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A busca por respeito às minorias sociais As minorias sociais, sejam numéricas ou subalternas, ao longo da história sempre enfrentaram barreiras na livre expressão cultural de seus anseios, opiniões ou ideias. Desde as mulheres, passando pelos Judeus até os homossexuais, por exemplo, o machismo, o fundamentalismo e a homofobia foram meios utilizados pelas maiorias sociais para desqualificar ou decepar movimentos e lutas encampados por esses injustiçados historicamente. No século XXI isso não mais é aceitável, como também deve ser banido das relações humanas. Na busca pelo desenvolvimento humano, o respeito e a interação são os caminhos mais sensatos, e avanços nas jurisdições, a exemplo da Lei Maria da Penha - de 2006 - e da retirada da homossexualidade de uma lista internacional de doenças, em 1990, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são avanços que a humanidade vem conseguindo. Assim, devemos buscar não a igualdade entre os diferentes, mas o respeito e a harmonia entre as diferenças, afinal elas são necessárias à criatividade e à vida e precisam estar harmonizadas para existir. Nesse contexto, Confúcio invocava a analogia da música para explicar a vida em sociedade, afirmando que as notas são diferentes, mas numa composição harmoniosa, regida por uma melodia equilibrada, formam uma bela música. Na sociedade contemporânea a busca por respeito às minorias sociais parece ganhar espaço cada vez maior com as mobilizações ocorridas ao redor do planeta, a exemplo das várias paradas gays, das cotas que beneficiam pessoas de origem negra no ingresso à educação superior no Brasil, das várias manifestações democráticas ocorridas em prol dos menos favorecidos sociocultural e economicamente, como nos países árabes e ultimamente no Brasil. A humanidade parece estar em processo de (re)construção quando começa a despertar a ideia de que o “difícil” não vive sem o “fácil”, o “alto” não sobrevive sem o “baixo” nem o “som” sem o “silêncio. Sem as

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A busca por respeito às minorias sociais

As minorias sociais, sejam numéricas ou subalternas, ao longo da história sempre enfrentaram barreiras na livre expressão cultural de seus anseios, opiniões ou ideias. Desde as mulheres, passando pelos Judeus até os homossexuais, por exemplo, o machismo, o fundamentalismo e a homofobia foram meios utilizados pelas maiorias sociais para desqualificar ou decepar movimentos e lutas encampados por esses injustiçados historicamente. No século XXI isso não mais é aceitável, como também deve ser banido das relações humanas.Na busca pelo desenvolvimento humano, o respeito e a interação são os caminhos mais sensatos, e avanços nas jurisdições, a exemplo da Lei Maria da Penha - de 2006 - e da retirada da homossexualidade de uma lista internacional de doenças, em 1990, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são avanços que a humanidade vem conseguindo. Assim, devemos buscar não a igualdade entre os diferentes, mas o respeito e a harmonia entre as diferenças, afinal elas são necessárias à criatividade e à vida e precisam estar harmonizadas para existir. Nesse contexto, Confúcio invocava a analogia da música para explicar a vida em sociedade, afirmando que as notas são diferentes, mas numa composição harmoniosa, regida por uma melodia equilibrada, formam uma bela música.Na sociedade contemporânea a busca por respeito às minorias sociais parece ganhar espaço cada vez maior com as mobilizações ocorridas ao redor do planeta, a exemplo das várias paradas gays, das cotas que beneficiam pessoas de origem negra no ingresso à educação superior no Brasil, das várias manifestações democráticas ocorridas em prol dos menos favorecidos sociocultural e economicamente, como nos países árabes e ultimamente no Brasil. A humanidade parece estar em processo de (re)construção quando começa a despertar a ideia de que o “difícil” não vive sem o “fácil”, o “alto” não sobrevive sem o “baixo” nem o “som” sem o “silêncio. Sem as diferenças, a raça humana implica em uma estagnação eterna na busca pela evolução.De forma equilibrada, mas firme, as autoridades constituídas, desde as políticas até as educacionais, porque são elas a parte “esclarecida” de uma sociedade, devem buscar, como vêm buscando, sempre de forma discutida e participativa, a implantação de leis que condenem qualquer ato de discriminação seja de que natureza for. Além disso, o trabalho de conscientização pelo respeito a todos de forma indistinta deve ser desenvolvido desde a base, seja na família ou na escola, pelos educadores e pais.

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A desigualdade social: entrave para o pleno desenvolvimento brasileiro

Apesar de o Brasil crescer economicamente na última década - tornando-se a sexta maior economia do planeta - e diminuir os índices de desigualdade social, ainda continua sendo um dos quinze países mais desiguais do mundo, o que trava qualquer tentativa de pleno desenvolvimento. Dentre outras razões, o maior problema para a discrepância socioeconômica no país é o “câncer” da corrupção instalada nas mais diversas instituições.

Desde sempre o Brasil viveu num patamar de destaque mundial nos quesitos desigualdade social e corrupção, deixando boa parte de seus “filhos” sem acesso qualitativo à educação e saúde, por exemplo, acarretando posições mundiais tristes. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o 85º e menor (0,730) que a média da América Latina, que é de 0,741; a educação ficou em penúltimo lugar num estudo que mede as habilidades cognitivas dos alunos e o sistema de aprendizado; o valor que se gasta para realizar uma obra no Brasil dá para fazer outras tantas em países sérios, a exemplo da Copa do Mundo de 2014, que custará mais que a soma das últimas três. É por essa e outas que o general francês Charles De Gaulle, quando presidente da França ,disse que o Brasil não é um país sério.

Dados e situações como essas levam a uma constatação: o direito à igualdade entre os brasileiros não é uma realidade vivenciada, já que o crescimento econômico não contempla também áreas de extrema importância para a sociedade, como educação e saúde de qualidade. É bem verdade que houve uma melhora significativa no quesito distribuição de renda - a classe média aumentou enquanto a classe mais baixa e considerada miserável diminuiu desde o governo Lula -, mas é algo extremamente paliativo, visto que esses dados foram conseguidos com “esmolas” distribuídas e não dão plena cidadania ao indivíduo “beneficiado”, que deve viver do seu labor. Nesse contexto, Dimenstein, em seu livro Cidadão de Papel, diz que a cidadania brasileira é aparente e a denomina de “cidadania de papel”.

O Brasil já passou por várias epidemias, mas a maior e mais ferrenha inimiga de seu desenvolvimento pleno é a corrupção. É imperativo que toda a sociedade brasileira de forma democrática e participativa saia do estado de letargia em que se encontra - o que vem fazendo através das últimas manifestações - e lute, através de discussões no Congresso, no Judiciário e nas Câmaras legislativas espalhadas pelo país, por serviços públicos de qualidade e cidadania para todos de forma indistinta, como também por leis que punam de forma exemplar aqueles que incorrerem no crime de leso à pátria.