Redação e Textualidade - Resenha temática

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UFV – Campus Florestal Português Instrumental Professora Iara Barroca Alunos: Caio Henrique Rocha e Silva Matrícula: 00969 Amanda Matos Campos Guimarães Matrícula: 00966 O texto, a unidade de linguagem com intuito de comunicar, deve ser dotado de pré-requisitos os quais podem variar conforme o tipo de texto, e conforme as variáveis básicas que se aplicam à produção deles, englobando também a recepção do texto e suas respectivas variáveis. Estes integram o conceito de textualidade, que deve estar presente ao diferenciar um texto de uma seqüência de frases ou palavras simplesmente. A avaliação destes textos deve ser criteriosamente elaborada à partir de diversos dados objetivos e subjetivos, sendo relativizada a cada contexto ao qual a produção e recepção estão inseridos. No capítulo 1 da obra de Maria da Graça Costa Val (Redação e Textualidade, 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999), é introduzido um breve conceito sobre o que é um texto (ocorrência lingüística comunicativa básica, segundo a autora) e quais os fatores que podem determinar um conjunto de frases ou palavras como um texto, além de suas variações em conformidade com a produção e recepção deste. Os três aspectos básicos de avaliação e constituição do texto são: Pragmático (funcionamento do texto como informacional ou comunicativo), Semantico-conceitual (coerência) e Formal (coesão). A textualidade, caracteriza-se como um conjunto de fatores pragmáticos envolvidos no processo de comunicação textual determinantes na classificação de um texto como tal e, segundo referências da autora, existem sete destes fatores que podem ser apontados neste processo: a coerência e coesão (relacionadas ao material conceitual e linguístico,

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UFV – Campus FlorestalPortuguês InstrumentalProfessora Iara Barroca

Alunos: Caio Henrique Rocha e Silva Matrícula: 00969Amanda Matos Campos Guimarães Matrícula: 00966

O texto, a unidade de linguagem com intuito de comunicar, deve ser dotado de pré-requisitos os quais podem variar conforme o tipo de texto, e conforme as variáveis básicas que se aplicam à produção deles, englobando também a recepção do texto e suas respectivas variáveis. Estes integram o conceito de textualidade, que deve estar presente ao diferenciar um texto de uma seqüência de frases ou palavras simplesmente. A avaliação destes textos deve ser criteriosamente elaborada à partir de diversos dados objetivos e subjetivos, sendo relativizada a cada contexto ao qual a produção e recepção estão inseridos.

No capítulo 1 da obra de Maria da Graça Costa Val (Redação e Textualidade, 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999), é introduzido um breve conceito sobre o que é um texto (ocorrência lingüística comunicativa básica, segundo a autora) e quais os fatores que podem determinar um conjunto de frases ou palavras como um texto, além de suas variações em conformidade com a produção e recepção deste. Os três aspectos básicos de avaliação e constituição do texto são: Pragmático (funcionamento do texto como informacional ou comunicativo), Semantico-conceitual (coerência) e Formal (coesão).

A textualidade, caracteriza-se como um conjunto de fatores pragmáticos envolvidos no processo de comunicação textual determinantes na classificação de um texto como tal e, segundo referências da autora, existem sete destes fatores que podem ser apontados neste processo: a coerência e coesão (relacionadas ao material conceitual e linguístico, têm o papel de dar sentido ao texto – já que este precisa estabelecer uma partilha de conhecimentos e/ou informações - , tanto por meio da lógica interna e externa ao produtor do texto quanto aos fatores gramaticais e lexicais presentes na disposição estrutural do texto.), a intencionalidade (que remete ao empenho do produtor em construir um texto coerente e coeso, conforme a necessidade da situação, afim de obter sucesso na intenção comunicativa do que foi produzido, seja ela qual for), a aceitabilidade (que visa o lado receptor do texto, suas expectativas, capacidade de adquirir conhecimento e também sua cooperação para com o jogo comunicativo, que é definitiva para construção do significado do texto), a situacionalidade (que consiste em adaptar o texto à situação sociocomunicativa e sua relevância em relação à este contexto, por exemplo as placas de trânsito que são adaptadas para a máxima eficácia de comunicação conforme a

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situacionalidade em que se encontram) a informatividade (que se relaciona com o número e qualidade de informações disponíveis no texto, conforme a necessidade delas para que a aceitabilidade do texto seja boa, cooperando assim para que a intencionalidade inserida no mesmo tenha êxito) e a intertextualidade (característica de um texto depender da prévia compreensão ou conhecimento de outro texto para ter seu sentido completamente captado pelo receptor).

No segundo capítulo, a autora descreve seu método de avaliação da textualidade como um todo em redações de candidatos ao vestibular. Visto a especificidade do tipo de texto que se submete à esta avaliação, ela deixa claro em sua obra que este método pode e deve variar conforme o tipo de texto e também conforme a intencionalidade, aceitabilidade e situacionalidade, que neste caso foram analisadas de maneira igualitária no conjunto das redações redigidas, enquanto a informatividade foi analisada como contentora dos conceitos de suficiência de dados e intertextualidade.

São expostos quatro critérios de avaliação da coerência e coesão destinados à este tipo de redação, definidos pela autora como continuidade, progressão, não-contradição e articulação. A continuidade deve ser avaliada partindo-se de dois critérios, sendo um a retomada de idéias de forma que o texto seja compreendido como um todo e não como diversas passagens sobre diversos assuntos e o outro a análise da coesão com que foram redigidas estas retomadas, tendo como base as regras gramaticais de concordância, uso de pronomes, dentre outras. A análise deve passar também pela progressão, que cobra a noção de apresentar novos dados à medida que retoma as idéias já apresentadas no texto, sem se prender à repetição gerada pela continuidade. A não-contradição por sua vez, consiste na lógica de não contradizer uma idéia defendida no texto, nem o mundo textual no qual o texto está inserido, já que há pressuposições básicas que devem ser obedecidas conforme cada mundo, visto que esta não-contradição deve ser compatível também com a recepção e inferência não-contraditória dos receptores. A coesão está presente neste atributo por meio do emprego de modos verbais, advérbios e outros elementos que constituem uma estrutura lógica estabelecida no próprio texto. A articulação remete ao modo de organização das idéias e análise de quais papéis e representações elas têm entre si, conforme o estabelecido no texto, de modo que estes papéis podem ser relacionáveis ou não de acordo com o contexto e devem ser explicitados estes pontos para que a comunicação tenha êxito. No ponto da coesão, a articulação pode ser inferida pelo lógico-semantico-conceitual e auxiliada por conjunções e outros recursos lingüísticos. A autora finaliza a primeira parte do capítulo dois explicitando sua posição em relação ao comportamento dos professores, quando na correção de um texto conseguem identificar informações necessárias à sua compreensão, porém identificam também que esta informação não poderia ser claramente captada por qualquer recebedor, apontando assim ao aluno este problema no texto.

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É definida na terceira parte do capítulo dois uma forma de analisar o conteúdo do texto em relação as informações apresentadas, como sendo apenas óbvias (o que resulta na falta de atenção do receptor), apenas novas (o que resultará na dificuldade de interpretação do receptor) ou um equilíbrio destas informações, que é considerado o método ideal de produzir, já que o óbvio servirá de base para a nova informação afim de que o leitor consiga absorver o máximo de informação possível e se interesse de fato pelo conhecimento ao qual teve acesso por meio do texto.

A autora se posiciona diante destes métodos de avaliação com uma grande relativização de todos os conceitos estudados até então, apoiada no argumento da construção do texto se dever em grande parte ao recebedor (já que a aceitabilidade é um elemento da própria construção da textualidade) e ao contexto (utilizando o exemplo das placas de trânsito, estas seriam texto em algumas ocasiões, e em outras não), portanto não há como descrever ou formular um limite sobre o qual possamos afirmar que uma produção é ou não é um texto. Todo e qualquer caso deve ser analisado separadamente sob análise qualitativa, caso contrário seria estabelecido um limite que ignoraria a participação do recebedor num texto.

Por fim a autora conclui que não é possível fazer uma boa análise lidando com um texto com critérios avaliados separadamente, por etapas, como por exemplo analisando cada etapa exposta nesta resenha e depois ajuntando as avaliações, e sim analisando o texto como um todo, o que ela chama de análise global. Esta análise deve ser tomada para avaliar tanto a parte da coerência e pragmática quanto a parte da coesão, visto que um modo diferenciado de se ajustar o texto pode ser tido como originalidade e ao mesmo tempo como uma infração que prejudica a coesão textual, daí a necessidade de se fazer uma análise global para encontrar em cada caso e contexto uma resposta que segundo a autora jamais deixará de ser subjetiva.

Concluímos sobre esta obra de Maria da Graça Costa Val que o texto realmente deve ser analisado com intensa profundidade, de modo a subjetivar grande parte da análise, principalmente no que diz respeito à pragmática e à coerência já que, de acordo com o exposto, todo texto contém uma série de elementos a serem analisados como um todo, elementos estes que relativizam toda a correção de um texto por parte de um professor avaliador, que deve levar em conta não somente o superficial, mas, como dito, o intensamente profundo que está implícito ou explícito no texto produzido, inclusive os elementos que fogem do próprio texto como o contexto de produção, o contexto de recepção e o mundo textual.

REFERÊNCIAS:

COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e Textualidade. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (p.3-39)

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Reynaldo Damazio, Modelo de resenha temática, As Roupas na História. Disponível em <http://www.lendo.org/wp-content/uploads/2009/04/modelo-resenha-critica.pdf> Acesso em 14/10/2012 às 19:51.

Caio Henrique Rocha e Silva e Amanda Matos Campos Guimarães são graduandos do curso de Administração da Universidade Federal de Viçosa Campus Florestal.