para a história social e cultural da cidade de Evora decorre do facto de, emresposta as solicitaçöes dos indivIduos e dos grupos,o fotógrafo ter captado milhares de irnagens relativas a diversos aspetos da vida pib1ica e privada dosseus habitantes. E se o aparente sentido denotativodas suas fotografias necessita de uma constante vi-

Page 6: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

gilancia Of parte de quern as eSCfutina, CO()

prevenção face ao efeito de realidade’ corn que

as mesmas nos seduzern, é urn privilégio para

os estudiosos poderern contar corn urn acervo

desta irnportância nas suas investigaçöes sobre a

história da cidade.

Assume-se, igualrnente, algurna subjetividade

tanto na escoiha das fotografias que acompa

nham o presente texto corno em relaçäo a Se

quência e aos temas que 0 mesmo contempla. 0

interesse dos originals, quer no que diz respeito

a sua qualidade enquanto objeto fotográhco,

quer do ponto de vista das suas potencialidades

narrativas, contribuiu certamente para a situa

çio.Porérn, o texto sobre Os dias na cidade, corno

0 pfOpfio designativo deixa perceber, tern como

propósito enquadrar as fbtografias de Eduardo

Nogueira nurn discurso que é, tarnbém, urna

proposta de leitura sobre algurnas dimensOes da

história da cidade de Evora e das gentes que nela

viverarn, entfe os anos trinta e Os anos sessen

ta do século passado. Assirn, se pot urn lado as

I Sobre i noçao tie (‘frito tic recihdcitie e SUa relaçao corn as

irnagens e, em particular corn a fotogralia, cf Barthes. Roland, 0

Rumor do Lmnç’ua. Jisboa. icliçOes 0. 198 e tarnhrn Maria do

Carmo Serén. “Irnagern Iotográhca como agente ou armadilha ck’

aprenclizagem interpretaçao’. Lducação Socic’tititic’ Cuittu’as.

n -it), 2013. pp. -9-i.

imagens que coabitarn corn o texto tern como ftrnçao ilustrar e dat solidez

docurnental as linhas interpretativas que o rnesrno esboca, elas não deixam,

corno é próprio da tinguagern fotográfica, de ter uma polissemia de senti

dos que se desveta ao olhar do perito e tambérn do leigo, que as confronta

pelo inquérito dos afetos.

Mais do que uma mera duplicaçto da realidade, as fotografias de Eduar

do Nogueira, corno todas as suas congéneres, tern urn potencial de signifi

cacOes sociais que não pode set ignorado na relaçao entre a fotografia e a

investigação no dornInio cia história2.

Embora seja impossIvcl discernir as razOes precisas e circunstanciais

que tevararn as pessoas a encornendarern fotografias e’bu a fazerem-se foto

grafar, a galeria dc irnagens resultante desta dinârnica inscreve a realidacle

eborense na tendCncia dc crescente divuigação da fotogralia nas sociedades

ocidentais tornando-a, do ponto de vista social, urna prática cada vez rncnos

elitista3.Parte do espólio do fotógrafo, sobretudo o relativo aos retratos indivi

duais ou de pequenos grupos, é constituIdo por pecas realizadas ern estñ

2 Sohre a irchlemitica da totograha encluanto clocumento para a in estigaclo em histária cf,

norneaclamenw, Antonio Sena. Hlstd,’Iti do Iintigconfoto,ç’rciftca em Port ugal (/959 — 199’). Porm.

Porto Editora. 1998: Aver 21: lmcigen e 1-Jistorm, Madrid. Marcial Pons.1996; Peter Burke, Vistt) 1’no i isto. LI ilso tic’ iti iioageui Como docionc’nio bislorico. Barcelona, Criticit: Carmen Alrneida.

Object os ,tleiancohco,c, tiara, Jjsboa, Caleidoscopio. 2005; Ciro Flarnarion Carcioso e Ana Maria

Mauad, “I IistAria e Irnattern: os exemplos da totograha C (it) cinema’ in Bomb/os do Hisltim’ia.

1:naios tie leoriti c’ iiIctoclologm (Ciro Flarnarion Carcioso e Ronaltlo Vaint as org.), Rio de Janeiro,

Campis. 199; Jose Machacio Pais, Clara Carvalho e Neusa Mendes de Gusmlo (orgs.), 0 Visual e

O Quotidiano, I.isboa, Imprensa tic Ciéncias Sociais, 200$; José Mattoso (dir.), Hfctdria do VIdc,

Pr,uada em Portugal. Vat 5: A 14)0Cc! Cootc’niflorcinea (Irene Vaquinhas coorci.), I.isboa, Circulo tie

I.eitores, 2010; Maria tie fatima Nunes, “rqucologia de uma prática cientilica em Portugal — urn a

história da fotogralia”, Histdria. Revista dci Facuidade tie Letras, Porto, Ill SCrie. vi. 6, 2005 pp. 169-

193; Krzsztof Pornian. Dc 1 bistou’e, ptu’tie tie ia niemolie. A ía ,nemooe, objet ci histoirc’ Revtie

de Métaphvsiqtie et tie Morale t998,.n 1. pp. 63-lIt).

3 Sobre a questio ci. o texto tie Carmen Almeicla, no presente Catalogo.

Page 7: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

dio e corn cenário devidamente preparado para o efeito. Ma.s muitas outras

fotografias foram efetuadas ern arnbiências quotidianas como a casa, a es

cola, o local de trabaiho, os espacos de lazer e sociabilidade ou a rua, onde

transcorriarn as vivências da população eborense.

Corn cfeito, o traco comum a generalidade das irnagens incluldas na

atual rnostra sobre a obra de Eduardo Nogueira é a prescnça hurnana. Os

Eborenses na sua cidade, ainda que as vivências captadas atuassem corno

recortes face a materialidade urbana que ihes era coeva.

A familia e o curso da vida

Muitos dos eborenses que constarn nos trabaihos do fotógrafo forarn

apreendidos numa dirnensão intirnista, mediante fotografias que assinalam

as diferentes etapas da vida ou incidem sobre a temática da famIlia.

As fotografias de casamento são muito frequentes5 rnas, para além delas

sobressai urn outro nücleo bastante nurneroso: urna verdadeira galeria de

irnagens da infãncia, que os parentes faziam questão de entesourar. Dela

constavam bebés em poses tIpicas, crianças que posavarn engalanadas corn

exuberantes lacos na cabeca e outras ainda que cram captadas em rituais re

4 As k)ogratlas desta mostra do trabatho de lduardo s’ogtieira não pertcnccm a categoria chcs

clcnorninaclas iista.c tirbancis, na qual a presença humana. quando existente. e supleti a. senclo a

pröpria cidade a protagonista clas mesmas teE Zita Rosanc Possamai. “Narrati as fotogr;ilicas sobre a

cidade. Rejstc, Brasilefra tie Historic,. São Paulo. s. 2, n 53. p. 55-90 — 200). Sobre a fotogralia

dc ambiente urbanci como tecotte, como procluto (IC urna escolha entre o qtic sobre esse meio

urbano se mostra e o c’ue sobre dc se omite e, portanto, como urna narrativa intencionada sobre o

mesmo, cE Charles Monteiro, “Histc’tria, totograha C ciclade: rdllcxöes teOrio-metodolOgicas sobte o

campo tIe pesquisa”, ,WETIS: histOriti & ctiitura. v. 5, n. 9, 2006, p. 19.

5 Relativamente ao signiticaclo social e as caracterIstic:cs clas fotogralias cle casamento ci.

Miriam Moreira Leite. Ret ru/os tie ftinullti: leitura c/ti lotografia l)istor!cci. São Paulo. Eclitora cIa

[nk ersiclacle dc São Paulo. 20t) I, pp. LI-I 28.

ligiosos ou atividades lüdicas. São também mu!

tiplos os retratos que associavam pals c flihos,

normalmente quando estes ainda não tinharn

saIdo da adolescéncia.

Igualmente nurna linha de clara convergéncia

entre a fotografia de ciclo vitaL e a farniliar, dois

retratos, entre o acervo do fotOgrafo, merecern

referenda: urn, cornposto apenas por figuras fe

mininas. junta duas criancas e duas senhoras que

serão certamente as avós outro, reünc diversas

famIlias conjugais aparentadas entre Si. acompa

nhadas dos respetivos fllhos.

Assim sc cxprirniarn os afetos, mas igualmente

se reiterava a nocão de passagem de testernunho,

que afirmava a famIlia como cspaço de reprodu

cão de posiçOcs e de estratégias identitárias. A

própria deslocaçao ao estüdio, onde a rnaioria

destas fotografias cram realizadas, remete para

urna intencionalidade na ação que dcnuncia o

investimento simbólico a elas subjacente.

Qucm as encornendava, apropriava a foto

grafia como urn rccurso de criação c gcstão de

rnemória familiar. Mcsrno a designada fotografia

post mortem, que observamos com othar de es

tranheza, dada a crescente invisibilidade da mor

te na nossa sociedade, proporcionava ao deftinto

urna derradeira forma de integração na esfera fa

Page 8: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

rnIliar’. Entre os trabaihos de Eduardo Noguciracontarn-se, também, irnagens deste tipo relativas

a criancas.Os aspetos que tern sido referidos denotarn

quc parte do espólio do autor é composto Forfotografias quc assinalavam etapas da vida c/oufavoreciam a integracao familiar, tinharn urn pendor intimista e se destinavam a uma circulaçao

restrita. E, ainda quc não se tcnha feito urn estudo detaihado sobre o assunto, o quc se apurou

Retrato de FamIliaIIocomcflclaclt) Pt ‘v3ICfl-

tim Carmi ) Ireixt

Data 1932

Corn EDN 858

Am pliaca() digital efectuada

a partir tie digitalizaçau dc

ncgati ( ) I )riginal ( tiegato

tie \idrt) p b, climeosucs

13x 18cm)

sobre a identidade dos rctratados, aliado ao facto de incorporarem estetipo dc fotografias nas suas práticas sociais. permite-nos conjeturar quc osindivIduos e os grupos captados scriam oriundos da elite c das classes rnédias eborenses da época.

As gentes, a cidade e o trabafflo

Os aspetos rnais ligados a vida privada, perscrutados nas fotografias dcEduardo Nogueira, são parte integrante das vivCncias dos cborenscs dntreos anos trinta e sessenta do século passado.

Mas o espólio do autor, como já referido, não se esgota nesta vertente.Do scu legado constam tambCm muitas irnagens que testernunharn as mül

— Previamente a realização (lit exposiçao lotografica ciuc cstá nit base do prcsente Catálogo, a eCJuipa

do Arquivo Fotografico cIa Câmara Municipal dc tora eictuou urna açao ck reconhecimento claspessoas que constam flas totograhas dc Eduardo Nogucira. A iclentihcação nominativa e as aO iclaclesprofissionais cbs totogrataclos, nomeadamente os incluIcbos flits totogralias de etapas tie ida e decariz familiar, estão na base clas consicleraçoes sobre a sua origem social ciuc são asançaclas no corpo(If) texto,

6 Sobre o tema, ci. Margaricla Medeiros, Iotogrcifici e ,‘e,clcicle:

tunti h/stork’ tic Janlasmas. Lisboa, AssIrio & Alvim, 2010, p. 18,

e Isabelle Renauclet, “Entre trajectoire indi icluelle et imagiflairecollectif. les collections tie photographies post mortem duMuséu del Pcteblu d’Asturies”, in Anne Carol Ct Isabelle Renauclet(dir.) IA MOl?TA’ iIflJVRE t cciges ci reprèsentat ions thi caclcwre

clans tart, Aix-en-Prmencc, Presses Universitaires de Proence,

2013, PP 229-2t6.

38 I

Page 9: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

tiplas e diversas práticas em que se desdobravam

Os dias na cidade, Através delas, pressente-se

uma cidade de cultura. de trabaiho e de soda

bilidade, cuja espessura assentava nas atividades

quotidianas das suas gentes5.

Embora outras dimensöes da vida urbana te

nham sido também captadas pelo fotógrafo, os

temas acima discriminados destacam-se no den

co dos trabaihos de Eduardo Nogueira.

Para efeitos de enquadramento destas dimen

söes do quotidiano eborense. seguern-se algu

mas notas sobre a posiçäo da Cidade de Evora

na rede urbana portuguesa da epoCa e sobre

dernografia.

Num perIodo de aCentuaçäo do CresCimen

to das Cidades de media dimensão, sobretudo a

partir do inicio da segunda dCCada do SCCUIO XX,

Evora manteve-se nesse grupo, embora Corn efe

tivos populaCionais próximos do lirnite inferior

Considerado para a Categona.

Assim, embora não conseguisse acompanhar

a dinãmica de urbanização que ocorria no lito

8 Sobre a problematica cias relacoes efltte lotografia e

cluoticliano ci Jose Machado Pals, Clara Carvaiho e Neusa Mencies

cit Gusrnlo (orgs.) op.Cit., 20t)8. (em particular os ttabalhos

incluIcios ia pane ‘lotograha quotidiano e ciclack”)

9 ci. Ak am Ferreira cia Sik a. Cn’scinwnto urbanu, rçc’ulacat)

t’ oporluoiclacics eiiiphc’saricos: a coostrucao ,csidei,cial em

Lisboci, 186() - 193t). tiorenca. Instituto Lnnersitanio luropeu

(test tie ciotitoramentc) policopiacla). 198. -ioi. 1, pp.81-85.

ral do pals entre Lisboa e Braga, no inicio da década de 1940 Evora seria

a umca cidade portuguesa fora da fachada atlantica Corn mais de 20,000

habitantes

Dc facto, considerado todo o SCCU1O XX, os anos de 1930 a 1960 Corres

ponderam ao periodo de Crescimento mais elevado e regular da populaçao

eborense.

Evora - populacão urbana, concethia e distrital (1930-1960)”

Urndades de analise193() 1040 1950 1960

Evora 18269 21851 256$ 28652

Conceiho de Evora 35903 42683 •t38 50095

Distrito de Evora r9036 209956 221881 219961

O centro urbano exibiu urn acrCscimo de 57%, claramente superior aos

valores conceihios (39,5%) e distritais (23,8%). Os dados intercensitários

10 Ct Orlando Ribeiro, l-Iermann latitensach c Suzanne Daveau (comentIrios e actuahzaçIo),

6iografin de Portugdd. 11110 I’ouo Foiiogiics, 3 cci., Lisboa, Fciiçöes join SI cia Costa, 1999, op. cit.,

p. ‘I

11 Origem dos ciacios reicridos no quadro: Ana Bela Nunes, “Portuguese Urban Sstem: 1890-1991”,

in t]rbcm Do,noianci’ cuici Lahou,’ Markt’t Dijfc’rentiatioo of a L’urofleao Cap/I cii C/ti’. lisbon 1890-

1990, (Pedro ‘lëlhado Pcrt’ira e Maria Eucnia Maca cci.), Loncion, Kk tier Academic Publishers, pp.

-18: Piano Director litoucipcii Liora. isluclos c/c’ Cci rcictc’ricicdo do Terr,torio. Anexo I Estucios th’

Caractei’izaçao do tvrritório. Evora. Cimara Municipal tie Fs nra, 200. p.9.

Page 10: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

desvendarn ainda que, durante as trés décadas

consideradas, o crescimento mais expressivo Se

situou entre 1930 e 194012.

Urn breve olhar sobre a estrutura de idades

evidencia que em 1940 o conceiho de Evora ti

nha 29% de jovens corn idade inferior a 15 anos

e em 1960, no centro urbano, esse peso era de

21%. Se bern que os dados não sejarn cornpará

veis de forma linear, pode dizer-se que a cidade

de então tinha urn peso bastante superior de

população jovem, se comparado corn os dias de

hoje.Ernbora seja necessária investigaçäo rnais

detaillada sobre o assunto. fica a hipótese de

que o menor peso dos jovens no conjunto da

população eborense entre 1940 e 1960 terá fi

cado a dever-se a urna crescente modernidade

nos comportamentos demográficos e sanitários.

A populacão do centro urbano estaria numa fase

já adiantada do processo de transicäo demográ

12 Faa-sc esta consitletaçao excluindo o perlodo entre i9f) e

1981 — nestes clez anos a população ehorense cresceu 15%. urn

decenio excecional em todo 0 seculoXX. Valores obtidos corn basenos daclos (IC Ana Bela Nunes, “Ikrtuguese Urban System: 1890-

1991 “, in Urban 1)onnnc,nct’ anti Labour Barbel J)i[fi’renhiation

of a Luropean Capital Cii)’. Lisbon 1890-1990. (Pedro Telhado

Pereira e Maria Etiienia Mata cd). London. Kkvuer Acadernic

Publishers, pp.--i8 e Cimara Municipal dc Evora, I’lcoio 1)irector

lIon icipcii 1 t’ora. I:slotlos u’e Carc,cterizacdo do lcrrildrio.

,liu’xo I Fstuclos tic Caractcrizacão do t(’rrltorio. Fa nra, CImara

?.ltinicipal de Lvora. 200W. ()

fica: recuo da morte, aumento da esperança media de vida, maiof controle

nos nascirnentos e, por efeito de tudo isso, diluiçäo do peso dos jovens no

conjunto da populacào. Por outro lado, os fluxos de mobilidade em direcäo

ao litoral e a emigraçiio para o exterior integravarn cada vez mais gente do

Alentejo e Evora não terá ficado alheia a esta dinârnica’.

Dc qualquer rnodo, a inegável vitalidade demográfica da cidade durante

o perIodo que baliza o nosso estudo explica que. a partir de 1930, o centro

urbano tenha em definitivo extravasado as centenárias murathas que ao

longo dc sCculos o definiam.

0 tempo do fotógrafo Eduardo Nogueira foi rnarcante do ponto de vista

das intervençoes na cidade histórica corn intuitos de modernização infra

estrutural e de construcao de equipamcntos, e tambCm do ponto de vista

das obras e projetos para o espaco extra-muros, no sentido da expansãourbanail.

Este foi igualmente o tempo de consolidação da posição de Ivora na

rede urbana regional. Aflrrnando-se como uma das principals sedes de dis

trito, acoihia diversos serviços e organismos do aparelho perifCrico do Es-

13 Os claclos Intercensitarios cle 1960- 19f) dernonstrarn ciue an longo clesta clecada a poptilacao do

Centro urbano contraidl 16% (28652 residentes em 196t) e 28186 em 190). Cl. \na Bela Nunc’s,

op.cit., pp.”-’48 e Cârnara Municipal dc Evora, op.cit. p.9. I’ara rnais inlorrnacöes sobre 0 acentuar

(las clinlrnicas de mobilidack em direclo ao litoral, sobre o crescimento da emigraçlo c quebra tIe

vitalidade clemogr;ihca no Alentejo cL Teresa Roclrigties Vciga. op. Cit.. PP 3-6-i

14 I’ara urna cronologia e etapas cIa expansáo urbana cle i%ora no perloclci contemporaneo ci.

Carmen Almeicla coorcl.. Riscos tb wit Siculo.1kiiid,7cis dci (iolucao urbcinci tic Ltrct, E nra. CME,

2001. pp 5-150 e Dorningas Sirnplicio. “ ciclacle de Esora e a Reles incia tIn Centro tlistbrico”.

in .4 .\oi’tt Vicici no ye/ho Centro ntis Cit/ac/es Portu,yeesas (,los Alberto Rio lirnancles e Maria

Encarnaçlo Sposito. org.) Factilclacle cIt l.etras cIa [niversiclacle do l’orni / C lXiO’I’. 2t) 13, pp. 1—5.

40

Page 11: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

tado, alguns dos quais ihe permhiam tutela territorial que abrangia todo o

sul do país.

As informaçOes recoihidas nos Anuários Comerciais, embora apresen

tern lacunas, permitem a elaboração de urn inventário sobre a relevãncia de

Evora como centro administrativo e de serviços e a sua projcçao regional

neste campo.

Para além dos organismos e reparticOes correspondentes ao papel de

lvora corno capital de concelho, de distrito e sede de comarca, a cidade

acoihia também outros serviços decorrentes de já ter aquelas ftmnçOes. Em

1933. ilustrando esta situacäo, contavarn-se a Direcção de Estradas do Dis

trito de Evora, a Direcção de Finanças Distrhal, a Inspecção Escolar do Dis

trito, a Intendncia de Pecuária, a Agéncia do Banco de Portugal, a Filial da

Caixa Geral de Depósitos Crédito e Previdéncia, a Administração Judicial,

Assisténcia Judicial, Tutoria da Infância e Tribunal do Trabaiho.

A cidade captava igualmente diversos serviços de ãmbito regional que

atuavam no piano da regulaçäo económica: a 4 Circunscriçäo da Direcção

Geral das Indüstrias, a Estacäo de Cerealicultura e Delegação da Inspec

cão Técnica das Indiistrias e Cornércio AgrIcolas, e a 5 Circunscrição da

PrevidCncia Social. Este organisrnos, embora scm grande impacto sobre a

econornia local, faziam de Evora a cidade interlocutora de Lisboa e, assirn,

consotidavarn a sua proeminéncia no contexto regional.

Outros serviços e equipamentos que também contribularn para proje

ção regional de Evora tinharn por base as suas importante funçOes milita

15 Ci Jorge Caspar. A .lrca cit Infiut’ncui iii’ Iaorci. ,Sistemci dt’ luncut’s t’ Lugcn’t’s Centrals. Lisboa,

Centro ck’ Estuclos Geogralicos, 1981 (2’ cci.), p .326.c Teresa ilarata Saigtieiro. A cidacie em

Th)rtilcl1, ,t’o,’i’cifici Ciba ia Porto. \irontarnento.19t,12. p. 125,

16 Sebre posiçao tie iaora na rude tirbana portuguc’sa c’ a sua proecao regional, ci 1aria Ana

ilc’rnardo, .Secwdcide t’ ehtt’S lit) ceucelliti c/u Ia’ora. t’rmantncia e niuthmca (t/9O-1OjO, tisboa,

FCT FCC, 2013, pp. 95-118.

res. Os indivIduos que por esse motivo afluIam acidade, e aqui se mantinham pelt) menos duran

te algum tempo, influIam positivarnente na sua

vida econórnica e social enquanto consumidores

de hens c scrvicos rnültiplos. A cidacte acolhia o

Quartel-generat da 4 Divisao Militar, a Dircccäo

de Propriedades e Obras Milhares, o Hospital Mi

liar Regional, a Farmácia Central do Exércho, a

Manutencäo Militar, e dispunha de uma numero

sa guarniçäo militar’. 0 Batalhão n°3 da Guarda

Nacional Republicana também estava sediado

em Evora e tinha wtela territorial sobre as Corn

panhias locatizadas em Portalegre, Setübal, Evo

ra, Beja e Faro. 0 Batalhäo n°2 da Guarda Fiscal

estava igualmente shuado em Evora e tinha cm

co Companhias, localizadas em Castelo Branco,

Elvas, Serpa, Vila Real de Santo Antonio e Faro.

No campo da educacao, Evora era a cidade

a sul do Tejo que concentrava os equipamentos

mais diversificados. Destacavarn-se o Liceu Cen

trat, a Escota Industrial e Comercial Gabriel Pc

r Para conhecirnc’nto mais dc’taihacio sobrc’ a imporCincia tic’

Eora na organizacue territorial do Ecército a partir cia segunci;t

metacic’ do secuio XIX ci. Dana Fiiipa Alonso Machacio. 1) Idaciedos i1o,citIos c/a Jk’squita. ,lJt’morias dii J)ut’st’nca iilltco’ i’mIi’o,’ci, Evora. Unkersiclacie tic’ Evora (dissertação de mestrado),2t) 13.

Page 12: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

-

p

_,

V‘%4r

,.4

Page 13: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

Grupo de alunas do Mi-

lo de Infáncia Desvalida

mci )mulldad I p1 )F \.silt cle

Iniancia Duss alicia

Data 1938

Cuta l]DN 018912

.\Tllpliaç;i cli9taI etectuacla

I Pft cii ci!gitalizacat) cliflcgatis t) original i ncgativ(

cli’ VIcIR) p/h, cliniunsoc’s

I,ixlHcnl)

reira15, a Escola de Regentes AgrIcolas e ainda aEscola do Magistério Primário.

Para alCm dos estabelecirnentos enunciados,

a cidade dispunha de diversas escolas primárias,

de pelo menos urn colégio privado e, certas insti

tuicOes assistenciais e beneficentes, algurnas Sob

supen’isão do clero, ensinavam os ofIcios quepreparavarn os discIpulos para a vida profissional

e ministravam-Ihes tarnbérn as primeiras letras.Näo será inverosIrnii considerar que, para

alérn de Lisboa, Porto c Coimbra, muito poucascidades portuguesas, a época, disporiam de urn

conjunto de equiparnentos escolares mais diver

sificado e completo do que o Evora.

Por isso se buscararn inforrnacOes sobre asituação da populacão da cidade eborense no

piano da alfabetizaçao. Em 1960, a popuiacão

pOftuguesa corn idade igual ou superior a 10

18 Ci. Fernando Garneiro, corn Ln,ç’eflht) c’ 1rtc’. 1:nsrnc) Ticnico

t’fli Lt’orti clurcmtc’ ci IRI’J)IlbiiCti: U Lscolti Industrial V onic’rciul1tthuic’lPc’rc’ira, Lishoa. 1:chcocs Colibri - CIDFI IC’S Universidadecit Evora. 2011: Fernando Gameiro e Maria Ana ticrnardo.Quando a Unisersidack’ era o liccu: Socicciacle. Politica C hiles

em (iota clurante a I RepObiica” in (Juiis’raidade dc Liora (1559-2009,). 1St) tiflOs tic’ inotic’riiidtidc’ t’ducativa (Sara Marques

Pereira C Francisco 1.ourencct ‘.az coorci.). l.isboa, Chiado

l.clitora. 2012. p. 589-605: 1 Ieick’r Ack’gar lonseca e lernanclo

(;anwiro. ‘0 licc’ti dc Dora mi iormaçio chis elites poiluguesas.

Percursos l:scolart’s C’ Profissionais 18i1-1) ii, Escolas, Cul/urase ktci,ticiacic’s, Vol III, Ill Congresso l.uso-Iirasilciro tie I Iistdria

cia Ilciucacio, Sociedacie Porttigucsa cit Ci&ncias cia Educaclo,

Coimbra, 2004, pp.1 -36.

anos tinha urna percentagem de alfabetizados de

67 % (Evora: 80%), a classe 10-14 anos situava-se

nos 97% (Evora: 98%) c a de 15-19 anos IIOS 91%(Evora: 96%)”.

Dados nacionais dernonstrarn, segundo An

tónio Candeias-’°, a eficácia do Estado Novo naprornoção da alfabetização em Portugal pela

via da escolarizaçao. Dc facto, é precisarnentena classe etária em idade escolar que Os dados

eborenses mais se equiparam as pcrcentagensnacionais. Porém, quando a popuiação mais yeiha é considerada, torna-se evidente que a vida

em meio urbano favoreceu a aifabetizaçao doseborenses. Para além desta tendéncia, conhecida

da ilteratura sobre o terna, parece-nos que podeser considerada a hipótese de alguma correlaçao

entre o perfil funcional da cidade que tern vido

a ser desenhado e a posiçäo da mesma no piano

da aifabetização.Em benefIcio desta hipótese mencione-se,

também, que já no inIcio da década de trinta dosécuto )O( Evora dispunha de urna notávet Bi

19 Os ciados nacionais iorarn coligiclos em Antonio Canck’ias.“Moclernichicie, eclucacio, criacio dc riquc’za c’ lc’gitimaçaopolitica nos siculos XIX e XX em Portugal”. Anahsc’ Socicil. sol.Xi. (16), 2005. pp. ‘i--i98: as percc’ntagens relativas a Esor,apuraram-sea partir do X Rt’cc’nsc’trnunto Cern! dci l’opidnctio

(l960, tointt lit t’tii. 2”:Instrucao, Jashoa, 196-i.20 lcic’m, p.195.

Page 14: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

Baile na Sociedade

Harmonia Eborense

Diti DcacIa cit I 950)

C )t1 S1iI 11b

I11pIc1ct() ciii 12! cfeclt(icia

a partir cit 211 )V2 i( )tt )O[—

lica t)riciI2;li (din2ens2o

13x 1llcm)

blioteca Püblica, dc urn Arquwo Distrital e tarn

bern de urn Muscu Regional. Neste conjunto de

equipamentos culturais incluIam-se igualmente

o Teatro Garcia de Resende c o Salão Central

Eborense, este ultirno VOCaCiOflad() para 0 Cine

ma e corn crescente protagonismo na vida cultu

ral da cidade após inauguraçäo do novo edifIcio

em meados da dCcada de 194021. 0 elenco referi

do está longe de ser exaustivo relativamente aos

espaços de cultura e lazer de que os eborenses

podiam usufruir entre os arns trinta e sessenta

do século passado, mas estes seriam os mais em

blcmáticos e imponentes.

21 rania Rico. “S’ciido Ccizircd Ehoren.ce. urn utbat subre t) StlI

pat ri nonio’ A Ciciacie dc ivura. nS. 2001.

Efetivamente, a multipticidade das práticas de sociabilidade dos eboren

ses, lossern elas de cariz rnais cultural, desportivo ou simplesmente convi

vial, disseminavarn-se nela por diferentes espacos e recantos da cidade e

cram transversais a toda a populaçao, que delas se apropriava incutindo

-lhcs a sua especIfica marca de classe22.

No piano assistencial, a cidade dispunha da Miscricórdia, da Casa Pia

de Evora - uma da.s poucas instituiçOes deste tipo existentes no paIs2 -e do

Mbergue Distrital de Mendicidade Existiarn ainda outras instituiçOes bent

ficentes, de alcance mais reduzido, onde o espIrito de filantropia de alguns

eborenses oriundos de rneios sociais abastados se fazia sentir. Entre elas

22 Para conhecimento mais cietaihado do muititacetado e complexo universo clas práticas cit

sociabiliciade eborenses ci.. entre outros. Maria Ana ikrnatdo. Socicthiflciadc e J)istincdo cut Ivorct

Fia ,Sci,,ick, Mc!acie c!t .Scculo XLV. 0 Circulo Lborc’nsc. i.isboa. Cosmos. 2001 e Armancio Quintas.

Espaços cit Lcjt’i t cit Soc,ahiticicicic’ cut i:vora.3cfllularjt) tic’ conscrvaccio C Rc’ahibtaçati civ

l’atruuonlt) Cultural, Evora, Unbersiciacie cit ivora, 200.

23 cI, M. Angela Montenegro Miguel Casa Pia, Casa Pit das Convertichis’>, <Casa Pia cia E ora”,

Casa Pl;t das Mocas Desamparaclas.. Ccs;t Pia do Potty. s.d., Diciomirio cit HistOria cit Portugal

(]t2el Sc’rrlo dir.) votiX, Porto, Figucirinhas. pp,5 13-5 15.

‘it

Page 15: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

contavarn-se o Asilo da Infância Desvalida, o Asilo de Cegos Joäo Baptista

Rob, a Associacäo do Dinheiro dos Pobres e a Associação Creche e Lac

tário, a Associacào Eborense das Senhoras de Caridade, a Associaçäo de

Beneficência Escolar Eborense e, ainda, o Asilo de Mendicidade Ramaiho

Barahona. No campo do rnutualismo, a cidade contou corn a Sociedade Ar

tIstica Eborense e depois corn a Legado do Caixeiro Alentejano e 0 Legado

Operário de Evora.

Corn virtualidades para a dinamização da economia local, refira-se o

setor dos servicos e empresas de comunicacOes e transportes: correios, te

légrafos e telefones, caminho de ftrro e as firmas de aluguer de carnionetas

e de transportes de passageiros. Entre estas. já no inIcio da terceira década

do século )O( era referida a Transportadora Setubalense Limftada: garantia

ligacoes regulares diárias entre a cidade e os principals centros populacio

nais do distrito e entre este a capital do pals.

Corn efeito, o estatuto regional da cidade não advinha apenas, nern so

bretudo, da sua proerninëncia no plano da adrninistraçäo e crescente buro

cracia do Estado, embora esta ihe conferisse irnportante capital de prestIgio

e, por cornparaçäo corn outros centros populacionais da região, evidencias

se a sua atmosfera urbana.

No dizer de Orlando Ribeiro, o seu pulsar mais proftrndo era o de urna

cidade regional proflindamente enraizada na lavoura e na criação de gado,

cuja irnportância assentava numa intensa ftmnçäo de centro agricola e pecuá

rio “da provIncia das grandes herdades e dos seus senhores, que pesa[varnj

a trigo, a cortiça, a porcos [...] a sua irnportância social”2’.

Urn tal enquadrarnento, independentemente tie outras motivaçöes,

traz a rnemória a vertente de fotogralia etnográfica de Eduardo Nogueira.

2-i Ct. Orlando Rilxiro, 199-i. Ojnsctilos Gtgn/icos. V tolumt’: kmas urbanos, Usboa, lundaclo

Calouste Gulhenkian, p. 3-i I.

Também muito valiosa do ponto de vista docu

mental, rnas lateral a génese da presente reflexão

sobre Jvora e as suas gentes.

Mas Os Dias na cidade que a atual mostra so

bre a obra do autor evoca no que diz respeito ao

mundo da economia c do trabaiho são urna rela

tiva novidade e trazem ate nós uma faceta menos

divulgada ciessa rnesma obra.

Muitas fotografias captam atividades transfor

rnadoras que produzem bens corn vista a satis

façao das necessidades da populacão da regiäo

e/ou sustentam uma atividade comercial, de

rnaior ou rnenor distância, corn base em produ

tos agro-industriais25. falamos das moagens, dos

lagares, das adegas, das salsicharias rnas tambCm

das rnuito numerosas padarias c confeitarias, das

fábricas de bebidas näo alcoólicas e de licores,

que pontuavam nas ruas da cidade em estreita

relaçao corn os espaços habitacionais.26

25 Ct Paulo ldciarclo C uirnarles, sassociacoes eapitalisocschorenses: aetores, ircas (IC negécio c ntrnos de lorrnaçlo (1889-1960)’, Histdria. Rt’uLcla citi facutdadt’ tic’ [titus, Porto, Ill Sent,ol. 8, 200. pp. 15-193.26 Sohrc’ a rnirIade di unictadc transiormaclores disserninaclaspela cidade. cE Maria Cristina Patrício cbs Santos, MemOrias deurn patrirnónio indtistrial esquecido, do ccntrn historico dc Evora

c artcdoncs (1800-190), Irnentrio e piojitu dc salorizaclo.Es ota. Enivcnsidade (IC I sora (rclatório de c’stagio cIt rncstrado).2t) 13.

Page 16: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

46

Opcrário de “A Comercial d’Evora” (Praça Joaquim

Antonio de Aguiar)

Enct )flleflcIaclt ) POC Si’. \Ic )I)ia

Data 1932Cota EDN 0150-B

Ampliaçat ) digital efcctuiida a partir tic digit1IiZiça() dc ndga—

ti ( ) I )riginai ( ncgati\ t ) dc clii) p, h, dimcnsPcs liix2dcm

Page 17: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

Em pequenos espacos ou em oficinas mais amplas fabricavam-se produtos para o setor da construção, construIarn-se pequenas peças ou grandesobras de carpintaria e produzia-se roupa de casa, vestuãrio variado, calçado, chapéus e tantos outros objetos usados no quotidiano doméstico ouem outros sectores de atividade, fossern des a agricultura, a pecuaria, Ostransportes e comunicaçöes, etc2.

Por vezes, sobretudo nas unidades de menor dirnensão, a vertente daproducão tinha continuidade na cornercialização dos produtos. Assim, certos espacos e locais que Eduardo Nogueira fotografou são casas cornerciaisque funcionavarn corno a face visIvel da atividade transformadora.

Os artesãos e operários implicados no processo produtivo, em regraestão presentes nessas fotogralias. Umas vezes parecem embrenhados naatividade, corno se a irnagern captada fosse urn instantãneo, noutras, o artifIcio da pose cria urn instante de suspensão do quotidiano que, paradoxalmente, parece valorizar a própria atividade.

Algurnas das mais interessantes fotografias que constarn da presentemostra sobre a obra de Eduardo Nogueira são precisamente imagens deempresas. IndIstrias transformadoras, muitas delas, mas tambCrn firmas comerciais e fornecedoras de serviços, onde sobressaem asrelacionadas corno setor automóvel e corn os transportes motorizados em geral, ou corn asalfaias agrIco!as: venda, reparaçöcs rnecânicas, combustive!.

2 Sobte a importancia cia pecjuena inciüstra no Alentejo cm sculo XX ci. Paulo Eduardo Gtiirnarãcs,Elites e Indust tin lit) A/tnteo (1890-1960), lishoa, Colibri Cicichus — Unhersiciade tic Esora, 2006,para o sectito XIX, ci. Ana Cardoso dc Matos, Ch’ncki, Tccnologiti e Dt’seneolvi,nento Inthistritil noPort ugal Ohlocentista. caso dos tall!:) icios do Alentejo, Iisboa, Estampa, 1998. Para conhecimentodas atitucles empresarias cias elites económicis do scil de Pttrttuçtl ct I lIclcr Acictr Fonseca, 0Alcntcjo no sccuio XIX: econornia c atitudes econórnicas no Akntcjo Oltocentista. I.isboa. INCM

JCS, 1996.

Transrnitem urna mensagem de rnodernidadepe!os ambientes frmncionais dos seus espaços epe!o aspeto de eficiência profissional dos seustraba!hadores. São, assirn se assurnem, pela ohjetiva cümplice do fotógrafo, as empresas rnodernas da cidade de 1vora. Refirarn-se, apenasa titu!o de exernp!o, a Fábrica dos LeOes — Sociedade Alentejana de Moagern Lda., o FomentoEborense, tambérn no setor a!irnentar, a Tudauto: Organização Industria! de Archiminio Caeiro,Ldut. e a Fábrica de Aglornerados de Cortiça deArtur Augusto Ferreira.

Cu!rninam a imagem de modernidade. fazern

na empresa fotografia de fitrni!ia: em frente a fachada do edifIcio on em outro !oca! que permitaa sua boa identificacão, em traje domingueiro,traba!hadores e empresários confirmam, paramemória futura, quc a empresa é (também) asua farnilia.

Page 18: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

BIHLIO(,R%.FIA

AIMEIDA, Carmen (coorcl.), Riscos dc ttiit Seculo. Menioria.c c/ti eeoluçao ttrbanct cieLtora, Eort, CMF, 2001.

ALMEIDA, Carmen, Objectos Metancóticos, Lisboa, CaleidoscOpio, 2005;

Ayer 21: Imagen c’ Ilistoria, Madrid, Marcia! Pons, 1996.

BARTI ILS, Roland. 0 Ritnior cia LIngua. Usboa. Fdiçoes 0. 198.

BERNARDO. Maria Ana. ocicihilicitide e Distmçao eni Etora no Segundo Metade cia Scculo X1X. 0 CIrculo Lboreiisc’.

Lisboa, Cosmos, 2001,

BERNARDO, Maria Ana, Sociedade e elites no concelbo c/c Leorci. Per,nanêncict c’ mttdança (189(1-1030,), Lisboa, FCT

FCG, 2013.BURKE. Peter, Visto j’ no t’/sto. El ttso tie in inuagem C0IO0 doctiniento histórico. Barcelona, CrItica. s.d.

CANDEIAS. Antonio, “Modernidade, ec!ucacão. criação dc riqueza e legitimação polItica nos séculos XIX e em Portu

gal. .1nahse Social, vol. Xi, (1—6), 2005.

CARDOSO, Ciro Flamarion e Mauacl, Ana Maria, “1-listOria e Imagem: os exemplos cia fotografia c do cinema’ in DomInios

cia ]Jistória. Ensaios tie fëoria c Metociotogia (Ciro flamarion Carcloso e Ronaldo Vainta,s org.), Rio dc Janeiro, Campis,

199.FONSECA, Helcler Adegar c Gameiro, Fernando. 0 liccu dc Evora na formação clas elites portuguesas. Percursos Escolares

e Prof issionais 1$1-19-ii”, 1:’scokis, Ctdturtis eldentidadeA Vol III, Iii Congresso Luso-Brasileiro dc llistOria cIa Fcluca

ção, Socicclacle Portuguesa dc Ciências cia Educação, Coimbra, 2004.

FONSECA, 1-lelcier Aciegar, 0 Alentejo no sécttlo XIX: econonna e cit ittides economicas no Alentejo Oitocentista, Lisboa,

INCM ICS, 1996.GAiMLIRO, Fernando e Bernarclo. Maria Ana. “Quando a Universiclacle era o Liccu: Socieclade. Politica e Elites em Ivora

durante a I Repiiblica” in U,uiu’ersiducie tie Etora (1559-2009,). 150 dm05 c/c moclernkiaclc’ cthiccttk’ci (Sara Marques

Pereira e Francisco Lourenço Vaz coordl.), l.isboa, Chiado Eclitora, 2012.

GAMEIRO, Fernando, Coni Engenho cArte. Ensino Técnico em Learn c/urnnte a IReptiblica: a Escola Indtistricd e Coiiiei

cml Gabriel Perefra, Lisboa, EciiçOes Colibri - CIDEHUS, Universiclacle dc Evora, 2011.

GASPAR, Jorge, A Area c/c Injhwncia c/c Leora. Sistcnia tie Finiçoes e Lu,,ç’ares Centrals, Lishoa, Centro de Estuclos Ceo

grãlicos, 1981 (2’ cci.).

GUIMARALS. Paulo Ec!uardo, ‘As associaçOes capitalistas eborenses: actorcs, areas dc negOcio c ritmos dc formação (1889-

1960)”, HistOrici. Revista cia Factildacle c/c Letras, Porto, Ill Série, vol. 8, 200.

GUIMARABS, Paulo Eciuardo, Elites elnc/uistria noAlentejo (1890-1960), Lisboa, Colibri Cidehus —Universiclade tie Evora,

2006.LEI’l’E, Miriam Moreira. Ret ratos c/c Fanuilict: iciturci dafotogrctfia historica. São Paulo, Editora cia Universiclacle dc São

Paulo, 2001.MACFIADO, Joana Filipa Monso, 0 Pcdácio c/os Morgacios cia Mesqttita. McmOrias cia prescnçdt nnlitar en? 1:vora (clisser

tação dc mestraclo), Evora, Universiclade tie Eora, 2013.

MATOS, Ana Cardoso tic, Ciência, lécnologia e Deseneolt’inucnto I,icittstriai 110 Portugal Oilocentista. 0 cci.co c/os lcnnjI

dos do Alentejo. 1.isboa, Estampa. 1998.

MXF’I’OSO, José (Dir.), ltistdria c/a Vida Privada eni Portugal. Vo13: A 1,))Oca Conteinporthwa (Irene Vaquinhas Coordi.),

Lisboa, Circulo tie Leitores, 2010.

48 I

Page 19: r r1 r fl J - uevora.ptdspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/13903/1/Eborenses.pdfMontagcm e carpintaria Divisão de Obras Municipais — Brigada de Carpintaria e Pintura Coordcnação:

MEDEIROS, Margaricla, k)Iografia e ecrdaclc’: uuia história defantasnias, Lisboa, AssIrio & Alvim, 2010.

MONThIRO, Charles, “Histöria, fotografia e cidacle: rellexOes teórico-metodológicas sobre o campo de pesquisa”, METIS:

história & cultura. v. 5, n. 9, 2006.

NUNFS, Ana Bela, “Portuguese Urban System: 18904991”, in Urban Dominance anti Lahoitr Mci rket Differentiation of a

Europc’an Capital Citg Lisbon 1890-1990. (Pedro i’elhado Pereira e Maria Eugénia Mata ccl.), London, Kiwuer Academic

Publishers. s.d.NCNES. Maria dc Fatima, \rqueologia dc urna prática cientifica em Portugal — uma histOria cia totogratia. in Histária.

Revista cia Faculcicicie tie Let rcis. 111 Série, ‘<I. 6. Porto. 2005.

PAlS. José Machado. Carvaiho. Clara e Gusmão .Neusa Mendes dc (orgs.). 0 Visual e o Quotidkmo. Lisboa, Imprensa tie

Ciéncias Sociais, 2008.Piano Director Municipal Evora. E.ctticios t/c’ Caracterizaçao do Território. Anexo lEstuclos de Carctcterizaçdo do tcrrito

rio, Evora, Câmara Municipal dc Evora, 200.

POMIAN, Krzysztol Dc l’bistoire, partw die Ia mémoire, a Ia niémoire, objet d’histoire <<Revue dc Métaphysique et de

Moralc, O 1, 1998.POSSAMAI, Zita Rosane, “Narrativas fotográhcas sobre a ciclacle’, Retista Brasilefra die História. São Paulo, v. 2, n° 53,

200.QUR’I’AS, Armanclo, Espacos tie Lazer e c/cs Socicihilic/acie em lzt’orcc .Senunario c/c conserr’açdo e Rc’abilitaçdo do Patri

indnio Cit/turd, Evora. Universiclade dc Fvora. 200.RENAUDET. Isabelle. “Entre trajectoire inclividuelle et imaginaire collectif Les collections tie photographies post inorteni

clu Muséu dcl Pueblu cl’Asturies. in Anne Carol et Isabelle Renauclet (dir.) LI MORTA’ L’tl:’LVRE Usciges et représc’nta

tions c/it cad/avrt’ clans icirt, Aix-en-Provence, Presses Universitaires tie Provcncc, 2013.

IUBEIRO, Orlando, Lautensach, llermann e Daveau, Suzanne (cornentários e actualização), Geogrctfia c/c Portitgctl. 11110

Povo Português, 3 ccl., Lisboa, EcliçOes João Sá da Costa, 1999.

RIBEIRO, Orlando, Opiisctdos Geogrcficos. V co/time: Temcis tithanos, Lisboa, Funclacao Calouste Gulbenkian, 1994.

RICO, Tânia, “Salão Central lborensc, urn olhar sobre 0 seu património”, A Cit/tic/c c/c Evora, n°5, 2001.

SM.G UEIRO. Teresa Barata, A cu/cttie em Port ugcd. Uinci geografia tJrbana, Porto, Afrontamento, 1992.

SANTOS, Maria Cristina PatrIcio cbs. Memdrias c/cs tim patriindnio industrial esqiucido. do centro bistdrico tie Evora e

cirrec/ores (1800-190). Im’entdrio e pmjeto c/c t’cdorizaccTh, (relatório tie estágio tIc mestraclo). Evora. Unix ersiclade pã. so side Eora. 2013.

SENA, Antonio, Histdria c/ti Imagemfotogrdfica em Portugal (1939— 199}. Porto, Porto Eclitora, 1998.

SERFN, Maria do Carmo, “Imagcrn fotográfica como agcntc ou armaclilha dc aprendizagcm interprctação”, in Eclucctçao

Socieciadie & Ct,ltttras, n 40, 2013.SERRAO, Joel (Dir.), Diciondrio tie Histöria c/c Portugal voLIX, Porto, figucirinhas, s.d.

SIIYA, Mvaro Ferreira cia, Cresci,nento urbcino, regttlaçdo e oportun ic/ac/es enipresaricus: ci cons! ntcao resic/encial em

Lishoci, 1860 - 1930, (tcsc tie doutoramento policopiada), vol. I Ftorença, Instituto Universitário Europeu, 198.

S1MPI.ICIO, Domingas, ‘A ciclade tic Evora c a Relevãncia cm Centro itistOrico”, in A Nova Vicia no 14</ho Centro ntis Ci

t/cit/c’s Portugtiesas (José alberto Rio fernandes e Maria Lncarnaçao Sposito, org.) faculdade de l.ctras da Universidade

do Porto / GEGOT, 2013.\torais dos Santu.s

Sala de espera do atelier

de Eduardo Nogucira

Data:Décacia dc 30 (?)Ainpiiaç:to digital efeetciacia

fl’< dc digitalizacaci citnegati () c)rigifliL1 (negati 0

tie vicbo) p b, cImen—

socslHi1-icin). gcntiimenft

cechcio {X)t Luis .\Ogueita