RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - · PDF fileManejo sustentável...

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Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC’ 2015 Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE 15 a 18 de setembro de 2015 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ANTONIO CANDIDO FILHO¹*, JAIRO JANAILTON ALVES DOS SANTOS², BRYGYDA CADYGYNA ARAUJO CANDIDO³, FREDERICO CAMPOS PEREIRA, TADEU MACRYNE LIMA CRUZ ¹Graduando em Agroecologia, IFPB, Picuí, PB, Fone (84) 988465683, [email protected] ²Graduando em Agroecologia, IFPB, Picuí, PB, Fone (83) 999796332, [email protected] ³Graduanda em Matemática, IFPB, Campina Grande, Fone (83) 9999331537 [email protected] 4 Dr. Em Agroecologia, IFPB, Picuí, Fone (83) 996180144 [email protected] 5 Dr. Em Irrigação e Drenagem, IFPB, Picuí, Fone (84) 987913931 [email protected] Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC2015 15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil RESUMO: O presente trabalho foi elaborado com objetivo de apresentar meios e métodos viáveis economicamente e de fácil acessibilidade para recuperação de áreas degradadas com os próprios recursos já existentes no meio ambiente, isto é, com recursos da própria natureza. São muitos e variados os processos que levam à degradação de áreas agricultáveis e não agricultáveis, inicialmente pelo desmatamento ilegal de madeira para diversos fins como, por exemplo, energético muito comum no Nordeste brasileiro para impulsionar indústrias de grande e médio porte deixando o solo exposto à erosão de variados tipos como eólica, hídrica e etc. outra forma de desmatamento são as queimadas naturais provocadas pelo processo de longas estiagens seguido de altas temperaturas e a vulnerabilidade do bioma caatinga, proposital ou antrópica (ação do próprio homem) para o preparo do solo e posteriormente o plantio de culturas. a recuperação de áreas degradadas é um processo lento e composto por etapas que devem ser realizadas em conjunto para que se obtenha sucesso. Os fungos micorrizos arbusculáres (FMAs), são encontrados de ecossistemas florestais aos desérticos e apresentam bons resultados em recuperar áreas degradadas, assim como as plantas nativas, leguminosas excelentes fixadoras de nitrogênio apresentam-se como alternativas viáveis economicamente para esse fim. PALAVRAS CHAVE: ambiente; indústrias; vulnerabilidade. RECOVERY OF DEGRADED AREAS ABSTRACT: This work was carried out in order to present means and economically viable and easily accessible methods for recovery of degraded areas with existing own resources in the environment, is with nature's own resources. Are many and varied processes that lead to degradation of arable and non-arable areas, initially by illegal logging of timber for various purposes such as, for example, very common in the Northeast Brazilian energy to drive large and medium scale industries leaving the soil exposed to erosion of various types such as wind, hydro, etc. Another form of deforestation are the natural fires caused by long droughts followed by high temperatures and the vulnerability of the caatinga biome purposeful or anthropogenic (human action itself) for the preparation of the soil, and then the planting of crops. The reclamation is a slow process and consists of steps that must be performed together in order to obtain success. Micorrhyza Fungi (AMF), are found from forest to desert ecosystems with good results in recovering degraded areas as well as native plants, excellent fixing leguminous nitrogen present as economically viable alternatives for this purpose. KEYWORDS . environment; industries; vulnerability. INTRODUÇÃO

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Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC’ 2015

Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE 15 a 18 de setembro de 2015

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

ANTONIO CANDIDO FILHO¹*, JAIRO JANAILTON ALVES DOS SANTOS², BRYGYDA CADYGYNA

ARAUJO CANDIDO³, FREDERICO CAMPOS PEREIRA, TADEU MACRYNE LIMA CRUZ

¹Graduando em Agroecologia, IFPB, Picuí, PB, Fone (84) 988465683, [email protected]

²Graduando em Agroecologia, IFPB, Picuí, PB, Fone (83) 999796332, [email protected]

³Graduanda em Matemática, IFPB, Campina Grande, Fone (83) 9999331537 [email protected]

4 Dr. Em Agroecologia, IFPB, Picuí, Fone (83) 996180144 [email protected]

5 Dr. Em Irrigação e Drenagem, IFPB, Picuí, Fone (84) 987913931 [email protected]

Apresentado no

Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’ 2015

15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil

RESUMO: O presente trabalho foi elaborado com objetivo de apresentar meios e métodos viáveis

economicamente e de fácil acessibilidade para recuperação de áreas degradadas com os próprios

recursos já existentes no meio ambiente, isto é, com recursos da própria natureza. São muitos e

variados os processos que levam à degradação de áreas agricultáveis e não agricultáveis, inicialmente

pelo desmatamento ilegal de madeira para diversos fins como, por exemplo, energético muito comum

no Nordeste brasileiro para impulsionar indústrias de grande e médio porte deixando o solo exposto à

erosão de variados tipos como eólica, hídrica e etc. outra forma de desmatamento são as queimadas

naturais provocadas pelo processo de longas estiagens seguido de altas temperaturas e a

vulnerabilidade do bioma caatinga, proposital ou antrópica (ação do próprio homem) para o preparo

do solo e posteriormente o plantio de culturas. a recuperação de áreas degradadas é um processo lento

e composto por etapas que devem ser realizadas em conjunto para que se obtenha sucesso. Os fungos

micorrizos arbusculáres (FMAs), são encontrados de ecossistemas florestais aos desérticos e

apresentam bons resultados em recuperar áreas degradadas, assim como as plantas nativas,

leguminosas excelentes fixadoras de nitrogênio apresentam-se como alternativas viáveis

economicamente para esse fim.

PALAVRAS CHAVE: ambiente; indústrias; vulnerabilidade.

RECOVERY OF DEGRADED AREAS

ABSTRACT: This work was carried out in order to present means and economically viable and easily

accessible methods for recovery of degraded areas with existing own resources in the environment, is

with nature's own resources. Are many and varied processes that lead to degradation of arable and

non-arable areas, initially by illegal logging of timber for various purposes such as, for example, very

common in the Northeast Brazilian energy to drive large and medium scale industries leaving the soil

exposed to erosion of various types such as wind, hydro, etc. Another form of deforestation are the

natural fires caused by long droughts followed by high temperatures and the vulnerability of the

caatinga biome purposeful or anthropogenic (human action itself) for the preparation of the soil, and

then the planting of crops. The reclamation is a slow process and consists of steps that must be

performed together in order to obtain success. Micorrhyza Fungi (AMF), are found from forest to

desert ecosystems with good results in recovering degraded areas as well as native plants, excellent

fixing leguminous nitrogen present as economically viable alternatives for this purpose.

KEYWORDS . environment; industries; vulnerability.

INTRODUÇÃO

Do ponto de vista agronômico o solo é um componente essencial para a manutenção da

sustentabilidade dos ecossistemas. Neste meio ocorrem diferentes processos de ciclagem dos

nutrientes e a energia necessária para a vida dos organismos. Uma das funções que vem recebendo

enorme destaque é a capacidade do solo em estocar elementos químicos como o carbono e outros

componentes para a composição da matéria orgânica. A utilização do solo para diferentes planos tem

levado à procura por parâmetros que possam explicar sua condição e seu potencial intrínseco do

funcionamento dos ecossistemas é preciso que apresente equilíbrio nas características físicas,

químicas, microbiológicas e visuais. A degradação dos solos constitui um prejuízo sócio econômico

para as gerações atuais e para as gerações futuras. Assim, um dos objetivos deste documento são os

processos que levam à degradação de áreas produtivas e indicar medidas de conservação do solo e

estratégias para recuperá-las. A degradação de uma área ocorre quando a vegetação nativa e a fauna

são destruídas, removida ou enterrada. No entanto, a degradação ambiental acontece quando há perda

de adaptação às características física, química e biológica de uma área, o que inviabiliza o

desenvolvimento sócio econômico (IBAMA, 1990). São muitos e variados os processos que levam à

degradação de áreas, como desmatamentos que deixam o solo exposto a erosão, impactos direto das

gotas da chuva queimadas que matam a microbiota do solo e expondo o fosforo nas cinzas sendo

facilmente erodidas pelo vento. A erosão fenômeno de decomposição das rochas, ou modificações

sofridas pelo solo devido a variações de temperatura, a ação da água e do vento é o principal processo

que remove os nutrientes depositados no solo após a queima da floresta, conduzindo à degradação

biológica em poucos anos. As perdas de solo e água pela erosão são especialmente intensas nas

condições de chuva e vento nas áreas desmatadas e expostas sem proteção (exposição e enxurradas). A

caatinga condiciona profundamente a atividade humana do semiárido nordestino. Como fornecedora

de produtos madeireiros, a vegetação é à base da produção de lenha, carvão, estacas, material para

construção, etc. Outros produtos florestais não madeireiros como frutos, plantas medicinais, fibras,

mel, entre outros, tem elevada importância para a população e a economia da região. Além disso, essa

vegetação é extremamente importante para a manutenção da pecuária extensiva regional, pois fornece

a forragem, principalmente na época seca. Manejo sustentável dos recursos florestais. É o conjunto de

intervenções efetuadas em uma área florestal, visando à obtenção continuada de produção e serviços

da floresta, mantendo o seu capacidade produtiva. É importante o conhecimento da área a ser

recuperada, como por exemplo, qual era o tipo de vegetação, existente, o fator de degradação, a

situação atual da área etc., pois, é através dessas informações e de conhecimento ecológico que é

possível propor ações que visem à restauração de um ecossistema sustentável, ou seja, que possa se

auto sustentar em longo prazo. (ENGEL & PARROTA, 2003).

METODOLOGIA

O presente trabalho foi elaborado com pesquisas via internet, livros, referências bibliográficas,

como também citações, leitura de artigos científicos publicados, e acrescidos de conhecimento

ecológico adquirido no curso Tecnológico em Agroecologia no Instituto Federal de Educação Ciência

e Tecnologia da Paraíba Campus/Picuí, referente ao devido assunto recuperação de áreas degradadas

com fungos micorrizos, plantas nativas e leguminosas.

A comunidade localiza-se na zona rural do Município de Picuí, é um município brasileiro no

estado da Paraíba, localizado na microrregião do Seridó oriental paraibano . De acordo com o censo

realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano de 2010, sua população é

de 18.222 habitantes. Sua população foi estimada em 2014 pelo IBGE em 18.634 habitantes. Área

territorial de 661 km².

Foto 01 e 02 Área degradada no Sitio Baixa da Nega, Município de Picuí/PB

1. Uso de leguminosas:

As leguminosas apresentam bons resultados na recuperação de áreas degradadas e são de baixo valor

econômico, além disso, as leguminosas se associam com bactérias fixadoras de nitrogênio N também

fazem simbiose com fungos micorrizos arbusculáres (FMAs). Em toda área degradada, a baixa

fertilidade do solo predomina, e essa característica limitará o estabelecimento das plantas. Assim, o

uso de plantas da família de leguminosas deve ser priorizado. Essa escolha se justifica pela formação

de (rizóbio) entre suas raízes e as bactérias transformando e fixando nitrogênio N atmosférico e o

disponibilizam para as plantas. As leguminosas, assim como as gramíneas, podem recobrir as áreas

degradadas rapidamente, já que em geral, possuem elevada capacidade reprodutiva. Características do

sistema radicular de leguminosas parecem ser vantajosas para a recuperação de áreas degradadas como

ancoragem natural do solo e a melhoria de suas condições através da adição do nitrogênio N um custo

biológico e economicamente baixo e compensador (Franco et al.,1995).

2. Plantas nativas:

A jurema preta (Mimosa tenuiflora) é uma planta pioneira e rústica, recomendada para a primeira fase

de restauração florestal de áreas degradadas, prevenindo a erosão, melhorando as condições do

ambiente e recuperando o teor de nitrogênio N do solo e preparando o ambiente para outras plantas

mais exigentes. É importante que as espécies nativas façam parte do plano de recuperação, mesmo que

em menor porcentagem, porque servirão para atrair animais silvestres como (aves e morcegos), que

trazem sementes de outras espécies, enriquecendo a biodiversidade e contribuindo para o processo de

sucessão. Há várias espécies arbóreas da caatinga que podem ser utilizadas na recuperação de áreas

degradadas

3. Fungos micorrizos arbusculáres (FMAs):

Os fungos micorrizos arbusculáres encontram-se amplamente distribuídos na maioria dos

ecossistemas, desde os florestais aos desérticos, em regiões tropicais temperadas, árticas e representam

a mais ampla associação entre plantas e fungos micorrizos encontrada na natureza (Souza & Silva,

1996). Eles invariavelmente associam-se à maioria das plantas nativas dos trópicos e espécies de

interesse econômico como café, soja, milho, sorgo, maçã, Citrus, feijão, entre outros. A

sustentabilidade da produção agrícola está ligada aos efeitos benéficos dessa associação simbiótica

fungo-raiz sobre nutrição de plantas, principalmente com relação a absorção de nutrientes como

fósforo P, que é um recurso natural não renovável. Além disso, os (FMAs) ajudam na absorção de

outros nutrientes do solo de baixa mobilidade como os elementos Cu, Zn, Mo, e F, que influenciam na

concentração de Ca e K. Os micorrizos atuam diretamente na qualidade dos ecossistemas, facilitando a

revegetação, sucessão vegetal, agregação do solo e aumento da capacidade de absorção de nutrientes e

água, auxiliam na resistência de plantas contra o ataque de patógenos e no desenvolvimento vegetal.

Entre os microrganismos do solo com papel benéfico estão os (FMAs) que, incrementam o

estabelecimento e a nutrição vegetal na maioria dos ecossistemas terrestres (ALLEN,1996). A

contribuição desses fungos para a agricultura e para os ecossistemas naturais tem chamado a atenção

dos pesquisadores nos últimos 30 anos e, atualmente, também do público em geral, em virtude do

aumento da importância dos processos naturais na produção agrícola e da necessidade de reabilitar

ecossistemas destruídos pela atividade humana.

CONCLUSÃO.

Concluí-se que as leguminosas podem recobrir áreas rapidamente, já que possuem elevada capacidade

reprodutiva, formam simbiose entre suas raízes e bactérias transformando oxigênio da atmosfera em

nitrogênio que é assimilado pela planta, além do melhoramento da estrutura do solo, elas também são

excelente como cobertura viva no caso das herbáceas. Destaque para a nativa arbórea e leguminosa

jurema preta (Mimosa tenuiflora), pioneira e rústica muito usada na primeira fase de restauração

florestal preparando o solo para plantas mais exigente e importante para evitar erosão, além de nativa é

muito comum na caatinga e de fácil acesso. Os fungos micorrizos arbusculáres são encontrados na

maioria dos ecossistemas terrestres, Portanto se torna bem viável e de baixo custo econômico, além de

sua excelente fixação de N se associam com a maioria das plantas nativas dos trópicos, e

invariavelmente associam-se com espécies de valor econômico como, por exemplo, café, soja, milho,

sorgo, maçã, Citrus entre outros de valor econômico expressivo. Além disso, aumentam a área de

absorção das raízes das plantas em busca de água e nutrientes de baixa mobilidade no solo como Cu,

Zn, Mo e F, que influenciam na concentração de Ca e K. Melhorando o desenvolvimento e

crescimento da planta. Portanto, concluímos que as leguminosas, as plantas nativas e os fungos

micorrizos arbusculáres são viáveis para recuperação de áreas degradadas de fácil acesso e de baixo

custo econômico.

REFERÊNCIAS

ALLEN, M. F. the ecologic of arbuscular mycorrhizas: a look back into the 20 th century and a peek

into the 21 st. Mycological Research, cambridge, v. 100, p. 769-782, 1996.

ÁREAS DEGRADADAS POR EROSÃO NO MEIO RURAL. CHAVES. T. DE. A et al.

BRESSAN, W.; SIQUEIRA, J. O.; VASCONCELLOS, C. A. & PURCINO, A. C. Fungos micorrizos

e fósforos no crescimento, nos teores de nutrientes e na produção do sorgo e soja consorciado.

Pesquisa Agropecuária Brasileira, V. 36, n. 2, 315-323, 201.

ENBEL, V. L. & PARROTA, J. A. Definindo a restauração ecológica: tendências e perspectivas

mundiais. In: KAGEIMA, P. Y.; Oliveira, R. E.; Morais, L. F. D.; Engel, V. L. & Gandara, F. B.

(orgs) Restauração ecológica de ecossistemas naturais. FEPAF. Botucatu, SP. 2003. pp. 01-26.

Franco, A. A., Dias, L. E., Farias, S. M. De, Capello, E. F. C. Silva, E. M. Da 1995. Uso de

leguminosas florestais noduladas e micorrizadas como agentes de recuperação e manutenção da vida

no solo: um modelo tecnológico. O ecologia Brasilienses, 1: 459-467.

Franco, A. A.; Resende, A.S; Campello, E. F. C. Seropédica, RJ.

Gianinazi-Pearsan, V., Gianinazzi, S. (1983) the physiology of vesicular-arbuscular my corrhizal

roots. Plant and Soil. 71.197-209.

GONZALEZ-CHAVEZ, M. C. A.; GUTIERREZ-CASTORENA, M. C.; WRIGHT, S. Hongos

micorrizos arbusculares en la agregacion del suelo y su estabilidade Terra Latinoamericana, V. 22, n.

4, p. 507-514, 2004.