Reabilitação cognitiva nas demencias

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25 Revista Brasileira de Neurologia » Volume 45 » N o 1 jan - fev - mar, 2009 » » Reabilitação Cognitiva das Demências Cognitive Rehabilitation of Dementia Vilma Duarte Camara 1 , Simone dos S. Gomes 5 , Flavia Ramos 2 , Sandra Moura 2 , Rosângela Duarte 2 , Sheila Alves Costa 5 , Paula Ângelo Ferreira Ramos 3 , Jamaci de A. Machado Correa Lima 3 , Izabel C. Gomes Camara 3 , Licínio E. da Silva 4 , Anabete Braga da Silva 6 , Martha Camargo Ribeiro 7 , Andréa Alfradique da Fonseca 6 RESUMO O envelhecimento populacional tem aumentado a prevalência de doenças crônicas degenerativas, especialmente a demência. Considerando que o tratamento medicamentoso tem diversidade de resultados devido a causas básicas de cada doença, o Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia (PIGG) do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense, desenvolve e pratica, desde 1987, o método não medicamentoso – Reabilitação Cognitiva individual e em grupo- que inclui o tratamento do paciente com demência e com a ajuda a seus relativos cuidadores. Este trabalho objetiva apresentar a descrição destes métodos terapêuticos e os instrumentos de avaliação utilizados para retenção dos dados obtidos da análise dos resultados, que ampliam focos para futuras pesquisas em demência, que estão sendo desenvolvidas pelo Programa. Palavras-chave: demência, reabilitação cognitiva, programa interdisciplinar ABSTRACT Population ageing led to an increase in prevalence of chronic-degenerative diseases, especially dementia. Considering that medication treatment has a diversity of results because of the basic cause of each disease, the Interdisciplinary Program in Geriatrics and Gerontology (PIGG) of the University Hospital Antonio Pedro (HUAP) of Universidade Federal Fluminense (UFF) has developed and uses, since 1987, a non- medication method – Cognitive Rehabilitation both individual and in group – which includes treating the patient with dementia with the help of their relatives and caregivers. This work aims to present the description of these therapeutic methods, and the instruments used to keep data obtained from the analysis of the results, which widen the focus for further researches in dementia. Keywords: dementia, rehabilitation cognitive, interdisciplinary program 1 Professora Doutora de Neurologia e Geriatria, Coordenadora do Setor de Neurologia Comportamental e Demências do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF). 2 Fonoaudióloga do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) 3 Neuropsicólogas do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense 4 Prof. de Estatísticas do Instituto de Matemática da Universidade Federal Fluminense 5 Médica-Geriatras do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense 6 Terapêuta Ocupacional do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense 7 Psicóloga do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense Correspondência: Profª Drª Vilma Duarte Camara. Secretaria do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense, Av. Jansen de Melo, 174 – Centro – Niterói – RJ CEP: 24030-221 E-mail: [email protected] Rev Bras Neurol, 45 (1): 25-33. 2009 »

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25 Revista Brasileira de Neurologia » Volume 45 » No 1 jan - fev - mar, 2009» »

Reabilitação Cognitiva dasDemências

Cognitive Rehabilitation of Dementia

Vilma Duarte Camara 1, Simone dos S. Gomes 5, Flavia Ramos2, Sandra Moura 2,Rosângela Duarte 2, Sheila Alves Costa 5, Paula Ângelo Ferreira Ramos 3,

Jamaci de A. Machado Correa Lima 3, Izabel C. Gomes Camara 3, Licínio E. da Silva 4,

Anabete Braga da Silva 6, Martha Camargo Ribeiro 7 , Andréa Alfradique da Fonseca 6

RESUMOO envelhecimento populacional tem aumentado a prevalência de doenças crônicas degenerativas, especialmente a demência. Considerando que otratamento medicamentoso tem diversidade de resultados devido a causas básicas de cada doença, o Programa Interdisciplinar de Geriatria eGerontologia (PIGG) do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense, desenvolve e pratica, desde 1987, ométodo não medicamentoso – Reabilitação Cognitiva individual e em grupo- que inclui o tratamento do paciente com demência e com a ajuda aseus relativos cuidadores. Este trabalho objetiva apresentar a descrição destes métodos terapêuticos e os instrumentos de avaliação utilizados pararetenção dos dados obtidos da análise dos resultados, que ampliam focos para futuras pesquisas em demência, que estão sendo desenvolvidas peloPrograma.

Palavras-chave: demência, reabilitação cognitiva, programa interdisciplinar

ABSTRACTPopulation ageing led to an increase in prevalence of chronic-degenerative diseases, especially dementia. Considering that medication treatmenthas a diversity of results because of the basic cause of each disease, the Interdisciplinary Program in Geriatrics and Gerontology (PIGG) ofthe University Hospital Antonio Pedro (HUAP) of Universidade Federal Fluminense (UFF) has developed and uses, since 1987, a non-medication method – Cognitive Rehabilitation both individual and in group – which includes treating the patient with dementia with the helpof their relatives and caregivers. This work aims to present the description of these therapeutic methods, and the instruments used to keep dataobtained from the analysis of the results, which widen the focus for further researches in dementia.

Keywords: dementia, rehabilitation cognitive, interdisciplinary program

1Professora Doutora de Neurologia e Geriatria, Coordenadora do Setor de Neurologia Comportamental e Demências do Hospital

Universitário Antonio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF).2Fonoaudióloga do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF)

3Neuropsicólogas do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense

4Prof. de Estatísticas do Instituto de Matemática da Universidade Federal Fluminense

5Médica-Geriatras do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense

6Terapêuta Ocupacional do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense

7Psicóloga do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense

Correspondência: Profª Drª Vilma Duarte Camara. Secretaria do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da UniversidadeFederal Fluminense, Av. Jansen de Melo, 174 – Centro – Niterói – RJ CEP: 24030-221E-mail: [email protected]

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IntroduçãoIndependentemente da cultura, classe social, religião etendências políticas, o envelhecimento, tal como onascimento, a morte, o enamoramento, a amizade e asexualidade, é um fenômeno coletivo.

O estudo do envelhecimento é pré-requisitoimportante na compreensão do desenvolvimento dadisfunção intelectual e suas ligações comuns àsdegenerações orgânicas do cérebro, uma vez que ele éacompanhado do declínio de algumas funçõescognitivas.

As reduções mais evidentes têm sido observadasnas funções perceptivo-motoras cujo desempenho começaa declinar já na terceira ou quarta décadas de vida.

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Associadas às transformações demográficas, asdoenças crônico-degenerativas têm se apresentado emmaior número, com correspondente aumento daprevalência das demências.2 Cerca de 5% da populaçãocom mais de 65 anos até 80 anos de idade apresentaquadro demencial. Para o grupo etário com mais de 80anos e até 85 anos, esse percentual situa-se entre 10% e40% e cresce para mais de 47% em na faixa etária dasidades superiores a 85 anos.19-23

O quadro cognitivo agrava-se sempre quandoexistem problemas emocionais e outros relacionados àalimentação, ao descondicionamento físico, ao usoinadequado de medicamentos, a ambientes estressantesou com presença de obstáculos a serem transpostos.21

Considerando que os tratamentos de base medica-mentosa têm indicações e resultados diversificados emfunção da causa básica da doença, da natureza de cadacaso e da presença ou não de outros distúrbiosconcomitantes da saúde, o Programa Interdisciplinarde Geriatria e Gerontologia (PIGG) do HospitalUniversitário Antonio Pedro (HUAP) da UniversidadeFederal Fluminense (UFF), desenvolveu e vem aplicandodesde 1987 um método não medicamentoso que incluino tratamento dos pacientes com presença de demênciaos seus familiares e cuidadores.4

O objetivo do presente trabalho é apresentar otratamento não medicamentoso praticado pelo PIGG/HUAP/UFF pela descrição de seus aspectos, estruturae método e pela apresentação dos instrumentosutilizados para retenção dos dados, indicando, ainda,alguns focos de pesquisa que estão sendo abordadospelo Programa, que traçam o perfil epidemiológico dasdemências, o acompanhamento de pacientes comtranstorno cognitivo leve (CDR=0,5), o estudo do

estresse dos cuidadores, o diagnóstico precoce dedistúrbios cognitivos, etc.

Reabilitação cognitiva bio-psico-socialDenomina-se reabilitação cognitiva de abragência bio-psico-social ao tratamento não medicamentoso geriátrico-gerontológico dos pacientes com presença de demênciaque inclui, dentro de uma concepção holística, os seuscuidadores e os seus familiares.21-22

Para qualquer um dos três segmentos envolvidosno tratamento, a prática da reabilitação cognitiva bio-psico-social,referida no presente texto também apenaspor reabilitação cognitiva, admite duas modalidades deaplicação: individual e em grupo. Quando individual,as ações da reabilitação cognitiva podem recair sobreos pacientes, sobre os seus cuidadores e/ou familiares;quando em grupo, podem recair sobre grupos, ditosparticipativos, de pacientes, de cuidadores e/ou familiares.Uma terceira modalidade é admitida no tratamentoquando os segmentos venham a ser tratados emconjunto (dois a dois).

Na fase inicial do método da reabilitação cognitiva,após as investigações clínica, laboratorial, neuropsi-cológica, fonoaudiológica e de terapia ocupacional, aequipe multiprofissional do PIGG, reunidaespecialmente para isso, classifica o tipo de demênciamais provável do paciente e define a modalidade dereabilitação cognitiva a ser aplicada ao caso (individual,em grupo ou em ambas as modalidades).

2

Os critérios para os diagnósticos de demênciaseguem a classificação da CID-10 da OrganizaçãoMundial de Saúde e o DSM-IV da Associação Ameri-cana de Psiquiatria.

A reabilitação cognitiva individual é tratada nasdimensões fonoaudiológica e de terapia ocupacional.As sessões ocorrem com periodicidade semanal e têma duração de duas horas.

A reabilitação cognitiva coletiva é praticada, umavez por semana, por meio de reuniões de naturezainterdisciplinar da equipe multiprofissional do PIGGcom os grupos participativos.

Os objetivos gerais dos encontros com os gruposparticipativos diferem entre si conforme a natureza dogrupo: a) estimular os pacientes com demência;b) apoiar a manutenção da integridade dos familiares edos cuidadores; e c) propiciar a descoberta depossibilidades na nova realidade do paciente e docuidador. Os grupos participativos têm entre si os

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objetivos gerais comuns de gerar independência einstaurar segurança.

O Quadro 1 explicita o foco desses objetivos.

Referencial teórico-metodológicoAs dinâmicas para os tratamentos de reabilitaçãocognitiva, sejam eles individuais ou coletivos, dirigidasaos pacientes, aos familiares e/ou aos cuidadores, sãoas cinco seguintes: 1) Técnicas Comportamentais; 2)Terapia de Orientação para a Realidade; 3) EstimulaçãoCognitiva; 4) Terapia de Reminiscências; e 5) Teoriade Validação.

1. Técnicas comportamentaisAs técnicas comportamentais fundamentam-se emtrabalhos experimentais que demonstram que ocomportamento é influenciado pelas circunstâncias nasquais está inserido.21-22

O comportamento é definido como uma respostaa um estímulo ou estímulos, a qual é influenciada pormuitas variáveis, inclusive a percepção do indivíduoacerca da situação em que se encontra, do seuaprendizado e das suas experiências passadas, bemcomo do contexto étnico, cultural, geográfico eeducacional.22

Estudos revelam que a aprendizagem é possível empacientes com demência, quando se trata do re-aprendizado com técnicas de aprendizado de tarefasnovas, re-treinamento de tarefas antigas e manutençãode tarefas ainda retidas.22

As intervenções podem ocorrer nas situações queantecedem ao comportamento, no comportamento emsi e/ou nas consequências dele. Devem envolver oreforço positivo e nunca se limitarem à supressão deatitudes indesejáveis.

Segundo essa concepção teórica, as respostascomportamentais e emocionais podem ser condi-cionadas a certos estímulos, que são indutores derespostas específicas, de modo que um determinadocomportamento contém indutores para aqueladeterminada resposta. As variações das conseqüênciasdo comportamento (reforço positivo, reforço negativo,não-reforço frustrante e punição) aumentam oudiminuem as chances de um determinado comporta-mento se repetir.

As técnicas comportamentais são utilizadas parapromover a mudança do comportamento não funcionaldo paciente, após a determinação clara do comporta-mento-alvo a ser alcançado, obtida pela avaliação dasentrevistas com familiares e/ou cuidadores e com opróprio paciente.

Reabilitação Cognitiva das Demências

Quadro 1. Focos da atuação da reabilitação cognitiva nos grupos participativos do PIGG/HUAP/UFF.

Grupos de pacientes Grupos de cuidadores Grupos de pacientes com cuidadores

• Promoção da saúde • Esclarecimentos sobre • Perceber sentimentos na nova• Conscientização a demência situação do paciente• Estimulação da área não comprometida • Catarse • Estímulo da afetividade e redução• Estimulação das atividades da vida diária • Resoluções práticas para do estresse relacional• Incentivo ao autocuidado e à independência questões de dependência • Redução da interdependência• Reabilitação das funções cognitivas e • Afetividade • Soluções para os problemas do psicomotoras comprometidas • Preservação da identidade dia-a-dia• Integração social • Preparo psicológico para o• Afetividade agravamento do quadro ou• Catarse para o óbito do paciente• Orientação para a realidade• Redução da dependência• Fixação de aprendizado• Despertar interesses variados• Recreação• Persistência de tratamento• Alta

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As técnicas comportamentais a serem aplicadas sãodecididas no momento de planejamento do processode reabilitação cognitiva. O planejamento envolve aparticipação do paciente e seus familiares e/oucuidadores para o levantamento de dados prévios sobreas experiências de vida do paciente, de modo a inserí-los no contexto de sua história de vida. Envolve tambémo conhecimento de suas expectativas e a avaliação dasituação, com vistas ao aumento da participação dospacientes em atividades de vida diária e da interaçãosocial deles.

O planejamento detalha os objetivos e comoalcançá-los, mas não é considerado inflexível. Por issoas interações na reabilitação cognitiva de um pacienteenvolvem espaço, objetos, família, cuidadores, equipeinterdisciplinar e outros pacientes.

As técnicas comportamentais para a reabilitaçãocognitiva exigem que se volte o foco de atenção paraas atividades positivas e desejáveis, que se evite daratenção às resistências e que se encontre recompensapara cada uma das etapas envolvidas.

Para a obtenção de resultados com essas técnicasnecessita-se do uso de materiais relevantes e de interessedo paciente, de modo a aumentar a sua motivaçãopessoal. Necessita-se ainda que seja ofertado poucomaterial a cada novo avanço e que o oferecimento denovo material seja realizado apenas quando o anteriorjá tiver sido retido pelo paciente.

Os comportamentos inadaptáveis podem sertambém alterados pela aprendizagem, com o uso dereforço (estímulo).7 e 22

A inserção de pacientes em grupos participativos sefaz pela constituição de objetivos coletivos baseadosnos objetivos individuais previamente traçados para ospacientes no planejamento das técnicas comporta-mentais. Não se admite a adaptação de objetivoscoletivos (dirigidos ao grupo participativo) para alcançaro paciente.

2. Terapia de orientação para a realidade

Heidegger (1962) define o homem como um sertemporal vivendo num mundo temporal e atemporalidade como o sentido do existir humano. Anoção de tempo nasce de sua relação com as coisas,confundindo-se com a própria consciência. Os eventossão marcados a partir das noções sobre a espacialidadee temporalidade do mundo objetivo, por definição éatemporal.

O tempo vivido é colorido pelas organizaçõestemporais particulares e influenciado pelo ritmo e pelasucessão de nossos pensamentos e atividades. Por issonão é igual para as pessoas em diferentes épocas desuas vidas. Passado, presente e futuro não existem comouma linha temporal, mas como contingências cujoshorizontes mudam constantemente em torno dosconteúdos constitutivos do momento. O agora é umestado de fluxo atribuindo significado ao passado e aofuturo.24

A Terapia da Orientação para a Realidade foidesenvolvida nos Estados Unidos da América parapacientes hospitalizados. Diferentemente dela, ametodologia do PIGG/HUAP/UFF volta-se parapacientes ambulatoriais, abordagem que permiteamenizar a relação paciente-cuidador, pois atemporalidade existencial dos dois está totalmentedissociada.O passado tem de ser evocado, o presenteexige independência e o futuro realizações. Para opaciente com demência estes mecanismos estãoprejudicados.

A opção de trabalho do PIGG/HUAP/UFF levaem consideração que, para o paciente, o tempo tem deser estimulado da seguinte maneira: a) Passado –Estímulo à memória de evocação como fonte de prazere reconhecimento do “self ”; b) Presente – Estímulo àmemória do reconhecimento, à orientação têmporo-espacial e à redução de dependência no dia-a-dia, alémde retirada do paciente do isolamento ao permitir, coma formação de grupos, sua interação com outrospacientes; c) Futuro – estímulo à elaboração de novosprojetos de vida.4-5

Por outro lado, para o cuidador, a conduta doPIGG/HUAP/UFF quanto ao seu tempo é a seguinte:a) Passado – Revisão dos laços afetivos e história devida comum; b) Presente – Revisão da nova realidadede vida; c) Futuro – Estímulo à preservação daindividualidade e independência, preparo para possíveisagravamentos do quadro patológico do paciente e paraa alta do Programa, e estímulo à realização de projetosde vida.4-5

Nessa terapia, a escolha das atividades é revestidado maior cuidado. A realidade atual só faz sentido seestiver conectada ao passado. Usam-se dados simplestais como nomes, ambientes, calendário, etc. Asrepetições são reforçadas para auxiliar o re-aprendizadoe a reorientação, buscando não reforçar comunicaçõeserradas. Reforçam-se os sucessos dos pacientes para

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que a atenção seja mantida, assim como o bom estadode humor.7

3. Estimulação cognitivaOs distúrbios cognitivos são ocorrências observadasapós lesões cerebrais de diversos tipos, principalmentena demência.

Para trabalhar o comprometimento das habilidadesé importante observar a capacidade de adaptação comochave principal da sobrevivência, melhorar a qualidadede vida e o bem estar do paciente e acreditar que épossível reconstruir o que estiver alterado e compensaro que foi perdido utilizando o que estiver conservado.

A avaliação na reabilitação cognitiva deve incluirtanto medidas neuropsicológicas quanto comporta-mentais para identificar vantagens e debilidadescognitivas e definir as dificuldades de vida diáriadecorrentes dos distúrbios da memória. Significadesenvolver as áreas básicas da função mental: atenção,linguagem, memória, capacidade viso-espacial eassociação de idéias.

22

Objetiva-se com a estimulação cognitiva o resgatedas funções comprometidas, o estímulo das áreasbloqueadas e o desenvolvimento de potenciaisremanescentes do paciente.

As dinâmicas da estimulação cognitiva têmcaracterísticas lúdicas, objetivando estimular as funçõescognitivas, fornecer suporte psicológico, dar

informações pelo binômio educação-saúde e socializaro paciente. Praticidade na aplicação da dinâmica éimportante: a estimulação deve favorecer os atos davida cotidiana. É preciso estimular o paciente a estaratento ao que vê e ao que ouve e a reter o fatoglobalmente. Para tanto é essencial o uso da técnica dememorização utilizando cores, calendários (dias dasemana, mês e dias do mês), relógios (hora), etc.

As atividades utilizadas na dinâmica da estimulaçãocognitiva estão apresentadas no Quadro 2.

Na condução dessas atividades o humor deve serestimulado, evitando-se, no entanto, criar situações ondeo idoso possa se sentir ridicularizado. Temas muitodifíceis devem ficar fora das conversações: explore-seos temas do cotidiano.

A prática da estimulação cognitiva indica aosprofissionais que a executam a necessidade de estarematentos às condições de agitação do paciente, de nãosubestimarem a sua capacidade de executar ações porconta própria quando estiver lento ajudando-o apenaso suficiente, de tentarem ao máximo compreender acomunicação do paciente utilizando formas criativas ediversificadas na inter-relação e de manterem a calma eminimizarem o estresse em situações de labilidadeemocional.4-5

É fato fundamental descobrir no paciente o seunúcleo afetivo e, por esse viés, trabalhar tanto quantopossível, conteúdos mnêmicos para trazê-lo à realidade.

Reabilitação Cognitiva das Demências

Atividade Descrição

Introdução Toma-se sempre como ponto de partida um aspecto necessário ebenéfico: cumprimentos, apertos de mão; uso de nomes paraidentificar as pessoas, procurando evitar esquecimento dos nomespara evitar embaraços.

Utilização de quadro-negro Escrevem-se nele as datas, os comentários, os desenhos sobre asestações do ano, etc.

Emprego de letras Utilizam-se letras bem grandes, em cartões, podendo ter diversasutilidades: passar informações, jogos, etc.

Frutas e flores Utilizam-se para lembrar as estações do ano e para estimular oolfato, o tato e o paladar.

Relógio grande com ponteiro Marca-se o horário das atividades comuns do dia-a-dia.para orientar

Culinária Utiliza-se livro de receitas e discute-se sobre pratos favoritos. O homempode ser estimulado no sentido de relembrar tipos de comidas que gostava.

Atividades da vida diária Treina-se nomes de utensílios de cozinha, mobiliário, objetos de uso pessoal, etc.

Quadro 2. Atividades utilizadas para estimulação cognitiva no processo de reabilitação cognitiva doPIGG/HUAP/UFF

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Importa não adaptar o paciente à técnica, mas simo contrário, com o objetivo de resgatá-lo ou retardar oprocesso evolutivo de suas patologias.

Na comunicação é preciso procurar-se compreendere perceber as dificuldades de expressão dos pacientes,criando-se novas referências de significado como, porexemplo, o esfregar das mãos para quando quiser urinar.A comunicação pelo toque também é importante, umavez que ajuda a manter a qualidade da relação com opaciente e a transmitir sentimento de afeto. É precisolembrar-se que o paciente responde melhor quandoalguém lhe fala olhando no rosto, especialmente, nosolhos, emitindo frases simples.

4. Terapia de reminiscências

Até os anos 60 a técnica de reminiscências eraconsiderada como fator desencadeante de estresse eangústia. Só em 1963, Robert N. Butler destacou aimportância de o idoso realizar uma “revisão da vida”;é a técnica, considerada como ocorrência natural doser humano.6

À lembrança do passado dá-se o nome de reminiscênciasimples, enquanto que reminiscência informativa é a que ocorrequando se conta uma história a respeito de eventos dasociedade como um todo.6

Reminiscências criam novos sentidos para o passadoe permitem a vivência da continuidade do sujeito atravésdo tempo.

A terapia da reminiscência valoriza o paciente atravésdo seu conhecimento a respeito do seu passadopermitindo a conversação e orientação para o presente.A prática indica ênfase nos contrastes e nas similaridadesentre o presente e o passado. Os profissionais nãodevem corrigir as histórias contadas pelos pacientes.

A concepção de senso comum de que a memória éseletiva explica, em parte, porque o indivíduo junta asreferências do passado num processo de permanentereconstrução. Rememorar fatos passados e evocarlembranças faz com que o idoso una um começo a umfim, ordenando no tempo eventos que são significativospara ele.

A prática da terapia da reminiscência se faz comobjetos importantes e lembranças significativas da vidado paciente, como por exemplo, canções antigas, cartas,fotos, discos, presente, álbum de família, os quais são asolicitados aos pacientes e/ou familiares. Filmes, jornaise músicas são também utilizados como recursosfacilitadores.

A reabilitação cognitiva no PIGG/HUAP/UFFutiliza a terapia da reminiscência em sessões individuaise em grupo.

Seja individual ou em grupo, a terapia dareminiscência deve enfocar lembranças agradáveis aospacientes e não tratar de tragédias pessoais. Devetambém estimular, dentro do tema, atividadesexplicativas ou recreativas, considerando que podem sermais expressivas do que palavras em boa parte dos casos.

5. Técnica de validação

Desenvolvida pela assistente social americana NaomiFeil, como resposta à sua insatisfação com os resultadosda terapia para a realidade em pacientes com distúrbioda memória, esta terapia tem por objetivo dar sentidoe suporte às emoções expressas através docomportamento ou do discurso desses pacientes.

Vários outros autores, tais como Maslow e Erikson,aderiram a esta técnica por acreditarem que ofuncionamento cerebral não seria o único regulador docomportamento dos idosos e que também outrosfatores são importantes: luto, perdas, distúrbiossensoriais, distúrbio da memória e estratégias para lidarcom as frustrações, entre outros.

A terapia da validação visa possibilitar o alívio dedesconfortos emocionais e conflitos relacionais. Visaao aumento da atenção do paciente, ao aumento doautocontrole e da auto-estima e ao envolvimento dopaciente no contexto social natural.

Da mesma forma que as demais técnicas, o PIGG/HUAP/UFF aplica a técnica de validação de modolúdico. Algumas funções desta técnica são realizadaspelos próprios pacientes, como, ao início das sessões,um dos paciente escrever a data do dia no quadro-negro. Outras dinâmicas intrínsecas desta técnica são aauto-apresentação de todos e as boas-vindas dadas aosnovos participantes, de modo a estabelecer com estescomunicação mais significativa.4-5

Envolvimento dos cuidadores nareabilitação cognitivaOs trabalhos realizados tradicionalmente comcuidadores têm seguido um modelo informativo, deapoio. Partindo do pressuposto de que dispensaratenção e/ou tratamento ao cuidador influi diretamentena melhora do paciente, a metodologia de intervençãoampla no tratamento da demência praticada peloPIGG/HUAP/UFF dispensa ao cuidador não somente

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informação e apoio psicológico mas também trata ocuidador em conjunto com o paciente e o envolve nasdinâmicas de grupo e atividades com o paciente.

A atividade com os cuidadores é realizada emreuniões semanais, com a duração de duas horas, nasquais há focos dirigidos à promoção da saúde, às relaçõesinterpessoais, à ansiedade, à angustia, às mudanças devida geradas pela doença do familiar e às dificuldadena convivência do cuidador com o paciente.

O objetivo principal do trabalho com os cuidadoresé diminuir o estresse emocional, criando melhorescondições de vida para eles e para os pacientes, deforma a propiciar um retorno gradativo, prazeroso esaudável ao convívio familiar e social.4-5

Reduzindo o estresse emocional dos familiares,diminui-se a depressão e a possibilidade dos cuidadoresadoecerem com hipertensão, diabetes, úlcera,drogadição e outras doenças causadas por uma possívelbaixa imunológica.

Nos casos de internação ou morte do paciente, ofamiliar é incentivado a voltar, tanto quanto possível, àssuas atividades anteriores, à sua vida diária e apermanecer no grupo o tempo que desejar.

As reuniões semanais dos cuidadores incluemdinâmicas de revisão de sentimentos, de análise dasfantasias e de sugestão de formas de gratificação, demodo que a família consiga deslocar a atenção dasfantasias negativas e dos sentimentos de raiva e de ódiopara depositá-la em objetivos tais como realizarcaminhadas, ginástica e outras atividades prazerosas oumesmo dirigí-la à própria fala catársica em grupo.

A reunião com os cuidadores é coordenada porpsicólogo e assistente social, atuando como facilitadores.As técnicas utilizadas no segmento de apoio psicológicosão técnicas dirigidas e incluem dinâmicas, esculturas eexercícios de relaxamento, assim como técnicas semidirigidasquando os cuidadores trazem, espontaneamente, àdiscussão do grupo, assuntos que, naquele momento,os preocupam ou incomodam. No segmentoinformativo, os dados transmitidos aos cuidadoressurgem a partir das demandas expontâneas apresentadaspelo próprio grupo e são transmitidas pelosprofissionais do PIGG (terapeuta ocupacional,neurologista, geriatra, enfermeiro, fonoaudiólogo, dentreoutros) que participam dos encontros semanaisesclarecendo dúvidas.4-5

Atividades complementares nareabilitação cognitiva

Com vistas à ressocialização dos participantes,mensalmente ocorrem também atividades alternativas¾ algumas de lazer, outras culturais ¾ onde sãocomemoradas datas importantes, como a Páscoa e oNatal, festejos juninos e aniversários do mês, além dediscussão de temas atuais do panorama social.

Essas atividades são construídas a partir dasexperiências anteriores dos pacientes e de seus familiarese/ou cuidadores com vistas a integrar terapia e lazer.

São também realizadas visitas domiciliares aospacientes do grupo por equipe interdisciplinar com afinalidade de observá-los no núcleo familiar, no seuespaço físico, sua autonomia e independência, seucomportamento e sua integração na família. Após aavaliação dessas visitas, ocorrem visitas de retorno compropostas de melhora para os pacientes e/ou seusfamiliares.

Os familiares e/ou cuidadores que necessitarem sãoencaminhados para psicoterapia individual, podendoocorrer também casos de terapia de família, todassupridas pelo PIGG/HUAP/UFF.Programa de pós-graduação

Além da metodologia adotada para a reabilitaçãocognitiva, o PIGG/HUAP/UFF forma recursoshumanos na área de neurogeriatria, geriatria egerontologia, através de curso de pós-graduação emGeriatria e Gerontologia Interdisciplinar e outro deextensão na mesma área, cujos alunos, sob a orientaçãoda equipe do PIGG, participam das dinâmicas aplicadasaos diversos segmentos da população-alvo doPrograma.

Avaliação dos resultadosA avaliação sistemática do desempenho do paciente éessencial para que se possa ter em conta a eficácia doprogresso da reabilitação cognitiva. Neste sentido, oPIGG/HUAP/UFF desenvolveu um protocolo paraavaliação tanto do paciente quanto do cuidador.

O protocolo dirigido ao paciente (veja Anexo 1)dirige sua atenção para a avaliação da orientação para arealidade, para a participação dirigida, para a partici-pação espontânea, para o comportamento, a afetivi-dade, a dependência psicológica e a dependência física.

Reabilitação Cognitiva das Demências

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O cuidador é avaliado em protocolo específico (vejaAnexo 2) pela participação dirigida, pela participaçãoespontânea, pelo comportamento, pela afetividade, pelareação à realidade vivida, pela capacidade de solucionarquestões do dia-a-dia na relação com o paciente, pelavivência da individualidade e pelo planejamento futuro.

Tanto no protocolo do paciente, quanto no docuidador, cada item é avaliado numa escala de 0 a 3(valores inteiros), quanto a evolução do quadro clínicoda demência e quanto a evolução do cuidador emrelação a esta vivência, com a valor 0 significando grave,1 ruim, 2 razoável e 3 bom. O enquadramento na escalase faz com base na freqüência da participação dopaciente nas atividades de reabilitação cognitiva.Especificamente para o quesito “comportamento” osvalores da escala em ambos os protocolos significam 0– indiferente, 1 – depressivo, 2 – ansioso e 3 –equilibrado.

Para a avaliação das mudanças ocorridas nossegmentos considerados do público-alvo (pacientes,cuidadores e/ou familiares) o PIGG/HUAP/UFFconta, desde o segundo semestre de 2003, com osuporte do Núcleo de Aplicação de Métodos e TécnicasEstatísticos ao Estudo Interdisciplinar da Segurança eSaúde Mental de Segmentos Populacionais Específicos,pertencente ao Departamento de Estatística do Institutode Matemática da UFF.

Os estudos correntes concentram-se nas hipótesesde que a reabilitação cognitiva permite que os pacientescom demência reversível (particularmente as demênciasvasculares) recuperem funções cognitivas e que aquelescom demência degenerativa em fase inicial melhoremessas funções. Outras hipóteses que estão sendotrabalhadas são a de que a atividade ambulatorial comabordagem integral por equipe multidisciplinar favoreceum maior tempo de vida aos pacientes, assim como aausência de complicação sistêmica e um aumentosatisfatório da qualidade de vida, em que pese asdificuldades inerentes a cada caso.

Têm-se observado para alguns o retorno de algumasatividades de vida diária, socialização e o reatamentode relações afetivas familiares. Têm-se observadotambém, mesmo com a heterogeneidade de demênciase do nível de comprometimento delas, a ocorrência deinter-relacionamento entre os pacientes. Os cuidadorestêm mostrado sinais de redução de sua angústia.

Cada uma dessas hipóteses está sendo estudada demodo a produzirem resultados a serem divulgados

através do segmento de pesquisa científica do PIGG/HUAP/UFF recentemente ativado com a colaboraçãodo Departamento de Estatística da UFF.

Há esforço acadêmico de pesquisa também para ademonstração de que não há melhora acentuada depacientes que não estejam incluídos em programas dereabilitação cognitiva, de que há piora dos pacientesque interrompem o acompanhamento da reabilitaçãocognitiva e de que resultados mais satisfatórios sãoalcançados quando os familiares e cuidadores depacientes com demência são incluídos no tratamento.

ConclusãoO PIGG tem produzido resultados que se sustentamem virtude da atividade ser ambulatorial, por envolvere tratar os familiares e/ou cuidadores dos pacientes,por praticar uma abordagem interdisciplinar, por manterreuniões semanais dos grupos participativos, por cadaprofissional conhecer a história de vida de cada paciente.

A abordagem bio-psico-social da reabilitaçãocognitiva, primeira a ser implantada em âmbito nacional,persiste desde 1987 com a mesma coordenação e equipebásica. Não há relatos na literatura de abordagemsemelhante dada a pacientes com demência.

AgradecimentoOs autores agradecem à equipe multidisciplinar doPrograma Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologiada UFF por seu constante suporte ao trabalhodesenvolvido e aos pacientes e seus familiares que oprocuram acreditando em sua proposta e que, em últimaanálise, são a razão de sua existência.

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Anexo 1 Anexo 2

Reabilitação Cognitiva das Demências