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CAPÍTULO 4 O suicídio PERGUNTA: — Como é visto no campo espiritual o pro blema do suicídio? RAMATIS: — Não podemos esquecer que a sementeira é livre, porém a colheita obrigatória, portanto o suicídio pode ser interpretado ora como patológico, ora como deses pero por causa da perda de bens materiais, ora resultado de paixões insatisfeitas e ora como punição a alguém. Em qual quer um dos casos ele continua sendo um crime doloso e conseqüentemente sujeito às penalidades legais, começando por ter o suicida de encarnar novamente para completar o ciclo vivencial interrompido, e depois outra reencarnação de risco para colher a sementeira de joio, saldando seu débito na contabilidade sideral, perdendo tempo e energia na sua evolução espiritual. O suicida é um trânsfuga das responsabilidades por ele criadas. Fugindo do dever cármico ele não só prolonga sua aspiração libertadora, como aumenta seu saldo negativo diante da lei de ação e reação. PERGUNTA: — Mesmo no caso das doenças mentais, como nas Psicoses Maníaco Depressivas, fase depressiva, ele ainda esta sujeito às penas? RAMATIS: — Segundo critérios médicos simplificados, doenças podem ser: hereditárias, degenerativas e infecciosas. E as depressões mentais, de qualquer origem, são considera 72

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  • CAPTULO 4

    O suicdio

    PERGUNTA: Como visto no campo espiritual o problema do suicdio?

    RAMATIS: No podemos esquecer que a sementeira livre, porm a colheita obrigatria, portanto o suicdio pode ser interpretado ora como patolgico, ora como desespero por causa da perda de bens materiais, ora resultado de paixes insatisfeitas e ora como punio a algum. Em qualquer um dos casos ele continua sendo um crime doloso e conseqentemente sujeito s penalidades legais, comeando por ter o suicida de encarnar novamente para completar o ciclo vivencial interrompido, e depois outra reencarnao de risco para colher a sementeira de joio, saldando seu dbito na contabilidade sideral, perdendo tempo e energia na sua evoluo espiritual.

    O suicida um trnsfuga das responsabilidades por ele criadas. Fugindo do dever crmico ele no s prolonga sua aspirao libertadora, como aumenta seu saldo negativo diante da lei de ao e reao.

    PERGUNTA: Mesmo no caso das doenas mentais, como nas Psicoses Manaco Depressivas, fase depressiva, ele ainda esta sujeito s penas?

    RAMATIS: Segundo critrios mdicos simplificados, doenas podem ser: hereditrias, degenerativas e infecciosas. E as depresses mentais, de qualquer origem, so considera

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  • Sob a Luz do Espiritismo

    das, hoje, como geneticamente transmissveis e espiritualmente elas seriam deflagradas pela programao perispiritual, resultante do primarismo anmico do ser, ou de seus vcios, paixes,, sentimentos impuros, aes dolorosas e sobretudo pelas agresses alcolicas, tabagistas, substncias euforizantes ou alucinatrias; que carregam a contextura sutil do perisprito de material denso e imprprio para sua futura ascenso anglica.

    Jesus disse: Vs sois deuses, e ningum poder alcanar a divindade, sem antes ter vestido o traje resplandecente e imaculado para as bodas eternas com o bem e o amor.

    Assim, pode-se estacionar nos vales das trevas at por milnios, porm a centelha divina de cada um procura a luz de onde veio, para poder brilhar conforme a sua destinao, desde o momento da prpria individualizao no seio do universo.

    PERGUNTA: Gostaramos que esclarecsseis melhor sobre o suicdio por doena.

    RAMATIS: Sempre h uma alterao mental nos casos de suicdio, no importando que essa alterao seja fruto de uma doena como o cncer, ou de abusos de substncias psicoativas, ou qualquer outra causa exterior, porque o motivo fundamental est no perisprito, por ser o registro da memria do indivduo em suas vidas, desde o eltron ao homem. o akhasa dos mestres indianos, que poderamos interpretar como sendo a memria de Deus manifestando-se na energia grosseira, a qual manda viver e evoluir sempre e no procurar a fictcia morte como a cessao da vida, pois sabemos da sua inexistncia no Universo. A morte simples transformao da forma em energia ou vice-versa.

    Logo, qualquer que possa ser a razo do suicdio, ele somente ter retardado a evoluo espiritual e muitas vezes, nos casos de doentes terminais, h o malogro do resgate crmico, quando ele estava praticamente realizado, tendo o

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  • Ramatis

    esprito, alm de completar o tempo restante, ainda que retornar para nova experincia vivencial, porm com o agravamento de sua dvida.

    PERGUNTA: No constituiria um atenuante nos casos de suicdio quando a noo de honra e dignidade levam a pessoa a ele, ou pela perda de seus bens?

    RAMATIS: A grande lei leva em considerao um til ou uma vrgula da ao humana e de sua motivao, e tudo pesado e medido com exatido. Assim a honra e a dignidade humana so levadas em conta, como efeito de uma educao dentro dos padres superiores da conduta humana; e tambm ser observada e computada a quantidade da vaidade, do orgulho e de outros defeitos dos humanos. Tudo isso ser adicionado conta crmica para a prxima reencarnao; todavia, a nova experincia na matria ter de ser feita em situaes mais precrias.

    J a perda de bens materiais como causa do auto-exter-mnio considerada um agravante e logo levar a um reajuste ainda mais penoso, porquanto o esprito encarnado nada tem, e nada leva do universo da forma, a no ser o bem praticado, o amor desinteressado e a sabedoria adquirida. Isso tudo representa os tesouros do cu; o resto so os bens terrenos que passaram a ser corrodos pela ferrugem do tempo.

    PERGUNTA: Temos sabido de alguns casos em que jovens desiludidos por desenganos amorosos, ou por no aceitarem as restries familiares, bem como cnjuges abandonados pelo outro, deixam uma comunicao culpando a algo ou algum como causa de seu suicdio. Isso pode ser considerado como um motivo relevante ?

    RAMATIS: No. Lembramos sempre a diferena entre a vida eterna e a momentnea. A primeira a conseqncia de todo o acervo acumulado no perisprito, enquanto a segunda o reflexo desse acmulo no instante fugidio

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