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RAPHAEL NEIVA DE SOUZA LIMA GARRO ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE FORMIGAS ASSOCIADA A UMA FLORESTA TROPICAL SECA Dissertação apresentada a Universidade Estadual de Montes Claros, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Ciências Biológicas e Conservação para obtenção de título de Mestre. MONTES CLAROS MINAS GERAIS – BRASIL 2012

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RAPHAEL NEIVA DE SOUZA LIMA GARRO

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE FORMIGAS ASSOCIADA A UMA FLORESTA

TROPICAL SECA

Dissertação apresentada a Universidade

Estadual de Montes Claros, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação

Stricto sensu em Ciências Biológicas e

Conservação para obtenção de título de Mestre.

MONTES CLAROSMINAS GERAIS – BRASIL

2012

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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos daBiblioteca Central da Universidade Estadual de Montes Claros

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Garro, Raphael Neiva. Estrutura da comunidade de formigas associada a uma Floresta Tropical Seca. / Raphael Neiva Garro. --Montes Claros: Unimontes, 2012.Xx p. :il.

65 p. : il.Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Montes Claros, 2012.Orientador: Frederico de Siqueira Neves.Bibliografia.

1. Ecologia de comunidades. 2. Entomologia. 3. Interação inseto-planta.Universidade Estadual de Montes Claros. II. Título.CDD – xx

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RAPHAEL NEIVA DE SOUZA LIMA GARRO

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE FORMIGAS ASSOCIADA A UMA FLORESTA

TROPICAL SECA

Dissertação apresentada a Universidade

Estadual de Montes Claros, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação

Stricto sensu em Ciências Biológicas e

Conservação para obtenção de título de

Mestre.

MONTES CLAROSMINAS GERAIS – BRASIL

2012

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RAPHAEL NEIVA DE SOUZA LIMA GARRO

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE FORMIGAS ASSOCIADA A UMA FLORESTA

TROPICAL SECA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Stricto sensu em Ciências

Biológicas e Conservação da Universidade

Estadual de Montes Claros como requisito

para obtenção do título de mestre.

APROVADA:

___________________________________________________________Dr. Frederico de Siqueira Neves

Orientador/Universidade Federal de Minas Gerais

___________________________________________________________Dr. Fernando Augusto Schmidt

Convidado Externo/Universidade Federal de Viçosa

___________________________________________________________Drª. Tatianne Gizelle Marques Silva

Convidado Externo/Universidade Federal de Viçosa

Dr. Ricardo Ildelfonso CamposCo-orientador/Universidade Federal de Viçosa

Montes Claros2012

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DEDICATÓRIA

Para à minha filha Ana Clara Hayashida de

Araújo Garro, à minha mulher Natalia Hayashida de

Araújo, à minha mãe Soraya Neiva Sousa Lima e ao meu

pai Wagner Ferreira Garro, com muito amor, dedico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço:

Ao programa de Pós-Graduação em Biologia e Conservação da Universidade Estadual de

Montes Claros e professores vinculados pela sabedoria e conselhos dados.

Às pessoas ligadas a Universidade Estadual de Montes Claros, à Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de

pessoal de Ensino Superior (CAPES), por propiciarem o desenvolvimento desta dissertação.

Em especial a CAPES pela bolsa de pesquisa tão essencial a execução desta investigação.

A Universidade Federal Minas Gerais pela utilização do espaço do laboratório de Ecologia de

Insetos por diversas vezes e para diversos fins.

Ao professor Doutor Frederico de Siqueira Neves por confiar a mim esses resultados

apresentados nesta dissertação, bem como pela orientação do meu mestrado. Obrigado pela

paciência, gratidão e conhecimento de missão cumprida, um grande abraço.

Ao professor Doutor Ricardo Ildelfonso Campos da Universidade Federal de Viçosa, pela co-

orientação e ensino de novos métodos de coleta, observação e análise estatística utilizando-se

formigas como objeto de estudo. Obrigado pela correção da “insana” 3ª versão do capítulo 2.

Ao professor Ricardo Solar (BoB), por uma aula de estatística em um mês próximo a essa

dissertação.

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Aos colegas Luis Eduardo Macedo, Lucas Avelino, Graziela Fonseca, Samuel Novais e

Camila por todo apoio durante as coletas de campo, ao Lucas em especial pela triagem dos

batimentos entomológicos.

A Reuber Lana Antoniazzi Junior, pela força, parceria e cumplicidade durante todo o trabalho,

e pela ajuda ao acesso do dossel das árvores.

A Flávio Siqueira de Castro, pelo auxilio na taxonomia e montagem da coleção de formigas

do laboratório de Ecologia de Insetos da Universidade Federal de Minas Gerais.

A Juliana, Luciana e Núbia, amigas e colegas do Laboratório de Ecologia de Insetos - LEI da

UFMG pelo apoio no processamento dos dados.

Ao Instituto Estadual de Florestas - IEF, em especial a gerência do Parque Estadual da Mata

Seca.

Aos professores, funcionários e amigos do Laboratório de Biologia da Conservação da

Unimontes, pela disponibilização do espaço para conservação dos dados e dos materiais de

campo. Em especial ao Professor responsável Doutor Marcílio.

Aos meus pais Wagner Garro e Soraya Neiva, e aos meus irmãos Thiago Garro e Maykro

Garro e familiares. Certamente sem vocês as coletas, transporte e conservação do material

seriam impossíveis. Agradeço ainda pela ajuda financeira e empréstimo do carro para coleta.

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CONTEÚDO

Página

LISTA DE FIGURAS ………………………………………………………... 10

LISTA DE TABELAS ………………………………………………………… 14

RESUMO……………………………………………………………………… 15

1 Introdução Geral…………………………………………………………….. 17

Referências……………………………………………………………………… 23

2 A Estrutura do habitat determinando a comunidade de formigas associada ao

dossel de uma Floresta Tropical Seca……………………………….………… 29

Resumo………………………………………………………………………….. 302.1 Introdução…….……………………………………………………………... 312.2 Material e Métodos.…………………………………………………………. 352.2.1 Área de estudo ……………………………………………………………. 352.2.2 Desenho experimental.……………………………………………………. 372.2.3 Amostragem de formigas………………………………………………….. 382.2.4 Disponibilidade de recursos e heterogeneidade de habitat………………... 412.2.5 Análises estatísticas…….………………………………………………….. 412.2.5.1 Curvas de Acumulação de Espécies Para Esforço Amostral……..……… 412.2.5.2 Partição hierárquica…...…………………………………………………. 422.2.5.3 Modelos Lineares Generalizados………………………………………… 422.2.5.4 Análises de Composição…………………………………………………. 442.2.5.4.1 Análise de escalonamento multi-dimensional não paramétrico (NMDS) 442.2.5.4.2. Partição aditiva da diversidade……...………………………………… 452.3 Resultados…...…..…………………………………………………………… 462.3.1 Curva de acumulação e a Diversidade da fauna……………………………. 462.3.2 Disponibilidade de recursos e Heterogeneidade de habitat…………………. 492.3.2 Composição…………………………………………………………………. 552.3.2.1 NMDS…………………………………………………………………….. 552.3.2.2 Partição aditiva da diversidade………………………………..………….. 562.4 Discussão…………………………………………………………………….. 592.5 Conclusão……………………………………………………………………. 652.6 Referências bibliográficas……………………………………………………. 67

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3 Co-ocorrência de formigas em uma Floresta Tropical Seca: efeitos da sucessão

secundária, estratificação vertical e variação sazonal………..….……………. . 80

Resumo…………………………………………………………………………….. 81

3.1 Introdução…….………………………………………………………………... 833.2 Materiais e Métodos……………………………………………………………. 863.2.1 Área de estudo .………………………………………………………………. 863.2.2 Desenho experimental………………………………………………………... 873.2.3 Observações comportamentais……………………………………………….. 893.2.4 Categorização das espécies e iscas…………………………………………… 903.2.5 Análises estatísticas…………………………………………………………... 913.2.5.1 Testando a co-ocorrência local e regional de espécies com modelos nulos… 913.2.5.2 Modelos Nulos de co-ocorrência de espécies….…………………………… 923.2.5.3 Dominância de Espécies de formigas……...……………………………….. 933.2.5.4 Atividade das espécies de Formigas………………………………………… 943.3 Resultados………………………………………………………………………. 953.3.1 Modelos nulos………………………………………………………………… 953.3.2 Dominância de espécies……………………………………………………….. 963.3.3 Dominância nas iscas………………………………………………………….. 993.3.4 Atividade………………………………………………………………………. 1033.4 Discussão………………………………………………………………………… 1043.5 Conclusão………………………………………………………………………… 1103.6 Conclusão Geral…………………………………………………………………. 1113.7 Referências Bibliográficas……………………………………………………….. 1144.1 Script das análises estatísticas realizadas no Sotfware R………………………… 122

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LISTA DE FIGURAS

Página

1 Área de estudo, Parque Estadual Mata Seca (MG)…………………... 36

2 Deciduidade foliar da comunidade vegetal da área de estudo, estação

úmida (esquerda) e estação seca (direita)…………………………….. 37

3 Estrutura da vegetação encontrada no estágio inicial, com somente

um estrato (a); e da floresta primária (b), composta por pelo menos

dois estratos verticais…………………………………………………

38

4Distintas escalas espaciais utilizadas no desenho amostral: árvore (!),

pontos ("1), sites ("2) e estágios ("3)………………………………….39

5 Pitfalls arbóreos dispostos em ramificações que partem do fuste em

cada uma das 150 árvores amostradas………………………………... 40

6 Amostragem de formigas utilizando a técnica de batimento

entomológico......……………………………………………………... 40

7 Curvas de acumulação de espécies por unidade amostral, em uma

área de floresta tropical seca do sudeste do brasil. Riqueza

acumulada para as parcelas em estágio inicial de sucessão secundária

(branco) e tardio(cinza)……...……….……………………………….

49

8 Demonstra a porcentagem de contribuição independente de cada

variável ambiental mensurada no parque estadual da mata seca sobre

a riqueza média de formigas na escala árvore de observação espacial.

……....................................................………..

50

10

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9 Distribuição da porcentagem dos efeitos independentes das variáveis

ambientais mensuradas na riqueza de espécies de formigas na escala

parcela de observação espacial, como resultado da análise de partição

hierárquica. As barras que apresentam os valores de “z” representam

efeitos significativos (p<0.05) nos teste de randomização. Relações

positivas são demonstradas pelo símbolo “+”………………………...

51

10 Variáveis ambientais relativas a disponibilidade de recursos e

heterogeneidade de habitat que alteraram significativamente (*) entre

os estágios inicial (cinza) e tardio (preto) em uma escala local.

…………………………………………………………………..

52

11 Variáveis explicativas variação da altura do dossel e riqueza vegetal

alteraram significativamente (*) entre os estágios inicial (cinza) e

tardio (preto) em uma escala regional. As variáveis densidade

arbórea e variação da conectividade do dossel não variaram entre os

estágios de sucessão secundária mas foram, contudo, as únicas

medidas de habitat importantes na riqueza de formigas associadas ao

dossel de uma FTSs, esse fato pode ter contribuído para a

manutenção da riqueza de espécies que ocorre entre os estágios

sucessionais…………………………………………………………...

53

12 Regressão linear entre a riqueza de formigas na escala parcela de

observação espacial e a densidade arbórea da parcela……………….. 54

11

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13 Regressão linear entre a riqueza de formigas na escala parcela de

observação espacial e a variação média da conectividade arbórea da

parcela………………………………………………………………...

54

14 Riqueza média de formigas acumulada por árvore e parcela nos

estágios inicial e tardio……………………………………………….. 55

13 Composição de espécies de formigas em estágios iniciais e tardios de

sucessão natural através de análise NMDS………………………... 56

16 Particionamento aditivo da diversidade gama do estágio inicial de

sucessão natural nos componentes alfa (!) e beta (") em três escalas

espaciais aninhadas. A riqueza de espécies acumulada por árvore

(!); a substituição de espécies entre árvores de um mesmo ponto a

("1); a substituição de espécies entre pontos de uma parcela como

("2) e; entre parcelas em um mesmo estágio sucessional ("3). (*)

valores observados significativamente diferentes dos esperados pelos

modelos randomizados………………………………………………..

58

17 Particionamento aditivo da diversidade gama do estágio tardio nos

componentes alfa (!) e beta (") em três escalas espaciais aninhadas.

A riqueza de espécies acumulada por árvore (!); a substituição de

espécies entre árvores de um mesmo ponto a ("1); a substituição de

espécies entre pontos de uma parcela como ("2) e; entre parcelas em

um mesmo estágio sucessional ("3). (*) valores observados

significativamente diferentes dos esperados pelos modelos

randomizados………………………………………………………… 58

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18 Parque Estadual da mata seca………………………………………... 87

19 A- Uma isca de sardinha disposta no dossel de uma área de floresta

primária de mata seca sendo “dominada” por Crematogaster erecta.

B – Amostragem simultânea no dossel e no solo nessa mesma área…89

20 Desenho amostral realizado para investigar a distribuição das

espécies em distintas escalas espaciais. Os valores de “n”

representam quantas colunas cada matriz continha para cada escala

espacial………………………………………………………………..

92

21 Proporção de cada classe hierárquica de dominância de formigas em

relação as variáveis ambientais estágio de sucessão natural,

sazonalidade climática e estrato vertical amostrados. “Subdom.”

Representa as espécies subdominantes. (*) Valores significativos…...

98

22 Proporção média de iscas dominadas entre os estágios de sucessão

natural, estratos verticais e períodos sazonais. (*) Valores

encontrados significativamente diferentes……………………………

99

23 Proporção média de iscas dominadas entre os estágios de sucessão

natural, estratos verticais e períodos sazonais. (*) Valores

encontrados significativamente diferentes……………………………

103

24 Proporção média de iscas dominadas entre os estágios de sucessão

natural, estratos verticais e períodos sazonais. (*) Valores

encontrados significativamente diferentes…………………………… 103

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LISTA DE TABELAS

Página

1 Formigas associadas ao dossel do Parque Estadual da Maca Seca,

Sudeste de MG. (*) Representa nova ocorrência na área de

estudo…………………………………………………………………..

47

2 Valores dos testes de modelos nulos para co-ocorrência de espécies de

formigas, calculados separadamente para cada fator e escala espacial

no Parque estadual da Mata Seca. Para assembléias potencialmente

estruturadas por competição o índice C observado deve ser

significativamente maior que o índice C aleatorizado. Em negrito

valor de p que demonstrou valores de índices observados

significativamente diferentes que seus respectivos índices

aleatorizados (*)………………………………………………………..

95

3 Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca

em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e

estratos verticais. Classificação resultante da observação do

comportamento e agressividade das espécies em todas as

iscas…………………………………………………………………….

97

4 Espécies que interagiram em cada observação, horário de início do

experimento em cada estágio de sucessão natural e estrato vertical. (*)

Espécie que dominou a isca…………………………………………… 100

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RESUMO

Diversos processos que atuam em diferentes escalas espaciais são amplamente

conhecidos como determinantes da estrutura de comunidades de formigas. Esses mecanismos

variam em importância nos diferentes ecossistemas tropicais. Para a comunidade de formigas

associadas ao dossel de Florestas Tropicais Secas, os mecanismos determinantes da estrutura

de comunidades são pouco conhecidos. A presente dissertação investiga, em múltiplas escalas

espaciais, seis atributos de comunidades de formigas associadas ao dossel de uma Floresta

Tropical Seca do norte de Minas Gerais: riqueza, composição, diversidade beta, co-

ocorrência, dominância, e atividade de espécies. Foram testadas hipóteses ecológicas em dois

capítulos com o objetivo de descrever os padrões e verificar quais são os mecanismos

determinantes da estrutura da comunidade de formigas associada ao dossel de uma Floresta

Tropical Seca. No primeiro capítulo foi verificado que os parâmetros relativos a

disponibilidade de recursos e heterogeneidade estrutural do habitat, e que são importantes no

número de espécies de formigas não variam entre estágios sucessionais. Foi verificado

também que a estrutura da comunidade de formigas muda com o avanço do processo de

sucessão secundária, com a manutenção da riqueza de espécies e modificação da composição

do estágio inicial para o tardio. Além disso, foi verificado também que a disponibilidade de

recursos e a heterogeneidade e complexidade de habitat influenciam a estrutura das

comunidades de formigas dos diferentes estágios sucessionais apenas na maior escala espacial

de observação (conjunto de árvores em uma parcela), e que este não determina a distribuição

do espaço pelas espécies de formigas. No segundo capítulo, as espécies amostradas foram

classificadas em três níveis hierárquicos, baseado no comportamento de dominância de isca

da espécie. Além disso, a frequencia desses eventos de dominância de isca foi registrado, com

o intuito de analisar se a probabilidade de ocorrer dominância de recursos pela comunidade

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difere entre estágios de sucessão secundária, estratos verticais e períodos sazonais, bem como

a atividade média de formigas analisada. Verificamos que o padrão de distribuição das

espécies não varia entre estágios sucessionais e períodos sazonais, mas no dossel esse padrão

de co-ocorrência das espécies é segregado independentemente da sazonalidade e estágio

sucessional analisados. Foi verificado também que existe uma hierarquia de dominância de

espécies, e que a atividade biológica das espécies difere entre estágios sucessionais. Os

resultados do presente estudo indicam que a estrutura da comunidade de formigas é

influenciada pela sucessão secundária com a manutenção da riqueza e modificação da

composição, o que provavelmente se deve a disponibilidade de recursos que se mantém

durante o processo de sucessão, e a presença de espécies dominantes no estágio tardio, o qual

ainda apresenta maior frequencia de iscas dominadas quando comparada ao estágio inicial.

Além disso, a disponibilidade de recursos e a heterogeneidade do hábitat gerada por diversos

componentes da estrutura da vegetação, como riqueza de espécies arbóreas, altura e

conectividade do dossel não determinam a riqueza de espécies de formigas na escala local.

Por outro lado, em escalas maiores de observação espacial a estrutura da comunidade de

formigas é influenciada pela disponibilidade de recursos existentes, como a densidade de

árvores e a conectividade da vegetação. Além disso, a diversidade ! e "3 observadas foram

maior que o esperado pelo acaso em ambos estágios de sucessão secundária, e as diversidades

"1 e "2 menores que o esperado pelo acaso, e assim não foram influenciadas pelo estágio de

sucessão secundária. Por último, a co-ocorrência não aleatória de espécies de formigas

somente emergiu no habitat dossel, e na menor escala espacial analisada, que se apresentou

segregada sugerindo que algum mecanismo biológico tal como interações negativas pode

determinar a distribuição das espécies nesses habitats.

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1 Introdução Geral

A- Considerações gerais

Compreender a distribuição de espécies nos habitats e os mecanismos que determinam

esses padrões como as características abióticas e as interações entre espécies são necessários

por diversos motivos práticos e teóricos. A ecologia procura entender os mecanismos que

determinam ou regulam a distribuição das espécies na natureza (Ricklefs & Schluter,1993),

bem como a maneira pela qual os organismos são influenciados pelo ambiente abiótico e

biótico.

A estrutura de uma comunidade é o conjunto de propriedades que emerge quando

espécies interagem com o meio biótico e abiótico de um dado ambiente, como distribuição

geográfica, abundância dos indivíduos, coexistência e dominância de espécies (interações que

ocorrem) (Yanoviak & Kaspari, 2000). Todavia, os fatores que determinam a estrutura de uma

comunidade em uma escala local e regional são completamente diferentes (Messier et al.,

2010).

Somente em meados da década de 50 que os ecólogos começaram a explicar esses

parâmetros de diversidade como efeito de processos ecológicos que atuam em diferentes

escalas espaciais e temporais (MacArthur, 1955; Whittaker, 1956; Hutchinson, 1959; Ehrlich,

1964; Paine, 1966). A diversidade passou então a ser vista como consequencia de processos

locais, regionais e históricos, atuando em tempo ecológico e evolutivo variado (Holt, 1993)

Em uma escala local, como um indivíduo arbóreo, a estrutura da comunidade de

formigas associada a uma árvore pode ser resultado da disponibilidade de recursos, e

heterogeneidade e complexidade do habitat como o tamanho, arquitetura e conectividade

entre copas (Campos et al., 2006; Costa et al., 2010; Powell et al., 2011). Além disso, pode ser

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resultado das interações intra e inter-específicas como competição, predação e mutualismo

(Vasconcelos, 2008; Arnan & Andersen 2011).

Para formigas existe um consenso da importância da competição na estruturação

local das comunidades (Savolainen & Vepsäläinen, 1988, Hölldobler & Wilson, 1990,

Albrecht & Gotelli 2001). Trabalhos abordando diferentes assuntos, tais como hierarquia de

dominância (Savolainen & Vepsäläinen 1988, Davidson, 1998), mosaicos (Majer et al 1994,

Djieto-Lordon & Dejean, 1999), e partição de recursos (Herbers 1989, Albrecht & Gotelli,

2001) são exemplos de trabalhos que sugerem ou demonstram a importância da competição

para assembléias de formigas.

Já em uma escala regional como em regiões de uma floresta, a estrutura da

comunidade de formigas pode ser resultado de fatores históricos, de mudanças na estrutura da

paisagem ou de mecanismos agindo nessa escala (Cornell & Lawton, 1992). Como por

exemplo, a deriva ecológica, a riqueza e a densidade de árvores, a variação da cobertura e da

conectividade média do dossel, ou a redução de tipos de hábitats disponíveis àquela

comunidade (Ribas et al., 2003; Parr, 2008; Baccaro et al., 2011; Dantas et al., in press).

Para a comunidade de formigas associada ao dossel, as árvores podem então ser

consideradas como recursos, pois nas árvores as formigas encontram locais para nidificação,

refúgio para inimigos e alimentação (blüthgen & Stork, 2007). Através da estrutura da

vegetação é possível se estimar uma medida de heterogeneidade de habitat, que pode influir

na riqueza de espécies de formigas. Características que direta ou indiretamente influenciam a

qualidade e quantidade de recursos disponíveis à comunidade de formigas e, por

consequencia, podem definir a estrutura do habitat associado.

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B- Considerações sobre a Biologia de formigas

As formigas se destacam nos ecossistemas terrestres devido a sua abundância, riqueza,

biomassa, e por participarem de diversos processos fundamentais para o funcionamento

desses sistemas (Hölldobler & Wilson, 1990; Agosti et al., 2000; Vasconcelos et al., 2008;

Wilson, 2010). Esses insetos ocupam um número significativo de nichos e guildas tróficas, e

apresentam uma ampla variedade de formas e comportamentos que lhes permitem forragear

desde camadas profundas do solo ao dossel da floresta (Fowler et al., 1991; Oliveira & Pie,

1998; Ward, 2006).

Esses insetos exercem um importante papel ecológico na dinâmica do ambiente

podendo desempenhar um importante papel ecológico na composição da vegetação ( Oliveira,

1988). A disponibilidade de alimento e de sítios de nidificação influenciam diretamente a

composição da fauna de formigas (Beckers et al., 1990). Essas características fazem relevante

a compreensão do parâmetros da estrutura dessa comunidade.

O dossel é definido como o conjunto de copas arbóreas, suas folhas, galhos, ramos,

epífitas, espaços e microclimas associados. Nos dosséis, as formigas se destacam devido sua

abundância, diversidade, funcionalidade e ampla distribuição geográfica (Hölldobler &

Wilson, 1990). É possível citar a fauna de formigas que habita exclusivamente o dossel da

vegetação, a fauna que patrulha a superfície do solo, a fauna críptica que habita a serapilheira

ou então a fauna subterrânea. Todavia, o estudo de comunidades de formigas epigéicas tem

recebido mais atenção, pois as subterrâneas não recebem tanta, e devido aos obstáculos físicos

de se acessar o dossel, que restringem esse tipo de pesquisa (Stork et al., 1997; Basset et al.,

2003b).

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C- O Processo de Sucessão Secundária

Em comunidades naturais ocorrem frequentemente distúrbios, naturais ou antrópicos,

que alteram os processos ecológicos e a biodiversidade local e/ou regional. Esses eventos

podem desencadear um processo de sucessão ecológica determinando mudanças nas

condições e recursos e por consequencia na distribuição espaço-temporal das espécies e em

suas interações na comunidade (Kaspari, 1996; Neves et al., 2010).

Normalmente após o distúrbio, algumas espécies com elevado poder competitivo são

eliminadas, abrindo possibilidade de espécies menos competitivas se estabelecerem e

aumentarem suas populações nestes locais (Dejean & Corbara, 2003). Posteriormente com o

avanço da sucessão secundária ocorre normalmente o retorno de espécies com o aumento da

riqueza e substituição de espécies menos competitivas (Kaspari, 1996).

Dois modelos básicos de sucessão ecológica são usualmente descritos: comunidades

que são controladas por dominância ou as que são controladas por fundação. Em comunidades

controladas por dominância, o habitat alterado é inicialmente colonizado por espécies

pioneiras que posteriormente são substituídas por espécies intermediárias e de clímax, devido

ao requerimento de nicho das espécies ou através da competição. Neste modelo há uma

sucessão direcional, em que a composição de espécies do estágio final é previsível (Dauber &

Wolters 2004, 2005).

Em comunidades controladas por fundação, algumas espécies podem colonizar o local

alterado inibindo, facilitando ou tolerando o estabelecimento de outras espécies. Se os

colonizadores iniciais inibem o estabelecimento de outras espécies, a composição da

comunidade é a mesma em todo o processo de sucessão, este modelo é usualmente chamado

de “loteria” (Yu et al. 2001). Em contrapartida, se as espécies iniciais facilitam ou toleram a

substituição das espécies, ocorre uma mudança na composição de espécies da área.

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D- Caracterização das Florestas Tropicais Secas (FTSs)

Para as FTSs, os mecanismos determinantes da estrutura da comunidade de formigas

associada ao dossel permanecem basicamente desconhecidos tanto para escalas menores

como maiores de observação espacial. Além disso, ainda não foi verificado se essas diferenças

nos parâmetros de diversidade se deve as diferenças na disponibilidade de recursos ou na

heterogeneidade de habitat que pode ocorrer entre estágios sucessionais distintos.

No continente Americano as FTSs têm sido o ecossistema preferido para o uso e

estabelecimento da espécie humana (Hoekstra et al., 2005). Atividades como a extração de

madeira, agricultura, pastagem e processos de urbanização têm severamente causado

distúrbios a essas formações florestais. Além disso, as FTSs são consideradas o ecossistema

menos protegido entre todos ecossistemas tropicais com somente 4,5% de sua área total

limitada por reservas naturais (Portillo-Quintero & Sánchez-Azofeita, 2010) Diante deste

cenário, é notável o aumento do número de FTSs secundárias em processo de regeneração

natural, principalmente devido ao abandono dessas áreas após o uso da terra pelo homem.

Entre as florestas tropicais, a FTS apresenta a maior taxa anual de destruição (0,96%

segundo Whitmore, 1997). Em nível global, aproximadamente 48,5% dessas florestas foram

convertidas em outros tipos de habitat (Hoekstra et al., 2005). Na América Latina, 66% desta

floresta já foi destruída principalmente pelo corte de madeira e agropecuária (Portillo-

Quintero & Sánchez-Azofeita, 2010).

Nas FTSs a marcada sazonalidade climática afeta significativamente a estrutura e

função do ecossistema (Quesada et al., 2009). Essas florestas respondem ao prolongado

período seco com uma alta deciduidade foliar, a qual limita a produtividade das plantas a

períodos de três a cinco meses por ano, período no qual as chuvas estão bastante concentradas

(Quesada et al., 2009). Em resposta a esta forte variação sazonal na disponibilidade de

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recursos são esperadas flutuações na riqueza de espécies, bem como uma variação nos

mecanismos determinantes da estrutura da comunidade animal associada a distintos estágios

de sucessão secundária.

Para facilitar o entendimento dos mecanismos bióticos verificados como fatores

determinantes da estrutura da comunidade de formigas em FTSs o presente trabalho foi divido

em dois capítulos:

- Capítulo 1. A Estrutura do habitat determinando a comunidade de formigas

associada ao dossel de uma floresta tropical seca. Neste capítulo foi avaliado, em múltiplas

escalas espaciais, o efeito da estrutura do habitat e da disponibilidade de recursos existentes

durante o processo de sucessão secundária sobre os parâmetros de diversidade da

mirmecofauna associada ao dossel de uma FTS do norte do estado de Minas Gerais, a fim de

identificar os fatores causais do padrão de diversidade encontrado.

- Capítulo 2. Co-ocorrência de formigas em uma FTS: efeitos da sucessão secundária,

estratificação vertical e variação sazonal. Neste capítulo foi verificado como a sucessão

secundária, a estratificação vertical e a variação sazonal determinam os padrões de co-

ocorrência, dominância e atividade de espécies, uma vez que a riqueza de espécies se mantém

ao longo do gradiente de sucessão secundária e entre períodos sazonais.

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CAPÍTULO 1

A ESTRUTURA DO HABITAT DETERMINANDO A COMUNIDADE DE FORMIGAS

ASSOCIADA AO DOSSEL DE UMA FLORESTA TROPICAL SECA

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Resumo

O dossel das florestas tropicais oferece uma grande diversidade de recursos que são essenciais

para a manutenção da biodiversidade. Entretanto, não há estudos que investigam como a

variação na disponibilidade de recursos pode explicar os padrões de diversidade de espécies

de formigas em dosséis das Florestas Tropicais Secas em diferentes estágios de sucessão

secundária. O objetivo deste estudo foi verificar em qual escala espacial é possível se

visualizar as diferenças de estrutura de comunidades de formigas que habitam FTSs em

diferentes estágios sucessionais. Foi testado a hipótese que os mecanismos determinantes

podem mudar com o avanço do processo de sucessão secundária e entre escalas espaciais

distintas. A amostragem das formigas ocorreu em dez parcelas através de duas técnicas

complementares, pitfalls arbóreos e o batimento entomológico. A estrutura da comunidade de

formigas é determinada pela sucessão secundária, e os efeitos da disponibilidade de recursos e

heterogeneidade de hábitat nessas assembléias somente ocorrem em escalas maiores de

observação espacial. Foi verificado também que as medidas de recursos importantes para a

riqueza regional de formigas não variam entre estágios sucessionais, e que a distribuição do

espaço pelas espécies não é determinada pela sucessão secundária, pois as contribuições das

diversidades alfa-local e beta-regional em diferentes escalas espaciais para a diversidade

gamma são idênticas entre estágios sucessionais distintos, os quais, além do mais diferem do

esperado pela hipótese nula. Isto sugere que fatores determinísticos podem em diversas

escalas espaciais influenciar a coexistência das espécies.

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2.1 Introdução

Investigar o efeito da escala espacial no padrões ecológicos é necessário em ecologia

de comunidades e biogeografia. Estudos comparando a estrutura de comunidades em

diferentes escalas espaciais têm feito importantes contribuições na teoria ecológica (Ricklefs,

1987; Wiens, 1989; Spiesman & Cumming, 2008). Um dos padrões comumente encontrado é

que os fatores controladores da diversidade de espécies variam entre as escalas espaciais local

e regional, de modo que as análises comparativas de diversidade de espécies podem gerar

conclusões diferentes dependendo da escala espacial de análise (Whittaker et al. 2001).

Alguns autores têm notado a importância da escala espacial na estrutura das

comunidades de formigas (Lawton, 1999; Parr et al., 2005; Spiesman & Cumming, 2007),

mas foram poucos os estudos propositadamente desenhados para investigar em que escala

espacial é possível se visualizar as diferenças de estrutura de comunidades de formigas em

diferentes estágios de regeneração natural, bem como se essas diferenças nos parâmetros de

diversidade se deve as distintas disponibilidades de recursos e estrutura de habitat que

ocorrem entre esses estágios.

Em uma comunidade de formigas arborícolas, as árvores podem ser consideradas

como recursos, pois é nas árvores que as formigas encontram locais para nidificação, refúgio

para inimigos e alimentação (Tilman, 1982). Apesar da ausência de trabalhos que demonstrem

a relação entre a riqueza de espécies de formigas de dossel e áreas de floresta Tropical Seca

com diferentes disponibilidade de recursos e heterogeneidade estrutural de habitat, pode-se

hipotetizar que locais de maior disponibilidade de recursos e heterogeneidade de habitat

suportam uma maior riqueza de espécies de formigas associadas (Veja Dantas et al., in press).

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Além do mais, é possível hipotetizar que a relação entre a riqueza de formigas e a

disponibilidade de recursos e heterogeneidade de habitat somente seja possivelmente

verificada em uma escala regional, uma vez que formigas apresentam as interações negativas

como fator preponderante para diversidade local de espécies (Savolainen & Vepsäläinen,1988;

Andersen & Patel, 1994).

Em comunidades naturais ocorrem frequentemente distúrbios, naturais ou antrópicos

que podem alterar a disponibilidade de recursos e determinar distintas estruturas de habitat e

de comunidades biológicas entre diferentes estágios de sucessão secundária (Kaspari, 1996).

Todavia, tais fatores podem também não serem percebidos por uma comunidade animal

associada, e assim, podem não variar entre uma área em estágio inicial de sucessão secundária

e uma área em estágio tardio (Neves et al., 2010a).

Todavia, além de uma possível ausência de variação da disponibilidade de recursos

durante o processo de sucessão secundária, no estágio tardio há presença de espécies de

elevado poder competitivo, e que não ocorrem no estágio inicial (Capítulo II). Essas espécies,

recrutam em massa, monopolizam o recurso e impedem a co-ocorrência de espécies com

características ecológicas similares (Savolainen & Vepsäläinen,1988). Dessa forma, a

ausência de variação na disponibilidade de recursos, ou a presença de espécies dominantes no

estágio tardio podem causar uma manutenção da riqueza de formigas quando analisada entre

estágios de sucessão secundária distintos (veja Neves et al., 2010a).

Neste sentido, quando ocorre um distúrbio pode haver a exclusão de espécies de alto

poder competitivo, o que abre possibilidade de espécies de baixo poder competitivo

estabelecerem e aumentarem suas populações nesses locais (Kaspari, 1996). Desse modo,

quando se analisa a composição da fauna de formigas em áreas de Floresta Tropical Seca

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(FTS) em diferentes estágios de sucessão secundária é esperado que a composição da fauna de

formigas difira entre esses habitats.

As diferenças microclimáticas, ou na qualidade e previsibilidade do recurso

alimentar, ou a influência que a fauna de formigas do dossel exerce na fauna do solo do

estágio inicial podem não ser tão acentuados como no estágio tardio, o que poderia também

determinar presença de espécies com características ecológicas distintas entre esses habitats

(Yanoviak & Karpari, 2000). Essas diferenças podem também causar mudança na composição

de espécies entre estágios iniciais e tardios de sucessão secundária.

Todavia, a biodiversidade pode não estar uniformemente distribuída entre habitats,

paisagens e regiões, parâmetro o qual também caracterizam a estrutura da comunidade. Uma

dada riqueza local de espécies pode, em teoria, resultar da transição de espécies através de

uma série de “filtros”, como por exemplo fatores históricos, seguido de eventos de migração e

ainda relativos ao ecossistema no qual a comunidade está inserida (Hillebrand & Blenckner,

2002; Fig.1). Na escala local, as restrições ecológicas resultantes das interações ecológicas

como a herbivoria, a competição e os fatores ambientais desta escala podem ser considerados

importantes como determinantes de diversidade.

A partição aditiva da diversidade tem sido considerada como a melhor ferramenta

metodológica para se entender os padrões de diversidade em múltiplas escalas espaciais.

Lande (1996) demonstrou analiticamente que a diversidade regional de espécies (#) pode ser

particionada em componentes aditivos, representada pela diversidade dentro da comunidade

(!) e entre as comunidades (").

Para os propósitos do presente estudo, o número médio de espécies acumulada por

árvore representou a diversidade ! (local), enquanto que !1, !2 e !3 representaram a

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diversidade entre árvores de um mesmo ponto, entre pontos de uma mesma parcela, e entre

parcelas de um mesmo estágio, respectivamente.

Diversidade pode ser estimada utilizando a riqueza de espécies ou índices de

diversidade (por exemplo, Simpson e Shannon). Assim, a diversidade geral de uma

comunidade pode ser particionada como: # = ! + "1 + "2 + "3 + ... "n, onde n é o número de

escalas adotada pelo estudo (Veech et al., 2002). Neste sentido, a partição aditiva nos ajudará

a identificar a escala espacial que mais contribui para a diversidade regional de espécies de

formigas em FTSs, bem como se a distribuição do espaço pelas espécies pode ser determinada

pela sucessão secundária.

As FTSs correspondem a 42% das florestas tropicais e contêm uma rica e única

biodiversidade (Brown & Lugo, 1990; Janzen, 1988; Quesada et al., 2009). Tais florestas

ocorrem em solos ricos e respondem à estação seca prolongada com alta deciduidade foliar

que se inicia no dossel e limita a produtividade vegetal a 3-5 meses por ano (Sánchez-

Azofeifa et al., 2005, comunicação pessoal de Garro, R. N.). Apesar destas características a

FTS está entre os ecossistemas menos protegidos (4,5%) e mais ameaçados globalmente

principalmente devido a forte pressão antrópica sobre essas áreas (Janzen, 1988; Portillo-

Quintero & Sánchez-Azofeifa, 2010).

Em estudos recentes em FTSs verificou-se que com o avanço da sucessão secundária

não ocorre o aumento da riqueza de espécies de formigas arborícolas (Neves et al., 2010a,

Marques & Schoereder, in press). Além disso, a riqueza total de espécies arbóreas atraídas por

iscas não muda da estação úmida para a seca, o que ocorre é uma modificação da composição

de espécies tanto com o avanço da sucessão secundária quanto entre as estações úmida e seca.

Entretanto esses estudos foram realizados a 1,3m do solo e não abordou a importância da

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escala espacial na amostragem e apresentação dos resultados (Neves et al., 2010a). Persistindo

perguntas sobre os efeitos da sucessão secundária na estrutura da comunidade de formigas

associada ao dossel dessas FTSs, e seus mecanismos determinantes.

O presente trabalho tem como objetivo verificar em qual escala espacial é possível se

visualizar diferenças de estrutura de comunidades de formigas que habitam o dossel de

Florestas Tropicais Secas em estágios inicial e tardio de sucessão secundária, e verificar se

essas diferenças nos parâmetros de diversidade se devem as diferentes disponibilidades de

recursos e de estrutura de habitat entre esses estágios. Para isso, foram testadas as seguintes

hipóteses: i. A disponibilidade de recursos e a heterogeneidade estrutural do habitat variam

entre os estágios sucessionais inicial e tardio; ii. habitats com maior disponibilidade de

recurso e heterogeneidade de habitat suportam, independentemente do estágio de regeneração

natural uma maior riqueza de espécies de formigas, e este padrão somente emerge na maior

escala de observação espacial; iii. a estrutura da comunidade de formigas associada ao dossel

difere entre estágios de sucessão secundária, com a manutenção da riqueza e mudança da

composição de espécies associada; e, iv. a substituição e extinção de espécies é determinada

pelo estágio sucessional com a diversidade ! maior que o esperado no estágio inicial, e menor

que o esperado no estágio tardio; as diversidades "1 e "2 maiores que o esperado no estágio

tardio e menor que o esperado no estágio inicial. A diversidade "3 não é determinada pelo

estágio sucessional.

2.2 Materiais e Métodos

2.2.1 Área de estudo

Este estudo foi realizado no Parque Estadual da Mata Seca, uma unidade de proteção

integral manejada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). O parque tem área de 15.281 ha e

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está localizado no vale médio do rio São Francisco, norte do estado de Minas Gerais, sudeste

do brasil, entre as coordenadas 14°48’36” – 14°56’59” S e 43°55’12” – 44°04’12” W. (Figura

1).

Figura 1. Área de estudo, Parque Estadual Mata Seca (MG).

A vegetação original do parque é composta pela Floresta Tropical Seca (FTS), com a

predominância de árvores decíduas, com entre 90-95% de deciduidade foliar durante a estação

seca (Maio-Outubro) (Pezzini et al., 2008) (Figura 2). O clima da região é tropical semi-árido

(Köppen) caracterizado por uma severa estação seca entre os meses de maio e outubro. A

temperatura e precipitação média anual é 24 ºC e 818 ± 242 mm respectivamente (Madeira et

al., 2009). As principais atividades econômicas na área antes da criação do Parque foi a

pecuária e plantio de feijão, milho e tomate. Aproximadamente 1,525 ha do parque são

pastagens enquanto 6,000 ha são áreas de floresta primária ou em estágio avançado de

sucessão secundária (Madeira et al., 2008).

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Figura 2. Deciduidade foliar da comunidade vegetal da área de estudo, estação úmida (esquerda) e estação seca (direita).

2.2.2 Desenho experimental:

A amostragem das formigas ocorreu em dez parcelas, cinco em estágio inicial de

sucessão secundária com cerca de nove anos de regeneração, e cinco em áreas de FTS em

estágio primário, com pelo menos 50 anos sem intervenção antrópica (ver Madeira et al.,

2009). As parcelas estão localizadas ao longo de um transecto de sete km, e apresentam

características similares de topografia, solo e microclima, o que reduz a variação das

condições físicas que podem afetar o processo de sucessão secundária e que são requisitos

para estudos em cronossequência (Lebrija-Trejos et al., 2008; Vargas et al., 2007, Quesada et

al., 2009).

O estágio inicial de sucessão é composto de manchas esparsas de vegetação lenhosa,

arbustos, ervas e gramíneas, com dossel variando entre seis e 8 metros. Esta área foi usada

como pasto por pelo menos 20 anos e abandonada em 2000, quando o parque foi criado.

(Figura 3a, Madeira et al., 2009).

O estágio tardio é caracterizada por dois estratos, o primeiro é constituído por árvores

decíduas mais altas que formam um dossel fechado que varia entre 18-20 m de altura, o

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segundo estrato é formado por um sub-bosque esparso com baixa densidade de árvores jovens

e lianas, e de penetração luminosa reduzida (Figura 3b, Madeira et al., 2009). Todas parcelas

se distanciam pelo menos 500m uma da outra.

Figura 3. Estrutura da vegetação encontrada no estágio inicial, com somente um estrato (a); e da floresta primária

(b), composta por pelo menos dois estratos verticais.

2.2.3 Amostragem de formigas

As formigas foram amostradas em cada uma das dez parcelas durante os meses de

setembro de 2010 e Fevereiro de 2011. Em cada parcela foram demarcados arbitrariamente

cinco pontos de amostragem distanciados um do outro por no mínimo 20m (Figura 4,

círculos azuis). Cada ponto foi composto por três indivíduos arbóreos que foram escolhidos

como potencialmente acessíveis às técnicas de acesso utilizadas, e com circunferência a altura

do peito mínima de 15 cm (Fig. 4, à direita), totalizando portanto 15 árvores amostradas por

parcela e 75 árvores por estágio.

38

6-8m

0 a

8m18

e 2

0m

A B

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Figura 4. Distintas escalas espaciais utilizadas no desenho amostral: árvore (!), pontos ("1), parcela ("2) e

estágios ("3).

A amostragem de formigas associadas ao dossel foi realizada através de duas técnicas

complementares, pitfalls arbóreos elaborados com potes plásticos de 15cm de diâmetro com

líquido mortífero não atrativo (Figura 5), e o batimento entomológico (Figura 6). Em cada

uma das 150 árvores foram dispostos dois pitfalls arbóreos posicionados em duas

ramificações distintas que partem do fuste, os quais permaneceram no campo por 48 horas.

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Figura 5. Pitfalls arbóreos dispostos em ramificações que partem do fuste em cada uma das 150 árvores

amostradas. Na parte superior a direita um pitfall em vista lateral que foi disposto a uma altura de 20

metros.

Complementando a amostragem foi realizado o batimento entomológico nos galhos

com a utilização de um guarda-chuva entomológico (Neves et al., 2010b). Essas amostragens

ocorreram nas mesma árvores e foram realizadas dez batidas em três ramificações distintas do

dossel do indivíduo arbóreo compreendendo trinta batimentos/árvore (Neves et al., 2010b).

Figura 6. Amostragem de formigas utilizando a técnica de batimento entomológico..

O acesso aos ramos das árvores foi realizado através do uso de técnicas de escalada

livre em corda (Perry, 1978), com uso de equipamento de segurança, por pesquisadores

previamente treinados ou escaladores profissionais.

As formigas amostradas foram levadas ao Laboratório de Ecologia de Insetos da

Universidade Federal de Minas Gerais, onde foi realizada a triagem, montagem e

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identificação até o nível de morfo-espécie ou espécie quando possível (Longino, 1990;

Bolton, 1994; Fernández, 2003). Todos os indivíduos amostrados foram depositados na

coleção do Laboratório de Ecologia de Insetos da Universidade Federal de Minas Gerais.

2.2.4 Riqueza de espécies, Disponibilidade de Recursos e Heterogeneidade de Habitat

As variações na riqueza de espécies, densidade de recursos e heterogeneidade

estrutural de habitat foram avaliadas em duas escalas espaciais distintas. As escalas espaciais

ponto e parcela não foram comparadas, pois esperamos que uma vez mantido o padrão nas

escalas árvore e estágio, o padrão como resultado nas escalas regionais ponto e parcela será

mantido, pois a riqueza de formigas em cada parcela significa uma repetição de cada estágio,

que é composto pelo resultado da riqueza acumulada nas árvores, e nos pontos de um mesmo

estágio sucessional. Além disso, foi verificado como ocorre a substituição e extinção de

espécies em diferentes escalas espaciais que pode ser obtido com as comparações de

diversidade beta entre os dois estágios de sucessão.

Na escala árvore foram mensuradas a altura do indivíduo arbóreo e a conectividade

com outros indivíduos próximos como medidas de disponibilidade de recursos, e a variação

da densidade de árvores presentes como medida de heterogeneidade de habitat. A

conectividade foi definida como o número de copas que tocam o indivíduo arbóreo

amostrado. A variação da densidade de árvores foi composta pelo resultado da variação da

distância de quatro indivíduos arbóreos mais próximos de cada árvore amostrada, e de

circunferência a altura do peito $ 30cm (modificado de Vasconcelos & Magnusson, 2008).

Na escala parcela foram mensuradas a riqueza e a densidade arbórea da parcela como

medidas de disponibilidade de recursos, e a variação média da altura e da conectividade das

árvores amostradas da parcela como medidas de heterogeneidade estrutural do habitat. Para o

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cálculo dos fatores variação de altura e de conectividade citados, foram calculados os

coeficientes de variação, que são formados pelos resultados do desvio padrão divido pela

média destes fatores vezes 100 (veja Oliveira et al., 2006).

2.2.5 Análises estatísticas

2.2.5.1 Curvas de Acumulação de Espécies para Esforço Amostral:

Para avaliar a suficiência amostral do trabalho foram construídas curvas de

acumulação com 1000 randomizações para cada estágio. Calculamos o número de espécies

estimado utilizando os índices Jackknife 1 e Bootstrap. Esta análise estatística foi realizada no

software R utilizando-se a função “specaccum” do pacote “vegan”, e o método de acumulação

utilizado foi o “random” que ordena o esforço de modo aleatório no universo amostral.

2.2.5.2 Partição hierárquica

Para examinar os efeitos independentes de cada variável explicativa relativa as

medidas de disponibilidade de recursos e heterogeneidade estrutural do habitat sobre a riqueza

de formigas nas escalas espaciais local e regional foi utilizado de análise de partição

hierárquica (Chevan & Sutherland, 1991). Partição hierárquica é uma técnica de regressão

múltipla na qual todos os possíveis modelos lineares são separadamente considerados para

identificar os principais fatores explicativos da variável resposta resultando em uma medida

do efeito de cada variável explicativa independentemente das outras variáveis (Mac Nally,

2000).

Estes modelos incluíram erros do tipo quasipoisson, e a avaliação da melhor medida

de preenchimento (GOF) foi baseada em “Root-mean-square 'prediction' (RMSPE)”. Esta

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análise estatística foi implementada usando a função hier.part gratuitamente disponível no

programa estatístico R software (R Development Core Team, 2008).

2.2.5.3 Modelos lineares Generalizados

Para verificar se a disponibilidade de recursos e a heterogeneidade estrutural do habitat

são diferentes entre os estágios de sucessão secundária foram construídos modelos lineares

generalizados (GLMs) nas escalas espaciais local e regional. Para a escala local, a variável

resposta para cada modelo compreendeu a variação da densidade arbórea, a altura do

indivíduo arbóreo amostrado, e a conectividade que realiza com as árvores vizinhas. A

variável explicativa em cada modelo foi o estágio sucessional. Na escala regional, a variável

resposta em cada modelo foi a densidade e a riqueza arbórea da parcela, e a variação da

conectividade e altura das árvores da parcela. A variável explicativa em cada um desses

modelos foi o estágio sucessional.

Para verificar se a disponibilidade de recursos e a heterogeneidade estrutural do habitat

determinam a riqueza de espécies de formigas associadas ao dossel de FTSs foram

construídos GLMs nas escalas espaciais local e regional. Neste modelos, foram somente

incluídas as variáveis explicativas que contribuíram significativamente como resultado da

análise de partição hierárquica.

Para a escala local, não foi analisada se a disponibilidade de recursos e a

heterogeneidade estrutural de habitat determinam o número de espécies de formigas em FTSs,

uma vez que nenhuma variável contribui de modo significativo e independente sobre a

riqueza local de formigas. Na escala regional, a variável resposta foi composta pelo acúmulo

de espécies na parcela, nos dois períodos amostrais, e as variáveis explicativas foram a

densidade arbórea da parcela, e a variação da conectividade das árvores da parcela.

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Por último, para testar se a riqueza de espécies de formigas se mantém entre estágios

de sucessão secundária e se a disponibilidade de recursos e a heterogeneidade de habitat são

os mecanismos determinantes deste padrão foram construídos GLMs nas escalas espaciais

local e regional. Na escala local, a variável resposta compreendeu a riqueza acumulada de

formigas em cada árvore, acumulada nos dois períodos de amostragem, e as variáveis

explicativas foram o estágio de sucessão secundária e as medidas de disponibilidade de

recursos e heterogeneidade de habitat. Na escala regional, a variável resposta foi composta

pelo acúmulo de espécies na parcela, nos dois períodos amostrais, e as variáveis explicativas

foram o estágio sucessional e as medidas de disponibilidade de recursos e heterogeneidade de

habitat.

Todos os modelos foram submetidos à análise de resíduo para avaliar a adequação da

distribuição de erros (Crawley, 2002), e foram simplificados por “stepwise omission”. As

variáveis explicativas não significativas da análise de variância foram retiradas do modelo

completo para formação do modelo mínimo adequado. Posteriormente esse modelo mínimo

foi testado contra o modelo nulo (y~1) (Gotteli, 1996). Estas análises foram realizadas

utilizando o software R (R Development Core Team, 2008).

2.2.5.4 Análises de Composição

2.2.5.4.1 Análise de escalonamento multi-dimensional não-paramétrico (NMDS)

Para verificar se a composição de espécies de formigas muda entre estágios

sucessionais foram realizadas análises de escala multidimensional não-métrica (NMDS),

utilizando o índice de Jaccard a partir de uma matriz de dados de presença/ausência de

espécies de formigas. Nesta análise foi aplicado um procedimento de permutação não-

paramétrico, ordenando a similaridade das matrizes entre os hábitats (Clarke, 1993). Esta

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análise estatística foi realizada no software R utilizando-se a função “metaMDS” do pacote

“Vegan”.

Posteriormente foram realizadas análises de similaridade (ANOSIM, Clarke, 1993),

em que para cada estágio sucessional foi calculado o valor de R obtido através da composição

da comunidade (Clarke, 1993). A diferença relativa entre o valor de R obtido no teste de

ANOSIM foi usada para determinar padrões de similaridade entre os distintos estágios. Nesta

análise é gerado um valor de “Stress” que indica o quanto os eixos produzidos pela análise

explicam as variações dos dados e, segundo Sturrock e Rocha (2000), matrizes que

contenham 10 objetos o valor do Stress pode chegar a 0.286.

Além disso foi calculada a porcentagem de similaridade (SIMPER, Clarke, 1993) para

determinar quais são as principais espécies responsáveis por formar os grupos obtidos na

NMDS. Essa análise estatística foi realizada no software PAST (PAleontological STatistics)

versão 1.81 (Hammer et al., 2008).

2.2.5.4.2 Partição aditiva da diversidade:

Para verificar como ocorre a substituição e extinção de espécies em múltiplas escalas

espaciais entre os estágios de sucessão secundária analisados foi utilizada a análise estatística

de partição aditiva da diversidade (Veech et al., 2002) Partição aditiva da diversidade é um

método que decompõe a riqueza total de espécies (diversidade gama (#)) para os componentes

da diversidade média nas amostras (diversidade alfa (!)) e da diversidade entre as amostras

(beta diversidade (!)). Para os propósitos da nossa análise, o número médio de espécies

acumulada por árvore representou a diversidade !, enquanto que !1, !2 e !3 representaram a

diversidade entre árvores de um mesmo ponto, entre pontos de uma mesma parcela, e entre

parcelas de um mesmo estágio, respectivamente.

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Esta análise estatística foi realizada no software R, utilizando-se a função “adipart” do

pacote “Vegan”. Esta função calcula, a partir da matriz original, as diversidades ! e ! para

modelos aleatórios avaliando a significância estatística entre os componentes de diversidade.

Dois modelos originais foram criados, um para cada estágio de sucessão natural. O número de

permutações estipuladas foi de 10000 (Veech & Crist, 2009), e a implementação da partição

aditiva de diversidade em “adipart” seguiu conforme sugerido por Crist et al., 2003, o

argumento índice de diversidade foi baseado na riqueza de espécies (S).

2.3 Resultados

2.3.1 Curva de Acumulação e a Diversidade da fauna

Um total de 60 espécies, 18 gêneros e sete subfamílias foi amostrado. Dentre as

subfamílias amostradas Myrmicinae, Formicinae, Pseudomyrmecinae, representam 87% da

riqueza total, com 25, 17 e 10 espécies respectivamente. Dentre os gêneros amostrados,

Camponotus, Cephalotes e Pseudomyrmex representam 55% da riqueza total, sendo que o

primeiro gênero foi representado por 14 e os outros dois por 10 espécies cada (Tabela 1).

Tabela 1. Formigas associadas ao dossel do Parque Estadual da Maca Seca, Sudeste de MG. Tabela 1. Formigas associadas ao dossel do Parque Estadual da Maca Seca, Sudeste de MG. Tabela 1. Formigas associadas ao dossel do Parque Estadual da Maca Seca, Sudeste de MG.

TAXA Estágio SucessionalEstágio Sucessional

Inicial TardioDolichoderinaeAzteca instabilis (Smith, 1862)* xDolichoderus lutosus* xForelius brasiliensis xEcitoninaeEciton sp. 1* xTabela 1 (continuação)Tabela 1 (continuação)Tabela 1 (continuação)

Estágio SucessionalEstágio SucessionalInicial Tardio

Labidus praedator* xEctatomminaeEctatomma edentatum x x

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Gnamptogenys px sulcata* xFormicinaeBrachymyrmex sp.1 x xBrachymyrmex sp.2 x xCamponotus gp. Myrmaphaenus sp. 1* x xCamponotus gp. Myrmaphaenus sp. 2* x xCamponotus gp. Myrmaphaenus sp. 3* x xCamponotus arboreus Smith, 1858 xCamponotus atriceps Smith, 1858) xCamponotus blandus Smith, 1858 x xCamponotus cingulatus Mayr, 1862 xCamponotus crassus Mayr, 1858 x xCamponotus germaini Emery, 1903 x xCamponotus melanoticus Emery, 1894 x xCamponotus renggeri Emery, 1894 x xCamponotus rufipes Fabricius, 1775 xCamponotus subtitutus Emery, 1894 x xCamponotus vittatus Forel xMyrmelachista bambusarum Forel, 1903* x xHeteroponerinaeAcanthoponera mucronata Roger, 1860 xMyrmicinaeCephalotes sp.1 xCephalotes sp.2 xCephalotes sp.3 xCephalotes atratus Linnaeus, 1758 x xCephalotes depressus Klug, 1824* x xCephalotes eduarduli Forel, 1921 x xCephalotes maculatus Smith, 1876* x xCephalotes minutus Fabricius, 1804 x xCephalotes pusillus Klug, 1824 x xCephalotes simillimus Kempf, 1851* xCrematogaster sp. 3 xCrematogaster sp. 4 xCrematogaster sp. 5 xCrematogaster gp. brasiliensis px. cocciphila Mayr, 1878 x xCrematogaster erecta Mayr, 1866 x xNesomyrmex costatus Emery, 1896* xNesomyrmex vicinus Mayr, 1887* xPheidole sp. 5 x xPheidole sp. 9 x xPheidole sp. 1 RG* xTabela 1 (continuação)Tabela 1 (continuação)Tabela 1 (continuação)

Estágio SucessionalEstágio SucessionalInicial Tardio

Pheidole sp. 17 x xPheidole sp. 18 xSolenopsis sp. 1 RG* x

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Solenopsis sp. 2 xWasmannia auropunctata Roger, 1863 x xPseudomyrmecinaePseudomyrmex elongatus Mayr, 1870* x xPseudomyrmex flavidulus Smith, 1858 xPseudomyrmex lizeri Santischi Mayr, 1870* x xPseudomyrmex gp. gracilis sp. 1 xPseudomyrmex gp. gracilis sp. 2 x xPseudomyrmex gp. gracilis sp. 3 xPseudomyrmex gp. pallidus sp. 2 xPseudomyrmex oculatus Smith, 1855* x xPseudomyrmex schuppi xPseudomyrmex termintarius x

Total 45 44(*) Representa nova ocorrência na área de estudo.

Das espécies amostradas 18 representam nova ocorrência para a área de estudo: Azteca

instabilis, Camponotus gr. Myrmaphaenus (com três espécies), Cephalotes depressus, C.

maculatus, C. Simillimus, Dolichoderus lutosus, Gnamptogenesis px. Sulcata, Labidus

praedator, Myrmelachista bambusarum, Nesomyrmex costatus, N. vicinus, Pseudomyrmex

elongatus, P. Lizeri, P. oculatus, e o gênero Eciton (ver Neves et al., 2010a; Marques &

Schroeder, in press).

As curvas de acumulação de espécies para as parcelas em estágio inicial e tardio de

sucessão secundária não mostraram tendência à estabilização (Figura 7). De acordo com esses

índices (Jacknife e Bootstrap), entre cinco e 40% das espécies de formigas ainda não foram

amostradas nas áreas estudadas, uma vez que no estágio inicial foram coletadas 45 espécies de

formigas, e os índices estimam entre 49 e 65 espécies, e nas parcelas em estágio tardio foram

amostradas 44 espécies, e os índices estimam entre 47 e 60 espécies.

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Figura 7. Curvas de acumulação de espécies por unidade amostral, em uma área de floresta tropical seca do

sudeste do brasil. Riqueza acumulada para as parcelas em estágio inicial de sucessão secundária (branco) e para

o estágio tardio (cinza).

2.3.4 Riqueza, Disponibilidade de Recursos e Heterogeneidade de Habitat

A análise de partição hierárquica relativa as medidas de disponibilidade de recursos e

heterogeneidade de habitat na escala árvore revelou que nenhuma das varáveis explicativas

contribuem independentemente na riqueza local de espécies (P < 0.05; Fig. 8). Desse modo

não foi construído um GLM para investigar os efeitos desses mecanismos na riqueza de

espécies nesta escala espacial.

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Figura 8. Demonstra a porcentagem de contribuição independente de cada variável ambiental mensurada no

parque estadual da mata seca sobre a riqueza média de formigas na escala local de observação espacial.

Entretanto, a análise de partição hierárquica relativa a disponibilidade de recursos e

heterogeneidade de habitat na escala parcela revelou um forte, independente e positivo efeito

da variação da conectividade entre as copas, e da densidade de árvores na riqueza de formigas

nas parcelas estudadas. Essas duas variáveis explicativas juntas explicam mais de 70% de

variação na riqueza de espécies de formigas na escala parcela de observação espacial (Figura

9). Para as outras variáveis não foi encontrado influência significativa na riqueza de espécies

de formigas, e sendo assim essas variáveis não foram incluídas nos modelos lineares

generalizados.

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Figura 9. Distribuição da porcentagem dos efeitos independentes das variáveis ambientais mensuradas

na riqueza de espécies de formigas na escala parcela de observação espacial, como resultado da análise

de partição hierárquica. As barras que apresentam os valores de “z” representam efeitos significativos

(p<0.05) nos testes de randomização. Relações positivas são demonstradas pelo símbolo “+”.

Demonstra a porcentagem de contribuição independente de cada variável ambiental mensurada no

parque estadual da mata seca sobre a riqueza média de formigas na escala parcela de observação

espacial.

Foi verificado uma mudança de disponibilidade de recursos e heterogeneidade

estrutural de habitat entre os estágios inicial e tardio de sucessão secundária nas duas escalas

espaciais, e assim, a hipótese i. de que a disponibilidade de recursos e heterogeneidade de

habitat variam entre estágios sucessionais foi corroborada.

O estágio tardio na escala local apresentou áreas com maior disponibilidade de

recursos mensurada pela altura das espécies arbóreas amostradas (P < 0.01; Fig. 10), todavia,

a disponibilidade de recursos e a heterogeneidade estrutural de habitat que foram mensuradas

através da conectividade entre copas e pela variação da densidade de árvores no indivíduo

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arbóreo, não variaram entre os estágios de sucessão secundária inicial e tardio ( P > 0.05; Fig.

10).

Figura 10. Demonstra quais variáveis ambientais relativas a disponibilidade de recursos e

heterogeneidade de habitat alteraram significativamente (*) entre os estágios inicial (cinza) e tardio

(preto) em uma escala local.

Na escala regional, o estágio tardio apresentou áreas com maior disponibilidade de

recursos mensurada pela riqueza de espécies arbóreas na parcela, e maior heterogeneidade de

habitat mensurada através da variação da altura das árvores amostradas (P < 0.05; Fig. 11).

Para as variáveis densidade arbórea e variação da conectividade do dossel não foram

encontrados valores significativos e assim, tais medidas são iguais entre estágios sucessionais

distintos (P > 0.05; Fig. 11).

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Figura 11. Demonstra que as variáveis explicativas variação da altura do dossel e riqueza vegetal

alteraram significativamente (*) entre os estágios inicial (cinza) e tardio (preto) em uma escala

regional. As variáveis densidade arbórea e variação da conectividade do dossel não variaram entre os

estágios de sucessão secundária mas foram, contudo, as únicas medidas de habitat importantes na

riqueza de formigas associadas ao dossel de uma FTSs, esse fato pode ter contribuído para a

manutenção da riqueza de espécies que ocorre entre os estágios sucessionais.

O resultado da análise de variância do GLM na escala parcela revelou um efeito

negativo da densidade de árvores e um efeito positivo da variação da conectividade entre as

árvores na riqueza de formigas (p < 0.05) (Figs. 12 e 13). Dessa forma a hipótese ii. deste

trabalho foi corroborada, pois habitats mais heterogêneos e estruturalmente complexos

suportam maior riqueza de espécies de formigas associadas ao dossel de uma FTS, e esse

padrão somente emerge na maior escala de observação espacial (parcela). As variáveis

explicativas riqueza arbórea da parcela, estágio sucessional e variação média da altura do

dossel na escala parcela não foram incluídas nesse GLM.

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Figuras 12. Regressão linear entre a riqueza de formigas na escala regional de observação espacial e a densidade

arbórea da parcela.

Figuras 13. Regressão linear entre a riqueza de formigas na escala regional de observação espacial e a

variação média da conectividade das árvores.

A riqueza de formigas nas duas escalas espaciais árvore e parcela não diferiu entre

estágios sucessionais (p>0.05), conforme o esperado pela hipótese iii. que prediz que há

manutenção da riqueza de espécies de formigas durante o processo de sucessão secundária

(Figura 14).

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Figura 14. Riqueza média de formigas acumulada por árvore e parcela nos estágios inicial e tardio.

2.3.2 Composição

2.3.2.1 NMDS

Foi verificado uma mudança da composição de espécies de formigas entre o estágio

inicial e o estágio tardio (Figura 15; RANOSIM = 0.958; P < 0.01), conforme previsto na

hipótese iii.. Obtivemos 29 registros de espécies comuns às copas das árvores dos dois

estágios sucessionais, 19 destes pertencentes aos gêneros Camponotus, Cephalotes e

Pseudomyrmex. Através da análise de SIMPER foi possível verificar que as espécies que mais

contribuíram para a formação dos grupos foram Camponotus arboreus, Camponotus vittatus e

Pseudomyrmex schuppi (% de contribuição = 4.005 de cada uma destas espécies).

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Figura 15. Composição de espécies de formigas em estágios iniciais e tardios de sucessão natural

através de análise NMDS.

No estágio tardio 15 espécies foram restritas, destacam-se como os mais

representativos as espécies pertencentes aos gêneros Azteca, Camponotus, Cephalotes,

Crematogaster e Pseudomyrmex. No estágio inicial outras 16 espécies foram exclusivas,

quando comparado a floresta primária praticamente não houve decréscimo no número de

espécies exclusivas. Daquelas espécies exclusivas do estágio inicial, cinco pertencem as

quatro subfamílias raras encontradas neste trabalho: Dolichoderinae, Ecitoninae,

Ectatomminae e Heteroponerinae.

2.3.2.2 Partição aditiva da diversidade

O padrão encontrado como resultado da análise de partição aditiva da diversidade das

assembléias de formigas do estágio inicial e do estágio tardio revelou que o padrão de

substituição e extinção de espécies não difere entre estágios sucessionais (Figuras 16 e 17; P <

0.05). Desse modo a hipótese iii. deste trabalho foi refutada, pois as diversidades !, "1, "2 e "3

esperadas apresentam o mesmo padrão entre o estágio sucessional inicial e o tardio.

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A diversidade ! observada foi maior que o esperado pelo acaso para ambos estágios

de sucessão secundária. Neste caso era esperado pela hipótese iv. que o estágio tardio

obtivesse diversidade ! menor que o esperado pelo acaso, uma vez que há maior frequencia

de dominância de espécies e monopólio de iscas neste hábitat (Capítulo 2). Dessa forma essa

hipótese foi refutada pois a diversidade ! não é determinada pelo estágio de sucessão

secundária.

Para as diversidades "1 e "2 foram encontrados valores menores que o esperado pelo

acaso para ambos os estágios de sucessão secundária. Neste caso era esperado pela hipótese v.

maior substituição e extinção de espécies no estágio tardio, uma vez que neste habitat parece

haver presença de mosaicos de dominância que co-ocorrem com não-dominantes (Capítulo

2)). Para o estágio inicial era esperado encontrar as diversidades "1 e "2 menores que o

esperado pelo acaso, pois há uma maior frequencia de espécies submissas neste habitat o qual

ainda é mais homogêneo, o que pode diminuir a substituição de espécies (Madeira et al.,

2008; e veja Capítulo 2).

A diversidade "3 diferiu do esperado pelo acaso para ambos estágios sucessionais.

Sendo assim a hipótese vi. cuja predição era a de que o número e substituição de espécies

presentes nessa escala se alteraria entre os estágios sucessionais foi refutada, uma vez que a

diversidade "3 foi maior que o esperado pelo acaso nos estágios sucessionais inicial e tardio

(Figuras 16 e 17).

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Figura 16. Ilustra o particionamento aditivo da diversidade gama do estágio inicial de sucessão natural

nos componentes alfa (!) e beta (") em três escalas espaciais aninhadas. A riqueza de espécies

acumulada por árvore (!); a substituição de espécies entre árvores de um mesmo ponto a ("1); a

substituição de espécies entre pontos de uma parcela como ("2) e; entre parcelas em um mesmo estágio

sucessional ("3). (*) valores observados significativamente diferentes dos esperados pelos modelos

randomizados.

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Figura 17. Ilustra o particionamento aditivo da diversidade gama do estágio tardio nos componentes

alfa (!) e beta (") em três escalas espaciais aninhadas. A riqueza de espécies acumulada por árvore

(!); a substituição de espécies entre árvores de um mesmo ponto a ("1); a substituição de espécies

entre pontos de uma parcela como ("2) e; entre parcelas em um mesmo estágio sucessional ("3). (*)

valores observados significativamente diferentes dos esperados pelos modelos randomizados.

2.4 Discussão

A riqueza de formigas arborícolas amostrada neste trabalho pode ser considerada

elevada, se comparada aos valores encontrados por Neves (et al., 2006) e Marques (in press)

nessas mesmas áreas estudadas (60), com o novo registro de 18 espécies. Tais registros de

espécies na área de estudo eram previstos, uma vez que este é o primeiro trabalho a acessar o

dossel da floresta para investigar a fauna de formigas.

No trabalho de Neves et al., (2006) foram investigadas exclusivamente formigas

arborícolas e foram amostradas 43 espécies, valor que pode ser considerado baixo, pois a

influência da fauna do solo na fauna do dossel é provavelmente mais acentuada quando se

estuda o estrato a 1,3m do solo, o que poderia contribuir para uma amostragem mais diversa.

O resultado encontrado por Marques (in press) foi de 93 espécies investigando os estratos

hipógeico, epígéico e arbóreo simultâneamente, o que também pode favorecer uma

amostragem mais “representativa”. Contudo, consideramos a riqueza de formigas encontrada

no presente trabalho como baixa, quando comparada à riqueza de formigas encontrada em no

Cerrado em e uma Floresta Tropical úmida (Ribas et al., 2003; Ribas & Schoereder, 2004;

Schulz & Wagner, 2002).

Neste estudo, a maior riqueza de espécies observada para as subfamílias Myrmicinae,

Formicinae e Pseudomyrmicinae deve-se diretamente a presença dos gêneros Cephalotes,

Camponotus, e Pseudomyrmex, respectivamente.

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A tribo Cephalotini representada neste trabalho pelo gênero Cephalotes com 10

espécies é uma radiação de formigas arborícolas restritas ao novo mundo, que se nidificam

exclusivamente nos ramos mortos ou vivos das plantas (Coyle, 1966), hábito que pode ter

contribuído para uma maior diversificação deste grupo no dossel e consequentemente na

amostragem.

No gênero Camponotus a grande maioria das espécies é na região Neotropical

arborícola, que nidificam em cavidades de plantas, caules geralmente mortos, e às vezes nos

caules vivos (Longino, 1990). Além disso, as espécies desse gênero são reportadas como

generalistas, segregadas entre espécies diurnas e noturnas (Fernández, 2002), e são

frequentemente as primeiras a encontrar as iscas (Leal, 2003).

A subfamília Pseudomyrmicinae é um grupo pantropical de formigas arborícolas, que

habitam ramos vivos e mortos de plantas. Cerca de 20% de suas espécies nidificam

obrigatoriamente em plantas mirmecófitas, as quais ocupam cavidades de plantas vivas, como

espinhos da espécie acácia ou os pecíolos das folhas de plantas leguminosas arbóreas do

gênero Tachigali (Ward, 1991; 1993; 1999). Essa característica história de vida do grupo de

associação estrita com espécies vegetais pode explicar a alta diversidade de espécies desse

gênero amostradas neste presente estudo.

Durante o processo de sucessão secundária ocorre a regeneração natural da vegetação,

que pode ocorrer através de um processo direcional e continuo de colonização e extinção de

populações de espécies (Guariguata & Ostertag, 2001, Kalácska et al., 2004, Madeira et al.,

2009; Neves et al., 2010a; 2012). Com o avanço da sucessão secundária ocorrem mudanças

graduais nas condições abióticas e na composição e estrutura vegetal, assim como em seus

organismos associados (Rojas & Fragoso, 2000).

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No presente estudo foi observado que durante o processo de sucessão secundária as

mudanças na disponibilidade de recursos e na heterogeneidade de habitat podem ou não variar

entre os estágios sucessionais inicial e tardio. Variáveis importantes para a riqueza de espécies

de formigas, como a conectividade e a densidade arbórea da parcela não diferiram entre os

estágios inicial e tardio de sucessão secundária. Sugerimos que tal fato possa ter contribuído

para a manutenção da riqueza de espécies de formigas que ocorre na escala regional de

observação espacial durante o processo de sucessão secundária, conforme sugerido por Neves

et al., 2010a).

Normalmente habitats mais heterogêneos e mais complexos sustentam maior riqueza

de espécies se comparados a habitats mais simples (Ribas et al., 2003; Lassau & Hochuli,

2004; Corrêa et al., 2006; Vargas et al., 2007), que pode ocorrer devido ser mais provável

haver diversidade e co-existência de espécies onde os recursos e as condições são

heterogêneas (Andersen, 2011).

No presente estudo, foi encontrado que a comunidade de formigas é mais diversa em

áreas onde a disponibilidade de recursos e a estrutura do habitat é maior e mais heterogênea.

Esse resultado têm sido encontrado por diversos autores que trabalharam com os efeitos da

disponibilidade de recursos e heterogeneidade de habitat sobre a estrutura de comunidade de

formigas (Ribas et al, 2003; Campos et al., 2006; Coelho & Ribeiro, 2006; Dantas et al., in

press).

Para uma comunidade de formigas associada a uma espécie vegetal de Floresta

Tropical úmida, por exemplo, já foi verificado que a altura do indivíduo arbóreo determina

maior riqueza local de espécies de formigas (Campos et al., 2006a). No entanto, nossos

resultados demonstram que a heterogeneidade e complexidade do habitat como a variação na

densidade de árvores, e a altura da copa e a conectividade entre copas, não determinam a

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riqueza local de espécies de formigas associadas a Floresta Tropical Seca, e assim tais

características locais do habitat podem não ser percebidas pela comunidade de formigas

associada à FTS.

Assim, os fatores determinantes da diversidade local de espécies de formigas em

florestas tropicais secas definida para este estudo permanecem desconhecidos sugerindo que

outros fatores além da heterogeneidade do habitat podem afetar a riqueza de espécies de

formigas.

Interações mutualísticas entre plantas e herbívoros (Rosumek et al., 2009; Guerra et

al., 2011) e a competição são considerados fatores com grande importância na regulação da

riqueza local de espécies de formigas (Andersen & Patel, 1994; Acosta et al., 1995; Deslippe

& Savolainen, 1995; Gibb & Hochuli, 2004; Parr, 2008; Arnan, et al., 2011), sendo

responsáveis pelo estabelecimento de espécies agressivas e pela formação de mosaicos de

dominância, como é o caso de espécies dos gêneros Azteca, Camponotus e Crematogaster,

todos amostrados no presente estudo, que podem influenciar a distribuição das espécies

menos competitivas em ambientes tropicais (Majer et al. 1994; Dejean & Corbara 2003).

Sugerimos que fatores locais não mensurados como a estratificação vertical (Campos,

2006), a qualidade do habitat (Weibull et al., 2003), o distúrbio (Klein et al., 2002) e as

interações intra- e interespecífica (Veech et al., 2003) podem regular a comunidade biológica

local (Messier et al., 2010), direta ou indiretamente.

Já na escala parcela de observação espacial, a disponibilidade de recursos mensurada

pela densidade arbórea afetou negativamente a riqueza de espécies de formigas que

apresentou menor riqueza em ambientes onde a densidade de indivíduos foi maior. O aumento

da densidade da vegetação provoca uma queda na diversidade de espécies arbóreas, e

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provavelmente uma menor variação na conectividade entre as árvores, o que torna o ambiente

estruturalmente mais homogêneo (Dantas et al., in press).

Essas características de baixa heterogeneidade ambiental e variação de conectividade

espacial que não variam entre os estágios, pode dificultar a co-existência de espécies com

necessidades ecológicas similares que diminui o número possível de espécies existentes

nessas áreas menos heterogêneas (Dantas et al., in press). Por outro lado, em áreas com baixa

densidade arbórea e alta variação de conectividade do dossel essa heterogeneidade do habitat

determina positivamente a riqueza de espécies.

A conectividade do dossel já foi verificada como um fator preponderante na

diversidade de espécies, uma vez que promove caminhos principais pelos quais as formigas

arbóreas acessam os recursos oriundos da vegetação (“tree-based”) (Dantas et al., in press).

Além disso, esse fator pode se traduzir biológicamente em uma medida de recursos, de

acessibilidade de recursos e de diversidade de locais para a nidificação (Powell et al., 2011).

No presente estudo utilizamos uma medida que indica o quanto existe de variação na

conectividade do dossel, de modo que quanto maior for esse valor maior será a variação

presente na parcela estudada. Assim, entendemos que este fator, assim como a densidade

arbórea influencie as condições do habitat e o acesso das espécies ao recurso (Nonacs & Dill,

1990; Parr & Gibb, 2010).

Foi verificado que áreas com maior variação média de conectividade do dossel

apresentam maior riqueza de espécies de formigas, e sugerimos assim, que esse fator possa

influenciar o acesso e monopólio de recurso à comunidade, de modo a tornar possível a co-

existência de colônias grandes e pequenas extremamente próximas e desconexas, o que

aumentaria a diversidade de espécies dentro das parcelas (Powell et al., 2011).

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Foi verificada uma alteração na composição de espécies de formigas com a mudança

de estágio sucessional, do inicial para a tardio. Essa mudança de composição ocorre

provavelmente devido às espécies dominantes pertencentes aos gêneros Azteca e

Crematogaster que nidificam no dossel do estágio tardio e não ocorrem no estágio inicial

(Capítulo II). Além disso, é provável que determinados recursos difiram entre os estágios

sucessionais inicial e tardio, como por exemplo a riqueza arbórea e a altura das árvores neste

trabalho analisados, e que apesar de não determinar a riqueza de espécies de formigas, podem

influenciar a composição da fauna, como verificado por Neves e colaboradores (2010a).

Os componentes de diversidade como resultado da análise partição aditiva da

diversidade nas diferentes escalas espaciais estudadas foram maiores (! e "3) e menores ("1 e

"2) que o esperado pelo acaso. Essas diferenças do modelo nulo sugerem que somente

processos estocásticos, tal como a deriva ecológica, não são suficientes para explicar os

padrões de diversidade nas escalas espaciais analisadas nas áreas estudadas, indicando que

processos determinísticos podem também influenciar a diversidade em diferentes escalas

espaciais (Messier et al., 2010), tais como a interação entre espécies e a heterogeneidade do

habitat (Campos et al., 2006a; Baccaro et al., 2011).

A presença de espécies de formigas dominantes pode diminuir a riqueza local de

espécies, as quais apresentam comportamentos agressivos de monopólio de isca e podem

apresentar colônias grandes que impedem a presença e o forrageio de espécies não

dominantes (Andersen, 1992). Sugerimos que a alta diversidade local em ambos estágios de

sucessão secundária indique ausência ou baixa frequencia de interações negativas quando se

analisa cada árvore separadamente.

As diversidades "1 e "2 foram significativamente menores que o esperado pelo acaso,

para ambos estágios sucessionais, ou seja, existe uma baixa substituição de espécies de

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formigas entre árvores e entre pontos causando uma maior homogeneidade entre as amostras.

A formação de mosaicos de dominância de espécies e diferentes disponibilidades de recursos

podem determinar um alta substituição e extinção de espécies, uma vez que dentro do

território de uma espécie dominante co-ocorrem espécies não dominantes que utilizam outros

recursos ou condições disponíveis conforme sugerido por outros autores que trabalharam na

mesma área de estudo (Neves e al. 2010a; Marques in press).

Esse resultado de baixa substituição de espécies entre árvores e pontos sugere que

pode haver dentro das parcela somente algumas espécies dominantes, uma vez que a

substituição de espécies é baixa, o que indica a formação de mosaicos de dominância, no qual

uma ou poucas espécies dominantes co-ocorrem com não dominantes entre as árvores e os

pontos.

A diversidade observada para "3 foi significativamente maior que o esperado pelo

acaso para ambos estágios de sucessão secundária. Esse resultado sugere a formação de

mosaicos de dominância onde o tamanho da área de vida de uma espécie dominante pode

constituir em torno dos limites espaciais da parcela que julgamos, uma vez que entre parcelas

a substituição de espécies é maior que o esperado pelo acaso. Todavia, esse padrão não se

altera entre estágios sucessionais, e somente há presença de espécies dominantes no estágio

tardio (Capítulo II).

2.5 Conclusão

Este foi o primeiro estudo a investigar a fauna de formigas de dossel de uma floresta

tropical seca em múltiplas escalas espaciais, e demonstrar que determinados recursos

indicativos de estrutura de habitat se mantém entre distintos estágios de sucessão natural de

uma Floresta Tropical Seca.

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Foi demonstrado que o papel da disponibilidade de recursos e heterogeneidade do

habitat que ocorre em Floresta Tropical Seca não parece ser importante para o número local

de espécies formigas, e foi sugerido que a qualidade de habitat e as interações intra e inter-

específica podem desempenhar um papel preponderante na manutenção da riqueza local de

espécies, em detrimento da disponibilidade de recursos.

Assim como na escala local, ficou caracterizado que a riqueza de formigas em uma

escala regional também se mantém entre distintos estágios de sucessão secundária de FTS.

Recursos importantes no número de espécies de formigas em uma área não variam entre

estágios sucessionais, e assim sugerimos que essa característica possa ser responsável pela

manutenção de espécies na escala regional.

Os resultados do presente estudo demonstram a importância do dossel das florestas em

estágio tardio, e evidencia sua conservação e preservação, uma vez que existem espécies que

ocorrem exclusivamente neste habitat, e que provavelmente influenciam o número e

distribuição de espécies existentes.

Foi possível observar que fatores estocásticos como a deriva ecológica não são

suficientemente capazes de explicar sozinhos a distribuição do espaço pelas espécies e que

esta distribuição não é determinada pela sucessão secundária.

Nossos resultados indiciam que a comunidade de formigas é influenciada pelos

recursos disponíveis em uma escala regional, o que não acontece na escala local. Isto sugere

definição de estratégias conservacionistas que apresentem como foco a mitigação de impactos

nesta escala espacial tal como a perda de habitat e a modificação da estrutura vegetal dentro

de fragmentos de floresta.

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CAPÍTULO II

CO-OCORRÊNCIA DE FORMIGAS EM UMA FLORESTA TROPICAL SECA:

EFEITOS DA SUCESSÃO SECUNDÁRIA, ESTRATIFICAÇÃO VERTICAL E

VARIAÇÃO SAZONAL

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Resumo

As interações entre espécies podem causar a competição e a dominância de recursos e assim

determinar a estrutura de comunidades de formigas. O presente estudo tem o objetivo de

entender de que maneira o processo de sucessão secundária, a estratificação vertical e a

variação ambiental influenciam nos padrões de co-ocorrência, dominância e atividade das

espécies de formigas associadas a uma Floresta Tropical Seca do norte de Minas Gerais. Para

isso foram testadas a seguintes hipóteses: i. a co-ocorrência, dominância e atividade de

espécies são determinadas pelo estágio de sucessão secundária, – com a distribuição

segregada em estágios tardios, e a atividade biológica e dominância de recursos mais intensas

neste estágio; ii. a co-ocorrência, dominância e atividade de espécies são determinadas pelo

estrato vertical – o padrão é segregado no dossel, e a atividade biológica e a dominância de

recursos mais intensas neste estrato vertical; e iii. a co-ocorrência, dominância e atividade de

espécies são determinados pela sazonalidade climática – com a distribuição segregada no

período seco, e a dominância e atividade das espécies mais intensas no período úmido. Para

testar as hipóteses foram observadas 82 iscas de sardinha durante 64 minutos de modo

simultâneo no solo e no dossel de uma espécie vegetal dominante na área de estudo. As

espécies de formigas amostradas foram classificadas em três níveis hierárquicos e a

frequencia do evento dominância de isca registrado, posteriormente a probabilidade de

ocorrer ou não aquele evento de monopólio de recurso foi calculada para cada sistema

estudado, bem como a atividade média de formigas analisada. Como resultados, os padrões de

co-ocorrência, atividade e dominância das espécies não foram influenciadas pela

sazonalidade. Duas espécies foram classificadas como dominantes, dez como subdominantes

e outras sete como submissas. O padrão de co-ocorrência das espécies se mostrou segregado

no dossel, e o estágio tardio apresentou mais espécies dominantes e atividade biológica. Além

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disso, foi verificado uma maior proporção de espécies subdominantes no solo e durante a

estação úmida. As espécies submissas são mais frequentes no estágio inicial e a proporção

média de iscas dominadas foi maior no estágio tardio. Os resultados corroboram a hipótese de

que as espécies de elevado poder competitivo são eliminadas com o distúrbio, o que

possibilita espécies de baixo poder competitivo estabelecer nos estágios iniciais de sucessão

secundária, e que além disso, a presença de espécies dominantes provavelmente mantém o

número local de espécies de formigas presentes no estágio tardio quando comparada ao

estágio inicial de sucessão secundária.

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3.1 Introdução

A estrutura de uma comunidade biológica é determinada por um conjunto de

propriedades resultantes de características bióticas e abióticas como as interações

interespecíficas e a heterogeneidade ambiental (Yanoviak & Kaspari, 2000). Tais fatores,

podem atuar em diferentes escalas espaciais e temporais determinando a estrutura de uma

comunidade (Ricklefs & Schluter, 1993; Godfray & Lawton, 2001).

Comunidades de formigas são altamente interativas e estruturadas por processos locais,

como a competição intra- e interespecífica (Majer et al., 1994; De Medeiros et al., 1995;

Mercier, 1999), o que as torna um interessante grupo para estudos da influência de fatores

locais.

Alguns autores demonstram que as comunidades estruturadas por processos locais

podem possuir as interações como fator preponderante para a sua organização (Cornell &

Karlson, 1997). Andersen (2012) concluiu que a presença de espécies dominantes possui um

efeito negativo sobre a abundância de espécies subdominantes, as quais diminuem a riqueza

de espécies submissas na comunidade. Assim, a competição interespecífica pode ser um dos

fatores principais na organização de comunidades de formigas (Savolainen & Vepsäläinen,

1988; Andersen & Patel, 1994).

Esses processos podem ocorrer quando dois indivíduos ou mais, usam um mesmo

recurso limitado de maneira a reduzir sua disponibilidade a pelo menos um deles, e neste

contexto, os recursos e as condições influenciam a estrutura de comunidades de formigas,

uma vez que menor disponibilidade de recursos pode gerar competição e exclusão

competitiva, e maior disponibilidade de recursos pode afrouxar a competição interspecífica,

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de modo a permitir maior coexistência de espécies (Savolainen & Vepsäläinen, 1988;

Andersen, 1992; Campos et al., 2009).

As condições podem alterar o acesso e a frequencia de espécies dominantes e

influenciar a co-existência de espécies nas comunidades de formigas (Savolainen &

Vepsäläinen, 1988; Campos et al., 2009). No entanto, o papel da competição interspecífica

como força organizadora de estrutura de comunidades é um dos temas mais controversos

dentro da Ecologia sendo que as conclusões sobre sua importância devem feitas com bastante

cautela (Ribas & Shoereder, 2002).

Nos dosséis das florestas tropicais observa-se frequentemente a presença de espécies de

formigas dominantes, as quais podem gerar padrões de distribuição com territórios exclusivos

ou restritivos para espécies competidoras, resultando em ocupação de grandes e contínuas

extensões através das copas das árvores (Room 1971, Leston 1978, Majer et al. 1994). A

consequência deste comportamento territorial notável (Dejean et al. 2003) é um padrão de

mosaico tridimensional nos dosséis florestais (Leston 1978, Davidson 1997), ao qual se

associam espécies não-dominantes, que ocorrem dentro ou entre o território das espécies

dominantes (Majer 1993, Majer et al. 1994).

Essa formação de mosaicos de dominância em dosséis florestais sugere que a presença

de espécies dominantes deve ser mais frequentemente encontrada neste habitat quando

comparado ao solo das florestas (Baccaro et al., 2010), bem como um padrão de distribuição

segregado e maior atividade biológica (Ribas & Schoereder, 2004; Campos et al., 2009).

Além disso, tais espécies dominantes associadas ao dossel de florestas tropicais secas

podem influenciar as assembléias de formigas associadas ao solo durante a estação seca,

provavelmente como resultado da deciduidade foliar tipicamente encontrada nestes hábitats

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(Campos et al., 2009) Já foi verificado, todavia, que nem todos os mosaicos de formigas

podem ser determinados por processos biológicos, como a competição (Ribas & Shoereder,

2002).

Em comunidades naturais ocorrem frequentemente distúrbios, naturais ou antrópicos,

que podem alterar os processos ecológicos, e a distribuição do espaço pela espécies. Esses

eventos podem desencadear um processo de sucessão ecológica determinando mudanças nas

condições e recursos e por consequencia na distribuição espaço-temporal das espécies e em

suas interações na comunidade (Kaspari, 1996; Neves et al., 2010).

Normalmente após o distúrbio algumas espécies com elevado poder competitivo são

eliminadas, abrindo possibilidade de espécies menos competitivas se estabelecerem (Dejean

& Corbara, 2003). Posteriormente com o avanço da sucessão secundária ocorre normalmente

o retorno de espécies com o aumento da riqueza e substituição de espécies menos

competitivas (Kaspari,1996). Neste sentido, é esperado maior presença de espécies

dominantes em áreas primárias quando comparado à áreas em estágio inicial (Neves et al.,

2010a; Neves et al., 2012).

Similarmente, a alta deciduidade foliar que se inicia no dossel das Florestas tropicais

secas é um evento característico e representa um distúrbio marcante nesse ecossistema com

efeito direto nas comunidades de organismos associados a este (Quesada et al., 2009). Essa

característica notável implica que a produtividade primária vegetal seja mais eficiente durante

a estação úmida (Madeira et al., 2009), o que sugere maior atividade biológica e intensidade

competitiva durante esta estação do ano, pois, nesse caso, as espécies que no período de maior

produtividade primária apresentarem melhor capacidade de acesso e dominância de recursos

devem ser selecionados positivamente no tempo (Darwin, 1935).

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Por tais razões, o objetivo do trabalho foi verificar o padrão espaço-temporal da

comunidade de formigas atraídas por iscas em uma Floresta Tropical Seca, uma vez que a

riqueza de espécies não aumenta ao longo do gradiente de sucessão natural ou entre estações

climáticas (Neves et al., 2010a). Foram testadas as seguintes hipóteses: i. os padrões de co-

ocorrência, dominância, e atividade de espécies são determinados pela sucessão secundária, ii.

os padrões de co-ocorrência, dominância e atividade de formigas são determinados pela

variação climática e; iii. os padrões de co-ocorrência, dominância e atividade de formigas são

determinados pela estratificação vertical.

3.2 Materiais e Métodos

3.2.1 Área de estudo

O estudo foi realizado no Parque Estadual da Mata Seca, localizado a margem

esquerda do rio São Francisco, norte do estado de Minas Gerais (14°48’ – 14°56’ S e 43°55’ –

44°04’ O). O parque foi criado numa zona de transição do Cerrado e Caatinga, dois grandes

biomas brasileiros com 15,281ha dominados por florestas tropicais deciduais (Figura 16) que

apresentam entre 90-95% de deciduidade foliar durante a estação seca (Maio-Outubro)

(Pezzini et al., 2008).

O clima da região é tropical semi-árido (Classificação de Köppen), caracterizado por

uma severa estação seca durante o inverno. A temperatura média da região é 24 ºC (Antunes

1994), e a precipitação média é 818 ± 242 mm (Madeira et al., 2009). Aproximadamente

1,525 ha do parque é composta por campos de pastagem abandonados em diferentes estágios

de regeneração natural, e a área remanescente é um mosaico de florestas tropicais secas

primárias e secundárias crescendo em solos planos e ricos em nutrientes (Fig. 18; IEF, 2000;

Madeira et al., 2009;).

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Figura 18. Parque Estadual da mata seca.

3.2.2 Desenho experimental

A dominância comportamental e numérica das formigas foram acessadas durante

setembro de 2010, representando o período seco, e fevereiro de 2011, representando o período

úmido. As coletas foram realizadas em parcelas permanentes de estudo de 50 x 20m

localizadas em matrizes de Florestas Tropicais Secas em estágio inicial e tardio de sucessão

secundária.

Foram sistematicamente marcados em cada estágio sucessional 11 indivíduos arbóreos

da espécie Handroanthus ochraceus (Bignoniaceae) espaçados por no mínimo 50 metros um

do outro. Por dificuldades logísticas inerentes ao acesso e trabalho no dossel amostramos

durante o período úmido somente dez indivíduos de H. ochreaceus em estágios iniciais, e

outros nove em estágios tardios.

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Em um estudo prévio na área foi verificado que as espécies arbóreas dos gêneros

Handroanthus, Myracrodruon, Combretum, e Aspidosperma estão entre as mais frequentes,

em ambos estágios de sucessão secundária (ver Madeira et al., 2009). Neste estudo foi

verificado ainda que a espécie Handroanthus ochraceus é uma das espécies arbóreas mais

frequentes em todos os estágios sucessionais. O objetivo primário em se usar uma única

espécie arbórea foi avaliar como a comunidade de formigas responde a regeneração natural,

eliminando possíveis idiossincrasias de comparações múltiplas com diferentes espécies. Além

do mais, não foi encontrado nenhum artigo científico demonstrando hábitos mirmecofíticos

entre essa espécie vegetal e formigas.

O estágio inicial de sucessão é composto de manchas esparsas de vegetação lenhosa,

arbustos, ervas e gramíneas, com dossel variando entre seis e 8 metros. Esta área foi usada

como pasto por pelo menos 20 anos e abandonada em 2000, quando o parque foi criado.

(Madeira et al., 2009).

O estágio tardio é caracterizado por dois estratos, o primeiro é constituído por árvores

decíduas mais altas que formam um dossel fechado que varia entre 18-20 m de altura, o

segundo estrato é formado por um sub-bosque esparso com baixa densidade de árvores jovens

e lianas, e de penetração luminosa reduzida. Não há registros de corte seletivo nesta área nos

últimos 50 anos (Madeira et al., 2009). As parcelas trabalhadas se distanciam pelo menos

500m uma da outra.

3.2.3 Observações comportamentais

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Para amostrar as formigas que acessam a isca utilizamos 30 g de sardinha preservada

em óleo vegetal comestível em lata, disposta em uma folha de papel toalha aberta (Figura

19A). As formigas que acessavam as iscas foram continuamente observadas durante 64

minutos de modo simultâneo no dossel e no solo da árvore (Seguindo o protocolo sugerido

por Campos, 2009) (figura 19B). Após os 64 minutos, o número de espécies e indivíduos que

acessavam a isca foi contabilizado e o maior número possível de indivíduos de cada espécie

foi coletado para uma posterior identificação em laboratório.

Figura 19A – Uma isca de sardinha disposta no dossel de

uma área de estágio tardio de mata seca sendo “dominada” por Crematogaster erecta. Figura 19B –

Amostragem simultânea no dossel e no solo nessa mesma área.

A amostragem foi realizada sempre na parte da manhã (~7:00-10:00 horas) o qual

restringe espécies com limitantes climáticos e horário de forrageio similares (Wiescher et al.,

2011).

As formigas amostradas foram levadas ao Laboratório de Ecologia de Insetos da

Universidade Federal de Minas Gerais, onde foi realizada a triagem, montagem e

identificação até o nível de morfo-espécie ou espécie quando possível (Longino, 1990;

Bolton, 1994; Fernández, 2003). Todos os indivíduos amostrados foram depositados na

coleção do Laboratório de Ecologia de Insetos da Universidade Federal de Minas Gerais.

89

A B

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3.2.4 Categorização das espécies e iscas

Para a observação comportamental foram utilizados dois métodos de classificação:

classificação das iscas e classificação das espécies. A classificação das iscas foi realizada

através de observação direta em três categorias: i. "isca com dominância": aquelas que dentro

do período de observação apresentaram ao menos duas espécies de formigas interagindo, onde

uma monopoliza a isca de modo a repelir a presença de outras espécies; -ii. "iscas sem

dominância": aquelas que apresentaram ao menos duas espécies interagindo com o recurso

porém nenhuma teve um aumento excessivo na abundância, logo as espécies compartilharam

o recurso simulado dentro do tempo de observação; e -iii. "não aplicável": aquelas iscas que

não apresentaram espécies, ora apenas uma espécie de formiga na isca durante o tempo de

observação. Estas últimas iscas foram removidas da análise devido a impossibilidade de

determinar dominância de espécies.

Para a classificação das espécies que acessam as iscas foi utilizado uma metodologia

que considera tanto a dominância numérica quanto a comportamental (Davidson, 1998;

modificado por Yanoviak & Kaspari, 2000) (Baccaro et al., 2010). Assim, as espécies que

acessavam as iscas foram classificadas como dominantes se agirem de modo agressivo

causando fuga e abandono das iscas por outras espécies em qualquer isca que apareça, e

obrigatoriamente intensificarem a abundância (adiante “atividade”) em todos tempos da

observação (Segundo Bestelmeyer,2000; Retana & Cerdá, 2000). Espécies subdominantes

quando defendem e dominam a isca apenas na ausência das espécies dominantes. Espécies

submissas não recrutam em massa e deixam as iscas com a chegada de quaisquer outra

espécie. A atividade e interação antagônica das espécies nas iscas foram registradas nos

90

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tempos 2, 4, 8, 16, 32 e 64 minutos, sendo contabilizados apenas os indivíduos que acessavam

ou tentavam acessar a isca.

3.2.5 Análises estatísticas

3.2.5.1 Testando a co-ocorrência local e regional de espécies

Para verificar em qual escala espacial a co-ocorrência entre espécies pode ser

influenciada pela sucessão secundária, estratificação vertical e variação sazonal, esta foi

subdivida em três escalas espaciais distintas: isca, árvore e estágio. Na escala isca foi

construído seis matrizes de presença/ausência de espécies, duas para cada fator estudado

(estágio, estrato, e estação). Cada linha representando uma espécie e cada coluna uma isca

disposta em um estágio sucessional, estrato vertical, e período sazonal distinto (Figura 20, 1ª

coluna).

Na escala árvore foi construído quatro matrizes de presença/ausência de espécies, duas

para cada estágio e estação climática, independentemente do estrato vertical. Desse modo, as

espécies eram representadas em linhas diferentes e as árvores de uma mesmo estágio e

estação climática em colunas (Figura 20, 2ª coluna). O resultado foram quatro matrizes de co-

corrência de espécies, onde os dados foram organizados como uma matriz de presença/

ausência para cada hábitat (inicial e tardio) e período sazonal (seco e úmido). As espécies

eram representadas em linhas, e cada coluna uma período sazonal diferente.

Por último, na escala estágio, conforme ilustrado na 3ª coluna da figura 20, a riqueza

de formigas em cada uma das 11 árvores amostradas foi acumulada, também

independentemente do estrato vertical. O resultado foram duas matrizes de co-corrência de

espécies, onde os dados foram organizados como uma matriz de presença/ausência para cada

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hábitat (inicial e tardio). As espécies eram representadas em linhas, e cada coluna uma estação

diferente.

Figura 20 - Desenho amostral realizado para investigar a distribuição das espécies em distintas escalas

espaciais. Os valores de “n” representam quantas colunas cada matriz continha para cada escala

espacial.

3.2.5.2 Modelos Nulos de co-ocorrência de espécies

O uso de modelos nulos para testar se a co-ocorrência de espécies de formigas pode

ser gerada por processos estocásticos é usado por alguns autores que trabalharam com

distribuição de espécies (Savolainen & Vepsäläinen, 1988; Andersen, 1992; Campos et al.,

2009). Esses modelos geram matrizes nulas de co-ocorrência de espécies, aleatorizando a

matriz de presença–ausência original, e calculando um índice de co-ocorrência de espécies

para matriz randomizada e para a original. A distribuição de frequencia desses índices é então

estatisticamente comparada com o índice de co-ocorrência da matriz original. Caso o índice

de co-ocorrência da matriz original encontra-se 95% dentro do intervalo de confiança da

distribuição de frequencia das matrizes ao acaso, a hipótese nula é aceita, e assim a hipótese

que mecanismos biológicos de espécies condicionam a distribuição de espécies é refutada.

92

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Cada matriz de presença-ausência de espécies foi analisada em escalas espaciais

distintas com o uso de modelos nulos com algoritimo do tipo fixo-fixo (Gotelli, 2000). Nesses

modelos, as linhas e colunas das matrizes originais são preservadas o que faz com que cada

comunidade aleatória contenha o mesmo número de espécies e chances de ocorrência que o

evento real. Este algoritmo apresenta propriedades estatísticas robustas com baixa frequência

de erros Tipo I e II, quando testados contra matrizes aleatórias e estruturadas (Gotelli, 2000).

Os modelos nulos foram criados com o software EcoSim 7 (Gotelli & Entsminger,

2001) com 1000 matrizes aleatórias para uma matriz original, a randomização das frequencias

ocorreu por índice C (Stone & Roberts, 1990). Este índice está negativamente correlacionado

com a co-ocorrência de espécies, em comunidades em que os processos estocásticos não são

suficientemente capazes de determinar a distribuição das espécies, o indíce C deve ser

significativamente maior que o esperado pela chance. O índice C foi calculado a partir da

seguinte formula: Índice C = %(Si – Q)*( Si – Q)/((R)*(R-1)/2).

Onde:

Si = total de registros para uma dada espécie i;

R = no. de espécies;

Q = número de locais (iscas) em que ambos os membros de um par de espécies estão

presentes.

3.2.5.3 Dominância de Espécies de Formigas

Para determinar em qual estágio de sucessão secundária, período climático ou estrato

vertical a dominância de formigas é mais intensa foram criados sete Modelos Lineares

93

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Generalizados (GLMs). As variáveis explicativas incluídas em cada modelo foram a sucessão

natural, a variação sazonal e o estrato vertical.

Para calcular a influência da sucessão secundária, variação sazonal e estratificação

vertical na proporção de hierarquia de dominância de espécies como resultado da

categorização das espécies, as variáveis resposta para três GLMs corresponderam as

proporções médias de espécies de cada hierarquia de dominância em cada isca. Nestes

modelos o argumento estatístico “peso” para o cálculo das proporções de cada categoria de

comportamento apresentado pelas espécies de formigas em cada isca correspondeu a riqueza

total de formigas encontrada em cada isca. Assim, se por exemplo ocorreram seis espécies em

determinada isca e apenas uma é dominante, o valor de y será 1, com “peso” igual a seis, ou

seja a proporção média de cada hierarquia de dominância em cada sistema estudado foi

calculada baseado na riqueza total de espécies que acessaram cada uma das iscas durante os

experimentos.

Para investigar a influência da sucessão secundária, variação sazonal e estratificação

vertical foi usada, em outros três GLMs, a proporção da frequencia de cada categoria de isca

em cada hábitat como variável resposta. A presença ou ausência de atividade de espécies na

isca foi utilizada o peso.

3,2,5,4 Atividade das espécies de Formigas

Por último, um modelo foi criado para atividade na amostra, onde a abundância de

indivíduos nessa amostra foi usada como variável resposta, e a sucessão secundária, a

variação sazonal e a estratificação vertical usadas como variáveis explicativas.

94

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Todos os modelos foram submetidos à analise de resíduo para avaliar a adequação da

distribuição de erros (Crawley, 2002), e foram simplificados por “stepwise omission”. As

variáveis explicativas não significativas da análise de variância foram retiradas do modelo

completo para formação do modelo mínimo adequado. Estas análises estatísticas foram

realizadas utilizando o software R (R Development Core Team, 2008).

3.3 Resultados

3.3.1 Modelos nulos

A análise de modelos nulos de co-ocorrência de espécies separadamente para cada

escala espacial demonstrou que a assembléia de formigas de dossel independentemente da

estação ou estágio sucessional, obteve índice C maior que o esperado pelo acaso, conforme

esperado pela hipótese iii. que prediz que o padrão de co-ocorrência de espécies pode ser

determinado pela estratificação vertical. Para todas as outras distribuições de co-ocorrência

não houve diferenças significativas entre os índices C observado e esperado. Esse resultado

indica que as assembléias estão aleatoriamente distribuídas entre estágios sucessionais,

períodos sazonais, na escala de árvore, e no solo (p > 0.05) (Tabela 2).

Tabela 2. Valores dos testes de modelos nulos para co-ocorrência de espécies de formigas, calculados

separadamente para cada fator e escala espacial no Parque estadual da Mata Seca. Para assembléias

potencialmente estruturadas por competição o índice C observado deve ser significativamente maior que o

índice C aleatorizado. Em negrito valor de p que demonstrou valores de índices observados significativamente

diferentes que seus respectivos índices aleatorizados (*).

Tabela 2. Valores dos testes de modelos nulos para co-ocorrência de espécies de formigas, calculados

separadamente para cada fator e escala espacial no Parque estadual da Mata Seca. Para assembléias

potencialmente estruturadas por competição o índice C observado deve ser significativamente maior que o

índice C aleatorizado. Em negrito valor de p que demonstrou valores de índices observados significativamente

diferentes que seus respectivos índices aleatorizados (*).

Tabela 2. Valores dos testes de modelos nulos para co-ocorrência de espécies de formigas, calculados

separadamente para cada fator e escala espacial no Parque estadual da Mata Seca. Para assembléias

potencialmente estruturadas por competição o índice C observado deve ser significativamente maior que o

índice C aleatorizado. Em negrito valor de p que demonstrou valores de índices observados significativamente

diferentes que seus respectivos índices aleatorizados (*).

Tabela 2. Valores dos testes de modelos nulos para co-ocorrência de espécies de formigas, calculados

separadamente para cada fator e escala espacial no Parque estadual da Mata Seca. Para assembléias

potencialmente estruturadas por competição o índice C observado deve ser significativamente maior que o

índice C aleatorizado. Em negrito valor de p que demonstrou valores de índices observados significativamente

diferentes que seus respectivos índices aleatorizados (*).

Tabela 2. Valores dos testes de modelos nulos para co-ocorrência de espécies de formigas, calculados

separadamente para cada fator e escala espacial no Parque estadual da Mata Seca. Para assembléias

potencialmente estruturadas por competição o índice C observado deve ser significativamente maior que o

índice C aleatorizado. Em negrito valor de p que demonstrou valores de índices observados significativamente

diferentes que seus respectivos índices aleatorizados (*).

Tabela 2. Valores dos testes de modelos nulos para co-ocorrência de espécies de formigas, calculados

separadamente para cada fator e escala espacial no Parque estadual da Mata Seca. Para assembléias

potencialmente estruturadas por competição o índice C observado deve ser significativamente maior que o

índice C aleatorizado. Em negrito valor de p que demonstrou valores de índices observados significativamente

diferentes que seus respectivos índices aleatorizados (*).

Escala Fator Índice C observado Índice C aleatorizado Variação P

Úmida 7.51 7.41 0.01 0.23Seca 13.45 12.86 0.15 0.08

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ISCAISCA Inicial 15.5 15.4 0.10 0.34ISCATardio 10.71 10.54 0.15 0.13

ISCAISCA

Dossel * 8.52 7.71 0.05 0.001

ISCA

Solo 14.51 14.59 0.06 0.42

ISCA

ÁRVORE

Seca/Inicial 7.95 7.36 0.27 0.15

ÁRVOREÚmida/Inicial 3.85 3.93 0.02 0.33

ÁRVOREÁRVORESeca/Tardio 5.25 5.19 0.007 0.33

ÁRVORE

Úmida/Tardio 4.45 4.31 0.01 0.12

ESTÁGIO Tardio 3.75 3.15 0.02 0.28ESTÁGIOInicial 2.45 2.05 0.15 0.19

3.3.2 Dominância de espécies

Ao longo de 52 horas de observações foi registrado aproximadamente 6000 formigas

pertencentes a 19 espécies acessando as iscas. Quatro espécies dominaram as iscas, todavia

somente duas, pertencentes a dois gêneros (Crematogaster e Azteca) foram classificadas como

dominantes, com aproximadamente 3200 indivíduos recrutados (54%). No total 13 iscas

(10%) foram dominadas, três no estágio inicial e dez no estágio tardio.

No total foi coletado 12 espécies de formigas no estágio inicial e 15 no estágio tardio.

Quatro espécies são restritas a estágios inicias enquanto outras sete foram amostradas

exclusivamente no estágio tardio. Em estágios iniciais durante o período seco foram

amostradas sete espécies de formigas acessando as iscas, e 12 espécies durante no período

úmido. No estágio tardio durante o período seco foram amostradas 11 espécies acessando as

iscas, e durante o período úmido foram amostradas 15 espécies (Tabela 3).

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Tabela 3. Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e estratos verticais. Classificação resultante da observação do comportamento e agressividade das espécies em todas as iscas.

Tabela 3. Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e estratos verticais. Classificação resultante da observação do comportamento e agressividade das espécies em todas as iscas.

Tabela 3. Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e estratos verticais. Classificação resultante da observação do comportamento e agressividade das espécies em todas as iscas.

Tabela 3. Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e estratos verticais. Classificação resultante da observação do comportamento e agressividade das espécies em todas as iscas.

Tabela 3. Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e estratos verticais. Classificação resultante da observação do comportamento e agressividade das espécies em todas as iscas.

Tabela 3. Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e estratos verticais. Classificação resultante da observação do comportamento e agressividade das espécies em todas as iscas.

Tabela 3. Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e estratos verticais. Classificação resultante da observação do comportamento e agressividade das espécies em todas as iscas.

Tabela 3. Espécies de formigas amostradas no Parque Estadual da Mata Seca em diferentes estágios de sucessão secundária, estações climáticas e estratos verticais. Classificação resultante da observação do comportamento e agressividade das espécies em todas as iscas.

Espécie EstágioEstágio Estação Estação Estrato Vertical Estrato Vertical Classificação

InicialTardio Úmida Seca Solo Vegetação

Azteca instabilis X X X X X Dominante

Camponotus sp.1 X X X X X X Submissa

C. gp. myrmaphaenus sp.2 X X X X X X Submissa

Camponotus sp.3 X X X X X Sub-dominante

Camponotus sp.4 X X X X X Submissa

Camponotus substitutus X X X X X Submissa

Cephalotes pussilus X X X X Submissa

Cephalotes atratus L. X X X X Submissa

Crematogaster ampla X X X X X Dominante

Crematogaster erecta X X X Sub-dominante

Ectatomma edentatum X X X X X X Submissa

Odontomachus bauri X X X X Sub-dominante

Pheidole sp.1 X X X X Submissa

Pheidole sp.2 X X X X X Sub-dominante

Pheidole sp.3 X X X Sub-dominante

Pheidole gp. flavens sp.1 X X X X X X Sub-dominante

Pseudomirmex schuppi X X X X Sub-dominante

Pseudomirmex sp.1 X X X Submissa

Wasmannia auropunctata X X X Sub-dominante

Total 12 15 19 11 15 15

Espécies dominantes somente acessaram as iscas dispostas no estágio tardio (p < 0.05)

(Figura 21), corroborando a hipótese i. de que a dominância de espécies é determinada pela

sucessão secundária. Apesar disso, as assembléias de formigas do estágio tardio não são

segregadas, em nenhuma escala espacial analisada (veja modelos nulos). Entre períodos

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sazonais e estratos verticais não houve diferenças significativas na proporção de espécies

dominantes (p > 0.05 e p = 0.05, respectivamente).

Figura 21. Proporção de cada classe hierárquica de dominância de formigas em relação as variáveis ambientais

estágio de sucessão natural, sazonalidade climática e estrato vertical amostrados. “Subdom.” Representa espécies

subdominantes. (*) Valores significativos.

A proporção de espécies subdominantes que acessaram as iscas não diferiu entre

estágios de sucessão secundária (p > 0.05). Entre períodos sazonais e estratos verticais é

significativamente menor no período seco e no dossel (figura 19), que corrobora com a

hipótese ii. e iii. de que a dominância de espécies é determinada pela variação sazonal e pelo

estrato vertical.

A proporção de espécies submissas que acessou as iscas é significativamente menor no

estágio tardio quando comparada ao estágio inicial de sucessão secundária (p < 0.05) (Figura

19). Entre os períodos sazonais e entre os estratos verticais não houve diferenças

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significativas na proporção de espécies submissas (p > 0.05). Esse resultado corrobora a

hipótese i. de que o padrão de dominância de espécies é determinado pela sucessão

secundária.

3.3.3 Dominância nas iscas

Nos 76 períodos de observações realizados, em 13 deles ficou caracterizada a

dominância de uma espécie em relação às outras que visitavam a mesma isca durante os 64

minutos. A proporção média dessas iscas dominadas variou significativamente entre estágios

de sucessão natural (p < 0.05; Fig. 202. Para as assembléias associadas a diferentes período

sazonais e estratos verticais não houveram diferenças significativas naquela proporção ou na

interação entre os três fatores analisados (p > 0.05; Figura 22). Na tabela 4, podemos verificar

quais espécies interagiram em cada observação, quais dominaram as iscas e o tempo que

demoraram para as localizar.

Figura 22. Proporção média de iscas dominadas entre os estágios de sucessão natural, estratos verticais e

períodos sazonais. (*) Valores encontrados significativamente diferentes.

Tabela 4. Espécies que interagiram em cada observação, horário de início do experimento em cada estágio de

sucessão natural e estrato vertical. (*) Espécie que dominou a isca ou isca dominada.

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ESTÁGIO INICIALESTÁGIO INICIALESTÁGIO INICIALESTÁGIO INICIALESTÁGIO INICIALESTÁGIO INICIALESTÁGIO INICIALESTÁGIO INICIAL

SOLOSOLOSOLOSOLO DOSSELDOSSELDOSSELDOSSELObs Início/Área Espécie T Obs Início/Área Espécie T

1 08:00 Ectatomma edentatum 32 2 08:00 Camponotus myrma. sp.3 8Seca Pheidole sp.2 16 Seca

Camponotus sp.3 23 09:20 Ectatomma edentatum 64 4 09:20 Camponotus myrma. sp.2 8

Seca Camponotus myrma. sp.2 2 Seca5 09:20 Camponotus myrma. sp.2 4 6 09:20 - -

Seca Seca7 09:20 Camponotus myrma. sp.2 2 8 09:20 Camponotus myrma. sp.2 2

Seca Seca9* 07:50 Camponotus myrma. sp.2* 4 10 07:50 Camponotus myrma. sp.2 2

Seca Ectatomma edentatum 2 Seca11 08:20 Ectatomma edentatum 16 12 08:20 - -

Úmida Pheidole sp2 32 Úmida13 08:45 Ectatomma edentatum 32 14 08:45 - -

Úmida Wasmannia auropunctata 32 ÚmidaPheidole flavens sp.1 32

15 09:50 Camponotus myrma. sp.2 8 16 09:50 - -

Úmida Ectatomma edentatum 4 Úmida

Pheidole sp.1 32

17 07:00 Ectatomma edentatum 8 18 07:00 Ectatomma edentatum 32

Úmida Pheidole sp.2 8 Úmida

Pheidole flavens sp.1 16

19 08:00 Ectatomma edentatum 32 20* 08:00 Camponotus myrma. sp.2 16

Úmida Pheidole flavens sp.1 32 Úmida Pheidole flavens sp.1* 16

Ectatomma edentatum 2

21 09:35 Ectatomma edentatum 4 22 09:35 - -

Seca Seca

23 07:30 - - 24 07:30 Camponotus myrma. sp.2 2

Seca Seca

25* 09:00 Camponotus sp.2 32 26 09:00 Camponotus sp.2 64

Úmida Pheidole sp.2* 2 Úmida

27 07:25 Camponotus myrma. sp.2 2 28 07:25 Camponotus myrma. sp.2 2

Seca Seca

29 08:45 Camponotus myrma. sp.2 8 30 08:45 Camponotus myrma. sp.2 16

Seca Pheidole sp.4 64 Seca

100

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31 10:00 Camponotus myrma. sp.2 2 32 10:00 Camponotus myrma. sp.2 2

Seca Pheidole sp.2 64 Seca

33 06:40 Pheidole flavens sp.1 64 34 06:40 Camponotus myrma. sp.2 2

Seca Camponotus myrma. sp.2 2 Seca

35 08:30 Pheidole sp.2 16 36 08:30 Camponotus myrma. sp.2 32

Seca Ectatomma edentatum 16 Seca

Camponotus myrma. sp.2 2

37 09:40 - - 38 09:40 - -

Úmida Úmida

39 06:15 Pheidole sp.4 32 40 06:15 - -

Úmida Úmida

41 09:25 Pheidole flavens sp.1 16 42 09:25 Cephalotes pussilus 32

Úmida Ectatomma edentatum 32 Úmida

Camponotus myrma. sp.2 2

43 09:25 Pheidole flavens sp.1 16 44 09:25 Ectatomma edentatum 2

Úmida Pheidole sp.2 64 Úmida Camponotus myrma. sp.2 8

Camponotus myrma. sp.2 2

ESTÁGIO TARDIOESTÁGIO TARDIOESTÁGIO TARDIOESTÁGIO TARDIOESTÁGIO TARDIOESTÁGIO TARDIOESTÁGIO TARDIOESTÁGIO TARDIO

SOLOSOLOSOLOSOLO DOSSELDOSSELDOSSELDOSSEL

Obs Início/T Espécie T Obs Início/T Espécie T

1 06:45 - - 2 06:45 - -

Seca Seca

3 08:30 Pheidole flavens sp.1 16 4* 08:30 Crematogaster ampla* 16

Seca Seca Ectatomma edentatum 32

5 09:50 Camponotus substitutus 16 6 09:50 - -

Seca Seca

7* 07:00 Pheidole flavens sp.1* 16 8 07:00 Crematogaster ampla 32

Úmida Ectatomma edentatum 16 Úmida

9 06:25 Camponotus crassus 32 10 06:25 Crematogaster erecta 64

Úmida Pheidole flavens sp.1 32 Úmida Cephalotes atratus 32

Odontomachus bauri 16

11 08:30 - - 12 08:30 Crematogaster ampla 32

Seca Seca

101

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13 09:10 Pheidole flavens sp.1 32 14 09:10 Cephalotes atratus 8

Úmida Camponotus crassus 64 Úmida Camponotus sp.4 4

Ectatomma edentatum 2 Pheidole flavens sp.1 64

15 06:50 - - 16 06:50 Pseudomyrmex oculatus 32

Seca Seca

17 09:00 Pheidole flavens sp.1 16 18* 06:50 Cephalotes atratus 2

Seca Azteca instabilis 64 Seca Ectatomma edentatum 8

Azteca instabilis * 16

19 07:55 Pheidole flavens sp.1 64 20 07:55 Pseudomyrmex oculatus 64

Úmida Úmida Camponotus myrma. sp.2 64

21* 08:10 Camponotus sp.4 32 22* 08:10 Azteca instabilis* 4

Úmida Odontomachus bauri 32 Úmida Ectatomma edentatum 4

Azteca instabilis* 2

Pheidole flavens sp.1 64

23 09:40 Ectatomma edentatum 4 24 09:40 Camponotus myrma. sp.2 32

Seca Seca

25 07:15 Ectatomma edentatum 4 26 07:15 Ectatomma edentatum 64

Úmida Pheidole flavens sp.1 16 Úmida

27 10:00 Pheidole flavens sp.1 32 28 10:00 Cephalotes atratus 32

Seca Ectatomma edentatum 4 Seca

29* 06:15 Crematogaster ampla* 8 30* 06:15 Crematogaster ampla* 8

Seca Camponotus sp.4 Úmida Pseudomyrmex shuppi 8

31 07:30 - - 32 07:30 - -

Seca Seca

33* 08:55 Ectatomma edentatum 4 34 08:55 Camponotus myrma. sp.3 64

Úmida Pheidole sp.2* 2 Úmida

35* 10:00 Ectatomma edentatum 2 36* 10:00 Crematogaster ampla 2*

Úmida Crematogaster ampla* 32*32* Úmida Camponotus myrma. sp.2 2

37 08:00 Pheidole flavens sp.1 16 38 08:00 Pseudomyrmex oculatus 64

Úmida Pheidole sp.2 8 Úmida

Ectatomma edentatum 64

102

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3.3.4 Atividade

Foi verificada uma maior atividade de formigas em iscas oferecidas no estágio tardio

se comparado ao estágio inicial (p<0.05; Figuras 23 e 24). Para as interações entre os fatores

estágio sucessional e estrato vertical (figura 23), e estágio sucessional e sazonalidade

climática (Figura 24) não foi encontrado diferenças significativas (P > 0.05). Desse modo, a

hipótese i. deste trabalho foi corroborado pois a atividade de formigas é influenciada pela

sucessão secundária.

Figura 23. Proporção média de iscas dominadas entre os estágios de sucessão natural e estratos verticais. (*)

Valores encontrados significativamente diferentes.

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Figura 24. Proporção média de iscas dominadas entre os estágios de sucessão natural e períodos sazonais. (*)

Valores encontrados significativamente diferentes.

3.4 Discussão

Os dosséis de florestas tropicais úmidas são muitas vezes ocupados por espécies de

formigas dominantes, as quais podem gerar padrões de distribuição com territórios exclusivos

ou restritivos para espécies competidoras, resultando em ocupação de grandes e contínuas

extensões através das copas das árvores (Room, 1971; Leston, 1978; Majer et al., 1994). A

consequência deste comportamento territorial notável (Dejean et al., 2003) é um padrão de

mosaico tridimensional nos dosséis florestais (Leston, 1978; Davidson, 1997), ao qual se

associam espécies não-dominantes, que ocorrem dentro ou entre o território das espécies

dominantes (Majer, 1993; Majer et al., 1994).

Foi possível observar através do resultado da análise de modelos nulos que o padrão

de co-ocorrência de espécies de formigas nos dosséis de florestas tropicais secas foi segregado

quando analisado em escala local (isca), para todas as outras escalas o padrão de distribuição

foi aleatório. A simples demonstração de padrões de co-ocorrência de espécies não-

randômicos não indica quais os fatores causais desse padrão (Stone & Roberts, 1992). Desse

modo, não é possível determinar a importância da competição isoladamente apenas se

baseando em modelos nulos ou afirmar a formação de mosaicos de dominância (Diamond,

1975; Ribas & Schroeder, 2002).

Diferentes forças, como por exemplo a preferência das espécies por determinado

habitat ou microhabitat (Zobel, 1997) ou diferentes histórias evolutivas dos habitats ou

espécies (Badano et al. 2005), podem também causar segregação ou agregação de populações

de espécies de uma comunidade (Gotelli & Ellison, 2002). Neste sentido, a proporção de

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espécies dominantes, submissas, bem como a atividade de formigas não foi maior no dossel

quando comparado ao solo. De qualquer maneira, um padrão de distribuição segregado foi

encontrado para o dossel de Floresta Tropical Seca, e esse padrão é independente da sucessão

secundária e da variação sazonal.

Essa distribuição segregada sugere ao menos três possibilidades: (1) preferência de

espécies dominantes por condições específicas do dossel; (2) interações competitivas; e (3)

eventos estocásticos (Ribas & Schoereder, 2004). Com relação as condições específicas do

dossel, já foi verificado que a preferência por alimentos ricos em nitrogênio ou carboidratos

varia entre as assembléias de formigas do solo (serrapilheira) e do dossel da floresta (Bihn et

al., 2008), e que poderia determinar a distribuição segregada.

Contudo, apesar de não ter havido maior presença de espécies dominantes no dossel

foi observado que todas as iscas disponibilizadas no solo e classificadas como dominadas, a

espécie dominante nidificava e inicialmente acessava as iscas dispostas no dossel. Essa

característica pode ter contribuído na ausência de variação que ocorre no número de espécies

dominantes quando se compara os estratos verticais solo e dossel, bem como um padrão

aleatório de distribuição (co-ocorrência) de espécies no solo.

Além disso, as espécies dominantes e suas associações variam de um local para o

outro (Figura 19; Tabela III). Em um trabalho de meta-análise se demonstrou que de 14

diferentes artigos que analisavam mosaicos de formigas arborícolas apenas sete demonstraram

que a competição era importante para estruturação das comunidades (Ribas & Schoereder,

2002). Todavia, fatores estocásticos tais como diferentes histórias evolutivas de habitat e

espécies pode também ter influenciado o padrão de distribuição segregado. Esses são os

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mesmos fatores citados por Ribas e Schoereder (2004) para explicar a presença de mosaicos

de formigas arborícolas no cerrado brasileiro.

Esse é, em nosso conhecimento, o primeiro trabalho a descrever um padrão de

distribuição não-aleatório de formigas no dossel de uma Floresta Tropical Seca, e a verificar

sua aleatoriedade entre estágios sucessionais, períodos sazonais e escalas espaciais.

Neste estudo encontramos maior proporção de espécies dominantes no estágio tardio

corroborando a hipótese de que a presença de espécies dominantes é mais elevada em estágios

tardios de sucessão secundária, as quais podem manter ou diminuir o número de espécies no

gradiente sucessional (Neves et al., 2010a) e influenciar diferentes composições de espécies

entre aquelas diferentes assembléias.

Todavia, foi sugerido no Capítulo I da presente da dissertação que a presença de

espécies dominantes seria pouco frequente quando se analisa cada árvore separadamente. No

presente estudo foi encontrado uma baixa frequencia de eventos de dominância nas iscas

disponibilizadas nessa FTS (10%) quando comparado ao encontrado em duas vegetações

savânicas, australiana e brasileira (60%), e (30%), respectivamente (Campos et al., 2009).

Contrastes na disponibilidade de recursos como sítios de nidificação, altura das

árvores entre o estágio inicial e o estágio tardio podem possivelmente explicar os diferentes

padrões na proporção de dominância de espécies (Campos et al., 2009). Assim, o menor

tamanho das árvores e a baixa conectividade entre copas que determinam uma

homogeneidade de habitat podem limitar a disponibilidade de ninhos para formigas altamente

abundantes, e desse modo impedir o estabelecimento de espécies não dominantes que co-

ocorrem com as dominantes (Andersen, 1992). Isso diminuiria o número de espécies de

formigas dominantes (que possuem ninhos grandes) em árvores, diminuindo por

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consequência a biomassa de formigas e a competição no estágio inicial de sucessão

secundária em relação ao estágio tardio (Campos et al., 2009).

O aumento na disponibilidade de recursos é considerado positivo para o aumento na

abundância de espécies dominantes (Parr et al., 2005). Provavelmente, a distribuição de

formigas nos estágios inicial e tardio de sucessão secundária parece ser definida pelo conjunto

de fatores interação interespecífica, preferência de habitat, e variedade e disponibilidade de

recursos.

Uma maior proporção de espécies subdominantes foi encontrada no solo e durante o

período úmido, ou seja, mais espécies dominam iscas no solo e no período úmido sem

necessariamente ser dominante. Diferenças na proporção de espécies por classe de

dominância entre assembléias de solo e vegetação já foi verificado em outro estudo

comparando as savanas da Austrália e do Brasil, no qual também foi verificado uma maior

proporção de espécies subdominantes associadas ao solo do que no dossel, tanto para a savana

australiana como para a brasileira (Campos et al., 2009). Todavia, as espécies de formigas que

acessaram as iscas dispostas no solo e durante o período úmido não apresentaram distribuição

do espaço segregado pela comunidade, resultado difere do encontrado por Campos et al.,

(2009) em ambientes de Cerrado.

Esse fato pode, entretanto, sugerir que durante a estação úmida as espécies investem

mais no recrutamento e monopólio dos recursos disponíveis, uma vez que neste período a

produtividade primária é mais intensa. Sendo assim, a hipótese ii. que prediz que o padrão de

atividade da comunidade é determinado pela variação sazonal foi corroborada. Tais espécies

devem assim ser selecionadas positivamente no tempo.

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A maior proporção de espécies submissas em estágios inicias não condiz com os

resultados de outros estudos (Andersen, 1992; 2011) que prevê uma relação positiva das

espécies dominantes na riqueza de espécies submissas para savanas tropicais. Em Florestas

Tropicais Secas, somente há presença de espécies dominantes no estágio tardio de sucessão

secundária, fatores provavelmente determinam, primeiro, manutenção da riqueza de espécies

de formigas nas parcelas em estágio inicial de sucessão secundária para o estágio tardio, e

ausência de espécies submissas no estágio tardio (Neves et al., 2010a; Capítulo I).

De modo semelhante, o resultado de mais espécies submissas pode ser explicado pelo

fato de ter sido utilizado somente um mesmo tipo de recurso na isca (sardinhas ricas em

Nitrogênio), ou devido esse valor ter sido calculado em função da proporção de cada classe

hierárquica em cada isca. Além disso, a própria presença de espécies dominantes em iscas

expostas no estágio tardio faz com que a presença de espécies submissas encontradas seja

reduzido, uma vez que estas são repelidas pelas dominantes ou até mesmo, algumas vezes,

impedidas de acesso (comunicação pessoal Raphael Garro).

Savolainen e Vepsäläinen (1988) trabalhando em ambientes de taiga na Finlândia

encontraram resultados similares aos observados aqui. Eles descobriram que por influência de

espécies dominantes e subdominantes as espécies submissas que forrageavam

preferencialmente em iscas ricas em Nitrogênio passaram a explorar recursos ricos em

carboidratos. Assim, mais submissas não deve ser esperado sobre um mesmo recurso

disponibilizado, que neste caso foi a sardinha (ver Savolainen & Vepsäläinen, 1988). Em

adição, em florestas tropicais primárias, a preferência por alimentos ricos em Nitrogênio ou

Carboidratos varia entre as assembléias de formigas do solo (serrapilheira) e do dossel da

floresta (Bihn et al., 2008).

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Com relação a variação sazonal, a predição foi que mais espécies dominantes

ocorreriam durante a estação úmida. Todavia uma proporção maior de espécies dominantes

não foi encontrada durante a estação úmida sugerindo que essas espécies dominantes

defendam efetivamente seus territórios durante todo o ano de modo a suportar e persistir

nesses locais independentemente das variações climáticas sazonais ou da deciduidade foliar

característica da floresta estudada.

Sugerimos que a presença de espécies dominantes e a consequente exclusão de outras

espécies não dominantes do território seja importante nos padrões locais de diversidade de

espécies, de modo a manter o número de espécie local de formigas associadas ao estágio

tardio quando comparado ao estágio inicial (Neves et al., 2010a). Assim, provavelmente a

interação entre espécies associada a maior heterogeneidade do habitat, como predação,

mutualismo ou competição poderiam influenciar a riqueza da comunidade local.

Foi verificado uma maior atividade de espécies de formigas no estágio tardio quando

comparado ao estágio inicial, fato que se deve, provavelmente, a maior disponibilidade de

recursos encontrados em áreas que estão neste estágio sucessional, que permite a existência de

colônias maiores comparado ao estágio inicial. Assim, as espécies de formigas em áreas de

estágio tardio podem manter colônias com maior número de indivíduos, o que, provavelmente

provoca um aumento na dominância de algumas espécies (Andersen, 1992; Gibb, 2005).

Em florestas tropicais, colônias de formigas com um elevado número de indivíduos

tornam-se dominantes, pois elevam o potencial de defesa do território (Dejean & Corbara,

2003). Dessa forma, a modificação das características do habitat, do estágio inicial de

sucessão para o estágio tardio beneficiaria um aumento na dominância da utilização do

recurso por espécies mais abundantes. Assim, a presença de espécies dominantes no estágio

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tardio juntamente com a homogeneidade de habitat do estágio inicial podem possivelmente

causar a manutenção na riqueza total de espécies entre os estágios inicial e tardio de sucessão

secundária, como previsto em outros estudos em FTS (Neves et al., 2006; Marques et al., in

press; veja também o capítulo I desta dissertação).

3.5 Conclusão

Foi demonstrado que o processo de sucessão natural influencia os padrões de

dominância e atividade de espécies de formigas, sendo que somente no estágio tardio há

presença de espécies dominantes, enquanto no estágio inicial uma maior proporção de

espécies submissas é encontrada. Todavia, essas assembléias de formigas associadas a

diferentes estágios sucessionais não apresentam padrão de distribuição que não aleatório.

Espécies dominantes do dossel podem influenciar a comunidade de formigas associada

ao solo, e a presença de espécies subdominantes é mais intensa no solo quando comparado ao

dossel. Os resultados deste estudo também demonstram pela primeira vez que as comunidades

de formigas de florestas tropicais secas são distribuídas de forma segregada no dossel, o que

sugere haver uma presença de mosaicos de dominância e indica que processos biólogicos

devem ser importantes na organização da comunidade.

Verificamos uma variação sazonal no padrão de dominância e atividade de formigas,

com o período úmido determinando quantidades maiores de espécies subdominantes e

atividade de indivíduos acessando as iscas. Todavia o efeito da sazonalidade climática na

dinâmica da assembléia de formigas do dossel influenciando a assembléia do solo permanece

inexplorado.

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3.6 Conclusão Geral

Este é o primeiro estudo a investigar a fauna de formigas de dossel de uma floresta

tropical seca em múltiplas escalas espaciais associando em um mesmo trabalho estudos de

observação (capítulo 1) e experimentação (Capítulo 2).

Foi demonstrado que durante o processo de sucessão secundária de uma Floresta

Tropical Seca determinados recursos são mantidos e/ou alterados, o que provavelmente causa

a manutenção do número de espécies de formigas em múltiplas escalas espaciais. Esse fato,

parece determinar a manutenção da riqueza de formigas que ocorre entre estágios sucessionais

distintos, pois os recursos que foram importantes para o número de espécies formigas, e que

somente atuam na escala regional não variaram entre distintos estágios de sucessão

secundária.

O papel da disponibilidade de recursos e heterogeneidade do habitat que ocorre em

Floresta Tropical Seca parece ser importante para o número regional de espécies formigas, em

detrimento do que ocorre na escala local. Na escala local, as interações intra e inter-específica

parecem desempenhar um papel mais preponderante que os recursos na manutenção da

riqueza de espécies de formigas que ocorre na sucessão secundária de Floresta Tropical Seca.

Durante o processo de sucessão secundária ocorre a manutenção da riqueza de

espécies existentes em múltiplas escalas espaciais e uma mudança da composição de espécies

em múltiplas escalas espaciais. Foi verificado que a substituição e extinção de espécies que

ocorre em uma escala local é maior que o esperado pelo acaso e, sendo assim, haveria uma

baixa frequencia de espécies e eventos de dominância quando analisada numa escala local, o

que ocorreu.

Além disso, numa escala regional a substituição de espécies é também encontrada

maior que o esperado pelo acaso e, sendo assim, eventos de distúrbio que cause perda de

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habitat na escala parcela pode representar em extinção de várias populações de espécies

presente naquela comunidade.

Os resultados do presente estudo demonstram a importância do dossel das florestas em

estágio tardio, e evidencia sua conservação e preservação, uma vez que a composição de

espécies de formigas que ocorre neste habitat varia entre estágios sucessionais, e sendo assim,

existem espécies de formigas que ocorrem exclusivamente neste habitat. Espécies que além

do mais influenciam o número e a distribuição de espécies existentes no dossel e também no

solo.

No trabalho de experimentação foi verificado que em uma escala local o processo de

sucessão natural influencia os padrões de dominância e atividade de espécies de formigas.

Espécies dominantes do dossel podem influenciar a comunidade de formigas associada ao

solo. Além disso, foi verificado que a presença de espécies subdominantes é mais intensa no

solo quando comparado ao dossel. Todavia o efeito da sazonalidade climática na dinâmica da

assembléia de formigas de dossel bem como sua influencia na assembléia de formigas do solo

permanece inexplorado.

O resultado deste estudo também demonstra pela primeira vez que as comunidades de

formigas de florestas tropicais secas são distribuídas de forma segregada no dossel, o que

sugere haver presença de mosaicos de dominância, e que talvez o papel das interações

biológicas na organização da comunidade pode ser um fator preponderante do número de

espécies de formigas associadas ao estágio tardio.

Por último, foi verificado que a sazonalidade climática determina um padrão de

dominância de espécies diferente entre assembléias de formigas associadas a distintos estágios

sucessionais. Sugerimos que esse fato possa indiretamente influenciar na riqueza e

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composição de espécies de formigas que provavelmente ocorrem entre distintos estratos

verticais e sugerimos assim estudos que investigam essa dinâmica da comunidade bem com o

efeito da sazonalidade na comunidade de formigas associada ao dossel.

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SCRIPT DAS ANÁLISES ESTATÍSTICAS REALIZADAS NO

SOFTWARE R PARA TESTAR AS HIPÓTESES DESTA DISSERTAÇÃO

CAPITULO 1

##Iniciando analise da RIQUEZA de formigas de dossel para se testar em duas escalas

espaciais as hipóteses i. Os recursos variam entre estágios?, ii. a riqueza se mantém? e iii.

quais recursos explicam a riqueza?

#########ESCALA LOCAL Arvore#####

PERGUNTAS: A RIQUEZA SE MANTEM NA ESCALA LOCAL? OS RECURSOS

VARIAM ENTRE ESTAGIOS? MAIS RECURSOS MAIS FORMIGAS?

dir()

dadosa = read.table("arvore.txt",header=T)

attach(dadosa)

dadosa

summary(dadosa)

MODELO COMPLETO DA RIQUEZA NA ESCAL LOCAL

m.riq <- glm(Sfor~altura*Conectividade*VDarb*Estagio,family=poisson)

library(RRJ)

rdiagnostic(m.riq)

122

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summary(m.riq)

146/132

anova(m.riq,test="Chisq")

#houve subdispersao corrigindo com quasipoisson###

*MODELO MINIMO ADEQUADO %%%%MODELO M.A%%%%%

m.riq <- glm(Sfor~altura+Conectividade+Estagio,family=quasipoisson)

anova(m.riq,test="Chisq")

##nada significativo*****************************************************

%%%RESULTADO%%%= A RIQUEZA DE FORMIGAS NAO VARIA NA ESCALA

LOCAL ENTRE ESTAGIOS

#######Testando se os recursos variam na escala LOCAL

123

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%%%MODELO COMPLETO%%%

m.riq <- glm(Sfor~altura*Conectividade*VDarb*Estagio,family=quasipoisson)

#### PARÂMETRO ALTURA (LOCAL) DADOS CONTINUOS

m.alt <- glm(altura~Estagio,family=gaussian)

summary(m.alt)

1268/146=8.68 (OK)

anova(m.alt,test="F")*** TANTO PARA F COMO CHISQ….

plot(altura~Estagio)

### SIGNIF.***************************************************

####CONECTIVIDADE DADOS DE CONTAGEM

m.cone <- glm(Conectividade~Estagio,family=poisson)

anova(m.cone,test="Chisq")

plot(altura~Estagio)

###NAO SIGNIFICATIVO****************************************

###### VDARB DADOS CONTINUOS

124

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m.vdarb <- glm(VDarb~Estagio,family=gaussian)

anova(m.vdarb,test="Chisq")

plot(altura~Estagio)

### NAO SIGNIFICATIVO******************************************

%%%%%%RESULTADO%%%%% NA ESCALA LOCAL OS RECURSOS

MENSURADOS ATRAVES DA ALTURA DAS ARVORES VARIAM ENTRE

ESTAGIOS, e só.

#### GRAFICO PARA SE OS RECURSOS VARIAM NA ESCALA LOCAL???

####primeiro as medias e desvios para a escala arvore

library(gregmisc)

dir()

dadosa = read.table("arvore.txt",header=T)

attach(dadosa)

dadosa

summary(dadosa)

dados.mediaarvore<-tapply(Sfor,Estagio,mean)

125

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dados.mediaarvore

dados.searvore<-tapply(Sfor,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Sfor,Estagio,length))

dados.searvore

#####################ESCALAS REGIONAIS (PARCELA)##################

OS RECURSOS (MEDIDAS DE HABITAT) VARIAM ENTRE ESTAGIOS? A RIQUEZA

DE FORMIGAS VARIA ENTRE ESTAGIOS? MAIS RECURSOS MAIS FORMIGAS?

parcela = read.table("parcela.txt",header=T)

attach(parcela)

summary(parcela)

&&&&MODELO COMPLETO MEU CARO&&&&&&&&

m.riqpar = glm(Sfor~conect+Darb,family=quasipoisson)

anova(m.riqpar,test="Chisq")

library(RRJ)

rdiagnostic(m.riqpar)

# NUOOOOO!!!

126

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summary(m.riqpar)

0.15/4

# alterando para quasipoisson

m.riqpar = glm(Sfor~altu+Sarb+conect+Darb+estagio,family=quasipoisson)

anova(m.riqpar,test="Chisq")

m.riqpar2 = glm(Sfor~estagio+Sarb+conect+Darb,family=quasipoisson)

anova(m.riqpar2,test="Chisq")

m.riqpar3 = glm(Sfor~estagio,family=quasipoisson)

anova(m.riqpar3,test="Chisq")

plot(Sfor~estagio)

# vamos ficar com o modelo colocando estágio por ultimo (riqpar)

%%%%%%%MODELO MINIMO ADEQUADO%%%%%%%%%%%%%%%

m.riqpar = glm(Sfor~altu+Sarb+conect+Darb+estagio,family=quasipoisson)

anova(m.riqpar,test="Chisq")

#retirando estagio

&&&&&&MMA.&&&&&&&&&&&&&&

m.riqpar3 = glm(Sfor~altu+Sarb+conect+Darb,family=quasipoisson)

anova(m.riqpar3,test="Chisq")

127

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m.riqdens = glm(Sfor~Darb,family=quasipoisson)

anova(m.riqdens,test="Chisq")

summary(m.riqdens)

RESULTADO# TUDO SIGNIFICATIVO, ENTAO, tenho muitas variaveis significativas, mas

qual mais explica a SFOR?

&&&&&&&&((((((TEREI DE FAZER PARTICAO HIERARQUICA))))))

summary(m.riqpar3)

PRIMEIRO FAZENDO AS REGRESSOES DA RIQUEZA~ RECURSOS EM CADA

ESTAGIO

^^^^^^GRAFICO DA CONECTIVIDADE^^^^^^^^

OU SEJA A CONECTIVIDADE EXPLICA RIQUEZA DE FORMIGAS

128

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plot(Sfor~conect,pch=16,bty="l",ylim=c(0,35),ylab="Riqueza de Formigas",xlab="'

Conectividade das Árvores")

curve(exp(2.7191238+(-0.0084769+0.0148351)*x),add=T, lty=1)

legend(locator(1),expression(y==(exp(2.7191238-0.0063582*x))),bty="n",cex=(0.9))

# pense com calma se vai utilizar essa vari?vel

-0.0084769+0.0148351

$$$$$$GRAFICO DA DENSIDADE ARBOREA

plot(Sfor~Darb,pch=16,bty="l",ylim=c(0,30),ylab="Riqueza de Formigas",xlab="Densidade

de árvores")

curve(exp(2.7191238+(-0.0084769-0.0090078)*x),add=T, lty=1)

legend(locator(1),expression(y==(exp(2.7191238-0.0174847*x))),bty="n",cex=(0.9))

# pense com calma se vai utilizar essa vari?vel

plot(Sfor~Darb,pch=16,bty="l",ylim=c(0,30),ylab="Riqueza de Formigas",xlab="Densidade

de árvores")

curve(exp(3.306366+(-0.02)*x),add=T, lty=1)

legend(locator(1),expression(y==(exp(3.306366-0.02*x))),bty="n",cex=(0.9))

-0.0084769-0.0090078

129

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##########GRAFICO DE S (RIQUEZA DE FORMIGAS)~ESTAGIO (PARCELA)

##################

####agora as medias e desvios para a escala parcela

parcela = read.table("parcela.txt",header=T)

attach(parcela)

parcela

summary(parcela)

dados.mediaparcela<-tapply(Sfor,estagio,mean)

dados.mediaparcela

dados.separcela<-tapply(Sfor,estagio,sd)/sqrt(tapply(Sfor,estagio,length))

dados.separcela

valores <- c(5.293333,5.608108,21.2,23)

erro <- c(0.2696500,0.2787139,2.5179357,0.5477226)

ci.l <- valores-erro

ci.l

ci.u <- valores+erro

ci.u

## agora os nomes, essa vogal no inicio é pra por na ordem que eu quero

130

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nomes <- c("ainicial","btardio","cinicial","dtardio")

height <- tapply(valores,nomes,mean)

height

##plotanto o grafico

help(barplot2)

COMANDO DO GRAFICO

barplot2(height,besides=F,plot.ci=T,ci.l=ci.l,ci.u=ci.u,space=0.2,xlab="Escala",

ylab="Riqueza média de Formigas",names.arg=c("Inicial","Tardio","Inicial","Tardio"),col=c

("gray40","gray40","gray70","gray70","gray70"),ylim=c(0,30),xlim=c(0,5),legend=F)

LEGENDA DO GRAFICO

legend(locator(1),c("Árvore","Parcela"),fill=c("gray40", "gray70"),cex=0.7)

text(1.3,10,"p>0.05",cex=0.7)

text(3.7,27,"p>0.05",cex=0.7)

^^^^^^OS RECURSOS VARIAM NA ESCALA PARCELA?^^^^^^^^^^

&&&MODELO COMPLETO e seu sumario PARA VER quais sao OS XZES

QUE VIRARÃO YLONZES.&&&& DESCULPE A IGNORANCIA MAS NAO VEJO

OUTRA FORMA!

m.riqpar3 = glm(Sfor~altu+Sarb+conect+Darb,family=quasipoisson)

131

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anova(m.riqpar3,test="Chisq")

summary(parcela)

parcela

!!!!!!INICiANDO eNTAO PARA VER SE RECURSOS VARIAM!!!!!!

PARAMETRO ALTURA-----##### DADOS CONTINUOS POIS EH VARIACAO DE

ALTURA DA PARCELA, HETEROGENEIDADE

m.altu = glm(altu~estagio,family=gaussian)

m.altu

anova(m.altu,test=("Chisq"))

plot(altu~estagio)

dados.mediaaltu<-tapply(altu,estagio,mean)

dados.mediaaltu

132

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dados.sealtu<-tapply(altu,estagio,sd)/sqrt(tapply(altu,estagio,length))

dados.sealtu

####SIGN *****************************************************

____PARAMETRO Sarb -------DADOS DE CONTAGEM BROU

m.Sarb = glm(Sarb~estagio,family=quasipoisson)

anova(m.Sarb,test=("Chisq"))

plot(Sarb~estagio)

dados.mediaSarb<-tapply(Sarb,estagio,mean)

dados.mediaSarb

dados.seSarb<-tapply(Sarb,estagio,sd)/sqrt(tapply(Sarb,estagio,length))

dados.seSarb

###SIGN*********************************************************

133

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____PARAMETRO CONECTIVIDADE -------DADOS CONTINUOS

m.conec = glm(conect~estagio,family=gaussian)

summary(m.conec)

1662.3/8

anova(m.conec,test=("Chisq"))

dados.mediaconect<-tapply(conect,estagio,mean)

Dados.mediaconect

dados.seconect<-tapply(conect,estagio,sd)/sqrt(tapply(conect,estagio,length))

dados.seconect

###NAO SIGN** *****************************************

_PARAMETRO DENSIDADE DE ARVORES -------DADOS CONTAGEM

134

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m.densida = glm(Darb~estagio,family=quasipoisson)

summary(m.densida)

83/8 #OK

anova(m.densida,test=("Chisq"))

dados.mediadens<-tapply(Darb,estagio,mean)

dados.mediadens

dados.sedens<-tapply(Darb,estagio,sd)/sqrt(tapply(Darb,estagio,length))

dados.sedens

###NAO SIGN***********************************

135

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@@@@@GRAFICO DOS RECURSOS VARIANDO ENTRE ESTAGIOS@@@@

library(gplots)

valores <- c(89.6,123.2,53.9,65.3,19.06,29.43,13.8,23.0)

erro <- c(16.5,9.5,6.9,5.86,1.99,2.55,1.77,2.44)

ci.l <- valores-erro

ci.l

ci.u <- valores+erro

ci.u

## agora os nomes, essa vogal no inicio é pra por na ordem que eu quero

nomes <- c("e","f","x","z","c","d","a","b")

height <- tapply(valores,nomes,mean)

height

##plotanto o grafico

help(barplot2)

barplot2(valores,plot.ci=T,ci.l=ci.l,ci.u=ci.u,beside=T,legend=T,col = c("gray70",

"black","gray70", "black","gray70","black","gray70","black"), ylim = c(0,140),ylab="Estágio

sucessional",xlab="Variáveis ambientais (escala regional)")

legend(locator(1),c("Inicial","Tardio"),fill=c("gray70","black"),cex=0.8)

text(8.4,40,"*",cex=1.3)

136

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text(6 ,50 ,"*",cex=1.3)

####Partição hierarquica################################################

$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

(muitas variaveis explicativas e vc precisa ver quais realmente sao explicativas)

###se uma variavel vem primeiro ela torna-se significativa pois ela abraça a variancia

existente, a particao hierarquica faz ( tres variaveis U v e W ~Y)

roda todas as possiveis regressoes multiplas incluindo interação e retira de cada modelo o

ceoficiente de explicacao cada vez q a variavel aparece... poe todos os possiveis modelos em

que u aparece e gera o coeficiente... e assim por diante e disso ele tira um grafico de

contribuição independente dessas variaveis (lousada 2010 landscape ecology)

contribuição independente <- um valor para cada jogo de interação####

COMo e atabela para o programa visualizar?

TABELA PADRÃO - ponto, variaveis em coluna etc!!!

FORMATOS DE IMAGEM PARA SALVAR NO R

png é transparente

tif é de grande escala

pdf é vetorial e pode posteriormente ser mexido

137

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COMECANDO ANALISE DE ####PARTICAO HIERARQUICA###

##carregando pacote###

library(hier.part)

help(hier.part)

dir()

dados <- read.table("parcela.txt",h=T)

dados

summary(dados)

attach(dados)

##criando o dataframa com os xzes misturados

env <- dados[,(2,3,4,5,6)] ###ESse está errado

env <- dados[,c(2,3,4,5,6)]##CORRETO

summary(env)

ls e rm (PARA REMOÇÃO DE OBJETOS)

###CRIANDO O MODELO DE HIER PARTICAO

138

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tem que falar que o y(quality está dentro de dados)

hier.part(dados$Sfor, env, family="gaussian",gof="Rsqu")

###tenho que fazer as randomizacoes para ver o p

help(rand.hp)

rand.hp(dados$Sfor, env, family="gaussian",gof="Rsqu", num.reps=1000)$Iprobs

anova(obersado,rand,Test="Chisq")

##Grafico de barra cheio de coisas ROBUSTO

library(gplots)

help(gplots)

help(barplot)

help(barplot2)

##problema -----

height <-

139

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Primeira coisa é a matriz com os valores de contribuição independente

valores <- c(8.053348,4.035662,34.4281146,40.920184,12.562660)

## agora os nomes, essa vogal no inicio é pra por na ordem que eu quero

nomes <- c("eestagio","faltura","bconect","aDarb","cSarb")

height <- tapply(valores,nomes,mean)

height

##plotanto o grafico

help(barplot2)

barplot2(height,plot.ci=F,space=0.2,xlab="Variáveis Ambientais", ylab="Contribuição

independente (%)",names.arg=c("Densidade","'Cone.","Riqueza","Estagio","'Altura"),col=c

("gray70","gray70","gray70","gray70","gray70"),ylim=c(0,50),xlim=c(0,6))

text(0.75,43,"Z=2.26",cex=0.7)

text(1.9,37,"Z=2.00",cex=0.7)

text(3.1,15,"Z=0.16",cex=0.7)

text(4.3,11.1,"Z=-0.28",cex=0.7)

text(5.5,7,"Z=-0.60",cex=0.7)

text(0.7,30,"*",cex=1.3)

text(1.9,20,"*",cex=1.3)

salvando o grafico

140

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dev.copy2eps(file="Grafico.eps")

##CEX é o tamanho das letras

##para mexer no grafico em eps usar inkscape ou GIMP (programa para edicao de grafico)

Pq usar essa analise???

muitas vezes existem relações significativas mas extremamente fracas... as vezes existe

relação boa entre duas coisas... mas no meio aparece uma relação teoricamente improvavel!

mas temos que manter nos modelos oq realmente eh importasnte nesse modelos... essa

analise mostra oq tem influencia significativa forte nos seus dados e assim esta mais apto a

fazer o modelo com variaveis realmente importante e retirar coisas que soh atrapalham a vida

e a discussao! por mais que uma variavel aparece, ela nao deve ficar no modelo pois ela esta

sendo carregada por outra variavel!!

ANALISES DE COMPOSICAO

Analise nmds

dada uma matriz de similaridade eu consigo separar em grupos claramente distintos baseado

em algum fator?

nmds nada mais ? que um mapa

a primeira celular deve ser sem nada...

duas tabelas uma para as areas e outra para as especies em colunas e codigos em linhas

o try gera ajustes para nao ocorrer 0 e asism poder plotar para o indice utilizado

vignet cran help vegan

141

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help(metaMDS)

dir()

library(vegan)

nomes <- read.table("areas.txt",h=T)

nomes

summary(nomes)

attach(nomes)

frequencia <- read.table("frequencia.txt",h=T,row.names=1)

frequencia

summary(frequencia)

nmds <- metaMDS(frequencia,k=2, trymax=1000,autotransform=F, distance="jaccard",

trace=F)

Nmds

142

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#fazendo o plot

plot(nmds,disp="sites",type="n",bty="l")

#dispers?o = as pr?prias ?ras e pch (ponto)

points(nmds,disp="sites",pch=15+as.numeric(areas),col=as.numeric(areas))

##colocando o poligono

ordihull(nmds,areas,lwd=0.8)

text(-0.8,-0.22,"stress=0.1588",cex=0.7)

text(-0.8,-0.3,"p=0.007",cex=0.7)

text(-0.8,-0.38,"R=0.958",cex=0.7)

legend(locator(1),c("Estágio Inicial","Estágio Tardio"),fill=c("black", "red"),cex=0.7)

##fazendo o anosim… QUAIS ESPECIES MAIS CONTRIBUEM?

anosim.dados <- anosim(frequencia,areas,permutations=10000,distance="jaccard")

anosim.dados

help(anosim)

summary(anosim.dados)

143

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## o R que sai dessa analise = dissimilaridade

sim <- simper(especies,areas)

nao viu a função (tem que atualizar o vegan)

Curva de rarefação e acumulação de espécies...

havia problemas pois uma amostra era mais rica que as demais e assim a curva ficava maluca,

sendo existe o metodo random, que ordena o esforco de modo aleatorio

cada nova amostra contribui pouco, ou seja com aquele metodo a eficiencia ja esta proxima da

diversidade amostrada.

essas curvas aleatorizadas tem a mesma função da rarefaçãoo pois nela vc consegue acessar

amostras com esforços diferentes

curva de acumulação...

1– a tabela deve ser de 0 ou 1, (frequencia)...

tabela de incidencia, linhas cada amostra e colunas cada especie

dir()

pacote vegan, originalmente feito para dados de vegetação

te permite fazer dentre outras coisas curva de acumulação de espécies

library(vegan)

ir no istall dependence

144

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help(vegan)

importante o BiodiversityR

pq que quero fazer a curva de acumulacaoo de especies?

o nome da função chama spec (que tem varios tipos, apertar tab no rstudio para vez todos)

neste caso quero a função "specacum"

help(specaccum)

METHOD

no metodo colector nao tem variacao. eh na mesma ordem da tabela, pode ter corcunda dentro

da reta

random adiciona a ordem das amostras em lugar aleatorio

exact suaviza muito as curvas, curva lisa

metodo de coleman (82) tipo de correção para amostras grande

e metodo rarefation que acumula ind.

##chamando a tabela

dados <- read.table("incidencia.txt",h=T)

summary(dados)

##FAZENDO A CURVA=(omelhor é criar um elemento e dentro dele criar o acumulo)

sac <- specaccum(dados,method="random",permutations=1000)

145

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specpool(dados)

sac

se quiser numero estimado de especies usar gamma=nada

o segundo method="random" gamma=k1 , jacknife, help "specpool""

plot(sac)

bty igual ao box

plot(sac, ci.type="poly", col="black",ci.lty=2, ci.col="grey70", bty="l", xlab="Número de

amostras",ylab="Número de espécies" )

###esta pronta a curva de acumulação de espécies do tardio

## se alem do intervalo vc ainda queira colocar o boxplot:

boxplot(sac)

####acumulacao de especies estagio inicial

dir()

library(vegan)

ir no istall dependence

help(vegan)

146

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help(specaccum)

METHOD

##chamando a tabela

dadosini <- read.table("incidenciainicial.txt",h=T)

summary(dadosini)

##FAZENDO A CURVA=(omelhor ? criar um elemento e dentro dele criar o acumulo)

sacini <- specaccum(dadosini,method="random",permutations=10000)

specpool(dadosini)

se quiser numero estimado de especies usar gamma=nada

o segundo method="random" gamma=k1 , jacknife, help "specpool""

plot(sacini)

bty igual ao box

plot(sacini, ci.type="poly", col="black",ci.lty=2, ci.col="green", ylim=c(0,60), xlim=c(0,80),

bty="l", xlab="Número de amostras",ylab="Número de espécies" )

###esta pronta a curva de acumulaçãoo de espécies do inicial

## se alem do intervalo vc ainda queira colocar o boxplot:

147

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boxplot(sacini)

###CURVA PARA O TARDIO

dir()

library(vegan)

ir no istall dependence

help(vegan)

help(specaccum)

METHOD

no metodo colector nao tem variacao. eh na mesma ordem da tabela, pode ter corcunda dentro

da reta

random adiciona a ordem das amostras em lugar aleatorio

exact suaviza muito as curvas, curva lisa

metodo de coleman (82) tipo de corre??o para amostras grande

e metodo rarefation que acumula ind.

##chamando a tabela

dadostar <- read.table("incidenciatardio.txt",h=T)

summary(dadostar)

148

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##FAZENDO A CURVA=(omelhor ? criar um elemento e dentro dele criar o acumulo)

sactar <- specaccum(dadostar,method="random",permutations=10000)

specpool(dadostar)

se quiser numero estimado de especies usar gamma=nada

o segundo method="random" gamma=k1 , jacknife, help "specpool""

plot(sactar)

bty igual ao box

plot(sactar, ci.type="poly", col="black",ci.lty=2, ci.col="lightblue", ylim=c(0,50), xlim=c

(0,80), bty="l", xlab="Número de amostras",ylab="Número de espécies",add=T )

###esta pronta a curva de acumula??o de esp?cies

legend(locator(1),c("Tardio","Inicial"), fill=c("lightblue","green"))

## se alem do intervalo vc ainda queira colocar o boxplot:

boxplot(sacini)

###plotando agora as tres curvas do coletor em um plot apenas

dir()

inicial <- read.table("incidenciainicial.txt",h=T)

149

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tardio <- read.table("incidenciatardio.txt",h=T)

total <- read.table("incidencia.txt",h=T)

summary(inicial)

summary(tardio)

summary(total)

sacinicial <- specaccum(inicial,method="random",permutations=10000)

sactardio <- specaccum(tardio,method="random",permutations=10000)

sactotal <- specaccum(total,method="random",permutations=1000)

specpool(tardio)

specpool(inicial)

###agora o grafico com as duas juntas

plot(sacinicial, ci.type="poly",las=1, col="black",ci.lty=2, ci.col="blue", ylim=c(0,70),

xlim=c(0,75), bty="l", xlab="Número de amostras",ylab="Número de espécies" )

plot(sactotal,ci.type="poly",ci.col="gray70",col="black")

plot(sactardio,ci.type="poly", ci.col="red", col="black", add=T)

legend(3000,e y)

ou

150

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legend(locator(1),c("Estágio Inicial","Estágio Tardio"),fill=c("blue", "red"),cex=0.7)

barplot2(height,plot.ci=,space=0.2,xlab="Variáveis Ambientais", ylab="Contribuição

independente (%)",names.arg=c("Densidade","'Cone.","Riqueza","Estagio","'Altura"),col=c

("gray70","gray70","gray70","gray70","gray70"),ylim=c(0,50),xlim=c(0,6))

library(gplot)

###########Iniciando particao aditiva de diversidade##########################:

artigo anderson 2011

tschrantke 2012

teoria neutra de rumbel

esta analise ?capaz de responder se a escala espacial criada por nos existe do ponto de vista

dos objetos de estudos?

Como que as especies estao distribuidas nos diferentes ambientes?

usarn de prefencia letra para o R

um local grande ou varios pequenos?

a distribui??o ? diferente do esperado pelo acaso? interessa se esta dentro dos 5%

somente usamos alpha 1 e os betas...

COMECANDO A ANALISE DE PARTICAO ADITIVA DO ESTAGIO TARDIO...

###vendo diretorio

151

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dir()

library(vegan)

help(adipart)

##carregando tabela

dados.niveistar <- read.table("niveistardio.txt",h=T)

summary(dados.niveistar)

dados.niveistar

attach(dados.niveistar)

##carrgeando a outra tabela (dattardio)

dados.especiestar <- read.table("datatardio.txt",h=F)

summary(dados.especiestar)

dados.especiestar

attach(dados.especiestar)

##Construindo o modelo agora

parti.aditiva <- adipart(dados.especiestar~.,dados.niveistar,index="richness", nsimul=10000)

152

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#ver oq deu

parti.aditiva

#statistic- a riqueza de especies nos pontos e escalas, ou seja alpha 1 tem 3.86 especies

o valor medio que aperece 50% das vezes ? 3,46, se meu intervalo de confianca ? de 5% (zona

de rejei??o de H0 )

no esperado usamos entao o valor de 50%

beta 1 igual as diferencas entre os alfas

##somas

gamma= alpha.1 5.2933 + beta.1 4.2267+ beta.2 11.2800+ beta.3 25.2000

alpha 2 = gamma transecto = alpha.1 +beta 1

alpha e gama sao as diversidade local e regional = dversidade inventario

o beta por su avez recebe o nome de diversidade de diferencia??o

153

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library(gplots)

##fazendo o grafico para obs e esperado

nomes <- c("alfa", "beta1","beta2", "beta3","alfa", "beta1","beta2", "beta3")

categoria <- c("aobs","aobs","aobs","aobs","besp","besp","besp","besp")

valores <- c(5.2933,4.2267,11.2800,25.2000,4.4533,5.8267,14.3600,21.4000)

height <- tapply(valores,list(nomes,categoria),mean)

Height

Comando do grafico:

barplot2(height ,col=c("grey40", "grey60", "grey80", "white") ,names.arg=c

("Observado","Esperado"),ylab="Riqueza de Formigas",ylim=c(0,50),xlim=c(0,3.5),main =

"Estágio tardio", font.main =1)

##colocando legenda##

legend(locator(1),c("!",""1",""2",""3"),fill=c("grey40", "grey60", "grey80", "white"))

text(0.7,35,"*",cex=1.3)

text(0.7,16,"*",cex=1.3)

text(0.7,7.5,"*",cex=1.3)

text(0.7,2.5,"*",cex=1.3)

main = "Estágio tardio", font.main = 4,add=T

text(0.7,35,"*",cex=1.3)

154

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text(0.7,16,"*",cex=1.3)

text(0.7,7.5,"*",cex=1.3)

text(1.3,2.5,">",cex=1.3)

text(1.3,35,"<",cex=1.3)

text(1.3,16,"<",cex=1.3)

text(1.3,7.5,">",cex=1.3)

text(0.7,2.5,"*",cex=1.3)

text(0.05,2.5,"!",cex=1.0)

text(0.05,7.5,""1",cex=1.0)

text(0.05,16,""2",cex=1.0)

text(0.05,35,""3",cex=1.0)

RESULTADO###= TODOS OS VALORES ENCONTRADOS, sao diferentes dos

esperados, com a diversidade alfa e beta 3 maior que o esperado para o estagio tardio, e

as beta 1 e 2 menores.

COMECANDO ANALISE DE PARTICAO PARA O ESTAGIO INICIAL………..

###vendo diretorio

dir()

155

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library(vegan)

##carregando tabela

dados.niveisini <- read.table("niveisini.txt",h=T)

summary(dados.niveisini)

dados.niveisini

attach(dados.niveisini)

##carrgeando a outra tabela (dattardio)

dados.especiesini <- read.table("datainicial.txt",h=F)

summary(dados.especiesini)

dados.especiesini

attach(dados.especiesini)

##Construindo o modelo agora

parti.aditivaini <- adipart(dados.especiesini~.,dados.niveisini,index="richness",

nsimul=10000)

#ver oq deu

Parti.aditivaini

156

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#statistic ? a riqueza de especies nos pontos e escalas, ou seja alpha 1 tem 3.86 especies

o valor medio que aperece 50% das vezes ? 3,46, se meu intervalo de confianca ? de 5% (zona

de rejei??o de H0 )

no esperado usamos entao o valor de 50%

beta 1 igual as diferencas entre os alfas

##somas

gamma= alpha.1 5.2933 + beta.1 4.2267+ beta.2 11.2800+ beta.3 25.2000

alpha 2 = gamma transecto = alpha.1 +beta 1

alpha e gama sao as diversidade local e regional = dversidade inventario

o beta por su avez recebe o nome de diversidade de diferencia??o

library(gplots)

##fazendo o grafico para obs e esperado

157

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nomes <- c("alfa", "beta1","beta2", "beta3","alfa", "beta1","beta2", "beta3")

categoria <- c("aobs","aobs","aobs","aobs","besp","besp","besp","besp")

valores <- c(5.3243,4.1957,11.2800,25.2000,4.4865,5.7400,14.4000,21.400)

heightini <- tapply(valores,list(nomes,categoria),mean)

heightini

barplot2(heightini,col=c("grey40", "grey60", "grey80", "white"),names.arg=c

("Observado","Esperado"),ylab="Riqueza de espécies",ylim=c(0,50),xlim=c

(0,3.5),main="Estágio inicial",font.main=1)

##colocando legenda##

legend(locator(1),c("!",""1",""2",""3"),fill=c("grey40", "grey60", "grey80", "white"))

main = "Estágio tardio", font.main = 4,add=T

text(0.7,35,"*",cex=1.3)

text(0.7,16,"*",cex=1.3)

text(0.7,7.5,"*",cex=1.3)

text(1.3,2.5,">",cex=1.3)

text(1.3,35,"<",cex=1.3)

158

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text(1.3,16,"<",cex=1.3)

text(1.3,7.5,">",cex=1.3)

text(0.7,2.5,"*",cex=1.3)

text(0.05,2.5,"!",cex=1.0)

text(0.05,7.5,""1",cex=1.0)

text(0.05,16,""2",cex=1.0)

text(0.05,35,""3",cex=1.0)

###########FINAL DAS ANALISES DO CAPITULO 1#################

159

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CAPITULO 2

#####Iniciando analise da proporção de iscas dominadas por especies dominantes#####

dir()

dados2 = read.table("planilhacorretaparaiscadom.txt",header=T)

attach(dados2)

summary(dados2)

m.iscadom <- glm(Iscadom~Estagio,family=gaussian,weights=Freq)

summary(m.iscadom)

9/63

4.67/59

5.1/64

ok

anova(m.iscadom,test="F")

dados.mediaest<-tapply(Iscadom,Estagio,mean)

160

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dados.mediaest

summary(dados.mediaisc)

dados.mediaesstra<-tapply(Iscadom,Estrato,mean)

dados.mediaesstra

dados.mediaestacao <- tapply(Iscadom,Estacao,mean)

dados.mediaestacao

dados.seest<-tapply(Iscadom,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Iscadom,Estagio,length))

dados.seest

dados.seestrato<-tapply(Iscadom,Estrato,sd)/sqrt(tapply(Iscadom,Estrato,length))

dados.seestrato

dados.seestacao<-tapply(Iscadom,Estacao,sd)/sqrt(tapply(Iscadom,Estacao,length))

dados.seestacao

library(gplots)

valores <- c(0.0714,0.250,0.1951,0.1219512,0.095,0.0225)

erro <- c(0.04,0.06,0.06,0.05,0.04,0.06)

erro2 <- c(0.04,0.06,0.06,0.05,0.04,0.0225)

ci.l <- valores-erro

ci.l

161

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ci.u <- valores+erro

ci.u

## agora os nomes, essa vogal no inicio é pra por na ordem que eu quero

nomes <- c("ainicial","btardio","csolo","dveg","eseca","fUmida")

height <- tapply(valores,nomes,mean)

height

##plotanto o grafico

help(barplot2)

barplot2(height,besides=F,plot.ci=T,ci.l=ci.l,ci.u=ci.u,space=0.2,xlab="Variável ambiental",

y l a b = " P r o p o r ç ã o m é d i a d e i s c a s d o m i n a d a s " , n a m e s . a r g = c

( " I n i c i a l " , " T a r d i o " , " S o l o " , " D o s s e l " , " S e c a " , " U m i d a " ) , c o l = c

("white","white","gray40","gray40","gray70","gray70"),ylim=c(0,0.4),xlim=c(0,7),legend=F)

legend(locator(1),c("Estágio sucessional","Estrato vertical","Estação Climática"),fill=c

("White","gray40","gray70"),cex=0.8)

text(1.2,0.35,"*",cex=1.3)

text(3.7,27,"p>0.05",cex=0.7)

RESULTADOS=###a proporção de iscas dominadas muda entre os estagios e estratos,

com o estagio tardio e dossel apresentando valores maiores. YEP! ;)

162

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###INICIANDO ANALISE DE PROPORCAO DE ESPECIES DOMINANTES ENTRE

OS AMBIENTES.

help(glm)

dir()

dados = read.table("tabela.txt",header=T)

attach(dados)

dados

summary(dados)

m.dom <- glm(Domi~Estagio,family=gaussian,weights=Riq)

summary(m.dom)

13/65

###Perfeito

anova(m.dom,test="F")

plot(Domi~Estagio)

library(gregmisc)

163

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dados.mediadom<-tapply(Domi,Estagio,mean)

dados.mediadom

RESULTADOS=## A Proporção de especies dominantes é maior no estágio tardio

Alias, Somente ha presença de especies dominantes no estagio tardio!

###ANALISE DE PROPORCAO DE ESPECIES DOMINANTES ENTRE OS

AMBIENTES.

summary(dados)

m.subdom <- glm(Subdom~Estrato+Estacao,family=gaussian,weights=Riq)

summary(m.subdom)

80/65

61/63

dados.mediasubestagio<-tapply(Subdom,Estagio,mean)

dados.mediasubestagio

dados.mediaestacao<-tapply(Subdom,Estacao,mean)

dados.mediaestacao

dados.mediaestrato<-tapply(Subdom,Estrato,mean)

dados.mediaestrato

anova(m.subdom, test="F")

164

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RESULTADOS##TODAS VARIAVEIS SAO SIGNIFICATIVAS###

###OK Falta o barplot2 das dominantes,subdominantes e submissas em cada estagio e o

glm das submissas

summary(dados)

PROPORCAO DE SUBMISSAS VARIA ENTRE OS AMBIENTES?

m.submissa <- glm(Submissa~Estagio,family=gaussian,weights=Riq)

summary(m.submissa)

80/65

61/63

32/63

anova(m.submissa, test="F")

dados.mediasubmissa<-tapply(Submissa,Estagio,mean)

dados.mediasubmissa

RESULTADOS###Lindo... o numero de submissas varia entre estagios, sendo maior no

inicial

##FAZENDO O BARPLOT2 do grafico de proporção de cada hierarquia de espécie

encontrada nos estagios

165

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nomes <- c("Submissas", "Subdominantes","Dominantes", "Submissas","Subdominantes",

"Dominantes")

categoria <- c("Inicial","Inicial","Inicial","Tardio","Tardio","Tardio")

valores <- c(0.6428571,0.8095238,0.000,0.5250000,0.550000,0.275)

height <- tapply(valores,list(nomes,categoria),mean)

height

b a r p l o t 2 ( h e i g h t , c o l = c ( " w h i t e " , " b l a c k " , " g r a y 5 0 " ) , n a m e s . a r g = c

("Inicial","Tardio"),ylab="Proporção de Classes Hierárquica de Dominância",ylim=c

(0,1.7),xlim=c(0,4))

##colocando legenda##

text(0.7,1.1,"*",cex=1.3)

text(1.9,1.1,"*",cex=1.3)

text(1.9,0.1,"*",cex=1.3)

legend(locator(1),c("Dominantes","Subdominantes","Submissas"),fill=c("white", "black",

"grey50"))

####fazendo agora o grafico de subdominantes em funcao de estagio, estrato e estacao,

num grafico soh… cabuloso…

Dados do grafico:

dados.mediasubestagio<-tapply(Subdom,Estagio,mean)

166

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dados.mediasubestagio

dados.mediaestacao<-tapply(Subdom,Estacao,mean)

dados.mediaestacao

dados.mediaestrato<-tapply(Subdom,Estrato,mean)

dados.mediaestrato

dados.sesubestagio<-tapply(Subdom,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Subdom,Estagio,length))

dados.sesubestagio

dados.sesubestrato<-tapply(Subdom,Estrato,sd)/sqrt(tapply(Subdom,Estrato,length))

dados.sesubestrato

dados.sesubestacao<-tapply(Subdom,Estacao,sd)/sqrt(tapply(Subdom,Estacao,length))

dados.sesubestacao

library(gplots)

valoressubdom <- c(0.80,0.55,0.47,0.90,0.95,0.41)

valoressubdom

errosubdom <- c(0.11,0.12,0.12,0.11,0.08,0.14)

ci.lsubdom <- valoressubdom-errosubdom

ci.lsubdom

ci.usubdom <- valoressubdom+errosubdom

167

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ci.usubdom

## agora os nomes, essa vogal no inicio é pra por na ordem que eu quero

nomessubdom <- c("ainicial","btardio","cseca","dumida","esolo","fvege")

heightsubdom <- tapply(valoressubdom,nomessubdom,mean)

height

##plotanto o grafico

help(barplot2)

b a r p l o t 2

(heightsubdom,besides=F,plot.ci=T,ci.l=ci.lsubdom,ci.u=ci.usubdom,space=0.2,xlab="Variáv

e l ambienta l" , y lab="Espéc ies subdominantes (Proporção)" ,names .a rg=c

( " I n i c i a l " , " T a r d i o " , " S e c a " , " Ú m i d a " , " S o l o " , " D o s s e l " ) , c o l = c

("white","white","gray40","gray40","gray70","gray70"),ylim=c(0,1.6),xlim=c(0,7),legend=F)

legend(locator(1),c("Estágio sucessional","Estação Climática","Estrato vertical"),fill=c

("White","gray40","gray70"),cex=0.7)

text(3.6,1.1,"*",cex=1.3)

text(6.2,1.1,"*",cex=1.3)

library(gplots)

help(barplot2)

168

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barplot2(,plot.ci=T,beside=T,ci.u=dados.mediatodos+dados.setodos,ci.l=dados.mediatodos-

dados.setodos,legend=T,col = c("gray70", "black","gray70", "black"), ylim = c(0,

2),ylab="Proporção média de Subdominantes",xlab="Estrato vertical")

text(5,1,"*",cex=1.3)

text(2.1,1.7,"*",cex=1.3)

?aggregate

b a r p l o t 2 ( d a d o s m e d i a t o d o s , b e s i d e = T, p l o t . c , c i . u = d a d o s . m e d i a E s t r a t o

+ d a d o s . s e e s t r a t o , c i . l = d a d o s . m e d i a E s t r a t o -

dados . sees t ra to , l a s=1 ,axes=T,ax i snames=T,names .a rg=c("So lo" , "Dosse l " ) ,

cex.names=1,2,ylim=c(0,1.5),ylab="Proporção média de Subdominantes",xlab="Variáveis

ambientais",las=1,col=c("gray60","gray60"),add=T)

nomes <- c("Solo", "Dossel","Seca", "Úmida")

nomes

categoria <- c("Estrato","Estrato","Estação","Estação")

categoria

valores <- c(5.3243,4.1957,11.2800,25.2000)

heigh <- tapply(valores,list(nomes),mean)

heigh

hh <- t(heigh)[,2:4]

169

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mybarcol <- "gray20"

ci.l <- c(0.1,0.2,0.1,0.4)

ci.u <- c(0.1,0.2,0.1,0.4)

ci.u

mp <- barplot2(heigh,beside=T,ci.u=("ci.u"),col=c("grey40", "grey60", "grey80",

"white"),names.arg=c("Observado","Esperado","Observado","Esperado"),ylab="Numero de

especies",ylim=c(0,50),xlim=c(0,5))

(ci.l=0.5,add=T)

##colocando legenda##

legend(locator(1),c("Alfa","Beta1","Beta2","Beta3"),fill=c("grey40", "grey60", "grey80",

"white"))

hh <- t()[, 5:1]

mybarcol <- "gray20"

ci.l <- hh * 0.85

ci.u <- hh * 1.15

mp <- barplot2(hh, beside = TRUE,

col = c("lightblue", "mistyrose",

"lightcyan", "lavender"),

170

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legend = colnames(VADeaths), ylim = c(0, 100),

main = "Death Rates in Virginia", font.main = 4,

sub = "Faked 95 percent error bars", col.sub = mybarcol,

cex.names = 1.5, plot.ci = TRUE, ci.l = ci.l, ci.u = ci.u,

plot.grid = TRUE)

mtext(side = 1, at = colMeans(mp), line = 2,

text = paste("Mean", formatC(colMeans(hh))), col = "red")

box()

# # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # G R A F I C O D E H I E R A R Q U I A D E

DOMINANCIA~ESTAGIO####################### :/(.

Dados do grafico:

dados.mediasubdom<-tapply(Subdom,Estagio,mean)

dados.mediasubdom

dados.mediadominantes<-tapply(Domi,Estagio,mean)

dados.mediadominantes

dados.mediasubmissas<-tapply(Submissa,Estagio,mean)

dados.mediasubmissas

dados.sesubdom<-tapply(Subdom,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Subdom,Estagio,length))

171

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dados.sesubdom

dados.sedomi<-tapply(Domi,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Domi,Estagio,length))

dados.sedomi

dados.sesubmissa<-tapply(Submissa,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Submissa,Estagio,length))

dados.sesubmissa

library(gplots)

valoreshieraquia <- c(0.80,0.55,0,0.27,0.64,0.52)

valoreshieraquia

errohieraquia <- c(0.11,0.12,0,0.07,0.09,0.07)

ci.lhieraquia <- valoreshieraquia-errohieraquia

ci.lhieraquia

ci.uhieraquia <- valoreshieraquia+errohieraquia

ci.uhieraquia

## agora os nomes, essa vogal no inicio é pra por na ordem que eu quero

nomeshierarquia <- c("ainicial","btardio","cinicial","dtardio","einicial","ftardio")

heighthieraquia <- tapply(valoreshieraquia,nomeshierarquia,mean)

heighthieraquia

172

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##plotanto o grafico

help(barplot2)

B a r p l o t 2

(heighthieraquia,besides=F,plot.ci=T,ci.l=ci.lhieraquia,ci.u=ci.uhieraquia,space=0.2,xlab="Est

ágio de sucessão natural", ylab="Hierarquias de dominância (Proporção)",names.arg=c

( " I n i c i a l " , " T a r d i o " , " I n i c i a l " , " T a r d i o " , " I n i c i a l " , " T a r d i o " ) , c o l = c

("white","white","gray40","gray40","gray70","gray70"),ylim=c(0,1.6),xlim=c(0,7),legend=F)

l e g e n d ( l o c a t o r ( 1 ) , c ( " S u b d o m i n a n t e s " , " D o m i n a n t e s " , " S u b m i s s a s " ) , f i l l = c

("White","gray40","gray70"),cex=0.7)

text(3.6,0.5,"*",cex=1.3)

text(6.2,0.8,"*",cex=1.3)

###ANALISE ATIVIDADE

A ABUNDÂNCIA DE IND. NAS AMOSTRAS FOI MAIOR EM QUAL LOCAL?

dir()

dadosati = read.table("Atividade.txt",header=T)

attach(dadosati)

summary(dadosati)

m.ativi <- glm(Ab~Estagio,family=quasipoisson)

summary(m.ativi)

173

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10938/74

anova(m.ativi,test="Chisq")

DADOS DO GRAFICO

dados.mediati<-tapply(Ab,list(Estacao,Estagio),mean)

dados.mediati

d a d o s . s e t o t a l < - t a p p l y ( A b , l i s t ( E s t a c a o , E s t a g i o ) , s d ) / s q r t ( t a p p l y ( A b , l i s t

(Estacao,Estagio),length))

dados.setotal

library(gplots)

COMANDO DO GRAFICO

barplot2(dados.mediati,plot.ci=T,ci.l=dados.mediati+dados.setotal,ci.u=dados.mediati-

dados.setotal,beside=T,legend=F,col = c("gray70", "black","gray70", "black"), ylim = c(0,

200),ylab="Atividade",xlab="Estágio sucessional")

legend(locator(1),c("Seca","Úmida"),fill=c("gray70", "black"),cex=0.7)

text(1.3,10,"*",cex=0.7)

text(3.4,120,"*",cex=1.5)

valores1 <- c(13,20,86,96)

valores2 <- c(86,96)

erro1 <- c(3,5,10,11)

174

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erro2 <- c(10,1)

ci.l <- valores1-erro1

ci.l

ci.u <- valores1+erro1

ci.u

###Atividade em função de estagio*estrato…… 69… ;)

Dados do grafico:

dados.mediati<-tapply(Ab,list(Estrato,Estagio),mean)

dados.mediati

dados.setotal<-tapply(Ab,list(Estrato,Estagio),sd)/sqrt(tapply(Ab,list(Estrato,Estagio),length))

dados.setotal

library(gplots)

comando

barplot2(dados.mediati,plot.ci=T,ci.l=dados.mediati+dados.setotal,ci.u=dados.mediati-

dados.setotal,beside=T,legend=F,col = c("gray70", "black","gray70", "black"), ylim = c(0,

200),ylab="Atividade",xlab="Estágio sucessional")

legend(locator(1),c("Solo","Dossel"),fill=c("gray70", "black"),cex=0.7)

text(1.3,10,"p>0.05",cex=0.7)

text(3.4,100,"*",cex=1.5)

175

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valores1 <- c(13,20,86,96)

valores2 <- c(86,96)

erro1 <- c(3,5,10,11)

erro2 <- c(10,1)

ci.l <- valores1-erro1

ci.l

ci.u <- valores1+erro1

ci.u

###INICIANDO um super grafico da proporção de cada classe de hierarquia de

dominancia em função de todas as variaveis ambientais (6 barras com três niveis cada

uma), e claro com seus respectivos desvios….

###MEDIA E O DESVIO DAS DOMINANTES EM CADA AMBIENTE:

dados.mediadominantesestagio<-tapply(Domi,Estagio,mean)

dados.mediadominantesestagio

dados.seestagiodomi<-tapply(Domi,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Domi,Estagio,length))

dados.seestagiodomi

dados.mediadominantesestrato<-tapply(Domi,Estrato,mean)

dados.mediadominantesestrato

dados.seestratodomi<-tapply(Domi,Estrato,sd)/sqrt(tapply(Domi,Estrato,length))

176

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dados.seestratodomi

dados.mediadominantesestacao<-tapply(Domi,Estacao,mean)

dados.mediadominantesestacao

dados.seestacaodomi<-tapply(Domi,Estacao,sd)/sqrt(tapply(Domi,Estacao,length))

dados.seestacaodomi

MEDIA E DESVIOS DAS SUBDOMINANTES:

dados.mediasubestagio<-tapply(Subdom,Estagio,mean)

dados.mediasubestagio

dados.sesubestagio<-tapply(Subdom,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Subdom,Estagio,length))

dados.sesubestagio

dados.mediaestrato<-tapply(Subdom,Estrato,mean)

dados.mediaestrato

dados.sesubestrato<-tapply(Subdom,Estrato,sd)/sqrt(tapply(Subdom,Estrato,length))

dados.sesubestrato

dados.mediaestacao<-tapply(Subdom,Estacao,mean)

dados.mediaestacao

dados.sesubestacao<-tapply(Subdom,Estacao,sd)/sqrt(tapply(Subdom,Estacao,length))

dados.sesubestacao

177

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MEDIA DAS SUBMISSAS

dados.mediasubmissaestagio<-tapply(Submissa,Estagio,mean)

dados.mediasubmissaestagio

dados.sesubmissaestagio<-tapply(Submissa,Estagio,sd)/sqrt(tapply(Submissa,Estagio,length))

dados.sesubmissaestagio

dados.mediasubmissaestrato<-tapply(Submissa,Estrato,mean)

dados.mediasubmissaestrato

dados.sesubmissaestrato<-tapply(Submissa,Estrato,sd)/sqrt(tapply(Submissa,Estrato,length))

dados.sesubmissaestrato

dados.mediasubmissaestacao<-tapply(Submissa,Estacao,mean)

dados.mediasubmissaestacao

d a d o s . s e s u b m i s s a e s t a c a o < - t a p p l y ( S u b m i s s a , E s t a c a o , s d ) / s q r t ( t a p p l y

(Submissa,Estacao,length))

dados.sesubmissaestacao

help(legend)

help(barplot2)

178

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library(gplots)

nomes <- c("Submissas", "Subdominantes","Dominantes", "Submissas","Subdominantes",

"Dominantes","Submissas", "Subdominantes","Dominantes", "Submissas","Subdominantes",

"Dominantes","Submissas", "Subdominantes","Dominantes", "Submissas","Subdominantes",

"Dominantes")

c a t e g o r i a < - c

("aInicial","aInicial","aInicial","bTardio","bTardio","bTardio","cSeca","cSeca","cSeca","dÚm

ida","dÚmida","dÚmida","eSolo","eSolo","eSolo","fDossel","fDossel","fDossel")

v a l o r e s < - c

(0.452,0.55095238,0.000,0.20000,0.5000,0.3,0.35,0.5,0.15,0.2,0.675,0.125,0.3,0.61,0.09,0.42

,0.41,0.17)

height <- tapply(valores,list(nomes,categoria),mean)

height

barplot2(height,width=13.5,col=c("white", "gray40", "gray80"),space=c(0.26),names.arg=c

("Inic ia l" ,"Tardio" ,"Seca" ,"Úmida" ,"Solo" ,"Dossel") ,y lab="Hierarquias de

Dominância",xlab="Variáveis ambientais",ylim=c(0,1),xlim=c(0,120))

l e g e n d ( l o c a t o r ( 1 ) , , c ( " S u b m i s s a s " , " S u b d o m . " , " D o m i n a n t e s " ) , f i l l = c

("gray80","gray40","white"),cex=0.56)

text(10,0.8,"*",cex=1.3)

text(27,0.17,"*",cex=1.3)

text(61,0.5,"*",cex=1.3)

179

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text(78,0.4,"*",cex=1.3)

*********************FIM DA ANÁLISES ESTATISTICAS**********************

(-: ;) :-)

...

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