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  • DESPORTO,DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    Organizao:

    Jos Rodrigues

    REDESPP(Rede de Escolas com Formao em Desporto

    do Ensino Superior Politcnico Pblico)

    Programa de Modernizao e Valorizao do Ensino Superior Politcnico.Promovido pela REDESPP e pelo MCTES, atravs da ANI e em colaborao

    com o CCISP e o Instituto Politcnico de Setbal

    FEVEREIRO 2018

    FRUM POLITCNICO #4

  • Ficha Tcnica :

    TtuloDESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR - Frum Politcnico #4

    Editores Jos Rodrigues, Abel Figueiredo, Luis Murta, Pedro Bezerra, Srgio Damsio, Teresa Figueiredo, Teresa Fonseca

    EdioREDESPP

    IPSANTAREM - ESDRM

    Produo Grca

    Reviso editorial M. Leonor Fernandes

    Design grco, layout e capa Ana Prudente

    Paginao Ana Cabral

    Processamento de texto Estela van Zeller

    ISBN978-989-8768-22-3

    Depsito Legal

    Tiragem100

    DataFevereiro 2018

  • NDICE

    011ABERTURA

    Jos Rodrigues 013Pedro Teixeira 017Eduardo Beira 019

    Pedro Pina 021Joo Rebelo 025

    Pedro Dominguinhos 029

    035I. DESPORTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO E CIDADANIA

    Moderador - Abel Figueiredo

    037Strong: do laboratrio ao terreno, suas implicaes e consequncias

    Nuno Loureiro

  • 043Desporto e Turismo:

    inovao dos servios desportivos nas unidades de alojamento do AlgarveElsa Pereira, Joo Carvalho, V. Correia, A. Baio, R. Duro

    055II. DESPORTO: EDUCAO, FORMAO E RENDIMENTO

    Moderador - Teresa Figueiredo

    059Do jogo e motricidade infantil ao alto rendimento desportivo

    Rui Mendes

    065O papel do treinador na sociedade

    Teresa Rocha, Mrio Silva

    069Formao de treinadores

    Mrio Moreira

    081III. DESPORTO, SADE E BEM-ESTAR

    Moderador - Pedro Bezerra

    083ESE em movimento

    Susana Vale, Sandra Abreu

    093Acerte o passo em Castelo Branco

    Rui Paulo

    105Mexa-se em Bragana

    Pedro Magalhes

  • 115Diabetes em movimento

    Joo Mouto

    119Guarda + 65

    Carolina Vila Ch

    129Vela +

    Teresa Figueiredo

    137Atividade snior em Viseu

    Abel Figueiredo

    149Contexto nacional e internacional do mercado do Fitness

    Joo Pimentel

    155Promover a atividade fsica em Portugal

    Pedro Teixeira

    IV. CONFERNCIAS

    163Sport, higher education, employment, and the human person

    in the European FrameworkPaolo Parisi

    165La regulacin del ejercicio profesional en la nueva ley

    del deporte de AndalucaAntnio Fernandez Martinez

  • 169V. COMUNICAES: REDES DE CONHECIMENTO EM DESPORTO

    Moderador - Abel Figueiredo

    171Jogos tradicionais em rede

    Ana Rosa Jaqueira

    177O IPG como promotor do "desporto integrado

    Nuno Serra

    183Network nas cincias do desporto: estratgias de internacionalizao funcional

    Filipe Clemente

    193Formao dos profissionais do desporto: Projeto Sport,Physical Education and Coaching in Health (SPEACH)

    Susana Franco, Jos Rodrigues, Joo Mouto

    205VI. COMUNICAES: QUALIDADE NO ENSINO SUPERIOR

    Moderador - Srgio Damsio

    209DASD - Desenvolvimento acadmico, social e desportivo no IPSantarm

    Carlos Silva

    217Formao desportiva - Escola de Andebol

    do Instituto Politcnico da GuardaTeresa Fonseca

    223Os valores e a tica nos cursos de formao de tcnicos desportivos

    Antonino Pereira

  • 231Sistemas de gesto e garantia da qualidade, conquistas e desafios

    Antnio Jorge Simes Dantas

    239VII. COMUNICAES: FORMAO PARA AS PROFISSES DE DESPORTO

    Moderador - Teresa Fonseca

    243Formao para os profissionais de Fitness Exemplo da licenciatura em Desporto,

    Condio Fsica e SadeVera Alexandra da Costa Simes, Susana Franco

    253Perspetiva sobre o currculo na formao inicial dos futuros profissionais

    de desportoRicardo Lima

    263Gestores de desporto: regular a interveno profissional ou a formao?

    Abel Santos

    273O profissional de atividade fsica e estilos de vida saudveis (Lifestyle Coach): novasrespostas para o desafio societal de combate s doenas crnicas no transmissveis

    Joo Mouto, Anabela Vitorino, Diogo Monteiro, Joo Brito,Rafael Oliveira, Susana Alves, Teresa Bento, Lus Cid

  • ABERTURA

  • . 13Bom dia a todos. Comeo por cumprimentar o Sr. Presidente do Instituto Politcnicode Setbal e agradecer a disponibilidade que o politcnico proporcionou para a rea-lizao deste frum que tanto nos orgulha e que um lanamento da nossa rede.

    Cumprimento o Senhor Secretrio de Estado da Juventude e do Desporto. umprazer t-lo connosco e um grande orgulho tambm sentir o apoio a que j nos vemhabituando nestes diversos momentos de interveno pblica.

    Agradeo a presena do Professor Eduardo Beira e aproveito para cumpriment-lo, quer na sua pessoa quer na representao da Senhora Secretria de Estado da Ci-ncia, Tecnologia e Ensino Superior. Tambm j vamos tendo em diversos momentosuma interao relativamente ao desenvolvimento do desporto no ensino politcnico.

    Sr. Dr. Pedro Pina, Vereador da Cmara Municipal de Setbal, muito obrigadopela sua presena. Transmita, por favor, os nossos cumprimentos Sra. Presidentee o nosso agradecimento pelo apoio que a Cmara tem disponibilizado para a rea-lizao deste evento.

    O Professor Doutor Pedro Teixeira um colega que muito consideramos e agra-decemos a sua presena. Sabemos que foi difcil estar aqui agora, mas particular-mente importante a sua presena neste frum, sobretudo na qualidade de Diretor doPrograma Nacional de Promoo da Atividade Fsica e em representao do DiretorGeral da Sade.

    JOS RODRIGUES

    Rede de Escolas com Formao em Desporto do Ensino Superior Politcnico PblicoPresidente da Direo

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    Tenho que dizer duas ou trs palavras de agradecimento relativamente organi-zao deste frum que trabalhou em pleno. Como j disse h bocado, queroreformular um agradecimento muito especial ao Presidente do Instituto e a todo oseu staff. O Politcnico de Setbal tem sido inexcedvel na disponibilizao dos re-cursos e nas necessidades que temos tido para a organizao deste Frum.

    Quero agradecer Escola Superior de Educao de Setbal, na pessoa da sua di-retora e relevar o esforo que a escola tem feito, salientar o nmero de alunos queesto presentes. Agradeo tambm a disponibilidade do seu staff tcnico que acom-panhou bastante este nosso trabalho.

    Quero agradecer Professora Teresa Figueiredo e a todos os colegas e alunos dodepartamento e do sector de desporto que tm sido inexcedveis e sem eles no se-ria possvel fazer o que estamos a fazer agora.

    Quero agradecer ao Presidente do Instituto Politcnico de Santarm pela dispo-nibilidade do centro de informtica do instituto pela produo, realizao e manu-teno do site da rede e do frum, e tambm pelo secretariado da rede que tem tidoum empenhamento significativo.

    Quero agradecer Cmara Municipal de Setbal por toda a disponibilidade derecursos que nos possibilitou, assim como pelo enquadramento no programa Se-tbal Cidade Europeia do Desporto que tambm deu visibilidade significativa a es-te momento.

    Quero agradecer ao professor Paolo Parisi, presidente da European Network ofSport Education e ao professor Antnio Martinez, Secretrio-geral para o Desporto,da Andaluzia e que faro as conferncias hoje e amanh.

    Primeiro Frum da REDESPP significa construir redes para o conhecimento noDesporto. Ns temos cerca de 200 inscritos participantes, dos quais 30 so inter-venes, duas conferncias e temos um livro de resumos j publicado na pgina dofrum. Comprometemo-nos h momentos com a a produo de um livro das co-municaes e debates.

    O Frum da REDESPP constitui um desafio, constituiu um projeto e a prpriarede isso mesmo. Dizer o que a REDESPP podia ser extensivo, mas nunca demais dizer que a REDESPP tem uma abrangncia nacional, corresponde a 12 escolas,11 Institutos Politcnicos e Universidade do Algarve e vai desde Melgao a Faro.Estamos a falar de 40 programas de formao, entre licenciaturas e mestrados, e demais de 3000 alunos da rea do desporto. Estamos a falar de mais de 270 professores,dos quais 120 so doutorados. H todo um conjunto de recursos que esto alocadose de projetos de interveno na comunidade, que esto em marcha. Vamos assistirhoje a uma ilustrao daquilo que as escolas tm feito. Num levantamento que fize-mos no ltimo ano houve um desenvolvimento, uma atuao sobre mais de 30000

  • ABERTURA

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    pessoas, cidados, com mais de 1700 tcnicos envolvidos pelo pas todo, na ordemdos 45 projetos que as escolas desenvolveram de interveno na comunidade.

    De facto, a dimenso da rede grande, a interveno que consegue realizar nacomunidade enorme e, por isso, merece a nossa mxima ateno e o nosso esforo.

    O que que pretendemos com a rede? Aumentar a interveno na comunidade eno territrio com os diversos projetos de interveno, com espao para podermoster outros projetos que j esto em carteira para intervir e desenvolver o conheci-mento cientfico no desporto, preciso levar em considerao claramente que oDesporto uma rea cientfica aplicada, e, portanto, esta capacidade que as escolastm de intervir na rea cientfica determinante. Todas as escolas tm espaos la-boratoriais. Os doutorados esto quase todos envolvidos em centros de investigaoacreditados e, portanto, a capacidade que est instalada uma capacidade colocadaao servio dos cidados e dos territrios.

    Queremos promover a formao de tcnicos e de profissionais, em todo o es-pectro das reas de formao no desporto e afins, desde a educao fsica gestodo desporto, passando pelo treino desportivo, pela atividade fsica e estilos de vidasaudveis, pelo exerccio e sade, pelos tcnicos de desporto de natureza, pela reaaplicada da psicologia do desporto, do direito de desporto, etc., nos diversos nveisdo Quadro Europeu de Qualificaes, do mbito do ensino superior, desde o nvel 5at ao nvel 8.

    A capacidade instalada na rede uma capacidade relevante para intervenesem todos os nveis do ensino superior dentro do quadro europeu de qualificaes.

    Queremos intervir politicamente, como um parceiro disponvel, credvel e aber-to emisso de parecer, pela opinio cientfica e tcnica, assumindo-nos assimatores de cincia na rea do desporto.

    Como que nos posicionamos na nossa sociedade? Fazemo-lo, defendendo osvalores fundamentais da educao, da liberdade e da responsabilidade, para que te-nhamos um pas cada vez mais prspero e mais justo.

    Desejo a todos um excelente frum e que Setbal seja um marco na histria doEnsino Superior e do Desporto em Portugal.

  • . 17Queria comear por agradecer o convite em nome do Senhor Diretor-Geral da Sa-de, que no pode estar presente e pediu-me para o representar. Queria dirigir umapalavra inicial ao professor Jos Rodrigues, por um lado pela organizao desteevento, que tenho a certeza absoluta que ser extremamente importante, e por outrolado pelo dinamismo que tem demonstrado na disseminao da rede que acabou dedescrever, a REDESPP. Temos a certeza que sob a sua liderana, ir com certezacontinuar a crescer na sua influncia e ser um parceiro importante em matria dasCincias do Desporto em Portugal, nas vrias vertentes que ele acabou de explicar.

    Queria apenas comunicar duas ideias nesta nota de abertura. Em primeiro lugar,dar conta de que a minha presena aqui hoje, simboliza, que uma mudana se temverificado no sector da sade em Portugal. O facto de neste ano ter sido criado oPrograma Nacional para a Promoo da Atividade Fsica, um programa prioritriodos onze que a Direo-Geral de Sade acolhe, smbolo de que, na linha das reco-mendaes internacionais, a sade em Portugal est atenta ao fenmeno da atividadefsica, importncia da atividade fsica e desportiva, em grande medida para a pre-veno, mas tambm para outros tipos de interveno no sector da sade. Temos es-perana que este programa, que se iniciou h poucos meses e que ir implementar asua ao nos prximos trs anos, possa ser mais um parceiro no sentido da promo-o da atividade fsica em Portugal em conjunto com outros parceiros. A rede RE-DESPP, que aqui est representada hoje, um deles, e tambm parceiros do sector do

    PEDRO TEIXEIRA

    Programa Nacional para a Promoo da Atividade FsicaDiretor

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    desporto em particular, mas tambm do sector da educao, dos transportes, dasautarquias, entre outros. Iremos fazer o possvel para dar conta do recado e podercontribuir para esta misso de ter uma populao portuguesa mais ativa e menossedentria.

    Eu farei uma breve apresentao deste programa mais tarde, mas por agora ape-nas diria que uns dos elementos fundamentais da ao do nosso programa, tal comode qualquer programa nacional de promoo de atividade fsica, certamente iden-tificar, reconhecer, valorizar, avaliar e ajudar a disseminar os melhores programascomunitrios nesta rea. Sero muitos os programas a cuja descrio vamos assistiraqui, nas prximas horas e durante toda a tarde, e estou com muita curiosidade paraouvir essas experincias pois representam uma dimenso fundamental de qualquerprograma nacional que vise a sade pblica. Espero que na Direo-Geral possamosestar prximos destas iniciativas e possamos ajudar no s a que elas se tornemmais eficazes, mas tambm que os melhores exemplos e as melhores prticas pos-sam ser disseminadas, possam ser avaliadas e possam servir de inspirao a muitasoutras iniciativas do gnero que viro com certeza a decorrer em Portugal.

    Votos de um bom trabalho.

  • . 19Uma palavra de saudao aos membros do governo presentes. Uma palavra tambmespecial autarquia local pelo papel que tem na promoo das atividades fsicas e dodesporto na regio, uma palavra de agradecimento aos politcnicos aqui presentes, eao Instituto Politcnico de Setbal que nos acolhe com a habitual hospitalidade, assimcomo ao Instituto Politcnico de Santarm, pelo papel que tem tido na criao e dina-mizao desta rede.

    Uma palavra REDESPP, especialmente por contribuir para uma maior massa cr-tica dentro do sistema politcnico, criando melhores e mais vastas condies para co-laborao e cooperao entre todos os politcnicos e escolas de desporto portuguesas.

    Criar massa crtica atravs de consrcios politcnicos uma das nossas linhasmais importantes do programa de modernizao e valorizao. O ensino politcni-co portugus tem um papel fundamental e indispensvel na coeso nacional. Estpresente em mais de 45 cidades em Portugal, mais do que o sistema universitrio,mas precisa de promover massa crtica dentro do prprio sistema, de maneira que asua capacidade de interveno aumente e que a sua visibilidade e capacidade sejammais apreciadas e valorizadas, inclusivamente pela opinio pblica em geral.

    Dentro deste programa de modernizao e valorizao temos em curso duasiniciativas fundamentais e esta iniciativa, na realidade, toca em ambas.

    Primeiro, a importncia dos territrios na interveno politcnica. Os politcni-cos so sem dvida as instituies mais capazes de criar fortes ligaes institucio-

    EDUARDO BEIRA

    Programa de Modernizao e Valorizao do Ensino Politcnico

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    nais com os atores dos territrios e tm-no demonstrado, e continuam a demonstr--lo na prtica, seja em que rea for. Na rea do desporto, lazer e bem-estar isso particularmente relevante.

    Por outro lado, os politcnicos so a sede principal do conhecimento associado sprofisses e as atividades profissionais associadas ao desporto so atividades que tmvindo a emergir como uma rea politcnica por excelncia. uma rea mais recentedo que outras, mais tradicionais, mas, insisto, uma rea politcnica por excelncia,e ambiciona contribuir para ligaes entre iniciativas de ministrios diferentes quepretendem convergir para uma melhor qualidade de vida das populaes e uma me-lhor bem-estar social. As interaes entre desporto, sade, tecnologia, bem-estar, la-zer e natureza constituem oportunidades locais e territoriais, mas tambm desafiosnacionais no seu todo, a que as competncias profissionais que existem no sistemapolitcnico podem e devem dar contributos para criar e implementar, com os vriosatores dos territrios, solues que deem respostas aos desafios que emergem nessasreas. Esta uma das linhas centrais do programa de modernizao e valorizao doensino politcnico, que alis aparece plasmada no recente concurso de projetos deI&D baseados na prtica, um aviso exclusivo para o sistema politcnico, que fechouh pouco e que est em processo de avaliao. Congratulamo-nos pelas candidaturasrecebidas, especialmente em projetos territoriais que combinam atividades que en-volvem o desporto, a sade, tecnologias, o bem-estar, o lazer e a natureza. O processoest agora em fase de avaliao que esperamos que termine brevemente.

    Gostava tambm de saudar o facto de isto ser mais uma iniciativa do frum poli-tcnico. Lanado em abril passado, esta a sua quarta iniciativa. So iniciativas quetm um objetivo claro: tornar mais visvel a capacidade do sistema politcnico paragerar respostas para os desafios societais e territoriais da sociedade portuguesa, assimcomo reforar as redes internas dentro do sistema politcnico e as suas ligaes comos atores empresariais e sociais dos territrios. Desafios na rea agrria, discutidos noprimeiro frum, e depois na rea da restaurao (segundo frum). O terceiro foi narea das tecnologias de reabilitao e bem-estar e, agora, este quarto frum na reado desporto. A linha dominante das vrias edies do Frum Politcnico apresentara capacidade de criar solues para responder aos desafios territoriais nestas reas etemos a certeza de que isso se vai refletir tambm nos trabalhos de hoje.

    Um ltimo ponto: uma das ambies do programa de modernizao e valoriza-o do sistema politcnico incentivar e criar melhores condies para a sua inter-nacionalizao. O desafio aos politcnicos no s ter uma interveno importanteao nvel do territrio nacional, mas tambm de poder faz-lo em cooperao entreos melhores da Europa, e no s.

    Renovo os agradecimentos REDESPP pela iniciativa e fao votos de um bomtrabalho.

  • . 21Boa tarde. Comeo por cumprimentar os ilustres membros desta mesa, e dirigiruma palavra naturalmente ao Senhor Secretrio de Estado, Dr. Joo Paulo Re-belo, que nos tem disponibilizado tambm a sua ateno e sensibilidade no casodo municpio de Setbal. Um cumprimento muito especial ao Professor doutorPedro Dominguinhos e naturalmente a todo o corpo docente e a toda a direodo Instituto Politcnico de Setbal, diretores das diferentes escolas, porque estatambm a aspirao que quando em 2015 comeamos a preparar a Cidade Eu-ropeia do Desporto . Esta uma inspirao que tnhamos de ter o politcnico,do trabalho de conhecimento e de partilhas de experiencias.

    Cumprimentos ainda o Dr. Pedro Teixeira, diretor do Programa Nacionalpara a Promoo da Atividade Fsica e tambm representante do Diretor Geralde Sade, e to importante que tem sido esta articulao da sade e do despor-to, e naturalmente do dr. Eduardo Meira, representante da Senhora Secretriade Estado do Ensino Superior.

    Deixo naturalmente para ltimo uma palavra de profundo agradecimento aoProfessor Jos Rodrigues, no s pelo trabalho que tem vindo a desenvolver porvia da REDESPP, mas por ter tambm proporcionado este acolhimento nana ci-dade de Setbal. Agradeo-lhe e professora Teresa Figueiredo terem escolhidoSetbal para ser o espao de acolhimento deste encontro.

    PEDRO PINA

    Cmara Municipal de SetbalVereador da Cultura, Educao, Desporto, Juventude e Incluso Social

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    Queria naturalmente cumprimentar os demais representantes e dirigir umapalavra tambm muito especial a todos alunos que nos acompanharo ao longodestes dias e compartilhar aqui a nossa vontade de convosco construir a cidade.

    E ainda uma palavra tambm aos outros convidados, uma palavra ao presi-dente do Comit Paralmpico de Portugal, e a todas as outras entidades.

    Quero, antes de mais, dar as boas vindas a Setbal; quero reforar o cumpri-mento especial ao Senhor Secretrio de Estado, ao Senhor Presidente do Insti-tuto Politcnico de Setbal, bem como ao Senhor Presidente da REDESPP edizer-vos que com grande prazer que a cidade vos acolhe para este frum.

    Temos aqui um saber acumulado nascido do trabalho que tambm na autarquiatemos desenvolvido, na rea do desporto, mas acima de tudo porque o nosso poli-tcnico, tem sido uma das escolas que se tem destacado nesta rea de formao. Eclaro tambm para confraternizar, porque temos aqui todas as condies para queisso acontea, comeando pelas mesas setubalenses onde nos sentamos para almo-ar o que de melhor o mar nos oferece.

    Mas falemos de desporto porque isso que nos traz aqui hoje. Apostamospermanentemente no aumento dos nveis de participao e frequncia nas ativi-dades desportivas, com segurana e enquadramento tcnico de qualidade. Temosuma poltica de desenvolvimento desportivo, sustentado na forte dinmica associ-ativa, mas sem prescindir da reflexo, do debate e da constante inquietao pelosnovos desafios. Tal continuar a ser feito para l de 2016. E este tambm um es-pao de onde queremos retirar contributos, desafios, mas acima de tudo um com-promisso pela construo de uma parceria de trabalho para continuar a fazer maispela cidade. A cidade de Setbal e a vila de Azeito, graas ligao com as bele-zas naturais que as rodeiam, possuem elevado potencial de prtica desportiva for-mal e informal, destacando-se a autenticidade do Parque Natural da Arrbida enaturalmente do esturio do Sado. No rio Sado temos as melhores condies paraa prtica dos desportos nuticos, da canoagem, da vela, do windsurf, ou do mer-gulho. Este o contexto em que temos vindo a animar cada vez parcerias comclubes, associaes, federaes e privados, para potenciar o concelho e a regiocomo um destino desportivo de excelncia. Por isso integramos no nosso progra-ma um vasto conjunto de atividades na vertente do lazer e, naturalmente, tambmelas preenchem uma parte fundamental da nossa programao da Cidade Euro-peia do Desporto. Fazemos todos os dias mais Setbal, com mais e melhor des-porto. Acreditamos que este investimento ter importantes reflexos no aumentoda prtica desportiva, no aumento da qualidade de vida de todos os Setubalenses eAzeitonenses, mas tambm na qualidade de vida de todos os profissionais que de-dicam a sua vida a esta rea.

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    Estamos por isso a falar de um investimento que constri futuro, que aposta naqualificao dos nossos jovens e que promove cidades mais sustentadas. Atendendoa que desporto democrtico, em nenhum outro lado podemos ter tanta igualdadecomo no acesso ao desporto. Aqui o talento puro prevalece, e todos tm oportuni-dade. No interessa de onde vm, qual o bairro ou freguesia, mas sim at onde con-seguem ir. Essa a essncia da nossa atividade. Apenas nos compete enquantoautarquia criar as melhores condies.

    E assim com enorme satisfao, orgulho e privilgio que este frum que agorase inicia nos d a garantia de que os seus contributos sero uma valia firme e convic-ta no trabalho que queremos continuar a fazer, estabelecendo parcerias e trabalhoem rede.

    Obrigada a todos. Desejo em nome da Cmara Municipal de Setbal um bomtrabalho e lembro que naturalmente a cidade de Setbal sempre um espao queacolhe e que est disponvel para o encontro.

  • . 25Muito boa tarde a todos. Deixem-me em primeiro lugar comear por cumprimentaro Senhor Presidente do Instituto Politcnico de Setbal, professor doutor Pedro Do-minguinhos, cumprimentar o Senhor Vereador da Cmara Municipal de Setbal,Dr. Pedro Pina, O senhor Presidente da REDESPP, professor Jos Rodrigues, bemcomo os restantes elementos da mesa que j foram tambm aqui enunciados nas su-as representaes, o professor Eduardo Beira, Dr. Pedro Teixeira. Tenho que fazerum cumprimento especial ao Senhor Presidente do Instituto Politcnico de Santa-rm, professor Jorge Justino, com quem j tive oportunidade de estar em Rio Maior.Senhor Vice-presidente do IPDJ, Dr. Vitor Pataco, Dr. Jorge Carvalho, diretor doDepartamento do Desporto do IPDJ, Senhor Presidente do Comit Paralmpico dePortugal, Dr. Humberto Santos, Senhor Presidente do Sindicato dos Jogadores Pro-fissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, professor Pedro Sequeira, que cumpri-mento na qualidade de Presidente da Confederao de Treinadores; caros professores,estudantes, meus senhores e minhas senhoras.

    Antes de mais, obviamente quero agradecer o amvel convite que me foi formu-lado, pelo senhor presidente da REDESPP para participar neste frum que hoje temincio aqui na cidade de Setbal. O Senhor vereador j fez referncia de facto ao quetoda a gente sabe: Setbal este ano ainda a Cidade Europeia do Desporto. Alis,como ele j referiu, tive oportunidade de fazer aqui uma visita, h poucas semanas,na qual esteve tambm presente a Senhora Presidente da Cmara e voltarei em bre-

    JOO PAULO REBELO

    Secretrio de Estado da Juventude e Desporto

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    ve para o encerramento desta bela efemride que foi termos Setbal como CidadeEuropeia do Desporto, com todas as vantagens e tudo o que isso significou no spara este territrio, mas tambm para o pas. Isto j foi aqui evidenciado pelo Se-nhor Vereador.

    Depois tambm naturalmente quero congratular-me com a diversidade das mat-rias a debater neste frum e particularmente com os inmeros especialistas de cadaum destes sectores, representando obviamente diversos agentes e organizaes quecompem o largo espectro do tecido desportivo. sem dvida nenhuma um sinalimportante da vontade em partilhar conhecimentos e boas prticas, de estreitar laos,de estabelecer redes partilhadas e proativas em prol de um desgnio comum que par-tilhamos todos, que o desenvolvimento do desporto no nosso pas.

    No tempo que levo como Secretrio de Estado da Juventude e do Desporto, te-nho percorrido o pas, naturalmente que o tenho feito at de forma muito intensa etenho visitado inmeras organizaes. Destas jornadas tenho recolhido projetos ab-solutamente fascinantes e de grande qualidade, muitos deles, devo dizer, feitos comescassos recursos e at confinados a uma base, eu diria que injustamente, estrita-mente local. Para que cresam e para que se tornem efetivos escala nacional, muitasdas vezes diria que to s necessrio estabelecer redes comuns de interesse. Nofundo, interfaces de partilha entre vrios atores e isso o que hoje aqui neste frumtambm ir ser feito.

    Este, deixem-me partilhar convosco, tambm para mim e enquanto governante eno desempenho destas funes, um dos meus grandes desgnios. Tenho conscincia eprofunda convico de que juntos e apenas juntos, podemos levar a cabo as estratgiasque em Portugal necessitamos para desenvolver o nosso desporto.

    Nesse sentido, temos ao nvel do governo estimulado e desafiado os diferentesagentes desportivos a constiturem precisamente pontes de participao ativa nosprogramas que j construmos ou que estamos em vias de construir. , por exem-plo,, o caso das unidades de apoio ao alto rendimento na escola, o caso do fit esco-la que ter muito em breve um novo figurino, assim como o sistema de vigilncia daatividade fsica e do desporto, nacional e europeu, a avaliao e reformulao doprograma nacional de formao de treinadores, ou mesmo a criao do plano naci-onal de formao de dirigentes.

    Mas, no fundo, tudo isto um trabalho conjunto. Iremos hoje assinar um proto-colo conjunto com a REDESPP, que consubstancia precisamente a cooperao entreo Instituto Portugus do Desporto e Juventude e a rede de politcnicos, no que dizrespeito divulgao de oferta formativa, ao intercmbio cientfico, pedaggico, tc-nico, profissional, acadmico e cultural. Vamos, com a assinatura deste protocolo,permitir tambm a realizao de estgios para docentes, para tcnicos, investigado-

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    res e estudantes, formao e atualizao permanente, participao em seminrios,encontros acadmicos e profissionais, desenho e implementao de projetos quecontribuam para o desenvolvimento do desporto em vrias reas de atuao.

    A disperso geogrfica e o rigor cientfico da rede, afigura-se-nos como umaenorme mais-valia para a disseminao partilhada dos mais diversos projetos es-cala nacional.

    Cooperar aglutinar conhecimento e boas prticas. concentrar esforos e re-cursos, promover redes mais profcuas de maior alcance e visibilidade.

    Este, achamos que o nosso caminho e, por isso, s me posso congratular porperceber que tambm o caminho partilhado por todos os que assistem a este frum.

    Agradeo a vossa ateno, desejando naturalmente o melhor dos trabalhos paratodos, uma excelente jornada aqui no Instituto Politcnico, nesta bela cidade deSetbal.

  • . 29Muito boa tarde a todas e a todos. Cumprimento o Senhor Secretrio de Estado daJuventude e do Desporto, Dr. Joo Paulo Rebelo, o Senhor Vereador da Cmara Mu-nicipal de Setbal, Dr. Pedro Pina, parceiro de muitos eventos e muitas iniciativas.Estendo os meus cumprimentos ao Professor Eduardo Beira, em representao daSenhora Secretria de Estado do Ensino Superior, ao Dr. Pedro Teixeira, em repre-sentao do Senhor Diretor Geral da Sade e, permitam-me antes de passar a outrotipo de cumprimentos, uma palavra muito especial ao Professor Doutor Jos Rodri-gues. A criao, naturalmente com grupo de docentes na rea do desporto, a nvelnacional, mas liderado pelo Professor Doutor Jos Rodrigues, da REDESPP umainiciativa fundamental e que personifica uma das misses do que o ensino politc-nico. Por um lado, a capacidade de atuar em rede. Desse ponto vista, uma iniciativafundamental porque percebemos claramente que juntos conseguimos ser mais fortes.Por outro lado, porque esta atuao em rede tem uma implicao nacional, e noapenas regional, e internacional extremamente relevante.

    Permita-me, e fao-o tambm em nome do professor Joaquim Mourato, presi-dente do CCISP, uma palavra de agradecimento muito especial pela iniciativa, pelacapacidade de montar esta rede, mas sobretudo pela capacidade de continuar a de-senvolver atividades. Desse ponto de vista, a criao da rede das Escolas de Despor-to algo relevante, no apenas para o CCISP, mas tambm para os politcnicosportugueses, e que vem na sequncia da ARIPESE, da rede de escolas agrrias, da

    PEDRO DOMINGUINHOS

    Instituto Politcnico de SetbalPresidente

  • 30 .

    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    rede de escolas de Turismo, que ser constituda no prximo dia 14 deste ms. Pro-fessor Doutor Jos Rodrigues, muito obrigado por esta iniciativa e por este frum.

    E, depois, naturalmente um cumprimento muito especial s demais entidades,aos docentes e no docentes assim como aos estudantes. Esta uma iniciativa tam-bm para todos vs. Porque acreditamos que a criao ou a cocriao de conheci-mento se faz com a participao ativa dos estudantes desde primeiros anos dos seusestudos. E, portanto, a participao dos estudantes de uma forma empenhada, deuma forma ativa nestes eventos revela-se essencial.

    O frum politcnico, algo que se tem vindo a realizar, como dizia o ProfessorEduardo Beira h alguns meses, insere-se no programa de modernizao dos poli-tcnicos. Estes fruns so aquilo que somos capazes hoje de fazer, as inmeras ati-vidades que realizamos de norte a sul do pas, e a muita investigao que a redepolitcnica tem vindo a fazer ao longo dos ltimos 30 ou 40 anos.

    E o que estamos a fazer dar maior visibilidade de todo um conjunto de pro-gramas, de iniciativas e sobretudo da capacidade de investigao. O Professor Edu-ardo Beira falou do concurso de projetos. Acho que no vou cometer nenhumainconfidncia, dizendo que tivemos cerca de 140 projetos candidatados, mais pro-priamente 141, num total de cerca de mais 20 milhes de euros de montante de fi-nanciamento, o que revela uma capacidade de investigao alicerada numconjunto muito significativo de docentes doutorados e docentes especialistas que arede politcnica hoje em dia foi construindo. E nesta rede de desporto particular-mente sintomtica esta capacidade, esta vontade de investigar, alicerada em inicia-tivas e em programas nacionais e internacionais.

    Importa tambm destacar um aspeto que distintivo da rede politcnica. A suacapacidade de insero nas comunidades locais, nas comunidades regionais e, so-bretudo, a ligao a um conjunto de federaes, de desportos. Os protocolos que aREDESPP ir assinar revelam um elemento distintivo daquilo que a misso dopolitcnico: contribuir para a construo do conhecimento, mas sobretudo conse-guir contribuir para o desenvolvimento da sociedade, neste caso do desporto, dasfederaes, dos atletas, dos dirigentes. Nenhuma outra rede, como a rede politcni-ca tem esta capacidade de faz-lo de uma forma abrangente. Deste ponto de vista, anossa capacidade enquanto docentes e estudantes de interagir com as comunidadesrevela de uma forma inequvoca o papel crucial que os politcnicos desempenhamdo ponto de vista da coeso territorial e do desenvolvimento regional.

    Permitam-me destacar um ponto focado pelo Professor Jos Rodrigues. Umadelegao de Politcnicos portugueses esteve recentemente na Finlndia. Um ele-mento distinto das Universidades de Cincias Aplicadas finlandeses que so ver-dadeiros atores no processo de deciso poltica. E ter um processo de deciso

  • ABERTURA

    . 31

    poltica ou um processo de deciso pblico, que seja qualificado, que seja, natural-mente informado por estudos tcnicos e cientficos a garantia maior de que as de-cises so tomadas com base em critrios claros, transparentes e alicerados noconhecimento. E, portanto, tambm aqui a REDESPP pode contribuir de uma for-ma inequvoca para que se possam criar melhores programas ao servio da socieda-de e das populaes.

    Uma palavra final de agradecimento a todos os trabalhadores docentes e nodocentes do Politcnico de Setbal, ao Presidente do Politcnico de Santarm, Pro-fessor Doutor Jorge Justino, e a todos os docentes e no docentes, que tm sidoinexcedveis para que este Frum REDESPP se tenha concretizado. Uma palavramuito especial para os estudantes que tm participado muito ativamente e que esta-ro presentes durante os dois dias desta iniciativa.

    Termino desejando as maiores felicidades para estes dois dias de trabalho. Seique apenas a primeira de muitas iniciativas que a REDESP ir organizar em prolda sociedade e da populao em geral.

  • I.

    DESPORTO,DESENVOLVIMENTO REGIONAL,

    TURISMO E CIDADANIA

  • . 35A comunicao de projetos e programas desenvolvidos por instituies do ensinosuperior feita por mesas temticas, iniciou-se com o tema Desenvolvimento Regio-nal, Turismo e Cidadania com a apresentao de duas comunicaes da REDESPP euma comunicao do Municpio de Setbal, cidade Europeia do Desporto em 2016.

    O Projeto Strong, apresentado por Nuno Loureiro, em representao da EscolaSuperior de Educao do Instituto Politcnico de Beja, demonstrou como a inter-veno atravs de um programa de atividade fsica com agentes da PSP (desde 2011)de Beja e bombeiros municipais da Vidigueira (desde 2013) possibilitou melhoriasda condio fsica e na diminuio das baixas mdicas, sendo de elogiar a etapa decaracterizao do tipo de trabalho que os agentes da polcia e bombeiros tinham noterreno, para que o planeamento e interveno fossem coerentes com as necessida-des avaliadas.

    O Programa Desporto e Turismo: inovao dos servios desportivos nas uni-dades de alojamento do Algarve, da autoria de Elsa Pereira, Joo Carvalho, V. Cor-reia, A. Baio e R. Duro, foi apresentado por Elsa Pereira, em representao daEscola Superior de Educao e Comunicao da Universidade do Algarve. Esta co-municao comprovou como a inovao atravs da oferta desportiva um dos ele-mentos essenciais das sun-and-sea resorts, demonstrando como a caraterizao docontexto organizacional das unidades de alojamento central para o planeamento epromoo de melhorias nos servios desportivos, articulando com as prioridades e

    Desporto, desenvolvimento regional,turismo e cidadania

    ModeradorABEL FIGUEIREDO

    Escola Superior de Educao de Viseu, Instituto Politcnico de Viseu

  • 36 .

    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    competncias principais da organizao assim como com as respetivas necessidades.Estas duas apresentaes elogiaram, no mbito da cidadania e do turismo, a

    academia alocada ao contexto, demonstrando como a territorialidade pode ser vivi-da em benefcio territorial com impacto relevante para uma melhor cidadania e pa-ra um melhor desenvolvimento turstico, emergindo como exemplos de contextospassveis de formao de profissionais de Desporto e Atividade Fsica.

    Por fim, a interveno de Lus Liberado, Diretor do Departamento de Cultura,Educao e Desporto da Cmara Municipal de Setbal, foi sobre o dinamismo doprograma desportivo de Setbal Cidade Europeia do Desporto 2016, com eventosespecficos em equipamentos urbanos especializados, no rio Sado e na Serra da Ar-rbida, a par de um vasto conjunto de atividades nas vertentes do lazer e da forma-o, assim como na cultura, fomentando o desenvolvimento do tecido institucionaldesportivo na cultura e no territrio, e vinculando Setbal a uma viso cultural dedesenvolvimento do Desporto.

  • . 37A condio fsica uma das componentes fundamentais para a sade das pessoas e,em particular, das profisses que implicam tarefas com uma elevada exigncia dacomponente motora e/ou que exigem, por vezes, a tomada de decises rpidas numcontexto de elevada fadiga motora ou emocional. Neste perfil enquadram-se as for-as policiais e os bombeiros, cujas misses, por vezes, exigem a realizao de tarefasque exigem diferentes componentes da condio fsica como a de resistncia (comimplicaes no plano fsico e tambm no plano psicolgico), a de velocidade, entreoutras, e por vezes numa combinao de vrias componentes.

    A misso destas profisses crucial para o bom funcionamento das sociedades eda preservao de pessoas e bens, faz com o que o seu valor seja amplamente reco-nhecido e valorizado. Particularmente, nos momentos mais problemticos, as suasaes so fundamentais para a manuteno da segurana e da paz.

    Contudo, a maior parte destes operacionais apenas cuida da sua condio fsicapara cumprir os seus pr-requisitos fsicos exigidos para a entrada nos diversoscursos de formao e durante esse perodo de formao. Essa situao est regula-mentada para os agentes da PSP pelo Ministrio da Administrao Interna (DR,2010), sendo imposto um conjunto de provas fsicas e indicadores de desempenho acumprir por todos os candidatos para admisso aos cursos de formao, cujos cur-rculos apresentam disciplinas anuais como a Educao fsica e Desporto e DefesaPessoal (DR, 2009). No caso dos bombeiros a regulamentao s abrange os profis-

    Strong:do laboratrio ao terreno,

    suas implicaes e consequnciasNUNO LOUREIRO

    Escola Superior de Educao de Beja, Instituto Politcnico de Beja

  • 38 .

    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    sionais da administrao local (DR, 1997), onde patente a padronizao de provasfsicas. No caso do outro tipo de bombeiros no existe essa normativa, existindoapenas as questes formais do processo e a realizao de um curso de instruo ini-cial de bombeiro com disciplinas no relacionadas com as questes fsico-motoras(Bombeiros Portugueses, 2016).

    Ao longo da carreira dos polcias no evidente a preocupao com a condiofsica dos agentes da PSP, cabendo a cada agente a preocupao, e a respetiva orga-nizao, para efetuar a sua preparao fsica, como exigido a cada membro dasforas de segurana. No artigo 14. do cdigo deontolgico do servio Policial, cadamembro das foras de segurana deve acautelar uma preparao fsica, psquica emoral para o exerccio da sua atividade (ASPP, 2014). No caso dos bombeiros, mui-tos elementos no possuem um historial de formao militar ou de treino fsico pa-ra alm daquela que prtica do cidado normal.

    As exigncias das foras de segurana, o desempenho das suas funes, colo-cam-nos com regularidade em situaes de perigo latente, para si e para outros, eque implicam a realizao de tarefas que envolvem uma condio fsica razovel eum autoconhecimento das suas capacidades e limitaes. sobre este princpio quea sociedade est orientada para analisar o desempenho das foras de segurana,mas, que em muitos casos, tal situao no real e leva formulao de juzos devalor pouco fundamentados, facilmente mediatizados, com profundas implicaesnos envolvidos, e na imagem pblica das associaes.

    No ano de 2011, por vontade conjunta do Comando da PSP da cidade de Beja eda direo do Laboratrio de Atividade Fsica e Sade (LAFS) do Instituto Politc-nico de Beja (IPBeja), procurou-se elaborar um projeto que promovesse a condiofsica, ajustada s exigncias laborais de um conjunto de agentes do referido co-mando. Este projeto especfico recebeu a designao de Strong Cops. Coube ao co-mando definir os critrios e o processo de seleo interna dos agentes que iriamparticipar no programa. No LAFS realizou-se a planificao do projeto, conside-rando-se as anlises de algumas orientaes internacionais (NSW, 2016), com par-ticular destaque para anlise fisiolgica e mecnica das aes fsicas dos agentescom farda normal e equipados para intervenes de conteno de pessoas e grupos,onde se destacava o capacete, colete, disco e caneleiras. Atravs de entrevista ao co-mando da PSP, foram estruturados exerccios que pudessem reproduzir algumasaes reais e que implicavam deslocaes em linha reta e em diagonais, saltos e ele-vaes, onde se puderam constatar as alteraes fisiolgicas com os vrios tipos deequipamentos utilizados.

    Foram identificados 39 agentes da PSP que foram sujeitos avaliao fsica deacordo com uma bateria de testes desenvolvida com base em diversos autores de

  • I. DESPORTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO E CIDADANIA

    . 39

    referncia (Haff & Dumke, 2012; Morrow, Mood, Dish, & Kang, 2011). Desta formaprocurou-se conhecer a real condio fsica, tendo em conta a sua importncia esuas implicaes, e consequentemente procedeu-se avaliao e prescrio doexerccio ajustado s necessidades laborais (Heyward, 2004).

    A bateria de teses de avaliao da condio fsica dos agentes foi planeada paraser realizada duas vezes ao ano, (outubro e maio) e divulgado ao comando em reu-nio programada para julho. Este planeamento permitiu a monitorizao da evo-luo da condio fsica e valorizao desta dimenso junto do comando (Filho etal., 2012). No que se refere organizao e planeamento dos treinos, os agentestreinaram nas instalaes do IPBeja organizados em equipas de 8 elementos, comuma periodicidade de uma vez por semana, com a durao de 90 minutos e sobe aorientao de um tcnico do LAFS. Foi ainda estimulado e apoiado o treino, de ca-da um dos agentes, de pelo menos mais duas sesses semanais, em regime de auto-nomia. Estes treinos autnomos procuravam aumentar a responsabilidade dosoperacionais na melhoria ou manuteno da sua condio fsica e ser ajustado ssuas rotinas.

    A organizao da sesso, orientada por um tcnico civil do LAFS e em horriolaboral, composta por uma fase de aquecimento geral e articular, seguido de umafase em circuito que privilegia os 4 Pilares do Movimento Humano (i.e. 1- manu-teno da postura de p e locomoo; 2 -puxar e empurrar; 3 mudanas de nvel; 4produo de foras Rotacionais e mudanas de direo) (Santana, 2016), posterior-mente uma fase exerccios de tomada de deciso rpida em contexto de fadiga e fi-nalizada com exerccios de retorno calma. A pedido do comando da PSP so aindaorganizadas sesses de treino que integram todas as equipas. Todas as sesses detreino so monitorizadas com recurso a cardiofrequencmetros e a aplicao da es-cala modificada de Borg.

    Este programa decorre de forma continuada desde 2011 e at ao presente j fo-ram realizadas 687 sesses de treino e aplicao da bateria da avaliao da condiofsica por 13 vezes.

    Os resultados observados podem ser classificados de muito positivos e com al-guma variabilidade de acordo com a dimenso em anlise. O projeto Strong Cops ainda reconhecido pelos parceiros como sendo muito pertinente para o desempe-nho dos agentes e pela comunidade, que percebe que os seus agentes esto melhorpreparados.

    Tendo como base as aprendizagens recolhidas na implementao do projetoStrong Cops e tendo-se registado a morte de 8 bombeiros no combate a fogos noVero de 2013, foi apresentado numa reunio dinamizada pelo comandante distritalda proteo civil, a todos os comandos de bombeiros do distrito de Beja o Programa

  • 40 .

    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    Strong Fireman. A metodologia e organizao seriam adaptadas s necessidades dosbombeiros e seriam tomadas em considerao as condies materiais e equipamen-tos existentes na maioria dos quartis. Foi decidido comear este programa com osBombeiros da Vidigueira. Os resultados obtidos foram muito semelhantes aos ob-servados no programa Strong Cops.

    Procuramos que as aprendizagens adquiridas na implementao destes progra-mas possam, brevemente, ser apresentadas num manual de modo a facilitar a suareproduo pelos vrios comandos e quarteis nacionais.

    Parece-nos evidente que o bem-estar das populaes s ser possvel se as forasde segurana estiverem bem preparadas fisicamente, o que tambm deve ser umapreocupao da comunidade civil e acadmica.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ASPP. (2014). Cdigo Deontolgico do Servio Policial, consultado em 14 de novembrode 2016. Disponvel em http://www.aspp-psp.pt/index.php/57-legislacao/codigo-deontologico-do-servico-policial.

    Bombeiros Portugueses. (2016). Bombeiros.Pt. O portal dos bombeiros portugueses.consultado em 17 de novembro. Disponvel em http://www.bombeiros.pt/perguntas-frequentes-2/.

    DR. (1997). Decreto Lei n 360/97 de 17 de dezembro do MAI, Dirio da Repblica,srie 1, n 290. Acedido a 12 de nov. 2016. Disponvel emhttps://dre.pt/application/file/a/417343.

    DR. (2009). Decreto Lei n 192/09 de 2 de outubro do MAI, Dirio da Repblica, srie 1,n 192. Acedido a 12 de nov. 2016. Disponvel emhttp://www.dges.mctes.pt/NR/rdonlyres/84F15CC8-5CE1-4D50-93CF-C56752370C8F/4637/DL_275_2009.pdf

    Decreto Lei n 80/10 de 10 de Abril do MAI, Dirio da Repblica, srie 1, n 80 (2010).Acedido a 12 de nov. 2016. Disponvel emhttp://www.psp.pt/Legislacao/portaria_230_2010.pdf, (2010).

    Filho, M., Silva, A., Venturine, G., Aidar, F., Klain, I., Rodrigues, B., & Matos, D. (2012).Avaliao do condicionamento fsico de policiais militares da 146a companhiaespecial de polcia militar. Revista Brasileira de Prescrio e Fisiologia do Exerccio,6(35), 486-493.

    Haff, G., & Dumke, C. (2012). Laboratory Manual for Exercise Physiology. Champaign:Human Kinetics.

  • I. DESPORTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO E CIDADANIA

    . 41

    Heyward, V. (2004). Avaliao Fsica e prescrio do exerccio. Tcnicas avanadas. PortoAlegre: Artmed.

    Morrow, J., Mood, D., Dish, J., & Kang, M. (2011). Measurement and Evaluation inHuman Performance. Champaign: Human Kinetics.

    NSW. (2016). NSW Police Recruitment, Consultado em 12 de nov. 2106. Disponivel emhttp://www.police.nsw.gov.au/recruitment/fitness/physical_capacity_testing.

    Santana, J. (2016). Functional Training. Champaign: Human Kinetics.

  • . 43

    1. INTRODUO

    A abordagem ao desporto e turismo deve ser baseada numa perspetiva integradoradestes dois setores. Neste sentido, consideramos que o binmio desporto e turismointegra as dinmicas que se estabelecem entre as prticas desportivas, tanto nas ver-tentes do lazer como da competio, e o sistema turstico, onde invariavelmente sedeve equacionar as prticas (Pratice), as pessoas (People) e os locais (Place) (Pereira& Carvalho, 2004).

    Sport Tourism = 3P = Pratice/People/Place

    De acordo com Adeboye (2012), a importncia da experincia na sociedade temcrescido, sendo mesmo considerado um dos tpicos mais relevante no setor do tu-rismo. O desenho de experincias inovadoras tem-se tornado uma componente im-portante nas principais competncias das empresas na rea do turismo e dahotelaria (Williams, 2006). A experincia est definida como o resultado de encon-tros, vivncias ou passagens por situaes que nos proporcionam valores sensoriais,emocionais, cognitivos, comportamentais, relacionais e funcionais (Schmitt,1999).

    Desporto e turismo:inovao dos servios desportivos

    nas unidades de alojamento do AlgarveELSA PEREIRA 1, 2, JOO CARVALHO 1, 3,V. CORREIA 1, 3, A. BAIO 1, R. DURO 1

    1 Escola Superior de Educao e Comunicao da Universidade do Algarve2 CIEO, Universidade do Algarve

    3 CIPER, Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa

  • 44 .

    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    Para Peric (2010), os turistas esto cada vez mais experientes e exigentes na pro-cura de vivncias na medida em que a importncia do trabalho diminuiu e aumen-tou a valorizao do tempo e espao de lazer. A experincia turstica deve ser umafuga ao quotidiano, composta por elementos como o sonho, o ldico, a autenticida-de, a felicidade, a imaginao, a satisfao que a tornam nica (Kim, Ritchie, & Mc-Cormick, 2010; Sheng & Chen, 2013; Brey & Lehto, 2008). A oferta desportiva umdos elementos essenciais na criao de experincias tursticas com significado (Mi-kuli & Prebeacm, 2011).

    Em Portugal, em 2015, houve 17,4 milhes de hspedes que se traduziu em 48,9milhes de dormidas (+6,6% do que em 2014), 70,4% dos quais com origem nomercado internacional (34,4 milhes, +7,2%) e 29,6% no mercado nacional (14,5milhes, +5,1%) (Turismo de Portugal, 2015). De acordo com a mesma fonte, asreceitas do turismo atingiram em 2015 um mximo histrico, cresceram mais de9,3% atingindo os 11.362 milhes de euros. Por outro lado, o saldo da balana tu-rstica situou-se nos 7.750 milhes de euros (+9,5% face a 2014), valor que expressabem a importncia do turismo no equilbrio das contas externas de Portugal (Turis-mo de Portugal, 2015). O Algarve foi a regio com maior crescimento no ano de2015, mais 2,7% do PIB enquanto a mdia nacional se situou nos 1,6%. Contudo,relativamente ao setor do turismo, e embora se tenha registado um desempenhopositivo em todas as regies, a regio do Algarve foi a que menos cresceu (+2,6%)(Turismo de Portugal, 2015).

    A regio do Algarve com 451 mil habitantes, enquanto principal regio tursticade Portugal, registou em 2013 cerca de 14,8 milhes de dormidas na hotelaria clas-sificada e 3,15 milhes de hspedes, que correspondem a 35,5% das dormidas nahotelaria nacional e 21,9% do total nacional de hspedes (INE, 2014). No entanto, aregio do Algarve caraterizada por uma grande sazonalidade, verificando-se em2014 uma taxa de sazonalidade de dormidas em estabelecimentos de alojamentoclassificado de 46,7% (Turismo de Portugal, 2014). Existem muitas diferenas quese acentuam entre a poca alta (de julho a setembro) e baixa (de outubro a junho).Segundo os dados relativos taxa de ocupao mdia anual, na poca alta existeuma ocupao hoteleira que varia entre os 62% a 83% e na poca baixa entre os 16%a 44% (Turismo de Portugal, 2014). O turismo de sol e mar e de golfe constituem opilar do turismo algarvio. O comportamento da curva da procura do Golfe in-verso ao da curva do Sol e Mar o que tem um efeito positivo na reduo da sazo-nalidade da atividade turstica do Algarve (Turismo de Portugal, 2014). O turismodesportivo de golfe um bom exemplo de como o desporto poder constituir-secomo um dos motores para alavancar o turismo na poca baixa. Neste contexto, fundamental que o Algarve, como resort turstico, se constitua como um espao que

  • I. DESPORTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO E CIDADANIA

    . 45

    atraia e satisfaa as necessidades dos clientes atuais e potenciais atravs de umaoferta de qualidade na poca baixa.

    Ao facto de as prticas desportivas em contexto turstico deverem ser integradasno P de Place, acresce o facto de que o conhecimento do patrimnio cultural uma das novas motivaes dos turistas de hoje, que no se limitam ao conhecimen-to superficial do local onde passam as suas frias, mas pretendem criar interaocom a comunidade local, sua cultura, tradies e gastronomia, querem ter uma ex-perincia (Turismo de Portugal, 2013).

    O objetivo do presente estudo de caso exploratrio foi o de caraterizar o contex-to de uma unidade de alojamento para desenvolver incrementos organizacionais emarticulao com as necessidades reais da organizao e com as suas capacidades nosentido de criar uma oferta de valor acrescentado aos seus clientes. Isto porque, peloexpresso anteriormente, o Algarve como destino turstico evidncia a necessidadede haver ofertas que qualifiquem a poca baixa para minimizar a sazonalidade.

    2. METODOLOGIA

    O estudo de caso foi a metodologia selecionada pois permitiu-nos compreender umfenmeno contemporneo dentro do seu contexto real (Yin, 2003) e usar este casocomo exploratrio para trabalhos futuros. O estudo decorreu em duas etapas numaunidade de alojamento de cinco estrelas da regio do Algarve. A primeira etapacompreendeu a entrevista inicial e observao direta. Na etapa seguinte realizou-sea entrevista final com a apresentao do portflio de solues e seleo da soluodo caso (produto(s)/servio(s): conceito, descrio, componentes, plano de ao).

    As entrevistas semiestruturadas realizadas ao diretor da unidade de alojamentopermitiram, numa fase inicial o diagnstico do caso e numa final a anlise das pro-postas e a seleo da soluo. As entrevistas foram gravadas, tiveram a durao deuma hora e posteriormente foram transcritas. Ko, Lee e Lee (2009) criaram ummodelo de gesto de processos de negcios (Business Process Management, BPM).O modelo BPM tem como objetivo a melhoria contnua dos processos para a maxi-mizao da performance organizacional (Ko, Lee e Lee 2009). Este foi o modelo se-guido no presente estudo pelo facto de visar a otimizao de recursos e o aumentoda satisfao dos clientes atravs de produtos e servios. O guio da entrevista ini-cial foi deste modo composto pelos seguintes itens (Ko, Lee & Lee 2009): a) misso eviso reas prioritrias da organizao, objetivos estratgicos, nomeadamente aonvel da satisfao dos clientes, caraterizao dos stakeholders; b) clientes pocas al-ta/mdia-baixa. O guio da entrevista final foi composto pelos seguintes itens: a)

  • 46 .

    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    pacotes desportivos propostos, b) objetivos dos pacotes desportivos, c) pblicos-al-vo das propostas, d) seleo dos pacotes propostos - soluo do caso: produ-to(s)/servio(s) (conceito, descrio, componentes, atividades desportivas dos pa-cotes, contextos patrimoniais, plano de ao).

    A observao direta permitiu a caracterizao dos espaos e equipamentos des-portivos e para este fim foi criada e utilizada uma grelha de observao sobre espaos eequipamentos desportivos constituda pelas seguintes categorias: tipo de espao, di-menso, localizao, estado de conservao, servios desportivos, equipamento, ilu-minao, piso e temperatura.

    Os dados foram analisados atravs da anlise qualitativa de contedo, que se ca-rateriza por ser uma tcnica de interpretao sistemtica dos dados textuais deacordo com as seguintes fases: clarificao, codificao e identificao de temas(Hsieh & Shannon, 2005).

    3. RESULTADOS

    A unidade de alojamento (u.a.) alvo do presente estudo localiza-se no Algarve, acerca de trs minutos a p da praia e rodeada de vrios campos de golfe, de um pi-nhal e nas proximidades do Parque natural da Ria Formosa.

    3.1. Misso, visoA misso e viso da organizao referida pelo diretor da u.a. foi a satisfao do seumercado prioritrio atual, o mercado do golfe, salientando que este um produto numciclo de vida de maturidade. O diretor referiu: ns cada vez mais queremos diversifi-car a nossa oferta aos clientes, a nossa ideia sermos um pouco mais versteis.

    3.2. ClientesComo salientou o diretor da u.a.: recebemos muitos clientes com uma idade m-dia/alta, acima dos 60 anos, e quando vm para o hotel querem mais tranquilidade.Ns no atramos clientes que estejam procura de atividades desportivas porquese o fizssemos teramos que pensar em alguma atividade ou solues para presen-tar a estes clientes (entrevista inicial diretor da u.a.). A figura abaixo (figura 1)carateriza o perfil de clientes. De acordo com o referido pelo diretor da u.a., cercade 90% da faturao da u.a. deve-se ao golfe.

  • I. DESPORTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO E CIDADANIA

    . 47

    pocas baixa / mdia

    O PERFIL DO CLIENTE

    poca alta (julho/agosto)

    Golfistas de sexo masculinoe de idade avanada

    Golfistas / familia

    Motivaes:

    Golfe Golfe, sol e praia

    Tabela 1 - Caraterizao do perfil de cliente e suas motivaesna poca baixa/mdia e na poca alta.

    3.3. Espaos e equipamentos desportivosA u.a. tem a concesso de 850 m2 de praia e dispe de trs campos de tnis em ade-quado estado de conservao (um deles ser, no entanto, transformado num campode futebol de cinco), um campo de golfe e uma piscina exterior aquecida. A piscinaexterior, de grandes dimenses, est, contudo, interdita a qualquer tipo de atividadeque possa incomodar os utentes de acordo com entrevista inicial realizada ao diretorda u.a. A u.a. dispe ainda de um pequeno espao desportivo reservado ao kids club.

    4. DISCUSSO: SOLUO DO CASO - PACOTE SNIOR

    Foram apresentadas duas propostas de servios desportivos: Pacote Snior; PacoteTeens. Estes pacotes surgiram da necessidade de, por um lado, promover o bem-es-tar e a atividade fsica junto da populao snior, que muito frequente nesta u.a.Por outro lado, propor alternativas desportivas aos nicos pacotes desportivos degolfe j existentes, que beneficiem da proximidade com o mar e promovam as ativi-dades de contacto com a natureza, no s para a populao snior, mas tambmpara crianas e adolescentes.

    O pacote snior foi o selecionado na medida em que os objetivos estratgicos da u.a.definem a populao snior como uma prioridade (entrevista final diretor da u.a.),nomeadamente: criar uma oferta Especfica para a Populao Snior; Criar Pacotes pa-ra o no praticante do Golfe; Promover Atividades Fsicas para a Populao Snior; Dara conhecer a Ria Formosa e as Espcies; Proporcionar Momentos de Relaxamento.

    A investigao aponta que as motivaes dos turistas sniores so: experimentarnovas atividades, visitar novos stios, interagir com outras pessoas e relaxar (Aceve-

  • 48 .

    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    do, 2003; Chen, 2009). O estudo de Chen, Liu e Chang (2013) refora os estudosanteriores definindo como fatores relevantes para os turistas seniores: tratamentosde promoo da sade, aprendizagem, experienciar recursos tursticos nicos, tera-pias complementares, relaxamento, alimentao saudvel e atividades sociais. Umestudo feito aos turistas Algarvios com mais de 50 anos na poca baixa salienta quedeve ser promovido a escapadela para o mar como uma experincia que envolvamais fatores do que a experincia dos banhos e bronzeado assim como relao comas comunidades locais (Santos, Veiga, & Santos, 2016). Os estudos de Helrigle et al.(2013) demonstraram o efeito positivo da hidroginstica e do hbito de caminharsobre o equilbrio funcional de idosos. S et al. (2012) comprovaram o efeito ben-fico do exerccio fsico para preveno de quedas no idoso. Gouveia e colegas(2012), enfatizaram que o trabalho a ser realizado por profissionais do exerccio f-sico para seniores deve incluir atividades como Yoga e/ou Tai Chi. De acordo comos autores, estas atividades desportivas trazem inmeros benefcios sade, sendoinclusivamente das mais adequadas populao snior e incluem-se nas experin-cias de relaxamento.

    Nesta linha, foi definido como soluo do caso um pacote snior HealthySport, Nature and Cultural Activity for Senior Tourist Este pacote, direcionadopara os no praticantes de golfe, pretende integrar experincias desportivas de bem-estar, com o contato com a natureza e a cultura local. Carateriza-se tambm pelofacto de a praia ser o espao selecionado para enquadramento das prticas (apro-veitando o espao de praia concessionada u.a.). Este pacote composto por: per-cursos pedestres com rotas culturais, treino funcional para seniores, e aulas derelaxamento (descriminado na tabela 2).

    5. CONCLUSO

    Este estudo do caso permitiu, de acordo com as condies e necessidades existentesnuma unidade de alojamento do Algarve, criar um pacote desportivo turstico quese enquadra nos seus objetivos e permite diversificar a oferta e atrair novos clientessniores, para alm dos golfistas. O produto criado procura ir ao encontro do perfile das necessidades do cliente snior, proporcionando ao cliente momentos de lazeratravs de atividades fsicas e desportivas (diferentes do golfe), e experincias de ca-rcter cultural que do a conhecer a regio do Algarve com a inteno de os fideli-zar e de atrair novos clientes para esta u.a.

  • I. DESPORTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO E CIDADANIA

    . 49

    COMPONENTES OBJETIVO CARACTERSTICAS

    Passeios pedestrese culturais

    Pedestrian andcultural routes

    Rota do ParqueNatural da RiaFormosa

    Proporcionar um percursocurto de intensidade baixacom interesse cultural 6km

    Rota da gua - ViaAlgarviana (Loul)

    Proporcionar percursos maislongos de maior intensidadeque integrem a cultura local 12km

    Fotopapper com inclusode informaes relativass espcies que habitamno Sapal e nas Salinas5 Itinerrios pedestres46 pontos de interesseligados gua comofontes, pontes e bicas

    Tabela 2 - Pacote sniorHealthy sport, nature and cultural activity for senior tourist.

    Treino Funcional

    Staying steady package:Be active andreduce risk of falling

    Proporcionar aestimulao da aptidofsico-funcional

    Programa de prevenode quedas atravs deexerccios de fora,equilbrio e coordenao

    A praia e o mar como umespao de patrimnio naturale de prtica desportiva

    Sesso de relaxamentoRelaxing beachand sea class

    Proporcionar momentosde lazer e bem-estar aofim da tarde.

    Exerccios baseados emmodalidades como oYoga ou Tai Chi

    A praia e o mar como umespao de patrimnio naturale de prtica desportiva

    Tabela 3 - Programa semanalHealthy sport, nature and cultural sctivity for senior tourist.

    DIA ATIVIDADES

    Segunda-feira Passeio pedestre: Troo do Ludo

    Tera-feira Treino Funcional na praia

    Quarta-feira Aula de relaxamento na praia

    Quinta-feira Passeio pedestre: Troo da Via Algarviana

    Sexta-feira Treino Funcional na praia

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    Chen, H. (2009). Baby Boomers and Seniors Domestic Travel Motivations: Anexamination of citizens in Tainan, Taiwan. Master Thesis. University of Waterloo.Canada.

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    De acordo com a oferta definida acima foi definido um programa semanal de 7dias e 6 noites (descriminado na tabela 3).

  • I. DESPORTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO E CIDADANIA

    . 51

    Pereira, E., & Carvalho, J. (2004). Desporto e turismo: modelos e tendncias. Povos eCulturas. Cultura e Desporto, 9, 233-248.

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    Yin, R. (2003). Applications of Case Study Research (2 ed.). London: Sage.

  • II.

    DESPORTO: EDUCAO,FORMAO E RENDIMENTO

  • . 551. Do jogo e motricidade infantil ao alto rendimento desportivo, Rui Mendes,Instituto Politcnico de Coimbra

    Foram apresentados vrios projetos de interveno e de investigao em que a EscolaSuperior de Educao do Instituto Politcnico de Coimbra participa, envolvendo aprtica de atividade fsica e desportiva ao longo de vrias fases ou etapas da vida.

    A primeira iniciativa referida est ligada ao mestrado em Motricidade e Jogo naInfncia. Este projeto envolve a monitorizao de crianas com 4-5 anos de idadecom diferentes nveis de aptido motora, comparando a evoluo de crianas querealizam atividade fsica na Mata do Choupal, em Coimbra, com outras crianasque desenvolvem apenas as suas aptides motoras em Jardins de Infncia.

    Outra rea onde tem sido desenvolvido trabalho est associada ao mestrado emEducao e Lazer, envolvendo um projeto piloto que est a ser aplicado em quatroescolas do pas (Porto, Montemor-o-Velho, Rio Maior e Oeiras) ligado criao deUnidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola, em colaborao com a Direo-Geral de Educao e o Secretrio de Estado da Educao e da Juventude e Desporto.O pblico-alvo do projeto integra estudantes do 9 ano do E.B. e do ensino secun-drio que frequentam Centros de Treino de Alto Rendimento Desportivo.

    Ao nvel da interveno comunitria, foi apresentado um projeto envolvendoatividades de caminhada e a visita a locais atrativos da cidade de Coimbra, com uma

    Desporto:educao, formao e rendimento

    ModeradorTERESA FIGUEIREDO

    Escola Superior de Educao de Setbal, Instituto Politcnico de Setbal

  • 56 .

    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    frequncia semanal, que tambm comeou a ser utilizado por operadores tursticos.Este projeto j existe h trs anos, tendo mobilizado cerca de 300 pessoas, e desen-volvido por estudantes da licenciatura com a coordenao dos docentes da ESE.

    Por ltimo, foi referido um programa em parceria com a Universidade Snior queoriginou um conjunto de publicaes (monografias), com o objetivo de fundamentara interveno e auxiliar os profissionais que intervm com esta populao-alvo.

    2. Observatrio da criana e jovem de Melgao , Miguel Cames,Instituto Politcnico de Viana do Castelo

    Projeto enquadrado na rea da sade pblica que a Escola Superior de Desporto eLazer de Melgao iniciou em 2015, em colaborao com o Projeto de Sade Escolar,envolvendo alunos da licenciatura e os docentes da instituio. Tem como objetivoproceder monitorizao das crianas e dos jovens do agrupamento de escolas deMelgao, assente no pressuposto de que as caractersticas e os padres dos nossosjovens de hoje so preditores de inmeras variveis na idade adulta. Pretende-se re-colher um conjunto de indicadores para caracterizar e monitorizar, ao longo dotempo, variveis ligadas ao crescimento, prtica de atividade fsica, aos hbitos ali-mentares, ao nvel de aptido motora e ao nvel de aptido fsica das crianas e dosjovens. Pretende-se, igualmente, descrever as relaes entre estes fatores ao longo daidade e identificar grupos de risco para o posterior desenho de uma intervenoadequada.

    A amostra do estudo constituda pelos alunos do 2, 4, 6, 8, 10 e 12 anosdo agrupamento de escolas de Melgao. Durante a implementao do estudo obser-vou-se uma taxa de participao de 90% decrescendo em funo da idade, em con-sonncia com a literatura. No perodo compreendido entre abril de 2015 e abril de2016, foram avaliadas cerca de 400 crianas. Em abril de 2017 vai iniciar-se o pri-meiro follow-up e a cada dois anos ser feita uma nova reavaliao.

    A informao recolhida na escola, em contexto de aula, com recurso a bateriasde testes validadas, instrumentos especficos para a recolha de medidas antropom-tricas e inquritos estruturados com dados sociodemogrficos e comportamentais.H envolvimento dos alunos da licenciatura na fase de recolha dos dados. Almdisso, os estudantes elaboram os trabalhos de seminrio com base nos dados reco-lhidos, procedendo ao seu tratamento e criao de uma base de dados. Estes da-dos so comparados com valores de referncia da literatura e com os valores mdiosda amostra em questo estratificada por sexo e idade.

  • II. DESPORTO: EDUCAO, FORMAO E RENDIMENTO

    . 57

    3. O papel do treinador na sociedade, Teresa Rocha,Confederao de Treinadores de Portugal

    No incio da preleo foi feito um enquadramento das funes da Confederao deTreinadores de Portugal (CTP), organizao que representa os treinadores de todasas modalidades desportivas junto dos organismos pblicos e privados de mbitonacional e internacional. Seguiu-se uma explanao sobre a importncia da funodo treinador nas dimenses social e tica, enfatizando a figura do treinador de des-porto como um recurso humano com elevada competncia cientfica, tcnica e pe-daggica e com uma importante e acrescida responsabilidade social. Os treinadores,atravs da sua interveno, devem proporcionar um enquadramento adequado paraque o atleta possa retirar da sua experincia o enorme potencial educativo que estassociado prtica desportiva. O treinador deve assumir-se como um agente pro-motor de valores e de atitudes, fomentando, atravs do seu exemplo, a apropriaodos valores subjacentes ao esprito desportivo, tais como, entre outros, o respeito e ocumprimento dos regulamentos e das decises dos juzes, o reconhecimento do po-tencial desportivo do adversrio, a aceitao dos resultados desportivos menos bonse o tratamento de colegas e adversrios com cordialidade e respeito. Estes valorestambm esto associados aos princpios ticos que vm consignados na carta olm-pica. Posteriormente, foram referidos projetos da CTP ligados tica e dimensosocial do treinador, em particular aes que foram desenvolvidas recentemente, co-mo o caso da assinatura da declarao antidopagem treinador-atletas, a participa-o num projeto vocacionado para a integrao de refugiados que exercem aprofisso de treinador e aes de formao para os treinadores no domnio da ticae da responsabilidade social.

    4. Formao de treinadores, Mrio Moreira, Instituto do Desporto de Portugal

    Foi abordada a temtica da formao de treinadores de desporto e a sua relao comas instituies de ensino superior. Inicialmente foi apresentada uma resenha hist-rica sobre a evoluo da formao de treinadores de desporto desde 1977, com acriao do Instituto Nacional do Desporto, at ao momento atual. Ao longo do tem-po o Estado tem assumido sempre um papel preponderante na rea da formao detreinadores. Em 1991, na sequncia da publicao da primeira Lei de Bases do Des-porto, invertido o papel do Estado e a responsabilidade da formao de treinado-res passa a ser atribuda ao setor privado, sendo delegada nas Federaes Des-

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    portivas. A partir de 2008, o Estado v novamente reforado o seu envolvimento naformao de treinadores, assumindo-se como a entidade reguladora de todo o pro-cesso, sendo apenas atribudas competncias tcnicas s Federaes Desportivas. ,igualmente, a partir de 2008, que a legislao passa a fazer uma referncia clara aoenvolvimento das instituies de ensino superior na formao de treinadores dedesporto, assistindo-se a um alinhamento da formao profissional e da formaoacadmica neste domnio. Na sequncia desta explanao, foi enunciado um con-junto de princpios em que se consubstancia o Plano Nacional de Formao deTreinadores (PNFT) e foi referenciada a aplicao de normas que derivam de dire-tivas da Unio Europeia. A preleo foi concluda com a apresentao de estatsticasrelativas implementao do PNFT, nomeadamente no que se refere ao nmero decursos de formao profissional realizados at ao momento, ao nmero de pedidosde creditao de ciclos de estudo de instituies de ensino superior, ao nmero deaes de formao contnua creditadas e ao nmero de treinadores que foram certi-ficados no pas.

  • . 59

    Do jogo e motricidade infantilao alto rendimento desportivo

    RUI MENDES

    Escola Superior de Educao de Coimbra, Instituto Politcnico de Coimbra

    A Escola Superior de Educao de Coimbra (ESEC) do Instituto Politcnico deCoimbra (IPC), potenciando a sua capacidade formativa, historicamente indexadaao curso de licenciatura em Professores do Ensino Bsico - Variante de EducaoFsica, que funcionou na mesma de 1988 a 2004, redirecionou a sua formao nasequncia de um contrato-programa que negociou com o Ministrio da Cincia,Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) com vista lecionao da Licenciatura emDesporto e Lazer (DL).

    As alteraes legislativas que potenciaram as ofertas formativas de mestrado aoEnsino Superior Politcnico, em consonncia com a matriz de formao da ESEC ea oferta formativa existente em Cincias do Desporto em Coimbra, na Faculdade deCincias do Desporto e Educao Fsica da Universidade de Coimbra, criada para oefeito em 1991, esteve na base da criao do mestrado em Jogo e Motricidade naInfncia (JMI).

    Alm deste mestrado, no quadro de uma poltica de continuidade, so leciona-dos na ESEC mestrados com contedos afins dos desenvolvidos na licenciatura deDL: Turismo de Interior, Educao para a Sade e, Educao e Lazer.

    Neste quadro, e no mbito do processo de Avaliao e Acreditao de Cursos doEnsino Superior promovidos pela Agncia de Avaliao e Acreditao do EnsinoSuperior (A3ES), a ESEC aprovou (2014-04-09) a criao da Unidade de Investiga-o Aplicada em Cincias do Desporto (UNICID) ou em Ingls, Applied Sport

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    Sciences Research Unit (ASSERT), sucednea do Centro de Investigao em Educa-o Fsica e Desporto da ESEC (aprovado em 2001-09-19), que realiza as suas ativi-dades nos domnios da investigao cientfica, do ensino e prestao de servios comunidade.

    Em sintonia com linhas de pesquisa em Cincias do Desporto que conduziram ateses de mestrado e doutoramento orientadas por professores da rea Cientifica deDesporto da ESEC, foram criadas e potenciadas plataformas, redes de trabalho, in-vestigao e inovao com outras unidades orgnicas do IPC, numa base interdisci-plinar, em rede, com seguintes reas tcnico-cientficas: Motricidade Humana,Matemtica Aplicada, Cincias do Desporto, Fisioterapia, Cincias da Sade, Robti-ca e Automao, Fatores Humanos e Qualidade de Vida.

    Esta rede esteve na origem da candidatura ao QREN para criao de um Labo-ratrio de Investigao na ESEC (Mais Centro - Programa Operacional Regional doCentro) e que foi objeto de financiamento da Unio Europeia [QREN, Mais Centro- Programa Operacional Regional do Centro, FEDER (CENTRO-07-CT62-FEDER-005012; ID: 64765)]. Assim o Laboratrio ROBOCORP, incorporado no Instituto deInvestigao Aplicada (IIA) do IPC, est integrado na ESEC, desenvolve investiga-o aplicada e pode prestar servios nos seguintes domnios: anlise e intervenono movimento humano, otimizao do comportamento motor e do rendimentodesportivo, tecnologia, engenharia, sistemas e robtica para a qualidade da vida,psicologia do trfego, mobilidade e segurana no cenrio rodovirio.

    O envolvimento do corpo docente da rea Cincias do Desporto da ESEC na in-vestigao e formao crescente, na proporo da obteno do grau de Doutor portodos os Professores na presente dcada, e tal perspetiva significativas hipteses dedesenvolvimento institucional.

    Atendendo sinopse histrica aduzida, assume-se como viso na formao e nasatividades de I&D na ESEC a prioridade e estratgia principal da prtica de Ativi-dade Fsica e Desporto ao longo da vida, independentemente da sua expresso e n-vel competitivo.

    Considerando o friso cronolgico de desenvolvimento contnuo, associado previsvel elevao da performance e desempenho motor, sintetizamos quatro pro-gramas de formao, investigao e de transferncia de conhecimento protagoniza-dos em Coimbra:

    1. Jogo e Motricidade na Infncia - Mestrado em Jogo e Motricidade na Infncia;2. Unidades de Apoio ao Alto Rendimento Desportivo: conciliar sucesso es-

    colar e desportivo - Mestrado em Educao e Lazer;3. Night Runners Coimbra - Licenciatura em Desporto e Lazer;4. Envelhecimento Ativo e Saudvel - ESEC / Escola Snior.

  • II. DESPORTO: EDUCAO, FORMAO E RENDIMENTO

    . 61

    1. JOGO E MOTRICIDADE NA INFNCIAMESTRADO EM JOGO E MOTROCIDADE NA INFNCIA

    Na sua terceira edio, o Mestrado em Jogo e Motricidade na Infncia (JMI) ofereceuma formao cientificamente aprofundada, para vrios destinatrios, nos mbitosdo desenvolvimento da criana, do jogo e motricidade infantil. Proporciona recur-sos, estratgias e metodologias didticas e pedaggicas, bem como conhecimentosque permitem intervir na conceo e na organizao de atividades ldicas, fsicas edesportivas, orientadas para a Educao de Infncia e para a Educao Bsica. Amatriz prtica e experimental do curso potenciada com a investigao aplicadasubjacente interveno profissional.

    A organizao do mestrado, rentabiliza a formao inicial obtida em cursos deCincias do Desporto, Educao Fsica, Educao de Infncia, Educao Bsica, eem todas as reas afins do desenvolvimento da criana e do comportamento motorinfantil. Alm dos fundamentos cientficos expressos em unidades curriculares deDesenvolvimento Motor, Motricidade Infantil, Pedagogia da Motricidade Infantil,Anlise do Comportamento Motor e Jogo, Desporto e Lazer, so aprofundadas aca-demicamente temticas pouco frequentes em ciclos de estudos no Ensino Superior,como o Jogo, Atividade Ldica e Desenvolvimento na Infncia, Brinquedos e JogosPopulares e, Espaos de Jogo e Recreio.

    Do ponto de vista da difuso do conhecimento, associados a este mestrado im-porta registar, entre outras, a manuteno da pgina de rede social www.facebo-ok.com/jogo.motricidade.infancia, a realizao das Conferncias em Jogo e Motricidadena Infncia (IV edio a decorrer de 10 a 18 de maro de 2017), a participao deinvestigadores e estudantes da ESEC nos Seminrios de Desenvolvimento Motor daCriana realizados anualmente nos ltimos 11 anos em Portugal e, a publicao em2012 do livro Estudos em Desenvolvimento Motor da Criana V [R. Mendes, J.Barreiros & O. Vasconcelos (Eds.)].

    Outros resultados publicados decorrentes das linhas de pesquisa do mestrado deJMI so o livro Vamos aprender com Jogos Tradicionais Portugueses (EdiesConvite Msica, 2013, G. Dias & R. Mendes), o captulo do livro Estudos em De-senvolvimento Motor da Criana VIII (2015, ESE de Bragana, intitulado A aplica-o da teoria do network social ao estudo das interaes de crianas no parqueinfantil (F. Martins, F. Clemente & R. Mendes) e o artigo de F. Dionsio, P. Mendes,R. Melo, C. Leandro, & R. Mendes (2013), "A Flatland, a Roamer e o Corpo - exem-plo de uma aprendizagem interdisciplinar para o 1. Ciclo do Ensino Bsico ", pu-blicado na revista Educao e Matemtica (122: 8-11).

    No presente, entre outros, destacamos a investigao de mestrado em JMI que

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    analisa a influncia dos jogos ldico-recreativos de cooperao-oposio nos nveisde atividade fsica e no nvel de interao em crianas. Os nveis de atividade fsicasero avaliados atravs de acelermetros e o nvel de interao atravs da anlise deredes baseada na Teoria de Grafos (Social Network Analysis).

    2. UNIDADES DE APOIO AO ALTO RENDIMENTO DESPORTIVO:CONCILIAR SUCESSO ESCOLAR E DESPORTIVO

    MESTRADO EM EDUCAO E LAZER

    Promovendo a conciliao entre sucesso escolar e o alto rendimento desportivo, omodelo do Gabinete de Apoio ao Alto Rendimento (GAAR) de Montemor-o-Velho,desenvolvido academicamente pelo Professor Victor Pardal no mestrado em Edu-cao e Lazer na ESEC, sob a orientao de Rui Mendes e Luclia Salgado, foi apre-sentado no III Congresso Incluso pelo Desporto, Rendimento Desportivo eSucesso Escolar: Estudo com Atletas enquadrados pelo Gabinete de Alto Rendi-mento do Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho (Rui Mendes, VictorPardal e Rui Resende) realizado em Guimares (Cidade Europeia do Desporto,2013). Os resultados desportivos e escolares, alcanados em Montemor-o-Velho,no deixam margem para dvidas sobre o sucesso deste projeto - vrios campeesnacionais, vrias medalhas internacionais e alunos integrados no projeto olmpico euma taxa de sucesso escolar acima dos 90%.

    O reconhecimento pblico da tutela atualmente plasmado nas Unidades deApoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE), criadas em 2016 em quatro escolas(Porto, Rio Maior, Oeiras e Montemor-o-Velho) por despacho dos Secretrios deEstado da Educao, da Juventude e do Desporto (despacho conjunto n. 9386-A/2016, de 21 de julho).

    O projeto nacional assume que As UAARE visam uma articulao eficaz entreos agrupamentos de escola, os encarregados de educao, as federaes desportivas eseus agentes e os municpios, entre outros interessados, tendo por objetivo conciliar,com sucesso, a atividade escolar com a prtica desportiva de alunos/atletas do ensi-no secundrio enquadrados no regime de alto rendimento ou selees nacionais.

  • II. DESPORTO: EDUCAO, FORMAO E RENDIMENTO

    . 63

    3. NIGHT RUNNERS COIMBRA

    O Night Runners Coimbra uma marca da ESEC difundida desde 2013, com a co-ordenao dos Professores Antnio Srgio Damsio e Ricardo Melo.

    A corrida (nveis rpido e lento) e caminhada noturna pela cidade, promovidapor estudantes da Licenciatura em Desporto e Lazer, convida as pessoas para a ruanuma perspetiva de "Desporto para Todos", promovendo atividade fsica e despor-tiva junto da populao, estimulando a sociabilizao e dando a conhecer a cidade.Constitui o nico evento pblico de atividade fsica e desportiva regular em Coim-bra, realizado semanalmente (com interrupo nas semanas das festividades de na-tal, de ano novo e nas semanas acadmicas).

    O seu nvel de atratividade elevado e usado por diversas organizaes para di-ferentes finalidades, das quais destacamos: 1) a promoo de outros desportos e lo-cais de prtica desportiva na cidade (Clube de Tnis do Coimbra, MMA Coimbra,etc.), pela passagem do percurso de corrida e caminhada nos mesmos, 2) a divulga-o pelos alojamentos pblicos (hotis, etc.) que o apresentam como produto e ati-vidade de elevado interesse turstico, 3) a utilizao como evento social emmltiplos encontros acadmicos e cientficos em Coimbra (congressos, semanas deintegrao de estudantes internacionais, programas de frias, etc.) e, 4) incluso doevento em campanhas de interesse pblico sem fins lucrativos, em particular emprojetos de educao para a sade (Novembro, ms da diabetes, etc.).

    4. ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDVELESEC / ESCOLA SNIOR

    A revista cientfica EXEDRA (www.exedrajournal.com) publicou em 2016 um n-mero temtico sobre gerontologia no qual publicamos (G. Dias, R. Mendes, P. Serrae Silva, A. Branquinho & P. Mendes) o artigo Contributo para uma abordagemmultidisciplinar do envelhecimento: Teoria, Investigao e Prtica.

    Esta referncia decorre do trabalho realizado nos ltimos anos, expresso nas se-guintes edies de obras: 1) G. Dias, R. Mendes, P. Serra e Silva & A. Branquinho(2015). Gerontomotricidade: Atividades Ldicas e Pedaggicas para o Corpo Enve-lhecido, 2) G. Dias, P. Mendes, P. Serra e Silva A. & Branquinho (2014). Envelheci-mento Ativo e Atividade Fsica e, 3) G. Dias & R. Mendes (2013). Atividade Fsicapara a Terceira Idade.

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    Esta linha de ao e publicao, na qual participam, entre outros, os ProfessoresFrancisco Campos e Cristina Leandro, resulta da parceria que mantemos com a Es-cola Snior da ESEC, frequentada por 200 utentes, que usufruem das instalaes,mas principalmente do saber e do saber fazer dos profissionais formados em Des-porto no Ensino Superior Politcnico Pblico em Coimbra.

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    O papel do treinador na sociedadeTERESA ROCHA, MRIO SILVA

    Confederao de Treinadores de Portugal

    A Confederao de Treinadores de Portugal (CTP) uma Associao sem fins lu-crativos e congrega os interesses profissionais, polticos e sociais dos Treinadores deDesporto em Portugal, atravs das respetivas Associaes de Treinadores que se en-contram filiadas nesta Confederao, presentemente num total de 22 Associaes;

    Do seu plano de atividades destaca-se a realizao bienal do Congresso da CTPe todas as relaes institucionais com a tutela poltica (IPDJ) e restantes instituiesassociativas desportivas, nomeadamente o COP, CPP, CDP e TAD;

    A CTP encontra-se igualmente integrada em parceria a nvel da Unio Europeiana ECC (European Conching Concil) e no Mundo na CCE (International Concil ofCoach Education;

    A CTP integra e coordena igualmente em parceria a Confederao Lusfona deTreinadores.

    No mbito da qualificao dos Treinadores torna-se pertinente uma largaabrangncia nas competncias, na medida em que o Treinador um recurso huma-no com elevada competncia Cientfica, Pedaggica e Social que coordena ou inte-gra uma equipa tcnica.

    Assim na formao inicial e contnua dos Treinadores poderemos equacionar asprincipais competncias que os Treinadores devem dominar para responder de formaclere e eficaz aos processos do treino e do rendimento desportivo dos seus atletas.

    Sensivelmente antes de 1990 e dependendo de cada modalidade desportiva, as

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    FRUM POLITCNICO #4DESPORTO, DESENVOLVIMENTO E BEM-ESTAR

    componentes do treino eram a Tcnica, a Ttica, a Fsica e, de uma forma inspida, aPsicolgica.

    Aps aquela data foi crescendo progressivamente a importncia de outras com-ponentes que interferem direta e ou indiretamente no rendimento desportivo dosatletas. Assim e conforme o diagrama exposto, componentes e domnios como, alogstica, a planificao, calendarizao, equipamento, tecnologia especfica, patro-cnios, nutrio, coaching, observao, estatstica, habilidades tcnicas e componen-te social e tica, passaram a fazer parte integrante da planificao do prprio treino,o que implicou a necessidade de equipas multidisciplinares que coadjuvem umtreinador principal, que por sua vez tenha uma competncia macro de todo o pro-cesso do treino.

    No que respeita dimenso Social e tica do Treinador, poderemos considerar oseguinte:

    O comportamento tico sempre foi tido como elemento integrante no menu deidentidade de uma pessoa sendo um dos fundamentais para o equilbrio e funcio-namento saudvel na sociedade. De um modo geral, o desporto assumido, di-vulgado e entendido como uma escola de valores para a vida. A sua prtica estassente nos smbolos, valores e normas que potenciam o desenvolvimento pessoal,interpessoal e cvico dos seus participantes. Assim neste sentido, o desporto podeassumir um papel determinante, uma vez que ele est integrado e faz parte de todasas classes socia