Realidades e Particularidades - APIH...Estudo de Ocupação Infecção em Unidades de Internamento...
Transcript of Realidades e Particularidades - APIH...Estudo de Ocupação Infecção em Unidades de Internamento...
-
Unidades de Cuidados Continuados
Santa Casa de Misericórdia de Seia
Sara Campos Direcção Clínica
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar Realidades e Particularidades
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Unidade de Média Duração e Reabilitação
Para pessoas que, perderam temporariamente a
sua autonomia mas que podem recuperá-la e
que necessitem de cuidados de saúde, apoio
social e reabilitação que, pela sua frequência ou
duração, não podem ser prestados no domicilio.
Para internamentos que durem entre 30 e 90
dias seguidos.
UMDR da SCM de Seia: 18 quartos
(12 duplos, 6 individuais)
Total de 30 camas
Unidade de Longa Duração e Manutenção
Tem como intuito prestar cuidados a doentes
com processos crónicos que apresentam
diferentes níveis de dependência e graus de
complexidade, que não podem ser prestados no
domicílio, com previsibilidade de internamento
superior a 90 dias consecutivos (
-
Estudo de Ocupação
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
nº altas* UMDR
2011 2012 2013
99 81 25
ULDM 27 34 6
272 altas
Dados referentes às altas até *20.3.2013 e ** 1.10.2012
Idades** UMDR ULDM Média 74,5 77
-
Motivo de Internamento
37,0%
22,1%
25,4%
15,5%
AVC/ TCE Úlceras/Feridas Ortopedia Outras
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
0 5 10 15 20 25
Neurologia/Psiquiatria
AVC/TCE
Fracturas
Patologia osteoarticular…
Cirurgias
Neoplasia Maligna
Manutenção de dispositivos
Gestao Terapeutica
Descanso Cuidador
outras
24,6
13,1
8,2
1,6
3,3
3,3
4,9
11,5
21,3
8,2
Unidade de Média Duração e Reabilitação Unidade de Longa Duração e Manutenção
-
… as ALTAS
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Cerca de 48,1% dos doentes da UMDR e 52,5% da ULDM atingem
os objectivos máximos de estipulados;
Mais de 24% dos doentes da UMDR e 19,7% da ULDM tiveram alta
por agudização para Hospital de Agudos;
45,3% dos doentes da UMDR e 41% da ULDM regressam ao
domicílio e 15,5% e 27,8%, respectivamente tem alta para Lares;
Mais e 70% dos familiares estão muito satisfeitos e 18,3%
satisfeitos com os cuidados prestados nas Unidades.
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Infecção Associada a Cuidados de Saúde (IAC)
A prevenção de IACs constitui parte fundamental da estratégia global de segurança do doente e de gestão do
risco e contribui para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados e para a segurança dos profissionais;
Os doentes das UCCI têm um risco acrescido de desenvolver infecções devido aos seus problemas de saúde e
a sua idade que condicionam alterações nos mecanismos de defesa habituais:
Diminuição da imunidade celular
Doenças crónicas subjacentes (diabetes)
Nutrição
Alterações fisiológicas
Estado mental
Para além disso, a institucionalização dos utentes em ambientes fechados, proporciona uma maior
possibilidade de transmissão cruzada de microorganismos patogénicos e oportunistas.
Manual de Operacionalização do Programa Global de Prevenção e Controlo da Infecção
paras as UCCI, União das Misericórdias Portuguesas, 2010/2012
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Infecção Associada a Cuidados de Saúde (IAC)
É muito importante evitar a tentação de transpor directamente as práticas recomendadas nos
cuidados de agudos para as UCCI;
A prestação de cuidados nas UCCI tem especificidades que as distinguem da prestação de
cuidados em Unidades de Agudos ou de CSP de entre as quais se salientam:
As manifestações clínicas de infecção podem ser mínimas e os sintomas crónicos interferirem com a
sua avaliação e valorização;
Poderá existir restrições significativas no recurso a exames laboratoriais, nomeadamente
microbiológicos e mesmo havendo, os resultados podem ser de difícil interpretação ou não
permitirem distinguir a infecção da colonização;
As UCCI recebem muitos utentes vindos do hospital , em situações clínicas cada vez mais complexas,
com exposição a dispositivos invasivos, na maioria das vezes já colonizados ou infectados com estirpes
multirresistentes, constituindo risco acrescido de infecção cruzada.
Manual de Operacionalização do Programa Global de Prevenção e Controlo da Infecção
paras as UCCI, União das Misericórdias Portuguesas, 2010/2012
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Infecção Associada a Cuidados de Saúde (IAC)
As RNCCI defende e exige das UCCI
elevados níveis de humanização dos
cuidados, fundamental para o processo
de reabilitação física e emocional a que
se destinam, que em muito distanciam as
UCCI do ambiente asséptico e impessoal
dos Hospitais e que podem contribuir de
forma adversa no controlo da infecção
cruzada. Coisas simples mas preciosas…
Salas de Convívio
Ao que se podem ainda acrescentar outras particularidades:
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
Personalização do ambiente
Roupa Pessoal
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Actividades Culturais e de envolvimento com a
Comunidade
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Actividades Culturais Temáticas
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Terapia da Fala e Ocupacional
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Fisioterapia
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Alimentação em Refeitório
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Apoio Religioso Atelieres Lúdicos
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Incentivo ao envolvimento
das famílias com políticas
de visitas pouco
restritivas
Festas de aniversários dos
doentes
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Humanizar, Personalizar, Cuidar, Acarinhar, Partilhar, Reabilitar, Reintegrar….
Ideal de Assepsia
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
• Ausência de suporte laboratorial ou imagiológico na instituição;
• Ausência de possibilidade de realizar gasimetrias (controlo evolução ITR);
• Ausência de médico permanente;
• Impossibilidade de reavaliação analítica ou imagiológica ao fim-de-semana;
• Incapacidade logística para criação de isolamento eficaz;
• Não possuir todo o tipo de antibióticos em stock, podendo ter que aguardar a sua entrega na
Unidade (situação agravada ao fim-de-semana);
• Impossibilidade adquirir antibióticos de uso exclusivo hospitalar.
Outras dificuldades…
Ainda…
• Feedback de Informação Hospitalar deficitário/ausente sob os doentes agudizados por IAC.
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Vigilância Epidemiológica
Não se conhecem dados sobre as taxas de infecção adquiridas nas UCCI;
Estudos publicados não permitem comparações ou extrapolações devido a dificuldades
metodológicas;
Contudo parece consensual que as infecções endémicas mais comuns são: infecções das
vias urinárias, vias respiratórias e as infecções da pele e tecidos moles;
São igualmente descritos surtos frequentes de gastroenterites e infecções respiratórias
virusais;
IACs em Unidades de Cuidados Continuados…
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
“Manual de Controlo de Infecção associadas aos Cuidados de Saúde”
Elaborado pela Comissão de Controlo de Infecção da
União das Misericórdias Portuguesas
No cumprimento da Circular Normativa nº17/DSQ/DSC da DG S de
20/09/07 que propõe o Programa Global de Prevenção e Controlo da
Infecções para as Unidades de Cuidados Continuados Integrados:
Prevenção, diagnóstico e tratamento de infecções
Prevenção da transmissão cruzada de infecções
Vigilância epidemiológica das infecções
O Manual inclui Regulamento dos Núcleos Locais da Comissão de Prevenção e Controlo de Infecção, e levou
a criação e regulamentação das actividades da Comissão de Controlo de Infecção (CCI) em cada UCCI da União.
Site do Grupo Misericórdias Saúde – documentos e fórum para profissionais da UCCI (www.misericordiasportuguesas.pt )
http://www.misericordiasportuguesas.pt/
-
Unidade de Média Duração e Reabilitação
Unidade de Longa Duração e Manutenção
8,3% 10,7%
Estudo HALT (Healthcare Associated Infections in European Long Term Care Facilities), 23 de Maio de 2012
“No estudo piloto realizado, em 2010, em Portugal e englobando 8 UCC, observou-se uma taxa de
incidência de infecções de 11% muito semelhante à observada nos hospitais de agudos (11,7%).”
Estudo Nacional de Prevalência de Infecção associada a cuidados de saúde e uso de
antibióticos em unidades de cuidados continuados (ENPI), 2012
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
-
Unidade de Média Duração e Reabilitação
Unidade de Longa Duração e Manutenção
8,3%
10,7%
Estudo HALT,
23 de Maio de 2012
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Unidade de Média Duração e Reabilitação
Unidade de Longa Duração e Manutenção
8,3%
26,7%
20 de Março 2013
1 Infecção Respiratória Adquirida na UCC Antibioterapia empírica
-
10,0%
10,0%
6,7% 73,3%
ITR
ITU
I UP
Sem IACs
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Unidade de Média Duração e Reabilitação
26,7% = 8 doentes
3 ITR 3 ITU 2 I UP
100% Antibioterapia empírica 0% Nosocomiais
66,7% Antibioterapia TSA 33,3 % Nosocomiais – Pseudomonas spp Universo de 13 doentes com SV (43,3%) (HALT 2012 16,7%)
50% Antibioterapia TSA 50% Nosocomiais Universo de 13 doentes com UP (43,3%) (HALT 2012 13,3%)
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Ao longo do tempo…
• O problema tende a
agravar-se no tempo, com
o aumento dos doentes
infectados com
microorganismos
multirresistentes que
passam pelas Unidade.
• Algumas infecções cruzadas
podem ocorrer dias até
meses após a infecção do
1º doente.
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
As superfícies contaminadas…
Flora Intestinal
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Intervenção Comissão Controlo de Infecção
Tendo consciência do agravamento das taxas de infecção (embora muito variáveis) e das situações
clínicas dos doentes que entram na UCCI, com maior exposição a dispositivos invasivos, e muitas vezes
já infectados com microorganismos multirresistentes, a CCI tem tomado algumas atitudes correctoras:
Promoção da higienização das mãos
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Intervenção Comissão Controlo de Infecção
Mudança dos produtos usados na limpeza das Unidades
• Absorvente com função bactericida – para absorção rápida e elevada de fluidos biológicos com
acção bactericida
• Produtos para limpeza e desinfecção de largo espectro – para limpar e desinfectar superfícies e
equipamentos
• Desinfectantes – eficazes contra vírus, bactérias, micobactérias, fungos e esporos
• Renovador de atmosfera – para eliminar maus cheiros, bactérias, fungos, esporos e vírus de salas
de reuniões, sanitários, vestiários e ginásios
De acordo com as Normas Europeias EN 1040 e EN 1276 de eficácia bactericida,
EN 1275 de eficácia fungicida e AFNOR 72180 de eficácia virucida …
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Intervenção Comissão Controlo de Infecção
Alteração dos dispositivos para higienização das mãos
Alteração dos processos clínicos
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Intervenção Comissão Controlo de Infecção
Implementação de Protocolos
• Diluição de detergentes e desinfectantes
• Panos de limpeza
• Utilização de luvas
• Limpeza de equipamentos e bancadas
• Tratamento da loiça e carros de transporte
• Resíduos
• Isolamento
Formação contínua dos membros da CCI
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
Rede Social
sobrelotada
Respostas sociais privadas caras
Envelhecimento da população e maior grau de dependência
Agravamento da condições socioeconómicas familiares
Pior apoio familiar
Hospitais sobrelotados
Nº camas hospitalares disponíveis < necessidades
Serviços pressionados para altas precoces (redução de dias de internamento e custos)
UCCI “válvula escape”
hospitalar familiar e
social
Nº camas das UCCI disponíveis < necessidades
Altas para RNCCI de doentes a necessitar cuidados agudos/ apoio social exclusivo
Alteração da flora microbiana UCCI/ Infecções nosocomiais
Risco aumentado de Infecções cruzadas/ Aumento agudizações
Reabilitação prejudicada
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
De que forma contribui a RNCCI para a sustentabilidade das finanças públicas?
Não reduz nº de camas hospitalares actualmente necessárias…
… a procura de cuidados hospitalares e a oferta de camas de
internamento são demasiado desfasadas, para a RNCCI poder ter um
impacto imediato visível.
… mas a RNCCI promove a reabilitação da doença crónica, a melhoria de
autonomia, a promoção da saúde, numa visão anti-hospital-cêntrica, que
a longo prazo trará benefícios económicos e financeiros.
-
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
De que forma contribui a RNCCI para a sustentabilidade das finanças públicas?
Plano Nacional de Saúde 2011‐2016
Cuidados Continuados Integrados: Analisando o presente, perspectivando o futuro
• Diminuição de reinternamentos hospitalares entre doentes da RNCCI;
• Ganhos financeiros por diminuição da utilização dos restantes níveis de cuidados.
É necessário criar de Indicadores de Ganhos em Saúde que sejam: • Fiéis a filosofia da RNCCI • Que revelam ganhos em saúde das pessoas doentes da RNCCI aos diversos níveis; • Que revelem ganhos em saúde relativamente aos restantes níveis de cuidados.
Indicadores que meçam o estado funcional, relativos ao processo de referenciação, processo social, processo de gestão, sistema de informação além de outros de suma
importância para os decisores políticos.
-
“Continua a não fazer qualquer sentido que os doentes nos cheguem sem que saibamos
porquê, obrigando nos a assumir investigação da causa e à realização de meios de diagnóstico
que ultrapassam as competências e objectivos da nossa intervenção. Por outro lado, recebemos
doentes que não deixaram sequer de ser doentes agudos. Há doentes que nos chegam sem um
diagnóstico não esclarecido e há coisas que temos o dever de não fazer. Infelizmente é preciso
voltar a levar o doente à urgência, desacreditando a Rede e a sua competência.
Quem acaba por ser castigado é o doente que é afinal quem deveria ser protegido.”
Dra. Inês Guerreiro Coordenadora Nacional da RNCCI
Relatório Final realizado pelo Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar criado pelo
Despacho N.º 10.601/2011 do Ministro da Saúde, publicado em Diário da República N.º 162, 2ª Série, de 24 de Agosto de 2011
Infecção em Unidades de Internamento não Hospitalar
Realidades e Particularidades
-
Obrigada pela Atenção
Sara Campos
Direcção Clínica