Reciclagem de Baterias Gabriel Natan

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Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC Pós-graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho – VII Disciplina de Qualidade do Ar Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Nosse Alunos: Gabriel Zappelini Nunes / Natan Felipe Souza Contaminantes atmosféricos na indústria de reciclagem de baterias automotivas chumbo - ácido

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Reciclagem de Baterias

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UNIO DO VEGETAL

Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC

Ps-graduao em Engenharia de Segurana no Trabalho VII

Disciplina de Qualidade do Ar

Prof. Dr. Eduardo de Oliveira NosseAlunos: Gabriel Zappelini Nunes / Natan Felipe Souza

Contaminantes atmosfricos na indstria de reciclagem de baterias automotivas chumbo - cidoCricima, Novembro de 2012.1. IntroduoConsiderado como um dos primeiros metais utilizados pelo homem, tem-se registros do emprego de chumbo para fabricao de armas e adornos h 4.000 anos a.C. na sia Menor. Atualmente, a maior parcela do chumbo consumido no mundo destina-se fabricao de acumuladores eltricos para diferentes fins, onde as baterias chumbo-cido so universalmente utilizadas como fonte de energia em veculos automotores, em sistemas de fornecimento de energia eltrica e em produtos de consumo em geral.

Contudo, quando tais baterias chegam ao final de sua vida til devem ser coletadas e enviadas para unidades de recuperao e reciclagem. Esta providncia garante que seus componentes perigosos (metais e cido) fiquem afastados de aterros e de incineradores de lixo urbano e que o material recuperado possa ser utilizado na produo de novos bens de consumo. Assim, todos os constituintes de uma bateria chumbo-cido apresentam potencial para reciclagem, onde uma bateria que tenha sido impropriamente disposta, ou seja, no reciclada, representa uma importante perda de recursos econmicos, ambientais e energticos e a imposio de um risco desnecessrio ao meio ambiente e a populao em geral.

De tal modo, esse trabalho tem por objetivo caracterizar o processo de reciclagem de baterias chumbo-cido automotivas, destacando os principais poluentes atmosfricos gerados durante tal processo e as formas de garantir que tais contaminantes no prejudiquem a sade dos trabalhadores envolvidos, meio-ambiente e populao em geral.

2. Contaminantes atmosfricos na indstria de reciclagem de baterias automotivas chumbo - cidoO ChumboO chumbo um metal caracterizado como de alta resistncia corroso, denso, dctil e malevel, que h indcio de sua utilizao por pelo menos 5000 anos. Entre os usos deste metal na antiguidade, destaca-se seu uso em castelos e catedrais antigas da Europa, em peas decorativas como, por exemplo, em tetos, tubulaes e janelas. J na atualidade, usa-se o chumbo em materiais de construo, aditivo em pigmentos para materiais cermicos e dutos para transporte de cargas. No entanto, nas baterias cido chumbo que se concentra a maior utilizao do chumbo, impulsionada pelo constante crescimento da indstria automobilstica.

Algumas propriedades do chumbo originam sua importncia comercial, como: excepcional maleabilidade, baixo ponto de fuso, alta resistncia corroso, alta densidade, alta opacidade aos raios X e gama, reao eletroqumica com cido sulfrico e estabilidade qumica no ar, solo e gua.Devido a sua flexibilidade e resistncia a corroso, o chumbo metlico muito utilizado em indstrias de construo. utilizado tambm para revestimentos de cabos, como um dos ingredientes da solda, e em material de revestimento na indstria automotiva. Os xidos de chumbo so utilizados nas placas de baterias eltricas e em acumuladores como agentes componentes na manufatura da borracha, como ingredientes nas tintas e como constituintes de vitrificados, esmaltes e vidros. J os sais de chumbo formam a base de muitas tintas e pigmentos. Carbonato e sulfato de chumbo fornecem pigmentos amarelos, laranjas, vermelhos e verdes. No entanto, devido periculosidade associada a seu uso, muitos pases tm restringido o seu uso.

Mesmo com todas estas funes, a maioria do chumbo (cerca de 70%) destinada a produo de baterias automotivas. Um marco no uso de chumbo para as baterias foram os anos 80 e 90, onde o setor automobilstico teve grande crescimento.Baterias cido-chumboBaterias de cido chumbo so conjuntos de acumuladores eltricos recarregveis, interligados, construdos e utilizados para receber, armazenar e liberar energia eltrica por meio de reaes qumicas envolvendo chumbo e cido sulfrico (ABNT, 1987).

Um acumulador eltrico constitudo de um conjunto de eletrodos de carga oposta e uma soluo carregadora de ons, o eletrlito, onde, atravs de uma reao qumica, produz trabalho eltrico. Os eletrodos na bateria chumbo-cido so arranjados um a lado do outro, sendo alternados entre o positivo e o negativo e separados por um material isolante que evita o contato entre eles e permite a passagem dos ons da soluo eletroltica. As placas positivas so ligadas em srie uma outra e conectadas ao polo positivo, e as placas negativas so dispostas da mesma maneira e conectadas ao polo negativo. Um conjunto de placas positivas e negativas alternadas e conectadas aos seus respectivos polos chamado de elemento, conforme Figura 1.

Figura 01: Elemento de uma bateria cido-chumbo.

Os elementos ficam dispostos em diferentes compartimentos de uma caixa feita de material isolante, normalmente polipropileno, ficando isolados um do outro. Conforme Figura 2, eles ficam ligados em srie atravs de conectores de chumbo e esto submetidos a uma diferena potencial de aproximadamente 2,0 volts.

Figura 02: Esquema de uma bateria cido-chumbo.

O material que proporciona as reaes qumicas para a gerao de energia, o dixido de chumbo, PbO2, na placa positiva, e chumbo metlico na placa negativa. As grades e conexes tambm so constitudas de chumbo metlico. O eletrlito constitudo de uma soluo de cido sulfrico, os separadores so de polietileno, borracha e outros materiais e as caixas so de polipropileno. Reciclagem das bateriasA reciclagem uma prtica extremamente importante ligada ao desenvolvimento sustentvel, j que atravs dela, se reduz o acmulo de materiais em aterros sanitrios, e se previne os problemas ambientais relacionados aos processos de extrao de matria prima. No caso das baterias, elas so a maior fonte de gerao de chumbo secundrio, j que, por exemplo, a grade da bateria contm em torno de 90% de chumbo metlico e pode ser diretamente fundida, podendo ser reciclado vrias vezes se perder as propriedades do material.As indstrias de reciclagem de chumbo so potencialmente poluidoras, isto pelo cido das baterias e dos metais nele contido, devido emisso de gases e particulados decorrentes do prprio processo de produo, e ainda pela escria resultante da reciclagem. Entretanto a reciclagem ainda para o meio ambiente e economicamente mais vivel que a extrao, os problemas ambientais podem ser minimizados por neutralizaes dos cidos, disposio em aterro industrial da escria, e escolha adequada de tratamentos para reteno de gases e particulados. J para extrao do metal, os problemas ambientais so maiores e muitas vezes sem reverso, e com alto custo de produo.

Para recuperao do chumbo convencional so utilizados alguns mtodos, um deles por processo pirometalrgicos em fornos tipo cuba, rotativos ou outros tipos de fornos que liberam gases SOx e particulados de chumbo para a atmosfera, alm de gerar borra metlica que atinge nveis de 25 % da quantidade de chumbo produzida. Embora esta borra contenha chumbo, antimnio, arsnio, estanho, prata e outros metais, tm sido realizados grandes esforos para classificar este material como resduo no lixivivel. Entretanto este ainda continua sendo considerado resduo altamente perigoso e deve ser disposto em aterro industrial Classe 01, aumentando consideravelmente os custos.Processo de reciclagem

O processo pirometalrgico, alm do custo elevado de investimentos, potencialmente poluidor ao meio ambiente em funo da emisso de gases SOx (SO2, SO4 e outros) para a atmosfera. J em relao sade do trabalhador, os metais pesados quando absorvidos em grande quantidade podem causar problemas de sade ligados ao sistema nervoso, medula ssea e os rins.O processo de reciclagem se inicia armazenando as baterias em um galpo onde, posteriormente, so serradas, e separados os resduos slidos (plsticos e chumbo) e resduos lquidos (gua, cido sulfrico, chumbo na forma solvel e particulados slidos), onde os ltimos so destinados para a estao de tratamento. Nesta etapa o piso deve ser impermevel com queda para as canaletas coletoras dos resduos lquidos, evitando assim uma possvel contaminao do solo que pode atingir at o lenol fretico. Os funcionrios devem trabalhar usando EPIs e EPCs adequados para o tipo de atividade, evitando possveis acidentes e contaminaes com resduos. Aps a serragem das baterias, o material encaminhado para o desmonte onde as grades de chumbo so separadas da embalagem plstica.

O processo de fundio feito em fornos onde so colocadas as grades de chumbo, adicionando, geralmente, carvo vegetal e estilhaos de ferro para remoo das impurezas contidas no chumbo. A alimentao dos fornos feita com leo BPF ou leo xisto e oxignio elevando a temperatura em mdia de 450 a 700C, fundindo todos os metais contidos no forno. Os lingotes de chumbo so despejados nas frmas, a escria retirada separadamente e aps o resfriamento encaminhada para o galpo de rejeitos.

Figura 03: Fluxograma de reciclagem das baterias automotivas.

Emisses atmosfricas decorrentes do processo de reciclagem de baterias automotivas

O Quadro 1 lista as principais fontes e poluentes encontrados na atmosfera dos centros urbanos, onde os poluentes gerados dependem diretamente da fonte, processo, equipamento e, no caso da combusto, do combustvel utilizado.

Quadro 1. Fontes e principais poluentes atmosfricos. Fonte: CETESB, 2012.

Durante o processo de reciclagem de baterias, nas fases de transporte, geram-se contaminantes do ar (principalmente material particulado e SO2) atravs da queima de combustveis fsseis e da ressuspenso do solo em reas no pavimentadas.

A triturao das carcaas plsticas tambm pode gerar poluentes atmosfricos, assim essa etapa deve ser realizada com equipamentos adequados e deve possuir dispositivos que captam o material particulado gerado e o impeam de alterar a qualidade do ar interno da empresa ou ainda comprometer a qualidade do ambiente externo.

Contudo, do ponto de vista da emisso de poluentes do ar, a fundio a etapa mais crtica do processo, onde so liberados gases que podem provocar riscos de contaminao aos operrios, vizinhana e meio ambiente. Assim, vrios cuidados devem ser tomados para o acondicionamento dos gases, fuligens e fumaas, onde os mesmos devem ser captados por coifas e tubulaes que os fazem resfriar e sedimentar pelo caminho (as partculas so removidas aps sedimentadas nos poos de visitas em pontos distintos). Posteriormente, os gases so destinados ao tratamento final (geralmente filtros-manga), onde so filtradas e removidas as impurezas. O ltimo dispositivo a chamin que deve ter uma altura significativa para facilitar a disperso na atmosfera. Potenciais fontes de contaminao ambiental durante o processo de reciclagem de baterias:

Na abertura da bateria:

a) derramamento das baterias > as fontes so as contaminaes devido ao eletrlito cido e a poeira de chumbo;b) arrombamento manual das baterias > fonte prejudicial sade humana e ao meio ambiente atravs do derrame e formao de poeira de chumbo;c) arrombamento mecnico das baterias > fonte de particulado de chumbo;

d) separao hidrulica > vazamento de gua contaminada;

e) pedaos de plstico e ebonite > refugo contaminado.

Na reduo do chumbo:

a) compostos de chumbo derivados do processo de arrombamento > chumbo e compostos de chumbo na poeira e na gua;

b) resduos de metal fundido > material contaminado por chumbo;

c) filtros > poeira contaminada com chumbo (so filtros instalados nos fornos para captar o p de chumbo formado no processo de fuso);

d) emisses de dixido de enxofre (SO) > percentagem de enxofre proveniente de cargas de fragmentos que deixam o sistema de reduo e dependem das condies do forno e do tipo de material formado no processo, assim como tambm gerado pelo ebonite se ele for ao forno;

e) combusto de material orgnico > formao de alcatro;

f) emisso de cloro (Cl2) e compostos clorados > tem probabilidade maior de aparecer se tiver grande quantidade de PVC no forno;

g) produo de escria > a maior produo de resduos durante o processo de reduo.

No refinamento do chumbo:a) superaquecimento do chumbo > produz vapores de chumbo;

b) emisso de dixido de enxofre (SO 2) > na rpida oxidao do enxofre na presena de oxignio nas temperaturas do forno quando adicionar enxofre para a remoo do cobre;

c) recuperao e remoo de cloro (Cl2) e estanho (Sn) > liberao de gs de cloro;

d) remoo de estanho (Sn) com ar enriquecido de oxignio (O 2 ) > vapores de chumbo, que so provenientes do borbulhamento dos metais que esto sendo fundidos.Deve-se ressaltar que, alm da contaminao no interior do meio ocupacional, as emisses industriais podem aumentar os nveis ambientais de chumbo, principalmente em reas vizinhas s indstrias. O mau funcionamento dos sistemas de tratamento de poluentes do ar, a utilizao de processos e tecnologia obsoletos, adicionados ao mau planejamento e a instalaes precrias, tornam esse tipo de indstria fontes de emisso de chumbo para o ambiente externo.

Contudo, a simples presena de chumbo no local de trabalho no significa risco de intoxicao. O risco somente existir na presena de fatores diversos, que influenciem a existncia de vapores ou partculas respirveis. Assim, no existe uma regra simples para a categorizao dos locais de trabalho. Mas o que poder determinar a existncia e dimenso dos riscos o processamento do chumbo em altas temperaturas, formando fumos, poeiras e aerossis, e as condies do ambiente em que estiver inserido, como por exemplo, as condies de ventilao e exausto, de limpeza do ambiente, do uso de equipamentos de proteo individual, de sistemas de captao e reteno, entre outros. Dessa forma entende-se que o risco inerente tem que ser severamente monitorado e controlado, onde os limites de tolerncia no devem ser ultrapassados.

Os Limites para concentrao de Chumbo

No Brasil, segundo as Normas Regulamentadoras da Portaria 3.214, na NR15 Atividades e Operaes Insalubres, Anexo n 11- agentes qumicos cuja insalubridade caracterizada por limite de tolerncia e inspeo no local de trabalho, o valor limite exposio mxima ao chumbo no pode ultrapassar a concentrao no ambiente de 0,1 mg / m de ar, calculando-se a mdia aritmtica das concentraes das amostragens. um limite para ambientes de trabalho onde o chumbo se apresente como um aerodisperside. Alguns dos principais limites estabelecidos por instituies internacionais, para exposio ocupacional (ambiente interno) so apresentados a seguir:

OSHA Occupational Safety & Health Administration .

- TLV (Threshold Value Level) para o chumbo = 0,2mg/m ;- PEL (Permissible Exposure Limits) de chumbo inorgnico nas indstrias em geral, estabelece o TWA (Time Weighted Average) = 0,05 mg/m. ACGIH American Conference of Governmental Industrial Hygienists.

- STEL (Short Time Exposure Limit) para 15 minutos de exposio a fumaa e poeira de chumbo inorgnico = 0,45mg/m; e o TLV-TWA (Threshold Value Level Time Weighted Average) para chumbo inorgnico = 0,15mg/m como valor mdio para fumaa e poeira de chumbo inorgnico;

- o TLV creditado ao ACGIH no site do OSHA est estabelecido = 0,05 mg/m em TWA (Time Weighted Average).

O limite para a exposio no ocupacional ao chumbo, no ambiente externo, conforme dados do EPA - United States Environmental Protection Agency, foi estabelecido como 2g/m. O principal mtodo analtico utilizado para se determinar as concentraes do chumbo no ar ambiente a Espectrometria de Absoro Atmica.Medidas Preventivas

Os Riscos sade ocupacional e ao ambiente podem ser reduzidos ou eliminados com a implementao de medidas preventivas para poluentes atmosfricos. Elas podem ser a nvel coletivo, no ambiente, como os EPCs Equipamentos de Proteo Coletiva, ou a nvel pessoal, como a utilizao de EPIs Equipamentos de Proteo Individual.

As medidas de proteo coletiva devem ser priorizadas sobre as de proteo individual, entretanto, deve-se utilizar os EPIs sempre que as medidas de proteo coletiva forem tecnicamente inviveis ou no oferecerem completa proteo contra os riscos de acidentes de trabalho e/ou doenas profissionais e do trabalho. As medidas de proteo individual, os EPIs, so dispositivos de uso individual como as mscaras de proteo respiratria (reutilizveis, descartveis ou autnomas), culos de proteo, protetores faciais, luvas, mangas, roupas especiais, botas, entre outros.

As medidas de proteo coletiva para poluentes atmosfricos podem ser instaladas sobre a fonte geradora de poluente com a utilizao de sistemas de ventilao e de exausto localizado, assim como os captores, as coifas, as capelas, os dispositivos de reteno de poluentes, alm de procedimentos de isolamento ou confinamento da fonte. Estas medidas tambm podem estar no ambiente (interno) sob a forma de sistemas de ventilao e exausto geral, em composio com equipamentos de reteno de poluentes. .

Principais Sistemas de Reteno

- Cmaras gravitacionais, Coletores Gravitacionais ou de Impactao, ou Cmaras Inerciais : Principalmente utilizado para partculas grossas, de 100 a 10.000 . A dimenso da cmara maior para as pequenas e mdias partculas tambm se depositarem, ocupando mais espao, tornando-se antieconmica. Por este motivo, em geral ela utilizada como um pr coletor, como um primeiro estgio de um processo de coleta. A dificuldade de deposio que as pequenas e mdias partculas tem devido a turbulncia com componentes verticais no movimento do ar pode ser superada com o emprego de cmaras gravitacionais mltiplas.

Uma melhor soluo para a deposio de ps finos, a utilizao das cmaras com chicanas placas dispostas alternadamente que geram a formao de rodamoinhos de eixo perpendicular ao sentido do escoamento. As cmaras de Impactao so as mais indicadas para partculas de maior tamanho e elevado peso especfico. Funcionam satisfatoriamente para partculas de 50 a 200 .

- Ciclones ou Coletores Centrfugos

utilizado para partculas a partir de 5 at 10.000, e o equipamento tem melhor capacidade de coletar menores partculas do que os coletores gravitacionais. Este equipamento permite coletar tanto partculas slidas como lquidas, mas no deve ser empregado para poeiras pegajosas ou outros materiais que no cairo (deslizaro) facilmente pelas paredes para serem coletados num coletor de espera. Sua constituio convencional pode ser caracterizada por um cilindro, com base cnica, contendo dois turbilhes no seu interior: um perifrico externo descendente e outro central ascendente.

O conceito bsico para que o fluxo de ar entre tangenciando a periferia da parte superior do cilindro, ou cone, descendo num fluxo helicoidal, que ao atingir a parte inferior do cone, ir retornar como um fluxo helicoidal ascendente central, at atingir a parte superior do cilindro, onde encontra uma boca de sada. Dessa forma o gs desce em espiral pela seo cilndrica do ciclone, e as partculas sob a influncia da ao da fora centrfuga, superior ao da gravidade, movem-se para fora da espiral at se chocarem ao corpo do ciclone. Assim so apanhadas por uma fina camada de ar prxima da parede, e carregadas para baixo por gravidade e coletadas num coletor de espera para poeira e removido do ciclone. Partculas muito pequenas podem sair no fluxo do ar ascendente. Este equipamento tem sido utilizado com sucesso em indstrias de alimentos, gros modos, algodo, cimenteiras, fertilizantes, refinarias de petrleo, misturas asfltica, e outras aplicaes envolvendo grandes quantidades de gases contendo partculas relativamente grandes.

- Ciclones Mltiplos utilizado quando h necessidade de alta eficincia e grande capacidade em vazes, com vrios dispositivos operando em paralelo, dentro de um compartimento, recebendo um gs, comum para todos os ciclones, entrando e saindo por uma cmara. O gs entra nos tubos atravs de umas aberturas axiais internas que proporcionam um movimento circular.

A eficincia deste tipo de equipamento depende do arranjo dos tubos e seus respectivos dimetros. um processo que permite utiliza ciclones de pequeno dimetro para tratar grandes fluxos. Onde a eficincia de limpeza pode ser maior do que 90% para particulados na faixa entre 5 10 m.

- Filtros de Tecido (Filtros de Manga).

um equipamento muito utilizado e bem aceito na indstria em sistemas de ventilao local. Os filtros so constitudos por pedaos de pano costurado em forma de cilindros ou envelopes e montados num compartimento -baghouse. Durante a operao, o ar de exausto direcionado atravs do tecido por um ventilador, e as partculas tanto so coletadas pelo prprio tecido como por uma camada de p criada na superfcie deste tecido (por acumulo de p), e depois so recolhidos por uma corrente de exausto de sada. O ar normalmente penetra pela parte interna, quando a boca do saco de tecido fica embaixo, e sai deixando as impurezas no lado de dentro. Quando se emprega uma armao interna de vergalhes para manter a manga com a forma cilndrica, o ar penetra de fora para dentro e sai pela parte central pela boca colocada na parte superior.

Eles so capazes de remover a maior parte de partculas to pequenas quanto 0,5 m e tambm removero substancial quantidades de partculas to pequenas quanto 0,1m.

As partculas que se alojam na superfcie dos filtros (bags), fazem com que a resistncia a passagem do ar se eleve, e antes que esta diferena de presso se torne muito severa, os filtros devem ser aliviados de parte destas partculas que formaram uma pelcula, como uma camada na superfcie do tecido. Estes filtros podem ser limpos intermitentemente, a perodos regulares, ou continuamente. - Processo de Controle de Gases e Vapores por Absoro

A absoro (ou scrubbing), um processo que faz o com que o gs contaminado (absorvido ou soluto) entre em contato com um lquido absorvente (o solvente) de forma que um ou mais constituintes do gs efluente contaminado sejam removidos, tratados ou modificados pelo lquido absorvente. Os lquidos absorventes devem utilizar modificaes qumicas (reativa) ou fsicas (no reativa) para remover os poluentes. Lavador mido (wet scrubber) a denominao genrica do dispositivo para controle da poluio do ar em processos de fluxos gasosos, utilizando o processo de absoro para separar o poluente.

O solvente mais comum no processo de absoro a gua. A absoro tem sido utilizada no controle de gases como o dixido de enxofre, xidos de nitrognio, cido sulfrico, cido clordrico, cloro, amnia, e alguns hidrocarbonetos leves. Tambm muito empregado em indstrias para remoo de hidrocarbonetos de fluxos de ar, assim como indstrias de asfalto, torrefao de caf, indstrias que tratam petrleo, e de remoo e cozimento de resinas. 3. Consideraes Finais

A reciclagem industrial como recuperao de matrias primas para sua reintroduo no ciclo produtivo possui requisitos e limites tcnicos, mas uma atividade econmica e ambientalmente sustentvel. certo tambm que os processos de reciclagem necessitam de constantes desenvolvimentos, no sentido da busca de menor impacto ambiental. Como toda reciclagem tem um papel muito importante para o meio ambiente, a de baterias automotivas no diferente, sendo de grande importncia para a no extrao de matria prima que causam problemas ambientais com alto grau de poluio, tornando a reciclagem importante por reduzir a quantidade de baterias descartadas e evitar a extrao de matria prima.

A reciclagem de baterias chumbo-cidas configuraram uma emisso de grande risco, em que um elemento como o chumbo, mesmo em diminutas propores, pode oferecer risco sade do indivduo e causar srios danos ao meio ambiente. Ainda h uma grande dificuldade desse tipo de indstria para a reteno deste contaminante, ao longo dos processos de trabalho desenvolvidos, devido as caractersticas do elemento nas condies de fumo e vapor. As tcnicas para o bom funcionamento destas atividades necessitam de monitoramento e controle do sistema produtivo, os tratamentos dos resduos devem ser mais eficientes e com medidas contra acidentes, de forma a no correr riscos de impactos ambientais e problemas com a vizinhana devido emisses e descarte dos resduos. Quanto a questo de sade dos operrios, devem ser realizado exames peridicos para controle de possveis contaminaes, onde os procedimentos de segurana do trabalho no podem ficar em segundo plano. Quanto ao bom desempenho ambiental, o processo produtivo deve seguir as normas e legislaes, alm de promover pesquisas e medies ambientais gerando informaes para a que ajudem na preservao da sade do homem e do meio ambiente, implementando, assim, aes ambientalmente corretas utilizando tecnologias adequadas, para que estas no invertam nobres objetivos, como o da reciclagem, em feitos de degradao ambiental.BIBLIOGRAFIAINFORMAES SOBRE POLUENTES DO AR E LIMITES DE TOLERNCIA DO CHUMBO. Disponvel em:

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