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Pratos típicos | Origem | Evolução
Tangyuan / Yuan Xiao – Bolinhos de arroz
Tangyuan, também conhecido como Yuan Xiao, devido ao Festival da
Lanterna, realizado na primeira noite de lua cheia depois do Ano Novo, é um bolo
típico chinês, de tamanho pequeno, médio ou grande, composto por arroz glutinoso e
como recheio, frutas secas, sésamo, chocolate, massa de feijão, tangerina, amendoim,
manteiga, tâmaras entre muitos outros, existindo hoje em dia, mil e uma variedades de
recheios para este bolo. O seu nome Yuan Xiao significa “a primeira noite”, Yuan –
primeira; Xiao – noite. Já o nome Tangyuan provém do General Yuan Shikai, militar
do século vinte, que não gostando do nome Yuan Xiao, o alterou.
Devido à dimensão territorial da China, a sua receita diferencia-se de acordo
com a sua região. No sul, em Shanghai, os bolinhos de Yuan Xiao caraterizam-se pela
sua forma semelhante a ovos de pombos. Já no norte, em Beijing, estes bolinhos são
mais doces.
Na cultura chinesa, esta sobremesa significa a união entre os familiares, sendo
esta consumida em reunião com os mesmos.
O ingrediente principal é o arroz glutinoso, de textura pegajosa, muito popular e
cultivado na China.
É uma sobremesa muito consumida na China, no solstício de Inverno, fazendo
com que cada vez mais, surjam diversas variações para a sua confeção. Atualmente,
depende dos gostos pessoais de quem o prepara, podendo eleger os mais variados
recheios para estes bolinhos.
Receita tradicional de Yuan Xiao
Ingredientes:
225ml - farinha de arroz glutinoso
1L - água
Q.b. - açúcar mascavado
Corante alimentar (opcional)
Gengibre fresco (opcional)
Preparação:
1. Despeje a farinha de arroz glutinoso numa tigela e lentamente adicione água
até a mistura se tornar numa textura firme. Bata a massa por cerca de 5
minutos;
2. Divida a massa ao meio e adicione o corante à metade;
3. Belisque pedaços da massa e enrole-a em pequenas bolas;
4. Colocar as bolas em água a ferver e deixe cozinhar até estas flutuem;
5. Á parte, preparar uma sopa doce, fervendo água e adicionando açúcar
mascavado e gengibre;
6. Por fim, Coloque as bolinhas cozidas na sopa doce e sirva.
Ilustração 1 - Yuan Xiao
Porco DongPo
DongPo é um prato típico Chinês, especificamente de Hangzhoi, capital da
província Zhejiang, composto por porco vermelho.
Este prato é feito com a parte do umbigo do porco, sem osso e com bastante
gordura, fazendo uma sensação gustativa oleosa após a sua confeção.
A sua origem deriva do poeta, artista e calígrafo Su DongPo, da dinastia Song,
ao qual inventou e aperfeiçoou a sua receita, ao longo da sua vida de pobreza.
A sua receita, e aquela que ainda é utilizada atualmente, leva sensivelmente 4
horas para cozinhar o porco. Inicialmente coze-se em vapor e adiciona-se vinho
fermentado chinês após estar cozido. É também seguidamente assado lentamente em
lume baixo e por fim salteado juntamente com brócolos, feijão-verde ou por outro
alimento assim desejado, de modo a contrabalançar o nível de gordura que constitui
este prato.
Receita Porco Dong Po
Ingredientes:
1kg - porco vermelho
28gr - óleo
14gr - folhas chá verde
4 - cebolas
300gr - brócolos
Ingredientes do molho:
250ml - água
8 - dentes de alho levemente esmagados
5 fatias de gengibre velho (ou 7 fatias de gengibre jovens)
15gr - pimenta preta
60ml - molho de soja
30ml - vinho (por exemplo, vinho de Shaoxing)
2ml - óleo de gergelim
30gr – açúcar
5 ml - farinha de milho
15 ml - água
Preparação:
1. Escalde o porco vermelho em água fervida;
2. Coloque o porco, retirado da água, em uma panela e cubra de água. Leve a
ferver e deixe cozinhar por meia hora;
3. Numa frigideira adicione os ingredientes do molho. Misture bem e leve para
ferver;
4. Adicione o porco e cozinhe cada superfície por alguns minutos em fogo médio;
5. Remova porco e escorra bem. Despeje o molho restante em uma panela
pequena e reserve;
6. Frite o porco, em óleo, de todos os lados até que ele fique bem dourado;
7. Adicione as folhas de chá e deixe cozinhar por 30 minutos;
8. Coloque talos de cebolinha no fundo de uma travessa. Coloque o porco nessa
travessa, e deixe cozinhar ao vapor durante 2 horas, virando a carne de porco
após 1 hora;
9. Por fim adicione brócolos ao preparado e sirva.
Frango Kung Pao – Frango Xadrez
Ilustração 2 - Porco Dong Po
Kung Pao é um prato originado da província de Sichuan, situada na parte
ocidental da China. Descende de Ding Baozhen, governador de Sichuan na dinastia
Qing. A história conta que quando o governador Ding Baozhen era criança, este caiu
num lago mas onde fora salvo por um homem. Anos mais tarde, já governador, visitou
esse homem, como agradecimento por o salvar ao afogamento anos antes. Ai fora-lhe
servido um prato com frango cortado aos cubos, com pimenta preta e amendoins.
Sendo Ding Baozhen um gourmet, e tendo gostado tanto do prato, começou a
confecciona-la para os seus amigos tornando este prato famoso desde então.
O nome Kung Pao deriva de Tai Zi Shao Bao, o titulo concedido ao governador.
Após sua morte, este prato passou-se a chamar Kung Pao, o diminutivo deste título,
em memória de Ding Baozhen.
Receita de Frango Kung Pao:
Ingredientes:
1kg - peito de frango desossado
15gr - pimenta preta
180ml - óleo de soja
4dentes de alho picado
5ml - gengibre ralado
60ml - conhaque
5ml - cebolinha verde picada
75gr - amendoim
50gr - shoyu
15gr - amido de milho
2 - claras
Q.b. - sal
Ingrediente do molho:
5ml - tabasco
50gr -.shoyu
5ml - vinagre de arroz
30gr - açúcar
15gr - amido de milho
150ml - caldo de frango
Preparação:
1. Corte o frango em cubos de 2 cm. Deixe o frango marinar por uma hora;
2. Aqueça o óleo em uma panela funda e refogue a pimenta, alho e o gengibre.
Coloque o frango e quando estiver levemente dourado adicione o conhaque;
3. Adicione o molho e mexa até engrossar. Coloque em uma travessa e salpique
a cebolinha e o amendoim;
4. Por último misture os ingredientes do molho e deixe cozinhar até engrossar.
Sopa de ninho de andorinha
A sopa de ninho de andorinha é um prato clássico oriental, este é preparado
como sopa e também como sobremesa doce. A autêntica, tradicional sopa é feita com
uma espécie de andorinha pequena, encontrada em todo o sudeste asiático. Esta
Ilustração 3 - Frango Kung Pao
andorinha vive em cavernas escuras onde faz os seus ninhos com a crosta formada
pela própria saliva pegajosa, que endurece em contato com o ar. Os ninhos
Os ninhos, só podem ser recolhidos três vezes ao ano e com muito esforço por
parte dos coletores, que se arriscam numa perigosa escalada a estas cavernas onde
os ninhos são construídos. Esta colheita só contribui para elevar o preço do produto
fazendo desta sopa um dos alimentos mais caros do mundo sendo rotulada como o
“caviar do Oriente”. Um kg deste ninho custa em média 700€ e um prato de sopa 25€.
Os preços dependem do tipo e da quantidade do ninho de pássaro. Ninhos
pretos são os menos caros sendo os ninhos vermelhos e brancos consideravelmente
mais caros.
De sabor suave, estes ninhos também são muito populares como tónicos e
afrodisíacos e como terapia alimentar chinesa, esta bastante popular. Isto acontece ao
facto de os ninhos de andorinha serem ricos em nutrientes e por terem elevados níveis
de cálcio, ferro, potássio e magnésio. Acredita-se também que a iguaria tenha valor
medicinal, ajudando na digestão, melhorando a voz, aliviando as crises de asma,
melhorando a concentração e fortalecendo o sistema imunológico.
A sopa de ninho de andorinha doce inclui, normalmente, o ninho, açúcar e
água. Já os ingredientes da sopa de ninho de andorinha salgados incluem caldo de
galinha misturado com pedaços de ninho, peito de frango, ovos e cogumelos.
Receita de ninho de andorinha
Ingredientes:
10gr - ninho de andorinha
5 cogumelos pretos
4gr - peito de frango
1L - caldo de galinha
15gr - maisena
15ml - chao-xing
Q.b - sal
Preparação:
1. Deixe de molho os ninhos de andorinha na água fria por 12 horas. Mergulhe-os
numa panela com água a ferver e deixe cozinhar por 15 minutos. Lave-os na
água fria e deixe outra vez de molho por 12 horas. Escorra de novo;
2. Coloque os cogumelos em água morna, cerca de 20 minutos. Escorra-os, tire-
lhes os pés e corte-os em juliana;
3. Retire a pele do frango e corte-o em fatias. Ferva o caldo de galinha, adicione
os cogumelos e o frango e deixe cozinhar durante 5 minutos;
4. Dissolva a maisena em água e despeje-a na panela. Adicione os ninhos de
andorinha à sopa e depois o Chao-Xing e tempere com sal. Deixe ferver cerca
de 25 minutos em lume médio, até que a sopa engrosse;
5. Despeje a sopa em tigelas individuais e sirva bem quente.
Jiaohua Ji – Frango do Mendigo
Na receita tradicional chinesa, o frango de mendigo, Jiaohua Ji, é feito com um
frango inteiro, grelhado, recheado com ervas chinesas e enrolado em folhas de lótus, e
depois coberto com argila para ser assado durante horas.
Ilustração 4 - Sopa Ninho de Andorinha
De acordo com a lenda popular, um mendigo, na dinastia Qing, passeava pelas
ruas de Changsu na Província Jiangsu desesperado por comida, roubou uma galinha
a um comerciante. Este mais tarde decide então cozinhar a galinha mas, sem ter os
meios necessários para a confeccionar, terminou envolvendo-a com lama numa
fogueira. No final, para espanto do mendigo, a galinha havia cozinhado e estava macia
e perfumada. Atraído pelo aroma que flutuava no ar do frango recentemente cozido na
fogueira, o Imperador, que se encontrava a passar no local, pára e janta com o
mendigo, exigindo saber como ele criou uma refeição tão deliciosa. Sendo assim "o
frango de mendigo" posteriormente acrescentado à lista de pratos servidos no tribunal
Imperial.
O uso de folhas de lótus para enrolar o frango antes da lama, ocorreu em um
tempo posterior, quando Louwailou, um dos restaurantes mais antigos da cidade de
Hangzhou, adaptou o método de confecção deste frango. Usavam vinho de Shaoxing
e a folha de lótus encontrada no Lago do Oeste, Lago Xi, estes enchiam o estômago
do frango de uma mistura de verduras e temperos, envolviam o frango em folha de
lótus e por fim embrulhavam-no numa mistura de barro.
Hoje em dia é um prato típico chinês bastante procurado e também
comercializado por parte dos restaurantes.
Receita Frango do Mendigo
Ingredientes:
10gr - açúcar
1kg frango
10ml - vinagre vinho tinto
200ml - vinho branco
20ml - mei kwei lu (vinho chinês de grãos de sorgo, aromatizado com
extrato de rosa
10gr - mistura de anis, pimenta, erva-doce, cravo da índia e cássia
5gr - canela em pós
20gr - sal
Recheio:
100gr - bambu ralado
100gr - cogumelos
100gr - carne porco picada
5gr - frango triturado
100gr - folhas de mostarda
500gr - gordura de porco
Q.b. - sal
Preparação:
1. Limpe o frango e passe-o para um recipiente para o forno;
2. Misture o açúcar, vinagre, vinho branco, vinho chinês, as cinco especiarias,
canela e sal;
3. Esfregue o frango com esta mistura e deixe-o marinar por 12 horas;
4. Numa frigideira, misture em lume médio o bambu, os cogumelos, as carnes e a
mostarda e tempere com sal;
5. Recheie o frango e feche-o com palitos;
6. Unte as folhas de lótus com a gordura do porco e embrulhe o frango;
7. Por fim, asse-o em forno quente (200ºC) por cerca de 2horas.
Xiao Long Bao – Bolinhos de carne
Estes bolinhos tradicionais chineses derivam de um homem chamado
Huang Mingxian que vendia pãezinhos de porco num carrinho em Xangai,
no ano de 1860. Este tornou-se bastante popular pelos visitantes do
parque.
Ilustração 5 - Frango do Mendigo
Os restaurantes vizinhos, apercebendo-se da popularidade destes
bolinhos, depressa começaram a fazê-los igualmente para si. Huang
pretendendo continuar à frente da concorrência, decidiu tornar os seus
pães ainda mais suculentos daquilo que já eram, usando menos pele do
porco.
À medida que o tamanho do enchimento aumenta, reduz-se a
espessura do bolo em torno de modo a manter o mesmo tamanho em todos
os bolinhos.
Os pães tradicionalmente fazem parte da Província Jiangnan. Em
regiões cantonesas é igualmente servido pelo Yum Cha (=Beber chá) altura
da manhã, tradicional nestas regiões, que envolve o consumo de chá
juntamente com Dim Sum e estes bolinhos Xiao Long Bao.
Atualmente e apesar de não ser tradicionalmente consumidos como
parte de uma refeição principal, alguns restaurantes têm nos últimos anos
começado a utilizar Xiao Long Bao como prato principal. Também hoje em
dia já se produzem e vendem mundialmente Xiao Long Bao congelados.
Receita de Xiao Long Bao
Ingredientes :
Recheio:
2 pedaços de gengibre
Q,b - cebolinha
225ml - água
120gr - pele de porco
200gr - lombo de porco moído
30ml - molho de soja
15ml - óleo
Q.b. - sal e pimenta
Preparação :
177ml - farinha de trigo
105ml - água
1. Numa panela coloque 1 pedaço de gengibre, cebolinha, pele de
porco e a água;
2. Leve ao fogo e cozinhe em fogo baixo por cerca de 1 hora e meia;
3. Leve ao frio até ficar com uma textura espessa;
4. Misture a carne de porco com todos os outros ingredientes e
acrescente o preparado anteriormente confeccionado e reserve de
novo no frio por meia hora;
5. Divida a massa em 16 porções iguais;
6. Faça uma bolinha em cada porção e abra essa bolinha criada;
7. Coloque cerca de 20gr de carne no meio da massa e feche a massa;
8. Encha uma panela com água e leve e deixe cozinhar por 10 minutos;
9. Serve logo juntamente com molho de soja.
Produtos típicos | Origem | Evolução
Tofu
Há dois mil anos os chineses descobriram que ao misturar sal precipitado da
água do mar ao leite de soja, o leite dividia-se e dava origem a uma espécie de
coagulação vegetal, com sabor suave e textura macia. Os sacerdotes Kento que foram
à China no final do século 8 estudar budismo, regressaram ao Japão com o produto na
Ilustração 6 - Xiao Long Bao
bagagem. Foi aí que ele ganhou o nome de tofu e se tornou integrante obrigatório da
dieta livre de proteínas animais que os monges budistas seguem desde então. Apesar
disso, o primeiro registro do termo tofu data do ano de 1500.
Sucessivamente, o tofu passou a fazer parte das receitas culinárias da nobreza
japonesa, chinesa e dos samurais principalmente durante a era Edo, de 1603 a 1867.
Este produto era o preferido do fundador da Dinastia Ming, Zhu Yuahzhang pois este
produto relembrava as lembranças da sua juventude quando passava fome e de certo
dia quando bateu à porta de uma senhora para pedir comida. Mas com pouco para
oferecer, a senhora recheou um pedaço de tofu com legumes e vegetais cozidos. O
sabor ficou tão marcante que, quando se tornou imperador, Zhu ordenou que o prato
constasse no cardápio imperial.
Moyashi - Brotos
Moyashi ou brotos de bambu ou soja são originários da China, da Província de Anhui,
sendo actualmente bastante comercializados e consumidos também no Japão. Pensa-
se que a sua origem venha dos monges budistas, que o introduziram no continente,
durante a era chinesa tradicional. Durante a Segunda Guerra Mundial, possibilitou-se a
produção deste alimento em navios de guerra, pela sua facilidade e rapidez de cultivo,
necessitando de pouca luz para a sua germinação.
Ilustração 7 - Tofu
Assim a sua germinação necessita de então pouca luminosidade, sendo as sementes
humidificadas e deixadas à temperatura ambiente dentro de um compartimento
transparente, com aberturas para possibilitar o excesso de água a drenar pois caso os
brotos estejam completamente submergidos em água, estes morrem e decompõem
rapidamente. Após 3 a 10 dias, os brotos crescem o suficiente para serem usados,
devendo estes serem fervidos de modo a matar germes que possam estar presentes
nos brotos. e em algumas pessoas leva a sintomas como flatulência, má digestão,
dores abdominais e constipação intestinal. Portanto torna-se vantajoso, para o
consumidor, em comer os brotos ao invés de comer o grão do feijão ou da soja, pois
ao deixá-los de molho na água esses inibidores são eliminados, fazendo a digestão e
absorção dos nutrientes mais simples.
. Para os orientais, o bambu é sinal de sabedoria, serenidade e paz. Na técnica
chinesa de harmonização de ambientes, o bambu tem a função de purificar a casa,
como condutor natural de energia, acabando com as vibrações negativas.
Shiitake – Xiānggū
Xiãnggū, o nome chinês para este tipo de cogumelo, é um produto
originário da China, mas também do Japão, Vietname, Coreia e Tailândia,
sendo bastante influente na culinária do Este da Ásia. O mais velho registo
deste cogumelo data a Dinastia do Imperador Chūaiin. Apesar disso, o primeiro
registo escrito efetuado da sua cultivação data a Dinastia Sung, d.C. – 960 / 1127.
Ilustração 8 - Moyashi - Brotos
Na culinária chinesa, Shiitake é utilizado na maior parte dos pratos em
saladas vegetarianas, principalmente no prato Lo Hon Jai, um prato
vegetariano budista.
Este produto é vendido igualmente seco e deve ser demolhado em água antes de o
cozinhar. É também utilizado como um cogumelo medicinal, pois tem quatro vezes
mais sabor que o cogumelo comum e oferece altos níveis de proteínas, potássio,
vitamina B, cálcio, magnésio e fósforo. Proporcionam nutrientes para combater vírus e
regula a pressão arterial, também são utilizados para combater cancro, HIV, diabetes,
entre outras doenças.
Existem dois tipos destes cogumelos, o Huagu (=cogumelo flor) mostrado à esquerda
e o Donggu (=cogumelo de inverno) à direita.
Hoje em dia este cogumelo tornou-se muito popular pelo mundo fora, exemplo da
Rússia que produz em massa e consome este produto. Também actualmente está a
ser difundido pela cozinha ocidental, existindo uma indústria global para a produção
deste produto, com produtores na China, Japão, Coreia e muitos outros
Soja
Este alimento foi introduzido e domesticado pelos chineses há cerca de 5 mil
anos, onde a selvagem originaria deste produto, crescia nas proximidades dos lagos e
rios da região central da China. Diz a lenda que o Imperador Shennong proclamou que
a soja estava dentro das cinco plantas sagradas, o arroz, trigo, cevada, milho e a soja.
Inicialmente apenas a sua produção era feita na China, mas depressa se espalhou
Ilustração 10 - cogumelo Huagu Ilustração 9 - cogumelo Donggu
para outros países. Tais países foram as Filipinas, Vietname, Tailândia, Camboja,
Malásia, Japão, Nepal entre muitos outros
O seu uso foi se difundido e utlizado para diversos pratos e foi ele próprio
transformado para diversos usos, entre os quais a farinha de soja, o molho de soja, o
leite de soja, para alimentação de gado, queijo de soja.
Este produto é rico em proteínas, podendo ser consumida em grão ou então
nas formas descritas em cima. Os grãos, verdes e moídos, produzem uma farinha
usada na fabricação de macarrões fininhos, parecidos com os do tipo cabelo-de-anjo.
Em Xangai, uma bebida muito consumida no café da manhã é o sumo de leite de soja,
batido com shoyu, açúcar e pickles, e acompanhado por um pão redondo de trigo.
Bastantes estudos feitos, mostram que o consumo de soja trás
benefícios para a saúde do consumidor, sendo associado à redução do
cancro da próstata, do cancro da mama, da redução do colesterol, da
menopausa, melhoria na memória e concentração, doenças cardíacas,
Óleo de Gergelim – Sésamo
O gergelim é uma das espécies vegetais mais antigas cultivadas pelo
homem, sendo cultivada à mais de 6.000 anos. Relatos sobre o capacidade
terapêutica do óleo de gergelim foram encontrados em antigos pergaminhos egípcios,
do tempo dos faraós, impérios entre os rios Tigre e Eufrates, onde cultivavam
comercialmente o gergelim e onde consideravam as sementes sagradas.
Ilustração 11 - Soja
Estas sementes darão processo à criação do óleo de gergelim. Este
óleo é obtido a partir da prensagem a frio das sementes tostadas, ficando
com uma coloração âmbar.
Os seus benefícios nutricionais são grandes pois estas sementes são
ricas em minerais como o ferro, fósforo, cálcio e de vitaminas B e E.
Igualmente possui propriedades antioxidantes e é uma excelente fonte de
proteínas.
Atualmente a sua cultura e confecção estende-se a vários outros
países do mundo, exemplo dos países mediterrâneos, Africa e América, e é
utilizado para a confecção de saladas doces e salgadas, decoração de
sobremesas e canapés
Influências gastronómicas
A China é um país gigantesco, que apresenta uma grande diversidade no seu
clima, na etnicidade e na cultura, como também na culinária, sendo uma nação que
exibe uma diversidade de estilos gastronómicos.
A China apresenta, quatro estilos da sua cozinha regional primordiais, baseada na
localização geográfica. Cada um destes detém um traço caraterístico, e utiliza
métodos únicos e ingredientes que são específicos da sua região.
Estes quatros estilos são:
Culinária Cantonesa
Culinária Szechuan
Ilustração 12 - Óleo de gergelim
Culinária Cantonesa
Originária da produtiva região de Cantão, no sul da China, apresenta uma
abundância de produtos frescos e frutos do mar. A culinária Cantonesa mostra uma
grande diversidade de estilos, ingredientes e pratos. É este estilo mais familiar e
dispersado, podendo, culinária Cantonesa, poder ser encontrada nas "Chinatowns" de
diversas cidades do mundo.
A culinária clássica Cantonesa dá importância à qualidade e ao frescor dos
ingredientes, e os chefes Cantoneses especializam-se em técnicas que conservam o
sabor natural dos ingredientes, seja cozinhando ao vapor, assado ou fritando
ligeiramente os alimentos. Sendo as carnes assadas e grelhadas as mais vendidas
nos restaurantes chineses.
A cozinha cantonesa também é popular pelo uso subtil na utilização dos
molhos e pela diversidade de ingredientes e métodos de culinária.
Dos pratos clássicos Cantoneses podemos destacar o Dim Sum (=toque do
coração), que simboliza o cuidado meticuloso que os chefes colocam nos seus pratos.
Variados bolinhos e pastéis também são pratos típicos desta região. Por fim, rolinhos
ao vapor de carne assada, porco agridoce, sopa de barbatana de tubarão e arroz frito
fazem parte do cardápio Cantonês.
Ilustração 14 - Cidade de Cantão
Culinária Szechuan
Outro estilo culinário tradicional, pertence à província de Szechuan, a maior da
China. É uma região isolada do mar, ao contrário da anterior província, e montanhosa.
Este estilo culinário é muito condimentado, e é caracterizado pelo uso de pimentas,
óleo de gergelim e de vegetais como a cebola e o alho. Estes temperos fortes foram
introduzidos pelos budistas e também por influência estrageira, como por exemplo da
India. Estas pimentas foram trazidas para a região no século 16 pelos mercadores
espanhóis, daí a sua influência.
Os pratos populares desta província, são o famoso Frango Kung Pao, o pato
defumando em chá, este cozido em vapor e temperado com folhas de chá, Ma Po Dou
Fu (=coalhada de feijão chinesa de mapo), Hui Guo Rou (=porco cozido), La Zi Ji Ding
(=galinha com pimenta), Shui Zhu Niu Rou (=bife com chili), Gan Bian Si Ji Dou
(=camarões picantes salteados), Tan Zi Rou (=porco cozido ao vapor), Cong La Yu
Kuai (peixe com alho), Sichuan Liang Gan Rou (=porco seco ao ar), Fei Cui Xia Ren
(=camarão salteado com ervilhas),
Característico desta região é uma velha tradição onde são necessários na cozinha
sete sabores indispensáveis, são estes:
Doce – mel e do açúcar
Ácido – vinagre
Sabor de nozes – sementes de sésamo
Amargo – aipos
Aromático – alho e
gengibre
Picante – malagueta
Salgado – sal ou da soja
Ilustração 15 - Cidade de Szechuan
Culinária Pequim
Este estilo gastronómico vem da região do norte da China, sendo este o mais
ecléctico, diversificado do país. Esta província engloba receitas das cortes imperiais,
receitas da Mongólia e igualmente por parte dos muçulmanos, devido à sua invasão
neste país.
A culinária do norte da China utiliza pimentas, chili, pasta de feijão, alho,
coentros, alho-porro, gengibre, sendo este tipo de ingredientes “quentes” utilizados
para preservar o calor do corpo durante o inverno, longo e frio do norte.
Os pratos típicos desta província são o Bao Du (=tripas de animais fritas), o Bai
Shui Yang Tou (=cabeça de ovelha fervida), Beijing Kao Ya (=o famoso pato assado
servido geralmente com panquecas), Qing Tang Wan Zi (=sopa de almôndegas), Zha
Jiang Mian (=noodles com pasta de feijão), Jiao Quan (=anéis fritos), os salgadinhos e
frutas caramelizadas.
Culinária Xangai
Ilustração 16 - Cidade de Pequim
Localizado a Este da China, o sabor agridoce é típico da província de Xangai.
Este estilo não tem uma cozinha própria, sendo similar à de Pequim, apenas com um
sabor menos picante. Os pratos desta região são mais gordurosos e pesados devido
ao uso de vegetais em conserva como por exemplo carnes salgadas e pickles e é
comum a utilização do açúcar em diversos pratos, estes combinados com molho de
soja. É aqui que são produzidos os melhores molhos de soja e vinhos de arroz,
conferindo um tom avermelhado típico aos pratos devido à carne fervida lentamente
neste molho de soja.
Sendo uma província localizada ao pé do mar, uma característica desta região
é a grande variedade de pratos de peixes e frutos do mar.
Os pratos populares são estes: o Camarão Bêbado, muito popular, onde os
camarões são cozidos vivos num caldo de ervas e licor, os Ovos de 1000 Anos, feitos
de acordo com a tradição de Xangai, onde os ovos são imersos numa solução alcalina
durante 1 mês, o Frango do Mendigo, Caranguejo Peludo, Dong Po, Xi Hu Chun Cai
Tang (=sopa do lago), e pratos com macarrão, pão e arroz, já que o arroz e o trigo são
aqui cultivados.
Yin e Yang – Harmonia e equilíbrio entre sabores
Ilustração 17 - Porto de Xangai
A teoria do yin e yang é uma filosofia seguida pela origem milenar da comida
chinesa em torno do conceito qualidade e harmonia. Esta filosofia baseia-se pelo
princípio taoista do yin e yang, onde os opostos se completam entre si, sendo deste
modo que os chefes chineses se baseiam para confeccionar os seus pratos. Eles
acreditam que é necessário haver uma perfeita harmonia entre o aroma, temperatura,
textura, cor e consistência dos alimentos e que também deverá “saciar” os cinco
sentidos do ser humano, para que no fim da refeição, se possa ter tido plena
satisfação. Para os chineses, comer não é apenas uma atividade “normal” mas sim a
base da sua cultura.
Um prato deverá ser doce (yin) e salgado (yang) ser aveludado (yin) e cui
(=crocante) (yang) ser frio (yin) e quente (yang). Este equilíbrio garante não só uma
boa refeição mas também uma boa saúde. Para garantir esta plena harmonia de
sabores e uma dieta equilibrada também deverá estar presente no prato pequenas
porções de Fan (=grãos, feijão) e Cai (=vegetais).
Podemos dizer que para os chefes chineses cada passo para levar à harmonia
de um prato, o seu aroma, temperatura, textura, cor e consistência é para eles uma
arte milenar, sendo que não se prendem a receitas, havendo para eles uma grande
flexibilidade, desde que no fim essa harmonia esteja presente.
Para além desta filosofia os chineses acreditam que existem cinco campos de
energia: madeira, metal, água, fogo e terra. Na culinária estes cinco campos são
representados pelo azedo (madeira), salgado (água), doce (terra), picante (metal),
amargo (fogo). Para eles uma receita deverá ser baseada nestes cinco campos,
acreditando que se houver um desequilíbrio entre estes, isso possa levar até ao
aparecimento de doenças.
Cada um dos cinco elementos corresponde a certos órgãos, a um sabor, um
órgão dos sentidos, uma estação do ano, um clima, uma emoção, uma cor, um odor,
um ponto cardeal, uma virtude, direcção, secreção e uma forma de expressão.
Cada tipo de pessoa é classifica ou de Yin ou Yang. Uma pessoa Yang pode
consumir qualquer comida Yin mas poderá ter problemas ao ingerir pequenas