Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e...

24
Reconhece esta nação? Contrapeso emergente Membro da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral e contrapeso à actual potência regional, África do Sul Maio 2009 www.peninsula-press.com ANGOLA Poder económico Traz consigo a estabilidade política, como ficou demonstrado nas eleições parlamentares de Setembro de 2008, com a vitória esmagadora do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), o partido no poder Optimismo e ambição Os investidores angolanos procuram novos horizontes. Angola é, hoje, uma potência emergente e as suas empresas começam agora a apostar no estrangeiro A guerra há muito que acabou. A nova potência africana, estimulada pelo extraordinário crescimento económico e pelo êxito das eleições, é, hoje, um país seguro, estável e a fervilhar de investimentos que procura construir uma prosperidade que não dependa apenas do petróleo. Dossier Promocional

Transcript of Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e...

Page 1: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

Reconhece esta nação?

Contrapesoemergente

Membro daComunidade para o

Desenvolvimento daÁfrica Austral e

contrapeso à actualpotência regional,

África do Sul

Maio 2009

www.peninsula-press.com

ANGOLA

Poder económicoTraz consigo a estabilidade política, como ficou demonstrado nas eleiçõesparlamentares de Setembro de 2008, com a vitória esmagadora do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), o partido no poder

Optimismo e ambiçãoOs investidores angolanosprocuram novos horizontes.Angola é, hoje, uma potênciaemergente e as suas empresascomeçam agora a apostar no estrangeiro

A guerra há muito que acabou. A nova potência africana, estimulada pelo extraordinário crescimento económico e pelo êxito das eleições, é, hoje, um país seguro, estável e a fervilhar de investimentos que procura construir uma prosperidade que não dependa apenas do petróleo.

Dossier Promocional

exame_Angola_PT 09/05/08 17:22 Page 1

Page 2: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

Recebe cinco novas propostas de investimento por dia.Regista um crescimento económico de dois dígitos.As eleições legislativas mereceram o aplauso dacomunidade internacional.A visita do Papa foitriunfal. E, por ser um destino turístico emergente,vai receber, no próximo ano, a elite do futebol africano,que aí disputará a Taça das Nações Africanas.

Reconhece este país?

É Angola nos dias de hoje.

POR SIDDARTHA MITTER*

2 — ANGOLA

D o s s i e r P r o m o c i o n a l

RECONHECEESTA NAÇÃO?

Introdução

A história de sucesso de Angola reside nos núme-ros. Segundo as mais recentes previsões do gover-no angolano e do Fundo Monetário Internacio-nal, o Produto Interno Bruto real cresceu, nos úl-timos dois anos, 21% e 15%, respectivamente.Em 2009, e não obstante a descida dos preços dopetróleo e o abrandamento global, estima-se queo crescimento económico angolano se mantenhapróximo dos 10%.

A descoberta de novas jazidas petrolíferas con-tinua a bom ritmo. No ano passado, Angola ultrapassou a Nigéria e tornou-se no maior pro-dutor de petróleo africano, exportando, diaria-mente, dois milhões de barris.

Angola é hoje muito diferente de Angola em2002, ano em que terminou a guerra civil. Então,a economia estava paralisada: não havia reservasmonetárias, a inflação crescera para os 300% e a dívida ao Clube de Paris ascendia a 2,3 mil

milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros). Osguerrilheiros da UNITA ainda controlavam algu-mas zonas do país e a produção petrolífera – embo-ra relativamente protegida em offshore – tinha caído para um terço dos níveis actuais.

Feito o balanço, importa olhar para a Ango-la de hoje. A inflação está controlada e situa-senos 10%. As reservas monetárias estão calcula-das em 20 mil milhões de dólares (15 milmilhões de euros). É possível viajar livremente e em segurança por todo o país. As infra-estru-turas estão a ser recuperadas em larga escala. A dívida ao Clube de Paris foi saldada e tanto o comércio como a banca encontram-se em fran-co crescimento.

Tudo isto em pouco mais de seis anos. Ango-la está, hoje, em plena mudança. O crescimentodo investimento estrangeiro transformou o país –cujas estradas e serviços foram devastados pela

guerra – num gigantesco e fervilhante estaleiro deconstrução. O governo do Presidente José Eduar-do dos Santos deu prioridade máxima ao desen-volvimento e, para atingir esta meta, deu luz ver-de à entrada de empresas de vários países, entreos quais China, Portugal, Brasil e Estados Unidos.A Agência Nacional de Investimento Privado(ANIP) recebe, todos os dias, novas propostas deinvestimento.

Angola é uma potência emergente e a provadisso são os investimentos das suas empresas noestrangeiro. O gigante do petróleo angolano, aSonangol, adquiriu uma participação de 10% nocapital do Millennium BCP, sendo que já detém45% da Amorim Energia, que, por sua vez, con-trola 33,4% da Galp Energia. A Santoro Holdingoptou por comprar uma participação no capitaldo BPI. Estes investimentos estão centrados emPortugal, antiga potência colonial, mas os inves-

exame_Angola_PT 09/05/08 17:22 Page 2

Page 3: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

ANGOLA — 3

tidores angolanos têm planos para expandir osseus negócios.

O vigor da economia trouxe estabilidade política, como ficou patente nas eleições parla-mentares de Setembro de 2008. O MPLA, parti-do no governo, foi o vencedor incontestável numescrutínio acompanhado por observadores inter-nacionais, ao qual concorreram 14 partidos e coligações.

Os líderes mundiais congratulam-se com odesempenho de Angola, que mantém relaçõesdiplomáticas fortes com as maiores potências erecebe frequentemente visitas ao mais alto nível.A visita do Papa Bento XVI em Março deste anofoi especialmente simbólica para um país maiori-tariamente católico, onde, no passado, a Igreja cri-ticou amiúde o MPLA.

No continente africano, a afirmação deAngola veio contrabalançar a hegemonia regio-

nal da África do Sul e permitiu-lhe desempenharum papel central na estabilização política da Re-pública Democrática do Congo. A presença deempresas e fundos angolanos nos PALOP – Pa-íses Africanos de Língua Oficial Portuguesa –tem sido igualmente reforçada. A Taça das Na-ções Africanas, que terá lugar em Janeiro de2010 em Angola e que serve de prelúdio aoMundial de Futebol a realizar em Junho na Áfri-ca do Sul, é um dos maiores símbolos dos pro-gressos do país.

Não há dúvida que Angola vive os seus anosde ouro desde a independência, em 1975, mas ocaminho a percorrer ainda é longo. O ambientede negócios continua refém da burocracia, masnão só. O país também se debate com a escassezde mão-de-obra altamente qualificada e com a ausência de capacidade administrativa em resul-tado da guerra civil. A Transparency Internatio-

nal, que monitoriza a corrupção global, colocaAngola no 158º lugar numa lista de 180 países.Na capital, Luanda, a população cresceu expo-nencialmente, o trânsito é caótico e os sinaisexteriores de riqueza andam lado a lado com bol-sas de pobreza. Actualmente, os preços imobiliá-rios são muito elevados e a distribuição de águae electricidade precisa se ser melhorada.

A corrupção e a escassez de capital humano efísico são apenas parte do problema num momen-to em que o país procura ultrapassar os horroresda guerra e tomar o rumo da prosperidade. “Aimagem de Angola tem sido, até hoje, a de umpaís corrupto e em guerra, mas, actualmente, a realidade é outra”, afirma Mário Cirilo de Sá, presidente do Centro de Estudos Estratégicos deAngola. “Mas sendo essa a imagem que as pes-soas têm do país, teremos que trabalhar ardua-mente para mudá-la”.

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 3

Page 4: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

4 — ANGOLA

D o s s i e r P r o m o c i o n a l

Foreign Policy

Volvidos sete anos sobre o fim da guerra civil, em2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de2008, aplaudidas pela comunidade internacional,assim o atestam – volta a ocupar o seu lugar nopalco mundial pautando-se por um princípiosimples, mas extremamente eficaz: o pragmatismo.

As necessidades de Angola são muitas e pre-mentes. As infra-estruturas do país, destruídas pelaguerra, são insuficientes para dar resposta ao vas-to potencial de recursos e para servir a sua popu-lação, constituída, maioritariamente, por jovens:60 por cento dos angolanos têm menos de 20 anose prevê-se que a população triplique de 15 para 45milhões em 2050.

Angola repudiou a doutrina marxista seguidanos primeiros anos da independência e optou pelolivre mercado, pelo que precisa agora de investimen-tos físicos e sociais que ajudem a economia a pros-perar e permitam distribuir a riqueza por todos.

O facto de Angola assumir a presidência daOPEP dois anos depois de integrar o grupo é a pro-va da sua rápida e crescente importância no seio dospaíses produtores de petróleo. Porém, a recente volatilidade dos preços do petróleo revelou os riscose as fragilidades de uma economia dependente de umúnico recurso. O orçamento de Angola para 2009 estima o preço do barril de petróleo em 55 dólares.Na altura em que foi apresentado, foi visto comoconservador, no entanto, terá que ser revisto em bai-xa, tal como o crescimento que, por ora, se prevê inferior ao dos últimos anos.

A necessidade de diversificar a economia e de ge-rir cuidadosamente o sector petrolífero estão na basede uma nova política externa, que abre portas a pra-

ticamente todas as parcerias que permitam atingirestes objectivos. A parceria com a China é um dosmelhores exemplos. Neste caso, as exportações depetróleo angolano financiam uma linha de créditochinesa, que alimenta, por sua vez, a construção mas-siva de infra-estruturas e habitações em todo o país.

As relações entre Angola e Portugal, antiga potên-cia colonial e principal parceiro comercial, mantêm--se igualmente fortes. Prova disso foi a visita do pre-sidente angolano, José Eduardo dos Santos, a Lisboaem Março de 2009 e a criação de um banco de investimento com capitais dos dois países no valorde mil milhões de dólares (751 mil milhões de euros).Angola tem ainda na mira outros países da UniãoEuropeia e já recebeu, em 2008, a visita do presiden-te francês, Nicolas Sarkozy. Rússia, Índia e Israel, entre outros países, também reforçaram laços comer-ciais e políticos com Angola nos últimos anos. OsEUA estão, contudo, em segundo plano. Embora asrelações entre os dois países sejam boas, continuamsuperficiais comparando com as que Angola man-tém com a Europa e a China, e com o peso que cer-tas empresas americanas, como a Chevron, têm hálongos anos no terreno. Angola nunca foi uma prio-ridade para a administração Bush, excepto na áreados recursos petrolíferos. Luanda é hoje o sextomaior fornecedor de petróleo dos EUA.

Mudanças geopolíticasAs mudanças geopolíticas que têm tido lugar na Áfri-ca Austral transformaram Angola num potencial activo para a política externa da administração Oba-ma por ser um país politicamente estável e orienta-do para o livre mercado, e por ter uma estrutura militar altamente profissionalizada. Angola afirma-

-se hoje na Comunidade de Des-envolvimento da África Austral

(SADC) como contrapeso à principalpotência regional, a África do Sul que, em breve, vaiiniciar um processo de transição política sob a batu-ta do novo líder do Congresso Nacional Africano(ANC) e futuro presidente do país, Jacob Zuma.

Angola surge ainda, perante a situação explosi-va do Zimbabué, como modelo de desenvolvimen-to político pacífico: o governo não só conseguiu estabilizar a hiper-inflação no início da décadacomo integrou com êxito os ex-rebeldes da UNITAna arena política. Angola reúne todas as condiçõespara se tornar numa potência militar. O governo doseu conturbado vizinho, a República Democráticado Congo, saiu fortalecido graças ao apoio presta-do por Luanda.

Nos EUA, observadores como o Conselho para asRelações Externas e o Centro de Estudos Estratégicose Internacionais acordaram dar maior relevo a Ango-la na diplomacia americana, em consonância com o

TODOS OSCAMINHOS VÃODAR A ANGOLA Desde a independência que o percurso político de Angola tem sido traçado por poderosasforças geopolíticas em que as hipóteses de sobrevivência são escassas. Numa primeira fase, aGuerra Fria e a luta contra o Apartheid arrastaram o país para o conflito, injectando ideologiana sua política. Depois, a paz regressou ao país para ser interrompida em 1992, ano em que omovimento rebelde UNITA, insatisfeito com os resultados das eleições, retomou a guerra civildurante mais uma década. POR SIDDARTHA MITTER*

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 4

Page 5: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

ANGOLA — 5

crescente papel que o país desempenha na região. Namente de muitos políticos persiste, contudo, uma ima-gem datada como adversário na Guerra Fria transfor-mado num produtor de petróleo unidimensional.

A entrada em cena de novos parceiros no desen-volvimento da economia nacional – dos milharesde milhões de dólares de investimentos chineses eminfra-estruturas às 10 mil empresas portuguesas quese estima operarem hoje no país – e a gestão com-petente dos interesses angolanos, hoje nas mãos daconceituada petrolífera nacional, Sonangol, quetambém tem vindo a investir no estrangeiro, são ra-zões de peso para os EUA reforçarem os laços po-líticos e económicos entre os dois países.

O “agribusiness”, as tecnologias de informaçãoe comunicação, o turismo e a hospitalidade são áre-as com potencial de investimento. A inflação estácontrolada e embora Angola esteja exposta às flu-tuações dos preços do petróleo, o facto de ter ummercado de capitais relativamente pequeno ajudoua suavizar o impacto da actual crise financeira.

O governo angolano já mostrou que está inte-ressado em estabelecer uma relação mais estreitacom os EUA e outros parceiros, e que não se dei-xou monopolizar pelos laços que mantém com aChina. Tomou medidas no sentido de alinhar osseus padrões com aqueles que vigoram no Ociden-te em termos de governo e gestão económica, soli-citou ao Fundo Monetário Internacional (FMI)uma análise das finanças do governo, apesar de nãoter nenhum programa do Fundo em curso, e mos-tra-se disposto a divulgar as receitas petrolíferas.

O êxito das eleições de Setembro de 2008 – asprimeiras desde 1992 – legitima a democracia mul-tipartidária de Angola. O novo sistema de votação,informatizado e baseado em dados biométricos é,aliás, um dos mais avançados do mundo e menospermeável à fraude. Apesar de os observadores terem elogiado a forma como o escrutínio deco-rreu, não deixaram de alertar para o facto de o poder de incumbência do MPLA ter saído reforça-do e de isto poder vir a ter consequências nas elei-

ções presidenciais a realizar no final deste ano, bemcomo nas posteriores eleições municipais e regio-nais. A popularidade do partido no governo não é,contudo, posta em causa.

Este gigante emergente tem pela frente inúme-ros desafios para poder tirar pleno partido dos seusvastos recursos naturais e para assegurar um cres-cimento amplo e sólido a uma população que ain-da está a recuperar de uma geração de guerra civil. Angola carece de medidas que ajudem o paísa resolver a escassez de infra-estruturas e a dotara mão-de-obra nacional de competências.

Angola tem provado, mês após mês, que virá adesempenhar um papel importante como motorde crescimento económico e de estabilidade regio-nal na África Austral. A mensagem do governo an-golano, onde reitera a sua abertura e pragmatismo,foi claramente ouvida pelo resto do mundo.

(*) Jornalista sediada em Nova Iorque e especialista em Assuntos Africanos e emindústria energética.

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 5

Page 6: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

D o s s i e r P r o m o c i o n a l

6 — ANGOLA

P&R

P&R

Francisco Ribeiro Telles Embaixador de Portugal em Angola

Gen. Mário Cirilo de Sá “Ita” PresidenteCentro de Estudos Estratégicos

UMA POTÊNCIAREGIONAL AOSERVIÇO DA PAZ

Kundi Paihama Ministro da Defesa

O ministro da Defesa Kundi Paihama afirma queas relações com os EUA começaram a melhorara partir do momento em que Angola decidiuapostar na cooperação internacional com vista aestimular o seu desenvolvimento. Paihama dizque a prioridade do governo é criar “igualdadede oportunidades” e não se inibe de descreverAngola como uma potência regional.

no mundo, de desenvolvimento e melhoria dascondições de vida da sua população.

“Durante a Guerra Fria, tínhamos uma rela-ção algo distante com os EUA. Não partilháva-mos valores comuns”, refere o ministro da Defe-sa, Kundi Paihama, que também tem responsabi-lidades na diplomacia angolana. “A vida é feitade mudanças. Nessa altura éramos jovens e aAmérica sinónimo de imperialismo. Hoje em dia,os americanos olham para o continente africanoe vêem-nos como parceiros estratégicos. Compre-endem os nossos objectivos e nós agradecemosessa compreensão”, sublinha.

Esta aproximação entre os dois países já deufrutos ao nível da cooperação na área da Defesa.“Colaboramos na esfera militar, mas ainda só es-tamos a dar os primeiros passos. O mais impor-tante agora é estabilizar esta relação. Temos taskforces técnicas que identificam as áreas de coope-ração e que nós depois analisamos. Não há des-confiança. Há, sim, uma boa relação”.

Paihama, membro de longa data do Movi-mento Popular para a Libertação de Angola(MPLA), é de Kipungo, região localizada entre

ANGOLA VISTA À LUPA

Que imagem têm os outros países de Angola? A visão que têm de Angola, invariavelmente,é a de um país corrupto e em guerra, mas arealidade hoje é outra. É difícil mudar estaimagem, mas as políticas do governoangolano acabarão, seguramente, por mudaresta percepção.

Que papel desempenha o Centro de EstudosEstratégicos? O centro é um “think tank” que tem por metaajudar Angola a encontrar o caminho certo para

um desenvolvimento económico sustentado epara a consolidação da democracia. O nossotrabalho é tornar Angola num país próspero.

Que influência política exerce Angolaactualmente?Angola tem vindo a desempenhar um papelcada vez mais importante na África Central eAustral. Participou no processo deindependência do Zimbabué, contribuiusubstancialmente para o fim do Apartheid naÁfrica do Sul e ajudou à mudança política naRepública Democrática do Congo.

Como define a situação actual em Angola? Angola está a consolidar a sua democracia eserá uma referência para a estabilidade daÁfrica Austral. O governo angolano criou asbases para que isso aconteça.

A estabilidade veio para ficar?Houve eleições parlamentares em Setembrode 2008 e estão previstas eleiçõespresidenciais para o final de 2009. E a se aconjuntura o permitir, haverá eleições locaisem 2011. A comunidade internacional tempresentes estas eleições. Angola quer ser vistacomo um país estável e empenhado nareconstrução do sistema democrático. Esteobjectivo está intimamente ligado ao papelque Angola ambiciona assumir no futuro: umpaís com forte influência na região.

Em que pé se encontram as relaçõescomerciais entre Angola e Portugal? Angola é hoje o principal mercado de Portugalfora da zona Euro, e o quinto maior parceirocomercial, tendo ultrapassado os EstadosUnidos. Além disso, Portugal vai funcionarcomo “porta de entrada” para os futurosinvestimentos de Angola na Europa. Angola vaiser um país extremamente competitivointernacionalmente.

Após anos de relações tensas, Angola e EUA estão actualmente a cooperar em programas dedesenvolvimento e defesa. Para Angola, esta éapenas uma parte da sua estratégia de afirmação

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 6

Page 7: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

ANGOLA — 7

H.E. Dan MozenaEmbaixador dos EUA em Angola

as províncias de Huambo e Huíla, e foi eleitopara o Parlamento em Setembro. “Estamos aconstruir uma Angola livre para todos. UmaAngola com igualdade de oportunidades”, real-ça destacando as três prioridades do governo:combater a pobreza, melhorar a educação e oscuidados de saúde. “Os angolanos nunca perde-ram a esperança. Mesmo nos momentos maisdifíceis, sempre acreditaram que melhores diasviriam”.

Para atingir estes objectivos, Angola precisa deferramentas e de amigos, assim como de progra-mas que possam ajudar a reduzir a pobreza e, aci-ma de tudo, a fome. O caminho rumo ao desen-volvimento é irreversível e não dispensa a coope-ração internacional. “Não vamos despenderenergias com questões que não tragam benefíciospara o nosso povo. Seremos flexíveis e aceitare-mos a dinâmica da mudança. E, no que respeitaà globalização, aceitaremos o que os outros di-zem e fazem. O segredo está numa cooperaçãohonesta, adequada e construtiva”, afiança Paiha-ma. “Temos uma elevada noção de responsabi-lidade e de Estado. Há quem diga que somos

‘africanos de confiança’”, remata com uma notade humor.

A Defesa é uma pasta sensível na maioria dospaíses e, quiçá, mais ainda em Angola dada a his-tória recente da região. Hoje, porém, Angola temuma nova perspectiva: “O nosso conceito deguerra passou a ser defensivo em vez de ofensi-vo. Daí que tenhamos de nos preparar para darresposta a eventuais desafios ou ameaças”, afir-ma Paihama sublinhando que “os militares fazemapenas aquilo que os políticos dizem para fazer”.

Alguns aspectos da diplomacia angolana pas-sam pelas mãos de Paihama, especialmente osque estão relacionados com outros países africa-nos e refere, a título de exemplo, a ajuda que Angola tem prestado a países como a Zâmbia,África do Sul, Tanzânia e Zimbabué. “Não creioque o nosso país nem o continente africano este-jam rodeados de ameaças. Temos que erradicaras guerras para evitar conflitos e pôr um pontofinal nas contradições que hoje existem”, recon-hecendo que Angola é hoje uma potência regio-nal e, como tal, deve estar preparada para assu-mir esse papel.

Seremos flexíveis e aceitaremos a dinâmica da mudança. E, no que respeita à globalização,aceitaremos o que os outros dizem e fazem.O segredo está numa cooperação honesta,adequada e construtiva.

Como são as relações entre os EUA e Angola?Temos um relacionamento muito dinâmico.Apoiámos, com seis milhões de dólares, a formação de pessoal angolano para fazer a desminagem do país. E investimos 18 milhões de dólares num programa de combate à malária,que é a principal causa de mortalidade infantil.

Mas os investimentos estão concentrados nosector do petróleo?E não só. Por exemplo, uma empresa americanaestá a desenvolver uma unidade de gás naturalque permitirá a Angola exportar energia para osEstados Unidos através do Mississipi. E a Chiquitaconcluiu um acordo para comprar 7,7 milhões de toneladas de bananas anualmente. Trata-se de um projecto que criará 11 mil empregos, directos e indirectos.

Quais são os principais desafios para quem querinvestir em Angola? O clima de negócios precisa de melhorar. Eutransmiti ao Presidente José Eduardo dos Santos a mensagem de que os EUA têm a visão de umaAngola que seja pacífica, segura, democrática e próspera. Ele respondeu-me que partilha estavisão e que eu deveria começar a trabalhar comeste Governo para transformar essa perspectivanuma realidade. É isso que estamos a fazer.

Pode a “Nova Era” trazer estabilidade políticaduradoura a Angola?Acreditamos que Angola se vai manterpoliticamente estável porque os problemas queestiveram na origem da guerra civil desapareceram.Agora esperamos que o êxito do nosso processopolítico e que o reconhecimento do partido nogoverno pela maioria da população nos permitamconsolidar essa estabilidade.

Quais são as prioridades económicas de Angola na“Nova Era”?A recuperação das infra-estruturas do país, destruídas

por anos de guerra, é vital para o nossodesenvolvimento. Tal como também nos devemosfocalizar na melhoria da qualidade de vida do povoangolano, especialmente ao nível dos cuidados de saúde.

Que sectores simbolizam o futuro da economia angolana?A energia e a exploração mineira são as nossas áreaspor excelência, no entanto, o sector do agribusinesstambém oferece um vasto leque de oportunidades.Temos de construir novas fábricas para produziremprodutos com valor acrescentado que possam serdistribuídos e comercializados em todo o país.

P&RJosé Leitão da Costae SilvaPresident and Chairman Gema Group

P&R

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 7

Page 8: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

1 00% 1 2 0% 1 30% 1 40% 1 50% 160%1 1 0%

8 — ANGOLA

D o s s i e r P r o m o c i o n a l

MEDINDO O SUCESSOO sucesso de Angola não se medeapenas pelo petróleo. O país prepara-separa receber o Campeonato Africanodas Nações de futebol em 2010 e é o berço do kuduro, um género de músicade dança que já causa furor na Europa.Com o fim da guerra, a vida animal

começou a regressar aos seus habitatsnaturais, assumindo-se com um produ-to turístico com potencial de crescimen-to. Para quem gosta de conhecer umpaís através da literatura, aconselha-seuma viagem pela obra de Pepetela. Angola está a renascer para a vida.

KuduroO kuduro começou por ser um ritmo de dança, tendo-setransformado num género musical. Nasceu em Angola nos anos90 e ultrapassou fronteiras, estando já disseminado emPortugal, Brasil e até Inglaterra. Dizem os estudiosos que o estilofoi iniciado por Tony Amado, quando conviveu com DJ’s de ragganos EUA. O seu ritmo é semelhante à do afro zouk, mas numandamento intermédio. A expressão kuduro deriva de cu-duro,até mesmo pelo estilo peculiar da dança em que se tem oquadril duro.

Paraíso do amor É assim que é conhecida a ilha de Luanda que se estende por 10 quilómetros depraias convidativas. Tem um grande significado histórico por ter acolhido osprimeiros europeus que conquistaram o território ao antigo reino do Congo. Ànoite, o “paraíso do amor” tem uma dezena de locais onde é possível jantar oudançar a olhar para o mar, na esperança de ver a “kyanda”, a deusa do mar queapoia as famílias, sobretudo em momentos de aflição.

“Angola marca”

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 8

Page 9: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

200%1 7 0% 1 80% 190% 2 10% 220%160%

ModaNayma, filha do poeta e político Rui Mingas, foi a primeira angolanaa conquistar o estatuto de manequim. Hoje em dia, a Moda Luandaé um dos eventos mais “in” realizados na capital. A última edição,que teve lugar em Fevereiro na Ilha de Luanda, juntou 300convidados VIP e mais de 700 pessoas numa tenda com 1.500metros quadrados. Os designers angolanos mostraram as suascolecções, prova do crescente interesse do país pela moda e peloglamour.

PepetelaO melhor escritor angolano da actualidade, autorde livros como “Mayombe”, “Geração da Utopia”e “A Gloriosa Família”. Inventou a personagemdo detective Jaime Bunda, em cujas obras criticade forma mordaz a sociedade angolana, com alegitimidade que lhe é concedida pelo facto deser militante do MPLA desde 1963 e tercombatido o colonialismo português. Pepetela,pseudónimo de Artur Carlos Maurício Pestanados Santos, nasceu em 1941 na província deBenguela e é licenciado em Sociologia.

Ilha do Mussulo Esta ilha, a Sul de Luanda, é na verdade uma restingaenvolvida por uma série de pequenas ilhas. É um localsimplesmente paradísiaco e frequentado pelas elites da capitalao fim de semana. Para um banho, os visitantes têm à escolhao lado continental, ou o lado oceânico, a contra-costa, onde omar é mais agitado. Um passeio de barco é altamenterecomendável. A ilha possui vários aldeamentos turísticos e épossível comprar artesanato ou vestuário típico de Angola.

CAN 2010Em Janeiro de 2010 Angola viverá um clima defesta. O país vai organizar o Campeonato Africanodas Nações de futebol. O torneio irá disputar-senas cidades de Luanda, Benguela, Cabinda eLubango e está a ser preparado com todos oscuidados, dado ser o evento desportivo maisimportante alguma vez realizado em Angola. Ofutebol é o desporto mais apreciado do país eexistem grandes esperanças na selecção nacional.O ano passado, quando a equipa conseguiu, pelaprimeira vez, presença num Campeonato doMundo (Suíça/Áustria), o país parou para assistiraos jogos.

Serra da Leba É uma das imagensiconográficas deAngola. Uma estradaque serpenteia pelaSerra da Leba,também conhecidapor Morro da Chela,ligando as cidades deLubango e do Namibe.A viagem de quaseuma centena dequilómetros éinesquecível e sãoobrigatórias paragensno miradouro doBimbi e na cascata daestação zootécnica daHumpata.

Palanca negraEm Malange existe uma espécie animal única nomundo, a palanca negra gigante que se tornounum símbolo do país. Para os amantes danatureza existe ainda o Parque Nacional de Iona,situado na província de Namibe, onde se podemobservar animais como os holongos, zebras,leões, elefantes, impalas e avestruzes. Naprovíncia do Bengo está localizado o ParqueNacional de Kissama, onde existem boasestruturas para receber os ecoturistas.

ANGOLA — 9

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 9

Page 10: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

10 — ANGOLA

D o s s i e r P r o m o c i o n a l

O facto de Angola ser membro da OPEP tem algumimpacto nas actividades da Sonangol?O mais importante é conseguirmos um preço equi-librado que nos permita obter lucros. Os cortes de-cididos pela OPEP não são permanentes. Angola re-duziu a produção em cerca de 400 mil barris, masesta decisão não é para manter eternamente. Quan-do as variáveis do mercado melhorarem, esta redu-ção deixa de ser necessária. Enquanto membro daOPEP, continuaremos a desempenhar o nosso papelpara manter a eficácia da política da organização.

Existem planos para aumentar a cadeia de valor ea capacidade de refinação?A nossa meta, enquanto petrolífera nacional, é au-mentar a capacidade de refinação interna para 500mil barris por dia até 2015. Actualmente, a refina-ria de Luanda tem capacidade para refinar cercade 65 mil barris. Existe um plano de expansão emodernização para esta refinaria poder atingir os100 mil barris por dia, e já está em curso a cons-trução de outra refinaria no Lobito com capacida-de para 200 mil barris diários. O Estado vai ain-da promover o investimento no Soyo para outrarefinaria, neste caso privada, com capacidade para200 mil barris.

Em que pé se encontra actualmente a parceriaenergética entre Angola e os Estados Unidos?Angola é um parceiro estratégico dos Estados Uni-dos na área da energia, pelo que continuaremos aexportar a nossa produção para a América.

Se olharmos atentamente para o mosaico que éhoje a indústria petrolífera angolana, podemos verque grande parte das empresas a operar no nossopaís são americanas, caso da Chevron e da Esso.Mas não só. A Sonangol associou-se a uma empre-sa americana para construir um terminal de gásnatural no estado do Mississipi. Temos uma boaparceria com os Estados Unidos e tudo indica queirá crescer. A Sonangol, enquanto petrolífera nacional, tenciona ainda investir directamente nosEstados Unidos.

Com os preços do petróleo em níveis especial-mente baixos, não deveriam os angolanos pre-ocupar-se em saber como serão financiados equando estarão concluídos os projectos de re-construção actualmente em curso?Importa sublinhar que Angola não vai usar recur-sos directos para financiar o esforço de reconstru-ção nacional. A maioria destes planos só pôde ser

Manuel Vicente, presidente da Sonangol, alegaque a cooperação com os Estados Unidos podecrescer em sectores como o gás natural, ospetroquímicos e a refinação. Diz ainda que asreservas petrolíferas de Angola podem durarmais 30 anos, mas mostra-se favorável aoinvestimento em energias renováveis.

Entrevista

Peninsula Press entrevista Manuel Vicente,presidente da Sonangol por Stella Klauhs

“ANGOLA TEM RESERVAS PETROLÍFERAS PARA OS PRÓXIMOS 30 ANOS ”

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 10

Page 11: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

ANGOLA — 11

Mário de Carvalho, presidente do Conselho deAdministração do Grupo Gallium, acredita que Angola– que este ano preside à Organização dos PaísesExportadores de Petróleo (OPEP) -, deve apelar àcomunidade internacional para investir no país.“Temos de criar equilíbrios e mostrar ao mundo quefazemos parte deste cartel”.

posta em prática graças ao financiamento exter-no. Angola negociou uma linha de crédito coma China e, mais recentemente, com a Alemanha.Também recebemos algum apoio de Portugal,mas reconheço que temos pela frente grandesdesafios. No entanto, acredito que não hárazões para preocupação. Temos de ser objec-tivos na definição das prioridades, mas não hánada que justifique a suspensão do programa dereconstrução.

Como explica que Angola seja o maior produtorde petróleo do continente africano e continue aser um dos países mais pobres? Como sabe, o país viveu décadas de guerra. ASonangol desempenhou um papel instrumental

para o êxito militar e para a instauração da paz.São muitos os desafios que nos esperam, além docombate à pobreza, mas o governo continua em-penhado em implementar novas políticas e emmelhorar a situação. É fácil destruir e o país ficou destruído ao fim de 30 anos de guerra. Porisso, o mundo não pode esperar que possamosreconstruí-lo em apenas seis anos. Também é fácil criticar a situação que se vive em Angola. E alguns dos que hoje criticam são os mesmosque então promoveram a guerra civil.

Como imagina Angola na era pós-petróleo?Acredito que ainda poderemos produzir petró-leo nos próximos 30 anos. Não quero com istodizer que não se aposte nas energias renováveis,uma vez que ajudam a melhorar o ambiente glo-bal e tornam o consumo mais eficiente. Nãoobstante, e apesar de todas estas inovações,acredito que os combustíveis fósseis vão conti-nuar a desempenhar um papel importante namatriz energética mundial.

Como pode o novo presidente americano mudaras relações com Angola?Evitando o chauvinismo. Congratulo-me como facto de ser afro-americano e revejo-me nele.Espero que possa contribuir para os EstadosUnidos terem um papel mais relevante nodesenvolvimento de África.

Quais são as principais áreas de negócio do GrupoGallium?Somos empresários e homens do petróleo, e as nossasraízes estão no negócio petrolífero. Inicialmente,começámos por fornecer serviços. Sabíamos desde oprimeiro instante que carecíamos de capacidade técnicapara desenvolver um conjunto de serviços e que, por issomesmo, teríamos de estabelecer parcerias com asmelhores empresas. Decidimos que os nossos parceirosteriam de ser fortes. Estamos mais vocacionados paratrabalhar com as comunidades angolanas do que aChevron, a Exxon ou outras grandes petrolíferas, porqueconhecemos bem a realidade cultural. Somos o elo deligação entre as grandes multinacionais e as empresaslocais. Tanto falamos a linguagem das multinacionais,como das comunidades locais.

Estão previstas mudanças no modelo da indústriapetrolífera angolana? O actual modelo de parcerias com o Estado está a ficarobsoleto, por isso é natural que haja mudanças. Asparcerias serão, doravante, com empresas privadas como anossa. É este o modelo do futuro.

Quais são os potenciais parceiros e em que sectores?Queremos começar a pensar na produção upstream, queinclui os petroquímicos e a refinação. Tal como queremosenvolver-nos em projectos industriais. Estamosactualmente a pesquisar e a estudar todos os cenáriosporque são segmentos de negócio onde gostaríamos departicipar.

Qual é a importância do mercado norte-americano?O mercado americano interessa a todas as empresas.Estamos presentes nos Estados Unidos desde 2008 etemos ainda um longo caminho a percorrer.

As metas do Grupo Gallium

Mário de Carvalho

CEO

Grupo Gallium

Massa crítica – Angola · Preside à OPEP em 2009;

· Primeiro produtor de petróleo de África;

· Líder global no fornecimento

de petróleo;

· 15 grandes projectos serão executados

nos próximos cinco anos;

· Quarto produtor africano

de hidrocarbonetos líquidos.

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 11

Page 12: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 12

Page 13: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 13

Page 14: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

Porque é que um investidor deve apostar em Angola? “Diria que somos um país abençoadopela natureza. Temos bastantes recursos e nãoapenas petróleo e diamantes. Temos ouro, cobre,granito, mármore e solos ricos para a agricultu-ra. No passado, já fomos grandes exportadores

14 — ANGOLA

D o s s i e r P r o m o c i o n a l

Investimento

“TODOS OS DIAS RECEBEMOSCINCO PROJECTOS DE INVESTIMENTO”

Aguinaldo Jaime,Presidente da ANIP

Aguinaldo Jaime, presidente da AgênciaNacional para o Investimento Privado (ANIP)diz que Angola pertence ao escasso número de países que, apesar da crise, continua a seratractivo para os investidores estrangeiros. E acredita que Barack Obama dará uma novaera de estabilidade ao mundo. POR RUI PAULO SILVA

medir, visto que diariamente avalia cinco projec-tos de investimento. “Obviamente, nem todos sãoaprovados. Muitos deles precisam de ser reformu-lados e melhorados. Mas isto demonstra bem queo movimento dos investidores, a maioria deles estrangeiros, é grande”, refere o responsável.

Apesar da relevância desta estatística, o líder daANIP aceita as críticas dos empresários, que consi-deram a lentidão da máquina da administrativacomo um obstáculo de peso à realização de investi-mentos. “O excesso de burocracia, o tratamento dasintenções e das propostas de investimento e as difi-culdades na obtenção de vistos”, são três dificulda-des assumidas por Aguinaldo Jaime, que promete aaplicação “de processos que sejam mais práticos”nestas áreas e assim diminuir o número de queixas.

de açúcar e café. E possuímos um potencial hídri-co e energético muito grande”, responde Aguinal-do Jaime, presidente da comissão executiva daAgência Nacional para o Investimento Privado(ANIP).

Esta agência do Estado é a porta de entradapara todos os projectos de investimento em Angola, sejam nacionais ou estrangeiros, excep-tuando os petrolíferos e financeiros, constituindoum verdadeiro barómetro sobre o interesse que opaís desperta junto dos empresários. As propos-tas, num montante até cinco milhões de dólares,são despachadas directamente pela ANIP. As queultrapassam este montante são aprovadas emConselho de Ministros. Até agora, apesar da crise mundial, Aguinaldo Jaime não tem mãos a

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 14

Page 15: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

O presidente da Comissão Executiva da ANIPavisa, no entanto, que os investidores tambémtêm de fazer a sua parte, apostando em criar par-cerias com empresários angolanos. “Embora a leinão as obrigue, elas facilitam uma relação de con-fiança e fazem com que o investidor passe a teruma lógica de longo prazo. Acresce que um par-ceiro local acentua a confiança e o sentimento decumplicidade”, sublinha Aguinaldo Jaime, queocupa o cargo desde o início do ano.

O facto de Angola continuar numa trajectóriade crescimento e viver um clima de estabilidadepolítica reforçado depois das eleições legislativasde Setembro de 2008, ajuda a olhar para o futu-ro com optimismo. “Naturalmente, o acto elei-toral deu uma redobrada confiança aos investi-dores, que passaram a olhar para Angola comoum mercado ainda mais seguro para aplicarem assuas poupanças. Do ponto de vista económico,quando as lideranças são reforçadas politicamen-te, ficam com maior capacidade para implemen-tar as reformas estruturais que são necessárias”,constata o presidente da ANIP.

Neste quadro, o governo angolano está a con-centrar os seus esforços em três eixos fundamen-tais. O saneamento das finanças públicas, a diver-sificação da economia e o aumento da oferta de

emprego, através do desenvolvimento de sectoresque são intensivos em mão-de-obra, como a agri-cultura, pecuária, construção civil e as indústriastransformadores, sobretudo no ramo alimentar,olhando ainda para sectores como as pescas e osbiocombustíveis.

“O investimento público é importante no processo de reabilitação e modernização das infra-estruturas básicas e o investimento privadotem que complementar este esforço”, especial-mente através de alianças entre empresários angolanos e estrangeiros, observa Aguinaldo Jaime. A ANIP aposta em criar condições parapromover o nascimento deste tipo parcerias e define qual o tipo de investimento que terá tratamento preferencial por parte da sua agência.“Vamos procurar ter uma política de incentivosque promova a atracção de investimento que sejacriadora de emprego, que ajude Angola a lutarcontra a pobreza, que aumente as nossas expor-tações e que introduza tecnologias modernas nanossa economia”, afirma.

A mudança de presidente nos EUA é outro dostemas que merece especial atenção em Angola,onde a Chevron e Esso têm um papel preponde-rante no desenvolvimento do sector petrolífero.Aguinaldo Jaime, que exerceu diversos cargos de

relevo ao serviço do governo de Angola, esperaque Barack Obama “ajude o mundo a superar agrave crise económica e financeira em que presen-temente vive”. Apesar desta esperança, o respon-sável da ANIP salienta que, mesmo durante a administração Bush, Angola manteve relações bilaterais “muito positivas e consecutivas” comos EUA. Foi durante este período que o país foiadmitido no AGOA, um programa de fomentodas exportações de alguns países para terem aces-so ao mercado norte-americano. Agora, Aguinal-do Jaime perspectiva uma liderança diferente.“Penso que esta administração veio privilegiaruma abordagem multilateral na solução dos pro-blemas internacionais, que são muitos e comple-xos. Esta visão pode ajudar o mundo a conheceruma era de maior estabilidade e de menor tensãoe isto pode ter efeitos muito positivos sobre a arquitectura das relações económicas e políticasinternacionais”, conclui.

Embora a lei não obrigue, os investidoresestrangeiros devem fazerparcerias comempresários angolanos.Vamos incentivar isso.

“ Profile

Aguinaldo Jaime é um dos políticos maisexperientes de Angola e um dos rostos maisconhecidos no que respeita à representação do paísno estrangeiro. Nascido em 1954 é actualmentepresidente da Agência Nacional para o InvestimentoPrivado (ANIP), depois de ter integrado o últimogoverno como ministro-adjunto do primeiro-ministro. Licenciado em Direito e mestre em DireitoEconómico, Aguinaldo Jaime foi ministro dasFinanças entre Junho de 1990 e Abril de 1992, bemcomo fundador e presidente do Banco Africano deInvestimentos (BAI). Foi ainda presidente do BancoNacional de Angola (BNA) e conselheiro do presidentedo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

ANGOLA — 15

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 15

Page 16: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

INDÚSTRIA AUTOMÓVEL& FINANÇAS

NEGÓCIOS TODO-O-TERRENO

Em Angola vive-se uma situação inversa. O sec-tor financeiro cresce a uma velocidade vertigino-sa e os comerciantes de automóveis não conse-guem responder às encomendas. Em 2007, entreos 18 bancos existentes no país, o crédito à eco-nomia cresceu 85%, a carteira de depósitos aumentou 43% e a taxa de transformação de depósitos subiu 75%, contra os 46% de 2006.Os números são bons, mas a margem de progres-são é gigantesca, dado que a taxa de penetraçãodos bancos é apenas de 6,7%, de acordo com um estudo da KPMG.

O crescimento da banca tem também impulsio-nado a venda de carros e muitas das aquisições nes-te ramo de negócio já se fazem com recurso a em-préstimos bancários de longo prazo, à semelhançado que acontece nas economias mais maduras.Uma tendência que deverá manter-se, dado que o

crescimento de vendas previsto para o sector auto-móvel, ao longo do corrente ano, ronda os 40%.Este fenómeno é impulsionado por dois factores.As empresas que se instalam em Angola, principal-mente na área da construção civil, precisam de car-ros para exercer a sua actividade, especialmente daschamadas ‘pick-up’, bem como de camiões pesa-dos. Por outro lado, a classe média é cada vez maisconsumidora e o transporte próprio é sinónimo desucesso profissional, ainda mais num país onde ostransportes públicos são ineficientes. A procura étanta que os importadores apenas se queixam denão terem automóveis suficientes para satisfazer, de forma imediata, os seus clientes. Quanto às expectativas de evolução, reina o optimismo. Osmeios de transporte asseguram o desenvolvimen-to e este pressuposto é uma realidade incontorná-vel em Angola.

Na banca detectam-se os mesmos sintomas.O negócio cresce também de forma acelerada, im-pulsionado pelos investimentos, públicos e priva-dos, de muito biliões de dólares e muito acima damédia mundial. E não é só, naturalmente, porcausa do crédito automóvel. O imobiliário é umsector florescente e a compra de habitação própriatransformou-se numa das prioridades dos ango-lanos. Numa outra vertente, sectores produtivoscomo a indústria transformadora e a agriculturasustentam as previsões optimistas que se fazem sobre o sector. Nesta equação entram ainda os investimentos estrangeiros, os quais garantem ainjecção de liquidez num sistema financeiro ondejá são oferecidos produtos sofisticados como o e-banking. Por isso, os angolanos começam a teruma influência crescente no sector. Os dois casosmais recentes aconteceram no Millennium Ango-

Nos EUA e na Europa os bancos afundam-se, as nacionalizações sucedem-see os accionistas vivem dias de desespero. Os fabricantes de automóveis tambémenfrentam momentos difíceis. Cortes na produção e despedimentos dominam o quotidiano, obrigando os governos a concederem ajudas financeiras, paratentarem evitar uma catástrofe social de maiores proporções.POR RUI PAULO SILVA

16 — ANGOLA

Dossier Promocional

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 16

Page 17: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

la e no BFA (Banco Fomento Angola), duas ins-tituições anteriormente detidas a 100% por portugueses. A Sonangol comprou 49,9% doprimeiro e a empresa de telecomunicações Uni-tel adquiriu uma posição idêntica no segundo.Com esta aposta na banca, os angolanos preten-dem garantir o acesso aos fundos financeiros necessários ao crescimento da sua economia.

Os seguros são outra das áreas em franca expansão. No mercado operam sete segurado-ras, seis sociedades corretoras e três sociedadesgestores de pensões, licenciadas pelo Instituto

de Supervisão de Seguros. Só entre 2001 e 2006– últimos dados disponíveis – o volume de pré-mios passou de 86,7 milhões de dólares para404,5 milhões, o que corresponde a um cresci-mento de 400%. Este ano, o governo decidiu tor-nar obrigatório o seguro de responsabilidade civil automóvel, facto que irá aumentar a activi-dade da indústria seguradora.

Em Angola, vive-se um clima de euforia em-presarial e a palavra crise ainda soa como um ecodistante. Os hotéis de Luanda estão semprecheios de homens de negócios e os voos para a ca-

pital do país encontram-se, invariavelmente, esgotados. Para além disso, os quadros angola-nos, depois de garantida a estabilidade política,estão a regressar ao país, ajudando a criar maio-res níveis de concorrência.

“As rentabilidades e o crescimento que temosvisto em todas as áreas são deveras impressionan-tes. O retorno do investimento faz-se em cincoanos, enquanto que noutros mercados pode levar15, 20 anos. A oportunidade está cá e quem chegar primeiro domina o mercado”, avisa Fernan-do Duarte, administrador do BIC Angola.

ANGOLA — 17

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 17

Page 18: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

Como tem sido o crescimento da Toyota? Em 2005, a Toyota vendeu 3.500 unidades e em 2008 já atingimosas 5.300. Este ano, vamos atingir cerca de 7.000 unidades. Ou seja,triplicámos o negócio em quatro anos. Neste momento, temos umareceita de cerca de 30 a 35 milhões de dólares ao mês. Neste sector,somos a maior empresa de Angola.

Como é que se vai desenvolver o mercado automóvel?Estão em curso investimentos de muitos biliões de dólares e obviamente que isso impulsiona o mercado automóvel quetambém está a crescer imenso.A perspectiva é que este ano se vendam no mercado 26 milunidades, veículos novos, e que este número duplique em 2012/13.Há um outro aspecto muito importante. O sistema financeiro estámelhor organizado e hoje, por exemplo, 25% das nossas vendas jásão feitas com recurso a empréstimos bancários. Isso veio dar umagrande ajuda ao desenvolvimento do mercado. Além disso, aToyota vai diversificar em Angola, estando a desenvolver projectosligados ao petróleo, ao gás e eventualmente aos cimentos. Quepoderão avançar no próximo ano.

Qual é o vosso posicionamento no mercado?Somos líderes. Nós copiamos muito os europeus no estilo de vida eagora estamos a fazer o mesmo em relação aos americanos,possuindo carros grandes. Isso ajuda a Toyota a ter sucesso porqueé um carro de qualidade e que, ao fim de três anos, tem um valormais considerável no mercado que um automóvel de outra marca.Neste momento, somos a maior empresa do grupo em África.Vendemos 700 unidades/mês enquanto que o Quénia, que era líder,vende 280 automóveis. Temos uma logística incrível e importamos20 contentores de peças mensalmente.

Qual a imagem de Angola no exterior?Lá fora, Angola é mal vista pela sua corrupção, mas as pessoas quevêm cá e trabalham connosco levam uma mensagem diferente. Éum país com muitos problemas por resolver, mas com muitasqualidades. O que precisamos é que nos ajudem a desenvolveressas partes boas do país para as partes más serem corrigidas.

Como define o momento pelo qual Angola está a passar? Noto pelas conversas que temos com os dirigentes da Ford, emesmo com outros empresários, que o olhar sobre o potencial deAngola está a mudar muito e para melhor. Quanto aos EUA, notoalgum desconhecimento em relação a Angola. Não há comotravar o progresso neste país e o caminho que se tomou nãopode ser parado. Angola vai crescer muito e estamos a beneficiarda crise internacional.

Qual é a trajectória da Hudson?Inicialmente, era uma empresa sul-africana que nada tinha quever com automóveis. Agora, somos detidos a 100% pelaPortianga, uma empresa do grupo português Salvador Caetano.

Como é a vossa relação com a Ford?Muito forte, boa e antiga. Não só porque as vendas vãoaumentando, mas também por força dos investimentos queestamos a fazer noutras províncias de Angola, além de Luanda.

Quais são os números do sector automóvel em Angola?O crescimento deve ultrapassar, seguramente, os 40% ao ano. O sector automóvel é o reflexo do sector da economia do país. Se as empresas de construção estão a crescer precisam de meiosde transporte. O próprio empresário que resolve abrir a sua lojanecessita de carros, porque aqui não temos uma rede detransportes públicos. O automóvel acaba quase por ser um bem de primeira necessidade, porque sem ele não hádesenvolvimento.

Qual o modelo mais vendido?É a ‘pickup 4x4’, para um tipo de cliente muito específico, asempresas de construção. Neste momento, os nossos números sónão são maiores porque não temos mais carros para vender. Nãoestamos a conseguir satisfazer as encomendas. Não estava àespera de um crescimento tão grande e tão rápido, não obstanteestarmos a fazer esforços para resolver esse problema abrindouma linha de montagem na África do Sul para produzir só para o mercado de Angola, o que nos vai ajudar.

VEREDICTO DOS VENDEDORES

Nuno Borgesda SilvaPresidente Executivo TOYOTA

“A Toyota é conhecidapelos seus automóveis.Mas o petróleo, o gás eos cimentos tambémestão no seu horizonte.”

Ricardo SousaDirector GeralRobert Hudson Ltd.

“Na Robert Hudsontemos uma relaçãomuito forte, boa e antigacom a Ford que vamosreforçando à medida queas vendas aumentam.”

QUAL CRISE?

A PERSPECTIVA DA INDÚSTRIA

18 — ANGOLA

Dossier Promocional

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 18

Page 19: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

Angola está a viver uma nova era?O sentimento é, claramente, que o país está no bom caminho, quemexe todos os dias e que é extremamente compensador oinvestimento que estamos a fazer em Angola, seja ao nívelfinanceiro, seja ao nível de indústria, seja ao nível do comércio. O que vemos com os nossos clientes é que todos acham queAngola ‘is a place to be’, e um dos poucos mercados que têmritmos e índices de crescimento, claramente acima da médiamundial.

Este é um bom momento para se investir no país?Do ponto de vista de business opportunity o momento já existe hácinco anos. Por cada ano que passa vai-se perdendo o momento,porque outras empresas se vão instalando cá e quem quiserentrar a seguir terá uma tarefa mais difícil. No entanto, é umgrande mercado, com enorme potencial e continua virgem. Ditoisto, os obstáculos são grandes. Existe um peso burocrático queherdámos do passado colonial e que só agora, com a estabilidadeque se vive, se pode resolver.

FernandoDuarteAdministradorBanco BIC

“Em termos deinvestimento, Angolaainda está muito aquémda sua capacidade real.”

VEREDICTO DOS BANQUEIROS

ANGOLA — 19

Como define o sistema financeiro em Angola? É um mercado que se caracteriza fundamentalmente por ter que lidar comum fenómeno positivo que é o fortíssimo crescimento, num país em queas infra-estruturas ainda são muito débeis.

Como está a contribuir o BFA para o plano de reconstrução de Angola?Desde logo, canalizando fundos para os projectos de reconstrução do país.Temos uma carteira de obrigações do Estado na casa dos 700 milhões dedólares. Depois, temos a nossa actividade bancária de apoio às empresasque executam esses projectos. Temos um terceiro, que é um contributodecisivo para a estabilização da economia. Hoje, há cada vez mais pessoasque recebem o seu ordenado no banco, o que abre a possibilidade derecurso ao crédito para clientes particulares. Finalmente, o crescimento dobanco reflecte-se no emprego, na qualificação e na formação das pessoas.

Quais são os sectores mais apelativos para os investidores?São os associados à construção, os serviços, onde há muito parafazer, e numa ou noutra área industrial mais vocacionada para omercado interno.

EmídioPinheiroPresidente da ComissãoExecutivaBFA

“O sistema financeiroangolano tem vindo a lidar com o enormedesafio do crescimento.”

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 19

Page 20: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

20 — ANGOLA

D o s s i e r P r o m o c i o n a l

Infra-estrutura

O Governo de Angola vai investir, este ano, 40 mil milhões de dólares, em projectos dereconstrução, para concretizar o sonho doPresidente da República, Eduardo dos Santos, de transformar o país num “canteiro de obras”.A China continua a ser o principal financiadorexterno, mas países como a Alemanha, Portugal e Espanha estão também a concederlinhas de crédito. POR RUI PAULO SILVA

FAZERMELHOR

obras públicas, a maioria assegurada através definanciamento externo.

Para este ano, o governo angolano tem previs-to um plano de investimentos na ordem dos 40 milmilhões dólares, destinado a projectos de reabilita-ção. A par desta verba, a China vai reforçar em doismil milhões de dólares o crédito destinado a finan-ciar os projectos de reconstrução nacional, de for-ma a compensar a quebra de receitas que o país deverá conhecer este ano, provocada pela descidado preço do barril de petróleo.

Com esta nova linha, concedida através doEximbank, os apoios da China a Angola, desde2004, já totalizam os 6,5 mil milhões de dólares,sendo estes pagos através da exportação de petró-leo. A este valor, somam-se 2,9 mil milhões de dólares, disponibilizados através do Fundo Inter-nacional da China, transformando este país nomaior financiador dos projectos de reconstruçãopromovidos por Angola.

Alemanha, Espanha e Portugal são outrospaíses que estão a reforçar o seu apoio a Ango-la. A Chanceler Angela Merkel anunciou, emMarço, a abertura de uma linha de crédito de

1,7 mil milhões de dólares para financiar inves-timentos alemães em Angola em áreas como aenergia, água, indústria mineira, saúde, constru-ção civil e formação profissional. Espanha tam-bém disponibilizou 600 milhões de dólares paraprojectos de reconstrução. Quanto a Portugal, aCaixa Geral de Depósitos (CGD) – banco deti-do a 100% pelo Estado – criou uma linha de cré-dito de 500 milhões de dólares, com o aval doGoverno daquele país. A verba destina-se a fi-nanciar projectos de investimento público paraa construção de infra-estruturas em que partici-pem empresas portuguesas.

O quotidiano de Angola é feito de investimen-tos. Na agricultura, por exemplo, estão abertaslinhas de crédito público para um projecto decana-de-açúcar e desenvolvimento de 25 milhectares nas províncias de Uíge, Zaire e Bengo, a cargo da brasileira Odebrecht e da angolana Sonangol. Na indústria, os portugueses da Unicervão colocar em funcionamento, em Luanda,uma unidade fabril para o engarrafamento deágua mineral. Quanto ao Ministério das ObrasPúblicas, está em curso o Plano Director de

O desejo do Presidente da República, José Eduar-do dos Santos, de transformar Angola num “canteiro de obras”, continua a concretizar-se apasso acelerado. Da rede viária aos caminhos-de--ferro, passando pela agricultura e o comércio, opaís vive uma febre de investimento privado e

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 20

Page 21: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

ANGOLA — 21

Saneamento de Luanda, a construção de estradase estacionamento nesta cidade, onde o aeroportoestá também a ser alvo de obras de reabilitação emelhoramento. Já no sector comercial, encontra-se em execução o projecto de construção de entre-postos frigoríficos em 12 das 17 províncias de Angola e a continuação do Programa de Reestru-turação do Sistema de Logística e Distribuição deProdutos Essenciais à População (Presild), o qualse traduz na constituição de uma rede de super-mercados baptizados de “Nosso Super”.

Em todo o país multiplica-se a construção oureabilitação de infra-estruturas. A ponte sobre oRio Kwanza, em Malanje, estará concluída emNovembro, as barragens de Lomaum e Biopio, em Benguela, serão reabilitadas este ano, o mesmoacontecendo às redes eléctricas das províncias dasLundas Norte e Sul. Os exemplos são interminá-veis, mas podem ainda ser referenciados a produ-ção de algodão na província do Kuanza Sul e a reabilitação do caminho-de-ferro de Benguela, queatravessa todo o território angolano numa exten-são de 1.037 quilómetros, entre o Lobito e o Luau.O projecto, calculado em 1,8 mil milhões de dólares, é vital para a economia angolana e paraos países vizinhos, casos da Zâmbia e da Repúbli-ca Democrática do Congo. Também este ano, osesforços estarão concentrados na construção dosestádios de Luanda, Benguela, Huíla e Cabinda,

que irão receber o Campeonato Africano das Na-ções de futebol em Janeiro de 2010. O evento estáa impulsionar a construção de estradas e de unida-des hoteleiras, para responder ao crescimento daprocura turística que se irá registar.

Em paralelo, para garantir que os benefíciosdo investimento estrangeiro se estendem a todasas províncias, o Governo acaba de introduzir oconceito de Zonas Económicas Especiais, conce-dendo incentivos fiscais a quem se instale em zonas do interior e assegurando, como contrapar-tida, a existência de infra-estruturas básicas capazes de responder às necessidades dos inves-tidores. Uma das primeiras deverá ser constituí-da na zona da Catumbela, Benguela, a 600 qui-lómetros de Luanda.

O optimismo de Angola, contudo, é refreadopelos organismos internacionais. O Banco Mun-dial continua a alertar para a necessidade de o paísapostar em reduzir a pobreza e melhorar o acessoa serviços básicos, criando também um ambientefavorável ao investimento interno e externo. Já aconsultora internacional, KPMG, defende ser necessário efectuar uma reforma dos sistemas legais e reguladores, para que se crie uma econo-mia clara, transparente e aberta ao investimentoprivado. O governo angolano diz estar atento epromete alterar leis, diminuir a burocracia e faci-litar o investimento estrangeiro.

Qual é actualmente a actividade da SolidaCorporation?Estamos com 12 diferentes empreendimentos,projectos residenciais de médio porte, 50 a 80casas, passando por produtos para a classemédia baixa, aldeamentos residenciais e projectos comerciais.

Estão disponíveis para parcerias?Desenvolvemos algumas iniciativas paraconvidar, tanto brasileiros como americanos paraoutras áreas, mas no negócio específico focámo--nos em parcerias locais. Desde há dois anos quetemos parcerias muito fortes com chineses, tantoao nível do financiamento, como da construção.

Qual é a maior dificuldade para os investidoresestrangeiros?A burocracia. Todo o contexto jurídico e legal é complicado.

Tomasz DowborDirector GeralSolida Corporation

Por é que o Governo angolano confia tanto em gruposchineses? A razão principal é porque o governo chinês é muito diligenteem desenvolver boas relações com Angola.

Como é que chegou a Angola?Este ano, o governo de Angola decidiu privatizar a Movicel e a ZTE, a que pertenço, foi convidada para ser o seu sócioestratégico. Numa fase posterior, pretendemos conseguirfinanciamento para comprar acções e depois convidaremosum outro sócio estratégico, um operador, a China Mobile ou aChina Unicom, que irá dirigir a Movicel. O que está previsto éque a Angola Telecom fique com uma participação de 20% ecapitais angolanos com 49%.

Quais foram os maiores obstáculos que encontrou?

Este governo é muito difícil. Não é como noutros paísesafricanos. Para desenvolver algo é preciso fazer contactos com o governo e compreender os seus próprios interesses. No Congo, em Kinshasa, é muito diferente. As pessoas não se preocupam com o governo. Simplesmente,fazem os seus negócios e não há nenhuma entidadereguladora. Aqui é diferente.

Quais são as metas de negócio da Movicel?Com dois operadores, o nosso objectivo é ter uma quota de50%. Se existirem três passará a ser de 40%. Agora, a nossaquota de mercado diminuiu porque usamos a tecnologiaCDMA, mas isso mudará quando utilizarmos GSM.

E quando é que isso acontecerá? Se o processo de privatização estiver finalizado em Abril de

2009, poderemos proporcionar esse serviço aos clientes nofinal do ano.

Quantos clientes têm actualmente?Dois milhões e meio e somos fornecedores de Internet.

E em que pressupostos vai assentar a captação de clientes? Actualmente, a cobertura da rede de Movicel localiza-seapenas nas grandes cidades. O compromisso assumido com oGoverno é o de passarmos a cobrir 70% a 80% do território.

Está optimista? Penso que podemos conseguir este objectivo. Este é um sector chave, especialmente em África, onde o número deutilizadores de telemóveis aumentou imenso. Assim estenúmero já poderá ser equiparado a outros países.

As metas da MovicelWang Xiangguo

CEO

Movicel

P&R

Em Angola, o Governo defende os seus interesses. Não é como noutros países africanos.

exame_Angola_PT 09/05/08 17:23 Page 21

Page 22: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

22 — ANGOLA

D o s s i e r P r o m o c i o n a l

Do Cunene a Cabinda, Angola é um país em reconstrução. Dos transportes à habitação,as oportunidades de negócio florescem. A capital Luanda é o barómetro destastransformações, mas todas as provínciasapresentam um elevado potencial de desenvolvimento. POR RUI PAULO SILVA

UMA ÂNCORA PARA SEGURAR INVESTIMENTOS

A Rigde Solutions fez o diagnóstico e é hoje umadas principais empresas angolanas, servindo deâncora para os investidores estrangeiros, em áre-as como o imobiliário, o sector financeiro e os recursos naturais. “A nossa missão é criar as me-lhores soluções de investimento, ter as melhorespráticas de negócio e produtos com valor de mer-cado múltiplo, orientados para satisfação total

José RamosPresidente Ridge Solutions

dos nossos investidores, dos accionistas e da comunidade” sintetiza José Ramos, presidente daRidge. A empresa estima atingir, nos próximoscinco anos, um volume de negócios de 15 mil mi-lhões de dólares.

Um dos cartões-de-visita da actividade da Ridge Solutions é o complexo residencial Eden’sJardim. Implantado numa área de três milhões demetros quadrados a sul de Luanda, a empresa jáconstruiu duas mil casas e tem projectada a cons-trução de 100 edifícios, 48 com quatro andarese número igual de moradias destinadas ao seg-mento alto. Tudo isto numa zona onde se locali-zará o novo aeroporto internacional de Luanda,um estádio de futebol para receber o Campeona-to Africano das Nações de futebol, em 2010, euma universidade pública. “Analisamos a perfor-

mance do sector bancário no crédito à habitaçãopara ajustarmos a nossa oferta com produtos destinados às classes baixa, média e alta”, expli-ca José Ramos.

Na área do imobiliário, a Ridge Solutionsplaneia também construir um centro comercialem Luanda e para Talatona, uma zona da capi-tal, tem o projecto “Blue Diamonds Towers”,composto por oito torres de oito andares e umhotel de cinco estrelas com 200 quartos. A estes somam-se os edifícios Platinium e Marim-ba, com 19 e 11 andares, respectivamente. Nossegmentos das classes baixa e média, a RidgeSolutions – cujos activos rondam os quatro milmilhões de dólares – tem os olhos postos emprovíncias como o Huambo, Lobito, Benguelae Lubango.

José Ramos diz que uma das chaves do suces-so da Ridge Solutions passa por conciliar o me-lhor do mundo africano com aquilo que o Oci-dente tem para oferecer. Como tal, a empresatem recorrido a profissionais dos EUA, Portugal,Brasil, África do Sul e Inglaterra para aplicar amais recente tecnologia existente nos projectosque tem para Angola. Em simultâneo, temapostado fortemente na formação dos seus ges-tores que actuam com independência, face às ins-tituições governamentais, pelo que a formaçãode parcerias com a Ridge Solutions é uma pon-te entre Angola e a sua visão internacional, acres-centa o gestor.

No sector dos transportes, as oportunidadestambém são vastas. Antes da independência, em1975, o país tinha 73 mil quilómetros de estra-das. Hoje, esse número diminuiu substancial-mente e a Ridge Solutions já fez o trabalho decasa para captar investidores. Realizou um levantamento da topografia de Angola recorren-do ao sistema GPS para fotografar com precisãotodas as regiões do país e actualmente dispõe deuma base de dados que a coloca numa situaçãoprivilegiada para identificar necessidades e inves-timentos.

SPOTLIGHT: RIDGE SOLUTIONS

exame_Angola_PT 09/05/08 17:24 Page 22

Page 23: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

ANGOLA — 23

Abertos ao investimentoA Ridge Solutions pretende abrir 40% do seu capi-tal a investidores estrangeiros, garantindo que os futuros accionistas terão acesso aos benefícios gera-dos pelos projectos de curto e médio prazo em quea empresa já está envolvida. Além do imobiliário,hotelaria mineração e transportes, a Ridge vai avan-çar com investimento avaliado em 80 milhões dedólares num projecto de aquacultura, para a produ-

ção de cinco mil toneladas/ano de camarão-tigre. Osalvos são os mercados europeus, asiático e norte-americano, onde o consumo deste marisco tem vin-do a crescer. Só no Japão, estima-se que o consumoseja de 300 mil toneladas por ano – valores recorren-tes entre os maiores consumidores do planeta.

Outra área de desenvolvimento é a aposta no fa-brico de material de construção: blocos e telha. ARidge criou o RS Capital em 2008, na sequência de

numerosos projectos e de ambiciosos planos de expansão. Esta sociedade gestora de fundos de investimento dedica-se à gestão de fundos de inves-timento imobiliário do grupo, à administração doinvestimento imobiliário de terceiros e à prestaçãode serviços de consultoria. “Estamos focalizados nacapitalização dos investimentos dos nossos clien-tes”, afirma José Ramos, que prevê amplos progres-sos nos mais diversos sectores da economia.

exame_Angola_PT 09/05/08 17:24 Page 23

Page 24: Reconhece esta nação? - PENINSULA PRESS · 2002, Angola, nação rica em petróleo e politica-mente estável – as eleições parlamentares de 2008, aplaudidas pela comunidade

Agro-indústria

NOVOFÔLEGOUm dos principais objectivos destanova Angola é explorar o imensopotencial da agro-indústria numpaís com 8 milhões de hectares de solo arável e cerca de 20% das reservas de água do continenteafricano. POR EMANUELE GIUSTO

de Angola, que visa transformar opaís numa potência agro-indus-trial.

O vale de Waco-Kungo, no coração do Kwanza Sul, tem terrafértil e paisagens fantásticas, eabriga um número crescente de famílias dedicadas à agricultura. Oprojecto inicial permitiu distribuirparcelas de terra com 3 hectares ehabitação a 600 famílias (ex-mili-tares da UNITA e do MPLA) paraque cada uma se torne num micro-produtor. A cooperativa central -que funciona como centro logísti-co e dispõe de quatro unidadesagro-industriais, de uma fábrica derações e outra de lacticínios - é res-ponsável pela recolha, tratamentoindustrial e comercialização daprodução.

O projecto ultrapassou todasas expectativas e irá servir de mo-delo à criação de “Aldeias Novas”em todo o país. “A estratégiadeste projecto é impulsionar aeconomia agrícola com o objecti-vo social de criar emprego e, aomesmo tempo, reduzir as impor-tações de produtos alimentares”,explica José Cerqueira. “O êxitodeste projecto veio provar que aagricultura familiar não é sinóni-mo de agricultura de sobrevivên-cia. Mas também chama a aten-ção para a necessidade de o sectorempresarial investir na agricultu-

ra e nas infra-estruturas ligadas àenergia e ao abastecimento deágua. Um país como os EUA, porexemplo, pode investir aqui emprojectos de longo prazo, designa-damente na distribuição de ener-gia ou na construção de barra-gens”.

Na próxima década, a maiorfatia de investimento será destina-da à produção de milho, girassol,arroz, soja e outros cereais, bemcomo à agro-indústria. “O gover-no também deve ponderar investirna cana-de-açúcar. A nossa expe-riência diz-nos que pode ter umpapel importante na dinamizaçãoda economia rural idêntico aodesempenhado pelo café depois daSegunda Guerra Mundial”, realçaJosé Cerqueira. E acrescenta: “Es-tas experiências têm sido levadas acabo tendo em mente outro im-portante objectivo: a produção debiodiesel”.

José CerqueiraDirector Geral

Aldeia Nova

Editor Stella KlauhsDirectora de Projecto José PowellDirector de Pesquisa e InformaçãoEmanuele Giusto

Redacção Rui Paulo Silva, Siddhartha MitterRevisão Ana GodinhoTradução Ana Pina

Design Nuno Teixeira, Marta ConceiçãoFotografia Emanuele Giusto, Miguel Baltazar, SXC, iStockphoto Ilustração Henrique Monteiro

USA Office 1050 Connecticut Avenue, NW, 10th floor, Suite 1000 Washington, DC 20036 - USA www.peninsula-press.com

Spain OfficePaseo de la Castellana, 95. 15 Planta 28046 Madrid - Spain Tel +34 91 418 50 32 [email protected]

definidas pela Comunidade para oDesenvolvimento da África Aus-tral (SADC, na sigla inglesa), apos-tando em projectos-chave para odesenvolvimento.

A província do Kwanza Sul éum dos melhores exemplos. É aquique está em curso o ambiciosoprojecto “Aldeia Nova”, lideradopor Jorge Cerqueira, antigo econo-mista-chefe do Programa de Sane-amento Económico e Financeiro

O governo angolano tem vindo a aumentar o investimento no sectoragro-pecuário, em linha com as metas

24 — ANGOLA

Dossier Promocional

exame_Angola_PT 09/05/08 17:24 Page 24