Reciclagem de Resíduos na Construção Civil C2

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Reciclagem de Resíduos na Construção Civil

Recycling Residues in the Civil Construction

Autores: Deyvid Pereira; Luis Schotten;

Pablo Infante; Paulo Roberto; Angélica

Sprada 1

Orientador: Mauricio Bueno da Rosa 2

Resumo

A “indústria da construção civil” é responsável por impactos ambientais, sociais e econômicos consideráveis, em razão de possuir uma posição de destaque na economia brasileira. Apesar do número elevado de empregos gerados, da viabilização de moradias, renda e infraestrutura .A quantidade de resíduos gerados nas construções nas cidades brasileiras demonstra um enorme desperdício e perda de material. Complementamos mais a fundo o que são, para que servem, de que são constituídos os resíduos e o modo para reaproveitamento e a importância de reciclagem dentro e fora da construção civil.

Palavras-chave: resíduos, reciclagem, sustentabilidade, construção civil.

Abstract

The "construction industry" is responsible for environmental, social and economic considerable, due to hold a prominent position in the Brazilian economy. Despite the high number of jobs created the viability of housing, income and infrastructure. The amount of waste generated in construction in the Brazilian cities demonstrates an enormous waste and loss of material. We complemented deeper on what they are, how they work, what they are made of, ways to reuse and the importance of recycling within and out of the civil construction.

Keywords: residues, recycling, sustainability, civil construction.

1 Alunos do curso de engenharia civil da PUCPR

2 Professor do Curso de Engenharia Civil da PUCPR

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1 INTRODUÇÃO

Com o interesse de reduzir danos ambientais devido à grande quantidade de

resíduos descartados pela construção civil e os problemas que esse acarreta no meio

ambiente e com espaço. Varias instituições de ensino e órgãos públicos vem formando

soluções, um desse métodos é a reciclagem de resíduos da construção civil. No

contexto desse artigo falaremos sobre a reciclagem de resíduos seus danos e o que

acarretam.

A construção civil é uma das indústrias que mais utiliza recursos naturais e é,

também, a maior geradora de resíduos, sendo que a tecnologia construtiva adotada no

Brasil favorece o desperdício de materiais. A quantidade de residuos gerado nas

construções apresenta um enorme desperdício de material. A reciclagem, sua

separação e utilização gerada pelas industrias demonstra o empenho e o dinheiro

gasto para resolver o problema de “entulho”, não é simplesmente usar como aterro ou

descartar em um terreno baldio deixando que se desintegre com o tempo, com grandes

idéias e cooperação do governo e principalmente das empresas que geram ou

recolhem esse tipo de “lixo” pode dar um fim apropriado e utilizável, contribuímos assim

com um planeta mais limpo e reutilização de recursos não renováveis.

No atual contexto global, é fundamental melhorar e otimizar os processos de

construçao. Entretanto, a reciclagem de entulho entra como solução para os materiais

que são inevitavelmente perdidos.

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1. Resíduos na Construção Civil

A construção civil é conhecida com um dos setores mais importantes para o

desenvolvimento economico e social. E por isso a construção civil é uma das indústrias que

mais utiliza recursos naturais e é, também, a maior geradora de resíduos, sendo que a

tecnologia construtiva adotada no Brasil favorece o desperdício de materiais. (MARIANO, 2008.

p 17). A quantidade de residuos ou ‘’entulho’’ gerado nas construções que são realizadas nas

cidades brasileiras apresenta um enorme desperdício de material. Os custos dos residuos

provenientes das construções são distribuídos por toda a sociedade, não só pelo aumento do

custo final das construções como também pelos custos de remoção e tratamento.

Considerando que 13% das cidades brasileiras pesquisadas no censo de saneamento

possuem aterros sanitários, 7% possuem aterros especiais e que, apenas, 5% possuem usinas

de reciclagem, deve-se propor e implementar métodos de tratamento de resíduos (IBGE,

2000).

A investigação da origem dos residuos é importante para a quantificação e a

qualificação dos volumes gerados. O resíduo gerado em novas construções provém de cinco

fases, a fundação, a estrutura e alvenaria, o revestimento e o acabamento, sendo que os

resíduos devem ser diferenciados em função do tempo, da atividade e da quantidade gerada.

Por outro lado, o resíduo de reformas é gerado principalmente pela falta de conhecimento, pois

as quebras de paredes e outros elementos da edificação são realizadas em processos simples,

sendo alto o volume final de resíduos (MARIANO, 2008. p 27). Nas demolições, o potencial de

reciclagem depende do processo construtivo e da qualidade da obra, entretanto, a quantidade

independe destes fatores. Cerca de 75% dos resíduos gerados pela construção provêm de

eventos informais (obras de construção, reformas e demolições). Em razão do desperdício de

materiais resultante da característica artesanal da construção. No Brasil, 98% das obras ainda

utilizam métodos tradicionais (MARINHO, 1991. p 13). Estudos realizados apontam que os

resíduos da construção formal têm uma participação entre 15% e 30% na massa dos resíduos

da construção e demolição.

A reciclagem desses residuos propõe uma solução para os materiais que são

inevitavelmente perdidos. Esta medida permite a reutilização de matérias-primas, diminuindo a

demanda por mais matéria e o consumo energético, além de proteger o meio-ambiente.

Embora ainda não existam estatísticas de todo o país, em média, o entulho que sai dos

canteiros de obra brasileiros é composto segundo Camargo (1995), basicamente por; 64% de

argamassa, 30% de componentes de vedação (tijolos e blocos), 6% de outros materiais

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(concreto, pedra, areia, metálicos e plásticos). É possível triturar mais de 90% do entulho, para

ser utilizado como agregado, na produção de componentes de construção e argamassas (R.

Budke, 2011. p 2.)

A Resolução CONAMA nº 307/021 foi, a primeira no Brasil, a estabelecer diretrizes,

critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil , disciplinando as

ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.

Esta resolução classifica os resíduos de acordo com sua possibilidade dereutilização,

sendo: Classe A - reutilizáveis ou recicláveis como agregados; Classe B - recicláveis

para outras destinações; Classe C - não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações

economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação; Classe D -

perigosos oriundos do processo de construção. (CONAMA, 2002)

No dia 31 de maio de 2004 a ABNT 2 publicou a nova versão da sua norma

NBR10.004- Residuos Sólidos. Esta norma classifica os residuos sólidos quanto

aos seus riscos potencias ao meio ambiente e a saúde pública, para que possam

ser gerenciados adquadamente. A partir da classificação estipulada pela norma, o

gerados de um residuo pode facilmente identif icar o potencial de risco do mesmo,

bem como identif icar as melhores alternativas para destinação final e ou

reciclagem.

a) Classe I – perigosos: aqueles que, em função de suas características intrínsecas

deinflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam

riscos à saúde pública por meio do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda

provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de

forma inadequada. b) Classe II – não-inertes: resíduos que podem apresentar

características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com

possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas

classificações dos outros resíduos. c) Classe III – inertes: aqueles que, por suas

características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que,

quando amostrados de forma representativa, e submetidos a um contato estático ou

dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste de

solubilização e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou

deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste de solubilização excetuando se os

padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor (Anexo G da NBR 10004,ABNT, 1987a)

1 Essa resolução leva em consideração as definições da Lei de Crimes Ambientais, de fevereiro de 1998, que prevê

penalidades para a disposição final de resíduos em desacordo com a legislação. 2

Órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Trata-se de uma entidade privada e sem fins lucrativos e de utilidade pública, fundada em 1940.

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Essa classificação baseia-se na presença de certas substâncias perigosas, relacionadas

na norma, e em testes laboratoriais complementares, nos quais vários parâmetros químicos

são analisados nos extratos lixiviados e solubilizados dos resíduos. A classificação dos

resíduos sólidos em três classes é peculiar à norma brasileira, pois o CFR 40 orienta para a

classificação dos resíduos apenas em perigosos e não-perigosos, sem mencionar o teste de

solubilização dos resíduos, que é o principal responsável pela classificação dos resíduos não-

inertes e inertes segundo a norma brasileira (R. Budke, 2011. p 4).

2. RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A reciclagem de entulho tem, como principal objetivo, transformar esses custos sociais

em custos públicos ou privados, onde todos os agentes que intervêm no processo de geração

dos resíduos de construção deverão ser atingidos.(Coleta seletiva, pag. 02). Incentivar e

disseminar a cultura da reciclagem e da reutilização no setor da construção civil é um meio de

desenvolver ambientalmente e socialmente o país e de garantir o uso racional dos recursos

naturais. (XXIV ENTMME, pag. 05). A quantidade de entulho gerado nas construções das

cidades brasileiras demonstra um enorme desperdício de material. (XXIV ENTMME, pag. 01).

Os custos deste desperdício são distribuídos por toda a sociedade, não só pelo aumento do

custo final das construções como também pelos custos de remoção, reciclagem e/ou

reutilização de resíduos. (XXIV ENTMME, pag. 01)

A importância da reciclagem é fundamental porque transforma montanhas de resíduos

de construção em pilhas de matéria-prima, que abastecerão novos empreendimentos, tendo

como conseqüência direta a diminuição da pressão sobre o consumo destes bens naturais.

(XXIV ENTMME, pag. 04). A reciclagem de resíduo de construção e demolição (RCD) vem da

Antiguidade. (JOHN & AGOPYAN pag.02). Recentemente foi empregada na reconstrução da

Europa após a segunda guerra mundial. Atualmente é praticada amplamente na Europa,

especialmente na Holanda. (JOHN & AGOPYAN pag.02)

No atual contexto global, é fundamental melhorar e otimizar os processos de

construção. (Coleta seletiva, pag. 01). Entretanto, a reciclagem de entulho entra como solução

para os materiais que são inevitavelmente perdidos. (Coleta seletiva, pag. 01). A reciclagem

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transforma as montanhas desordenadas de material de construção, em pilhas de matéria-

prima, que serve tanto para obras prediais como para obras públicas. (Coleta seletiva, pag.

01)

A reciclagem de entulho propõe uma solução para os materiais que são inevitavelmente

perdidos. (XXIV ENTMME, pag. 02). Esta medida permite a reutilização de matérias-primas,

diminuindo a demanda por mais matéria e o consumo energético, além de proteger o meio-

ambiente. (XXIV ENTMME, pag. 02)

A reciclagem é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido

à transformação. O resíduo retorna ao sistema produtivo como matéria prima. Pode ser

considerada como uma forma de tratamento de parte do resíduo sólido gerado. (XXIV

ENTMME, pag. 04)

As experiências de reciclagem de entulho modernas tiveram início após a Segunda

Grande Guerra, nos países da Europa.(Coleta seletiva, pag. 03). Movidos pela escassez

financeira e de matérias-primas, vários países lançaram mão de britadeiras utilizadas em

pedreiras.(Coleta seletiva, pag. 03). Assim, moiam o entulho para reutilizá-lo na reconstrução

de suas cidades. (Coleta seletiva, pag. 03)

(...) deve haver atenção especial sobre a possibilidade da reutilização de

materiais ou mesmo a viabilidade econômica da reciclagem dos resíduos no

canteiro, evitando sua remoção e destinação. O correto manejo dos resíduos no

interior do canteiro permite a identificação de materiais reutilizáveis, que geram

economia tanto por dispensarem a compra de novos materiais como por evitar

sua identificação como resíduo e gerar custo de remoção. (Sinduscon-SP, pag.

25)

Os resíduos de construção são constituídos de uma ampla variedade de produtos, que

podem ser classificados. Do ponto de vista técnico as possibilidades de reciclagem dos

resíduos variam de acordo com a sua composição. (JOHN & AGOPYAN pag.08).

As “centrais” de reciclagem hoje em operação são operadas, predominantemente, pelas

Prefeituras Municipais. (JOHN & AGOPYAN pag.10) Várias prefeituras brasileiras já operam

centrais de reciclagem de RCD, produzindo agregados utilizados basicamente em obras de

pavimentação.(JOHN & AGOPYAN pag.12)

(...) deficiências das políticas de reciclagem de RCD baseadas no modelo de

centrais de reciclagem operadas pelas Prefeituras é o risco de interrupção do

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funcionamento, dada a descontinuidade que caracterizam as ações das

administrações públicas e com isso não existe garantia de continuidade destas

políticas.(JOHN & AGOPYAN pag.10)

Até recentemente a reciclagem de RCD realizada pelo setor privado estava limitada à

produção de argamassas a partir dos resíduos dentro do próprio canteiro onde os mesmos são

gerados. (JOHN & AGOPYAN pag.10)

(...) reciclagem dos resíduos de construção e demolição é viável do ponto de

vista técnico e ambiental. O risco de contaminação ambiental por este tipo de

reciclagem pode ser considerado baixo, embora um controle mínimo seja

desejável especialmente quando se trata de RCD oriundos de instalações

industriais. (JOHN & AGOPYAN pag.12)

REFERÊNCIAS

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www.cepam.sp.gov.br/.../coleta_seletiva_reciclagem_residencial.pdf

Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat

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PCC USP FINEP, Reciclar para construir, Reciclagem de resíduos como materiais

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Site sobre reciclagem na construção civil contendo vasto banco de dados, artigos

técnicos, artigos em congressos, periódicos, relatórios de pesquisas e URL.

ÂNGULO, Sérgio Cirelli; ZORDAN, Sérgio Eduardo; JOHN, Vanderley Moacyr.

Desenvolvimento Sustentável e a Reciclagem de Resíduos na Construção Civil.

Disponível em: www.pedrasul.com.br/artigos Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat -

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www.reciclagem.pcc.usp.br Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat Contribuição para

metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. 113p. Tese (Livre

Docência)

Ângulo, Sergio Cirelli; Zordan, Sergio Eduardo; John, Wanderley Moacyr;

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A RECICLAGEM DE RESÍDUOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL; Disponível em: www.reciclagem.pcc.usp.br/

Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat.

SINDUSCON-SP Gestão ambiental de resíduos na construção civil

www.sindusconsp.com.br Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat - Resíduos sólidos

da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e

operação – NBR 15114:2004

Mariano, L.S. Gerenciamento De Resíduos Da Construção Civil Com Reaproveitamento Estrutural - Universidade Federal Do Paraná, 2008. Budke, R; Cardoso, J.R. Resíduos De Construção Civil: Classificação, Normas E Reciclagem. XXIV ENTMME - Salvador/BA. 2011.

Marinho, Gabriela. Em busca da produtividade no conteiro. Notícias Durador. Informativo Duratex, São Paulo, nº 27, ano VII. mar 1991.