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[Recensão a] Gilbert, Maurice - La sagesse de l’Ancien Testament

Autor(es): Carreira, José Nunes

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RECENSÕES

MAURICE GILBERT (ed.), La sagesse de l’Ancien Testament. Nouvelle édition mise à jour, (Bibliotheca Ephemeridum Theologicarum Lova- niensium, LI), Leuven University Press/Uitgevereij Peeters, Leuven 1990. 455 pp.ISBN 90 6186 399 6 (University Press)/ISBN 90 6831 263 4 (Peeters).

Em boa hora, coordenador e editores resolveram dar à estampa a 2.a edição deste conjunto de estudos, apresentados originalmente ao XXIX Colloquium Biblicum Lovaniense (29-31 de Agosto de 1978; a primeira edição é de 1979). A sabedoria do Antigo Testamento é es- pecialmente importante, até por ter fornecido o rótulo a um género— o «sapiencial» — das literaturas do Oriente Antigo. E as notas adi- cionais apensas ã 2.a edição (particularmente útil a primeira, intitulada «Une décénnie sur les livres sapientiaux, 1979-1989», e assinada por M. Gilbert, pp. 399-406) evidenciam a solidez e a actualidade desses estudos.

Sabedoria foi para os seus cultores mais que um género literário; foi método e mentalidade, que se espalharam por outros géneros em Israel, no Egipto (casos da «Narrativa de Sinuhe» e do «Conto do Náu- frago») e na Mesopotâmia («Mito de Adapa», hinos a Shamash e até prólogo e epílogo do «Código de Hammurabi», por exempo). Daí a di- visão da Obra em duas partes, dedicando a Primeira («Ampleur du courant de sagesse», pp. 15-149) ao contexto israelita e internacional do movimento, e a Segunda («Les livres sapientiaux de l'Ancien Tes- tament», pp. 151-396) aos livros do cânone segundo a tradição católica (incluindo Ben Sira e Sabedoria). Os autores que o desejaram tiveram oportunidade de actualizar os seus estudos com as referidas «notas adicionais» (pp. 397-425). 0 volume encerra com um «Lista das prin- cipais abreviaturas» (pp. 427-429), «índice dos nomes de autores» (pp. 431-438), «Indice de referências bíblicas» (pp. 439-450) e «índice das notas adicionais. Nomes de autores» (pp. 451-455). O índice geral («Table des matières») vem imediatamente a seguir ao rosto (pp. 5-6).

O pano de fundo internacional mal é aflorado (H. Cazelles, Suméria e Mari, pp. 17-27). Melhor sorte teve o contexto intra-bíblico da sabe- doria, que se procurou detectar no Deuteronomio (C. Breekelmans, pp. 28-38), no Proto-lsaías (J. Vermeylen, pp. 39-58), no SI 73 (J. Luyten, pp. 59-81), no SI 119 (J.P.M. van de Ploeg, pp. 82-87) e no Cântico dos Cânticos (N.J. Tromp, pp. 88-95). Pertencem ainda à secção três en- saios estimulantes: J.L. Crenshaw, «Questions, dictons et épreuves im- possibles» (pp. 96-111), aflora os processos que interpelam a inteli- gência, mensagens codificadas que revelam e enganam («A mon avis,

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les enigmes soulignent la malice, les proverbes numériques attirent l’attention sur Teros’, les dialogues en forme de questions expriment l’humour, souvent un humour macabre, et les questions impossibles !’étonnement», p. 100); S. Amsler debruça-se sobre «A sabedoria da mulher» (pp. 112-116), reconhecendo embora à partida que «não se pode dizer muito sobre o contributo das mulheres à sabedoria israelita» (p. 112) e 0 «ângulo muito negativo» (p. 113) em que é vista a mulher na primeira secção de Provérbios — quem sabe até se as invectivas de Amós (4,1-4) contra as damas de Samaria não denunciam uma «orientação sapiencial» (p. 115); muito mais embrenhado nos meandros da Exegese e da Teologia, P.-E. Bonnard, «De la Sagesse personifiée de l’Ancien Testament à la Sagesse en personne dans le Nouveau» (pp. 117-149), reduz (pouco convincentemente, por não fazer justiça a Prov 8,22-30) a sabedoria personificada a simples atributo de Javé (p. 133: «n’est autre que la sagesse même de Yahweh»); e salienta jus- tamente a importância do Antigo Testamento para a melhor com- preensão de Jesus, a Sabedoria divina incarnada (1 e 2 Corintios) — «il serait souhaitable que les grands textes sapientiaux mettant en scène la Sagesse personnifiée soient davantage utilisés pour faire dé- couvrir l’être et l’action du fils de Dieu...» (p. 146).

O texto de B. Lang, de si não vinculado a nenhum livro bíblico, as- sentaria bem na Parte I. Deve ter sido «a figura dominante do professor em Prov 1-9» (p. 201) a arrastá-lo para a Segunda Parte. São obser- vações judiciosas tiradas da Arqueologia e dos textos bíblicos sobre o papel da escola («ao ar livre», p. 200) no antigo Israel. Os Provérbios (10,1-22,16) ocupam ainda R.N. Whybray (pp. 153-165), W. Mckane (o interpelativo «Functions of Language and Objectives of Discourse according to Proverbs, 10-30, pp. 166-185) e M. Gilbert (exaustivo tra- tamento de Prov 8, pp. 202-218, onde se propõem as acepções de «gerou-me» para qânâny, v. 22, e «infante» para ’amôn, v. 30a). O resto da Obra ocupa-se de: «Diálogo e comunicação em Job» (G. Fohrer, pp. 219-230), «Consciência do justo em Job 29-31» (J. Lévêque, pp. 231-248), estrutura de Qohelet (D. Lys, pp. 249-258; J. Coppens, pp. 288-292), pretensa misogenia de Qohelet (N. Lohfink, pp. 259-287), o escriba sábio de Sir 38 (J. Marböck, pp. 293-316 — não depende da Sátira dos Ofícios egípcia, p. 295), «luz — intérprete da sabedoria em Ben Sira» (L. Prato, pp. 345), «casamento com a sabedoria (?)» no livro do mesmo nome (P. Beauchamp, pp. 347-369), o significado reli- gioso de «doxa» no Livro da Sabedoria (F. Raurell, pp. 370-373), con- tributo do método hermenêutico de P. Ricoeur para a exegese do mesmo livro (J.M. Reese, pp. 385-396).

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Seria desejável que se concedesse maior espaço à sabedoria in- ternacional, até porque se salientam as afinidades da mast egípcia com a sabedoria personificada (pp. 130-131). Quem sabe se à luz do Egipto não se esbateriam as duas acepções possíveis de qâny, «gerar», «criar», pp. 209-210), pois «gerar» é uma das formas de «criar» no Egipto (toledot, «gerações», é também usado para a criação em Gn 2,3).O que não tira a que o actualizado e valioso conjunto de ensaios se torne indispensável para aquilatar do estado da investigação na fase terminal do nosso século.

José Nunes Carreira

KARE BERGE, Die Zeit des Jahwisten. Ein Beitrag zur Datierung jah- wistischer Vätertexte (BZAW 186), Walter de Gruyter, Berlin/New York1990, X+329 pp. ISBN 0934-2575

A dissertação de doutoramento apresentada em 1985 à Faculdade de Teologia da Universidade de Oslo navega a contracorrente das pro- postas demolidoras da hipótese documentária. Não que o Autor de- nuncie algum propósito reaccionário. É antes uma análise meticulosa e serena, baseada em crítica literária metodologicamente rigorosa, produto de pesquisa de biblioteca e de diálogos com investigadores noruegueses e alemães, entre os quais se incluiu H.H. Schmid.

Delineando, antes de mais, o campo a explorar (cap. I: estado da questão, método, objectivos e textos a analisar), o Autor estuda «Génesis 12,1-9» (cap. Il, pp. 11-76), «Génesis 26 e as ‘narrativas da mulher do patriarca’» (cap. Ill, pp 77-118), «Génesis 27,27b e contexto» (cap. IV 119-146), «Génesis 28,10-22 e contexto» (cap. V, pp. 147-194), «Ά fórmula de assistência’» (cap. VI: «Die Beistandsformel», pp. 195־ -227), interroga-se no cap. VII se «bênção para os povos» é «critério de datação de J» («‘Segen für die Völker’ — ein Datierungskriterium für J?», pp. 229-271), tratando, por ultimo de «A promessa de bênção» (cap. VIII, pp. 273-310). Fecham a Obra as «Conclusões» (IX, pp. 311- 3 1 3 ־ ) , a Lista de bibliografia (pp. 315-326) e o índice de lugares bíblicos (pp. 327-327 — o índice Geral vem logo após o prefácio, nas pp. VII-IX).

Três coordenadas emergem em praticamente todos os capítulos: história e estádio actual da investigação, crítica literária, exegese e con- sequências para a datação. Partindo de textos tradicionalmente atri- buídos ao Javeísta, o Autor analisa os fundamentos e as críticas, sobretudo as mais recentes, a tal atribuição, sem medo de aderir

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