Raiox Sala Baterias

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Raio-x: sala de baterias Como deve ser uma sala de baterias e como treinar a equipe? Para responder a essas e outras perguntas, a INTRALOGÍSTICA consultou fornecedores que ajudam a escolher as melhores soluções e projetos Divulgação: Matrac P ara alcançar ganhos de espa- ço, desempenho e eficiência muitas empresas investem no desenvolvimento e na gestão de salas de baterias. É o caso do Magazine Luiza, que, em seu centro de distribuição, localizado em Louveira, interior de São Paulo, não poupou esforços para construir uma sala de baterias compacta – cerca de 40% menor do que a solução ado- tada anteriormente. O projeto, desen- volvido em parceria com a KM Carre- gadores, não só alcançou seu objetivo (otimizar o espaço) como manteve a qualidade e a segurança da operação de carregamento. Outro exemplo da pre- ocupação com os acumuladores vem da operadora logística AGV, que bus- cou especialistas no setor de baterias, como a SMI, para projetar uma sala com ampla capacidade de uso e fácil movimentação. Enquanto a Ford, em seu complexo industrial, localizado em Camaçari, na Bahia, procurou minimi- zar os custos com baterias e reduzir o tempo de troca dos equipamentos, in- vestindo no desenvolvimento de uma sala em parceria com o grupo Moura, exclusivo fornecedor de baterias para a Ford, e a JLW Eletromax, especiali- zada em carregadores. Esses exemplos mostram como grandes empresas, preocupadas em ampliar a capacidade de produção e atendimento, reconhecem a necessida- de de manter uma sala de recarga bem equipada e organizada, conquistando resultados positivos em suas opera- ções. Por isso, acompanhe no decorrer da reportagem como projetar e gerir os equipamentos, os aspectos físicos e os recursos humanos de uma sala de baterias. Primeiros passos Antes de definir o espaço para re- carregar as baterias tracionárias, é preciso questionar a necessidade de implementar uma área exclusiva para essa operação. Segundo os fabricantes de equipamentos, a melhor alternativa para chegar a esse resultado é avaliar a operação. Para Sandro Simenton, gerente comercial da S&K (fabricante de caixas de ferro para baterias tra- cionárias, gabinetes, entre outros), é preciso analisar a rotina de uso das máquinas dos últimos 24 meses, verifi- cando o número de trocas de baterias e o número de problemas ocorridos por parada de máquinas desabastecidas e suas consequências, além do número © IMAM Consultoria - Tel.: (11) 5575-1400 - Revista intraLOGÍSTICA

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    Raio-x: sala de baterias

    Como deve ser uma sala de baterias e como treinar a equipe? Para responder a essas e outras perguntas, a INTRALOGSTICA consultou fornecedores que ajudam a escolher as melhores solues e projetos

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    Para alcanar ganhos de espa-o, desempenho e eficincia muitas empresas investem no desenvolvimento e na gesto de salas de baterias.

    o caso do Magazine Luiza, que, em seu centro de distribuio, localizado em Louveira, interior de So Paulo, no poupou esforos para construir uma sala de baterias compacta cerca de 40% menor do que a soluo ado-tada anteriormente. O projeto, desen-volvido em parceria com a KM Carre-gadores, no s alcanou seu objetivo (otimizar o espao) como manteve a qualidade e a segurana da operao de carregamento. Outro exemplo da pre-ocupao com os acumuladores vem da operadora logstica AGV, que bus-cou especialistas no setor de baterias, como a SMI, para projetar uma sala

    com ampla capacidade de uso e fcil movimentao. Enquanto a Ford, em seu complexo industrial, localizado em Camaari, na Bahia, procurou minimi-zar os custos com baterias e reduzir o tempo de troca dos equipamentos, in-vestindo no desenvolvimento de uma sala em parceria com o grupo Moura, exclusivo fornecedor de baterias para a Ford, e a JLW Eletromax, especiali-zada em carregadores.

    Esses exemplos mostram como grandes empresas, preocupadas em ampliar a capacidade de produo e atendimento, reconhecem a necessida-de de manter uma sala de recarga bem equipada e organizada, conquistando resultados positivos em suas opera-es. Por isso, acompanhe no decorrer da reportagem como projetar e gerir os equipamentos, os aspectos fsicos

    e os recursos humanos de uma sala de baterias.

    Primeiros passosAntes de definir o espao para re-

    carregar as baterias tracionrias, preciso questionar a necessidade de implementar uma rea exclusiva para essa operao. Segundo os fabricantes de equipamentos, a melhor alternativa para chegar a esse resultado avaliar a operao. Para Sandro Simenton, gerente comercial da S&K (fabricante de caixas de ferro para baterias tra-cionrias, gabinetes, entre outros), preciso analisar a rotina de uso das mquinas dos ltimos 24 meses, verifi-cando o nmero de trocas de baterias e o nmero de problemas ocorridos por parada de mquinas desabastecidas e suas consequncias, alm do nmero

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    de empilhadeiras e sua quantidade de uso. Em seguida, identifica-se o local mais propcio para a instalao da sala. De acordo com Edmilson Anjos Fer-reira, diretor da Matrac (fabricante de baterias), preciso ter em mente que, para cada bateria com 300 Ah24 vcc, necessrio 1,5 m de rea, enquanto que para baterias maiores (600 Ah48 vcc) acrescenta-se mais 1 m. Essas medidas incluem carregadores, rea para circulao, espao para troca de baterias e pequenas manutenes. Ou-tra sugesto da Matrac adotar locais com p direito alto, que permite me-lhor ventilao do ambiente, prejudi-cado pela eliminao dos gases emiti-dos pelas baterias em recarga.

    Para garantir a seguranaEsses gases, formados por hidro-

    gnio (liberado pelas baterias) e ou-tros componentes no ar podem criar uma soluo explosiva, por isso no devem ficar comprimidos em uma sala

    pequena e sem ventilao. Segundo Sandro, da S&K, o teor mximo de hi-drognio permitido em uma sala de 3,8%, enquanto a quantidade de vazo de ar pode ser controlada a partir da relao entre o nmero de elementos que compem as baterias e a maior corrente registrada no final da carga no carregador. J Alex Pereira, ge-rente comercial da Prestbater (fabri-cante de baterias), lembra que, caso no haja condio de manter janelas na sala, preciso forar a ventilao dos gases por meio de exaustores e-licos ou eltricos; eles faro o papel da

    janela na renovao do ar. Tambm importante atentar temperatu-ra das baterias, que, de acordo com Sandro, no podem ultrapassar 45C, justamente para evitar que os compo-nentes envelheam prematuramente, com o desprendimento da massa ativa das placas e a degradao dos separa-dores, no caso de baterias com placas tubulares.

    Mo-de-obra atentaOutra medida para garantir a se-

    gurana da operao de recarga manter, treinar e educar a mo-de-

    TraTando os resduos

    O processo de recarga das baterias elimina resduos que, se no forem tratados, so despejados na natureza, e agridem o meio ambiente. Wilken Drumond, diretor tcnico da AWM Manutenes, especializada em reparos de salas e baterias tracionrias, lembra que a Villefort, atacadista, projetou uma sala para 20 acumuladores, preocupando-se principalmente com o escoamento para tratamento de resduos. O mesmo cuidado do centro de distribuio das Casas Bahia em Betim (MG), que desenvolveu um tanque na rea de manuteno que retm a gua em um reservatrio at que ela seja tratada e descartada

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    obra que far o manuseio dos equipa-mentos. Todos os fabricantes consul-tados so unnimes em afirmar que o treinamento especializado essencial para alcanar os resultados esperados de uma sala de baterias. Esse treina-mento deve ser feito por meio de apos-tilas e no prprio local, focando os princpios bsicos de manuseio e ope-rao de acumuladores, relata Alex Pereira, da Prestbater, que, assim como outros fornecedores, ministra cursos para seus clientes sobre como operar uma sala de baterias. So nes-ses treinamentos que os operadores se preparam para identificar, por exem-plo, as tenses de cada bateria para ajustar o carregador, j que a tenso pode variar de acordo com o fabrican-te, assim como identificar o momento em que necessrio completar o nvel do elemento com gua deionizada.

    Por ser um equipamento inflam-vel e com alto risco de contaminao, o treinamento dos operadores deve dar destaque aos procedimentos de segurana e ao uso dos equipamentos,

    como os chuveiros e o lava-olhos de emergncia (localizados dentro da sala de baterias), que devem ser utilizados em casos de acidentes com os cidos e os gases das baterias. Outro tema im-portante a ser abordado durante o trei-namento da equipe o uso adequado dos itens de segurana, como culos apropriados, capacete, botas com bi-queira, aventais, luvas e roupas (teci-dos apropriados para evitar o contato do operador com o cido).

    A seleo do colaborador respon-svel pela operao da sala tambm deve seguir alguns cuidados, afinal uma rotina cercada de detalhes. Por esse motivo, importante verificar, entre os candidatos vaga, aquele que mais se enquadra a essa realidade e demonstra realizar os procedimen-tos com cuidado, rapidez e muita, mas muita ateno. A dica formular um teste prtico para que o gestor avalie se o candidato segue todos os procedi-mentos e se atenta a detalhes, como as travas de segurana dos equipamen-tos de movimentao e os sinais de

    CheCk-lisT

    Veja os diferenciais dos principais equipamentos que compem uma sala de baterias

    Bombona: para acondicionar gua desmineralizada;

    Bicarbonato de sdio: neutraliza o eletrlito liberado durante a recarga da bateria;

    Carregadores: proporcional ao nmero de baterias, h modelos que autoprogramam o tempo de recarga;

    Ims ou sinalizadores:indicam qual acumulador deve ficar em descanso ou voltar a operar;

    Carro industrial: mecnico ou automatizado, possui roletes para transporte e movimentao das baterias;

    Desimetro: verifica se a carga da bateria j est apta ao uso;

    Desmineralizador de gua: transforma gua corrente em gua prpria para bateria;

    Extintor de incndio: com soluo apropriada para equipamentos eltricos;

    Painel de desligamento:desliga os carregadores em caso de acidente ou manuteno;

    Sistema de gerenciamento da rotina:software que controla os carregadores;

    Suporte para baterias e carregadores: suporte com roletes e trava de segurana para preservar a bateria em recarga. Lembre-se: precisam de pintura eletrosttica e devem impedir a bateria do contato com o piso;

    Talha: automatizada, reduz a movimentao humana (capacidade para grandes volumes, at 3 t);

    Termmetros: mede a temperatura das baterias, que acima dos 50C envelhecem precocemente;

    Trocador de bateria: automtico ou mecnico, reduz o contato entre a bateria e o operador.

    Fonte: Easytec, Matrac, Prestbater, S&K, SMI, KM, Moura, AWM

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    segurana. Segundo os fabricantes de equipamentos para salas de baterias, funcionrios muito afoitos no costu-mam apresentar os resultados espera-dos nesse tipo de rotina.

    Estrutura e equipamentosO projeto de construo da sala

    tambm exige muitos detalhes. A co-mear pelo tipo de piso, que, segundo Jos Amilton Pessoa, diretor tcnico da SMI, deve ser construdo para re-sistir ou impedir a acumulao cida, evitando irregularidades como fendas, falhas, desnveis, etc. A soluo mais adotada para tornar o piso seguro pint-lo com tinta epxi, explica San-dro, da S&K. A Matrac tambm reco-menda criar uma rea reservada para lavagem e manuteno de baterias. Outro ponto importante a cobertura, que deve evitar qualquer tipo de ex-posio chuva e ao sol, pois fatores naturais podem danificar os equipa-mentos e, principalmente, as baterias

    expostas. Por esse motivo, recomen-dado realizar revises peridicas na cobertura e no telhado.

    Uma sala de baterias deve oferecer condies adequadas de segurana, lim-peza, fluxo de movimentao e higieni-zao, lembra Alberto Alves da Fonse-ca, gerente geral da Easytec (fabricante de equipamentos para salas de baterias). Segundo ele, esse um dos motivos para se adotar uma escolha criteriosa dos equipamentos. Para a SMI, as empresas devem avaliar suas operaes com o in-

    tuito de identificar qual a soluo que melhor se enquadra quantidade e ao modelo das empilhadeiras e baterias presentes no armazm ou na indstria. Foi avaliando a operao do Magazi-ne Luiza que a KM Carregadores, em parceria com a SMI, conseguiu reduzir em 40% o tamanho da sala de baterias que opera cerca de 80 carregadores. A soluo encontrada foi acoplar os car-regadores em gabinetes que reduzem o espao, relata Gilmar Kafka, scio-diretor da KM.

    Construda em um anexo do CD, a sala de baterias da Cyber Logstica

    tem ventilao forada

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