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    V Congresso Brasileiro de Energia SolarRecife, 31 a 03 de abril de 2014

    NDICES DE PRODUTIVIDADE NA MONTAGEM DE USINASFOTOVOLTAICAS NO BRASIL. ESTUDO DE CASO - USINA SOLAR

    FOTOVOLTAICA SO LOURENO DA MATA

    Elielza Moura de Souza Barbosa- [email protected] Buelvas Uribe- [email protected]

    Universidade Federal de Pernambuco- Departamento de Energia NuclearThiago Moreira [email protected]

    Odebrecht EnergiaDaniel Sarmento de Freitas- [email protected]

    Ana Christina [email protected] Neoenergia

    Olga de Castro [email protected] Tiba- [email protected]

    Universidade Federal de Pernambuco- Departamento de Energia Nuclear

    Resumo. As primeiras centrais fotovoltaicas, decorrentes da Chamada Pblica ANELL13/2011, Projeto Estratgico:Arranjos Tcnicos e Comerciais para Insero da Gerao Solar Fotovoltaica na Matriz Energtica Brasileira iniciama fase de operao e promovem a oportunidade do conhecimento sobre a dinmica de instalao e montagem de usinasfotovoltaicas e a composio dos custos reais para gerao fotovoltaica no Brasil. A grande maioria das anlises decusto, realizadas at ento, consideram como custos de instalao valores transportados, muitas vezes, de pases comrealidades completamente diferentes das encontradas no Brasil, muito particularmente quando se refere mo de obra

    para montagem e instalao do campo de mdulos fotovoltaicos. Nesse sentido, as unidades que vm sendo instaladasproporcionam, alm da possibilidade de formao de recursos humanos, uma fonte de dados mais reais que podem serutilizados para subsidiar estudos de viabilidade tcnica- econmica de futuros empreendimentos. O presente trabalhoapresenta uma metodologia para estimar ndices de produtividade vinculados s atividades de montagem e instalao deusinas solares no Brasil, baseados na vivencia durante a instalao da Usina Fotovoltaica So Loureno da Mata (1MWp), comumente conhecida como Usina Solar Arena PE (USF Arena PE). Para cada atividade foi gerado um ndice,

    Homem.hora (H.h) que expressa o ritmo da produtividade no processo de montagem e instalao. Por exemplo, aevoluo na montagem de um total de 3693 mdulos mostra que nos primeiros dias a taxa de montagem era de 16unidades e a taxa mdia foi de 204 unidades/dia, com picos da ordem de 390 unidades/ dia. Esses dados podem sertraduzidos num ndice de produtividade de 0,739 H.h/modulo montado. Evidentemente, que os dados apresentados noso conclusivos. Representam dados provenientes da instalao de uma nica usina FV. Com a finalizao dos demais

    projetos em andamento os ndices podero ser consolidados. Salienta-se a importncia na divulgao desse tipo deinformao e de dados sobre as diversas fases dos P&D para que se possa ter uma base de informaes que fortalea odesenvolvimento da gerao fotovoltaica no Brasil.

    Palavras-chave:Usina solar Arena PE, ndices de produtividade na montagem de plantas fotovoltaicas, Custos desistemas fotovoltaicos conectados rede no Brasil.

    1. INTRODUO

    O Brasil vem se apresentando como um dos mercados da Amrica do Sul mais promissores para a gerao deenergia solar fotovoltaica. A potencialidade do mercado funo de um conjunto de fatores tcnicos, econmicos e

    polticos que vo desde a disponibilidade do recurso, maturidade do mercado fotovoltaico, taxas da tarifa de eletricidade eficcia das polticas institudas. No Brasil, tanto o recurso solar como a tarifa de energia apresentam-se com um dosmais altos nveis e a combinao de vrios fatores poder resultar favorvel implantao de grandes centrais solares acurto e mdio prazo. Particularmente, para o Nordeste, haja vista a primazia com a primeira central fotovoltaica de 1MWp no Cear, a Usina de Tau. Alm de ser um tradicional celeiro de grupos de pesquisas e formao de recursoshumanos em energias renovveis. Mais especificamente, o Estado de Pernambuco que alm dos 4 MWp provenientesde P&D, (Neoenergia com 1 MWp e Chesf com 3 MWp), o mercado j aponta para a instalao de cerca de 122 MWnos prximos dois anos, com um custo mdio de 228,63 R$/MWh e mdulos fotovoltaicos na faixa de 4 a 5 R$/kWp(JC-Leilo PE Sustentvel, 2013).

    As primeiras centrais fotovoltaicas, decorrentes da Chamada Pblica ANELL13/2011, Projeto Estratgico:Arranjos Tcnicos e Comerciais para Insero da Gerao Solar Fotovoltaica na Matriz Energtica Brasileira

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    (ANNEL, 2011) iniciam a fase de operao e promovem a oportunidade do conhecimento sobre a dinmica deinstalao e montagem de usinas fotovoltaicas e a composio dos custos reais para gerao fotovoltaica no Brasil.

    A grande maioria das anlises de custo do kWpico instalado (kWpinst), realizadas at ento, consideram comocustos de instalao valores transportados, muitas vezes, de pases com realidades completamente diferentes dasencontradas no Brasil, muito particularmente quando se refere mo de obra para montagem e instalao do campo demdulos fotovoltaicos. Nesse sentido, as unidades que vm sendo instaladas proporcionam alm da possibilidade deformao de recursos humanos uma fonte de dados mais reais que podem ser utilizados para subsidiar estudos deviabilidade tcnica- econmicas de futuros empreendimentos.

    O presente trabalho apresenta uma metodologia para estimar ndices de produtividade vinculados s atividades demontagem e instalao de usinas solares no Brasil, baseados na vivencia durante a instalao da Usina Fotovoltaica SoLoureno da Mata de 1 MWp, tambm comumente conhecida como Usina Solar Arena-PE (USF Arena PE).

    Para cada atividade foi gerado um ndice, Homem.hora (H.h) que expressa o ritmo da produtividade no processode montagem e instalao. Evidentemente, que os dados apresentados no so conclusivos. Representam dados

    provenientes da instalao de uma nica usina FV. Com a finalizao dos demais projetos em andamento os ndicespodero ser consolidados.

    2. A USINA SOLAR FOTOVOLTAICA SO LOURENO DA MATAA Usina Solar Fotovoltaica So Loureno da Mata, tambm conhecida como Usina Solar Arena-PE. (USF Arena

    PE), um dos produtos do P&D do Grupo Neoenergia (Coelba, Celpe e Cosern), relativo Chamada 13 ANEEL/2011.

    Com capacidade de 1 MWp e gerao prevista de 1.500 MWh/ano de eletricidade importou em um investimentoconjunto do Grupo Neoenergia e da Odebrecht de R$ 10 milhes. Os objetivos, consonantes com o EditalANEEL/Chamada13, visa fornecer energia ao estdio Arena Pernambuco como insero da gerao solar fotovoltaicana matriz energtica brasileira, a formao de recursos humanos e desenvolvimento estudos e de equipamentos relativosa cadeia produtiva fotovoltaica com o envolvimento de universidades e centros de estudo.

    A USF Arena PE encontra-se localizada nas coordenadas 0800235S e 3500009W, nas vizinhanas do estdioArena PE, na regio metropolitana de Recife. composta por dois campos. O campo com 0,95 MWp composto por3652 mdulos de Silcio mono cristalino (Si-m; 265Wp), cuja energia produzida destina-se comercialmente Arena PE,e o campo tecnolgico, que visa a pesquisa e formao de recursos humanos, composto por 5 sistemas de 10 kWp com5 tecnologias de fotovoltaicos. As tecnologias utilizadas so: 48 mdulos de (Si-m; 265Wp) do mesmo tipo e fabricanteda tecnologia do campo comercial, 47 mdulos de (Si-m; 240Wp) produzidos no Brasil, 48 mdulos de Silcio

    policristalino (Si-p; 245Wp) e 79 de filme-fino rgido de Silcio amorfo (Si-a; 142Wp) e 89 mdulos de Disseleneto deCobre Indio-Glio (CIGS;120Wp). Totalmente instalada em solo em dois plats, os arranjos fotovoltaicos com 100de

    inclinao so montados em estrutura de alumnio e ao em solo, ocupando uma rea total de cerca de 15 mil m2. A Fig.1 mostra uma vista da Usina Solar Arena-PE.

    Figura 1- Vista da Usina Solar Fotovoltaica So Loureno da Mata (Usina Solar Arena-PE; 1 MWp)

    3. MARCOS SOBRE CUSTOS DE USINAS SOLARES FOTOVOLTAICASUm dos fatores de maior relevncia para a insero na matriz energtica brasileira de fontes renovveis de energia,como a energia solar, sem dvida o fator econmico diretamente relacionado com o custo final da energia gerada

    (R$/kWh). Nesse custo, encontram-se embutidos: custos de investimento, como os relacionados com equipamentos ebens imveis; custos de engenharia relativos aos projetos, normas, licenciamentos e credenciamentos, por exemplo;

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    custos com materiais e servios, como estruturas de suporte, locao e transporte e o custo de mo da obra envolvida aolongo do processo de instalao e montagem do campo de coletores.

    Segundo dados da literatura especializada, o servio de montagem e instalao de sistemas, com capacidade acimaou igual a 1MWp situa-se na faixa de 10 a 15% do custo total, o investimento em cerca de 50 a 60% , e o complementocorrespondente aos demais itens, como matrias e estruturas, por exemplo. (NEREL, 2011; MME-EPE, 2012).

    O custo de investimento praticamente regulado pelo mercado internacional. No entanto, o custo referente mode obra de montagem e instalao de usinas fotovoltaicas no Brasil no obedece ao mercado internacional. Os valoresreferentes em varias licitaes de projetos vinculados Chamada ANEEL n o. 13/2011, (ANEEL, 2011), apresentamvariaes muito expressivas a respeito desse custo, sinalizando uma realidade: o desconhecimento do valor da mo deobra no mercado nacional. Simplesmente, por no se ter ainda uma experincia acumulada e uma massa significativade informaes provenientes de usinas concludas.

    Considerando o universo de usinas, dentro do P&D em pauta, j licitadas, em fase de montagem ou j emfuncionamento, o custo total vencedor tem se situado na faixa de 5 a 13 R$/Wpinstem funo do tipo de tecnologia domdulo fotovoltaico e da montagem em solo ou teto. Esses valores so compatveis com os citados na literatura, de2,38$/Wpinst (MME/EPE, 2012) e 3,80 $/Wpinst (Goodrich, 2011). No entanto, durante os processos de licitao asvariaes de custos entre as propostas tm sido enormes. Propostas para usinas de capacidade de potencia e tecnologiasemelhantes apresentam, em relao ao custo total, variaes extremamente expressivas na faixa de 40 a 50%. Observa-se que a maior variao ocorre no setor de servios com oscilaes na faixa de 250%.

    Comercialmente muito importante manter um controle rigoroso da produtividade no processo de montagem einstalao e os resultados obtidos durante a instalao da USF Arena-PE sinaliza curvas de aprendizagem entre o

    desenvolvimento das atividades e o tempo necessrio para desenvolv-las.

    4. METODOLOGIA

    Para fins de elaborao de oramentos e anlise de propostas, o mercado, convencionalmente, utiliza a unidadeHomem hora por Quantidade (H.h/QTD). Portanto, o objetivo determinar qual o esforo de Mo de Obra (MO)necessria para executar uma determinada atividade de quantidade 'n' estabelecida em projeto. Assim, o produto dessendice por um valor calculado de H.h de MO (com todos os custos embutidos), representa o custo real para execuo daatividade.

    Para a aplicao da metodologia proposta, o processo de implantao de usinas solares foi esquematizado em seisgrandes etapas. As etapas envolvem diferentes atividades cujas realizaes resultam em um ou mais produtos.

    Etapa I: Planejamento. Inicia-se com a concepo do projeto. Nessa etapa esto envolvidas atividades inerentes aavaliaes previas: da localizao, do recurso solar disponvel, da viabilidade tcnica-econmica, da capacidade de

    potencia em funo da quantidade de energia a ser gerada. Normalmente, o Projeto Conceitual evolui para um ProjetoBsico onde delineado o esboo tcnico do sistema com requisitos mnimos que devem ser observados. Como

    produtos expressivos, dessa etapa, destacam-se o Projeto Conceitual e/ou o Projeto Bsico da usina.

    Etapa I I : Projetos tcni cos e executi vos. Tendo como base os critrios estabelecidos no projeto bsico elaborado odetalhamento tcnico envolvendo todos os componentes que compem a planta, desde as especificaes tcnicas deequipamentos at o detalhamento construtivo e de instalao. Projetos tcnicos detalhados e cronogramas tcnicos eexecutivos se salientam como produtos principais dessa etapa.

    Etapa I I I : L icenciamentos, contr atos e normati zao. As atividades envolvidas podem ser realizadas em diversosmomentos e permeiam todo o cronograma executivo. So atividades relacionadas a processos de licitao, delicenciamentos e de registros. A grande maioria semelhante aos processos habituais, exigidos em empreendimentos paragerao de eletricidade, tais como, licenciamentos ambientais e de ocupao do solo, permisses de conexo redeeltrica de distribuio e demais requerimentos para dar incio s atividades de construo de obras civis e instalao deequipamentos geradores de energia. Nessa etapa, tambm se inserem diversos contratos de servios para a realizaodas atividades previstas nos projetos tcnicos e executivos. A catalogao das normas tcnicas aplicveis ao setor degerao de energia e mais especificamente gerao solar fotovoltaica e de suma importncia.

    Etapa IV: Aqu isies. Congrega todas as atividades de aquisies e de construo de peas e acessrios fora docanteiro de obras da usina.

    Etapa V: Instalao e mon tagem. Reuni as atividades executadas no canteiro de obras, tais como obras civis,mecnicas e eletro-eletrnicas, montagem e instalao dos equipamentos at o pr-comissionamento de todos ossubsistemas que compem uma usina solar fotovoltaica, inclusive os subsistemas de monitoramento operacional e dascondies climticas e medies meteorolgica.

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    Etapa VI : Comi ssionamento e qual if icao.Envolve as atividades inerentes ao comissionamento final, com a ordemde inicio de operao (start-up) em regime permanente e comercial da usina como unidade geradora de energia.Envolve todas as atividades inerentes a verificao dos procedimentos operacionais, qualificao do sistema ecaracterizao da produo de energia, os quais devem ser atendidos satisfatoriamente.

    Nas etapas de planejamento, licitao e licenciamento, a maior parte dos custos envolvidos encontra-se relacionadocom atividades indiretas atividade comercial da usina (gerar energia eltrica). Na etapa de operao da usina, oscustos envolvidos encontram-se focados objetivando manter a produo de energia, para a qual no requerida mo deobra direta expressiva.

    O presente trabalho tem como foco de estudo as atividades inerentes a Etapa V. Nessa etapa, encontra-se a maioriados custos relacionados com a interveno direta de materiais, equipamentos e mo de obra. Estimar a quantidade detempo necessria para que esses materiais e equipamentos sejam transformados numa unidade geradora de energia, um componente vital comercialmente, j que permite estabelecer os tempos e recursos necessrios, fazer projees,estimativas e estabelecer uma dimenso temporal para o retorno dos investimentos. As informaes baseadas no

    planejamento de custos correntes (MO) podem auxiliar os processos de tomada de decises em participao deprocessos licitatrios e no estabelecimento de cronogramas mais factveis.

    Os procedimentos metodolgicos utilizados para estimar a quantidade de (H.h) para a instalao de uma usina solarfotovoltaica com caractersticas similares USF Arena-PE, foram esquematizados nos seguintes passos:

    1. Coleta de dados.2.

    Processamento e anlise dos dados3. Resultados obtidos

    Na coleta de dados, foram utilizadas as informaes presentes nos Relatrios Dirios de Obra (RDO), documentosonde so registrados os avanos no decorrer da instalao, permitindo, desta forma, se ter uma relao das atividadesrealizadas dia a dia e as pessoas envolvidas nessas atividades, junto com uma dimenso espao-temporal das mesmas.

    No processamento e anlise, foram traduzidos os dados presentes nas RDO em informaes numricas,estabelecendo as principais tarefas desenvolvidas, a quantidade de recursos humanos que foram empregados para arealizao dessas atividades permitindo estimar o tempo no decorrer da instalao efetuado por cada operrio. Essasinformaes so de vital importncia, dentro do mercado fotovoltaico no Brasil hoje, devido a que a difuso das centraissolares e os investimentos no setor encontram-se avanando a passos pequenos e as informaes nesses aspectos soescassas.

    Na estimao de resultados apresentado um conjunto de informaes que permite visualizar a produtividade no

    processo de instalao da usina, os tempos em cada uma das atividades. Os ndices (H.h) obtidos podem sertransformados em ndices em termos de custos e projees comerciais desde que se tenha conhecimento do custo daMo de Obra do Homem hora ( MO do H.h). Esse dado, geralmente um dado privado, no facilmente divulgado pelasempresas. Mas, cada interessada poder utilizar seus prprios valores e assim auxiliar decises em futurosempreendimentos.

    4.1 Coleta de dados

    Como foi mencionada anteriormente, a matria prima utilizada para a realizao dessa anlise encontra-seconsolidada nos arquivos RDO facilitados pela gerncia de projetos da Odebrecht Energias Alternativas (OEA), rgoencarregado da superviso ao longo do processo de montagem da USF Arena-PE.

    Nesses arquivos, encontram-se condensadas as atividades realizadas dia a dia, as pessoas envolvidas por cada umadessas tarefas, as dificuldades e imprevistos ocorridos ao longo de cada dia de trabalho e um registro fotogrfico

    detalhado. Um exemplo desse tipo de relatrio pode ser visualizado na Fig. 2.Foram disponibilizados um total de 102 RDO correspondentes s atividades de adequao, montagem e pre-comissionamento da usina durante o perodo compreendido entre fevereiro e agosto de 2013. Da leitura e interpretaode cada relatrio disponibilizado, foi possvel obter as informaes correspondentes.

    4.2 Processamento e anlise das informaes

    Tendo em conta as informaes detalhadas em cada RDO, o passo inicial, para fazer o controle de produtividade,foi definir as principais tarefas dentro de um fluxo lgico procurando diferenciar as atividades sequencialmenteaciganadas a cada equipe de operrios, os quais foram contratados por diferentes empresas especializadas pela firmavencedora da licitao e responsvel pela instalao da USF Arena-PE. As tarefas definidas podem ser apreciadas naFig. 3.

    Definidas as tarefas, foi estabelecido o nmero de horas dirias de trabalho para os operrios ao longo dos dias dasemana. O regime de trabalho estabelecido corresponde de segunda a quinta-feira com 9 horas por dia, incluindo a hora

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    do almoo. Entre os dias sexta-feira e domingo a jornada laboral de 8 horas incluindo tambm o horrio para oalmoo.

    Figura 2. Exemplo das informaes condensadas em uma RDO durante o processo de instalao da USF Arena-PE.

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    Figura 3. Principais tarefas no processo de instalao da Arena PE.

    Com essas informaes foi possvel calcular o nmero de horas que cada trabalhador destinou por dia para cadauma das tarefas definidas. Das informaes contidas nas RDO, foi possvel obter tambm a quantidade de diasutilizados para completar as atividades chaves na instalao da usina. As informaes foram ento consolidadas e umarotina de calculo estabelecida. Um exemplo de planilha eletrnica desenhada pode ser vista na Fig. 4.

    Utilizando essas informaes como base de clculo, foi possvel estimar a quantidade de horas que cada operrio

    empregou em cada atividade, tendo em conta a jornada laboral especifica para cada dia. Os resultados parciais foramconsolidados como exemplificado na Tab. 1.

    Figura 4. Ilustrao de planilha elaborada: Quantidade mensal de trabalhadores por tarefa. USF Arena-PE.

    Tabela 1. Quadro consolidado de HH mensal por tarefa ao longo do processo de instalao da USF Arena PE.

    Terraplanagem

    Supresso vegetal

    Drenagem e cercamento

    Edificaes e obras

    civis

    Bases Helicoidais

    Marcao topografica,estruturas

    Infraestrutura

    Aterramento, lanamento

    cabos CC, BT e MT

    Montagem de mdulos,string box

    Conexes de

    equipamentos

    Eletrocentro (Inversores,quadros eltricos, Trafo,

    etc.)

    Cubculos MT Arena

    MS

    No. Trabalhadores / Tarefa

    Supresso Vegetal 0 4 5 0 0 0 0

    Terraplanagem 0 5 126 255 138 126 51

    Drenagem e Cerca 0 0 0 255 113 121 14

    Edificaes / Obras civis 0 0 0 0 0 59 286

    CFTV 0 0 0 0 0 4 26

    Bases Helicoidais 0 0 0 0 15 113 7

    Marcao topografica / Estruturas Mecnicas 0 0 0 0 10 36 367

    Montagem de Mdulos 0 0 0 0 0 0 69

    Montagem StringBox 0 0 0 0 0 0 9

    Lanamento de Cabos CC 0 0 0 0 0 0 0Eletrocentro (Inversores, Trafo, Quadros eltricos, etc.) 0 0 0 0 0 0 38

    Infraestrutura de Cabos BT 0 0 0 0 194 0 0

    Lanamento de Cabos BT 0 0 0 0 0 0 18

    Aterramento 0 0 0 0 63 0 0

    Infraestrutura de Cabos MT 0 0 45 225 24 0 10

    Lanamento de Cabos MT 0 0 0 225 30 0 21

    Cubculos MT (Arena) 0 0 0 0 0 0 3

    Comissionamento 0 0 0 0 0 0 0

    TOTAL DE RECURSOS MENSAIS X TAREFA 0 9 176 960 587 459 919 1

    JANEIRO FEVEREIRO MARO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOST

    MS

    Homem - Hora / TarefaSupresso Vegetal 0 36 45 0 0 0 0 0

    Terraplanagem 0 45 1118 2193 1212 1110 449 0

    Drenagem e Cerca 0 0 0 2193 990 1073 115 358

    Edificaes / Obras civis 0 0 0 0 0 509 2500 2779

    CFTV 0 0 0 0 32 227 247

    Bases Helicoidais 0 0 0 0 130 991 63 0

    Marcao topografica / Estruturas Mecnicas 0 0 0 0 90 324 3238 1944

    Montagem de Mdulos 0 0 0 0 0 0 611 2319

    Montagem StringBox 0 0 0 0 0 0 81 213

    Lanamento de Cabos CC 0 0 0 0 0 0 0 632

    Eletrocentro (Inversores, Trafo, Quadros eltricos, etc.) 0 0 0 0 0 0 332 79

    Infraestrutura de Cabos BT 0 0 0 0 1695 0 0 0

    Lanamento de Cabos BT 0 0 0 0 0 0 162 0

    Aterramento 0 0 0 0 558 0 0 108

    Infraestrutura de Cabos MT 0 0 0 1935 216 0 80 170

    Lanamento de Cabos MT 0 0 0 1935 342 0 168 191Cubculos MT (Arena) 0 0 0 0 0 0 24 18

    Comissionamento 0 0 0 0 0 0 0 134

    TOTAL MENSAL X TODAS AS TAREFAS 0 81 1163 8256 5233 4039 8050 9192

    JULHO AGOSTOJANEIRO FEVEREIRO MARO ABRIL MAIO JUNHO

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    4.3 Resultados obtidos

    Baseado nas informaes obtidas atravs dos relatrios dirios de obra fornecidos foi possvel estabelecer asatividades de maior demanda (H.h) e sua parcela de contribuio no recurso total utilizado na montagem da usina e otempo (dias) empregado para cada uma das principais atividades estabelecidas anteriormente. Tambm foi analisada aevoluo na execuo das atividades, particularmente nas duas mais importantes e inerentes a plantas fotovoltaicas: ainstalao das bases e a montagem dos mdulos. Essas informaes so apresentadas a seguir.

    As informaes da Tab. 1 so apresentadas na forma grfica na Fig. 5, Tarefa por ndice (h.h) e parcelas decontribuio por tarefa. Pode-se observar que as etapas da instalao com maior demanda de recursos (H.h) estoconcentradas nas tarefas de adequao do terreno (terraplanagem, drenagem e cerca) com 10.856 H.h, representandocerca de 30%, obras civis (marcao topogrfica/estruturas e construo de edificaes) com 11.384 H.h, cerca de31,6% . Montagem dos mdulos fotovoltaicos e Bases helicoidais apresentam 2.930 H.h (8,14%) e 1.184 H.h ( 3,3%),respectivamente.

    Figura 5. Estimativa do ndice (H.h) por atividade desenvolvida.

    Na Fig. 6 mostra a quantidade de dias utilizados para a execuo de cada atividade. Observa-se a concordncia comas informaes da Fig. 5. Ou seja, as atividades com maior (H.h) demandaram mais tempo. Salienta-se que as atividadescom maiores ndices (H.h) no so atividades especificas da gerao fotovoltaica. So atividades comuns a vrios tiposde empreendimentos.

    Figura 6. Dias de instalao por atividade de instalao desenvolvida.

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    Como ilustrao da metodologia os comentrios sero direcionados s atividades de montagem de mdulosfotovoltaicos e bases helicoidais.

    O incio da instalao das bases helicoidais foi reportado no dia 10 de Junho e estendeu-se at o dia 27 do mesmoms. Devido s caractersticas do solo, foi necessria a reinstalao de algumas das bases para manter o alinhamentodas estruturas sobre as quais os mdulos seriam fixados, gerando mudanas significativas no cronograma de instalao

    previsto. As atividades de preparao das estruturas para a fixao dos mdulos terminou finalmente no dia 22 deagosto.

    Na Fig. 7 pode-se observar a evoluo do processo de instalao das bases. O processo de instalao das bases foimecnico, realizado por maquinas com um ritmo/ rendimento estabelecido, portanto, no possvel visualizar umacurva de aprendizado (H.h) ao longo dos dias de instalao. As variaes na quantidade de bases fixadas no solo foramgeradas principalmente pelas condies climticas. A ocorrncia de chuvas por vrios dias interrompeu por diversasvezes o processo gerando atrasos significativos no decorrer dessa atividade. Embora as atividades de instalao das

    bases das estruturas metlicas de suporte dos mdulos se estenderam por quase 72 dias (incluindo os reforos estruturaisno solo), nos relatrios dirios de obra foram reportadas 17 ocorrncias que so apresentadas na Fig. 7.

    Figura 7. Evoluo da instalao das Bases Helicoidais

    No caso da montagem dos mdulos fotovoltaicos, o incio da instalao do sistema central foi, segundo os RDO,no dia 17 de Julho sendo finalizado no dia 27 de agosto conjuntamente com a planta tecnolgica. As atividades nessalinha iniciaram com a instalao demonstrativa de 1 mdulo, com a finalidade de capacitar os trabalhadores nasdiferentes etapas da montagem e fixao dos mdulos nas estruturas. A Fig. 8 mostra a evoluo do processo demontagem (curva de aprendizado). Observa-se a instalao de 16 unidades no segundo dia para 120 j no terceiro dia. Amdia obtida foi de 204 mdulos/dia, sem contabilizar os dias de menor quantidade de mdulos instalados, como nocaso dos dias 5, 6, 58 e 36, onde as condies do clima e problemas com a fixao das estruturas afetaram a

    produtividade dessa atividade. Similar ao acorrido com a atividade instalao de bases os dias sem informao deocorrncias no foram considerados. No perodo de 25 dias, no corridos, um total de 3.963 mdulos foram montados.Portanto, como essa atividade importou em 2.930 H.h, o ndice obtido de 0,738 H.h por modulo montado.

    Figura 8. Evoluo da instalao dos mdulos

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    V Congresso Brasileiro de Energia SolarRecife, 31 a 03 de abril de 2014

    5. COMENTRIOS FINAIS

    O presente artigo apresenta uma metodologia para determinar o esforo de mo de obra (MO) necessrio para aexecuo de atividade na montagem de sistemas solares. Para a determinao dos ndices de produtividade fundamental o conhecimento das quantidades de material que cada atividade envolve. Os ndices de produtividadesobtidos esto baseados em informaes da experincia com a implantao do P&D Usina Solar Arena PE e devem serentendidos como resultados preliminares. A experincia pioneira e envolveu a contratao de vrias prestadoras deservios de especialidades e qualificaes diferenciadas o que pode ter gerado incompatibilidade nos ritmos de trabalhoe dificuldades no apontamento dos dados. No entanto, o processo de aprendizagem foi enriquecedor para todos osagentes envolvidos, empresas proponentes e prestadoras de servios e corpo tcnico da universidade.

    Agradecimentos

    Os autores agradecem s instituies envolvidas no P&D: a ANEEL pelo incentivo a gerao solar fotovoltaicalanando a Chamada para o P&D, ao Grupo Neoenergia e Odebrecht Energia pela disponibilizao das informaes, aoCentro Brasileiro de Mudanas Climticas pelo coordenao do projeto e ao CPNq pela concesso das bolsas de

    pesquisa aos alunos de ps-graduao envolvidos no desenvolvimento desse P&D.

    REFERNCIASANEEL - AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELETRICA. Chamada N 13/2011 Projeto Estratgico: Arranjos

    Tcnicos e Comerciais para Insero de Gerao Solar Fotovoltaica na Matriz Energtica Brasileira.. Brasilia DF, agosto de 2011.

    MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA. Empresa de Pesquisas Energtica Nota Tcnica. Disponvel em < http://www.epe.gov.br/geracao/Documents/Estudos_23/NT_EnergiaSolar_2012.pdf> Acesso em 10 de novembro de2013.

    GOODRICH, A. C., WOODHOUSE. M., JAMES, T. Solar PV Manufacturing Cost Model Group: Installed Solar PVSystem Prices. 2011.

    JORNAL DO COMRCIO de 29/12/2013:Leilo PE Sustentvel, 2013.

    PRODUCTIVITY INDICES LINKED TO ASSEMBLY ACTIVITIES AND INSTALLATION OFPHOTOVOLTAIC PLANTS IN BRAZIL. CASE STUDY: PHOTOVOLTAIC SOLAR PLANT SO

    LOURENO DA MATA

    Abstract The first photovoltaic power plants , arising from the Public Call ANEEL13/2011 Strategic Project:Technical and Commercial Arrangements for Insertion of Solar Photovoltaic Generation in the Brazilian Energy

    Matrix, initiate the operations phase and promote the opportunity of knowledge about the assembly and installationdynamics of photovoltaic plants and the actual costs composition of photovoltaic generation in Brazil . The vastmajority of cost analyzes held until then, consider installation costs as values transported, often from countries withcompletely different realities from those in Brazil, especially where it relates to labor for assembly and field installationof PV modules. In this sense, the units have been used provide, besides the possibility of formation of human resources,a source of more real data that can be used to support studies of technical -economic feasibility of future projects. This

    paper presents a methodology to estimate productivity indices linked to assembly activities and installation of solarpower plants in Brazil, based on experiences during the installation of PV Power Plant So Loureno da Mata (1MWp), also commonly known as Usina Solar Arena PE (USF Arena PE). For each activity it was generated an index,Man-hour (Hh) index, that express the pace of productivity in the assembly and installation process. For example,changes in the assembly of 16units in the first days to an average activity of 204 units / day, with peaks of about 390units / day modules. These data can be translated into a productivity ratio of 0.738 Hh / mounted module. Clearly, thedata presented are not conclusive. Represent data from a single installation of PV power plant. With the completion ofother projects, underway indexes will be consolidated.

    Key words: PV Power Plant Arena PE;Man-hour productivity indices of PV Plants in Brazil; costs of grid-connectedPV systems in Brazil.

    http://www.epe.gov.br/geracao/Documents/Estudos_23/NT_EnergiaSolar_2012.pdfhttp://www.epe.gov.br/geracao/Documents/Estudos_23/NT_EnergiaSolar_2012.pdf