Recomendações de Segurança Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi – Mecanizada

download Recomendações de Segurança Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi – Mecanizada

of 49

Transcript of Recomendações de Segurança Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi – Mecanizada

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    1/49

    1

    MARCELO GOMES LISBA

    RECOMENDAES DE SEGURANA PARA UM PROCESSO MAIS SEGURONA COLHEITA FLORESTAL SEMI MECANIZADA

    JOINVILLESANTA CATARINA BRASIL

    2006

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    2/49

    2

    UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESCCENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS CCT

    DEPARTAMENTO DE PS GRADUAO E ESPECIALIZAO

    MARCELO GOMES LISBA

    RECOMENDAES DE SEGURANA PARA UM PROCESSO MAIS SEGURONA COLHEITA FLORESTAL SEMI MECANIZADA

    Monografia apresentada ao Curso de PsGraduao e Especializao emEngenharia de Segurana do Trabalho doCentro de Cincias Tecnolgica daUniversidade do Estado de SantaCatarina - UDESC, como requisito para aobteno de ttulo de Especialista emEngenharia de Segurana do Trabalho.

    Orientador: Ailton Barbosa

    JOINVILLE - SC2006

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    3/49

    3

    MARCELO GOMES LISBA

    RECOMENDAES DE SEGURANA PARA UM PROCESSO MAIS SEGURONA COLHEITA FLORESTAL SEMI MECANIZADA

    Monografia aprovada como requisito parcial para obteno do grau de Especialista

    no Curso de Ps Graduao em Engenharia de Segurana do Trabalho da

    Universidade do Estado de Santa Catarina.

    Banca Examinadora:

    Orientador: _____________________________________________________Ailton Barbosa

    Membro _____________________________________________________Ascnio Pruner

    Membro: _____________________________________________________Wilson Jos Mafra

    Joinville, _____/_____/_____.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    4/49

    4

    RESUMO

    O objetivo deste estudo propor recomendaes de segurana para um processode colheita florestal semimecanizada mais seguro. A metodologia aplicada nesteestudo ser embasada atravs de revises bibliogrficas e visita a campo,avaliando o processo de colheita florestal semimecanizada realizado na rea ruralde Joinville e regio. Ser avaliado todo processo primrio do desdobro florestaldesde o roado da vegetao at o transporte do material, avaliando postos eambientes de trabalho. De acordo com os dados recolhidos proporrecomendaes para um processo mais seguro.

    Palavras Chave: Colheita Florestal Semimecanizada, Motosserra, Equipamentosde Proteo Individual, Segurana das Operaes.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    5/49

    5

    SUMRIO

    1 INTRODUO..................................................................................................... 81.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 101.2 OBJETIVO....................................................................................................... 10

    1.2.1 Objetivo Geral ....................................................................................... 101.2.2 Objetivos Especficos ............................................................................ 112. REVISO BIBLIOGRAFICA............................................................................. 112.1 COLHEITA FLORESTAL................................................................................. 112.2 CORTE FLORESTAL...................................................................................... 12

    2.2.1 Corte Semimecanizado ......................................................................... 122.3 EXTRAO FLORESTAL............................................................................... 12

    2.3.1 Extrao Manual ................................................................................... 132.3.2 Extrao Semimecanizada.................................................................... 132.3.3 Extrao Mecanizada............................................................................ 13

    2.4 CARREGAMENTO E DESCARREGAMENTO FLORESTAL.......................... 142.4.1 Carregamento Manual........................................................................... 142.4.2 Carregamento Semimecanizado........................................................... 142.4.3 Carregamento mecanizado ................................................................... 15

    2.5 TRANSPORTE FLORESTAL .......................................................................... 152.6 SEGURANA NO AMBIENTE DE TRABALHO.............................................. 15

    2.6.1 Condies Inseguras............................................................................. 162.6.2 Atos Inseguros ...................................................................................... 16

    2.7 SEGURANA NO TRABALHO FLORESTAL ................................................. 162.7.1 Dispositivos de Segurana da Motosserra ........................................... 172.7.2 Equipamentos de Proteo Individual (EPIs) ....................................... 18

    2.8 NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANA E SADE NO TRABALHONA AGRICULTURA, PECURIA, SILVICULTURA, EXPLORAO FLORESTAL E

    AQICULTURA NR 31....................................................................................... 202.8.1 Ferramentas Manuais ........................................................................... 212.8.2 Mquinas, Equipamentos e Implementos ............................................. 212.8.3 Transporte de Trabalhadores................................................................ 21

    2.9 ERGONOMIA.................................................................................................. 223 METODO UTILIZADO ....................................................................................... 253.1 REA DE ESTUDO......................................................................................... 253.2 COLETA DE INFORMAES ........................................................................ 274 CARACTERIZAO DA COLHEITA SEMIMECANIZADA .............................. 284.1 LIMPEZA DA REA ....................................................................................... 284.2 CORTE DA VEGETAO E FRACIONAMENTO DE TORRAS .................... 294.3 - EMPILHAMENTO E TRANSPORTE............................................................. 35

    4.3.1 Remoo do Tronco e Pilhas .............................................................. 354.3.1 Transporte ............................................................................................. 37

    5 RESULTADOS E DISCUSSO........................................................................ 385.1 - OPERAO E SEGURANA DA MOTOSSERRA ...................................... 385.2 PREVENO DE ACIDENTES ...................................................................... 405.3 TREINAMENTO E INSTRUO DOS OPERADORES DE MOTOSSERRAS405.4 INDICAO DOS PROCEDIMENTOS ADEQUADOS PARA A OPERAO 42

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    6/49

    6

    5.5 INDICAO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEO PARA A ATIVIDADE... 426 CONCLUSES E RECOMENDAES ............................................................ 439. REFERNCIAS................................................................................................. 46APNDICE I.......................................................................................................... 48

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    7/49

    7

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01:Tipo de vegetao a ser retirada na roada............ Erro! Indicador nodefinido.

    Figura 02: Equipamento utilizado na derrubada de rvores (motosserra).........Erro!

    Indicador no definido.

    Figura 03: E.P.I do operador de motosserra. ........... Erro! Indicador no definido.

    Figura 04: Forma correta de derrubada. .................. Erro! Indicador no definido.

    Figura 05: Corte transversal do tronco aps o corte Erro! Indicador no definido.

    Figura 06: Movimento causado pelo ricochete do equipamento. .....Erro! Indicador

    no definido.

    Figura 07: Operador de Motosserra trabalhando de forma insegura, sem os E.P.Is

    e fumando. ............................................................... Erro! Indicador no definido.

    Figura 08: fracionamento de torras realizado de maneira correta....Erro! Indicador

    no definido.

    Figura 09: fracionamento de torras realizado sem que a torra esteja em balano,

    operador de motosserra sem o uso de E.P.Is. ........ Erro! Indicador no definido.

    Figura 10: Operrio responsvel pelo empilhamento sem a devida proteo...Erro!

    Indicador no definido.

    Figura 11 - Placa alertando sobre a exigncia do uso de EPIs. ......Erro! Indicador

    no definido.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    8/49

    8

    1 INTRODUO

    O setor de base florestal, madeira, mveis, papel e celulose consolidou em

    2004 seu grande valor no conjunto da economia nacional. As exportaes deste

    segmento atingiram o recorde histrico de US$ 6,95 bilhes de dlares, o volume

    expressa o potencial do setor para crescimento, com reflexos diretos na gerao

    de empregos, impostos, consumo de matrias-primas e investimentos em

    tecnologia e mquinas. (RECH; 2005)

    Visualizando a potencialidade do setor, primeiramente, deve-se ter em

    mente a grande competitividade e a concorrncia acirrada do mercado mundial,

    onde obrigatoriamente necessrio minimizar custos e paralelamente maximizar a

    produo.

    No Brasil, a modernizao das operaes florestais, principalmente,

    aquelas que fazem parte do processo de colheita e transporte de madeira iniciou-

    se na dcada de 70 com a produo de maquinrio de porte mdio e leve para

    fins florestais pela indstria nacional, como por exemplo, as motosserras e gruas

    carregadeiras.

    A mecanizao da colheita de madeira, embora no seja a nica forma de

    racionalizao e controle da evoluo de custos, pode proporcionar grandes

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    9/49

    9

    redues em prazos relativamente curtos, tendo um lugar de elevada importncia

    nos esforos de aumentar produtividade e humanizao do trabalho florestal.

    Os tratores modernizados e adaptados colheita florestal contribuem para

    reduo dos custos e para a maximizao da produo, alm de transformarem a

    colheita florestal numa operao muito mais segura e confortvel.

    O maquinrio empregado para colheita mecanizada afasta o operador dos

    elementos ativos de corte, permitindo tambm ao operador permanecer dentro de

    uma cabine, muitas vezes climatizada e com bastante conforto. Assim protegendo

    sua integridade fsica, excluindo tambm a insalubridade desse tipo de atividade.

    Porm a colheita florestal totalmente mecanizada s possvel em florestas

    plantadas, onde existe a uniformidade nos talhes, com espaamentos pr-

    definidos, e a realizao de desbastes sistemticos.

    Em florestas de Mata Nativa, a fase inicial da colheita s pode ser realizada

    de forma semimecanizada, com a utilizao de motosserras devido a alta

    diversidade biolgica e a desuniformidade da floresta, porm a fase posterior de

    empilhamento e carregamento pode ser realizada de forma mecanizada.

    De nada adianta aperfeioar tecnologia sem preparar corretamente os

    trabalhadores, logo faz-se necessrio treinamentos constantes e investimentos

    para desenvolver equipamentos mais seguros e confortveis.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    10/49

    10

    1.1 JUSTIFICATIVA

    Para que a colheita florestal torne um processo cada vez mais seguro,

    necessrio avaliar os riscos de acidentes que ocorrem durante a jornada de

    trabalho nesta atividade.

    A observao e o planejamento de um processo de colheita florestal tem

    grande importncia para a determinao de um sistema de produo mais seguro.

    Considerando que inmeros so os acidentes relacionados com a colheita

    florestal semimecanizada, necessrio avaliar as condies de trabalho neste

    setor para poder recomendar atividades mais seguras para os trabalhadores.

    O que chama a ateno na segurana em colheita florestal, o elevado

    nmero de acidentes em operaes semimecanizadas em decorrncia do trabalho

    intenso e fatigante que apresenta esta atividade.

    A preocupao da integrao entre a segurana do trabalhador e do meio

    ambiente conduziu ao desenvolvimento de equipamentos mais produtivos e

    seguros minimizando assim, o grande nmero de acidentes registrados nas

    operaes convencionais de explorao florestal.

    1.2 OBJETIVO

    1.2.1 Objetivo Geral

    Este estudo tem como objetivo verificar a situao atual de segurana do

    sistema de colheita florestal semimecanizado realizado em reas rurais do norte

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    11/49

    11

    catarinense na explorao de floresta de Mata Nativa, e propor recomendaes

    para evitar os acidentes de trabalho nestas atividades.

    1.2.2 Objetivos Especficos

    a) Caracterizar a colheita florestal semimecanizada;

    b) Observar o sistema produtivo quanto segurana das operaes;

    c) Apontar possveis falhas nas atividades observadas;

    d) Indicar os procedimentos adequados para a correta operao da atividade;

    e) Propor recomendaes de segurana para esta atividade.

    2. REVISO BIBLIOGRAFICA

    2.1 COLHEITA FLORESTAL

    um conjunto de atividades inter-relacionadas e dependentes entre si, que

    tem como resultado a madeira cortada e transportada para o ptio da indstria ou

    at o consumidor final (MACHADO; 1989, p.13).

    A colheita de madeira compreende um conjunto de operaes realizada no

    macio florestal, com o objetivo de preparar e transportar a madeira at o local de

    consumo, utilizando-se de padres e tcnicas estabelecidas, com a finalidade de

    transform-la em produto final (LOPES; 2000, p. 01).

    Atualmente a colheita florestal apresenta trs grandes divises: grandes

    empresas, que dispes de mquinas leves (motosserra), mdias (tratores de pneu

    e motosserras), e pesadas (somente tratores de pneu e ou esteiras, dentre estes

    destaca-se: Harvester, Forwardere skidder). Pequenas empresas que continuama utilizar mtodos rudimentares, tradicionais, baseados na mo de obra no

    especializada e barata e finalmente as empresas de mdio porte que representam

    a grande maioria, que utilizam sistemas intermedirio, baseado em maquinaria

    leve e fabricao nacional e emprego de mo de obra especializada (LOPES;

    2000, p. 03).

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    12/49

    12

    2.2 CORTE FLORESTAL

    O corte compe a primeira etapa da colheita florestal, sendo constitudo

    pelas fases de derrubada, desgalhamento, destopamento, traamento e

    arranjamento (embandeiramento, enleiramento ou empilhamento) da madeira.

    Esses agrupamentos ficam bem caracterizados em sistemas com total

    predominncia de operaes manuais. Porm, quando se trata de sistemas mais

    mecanizados, as operaes so separadas, uma vez que elas se realizam em

    locais diferentes. O corte florestal pode ser realizado por trs mtodos: manual,

    semimecanizado e mecanizado (LOPES; 2001, p. 02).

    2.2.1 Corte Semimecanizado

    O corte florestal semimecanizado caracterizado pelo o uso da motosserra.

    A motosserra a mquina que mais influenciou na mecanizao da colheita

    florestal no Brasil, substituindo o machado e as serras manuais, nas operaes de

    derrubada, desgalhamento, traamento e destopamento de madeira. Apesar da

    grande variedade de mquinas sofisticadas de colheita disponveis no mercado, a

    motosserra continua sendo largamente utilizada (LOPES; 2001, p. 03).

    2.3 EXTRAO FLORESTAL

    A operao de extrao ou baldeio constitui normalmente na etapa mais

    complexa e onerosa da colheita florestal, principalmente em se tratando de reas

    acidentadas e em florestas nativas. A extrao pode ser feita de 3 formas, cuja

    diferena est na maneira como a madeira retirada do local: arraste, baldeao

    ou suspensa, todavia quando ao mtodo, a extrao pode ser classificada da

    seguinte forma: extrao manual; extrao com animais e extrao mecanizada

    (LOPES; 2001; p. 11).

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    13/49

    13

    2.3.1 Extrao Manual

    A extrao manual ainda utilizada pelos pequenos empreiteiros que

    trabalham no sistema de toras curtas e em situaes de topografia acidentada.

    Neste caso, a madeira pode ser extrada de trs formas: tombamento, argolo oucalhas, sendo estes dois ltimos praticamente extintos (LOPES; 2001; p. 12).

    2.3.2 Extrao Semimecanizada

    Muito usado no Brasil, o corte semimecanizado utiliza a motosserra com

    capacidade para derrubar, desgalhar e traar. Pode ou no ter auxlio de

    ferramentas manuais no desgalhamento. ( MACHADO, 2002).

    Segundo a NR 12, o treinamento para operadores de motosserra

    obrigatrio, sendo necessrio atender os seguintes itens:

    a) Os fabricantes e importadores de motosserra instalados no pas,

    atravs de seus revendedores, devero disponibilizar treinamento

    e material didtico para os usurios de motosserra, com contedo

    programtico relativo a utilizao segura da motosserra, constante

    no Manual de Instrues.

    b) Os empregadores devero promover a todos os operadores de

    motosserra treinamento para a utilizao segura da mquina, com

    carga horria mnima de 08 (oito) horas, com contedo

    programtico relativo utilizao segura da motosserra, constante

    no Manual de Instrues.

    c) Os certificados de garantia dos equipamentos contaro com

    campo especfico, a ser assinado pelo consumidor, confirmando a

    disponibilidade do treinamento ou responsabilizando-se pelo

    treinamento dos trabalhadores que utilizaro a mquina.

    2.3.3 Extrao Mecanizada

    A extrao mecanizada pode ser realizada com o uso de telefricos ou

    tratores disponveis com mltiplos propsitos e nas diversas situaes que a

    compe. Como fatores limitantes a o emprego desses, esto a topografia, o

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    14/49

    14

    nmero mdio de rvores por hectares, o volume individual por rvore, etc. Os

    tratores usados na extrao de madeira podem ser pneumticos ou de esteiras.

    Os tratores pneumticos so mais viveis, do ponto de vista econmico, nos

    melhores terrenos, enquanto os de esteira so aconselhveis para locais de baixa

    capacidade de suporte e em terrenos de topografia adversa. Os principais tipos de

    tratores utilizados na extrao florestal no Brasil so: trator agrcola equipado com

    guincho, trator florestal Skidder, trator agrcola com carreta, trator florestal

    Forwarder, Clambunk Skidder, Timber Hauler(LOPES; 2001; p. 13).

    2.4 CARREGAMENTO E DESCARREGAMENTO FLORESTAL

    A atividade de carregamento a interligao entre a extrao e o transportede madeira, enquanto o descarregamento liga este ao consumidor final. Os

    mtodos de carregamento e descarregamento podem ser classificados em

    manual, semimecanizados e mecanizados (MIRRO; LOPES; MACHADO; 2000; p.

    52).

    2.4.1 Carregamento Manual

    Apresenta baixos rendimentos e por este motivo vem sendo gradativamentesubstitudo por equipamentos hidrulicos. Atualmente, ainda comum sua

    utilizao por pequenos empreiteiros de transporte. As principais variveis de

    influncias no rendimento desta operao so a dimenso e o peso da madeira

    (LOPES; 2001; p. 19).

    2.4.2 Carregamento Semimecanizado

    O mtodo de carregamento e descarregamento semimecanizado pode ser

    usado em uma situao particular. Pode-se empregar cabos acionados por

    animais, pequenos tratores ou pelos prprios caminhes, devendo as toras rolar

    sobre as superfcies, desde o solo at uma plataforma de transporte e vice-versa.

    Assim, as condies topogrficas e a superfcies do solo influenciam,

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    15/49

    15

    decisivamente, a sua viabilidade tcnico-econmica (MIRRO; LOPES; MACHADO;

    2000; p. 53).

    2.4.3 Carregamento mecanizado

    o mtodo mais usual, devido a sua maior eficincia. Todavia, esta

    eficincia est limitada s condies do solo, topografia do terreno, dimetro das

    toras e peso especfico da madeira. As carregadoras mecnicas com pneumticos

    so mais versteis e fceis de operar, embora haja a necessidade de que, no local

    de operao, a superfcie do solo possua boa capacidade de suporte. Por outro

    lado, as carregadoras mecnicas com esteira so mais lentas e s vezes, at

    estacionrias, podendo operar com facilidade em solos de baixa capacidade-

    suporte (MIRRO; LOPES; MACHADO; 2000; p. 52).

    2.5 TRANSPORTE FLORESTAL

    Pode-se definir transporte rodovirio florestal como a movimentao de

    madeira e seus derivados da floresta ou fbrica at o centro consumidor. (MIRRO;

    LOPES; MACHADO; 2000; p. 12).

    A operao de transporte florestal consiste na movimentao de madeira dosptios ou das margens das estradas at o local de consumo. No Brasil, realizada

    com diferentes tipos (modelos) de veculos, em razo da distncia de transporte,

    do volume de madeira a ser deslocada das condies locais da regio da

    capacidade de carga do veculos e dos tipos de equipamentos de carregamento e

    descarregamentos (MIRRO; LOPES; MACHADO; 2000; p. 20).

    2.6 SEGURANA NO AMBIENTE DE TRABALHO

    o conjunto de medidas serem tomadas, a fim de garantir as condies

    ideais para que o trabalhador exera sua funo, sem nus a sua sade.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    16/49

    16

    2.6.1 Condies Inseguras

    So deficincias, defeitos ou irregularidades tcnicas nas instalaes

    fsicas, mquinas ou equipamentos os quais, presentes nos ambientes de

    trabalho, podem ocasionar acidentes do trabalho. Convm ressaltar e destacarque de responsabilidade do empregador a eliminao ou correo das

    condies inseguras existentes nos locais de trabalho. (OLIVEIRA, 1999, p 26.)

    2.6.2 Atos Inseguros

    So atitudes, atos, aes, ou comportamento do trabalhador contrrios s

    normas de segurana e que colocam em risco a sua sade ou integridade fsica

    ou de outros colegas de trabalho. Os atos inseguros so geralmente definidos

    como causas de acidentes que residem predominantemente no fator humano.

    (OLIVEIRA, 1999, p. 26).

    2.7 SEGURANA NO TRABALHO FLORESTAL

    Por ser um trabalho em ambientes abertos, os trabalhadores florestais

    atuam expostos s condies climticas, vrios tipos de topografias e vegetaes

    diferenciadas, ainda com riscos de picadas de animais peonhentos.

    Em todo o tipo de trabalho realizado sempre existe o risco de acidentes, em

    maior ou menor proporo. Quando no so fatais, os acidentes geralmente tm

    como resultado as mais variadas leses corporais, tais como: ferimentos,

    contuses, escoriaes, fraturas, queimaduras, etc., podendo causar ainda

    prejuzos na produo e de ordem econmica e social.

    A falta de experincia profissional e de programas de treinamentos, o uso

    de mquinas em mau estado de conservao e a falta de uso de equipamentos deproteo individual (EPIs) so as principais causas de ocorrncia de acidentes

    com os operadores de motosserra.

    No trabalho florestal, principalmente no corte de rvores, trabalha-se

    geralmente com mquinas leves, potentes e de alta rotao, o que torna o

    equipamento de alto risco.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    17/49

    17

    No trabalho com motosserra, existem dois agentes de segurana: ativos e

    passivos. Os agentes ativos referem-se aos dispositivos de segurana da

    motosserra e os passivos so os EPIs.

    A motosserra uma mquina muito perigosa e s deve ser operada por

    pessoas treinadas. Porm, apesar de acidente com o sabre ser mais comum

    durante a atividade de corte, a motosserra no o nico perigo encontrado

    durante a colheita florestal.

    Dentre os acidentes florestais destacam-se os animais peonhentos

    representados principalmente por cobras, aranhas, escorpies, abelhas, etc.

    2.7.1 Dispositivos de Segurana da Motosserra

    A execuo de um trabalho com motosserra de alto risco e requer certasprecaues para se evitar acidentes. Assim, importante que o operador tenha

    conhecimentos sobre seu funcionamento e uso correto. Os dispositivos de

    segurana de uma motosserra so:

    Trava do acelerador: um dispositivo de segurana que evita que a corrente

    se movimente devido a uma acelerao involuntria. Isto somente ocorre se o

    operador segurar de forma firme e consciente o punho da motosserra e iniciar a

    acelerao.

    Proteo das mos: As mos do operador esto sempre expostas durante a

    execuo do trabalho. Para evitar os acidentes, a motosserra profissional possui

    dois protetores: um dianteiro e outro traseiro. O protetor dianteiro est localizado

    frente do cabo, enquanto o traseiro est sob o punho.

    Freio automtico da corrente: um dispositivo de segurana que interrompe o

    movimento da corrente durante o trabalho. Esse sistema pode ser utilizado

    basicamente em:

    a) Em caso de rebote do conjunto de corte, o freio da corrente instantaneamente acionado, levando-se a proteo da mo para frente.

    Com esse movimento, a corrente pra imediatamente.

    b) Para dar o arranque na motosserra, o freio dever ser utilizado de modo a

    bloquear o movimento da corrente.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    18/49

    18

    b) Durante o transporte, com a motosserra em funcionamento, a corrente

    dever ser bloqueada pelo acionamento do freio.

    c) Pino pega-corrente: Em situaes onde a corrente est muito tensionada ou

    frouxa, ela poder romper-se, rebatendo para trs e atingindo o operador.

    Isso pode ser evitado, se as motosserras possurem um pino de segurana,

    localizado sob a tampa do pinho.

    d) Sistema antevibratrio: Para evitar possveis problemas de sade ao

    operador dado s vibraes do motor, as motosserras so dotadas de um

    sistema antevibratrio. Esse sistema consiste de elementos de borracha,

    denominados de amortecedores, os quais esto distribudos na carcaa da

    motosserra, em pontos estratgicos, de modo a eliminar quase todas as

    vibraes do motor e da corrente.e) Silencioso e escapamento: Para evitar danos sade do operador causado

    atravs do forte rudo emitido pelo motor e dos gases provenientes da

    combusto, as motosserras possuem um conjunto formado por um

    silencioso e escapamento. Estes visam, respectivamente, diminuir o nvel

    de rudo emitido pelo motor e o contato direto do operador com os gases

    resultantes da combusto.

    De acordo com a NR-31, item 31.12.20, s podem ser utilizadas

    motosserras que atendam os seguintes dispositivos:

    a) freio manual de corrente;

    b) pino pega-corrente;

    c) protetor da mo direita;

    d) protetor da mo esquerda;

    e) Trava de segurana do acelerador.

    2.7.2 Equipamentos de Proteo Individual (EPIs)

    Os EPIs, segundo a NR 6, tem sua existncia jurdica assegurada em nvel

    de legislao ordinria, atravs dos artigos 166 e 167 da CLT, onde define e

    estabelece os tipos de EPIs a que as empresas esto obrigadas a fornecer a seus

    empregados, sempre que as condies de trabalho o exigirem, a fim de

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    19/49

    19

    resguardar a sade e a integridade fsica dos trabalhadores. (OLIVEIRA, 1999, p.

    16)

    Art.166 a empresa obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,

    equipamento de proteo individual adequado ao risco e em perfeito estado de

    conservao e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral no

    ofeream completa proteo contra os riscos de acidentes e danos sade dos

    empregados.

    Art. 167 o equipamento de proteo s poder ser posto venda ou utilizado com

    a indicao do Certificado de Aprovao do Ministrio do Trabalho (CA).

    A indicao para o uso de EPIs na engenharia de segurana se assemelha

    muito indicao do uso de antibiticos pelos mdicos: somente em situaes

    onde, realmente, no haja outra alternativa. (ROEDER, 2002, p. 78).A escolha dos EPIs importante para a segurana, o conforto e a

    capacidade do trabalho do operador de motosserra. O EPI ideal deve proteger o

    operador contra determinados fatores ambientais que influenciam as condies de

    trabalho: temperatura, umidade relativa do ar, rudo, vibrao, fuligens, etc. Eles

    tambm devem facilitar os movimentos do corpo, alm de possuir cores vivas

    chamativas por questo de segurana.

    Os EPIs recomendados no trabalho florestal so:

    Cala de motosserrista

    Confeccionada em tecelagem especial e fios 100% polister, permitindo

    perfeita ventilao e mxima resistncia, com proteo interna na frente e

    panturrilha em camadas de malha e polisteres, sem emendas e conferindo alta

    resistncia e proteo ao operador.

    Capacete

    Confeccionado em polietileno de alta resistncia, apresenta internamente

    coroa ajustvel em tecido de nilon, carneira e suspenso de material plstico,

    visando amortecer e distribuir a carga do impacto; tira absorvente de suor e filme

    plstico perfurado e revestido internamente com uma camada de espuma plstica.

    Os capacetes devem ser nas cores vermelha ou amarela, de modo a

    destacar e facilitar a visualizao do operador na rea de trabalho.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    20/49

    20

    Protetor auricular (abafador)

    O protetor auricular possui haste metlica tipo mola, fabricado em ao

    especial galvanizado, ligado por grampo duplo regulvel. Acoplado ao capacete, o

    protetor visa proteger o ouvido do operador de rudos excessivos advindos da

    motosserra e do ambiente de trabalho.

    Protetor facial (viseira)

    Acoplado ao capacete e confeccionado em material plstico com tela de

    nilon, na cor preta, possui a funo de proteger o rosto do operador contra galhos

    e serragens.

    Luva

    Confeccionada em vaqueta e nilon, palma 100% de vaqueta, dorso em

    poliamida com 3 mm de espuma de proteo e sobre forro de jersey; ferro emvelcro; punho com poliamida com 3 mm de espuma de proteo e sobre forro de

    jersey. Visa proteger as mos do operador contra cortes e perfuraes, bem como

    minimizar as vibraes da motosserra.

    Caneleira

    Confeccionada em fibra de vidro ou couro, possui a funo de proteger as

    pernas do operador.

    Coturno

    Confeccionado em vaqueta lisa curtida em cromo; palmilha de montagem

    em couro; acolchoado internamente com uma camada de espuma; solado anti-

    derrapante e biqueira de ao, visa proteger os ps do operador contra cortes e

    perfuraes.

    2.8 NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANA E SADE NO TRABALHONA AGRICULTURA, PECURIA, SILVICULTURA, EXPLORAO FLORESTAL E

    AQICULTURA NR 31

    Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a

    serem observados na organizao e no ambiente de trabalho, de forma a tornar

    compatvel o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura,

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    21/49

    21

    pecuria, silvicultura, explorao florestal e aqicultura com segurana e sade no

    meio ambiente do trabalho (ARISTIDES; 2005; p. 36).

    2.8.1 Ferramentas Manuais

    O empregador deve disponibilizar, gratuitamente, ferramentas adequadas

    ao trabalho e s caractersticas fsicas do trabalhador, substituindo-as sempre que

    necessrio.

    As ferramentas devem ser:

    a) seguras e eficientes;

    b) utilizadas exclusivamente para os fins a que se destinam;

    c) mantidas em perfeito estado de uso.

    Os cabos das ferramentas devem permitir boa aderncia em qualquersituao de manuseio, possuir formato que favorea a adaptao mo do

    trabalhador, e ser fixados de forma a no se soltar acidentalmente da lmina.

    2.8.2 Mquinas, Equipamentos e Implementos

    vedada a execuo de servios de limpeza, de lubrificao, de

    abastecimento e de manuteno com as mquinas, equipamentos e implementos

    em funcionamento, salvo se o movimento for indispensvel realizao destasoperaes, quando devero ser tomadas medidas especiais de proteo e

    sinalizao contra acidentes de trabalho.

    vedado o trabalho de mquinas e equipamentos acionados por motores de

    combusto interna, em locais fechados ou sem ventilao suficiente, salvo quando

    for assegurada a eliminao de gases do ambiente (item 12.8). (ARISTIDES;2005;

    p. 36).

    2.8.3 Transporte de Trabalhadores

    O veculo de transporte coletivo de passageiros deve observar os seguintes

    requisitos:

    a) possuir autorizao emitida pela autoridade de trnsito competente;

    b) transportar todos os passageiros sentados;

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    22/49

    22

    c) ser conduzido por motorista habilitado e devidamente identificado;

    d) possuir compartimento resistente e fixo para a guarda das

    ferramentas e materiais, separado dos passageiros. (ARISTIDES; 2005; p. 36).

    2.9 ERGONOMIA

    A operao de extrao considerada um dos trabalhos mais pesados e de

    mais alto risco de acidente dentre as demais atividades brasileiras. (LOPES; 2001;

    p.82)

    Conseqentemente, os acidentes so, em muitos casos, graves e

    freqentes.

    til esclarecer a diferena entre carga e desgaste. Considera-se comocargas circunstncias variadas do meio ambiente, por exemplo, pode ser medido

    atravs de mtodos qumicos ou fsicos para determinar quantitativamente as

    condies e circunstncias que existem no local de trabalho, tais como,

    temperatura local, topografia, peso da madeira, etc (LOPES; 2001; p.100).

    Desta carga precisa-se distinguir o desgaste, isto , o efeito que ostenta a

    respectiva carga para as pessoas; estes efeitos podem ser fisiolgicos, assim

    como temperatura do corpo, freqncia cardaca, poluio sonora, etc.

    O sucesso no planejamento e organizao do trabalho deve forosamente

    orientar-se numa norma representativa da grande variao da capacidade e

    disposio da atividade humana, que pode ser medida, para que em mdia um

    trabalhador normal em nenhum caso corra perigo e venha a sofrer danos

    irreversveis. Portanto, assim definida a norma geral obrigatria designada na

    cincia do trabalho como atividade normal:

    - tima organizao do trabalho;

    - Trabalhadores bem formados e treinados;

    - Instrumentos em condies de trabalho;

    - Observao dos regulamentos de segurana;

    - Observao do horrio normal;

    - Observao das pausas regulares;

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    23/49

    23

    - No provocar danos sade.

    Isto para que o trabalhador leve uma vida sem desgaste e sobrecargas

    fsicas.

    O desgaste energtico no fundo o balano energtico acumulado e

    visvel nos trabalhadores, assim, o descanso pessoal torna-se necessrio para

    recuperar as funes vitais do organismo, como digesto e circulao sangnea.

    Deve-se conseguir um posto que satisfaa ergonomicamente os

    trabalhadores. Os efeitos de alvio no esforo fsico podem ser alcanados por

    uma metodologia de distribuio do trabalho, adotando-se o regime de intervalo.

    Considerando as longas jornadas de trabalho, as pausas tero que ser

    suficientes para garantir a duradoura capacidade de ao dos trabalhadores e

    com isto preencher as necessidades fsicas e mentais do trabalhador no mbito daatividade normal. Para a regenerao fsica melhor fazer pausas curtas e

    freqentes do que poucas pausas longas, pois esta ultima objetiva a recuperao

    dos efeitos nocivos ao organismo, obtida como por exemplo, pelas perdas

    auditivas temporrias provocadas pelo rudo e vibraes.

    Cada tipo de carga a rigor exige uma outra espcie de durao e srie de

    intervalos, mas muitas tornam inviveis economicamente os empreendimentos.

    Juntamente podem ser obtidos importantes efeitos de esforo fsico por

    meio do planejado sistema de troca de atividades dentro dos grupos de trabalho.

    Para exemplificar estas medidas, pode-se integrar um sistema de guincho,

    derrubada com motosserra e um trator de arraste, a rvore, num desbaste leve,

    chega trilha principal sem muito esforo. Quando no mtodo utilizam-se dois

    operadores, o trabalho de motosserrista caracterizado por meio de longo uso da

    motosserra e limitado no mbito dos princpios ergonmicos. Uma troca de

    trabalho, talvez num ritmo de duas horas, conduzir a uma possvel reduo dos

    intervalos necessrios. Com esta variao de atividades tambm teremos variao

    nos desgastes, que no decorrer do dia resultaro numa significativa diminuio

    dos nveis de desgaste(SOUZA E MINETTI; 1991; p. 23).

    Tambm na esfera das medidas de proteo pessoal pertence empresa a

    tarefa de empenhar-se na sua utilizao. Mas tambm providenciar uma

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    24/49

    24

    alimentao conveniente para elevar eficiente e duradouramente a capacidade de

    atividade dos trabalhadores.

    Isto ganha um preciso significado quando o trabalhador instalado no

    campo e no tem possibilidade de dirigir-se diariamente para sua casa e sua

    famlia.

    Precisamente estes suplementos ao salrio concedidos sob forma de

    gneros pela empresa, so tambm, muitas vezes importantes medidas para

    satisfazer os fiis trabalhadores da empresa.

    Muitos trabalhos foram estudados, porm o dos autores (SOUZA E

    MINETTI; 1991; p. 25) conclui que:

    A operao considerada um dos trabalhos mais pesados e de mais

    alto risco de acidentes. Conseqentemente os acidentes so, emmuitos casos, graves e freqentes.

    De acordo com os autores, o motosserrista deve trabalhar 46

    minutos e repousar 14 minutos, enquanto o ajudante deve trabalhar

    42 e repousar 18 minutos, durante cada hora da jornada de trabalho;

    e a necessidade energtica diria do trabalhador de corte florestal foi

    de 3.590,4 kcal.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    25/49

    25

    3 METODO UTILIZADO

    3.1 REA DE ESTUDO

    A rea de estudo onde foi observada as atividades de colheita florestal

    semimecanizada se deu nas reas rurais de Joinville e regio, onde foi observada

    a forma de derrubada da vegetao Nativas em pequenas propriedades rurais,

    onde estava sendo feita a substituio da floresta Nativa, pela implantao de

    culturas agrcolas.

    As fazendas onde foi realizado o trabalho so propriedades rurais de

    pequenos agricultores, onde a derrubada era realizada com a mo de obra familiar

    ou com a contratao de empresas que compra e venda de lenha.

    A topografia destas fazendas levemente ondulada, com solo de boa

    permeabilidade que permite a utilizao de colheita semimecanizada.

    O clima da regio segundo classificao de Kppen do tipo Cfa, (C

    mesotrmico, f sem estao de seca definida, a encontrado no litoral e no

    oeste), ou seja, com mdias trmicas entre 17C e 19C, tendo ainda chuvas bem

    distribudas e veres rigorosos. No inverno, tem freqncia de penetrao de

    frente polar, dando origem s chuvas frontais com precipitaes devidas ao

    encontro da massa quente com a fria, onde ocorre a condensao do vapor de

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    26/49

    26

    gua atmosfrico. O ndice mdio anual de pluviosidade elevado e as chuvas

    so bem distribudas durante todo o ano, fazendo com que no exista a estao

    da seca.

    O corte foi realizado em rea de plantaes agrcolas abandonadas por um

    perodo em torno de 10 anos, sendo assim trata-se de uma rea bastante

    heterognea, apesar de ser eqianeos no apresenta altura, dimetro e densidade

    uniforme, e os espaamentos irregulares que dificulta assim a derrubada da

    vegetao.

    Atualmente bastante comum, o pequeno agricultor realizar parcerias das

    mais diversas formas, terceirizando servios ou trocando bens (madeira) por

    servios.

    Este sistema interessante para os agricultores, pois nem sempre os

    agricultores possuem todo equipamento ou toda mo de obra necessria para

    total desmate da rea, bem porque as licenas ambientais possuem prazo de

    execuo fixado e com as intempries do local, podem ocorrer atrasos na

    derrubada. O resultado a cesso de bens (madeira) que o agricultor possui, em

    troca dos servios da empresa contratada.

    Dentro desta parceria, a empresa contratada deveria seguir todas as

    determinaes no que tange a sade e segurana dos funcionrios, preocupao

    scio-ambiental, de forma a ser socialmente justo, ambientalmente correta e

    economicamente vivel.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    27/49

    27

    3.2 COLETA DE INFORMAES

    Foram utilizadas vrias tcnicas para coleta de informaes neste estudo

    de caso como entrevistas informais, questionrios, observaes de campo e

    reviso de literatura.

    As entrevistas foram aplicadas nos colaboradores responsveis pela

    derrubada (corte), traamento e desgalhamento e empilhamento, de maneira

    informal, para no induzir o funcionrio a uma resposta j esperada. Atravs de

    conversas, buscou-se obter informaes dos operadores, no que diz respeito

    ergonomia e segurana da mquina, as condies de trabalho, turnos, paradas,

    problemas de sade, cursos de capacitao e treinamentos realizados.

    O questionrio, conforme modelo (Apndice I), foi aplicado apenas ao

    supervisor de colheita, visando obter informaes sobre o conjunto, sua

    produtividade, segurana e manuteno, alm das informaes solicitadas aos

    operadores, para confrontar as mesmas e verificar as reais condies de trabalho

    e eventuais reclamaes dos operadores.

    Foram tambm realizadas observaes de campo durante a atividade de

    colheita florestal, visando detectar in loco possveis falhas operacionais que

    poderiam comprometer a segurana dos operadores ou outras pessoas envolvidas

    na operao.

    Utilizou-se ainda a pesquisa bibliogrfica em livros, artigos, internet e outraspublicaes relacionadas ao estudo.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    28/49

    28

    4 CARACTERIZAO DA COLHEITA SEMIMECANIZADA

    O corte de vegetao semimecanizado vem sendo realizado em

    praticamente todos desmatamentos realizados em rea com vegetao Nativa.

    Mesmo com a Baixa produtividade e com um grande nmero de funcionrios, com

    relao a colheita florestal mecanizada, mesmo sendo uma atividade que expe o

    operador a um potencial acidente de trabalho, pois nesta situao no existe

    forma mais produtiva para extrao de vegetao Nativa.

    O modelo de extrao de vegetao analisado neste estudo o sistema

    composto basicamente por trs etapas.

    4.1 LIMPEZA DA REA

    A limpeza da rea consiste em um processo da retirada de vegetao

    herbcea cips e liamas, e rvores com dimetro inferior ao necessrio, que

    possam vir a dificultar o trabalho do operador de motosserra, causando quedas,

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    29/49

    29

    ocultando buracos, aclives e declives do terreno. A Limpeza da rea realizada

    de forma manual, atravs de foice e faco. Na figura 01, podemos identificar a

    forma de vegetao que deve ser retirada antes de efetuarmos o corte.

    Fonte: AutorFigura 01:Tipo de Vegetao a ser retirada na roada

    4.2 CORTE DA VEGETAO E FRACIONAMENTO DE TORRAS

    No corte de Vegetao semimecanizado, o instrumento de corte utilizado

    a Motosserra (figura n2). A motosserra, ao lado da desfribadora de sisal e do

    trator agrcola, uma das mquinas utilizadas na zona rural das mais perigosas. A

    mquina to perigosa que mereceu um Anexo na Norma NR-12 - MQUINAS E

    EQUIPAMENTOSdo Ministrio do Trabalho e Emprego.

    http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/motolex.htmhttp://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/motolex.htmhttp://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/motolex.htmhttp://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/motolex.htm
  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    30/49

    30

    Entretanto, so inegveis os benefcios que ela representa devido ao seu

    alto rendimento operacional. Isso ficou demonstrado na construo da rodovia e

    colonizao da Transamaznica, ou quando uma Concessionria de Energia tem

    de correr contra o tempo para desmatar a rea a ser tomada pelo reservatrio de

    uma hidreltrica.

    Fonte:www.sthil.com.brFigura 02: Equipamento Utilizado na derrubada de rvores (motosserra).

    A motosserra uma mquina muito perigosa e s deve ser operada por

    pessoas treinadas no seu uso. Cerca de 85% dos acidentes com motosserra so

    provocados pela corrente (elemento cortante) em movimento. Os casos fatais, por

    outro lado, em sua maioria, devem-se queda de rvores, derrubadas sem a

    devida tcnica. Na Derrubada de rvores com Motosserras o operador deve

    seguir uma srie de passos antes de utilizar o equipamento:

    a) Checagem inicial - Nos servios em que as motosserras so usadas

    intensamente (e mesmo nos casos espordicos), deve-se examinar a mquina

    diariamente, para ter certeza de que ela est operando eficientemente.

    Deve-se checar a tenso da correia, a lubrificao, ventoinha, etc., segundo

    as recomendaes do Catlogo do Fabricante e os Manuais de Operao e

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    31/49

    31

    Manuteno que acompanham o equipamento. Cuidado ao abastecer, para evitar

    incndio.

    b) Uso dos E.P.I - Nos trabalhos com motosserra, torna-se necessrio (e

    obrigatrio) o uso de vrios dos Equipamentos de Proteo Individuais (figura

    n03), tais como:

    capacete

    protetor de ouvidos do tipo concha

    culos (de preferncia viseira, como a da foto)

    luvas de couro

    macaco e

    botas

    Fonte:www. www.sthil.com.brFigura 03: E.P.I do operador de motosserra.

    c) Tcnica de Derrubada - Os procedimentos para a derrubada de uma

    rvore variam muito, conforme ela esteja localizada na cidade ou no campo.

    Cidade, o trabalho feito, em geral, pelo Departamento de Parques e Jardins da

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    32/49

    32

    Prefeitura da cidade. No campo, por funcionrios de uma empresa reflorestadora

    ou mesmo pelo agricultor treinado, operando numa floresta nativa, por exemplo.

    Na cidade, a derrubada deve ser feita aps a anlise de vrios aspectos

    (como: proximidade de fios energizados; bens pblicos ou particulares; segurana

    do operador e dos transeuntes), deve-se muitas vezes amarrar ou ancorar todos

    os galhos principais serem cortados, fazer-se um n adequado na corda para,

    aps o corte, desc-lo como no caso de uma roldana at o cho, para s depois

    se cortar o tronco da rvore. Os pedaos ou toras, de 20 a 30 cm cada, tambm

    devero ser amarrados e descidos at o solo, at que o tronco fique com uma

    altura de 1 a 1,5 metros para que seja cortado o restante que sobrou.

    Praticamente todas as tcnicas de corte da rvore em p, consistem no

    feitio de dois cortes ou talhos no tronco, com a motosserra. A figura 04 e 05

    mostra que o primeiro consiste na retirada de uma cunha (num ngulo de 90 graus

    e a cerca de 1/4 a 1/3 do dimetro), no lado onde se deseja que a rvore caia. O

    segundo corte feito no lado oposto do tronco (cerca de 5 cm acima do corte em V

    inicial), provoca a queda da rvore.

    Fonte: www.sthil.com.brFigura 05: Corte Transversal do tronco aps o corte

    Fonte: www.sthil.com.brFigura 04: Forma correta de derrubada.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    33/49

    33

    Antes disso, porm, convm conhecer algumas Regras Operacionais tais

    como:

    - Aprenda a avaliar a rvore que vai ser abatida: observe o seu tamanho,

    dimetro, estado, posio em relao s vizinhas, etc. Assim, por exemplo, se o

    seu dimetro for cerca de duas vezes maior do que o tamanho da lmina da

    motosserra, isto ir requerer uma tcnica especial de corte.

    - Antes do corte, h 12 itens a considerar:

    inclinao do tronco

    distribuio da copa

    limpeza em redor da rvore (rea de trabalho)

    escolha da direo de tombamento

    escolha da rota para uma possvel fuga

    localizao do companheiro de trabalho

    posio do veculo ou de benfeitorias

    presena de linhas de energia prximas

    uso da tcnica de corte apropriada

    a presena de reas podres ou ocas no tronco

    velocidade e direo do vento, e

    observar quaisquer objetos (frutos, galhos, etc.) que possam vir de cima.

    - Podemos observar na figura 06, a posio correta da mo esquerda durante o

    corte, tanto para fixar bem a motosserra, como para acionar com o dedo indicador,

    quando preciso, o mecanismo de segurana.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    34/49

    34

    - O equilbrio do operador muito importante, para controlar a mquina e mant-

    la segura com firmeza. H o perigo de ricolchete e mesmo de tombamento do

    homem, devido ao peso da motosserra. Evite cortes acima do ombro.

    - Deve-se sempre acelerar a mquina antes do corte.

    Fonte: www.sthil.com.brFigura 06: Movimento causado pelo ricolchete doequipamento.

    - Se o operador iniciante e no tem experincia, deve inicialmente treinar a

    derrubada de rvores pequenas, para aprender e praticar, antes de se aventurar a

    cortar as rvores de maior porte.

    Entretanto, mesmo sabendo dos riscos em potencial ao operar a

    motosserra, pois todo operador de motosserra recebe treinamento adequado para

    funo, na prtica podemos visualizar, como mostra a figura n7, que muitos

    operadores de motosserra colocam sua integridade fsica e a dos demais

    colaboradores em rico, sem a utilizao de EPIs adequado, devido ao excesso de

    confiana em sua habilidade com a mquina.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    35/49

    35

    Fonte: AutorFigura 07: Operador de Motosserra trabalhando deforma insegura, sem os E.P.Is e fumando.

    4.3 - EMPILHAMENTO E TRANSPORTE

    4.3.1 Remoo do Tronco e Pilhas

    Os riscos de acidente no uso da motosserra no param depois que a rvore

    tombada e j se encontra no cho. Uma vez no cho, o tronco deve ser

    removido, ocasio em que a rvore ser desgalhada. O tronco , em geral,

    dividido em toras, que sero devidamente empilhadas ou transportadas.

    As rvores cadas esto, em geral, sob tenso, dependendo do modo como

    esteja apoiada no cho. Via de regra o tronco fica submetido a duas foras de

    sentidos opostos: a tenso numa extremidade e a compresso na extremidade

    oposta.

    H, portanto, de avaliar previamente essas foras, ante de iniciar a diviso

    do tronco em toras, pois pode haver o perigo de quebra da lmina.

    A foto 08 mostra a tcnica correta para fracionar o tronco cado. Observa-se

    que o tronco est apoiado sobre roletes formados com galhos de dimetro

    pequeno e, assim, a extremidade do tronco est em balano e, portanto, sob

    tenso, no havendo (no caso), perigo de quebra da lmina da motosserra.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    36/49

    36

    Porm quando realizada visita a campo, nota-se que pouca coisa

    utilizada de forma adequada, como mostra a figura 9, alm de no utilizar as

    tcnicas corretas e seguras para o fracionamento de torras, os EPIs so

    totalmente descartados.

    f

    f

    f

    As pilhas de madeira medem aproximadamente 0.80 a 1,00 metro de

    largura, uma altura aproximada de 1,50 metros e um comprimento pr-

    determinado em funo da rea disponvel e do acesso disponvel para o trator

    realizar o carregamento do produto florestal.

    Fonte: www.sthil.com.brFigura 08: fracionamento de torras realizadode maneira correta

    Fonte: AutorFigura 09: fracionamento de torras realizadosem que a torra esteja em balano, operadorde motosserra sem o uso de E.P.Is.

    Os operadores responsveis pelo empilhamento devem utilizar

    equipamentos de proteo individual que so, os culos de proteo, capacete,

    luvas, macaco e botas com biqueira de ao.

    Na figura 10, podemos verificar que no est sendo utilizado nenhum EPI, o

    colaborador est com sua integridade fsica em risco, podendo ser atingido por

    galhos cavacos e ciscos, oriundos do corte, e por estar exposto a algum tipo de

    animal peonhento.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    37/49

    37

    Fonte: AutorFigura 10: Operrio responsvel peloempilhamento sem a devida proteo

    4.3.1 Transporte

    Logo aps a formao das pilhas de madeira, o trator florestal adaptado

    com grua e caamba, carrega a madeira empilhada e transporta at o caminho

    responsvel pelo transporte. O mesmo leva o material at seu destino,

    acompanhada das devidas A.T.P.F Autorizao de Transporte de Produtos

    Florestais, cedidas pelo IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Produtos

    Naturais Renovveis e No Renovveis, aps a liberao do corte.

    O empilhamento e transporte encerra a fase de explorao florestal. As

    pinhas so formadas logo aps a derrubada da tora, se realiza de forma manual

    por um ou mais operrios, dependendo do nmero de operadores de motosserras,

    ou do volume de lenha cortado.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    38/49

    38

    5 RESULTADOS E DISCUSSO

    5.1 - OPERAO E SEGURANA DA MOTOSSERRA

    A motosserra um equipamento extremamente perigoso, tanto para o

    operador quanto para as pessoas nos arredores, em funo disto mereceu um

    Anexo na Norma NR-12 - MQUINAS E EQUIPAMENTOS do Ministrio do

    Trabalho.

    Alm dos dispositivos de segurana exigido por lei, o freio Manual de

    Corrente, o Protetor de mo direita e esquerda, o pino pega corrente e a trava de

    segurana do acelerador, atualmente as motosserras tem sado de fbrica com

    http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/motolex.htmhttp://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/motolex.htm
  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    39/49

    39

    sistema de amortecimento, para diminuir o impacto das vibraes e motores com

    menor rudo.

    Todos os modelos de motosserra devero conter rotulagem de advertncia

    indelvel e resistente, em local de fcil leitura e visualizao do usurio com a

    seguinte informao:

    O uso inadequado da motosserra pode provocar acidentes graves e danos

    a sade.

    Verificou-se que no local onde fora realizado o corte no havia extintores de

    incndio.

    No local da colheita, constatou-se um veculo de abastecimento e apoio,

    que ficam disposio para lubrificao e abastecimento ou qualquer emergncia.

    Os operadores so responsveis pelos servios de rotina antes de iniciar o

    trabalho, como abastecimento e lubrificao da mquina, manuteno e

    verificao preventiva. No foi visto um mecnico especializado, em caso de

    algum problema com a mquina.

    O operador de motosserra no possui horrios regulares para incio,

    trmino, alimentao e pausas para descanso. Tudo fica a critrio do rendimento e

    fadiga do operador, que define essa rotina. A mesma situao se aplica para os

    demais funcionrios que operam na colheita.

    A empresa no oferece aos funcionrios nenhum tipo de ginstica laboral,

    que deveria ser praticada pelos colaboradores, com finalidade de prevenir

    possveis doenas advindas de esforos repetitivos ou posturas incorretas.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    40/49

    40

    5.2 PREVENO DE ACIDENTES

    Na empresa responsvel pelo corte, foi constatada que a mesma no

    possui Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA), previsto nas normas

    regulamentadoras da portaria n 3.067, relativas Segurana e Higiene do

    Trabalho Rural.

    Foi observado ainda a inexistncia de funcionrios da rea de

    segurana fazendo vistorias de rotina nas mquinas utilizadas e constatado que

    no h preocupao com a utilizao de EPI`s, bem como placas de sinalizao

    nas reas de colheita.

    A empresa no possui relatrios registrando qualquer tipo de acidentes,

    gravidade ou tempo de afastamento de funcionrio.

    5.3 TREINAMENTO E INSTRUO DOS OPERADORES DE MOTOSSERRAS

    Os operadores de motosserras geralmente no possuem ensino mdio

    completo, porem como so pessoas que passaram a vida toda praticamente na

    atividade rural utilizam o equipamento com freqncia desde a sua adolescncia.

    Antes de operar uma mquina que oferece um elevado risco ao

    operador, o funcionrio passa por treinamentos especficos, tericos e prticos,

    com auxlio de orientadores.

    Esses treinamentos so oferecidos geralmente pelos fabricantes de

    motosserras ou por instituies estaduais ou municipais que trabalham na rea de

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    41/49

    41

    extenso rural, sendo fundamental para a sua utilizao correta, para atender a

    todos os requisitos de segurana e para otimizao de produtividade do

    equipamento.

    Os funcionrios possuem o treinamento fornecido pela empresa

    fabricante do equipamento (curso bsico de operao e segurana). A carga

    horria de no mnimo 8 horas.

    Nestes cursos so abordados tpicos relativos a:

    a) noes de organizao, funcionamento, importncia e atuao da CIPA;

    b) estudo das condies de trabalho com anlise dos riscos originados do

    processo produtivo no campo, bem como medidas de controle (mquinas e

    equipamentos, riscos com eletricidade, animais peonhentos, ferramentas, reas

    de vivncia, ergonomia e organizao do trabalho);

    c) caracterizao e estudo de acidentes ou doenas do trabalho, metodologia de

    investigao e anlise;

    d) noes de primeiros socorros;

    e) noes de preveno de doenas sexualmente transmissvel - DST, e sndrome

    da imunidade da deficincia adquirida - AIDS e dependncias qumicas;

    f) noes sobre legislao trabalhista e previdenciria relativa Segurana e

    Sade no Trabalho;

    g) noes sobre preveno e combate a incndios;

    h) princpios gerais de higiene no trabalho;

    i) relaes humanas no trabalho;

    j) proteo de mquinas e equipamentos;

    k) noes de ergonomia.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    42/49

    42

    5.4 INDICAO DOS PROCEDIMENTOS ADEQUADOS PARA A OPERAO

    Os procedimentos operacionais no so cumpridos na grande parte do

    tempo, havendo, no entanto falhas que podem colocar em risco a segurana da

    atividade, como o trabalhos dos operadores em distncia abaixo da permitida, o

    descarte do EPI`s durante a operao e a despreocupao com a higiene e

    ergonomia ao decorrer a atividade.

    Como no h fiscalizao, a presena de alguma irregularidade no

    afeta o ritmo nem a maneira de trabalho dos operadores.

    5.5 INDICAO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEO PARA A ATIVIDADE

    Neste sistema de corte, necessrio que se utilizem alguns equipamentos

    de proteo, tais como:

    - Capacete;

    - Protetor auricular;

    - Botina florestal com biqueira de ao;

    - Luvas;

    - culos de proteo.

    Com relao aos equipamentos de proteo coletiva a empresa deve

    disponibilizar placas informativas alertando sobre a operao de derrubada de

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    43/49

    43

    rvores e exigncia do uso de EPIs, conforme mostrado na Figura 11,

    respectivamente, atendendo a NR 26, que dispe sobre sinalizao de segurana.

    As placas esto dispostas de maneira a permitir uma boa visualizao,

    desde a chegada no projeto, avisando da derrubada de rvores, e quanto ao uso

    de EPIs, alm de respeito as normas ambientais e de segurana.

    6 CONCLUSES E RECOMENDAES

    Fonte: AutorFigura 11 - Placa alertando sobre a exigncia do uso de EPIs.

    Considerando as informaes obtidas neste estudo e na pesquisabibliogrfica, as seguintes observaes so destacadas:

    a) No setor de extrao florestal semimecanizado de Vegetao Nativa, na

    rea rural de Joinville e regio, praticamente no h registro de dados com

    relao a acidentes e doenas ocupacionais.

    b) O sistema produtivo como um todo j se apresenta bastante inseguro,

    agravado ainda mais com as condies e atitudes durante a operao.

    c) Foi verificado que os funcionrios no mantinham uma distncia segura, em

    alguns lugares trabalhavam com distncias inferiores a cinco metros, fator

    este que pode causar acidentes durante a derrubada de rvores.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    44/49

    44

    d) Foi verificada a ausncia de placas de sinalizao em todas estradas que

    dava acesso ao local de corte, podendo-se chegar rea de colheita sem

    saber que ali estava sendo feita derrubada de rvores, ou da exigncia

    dos equipamentos de proteo individuais.

    e) No h ginstica laboral antes de iniciar e ao final dos trabalhos para no

    sofrer distenses por movimentos bruscos ou por falta de aquecimento ou

    alongamento do corpo.

    Com relao a situao encontrada na atividade de extrao florestal,

    observamos que este setor necessita ser melhor acompanhado pelos

    responsveis pela segurana do trabalho de empresa e fiscalizados pelas

    delegacias regionais do trabalho.

    Algumas recomendaes so necessrias para a melhoria desta situao

    de trabalho:

    a) Manter uma distncia de 25 metros entre pessoas que estiverem no local e

    ter ateno redobrada, visando no atingir ou ser atingido por rvores ou

    galhos durante as atividades.

    b) Planejar a ao observando as condies dos aceiros bem como a

    possibilidade da presena de buracos, tocas de animais ou irregularidade

    no terreno.

    c) Procurar passar por buracos, tocas de animais ou regies erosivas de forma

    segura, verificando antes o estado que se encontram, para depois passar

    evitando escorreges e quedas que pode vir a gerar leses graves ao

    operador.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    45/49

    45

    d) Fazer manuteno e inspees dirias nas mquinas. Verificar folga,

    lubrificao da corrente e funcionamento das travas de segurana da

    maquina.

    e) No trabalhar em reas de elevada declividade. Fazer planificao da rea

    onde ir trabalhar, identificando ladeiras, grandes buracos ou eroses. Ao

    ligar a mquina seguir as recomendaes do fabricante, e certificar-se da

    ausncia de pessoas em seu entorno.

    f) Evitar pisar sobre leo ou barro onde possa deslizar e cair e sofrer algum tipo

    de distenso ou ferimento.

    g) Ao abastecer a mquina, mant-la desligada, no fumar e no permitir que

    ningum fume prximo ao local de abastecimento (proibir o acendimento de

    fsforos ou isqueiros). Manter os extintores de incndio em perfeitas

    condies de uso (solicitar troca quando estiverem com defeitos ou quando

    forem usados), para evitar um possvel incndio da mquina durante o

    abastecimento.

    h) Para evitar atingir com pedaos de madeira pessoas que estejam

    transitando na rea operacional, deve-se parar imediatamente o corte ao

    perceber a presena de pessoas na rea de trabalho, orientando-as a

    deixar o local.

    i) O operador dever estar devidamente treinado para fazer pequenas

    manutenes, como exemplo reapertos de corrente, lubrificao e

    afiamento de Sabre. Nunca improvisar ferramentas, ou usar ferramentas

    inadequadas. Ao fazer manutenes na mquina, esta deve ser feita com

    calma e segurana para evitar sofrer cortes, leses ou luxaes.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    46/49

    46

    9. REFERNCIAS

    BENSOUSSAN, E.; ALBIERI, S.: Manual de higiene, segurana e medicina dotrabalho, So Paulo: Ateneu, 1997.

    BRAMUCCI, M.: Determinao e quantificao de fatores de influncia sobrea produtividade de Harvesters na colheita de madeira, Dissertao deMestrado- ESALQ, Piracicaba, 2001.

    BRASIL. decreto-lei n 5.452, de 01 de maio de 1943. CLT, So Paulo, EditoraSaraiva, 29. ed. 2002.

    BRASIL. Portaria n. 86, de 03 de maro de 2005.Norma Regulamentadora desegurana e sade no trabalho na agricultura, pecuria, silvicultura,explorao florestal e aqicultura NR 31. Dirio Oficial (da RepblicaFederativa do Brasil), Braslia.

    BRASIL. Lei n 5.889, de 5 de junho de 1973. Estabelece os preceitos a seremobservados na organizao e no ambiente de trabalho, de forma a tornarcompatvel o planejamento e o desenvolvimento das atividades da

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    47/49

    47

    agricultura, pecuria, silvicultura, explorao florestal e aqicultura com asegurana e sade e meio ambiente do trabalho. Dirio Oficial da Unio, 2005.

    _____. Lei n 6.514, de 22 de dezembro de 1977; Normas regulamentadorasaprovadas pela portaria n 3.214 de 8 de julho de 1978. Segurana e medicina

    do trabalho, So Paulo, Atlas, 2001.C.C.: Transporte florestal rodovirio Viosa, UFV, 1989.

    BURLA, E. R.: Mecanizao de atividades silviculturais em relevo ondulado,Belo Oriente: Cenibra, 2001.

    FRIEDRICH, Haselgruber. Motosserras: mecnica e uso /Friedrich Haselgrubere Karl Fritz Gerhard Grieffenhagen. Porto Alegre: metrpole, 1989.

    LOPES, Eduardo da Silva. Operao e Manuteno de Motosserras: manualtcnico / Eduardo da Silva Lopes, Luciano Jos Minetti.- Viosa: Aprenda Fcil,2000.

    LOPES, Eduardo da Silva. MQUINAS E IMPLEMENTOS UTILIZADOS NACOLHEITA FLORESTAL- Viosa: Aprenda Fcil, 2001.

    LOPES, Eduardo da Silva. PLANEJAMENTO DA COLHEITA / Eduardo da SilvaLopes, Carlos Cardoso Machado.- Viosa: Aprenda Fcil, 2001.

    COLHEITA FLORESTAL / Carlos Cardoso Machado, editor. - Viosa: UFV, 2002.SIMPSIO SOBRE EXPLORAO, TRANSPORTE, ERGONOMIA ESEGURANA EM REFLORESTAMENTOS, 1987, Curitiba. 1987.

    KANTOLA, Mikko. Manual de Tecnologia Apropriada s Operaes Florestaisem Pases de Desenvolvimento: Manual Tcnico / Mikko Kantola, KlausVirtanen.- Curitiba. Helsinski, 1986.

    MACHADO, C.C.: Transporte florestal rodovirio,Viosa, UFV, 1989.

    MACHADO, Carlos Cardoso. Elementos Bsicos do Transporte FlorestalRodovirio,Viosa. 2001

    MACHADO, C.C.: Colheita florestal, Viosa, UFV, 2002..

    MALINOVSKI, J.R.; MALINOVSKI, R.A.: Evoluo dos sistemas de colheita depinus na Regio Sul do Brasil. Curitiba: UFPR FUPEF 1998.

    MENDONA FILHO, W.F.: Anlise operacional de colheitadeiras florestais.Floresta e ambiente. UFRRJ. P. 261278, Jan. 2000.

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    48/49

    48

    OLIVEIRA, C. A. D.: Passo a passo da segurana do trabalho nos contratosde empresas prestadoras de servio, So Paulo, LTr, 1999.

    PEREIRA, F.J.; CASTELO FILHO, O.: Manual Prtico, como elaborar umapercia de insalubridade e de periculosidade. 2. Ed. So Paulo: LTr, 2000.

    RECH, C.:Exportaes atingem recorde de US$ 7 bilhes em 2004. Revistada Madeira,n. 88. Curitiba: Paran, 2005.

    ROEDER, M.: EPI Uma questo de educao. Revista CIPA, ed. 272, 2002.

    SEIXAS, F.; BARBOSA, R.F.; RUMMER R.: Artigo, Revista da madeira, n. 82.Curitiba, Paran. 2004.

    SOUZA, A. P.; MACHADO, C. C.; MINETTI, L. J.; JACOVINE, L A. G.:Perspectivas na rea de colheita e transporte florestal. Revista da madeira, n.51. Curitiba, Paran. 2000.

    APNDICE I

    QUESTIONRIO

    Data:

    Empresa:

    Fazenda: Municpio:

    Responsvel pelas informaes:

    1 - A empresa possui CIPA?

  • 7/23/2019 Recomendaes de Segurana Para Um Processo Mais Seguro Na Colheita Florestal Semi Mecanizada

    49/49

    49

    2 - Quantos funcionrios esto envolvidos no corte da vegetao?

    3 - Quais as mquinas utilizadas no corte de vegetao?

    4 - Qual a produo dia?

    5 - Quantos funcionrios trabalham com motosserras durante o corte?

    6 - Qual o turno de trabalho?

    7 - Os funcionrios passam por treinamentos para operar as motosserras?

    8 - So feitos outros cursos alm do de operao das motosserras?

    9 - Qual a escolaridade e o tempo de trabalho dos funcionrios?

    10 - A empresa possui tcnico de segurana?

    11 - Quais os EPIs utilizados pelos funcionrios do corte?

    12 - Existe carro de apoio?

    13 - Como feita a manuteno das motosserras?