Ran i Cultura

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1 EMATER-RIO SERVIÇO DE EXTENSÃO RURAL ELABORAÇÃO: JOSÉ HENRIQUE CARVALHO MORAES Médico-Veterinário CRMV 5/1995 Gerente Estadual de Pequenos e Médios Animais da EMATER-RIO

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    EMATER-RIO SERVIO DE EXTENSO RURAL

    ELABORAO:

    JOS HENRIQUE CARVALHO MORAES

    Mdico-Veterinrio CRMV 5/1995

    Gerente Estadual de Pequenos e Mdios Animais

    da EMATER-RIO

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    INTRODUO

    A RANICULTURA uma das atividades agro-pecurias que mais evoluiu nos ltimos 15 anos. A tecnologia da criao de rs em confinamento evoluiu de tal forma

    que muito do que se escreveu a algum tempo atrs em nada se aplica as atuais tcnicas

    para a criao deste anfbio.

    Essa apostila tem a inteno apenas de dar noes para o incio de uma criao de

    rs para pequenos produtores, que podem comear apenas recriando rs ( adquirindo

    ps-imagos de outros ranicultores) at formar totalmente sua estrutura com reproduo

    e criao de girinos.

    Como toda atividade agrcola, o sucesso dessa criao depende fundamentalmente

    da dedicao que o produtor dar a sua criao. As observaes dirias, a ao rpida e

    eficaz para resolver os problemas que surgem e as rotinas de higienizaes e triagens

    num ranrio, constituem-se na diviso entre o sucesso e o fracasso do ranicultor.

    A EMATER-RIO com os seus tcnicos de campo alm de gerentes regionais e

    estaduais, estar sempre com uma estrutura de apoio voltada para orientar e atender ao

    produtor rural com assistncia tcnica direta, Cursos, Excurses, Encontros Tcnicos e

    visitas aos ranrios, incluindo orientaes na rea de comercializao que poder ser

    direta, atravs de Cooperativas ou de Abatedouros Particulares.

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    CAPTULO I

    CARACTERIZAO DOS ANFBIOS

    As rs so animais ANFBIOS ( do grego AMPHI = Duplo e BIOS = Vida; Animais que vivem parte de sua vida na gua e parte na terra). So vertebrados,

    simtricos bilaterais (externamente a metade esquerda bem semelhante a metade

    direita), com circulao dupla (sangue venoso e arterial) e fechada e cuja a temperatura

    corporal Varia com a temperatura ambiente sempre a 1 C acima desta. Quando muito frio hibernam, da o porqu de no se criar rs em lugares com

    temperaturas mdias abaixo de 18 C.

    CLASSIFICAO NA NATUREZA

    REINO ANIMALIA ----- FILO CHORDATA ----- SUB-FILO VERTEBRATA

    SUPERCLASSE GNATHOSTOMATA ------- CLASSE DOS ANFBIOS.

    NA CLASSE DOS ANFBIOS TEMOS AS SEGUINTES ORDENS:

    1) ORDEM URODELA ou CAUDATA ( EX: Salamandra. Com patas e cauda na fase adulta).

    2) ORDEM ANURA (EX: Rs, Sapos e Pererecas. o maior grupo de anfbios vivos; Sem cauda na fase adulta).

    3) ORDEM APODE ou GYMNOPHIANA (EX: Cobra cega e Ceclios. Animais escavadores sem membros e de corpo alongado).

    Na ORDEM ANURA precisamos identificar as principais diferenas entre as espcies :

    Rs, Sapos e Perereca.

    1) RS:

    - Da famlia Ranidae, Pipidae e Leptodactylidae. - Possuem pele fina e mida. - As pernas posteriores so bem mais desenvolvidas (quase 60% do corpo) . - Do longos saltos. - Os ovos ficam em forma de sagu ou espuma. - So comestveis. - So de tamanho mdio a grande. - As cores variam do verde ao marrom claro.

    2) SAPOS:

    - Da famlia Bufonidae - Pele seca e rugosa e de cor escurecida (tendncia a marron). - Do saltos curtos. - Pe os ovos em forma de cordes. - Tm tamanho mdio.

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    - No so comestveis (possuem glndula venenosa atrs dos olhos)

    3) PERERECAS:

    - Da famlia Hylidae. - Possuem ventosas no trmino de todos os dedos escalando qualquer superfcie. - Vivem em rvores e ambientes midos. - Os ovos so colocados num pequeno bolo de espuma. - So bem pequena em comparao a sapos e rs. - No so comestveis pelo ser humano.

    OBS: Sobre as rs nativas, algumas espcies existentes no Brasil so:

    - R PIMENTA: (Leptodactylus labyrinticus) A maior r brasileira e atualmente em extino. Tem cor de tijolo com flancos avermelhados.

    - R MANTEIGA: (Leptodactylus ocellatus) Tem musculatura do brao bem desenvolvida mas com produtividade inferior a da Touro-Gigante.

    - R PALMIDES: de pequeno porte sem valor comercial. - R PARADOXO: Seu girino atinge 25 cm e ele se transforma numa r de

    apenas 5 cm (da o paradoxo).

    PARA SE CRIAR RS NATIVAS S COM AUTORIZAO DO IBAMA.

    A R TOURO-GIGANTE

    a r que criaremos na nossa Anfigranja, Ranabox ou Baia Inundada por ser

    atualmente a mais estudada. originaria dos Estados Unidos (RANA Catesbeiana,

    Shaw) chamada bull-frog americana, a r mugidora, introduzida no Brasil em 1935.

    CARACTERISTICAS

    - Vive no em mdia 16 anos sendo de 10 anos a sua capacidade reprodutiva. - No Brasil um reprodutor permanece de 4 a 5 anos no ranrio. - Sua postura chega a 3.000 ovos na 1 desova, podendo ir a 20.000 ovos nos

    subseqentes. (No Brasil a mdia de 5.000 a 6.000 ovos).

    - precoce pois atinge a maturidade sexual com 1 ano quando peso mdio de 250 gramas de peso vivo.

    - Chega a 30 cm no comprimento total. - O tom da pele vai do verde-claro ao cinza-escuro. - Possui membrana interdigital nas pastas traseiras (caracterstica que as rs

    nativas no tm).

    DIFERENA ENTRE MACHOS E FMEAS

    importante termos condies de identificarmos os machos e fmeas dessa

    espcie. Assim as principais caractersticas do DIMORFISMO SEXUAL so:

    A) O ouvido ( a membrana timpnica que fica atrs dos olhos e a cavidade ocular tm tamanhos semelhantes na fmea; No macho a membrana timpnica maior

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    do que a cavidade ocular) .

    B) O brao do macho forte e volumoso. C) Os machos so menores que as fmeas. D) O papo do macho intensamente mais amarelado na poca do acasalamento (na

    fmea creme-esbranquiado).

    E) O polegar do macho fica dilatado (verrugas nupciais) na poca do acasalamento para melhor aderncia nas fmeas nesse perodo.

    F) O macho coaxa forte no perodo reprodutivo; As fmeas emitem sons quase imperceptveis.

    NA NATUREZA A R ALTAMENTE PREDADA; SEU RANRIO DEVE

    TER PROTEO TAIS COMO TELAS E MUROS PARA EVITAR A

    ENTRADA DESSE INVASORES QUE MUITO CAUSAM PREJUIZO AOS

    RANICULTORES (AVES, RATOS, PEIXES, MORCEGO, INSETOS ETC...).

    REPRODUO E DESENVOLVIMENTO

    fundamental conhecermos como a r touro-gigante se desenvolve para

    podermos adaptar nossa criao as diversas fases no desenvolvimento da mesma:

    1) REPRODUO: feita por fecundao externa; O macho coaxa atraindo a fmea; Procurar gua limpa para a desova; O macho fica por trs da fmea e

    exerce presso no abdomem fazendo-a expelir os vulos. Ao mesmo tempo ele

    expele o esperma fecundando esses vulos. Os ovos ficam unidos por uma

    espuma transparente e gelatinosa que os mantem na superfcie da gua. A

    REPRODUO FEITA NOS CHAMADOS MOTEIS DE SETEMBRO A

    ABRIL. Daqui os ovos iro para o setor de girinagem colhidos em peneiras ou

    cuias dgua.

    2) ECLOSO: Os embries eclodem de 3 a 5 dias. Tm cor negra e vivem do saco vitelino. No 10 dia passam a se alimentar do plancton e da rao colocada na

    gua. Da comeam a nadar (a movimentao dos embries eclodidos e que

    mostra o momento de se colocar a rao no tanque j que nesse momento eles j

    estaro com a boca formada).

    3) GIRINOS: Comea as metamorfoses que levaro os animais a trocarem a gua pela terra. So essas as principais fases:

    3.A) G1: Crescimento. Nas primeiras semanas ficam no fundo do tanque vindo a

    superfcie se alimentarem em grupos. A durao desse perodo depende da temperatura

    da gua.

    3.B) G2: Comea a metamorfose; As patas posteriores se desenvolvem externamente e

    as anteriores internamente; Os girinos se alimentam muito nessa fase.

    3.C) G3: a pr-metamorfose; As patas posteriores esto totalmente exteriorizadas mas

    no formadas

    3.4) G4: o pr-climax da metamorfose; As quatro patas esto totalmente prontas,

    inclusive com as membranas inter-digitais.

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    3.5)G5: o clmax da metamorfose; Exteriorizao das patas anteriores; A cauda, ainda

    grande, afila-se e absorvida; Nessa fase o animal quase no se alimenta vivendo da

    absoro da prpria cauda; A respirao passa de BRANQUIAL para

    PULMONAR/CUTNEA.

    4) IMAGOS: J a r pronta para ir para o setor de recria; J possui as 4 patas e j absorveu a cauda.

    5) RS ADULTAS: Ficam de 30 a 40 dias no setor de recria e de 2 a 4 meses no setor de engorda ( dependendo da temperatura e da qualidade da rao). No setor

    de recria h necessidade de que a rao se mexa (com larva de mosca, cochos

    vibratrios etc...) a fim de que ela se adapte a comer rao. Na engorda j no h

    necessidade. No sistema de baias inundadas e no ranabox so utilizadas raes

    extruzadas e flutuantes com densidade maior de rs/m. As rs ao mexerem na

    gua fazem a rao mexer e com isso a ingere.

    importante fazer uma seleo nas diversas fases da criao a fim de ficarmos

    com os melhores animais na anfigranja:

    A) NA FECUNDAO: Observar se o macho produz boa quantidade de esperma (observando percentagem de ovos eclodidos em considerao

    aos vulos postos pela fmea).

    B) DESOVA: O nmero de vulos deve ser alto a fim de que se chegue a 5 a 6 mil ovos/desova.

    C) ECLOSO: Verificao das ecloses dos ovos.

    D) GIRINOS: Eliminar os mais fracos, raquticos, originrios de desovas de baixa ecloso e de casais consangneos.

    E) RS JOVENS: Excluir as fracas, defeituosas, doentes e mal desenvolvidas.

    SEM BOA ALIMENTAO, BOM MANEJO E BOAS CONDIES NO

    AMBIENTE NO H COMO FAZER UMA BOA SELEO POIS AS MAS

    CONDIES NIVELA POR BAIXO O BOM E O MAU INDIVIDUO.

    CAPTULO II

    - ESCOLHA DA REA PARA INSTALAO DE UM RANRIO

    A) REA: De fcil acesso para comercializao; Bom espao plano para expanso; Fonte de gua que permita abastecimento por gravidade; Local tranqilo; Sem

    poluio de industrias e agro-txicos no local.

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    B) TOPOGRAFIA: Terreno plano, prximo a fontes de gua e isento de possibilidade de enchentes; Declividade de 1% a 3% no mximo.

    C) TIPO DE SOLO: Consistente para resistir o peso das fundaes; Quanto menos resistncia mecnica do solo, maior custo das instalaes.

    D) GUA: - No pode ser salobra ou salgada. - No conter excesso de matria orgnica (cuidado com ranrios em turfas). - Ph de 6,5 a 8,0. - Sem poluio de resduos industriais e defensivos agrcolas. - Servem gua de mina, poos artesianos e semi-artesianos de boa qualidade. No

    caso de riachos, observar a contaminao dele feita em outras propriedade. O

    ideal ter a fonte DENTRO da propriedade para poder controlar a qualidade da

    gua.

    - Dar preferncia a levar gua por gravidade ao ranrio; Energia eltrica aumenta o custo operacional.

    - A gua deve ir ao ranrio a cu aberto ou tubo de plstico. Canos de ferro galvanizado contm zinco que intoxicam o girino; Chumbo ou cobre tambm

    so ruins pois mesmo em baixa concentrao causam prejuzos.

    - Temperatura preferencial entre 22 a 27C. A gua fria diminui o ritmo de crescimento.

    - De 15C a 18C a r leva 8 a 10 meses para fazer toda a metamorfose (se fizer). - De 21C a 27C leva de 4 a 6 meses; Da a importncia da temperatura da gua. - gua clorada s pode ser utilizada no setor de engorda e no mximo 3 a 5 p.p.m

    de cloro. Girinos no resistem ao cloro e morrem facilmente.

    E) CLIMA: De 20C a 30C em mdia. O Ideal de 27C a 30C. Nunca inferior a 18C. Observar tambm a evapo-transpirao anual. Se o regime pluvial da

    regio inferior ao montante da evaporao h riscos de, no perodo, no existir

    gua suficiente para a manuteno do ranrio.

    A) CLIMA QUENTE: - Galpo no sentido leste-oeste.

    (25C a 35C) - Abertura amplas com boa ventilao.

    B) CLIMA AMENO: - Galpo no sentido norte-sul.

    (18C a 25C) - Janelas ou cortinas e at calefao se necessrio.

    CAPTULO III

    - INSTALAES DE UM RANRIO TIPO ANFIGRANJA

    (SISTEMA DESENVOLVIDO PELA UNIVERSIDADE

    FEDERAL DE VIOSA).

    1) SETOR DE REPRODUO

    A) BAIAS DE MANUTENO: Onde ficam machos e fmeas separados. B) SETOR DE ACASALAMENTO: So os motis onde machos e fmeas se

    encontram.

    2) SETOR DE GIRINOS.

    3) SETOR DE RECRIA E ENGORDA.

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    4) LARVRIO.

    1.A) BAIAS DE MANUTENO

    - Onde ficam os machos e fmeas separados em celas esperando poca de acasalamento. A densidade de 10 rs/m. A disposio das baias so iguais as

    baias de engorda. (VER TEM 3.B).

    UNIDADE MNIMA DE REPRODUO: 10 casais de reprodutores.

    ALTURA DA CONSTRUO: 2,70 A 3 m com telhas de amianto e telas nos espaos.

    Muro de 0,80 a 0,90 m.

    PISCINA: 20 cm profundidade.

    ALTURA DOS ABRIGOS: 8 cm.

    1.B) SEO DE ACASALAMENTO (MOTEIS) Abrigam casais por no mximo 5 dias quando ocorre o acasalamento. Temperatura da gua entre 23C a 25C. Local onde

    possui cobertura de telha somente cobrindo os cochos, abrigo e piscina. Existem caixas

    de 1 m e 20 cm de profundidade com gua limpas (15 cm de gua) num total de 2,25

    m de rea. Depois da desova os casais voltam a mantena e os ovos vo para a seo de

    girinos. Aonde no tiver telhas, cobrir com sombrite para proteger os ovos de inimigos

    naturais. Aqui coloca-se 1 casal/m. (Os motis devem estar pouco acima do nvel do

    cho para evitar entrada de sujeira). A piscina deve ter 20 cm de gua para que as

    fmeas no desovem nela. Podem ser utilizados caixas de plsticos (de carregar sacos

    de leite) para facilitar o manejo. Mas a caixa no deve ter mais de 15 cm de gua.

    2) SETOR DE GIRINOS

    Tanques de alvenaria ou argamassa armada (placas). As caixas de amianto

    podem ser utilizadas mas tm custo elevado e o fundo plano de difcil limpeza. O

    amianto tambm pode intoxicar os girinos. Tanques na terra podem ser feito mas tm

    manejo difcil e menor produtividade por isso. No entanto, por ser de terra h mais

    disponibilidade de zoo e fitoplancton e assim os girinos engordam mais

    rapidamente.Tm 1 metro de profundidade e largura e comprimentos variados

    (normalmente 3 x 3 m ou 1,5 x 4 m).

    VANTAGENS DOS TANQUES DE ALVENARIA OU ARGAMASSA:

    - Facilidade de manejo (menos mo-de-obra). - Maior durabilidade e menor custo. - Aproveitamento maior de espao. - Melhor qualidade da gua. - Controle de alimentao. - Triagem simplificada. - Densidade populacional de 0,5 a 1 girino por litro de gua (nos tanques de terra

    de 1 girino para 15 litros de gua). O ideal, havendo gua suficiente, 1

    girino/2 litros de gua.

    3) SETOR DE RECRIA E ENGORDA

    Onde a r fica at alcanar o peso mnimo para abate (110 gr) ao peso ideal para

    o abate (180 gr).

    A) BAIA INICIAL: Onde as rs ficam at atingir 40 gramas (vem do tanque de girinos

    j transformados em IMAGOS).

    - DISPOSIO: 1 piscina no meio, 2 cochos e 2 abrigos em disposio linear.

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    - DIMENSO: por baia 2,55 x 3,40 m (Viosa) no mximo (Baias menores aumentam o custo mas facilitam bastante o manejo). Ideal de 6 m.

    - 100 rs por m - Altura do abrigo: 3 cm de altura. - Profundidade da piscina: 8 a 10 cm.

    B) BAIA DE ENGORDA: Ficaro at 100 gr a 180 gr.

    - DISPOSIO: igual ao dia da recria. - DIMENSO: 5,10 X 3,40 m. (em Viosa) OBS: (baias menores aumentam o

    custo mas facilitam bem o manejo). Ideal para manejo 10 m a 12 m.

    - 50 rs por m. - Altura do abrigo: 6 cm de altura. - Profundidade da piscina: 8 a 10 cm.

    4) LARVRIO

    - Local onde se criam moscas para a produo de ovos dos quais se obtero as

    larvas. Essas larvas sero utilizadas no SETOR DE RECRIA na proporo de 1 kg de

    LARVA para 3 kg de RAO inicialmente. O objetivo da larva apenas

    MOVIMENTAR a rao de modo que ela se acostume a com-la (a larva foge da luz e

    penetra na rao movimentando-a). No setor de engorda no mais necessrio as larvas

    pois as rs j se acostumaram a comer rao; No entanto o excesso de larvas deve ser

    colocado nesse setor pois estimula as rs a comerem.

    Cada gaiola-moscrio construida em madeira e tela de nylon branca (2 mm).

    Temperatura ideal no solo de 25C e 70% da umidade relativa ocilaes de temperatura

    (ou qualquer outro material isolante). Deve haver lmpadas incandescentes para

    estimular a atividade das moscas e um circulador de ar para evitar desenvolvimento de

    fungos. Deve haver espao para se colocar as bandejas coletoras de ovos). O local no

    pode ir abaixo dos 20C pois prejudicial a criao. Uma gaiola deve produzir 1 kg

    larva/dia (mnimo 4 gaiolas no local para haver rodzio na produo).

    OBS: AS BAIAS DE MANUTENO ONDE FICAM CONFINADOS OS MACHOS

    E FMEAS PARA A REPRODUO PODEM SER CONSTRUIDAS NO

    CONJUNTO DAS CONSTRUES PARA RECRIA E ENGORDA SENDO 1 BAIA

    PARA OS MACHOS E 1 BAIA PARA AS FMEAS. Apenas a piscina + funda e

    larga e os abrigos mais altos (pode-se separa 2 baias de recria para esse fim).

    OBSERVAES FINAIS NAS CONSTRUES

    1) Caso a propriedade tenha problema de gua bom ter 2 ou 3 poos artezianos para abastecimento da anfigranja. claro que os custos de produo aumentam

    pois ser necessrio uso de energia eltrica para abastecer a criao. O volume e

    a qualidade da gua so fundamentais na ranicultura.

    2) Aps terminar as obras fazer uma lavagem com vinagre e cloro em toda a rea cimentada 15 dias antes de colocar rs no local. O cimento fresco provoca

    escarras na pele da r e o vinagre neutraliza esse efeito; O cloro ir matar as

    bactrias nocivas aos animais.

    OBS: Utilizar bastante vinagre; O cimento fresco responsvel pelos altos ndices

    de mortalidade no 1 lote colocado nas baias.

    3) O uso de placas de cimento para diviso das baias diminui o custo da construo.

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    4) Declive de 1% a 2% no interior das piscinas para facilitar limpeza diria (em direo a sada da gua).

    5) Alguns ranicultores preferem o cocho oval como recomendado em Viosa, pois como a larva se aprofunda e migra para as pontas, a tendncia que o centro dos

    cochos compridos fiquem sem larva. No entanto, os cochos ovais so difceis de

    se higienizar.

    6) Ao utilizar a criao de girinos em tanques de terra utilizar telas anti-pssaro alm de adicionar 1 grama de neguvon para cada 1.000 litros de gua para

    combater as odonatas ( nessa dosagem ir matar os insetos mas no matar os

    girinos ).

    7) O tamanho ideal para tanques de terra para girinos de 2m de largura X 4m de comprimento X 1 metro de profundidade.

    CAPTULO IV

    - MANEJO DE RS EM UMA ANFIGRANJA

    1) Setor de MANUTENO: Onde ficam os machos e fmeas em separado, esperando

    para irem para o setor de acasalamento no perodo propcio.

    Densidade: 10 rs/m

    - Escolher na seleo sempre fmeas com o abdmen mais desenvolvido para ir para o setor.

    - Rao utilizada aqui igual a da engorda. - Perodo de Acasalamento: De setembro a abril. - Manejo nesse setor semelhante ao do setor de ENGORDA.

    2) Setor de REPRODUO (Motis).

    Perodo de postura: setembro a abril (ideal outubro a maro).

    Levar 1 macho/2 fmeas para cada motel construdo no perodo de acasalamento

    (tambm recomendado 2 machos/3 fmeas com boa qualidade). Alguns produtores

    utilizam 1 macho/1 fmea por achar mais produtivo.

    O tempo mximo de permanncia dos lotes nos motis de 15 dias (ideal de 5

    dias).

    Para saber se a fmea desovou, observar seu abdmen. Se estiver flcido e

    pequeno ela j desovou e deve voltar para a manuteno.

    Cada desova recolhida (aps seleo dos ovos) e levada para a seo de

    girinagem. feita a coleta com auxlio de bacia ou peneira plstica.

    Os ovos que vo para o setor de girinagem so colocados em quadros flutuantes

    (50 x 50 cm com tela de nylon de 2 mm), isso para que os ovos permanecerem semi-

    submersos. Alguns produtores tm pr-tanques de girinagem pequenos onde esperam a

    desova para depois levar os girinos recm-eclodidos para a girinagem.

    No setor de reproduo importante manter a grama bem aparada para no

    dificultar o acesso dos casais aos motis.

    3) Setor de GIRINAGEM.

    - Na medida que os embries concluem seu desenvolvimento, as larvas de rs

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    saem dos quadros e passam a ocupar todo o tanque de girinos.

    A alimentao dos girinos s deve ser feita quando a larva absorver totalmente seu

    saco vitelino. (Se d em torno do 10 dia dependendo da temperatura).

    O movimento ativo dos girinos na gua indicao clara da necessidade de oferecer

    o alimento.

    importante nesse setor fazer triagem peridicas(normalmente 2 a 3 so feitas

    nesse perodo) pois os animais que se desenvolvem mais, soltam hormnios na gua que

    inibem o crescimento dos menores. As tcnicas de triagem so diversas, desde a manual

    simples ao uso de grades de diferente tamanhos. Para execut-las o produtor iniciante

    deve praticar com algum ranicultor conhecido. O girino na fase G5 ou seja, na

    metamorfose, precisa de terra pois sua respirao pois passou da branquial para a

    pulmonar. necessrio colocar dentro dos tanques de girinagem flutuadores e coletores

    para que os imagos subam e se apiem para serem coletados e levados a recria.

    Tambm podem ser colocadas telas na beira do tanque com um pequeno tanque logo

    aps as telas para que os imagos subam e caiam nesse pequeno tanque com um pouco

    de gua no fundo sendo coletados ali.

    4) Setor de RECRIA.

    - Sero colocados 100 imagos/m. Colocar a rao nos cochos juntos com as larvas de moscas (incio 1 kg larva/3 kg de rao e diminuir at a 10% da larva

    na rao no final do perodo, de 35 a 40 dias). Limpeza simples das baias

    diariamente. Troca de gua diria. Limpeza completa semanal ou quinzenal. As

    rs ficaro nesse setor at atingirem em torno de 40 gr quando vo para a

    terminao (engorda). Ficam nesse setor de 30 a 40 dias em mdia sendo que o

    uso de larvas feita de 25 a 30 dias, at que os animais estejam consumindo

    bem a rao. Ao passar os imagos para as baias de recria, faz-se uma seleo por

    tamanho nas baias para se obter lotes mais uniformes (rao a ser colocada =

    12% da biomassa). Uma boa prtica espalhar larvas na baia ao colocar os

    imagos novos no local. Como eles vem com pouca energia da girinagem

    (passaram um bom tempo se alimentando apenas da absoro da cauda) para

    esse local, a larva prxima a sua boca estimula o imago a se alimentar, indo

    progressivamente at aos cochos onde passa a consumir rao + larva.

    5) Setor de ENGORDA.

    - Recebe rs com + de 40 gr onde elas ficam at atingirem 170 gr a 180 gr (peso ideal de abate). Ficam aqui entre 2,5 a 3,5 meses dependendo de temperatura e

    alimentao. No h necessidade de colocar larvas na rao. Elas j esto

    condicionadas.

    A TABELA DE CONSUMO ALIMENTAR DIRIO PARA GIRINOS E RS

    1) GIRINOS:

    * PESO MDIO EM GRAMAS

    CONSUMO ESTIMADO EM PERCENTUAL

    0,1 gr.

    0,2 gr.

    1,0 gr.

    3,0 gr.

    4,0 gr.

    10%

    9%

    8%

    7%

    5%

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    2) RS:

    * PESO MDIO EM GRAMAS

    CONSUMO ESTIMADO EM PERCENTUAL

    At 10 gr.

    At 20 gr.

    At 30 gr.

    At 50 gr.

    At 65 gr.

    At 90 gr.

    At 110 gr.

    At 150 gr.

    + de 150 gr.

    12%

    11%

    10%

    9%

    8%

    7%

    6%

    5%

    5%

    * Trabalhos feito por LIMA e AGOSTINHO em 1988.

    Com 20C de temperatura na gua os girinos se alimentam e desenvolvem-se.

    Abaixo disso tm seu desenvolvimento prejudicado.

    Renovao diria de no mnimo 20% do volume de gua no tanque pelos fundos

    de modo que o excesso de fezes, rao e dejetos sejam eliminados.

    importante a limpeza do tanque aps sada de 1 lote (esgotando toda a gua e

    limpando bem o fundo). Limpeza simples quinzenal baixando 95% da gua.

    Para reter girinos esticando a metamorfose basta diminuir a temperatura da gua.

    Para acelerar a metamorfose para o aparecimento de IMAGOS diminui-se o

    volume de gua dos tanques. (Tambm usa-se hormnio humano para conseguir esse

    efeito).

    Normalmente uma desova em ABRIL, faz o animal passar todo o INVERNO

    como GIRINO transformando-se em IMAGO em SETEMBRO.

    70% da gua numa anfigranja usada na rea de girinagem (fase totalmente

    aqutica da r).

    A fase de IMAGO a fase mais sensvel da r. Qualquer erro no manejo resulta

    em alta mortalidade. (A larva torna-se fundamental aqui).

    A gua no setor de girinagem pode entrar por baixo do tanque atravs de cano

    furado que envolve todo indo da parede para o fundo evitando formar corrente na gua

    e carreando os dejetos para o ralo. O ideal que a gua circule constantemente.

    A rao dada aqui deve ser a mais pulverizada possvel para facilitar a ingesto

    pelos girinos.

    Os girinos ao se transformarem em IMAGOS procuram lugar no tanque para

    descanar. Deve-se coloca caixas coletoras flutuantes nos tanques para que eles possam

    repousar e facilite a coleta dos mesmos para serem enviados ao setor de recria.

    OBS: A utilizao de gua-ps em pequena rea do tanque de girinagem parece

    melhorar o micro-clima no local, diminuindo o ndice de mortalidade. O produtor

    poder tentar utilizar essa planta (tomando cuidado para ela no tomar todo o tanque)

    caso sua mortalidade no tanque esteja aumentando.

    A DECLIVIDADE do fundo do tanque de girinos deve ser de 30 para facilitar a

    limpeza.

    OBS: Quanto mais se retardar a metamorfose do girino para imago, mais a r cresce

    (na fase de G2 para G3) chegando nas baias de recria com bom peso e mais resistncia.

    A rao deve ser administrada na gua em pelo menos 4 pores dirias (rao

    com protena acima de 40%).

    importante a sensibilidade por parte do produtor em observar se est havendo

    excesso ou escassez de comida para os animais. O excesso causa aumento do custo de

    produo e a escassez causa canibalismo; Ambos do prejuzo. importante a

    observao do produtor no consumo do alimento para que se estabelea uma rotina

  • 13

    caracterstica prpria de sua unidade produtora em funo do clima local que induz o

    menor ou maior consumo de rao pelas rs.

    OBS: A minhoca fornece altssimos ndices de protena para as rs e elas so altamente

    palatveis. S que a minhoca colocada nos cochos se desidrata rapidamente e perde a

    mobilidade. Pode ser uma opo mas no deve ser rotina. A larva de mosca mais fcil

    de se produzir e mexe melhor a rao. Alevinos de peixe tambm do tima converso

    alimentar, mas o custo de produo de alevinos alto e h dificuldade no manejo dos

    mesmos. Existem tambm cochos vibratrios para o setor de recria. So Paulo utiliza

    esses cochos mas a produtividade (n de imagos que sobrevivem) com larvas de mosca

    maior.

    - DO SETOR DE ENGORDA as rs vo para o abate. Deve-se deixar o lote de rs que sero abatidas 24 h em jejum antes do abate

    RESUMO DO MANEJO

    POCA DE DESOVA COLOCAR CASAIS FAZER TROCAS DE

    SETEMBRO A ABRIL NOS MOTEIS FMEAS E MACHOS

    QUE J DESOVAM

    LEVAR OVOS PARA

    TANQUE DE ECLOSO PADIOLA (RETIRAR O DESOVA

    (OU OS DE GIRINAGEM) GRUMO C/TESOURA)

    GIRINO NADANDO NA DAR POUCA RAO E APS 1 MS BAIXAR

    PADIOLA - LIBERA-LOS BAIXAR 10% D GUA GUA 1 X POR SEMA-

    TODO O DIA NA TODA E LAVAR O

    TANQUE. CONTINUAR

    BAIXANDO 20% DA

    GUA TODO O DIA

    DEIXAR 1 GIRINO / 2 PRXIMO A METAMOR- 2 MS (OU 1CM DE

    LITROS DE GUA FOSE FAZER A 1 TRIA- COMP.) 1 CON-

    GEM TAGEM E COLOCAR 2

    GIRINOS / LITROS

    DE GUA

    COLOCAR APOIOS P/ LEVAR GIRINOS META- AT O FIM DA RE-

    A METAMORFOSE MORFOSEADOS PARA CRIA PERDA DE 20%

    AS BAIAS DE RECRIA A 25% DOS IMAGOS.

    80 % DE LARVAS E 20%

    DE RAO

    COM 30 A 40 G (R REALIZAR TRIAGENS COM DIMINUIO DAS

    JOVEM) FAZER TRIA- SEMPRE QUE O LOTE MORTES FAZER A 1

    GEM PARA LEVAR AS ESTIVER MUITO HE- TRIAGEM E COMEAR

    BAIAS DE ENGORDA. TEROGNEO A DIMINUIR % DE

    80 % RAO/20% LARVAS

    LARVAS

  • 14

    NA ENGORDA COLOCAR FAZER NO MXIMO PRXIMO AO ABATE (20

    5% DE LARVAS NA MAIS 2 TRIAGENS SE 30 DIAS ANTES) NO

    RAO AT NO MAIS HOUVER NECESSIDA- MAIS FAZER TRIAGENS

    NECESSITAR DE

    SEGREDOS DO BOM MANEJO:

    1) PRODUO DE LARVAS SUFICIENTES R COM 170 A 185 gr 2) TRIAGENS NO MOMENTO CERTO ENCAMINHAR AO ABATE 3) HIGIENE TOTAL E T RANQUILIDADE

    CAPTULO V

    PRODUO CONTROLADA DE LARVAS DE MOSCAS DOMSTICAS

    Com a evoluo da ranicultura, possvel que futuramente no haja mais

    necessidade de se associar uso da rao com larvas de mosca no setor de recria. No

    entanto, por enquanto a melhor alternativa o uso de larvas para estimular as rs

    novas a pegar a rao nos cochos. A produtividade no caso do uso de larvas de

    moscas maior do que os cochos vibratrios. Com a larva prxima aos imagos, eles

    vo sendo estimulados a procurarem rao nos cochos. O cocho vibratrio atrai as rs,

    mas os imagos chegam muito fracos no setor de recria, e muitos no conseguem chegar

    aos cochos (e alguns que chegam entram no cocho, vibram junto e acabam fugindo).

    A) A MOSCA:

    - Vive em mdia 30 dias. - frtil 24 horas aps a emerso. - Faz postura 3 a 5 dias aps fertilizao. - 1 fmea pe mdia de 800 ovos sendo que 6% so colocados nos 10 primeiros

    dias de postura.

    - CICLO DE VIDA: Ovo, larva, pupa e mosca adulta.

    O MOSCRIO

    O MOSCRIO deve estar num quarto simples em alvenaria, bem iluminado, ventilado

    e com janelas de madeira para evitar o resfriamento a noite. Temperatura entre 25 C a

    27 C nunca caindo abaixo de 20 C. Unidade relativa do ar em 70 %.

    O MOSCRIO FEITO EM ESTRUTURA DE MADEIRA MEDINDO:

    - 1,00 X 0,84 X 1,20 m. - Usar tela de nylon com malha de 1 mm. - A estrutura deve ser parafuzada para permitir limpeza peridica. - A base uma placa de madeira para acomodar cochos de alimento e gua alm

    do substrato para postura.

    - Existe um sistema de moscrio com tubos de PVC onde ficam a comida, o substrato de postura e a gua. Os tubos entram e saem por um buraco facilitando

    o manejo. Ao retirar o tubo, procurar evitar com que as moscas saiam pelo

    buraco (com o vento de um secador de cabelo por exemplo com o calor

  • 15

    desligado).

    - No interior do moscrio colocar leite diludo em gua em partes iguais e outra com o substrato de postura onde as moscas colocaro seus ovos.

    - No leite colocar papel absorvente sobre ele para que a mosca pouse nele e se alimente sem o risco de se afogar.

    O SUBSTRATO DE POSTURA:

    - 1 quilo de Farelo de trigo + 2 litros de gua e um pouco de leite ( utilizar para cada m de moscrio = 500 gramas de farelo).

    - Em outros 2 recipientes rasos colocar gua e aucar. Dentro desses recipientes colocar papeis absorventes ou esponjas para que as moscas pousem nas beiras e

    se alimentem.

    - Formar bolinhas do substrato com reentrncias no substrato de postura para facilitar a colocao de ovos (utilizar um palito de fsforo para fazer as

    reentrncias).

    - A renovao do material deve ser feita todo o dia pela manh (as moscas s se alimentam de dia).

    - Se houver necessidade de um ciclo de produo contnuo de larvas h necessidade de no mnimo 4 moscrios. A cada 5 dias um moscrio ativado. O

    moscrio com 20 dias de uso desativado e limpo, colocando-se novas pupas.

    DENSIDADE DO MOSCRIO: 10.000 a 15.000 moscas/m.

    RENDIMENTO: 1 a 2 quilos de larva/dia.

    150 gramas de pupas = 10.000 pupas aproximadamente.

    O LARVRIO

    Retirado o substrato de postura com os ovos do moscrio pela manh, o material

    levemente umedecido, ficando em repouso at a tarde (quando comea a ecloso). Em 24 horas as ecloses so feitas ( observa-se os montculo de farelos desfeitos).

    O SUSTRATO DE ENGORDA DAS LARVAS:

    - 50% de rao concentrada ( pode ser de co, de porco, de aves, de bovinos etc...) + 50% de farelo de trigo + 1 litro de gua para cada quilo da mistura ( a altura do

    substrato deve ser em torno de 5 cm).

    - Numa bandeja maior colocar o SUBSTRATO DE ENGORDA DA LARVA e sobre este colocar o SUBSTRATO DE POSTURA retirado do moscrio com as

    larvas eclodidas.

    - Colocar as bandejas em estantes. A medida que o substrato seca adicionar mais gua ( sem molhar, s umedecer de leve).

    - No 3 dia aps o processo acima as larvas j podem serem servidas as rs. - Para retirar as larvas do substrato basta raspar as camadas superficiais. As larvas

    tm fotofobismo e 90% esto no fundo do substrato (POR ISSO

    MOVIMENTAM A RAO). Depois disso, 2 peneiradas nesse material com

    peneiras de calibre diferente resulta na obteno de 100% de larvas puras.

    - Para formar pupas para reativar moscrio, deixar por cinco dias as larvas no larvrio sem umedecer o substrato. Elas viraro pupas e posteriormente moscas.

    - Para separar as pupas do substrato, basta encher a bandeja com gua. As pupas com mais de 5 horas de idade flutuam. Secar as pupas em temperatura ambiente

  • 16

    e depois lev-las ao moscrio.

    - Para retardar a emergncia das moscas pode-se refrigerar as pupas sem congel-las.

    - CAUSAS DE DIMINUIO DE PRODUO DE LARVAS:

    A) FUGA DE MOSCAS de moscrios mal construidos e mal manejados. B) MORTALIDADE anormal. C) FALTA de renovao do moscri o. D) Locais midos, secos ou frios. E) Locais mal iluminados. F) Excesso ou falta de ventilao.

    - OBS: O principal objetivo das larvas no para alimentao e sim para movimentar a rao na rea de recria.

    CAPTULO VI

    CRIAO NO SISTEMA DE BAIAS INUNDADAS

    O sistema tradicional da ANFIGRANJA descrito at aqui foi desenvolvido na

    Universidade Federal de Viosa pela equipe do Professor Samuel Lopes. o

    sistema que mais possui trabalhos publicados e que tem aval da Universidade, com

    vrios tcnicos capacitados para trabalhar nesse sistema. No VIII ENCONTRO

    NACIONAL DE RANICULTORES EM VIOSA (1995) o tcnico Uruguaio

    ROLANDO MAZZONI mostrou que em pases como a Tailndia, a engorda de rs

    era feita em baias inundadas onde as rs ficavam o tempo todo na gua somente com

    a cabea acima dela. A rao fornecida era extruzada e flutuante, e com isso

    eliminava-se a larva de mosca uma vez que a prpria rao se mexia quando as rs

    se movimentava na gua. O sistema de reproduo e girinagem eram bem

    semelhantes a anfigranja e somente havia a mudana nas baias de recria e engorda.

    Com a retirada dos abrigos, cochos e piscinas e com a necessidade da rao se

    movimentar com o movimento da r, as densidades nessas baias quase que triplicam

    em relao a anfigranja. Alguns trabalhos prticos surgiram e no RJ; a Dr Silvia

    Mello da Faculdade Maria Thereza em Niteri testou em 2 ensaios o sistema em

    laboratrio e no campo (no ranrio do produtor Vantuir em Caxias-RJ que at hoje

    adota esse sistema). O Sistema apresentado por Mazzoni apresentava a seguinte

    proposta:

    DENSIDADE: IMAGOS ........ 300/m

    20 a 50 g ......... 200/m

    50 a 100 g ....... 100/m

    100 a 200 g ..... ..60/m

    PROFUNDIDADE DAS GUAS NAS BAIAS: AT 30 g ........... 1,5 cm

    AT 100 g ......... 3,0 cm

    + 200 g ............... 5,0 cm

    Com isso aumentamos em muito o n de rs/m em relao a anfigranja. At

    agora os trabalhos com esse sistema tm sido promissores. As dimenses das baias

    so semelhantes a da anfigranja tanto na recria quanto na engorda, devendo apenas

    haver uma leve declividade (1 a 2%) para facilitar a limpeza das baias. A gua deve

  • 17

    chegar as baias por cima chuveirando para melhorar a sua oxigenao. O fundo da baia lisa para evitar leses nas rs.

    VANTAGENS

    - Criao de mais animais/m (na nossa regio at 120/m na engorda). - Dispensa a criao de larva de mosca. - Reduz em muito o tempo de limpeza das baias. - Facilita as triagens.

    DESVANTAGENS

    - Requer mais gua (mdia 2 litros/r/dia segundo MAZZONI). - Requer controle maior na qualidade da gua (caldo de culturas). - Requer rao com boa flutuabilidade com peletes no muito grandes. - Requer maior frequncia de alimentao (de 4 a 6 vezes por dia).

    O sistema ainda apresenta falhas na parte de recria. Os imagos sentem

    dificuldades no incio da adaptao e a mortalidade tende a ser maior que na anfigranja.

    Alguns produtores utilizam ainda um pouco de larva nessa fase at 20 dias adaptando

    aos poucos os imagos a rao flutuante. Outros utilizam raes mais caras de peixes

    carnivoros com peletes pequenos que nutrem mais os animais diminuindo

    consideravelmente a mortalidade.

    De qualquer forma o sistema tem mostrado avanos progressivos apesar das

    pesquisas escassas. O prprio produtor por necessidade, pesquisa o sistema por

    apresentar a maior vantagem que ele v: a diminuio da mo-de-obra no trabalho de

    limpeza das baias e triagem das rs. O grande inconvniente a maior quantidade de

    gua utilizada, o risco de disseminao de infeces atravs da gua (que vira um caldo

    de cultura) e a necessidade de raes mais caras extruzadas.

    CAPTULO VII

    SISTEMA DE RANABOX

    um sistema modulado com bandejas auto-postantes onde as rs so criadas em

    caixas sobrepostas umas sobre as outras com o objetivo de se criar mais r/m. um

    sistema patenteado pela Empresa RANAMIG de Minas Gerais. (fone: 530-9151)

    que vende o equipamento. Segundo o RANAMIG, um homem pode cuidar de at 06

    equipamentos de 9 pisos cada com 11.400 rs e com uma densidade de criao de

    1.260 rs/msafra. A alimentao funciona como nas baias inundadas: O centro da

    caixa possui uma piscina onde a rao flutua e as rs com o movimento as ingere. O

    sistema de reproduo e girinagem semelhante ao da anfigranja.

    A grande vantagem a grande quantidade de rs criadas por m j que elas

    vivem em apartamentos num edifcio de at 9 pavimentos sobrepostos. O que vemos de dificuldade ainda a mo-de-obra onde a limpeza das baias e a

    alimentao das rs trabalhosa at pela altura do equipamento dificultando ao

    empregado o acesso aos apartamentos mais baixos e aos mais altos. De qualquer forma um equipamento em constante evoluo podendo no futuro vir a ser uma

  • 18

    grande alternaiva para produtores que possuam pequenas reas para a criao de rs

    em suas propriedades.

    VANTAGENS

    - Criao de grande n de rs por m. - Higienizao dos equipamentos (devido ao tipo de material utilizado). - Facilidade de climatizao. - Pode-se criar rs at em quartos e reas de apartamentos residenciais.

    DESVANTAGENS

    - Dificuldade de manejo (visualizao das rs para monitoramento). - Dificuldade para a mo-de-obra na higienizao e arrazoamento. - Preo dos equipamentos. (Sistema patenteado e exclusivo do Ranamig).

    CAPTULO VIII

    NDICES ZOOTCNICOS MDIOS NUMA

    ANFIGRANJA

    - Relao macho/fmea na reproduo ................................ 1 M/1F

    - Porcentagem de desova ..................................................... 80%

    - N mdio de ovos por desova ............................................ 5.000

    - Porcentagem de ecloso dos ovos ..................................... 50%

    - Mortalidade de girinos at a metamorfose ........................ 20% a 30%

    - Mortalidade de imagos/rs at ao abate ............................ 41%

    - Perodo mdio de engorda ................................................. 3 a 5 meses

    - Perodo mdio de recria..................................................... 40 a 50 dias

    - Rendimento de carcaa...................................................... 56%

    - Peso ao abate ..................................................................... 200 a 220 gr.

    - N de safras ........................................................................ 2 safras/ano

    - Produtividade mdia/m de ranrio/ano ............................ 14 kg r viva

    - Perodo de girinos ............................................................. 90 dias

    - Consumo de rao/r at ao abate ..................................... 2,1 kg

    - Porcentagem larva/rao na recria inicial ......................... 20% / 80%

    - Porcentagem larva/rao na recria final ............................ 80% / 20%

    - Densidade no setor de reproduo .................................... 1 m / casal

  • 19

    - Densidade na recria ........................................................... 60 a 80 rs / m

    - Densidade na engorda ....................................................... 40 a 50 rs / m

    - N de moteis no setor de reproduo ................................. 1 motel / macho

    CAPTULO IX

    HIGIENE E SANIDADE

    (Patogenias das rs)

    A r numa anfigranja, numa baia inundada ou num ranabox no est no seu

    habitat natural apesar de todas as condies dadas a ela. Assim, ela mais suceptvel a

    stress, sujeira e doena tal o n de animais/m. A Higiene no ranrio fundamental

    sendo a limpeza do ranrio feita todo o dia pela manh.

    SAPOS E RS SO CONSIDERADOS AS SENTINELAS BIOLGICAS

    DA NATUREZA. SO RESISTENTES E NO MIGRAM DO SEU

    HABITAT. SE ESTIVEREM MORRENDO, GRANDE A SUSPEITA DE

    POLUIO AMBIENTAL NA REA.

    FATORES QUE INTERFEREM NA MORTALIDADE DE RS EM

    ORDEM DECRESCENTE:

    1) GUA: PRINCIPAL MEIO DE CONTAMINAO DE UM RANRIO.

    Tipos de gua que limitam o crescimento de girinos e imagos:

    - SALOBRA - EXCESSIVAMENTE TURVA (Argila e Silte). - EXCESSO DE FERRO E METAIS PESADOS. - GUA ACENTUADAMENTE CIDA OU BSICA. - EXCESSO DE MATRIA ORGNICA (aerbicos consomem O2)

    OBS: Usar sempre PVC pois canos de ferro desprendem materiais intoxicantes para rs

    O ideal a gua vir por cascateamento para a girinagem aumentando o nvel

    de

    O2.

    2) ALIMENTO: Qualidade e quantidade (ver tabela Lima & Agostinho). - Armazenagem em boas condies. - Prazo de validade das raes. - Renovao diria de raes (no utilizar raes de um dia para o outro).

    3) INSTALAES: ndices zootcnicos seguidos na construo . - Aspereza dos pisos das baias - Declives corretos - Facilidade de limpeza (cantos abaulados) - Evitar predadores com telas e protees

  • 20

    - Sombreamento FALTA: Stress Solar. - EXCESSO: Baixo metabolismo.

    4) MANEJO: - Formao de mo-de-obra (Conhecer todo o Sistema de Produo). - Limpeza correta e desinfeces peridicas.

    - Inspees constantes.

    - Rotina nos procedimentos de higiene e desinfecao.

    - Triagens oportunas.

    12 MEDIDAS BSICAS PARA A PREVENO DE DOENAS:

    1 USO PEDILVIOS. 2 CONTROLE DE VISITAS. 3 LIMPEZA DIRIA. 4 LIMPEZA E DESINFECO TOTAL E PERIDICA. 5 QUARENTENA DOS ANIMAIS RECM-ADQUIRIDOS. 6 CUIDADOS NA COMPRA DE RAES. 7 CUIDADOS NA ARMAZENAGEM DAS RAES. 8 EVITAR MANEJOS DESNECESSIOS (Stress). 9 INCINERAR OU ENTERRAR COM CAL VIRGEM DOENTES E MORTOS. 10 ISOLAR FERIDOS E DOENTES. 11 LAVAR MATERIAIS ANTES E DEPOIS DO USO. 12 EVITA SUPERPOPULAO.

    O QUE PROCURAR NAS INSPEES:

    1 MANCHAS BRANCAS TIPO ALGODO NAS RS. 2 PERNAS E CORPOS INCHADOS. 3 PONTOS HEMORRGICOS NO VENTRE. 4 GIRINOS COM DIFICULDADE DE NADAR. 5 EXCESSO DE PELES NAS BAIAS. 6 - LCERAS, TUMORES, PSTULAS HEMORRGICAS E ALTERAES

    NA COLORAO

    7 DIFICULDADES DE PULAR, MERGULHAR E NADAR. 8 CONVULSES E ESTICAMENTOS.

    DOENAS MAIS COMUNS

    1 RED LEG: SINTOMAS: Avermelhamento das pernas e abdomem, Apatia, Anorexia, Convulses, Morte por septicemia.

    CAUSA: Bactria AEROMONAS HIDRPILA.

    DISSEMINAO: uma bactria da gua e multiplica-se nela.

    - OUTROS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O AVERMELHAMENTO DA PELE DE R:

    A) Irritao da pele pelo contato prolongado em superfcie seca. B) Ectoparasitas do gnero TRICHODINA e OODINIVI (Protozorios). C) PH baixo. D) Ao de produtos qumicos. E) Penetrao de cercria (platelmintos) atravs da pele ocorrendo pontos

    Hemorrgicos subcutneos.

    2 TAILROT: SINTOMAS: Distrbios nervosos, Nado incoordenado,

  • 21

    Apodrecimento da cauda (s ataca girinos). CAUSA: Vrias bactrias.

    DISSEMINAO: gua e girinos doentes.

    3 PSEUDO-CEGUEIRA: SINTOMAS: Regio ocular opaca (ao sobre a membrana nictante que protege

    seus olhos durante a submerso).

    CAUSA: Staphyllo e Streptococcus.

    DISSEMINAO: Pela gua.

    4 DOENAS FNGICAS: SINTOMAS: Manchas brancas semelhantes a algodo, Natao

    lenta, Emagrecimento, Palidez e

    Morte.

    CAUSA: Fungos do gnero

    SAPROLEGNIA e

    CLADOSPORIUM.

    DISSEMINAO: gua.

    5 EDEMAS GERAIS: SINTOMAS: Animais inchados, Apatia, Anorexia, Convulses e Morte.

    CAUSA: Staphylococcus e Steptococcus.

    DISSEMINAO: Deficincia de proteo dos

    Ranrios.

    6 STRESS SOLAR: SINTOMAS: Edema, Apatia e Morte. CAUSA: Excesso de Sol e bruca absoro de gua.

    DISSEMINAO: Deficincia de proteo dos

    ranrios.

    7 PARASITAS: ECTOPARASITAS: Miiases bucais causadas pelas moscas do gnero NOTOCHAETA.

    ENDOPARASITAS: Protozorios (Trypanosoma no sangue)

    Vermes (Cestides, Trematides,

    Acantocfalos e Nematides (literatura /

    Citao).

    H NECESSIDADES DE PESQUISAS BSICAS PARA:

    1 DESINFETANTE IDEAL PARA A RANICULTURA (Eficiente contra os Microorganismos e pouco txico e abrasivo para as rs).

    2 QUIMIOTERPICOS MAIS EFICIENTES PARA A RANICULTURA.

    3 CONSERVANTES OU MTODO IDEAL PARA CONSERVAR RAES.

  • 22

    4 METODOLOGIA ADEQUADA PARA O ABATE DE RS.

    5 CONSERVANTES OU MTODO IDEAL PARA CONSERVAR A CARNE DE RS ABATIDAS.

    PROFILAXIAS E TRATAMENTOS

    DESINFETANTES MAIS UTILIZADOS

    1) AZUL DE METILENO: Recomendamos a utilizao em girinos com muita cautela. Em imagos e rs ficam com marca na espinha dorsal em excesso.

    2) PERMANGANATO DE POTSSIO: Desinfeco de baias SEM RS. Diluio: 1gr/100 litros de gua.

    3) CLORO: Desinfeco de baias COM RS. (No utilizar em girinos). Diluio: 20 ml/30 litros de gua.

    OBS: A matria orgnica decomposta inibe o cloro.

    4) KILOL: Desinfetante natural (a base de grape-fruit). Pode ser utilizado em baias povoadas.

    Ideal para a ranicultura pois natural.

    Dosagens: Ver a bula do produto.

    5) VANTOCIL (B e DS):1: 2000 L. (Desinfetar baias com rs). 1: 8000 L. (Desinfetar baias sem rs).

    ANTIBITICOS MAIS UTILIZADOS

    1) CLORANFENICOL: Nome comercial: QUEMICETINA. 250 mg/10 litros de gua (at 1 gr/ 10 L para adultos).

    Banhos de 30 a 50 minutos.

    2) GENTAMICINA: Nome comercial: GENTOCIN. 280 mg/10 litros de gua.

    Banhos de 30 a 50 minutos.

    COMBATE AOS FUNGOS

    1) VERDE DE MALAQUITA P.A:

    Soluo Estoque: 1 gr/1 litros de gua destilada. 1 ml da soluo estoque em 20 litros de gua por 8 horas.

    2) VIOLETA DE GENCIANA:

    Soluo Estoque: 1 gr/1 litro de gua destilada. 1 ml da solu em 20 litros de gua por 12 horas.

  • 23

    3) PERMANGANATO DE POTSSIO:

    Soluo Estoque: 1 gr/1 litro de gua destilada. 5 ml da soluo em 20 litros de gua por 12 horas.

    - Mistura para desovas, imagos e rs Para girinos oxigenar a gua do tratamento.

    MTODO DO TRATAMENTO

    - As rs tm boa absoro pelo tegumento (intensa vascularizao cutnea). - Utilizar ento um RECIPIENTE-HOSPITAL previamente tratado com

    formalina (20 ml de formol/1 litro de gua).

    - Utilizar recipientes que recebem pelo menos 20 litros de gua. - As rs so colocadas nesse compartimento e fechadas com o produto indicado

    paraa sua doena.

    IMPORTANTE: Para equilibrar o meio externo (Banho) com o meio interno (Sangue e

    Orgos) deve-se utilizar uma soluo fisiolgica (Solues com

    concentraes Isotnicas).

    1) SOLUO FISIOLICA IDEAL PARA TRATAMENTOS:

    NAHCO3 (Bicarbonato de sdio) .............................. 100 mg

    CaCL2 (Cloreto de clcio) .......................................... 100 mg

    KCL (Cloreto de potssio ........................................... ..75 mg

    NACL (Cloreto de sdio) ........................................... ....6 gr (6.000 mg)

    H2O Destilada ............................................................ 1.028 ml

    2) SOLUO COM RELATIVA EFICINCIA:

    - 9 gramas de Sal Grosso por litro de gua.

    TODOS OS TRATAMENTOS SO CAROS E TRABALHOSOS;

    ESTABELECER UMA ROTINA DE LIMPEZA E DESINFECO EFICIENTE

    E SEGUI-LA A RISCA DIMINUEM EM MUITO E AT ELIMINAM OS

    PROBLEMAS DE PATOGENIA NUM RANRIO AL DE BAIXAR OS

    CUSTOS DE PRODUO.

    OBSERVAES

    A) Lembre-se sempre: Ao colocar rs em baias recm-construidas, 48 horas antes dar um banho com vinagre para diminuir a agresso do cimento novo pele das

    rs; 24 horas depois banhar com cloro e antes de colocar os animais banhar toda

    a rea com gua pura limpando o ambiente.

    B) PARA ENVIAR MATERIAL PARA EXAME E DIAGNSTICO:

    - Animais de preferncia vivos com os sintomas da doena (Tudo no gelo em isopor).

    - Levar rapidamente ao laboratrio (no mximo 24 horas aps coleta de material). - Local: LABORATRIO DE BIOLOGIA ANIMAL DA PESAGRO-RIO.

  • 24

    Alameda So Boaventura, 770 Fonseca Horto de Niteri RJ. Fone: 2627-1432. Procurar a Doutora Helena.

    NO ESQUECER QUE O GRANDE MARKETING DA R A QUALIDADE

    DO PRODUTO; O USO EXCESSIVO DE QUIMIOTERPICOS E

    DESINFETANTES PODEM JOGAR POR TERRA ESSA PRINCIPAL

    QUALIDADE. PREVENO E LIMPEZA SEMPRE SERO A MELHOR

    ESCOLHA.

    RECEITA PARA DESINFECO DE BAIAS DE RS 1) Preparo da Soluo Estoque:

    - Soluo A 4 ml de AZUL DE METILENO em 2 litros de gua. - Soluo B 6 ml de IDO em 2 litros de gua. - Soluo C 5 gr de PERMANGANATO DE POTSSIO em 2

    litros de gua.

    2) Utilizao nas Baias:

    - Em 250 litros de gua colocar 25 ml da Soluo A, 25 ml da Soluo B e 75 ml da Soluo C. Colocar na baias com as rs

    durante 5 dias.

    - Para Tratamento em pequenos locais (Quarentenrios): Em 25 litros de gua 2,5 ml da Soluo A, 2,5 ml da soluo B e 7,5 ml da

    Soluo C.

    OBS: * no caso de Permanganato comprado em Farmcia, cada pacotinho

    corresponde a 1 gr.

    - Tratamento repassado pelo mdico-veterinrio Dr. Wagner.

    CAPTULO X

    INDUO DE OVULAO E ESPERMEAO EM R

    TOURO-GIGANTE

    Um dos problemas da criao de rs a extrema sensibilidade dos animais as

    baixas temperaturas (por se um animal ectotrmico). Assim, no perodo frio no temos

    reproduo havendo assim descontinuidade na produo dos animais e desabastecendo

    o mercado (o que ruim, pois o consumidor pode acabar se acostumando a adquirir

    outros produtos). Um trabalho feito pela Dr Mnica Alonso e a Dr Olea Mimira da

    USP e a Dr Claudia Ferreira do Instituto de Pesca de SP mostrou que possvel induzir

    a ovulao e a espermeao em rs touro gigantes.

    A idia colocar esses reprodutores em locais climatizados com temperatura e

  • 25

    luz constante fazendo com que a r suponha que seja primavera. Com as fmeas ovadas (observar pelo abdmen dilatado) utiliza-se um hormnio chamado

    BUSERELINA (anlago hormnio liberador da Gonadotrapina), encontrado inclusive

    num produto chamado CONCEPTAL (da linha bovina). A aplicao intra-peritoneal.

    No macho somente feita 1 aplicao do produto. As fmeas receberam 2 aplicaes

    durante um intervalo de 12 horas. No RJ o produtor Haroldo em Mag foi capacitado e

    fez essa induo. A Dr Silvia Mello tambm possui experimentos nesse tema e

    futuramente a reproduo na ranicultura se dar como o do peixe onde os reprodutores

    so induzidos na reproduo a fim de se ter desovas constantes para abastecer os

    ranrios que s se preocuparo em criar girinos e rs. A FIPERJ Com O Dr. Andre

    Afonso ministra aulas dessa prtica.

    A PRTICA DA INDUO DE OVULAO E ESPERMEAO

    LOCAL DA ACLIMATAO

    1) UTILIZAR BAIAS CLIMATIZADAS: 2) TEMPERATURA: entre 27 a 29 C ( incluindo a gua ). 3) FOTOPERODO: entre 14 e 16 horas. 4) EQUIPAMENTOS: Termostato, Resistncia para aquecimento, Abrigo de 8 cm

    de altura, Cocho, Lmpada para o fotoperodo ( 40 w ), Timer

    5) DIMENSES: 10 animais/m 6) PISCINAS: Profundidade de 25 a 30 cm. 7) SEPARAR MACHOS E FMEAS.

    MATERIAIS PARA A INDUO

    1) Seringas comuns de 5 ml e seringas intradrmicas. 2) Conceptal. ( Nome comercial do produto com o hormnio utilizado ).

    3)Pipeta de 2 ml.

    4)Bacia.

    5)Balde.

    6)gua limpa e soro fisiolgico.

    7)Antibiticos ( utilizar as penicilinas Agrovet, Pentabitico etc...). 8)Baker.

    9)Proveta.

    10)Cadim.

    11)Caixas.

    PREPARO DOS ANIMAIS

    1) Utilizar animais em mantenas climatizadas. 2) Devem estar em jejum durante o perodo da induo. 3) Fmea: ficar em jejum aps aplicao da 1 dose hormonal. 4) Machos: Deixar em jejum 24 horas antes da aplicao hormonal. 5) Aplicar em animais maduros. 6) Fazer as aplicaes na parte da manh de preferncia.

  • 26

    PRTICA

    1) APLICAO NAS FMEAS:

    - 1 APLICAO: 1ml de CONCEPTAL / FMEA. - 2 APLICAO: Feita 12 horas depois igual a primeira. - 12 horas depois fazer o teste, se est havendo ovulao. Caso positivo

    aquardar mais 2 horas para fazer a extruzo dos ovcitos manualmente

    em uma Bacia formando grumos, espalhando na bacia para que, caso a

    fmea urine, s se perde aquele grumo onde a urina caiu.

    - No esquecer de pesar a desova.

    2) APLICAO NOS MACHOS:

    - 50 minutos antes da extruso das fmeas fazer a aplicao hormonal nos machos. (Obs: 50 minutos antes da extruso propriamente dita e no do

    teste ).

    - DOSAGEM: 0,1 ml de CONCEPTAL / MACHO. - 50 minutos depois ( coincidindo com a Extruso das fmeas ) coletar

    com a pipeta o esperma do macho coletado diretamente na cloaca sendo

    que deve-se coletar o esperma de pelo menos 3 machos/fmea a serem

    extruzadas.

    - Colocar os espermas numa proveta. - Completar a proveta com soro fisiolgico ou com gua bem limpa na

    seguinte proporo: EX: achado o peso dos ovcitos = 100 gr. Colocar

    ento uma mistura de 100ml de gua ou soro fisiolgico com os

    espermas.

    - Juntar os espermas com os ovcitos na bacia rapidamente agitando vigorosamente o material.

    - Colocar o material num balde com mais ou menos 20 litros de gua limpa agitando com a mo no fundo para homogeneizar o material.

    - Se a desova for muito grande o ideal dividi-la em duas colocando em baldes distintos.

    - Homogeneizar at que a desova fique hidratada e diluda. - Deixar em descano por meia hora e logo depois levar para as

    incubadeiras, sacos plsticos flutuadores ou CAIXAS.

    OBS: O Trabalho de Induo nas fmeas pode ser feito de 2,5 em 2,5 meses. Nos

    machos podem ser feito 1 vez por semana.

    CAPTULO XI

    O MARKETING DA CARNE DE R

    A r no possui um visual agradvel para a maioria dos consumidores. Deve-se

    evitar ao mximo associar o produto a r viva. No entanto vrios aspectos chamam a

    ateno desse produto:

  • 27

    1) A CARNE DE R NO POSSUI GORDURA INTERCELULAR: Assim, ao se

    retirar a gordura da r tem-se um produto praticamente sem gordura e portanto

    excelente para o ser humano que quer se alimentar bem e evitar obesidade.

    2) POSSUI TODOS OS AMINO-CIDOS ESSENCIAIS: Alimento completo (s

    alguns poucos peixes carnivoros tm tal vantagem) j que o ser humano precisa ingerir

    10 tipos de amino-cidos que no sintetiza. O alimento inclusive ideal para atletas pois

    tira a necessidade de se ingerir suplementos adicionais de amino-cidos diariamente.

    3) ALIMENTO DE ALTO VALOR BIOLGICO: Come-se menos e nutre-se mais em

    relao as outras carnes de aves e mamiferos.

    4) EXCELENTE DIGESTIBILIDADE: Em torno de 97,3% de aproveitamento.

    5) IDEAL PARA PESSOAS QUE TM ALERGIAS ALIMENTARES: Sua carne no

    reage negativamente com as paredes intestinais podendo ser consumida por crianas e

    adultos com alergias gastro-intestinais causadas por alimentos diversos.

    6) CRIADA EM CATIVEIRO: No agride com meio ambiente por se tratar de animal

    extico criado em cativeiro.

    7) OS SUB-PRODUTOS: Alm da carne a r fornece:

    A) COURO: Curtido pode ser utilizado para a confeco de sapatos, cintos, enfeites, bolsas, casacos etc...

    B) FGADO: Serve para fazer um nutritivo pat. C) TRIPAS: Serve para fazer fios cirurgicos que no precisam serem retirados (so

    absorvidos pelo corpo humano).

    D) GORDURA VISCERAL: Excelente para a fabricao de cosmticos. E) PELE: A pele translcida acima do couro excelente para tratamento de

    queimaduras.

    F) QUERATINA: Para queimaduras ou cosmticos, riqussima em OMEGA-3 que a coqueluxe da rea de rejuvenecimento.

    G) COLAGENO: Creme de beleza para o rosto e retirada de rugas.

    Como cada vez mais o consumidor do 3 milnio ter o culto ao corpo, evitar

    cada vez mais a carne vermelha, ter cada vez mais conscincia ecolgica e ir procurar

    produtos prticas para utilizar, a carne de r por todo os atributos mencionados acima

    ter um papel de destaque nessa futura sociedade.

    O VALOR NUTRITIVO DA CARNE DE R Considerando que atualmente a INSPEO SANITRIA DE

    PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL exige que nas embalagens conste informaes

    sobre o Valor Nutritivo do produto oferecido ao consumidor, informamos aqui alguns

    dados sobre o assunto em epgrafe os quais podero ser teis para a sua atividade:

    1) FONTE CONSULTADA: DETERMINAO DO VALOR NUTRITIVO DA

    CARNE DE R. Autoras: Dr Isa Beatriz Noll, Professora e Pesquisadora do

    Instituto de Cincias e Tecnologias de Alimentos da UFRGS e a Acadmica Cristina

    Fortes Lindau da Faculdade de Nutrio do IMEC. Trabalho publicado nos ANAIS

  • 28

    do 6 ENAR (Encontro Nacional dos Ranicultores):

    - COMPOSIO QUMICA DA CARNE DA R TOURO-GIGANTE:

    ITENS Amostras em 100 gramas Amostras em 01 quilos Valor Calrico. 69 Kcal 690 Kcal

    Glicdios. ---- ----

    Protenas 16,5 g 165 g

    Lipdios (gorduras) 0,3 g 3 g

    Clcio 22 mg 220 mg

    Fsforo 203 mg 2030 mg

    Ferro 0,6 mg 6 mg

    Sdio 81,6 mg 816 mg

    Potssio 170 mg 1700 mg

    ( TABELA 3 da pgina 48 do ANAIS do 6 ENAR).

    OBS: Na pgina 46 desse mesmo trabalho tem-se a informao de 21,69 mg/100

    gramas de magnsio na carne de r (216,9 mg/quilo), teor esse obtido de apenas 2

    amostras.

    2) FONTE CONSULTADA: COMPOSIO QUMICA E ANLISE

    MICROBIOLGICA DA CARNE DE R. Autoras: Dr Solange Azevedo,

    professora da Escola Tcnica Federal de Qumica do Rio de Janeiro e de

    Microbiologia Industrial da UERJ e a Acadmica Cludia Carneiro de Oliveira da

    UERJ. Trabalho publicado nos ANAIS do 6 ENAR (Encontro Nacional dos

    Ranicultores).

    - AMINOGRAMA DA CARNE DE R TOURO-GIGANTE:

    AMINOCIDOS Mg de aminocidos/100

    gramas de matria seca

    Mg de aminocidos/quilo de

    matria seca.

    Lisina 6,10 mg 61,0 mg

    Histidina 2,09 mg 20,9 mg

    Amnia 0,67 mg 6,70 mg

    Arginina 4,20 mg 42,0 mg

    Asparagina 6,29 mg 62,9 mg

    Treonina 2,84 mg 28,4 mg

    Serina 3,09 mg 30,9 mg

    cido Glutnico 8,67 mg 86,7 mg

    Prolina 9,45 mg 94,5 mg

    Glicina 11,55 mg 115,5 mg

    Alanina 3,96 mg 39,6 mg

    Valina 3,90 mg 39,0 mg

    Metionina 1,86 mg 18,6 mg

    Isoleucina 3,72 mg 37,2 mg

    Leucina 5,79 mg 57,9 mg

    Tirosina 3,69 mg 36,9 mg

    Fenilalanina 3,39 mg 33,9 mg

    Triptofano 0,99 mg 99,0 mg

    Cistina Ausente Ausente

    (Tabela 3 da pgina 267 do ANAIS do 6 ENAR)

  • 29

    3) FONTE CONSULTADA: Apostila do CURSO DE CULINRIA ministrado no TECNOFROG de 1995 na Cidade de Santos-SP pela Dr Valria Maria Vitarelli de

    Queiroz do Departamento de Nutrio e Sade da UFV, Na tabela 1 (Composio

    Qumica e Valor Calrico da Carne de R) h informao sobre UMIDADE:

    82,71g/100 gramas (827,1/quilo) e CINZAS: 0,57 g/100 gramas (5,70 g/quilo).

    CARNE DE R: A CARNE DO 3 MILNIO.

    UM PRODUTO COM QUALIDADE DE VIDA.

    CAPTULO VII

    COMERCIALIZAO

    Pode ser feita diretamente do produtor ao consumidor ou pode ser feita atravs

    das Cooperativas ou de Abatedouros Particulares

    1) COMERCIALIZAO DIRETA:

    O produtor deve procurar o S.I.E (Servio de Inspeo Estadual) para legalizar

    seu abatedouro. O S.I.E possui projeto para abatedouro de rs e seguindo esse projeto

    ser mais fcil sua liberao. O abatedouro uma construo cara pois exige azulejos,

    mesa de inox, cmara frigorifica e geladeira industrial etc... da o produtor tem que fazer

    clculos para ver se sua produo compensar o investimento. Para ser orientado sobre

    como abater e embalar as rs procure a EMATER-RIO.

    2) COMERCIALIZAO VIA COOPERATIVAS:

    As Cooperativas recebero rs vivas resfriadas para o abate, eliminando assim

    para o produtor os investimentos na sala de abate e mo-de-obra para abater os animais

    (que uma tcnica delicada onde na maioria dos abatedouros, so mulheres que fazem o

    chamado toalhete da r). Voc pode tambm pagar aos abatedouros para abater e embalar a sua r, pagando o preo do abate e voc mesmo comercializar podendo

    conseguir valores maiores que vendendo as Cooperativas.

    - PRODUTOS E SUB-PRODUTOS DA R.

    A) CARNE = Carcaas inteiras congeladas. B) COURO = Curtido (cinto, sapato, enfeites, bolsas etc...). C) FIL = Para Pat. D) CABEAS = Fabrica de farelo de carne para animais. E) GORDURA VISCERAL = Cosmticos (Gordura rica em OMEGA-3). F) TRIPAS = Para fios cirurgicos. G) PELE = Para Banco de peles para queimados. H) QUERATINA = Para queimaduras e cosmticos. I) COLGENO = Para comsticos.

  • 30

    CAPTULO VIII

    A QUALIDADE DA GUA NA RANICULTURA

    A r um anfbio. Inicia sua vida na gua e mesmo adulta nunca se afasta dela.

    Sua reproduo feita na gua e seu crescimento na fase de girinagem todo aqutico.

    Portanto a gua tem fator fundamental na ranicultura tanto na quantidade como na

    qualidade. O ranicultor deve estar atento a utilizao da gua. Ela e ser sempre um

    dos bens mais preciosos para a humanidade. As leis para a sua utilizao ficaro cada

    vez mais rgidas e complexas. O ranicultor deve registrar-se como aquicultor no

    Ministrio da Agricultura e registrar a utilizao da gua no IBAMA (que no caso do RJ

    deve ficar a cargo da FEEMA ou da CERLA de acordo com o manancial utilizado).

    No caso da quantidade da gua necessria, ela varia bastante de acordo com o

    sistema a ser utililizado (anfigranja, ranabox, baia inundada etc...), com o volume de

    carne a ser produzido e se existe ou no um sistema de reciclagem da gua (existem

    vrios no mercado). Calcula-se que no sistema de anfigranja onde o ranicultor que faa

    todo o processo de produo ( da reproduo ao abate), gasta-se uma mdia de 20.000

    litros de gua por dia para se produzir de 300 a 350 quilos de carne de r por ms.

    Existem vrios sistemas que diminuem a quantidade da gua a ser utilizada. Caso a

    propriedade no possua condies ideais de mananciais hdricos, o ranicultor deve

    procurar um tcnico para estudar o melhor sistema de produo para ser utilizado

    naquela propriedade.

    A qualidade da gua tambm um fator fundamental na criao. Certos elementos

    so fatores inibidores no crescimento de girinos (como o ferro na gua). O ranicultor

    deve antes de tomar qualquer deciso fazer uma anlise completa da gua a ser utilizada

    (microbiolgica e fisico-qumica) e procurar um tcnico para as devidas orientaes.

    Vrios processos podem ser utilizados para melhorar a qualidade da gua, desde simples

    mudanas de manejos e da conduo da gua, at aparelhos e sistemas que melhoram a

    sua qualidade. Baseado nessa anlise aqui tambm ser estudado o melhor processo

    para manejar essa gua a fim de que ela fique adequada a sua criao. O monitoramento

    da gua com um peagmetro (para acompanhar o PH da gua), um oxmetro (para

    acompanhar o nvel de oxignio) um termmetro para a temperatura da gua (j que a

    r um animal ectotrmico como vimos no incio dessa apostila) e alguns parmetros

    fisico-qumicos (como o nvel de ferro e outros) que devem ser acompanhados

    semestralmente (com anlises laboratoriais), so importantes para manter um alto nvel

    de produtividade do ranrio.

    A seguir veremos alguns aspectos sobre a gua:

    A DISTRIBUIO DA GUA NO MUNDO:

    DESSES 2,75% - 1) 68,9% : guas de Calotas Polares.

    2) 29,9% : guas Subterrneas.

    97,25% - GUA SALGADA 2,75% - GUA DOCE

    CONTINENTAL

  • 31

    3) 0,3% : guas de Rios e Lagos.

    4) 0,9% : Outros Reservatrios.

    - NA VERDADE S 31,1% dos 2,75% so guas realmente disponveis.

    1) CLASSIFICAO DA GUA:

    A) CLASSE ESPECIAL = EXCELENTE ( gua Mineral).

    B) CLASSE I ========= BOA (Potvel).

    C) CLASSE II ========= REGULAR (Potvel com restries).

    D) CLASSE III ========= RUIM ( Mas tratvel).

    E) CLASSE IV ========= PSSIMA ( S para Navegaes).

    IDEAL PROPOSTO A SE INCLUIDO NA LEGISLAO MUNDIAL:

    Ao se utilizar uma Classe de gua deve-se devolve-la a natureza NO

    MNIMO na mesma CLASSE em que ela foi captada.

    PARAMETROS A SEREM OBSERVADOS NA

    QUALIDADE DA GUA

    1) PH 2) CONDUTIVIDADE 3) DUREZA 4) AMNIA (Nitrito/Nitrato) 5) FSFORO 6) CLORETOS 7) ALCALINIDADE 8) OXIGNIO 9) FERRO 10) CONTAGEM DE COLIFORMES

    (Turbidez e temperatura).

    PH

    O QUE : a concentrao de ons de Hidrognio e Hidroxila na gua. a

    ACIDEZ ou a ALCALINIDADE da gua.

    O QUE FAZ: Prejudica o crescimento dos girinos e rs. Favorece

    aparecimento do fungos (Acidez) e algas (Alcalinidade).

    TABELA: Vai de 1--- (Acida) ---7(neutro) --- (Alcalina) --- 14

  • 32

    CONDUTIVIDADE

    O QUE : a quantidade de ons na gua. a capacidade da gua em

    conduzir corrente eltrica.

    O QUE FAZ: Indica para o tcnico que a gua est com excesso de

    atividade e poder dar problemas futuros.

    DUREZA

    O QUE : a concentrao de ons metlicos a gua expressa em CACO2

    Clcio e Magnsio.

    O QUE FAZ: gua mole d mais poder de intoxicao.

    Animais que vivem em gua dura e vive-versa devem ser adaptados ao

    mudarem de local (STRESS AMBIENTAL)

    OBS: A medida que se desce no Globo Terrestre a gua vai ficando mais

    mole.

    AMNIA

    O QUE : Vem da Excreo dos organismos aquticos e da decomposio

    bacteriana.

    O QUE FAZ: Intoxica e Mata.

    A Amnia NH4 no mata mas sim a NH3 (forma txica).

    NH3 + Oxignio NO2 (NITRITO muito txico). NO2 + Oxignio NO3 (NITRATO no intoxica).

    OBS 1: Em ambiente bem oxigenado as passagens NH4>NH3>NO2>NO3

    so rpidas diminuindo riscos de intoxicao.

    OBS 2: Amnia txica em 0,5 mg/l mas em temperatura amena e PH

    neutro ate 9,0 mg/l no intoxica.

    OBS 3: Ao pedir dosagem de amnia pedir tambm de Nitrito/Nitrato.

    OBS 4: O Cloro diminui a quantidade de Nitritos.

    FSFORO

    O QUE : Vem da rao jogada no ambiente ou de despejos de esgoto.

    O QUE FAZ: Intoxica os girinos matando-os (em excesso). Ao se encontrar excesso de fsforo na gua suspender a rao. Caso continue,

    desconfiar de contaminao por esgotos (caso a gua venha de fora da

  • 33

    propriedade ou passe prxima a coletores de esterco etc...

    CLORETOS

    O QUE : Vem da gua salobra e de detergentes.

    O QUE FAZ: Prejudica o crescimento e pode matar.

    OBS 1: Nveis muito altos: Desconfiar de contaminao por detergentes.

    OBS 2: O nvel de Cloreto diminui em relao a Altitude. Assim, um nvel

    de 7 mg/l pode ser normal a nvel do mar mas pode indicar contaminao

    num lugar como Petrpolis por exemplo. (Procurar um tcnico).

    ALCALINIDADE

    O QUE : a concentrao de sais de Carbonato e Bicarbonato na gua.

    O QUE FAZ: Tampona a gua deixando o PH estvel. Diminui as

    mudanas de PH na gua (bom ndice).

    OBS : AMNIA ALTA + ALCALINIDADE ALTA = EUTROFIZAO DA

    GUA

    (Eutrofizao: formao de excesso de Algas que acabam retirando o oxignio da

    gua principalmente a noite).

    OXIGNIO

    O QUE : o O2 Dissolvido entre as molculas de gua.

    O QUE FAZ: essencial para as reaes metablicas dos girinos.

    OBS: Em temperaturas altas a tendncia haver menos oxignio na gua.

    FERRO

    O QUE : o elemento Fe dissolvido na gua.

    O QUE FAZ: Mata Mecanicamente: Entope as brnquias.

    Mata Quimicamente: Destri as hemoglobinas.

    OBS: TIPOS: COLOIDAL: Basta oxigenar a gua.

    SOLVEL: S sai quimicamente (difcil).

  • 34

    Pedir ao Laboratrio para identificar qual o tipo de Fe.

    CONTAGEM DE COLIFORMES

    O QUE : a anlise microbiana da gua.

    O QUE FAZ: Indica a contaminao da gua.

    OBS: TIPOS: TOTAIS: de 1000 a 5000 NMP ( patgenos ou no)

    FECAIS: de 200 a 1000 NMP (patgenos).

    - TURBIDEZ: o nvel de material suspenso na gua. Em excesso atrapalha a oxigenao e a respirao dos girinos e pode favorecer

    aparecimento de doenas.

    - TEMPERATURA: Influencia no crescimento dos animais (que so ectotrmicos) e no nvel de oxignio da gua (altas temperatura baixo

    O2). TABELA DE QUALIDADE DA GUA PARA R-TOURO GIGANTE NA

    REGIO DE RJ/SP PRXIMAS AO MAR ELABORADA PELA DR CLUDIA MARIS FERREIRA PESQUISADORA DO INSTITUTO DE PESCA DE SO PAULO TABELA DIVULGADA NO XI ENAR ENCONTRO NACIONAL DE RANICULTURES REALIZADO DE 16 a 19 de julho de 2001 NO MUNICPIO DE

    BRAGANA PAULISTA SP.

    tens Indice Desejvel Observado sem problemas

    PH 6,5 a 7,0 Xxxxxxx

    Amnia (NH3) Ate 0,5 mg/l Ate 0,7 mg/l

    Nitrito (NO2) Ate 0,5 mg/l Ate 0,7 mg/l

    Nitrato (NO3) Ate 01 mg/l Xxxxxxxx

    Dureza Ate 40 mg/l 15 a 25 mg/l CaCo3

    Alcalinidade Ate 40 ml/l 10 a 25 mg/l CaCo3

    Cloro Ate 0,02 mg/l Ate 01 mg/l

    Cloreto (CL2) Ate 07 mg/l Xxxxxxxxxx

    Fluoreto (F2) Menor que 1 mg/l Xxxxxxxxxx

    Ferro Ate o,3 mg/l Ate 1 mg/l

    Ortofosfato (PO4) Menor que 0,3 mg/l Xxxxxxxxxx

    Condutividade 0 Menor que 150 uscm

    Coliformes totais 1000 a 5000 nmp/100ml XXXXXXXX

    Coliformes fecais 200 a 1000 nmp/100 ml XXXXXXXX

    CONCLUSO: Os parmetros mais importantes so o PH e o OXIGNIO seguido

    pela AMNIA e pelo FERRO.

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    BIBLIOGRAFIA E FONTES DE INFORMAO

    1 CURSO DADO PELA ARERJ EM NOVEMBRO DE 1995 NO ESCRITRIO CENTRAL DA EMATER-RIO.

    2 - APOSTILA DO CURSO BSICO DE RANICULTURA DA ARERJ.

    3 APOSTILA COMO CRIAR R DO SEBRAE.

    4 APOSTILA DO SEBRAE SOBRE PERFIL DE OPORTUNIDADE DE NEGCIOS EM RANICULTURA.

    5 APOSTILA DE PROJETO DE IMPLANTAO DO RANRIO PROSPERIDADE LTDA DO CENTRO DE APOIO DA PEQUENA E MDIA EMPRESA DA BANHIA.

    6 INFORMAES ADQUIRIDAS COM PRODUTORES EM VISITAS A RANRIOS

    SITUADOS EM LAVRAS (RB), AGRO-BRASIL (IB), SAMBAETIBA (IB), TANGU (IB),

    CIDADE PERDIDA (IB), MATO ALTO (SJ), CACHOEIRAS DE MACACU, BRAGANA

    PAULISTA SP , DUQUE DE CAXIAS (DC) , GUAPIMIRIM (GP) E MAG (MG).

    7 R TOURO GIGANTE CARACTERISTICAS E REPRODUO MRCIO INFANTE VIEIRA EDITORA NOVEL S.A.

    8 CRIAO RACIONAL DE RS IRINEU FABICHAT EDITORA NOBEL S.A.

    9 ANAIS DO IX ENCONTRO NACIONAL DE RANICULTURA (1997) SANTOS SP.

    10 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE RANICULTURA (1999) SO MIGUEL DO IGUAU PR.

    11 ANAIS DO XI ENCONTRO NACIONAL DE RANICULTURA (2001) BRAGANA PAULISTA SP.

    12 BOLETIM TCNICO N 31 DO I CICLO DE PALESTRAS EM RANICULTURA DO INSTITUTO DE PESCA DE SP (2001).

    13- CURSO SOBRE A QUALIDADE DA GUA NA RANICULTURA (Instituto de Pesca de SP Dr Cludia Marris Ferreira).

    14- PALESTRA SOBRE DOENAS DE RS ( Dr. Marcio Hiplito Instituto Biolgico de SP ).

    15- CURSO DE ESPECIALIZAO EM RANICULTURA EM NOVEMBRO DE 2002 EM

    IRIRI-ES MINISTRADO PELO PROFESSOR SAMUEL ( pesquisador e criador do sistema

    anfigranja ) E PROFESSOR AGOSTINHO ( pesquisador e criador do sistemna de Induo de

    ovulao e espermeao em rs touro-gigantes). CURSO DADO PELO SEBRAE - RJ.

    AGRADEO AO APOIO DOS GERENTES DA EMATER DR. GERALDO VINHAS E DR.

    WALDIR VISCONTI QUE ME INCENTIVARAM NA ELABORAO DESSE DOCUMENTO,

    ALM DE ME APOIAREM NA PESQUISA DO MATERIAL UTILIZADO. AGRADEO

    AINDA AO GERENTE ALBERICO E AO COORDENADOR WANDER AMBOS DA EMATER-

    RIO QUE, APESAR DE TODAS AS DIFICULDADES, DISPONIBILIZARAM RECURSOS

    PARA QUE EU PUDESSE PARTICIPAR DE EVENTOS NA RANICULTURA E AGREGAR S

    INFORMAES DESSA APOSTILA.

    DIGITADO POR VERNICA RODRIGUEZ BEZ DOS SANTOS,

    Escriturria da EMATER-RIO em ITABORAI RJ

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