RECICLA, NORDESTE - sfiec.org.br · É promovendo a qualidade de vida e prevenindo doenças que a...

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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano VI n N o 66 n NOVEMBRO/2012 Impresso Especial 9912285067/2011-DR/CE FIEC CORREIOS 3 Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT /sistemafiec @fieconline RECICLA, NORDESTE Principal evento do setor na região Nordeste, a Recicla Nordeste, promovida pelo Sindverde com o apoio da FIEC, estimula a realização de negócios e promove a sustentabilidade ambiental e a inserção social dos atores da cadeia produtiva

Transcript of RECICLA, NORDESTE - sfiec.org.br · É promovendo a qualidade de vida e prevenindo doenças que a...

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáAno VI n No 66 n NOVEMBRO/2012

ImpressoEspecial

9912285067/2011-DR/CEFIEC

CORREIOS

3

Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT

/sistemafiec

@fieconline

RECICLA, NORDESTEPrincipal evento do setor na região Nordeste, a Recicla Nordeste, promovida pelo Sindverde com o apoio da FIEC, estimula a realização de negócios e promove a sustentabilidade ambiental e a inserção social dos atores da cadeia produtiva

NOVEMBRO 2012 | No 66

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

........................................................................................

EstagiáriosCapaCitaçãO pEssOalIEL realiza periodicamente série de

encontros voltados a oferecer aos

estagiários meios de se tornarem

diferenciais competitivos

TecnologiaiNCENtiVO à iNOVaçãOEdital SESI SENAI de inovação

2012 contempla cinco projetos

de inovação em diversas áreas de

empresas cearenses

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Seções

MensagemdaPresidência........5

Notas&Fatos..............................6 Inovações&Descobertas..........17

Startups Recursos hídricos4018

Ginástica na empresaMais saúdE NO tRaBalhOInvestir na qualidade de vida

do trabalhador é sinônimo de

bem-estar e saúde e retorno em

produtividade para as empresas

SustentabilidadeREduçãO dE CO² Na iNdústRiaCNI assina documento beneficiando

com investimentos setores da

indústria que cumpram metas de

emissão de redução de poluentes

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NOVOs NEgóCiOsApós estudo da economia cearense, 12 estudantes do ITA e de instituições cearenses geraram 27 ideias de startups com alto potencial de sucesso

FiEC COMpõE CONsElhO Setor industrial é grande consumidor de água, sendo diretamente atingido por qualquer decisão a respeito de sua distribuição e comercialização

Recicla NordesteEvento promovido pelo Sindverde estimula a realização de negócios na área de reciclagem e o resgaste social de quem participa dessa cadeia produtiva

24CAPA

É promovendo a qualidade de vida e prevenindo doenças que a indústria cearense cresce cada vez mais. As unidades do SESI no Ceará oferecem serviços de Saúde e Segurança do Trabalho - SST, que visam garantir saúde, evitar riscos de doenças e acidentes e proporcionar ambientes de trabalho seguros e saudáveis.

É promovendo saúde e qualidade de vida para o trabalhador que o SESI gera mais produtividade para a indústria.

www.sesi-ce.org.br

DO TRABALHADOR DA INDÚSTRIAO SESI CUIDA DA SAÚDE

FoTo

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PSQTsOCialMENtE REspONsáVEisPrêmio SESI Qualidade no

Trabalho reconhece 31 práticas

de empresas socialmente

responsáveis no Ceará

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3Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

Revista da FIEC. – Ano 6, n 66 (nov. 2012) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.

CDU: 67(051)

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Camila Gadelha ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected]) e Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Taís

Brasil Millsap Coordenação gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901. Telefones (085) 3421-5435 e 3421-5436 Fax (085) 3421-5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Gerente da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421-5434, 9187-5063, 8857-1594 e 8786-

2422 — [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

Federação das indústrias do Estado do Ceará — FiECDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Prado, Jorge Alberto Vieira

Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha Pereira Filho Diretores Antonio Lúcio Carneiro, Fernando Antonio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa

Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venicius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros. CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antonio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão. Delegados da CNI

Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita.Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho

serviço social da indústria — sEsiCONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcos Silva Montenegro, Alexandre Pereira Silva, Carlos Roberto Carvalho Fujita, Cláudio Sidrim Targino Suplentes Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo, Marcus Venicius, Coutinho Rodrigues, Ricardo Nóbrega Teixeira, Vicente de Paulo Vale Mota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representantes do Governo

do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo

Pedro Valmir Couto Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães

serviço Nacional de aprendizagem industrial — sENaiCONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho, Ricardo Pereira Sales Suplentes Luiz Eugênio Lopes Pontes, Francisco Túlio Filgueiras Colares, Paula Andréa Cavalcante da Frota, Luiz Francisco Juaçaba Esteves Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes

da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto Suplente Eduardo Camarço Filho Representante do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio

Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima Diretor do Departamento Regional Fernando Ribeiro de Melo Nunes

instituto Euvaldo lodi — iElDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

instituto de desenvolvimento industrial – iNdiPresidente Roberto Proença de Macêdo – Diretor Corporativo Carlos Matos

instituto FiEC de Responsabilidade social – FiREsOPresidente Roberto Proença de Macêdo – Vice-presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar

MensagemdaPresidênciaRoberto proença de Macêdo

O informativo especial da CNI sobre as eleições municipais de 2012, intitulado Prefeitos Eleitos – Propostas para a Indústria, traz interessantes ideias dos próximos prefeitos das capitais brasileiras sobre temas do nosso interesse. Essa inicia-tiva da nossa entidade máxima é de grande importância por fa-cilitar o alinhamento das lideranças industriais com os gestores públicos municipais. No rol das propostas do nosso futuro prefeito Roberto Cláu-dio Rodrigues Bezerra, selecionadas pela CNI, encontramos sintonia com o pensamento que os representantes da indústria do Ceará vêm expressando em dife-rentes momentos sobre a administra-ção da nossa capital. As proposições de Roberto Cláudio, no que se refere ao desenvolvimento econômico, estão muito voltadas para a criação de uma ambiência favorável à inovação, à criatividade e ao em-preendedorismo. Essa visão expressa uma percepção de uma tendência de profundas transformações do setor produtivo em curso no mundo. A busca de novos saltos tecnológicos e de novas formas de produção é um tema que está na pauta da futura gestão da Prefeitura de Fortaleza, da FIEC e da CNI. Tanto que o convidado para a palestra magna do 7º Encontro Nacional da Indústria – ENAI (Brasília, 5 e 6/12) é Paul Markiliie, autor do célebre ensaio A Terceira Revolução Industrial. Propostas como a da criação do Fundo Municipal de Ciência e Tecnologia da Informação, implantação de uma Rede de Dis-tritos Criativos, estruturação da economia criativa, desenvolvi-mento de projetos industriais em áreas degradadas e nos vazios espaciais e fortalecimento da economia do entretenimento são alguns dos exemplos que demonstram a disposição do novo gestor municipal de fomentar a nova indústria.

Fortaleza e a nova indústria Em consonância com isso, o prefeito eleito contempla em seu programa medidas de grande importância para a capacitação das pessoas, a exemplo do aumento da alocação de recursos para a educação e a implantação de centros de excelência para a formação profissional e empregabilidade de jovens. Me-didas que podem se casar bem com o que o Sistema FIEC, por meio do SENAI, tem a oferecer à juventude que chega-rá às nossas instalações com mais qualificação e com mais consciência de cidadania. Cultura e inovação são um binômio também contemplado

nas propostas da nova administração de Fortaleza. Vejo isso como uma ja-nela que se abre para o exercício de parcerias público-privadas nas quais nós industriais podemos dar relevan-tes contribuições na dinâmica da vida social e econômica da nossa cidade. A necessidade de cuidar bem de Fortaleza, dos que moram aqui e dos que nos visitam está presente em pro-jetos de saúde pública, saneamento básico, compatibilização do cresci-mento econômico com a conservação

do meio ambiente e melhoria da gestão ambiental. Os industriais do Ceará têm, portanto, muitos motivos para acreditar nas possibilidades de um trabalho conjunto em benefício de Fortaleza, pois, além dos temas afins, o prefeito eleito Roberto Cláudio se declara disposto a au-mentar a cooperação, a parceria e a articulação entre o se-tor público e a sociedade. O momento requer e é propício a grandes inovações. Pre-cisamos de um novo pensamento que nos habilite a fazer me-lhor o que precisa ser feito para colocar Fortaleza no patamar das metrópoles globais, destacada pela tradicional hospitali-dade e pela boa qualidade de serviço.

“ A busca de novos

saltos tecnológicos e

de novas formas de produção é

um tema que está na pauta da

futura gestão da Prefeitura de

Fortaleza, da FIEC e da CNI.

| RevistadaFIEC | Novembro de 20124 5Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

OEMPRESáRIo Marcos Soares tomou posse no último dia 5 de novembro na presidência do Sindicato das Indústrias Químicas,

Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de Petróleo do Estado do Ceará (Sindquímica). Do ramo de saneantes hospitalares e proprietário da empresa Fortsan, Marcos Soares substitui José Dias de Vasconcelos, que tomou posse em 2004 e conseguiu ampliar, em dois mandatos consecutivos, o quadro de associados de 32 empresas para 66. Eleito para o quadriênio 2012-2016, o novo presidente diz que, nos últimos oito anos, o Sindquímica teve como ponto forte o processo de mudança de cultura do segmento, com vistas à qualificação e certificação de empresas. Para a nova gestão, a intenção é aprofundar esse trabalho, a fim de qualificar os empresários a conquistar novos mercados, tanto fora do estado como do país. Para isso, a entidade vai buscar facilitar a participação em eventos nacionais e internacionais.

Notas&FatosO q u E a C O N t E C E N O s i s t E M a F i E C , N a p O l í t i C a E N a E C O N O M i a

Cione completa 50 anos e aL presta homenagem

JaiME aquiNO

Notas&FatossiNdquíMiCa

Nova diretoria quer ampliar conquistas do sindicato

siNdiCatOs

eNtRega da medaLha BeNi veRas

ENCONtRO NaCiONal

UNidade JURídiCa do sistema FieC se destaCa

o SInDICATo das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (Sindconfecções) e o Sindicato da Indústria de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas) promoveram em 20 de novembro, às 19h30, no salão Iracema, no Marina Park Hotel, a outorga da comenda Beni Veras e do Destaque Empresarial 2012 do setor de confecções do Ceará. Este ano, foram agraciados com a medalha Ivan Rodrigues Bezerra, presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará e 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), e Raimunda Guedes da Costa (in memorian), fundadora das Confecções Mundica Paula. O Destaque Empresarial 2012 foi concedido a Liana Thomaz, diretora presidente do Grupo Água de Coco.

A UnIDADE Jurídica do Sistema FIEC participou do 10º Encontro Nacional dos Advogados do Sistema Indústria (Enasi), em 8 e 9 de novembro, na cidade de Natal (RN). A unidade fez a defesa de três trabalhos selecionados para o Prêmio Enasi de Trabalho Jurídico 2012 – SENAI 70 Anos. Trata-se de um destaque de sua atuação, uma vez que profissionais de todo o país se inscreveram para o prêmio. Dos 14 selecionados, três eram de autoria de advogadas do Sistema FIEC. Os trabalhos defendidos foram A isenção tributária do PIS no Sistema "S": posição inédita de nossos tribunais, Concurso público para o SESI e SENAI: a visão do TCU, do MP e do Judiciário e Perícia judicial: a importância da prova técnica e a imprescidibilidade da atuação conjunta do advogado e do assistente técnico. São autores Otônia Esther Meneses de Otôni Espíndola, Christianne Oliveira Collyer, Luana Barroso de Albuquerque, Raquel Dias Magalhães e Lívia de Almeida Souza.

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n o IEL/CE, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), lança o curso de

pós-graduação Gestão de Compras e Suprimentos, um programa com 368 horas/aula. Estão

entre as disciplinas: Técnicas de Negociação, Gestão Estratégica de Custos e Logística de

Aquisição e Distribuição. A previsão de início do curso é 18 de fevereiro de 2013 e as inscri-

ções podem ser feitas até 31 de janeiro. Outras informações pelos telefones 3421-6508 /

3421-6509 / 3224-0868, ou pelo e-mail [email protected].

AGENDA

OEMPRESáRIo Jaime Aquino, fundador e presidente da Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (Cione), foi homenageado no último dia 9 de novembro na Assembleia

Legislativa, por ocasião de sessão solene pela passagem dos 50 anos da empresa. A Cione tem cerca de 3 000 funcionários e, no período de safra, com as contratações temporárias, esse número pode passar de 5 000. Processa em torno de 30 000 toneladas de castanha de caju in natura por ano. Durante a solenidade, o deputado Manoel Duca (PRB), autor do requerimento para a realização da sessão, cobrou mais investimento na cajucultura para melhorar a eficiência da produção. Segundo o parlamentar, presidente da Subcomissão de Cajucultura, a principal ação deve ser a “renovação de plantios com material genético já desenvolvido e comprovado pelas pesquisas e assistência técnica efetiva nas propriedades, com a correção de solo e adubação”.

n o InSTITUTo Euvaldo Lodi (IEL) Nacional tem, desde o ano passado, parceria com a Universidade Steinbeis, de Berlim, a maior instituição de ensino privado da Alemanha. O convênio será estendido ao Ceará e os executivos de empresas cearenses poderão em breve participar de projetos de intercâmbio com aquela universidade. Como parte dessa ação, um grupo de 35 estudantes de doutorado da instituição visitou empresas e participou de atividades na sede da FIEC.

n o SESI/CE, em parceria com a Rede Globo, realizou em 10 de novembro, no Centro Integrado SESI/SENAI de Sobral, o evento Esporte Cidadania, iniciativa de promoção de ações educativas, de lazer e preventivas de saúde e incentivo à prática esportiva. Com o tema Esporte como direito de todo cidadão, o SESI recebeu cerca de 3 000 pessoas para um dia de atividades, como medição de glicemia, pressão arterial, massoterapia, acuidade visual e aplicação de flúor, emissão de documentos, exibição de filmes, recreação e torneios esportivos.

n o SEnAI/CE realizou em 31 de outubro, o workshop Apoio Financeiro Embrapii a Projetos de Inovação Tecnológica, para apresentar o projeto e ação piloto da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) do governo federal aos empresários cearenses. O coordenador do Projeto Embrapii do SENAI da Bahia (SENAI/BA), Silmar Nunes, apresentou aos empresários os objetivos do projeto, além de esclarecer quanto à participação de empresas e captação de recursos externos para financiamento de projetos de inovação tecnológica.

CURTAS---------------------

siNdiCERÂMiCa

setoR CeRamista paRtiCipa de diagNóstiCo NaCioNaLUMA PARCERIA entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI Cerâmica Vermelha está viabilizando a elaboração de um diagnóstico do setor ceramista no país. Atualmente é responsável por 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e por 293 000 empregos diretos, gerados por cerca de 7 400 empresas, que respondem pelo faturamento de 18 bilhões de reais. O diagnóstico visa criar estratégias para enfrentar desafios que afetam diretamente a sua competitividade, impedindo que haja um maior crescimento. O Ceará foi o único estado do Nordeste a receber, no último dia 8 de novembro, os consultores da empresa Inventta, responsável pelo trabalho. Na ocasião, o presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmicas e Premoldados do Ceará (Sindicerâmica), Fernando Ibiapina, disse que a vinda dos realizadores da pesquisa mostra a importância que o estado tem hoje no segmento nacional.

>> Cartas à redação contendo comentários ou sugestões de reportagens podem ser enviadas para a Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) Avenida Barão de Studart, 1980, térreo, telefone: (85) 3421-5434. E-mail: [email protected]

FiREsO

FORMaçãO Cidadã CONta COM 25 iNstituiçõEs dE ENsiNO supERiORReconhecido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) como tecnologia social bem sucedida, o programa Formação Cidadã atua nas Instituições de Ensino Superior (IES) para disseminar no meio acadêmico práticas culturais responsavelmente significantes e valores sociais mediante a implementação de disciplinas e cursos de extensão pertinentes à temática da responsabilidade social. Atualmente, 25 IES que atuam no Ceará fazem parte do programa, que está aberto a novas adesões. O programa é realizado pelo Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO), entidade ligada à FIEC, e promoveu no último dia 14 de novembro o 5° Encontro de Responsabilidade Social do Ensino Superior, reunindo a comunidade acadêmica que participa das atividades.

Gerardo Aguiar (ex-funcionário da Cione), José Carlos (funcionário da Cione), Jaime Aquino e Paulo de Tarso Meier, presidente do Sincaju

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| RevistadaFIEC | Novembro de 20126 7Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

Investir na qualidade de vida do trabalhador é sinônimo de retorno garantido, porque os funcionários faltam menos ao trabalho, produzem melhor e têm uma vida mais saudável

Mais saúde no trabalho e na vida

Ginástica na empresa

A o som de Agora só falta você, na voz de Nando Reis, cerca de 30 colaboradores do escritório administra-tivo da Construtora Mota Machado, uma das maio-

res de Fortaleza, têm, três vezes por semana, um início de manhã diferente. Mas não se trata de festa fora de hora. Na verdade, eles estão participando do programa SESI Gi-nástica na Empresa. Durante 15 minutos, profissional de educação física oferece uma injeção de energia por meio de exercícios de alongamento, flexibilidade, relaxamento, automassagem e dinâmicas diversas, que mudam para me-lhor a vida desses colaboradores.

Segundo pesquisas, parar ao menos dez minutos por dia no trabalho para se exercitar contribui para ser ter uma vida mais saudável e menos estressante. A analista da área de Lazer do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), Irabelly Mesquita Mendes, diz que a prática de exercícios físicos orientados por profissionais qualificados evita doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, além de aumentar a produtividade e a qualidade de vida dos funcionários, diminuindo as licenças médicas e indenizações decor-rentes de acidentes. “Exercícios de alongamento, postura e consciência corporal podem evitar doenças como as

lesões por esforço repetitivo (LERs) e os dis-túrbios osteomusculares relacionados ao tra-balho (DORTs)”, garante Irabelly.

Essa é a proposta do SESI Ginástica na Em-presa, ação integrante do Programa Lazer Ati-vo (veja na página 13 as demais atividades), que visa promover estilo de vida mais saudável no meio dos trabalhadores da indústria, de-pendentes e público em geral mediante ativi-dades lúdicas, físicas e socioeducativas desen-volvidas nas empresas ou nas instalações do SESI. Realizado desde 1998 em todo o país, o Ginástica na Empresa atende atualmente a mais de 2 000 empresas e a 600 000 trabalha-dores. No Ceará, são beneficiados 103 empre-sas industriais e 28 379 trabalhadores.

Na Construtora Mota Machado, que aderiu à ideia há dois anos e hoje mantém para seus fun-cionários duas ações do Lazer Ativo – Ginástica na Empresa e Circuito do Bem-Estar –, o número de absenteísmo é praticamente nulo. Conforme a analista de Recursos Humanos Talita Mesquita, as ações dos programas do SESI vão ao encontro da filosofia da empresa, que passa pela necessida-de de oferecer qualidade de vida não apenas aos clientes internos, mas também nas obras (público externo). “Construir um prédio sustentável ou trabalhar em um ambiente saudável está no cerne da política da Mota Machado. Por isso escolhe-mos o SESI, uma instituição de know-how reco-nhecido no mercado pela excelência de seus re-sultados, para cuidar dos nossos colaboradores.”

Não precisa praticar esportes radicais. Até

uma simples caminhada já faz muita diferença.Clarisse Sampaio, analista financeira

da Mota Machado

“ “

Retorno garantido

I nvestir na qualidade de vida do trabalhador é sinônimo de retorno garantido. Isso porque funcionários saudáveis faltam menos ao trabalho

e têm disposição para produzir mais e melhor. O que parece um slogan de marketing é, na verdade, algo concreto que a reportagem da Revista FIEC pôde comprovar no escritório da Mota Machado. A analista financeira da empresa, Clarisse Sampaio, por exemplo, se diz apaixonada por esportes. Praticante de caratê há dois anos, três vezes por semana, ela aconselha seus colegas de trabalho a mexerem o ‘esqueleto’ para ter uma qualidade de vida melhor. “Não precisa praticar esportes radicais. Até uma simples caminhada já faz muita diferença”, afirma. No momento da aula do SESI, Clarisse é uma das mais ativas, e tenta contagiar seus colegas a entrarem no embalo dos exercícios. “Quem senta perto de mim, puxo pra dar uma esticadinha. Só temos a ganhar com essa ação porque o corpo é uma máquina que precisa de movimento. Bom seria que tivéssemos essa atividade diariamente.”

Outro que entra no ritmo e é só empolgação na hora dos alongamentos é o coordenador financeiro Francisco Silva. Também há quatro anos na empresa, comanda uma equipe de nove pessoas, todas praticantes da ginástica laboral. Ele garante que nos dias em que o SESI está no local, o desempenho dos colaboradores melhora. “Quando começamos o expediente com as atividades físicas do SESI, a tendência é que o dia seja mais dinâmico e tranquilo, já que as pessoas estão mais relaxadas. Consequentemente, a produção melhora.”

Francisco explica que não participa apenas para ser exemplo e forçar sua equipe a entrar no embalo.

Garante que pratica porque já incorporou hábitos apreendidos nas atividades, como alimentação mais saudável e atividades físicas pós-trabalho: “Exatamente há dois anos, desde que começamos essa parceria com o SESI, passei a me alimentar com mais inteligência e fazer caminhada no bairro onde moro e até na avenida Beira Mar. E é claro que minha qualidade de vida melhorou”.

Comer mais verduras e frutas e praticar mais exercícios físicos fazem parte agora da rotina de Luana Rocha, em resposta às ações do SESI nas manhãs da Mota Machado. Nesse caso, a novidade é que outras quatro pessoas (todas da empresa) a acompanham. Elas saem em grupo e vão direto malhar, após o expediente, em uma academia próxima ao trabalho. Spinning, aeróbica e musculação fazem parte da rotina noturna das amigas, quatro vezes por semana. “Percebemos

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| RevistadaFIEC | Novembro de 201210 11Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

Se consigo deixar o ambiente melhor,

isso é reflexo da satisfação em ver que o trabalho do SESI faz diferença na vida das pessoas.

As atividades têm os cinco componentes

comportamentais: gerenciamento do estresse, alimentação saudável, relacionamentos saudáveis, comportamento preventivo e atividade física.

Andrea Lima Girão, professora do SESI

Ângela Martins Leal, coordenadora do

NAT de Lazer do SESI/CE

““

“SESI Ginástica na Empresa Conceito: ação socioeducativa e lúdica, desenvolvida de forma coleti-va e voluntária pelo trabalhador, no tempo e local do seu trabalho, por meio de exercícios físicos de baixo impacto e atividades lúdicas com duração de dez a 15 minutos.

Atividades:- Sessões de relaxamento e alongamento- dicas de saúde e minipalestras - Jogos e dinâmicas

SESI CorporativoConceito: Serviço que oferece aos trabalhadores oportunidades de ativida-des físicas sistematizadas e orientadas, com objetivo de melhorar a aptidão física dos participantes.

Atividades: - avaliação física e aconselhamento- grupos de corrida e caminhada- Salas para prática de atividades físicas - Práticas esportivas orientadas

SESI Gestão de Eventos Conceito: Serviço complementar e independente, realizado por meio de vivências pontuais e lúdicas, com foco na integração e promoção de conceitos sobre estilo de vida.

Atividades: - Corridas e caminhadas - Passeios ciclísticos - aulões festivos -gincanas - atividades variadas nas Sipat's

Circuito do Bem- Estar Conceito: Serviço que oferece às empresas intervenções educativas dinâmi-cas e atrativas de promoção da saúde e prevenção de doenças, realizadas de forma sistemática conforme necessidade da indústria.

Atividades: - oficinas temáticas- Palestras- Entrega de material educativo- aconselhamentos individuais - Jogos e dinâmicas educativas - Sessões de relaxamento e massagem

OPçõES dISPONívEIS dO LazER atIvO quE POdEm SER ImPLaNtadaS NaS EmPRESaS CEaRENSES

que as atividades aqui na sala, no início do dia, realmente melhoram nosso desempenho porque descontraem, preparam as articulações em frente ao computador e aliviam o estresse. A partir dessa constatação, decidimos ampliar os benefícios por meio da malhação”, diz Luana.

Além das vantagens que a ginástica propicia, Talita Mesquita destaca que o trabalho do profissional do SESI que aplica as atividades contribui para aproximar a equipe do escritório, melhorando o relacionamento interpessoal. “Quando a professora chega, une ainda mais o grupo. Por isso o horário da ginástica é também o mais usado para comemorar aniversários, por exemplo, porque a energia é muito boa nesse momento.”

A professora é Andrea Lima Girão. Formada em Educação Física pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e há três anos aplicando o programa nas empresas, conta que o segredo é deixar o ambiente descontraído por meio da música e variar os exercícios, que precisam ser eficazes e estimulantes ao mesmo tempo. Além disso, ela se sente muito recompensada ao perceber que influencia positivamente a vida de seus alunos. “Se consigo deixar o ambiente melhor, isso é reflexo da satisfação em ver que o trabalho do SESI faz diferença na vida das pessoas.”

Menos gordura

O utro bom exemplo de empresa preocupada com o bem-estar de seus colaboradores é a MSD Saúde Animal,

uma multinacional do mercado veterinário instalada em Fortaleza. Desde maio deste ano, a unidade contratou os serviços do SESI. Além do Ginástica na Empresa, foi adotado o SESI Corporativo.

O trabalho começou com um estudo físico completo no quadro de funcionários. Foram avaliadas a composição corporal e doenças preexistentes, além de aplicados testes neuromusculares (força de membros inferiores, superiores e flexibilidade) e verificado o condicionamento aeróbico.

Com os resultados, a empresa decidiu agir e queimar gordura dos colaboradores, literalmente. Sob a orientação do professor de educação física do SESI Álvaro Furtado, mais de 30 funcionários estão suando a camisa, às terças-feiras e às quintas-feiras, depois do expediente, para entrar em forma. O interessante é que as aulas são feitas em uma praça nas imediações da própria fábrica, a partir das 17h30. Além dos tradicionais exercícios de alongamentos e postura, as atividades incluem corridas e caminhadas de até uma hora.

De acordo com o docente, os trabalhos e objetivos são bem diversos. “Mas como nos exames diagnosticamos a necessidade de a maioria emagrecer, o que quase todos querem, e estão dispostos, é diminuir a gordura”, afirma. A aulas de Ginástica na Empresa são realizadas às terças, quartas e quintas-feiras.

Lazer Ativo

O SESI Lazer Ativo é um programa voltado ao bem-estar do trabalhador, no qual são oferecidos serviços de

promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida. O objetivo é informar, motivar e criar oportunidades para que os trabalhadores da indústria conheçam, experimentem e incorporem no seu dia a dia hábitos mais saudáveis e atividades de lazer mais ativas.

Segundo Ângela Martins Leal, coordenadora do Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) de Lazer do SESI/CE, o programa propõe intervenções de ordem educacional, ambiental e organizacional. “As atividades têm em seu nível conceitual os cinco componentes comportamentais: gerenciamento do estresse, alimentação saudável, relacionamentos saudáveis, comportamento preventivo e atividade física.”

Serviço

Mais informações e contratação das ativida-des pelo telefone (85) 3421 5809, ou em qualquer unidade do SESI de sua cidade.

As aulas são realizadas em praça

perto da MSD

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| RevistadaFIEC | Novembro de 201212 13Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

Os setores industriais de alumínio, cimento, papel e celulose, química, cal, vidro e ferro-gusa (usado na fabricação de aço) serão beneficiados com finan-

ciamentos a juros mais baixos que a média e incentivos fiscais caso cumpra metas de redução de emissão de po-luentes. É o que define um acordo de cooperação téc-nica assinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o governo federal, no qual é determinado que as indústrias desses setores reduzam as emissões de carbono

Menos CO2, mais incentivosCNI assina acordo para redução de gás carbônico pela indústria. Governo federal promete financiamentos a juros mais baixos e incentivos fiscais

Indústria

em 5%, no prazo de oito anos. A estimativa é que, em 2020, 16,2 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) deixem de ser emitidas, reduzindo a projeção de 324,4 milhões para 308,2 milhões de toneladas.

O acordo, batizado de Plano Indústria – Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas do Setor Industrial –, prevê a realização de estudos setoriais por parte da CNI (com prazo máximo de conclusão até 2015) e a discus-são de contrapartidas econômicas (do governo) para as

ações de mitigação. O documento foi assi-nado na CNI pelo presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, e pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, e de Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira.

Para ajudar na tarefa de reduzir as emissões de CO2, os empresários recebe-rão ajuda financeira, sobretudo por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele já está recebendo projetos que pleiteiam recursos do Fundo Clima, com 560 milhões de reais disponíveis, e oferece linhas para projetos como o de gestão de resíduos. O dinheiro vem do lucro de petróleo e deve chegar a 1 bilhão de reais em 2014. Desse montante, 30 milhões de reais não necessitarão ser re-embolsados. A indústria só precisará pres-tar contas do que fez.

Segundo o diretor de Competitividade Industrial do MDIC, Alexandre Comin, os sete setores iniciais incluídos no programa são responsáveis por 90% das emissões de gases de efeito estufa. Já em 2013, os seto-res de alumínio, cimento, papel e celulose e química devem publicar inventários, com dados sobre em que pontos e em que mo-mentos ocorrem as emissões. Em 2014, os outros três precisam apresentar seus dados. “Todas as informações serão reunidas e tra-balhadas pelas associações que representam os segmentos, o que permitirá a elaboração de uma estratégia para mitigar esses efeitos, um dos compromissos firmados pelo setor industrial durante a Rio+20”, diz Alexandre.

A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, conta que essa é a primeira vez que governo e indústria tra-balham juntos no levantamento de infor-mações sobre a emissão de gases de efeito estufa. No entanto, avalia que, além das con-trapartidas fiscais, o governo precisará sanar outras deficiências, como as diferenças entre as legislações de União, estados e municípios sobre as metas de redução de emissão. Mô-nica se refere a estados como Rio, São Paulo e Amazonas, que têm regras próprias sobre mudanças climáticas. “Em alguns estados, a exigência de redução é maior que a do país.

Essa é a primeira vez que governo

e indústria trabalham juntos no levantamento de informações sobre a emissão de gases de efeito estufa.

Mônica Messenberg, diretora de

Relações Institucionais da CNI

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Temos de alinhar isso para que uma empre-sa de âmbito nacional não se veja compelida a fazer investimentos diferenciados.”

Fernando Pimentel ressalta que o acor-do entre governo e CNI representa um novo modelo de gestão na área de meio ambiente, em que governo e indústria tra-balharão para a construção de políticas efetivas. “As questões de meio ambiente viraram uma peça fundamental na agen-da econômica do país. É importante dei-xar claro que a indústria brasileira está construindo sua competitividade em outro patamar e um dos pilares é a sustentabili-dade”, afirma o ministro.

Segundo Robson Andrade, a indústria está engajada no desafio da mudança climática, e esse cenário deve ter como pano de fun-do a manutenção da competitividade do se-tor e atendimento das necessidades básicas da população. Para ele, a meta definida no plano do governo federal, de redução de 5% das emissões, vai impactar de forma dife-renciada nos setores da indústria e, por isso, existe a necessidade de realização de estudos e análises de cenários. “Precisamos verificar os custos, gerar novas tecnologias e observar, principalmente, as oportunidades de negó-cios que vão surgir para cada uma das áreas envolvidas”, finaliza o presidente da CNI.

Fernando Pimentel, Robson Andrade e Izabella Teixeira, durante a assinatura do documento

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| RevistadaFIEC | Novembro de 201214 15Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

O setor industrial brasileiro é um dos mais preocupados com a sustentabilidade do mundo, no que diz respeito à sua matriz elétrica. É o que revela recente estudo desenvolvido

pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Conforme o documento, o Brasil emite cerca de 60 toneladas de gás carbônico para gerar um gigawatt-hora (GWh). O mundo, na média, emite quase dez vezes mais – 500 toneladas para gerar um GWh.

De acordo com o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Cristiano Prado, o desempenho brasileiro se deve ao uso intensivo de hidroeletricidade e energia nuclear. “Os países que usam outras formas de energia mais poluentes emitem mais gás carbônico e, como consequência, poluem mais para gerar energia elétrica.” No ranking de qualidade da matriz de energia elétrica dos 71 principais países do mundo, o Brasil aparece na quinta posição, atrás apenas da Suíça, Noruega, Suécia e Islândia. Quanto aos países que integram o Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, o Brasil ocupa lugar de destaque, uma vez que emite quase 11 vezes menos gases de efeito estufa do que a média dos demais países do bloco. Em comparação aos dez maiores do mundo, o Brasil também apresenta números positivos, contribuindo apenas com 0,3% das emissões de gás carbônico quando gera energia elétrica. Os dez maiores países correspondem a 70,6%. Nesse grupo, os maiores poluidores são os Estados Unidos, que alcançam 22,4%, e China, com 26,3%.

Outro dado alentador, quando o assunto é produção sustentável no Brasil, dá conta de que 83% das empresas adotam medidas para minimizar o efeito estufa. O percentual cresceu 124% desde 2008. Os números são do levantamento realizado pela Carbon Disclosure Project (CDP), uma organização não governamental que detém o maior banco de dados corporativo do mundo sobre mudanças climáticas. Segundo o relatório, intitulado CDP Investor Brasil 2012, 81% das empresas declaram que as mudanças climáticas estão integradas à sua estratégia de negócios, embora apenas 19% dos participantes afirmem que decisões corporativas levam em consideração o tema para tomada de decisão.

De acordo com o estudo, 54% das empresas apresentam incentivos para os executivos responsáveis pela gestão de emissão de gases de efeito estufa, como avaliação de resultados. Já 40% das empresas definem metas de redução de emissões. Além disso, a pesquisa detectou 334 iniciativas de redução. Dentre aquelas que detalharam suas iniciativas, 15% mencionaram que suas ações em relação ao tema são inovadoras, enquanto 21% das companhias declararam possuir um orçamento dedicado a pesquisa e desenvolvimento de baixo carbono. Para chegar a esses resultados, o CDP enviou um questionário a 80 grandes empresas brasileiras, que foram convidadas a relatar suas emissões e ações frente às mudanças climáticas. Dessas, 52 (65%) responderam o questionário.

Brasil polui menos na geração de energia InovaçoesDescobertas&

CALoR DE PAnELA CARREGA CELULAR

Uma empresa americana de produtos de segurança com atuação em mais de 140 países lança no mercado brasileiro o primeiro EPI (equipamento de proteção individual) produzido a partir de fonte 100% renovável. Trata-se de um capacete feito com derivados da cana-de-açúcar. O material torna o capacete completamente reciclável, além de mais sustentável, já que cada unidade produzida sequestra 230 gramas de CO² da atmosfera. A indústria garante que o equipamento possui a mesma qualidade e desempenho técnico de um capacete produzido a partir do polietileno derivado do petróleo. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, anualmente 700 000 pessoas sofrem acidentes de trabalho no país, causando mais de 30 000 afastamentos por invalidez e 6 000 mortes. O setor de segurança do trabalho gera mais de 300 000 postos de trabalho diretos e volume de negócios em torno de 3,5 bilhões de reais – com crescimento estimado em aproximadamente 8% ao ano.

Um concreto que se conserta sozinho ao rachar está em fase de testes na Universidade Técnica de Delft, na Holanda. Batizado de bioconcreto, o composto usa bactérias internas para preencher pequenas rachaduras e buracos. Ativadas por água, elas se alimentam de uma mistura de cálcio, oxigênio e dióxido de carbono, que podem ser encontrados na mistura do concreto, para produzir um tipo de calcário. O cientista Henk Jonkers, autor do projeto, explica que a água é uma ameaça para a estabilidade do concreto comum porque entra nas rachaduras e leva produtos químicos agressivos com ela. “Considerando que as bactérias internas necessitam de água para começar seu trabalho, a solução é, portanto, um ajuste natural”, diz. Os testes foram eficazes para consertar rachaduras de 0,5 mm de largura. Jonkers espera comercializar o produto em dois ou três anos, após testes externos e em diferentes tipos de concreto. O próximo desafio é garantir que o agente "curador" seja forte o suficiente para sobreviver ao processo de mistura do concreto. Para tanto, os pesquisadores estão trabalhando em uma cobertura para essas partículas. “Mesmo que o agente aumente em 50% o custo do concreto, isso representará apenas 1% a 2% do total dos custos de construção. Já a manutenção de concreto deteriorado representaria um custo maior”, garante Jonkers.

CoMBUSTíVEL DE AR E áGUA

A empresa britânica Air Fuel Synthesi anunciou a descoberta de uma tecnologia que, se vingar, tem poder para resolver a crise energética mundial. Trata-se da produção de combustível a partir de ar e água. Com respaldo da sociedade de engenheiros do Institution of Mechanical Engineers, de Londres, e anunciado no jornal Independent, a tecnologia consiste em extrair dióxido de carbono do ar e hidrogênio do vapor d'água (por eletrólise) e, em seguida, combinar as duas substâncias em uma câmera de alta temperatura. O processo produz metanol, que é então processado para virar combustível. Inicialmente, a empresa desenvolveu um pequeno protótipo de refinaria no qual produziu cinco litros de combustível. Agora, ela está construindo uma instalação maior com a intenção de produzir, em dois anos, uma tonelada dessa gasolina por dia.

Segundo o diretor da empresa, Peter Harrison, a ideia é erguer, em até 15 anos, uma refinaria em escala comercial. "Podemos mudar a economia de um país permitindo que ele produza seu próprio combustível", explicou Harrisson ao Independent.

Já imaginou carregar seu celular enquanto cozinha. Detalhe: na mesma panela. É o que promete a tecnologia desenvolvida pelo designer iraniano Ardavan Mirhosseini. Ele criou um sistema portátil que permite carregar o celular e outros eletrônicos com o calor de uma panela ao fogo. Usando módulos de um gerador termelétrico, o Ecocharge, como foi apelidado, converte o calor produzido no cozimento de alimentos, por aquecedores ou qualquer outra fonte, em energia elétrica utilizável. Para realizar a tarefa, uma face magnética flexível é fixada em uma superfície metálica, que passa a energia por condução. O equipamento tem uma tela OLED, pela qual o carregamento pode ser acompanhado, verificando a eficiência da condução nas diferentes superfícies.

EPI DE CAnA-DE-AçúCAR

ConCRETo SE ConSERTA SozInho

17Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

Setor industrial é grande consumidor de água, sendo diretamente atingido por qualquer decisão a respeito de sua distribuição e comercialização

FIEC integra Conselhode Recursos Hídricos

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) passa a integrar o Conselho de Recursos Hídricos do Ceará (Conerh), instrumento responsável na política

de recursos hídricos do estado pela coordenação, fiscaliza-ção, deliberação coletiva e de caráter normativo do sistema integrado de gerenciamento de águas estadual. A conquista ocorre após várias tentativas do Núcleo de Meio Ambiente (Numa) da entidade, coordenado por Renato Lima Aragão. Ele, diversas vezes, cobrou da Secretaria de Recursos Hídri-cos do Estado do Ceará (SRH) a inclusão da FIEC no co-legiado. E a cobrança se justificava: o setor industrial é um

da Política Estadual de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Sustentável no Estado do Ceará se deram, até o momento, por meio da participação no Comitê de Bacias Hidrográfi-cas da Região Metropolitana de Fortaleza, Câ-mara Técnica de Águas Subterrâneas, Grupo de Trabalho das Águas Envasadas e nas tem-porariamente desativadas Câmara Técnica de Enquadramento dos Corpos Hídricos e Gru-po de Trabalho de Reuso de Água.

Por meio dos seus colegiados internos (Cotema/FIEC e Coema/CNI), as informações e decisões desses fóruns eram replicadas nos de-mais colegiados e, depois, apresentadas ao setor industrial no âmbito nacional. Além do repasse das determinações oriundos dos fóruns que tra-tam da questão da água no estado, Renato Ara-gão lembra que a FIEC incluiu em seu Prêmio FIEC por Desempenho Ambiental, já na nona edição, a modalidade Reuso de Água (veja página 24). Com isso, a entidade visa conhecer, difundir e homenage-ar empresas que utilizam boas práticas na promoção do uso eficiente de água, com medidas efetivas na redução do con-sumo e do desperdício. O incentivo busca, também, gerar benefícios ambientais, econômicos e sociais, aumentando a competitividade do setor, bem como dar ampla publicidade às ações realizadas pela indústria cearense na construção do desenvolvimento sustentável. Renato Aragão destaca que, como membro do Conerh para o biênio 2012/2014, a FIEC pretende intensificar as suas atividades no tocante à Política Estadual de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Susten-tável no Estado do Ceará. Para isso, vai intensificar o com-prometimento das indústrias filiadas aos seus sindicatos na constituição das demandas a serem levadas ao Conselho.

O Conerh faz parte da política de águas no Ceará, definida pela Lei Estadual de Recursos Hídricos nº 11 996, que visa

grande consumidor do produto, sendo diretamente atingi-do por toda e qualquer decisão a respeito da forma de dis-tribuição e comercialização da água.

Segundo Renato Aragão, a participação da FIEC em vários conselhos, câmaras técnicas e grupos de traba-lho é de grande importância para assegurar a defesa dos interesses do setor industrial, demonstrando que a sua opinião é cada vez mais relevante para a construção das políticas públicas em nosso estado. Ainda em relação à inclusão da FIEC no Conselho de Recursos Hídricos, Renato Aragão diz que as ações da entidade no âmbito

proporcionar os meios para que a água, recurso essencial ao desenvolvimento socioeconômico, seja usada de forma ra-cional e justa pelo conjunto da sociedade, em todo território cearense. Nesse sentido, tem como pressupostos básicos asse-gurar o desenvolvimento sustentável compatível com a oferta de água; assegurar a oferta de água em quantidade e qualidade para as gerações atuais e futuras e planejar e gerenciar, de for-ma integrada, descentralizada e participativa, o uso múltiplo, controle, conservação, proteção e preservação dos recursos hídricos. Para pôr em prática esses pressupostos, foram defi-nidos em lei como diretrizes e princípios: prioridade máxima ao abastecimento humano; proteção do meio ambiente, em especial dos cursos d’água; articulação interinstitucional com órgãos que atuam na área de recursos hídricos; definição da bacia hidrográfica como unidade de planejamento; tomada de decisões multilaterais e descentralizadas e compreensão da água como bem público e econômico.

Gerenciamento de águas

A participação da FIEC em vários

conselhos, câmaras técnicas e grupos de trabalho é de grande importância para assegurar a defesa dos interesses do setor industrial.

Renato Lima Aragão, coordenador do Numa

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Açude Castanhão é o maior de nosso estado

Política Estadual de Recursos Hídricos: elementos básicos

atribuições do Conselho dos Recursos Hídricos do Ceará

Plano Estadual dos Recursos Hídricos: elaborado em 1992, contém todo um estudo detalhado da capacidade e das potencialidades dos recursos hídricos em nível do estado do Ceará e objetiva viabilizar a utilização mais racional da água, sua proteção atual e futura, a defesa contra secas e inundações e um sistema de monitoramento climático e hídrico permanente.

Sistema Integrado dos Recursos Hídricos: é a estrutura institucional que garante a integração e a participação, onde os Comitês de Bacia, as Câmaras Técnicas e o Conerh (órgãos colegiados) definem e executam tal política.

Fundo Estadual de Recursos Hídricos: é um fundo especial de recursos, criado em 1992, para dar suporte financeiro à Política Estadual de Recursos Hídricos, que conta com recursos de programas e projetos governamentais e com os recursos que forem oriundos da cobrança pelo uso da água bruta.

Coordenar a execução da Política Estadual de Recursos Hídricos.

Explicitar e negociar políticas de utilização, oferta e preservação dos recursos hídricos.

Promover a articulação entre os órgãos estaduais, federais e municipais e a sociedade civil.

deliberar sobre assuntos ligados aos recursos hídricos.

FoTo: JoSÉ SoBRINHo

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19Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

S éculo 21, ano 2012. O Nordeste brasilei-ro novamente enfrenta o fenômeno que mais flagela seus habitantes: a seca. Com

quase todos os municípios (174 de um total de 184) submetidos ao estado de emergência, o Ceará está enfrentando os meses mais duros da estiagem, naquela que é considerada a pior seca dos últimos 54 anos. Os dados mais recentes da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Ceará revelam que, até setembro, 1.884.338 pessoas foram afetadas pela estiagem. Já são 94 municípios atendidos por carros-pipa. O vo-lume médio dos reservatórios de abastecimento não passa dos 55%, uma das piores médias das últimas décadas.

Em alguns municípios cearenses, segundo es-tudos da professora do Departamento de Geogra-fia e coordenadora do doutorado em Desenvolvi-mento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Ceará (UFC), Vládia de Oliveira, como os da região dos Inhamuns, os períodos de estiagem se-rão ainda mais intensos ao longo dos anos.

A situação é semelhante – e até pior – em todo o Nordeste. Conforme dados da Secretaria Na-cional de Defesa Civil, são 1 171 municípios em situação de emergência por conta da prolongada estiagem na região. Em alguns casos, há localida-des onde não cai chuva há mais de um ano.

Em entrevista à Revista da FIEC, o diretor ge-ral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), Emerson Fernandes, garante que

Sexta pior seca dos últimos 54 anos

o governo federal vem atuando por meio de polí-ticas sociais para diminuir os efeitos da seca. "O governo tem feito esforços que estão permitindo às populações mais carentes sobrevivência dig-na e uma substancial melhora nas condições de vida e de sustentabilidade. Em que pese estarmos convivendo com a pior seca dos últimos 54 anos, essas políticas sociais têm evitado flagelos e in-vasões de cidades, supermercados e armazéns, como acontecia em outros tempos." Fernandes refere-se à aplicação de programas sociais como o bolsa família e o seguro safra, que têm evitado um quadro pior, como famílias passarem fome. Outra iniciativa é o aumento do número de car-ros-pipa servindo às comunidades atingidas. Em muitos municípios, esta tem sido a única alterna-tiva de abastecimento de água. O governo ainda está distribuindo milho para atender ao rebanho dos agricultores atingidos.

Os agricultores familiares afetados pela seca em municípios localizados na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública desde 1º de de-zembro de 2011, também contam com uma linha de crédito especial do Programa Nacional de For-talecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A linha de crédito vale para todos os agricultores familiares adimplentes que desejam realizar operações de in-vestimento. O limite de crédito por agricultor é de 12 000 reais, com prazo para pagamento de até

dez anos, com três anos de carência, e taxa de ju-ros de 1% ao ano. O agricultor conta, ainda, com um bônus de desconto de 40% sobre as parcelas de financiamento pagas em dia.

Para a professora Vládia de Oliveira, é impres-cindível aprender medidas alternativas de convi-vência com a seca: "Conhecer os territórios e as especificidades de cada local. São várias 'caatin-gas' dentro da caatinga. Só a partir de um conhe-cimento aprofundado, será possível desenvolver atividades que possibilitem a sobrevivência da população e o desenvolvimento de uma economia aliada à sustentabilidade".

Emerson Fernandes diz que o Dnocs tem atuado de forma integrada com estados e municípios da re-gião, com inúmeros convênios elaborados e esforços realizados com a classe política e a sociedade, de um modo geral, com vistas a se unirem para execu-ção dos projetos. "O programa Água para Todos, cuja finalidade é instalar cisternas para amenizar os efei-tos das secas em comunidades rurais do semiárido nordestino, exemplifica tal esforço."

Em toda a região, são 327 grandes açudes que acumulam 28 bilhões de metros cúbicos de água; 622 açudes de médio e pequenos portes que acumulam 1,5 bilhão de metros cúbicos, além de centenas de outros pequenos açudes; 29 000 po-ços; 38 projetos públicos de irrigação e centenas de sistemas de adutoras; centros de pesquisas e estações de piscicultura; 14 perímetros irrigados no Ceará. O dirigente do Dnocs ressalta ainda a im-plantação do Projeto de Integração da Bacia do Rio São Francisco com o Nordeste Setentrional, o qual, segundo ele, está em plena fase de execução e em breve deverá atender a 12 milhões de habitantes das regiões afetadas pela seca.

Apesar de uma estrutura de açudes, poços, projetos de irrigação, sistemas de adutoras e perí-metros irrigados, o Nordeste brasileiro ainda sofre com o fenômeno e a população continua sentindo os efeitos devastadores da seca. Vários municípios nordestinos estão enfrentando colapso no abaste-cimento de água, e cresce o número de comunida-des nas zonas rurais que recebem carros-pipa. Por conta da falta de alimentos e água, muitos animais estão morrendo nos pastos, assim como produções inteiras foram perdidas nos últimos meses.

Uma solução, sugere a professora, seria a tecnologia. "Alguns cultivos são conhecidamen-te de sequeiros e podem ser desenvolvidos. Mas se a agricultura não está sendo conveniente, há de se encontrar outras alternativas. A partir de

diagnósticos, temos condição de oferecer infor-mações para que o poder público invista e mude a realidade", garante, afirmando, entretanto, que é necessária vontade política. "O impacto atual das políticas públicas nessas regiões que estão afetadas pela seca está muito lento. É preciso, efetivamente, se dedicar a isso. Claro que temos a nossa realidade cultural, econômica e social, mas, com vontade política e conhecimento, os investimentos podem ser realizados com susten-tabilidade", arremata Vládia de Oliveira.

O governo tem feito esforços que estão

permitindo às populações mais carentes sobrevivência digna e uma substancial melhora nas condições de vida e de sustentabilidade.Emerson Fernandes, diretor geral do DNOCS

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FoNTE: uFal/laPIS (www.laPISMET.CoM)

Na caatinga estorricada, o xique-xique é o que

sobra para o gado

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FoTo: aRQuIvo PESSoal

| RevistadaFIEC | Novembro de 201220 21Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

Em sua 15ª edição, o Prêmio SESI Qualidade no Trabalho reconhece 31 práticas de empresas socialmente responsáveis

SESI premia empresas cearenses

PSQT

O Prêmio SESI Qualidade no Trabalho (PSQT) reco-nheceu no final do mês de outubro, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), as empresas

cearenses que incorporaram a responsabilidade social como parte integrante de suas estratégias empresariais, mediante o reconhecimento e a difusão de boas práticas. Pioneira no se-tor, a premiação visa despertar empregados e empregadores para o exercício da cidadania nas relações de trabalho, ava-liando, em 2012, as práticas em seis categorias de premiação: Cultura Organizacional, Gestão de Pessoas, Ambiente de Tra-balho Seguro e Saudável, Educação e Desenvolvimento, De-senvolvimento Socioambiental e Inovação.

O vice-presidente da FIEC, Roberto Sérgio Oliveira Ferrei-ra, destaca o objetivo da premiação: “O PSQT visa o estabele-cimento entre empresa e empregado de uma convivência ativa e realista para que estes se comportem como colaboradores e parceiros”. Segundo ele, a postura de ser socialmente responsá-vel é requisito para o sucesso empresarial. “As empresas de hoje são muito diferentes das de dez ou 20 anos atrás. Atualmente, elas são modernas, mantêm uma posição proativa, trazendo o futuro para perto. As que não se adequam a essa realidade estão fadadas ao fracasso.”

Nesta 15ª edição, o PSQT contou com cem participantes no Ceará, o quarto estado em número de inscrições. Em todo o

país, o Serviço Social da Indústria (SESI) recebeu o total de 1 442 práticas de responsabilidade social para concorrer ao prêmio. Este ano, das 90 melhores práti-cas da indústria brasileira, dez são do estado do Cea-rá, que estão automaticamente concorrendo na etapa nacional. A coordenadora do PSQT no Ceará, Helane Sales Chaves, diz que o número de cem indústrias re-presenta importante passo no processo educativo de estímulo à responsabilidade social empresarial nas indústrias cearenses.

O superintendente do SESI/CE, Francisco das Cha-gas Magalhães, reafirma o propósito da instituição: “O SESI continua forte e com propósito de promover prá-ticas de responsabilidade social, um ambiente seguro, saudável, harmonioso entre empresários e trabalha-dores. Esse investimento resulta em competitividade para a indústria, desenvolvimento sustentável para o país e qualidade de vida para os trabalhadores”.

Empresas vencedoras na etapa estadual do PSqt

Paulo Correia, presidente da Copab - “Em nossa empresa, focamos em qualidade de vida por meio da oferta de benefícios em saúde, qualificação e lazer. Essas atividades que desenvolvemos tornam os colaboradores mais motivados e envolvidos com o crescimento da empresa.”

Maria das Graças Dias de Sousa, presidente da Dias de Sousa Construções - “Cuidamos das pessoas para que elas cuidem da empresa. Acreditamos que nosso maior capital são as pessoas e para elas realizamos práticas socioambientais. Nosso objetivo é profissionalizar e produzir, mas também manter os colaboradores satisfeitos e felizes.”

Vilmar Bitencourt, consultor técnico da Dakota - “A curto prazo, tivemos grandes ganhos com as práticas que implantamos na empresa. Todos os colaboradores, independente da função, estão envolvidos, falando a mesma linguagem do cuidado com o meio ambiente, de aumentar a competitividade da empresa e da melhoria da qualidade de vida.”

OPINIõES

Categoria Cultura organizacional1° - Grande empresa – Companhia de Bebidas Primo Schincariol1° - Grande empresa – Três Corações Alimentos S/A1° - Média empresa – Tintas Hidracor S/A2° - Média empresa – Dinamo Engenharia Ltda.1° - Micro e pequena empresa – Delta Negócios Imobiliários Ltda.2° - Micro e pequena empresa – Fortcolor Tintas e Vernizes Ltda.

Categoria Gestão de Pessoas1° - Grande empresa – Grendene S/A2° - Grande empresa – Dakota Nordeste S/A – Iguatu1° - Média empresa – Amêndoas do Brasil Ltda.2° - Média empresa – Copab Com. de Papel Ltda.

Categoria Ambiente de Trabalho Seguro e Saudável1° - Grande empresa – Esmaltec S/A2° - Grande empresa – Soma Construções Ltda.1° - Média empresa – Nufarm Indústria Química e Farmacêutica S.A.2° - Média empresa – CRC Construtora Raimundo Coelho Ltda.1° - Micro e pequena empresa – Hinel Hidráulica do Nordeste Ltda. - EPP2° - Micro e pequena empresa – Cecrato Cerâmica Crato Ltda.- EPP

Categoria Educação e Desenvolvimento1° - Grande empresa – Companhia de Bebidas Primo Schincariol2° - Grande empresa – Dakota Nordeste S/A – Maranguape1° - Média empresa – Nufarm Indústria Química e Farmacêutica S.A.2° - Média empresa – Rejuntamix Ind. e Com. de Argamassas do Ceará Ltda.1° - Micro e pequena empresa – Alpha Metalúrgica Ltda.

Categoria Desenvolvimento Socioambiental1° - Grande empresa – Dakota Nordeste S/A – Maranguape2° - Grande empresa – Companhia Energética do Ceará – Coelce1° - Média empresa – Ondas Indústria e Comércio de Confecções1° - Micro e pequena empresa – Ceagra Cerâmica e Agropecuária Assunção Ltda.2° - Micro e pequena empresa – Delta Negócios Imobiliários Ltda.

Categoria Inovação1° - Grande empresa – Fiori Indústria e Comércio de Confecções Ltda.2° - Grande empresa – C. Rolim Engenharia Ltda.1° - Média empresa – Companhia de Água e Esgoto do Ceará – Cagece1° - Micro e pequena empresa – Protensão Impacto Ltda.2° Micro e pequena empresa – Aço Brás Indústria e Comércio Ltda.

Empresas cearenses classificadas dentre as 90 melhores do Brasil

> Nufarm Indústria Química e Farmacêutica S.A.> Hinel Hidráulica do Nordeste Ltda. - EPP> Companhia de Bebidas Primo Schincariol> Tintas Hidracor S/A> Delta Negócios Imobiliários Ltda.> Dakota Nordeste S/A – Maranguape> Ceagra Cerâmica e Agropecuária Assunção Ltda.> Amêndoas do Brasil Ltda.> Copab Com. de Papel Ltda.

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| RevistadaFIEC | Novembro de 201222 23Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

Evento realizado pelo Sindverde, com o apoio da FIEC, estimula a realização de negócios e discute temas relevantes para o setor de reciclagem

Reciclar dá futuro

Uma atividade econômica que transforma em renda o que seria destinado ao lixo, promove a sustentabilidade e ainda resgata socialmente quem participa da cadeia

produtiva pode e deve ser classificada como um bom negócio. Nessa descrição encaixa-se a indústria da reciclagem, que mo-vimenta no Ceará por mês cerca de 40 milhões de reais e gera em torno de 3 200 empregos diretos e 9 600 indiretos.

Entretanto, o setor possui demanda para crescer ainda mais, diz o presidente do Sindicato das Empresas de Resí-duos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindverde), Marcos Albuquerque: “A reciclagem deve ser vista como responsabilidade de todos, e a solução para o problema do descarte de embalagens no meio ambiente passa pelo incremento da atividade. Além disso, o setor possui grande potencial de expansão para as empresas que

Sustentabilidade

proposta pelo deputado prevê um crédito pre-sumido de 65% sobre o Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), Contribui-ção para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto Sobre Produtos Industriali-zados (IPI) ao empresário reciclador. Ou seja: caso a medida seja aprovada (ou quando for aprovada, como prefere o deputado, sendo oti-mista), o empresário pagará apenas 35% do que arca hoje com esses impostos. O objetivo é in-centivar a cadeia da reciclagem, segundo o de-putado, que é vice-presidente da Frente Parla-mentar da Reciclagem no Congresso Nacional.

O parlamentar afirma que a motivação para a inclusão dessa emenda foi o entendimento de que todo produto a ser reciclado já cumpriu a cadeia tributária. “Com a aprovação dessa emenda e pos-terior sanção presidencial, o reciclador terá me-nos custo de produção e aumentará a demanda, aumentando também a oferta de trabalho para o catador. Todos ganham”, afirma Sandro Mabel. O plenário da Câmara aprovou em 31 de outubro o relatório da MP, que segue agora para o Senado.

A PNRS vai beneficiar

muito o setor porque vai gerar mais resíduo com qualidade para ser reaproveitado.

Marcos Albuquerque, presidente do Sindverde

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já atuam no mercado, assim como para a criação de no-vas micro e pequenas empresas com foco na geração de negócios, emprego e renda”.

Para estimular o ambiente de negócios de reciclagem no Ceará, promover discussões acerca de temas relevantes para o segmento e incrementar o cunho social dessa atividade econômica, o Sindverde, com o apoio da Federação das In-dústrias do Estado do Ceará (FIEC), por meio do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI), levou a efeito entre os dias 17 e 19 de outubro a Recicla Nordeste – Feira e Se-minário de Reciclagem e Meio Ambiente. Este ano, o even-to registrou 6,54 milhões de reais em negócios realizados e mais 5 milhões de reais prospectados.

Sob o tema Reciclar, um bom negócio, o evento deste ano abordou no seminário Reciclagem e Meio Ambiente assuntos

como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2011, após duas décadas de discussões. A PNRS procura organizar a forma como o país trata os resíduos, incentivando a reci-clagem e a sustentabilidade. Com a aprovação da política, foi elaborado o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, cujo texto passou por um processo de con-sulta pública. São três os principais pontos: fecha-mento de lixões até 2014, apenas rejeitos poderão ser encaminhados aos aterros sanitários e elaboração de planos de resíduos sólidos nos municípios.

Marcos Albuquerque vê com otimismo a PNRS: “Ela beneficiará muito o setor porque vai gerar mais resíduo com qualidade para ser reaproveitado”. A Recicla também é um momento para conscienti-zar sobre tal política, garante o líder empresarial. Conscientizar. Para o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, essa é a palavra-chave para os próximos anos. “Reciclagem não é apenas um se-tor industrial. É, mas também quer dizer uma nova mentalidade, conscientizar para ser cidadão. É algo que começa em casa, com os filhos. E ainda temos muito o que fazer.”

O evento também foi um espaço agregador, de reunião dos ambientes empresarial, acadêmi-co e público. A assessora de projetos especiais do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambien-te (Conpam), Tereza Farias, reiterou que o papel do poder público, quando se trata de reciclagem e meio ambiente, vai além de fiscalizar. “A política ambiental do governo perpassa o capital humano, os empresários, a educação ambiental, indo além de apenas uma política.”

A aproximação com o setor público foi e sempre será um dos objetivos do evento, afirma Marcos Al-buquerque. “Não podemos mais trabalhar de for-ma isolada. Só obteremos resultados satisfatórios se dermos as mãos com poder público, comércio, setor produtivo e academia.”

O secretário de Meio Ambiente e Controle Ur-bano de Fortaleza, Adalberto Alencar, ressalta o aspecto social e ambiental da reciclagem, desta-cando a questão de mercado, classificada por ele como de essencial importância e que merece aten-ção do poder público. “Estamos firmando uma parceria com o Sindverde e a Recicla, que deve se refletir nas próximas edições do evento. Não é um favor, é uma obrigação. Vamos trabalhar para que o setor público faça mais do que o setor privado já vem fazendo nessa área.”

Uma das palestras mais aguardadas do seminá-rio foi a do deputado federal Sandro Mabel (PMDB/Goiás). O motivo é o fato de o deputado ter apresen-tado uma emenda ao artigo 9 da Medida Provisória 574, que trata sobre tributação. A emenda específica

Sandro Mabel: "Com a aprovação da emenda e posterior sanção presidencial, o reciclador terá menos custo de produção e aumentará a demanda"

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25Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

OCentro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues, unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI/CE) em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza, participou da Recicla Nordeste expondo uma máquina injetora de plásticos, que serve como instrumento de aprendizado para os alunos dos cursos da área de plásticos e também é usada para serviços laboratoriais disponíveis a empresas.

Segundo o instrutor educacional Luiz Flávio de Melo, o SENAI já oferece serviços diversificados a partir das habilidades da máquina, que integra o Laboratório de Metrologia. “A empresa apresenta a demanda e o laboratório realiza o serviço de inserção de logomarca em moldes, projeta produtos, etc. São oferecidos serviços diversos”, explica. Para a Recicla, os instrutores

Durante a abertura da Recicla Nordeste, a FIEC, por meio do Núcleo de Meio Ambiente (Numa), entregou o 9° Prêmio

FIEC por Desempenho Ambiental. Foram premiadas as melhores práticas empresariais nas categorias Produção mais Limpa, Reuso de Água, Educação Ambiental e Integração com a Sociedade. Os vencedores foram, de acordo com a categoria: Esmaltec – Reuso de água;

Máquina injetora de plásticos

produziram moldes de porta-recados com espaço para caneta, que eram fabricados na hora e distribuídos como brinde aos visitantes do estande do Sistema FIEC.

O Laboratório de Metrologia do SENAI faz parte da Rede de Transformados Plásticos do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), um instrumento de articulação e aproximação da comunidade científica e tecnológica com empresas, operado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A Rede de Transformados Plásticos (RTP) do Sibratec é formada por instituições/laboratórios, que atuam em conjunto para atender às demandas das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), nas áreas de metrologia, normalização e avaliação da conformidade, considerando toda a cadeia de transformados plásticos desde a matéria-prima, desenvolvimento do produto, processo de transformação até o descarte (reciclagem).

O fato de estar associado a essa rede fornece grande credibilidade ao Laboratório de Metrologia do SENAI/CE, garante o instrutor Flávio Melo. A rede é formada por laboratórios e entidades acreditadas ou que possuam sistema de gestão da qualidade laboratorial implantado, com experiência na prestação de serviços tecnológicos seguindo dispositivos internacionalmente estabelecidos pelos respectivos foros técnicos para os critérios e procedimentos de acreditação/autorização e operação. Além do SENAI/CE, também fazem parte da RTP unidades do SENAI de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

SENAI e o setor de plásticos

Prêmio FIEC por Desempenho AmbientalCoelce – Educação ambiental; Fábrica Fortaleza – Integração com a sociedade; e C. Rolim Engenharia – Produção mais limpa.

O prêmio visa reconhecer empreendimentos industriais, filiados aos sindicatos que integram o Sistema FIEC, que tenham se destacado na conservação do meio ambiente e implementado atividades que resultem na melhoria da qualidade ambiental, de

acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável e de modo a servirem de modelo para outras indústrias.

A diretora Comercial e de Marketing da C. Rolim Engenharia, Ticiana Rolim, que falou em nome dos ganhadores, ressaltou a importância do prêmio quanto à credibilidade: “É de extrema

importância prêmios como esse, que incentivam e estimulam as empresas a participarem e também a investirem na reciclagem, na produção mais limpa e em outras medidas ambientais”, destacou. Ticiana Rolim sugeriu ainda que as empresas participantes do prêmio troquem experiências, objetivando a contribuição mútua.

Representantes das empresas premiadas

C om o objetivo de incentivar a produção de conteúdo jornalístico que contribua para a apresentação e disseminação de soluções inovadoras e ações de sucesso

no setor de reciclagem e de transformação de materiais e dos seus benefícios, o Sindverde premiou durante a Recicla Nordeste as melhores reportagens sobre reciclagem. Foram distribuídos 21 000 reais em prêmios, divididos entre os três primeiros lugares das categorias Mídia Impressa (jornal e revista), Mídia Eletrônica (televisão) e Mídia Digital (internet).

Os primeiros lugares, nas categorias Mídia Impressa, Eletrônica e Digital, ficaram, respectivamente, com Maristela Crispim e Fernando Maia, do jornal Diário do Nordeste; Wendel Rodrigues, da TV Correio (afiliada à TV Record na Paraíba); e Glêdson de Lima, Fernanda Brasileiro e Thaís Martins, do Sistema Verdes Mares.

Realizado a cada dois anos, o Prêmio Sindverde de Jornalismo chega à sua segunda edição com o eixo temático Reciclar, um bom negócio. O tema abrange toda a cadeia produtiva da reciclagem, não havendo restrições em relação à abordagem das matérias concorrentes. Em cada uma das três categorias, o primeiro colocado recebeu 4 000 reais como prêmio. Segundo e terceiro colocados

Prêmio Ary Albuquerque de Jornalismoficaram, respectivamente, com 2 000 reais e 1 000 reais. Os vencedores foram anunciados durante o encerramento da Recicla Nordeste 2012, em 19 de outubro.

A partir desta edição, passa a ser denominado Prêmio Ary Albuquerque em reconhecimento ao trabalho do empresário pioneiro e incentivador da indústria de reciclagem e transformação de plásticos no Ceará e no Brasil. Há mais de 40 anos, Ary Albuquerque, ambientalista e escritor, empreende ações de sustentabilidade empresarial.

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| RevistadaFIEC | Novembro de 201226 27Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

C ada ser humano produz, em média, cerca de um quilo de lixo por dia. No Brasil, isso re-presenta 170 000 toneladas. Mas nem tudo

que não serve mais para o consumo deve ser jogado fora. Pelo contrário. O que é resíduo para uns, é fon-te de riqueza para outros, basta saber reaproveitar. Foi isso o que a Recicla Nordeste ensinou ao pú-

Um bom negócioblico visitante da Feira da Indústria da Reciclagem e Transformação, por meio de 50 expositores. Entre máquinas e equipamentos para geração de negó-cios foram mostrados casos de aproveitamento do lixo com vantagens econômicas e ambientais, em vários setores, desde a computação à construção civil. Veja, leitor, alguns exemplos.

C ertamente você já ouvir falar em e-books e e-mails, mas e-lixo, você curte?. O meio ambiente espera que não. A expressão

faz referência aos objetos tecnológicos – PC, videogame, celular, televisão, etc – ultrapassados que são descartados de forma incorreta, geralmente jogados nas centenas de lixões que existem no Brasil. O problema é que esses objetos levam em sua composição elementos químicos como chumbo, mercúrio, fósforo e lítio, nocivos ao meio ambiente e à saúde humana. De acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado em 2010, o país é líder entre as nações emergentes na geração de lixo eletrônico por habitante. O estudo aponta que o lixo eletrônico descartado por pessoa, no Brasil, equivale a meio quilo por ano. Na China, que tem uma população muito maior, a taxa de lixo eletrônico por pessoa é 0,23 quilo e, na Índia, ainda mais baixa (0,1 quilo).

A esperança dos ambientalistas é que, com a entrada em vigor da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o e-lixo tenha o descarte adequado. Enquanto isso não acontece, algumas empresas ajudam na complicada tarefa

E-lixoque ganhou o nome de logística reversa. Dentre elas a Ecoletas Ambiental. O empreendimento, um dos mais visitados na Recicla Nordeste deste ano, tem sede em Fortaleza e atua na coleta, desmonte, transporte e destino final do lixo eletroeletrônico. Único na capital a ter autorização dos órgãos de fiscalização ambiental, trabalha de acordo com as certificações ambientais e as normas técnicas de manuseio de resíduos sólidos.

Segundo o proprietário Marcos Bonanzini, natural de Santos, litoral paulista, e há 16 anos morando na capital cearense, a Ecoletas compra (ou recebe gratuitamente) lixo eletrônico e o revende a empresas especializadas na exportação desses componentes a recicladores europeus e asiáticos. “Em alguns países, como a China, a destinação final dos resíduos sólidos é realizada por meio da manufatura reversa do lixo tecnológico, que permite recuperar metais, plásticos e outros componentes”, explica Marcos.

A ONU orienta que se faça o reuso e a reciclagem adequada desses materiais, que não devem ir para o lixo comum ou mesmo à reciclagem artesanal, onde é realizada a queima

D ados da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição (Abrecon) mostram que o Brasil desperdiça

cerca de 8 bilhões de reais anualmente porque não recicla seus resíduos. Os números indicam que 60% do lixo sólido das cidades vêm da construção civil e 70% do total poderiam ser reutilizados. Ainda segundo a Abrecon, a construção civil é a maior fonte geradora de resíduos da sociedade, já que seus entulhos podem representar até 70% da massa total de descartes sólidos urbanos de uma cidade brasileira de médio e grande portes.

Grande parte do desperdício desse setor, também um dos que mais geram emprego e renda no país, poderia ser evitada se existisse uma cultura para aproveitar as sobras das construções e se mais empreendedores investissem no segmento de reciclagem na construção civil, como a Usina de Reciclagem de Fortaleza (Usifort). Montada numa área de 30 000 metros quadrados, à margem da BR-116, a empresa é uma das poucas no país especializadas em reciclagem de resíduos oriundos da construção civil. Segundo o proprietário, Marcos Kaiser, o local tem capacidade instalada para processar 200 toneladas de resíduos por hora. Vários insumos de construção podem ser fabricados a partir de entulhos, como blocos de alvenaria, briquetes para calçamento, meio-fio, combogós, agregados para produção de pré-moldados, tubos para drenagem e brita corrida para sub-base asfáltica, dentre outros.

Construção civilUm dos locais mais visitados na Recicla Nordeste,

a Usifort tem 300 000 metros cúbicos de resíduos estocados resultantes de demolições, montante suficiente para a construção de 50 000 casas, segundo Marcos Kaiser. Um dos itens importantes processados no local é o tijolo ecológico, feito do chamado resíduo classe "A". Reciclado a partir de sobras contendo cimento, o tijolo é prensado e curado por um período de sete dias. O processo não utiliza a queima de lenha e o produto final pode ser utilizado em qualquer tipo de edificação.

O trabalho de reciclagem do entulho pode ser feito tanto na usina, como nos canteiros de obras. No primeiro caso, a empresa cobra apenas 32 reais por caminhão para receber o resíduo. Em

dos componentes na tentativa de se extrair metais preciosos embutidos, como ouro e prata, processo que já ganhou até o apelido de "garimpagem urbana". Na Ecoletas, o lixo eletrônico é separado e agrupado por tipo de resíduo que gera ou pode gerar. Depois, é desmontado para a retirada de seus componentes. O resultante do desmonte é separado e novamente agrupado por tipo de material: placas eletrônicas, inox, baterias, metais não ferrosos, metais ferrosos, fios e plásticos. Os materiais não passam por tratamento (físico, químico ou biológico) “A segregação dos materiais evita a mistura de resíduos incompatíveis, contribuindo para aumentar a "qualidade" dos resíduos que possam ser recuperados ou reciclados”, diz o empresário.

Em função da concorrência desleal, a empresa ainda tem dificuldades para se manter.

Em média, ela paga 8 reais por quilo de placa mãe. No mercado não legalizado, esse valor é maior. O problema é que esses compradores não dão destino correto ao material. “Na maioria das vezes, os componentes lucrativos são retirados e a carcaça é descartada como lixo comum. O que é um crime, ambiental e legal”, afirma Marcos. Para atuar legalmente, a Ecoletas teve de seguir critérios como de localização e capacitação de pessoal. “Ao final da vida útil, os eletrônicos devem ser devolvidos à cadeia produtiva para que sejam desmontados e reciclados. E esse processo só pode ser realizado por empresas especializadas.” Ele completa: “Na Ecoletas, tentamos não ter apenas lucro com o negócio, mas também passar a ideia de que dar destino correto ao e-lixo é uma questão moral e de cumprimento do dever de cidadão”.

Marcos Bonanzini: “Ao final da vida útil, os eletrônicos

devem ser devolvidos à cadeia produtiva para que

sejam desmontados e reciclados”

Marcos Kaiser e, ao fundo, o equipamento móvel capaz de separar concreto e ferro do resíduo e, ao mesmo tempo, fabricar os agregados

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troca, a construtora recebe um documento provando que o resíduo foi descartado de maneira correta. Na nova política nacional de resíduos sólidos, essa comprovação passa a ser obrigatória. “É um valor praticamente simbólico, já que todo o trabalho de separar e processar o material é nosso. Dessa forma, evitamos o descarte incorreto em lixões e lagoas”, conta Marcos Kaiser.

A Usifort também pode fazer a reciclagem no próprio canteiro de obras, por meio de um equipamento móvel chamado pulverizador, capaz de separar concreto e ferro do resíduo e, concomitantemente, fabricar os agregados, como tijolos. O plástico e a madeira separados no processo são encaminhados às cooperativas que trabalham com esses resíduos.

Entre os clientes da Usifor, está a prefeitura de Fortaleza, que usa a nova tecnologia para dar destino correto aos resíduos gerados nas obras do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) e, ao mesmo tempo, cumprir a política de Gestão de Resíduos Sólidos, uma vez que os consórcios que executam as obras compram os produtos criados pela usina, realizando a logística reversa dos resíduos gerados. De maio de 2008 a agosto de 2012, mais de 77 000 metros cúbicos de materiais provenientes das obras foram enviados para reciclagem na usina. Depois de processado, o resíduo é reaproveitado na fabricação da mistura usada na base da pavimentação das ruas e avenidas restauradas pelo Transfor, dentre elas Costa Barros, Padre Valdevino, Barão do Rio Branco, Mister Hull, Bezerra de Menezes e Domingos Olímpio.

D ados da Associação Brasileira da Indústria do Pet (Abipet) revelam que o Brasil é o país que mais recicla garrafas pet no mundo. Segundo o 8° Censo da Reciclagem do Pet

no Brasil, divulgado este ano, o país reciclou 294 000 toneladas de embalagens de pet pós-consumo, o que representa 57,1% das embalagens descartadas pelo consumidor. O volume total reciclado em 2011 representa um aumento de 4,25% em relação às 282 000 toneladas recicladas em 2010. O índice é mais do que o dobro do crescimento registrado na produção de novas embalagens, que foi de 2%, em 2011. Atualmente, o Brasil recicla 56% das garrafas pet com faturamento de 1,2 bilhão de reais, mas ainda desperdiça mais de 100 000 toneladas por ano.

Quanto ao destino, o mercado têxtil continua sendo o principal consumidor. O setor responde pelo uso de aproximadamente 40% de todo o material. O segundo lugar, com 18% cada um, é dividido entre os setores de embalagens e o de aplicações químicas. “A indústria têxtil continua sendo a grande aproveitadora da reciclagem de pet. Por meio do beneficiamento, o plástico se transforma em fios para fabricação de sofás a cobertores e todo o tipo de roupa de poliéster”, explica Jeanine Gurgel, gerente administrativa da Recicladora São José, indústria do município de Maracanaú, que esteve presente na Recicla Nordeste expondo seus produtos feitos exclusivamente de garrafas pet.

Por meio da reciclagem de 400 toneladas por mês, o equivalente a 7.200.000 garrafas retiradas do meio ambiente, a empresa manufatura o chamado flake de pet (espécie de floco plástico) nas cores cristal, verde, azul, vermelho e óleo. O material é embalado em carregamentos de 23 toneladas e vendido para os estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, dentre outros. A atividade gera mais de 60 empregos diretos.

Até chegar à recicladora, Jeanine explica que o material passa pelas seguintes fases: o catador recolhe o pet na rua; em seguida é vendido aos depósitos; e dali segue para as cooperativas, onde é feita a triagem. Na quarta e penúltima etapa, vira matéria-

Dinheiro de plásticoprima utilizada pela indústria no produto final. Contabilizadas todas as pessoas que integram o ciclo produtivo, são cerca de 2 000 ocupações. “A cadeia da reciclagem é responsável por milhares de empregos no país e contribui diretamente para reduzir o lixo nas cidades, beneficiando os municípios, que tem menos lixo para recolher, e o meio ambiente. Apesar disso, ainda sofremos com a bitributação. Um absurdo, se levarmos em consideração todos os benefícios envolvidos no processo”, desabafa a executiva.

Da garrafinha transparente, a empresa não desperdiça nada, literalmente. Até as embalagens de pet para óleo comestível (difíceis de limpar completamente) são utilizadas para fabricar canos para esgoto, vendidos nos depósitos da periferia por preços mais baixos do que os tradicionais de PVC. As tampinhas e rótulos, por sua vez, se transformam em 6 000 quilos de barbante plástico (fitilho) por mês após o processamento de 60 toneladas de resíduos.

Quinzenalmente, a entidade fornece informações sobre marketing pessoal, mercado de trabalho, planejamento de carreira e preparação de currículo, dentre outras

IEL/CE capacita para estágio

Aárea de Estágio e Novos Talentos do Instituto Eu-valdo Lodi (IEL/CE), entidade componente do Sis-tema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

(Sistema FIEC), realiza duas vezes ao mês uma série de palestras como parte do projeto Oficinas de Desenvol-vimento de Estagiários. Iniciado em 2007, a intenção é desenvolver pessoas para transformá-las em um dife-rencial competitivo às indústrias, além de lhes propiciar noções de como se preparar para o mercado de trabalho.

Mercado de trabalho

O IEL/CE qualifica os participantes das oficinas para as oportunidades de estágio, fornecendo informações sobre diversos assuntos, como marketing pessoal, mercado de trabalho, planejamento de carreira, preparação de currí-culo e como se portar em uma entrevista, dentre outros. Todas são gratuitas e certificadas, com foco em estudantes dos ensinos médio, superior e técnico. As palestras ofe-recem mais capacitação e, consequentemente, vantagens competitivas aos jovens que estão iniciando carreira.

PATRICy DAMASCENO

Jeanine Gurgel: "O pet reciclado se transforma em fios para fabricar de sofás a cobertores e todo o tipo de roupa de poliéster”

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De acordo com Rosane Aragão, consulto-ra do IEL/CE e coordenadora das oficinas, a ideia surgiu a partir da falta de postura do estudante na hora da entrevista. “Uma das atividades do IEL/CE é o programa de estágio, que insere estudantes em empresas. Então, nas entrevistas que fazemos e nas conversas com esses estudantes, passamos a notar que o currículo não condizia com a realidade. Dessa forma, nos vimos na obri-gação de formar esses estudantes para um melhor desempenho na tentativa de entrar no mercado de trabalho.”

As Oficinas de Desenvolvimento de Esta-giários trazem temas da atualidade, que, se-gundo Rosane Aragão, são necessários para os estudantes terem um diferencial de mer-cado. “É um kit de sobrevivência dentro des-se mercado, onde simplesmente capacitamos essas pessoas para as nossas empresas.” Este ano, até agora 17 oficinas foram elaboradas. Com a grande procura de estudantes por de-senvolvimento pessoal e profissional, o pro-jeto foi crescendo. Passaram a ser ministra-das também palestras nas organizações e nos centros de conhecimento, todas de cunho comportamental.

A estagiária Tatiana Monteiro Holanda, do curso Assistente Administrativo no Cen-tro de Formação Profissional Antônio Urba-no de Almeida, unidade do Serviço Nacional

Correr atrás

Opalestrante Sérgio Sobreira, pedagogo e advogado, afirma que em qualquer palestra se aprende, só depende da

pessoa, porque, apesar de a quantidade de informação ser maior do que em uma aula comum, a interação também é maior. Para Sobreira, as oficinas são muito importantes, mas não são tudo: “O aluno também precisa correr atrás. Depende muito dele e da capacidade de aprender. Uma palestra pode valer por um curso inteiro. Depende muito de

O Programa de Estágio desenvolvido pelo IEL tem como principal objetivo promover a interação entre as insti-tuições de ensino e o setor econômico, assegurando a

melhoria da qualificação e a complementação da formação profissional dos estudantes.

Com as habilidades exigidas pelas empresas ao novo cola-borador, estão não só o saber, mas sobretudo o ser. O estágio entra nesse contexto como uma ferramenta de preparação para o mercado de trabalho, por ser um complemento para a formação acadêmica do estudante, garantindo o desenvolvi-mento pessoal e profissional e a qualidade da prática.

Formação profissional

de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), afirma que as oficinas enriquecem o currí-culo dos estudantes que participam em rela-ção a conhecimento e atividades extras, den-tre outros aspectos. “A capacitação aumenta o nosso leque de opções, além de viabilizar novos horizontes", diz Tatiana. Ela comple-ta: "Acredito que nos dá conhecimento de como as empresas preferem os estagiários e no que eu posso melhorar. A base das ofici-nas é justamente isso: você se qualificar para levar mais conhecimento ao seu ambiente de trabalho, quer seja como estagiário ou até mesmo como funcionário”.

Para o IEL/CE, a importância é exatamen-te essa, desenvolver e capacitar os estudantes para o mercado de trabalho a fim de serem um diferencial. “A instituição precisa de um diferencial e esse acontece quando a empresa nos pede um profissional e encaminhamos estudantes com visão de mercado e cresci-mento. O nosso foco é transformar esse ta-lento em capital humano, ressaltando o inte-lectual, que acarreta resultado positivo para a empresa”, afirma Rosane Aragão.

Acrescenta a consultora: “Por isso a parce-ria entre as instituições de ensino e o IEL/CE é muito forte e estreita. Quando necessitamos de uma vaga para um estudante de design gráfico, por exemplo, em nível intermediá-rio para avançado, é difícil. Mas se eu tenho instituições parceiras, eu só digo o perfil que estou precisando e, na mesma hora, sou atendida. Há uma divulgação, um recruta-mento, um auxílio para com a gente”.

SERvIçO:

Para mais informações sobre as oficinas de desenvolvimento de Estagiários, entrar em contato com o Núcleo de Estágios nos telefones: (85) 3421 6510 / 3421 6511 ou pelo e-mail [email protected].

A capacitação aumenta o

nosso leque de opções, além de viabilizar novos horizontes.

Tatiana Monteiro Holanda, estagiária

“ “Fábio Braga: "As oficinas me mostraram um modelo de como eu devo ser como profissional e isso está ajudando bastante no meu estágio"

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As vantagens oferecidas favorecem não apenas os estu-dantes, mas também as empresas, pois abrem portas a no-vas ideias e abordagens diferentes e inovadoras. O programa apresenta ainda, como objetivos, proporcionar a realização de estágios a estudantes, favorecendo o exercício das ati-vidades específicas de suas futuras profissões, viabilizar a inserção deles no mercado de trabalho e contribuir para a aproximação entre a formação e o perfil profissional reque-rido pelo setor econômico, além de estimular a participação ativa nas empresas no processo de melhoria da qualidade do sistema educacional.

o estudante estar atento, estar anotando, estar investigando. Hoje, eu sempre falo para os meus alunos que 90% do aprendizado é em casa, pois em sala de aula você entende, em casa você aprende”.

Para Fábio Braga, estagiário e estudante do curso de Administração da Faculdade Integrada do Ceará (FIC), as oficinas apresentam temas mais ligados ao dia a dia e trabalho do estagiário, pois não trazem assuntos técnicos e, sim, mexem com o lado comportamental da pessoa. “As palestras nos trazem orientação, método de trabalho, exemplos reais de como o estagiário deve se comportar e o que precisa apresentar de resposta para a instituição que está trabalhando. O meu crescimento pessoal e profissional teve a questão do modelo de trabalho. As oficinas me mostraram um modelo de como eu devo ser como profissional e isso está ajudando bastante no meu estágio.”

As oficinas e palestras são um projeto social de cunho maior. Trazem a preocupação de capacitar e certificar os estudantes, e ligam-se, principalmente, ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. E, com o intuito de galgar essa qualificação, o Instituto Euvaldo Lodi oferece aos estudantes e demais interessados, além das Oficinas de Desenvolvimento de Estagiários, cursos de Educação a Distância (EAD), com temas diversificados para seu crescimento, que fazem parte do Programa de Estágio da instituição.

| RevistadaFIEC | Novembro de 201232 33Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

A inovação é a oportunidade que empresas têm de empreender, apresentando um novo e diferente serviço ou produto, criando assim

possibilidade para potencializar sua competitivida-de no mercado. Mas como dar o primeiro passo? Como executar ideias, viabilizar projetos que até então estão apenas no campo teórico? Os editais de inovação são uma boa oportunidade de inovar com suporte técnico e recursos financeiros externos.

O Sistema FIEC tem, em suas instituições, uma equipe técnica preparada para apoiar empresas na elaboração de projetos de inovação tecnológi-ca com condições de captar recursos por meio de editais de inovação. A necessidade de pôr no pa-pel os meios necessários para desenvolver novos produtos ou tecnologias de processo com valor de mercado é um desafio que envolve um trabalho técnico especializado.

Em 2012, a integração do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), do Serviço So-

“Trata-se de um excelente desempenho, resultado de um trabalho compartilhado entre SESI, SENAI e IEL no suporte às empresas para elaboração dos projetos que foram submetidos.”

Segundo Alysson Amorim, a equipe das três instituições realizou levantamento de oportuni-dades nas empresas interessadas, focando projetos cujos produtos tivessem valor de mercado e po-tencial de replicabilidade ou escalonamento. Em seguida, para cada projeto, foi elaborado um plano de negócios contendo levantamento das deman-das de mercado, análise da concorrência, avalia-ção de fornecedores, plano de marketing e análise da viabilidade técnica e financeira. Todas essas informações são necessárias para evidenciar que os resultados esperados justificam o investimento pleiteado para o projeto.

Explica Alysson Amorim: “Deixamos claro ao empresário que, apesar de todo esse esforço, pro-jetos de inovação são ações que envolvem riscos. Mesmo considerando um bom plano de negócios, a dinâmica de mercado e a evolução tecnológica

Incentivo à inovaçãoEdital SESI SENAI de Inovação 2012 contemplou cinco projetos de inovação em diversas áreas de empresas cearenses

Tecnologia

PAOLA VASCONCELOS

geram incertezas, desde o momento em que a ideia é concebida até o momento no qual as em-presas colocam seu produto na prateleira. Cabe à equipe do SENAI, SESI e IEL ajudar as empresas na análise desses condicionantes para que essas incertezas sejam minimizadas, aumentando, as-sim, as chances da incorporação efetiva da ino-vação nos negócios da empresa”.

cial da Indústria (SESI) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), visando o suporte qualificado às empresas com boas ideias e disposição para investir em ino-vação, rendeu bons frutos. O Edital SENAI SESI de Inovação 2012, realizado pelos Departamentos Nacionais das duas instituições, contemplou cinco projetos de inovação em diversas áreas.

Este ano, o Ceará registrou um recorde de projetos aprovados no Edital de Inovação. Fo-ram três projetos de inovação tecnológica do SENAI, um projeto de inovação social do SESI e um projeto integrado SESI/SENAI, o maior nú-mero desde o início do edital. Com essa marca e considerando o Nordeste, o estado aprovou 17% dos projetos, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte.

O gerente da Unidade de Tecnologia do SENAI, Alysson Amorim, destaca que concorre-ram no processo 18 projetos do Ceará. Em 2011, por exemplo, apenas dois foram selecionados.

A participação de 18 projetos do Ceará

é resultado de trabalho compartilhado entre SESI, SENAI e IEL.

Alysson Amorim, gerente da Unidade

de Tecnologia do SENAI

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Projetos selecionados

O s projetos desenvolvidos pelas indústrias em conjunto com o SENAI visam gerar novos negócios e promover a melhoria na produtividade nas empresas, enquanto que os desenvolvidos

em cooperação com o SESI buscam desenvolver novas tecnologias sociais que impactem na qualidade de vida do trabalhador e de seus familiares. Os projetos são desenvolvidos em parceria com empresas e unidades das duas entidades.

Em sua nona edição, o Edital de Inovação destinou o maior aporte financeiro de sua história. No total, serão distribuídos 30 milhões de reais para os 105 projetos selecionados no Brasil, que promoverão a inovação na indústria nacional por meio do desenvolvimento de novos produtos, processos e tecnologias sociais. No Ceará, na área do SENAI, foram selecionados três projetos. No setor madeireiro, a indústria Sigma vai desenvolver uma forma em polpa moldada para armação interna de tênis a partir do reciclo de resíduos das indústrias calçadista e moveleira. Na área de alimentação, a empresa Pão de Tapioca Indústria de Alimentos e Comércio desenvolverá uma tapioca sem

glúten. Já no setor automotivo, a Trix Log Indústria, Comércio e Serviços de Rastreadores Veiculares desenvolverá um dispositivo veicular para monitoramento em tempo real e controle de falhas de funcionamento de veículos de forma remota.

Na área do SESI, a Marisol Indústria Têxtil Ltda. vai operacionalizar o Modelo SESI de Saúde e Segurança no Trabalho, mediante a implantação de um sistema integrado de informações como consultoria. O projeto integrado SESI/SENAI prevê a implantação da Oficina Ceres – Modelo de incubadora para projetos de produtos e serviços sociais, integrante de um Consórcio de Empresas para Responsabilidade Socioambiental (Ceres), derivado de Projeto de Inovação do Edital de Inovação SESI SENAI 2010. Esse projeto conta com um pool de empresas parceiras, tais como Iracema Indústria e Comércio de Castanha de Caju, Cagece, Coelce, Cemec, Universidade de Fortaleza (Unifor), Resibras, Recamonde, Impacto Protensão, RIC e Instituto Atlântico, dentre outros parceiros. Os projetos, que devem ser desenvolvidos no prazo máximo de 20 meses, terão início em janeiro de 2013.

Laboratório da Trix Log

Pão de tapioca

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Instituição

SENAI

SENAI

SENAI

SENAI/SESI

SESI

Razão social

Desenvolvimento de forma em polpa moldada para armação interna de tênis a partir do reciclo de resíduos das indústrias calçadista e moveleira

Desenvolvimento de uma pré-mistura sem glúten e sem lactose, à base de tapioca pré-gelatinizada Dispositivo veicular para monitoramento em tempo real e controle de falhas de funcionamento de veículos de forma remota utilizando rede can e avl (gprs) dual sim

Oficina Ceres – Modelo de incubadora para projetos de produtos e serviços sociais, integrante de um consórcio de empresas para responsabilidade socioambiental (Ceres) derivado de Projeto de Inovação do Edital de Inovação SESI SENAI 2010 Modelo SESI/SENAI de Saúde e Segurança no Trabalho: implantação de um sistema integrado de informações como consultoria

Área de atuação

Produto

Produto

Produto

Produto; Responsabilidade social

Saúde e Segurança do Trabalho

Setor industrial

Madeira e mobiliário

Alimentos e bebidas

Automotiva

Alimentos e bebidas

Têxtil e vestuário

Empresa

Sigma Indústria e Comércio de Móveis Ltda.

Pão de Tapioca Indústria de Alimentos e Comércio Ltda.

Trix Log Indústria, Comércio e Serviços de Rastreadores Veiculares Ltda. e pp

Iracema - Indústria e Comércio de Castanha de Caju Ltda.

Marisol Indústria Têxtil Ltda.

Experiências cearenses contempladas

SOBRE OS PROJEtOS aPROvadOS

Promover a inovação

O edital é uma iniciativa do SENAI e do SESI para a promoção da inovação nas indústrias, com a parceria dos departamentos regionais e com

as empresas que desenvolverão processos, produtos e tecnologias sociais inovadores.

Para isso, os empresários contam com o apoio financeiro para custeio dos projetos e para bolsas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (DTI) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), financiadas com recursos do Ministério de

Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTi). O objetivo do edital é apoiar projetos de pesquisa aplicada em empresas do setor industrial, por intermédio dos Centros de Tecnologia do SENAI e de unidades do SESI, com ênfase em inovação tecnológica e social.

Dentre os benefícios para os selecionados estão o suporte técnico e financeiro para o desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica e social e suporte para desenvolvimento de projetos envolvendo profissionais do SENAI, do SESI e da empresa, com custos compartilhados.

Estima-se que uma em cada grupo de cem a 200 pessoas nos Estados Unidos e Europa tenha doença celíaca, que

é causada pela intolerância ao glúten, um produto que está presente em vários alimentos comuns, como pão, macarrão, biscoitos, bolos, cervejas, cevada e mingaus. O glúten é a principal proteína presente no trigo, centeio, cevada e aveia. Apesar de no Brasil ainda não existir um número oficial sobre a prevalência da doença celíaca, um estudo feito em 2005 pela

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com adultos doadores de sangue apresentou incidência de um celíaco para cada grupo de 214, no estado.

No entanto, mesmo sem existir um número fechado, os portadores de doença celíaca, que são muitos no Brasil, organizam-se em forma de associações para lidar com os desafios da doença cujos principais sintomas são diarreia crônica, barriga inchada, perda de peso, vômitos e anemia, dentre outros. Imagine que

Alimentos sem glúten

essas pessoas devem se alimentar de produtos que excluam completamente o glúten do seu conteúdo, o que abre espaço para indústrias que consigam oferecer produtos alimentícios sem o produto com a máxima segurança.

Foi não só pensando nesse promissor mercado consumidor, mas também aproveitando a experiência da fabricação de produtos alimentícios a partir da “tapioca”, que a empresa Pão de Tapioca Indústria de Alimentos está desenvolvendo, em parceria com o SENAI, um projeto para desenvolver tapioca sem glúten. Isso mesmo: sem glúten!

A empresa Pão de Tapioca já produz para o Ceará a Xilitoca, um biscoito de tapioca assado supercrocante sem adição de açúcar, também voltado para o mercado de São Paulo com o nome exclusivo Teko de Tapioca. Além disso, produz ainda Caskita (casquinha), a Pizzata, a Tapiocone, a Tapalito, a Coxita e a Tapechurros, além de salgados de tapioca diversos. E, a partir de janeiro de 2013, passará a desenvolver produtos sem glúten de forma experimental por meio de incentivos do edital.

Um dos sócios da empresa, Antônio Santana, explica que a inovação está no DNA da Pão de Tapioca. Isso porque a empresa constantemente experimenta novos produtos a partir da pré-mistura que desenvolveu. A meta é

fazer com que a pré-mistura da tapioca tenha um comportamento mais próximo possível do trigo. “Com isso, conseguimos fazer uma inovação atrás da outra.”

Na formação da tapioca, originalmente não existe glúten. No entanto, a pré-mistura desenvolvida pela empresa contém o produto. “O que os celíacos buscam é uma formação completa sem glúten. Considerando que somos uma pequena empresa, nós percebemos que não poderíamos fazer porque o nosso ambiente não permitia a segurança necessária para o desenvolvimento”, explica Antônio Santana.

Foi então que chegaram ao SENAI. “Ficamos sabendo do Edital de Inovação e nos inscrevemos em 2011, mas não fomos selecionados. Este ano, melhoramos o projeto com a ajuda do SENAI e do IEL e tivemos sucesso”, acrescenta a sócia Janaína Rodrigues Nogueira.

A partir do edital e dos recursos que serão destinados, e com o acompanhamento técnico do SENAI, a Pão de Tapioca vai se preparar para produzir de forma segura produtos sem glúten. Isso diz respeito à aquisição de novos equipamentos, readequações do ambiente de produção, novos métodos, melhorias de processos, certificação com ISO, novas receitas e testes, etc.“É mais um olhar que damos para a oportunidade. Sabemos que temos um potencial imenso e vamos explorá-lo ao máximo dentro das nossas condições”, finaliza Janaína Nogueira.

A meta da empresa é fazer

com que a pré-mistura da tapioca tenha um comportamento mais próximo possível do trigo.Antônio Santana, sócio da

empresa Pão de Tapioca

“ “Janaína Rodrigues Nogueira: "Em 2011, não fomos selecionados. Este ano, melhoramos o projeto com a ajuda do SENAI e tivemos sucesso"

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Inteligência logística

U m software que identifica um conjunto de variáveis relativas ao transporte de entregas, permitindo não só o rastreamento

dos veículos, mas saber informações do estado da carga, a velocidade do trajeto, os pontos de parada, como o motorista está dirigindo, o gasto de combustível, manutenção preventiva e as paradas de descanso obrigatórias, dentre outras. Esse é o projeto Gerenciamento de Entrega e Indicadores Logísticos da Trix Log Indústria e Comércio, que também foi selecionado pelo Edital de Inovação SENAI SESI 2012. A empresa é especializada no segmento logístico, gerando soluções em tecnologia da informação e tem como principal produto o desenvolvimento de soluções logísticas para gerenciamento mediante o desenvolvimento de softwares e hardwares para clientes da área de bebidas, gás, agropecuário, coleta de resíduos, etc.

Viés social

O reaproveitamento de resíduos sólidos é uma urgente demanda que vem obtendo retorno das indústrias em busca do desenvolvimento sustentável. Dois

projetos selecionados pelo Edital SENAI SESI de Inovação 2012 contemplam a temática. O primeiro é uma iniciativa compartilhada entre SENAI e SESI – a Oficina do Projeto Ceres –, um consórcio de responsabilidade social empresarial que reúne indústrias da Barra do Ceará, cujo modelo de formação já foi contemplado na edição 2010 do Edital de Inovação. Conforme a gerente do Núcleo de Responsabilidade Social Empresarial (NRSE) do SESI, Cybelle Borges, a Oficina Ceres vai processar o resíduo sólido das seis empresas participantes (Iracema, Recamonde, Resibras, Cemec, Cagece e Coelce) com o apoio técnico do SENAI, do Centro de Tecnologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), da Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio da Rede de Incubadoras do Ceará (RIC); do Instituto

Atlântico, Cooperativa da Construção Civil do Estado do Ceará (Coopercon) e Impacto Protensão.

“É uma ação de empreendedorismo e inovação das indústrias que vai gerar impacto diretamente na comunidade do entorno das indústrias, uma vez que beneficiará os familiares de trabalhadores das empresas não do ponto de vista assistencialista, mas na prospecção de negócios e geração de renda, à medida que vai gerar novos produtos e serviços”, explica a gerente do NRSE.

O Consórcio Ceres, cujo modelo incubador de tecnologia social será lançado em 21 de novembro, tem o objetivo comum de elaborar uma nova forma de atuação social focada na sustentabilidade ambiental, financeira e social. Para isso, cada empresa vem aplicando metodologias de gestão da responsabilidade corporativa, produção mais limpa e gerenciamento de projetos de desenvolvimento. A vantagem é

O diretor técnico da Trix Log, Vicente Xavier Macambira, destaca que a inovação é uma prerrogativa do trabalho de tecnologia da informação que a empresa realiza. Em seu ambiente, além de um laboratório de desenvolvimento, onde jovens criam produtos, fazem testes e pensam em novas soluções, outro setor atua diretamente na produção. “Desenvolvemos tecnologia para mensurar a eficiência do trajeto das entregas. Para muitas dessas empresas, a parte difícil é fazer com que o produto chegue em tempo hábil ao seu consumidor”, diz Vicente Macambira.

Dessa forma, conta a gerente de projetos da empresa, Liliana Carrha, esse projeto vai viabilizar o desenvolvimento de um software para integrar informações numa plataforma de dados relativos ao veículo, ao elemento humano (motorista) e a custos operacionais de frota. “Quando o veículo sai da porta da fábrica, não se tem mais o controle. A ideia é trazer todas essas informações relacionadas à carga, ao veículo e ao motorista para o gerenciador do processo”, explica Liliana Carrha.

Vicente Macambira destaca que a Trix Log já é diferenciada no mercado porque desenvolve sistemas e não realiza rastreamento simplesmente. Esse novo software vai atender aos clientes que já possui e a novos mercados que podem surgir. “É um produto muito bem aceito pelo mercado porque ajuda a controlar custos e o retorno para o cliente é rápido, haja vista que são informações gerenciais para que atuem em condições melhores e mais eficientes”, finaliza o diretor técnico.

que o modelo pode ser replicado por instituições interessadas em qualquer lugar do país.

O outro projeto selecionado é do SENAI e da empresa da área moveleira Sigma Indústria e Comércio de Móveis, que vai desenvolver uma forma em polpa moldada para armação interna de tênis a partir do reciclo de resíduos das indústrias calçadista e moveleira. O proprietário da Sigma, Francisco César Lopes, destaca que é um projeto inovador, em primeiro lugar, porque 70% das polpas moldadas para o setor calçadista, cujo objetivo é manter a forma do tênis na exposição, vêm de outros estados. “Nós seremos pioneiros nessa produção no Ceará.”

Além disso, César destaca a importância da parceria com a Vulcabras do Nordeste, empresa que vai absorver, em futuro próximo, a produção da polpa. A Sigma vai produzir uma polpa moldada que não deforma e que atende às necessidades da empresa a partir do resíduo de papel e papelão da própria Vulcabras. “Por mês, a empresa fabrica entre 36 e 40 toneladas de resíduos que serão transformados em polpas moldadas.” O proprietário da Sigma diz que esse projeto, com a futura incorporação do novo produto, vai causar um incremento de 40% na estrutura financeira da empresa, além de gerar cerca de 15 a 20 empregos diretos”.

Nós seremos pioneiros na

produção de polpas moldadas no Ceará.

A Trix Log desenvolve

tecnologia para mensurar a eficiência do trajeto das entregas.

Francisco César Lopes, proprietário da Sigma

Vicente Xavier Macambira, diretor técnico da Trix Log

De olho em 2013

A s negociações para os projetos do Edital SENAI SESI de Inovação 2013 já iniciaram. Se você é empresário e tem uma boa ideia para gerar novos negócios e elevar a vantagem competitiva da sua

empresa, procure o SENAI, o SESI ou o IEL para obter apoio técnico visando à submissão do seu projeto pelos telefones (85) 3421 5946 / 3421 5945.

Dicas para uma alimentação saudável

1.Evite dietas milagrosas em que há uma grande eliminação de peso em um curto período de tempo.

A Serlares não se preocupa apenas em servir uma alimentaçãodeliciosa, mas também oferece bem estar e qualidade de vida.Segue algumas dicas de como ter uma alimentação saudável:

2. Comece sempre a refeição com um caprichado prato de saladas.

3. Evite beber refrigerantes, mesmo os light ou diet.Prefira sucos naturais.

4. Ingira bastante água durante o dia. No mínimo, 1,5 litro ou 8 copos.

5. Ingira legumes todos os dias.

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Após estudo da economia cearense, os 12 estudantes do ITA e de instituições locais geraram 27 ideias de startups com alto potencial de sucesso

Ideias que inovam

U m total de 27 ideias de startups nos setores estra-tégicos energia, eletrometal-mecânico, agronegó-cio, tecnologia da informação, construção civil e

educação é o resultado preliminar do trabalho realizado durante três semanas pelo projeto Apóstolos da Inova-ção, coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento In-dustrial (INDI), organismo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

O Apóstolos da Inovação faz parte de uma iniciativa maior da FIEC, o movimento Inova Ceará Startups, cujo ob-jetivo é promover o dinamismo e o crescimento da econo-mia cearense mediante a gestão da inovação. Baseado nesse objetivo, foram reunidos durante três semanas seis estudan-tes do Instituto Tecnológico de Aero-náutica (ITA) e seis de universidades cearenses para estudar possibilidades em relação ao momento pelo qual pas-sa o Ceará. Das instituições locais, há estudantes da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Faculdade Christus, Universidade de Fortaleza (Unifor), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Univer-sidade Federal do Ceará (UFC) e Fa-culdade 7 de Setembro (Fa7).

Essas 27 startups – empresas de base tecnológica, inovadora, com alto potencial de crescimento e bai-xo investimento inicial – foram pen-sadas após pesquisas e imersão em

Novos negócios

meios industriais, a partir de visitas e entrevistas com empresários, membros do governo, especialistas e acadê-micos, e compiladas em um relatório final. Os próximos pas-sos, segundo Leonardo Esmeraldo, um dos coordenadores do projeto Inova Ceará Startups, é criar um ambiente físico de estímulo, mentoria e capacitação para o desenvolvimento de potenciais startups. Também está previsto para ser lança-do em janeiro de 2013 um site para cadastrar startups cea-renses e facilitar o contato delas com as indústrias. “O Ceará tem potencial, riquezas e pessoal. O que falta é conectar os pontos. Com esse projeto, o estado e as indústrias ganham com a possibilidade de novos negócios e aumento de com-petitividade”, avalia Leonardo.

O Ceará tem potencial, riquezas e pessoal. O que

falta é conectar os pontos. Com o Inova Ceará Startups, o estado e as indústrias ganham com a possibilidade de novos negócios e aumento de competitividade.Leonardo Esmeraldo, um dos coordenadores

do projeto Inova Ceará Startups

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Energia

P ara que o Brasil se desenvolva de forma sustentável, é essencial que a infraestrutura de energia elétrica

acompanhe os passos desse crescimento. O comportamento do consumo de energia elétrica guarda uma estreita relação com a evolução do Produto Interno Bruto (PIB). Essa relação, explica o relatório de trabalho dos Apóstolos, é ainda mais forte quanto maior o peso do segmento industrial, tanto na economia, como no consumo de eletricidade. No Ceará, o consumo de energia elétrica experimentou um crescimento de 1,4% no ano passado sobre o registrado em 2010.

A composição da matriz energética brasileira registra 79,2% sob responsabilidade da hidráulica, 7,2% vem do gás natural, 4,9% de biomassa, 2,9% de energia nuclear, 2,8% são de derivados do petróleo, 1,3% do carvão, 0,4% de energia eólica e 1,2% de outras fontes, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Destaque do relatório como setor de muitas oportunidades no Ceará, as energias renováveis têm reconhecimento também no cenário nacional. Apenas em energia eólica, segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, o Brasil possui potencial de geração de 143,5 GW. Nesse cenário, o Ceará, por sua localização geográfica, tem capacidade de produzir 35 GW

com energia eólica. Atualmente, o potencial eólico instalado no estado representa apenas 1,4% da capacidade total. A pouca exploração desse setor, aliada ao crescimento da demanda de energia no Brasil, tem atraído diversos investimentos nessa área. A previsão é que até 2016 o potencial instalado aumente 350%.

Após análise de todos os dados e do mercado cearense, os Apóstolos criaram seis ideias de startups para o setor energético. A primeira teria como negócio principal o planejamento e projeto de engenharia em energias renováveis. Seria uma empresa especializada em desenvolver projetos de parques eólicos e solares, com experiência em solo, condições climáticas e de tempo de vida do equipamento e dimensionamento dos equipamentos utilizados.

Outra oportunidade identificada foi na área de instalação e manutenção de equipamentos de microgeração. Com o objetivo de atender à demanda do comércio de vendedores de painéis solares e pequenas torres eólicas em um ambiente de popularização da microenergia, a empresa funcionaria como prestadora de serviços técnicos especializados de instalação e manutenção de equipamentos exclusivos para microgeração (aerogeradores de pequeno porte e painéis fotovoltaicos). De acordo com os Apóstolos, o

CAMILA GADELHA

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| RevistadaFIEC | Novembro de 201240 41Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

setor de microgeração está em ascensão devido à resolução normativa nº 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que incentiva a micro e minigeração de energia mediante créditos de consumo de energia. A demanda virá dos consumidores residenciais que poderão economizar por meio da micro e minigeração.

Até 2016, mais 52 parques eólicos no Ceará já foram negociados com empresas que atuam em ramos diferentes da cadeia produtiva da energia eólica. De acordo com análise do projeto, poucas são as empresas com experiência para operar esses parques, além de haver toda uma demanda de constante manutenção e reparo

Os parques eólicos demandarão constante manutenção e reparo

de equipamentos

Eletrometal-mecânico

O complexo metal-mecânico é bastante representativo na economia brasileira, englobando a terça parte do total de segmentos industriais e 35,2% do PIB industrial. No

contexto cearense, o setor se apresenta mais timidamente nos números do estado, representando apenas 6,9% da participação na indústria. Entretanto, a agregação de valor desse setor industrial para a região é notória. Além disso, a participação da pauta de exportações cearenses no setor metal-mecânico vem crescendo, já atingindo 28% no primeiro trimestre deste ano.

A indústria da metalurgia cearense apresenta players de grande porte no cenário nacional. Esse setor industrial consome um tipo específico de utilidades – a sucata. A indústria cearense fornecedora de sucata é tímida, segundo o relatório, entretanto, as demandas são muito grandes. Para atender às indústrias siderúrgicas cearenses com esse insumo é que os Apóstolos pensaram a criação de uma empresa de logística de recolhimento e industrialização da sucata.

Outra oportunidade de negócio identificada é na área de serviços de pintura industrial. A empresa idealizada ofereceria

serviço de qualidade na proteção de materiais metálicos na região litorânea, com foco também no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).

Métodos computacionais em engenharia vêm se firmando como um dos elementos mais importantes na otimização de peças estruturais. A demanda cada vez maior de custos menores e redução de massa de elementos estruturais utilizados em indústrias de grande escala, como a construção civil e a indústria automobilística, impulsiona esse setor. Os Apóstolos vislumbraram a oportunidade de uma empresa cujo objetivo é fornecer serviços de projeto/consultoria de projetos de otimização de estruturas metálicas, a fim de aumentar a competitividade da indústria eletrometal-mecânica cearense.

Diminuir os custos com logística por meio do compartilhamento de informações em um site especializado em agregar valor analisando os fluxos de carga das empresas participantes e identificando oportunidades de “combinar” as rotas, evitando desperdícios e diminuindo custos, é a oportunidade identificada pelos Apóstolos para mais uma

de equipamentos. Para ganhar tal mercado, os Apóstolos sugerem a criação de uma empresa para realizar operações e manutenção de parques eólicos de grande porte. Outra oportunidade identificada nesse setor indica a criação de uma empresa fabricante de elementos de aerogeradores compatíveis com a climatologia e condições locais. O negócio teria como foco identificar elementos que geram maior perda de rendimento e maior desgaste por não serem projetados para condições tropicais.

Em média, as despesas com energia elétrica e combustíveis representaram 2,9% dos custos das empresas industriais brasileiras, segundo a Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2010. Em setembro, o setor industrial brasileiro foi responsável por 41,2% do consumo de energia elétrica, segundo dados da EPE. Os Apóstolos enxergaram duas oportunidades em meio a esses altos números: uma empresa de consultoria de plano de energia, cujo negócio seria avaliar o histórico de consumo e da matriz energética da empresa e sugerir mudanças no plano de energia, com foco em eficiência energética e redução do custo da energia elétrica no fluxo de caixa da empresa; e uma outra empresa de controle inteligente do consumo de energia, especializada na instalação de equipamentos que otimizariam os recursos de energia baseado na tarifa hora-sazonal visando à otimização do insumo energia elétrica nas indústrias.

oportunidade no setor eletrometal-mecânico. A partir da demanda de empresas não participantes de editais, bem como empresas mal preparadas para concorrer a editais de fomento (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Funcap, Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, Banco do Nordeste do Brasil – BNB, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES) por falta de informações, foi pensada uma empresa de consultoria especializada na prospecção de editais abertos, seleção de empresas aptas a participar dos editais e adequação das empresas às normas exigidas pelos editais.

Construção civil

E m 2011, o Brasil viveu o melhor período de todos os tempos para a construção civil, e o Ceará é o estado nordestino que

mais cresce nesse setor. Essa foi a conclusão da pesquisa da ITCnet. Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon) apontam que a participação do setor no PIB cearense cresceu 5,5%, em 2011. A média nacional é estimada em 3,4%. Em meio a oportunidades e tendências do setor no Ceará, segundo o relatório, há muitos negócios que existem em outros estados brasileiros ou no exterior que podem ser replicados aqui. Para suprir o déficit habitacional, uma das ideias é a criação de uma construtora especializada em empreendimentos para o público de baixa renda.

Segundo pesquisa dos Apóstolos, a demanda por dispositivos economizadores de água e/ou energia nesse setor está em contínuo crescimento. A grande vantagem é o custo operacional, porque, com essas tecnologias, pode-se reduzir, em média, em 30% o consumo de energia e entre 30% e 50% o consumo de água. Para reduzir o desperdício e o impacto ambiental na construção civil, a ideia é a criação de uma fábrica instaladora de dispositivos economizadores de água e energia. Atentos também às demandas turísticas, em sintonia com a construção civil, outra sugestão é a criação de uma rede de hotéis compactos com conforto, comodidade e baixo custo, voltada para o turismo de negócios e de viagem de curta duração (hora, fração ou diária).

Estudos dos Apóstolos apontaram que no Brasil há cerca de 20 000 empresas de

arquitetura e engenharia consultiva instaladas no Brasil, inseridas em um mercado que possui faturamento médio anual da ordem de 10 bilhões de reais, empregando cerca de 200 000 trabalhadores, 35% dos quais de nível superior. Essas empresas concentram projetos de todos os tipos, desde o projeto arquitetônico até o orçamento completo da obra. No Ceará, segundo o relatório, há demanda para esse tipo de negócio.

O Lean Construction é um novo método de gestão da produção aplicada à construção civil, que visa eliminar desperdícios, simplificar processos com transparência e melhoria contínua e agregar valor ao produto atendendo às necessidades do cliente. Uma consultoria de engenharia especializada em Lean Construction é mais uma das ideias geradas.

Ceará é o estado nordestino que mais cresce no setor da construção civil

A indústria metalúrgica consome um tipo específico de utilidades, a sucata

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| RevistadaFIEC | Novembro de 201242 43Novembro de 2012 | RevistadaFIEC |

Educação

A construção de um sistema educacional democrático, justo e equitativo apresenta-se como uma tarefa prodigiosa, pois envolve

temas diversos como acesso, fluxo, aprendizagem, formação de professores (inicial e continuada), carreira docente, projeto pedagógico, avaliações, definição das expectativas de aprendizagem, financiamento e ordenamento legal.

O Brasil contava em 2010 com quase 195 000 escolas, de acordo com dados colocados à disposição pelo Ministério da Educação. As unidades de ensino municipais predominam no ensino fundamental, enquanto a maioria dos estabelecimentos que oferecem ensino médio é estadual. As matrículas no ensino superior no Brasil cresceram 110% entre 2001 e 2010, segundo o Censo da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). Dessa forma, o total de alunos matriculados chegou a 6,4 milhões de pessoas. As vagas ainda se concentram nas instituições privadas: 74,2% do total. No Brasil, 12% dos adultos entre 35 e 44 anos completaram o ensino superior,

informa a publicação Education at a Glance 2010, da OCDE. No Chile, esse percentual é de 24%, e nos Estados Unidos chega a 43%.

Um dos grandes desafios da educação brasileira é a digitalização dos principais livros e apostilas das escolas. No Ceará, não é diferente. De acordo com o relatório, as escolas particulares cearenses são muito competitivas e estão aderindo à tendência de digitalização do material didático. A maioria das instituições de ensino ainda não digitalizou seu material por dois motivos principais: elas focam suas melhorias nas práticas de ensino e produção do material e faltam técnicos em diagramação. A oportunidade encontrada dá conta de uma empresa especializada em digitalizar material didático. O grande diferencial seria que, além da diagramação, a empresa de base tecnológica também criaria uma plataforma interativa para o material.

Outra proposta dos Apóstolos da Inovação é inovar também nos métodos de ensino das escolas. Uma oportunidade de negócio de futuro, dizem eles, é a criação de uma empresa de consultoria para desenvolver novas metodologias de ensino, que atualmente são arcaicas, não interativas e pouco estimulantes, segundo pesquisas e análises listadas no relatório. O desafio seria fazer com que os alunos gostem de frequentar as escolas e apreciem as aulas, principalmente, pelo formato inovador.

Os baixos índices de jovens brasileiros, e também cearenses, que frequentam o ensino superior motivou os Apóstolos a buscarem soluções para esses números. Conforme eles, uma saída pode ser a educação a distância. Portanto, sugerem como oportunidade de negócio a criação de uma faculdade especializada em ensino superior a distância.

Agronegócio

A cadeia produtiva do agronegócio do Ceará tem participação de 5,6% na formação do PIB cearense. Além dos produtos tradicionais, líderes da pauta de exportações, como

amêndoas de castanha de caju, lagosta e cera de carnaúba, outros produtos estão abrindo mercados para exportações, como mel natural, sucos de fruta, pimenta, camarão, frutas frescas e flores. Nas exportações, o agronegócio brasileiro tem participação de 42%, enquanto o do Ceará chega a 52%.

Hoje, a economia cearense não é mais totalmente baseada nas atividades agropecuárias, porém, ainda existe um leque de atividades bastante diversificado e com crescente importância, principalmente nos cultivos não tradicionais, como a produção de frutas, legumes e piscicultura no Vale do Rio Jaguaribe e de flores na Serra da Ibiapaba. Tendo em vista a abrangência do setor, as

análises para criação de oportunidades de negócio foram divididas entre os subsetores fruticultura (caju e banana), pecuária (leite), piscicultura (tilápia), apicultura (mel) e extrativismo de carnaúba.

A indústria da cajucultura ainda é extremamente focada na extração da castanha para aproveitamento da amêndoa. O pedúnculo, na maioria dos casos, é desperdiçado na hora da colheita. Já existem diversas aplicações para agregar valor ao caju, mas essa oportunidade não é ainda aproveitada em escala. A oportunidade vislumbrada é a criação de uma empresa de beneficiamento do pedúnculo do caju.

Estudos da Embrapa indicam que o mercado está se tornando mais sensível à qualidade, entretanto, o relatório aponta que desde a identidade visual até a propaganda, o foco dos produtores cearenses é o menor preço. A proposta é a criação

de uma empresa de marketing ao setor de agronegócios voltada para o público nordestino.

Existe uma clara limitação no setor de embalagens no estado. Essa foi mais uma das constatações feitas durante as pesquisas. As grandes indústrias precisam comprar embalagens de outras regiões, principalmente do Sudeste. Uma oportunidade de absorver o mercado local é a criação de uma empresa de desenvolvimento e fabricação de embalagens especiais para esse setor.

A irrigação, muitas vezes, é um determinante de geração de renda para os pequenos agricultores do semiárido cearense durante a seca. Há dificuldade em encontrar água na região do semiárido e quando é encontrada no subsolo, muitas vezes, essa água é de má qualidade para a agricultura, pois apresenta características de salubridade. Em pesquisas, foi constatado que existe a necessidade de bombas com saída de água suficiente para irrigar as lavouras durante a estação seca. Essa é mais uma oportunidade encontrada pelos Apóstolos: a criação de uma startup de desenvolvimento de bombas para irrigação no semiárido.

Uma outra oportunidade foi vislumbrada no subsetor da

carnaúba. De acordo com o relatório, toda a cadeia de produção necessita de melhorias, principalmente nas técnicas de extração do pó e na fabricação da cera. Para reduzir o desperdício e poupar mão de obra, a ideia é criar uma empresa especializada em máquinas que auxiliem no processo de extração de cera.

Tecnologia da informação

O termo tecnologia da informação (TI) é o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para geração, aplicação e

uso da informação. Essa sigla abrange todas as atividades desenvolvidas na sociedade pelos recursos da informática. Pequenas e grandes empresas dependem dela para alcançar maior produtividade e competitividade. Por esse motivo, a TI é um dos setores que mais crescem no mundo; a IDC Brasil prevê que o aumento de gastos das empresas nessa área será de 6,9% em 2012.

O mercado brasileiro é ainda mais atraente para o setor. Um estudo da IDC Brasil revela que o crescimento esperado para 2012 é de 8,8% maior em relação ao ano passado. De acordo com uma pesquisa realizada pela Brasscom e divulgada este ano, o Brasil está bem posicionado para competir no mercado regional de serviços de TI, uma vez que possui o maior mercado interno com empresas sofisticadas, os menores encargos sobre a folha de pagamentos e alto número de trabalhadores em TI.

O mercado de TI no Ceará vem crescendo a uma taxa de 13% ao ano. No entanto, o Ceará só é responsável por 2% do mercado de TI no Brasil, revelando um grande potencial de desenvolvimento em nosso estado.

A abrangência da tecnologia da informação fez com que os Apóstolos dividissem as análises nos subsetores turismo e educação. No subsetor de turismo, foram pensadas seis startups e, no de educação, sete, que supririam as demandas identificadas pelos Apóstolos.

Com a crescente procura por Fortaleza como destino de férias, os hotéis estão ficando sobrecarregados e não estão conseguindo suprir a demanda, de acordo com o relatório de trabalho dos Apóstolos. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (Abih/CE) mostram que a ocupação da rede hoteleira em Fortaleza deve chegar a 90% ainda nos meses de julho, revelando uma necessidade de expansão do número de leitos para os próximos anos. A sugestão dos Apóstolos é criar um site no qual os moradores possam alugar quartos para turistas, obtendo uma renda extra e o turista se hospedando por preços mais em conta. Esse tipo de site já é comum na Europa e um dos mais utilizados é o Airbnb, comprovando que o modelo funciona e que há aceitação do público. No Brasil, há o site Hotel Urbano se propondo a fazer esse tipo de comércio, mas ainda é pouco divulgado no Ceará.

Outra demanda do setor turístico identificada está relacionada à falta de guias ou informações turísticas no Ceará, seja por meio de sites ou de aplicativos para celular, que estão sendo cada vez mais utilizados. As alternativas seriam criar um site que conecta os turistas aos moradores locais, possibilitando a conversação entre eles e troca de informações para onde sair ou o que conhecer na cidade. Outra forma de atender públicos específicos é criar uma startup que faça planejamentos de viagem customizados, de acordo com o perfil de cada turista. Uma interessante forma de situar o turista com relação ao que fazer no estado é criar um aplicativo de celular (pode ser feito em conjunto com um site) que o

Em 2010, o país contava com

quase 195 000 escolas

A apicultura cearense produz mel muito apreciado

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permita obter informações sobre as praias: história da região, o que fazer na praia, onde visitar e sugestões de restaurantes classificados por preço e variedade, além de sugestões de pousadas e hotéis de acordo com o local onde se encontram.

Os Apóstolos sugerem também a criação de um site no qual seja possível visualizar a agenda de Fortaleza, contendo as principais festas e boates da região e as dicas do que fazer no dia de acordo com o estilo de cada pessoa. O site também pode divulgar promoções de boates e possibilitar a compra e venda de ingressos de festas. Outra opção de site é um

que reúna artesãos e comerciantes locais e funcione como um portal de produtos cearenses. Nesse caso, a distância não seria mais um impedimento para que os comerciantes pudessem alcançar outros mercados consumidores, além de ser rentável também para os desenvolvedores do site.

Para a educação, uma das propostas é a criação de softwares para hospedagem de material didático, permitindo que seja modificado pelo coletivo da escola, conforme debates em sala de aula. Os Apóstolos propõem também a elaboração de um portal preparado para cursos virtuais de ensino superior a distância com vestibulares focados nessa modalidade de ensino. Com foco na realização da Copa do Mundo 2014, mas também na necessidade atual, outra demanda é a de capacitação em línguas estrangeiras. Para suprir esse mercado, a proposta é uma startup para desenvolver e administrar uma plataforma de ensino de idiomas que mire na atividade realizada por certa profissão.

Os Apóstolos identificaram ainda que no Ceará utiliza-se ainda uma metodologia de ensino arcaica. Uma oportunidade para esse desafio seria a criação de uma startup que implanta metodologias de ensino como as de Aprendizado Baseado em Jogos (Game Based Learning) nas principais instituições de ensino públicas e privadas.

Fortaleza é bastante procurada como destino de férias

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