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BASTONÁRIO DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS, DOMINGUES AZEVEDO “A fiscalidade impossibilita a sobrevivência das empresas” COMPARATIVO DE CARTÕES DE CRÉDITO CLÁSSICOS BES Branco com a menor taxa de juro TRABALHO Greve às horas extraordinárias não causou prejuízos na indústria Págs. 6 e 7 TURISMO Porto e Norte afina estratégia de promoção até 2015 Págs. 34 e 35 EMPRESAS Laranjinha estuda abertura de lojas nas principais capitais da moda Pág. 25 MERCADOS BCE vai supervisionar todos os bancos da Zona Euro Pág. 41 BELÉN VICENTE (THE LISBON MBA) “73% dos nossos alunos estão empregados ao fim de seis meses” Págs. 4 e 5 SUPLEMENTO ENSINO PÓS-GRADUADO Nº 1459 / 14 de setembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa Citroën C3 diesel com os custos de manutenção mais baixos do segmento Pág. 46 9 720972 000037 01459 PUB Saiba mais aqui… www.sage.pt | 808 200 782 Sage 2012 It’s Easy! Conheça a Solução de Gestão onde só Paga o que Usa. PUB PUB REDUÇÃO DOS ENCARGOS SOCIAIS CRIA MARGEM PARA ATENUAR CORTE NAS RETRIBUIÇÕES Empresas encaram ajustes salariais para compensar mudança na TSU Págs. 4 e 5 Montepio e ActivoBank também sobressaem pela positiva, com a vantagem de não obrigarem à subscrição de conta específica. As TAEG dos 12 cartões analisados variam entre 9,7% e 33,1%. Págs. 38 e 39 Paginas II e III do suplemento OTOC

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BASTONÁRIO DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS, DOMINGUES AZEVEDO

“A fi scalidade impossibilita a sobrevivência das empresas”

COMPARATIVO DE CARTÕES DE CRÉDITO CLÁSSICOS

BES Branco com a menor taxa de juro

TRABALHO Greve às horas

extraordinárias

não causou prejuízos

na indústriaPágs. 6 e 7

TURISMOPorto e Norte

afi na estratégia

de promoção

até 2015Págs. 34 e 35

EMPRESASLaranjinha estuda

abertura de lojas

nas principais

capitais da modaPág. 25

MERCADOSBCE vai supervisionar

todos os bancos

da Zona EuroPág. 41

BELÉN VICENTE (THE LISBON MBA) “73% dos nossos

alunos estão

empregados ao fi m

de seis meses”Págs. 4 e 5

SUPLEMENTO

ENSINO PÓS-GRADUADO

Nº 1459 / 14 de setembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

Citroën C3 diesel com os custos de manutenção

mais baixos do segmentoPág. 46

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REDUÇÃO DOS ENCARGOS SOCIAIS CRIA MARGEM PARA ATENUAR CORTE NAS RETRIBUIÇÕES

Empresas encaram ajustes salariais para compensar mudança na TSU

Págs. 4 e 5

Montepio e ActivoBank também sobressaem pela positiva, com a vantagem de não obrigarem à subscrição de conta

específi ca. As TAEG dos 12 cartões analisados variam entre 9,7% e 33,1%.

Págs. 38 e 39

Paginas II e III do suplemento OTOC

Top da semana

BELMIRO DE AZEVEDO

O patrão da Sonae teve uma intervenção que resume o sentimento

dos portugueses e que é uma realidade, infelizmente para nós. Diz que Portugal não tem qualquer avaliação dos impactos das medidas que implementa. O que significa que o poder político faz “navegação à vista”. Não menos grave é que, permanentemente, são cometidos erros. E quem vem a seguir que feche a porta. Belmiro tem a noção do que é o mundo dos negócios e construiu um “império”.

PASSOS COELHO

De forma mais atabalhoada era quase impossível. O primeiro-

ministro bateu no fundo aquando da apresentação das novas medidas de austeridade, para além da sua iniquidade e falta de visão para o futuro próximo. Como se não bastasse, aderiu à moda de se justificar no Facebook. Coelho atingiu as raias do ridículo e não é de admirar que os portugueses estejam cada vez mais descrentes deste tipo de governação. Com a agravante que arrasta consigo o Presidente da República e o próprio parceiro de coligação.

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO

O líder do maior partido da oposição está igual a si próprio. Perdeu uma

excelente oportunidade para dar nas vistas, numa forma positiva. Acontece que os seus ataques ao Governo foram inócuos. Não basta criticar, é preciso apresentar políticas concretas e apresentar soluções. A realidade é que ficou sem se saber a posição clara do Partido Socialista relativamente ao Orçamento do Estado. Não foram dadas alternativas, Seguro ficou-se pelas palavras vãs, sem qualquer impacto ao nível da opinião pública.

FINANCIAL TIMES

China promete impulsionar crescimento económico

O Governo chinês deixou a promessa que vai fazer mais para potenciar o crescimento económico nos próximos meses. O Executivo garante que há margem e vontade para estabilizar a economia, ainda que a níveis inferiores à taxa anual de mais de 10%, nos anos mais recentes.As receitas orçamentais baixaram significativamente nos dois últimos meses, mas, no final de julho, o excedente cifrava-se em cerca de 158 mil milhões de dólares. Considera o poder político que não será necessário recorrer ao fundo de estabilidade e ajustamento. No entanto, também não haverá hesitações em ser utilizado, caso a situação a esse facto obrigar.

LES ECHOS

Ouro e prata atingem valores mais altos em seis meses

O ouro e a prata atingiram os valores mais altos dos últimos seis meses. Os metais preciosos deverão continuar a beneficiar da desvalorização do dólar relativamente ao euro e

da retoma do interesse dos investidores.O metal amarelo aproxima-se rapidamente do seu pico histórico de 1900 dólares a onça. Isto à medida que cresceu a esperança de assistir aos grandes bancos centrais tomarem medidas para sustentar a economia. Também a situação vivida nos Estados Unidos tem levado a um maior valor dos metais preciosos.

EXPANSIÓN

Espanha é dos países da OCDE em que mais jovens não estudam nem trabalham

Os números são preocupantes. A Espanha é um dos países da OCDE em que há mais jovens que não estudam, nem trabalham. Em concreto, cerca de 23,7% da população entre os 15 e os 29 anos não trabalha e não recebe qualquer tipo de formação.O que coloca a Espanha no quinto lugar de um total de 33 países, cuja média é de 15,8%. Entre 2008 e 2010, aquele país apresentou o maior aumento (sete pontos), depois da Irlanda e da Espanha, contra a média de 2,1 pontos da OCDE. Numa década, a Espanha reduziu a percentagem da população adulta que não passava do ensino obrigatório de 62% para 47%, contra os 26% e 24%, respetivamente, da OCDE e da União Europeia.

ImprensaEM REVISTA

Inova ....................... Pág. 14

Sistema MELIOR apoia a qualificação dos recursos humanos das PME

Imperial .................. Pág. 14

Marca de chocolate assinala 80 anos com investimento de dez milhões

Anpromis ................ Pág. 17

A Agricultura é uma parte importante da nossa economia

Laranjinha .............. Pág. 25

Empresa prepara abertura de lojas próprias nas principais capitais da moda

Direitos .................. Pág. 29

A pensão de alimentos e a dupla tributação internacional

Fiscalidade .............. Pág. 31

Governo satisfeito com combate à fraude e à evasão fiscais

Mercados ................ Pág. 37

África do Sul projeta investimentos de 96 mil milhões em infraestruturas

Citroen .................... Pág. 46

C3 com custos de manutenção mais baixos entre os utilitários diesel

Toyota ..................... Pág. 47

Construtor automóvel japonês “liga” Prius à corrente

Nesta edição

09Atualidade

Nova lei do arrendamento vai aumentar a litigiosidade

12 Internacional

União Europeia cada vez mais perto de uma recessão

34 Turismo

Porto e Norte afina estratégia de promoção externa para três anos

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

O comboio a vapor que passava entre os pinheiros na terra da minha mãe é uma das imagens mais fortes que guardo da minha infância austera, pobre. Também dos sinos da igreja tenho lembranças; de quando repicavam a chamar para a oração, novos e velhos, viúvas e órfãos, vestidos a “rigor” na penúria mais extrema dos que nada tinham a não ser a felicidade de viverem em solidariedade campesina e com fé no Destino. E também quando tocavam a dobrar e eu ficava assustado no desconforto daqueles sons que não sabia para aonde iam e quem os manipulava. Já então tinha cá dentro, nos escaninhos de mim, os dilemas do resto da vida. Só que não sabia dar-lhes nomes e, com medo, tremia.

Uma vez, acordei estremunhado a altas horas da noite, com os sinos a gritar por auxílio. À minha volta já corriam, pela “casa” onde vivia, vultos apressados, e ouviam-se gritos e suspiros, quando percebi que tinha havido uma “desgraça” (era o que se dizia) e o povo estava a ser convocado para acudir. Furando entre as pernas dos adultos estremunhados como eu, vi, ao longe, entre muita gente triste, uns faróis com uma luz mortiça que, depois, percebi que era um desconjuntado carro de bombeiros. Vinha acudir.

Evoco estas singelas memórias porque,

ao ler um jornal de fim de semana, o relato da morte de cinco homens num poço, em Vilela Seca, Chaves, me levou até lá, a esse meu tempo de vésperas de difícil luta pela simples sobrevivência dos meus. Dizia assim a notícia: “Quem deu o alerta foi a nora de um dos empregados agrícolas. Ao aperceber-se da tragédia, a mulher veio a correr a Vilela Seca gritando para que alguém tocasse os sinos a rebate e juntasse a população para ir ajudar. Os primeiros que chegaram ao local ainda tentaram destapar completamente a entrada do poço com um trator, mas já pouco puderam fazer.” (…) Sábado, oito de setembro de 2012.

A história, ao contrário do que alguns defendem, não é uma progressão continua para a prosperidade. Seja o homem, por natureza, bom (mito do bom selvagem de Rousseau) ou mau (homo homini lupus, Hobbes), nada do que foi civilizacionalmente adquirido é definitivo. A luta pela cidadania tem de ser ativa, constante, coletivamente assumida, do nascer ao pôr do sol.

Portugal está a fenecer. Não é, decerto, a primeira vez que os deuses, face aos homens deste canto da Europa, se revoltam. Mas o tempo que vivemos é já de tragédia que tende a agravar-se exponencialmente. Dizia um pai, há dias, na antena de uma rádio

(cito de cor): “Não aguento mais. No dia em que não tiver comida para dar à minha filha, saio à rua eu mato-os”.

Os sinos dobram por nós – os que vivemos a vida com o suor do nosso trabalho e não recebemos comissões nos concursos públicos, nem temos contas em “off-shores” criminosas. E dobrarão com mais intensidade quanto mais nos resignarmos aos poderes que dizimam, sem escrúpulos, o nosso quotidiano.

Há uma saída possível. Que os sinos toquem a rebate mas para nos acordar desta modorra em que andámos.

Precisa-se de cidadania ativa, o que implica que cada um saia da sua área de conforto (cada vez mais restrita) e deixe de ser cobarde perante esta imensa fraude que se trata como austeridade.

Será que aqueles que punem os portugueses – através, também, de outros portugueses! – por serem gastadores e trabalharem pouco para o seu nível de vida são exemplo a seguir?

Regressemos à austeridade, sim. De costumes, de regras honestas de conduta, de valores, de dignidade humana, de justiça social. Mas não nos agrilhoem numa austeridade que não passa de um expediente para nos roubar os nossos bens e a nossa vida.

Os sinos tocam a rebateMas não nos agrilhoem numa austeridade que não passa de um expediente para nos roubar os nossos bens e a nossa vida.

Causas do dia a diaANTÓNIO VILAR [email protected]

ABERTURA

2 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2012

TERESA [email protected]

JOÃO LUÍS DE [email protected]

O corte de remunerações para o setor privado que resulta do aumento da TSU para os traba-lhadores de 11% para 18% pode não ter efeito prático para uma

parte das empresas e dos seus colaboradores. Em declarações à “Vida Económica”, vários diri-gentes associativos anteveem que a folga de custos que decorre da diminuição das contribuições pa-tronais irá acrescer à retribuição dos seus colaboradores, com o objetivo de aumentar a motiva-ção e estimular a produtividade.

“A redução da contribuição patronal na TSU é, seguramen-te, em termos concetuais, uma medida interessante para as em-presas, no sentido de poderem ser mais competitivas face aos seus concorrentes na economia global”, começa por dizer Rafael Campos Pereira, vice-presidente da CIP e da AIMMAP.

Diz, porém, o dirigente pa-tronal que “essa medida apenas

poderia e deveria ser aplicada a empresas exportadoras e que têm concorrentes nos diversos pon-tos do mundo”. Considera, aliás, “verdadeiramente perverso que a medida seja suscetível de ser aplicada a empresas praticamente monopolistas e que não estão su-jeitas a concorrência internacio-nal no âmbito da sua atividade, como a PT, a EDP ou a grande distribuição”.

Discordando “em absoluto que a redução da parte patronal na TSU tenha sido efetuada à custa de um aumento ainda maior na contribuição dos trabalhadores” - a TSU dos trabalhadores por conta de outrem e dos funcioná-rios públicos passa de 11% para 18% e a dos trabalhadores inde-pendentes de 29,6% para 31,7%

–, Rafael Campos Pereira tem, contudo, uma certeza: “é muito provável que uma parte das em-presas canalize a sua poupança em sede de TSU para aumentos salariais, no sentido de compen-sar, pelo menos parcialmente, os seus trabalhadores pelo prejuízo que lhes é causado por esta me-dida”. Não aceita, por isso, que “seja o Estado a fixar a forma como as empresas irão utilizar as suas eventuais poupanças”.

“Ganhos de produtividade com contextos salariais mais favoráveis”, diz a AIP

Igualmente questionado, o pre-sidente da AIP “não pode deixar de emitir um juízo claramente positivo” sobre a redução da TSU

REDUÇÃO DOS ENCARGOS SOCIAIS CRIA MARGEM PARA ATENUAR CORTE NAS RETRIBUIÇÕES

Empresas encaram ajustes para compensar mudança

O impacto financeiro a dois anos das mexidas na TSU será de apenas “1% no emprego, 0,5% no investimento e entre 1% a 2% no crescimento das exporta-ções”, reconhece o ministro das Finanças, Vítor Gaspar.

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Health Cluster Portugal apresenta projeto “Do IT”O Health Cluster Portugal (HCP), a que preside Luís Portela, apresenta na próxima semana, 19 de setembro, na Casa da Música, o Projeto “Do IT” - Desenvolvimento e Operacionaliza-ção da Investigação de Translação. Dinamizado pelo HCP e apoiado pelo QREN, o projeto “Do IT” envolve um total de 21 parceiros, incluindo empresas, instituições de I&D e hos-pitais.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

A redução da Taxa Social Única (TSU) para as empresas de 23,75% para 18% despoletou protestos em quase todos os quadrantes, mas é bem vista pelas principais confederações patronais em Portugal.Em declarações à “Vida Económica”, Rafael Campos Pereira, vice-presidente da CIP, fala de “uma medida interessante para as empresas, no sentido de poderem ser mais competitivas face aos seus concorrentes”. Já o presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, emite “um juízo claramente positivo” face ao que foi anunciado e frisa que a competitividade da economia portuguesa também “deve basear-se” em “contextos salariais mais favoráveis”.

salariais na TSU

para as entidades empregadoras”, uma vez que é uma medida que sempre defendeu “como forma de aumentar a competitividade” das empresas.

Em declarações à “Vida Econó-mica”, José Eduardo Carvalho diz que “a competitividade da econo-mia portuguesa deve basear-se na diferenciação e no crescimento de valor, o que é claramente com-patível e reforçado com enormes ganhos de produtividade, com contextos salariais mais favoráveis e competitivos”.

Admitindo o “inevitável im-pacto negativo a curto prazo na procura interna, derivado da di-minuição do rendimento dispo-nível”, o líder da AIP espera que “esta vantagem competitiva, que se traduzirá na redução dos cus-tos de mão-de-obra em Portugal, seja suficiente para compensar” essas quebras num horizonte pró-ximo.

Aplaudindo “o propósito” do Governo de reduzir a despesa pública, o presidente da AIP “la-menta” é que a mesma “não esteja sustentada numa reforma do Es-tado que redefina o seu papel e as suas áreas de atuação”.

Bem mais crítico às medidas do Governo é o presidente da Asso-ciação Nacional do Ramo Auto-móvel (ARAN). Em declarações à “Vida Económica”, António Teixeira Lopes é de opinião que elas emergem da parte de “quem nunca esteve no ‘terreno’”, não lhe parecendo que as grandes be-neficiárias – as grandes empresas –, vão admitir novos colaborado-res ou baixar os preços.

O presidente da ARAN chama, aliás, a atenção que “a realidade do país”, que “é constituído em 80% por pequenas e microem-presas”, acreditando que “não será por este incentivo que vão admitir mais pessoal”, pois “o cenário da economia para 2013, com os cortes nos vencimentos e outros, é de tal forma cinzen-to que este tipo de empresas vão é ter problemas em encontrar clientes e faturar”.

“Maior evasão contributiva”, refere Bagão Félix

Na mesma linha, António Ba-

gão Félix, ex-ministro das pastas do Trabalho e das Finanças, ar-rasa o Governo em toda a linha. Além de “injusta” e “intolerável” do ponto de vista social, consi-dera a medida anunciada pelo Primeiro-Ministro “ineficiente do ponto de vista económico”, trazendo associada uma con-sequência adicional: “a desre-gulamentação do mercado de trabalho” e uma “maior evasão contributiva”. A contratação dos chamados recibos verdes “vai va-ler mais a pena”, diz.

Pelas suas contas, “uma desci-da de 5,75 pontos percentuais da TSU para as empresas vai signi-ficar uma descida dos custos glo-bais em apenas cerca de 1,5% e não é esse ganho que vai tornar a empresa A ou B mais competiti-va”, afirma, categórico, o ex-mi-nistro, questionado pela “Vida Económica”. Daí que considere “intolerável” que a medida, que é “universal” e aplicada “à custa dos trabalhadores”, seja, ao mes-mo tempo, “ineficiente do pon-to de vista económico, pois não vai gerar emprego”.

Reconhece, contudo, o ex-go-vernante que “para as empresas de setores regulados”, como as da energia e dos combustíveis ou da banca e dos seguros, “a me-dida representa uma poupança”. E que, “se a mesma fosse reper-cutida para a frente, permitiria diminuir o preço dos combustí-veis, da energia ou dos prémios de seguro”. Receia, porém, que tal não vá suceder, temendo, pelo contrário, que a poupança na TSU “vai é gerar mais lucros” para as empresas de bens não transacionáveis.

“Portugal não tem uma estrutura estatística”, diz Belmiro de Azevedo

Entre os críticos das medi-das anunciadas por Pedro Pas-sos Coelho e Vítor Gaspar está também Belmiro de Azevedo, chairman da Sonae. À margem da conferência “Portugal e os Desafios da Segurança Energéti-ca”, no Porto, o empresário não ignora que, contas feitas pelo BES Investimento, as empresas cotadas no PSI20, como a So-

nae, o BCP ou a EDP, são as que mais beneficiam com a redução da TSU, poupando a empresa de Belmiro de Azevedo cerca de 20 milhões de euros, de acordo com o mesmo estudo.

Mas não é esse ganho ime-diato que o impede de ter voz. Em declarações aos jornalistas, Belmiro de Azevedo lembrou que “Portugal é um país relati-vamente pequeno” e que “temos é que melhorar a rentabilidade daquilo que é nosso”, seja da flo-resta, do mar ou da agricultura.

Aconselhando a que nos deixe-mos de “devaneios”, o chairman da Sonae diz que “Portugal não tem uma estrutura estatística nem de avaliação dos impactos”, lamentando que haja “erros per-manentes”.

O ministro das Finanças, Vi-tor Gaspar, acabou por assumir, esta terça-feira, na conferência de imprensa de apresentação das linhas gerais do Orçamento do Estado para 2013, o parco al-cance que as mexidas na TSU a partir do próximo ano vai gerar

na economia. Os resultados do estudo citado

pelo ministro dizem que o im-pacto financeiro a dois anos da medida deverá ser de “1% no emprego, 0,5% no investimento e entre 1% a 2% no crescimen-to das exportações”. Ainda que tenha referido que o Governo vai criar “incentivos para que as empresas retenham as poupan-ças geradas pela diminuição da TSU, de modo a financiar o seucapital e a preservar o emprego e conter o desemprego”.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBOR 2012 5

Exposição “Respect for Architecture Porto 2012” no Palácio da BolsaA exposição “Respect for Architecture Porto 2012”, organizada pela Ordem dos Arquitectos - Secção Regional Norte (OASRN), foi inaugurada a semana passada no Palácio da Bolsa e ficará patente até 5 de outubro. Inserida numa iniciativa paralela à Porto Design Week, a mostra pro-põe uma visita a 20 projetos de reabilitação urbana.

Investigadores da Universidade de Coimbra lançam solução “HeartCycle”Uma equipa de 10 investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma tecnologia para nova geração de monitorização remota de Doentes cardíacos. Denominada “HeartCycle”, esta solução “irá marcar” a denominada Terceira Geração de Sistemas de Monitorização Remota de Doenças Cardiovasculares.

Proteção social conferida pelos regimesA - Trabalhadores dependentes: B - Trabalhadores independentes:

Doença (*) Doença (*)

Parentalidade Parentalidade

Desemprego (**) Desemprego (**)

Doenças Profissionais Doenças Profissionais

Invalidez Invalidez

Velhice Velhice

Morte Morte

(*) O subsídio de doença o subsídio de doença é atribuído a partir do 4.º dia de incapacidade para o trabalho e, por regra, o período de concessão depende da duração da doença.(**) A partir de abril de 2012 o prazo de garantia para atribuição do subsídio, foi reduzido de 450 para 360 dias, de trabalho por conta de outrem com registo de remunerações, nos 24 meses imediatamente anteriores à data do desemprego.

(*) O subsídio de doença só é pago a partir do 31º dia de doença e, por regra, é atribuido pelo período máximo de um ano(**) Só a partir de julho de 2012 e para os trabalhadores independentes que que sejam economicamente dependentes de uma única entidade contratante (dela obtenham pelo menos 80% do valor total dos seus rendimentos anuais) tendo como prazo de garantia para atribuição do subsídio 720 dias de exercício de atividade independente, economicamente dependente, com o correspondente pagamento efetivo de contribuições, num período de 48 meses imediatamente anterior à data da cessação involuntária do contrato de prestação de serviços.

Alteração dos Descontos para a Segurança SocialEmpregador

Trabalhador Dependente Trabalhador Independente (*)

2012 2013 2012 2013 2012 2013

Vencimento/ Rendimento

Mensal

23,75% 18% 11% 18% 29,6% 30,7%

J 600 J 142,50 J 108 (-34,5) J 66 J 108 (+42) J 124,09 J 128,70 (+4,61)

J 900 J 213,75 J 162 (-51,75) J 99 J 162 (+63) J 186,13 J 193,05 (+6,92)

J 1.300 J 308,75 J 234 (-74,75) J 143 J 234 (+90) J 248,18 J 257,40 (+9,22)

(*) Considerando um trabalhador independente prestador de serviços cujo rendimento declarado para efeitos fiscais corresponda, em termos de média mensal, ao rendimento indicado. No caso dos trabalhadores independentes, o montante das contribuições é calculado, em geral, aplicando a taxa contributiva à remuneração convencional fixada num dos 11 escalões de base de incidência contributiva determinados por referência ao valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS - 412,22 J em 2012). A determinação do escalão aplicável é feita tendo por referencia o duodécimo do rendimento anual relevante (no caso 70% do rendimento declarado para e feitos fiscais)

6 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

Sandra Rodrigues nomeada Business Manager da NOESISCom mais de dez anos de experiência em empresas de tecnologias de informação, a nova colaboradora será responsável pela dinamização da oferta da NOESIS, assumindo a gestão de um conjunto de clientes e das equipas associadas a esses projetos. Sandra Rodrigues é licenciada em Psicologia das Organizações e do Trabalho pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

ACIB promove cursos gratuitos para valorizar restauração regionalAprender a preparar e decorar cocktails, servir vinhos, tornar o menu mais apelativo ou confe-cionar novas iguarias são propostas da Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB) para os restaurantes, cafés e snack-bares de Barcelos e Esposende. A partir de hoje (15), e durante meio ano, a ACIB oferece cursos aos profissionais destes estabelecimentos, para que possam melhorar as suas capacidades técnicas e a oferta disponibilizada a clientes e visitantes. No total, vão ser formados 500 participantes.

ATUALIDADE

TERESA [email protected]

Os pré-avisos de greve ao tra-balho extraordinário, nomea-damente aos feriados e fins de semana, que vários sindicatos afetos à CGTP e mesmo à UGT enviaram às empresas após a en-trada em vigor da Lei 23/2012, de 25 de junho, que altera o Có-digo do Trabalho e diminui, de forma substancial, as remunera-ções por trabalho suplementar, tiveram um impacto residual nos setores automóvel, alimentar e metalomecânico.

Dirigentes de três associações industriais ligadas a estes setores desvalorizam os impactos da gre-ve no feriado de 15 de agosto, também não estando a antever transtornos de monta para o pró-ximo feriado de 5 de outubro.

“Francamente desconhecemos qualquer tipo de impacto, até porque muitas das empresas e ou os seus trabalhadores, nos ramos que a ARAN representa, pode-riam estar de férias”, disse Antó-nio Teixeira Lopes, presidente da ARAN (Associação Nacional do Ramo Automóvel), à “Vida Eco-nómica”.

Lembrando que “a situação no ramo automóvel é desastrosa, seja nas vendas de automóveis novos ou usados, seja nas oficinas, Tei-xeira Lopes diz que têm de “des-dobrar as horas extraordinárias em dois tipos: as que asseguram serviços como a saúde ou trans-portes e as devidas a situações eventuais”. No último caso, “es-

tamos em crer que, sendo os portugueses um povo pacífico e sobretudo quando são para en-tidades privadas, desde que não exista interferência sindical, estas continuarão a ser efetuadas”.

Igualmente questionado, o presidente da Associação dos In-dustriais de Laticínios (ANIL), que representa grandes empresas do agroalimentar como a Nestlé ou a Lactogal, explicou à “Vida Económica” que, “considerando a situação do mercado de consumo, não são muitas as empresas que estejam a recorrer com frequência ao trabalho suplementar”. Aliás, diz Pedro Pimentel, “infelizmen-te, são bastantes mais aquelas que estão a trabalhar bastante abaixo das capacidades normais de pro-dução, estando frequentes vezes a realizar tarefas não produtivas como forma de ocupar os seus trabalhadores”. Por outro lado, “e de acordo com a informação recebida, apenas em duas delas um conjunto muito limitado de trabalhadores aderiu à greve e o respetivo impacto na execução das tarefas programadas foi pouco significativo”.

Questionado sobre que medi-das estão a tomar para atenuar os efeitos da greve no feriado de 5 de outubro, Pedro Pimentel fala de “normais contactos com algumas forças sindicais”, não deixando de reiterar que a “aplicação das novas regras de pagamento do trabalho suplementar emergem do novo Código do Trabalho”, tendo, nal-guns casos, “carácter imperativo”.

Ainda assim, esperam “a melhor compreensão por parte das for-ças sindicais e que, até essa data, o pré-aviso de greve ao trabalho suplementar possa ser retirado”.

Há empresas a negociar remunerações superiores às do Código do Trabalho

No que ao setor metalúrgico e metalomecânico diz respeito, “o impacto [da greve] foi verda-deiramente nulo” e “não houve qualquer paralisação efetiva nas empresas”, disse à “Vida Eco-nómica” Rafael Campos Pereira da AIMMAP (Associação dos Industriais Metalúrgicos, Meta-lomecânicos). Não houve, pois, “nem prejuízos nem trabalhos programados e/ou encomendas especiais que tenham ficado por realizar”.

Questionado sobre o próximo feriado de 5 de outubro, Rafael Campos Pereira diz que “não se perspetiva que, a concretizar-se uma eventual greve, venha a mes-ma a merecer a adesão dos traba-lhadores das nossas empresas”.

Já sobre o pagamento do tra-balho extraordinário, Campos Pereira refere que há empresas a remunerar “nos termos do atual Código do Trabalho”, mas que “há igualmente um conjunto importante de médias e grandes empresas que estão a procurar encontrar soluções consensuais com os colaboradores no sentido de a remuneração ser um pouco superior”.

Greve às horas extraordinárias não causou prejuízos na indústria

Uma decisão difícil mas correta A mexida nos valores da Taxa Social Única suscitou uma chuva de críticas de todos os quadrantes, incluindo destacados responsáveis dos partidos da coligação e deixando o Governo cada vez mais isolado no combate à crise económica e social. A solidariedade nacional em torno dos desafios difíceis que o país enfrenta não é. Já era.A redução significativa da contribuição das empresas para a Segurança Social estava anunciada e mastigada. Fazia parte do programa do Governo, constava do Memorando de Entendimento com a “troika”, mas como decisão difícil que era a exigir coragem política que vai sendo rara, estava a ser sucessivamente adiada.Os peritos da “troika” insistiam que era uma medida fundamental para aliviar os custos de trabalho e combater o desemprego. Mas com umas finanças públicas depauperadas num Estado que não tem meios para solver as suas dívidas, que depende da assistência externa para obter financiamento, a redução da TSU para as empresas era uma equação impossível. Como compensar a queda de receitas? Cortando de formas drástica as pensões e os benefícios sociais? Desviando receitas de outros impostos?Os acontecimentos precipitaram-se e convergiram para a decisão tomada. O Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade do corte dos dois salários da Função Pública em 2013, decisão que suscitou a surpresa desagradável da “troika”. O Governo falhou as metas da execução orçamental em 2012, apresentando um défice muito superior ao previsto.Tornava-se fundamental encontrar uma medida que alargasse os cortes aos privados para ultrapassar o obstáculo da inconstitucionalidade, tentar inverter a queda das receitas fiscais, e mais ainda importante, começar a tomar as primeiras ações a favor do relançamento da economia e estímulo do emprego.

Vitor Gaspar nega o que parece ser a evidência. A Troika entendeu que a redução da TSU não podia esperar mais, apesar dos insistentes pedidos do Governo nesse sentido. E, assim, terá sido exigido a Passos Coelho que anunciasse a medida, nas vésperas da avaliação em curso, como condição indispensável para evitar o “chumbo” e a disponibilização da “tranche” seguinte do financiamento.Desta vez não houve crédito. Escaldada pela lentidão do Governo em tomar as medidas difíceis, a “troika” exigiu “pagamento” adiantado.Com a descida da TSU para as empresas acompanhada da subida da TSU para os empregados, o Governo foi obrigado a dar uma cajadada que matou vários coelhos.Na prática, para os empregados estamos perante uma descida do rendimento de 7%. Para as empresas, trata-se de uma descida dos custos salariais de 5,75% que pode ou não ser atenuada – assim o esperamos – por decisão das próprias empresas.Ao contrário do que vem acontecendo com outras decisões, não se trata de uma simples transferência de recursos do setor privado para o Estado e nessa medida nada tem que ver com os habituais e sucessivos aumentos dos impostos.Foi seguramente a medida mais difícil e também a mais amarga tomada em Portugal por um Governo em democracia. Apesar de difícil, acreditamos que se tratou de uma medida correta, sendo de esperar alguns efeitos positivos para a economia.Os valores da TSU estiveram estáticos durante as últimas dezenas de anos. Com exceção de um ligeiríssimo ajuste efetuado por Eduardo Catroga em 1994, nenhum Governo tomou a decisão lógica e elementar de ajustar a TSU às necessidades atuais e futura.E nesse longo período em que a TSU esteve inalterada o país mudou e o Mundo mudou.No futuro, o Governo pode mudar, mas dificilmente a TSU irá regressar aos valores que tivemos sem alterações durante várias dezenas de anos.Nesta área, como em muitas outras, nada será como dantes.

EDITORIAL

Vitor Gaspar nega o que parece ser a evidência. A Troika entendeu que a redução da TSU não podia esperar mais, apesar dos insistentes pedidos do Governo nesse sentido

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Transtejo apoia bicicletas no BarreiroO grupo Transtejo vai apoiar o “Passeio Ferroviário em Bici-cleta”, que se realiza no próximo domingo (16 de setembro) de manhã no Barreiro, no âmbito do arranque da Semana Europeia da Mobilidade 2012, que se vai realizar até dia 22. O auxílio da Transtejo é dado através do aumento da lotação

de bicicletas para 15 (o normal é cinco), na ligação Barreiro – Terreiro do Paço, nas seguintes carreiras Lisboa-Barreiro das 8h55 e Barreiro-Lisboa das 12h25 e 13h25.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 7

Ginásios sem “fôlego” para o IVA

Dúvidas se o principio da eficiên-cia e da eficácia irão ser efetivamen-te observados na afetação dos recur-sos públicos colocados ao dispor dos autarcas com a nova reorganização administrativa territorial autarqui-ca promulgada através da Lei nº 22/2012, de 30 de maio.

Por entender que o tema da nova Reforma da Administração Local, promulgada pela Lei nº 22/2012, de 30 de maio, se reveste de particular importância para todos os portugueses, não pude resistir à tentação de vos dar conta de algumas das minhas preocupações e pontos de vista sobre esta matéria, a saber:1º - Enfatizar que não vislumbro nesta reforma um pensamento estratégico claro, uma coerência política, previsão e avaliação acerca dos verdadeiros e efetivos benefícios e impactos económicos e sociais, resultantes da sua aplicação às realidades concretas de cada região ou localidade;2º - Tenho sérias dúvidas que esta reforma do Mapa Autárquico traga, efetivamente, aos seus destinatários, ou seja, às populações, um benefício económico, social e de bem-estar adicional e relevante que vá de encontro aos seus verdadeiros anseios, necessidades e aspirações. E porquê? Porque temo, desde logo, que os interesses das elites políticas se sobreponham ao interesse das diversas comunidades e pretendam por esta via a utilização de recursos que por outra via se veriam privadas deles poder lançar mão. Daí as minhas sérias dúvidas se o princípio da eficiência e da eficácia irão ser efetivamente observados na afetação dos recursos públicos colocados ao dispor dos autarcas, com esta nova reorganização administrativa territorial autárquica; 3º - Entendo que é efetivamente

urgente implementar uma verdadeira, profunda e indispensável regeneração da vida política e partidária e uma reconfiguração do papel do Estado e dos sistemas públicos, em suma, há a necessidade de um novo modelo de especialização produtiva, mas não é com paliativos desta natureza que lá vamos, é preciso bastante mais;4º - Temos de, efetivamente, levar a efeito mudanças substanciais ao nível do modelo e do paradigma da gestão da Administração Local. O atual modelo está esgotado. É ineficiente, ineficaz e improdutivo, na maior parte dos casos, sobretudo porque os modelos de gestão são arcaicos, é inadequado às diversas realidades e às verdadeiras e efetivas exigências de rigor na aplicação e afetação dos recursos públicos; 5º -O meu ceticismo, relativamente a esta reforma, resulta sobretudo do facto de a mesma não envolver, sabe-se lá porquê, depois do memorando da “troika“ o contemplar, igualmente os municípios. Se estes fossem envolvidos, estou convicto que iriamos ganhar efetivamente milhões, assim nem tostões;6º -Defendo, incondicionalmente, que tema de tão particular importância deveria antes ser discutido e analisado, exaustiva e racionalmente, de forma séria, com a envolvência das populações locais, uma vez que são as mais habilitadas e interessadas na procura das melhores soluções e opções para a freguesia ou município, para além da grande mais-valia resultante dos movimentos espontâneos dos cidadãos que não se encontram subjugados e subordinados a nenhuma sigla partidária; 7-Termino invocando o Padre António Vieira quando diz “…muito pouco disto ou pouco de juízo devem ter os que têm parte no governo presente, e só os desculpo com não terem visto mais mundo que de Lisboa a Belém”.

Dúvidas sobre eficácia da reorganização autárquica

CARLOS GONÇALVES Gestor de Empresas/TOC

A Associação dos Ginásios de Portugal (AGAP) alerta para o “cada vez maior su-foco dos ginásios” depois de ter passado mais uma prestação do IVA. Para aquela associação, “é incomportável continuar a ter IVA a 23% e, tal como está a acontecer com a restauração, o desemprego continu-ar a subir, a faturação a descer e os espaços a fechar”. “Os restaurantes fecham, aos olhos de toda a gente”, diz o presidente da AGAP, José Júlio Castro, “e o mesmo sucede com os ginásios, e o nosso apelo é que se implementem medidas concretas e eficazes de combate ao encerramento de tantos ginásios e à queda brutal da fatura-ção do setor”.

Recorde-se que a AGAP constatou em julho que a perda de clientes este ano, em

relação a 2011, é de 16% e de 25% na fa-turação líquida, com redução de 30% nos postos de trabalho. De acordo com o do-cumento, “dezenas de ginásios já fecharam portas este ano e crê-se que grande parte dos 80% que estão em terreno fortemente negativo não consigam aguentar a brutal carga fiscal”.

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A União Europeia (UE) está pre-ocupada com os níveis de desem-prego e exclusão social no conti-nente. De acordo com um relatório da Comissão Europeia sobre juven-tude, o desemprego na UE na faixa etária 15-24 anos aumentou 50% desde o início da crise, passando de uma média de 15% em feverei-ro de 2008 para 22,5% em julho deste ano. Segundo os dados mais recentes publicados pelo Eurostat, os níveis mais elevados encontram--se na Grécia (53,8%) e na Espanha (52,9%). Na UE, mais de 30% dos jovens desempregados estão nessa situação há mais de um ano.

O relatório – que é produzido a

cada três anos – faz, por isso, um apelo para que o emprego juvenil, a inclusão social, a saúde e o bem--estar dos jovens assumam cariz absolutamente prioritário na políti-ca europeia de juventude. “É com profunda preocupação que observo os efeitos da crise nos jovens. São demasiados os que estão em risco de exclusão social e pobreza. Os jo-vens são o nosso futuro e estou for-temente empenhada em reforçar os nossos programas e políticas na área da educação, formação e juventude para melhorar as suas perspetivas de emprego e oportunidades de vida”, afirmou Androulla Vassiliou, co-missária europeia responsável pela

educação, a cultura, o multilinguis-mo e a juventude.

O novo programa proposto para as áreas da educação, formação e juventude Erasmus para todos, a vigorar no período 2014-2020, es-tará no centro da nova estratégia da UE para a juventude. Este novo programa prevê um significativo aumento dos fundos a afetar, o que permitirá a cinco milhões de pesso-as receberem bolsas da UE para es-tudar, prosseguir formações ou fazer voluntariado no estrangeiro, quase o dobro comparativamente aos pro-gramas 2007-2013 atualmente em vigor, de acordo com um comuni-cado da Comissão.

Desemprego e exclusão social dos jovens preocupam União Europeia

Investimento em Angola na Associação Comercial de LisboaA BPO Advogados e a Associação Comercial de Lisboa realizam no próximo dia 21 de se-tembro, entre as 14h00 e as 18h00, o Seminário “ABC do Investimento em Angola: Como estruturar o Investimento”. “Pretende-se permitir o conhecimento da realidade económica angolana e das formas de exercício da atividade comercial e empresarial em Angola”, refere a BPO Advogados.

70% das compras de automóveis decididas por mulheres As mulheres portuguesas estão a assumir cada vez mais influência na decisão dos casais no que respeita à compra de automóvel e em 70% dos casos é a elas que cabe a palavra final. A con-clusão é da empresa de comércio de automóveis novos e usados MBM Mobile. Segundo o es-tudo, o público feminino gasta mais tempo no processo de compra e o estilo e desempenho são menorizados. São, portanto, mais racionais.

A economia portuguesa vai ter pela frente a batalha da modernidade e competitividade. Portugal não consegue atingir os níveis de produtividade da União Europeia e isto é uma condição “sine qua non” para se atingirem os grandes objetivos de prosperidade, solidariedade e qualidade de vida. Ao contrário do que muitos parecem indiciar, a economia portuguesa não está controldada e a sua debilidade estrutural continua a assentar em alguns pecados capitais conhecidos: um modelo exportador, mas que é reativo relativamente aos mercados e relativamente pobre em valor acrescentado;uma crença no IDE sem a adequada incorporação de produção ou decisão nacional naquilo que faz;transferência de mão de obra e capital para atividades de baixo valor acrescentado, em alguns serviços (ex: turismo) e na construção civi; Numa frase, com este modelo obtivemos um país de baixa produtividade e muito dependente do exterior, porque implementámos mal o que parecia ser uma boa receita: exportações; infraestruturas; atração de capital estrangeiro via investimentos e via turistas. Impõe-se, MAIS DO QUE NUNCA, corrigir o rumo e a posição dos protagonistas do processo de desenvolvimento do país, em ordem a obter um modelo mais assertivo e mais eficaz. As variáveis para esse processo são claras: aumentar as exportações no PIB, mas fazê-lo porque se trabalha para clientes mais exigentes. Abandonar a captação de clientes baseada nas vantagens de preço baixo e procurar os clientes mais sofisticados – pagam mais pelo valor acrescentado e ainda nos desafiam a modernizar e a aumentar os nossos padrões de exigência a vários níveis. Isto reforçará fatores de competitividade baseados em recursos e capacidades únicos, flexíveis e valiosos, por oposição aos modelos mecânicos, lineares, baseados na minimização de custos;apostar na dinamização de indústrias de bens transacionáveis de média e alta intensidade tecnológica, procurando envolvê-las com os grandes investimentos de IDE. Isto reforçará o capital empreendedor, normalmente em micro e médias empresas/projetos, e contribuirá para a fixação de conhecimento, ganhos económicos e aumentos nos centros de decisão portugueses;apostar na educação superior e na formação. Mas isto não significa elevar o número de diplomados por si. Significa promover o grau de utilidade da educação/formação para as empresas. Atualmente, assiste-se à emigração de talentos ou ao subemprego de licenciados, por falta desta relação entre centros de formação e empresas. A solução não é um “superplano” que aponte as áreas prioritárias – isto é ineficaz. É antes introduzir concorrência e liberdade de opção entre as escolas, universidades e centros de formação, para além dos investimentos em estrutura e nas pessoas dessas instituições. Rapidamente os benefícios da internalização de mecanismos de mercado serão transpostos para outras áreas de “welfare”;o setor público consome, em despesa total, quase 50% do PIB Português. É preciso refletir muito seriamente sobre tomar uma de duas opções: ou este número se reduz para níveis mais eficientes, em torno dos 40%, com a necessária revisão das funções do Estado; ou o setor público aprende a tornar-se mais produtivo e devolve à Sociedade, em serviços públicos e em bem-estar, tanto ou mais quanto lhe cobra em impostos.

PORTUGAL CONTINUA A NÃO ATINGIR OS NÍVEIS DE PRODUTIVIDADE DA UNIÃO EUROPEIA

A batalha da economia portuguesa

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e conhecimento

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

EM CAUSA FRAGILIDADES NO SIP-SIG E ATRASOS NOS CONTROLOS ‘IN LOCO’

Portugal obrigado a devolver 89,4 milhões de euros da PACTERESA [email protected]

Portugal vai ter de devolver a Bruxelas 89,4 milhões de euros de fundos da Política Agrícola Comum (PAC), devido a “fragilidades no SIP-SIG (Sistema de Identificação Parcelar e Sistemas de Informação Geográfica) e a atrasos nos contro-los ‘in loco’”, revelou a Comissão Europeia em comunicado.

No âmbito do chamado procedi-mento de apuramento das contas, a Comissão Europeia vai reclamar aos Estados-membros um total de 215 milhões de euros de fundos da política agrícola da União Europeia indevidamente gastos. Portugal é o país que terá de devolver a maior fa-tia, seguido do Reino Unido (34,5 milhões de euros), da Itália (28 mi-lhões de euros) e da Suécia (20,4 milhões).

Ao contrário, a Espanha vai ter de ser reembolsada pela União Euro-peia em 110,7 milhões de euros, na sequência de um acórdão emitido no ano passado pelo Tribunal Euro-peu contra uma anterior decisão da Comissão de recuperar fundos rela-tivos ao azeite (C-24/11P).

CAP atribui culpas ao ex-ministro Jaime Silva

Recorde-se que, em Novembro de 2010, Bruxelas notificou Por-tugal para devolver mais de 45,7 milhões de euros, também devido a fragilidades no SIP-SIG. Em ou-tubro de 2011, Portugal também foi notificado para devolver 1,735 milhões de euros, sendo 678 mil euros respeitantes a deficiências no

controlo do rendimento da trans-formação no setor da transforma-ção de tomate no exercício de 2007 e 2008 e, no âmbito do desenvol-vimento rural, 656 mil euros rela-tivos a deficiências nos controlos no local, medidas agro-ambientais, medida relativa às zonas desfavore-cidas e aplicação tardia do sistema de sanções, para os exercícios de 2006-2007. A deteção de erros fi-nanceiros no Fundo Europeu Agrí-cola de Garantia (FEAGA) e no Fundo Europeu Agrícola de De-senvolvimento Rural (FEADER) redunda na devolução de 401 mil euros.

Na sequência do comunicado di-vulgado pela Comissão Europeia, a CAP (Confederação dos Agricul-tores de Portugal) veio esclarecer que “estas falhas se devem exclusi-

vamente ao desempenho do Gover-no português, nomeadamente nos anos de governação do ex-ministro da agricultura Jaime Silva, e não a quaisquer irregularidades por parte dos agricultores”.

Em comunicado, a CAP lembra que “esta penalização surge num momento de grandes dificuldades financeiras para o país e penaliza di-retamente os agricultores, uma vez que o setor agrícola carece de verbas do Orçamento de Estado para com-participação de novos projetos, es-senciais para que se possa manter o impulso que a agricultura tem vin-do a dar às exportações nacionais”. Contudo, diz a CAP, “os motivos que conduziram a esta penalização estão neste momento sanados, com a colaboração das organizações de agricultores”.

A Comissão Europeia vai reclamar aos Estados-membros um total de 215 milhões de euros.

ATUALIDADE

Teleperformance Portugal investe 3,2 milhões em novo Contact CenterA Teleperformance Portugalvai inaugurar no dia 26 a sua nova sede e plataforma de Customer Experience Management. Localizado na Expo (Lisboa), o novo edifício resulta de uma parceria que envolve um investimento de edificação de J15M e um investimento de adap-tação, por parte do grupo Teleperformance, de J3,2M.

Colgate pede sorrisos para apoiar Operação Nariz VermelhoA Colgate vai realizar uma campanha de solidariedade social com o objetivo de apoiar a visita dos Doutores Palhaços da Operação Nariz Vermelho a crianças hospitalizadas. A iniciativa, intitulada “Vamos Fazer Portugal Sorrir”, decorre até 31 de outubro. Ao longo deste período, os Portugueses são convidados a contribuir de forma simbólica: só precisam doar um sorriso através do site www.sorrisoscolgate.pt.

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 9

era quase impossível tal denúncia, não só pelos custos, como também pelo tempo que demorava, o custo agora passa a corresponder a um ano de rendas e a denúncia é feita por via extrajudicial, ou seja, por carta registada com aviso de rece-ção”.

Cientes de que esta “não é uma

lei neutra” e de que os interesses dos destinatários do diploma se “encontram em pólos opostos”, os entrevistados não têm dúvidas: os novos métodos de atualização das rendas e o fim do vinculismo nos contratos não habitacionais “con-duzirão, naturalmente, a grande litigiosidade”.

Nova lei do arrendamento vai aumentar a litigiosidade

“As soluções do legislador não foram as mais adequadas”, lamenta António Raposo Subtil.

PUB

TERESA [email protected]

As soluções do legislador quan-do ao novo regime jurídico do arrendamento urbano (Lei n.º 31/2012, de 14 de Agosto) “não foram as mais adequadas”, apesar do “debate intenso” que antecedeu a promulgação e posterior publica-ção do diploma, afirma o advoga-do António Raposo Subtil.

Em entrevista à revista “Vida Judiciária”, na qual também par-ticipam os juristas Manteigas Martins, Carla Freire e José Rai-mundo, os quatro especialistas da RSA – Sociedade de Advoga-dos lamentam o “atrevimento de desjudicialização das ações de despejo”. E temem, daqui para a frente, “uma certa banalização”

do Balcão Nacional do Arrenda-mento (BNA).

-ve desjudicialização (retirar dos tribunais, do controlo judicial e

-trutural das relações sociais”, ad-verte Raposo Subtil.

Tudo isto, “com implica--

veis, nomeadamente, no fun-cionamento do mercado do

-rendatários e da tutela efetiva do cumprimento dos contratos”, explica o entrevistado. E não fa-lando já na mais que certa redu-ção da atividade dos advogados, pois “a dispensa da intervenção do advogado nos processos acionados junto do BNA naturalmente que conduzirá a uma redução da inter-venção dos advogados”, adverte.

Nesta entrevista à “Vida Judici-ária”, Manteigas Martins também não poupa críticas. Diz que o re-sultado final consubstancia “uma mudança de paradigma”, funda-mentalmente a dois níveis.

“Em primeiro lugar, pretende-se o fim do vinculismo, ou seja, o fim dos contratos perpétuos para os se-nhorios, pois a eles não poderiam por termo no fim do prazo do contrato, sendo que, de facto, pelo menos no que aos arrendamentos não habitacionais diz respeito, o vinculismo termina”. Em segun-do lugar, diz o advogado que “há uma mudança radical no que se refere à denúncia dos contratos de arrendamento antigos para demo-lição ou para remodelação ou res-tauro profundos”. É que, “se antes

ATUALIDADE/Opinião

Depois de nos últimos artigos ter tentado orientar o investidor português sobre os riscos financeiros de uma aventura económica mal medida no Brasil, este artigo pretende ser mais vocacionado para o lado da economia. É importante falar também da forte dinâmica concorrencial e empresarial, da vontade do governo brasileiro em defender as fronteiras da especulação cambial e de taxas de juro, somado à também enorme vontade do governo em querer acabar com a usura e o abuso nas taxas de juro ativas, e das dificuldades e necessidade que o Brasil enfrenta para combater o câmbio que estava ainda há poucas semanas artificialmente abaixo do dólar. Há também ainda o problema gravíssimo das baixas taxas de juro das principais moedas mundiais e que empurra capital para o Brasil – capitais que não são desejados, vindo para investimento monetário e cambial de rendimento ou especulativo.Há poucas semanas atrás, a economista e presidente do Brasil, Dilma Roussef, decidiu tomar vigorosas medidas para evitar uma recaída da economia. Foi a reação esperada e atenta depois de alguns números macroeconómicos publicados entre Dezembro do ano transato e Abril do corrente ano terem saído por debaixo das expectativas. O compromisso do atual Governo para o corrente ano de 2012 é que a economia se expanda por 4.5%, bem acima das últimas previsões do Banco Central que apontam para +3.5% e dos analistas, recentemente consultados pela imprensa , que na média resultou de uma expansão de “apenas” 3.2% para o avanço do PIB. Talvez, em resultado das revisões em baixa feitas pelo analistas mais conceituados, e para melhoria da confiança e aceleração no ritmo da economia, Dilma ordenou cortes de impostos e outras medidas de estímulo no montante de aproximadamente 35 biliões de dólares (65 biliões de reais).Dilma dizia na divulgação daquelas novas medidas, primeiramente de apoio à industria, que estes cortes destinam-se a “proteger a indústria contra práticas predatórias e comerciais dos países ricos”. Tais medidas são consubstanciadas, entre outras práticas, na eliminação de 12.1 biliões de impostos sobre salários até 2013 com abrangência nas indústrias que estão a ser mais castigadas por um surto de importações, resultantes das rápidas alterações comportamentais do consumidor brasileiro e à “facilidade” de obtenção de crédito na classe C, a nova classe média brasileira.Voltando ao título do artigo, é histórica a decisão do Governo em

acabar com o decreto de D. Pedro II que, desde há 150 anos, garantindo na caderneta de poupança um rendimento fixo no mínimo de 6%. Com as sucessivas quedas da taxa de referência do Banco Central (SELIC) aquela garantia necessariamente ficou colocada em causa!Para evitar um desinvestimento massivo dos particulares e outros agentes, que financiam o Estado comprando renda fixa, o Governo tomou uma decisão histórica definindo uma nova regra em que os novos depósitos após 4 de maio devam estar indexados a 70% da variação da Selic quando esta cair abaixo dos 8.5%, acrescidos de 70% da TR (taxa referencial dada pela média dos certificados de depósito de 30 bancos que fazem parte desta regra). Atualmente a SELIC já está nos 8% (4.5% a menos que há um ano atrás) e as projeções apontam para final do ano um intervalo com lado inferior nos 7.75% e teto nos 8.5%/ano.Na prática, esta nova regra introduzida nas contas de poupança terá as seguintes consequências nas contas dos aforradores:- hoje o rendimento da caderneta de poupança está nos 6.17% ao ano, mas com uma SELIC de 8.5% a remuneração cai para 6.14%; - já com a SELIC nos 7.5% a remuneração cai mais ainda e para 5.11% e, - se a SELIC recuar para 6%, as novas regras levam a que os juros auferidos no produto baixem para 4.42%.São mais de 100 milhões de contas, com um valor total acima dos R$ 410 biliões. Estatisticamente, 99%

das contas tem um saldo inferior a 50.000 reais (cerca de 20 mil euros), será preciso então algum tempo para ver o impacto das novas medidas e se o Estado brasileiro não terá de recorrer mais à colocação da dívida pública no exterior em alternativa à histórica colocação doméstica.No lado das taxas ativas mais favoráveis o Banco do Brasil lidera. Nas últimas 5 semanas, as taxas do cheque especial caíram de 8.31%

para 3.94%; no crédito pessoal de 5.79% para 3.94% e noutras linhas de crédito nomeadamente financiamento automóvel de 3.2% para 1.58% - taxas mensais.A provável redução dos juros de referência vai retirar o Brasil do patamar de campeão do mundo no pagamento do melhor juro real, com um nível atual de 3%. Porém, para que tal se venha a verificar é preciso que a inflação recue mais um pouco, tarefa que não está a ser nada facilitada com a forte propensão ao consumo que o grandes camadas da população brasileira ainda denota. A queda do câmbio, se for exagerada (!), isto é, com um dólar a comprar mais que 2 reais por um tempo dilatado também não vai ajudar à redução da inflação. Em verdade, há quase dois anos que a inflação está acima da meta definida por Brasília.Passando da economia para o “mundo real” e como tenho vindo a fazer notar viver no Brasil pode ser muito, mesmo muito caro. A atual taxa de câmbio do real mantém-se em queda, algo que até agrada ao ministro das Finanças, mas já se ouvem vozes que o dólar/real acima de 2.00 não é desejável por um tempo alargado! Assim, por uns dias ou por umas semanas sempre é mais “barato” vir ao ou para o Brasil…São Paulo, a grande metrópole do Brasil, é, como bem sabemos, uma das cidades mais caras do mundo. Lia recentemente num relatório do banco alemão Deutsch Bank que, passar um fim de semana de luxo nesta “capital” sai mais caro que em cidades como Nova Iorque e Tóquio. Mais caro mesmo só Sydney na Austrália.

Hoje São Paulo ainda é a capital da riqueza e do luxo no Brasil, mas está, ano após ano, a ver seu estatuto diminuir para outras grandes metrópoles. O Rio de Janeiro está na peugada do primeiro lugar. Deverá demorar anos, mas não estranharia que o Rio, depois de 2016, com o petróleo a começar a jorrar em grandes quantidades, começasse a rivalizar de “igual para igual” com São Paulo.

Taxa de 6% na poupança garantida por D. Pedro II desde 1861 acabou

Os tempos modernos da consultoria e apoio

à gestão financeiraO papel verdadeiramente eficaz do consultor financeiro vai além do “uso de números” (scorekeeping) tradicional para perceber e estimar o valor do negócio.Empresas líderes (grandes ou PMEs) usam a função financeira para oferecer inteligência de negócio confiável, implementar e melhorar processos de gestão de risco e alinhar os dados com as métricas chave do negócio, contribuindo assim de forma tangível para o sucesso da organização.

Consultoria enquanto atividade profissionalExistem atualmente 2 grandes vertentes na consultoria:

Consultoria especializadaO consultor atua em um ou poucos assuntos dentro da área de conhecimento. A contratação é geralmente feita onde se concentram as especialidades (contabilidade, assessoria fiscal, recursos humanos, estratégica, etc.). Tem como vantagens maior qualidade dos serviços, menor resistência e maior rapidez na implementação devido à maior interação com os vários sistemas organizacionais da empresa cliente.Deve-se, no entanto, definir corretamente a área da consultoria especializada, e verificar se o consultor é realmente um especialista naquela área de atuação. Verifique assim os seguintes pontos:

SustentabilidadeConhecimentoExperiênciaÉtica

A consultoria especializada é a de maior crescimento nos últimos tempos e poderá evoluir para a consultoria total.

Consultoria total (vertical e horizontal)Consultoria total é aquela que atua em praticamente todas as áreas do cliente e por toda estrutura.Há uma maior abrangência e facilidade de atuação nos diversos sistemas da empresa, um otimizado nível de formação, além de possibilitar investimentos menores para as empresas clientes.É importante verificar se as metodologias aplicadas são adequadas e se existe no mínimo um especialista para cada um dos assuntos tratados e deve-se verificar ainda os pontos referidos na consultoria especializada.

Características do consultorO consultor deve saber ainda quais as melhores formas de se realizar a recolha de dados para posterior diagnóstico, dentro de cada tipo de organização, observando suas políticas e valores, antes mesmo de iniciar seu trabalho, mas porque o consultor é uma pessoa que, por sua habilidade, postura e posição, tem o poder de influência sobre pessoas, grupos e organizações, mas não tem poder direto para produzir mudanças ou programas de implementação, é necessário que ele seja independente, automotivado, tenha boas capacidades de comunicação escrita e verbal, tenha capacidade analítica e siga uma conduta ética.As habilidades do consultor devem estar focadas preferencialmente nos métodos e instrumentos utilizados, na partilha de ideias e informações sobre a empresa, na criação de um clima favorável, na gestão dos recursos disponíveis e na motivação.

Considerações finaisO papel dos consultores financeiros de hoje está sob mais pressão do que nunca, impulsionada pela crescente procura por conformidades legais, maior transparência, melhor governo corporativo e pela necessidade de recrutar e reter o pessoal mais qualificado nas empresas para obter os melhores resultados, sendo imperativo, para as empresas e empresários ou quadros de gestão é imperativo trabalhar com os melhores entre os melhores.

JORGE FERRAZGestor e Administrador de [email protected]

HELDER BEÇASenior Manager Grupo Moneris

10 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

A economia política finou-se, já há alguns anos, às mãos de dois terroristas conhecidos mas ainda não capturados: a dialética macroeconómica académica e a economia financeira. Ambos têm no respetivo cadastro uma característica nuclear comum que ajudou a consumar o crime – a economia política sempre existiu e consolidou-se suportada na historiografia dos respectivos campos de ação, que aqueles assumidos criminosos desconhecem por absoluta e irreparável ignorância congénita.O atual caso português é um bom exemplo (apesar de dimensionalmente insignificante), ao criar um novo e perigoso paradigma: estratificar qualitativamente o nosso tecido industrial – em concreto, quem exporta é o santo miraculoso a merecer ser ajudado de todas as formas e feitios possíveis; quem se dedica ao mercado interno deve ser ostracizado (senão mesmo banido da face do mercado) por notória “inutilidade” e “ineficácia” contributivas para a salvação nacional. Como é óbvio, isto é uma completa estupidez e por várias razões estruturantes. Em primeiro lugar, tão importante como exportar será substituir as importações por sucedâneo ou equivalente – e isso, naturalmente, só se fará a partir da produção nacional com vocação de comercialização e distribuição internas fluidas, testadas e lubrificadas. Em segundo lugar, se (agora) a grande preocupação é a retoma económica, a combinar, nos termos de dificuldade tão conhecidos!, com as medidas restritivas em vigor (ou mesmo a agravar), então a chave do sucesso estará na recuperação do consumo interno e isso só será possível através da produção e investimento nacionais. A ser assim, então porquê esta fobia de reformulação do paradigma? Uma vez mais, repetindo processos e intenções quase criminosas por tão sempre presentes na decisão portuguesa, por uma perspetiva curtotermista de navegação à vista que beneficia naturalmente as receitas recolhidas e o processo bancário dos resultados faturados. De facto, é a imposição da mais pura e simples lei do menor esforço – por remessa descontada ou crédito aberto, com risco menorizado e prazos muito favoráveis - que nos leva a privilegiar o que se chama a “carne da perna” das operações de tesouraria.Ninguém de bom senso defende, naturalmente, a desvalorização da importância e contribuição cruciais que as exportações têm para a reversão da actual situação financeira portuguesa. Não é isso que está em causa – o que também deve preocupar os responsáveis é a face alternativa económica do mesmo problema e essa é da responsabilidade prioritária do mercado nacional e dos seus agentes.E aqui entra o Ministério da Economia (MdE), sempre votado ao papel de actor secundário em todo este processo, por culpas maioritariamente próprias. Desde quase sempre – Trinta? Quarenta? Cinquenta anos? – o MdE e as suas principais estruturas de suporte e decisão julgam conhecer e intervir no tecido industrial português de forma asfixiante e maioritariamente desfasada e incoerente. Dois exemplos bastam para o comprovar:Na segunda metade da década de ’90, o MdE teve todos os instrumentos e dinheiro suficientes para promover e diria mesmo impor a reestruturação da indústria têxtil – do plano de equilíbrio da mão-obra empregue à formação de quadros; da seletividade dos investimentos aos apoios para a concentração e expansão. O MdE foi, na altura, alertado para a verdadeira última oportunidade antes da invasão dos produtores do Extremo Oriente – os resultados foram de todo medíocres e nulos em termos de ganho de escala na produção nacional. A título de

exemplo, basta recordar aquele escandaloso caso da comparticipação a fundo perdido de, na altura, cinco milhões de contos para reconstruir de raiz uma fiação, quando entrava já pelos olhos dentro de um qualquer leigo que seria sempre e só o mais a jusante possível que os investimentos deveriam ser concentrados. O outro exemplo foi o da assumida tentativa de assassinato empresarial da indústria de calçado – na opinião do MdE, já estaria condenada desde também há dezenas de anos. Aqueles empresários (apesar dos tradicionais exageros e abusos de gananciosos sem escrúpulos), foram uns autênticos heróis, e todos devemos às suas estruturas representativas o prestígio internacional que hoje auferem com plena justiça.Em Portugal, as estruturas tradicionalmente mais conhecidas do MdE – o IPO, o IACEP, o IAPMEI, eu sei lá mais o quê! – foram sempre de uma inoperacionalidade típica do afastamento em que estiveram, a todos os níveis, da realidade das reais necessidades das pequenas e médias empresas. Dito de forma mais justa e correta, o que fizeram ficou sempre muito aquém do que podiam e deviam ter feito, em função dos meios disponíveis.Mas as mais clamorosas disfuncionalidades dos instrumentos ao dispor do MdE e da banca portuguesa foram, seguramente, os diversos planos de regeneração empresarial e o capital de risco (CdR). Como é óbvio, eles não se lembram ou andavam ainda de fraldas mas tudo começou no Verão de 1974, com Vasco Vieira de Almeida e o plano de apoio às PMEI – dali até hoje, sucederam-se planos, processos e legislação de apoio (Plano Mateus e correlativos) sempre com impacto relativo reduzido na solução global desejável para a recuperação do investimento industrial. Porquê? Depois e durante dezenas de anos (dezenas!) o CdR público, mudando não sei quantas vezes de firma mas mantendo inalterada e solidificada a respetiva cultura organizacional, nunca passou de ser o efetivo e disponível caixote do lixo dos múltiplos incobráveis adquiridos, transitados ou gerados numa gestão a que sempre faltou rasgo e independência perante os interesses dos accionistas.A indústria tradicional portuguesa sempre precisou exatamente da antítese do que foi toda esta trapalhada, gizada na Rua Horta Seca. Onde sempre esteve a cómoda posição do sleeping partner ou o simples dispensador de meios financeiros deveria ter estado o acionista de referência e o interventor proativo , com visão estratégica e mobilizador das vontades corporativas; onde sempre esteve o “auditor externo de manga-de-alpaca” devia ter estado a incómoda e incomodada alternativa de gestão moderna, exigente e participativa, na ótica da busca das melhores práticas e mais eficientes processos. Resguardados no que era o “by the book” do capital, as nossas alternativas domésticas fizeram e transformaram-se no que nunca se viu em parte nenhuma do mundo financeiro: em mais um instrumental à mão da banca para esta não resolver mas empurrar com a barriga farta, os problemas que criava no seu relacionamento com os clientes mais difíceis. E isto até hoje! No dia em que acordarmos para as indústrias tradicionais do mercado interno já pode ser muito tarde – estarão todas agonizantes e às mãos, uma vez mais, dos que dominam mas desconhecem por completo o enquadramento em que vivem. Da próxima vez que houver governo, e em vez do Canadá, importem o MdE de Castro Verde, Vila da Feira, Urgeiriça ou Sobral de Monte Agraço – é mais barato e, quiçá, talvez seja mais eficaz.

Cerealis avança com projeto Kaizen de melhoria contínua A Cerealis iniciou a implementação de um projeto de melhoria contínua em parceria com o Kaizen Institute Portugal. Até 2014, a empresa vai introduzir nas suas fábricas da Trofa e da Maia, as ferramentas e metodologias kaizen. O objetivo é melhorar significativamente os ní-veis de performance em toda a cadeia, esperando a empresa também alcançar resultados ao nível do empenho e motivação das equipas.

Nova lei das insolvências na AEP PortoA BPO Advogados e a Associação Empresarial de Portugal realizam na terça--feira (dia 18), entre as 14h e as 18h, o Seminário “Insolvência e Revitalização de Empresas: A Nova Lei” onde estarão em debate e análise, os pilares princi-pais da Nova Lei da Insolvência. O evento terá lugar nas instalações da AEP no Porto.

Economia política

Tenho direito a beneficiar do subsídio de desemprego du-rante mais 12 meses. Nesta semana, recebi uma proposta de emprego interessante mas que, financeiramente, não é superior ao valor que recebo pela prestação de desemprego. Há alguma forma de acumular o subsídio de desemprego com o trabalho?

A proteção do trabalhador entre empregos deve, cada vez mais, ser uma obrigação do Estado. Com efeito, a promoção da reinserção dos trabalhadores sem emprego no mercado laboral deve ser encarada como uma prioridade.Nesse sentido, foi publicada, no dia 6 de julho, a Portaria n.º 207/2012 (doravante Portaria), que regula a Medida de Incentivo à Aceitação de Ofertas de Emprego (doravante Medida). Esta consiste numa medida de emprego que promove o regresso ao mercado de trabalho de desempregados subsidiados, através da atribuição de um incentivo financeiro àqueles que aceitem um emprego a tempo completo com uma remuneração inferior ao valor da prestação de desemprego que se encontram a receber.O Governo pretende, com esta medida, um “melhor ajustamento no mercado de trabalho, reduzindo o número de ofertas não preenchidas que coexistem com um elevado nível de desemprego”De acordo com o artigo 1.º da Portaria, esta medida é aplicável aos beneficiários do regime geral de segurança social, que sejam titulares de prestações de desemprego e reúnam (cumulativamente) as seguintes condições:Estejam inscritos nos centros de emprego há mais de seis meses;Aceitem oferta de emprego apresentada pelo centro de emprego, cuja retribuição ilíquida seja inferior à prestação de desemprego;Tenham, na data de celebração do contrato de trabalho, direito a beneficiar da prestação de desemprego por um período remanescente igual ou superior a seis meses.Conforme estipula o artigo 4.º da Portaria, o apoio financeiro concedido por esta medida consiste na atribuição de um montante pecuniário mensal igual a:50% do valor da prestação de desemprego durante os primeiros

seis meses, até ao limite máximo de J 500;25% do valor da prestação de desemprego durante os seis meses seguintes, até ao limite máximo de J 250. O apoio financeiro pode ser atribuído até 12 meses durante cada período de concessão da prestação de desemprego, incluindo neste o período de concessão do subsídio social de desemprego subsequente. Nos casos em que o contrato de trabalho tenha uma duração inferior a 12 meses, o trabalhador poderá celebrar um novo contrato de trabalho ao abrigo da medida, desde que continue a ter direito a prestações de desemprego, ainda que por período inferior a 6 meses.À semelhança do que sucede no caso de o trabalhador gozar licença de parentalidade, se, durante o período de aplicação da medida, o trabalhador estiver impossibilitado, por doença, de prestar a sua atividade, o pagamento do apoio financeiro previsto na medida é suspenso. Note-se, contudo, que o montante do apoio financeiro recebido pelo trabalhador em acumulação com o pagamento dos subsídios de doença ou parentalidade é deduzido do remanescente do apoio a que o trabalhador tenha direito.O apoio financeiro em acumulação com trabalho deve ser requerido pelo beneficiário junto do Instituto de Emprego e Formação Profissional, IP, no prazo de 30 dias consecutivos, a contar da data do início da vigência do contrato de trabalho. Este requerimento tem de ser instruído com a apresentação do contrato de trabalho, que deve incluir, entre outras, a data de início de vigência, retribuição mensal, bem como uma declaração da entidade empregadora a atestar que não beneficia de outros apoios para o mesmo posto de trabalho (designadamente a “Medida Estímulo 2012” ou a dispensa temporária do pagamento de contribuições).Em suma, desde que preencha os requisitos previstos na Portaria n.º 207/2012, de 6 de julho, nada obsta a que o trabalhador acumule as prestações de desemprego que aufere com os rendimentos do trabalho que lhe foi proposto. Até porque a acumulação destes montantes poderá facilitar a sua reinserção no mercado de trabalho.

A acumulação de um trabalho com o subsídio de desemprego

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ATUALIDADE/Opinião

RICARDO MEIRELES VIEIRA Advogado Gabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados [email protected] www.avlc-advogados.com

CONSULTÓRIO LABORAL

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 11

União Europeia cada vez mais perto de uma recessão

Os dados não deixam grandes margens para dúvidas. Os 27 pa-íses da União Europeia arriscam cada vez mais uma recessão. É que a economia registou uma contração de 0,2%, no segundo trimestre, na Zona Euro, enquanto na UE a que-bra no PIB cifrou-se em 0,1%.

PIBContração de 0,2%da Zona Euroe de 0,1 na UE

A quebra confirmada na ativi-dade económica deixa a Europa às portas de uma nova recessão, já que o crescimento foi nulo nos

três primeiros meses do ano, tan-to na União Europeia como na Zona Euro. Em termos interanu-ais, o PIB registou uma descida de 0,5% na Zona Euro e de 0,3% nos Vinte e Sete. Importa notar que os indicadores negativos são gene-ralizados em praticamente toda a Zona Euro, incluindo os países do Centro e do Norte do bloco, como a Finlândia, a Bélgica ou a Dina-marca. Nos países mais afetados pela crise, a economia manteve a contração do PIB, o qual registou uma baixa de 0,4% em Espanha, de 0,7% em Itália e de 1,2% em Portugal.

A Grécia terá sofrido uma que-bra de 6,2% no trimestre, face a

igual período do ano passado, a maior de toda a Europa. Por seu lado, a Alemanha está a aguentar o impacto e teve um aumento de 0,3%, relativamente ao primeiro trimestre do ano transato. Os me-lhores indicadores de toda a UE foram os da Suécia, da Letónia e da Eslováquia. O consumo das fa-mílias teve uma redução de 0,2%, na Zona Euro e na UE, no período em análise. Também a formação de capital fixo teve uma quebra de 0,8%, na região do euro, e de 0,9% na UE. Entretanto as expor-tações cresceram apenas 1,3% na Zona Euro e 1% na UE, enquanto as importações aumentaram 0,9% nas duas regiões.

Os ministros dos países da Ásia/Pacífico estão preocupados com a deterioração das perspetivas económicas mundiais e apelam à continuação das ações para lutar contra o protecionismo. A recuperação económica parece ainda estar longe, na ótica dos 21 países que integram o Fórum de Coopera-ção Económica Ásia/Pacífico.

Os sinais de enfraquecimento surgem es-pecialmente do lado dos Estados Unidos e da Zona Euro. Pelo que haverá que avançar com medidas suplementares para que os mercados permaneçam abertos. Só assim será possível manter ou até reforçar os la-

ços comerciais em termos globais. De notar que este grupo de países representa cerca de 44% do volume global do comércio mun-dial. A Apec considera essencial levantar os muitos obstáculos que ainda se colocam às transações internacionais.

Não é por acso que existem receios. Em situações de crise económica é habitual os países mais ricos enveredarem por políti-cas mais protecionistas. Ora, as economias emergentes são-no sobretudo devido ao crescimento exponencial das vendas para o exterior, especialmente para os mercados com maior consumo “per capita”.

Ásia/Pacífico receia aumentodo protecionismo

Os principais grupos empresariais euro-peus estão a fazer pressão junto das enti-dades europeias, no sentido de uma ação consistente para sustentar a moeda única. Consideram as associações empresariais que o Banco Central Europeu, em parti-cular, tem de mostrar de forma inequívoca que o euro é para se manter.

Também é feito um apelo aos governos nacionais para tomarem medidas concretas e resolverem a falta de confiança que existe atualmente no que toca à união monetá-ria. Referem em comunicado conjunto as grandes associações empresariais que a ins-tabilidade do mercado financeiro tem de ser reduzida, o que passa por revelar um compromisso inequívoco para apoiar o euro, quer através da utilização das ferra-mentas disponíveis por parte do BCE, quer do lado da ESM (Mecanismo Europeu de Estabilidade).

O mecanismo deve entrar em vigor quando e se os países membros aceitarem

programas de reestruturação, enquanto o BCE deverá intervir nos mercados secun-dários se e quando seja necessário apoiar o ESM para garantir a estabilidade do euro. Com um esforço conjunto e sincronizado, os empresários acreditam que as condições do mercado financeiro serão mais estáveis e previsíveis.

Empresas europeias querem “apoio inequívoco” ao euro

As medidas económicas lançadas pelos governos não estão a refletir-se no crescimento do PIB.

12 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

HP elimina 29 mil postos de trabalhoO fabricante de computadores HP prevê eliminar mais dois mil em-pregos do que o previsto inicialmente, no âmbito do plano de rees-truturação. A redução de postos de trabalho vai abranger cerca de 29 mil colaboradores, no período de tempo até 2014, segundo um co-municado da empresa. Diz que parte dos despedimentos respeitarão a saídas voluntárias e a reformas.

IAG e Qantas acabam com negócio conjuntoO International Airlines Group (IAG), através da sua subsidiária British Airways, e a Qantas acordaram colocam um fim ao seu negócio conjun-to, com efeitos a partir do próximo mês de março. Esta decisão deriva do anúncio da Qantas sobre a sua nova associação global com a Emira-tes. A IAG já veio a público garantir que o final deste negócio conjunto não terá qualquer impacto negativo nos seus objetivos financeiros.

ATUALIDADE/Internacional

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

Credibilidade, imparcialidade e rigor reconhecidos na certifi cação de produtos e de sistemas de gestão.

Presente em 25 países Membro de vários Acordos de Reconhecimento Mútuo

Acreditada pelo IPAC como organismo de certifi cação de produtos, serviços e sistemas de gestão da qualidade

Membro de:

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E-mail: [email protected]

Vendas mundiais de automóveis Mercedes com recordeA Mercedes-Benz comercializou mais veículos durante o mês de agosto do que em igual período em outros anos. Com um total de 91 316 unidades entregues, as vendas subiram 4,5% em comparação com o ano anterior. Desde o início do ano, foram vendidos 841 567 automóveis Mercedes-Benz (+5,4%), o que é, também, um novo recorde.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 13

Nos últimos dias fomos confrontados com sucessivas informações de novas medidas fiscais de austeridade com o objetivo principal de arrecadação de receita imediata.Aliás, tudo isso foi muito bem explicado pelo ministro das Finanças, que de uma forma clara, como é seu apanágio, falou dos objetivos que são necessários atingir.Numa análise objetiva e sintética, resulta que os funcionários públicos continuam com um subsídio suspenso (rendimentos acima de 1100 euros/mensais e parcialmente acima dos 600 euros), sendo que outro subsídio será reposto mas de forma esbatida nos 12 salários anuais.Este valor será sempre sujeito ao aumento da contribuição para a segurança social, o que equivale à perda de rendimento disponível.

Os pensionistas continuarão sem o 13.º e 14.º mês, sendo que as regras para o não pagamento se mantêm as mesmas.As contribuições para a segurança social vão aumentar para os trabalhadores por conta de outrem de 11% para 18% e para as empresas haverá uma diminuição da TSU que se fixará em 18%.Os trabalhadores independentes sujeitos a regime de segurança social terão uma taxa de 30,7% (atualmente 29,6%).No que ao IRS diz respeito, irá diminuir-se significativamente os escalões de rendimentos (fala-se em três), aumento das taxas médias de imposto, sendo que a taxa mais elevada irá manter-se nos 46,5%, acrescida da taxa de solidariedade. Nesta matéria o ministro garantiu que o mínimo de existência seria mantido.

Prevê-se um agravamento da carga fiscal para os chamados bens de luxo, como são exemplo os carros de alta cilindrada, aeronaves e barcos.Os acionistas e detentores de partes de capital serão sujeitos a um agravamento da tributação sobre os rendimentos de capital, nomeadamente dividendos, bem como sobre as valias mobiliárias resultantes da alienação de participações, passando estes rendimentos a ser tributados a uma taxa de 26,5% (atualmente 21,5%).Os proprietários de prédios urbanos com valor patrimonial superior a um milhão de euros serão sujeitos a um agravamento resultante de uma nova taxa em sede de Imposto do Selo, que acrescerá aos efeitos resultantes da avaliação geral dos prédios no pagamento do IMI em 2013.Em sede de IRC serão introduzidas

alterações para alargar a base de incidência, nomeadamente para os grupos económicos, e introduzidas medidas de limitação à dedutibilidade dos encargos financeiros excessivos.Numa primeira análise e face aos elementos de que dispomos, parece existir ainda uma enorme desigualdade entre os esforços exigidos aos particulares com rendimentos do trabalho e pensões, onde se incluem os funcionários públicos e os restantes contribuintes. Acresce que, estes foram durante o ano de 2012 alvo de exigências adicionais, como é exemplo os agravamentos em IMI que muito tem feito desesperar os Portugueses.No entanto, qualquer análise mais profunda sobre estas medidas terá sempre que aguardar pela proposta do próximo orçamento.

A austeridade fiscal

ANDREIA JÚNIORAdvogada fiscalista da GMA - Gali Macedo e Associados, RL

FERNANDA SILVA [email protected]

A INOVA+ apresentou MELIOR, um sistema online, “simples, intuiti-vo e, acima de tudo, gra-tuito”, que permitirá, de acordo com a empresa, agilizar todo o proces-so de análise e seleção de entidades formadoras por parte das PME nacionais. Diagnosticada a necessi-dade e reconhecida a im-portância da formação nas empresas, o desafio que se coloca é o da seleção da entidade formadora mais habilitada a ministrar a formação pretendida. Porém, “se até hoje esta seleção obrigava a uma pesquisa exaustiva jun-to de todas as entidades formadoras, hoje essa in-formação está à distância de um clique, acessível a qualquer PME de forma rápida, simples, eficaz e gratuita, através do sis-tema informático ME-LIOR”, assegura Eurico Neves, CEO da Inova+.

Este processo vem, se-gundo a mesma fonte “eliminar uma das maio-res barreiras enfrentadas pelas PME que preten-dem disponibilizar for-mação aos seus recursos humanos”. “Ao facilitar-mos o acesso das empresas à formação profissional, estaremos a garantir que mais pessoas, em mais empresas, ficarão melhor qualificadas” e, por isso, “melhor preparadas para enfrentar os desafios da economia atual”. A ver-dade, acrescenta, é que “já não chega termos os melhores produtos. Te-mos também que ter os melhores profissionais, o melhor atendimento, a melhor assistência e uma enorme polivalência, pois só assim garantiremos que temos a melhor oferta”.

Da mesma forma, e uma vez que “não exis-tem práticas de avaliação da qualidade ou do im-pacto das ações de for-mação que meçam o real retorno do investimento na formação, o sistema MELIOR permite ain-da às PME avaliarem “à

distância de um clique” a qualidade de uma ação de formação prestada por uma determinada empresa de formação externa, defi-nindo para tal um conjun-to de passos que incluem a avaliação do estudo das necessidades de formação, do controlo da qualidade da formação e satisfação dos participantes e, final-mente, a obtenção de in-dicadores de qualidade. A mais-valia deste sistema encontra-se no facto de que em cada uma das eta-pas há uma apresentação dos eventuais riscos que podem ser encontrados, bem como das possíveis soluções.

Registo on-line

Na prática, as PME têm unicamente que aceder à

página web do sistema (disponível, gratuitamen-te e em português, no endereço www.melior-project.eu), registar-se e responder às questões que lhes são colocadas. Em função das respostas dadas, o sistema desen-volvido pela INOVA+, em parceria com outras entidades europeias, pro-videnciará um relatório detalhado sobre o perfil da entidade formadora que melhor corresponde às necessidades de forma-ção para a PME, tendo por base uma seleção de importantes critérios tais como experiência, estrutu-ra, profissionalismo e qua-lidade. Assim, a empresa poderá avaliar as diferen-tes opções dependendo do critério que o sistema MELIOR forneça.

Imperial assinala 80 anos com investimento de 10 milhões

TERESA [email protected]

A Imperial, empresa do grupo RAR sediada em Vila do Conde e o maior produtor português de chocolates com as marcas Jubileu, Regina, Pintarolas, Pantagruel, Allegro, Fantasias e Allegro, assinala hoje, sexta-feira, 80 anos de existência. Foi constituída em 15 de dezembro de 1932.

O aniversário é comemorado num evento público com várias individualidades, parceiros e clientes, durante o qual a empresa liderada por Manuela Tavares de Sousa vai mos-trar “o investimento contínuo efetuado na modernização do seu parque tecnológico”. Dele fazem parte equipamen-tos que a Imperial diz serem “de última geração”, capazes de “dar resposta ao plano de crescimento da empresa e de criar produtos inovadores que oferecem novas propostas de valor aos consumidores”.

O último desses investimentos ascendeu aos 10 milhões de euros e foi concluído em 2010, com a construção de nova unidade industrial junto à originária unidade, alber-gando uma nova linha de produção que permitiu à empre-sa “aumentar a capacidade de produção e dar resposta aos objetivos traçados no plano de expansão”.

Com um volume de negócios de 21 milhões de euros e um resultado líquido de mais de um milhão, a Imperial emprega hoje 156 colaboradores e exporta mais de 20% do seu volume de negócios para mais de 40 países, distri-buídos pelos continentes europeu, africano, americano e asiático.

Novos produtos valem 25% das vendas

Refere o relatório e contas relativo ao ano passado que esta empresa do universo RAR, “não obstante o contexto macroeconómico adverso e a queda do consumo privado em Portugal, tem prosseguido uma estratégia que lhe per-mitiu, em 2011, o crescimento do seu volume de negócios face ao ano anterior de 3,3%, tendo encerrado o exercício com uma rendibilidade acima do ano anterior, apresen-tando um crescimento de 18% no EBITDA face a 2010”.

No plano internacional, lê-se ainda no relatório de gestão, a empresa “continuou a registar aumentos expressivos do seu volume de vendas, tendo crescido 14%”, com especial incidência nos países da África Austral e Europa de Leste.

Orgulhando-se de ter vindo a “registar um crescimento sustentado, quer no mercado interno, onde as suas marcas ocupam posições de liderança em diferentes segmentos, quer no mercado externo, onde os diferentes produtos já marcam presença em mais de 40 países”, a Imperial diz “apostar na inovação, na qualidade e na diferenciação como vetores estratégicos de crescimento”. Aliás, “o peso médio de vendas de novos produtos representa, atualmen-te, 25% das vendas totais da Imperial”.

Sistema MELIOR apoiaa qualificação dos recursos humanos das PME

O reforço das competências dos recursos humanos é hoje um dos maiores desafios que as Pequenas e Médias Empresas por-tuguesas enfrentam, assegura Eurico Neves.

Manuela Tavares de Sousa, CEO da Imperial.

Indústria cervejeira com novo concurso em Bruxelas

MARC [email protected]

Os organizadores do Con-curso Mundial de Bruxelas, considerada a maior prova internacional de vinhos, lan-çaram o Brussels Beer Chal-lenge (BBC), que pretende replicar o formato de con-curso existente nos vinhos para as cervejas produzidas em todo mundo.

Segundo Baudouin Ha-vaux, presidente do Con-cours Mondial de Bruxelles (CMB), aquela competição pretende oferecer aos pro-dutores de cervejas em todo o mundo “um concurso pro-fissional, representativo mas independente”, aproveitando o ‘know-how’ reunido em mais de duas décadas de con-cursos ligados aos vinhos.

Assim, entre os objetivos do BBC contam-se “a pro-moção das cervejas de quali-dade” e o “encorajamento de um espírito de competição no seio da indústria”. Para-lelamente, o concurso visa oferecer aos produtores e cervejeiros “uma ferramenta de promoção com reconhe-cimento à escala global”, aproveitando a notoriedade do CMB. Ao mesmo tempo, pretende fornecer aos consu-midores um selo de distinção atribuído por profissionais. Segundo a organização, os produtores cervejeiros que pretendam participar no concurso poderão en-viar as suas amostras até 5 de Outubro. O preço de participação, por amostra submetida a concurso, é de 165 euros.

A primeira edição do con-curso terá lugar em Bruxelas, entre 2 e 4 de Novembro. Esta terá lugar em paralelo com a 2012 Gourmet Food Year, que tem lugar na capital belga. Porém, à semelhança do que se verifica com o seu congénere vinícola, o BBC deverá adotar um modelo de rotação em diferentes países associados à produção e con-sumo de cerveja. A primeira edição do BBC contará com um painel de 40 especialistas internacionais.

Formação comercial gratuita para desempregadosA Ideias & Desafios vai levar a cabo entre hoje (dia 14) e domingo “Ação de Formação Comercial e Liderança para Desempregados”. Gratuita, esta for-mação vai já na décima edição e, segundo os organizadores, 30 a 40% dos participantes estão empregados ou criam o seu próprio projecto entre 3 a 4 meses depois de assistirem à formação. “Esta é uma época em que a questão do desemprego já não é minoritária, é incontornável, atinge transversalmen-te todos os segmentos da sociedade”, refere José Almeida, da empresa.

Jetclass abre loja em MarbelhaA marca de mobiliário de luxo portuguesa Jetclass inaugurou a sua primeira loja em território espanhol, em Marbelha. Aberto em parce-ria com a Deco Time – Interior Lifestyle, o espaço situa-se numa das zonas mais nobre e luxuosas da estância balnear do país vizinho. “Tra-ta-se de um espaço único e convidativo onde será possível apreciar e entrar em contacto com as colecções e peças personalizadas com aca-bamentos Grafitti e High Tech”, refere um comunicado da empresa.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

DORA TRONCÃO [email protected]

O grupo Vodafone escolheu Portugal para instalar o Atlantic NOC (Network Operations Center), um dos dois únicos Centros de Operações de Rede do Gru-po Vodafone na Europa (a empresa não divulga a localização do outro Centro). Luís Carrasquinho, diretor de operações de rede da Vodafone Portugal, indica que “na base da opção por Portugal estiveram o reconhecimento das competências da Vodafone Portugal nesta área, a existência de profissionais especializados com eleva-do know-how e o bom conhecimento das línguas necessárias (inglês e espanhol). A atribuição deste Centro à Vodafone Portu-gal evidencia a capacidade de inovação e execução da empresa, que tem conseguido atrair para Portugal centros de competên-cias e lançamentos de tecnologias, produ-tos e serviços, tornando-se uma referência no Grupo Vodafone a nível internacional e gerando valor para a empresa e para o país”.

O Vodafone Atlantic NOC supervi-sionará as redes de Portugal, Espanha e de outros países europeus, funcionando ininterruptamente 24 horas por dia/sete dias por semana, durante todo o ano. Tem como principal função monitorizar a rede e o respetivo fluxo de chamadas e dados, detetando eventuais avarias e ul-trapassando-as localmente ou passando--as para as equipas de manutenção no ter-reno. O valor do investimento não é alvo de divulgação. O Atlantic NOC contará com aproximadamente 150 colaborado-res, dos quais cerca de 120 serão novas contratações. A fase de recrutamento está a decorrer e os perfis mais procurados são

engenheiros e técnicos especializados. A Vodafone Portugal procura engenheiros e técnicos de telecomunicações que têm de reunir conhecimentos técnicos específi-cos de equipamentos de transmissão core e switching. Segundo Luís Carrasquinha ,“deverão ter também conhecimentos das línguas espanhola e inglesa, flexibilidade horária e grande capacidade de adaptação a uma realidade empresarial internacio-nal e em constante mudança” (encontra a descrição e os requisitos detalhados para duas funções em: www.vodafone.pt/main/A+Vodafone/PT/Recrutamento/default.)

Quando questionado sobre possíveis benefícios deste Centro para Portugal e a possibilidade de o Atlantic NOC desen-volver parcerias com empresas/fornecedo-res locais, o Diretor de Operações respon-

de: “o Altlantic NOC terá uma vertente de investigação e, por conseguinte, trará um apport em termos de inovação tecnológica. O projeto consiste na monitorização das redes da Vodafone de uma forma centra-lizada, consequentemente resultará numa otimização e adoção das melhores práticas de modo a garantir a melhor disponibi-lidade das redes e a prestação do melhor serviço aos clientes Vodafone nos merca-dos envolvidos. Tendo em conta o âmbito do projeto e a sua dimensão, é necessário investir em novos desenvolvimentos, apli-cações e ferramentas de suporte, de modo a garantir a otimização e melhoria con-tínua dos processos, entre as várias redes envolvidas. A possibilidade de realização de eventuais parcerias com empresas por-tuguesas e fornecedores neste âmbito é um tema ainda em desenvolvimento”.

“Capacidade de inovação e execução” motivam escolha de Portugal para Centro de Operações de Rede

Escola Profissional de Braga adapta formação à região A Escola Profissional de Braga (integrada no grupo Rumos) lançou vários cursos cujos responsáveis entendem que a es-cola se torna “ainda mais completa e adequada às tendên-cias do mercado da região, garantindo uma oferta formativa total e abrangente, de modo a dotar os jovens de conheci-mentos técnicos, científicos, sociais e culturais ajustados ao mercado de trabalho”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA,14 DE SETEMBRO 2012

Casa da Ínsua com programa de vindimasA Casa da Ínsua (Dão) desenvolveu um programa de vin-dimas entre 12 e 14 de outubro. Por 135 euros por pessoa (quarto duplo), o programa desafia curiosos e apreciadores de atividades do campo para um dia inteiramente dedicado à vindima, com acompanhamento especial de José Matias, res-ponsável pela exploração agrícola da Casa da Ínsua.

Projetos conjuntos

Sou gerente de uma empresa que se dedica à organização de feiras e congressos e pretendia desenvolver um novo projeto que se concretizaria numa espécie de show room de vários produtos da indústria agroalimentar, a ser realizado no estrangeiro. Como se trata de um evento que combina esforços de várias empresas deste setor, seria necessário obter algum apoio do QREN. Poderemos candidatar-nos a algum programa do QREN?

RESPOSTAO tipo de projeto que pretende realizar enquadra-se no conceito de “projeto de cooperação interempresarial”, pois é dinamizado por um conjunto de empresas autónomas entre si com vista à concretização de objetivos comuns, sendo apresentado por uma PME ou consórcio liderado por PME. Contudo, a Portaria 47-A/2012, de 24 de fevereiro, anulou a elegibilidade desta modalidade de projetos. Assim sendo, a ideia descrita não é passível de apoio por parte do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME do QREN.Contudo, com as alterações adequadas, poderão enquadrar a vossa ideia na modalidade de projeto conjunto, isto é, um projeto apresentado por uma ou mais empresas autónomas que, com o apoio de entidades contratadas, desenvolve um programa estruturado de intervenção num conjunto maioritariamente composto por PME. A possibilidade de classificarem a vossa ideia nesta modalidade de projeto permitirá o seu enquadramento no SI Qualificação. O programa estruturado de intervenção nas PME deverá apresentar soluções comuns e coerentes face a um conjunto de problemas ou oportunidades a explorar, claramente identificadas e justificadas, no quadro das empresas a envolver.As entidades que podem beneficiar destes apoios no âmbito dos projetos conjuntos são as entidades públicas com competências específicas em políticas públicas dirigidas às PME, associações que com aquelas entidades tenham estabelecido parcerias para a prossecução de políticas públicas, as associações empresariais, entidades do SCT e as empresas cuja atividade principal seja a organização de feiras e congressos (CAE 82300).Encontra-se, atualmente, aberto um concurso do SI Qualificação para a modalidade de projetos conjuntos. Neste concurso encontram-se previstas duas fases de apresentação de candidaturas com o objetivo de facilitar o planeamento das ações conjuntas de promoção internacional, bem como a sua divulgação com vista à angariação de empresas participantes:- Fase 1 – candidaturas rececionadas entre o dia 31 de julho de 2012 e o dia 31 de outubro de 2012; - Fase 2 – candidaturas rececionadas entre o dia 22 de abril de 2013 e o dia 15 de julho de 2013. Tendo em consideração as fases para apresentação de candidaturas definidas no ponto anterior, são consideradas elegíveis as despesas de investimento realizadas: - Fase 1 – até 31 de dezembro de 2013; - Fase 2 – até 30 de junho de 2015. Neste aviso, para além das despesas relativas a ações de promoção internacional realizadas no estrangeiro, são igualmente apoiáveis as ações direcionadas a visitantes profissionais (potenciais importadores) realizadas em território nacional, que tenham por objetivo a valorização da oferta nacional em mercados internacionais. Neste âmbito, não serão consideradas elegíveis as ações que envolvam uma participação de potenciais importadores inferior a 90% do total de visitantes [email protected] 348 500

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Media partner

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A Invest Lisboa participa, de hoje (14) a domingo (16) no primeiro Salão do Imo-biliário Português em Paris (SIPP), organi-zado pela Câmara do Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP), no Parque de Exposições da Porte de Versailles, na capital francesa. Para além de expor, a Invest Lisboa participa na quarta edição do Fórum dos Empresários e Gestores Portugueses e Luso--descendentes de Fran-ça, que contará com a presença de Pedro Passos Coelho.

A ideia de realização do SIPP surgiu em 2010 pela CCIFP, devido ao contexto de

crisedo imobiliário português. “Pretende-se que este certame possa contribuir para o es-coamento do excesso de oferta que existe no mercado, junto de uma população com maior

poder de compra, como é o caso da comunidade lusófona radicada em França, que representa cerca de 2,5 milhões de pessoas. Também os Fundos de Investimen-to e os franceses parti-culares, interessados em investir no ramo imo-biliário fora de França

funcionam como um público-alvo, uma vez que representam cerca de 15 milhões, ou seja, um quarto da população francesa”, re-fere um comunicado da Invés Lisboa.

Invest Lisboa marca presença no Salão Imobiliário de Paris

A ideia de realização do SIPP surgiu em 2010 pela CCIFP, devido ao contexto de crise do imobiliário português

O valor do investimento não é alvo de divulgação pela Vodafone.

A Frato, marca especializa-da em soluções para interiores, continua a desenvolver uma es-tratégia de reforço da internacio-nalização. A empresa já exporta a quase totalidade dos seus pro-dutos e tem diversificado o seu posicionamento estratégico. Para tal, as feiras, como é o caso da “Maison & Objet” de Paris, são encaradas como essenciais para aumentar a respetiva projeção in-

ternacional.Foram apresentadas novidades

durante o evento, aos níveis do mobiliário, do estofo e da ilumi-nação, da responsabilidade de Pa-trícia Santos, criadora do concei-to Frato. “As nossas coleções estão em constante evolução. Não há um corte radical com as coleções anteriores, sendo que o equilíbrio entre os estilos clássico e contem-porâneo se assume como a gran-

de linha de referência”, de acordo com Carlos Santos, CEO da em-presa. Esta exporta cerca de 98% dos seus produtos, inteiramente produzidos em Portugal, e depois de já ter assegurado o registo de um milhão de euros em vendas no presente exercício, espera au-mentar em 50% o volume de ne-gócios, no ano que vem.

Aquele responsável assume a importância estratégica propor-

cionada pela presença na “Mai-son & Objet”, em termos de projeção mundial. “Temos como meta reforçar a presença na Ale-manha e nos Estados Unidos, a par da consolidação das relaçõescomerciais que possuímos com os clientes de 35 países. A Fratoespera alargar a oferta da sua novacoleção, que vai incluir novidades que não constam no seu atual le-que de produtos.

MARCA DE SOLUÇÕES PARA INTERIORES

Frato intensifica presença nos mercados externos MINISTRA DA AGRICULTURA GARANTE

“Agricultura é uma parte importante da nossa economia”

“Acreditamos que a agricultura é uma parte importante da nossa economia” Esta a posição assumi-da por Assunção Cristas, ministra da Agricultura, durante a mais recente conferência sobre o setor, promovida pela Associação Na-cional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis). Ficou a ga-rantia de que a agricultura ocupa um espaço privilegiado naquelas que são as preocupações governa-mentais.

Os economistas António Borges e João Ferreira do Amaral apre-sentaram os seus pontos de vista sobre a evolução necessária para o setor, enquanto Luís Vasconcellos e Souza, presidente da Anpromis, apontou a importância de aumen-

tar a área de regadio para tornar a agricultura mais competitiva. An-tónio Borges defende a redução dos custos de produção e a or-ganização dos agricultores como forma de aumentar a competiti-vidade. Ferreira do Amaral ad-mite que a agricultura tem um peso relativamente pequeno na economia nacional, mas acredi-ta que “é um setor essencial para o equilíbrio e a sustentabilidade do país”. Contudo, assume que o setor terá de ser mais moderno e dinâmico, tendo em conta o con-tributo para o equilíbrio da balan-ça comercial.

O presidente da Anpromis centrou as atenções no facto de a agricultura estar a adquirir uma importância crescente enquanto propulsor de valor acrescenta-do na economia. “É importante apoiar as grandes culturas e todos os produtores que têm apostado na modernização do setor para produzirem mais e melhor e apro-veitarem os recursos existentes. Apesar da acentuada volatilidade dos preços que se tem apoderado dos mercados de matérias-primas, a realidade é que os produtores se têm revelado cada vez mais com-petitivos e capazes de responder às necessidades do mercado.”

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2012 17

Grupo Dachser abre filial na ChinaA Dachser, empresa de logística e transporte de mercadorias, a operar no mercado nacional,instalou uma nova filial na China. A partir de Nanjing vai atuar no segmento aéreo e maríti-mo, área de negócio que é uma das principais apostas da multinacional para os próximos anos.Com as novas instalações, o grupo eleva para 16 o número de filiais no mercado chinês. “Nummomento em que as exportações de Portugal para a China cresceram 60%, a aposta contínuada Dachser naquele país facilita ainda mais o acesso das empresas nacionais ao mercado asiá-tico”, de acordo com Jorge Andrade, responsável da empresa em Portugal.

DST conclui obra de seis milhões em FaroO grupo DST deu por concluída as obras na rede de abastecimento de água e recolha de es-gotos em Faro, num encaixe de cerca de seis milhões de euros. Tratou-se da execução de mo-vimentação de terras, pavimentação e aplicação de tubagem nas várias redes de infraestruturas e construção civil dos reservatórios e estações elevatórias. As obras decorreram de um con-curso público há cerca de dois anos. “Mais uma vez, a DST comprovca a sua capacidade de execução e sustentabilidade financeira para abraçar projetos desta envergadura”, referiu José Teixeira, presidente da DST.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

“É importante apoiar as grandes culturas e todos os produtores que têm apostado na modernização do setor”

WeDo Technologies abre escritório em Washington DCA WeDo Technologies, líder mundial em software para garantia de receita, inaugurará no pró-ximo dia 18 de Setembro, nas instalações da empresa em Bethesda, o seu mais recente escri-tório na área metropolitana de Washington DC. Contam com a presença do embaixador de Portugal em Washington, Nuno Brito, do secretário de Estado do Empreendedorismo, Com-petitividade e Inovação, Carlos Oliveira, e diretor da AICEP para a América do Norte, Rui Boavista Marques.

Fórum da Bolsa 2012 a 28 e 29 de setembroIrá realizar-se pelo segundo ano consecutivo o Fórum de Bolsa 2012, no Palácio da Bolsa - Porto, nos dias 28 e 29 de setembro. Vários intermediários financeiros que atu-am na Bolsa, nomeadamente o Banco Best, Banco BIG, Banco Bilbao Vizcaya Argen-taria, Banco BPI, Banco Invest, Caixa-BI, Citigroup, Espírito Santo Investment, Bank GoBulling, Millennium BCP, Montepio, Orey Financial e Santander, estarão presen-tes no Fórum.

FERNANDA SILVA [email protected]

A consultora portuguesa Ma-rketAccess vai instalar-se no Reino Unido para ajudar as PME britâ-nicas nos processos de internacio-nalização. Em declarações à “Vida Económica”, os responsáveis da MarketAccess, Pedro Vieira e Tel-mo Fernandes, concluíram que o Reino Unido é “um dos mais

atrativos mercados do mundo e, seguramente, o país mais atrativo da Europa”. Com a abertura do novo escritório no Reino Unido, a MarketAccess terá um profissional permanente no país e, ainda em 2012, as expetativas são de anga-riar, pelo menos, quatro clientes britânicos entre as PME. A empre-sa nacional prevê faturar 100 mil euros em 2013 só com as opera-

ções em Inglaterra e aumentar as vendas locais em 50% no ano se-guinte.

O facto de a média europeia revelar que apenas um quarto das PME têm atividade exportadora e, destas, apenas 13% para espaços fora do mercado interno faz com que a MarketAccess acredite que os seus serviços serão bem acolhi-dos fora de portas, nomeadamen-

Portuguesa MarketAccess ajuda a internacionalizar PME britânicas

Telmo Fernandes e Pedro Vieira são os sócios fundadores da MarketAccess.

PUB te junto das PME britânicas que ambicionem expandir-se para as novas geografias de crescimento como por exemplo o Brasil, Rús-sia, China, Moçambique ou Tur-quia.

Sendo o Reino Unido o terceiro maior mercado da União Euro-peia, este país revela-se “apetecí-vel em termos de investimento”, começa por revelar Pedro Vieira, sócio fundador da MarketAccess. Nesse sentido, “os gestores e em-presários britânicos sabem que o recurso a apoio especializado con-tribui para que as PME iniciem atividades internacionais mais alargadas e mais rapidamente”, afirmam os sócios da empresa.

Ainda segundo os mesmos res-ponsáveis, o segundo semestre de 2012 servirá, numa primeira fase, de acordo com os responsáveis, para se apresentarem no mercado local “e estabelecer laços e conexões rele-vantes com os principais sectores de atividade industrial britânica”.

Em território britânico, existem cerca de um milhão e seiscentas mil PME, mais 60% do que em Portugal, e os empresários e as au-toridades locais estão empenhadas na promoção das exportações.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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Quem é a MarketAccess?

A MarketAccess foca a sua atuação exclusivamente no apoio ao processo de internacionalização, o que permite que a sua especialização seja útil a empresas de diversos setores de atividade. Este facto, aliado à circunstância de cobrir 30 mercados do globo, faz com que a MarketAccess seja uma empresa única no apoio a PME.Em cada país que desejam trabalhar, a empresa contrata um “nativo” que conheça o mercado, o país e os costumes, por forma a que o trabalho seja o mais eficaz possível.A empresa completou sete anos e desde 2005 já conquistou cerca de 150 clientes, dos quais 40 se encontram ativos. Só nos últimos dois anos a MarketAccess internacionalizou 30 empresas.

A ANA – Aeroportos de Portugal tem por objetivo captar 10 novas rotas até ao final e 2012. Em 2011, o balanço da angariação de novas rotas foi positivo: encerraram 22 rotas, contudo abriram 29 rotas regulares. A captação de rotas é um tema com grande impacto, destacado pelos stakeholders da empresa, integrando – juntamente com a expansão aeroportuária, a gestão de risco e a racionalização de custos para uma maior eficiência – os compromissos estratégicos do Plano Estratégico de Sustentabilidade ANA. Nesse sentido, a empresa desenvolve esforços para disponibilizar cada vez mais rotas nos seus aeroportos com uma aposta nas companhias low cost, como a Easyjet ou Ryanair, e um investimento na trans-portadora portuguesa, TAP Portugal. Estas companhias representam cerca de 65% do tráfego nos aeroportos ANA. Duas rotas fo-ram inauguradas em abril de 2012: Porto--Veneza e Lisboa-Ibiza, pela companhia aérea Volotea. No que diz respeito ao espa-ço Schengen, a Easyjet tem previstas cinco novas rotas para Lisboa, tendo a 11ª rota – Faro-Basel – funcionado precisamente em Lisboa durante a primavera/verão de 2012. Todavia, no ranking das rotas foi a Ryanair que dominou em 2011, com a performance mais positiva. Considerando a globalidade dos aeroportos ANA, foram operadas pela Ryanair cinco das dez rotas com maior cres-

cimento de passageiros transportados. A abertura e o fecho de rotas leva a que o ba-lanço definitivo apenas possa acontecer no final do ano.

Ao nível da quota de mercado, Portugal, Reino Unido, Espanha, França e Alemanha representaram no conjunto cerca de 65% do total. O tráfego doméstico de passageiros con-tinua a deter uma quota de mercado de 15%, embora inferior ao Reino Unido, com 18%.

Inauguração da rota Lisboa-Dubaié marco em Portugal

A inauguração do voo Lisboa-Dubai da Emirates merece especial destaque, sendo a única companhia aérea do Médio Oriente

a operar em Portugal com um voo diário e direto que, segundo Thierry Antinori, Vice-Presidente Executivo de Passenger Sales Worldwide da Emirates,“mais do que transportar passageiros de um destino para outro desbloqueia oportunidades que não existiam até este momento”. De acordo com a ANA, a economia de Portugal vai ser im-pulsionada por este novo serviço, acentuan-do Rui Veres, vogal do Conselho de Admi-nistração da ANA, esta expectativa no que refere à nova rota da companhia Emirates ao frisar que “a conetividade de um país é um dos fatores determinantes da competiti-vidade e desenvolvimento da economia e do turismo, sendo o novo voo [Lisboa-Dubai], e demais ligações a partir do Dubai, muito positivo para a economia portuguesa”.

As principais exportações de Portugal são os têxteis, vestuário, produtos de madeira, maquinaria, ferramentas e equipamento elétrico. A Emirates Sky Cargo oferece 17 toneladas de capacidade de carga a bordo do 777-200ER, disponíveis para impor-tadores e exportadores. Com uma frota de 176 aviões e já com a maior frota de Airbus A380 e Boeing 777 do mundo, a Emirates voa atualmente para 125 destinos em 73 países. Com 50 novos Boeing 777-300ER encomendados durante o Dubai Airshow 2011, a Emirates tem agora 227 aviões, no valor de mais de 62 mil milhões de dólares

(cerca de 48 mil milhões de euros). A rededa Emirates conta com 20 pontos no Extre-mo Oriente, 17 através do Médio Oriente e mais de 180 voos para a Índia todas as se-manas, facilitando o acesso dos passageirosde Lisboa e de outros destinos a uma ampla variedade de destinos em todo o mundo.

ANA trabalha em estreita colaboração como Turismo de Portugal, AICEP e AHP, tendonas parcerias com instituições de referência uma forte aposta, que reforçou ao longo de 2012. Frederico Costa, presidente do Conse-lho Diretivo do Turismo Portugal, declarou a este propósito que a “ANA é uma peça fun-damental da engenharia do Turismo de Por-tugal. O turismo, enquanto interesse públicoa acautelar, não funciona sem aviões. Nessesentido, é fundamental que a receção nosaeroportos funcione bem. ANA e o Turismo de Portugal trabalham em parceria há vários anos na captação de novas rotas. O turismo pode torná-las sustentáveis, torná-las ren-táveis e a ANA pode desenvolver condições para que se expandam”.

ANA quer 10 novas rotas até ao final do ano

EUA lideram “top ten” do tráfego aéreo em 2014Segundo a International Air Transport Association, IATA, os 10 países com mais tráfego aéreo internacional de passageiros, em 2014, serão,por ordem decrescente, em milhões de passageiros: Estados Unidos(214,5); Inglaterra (198,1); Alemanha (163); Espanha (123,3); França(111); Itália (85); Emirados Árabes Unidos (82,3); China (82,1); Japão (71,6) e Hong Kong (62,2).

ESPECIAL AEROPORTOSROTAS

SEXTA-FEIRA, 10 DE AGOSTO 2012 19

“A conectividade de um paísé um dos fatores determinantes da competitividade e desenvolvimento da economia e do turismo”,afirma Rui Veres, vogal do Conselho de Administração da ANA

NOVOS DESTINOS EM 2012 AEROPORTO DE LISBOA Astúrias Birmingham Dubai Eindhoven Nantes Turim

AEROPORTO DO PORTO CopenhagaDole MuniqueToulouseVeneza

AEROPORTO DE FAROKarlsruhe-BadenNantesTorontoViena

A ANA acaba de inaugurar uma rota que no Aeroporto de Dallas gerou cerca de 177 milhões de euros de retorno. Trata-se da ligação Lisboa-Dubai pela Emirates, uma das maiores companhias aéreas do mundo, que liga Portugal ao Oriente sem necessidade de escalas.As novas rotas podem demorar anos a negociar e a sua conquista está em muito ligada às atrações turísticas, nas várias vertentes que uma região pode ter. Felizmente, os aeroportos ANA podem competir em pé de igualdade com os concorrentes e acolher mais de 300 voos diretos.

Vida Económica - Recen-temente, inauguraram uma nova rota da Emirates. Como foi esta negociação, quanto tempo demorou e que pressu-postos estiveram envolvidos para esta se concretizasse?

João Nunes (JN) - A primei-ra reunião que tivemos com a Emirates foi em Outubro de 2006 no Dubai. O processo de desenvolvimento de rotas é quase sempre longo e com mui-tas fases. Os ciclos de planea-mento das companhias aéreas e especialmente para rotas de lon-go curso são grandes. Tem que existir disponibilidade de frota, que às vezes só está disponível uns anos à frente, depois há que perceber muito bem o merca-do e a sua evolução, a estraté-gia da companhia, as alianças e codeshares [acordo que permite a duas companhias aéreas par-tilhar uma ligação] que se po-dem fazer, o interesse político, enfim, existem uma série de di-mensões complexas que se têm que conjugar para que a nova rota exista.

VE - Em termos de dividen-dos, o que pode representar a Emirates voar para Portugal?

JN - O início da operação da rota do Dubai com a Emirates Airlines é um marco histórico para o Aeroporto de Lisboa. A Emirates é uma das maiores companhias aéreas do mundo e vem “abrir” um dos mercados que mais crescem a nível mun-dial – Ásia – e que estava muito condicionado face às reduzidas ligações aéreas. Um passageiro que quisesse viajar para Oriente teria sempre que fazer uma es-cala na Europa. Agora já poderá ir em avião widebody a partir de Lisboa. Muito recentemente o Aeroporto de Dallas estimou

que o voo diário da Emirates em avião idêntico produza um im-pacto económico internacional para a região de $227 milhões por ano (cerca de 177 milhões de euros) em termos de visitan-tes adicionais, ligações comer-ciais e investimento. Por estes números podemos perceber a importância que novas ligações aéreas em geral e de longo cur-so em particular produzem nas cidades.

VE - Quais são os critérios de negociação para uma rota se concretizar nos aeroportos ANA?

JN - Os critérios são os mes-mos, independentemente dos

aeroportos. A rota terá que ser rentável e sustentável a médio prazo. Só nessa perspetiva é que qualquer companhia aérea abre uma nova rota. Obviamente que existem depois condições de mercado, comerciais ou es-tratégicas que poderão influen-ciar mais ou menos a abertura de determinada rota por deter-minada companhia aérea.

VE - Quantas rotas têm os aeroportos ANA? Existem ro-tas em negociação neste mo-mento?

JN - Dos oito aeroportos da rede ANA pode-se voar para mais de 300 destinos diretos. Existem sempre rotas em ne-

gociação em diferentes estados de desenvolvimento nessa ne-gociação. Neste momento os aeroportos estão a fechar as ro-tas para o próximo Verão IATA que começa no final de Março de 2013.

VE - As rotas regionais se-rão alvo de algum tipo de de-senvolvimento nos próximos tempos?

JN - Todos os aeroportos têm bem definido nos seus planos de marketing, as ‘companhias aére-as-alvo’ e as respetivas rotas. As rotas regionais são tão impor-tantes como quaisquer outras.

VE - No âmbito dos planos de expansão, quais considera serem as “démarches” essen-ciais e urgentes atualmente?

JN - A ANA tem vindo a de-senvolver uma estratégia assente num desenvolvimento equili-brado das suas infraestruturas, procurando, desta forma, dar uma resposta eficiente ao cres-cimento do tráfego aéreo atra-vés da conjugação permanente de três fatores – o aumento da capacidade e da eficiência ope-racional dos aeroportos; a segu-rança; e a melhoria do serviço aos nossos clientes, passageiros e companhias aéreas. É neste sentido que devemos continuar a trabalhar.

VE - Quais os aeroportos ANA com potencial para aco-lher mais rotas neste momen-to sem ser alvo de obras de expansão?

JN - A atividade de desenvol-vimento de rotas aéreas, no âm-bito das funções de marketing aeroportuário, consiste num processo de análise sistemáti-ca do mercado do aeroporto, com o objetivo de desenvol-ver a oferta de serviços aéreos, seja através de novas rotas, seja através do desenvolvimento das rotas já existentes. Assim sendo, todos os aeroportos da ANA têm, presentemente, potencial para desenvolver a sua oferta de rotas.

VE - Ouve-se muitas vezes dizer que a skyline de uma capital pode ser um bom in-dicador de como vai a econo-mia de um país. Como vai a skyline dos aeroportos ANA?

JN - A procura de transporte aéreo, o principal driver do ne-gócio da ANA, está diretamente associada ao sistema socioeco-

JOÃO NUNES, DIRETOR DO AEROPORTO DE LISBOA, AFIRMA

“Dos oito aeroportos para mais 300 destinos

20 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

ESPECIAL AEROPORTOS/ROTAS

João Nunes, diretor do Aeroporto de Lisboa, afirma a competitividade internacional dos Aeroportos ANA.

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nómico. Assim, necessariamen-te, a evolução do negócio nos aeroportos da ANA acaba por refletir, de forma mais ou me-nos efetiva, a situação econó-mica da Europa, do país e das regiões onde os aeroportos se inserem.

VE - Como podem os aero-portos europeus no geral, e os portugueses em particular, competir ou contornar a ten-dência para os passageiros voarem para os países com economias emergentes?

JN - O crescimento do tráfe-go está intimamente ligado ao desenvolvimento económico das regiões onde os aeroportos se inserem. As pessoas voam por alguma motivação, seja ela negócios, turismo ou visita a familiares e amigos. São as re-giões com as suas características próprias que criam apetência para os passageiros viajarem. O transporte aéreo poderá po-tenciar esse desenvolvimento aproximando as regiões com ligações diretas. Aos aeropor-tos compete garantir condições adequadas em matéria de capa-cidade, eficiência operacional e qualidade de serviço.

VE - Portugal é visto neste momento como uma porta de entrada para a Europa e, por conseguinte, para o continen-te asiático, assim como para o americano, como escala ideal, com menos custos para quem viaja e com maior con-forto também?

JN - Fruto da estratégia de desenvolvimento da TAP, Lis-boa é hoje o maior “hub” [aglo-merado com concentração de conveniências para o passagei-ro] europeu para o Brasil com mais de 70 partidas semanais para 10 cidades e é também uma importante hub para Áfri-ca com mais de 90 partidas semanais para 15 cidades. A posição geográfica do país face a estes dois continentes é uma

enorme mais-valia que a TAP tem sabido muito bem aprovei-tar conquistando uma quota de mercado importante no tráfego entre estas regiões.

VE - Em termos de rotas, quais são os principais con-correntes para os aeroportos ANA? Os aeroportos de leste, a vizinha Espanha? Quais os pontos fortes/diferenciadores dos aeroportos portugueses no sentido de captar novas rotas?

JN - Qualquer aeroporto no mundo pode ser concorren-te de qualquer aeroporto da ANA. Quando um aeroporto está a negociar com uma com-panhia aérea, está a negociar por um tempo de utilização de

um avião. Por exemplo quan-do Lisboa está em negociações com um companhia aérea base-ada em Londres a um tempo de voo de 2:30h está em concor-rência com todos os aeroportos com o mesmo perfil de Lisboa e que estão à mesma distância de Londres. Poderá ser Praga, Budapeste, Moscovo, Milão. O aeroporto terá que fazer prova à companhia aérea que colocando o seu ativo no seu aeroporto vai ter mais rentabilidade do que se o fizer em outro aeroporto. Como disse atrás, os pontos fortes dos aeroportos estão mui-to ligados aos pontos fortes das nossas regiões. Atualmente ne-nhum aeroporto da rede ANA é impeditivo do desenvolvimen-to das suas regiões quer a nível operacional quer a nível de ta-xas onde neste momento somos extremamente competitivos.

VE - Os preços de estacio-namento de aeronaves, os in-centivos são mais apetecíveis para as companhias aéreas?

JN - Os incentivos são im-portantes numa fase inicial de desenvolvimento da rota mas nenhuma rota se pode desen-volver de uma forma sustentada

com base em incentivos. Isso é uma ideia errada que existe no mercado. Como em qualquer negócio, existem condições co-merciais de atração que, passa-do dois ou três anos, acabam e a rota terá que viver sem apoios extraordinários.

VE - ANA costuma marcar presença nos principais even-tos ligados à negociação e discussão de rotas? Quais são eles e que resultados retiram dessa participação?

JN - Desde 2001 que a ANA está presente nos principais eventos ligados à negociação de rotas. São três ou quatro even-tos por ano que servem para, em dois ou três dias, reunir com um grande número de companhias mas também aeroportos e outros parceiros de negócio. Mas este trabalho faz-se no dia-a-dia com muita pesquisa, muitos contac-tos, muitos telefonemas, muitas conference calls e visitas a e de companhias aéreas.

VE - Durante o ano de 2012 quantas novas rotas foram conseguidas e quantas novas companhias áreas voam agora para os aeroportos portugue-ses?

JN - Em Lisboa tivemos a Emirates para o Dubai, a Vo-lotea para Ibiza e a Transavia France para Nantes.

VE - Considera que a en-trada e saída dos passagei-ros para as cidades onde a ANA opera estão facilitadas? Quanto pode demorar um passageiro a sair do avião ou entrar no avião?

JN - Em termos operacionais os aeroportos ANA nada ficam a dever a qualquer aeroporto europeu, garantindo tempos de processamento em linha com a média dos nossos principais concorrentes.

VE - Os aeroportos ANA são “hubs” atrativos para os pas-sageiros que viajam em negó-cios?

JN - Sem qualquer dúvida que atualmente qualquer aero-porto da rede está apetrechado das melhores condições para um processamento adequado dos passageiros “business”, ten-do sido criadas recentemente novas áreas em todos os aero-portos que permitem melhorar a qualidade de serviço prestada a esse segmento.

ANA pode-se voar diretos”

ESPECIAL AEROPORTOS/ROTAS

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 21

“O Aeroporto de Dallas estimou que o voo diário da Emirates em avião idêntico produza um impacto económico para a região de $227 milhões (cerca de 177 milhões de euros) por ano em termos de visitantes adicionais, ligações comerciais e investimento.”

Os Aeroportos ANA são hoje uma porta de entrada e saída de e para o Oriente, Brasil e África

A ANA – Aeroportos Portugal marca presença na 18ª edição do maior evento global do mun-do dedicado ao tema das rotas, ‘World Routes Development Fo-rum 2012’ em Abu Dhabi. Trata--se de um fórum de desenvolvi-mento de rotas com enfoque em três grandes cenários da indústria da aviação: Turismo, Marketing Online e Redes Sociais e Forne-cedores Industriais. Mais de 100 organizações mundiais de trans-porte já confirmaram presença

na ‘World Route Development Strategy Summit’, a cimeira so-bre estratégia de desenvolvimen-to de rotas mundiais, um dos pontos altos do ‘World Routes’. Esta cimeira é também um dos eventos mais importantes do se-tor, juntando a comunidade de desenvolvimento de rotas, toda a aviação, turismo e “stakeholders” da carga aérea, assim como “de-cision makers” num mesmo local para participar em debates que determinarão a agenda política

e comercial para a indústria de transportes. CEO de aeroportos e companhias aéreas estarão lado a lado com ministros e líderes do espaço aéreo num ambiente que facilita o desenvolvimento de re-des e a aprendizagem. Diversas atividades têm lugar no âmbito do fórum de desenvolvimento da ‘World Routes’, providenciando um palco exclusivo para encon-trar as pessoas que estão a criar o futuro da indústria aeroportu-ária.

A cimeira ‘World Route De-velopment Strategy Summit’ começa um dia antes do ‘World Route Development Forum’, permitindo aos visitantes situar--se um passo à frente para de-senvolver uma compreensão da sua indústria mais estratégia enquanto sentem o pulso do ambiente que os rodeia. São esperados mais de 35 oradores especialistas, incluindo James Bennett, Chief Executive Offi-cer, ADAC; James Hogan, Chief

Executive Officer, Etihad; Athar Husain Khan, Secretário-geral da Association of European Air-lines; Hiran Perera, SVP for Car-go Planning & Freighters, Emi-rates SkyCargo; Mohammed Al Dhaheri, Quality and Per-formance Manager, Abu Dhabi Tourism and Culture Authority; Chris Zweigenthal, Chief Exe-cutive, Airlines Association of Southern Africa e Maurício Em-boaba Moreira, Senior Advisor, GOL Transportes Aéreos.

São várias as entidades que colaboram no sentido de captar mais passageiros e, por conseguinte, mais rotas, como, por exemplo, o Turismo de Portugal e Agências Regionais de Promoção Tu-rística, parceiros privilegiados da ANA – Aeroportos de Portugal. “O programa INITIATIVE:PT tem por objetivo o de-senvolvimento de rotas aéreas de interes-se turístico através do apoio e reforço das ações de marketing do Destino Portugal e dos seus destinos regionais junto dos consumidores das áreas de influência dos aeroportos dos mercados emissores. Este modelo público-privado – que, através do aumento da acessibilidade ao mercado eu-ropeu, melhorou nos últimos anos a com-petitividade de Portugal enquanto destino turístico – junta o Turismo de Portugal,

a ANA, a ANAM e órgãos regionais de turismo (no caso, as Agências Regionais de Promoção Turística). O novo modelo (INITIATIVE.PT 2.0) tem como priori-dades reduzir a sazonalidade, flexibilizar a colocação dos produtos turísticos e alargar a rede de ligações aos mercados. Tem uma dotação de 15 milhões de euros e a contra-tação ao abrigo deste mecanismo decorre até outubro de 2015, sendo acompanha-da até ao final de 2018. O setor do Tu-rismo suporta metade do financiamento (dos quais 30% do Turismo de Portugal e 20% dos órgãos regionais de turismo) e os outros 50% cabem ao setor aeroportuário (ANA e ANAM). É um projeto de muito sucesso e que já é um caso de sucesso a nível internacional”, revela João Nunes, diretor do Aeroporto de Lisboa.

ANA marca presença no maior fórum sobre rotas mundiais

O futuro da indústria aeroportuária reúne especialistas em Abu Dhabi

ESPECIAL AEROPORTOS/ROTAS

22 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

O Centro Nacional de Exposições de Abu Dhabi (ADNEC), nos Emirados Árabes Unidos, acolhe o 18º Fórum sobre o tema das rotas mundiais, de 29 setembro a 2 de outubro de 2012.

ANA tem no Turismo de Portugal e Agências Regionais de Promoção Turística parceiros privile-giados para a promoção de rotas.

INITIATIVE.PT 2.0

15 milhões de euros para programa de incentivos que liga turismo e aviação

- Lei do arrendamento urbano;- Reabilitação urbana;- Fiscalidade no imobiliário.

Foi promulgada em 31 de julho de 2012, por sua Ex.ª o Senhor Presidente da República, a nova Lei do arrendamento urbano, cujo início de vigência se prevê que ocorra lá para outubro ou novembro, próximos.

A aprovação desta Lei representa algo que vários setores reivindicavam há alguns anos e é certamente um instrumento fundamental quer para a dinamização e transformação do mercado de arrendamento quer para a reabilitação urbana, ou ainda para o setor da construção civil e do imobiliário que atualmente atravessa graves dificuldades.

Contudo, há alguns aspetos a regulamentar e cuidados a observar para que esta Lei produza os efeitos desejados. Um desses aspetos a ter em conta é certamente a fiscalidade associada ao setor do imobiliário, quer seja quanto à compra e venda quer quanto ao arrendamento de imóveis, uma vez que a fiscalidade neste setor pode ter um efeito muito significativo no mercado de arrendamento e também na reabilitação urbana.

O objetivo deste artigo não consiste na análise à nova Lei das Rendas, mas antes aos demais aspetos que a complementam, como acontece com a reabilitação urbana e a fiscalidade.

É consensualmente aceite que a escassez de crédito para as empresas e para a s famílias e o contexto atual da nossa economia podem colocar-nos perante uma alteração de paradigma, na medida em que teremos que deixar de ser um país de proprietários para passarmos a ser um país de inquilinos.

A compra de habitação própria é, até, em muitos casos, um forte desincentivo à mobilidade geográfica das pessoas, nomeadamente dos jovens, que, muitas vezes, recusam oportunidades de emprego noutras cidades, noutros locais mais distantes, ou

até, em outros países, por se encontrarem contratualmente “amarrados” a um crédito hipotecário de um bem que não podem transportar consigo, e cujos compromissos associados vão ter que continuar a honrar, para além dos encargos com habitação e deslocação que teriam que suportar no novo destino. Incomportável, de facto!

A nova Lei do Arrendamento libertará para o mercado de arrendamento novas casas e dará mais alguma rapidez na resolução de conflitos, nomeadamente no caso dos incumpridores. Por sua vez, muitas das casas que passarão a estar disponíveis no mercado de arrendamento, nos próximos cinco anos, são imóveis antigos e degradados, a necessitar de uma intervenção profunda.

Por este e por outros motivos, nomeadamente pela urgência na criação de empregos no setor da construção e do imobiliário, a reabilitação urbana surge atualmente como um verdadeiro desígnio nacional. Sabe-se ainda que a reabilitação é fortemente geradora de emprego e sabe-se também que, atualmente, cerca de um terço das pessoas desempregadas têm como origem o setor da construção e do imobiliário. Sabe-se ainda que a reabilitação urbana também não terá o impulso desejado sem que o mercado de arrendamento funcione de forma adequada. Mas o contrário também é verdadeiro. É a tal “pescadinha de rabo na boca”….

Por último, a questão da fiscalidade no imobiliário….

A fiscalidade é, em muitas circunstâncias, um poderosíssimo instrumento que os Governos podem utilizar para atingir os objetivos pretendidos, nomeadamente ao nível do investimento e, sobretudo, nos setores estratégicos como acontece com a reabilitação urbana e a construção e imobiliário em geral. Os incentivos fiscais e a competitividade fiscal são claramente um fator no qual se deve apostar, a par da eficiência, eficácia e justiça fiscal.

Contudo, e em sentido inverso, todos nós

temos tido ecos de que se avizinham novos aumentos do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) quer porque decorrem das reavaliações de imóveis em curso, impostas pela “troika”, ou porque resultam do acordo recentemente celebrado entre o Estado e as Autarquias, para aplicação das taxas máximas de IMI, tendo em vista a resolução dos problemas financeiros e de endividamento das autarquias.

A este propósito refira-se também que as instituições financeiras e os fundos de investimento têm um regime fiscal mais favorável que as restantes sociedades e que os particulares, nomeadamente ao nível do IMI, do IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões onerosas de imóveis) ou até ao nível do IRC, como acontece com as mais-valias associadas à alienação de imóveis. Por sua vez, a própria reabilitação urbana, enquanto atividade, tem isenções de IMI insignificantes (2 anos – art.º 45.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF)) quando comparadas com os imóveis detidos por essas entidades. O imóveis objeto de reabilitação urbana (em geral) apenas poderão beneficiar de isenção de IMT apenas em determinadas condições.

Já os imóveis integrados em fundos de investimento imobiliários beneficiam de isenção simultânea de IMI e IMT, de acordo com o estabelecido no art.º 49.º do EBF, sem grandes (para não dizer nenhumas!) condicionantes.

A par da questão dos incentivos fiscais, há um outro aspeto a que, em geral, se atribui uma importância menor, mas que é fulcral para atrair investimento, e que é nada mais nada menos que a estabilidade legislativa da lei fiscal.

Estes são dois instrumentos poderosíssimos que nenhum Governo pode negligenciar, na medida em que captam investimentos e dão segurança a todos aqueles que investem os seus recursos em Portugal.

Quer seja no setor do arrendamento quer seja no setor da reabilitação urbana, a

competitividade fiscal poderia ser obtida por medidas tão simples como:

i) Tributação a taxas liberatórias (entre 15% e 20%, por exemplo) dos rendimentos, em sede de IRS, provenientes das rendas ou associados à reabilitação urbana. Esta solução evitava que estes rendimentos fossem englobados com os restantes rendimentos do agregado familiar, e que, por conseguinte, estivessem sujeitos a taxas de IRS muito superiores. Esta tributação operava por retenção na fonte a título definitivo.

ii) Tributação das operações relacionadas com inputs para o setor da reabilitação urbana, em geral, a taxas reduzidas de IVA1.

iii) Eliminação das limitações quanto à dedutibilidade em sede de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) das despesas de manutenção e conservação de imóveis.

Todos sabemos que estas medidas podem, no imediato, implicar alguma perda de receita, mas que seriam certamente mais do que compensadas com:

i) Aumento das receitas de impostos como o IMI, IMT, IRS e IRC, pela via da recuperação e reabilitação urbana e pela dinamização do mercado de arrendamento e da criação de novas oportunidades de negócio nos centros históricos e nas zonas urbanas reabilitadas;

ii) Diminuição do desemprego e consequente diminuição das prestações sociais associadas;

iii) Aumento das contribuições para a segurança social decorrentes da criação de novos postos de trabalho.

iv) Reabilitação dos imóveis degradados com ganhos evidentes de qualidade de vida para a sociedade e para os cidadãos em geral.

1 Nota: O arrendamento urbano e a trans-missão de imóveis constituem operações isento de IVA nos termos do art.º 9.º, n.º 29 e 30, do Código do IVA (CIVA).

DUARTE TRAVANCAEconomistaProfessor de Fiscalidade no Imobiliário no Executive Master em Gestão e Avaliação no Imobiliário na Católica Business School do [email protected]

As PME portuguesas figuram no 19º lugar no conjunto dos 27 membros da União Europeia no que respeita o recurso ao lea-sing e ao factoring enquan-to meio de financiamento, de acordo com um estudo do European Investment Fund divulgado esta sema-na em Portugal pela ALF – associação portuguesa de leasing factoring e renting. Em Portugal, 28,1% das PME recorrem ao leasing

e ao factoring, uma per-centagem inferior à média da União Europeia que se situa nos 35,7%. O lugar cimeiro é ocupado pela Estónia, onde 57,6% das PME recorrem ao leasing e ao factoring, enquanto a Grécia figura, em último lugar da lista com apenas 13,3% das suas PME a re-correrem a estes meios de financiamento.

De acordo com o Banco Central Europeu, o acesso

ao financiamento por par-te das PME é o segundo maior problema que es-tas enfrentam (o primeiro consiste em identificar consumidores para o seu negócio). Atualmente, o leasing e factoring são a terceira fonte de financia-mento das PME. O estudo do European Investment Fund destaca, ainda, que quanto maior o tama-nho da empresa maior a tendência para recorrer

ao leasing e ao factoring enquanto meio de finan-ciamento. Efetivamente, apenas 24% das PME com até nove colaboradores re-correram ao leasing e ao factoring enquanto 53% das PME com 50 a 249 colaboradores utilizaram este financiamento alter-nativo. A percentagem é ainda mais significativa no que respeita as PME com mais de 250 colaboradores onde atinge os 60%.

PME portuguesas abaixo da média europeia no recurso ao leasing e ao factoring

Em Portugal, 28,1% das PME recorrem ao leasing e ao facto-ring, uma percentagem inferior aos 35,7% da média da UE.

Liga de Futebol aponta falta de concorrência em direitos de televisãoA Liga Portuguesa de Futebol Profissional acusa o atual mercado dos direitos televisi-vos dos campeonatos nacionais de ser pouco concorrencial. Segundo a entidade, isso deve-se ao facto direitos serem “controlados pelo proprietário de um canal que dispo-nibiliza os jogos para todas as plataformas” e os contratos com os clubes serem “feitos por prazos longos (até oito anos, em alguns casos)” e expirarem em momentos diferentes, “o que tornaa entrada de um novo concorrente efetivamente impossível”.

EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 23

Três vértices de um mesmo triângulo

DORA TRONCÃ[email protected]

O ouro é um investimento cada vez mais “popular”, mas a recém--chegada a Portugal Elementum (empresa de aconselhamento de capital propriedade de Bojan Pravi-ca) sugere outros metais preciosos, sobretudo a prata, como investi-mento. “A prata é um investimento fantástico. Há uma expressão que aprecio bastante e que reflete esta realidade: ‘O ouro é guardado, a prata é consumida’. Ao contrário do ouro, maioritariamente um in-vestimento de reserva de valor, a prata tem uma fortíssima utilização industrial. Tem milhares de aplica-ções, muitas delas em tecnologias

de ponta com viabilidade futura in-discutível, destaco os Chips RFID ou a indústria dos semicondutores, por exemplo. O facto é que a pro-cura da prata tem crescido de for-ma sustentada. Segundo a “World Silver Survey 2012”, a procura da prata cresceu de 868,3 milhões de onças em 2002 para 1040,6 mi-lhões de onças em 2011. Segundo o mesmo estudo, a extração minei-ra de prata em 2011 foi de 761,6 milhões de onças, isto significa que estamos a gastar mais do que extra-ímos. O autor e analista, cujo livro lançámos recentemente em Por-tugal, Thorsten Schulte, faz uma projeção para 2016 de 500 dólares (388 euros) por onça, e para que isso aconteça basta que os fatores

que têm causado a subida nos pre-ços dos metais preciosos se mante-nham, ou seja, a instabilidade nos mercados financeiros, crise das dívidas soberanas e os excessos do recurso à alavancagem financeira” ,refere André Campos, responsável pela Elementum Portugal.

A mesma fonte não deixa de res-salvar que é difícil precisar quanto tempo será necessário a um cliente para obter algum retorno do inves-timento, dado que “o preço dos metais preciosos oscila constante-mente e não deixa de ser um in-vestimento especulativo. Contudo, metais preciosos são imprescindí-veis em qualquer carteira de investi-mentos diversificada e equilibrada. Aponto para um horizonte tempo-

ral de dois a quatro anos para se re-tirar um partido significativo destes investimentos, mas existem fatores que poderão encurtar dramatica-mente esse prazo. Se os bancos cen-

trais reforçarem as políticas de mo-netarização das dívidas dos estados, assistiremos a subidas significativas no preço do ouro e da prata até ao final de 2012, por exemplo.”

Herdei um edifício que atualmente já não se encontra habitado mas ainda tem alguns inquilinos não habitacionais no r/ch.

Dado que o prédio já está muito degradado, pretendo demoli-lo para construir um novo edifício, mas não consegui chegar a um acordo com os inquilinos que pagam rendas ridículas e pedem chorudas indemnizações.

Será que a nova lei traz alterações que facilitem o despejo nestes casos em que se pretende reconstruir o edi-fício?»

Em primeiro lugar, deve esclarecer-se que, muito embora já tenham sido publicadas as alterações ao NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano) e ao Decreto-Lei 157/2006 que especificamente regulamenta o regime das obras em prédios arrendados, e as mesmas contenham alterações relevantes para este tipo de denúncia dos contratos de arrendamento, tais alterações legislativas só entrarão em vigor 90 dias após a publicação, ou seja em 12.11.2012, pelo que antes de tal data o leitor não poderá executar nada do aí disposto.

De acordo com as referidas alterações legislativas, o senhorio continua a poder denúnciar o contrato de duração indeterminada, como é, por certo, o caso do contrato que o leitor refere, para demolição ou realização de obras de remodelação ou restauro profundos que obriguem á desocupação do locado.

Para o efeito, o leitor poderá enviar aos inquilinos, com uma antecedência não inferior a seis meses sobre a data pretendida para a desocupação, uma comunicação

na qual, sob pena de ineficácia, conste, de forma expressa, o fundamento da denúncia. Se se tratar de operação urbanística sujeita a controlo prévio, com a referida comunicação, o leitor deverá enviar termo de responsabilidade do técnico autor do projeto legalmente habilitado para o efeito, que declare que a operação urbanística obriga à desocupação do locado.

Caso se trate de operação urbanística isenta de controlo prévio, bastará que o leitor envie descritivo da operação urbanística a efetuar no locado, indicando que esta está isenta de controlo prévio e as razões pelas quais a mesma obriga à desocupação do locado.

A denúncia do contrato para obra de remodelação ou restauro profundos obriga o senhorio, mediante acordo e em alternativa ao pagamento de uma indemnização correspondente a um ano de renda ou a garantir o realojamento do arrendatário em condições análogas às que este detinha, quer quanto ao local quer quanto ao valor da renda e encargos.

Caso senhorio e inquilino não cheguem a acordo no prazo de 30 dias a contar da receção da comunicação, o senhorio apenas ficará obrigado a pagar ao inquilino uma indemnização correspondente a um ano de renda.

Convém que o leitor também tenha presente que, sob pena de ineficácia da denúncia, a respetiva indemnização deve ser paga no momento da entrega do locado e que, salvo motivo não imputável ao senhorio, se não iniciar a obra no prazo de seis meses contados da referida desocupação, ficará obrigado a pagar uma indemnização correspondente a 10 anos de renda.

Toys ‘R’ Us cresce 45% em visitas online A loja online Toys ‘R’ Us (www.toysrus.pt) cresceu 45% no seu pri-meiro ano, estimando-se um total de 1,8 milhões de visitantes até ao final de 2012. O perfil dos visitantes da página tem caráter femi-nino, dado que 75% das visitas são realizadas por mulheres entre os 25 e os 44 anos. Estão disponíveis para venda até seis mil artigos, incluindo a linha Babies ‘R’ Us.

Congresso de hotelaria e turismo em Troia no próximo mêsO 24º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo está marcado para o Centro de Confe-rências do Troia Design Hotel de 14 a 16 de outubro. Sob o mote “O Poder da Inovação”, a AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, organizadora do congresso, tem como objetivo dar a conhecer casos, práticas, organizações e líderes inovadores, extrair ideias e debater a sua apli-cação ao turismo e à hotelaria. “Boas ideias geram novas ideias e esperamos um Congresso fer-vilhante nesse campo”, afirma Cristina Siza Vieira, presidente da Direcção Executiva da AHP.

Denúncia do contrato para demolição ou realização de obras de restauro profundo

ARRENDAMENTO MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

RESPONSÁVEL DA FILIAL DA EMPRESA PROJETA 500 DÓLARES POR ONÇA DE PRATA EM 2016

Elementum entra no mercado português

EMPRESAS

24 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

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A extração mineira de prata em 2011 foi de 761,6 milhões de onças, o sig-nifica que se está a gastar mais do que se extrai.

Apesar de cerca de 65% das vendas da Laranjinha já provirem dos mercados externos, a empresa portuense, que aposta na produção de roupa infantil 100% “Made in Portugal”, continua a fazer da internacionalização a sua principal prioridade. Nesse sentido, a marca abriu recentemente um “corner” no El Corte Inglés do Paseo da Castellana, em Madrid, um ano após a inauguração, igualmente na capital espanhola, da primeira loja própria da marca fora de Portugal e estuda a abertura “cirúrgica” de lojas próprias nas “principais capitais da moda” e em alguns “mercados mais maduros”, refere Luís Figueiredo, administrador da Laranjinha.FERNANDA SILVA [email protected]

“A proximidade e o maior conhecimen-to sobre o mercado” foram, em 1998, os fatores decisivos que levaram a Laranjinha a iniciar o seu processo de internacionali-zação na vizinha Espanha. Hoje, 15 anos volvidos, o país vizinho continua a ser “o principal mercado internacional” da mar-ca, “representando 20% do volume total de faturação”.

Apesar de a estratégia assumida estar sobretudo focada na sua rede de clientes multimarca, na qual conta com mais de 200 clientes, a Laranjinha escolheu nova-mente Espanha para reforçar a sua presen-ça internacional. Assim, este foi também o mercado escolhido para acolher a primeira loja própria fora do país e, mais recente-mente, com um ‘corner’ num dos princi-pais centros El Corte Inglés de Madrid.

“Desde cedo percebemos que a inter-nacionalização seria o caminho certo para assegurar o crescimento contínuo da mar-ca. Há 15 anos atrás, internacionalizar era um desafio bem maior do que é hoje, mas foi essa visão que nos permitiu atualmen-te uma posição internacional sólida e uma porta aberta a novos mercados”, afirma Luís Figueiredo.

Assim, para o administrador da Laran-jinha a criação das lojas próprias “surgiu como um passo natural na estratégia de crescimento” da empresa e têm como prin-cipal objetivo o “reforço da notoriedade da marca e a associação dos valores que a ca-racterizam”. “Madrid é uma das áreas em que a marca Laranjinha está melhor im-plantada”, por isso “consideramos que esta seria a escolha ideal para a primeira ‘fla-gship store’”. A verdade é que “o primeiro ano de operação confirmou essa convic-ção” e os resultados da loja “são ótimos” e o “impacto no posicionamento da marca no mercado espanhol é muito positivo”.

Recordando que a marca está presente nos El Corte Inglés de Lisboa e Vila Nova de Gaia desde 2006 e 2007, respetivamen-te, e “com ótimos resultados”, Luís Figuei-redo explica que a marca decidiu agora “aceitar o desafio do El Corte Inglés para entrar no mais importante centro da ca-pital espanhola, em plena Castellana, uma das principais artérias da moda. Em resul-

LUÍS FIGUEIREDO, ADMINISTRADOR DA LARANJINHA, AFIRMA

Laranjinha estuda abertura de lojas próprias nas “principais capitais da moda”

A estratégia de internacionalização da Laranjinha está em permanente evolução, reforça Luís Figueiredo.

tado, está a ser estudada a possibilidade de alargar a nossa presença a outros centros”.

Questionado acerca da possibilidade de abertura de novas lojas próprias em Espa-nha ou em algum dos demais países onde a marca está já presente, o responsável sa-lienta que a estratégia de internacionali-zação da Laranjinha “está em permanente evolução, não apenas no diagnóstico de novos mercados como sobretudo no re-forço da marca nos mercados em que es-tamos presentes”. Nesse sentido, admite, a marca está a estudar a possibilidade de vir a “alargar a rede internacional de lojas próprias, de forma cirúrgica, nas princi-pais capitais da moda e mercados mais maduros”.

Marca aposta na produção 100% nacional e na inovação

Apostando num posicionamento “muito próprio”, e que se mantém desde a sua gé-nese, com “produção 100% nacional, design clássico e atual e uma forte aposta na inova-ção do produto”, a Laranjinha tem atravessa-do gerações mantendo os seus valores “muito sólidos e uma permanente visão de liderança, crescimento e inovação”. Disso são exemplo pioneiros a utilização de tecido sem costuras, mais confortáveis para o bebé, os tecidos anti-bacterianos, ou o tecido feito a partir de bam-bu, que permite, além de outras vantagens, assegurar o conforto térmico do bebé, em qualquer altura do ano (Verão ou Inverno).

Sonae Sierra faz maior operação de arrendamento do anoA Sonae Sierra arrendou a totalidade do terceiro piso e três frações do quarto andar da TorreOcidente, num total de quase quatro mil m2. Tratou-se da maior operação de arrendamentode escritórios realizada no mercado nacional, este ano. Todos os serviços da empresa ficarãolocalizados nas novas instalações e cerca de 200 colaboradores vão instalar-se na segunda dasduas torres que formam o complexo de escritórios Torres Colombo. A escolha ficou a dever-seà qualidade, imagem moderna, eficiência na gestão de recursos e do espaço e à localização,refere a Sonae Sierra em comunicado.

EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 25

Nos últimos artigos temos vindo a falar dos principais pontos fortes das empresas familiares. Contudo, todos sabemos que na realidade este tipo de entidade, como qualquer outra que compete num mercado de livre iniciativa, também é caracterizada por apresentar algumas debilidades que, se não identificadas e devidamente acauteladas, podem colocar em risco a sua continuidade futura enquanto empresa ou entidade detida pela família.Muitos dos especialistas mundiais

nesta temática reconhecem quatro como das mais impactantes:1. Confundir a propriedade com a gestão2. Confundir os laços de afeto com os contratuais 3. Retardar a sucessão4. Sentir-se imune aos 3 desafios anteriores.Este estudo sobre a realidade da empresa familiar espanhola veio, de certa forma, corroborar estas afirmações: as duas principais debilidades apontadas estão ligados à sucessão e ao profissionalismo da gestão, o que, de uma forma abrangente, se pode considerar que as engloba. Aliás, pode-se conceber e apresentar a ideia “corrente” que que engloba todos estes pontos fracos numa frase única: a empresa familiar

não prepara a sucessão dos seus lideres nem implementa modelos de governo adequados, o que tem implicações na sua capacidade de integração de gestores externos, inovação e crescimento.Dada a sua importância, os próximos artigos irão detalhar e apresentar exemplos da realidade no mercado português.

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

As principais debilidades das empresas familiares

Temas para reflexão:

debilidades?

ultrapassar?

enfrentá-las?

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ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares - Santiago – Porto www.efconsulting.es [email protected]

Quais as principais debilidades

das empresas familiares?

Fonte: “La Imagen de la Empresa Familiar en España”, Edelman e Instituto Empresa Familiar, 2006

MARTA ARAÚ[email protected]

O grupo Torrestir, que atua no setor de transporte rodoviário de mercadorias nacional e internacional, distribuição e logística, ad-quiriu 44 camiões de frio, de 3500 kg e 12 000 kg, para a sua subsidiária Tor-respharma. O investimento é de três milhões de euros e constitui uma afirmação deste grupo familiar, que está no mercado há mais de 50 anos, na distribuição de medicamentos e equipa-mentos hospitalares.

“Esta aquisição surge da forte aposta do grupo no setor farma-cêutico e em oferecer aos nossos clientes um serviço de excelência, assegurando o transporte e a distribuição dos produtos em boas condições de embalamento e re-frigeração e garantir a disponibilidade dos medicamentos no tempo correto”, refere a administração da empresa.

Através de uma tecnologia de controlo e comunicação avançada, a Torrespharma disponibiliza, através do site www.torres-tir.pt, um serviço de “track and trace” e de controlo de temperatura, que possibilita o acompanhamento da mercadoria desde o momento de partida até à chegada.

Ainda de acordo com a administração, “a Torrespharma dispõe de uma equipa de profissionais devidamente formados para a distribuição de produtos farmacêuticos e de uma frota com 94 viaturas refrigeradas,

das quais monovolumes para entregas rá-pidas de pequenas encomendas, carrinhas (3500, 7500 Kg e 12 000 Kg) para recolhas e entregas diversas e semirreboques frigorí-ficos para transporte de grandes quantida-des e transferências entre armazéns”.

Transporte de produto em 24 horas

Uma das regras deste serviço prende-se com a garantia de que o transporte de pro-dutos farmacêuticos é efetuado em 24 ho-ras, com entregas diárias em hospitais, cen-tros de saúde e clínicas médicas até às 09h e em farmácias e armazenistas até às 12h.

O grupo Torrestir, ao qual pertence a Torrespharma, emprega mais de 1220 co-laboradores e possui uma frota própria, composta por cerca de 800 viaturas, in-cluindo a carrinha de entrega urgente ou expresso.

Aposta no setor farmacêutico leva Torrestir a investir três milhões de euros

O grupo Torrestir comprou, para a sua subsidiária Torresph-rama, 44 camiões de frio.

Empresa familiar lusa alcança “premium” da AppleHá apenas uma empresa em Portugal que conseguiu atingir o estatuto máximo que a Apple Internacional concede. Chama-se ARL, é um negócio familiar sediado no Centro Comercial Girasolum, em Coimbra, e foi-lhe atribuído o prémio de “premium service provider” da gigante internacional. A empresa de Paulo Gonçalves já era um Centro de Assistência Autorizado Apple mas só agora atingiu o estatuto máximo.

EMPRESAS

FAMILIARES

26 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

Chama-se FTTH [Fiber-to-the-home] e define-se como a utilização de fibra ótica para transporte de telecomunicações desde o operador até à casa do cliente final. Em entrevista à “Vida Económica”, Hartwig Tauber, diretor-geral da FTTH Council Europe, explicou o impacto que a adoção deste sistema pode ter nos serviços de saúde, denominados “e-health”. Por exemplo uma consulta por Skype, em alta definição, com o nosso médico. Ou uma enfermeira que, por videoconferência, ajuda um idoso a medir corretamente a sua tensão arterial. “Hoje não há limite nas redes de fibra, basta ter criatividade para encontrar novos serviços.”

JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica (VE) - Como classi-fica Portugal relativamente ao “e-heal-th”?

Hartwig Tauber (HT) – Portugal tem uma enorme vantagem por pertencer aos países europeus de topo no que diz respei-to à adoção de fibra ótica. Inclusivamen-te, está um passo à frente de países como a Alemanha e a Grã-Bretanha. Este facto vai permitir ao país ter mais e melhores serviços em muitas áreas. Uma delas é cla-ramente a do “e-health”. Aliás, penso ser importante, em primeiro lugar, olhar para o “e-health” não só em termos de aplica-ções que comunicam entre médicos ou hospitais mas também contemplar o de-nominado “e-care”. Se olharmos para os vários estudos europeus, vemos que um dos maiores desafios da próxima década é precisamente lidar com uma população envelhecida, o que torna os sistemas de saúde europeus muito dispendiosos. Há que encontrar novas formas de ajudar estas pessoas.

VE – Como por exemplo?HT – Como por exemplo o uso de um

robô por controlo remoto para acompanhar os idosos nas suas tarefas diárias. Que atra-vés de vídeo nos consiga fazer perceber que a máquina do café ficou ligada ou que os medicamentos não foram tomados. Isto po-deria fazer com que os idosos se sentissem mais confortáveis, para além de lhes dar a

oportunidade de, na velhice, ficarem em suas casas. E está mais do que provado que as pessoas mais velhas ficam mais satisfeitas quando permanecem no seu ambiente. De-pois, para o próprio sistema de saúde, ficaria mais barato. Muitas vezes dão o argumento que, com estes robôs, os idosos poderiam ficar um pouco mais isolados. Mas em pa-íses onde estes equipamentos já estão a ser usados isto não se verifica.

VE – E que outros exemplos poderí-amos ter?

HT – Olhe, por exemplo o uso das Smart TV. Quando ligadas à internet com suficiente largura de banda têm aplicações de videoconferência que podem ser mui-to úteis. Como o Skype de alta definição que pode ter imensos fins ligados à saúde. Ou por exemplo aplicações que permitem fazer uma “gestão” da saúde do utilizador. Um equipamento específico que permite que as pessoas possam medir o seu peso, controlar as diabetes Além de que através da Smart TV podem ligar por videocon-ferência aos serviços de saúde para serem ajudados em casa, medir a pressão arterial de forma correta… Para muitas coisas não seria preciso irem ao médico. Mas repare: para que tudo isto funcione a largura de banda tem de ser excelente. Os idosos te-riam de ver o médico por videoconferência com qualidade. Teriam de ficar satisfeitos.

VE – Pensa que esta questão da lar-gura de banda vem hoje tornar viáveis coisas que antes eram consideradas quase impossíveis?

HT – Sim. E não precisamos olhar ape-nas para a questão do “e-health”. O teletra-balho, por exemplo, também é outra área muito interessante. Creio que a primeira vez que ouvi essa palavra foi nos anos 80. E “e-health” provavelmente nos anos 90. Mas antes não havia condições para estes conceitos funcionarem. Durante muito tempo porque não havia poder de compu-tação dos equipamentos. Depois, porque as redes de telecomunicações eram fracas. Hoje, em termos de computação, pode-se fazer praticamente tudo. O factor limitati-vo agora é que a largura de banda muitas vezes não está disponível para utilizar estas aplicações. Até porque não estamos ape-nas a falar de “downloads” mas também de “uploads”. Uma coisa é o email chegar um minuto mais tarde porque a largura de banda falhou. Outra coisa é estar numa videoconferência e a comunicação falhar. Acreditamos que um dos grandes entraves a estes serviços foi, e continua a ser, a ban-da larga das telecomunicações. Algo que com a fibra ótica pode ser resolvido.

VE - Para além da melhoria dos ser-viços e eficiência, podemos falar em redução de custos?

HT – Sim, é o que realmente acredita-mos que vai acontecer nos próximos anos. Mas tenho de ser sincero e dizer que há um segundo desafio a combater para além da largura de banda. Falo das questões le-gais e da regulamentação que viabilize estes serviços remotos por forma a serem permi-tidos. Para além de que, em muitos países, venham a ser subsidiados pelos sistemas de Segurança Social. Mas isso já são decisões políticas. Os políticos têm de entender que estes sistemas podem vir a poupar muito dinheiro ao Estado.

VE – Este conceito de “e-health” vem de alguma forma esbater a fron-teira entre o setor privado e o serviço público?

HT – Sim. Aliás, penso que isso já acon-tece. Neste sentido, o setor privado já se movimenta muito dentro da esfera da saú-de e já apresenta muitos serviços. Estes ser-viços podem vir a trazer grandes benefícios para a economia.

VE - Estamos a falar em menos cus-tos para o Estado e mais oportunidadespara os privados, fornecendo novos ser-viços e tecnologias?

HT – Claramente. E, aqui, os operado-res de comunicações podem criar realmen-te muitas oportunidades ao garantirem parâmetros específicos para o “e-health”.Cobrando um serviço ao cliente podem ga-rantir a qualidade do serviço por exemploda videoconferência. E não só garantindo a qualidade de comunicação entre o médico ou a enfermeira e o idoso, mas eles própriosfornecerem alguns serviços. É uma novaforma de criar um portfólio. Na verdade,não me parece que seja realmente nada de muito extraordinário para um operador. Há15 anos, se disséssemos a um operador queia ter um serviço de vídeo “on-demand”, talvez fosse revolucionário. Hoje, quase todos os operadores fornecem serviços devídeo. Vai ser uma transição natural. Hoje não há limite nas redes de fibra, basta tercriatividade para encontrar novos serviços.

HARTWIG TAUBER, DIRETOR-GERAL DA FTTH COUNCIL EUROPE

Adoção de fibra ótica dá oportunidade à criação de novos serviços no “e-health”

Hartwig Tauber, diretor-geral da FTTH Council EuropeMatos.

Sage gere mil milhões de páginas da ZL Tecnologia A ZL Tecnologia em Impressão, uma das principais empresas brasileiras na área das tecnológicas de impressão, selecionou o Sage ERP X3, da Sage Portugal, uma solução escalável com capacidade para responder aos complexos processos de gestão, que conta com uma implementação facilitada e uma utilização simples.

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 27

substanciais que as ajudam a enfrentar ou-tros desafios fora das TI”, disse o responsável à “Vida Económica”.

Para Mauro Xavier, às PME falta, muitas das vezes, dirigir a conversa das TI para a gestão de negócios, fazendo com que deixe de estar isolada apenas nos decisores de TI, que muitas das vezes não têm total conhe-cimento ou alinhamento com aquilo que constituem os objetivos de negócio da em-presa.

Por isso, o responsável assume que o ideal seria que a PME incorporasse as TI como mais uma variável que pode influen-ciar positivamente os seus resultados de negócio. “A imagem de que as TI são ape-nas técnicas e não importantes ferramentas de gestão está totalmente ultrapassada: o impacto das TI é hoje em dia perfeitamen-te traduzível em indicadores de negócio”.

Questionado sobre se as PME já sabem o que querem das suas TI ou se ainda tem de haver uma forte vertente de consul-

toria, Mauro Xavier diz que as pequenas e médias organizações ainda recorrem muito à consultoria dos parceiros de TI para as suas decisões, “o que acreditamos ser sempre a melhor maneira de o fazer”. Contudo, também explicita que não pode ficar reduzida a esta consultoria: o gestor da PME é quem conhece os seus negócios e sabe quais são os seus principais objeti-vos, pelo que deve procurar nas TI solu-ções que impactam os resultados da sua empresa.

Para Mauro Xavier, e apesar de o merca-do espanhol, pela sua dimensão, ser muito distinto do português, quanto à aborda-gem de TI pelas PME “podemos afirmar que estamos num patamar muito seme-lhante”. As grandes diferenças acabam por estar nos países do norte da Europa, “que estão a incorporar as novas tecnologias de uma forma mais rápida, bem como a pri-vilegiar uma forma mais arrojada de pensar nas TI enquanto um fator de negócio”.

Creativesystems entra no mercado russoA tecnológica portuguesa Creativesystems desenvolveu projeto na CentrObuv, empresa de re-talho de calçado da Rússia. A implementação da tecnologia RFID na CentrObuv permitiu o aumento de vendas, a melhoria da fiabilidade de inventário e um maior controlo e redução das ruturas de stock. Em 2012 o negócio internacional deverá representar 60% da faturação global da empresa.

HP apresenta inovações para fortalecer oferta de Cloud Computing A HP anunciou novas soluções de software de virtualização que simplificam, automatizam e garantem a movimentação de máquinas virtuais (VM) e de dados em ambientes cloud, dan-do aos clientes uma maior agilidade para que possam responder da melhor forma às oportu-nidades de mercado cada vez mais dinâmicas.

PARA A MICROSOFT PORTUGAL

TI são fundamentais para sobrevivência das PMESUSANA MARVÃ[email protected]

As PME portuguesas enfrentam, atual-mente, grandes desafios de sustentabilida-de e compatibilidade. Mauro Xavier, dire-tor na Microsoft Portugal, diz que, para continuarem no mercado, as PME não podem fazer o mesmo, têm de fazer mais e melhor. “E é aqui que as tecnologias de informação podem desempenhar um pa-pel fulcral, na medida em que as empresas que estão dotadas das melhores ferramen-tas de TI são as que têm maior potencial de

produtividade, custos mais reduzidos e até maiores níveis de inovação”.

No último ano, Mauro Xavier assume que a Microsoft tem vindo a assistir gradualmen-te à adoção da tecnologia cloud, nomeada-mente com a integração de ferramentas que respondem às necessidades e expectativas das empresas dos nossos dias: mobilidade, flexi-bilidade, maior colaboração entre equipas, internacionalização, tudo com baixos inves-timentos iniciais. “Apesar de a adoção do modelo cloud ser gradual, a adoção é segu-ra o que faz com que tenhamos já empresas pioneiras a usufruir e a beneficiar de ganhos

A Oki lançou uma campanha válida até ao dia 30 de setembro que assegura um re-embolso de até mil euros na aquisição de impressoras de cor, monocromo e equipa-mentos multifunções cor.

O objetivo, segundo a empresa, é refor-çar o seu compromisso para com as PME e profissionais liberais. A campanha aplica-se a todas as compras efetuadas entre os dias 1 e 30 de setembro (ou até fim de stock) e abrange os modelos de impressão mono B411dn, B431dn, Série B930; as impres-soras cor C331dn, C511dn e C531dn; e os equipamentos multifunções cor MC352dn, MC362dn e MC562dn.

O reembolso poderá ser solicitado nos 15 dias seguintes à compra, através do preenchimento do formulário disponível em www.promocoesoki.pt e anexando a respetiva fatura. A devolução será efetuada diretamente para a conta bancária indica-da pelo cliente final, num prazo máximo de seis semanas. “Esta iniciativa reforça o empenho da Oki no apoio às PME e profissionais liberais, com o objetivo de ajudar a reduzir os custos de impressão, disponibilizando equipamentos profis-sionais e económicos, que promovem a poupança de recursos energéticos, papel e consumíveis”.

Oki reembolsa até mil euros ao cliente final

TECNOLOGIAS

28 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

As TI, segundo a Microsoft, podem influenciar os resultados de negócio.

DIREITOS

LEGAL E ILEGAL

Pensão de alimentos:dupla tributação internacional“Sou uma cidadã francesa que durante alguns anos residiu em Portugal. Em 2010, divorciei-me, tendo-me sido atribuída uma pensão de alimentos. Desde essa data voltei a residir em França, mas como o meu ex-marido reside em Portugal a administração tributária portuguesa pretende tributar-me esse rendimento. Existirá fundamento para tal pretensão? ”

No caso em apreço, estamos perante uma situação tributária plurilocalizada. Assim, é necessário analisar o enqua-dramento fiscal no Estado da residência (França) e no Estado fonte (Portugal), bem como analisar o conteúdo da con-venção entre Portugal e França para evitar a dupla tributação (doravante CDT).

O artigo 23.º da CDT estabelece que “os elementos do rendimento de um residente de um Estado Contratante não expressa-mente mencionados nos artigos anteriores só podem ser tributados nesse Estado, des-de que estejam nele sujeitos a imposto em conformidade com a respectiva legislação fiscal”. Este artigo, que tem natureza resi-dual, é aplicável ao rendimento provenien-te de pensões de alimentos, pois tal rendi-mento não se encontra mencionado nos restantes artigos da convenção. Por isso, o direito de tributação cabe exclusivamente ao Estado da residência, sendo que esta re-gra só será alterada se o Estado da residên-cia não tributar tais rendimentos.

Posto isto, é preciso estabelecer qual é a residência fiscal da consulente. Segundo a lei fiscal portuguesa, são consideradas re-sidentes, entre outras situações, as pessoas que, no ano a que respeitam os rendimen-

tos, hajam permanecido em Portugal por mais de 183 dias, ou disponham, em 31 de Dezembro desse ano, de habitação em condições que façam supor a intenção de a manter e ocupar como residência habitual. Ora, não ocorrendo nenhuma das situa-ções acima referidas, a consulente apenas poderá ser tributada, em Portugal, como não residente, nos termos do artigo 13.º e 18.º do Código de IRS (CIRS). Além dis-so, nos termos do citado artigo 18.º, n.º 1, aliena l), do CIRS, consideram-se ren-dimentos obtidos em Portugal as pensões devidas por entidade que tenha residência em território português. Assim, se o deve-dor da pensão tiver residência em Portugal, o rendimento considera-se aqui obtido.

Além disso, é necessário analisar se as pensões de alimentos são um rendimento tributável em sede de IRS. O artigo 11.º, n.º 1, alínea c), do CIRS estabelece que se consideram pensões para efeitos de rendi-mentos da categoria H, “as pensões e sub-

venções não compreendidas nas alíneas anteriores”, como serão, nomeadamente, as pensões de alimentos. Nestes termos, a Administração Tributária portuguesa estálegitimada a tributar a aludida pensão a residentes ou a não residentes quando o rendimento se considere aqui obtido. No entanto, como estamos perante uma situa-ção plurilocalizada, é necessário analisar amesma situação segundo as normas fiscais francesas. Nos termos do artigo 4.º-B do Código Geral dos Impostos francês, são considerados residentes as pessoas que têma sua casa em território francês ou aí se situa o principal local de residência. Ora, no caso em análise, a consulente tem re-sidência em França. Quanto à tributação das pensões de alimentos, a legislação fiscal francesa também as tributa, pois o artigo 79.º do referido código dispõe que as pen-sões concorrem para a formação do rendi-mento global, que serve de base ao impos-to sobre o rendimento. Portanto, ambos os Estados podem tributar este rendimento, razão pela qual a Administração Tributária deveria aplicar a regra residual, prevista no artigo 23.º da CDT, que tem como conse-quência que a consulente apenas pode sertributada pelo Estado da residência (Fran-ça). Além disso, como França também tri-buta as pensões de alimentos, não se colocao problema mencionado na última parte da referida disposição legal, quando o Es-tado da residência não tributa o referido rendimento.

Em conclusão, a consulente não pode ser tributada em Portugal, não tendo que entregar qualquer declaração de IRS, re-lativa ao ano de 2010. No entanto, como a residência é o elemento fulcral do pro-blema que se analisou, será necessárioapresentar um certificado de residência, a ser emitido pelas autoridades fiscais fran-cesas, requerendo a aplicação da referida Convenção relativa à dupla tributação.

ZEFERINO FERREIRAGABINETE DE ADVOGADOS

ANTÓNIO VILAR, LUÍS CAMEIRÃO & [email protected]

Principais alterações ao Código do Trabalho em debateA sociedade de advogados PLMJ e a Associação Comercial de Lisboa (ACL) realizam umapequeno-almoço/debate sobre a síntese das principais alterações e análise de questões e dúvi-das na aplicação da nova lei. O evento tem lugar no dia 19 de setembro, pelas nove horas, naACL-CCIP. Os trabalhos são iniciados com as apresentações de Tiago Cortes e Nuno GuedesVaz, especialistas da área de prática de Direito do Trabalho da PLMJ. A entrada é livre para osassociados ACL e convidados da sociedade de advogados.

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 29

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“O artigo 23º da CDT

estabelece que “os

elementos do rendimento

de um residente de um

Estado Contratante não

expressamente mencionados

nos artigos anteriores só

podem ser tributados nesse

Estado, desde que estejam

nele sujeitos a imposto

em conformidade com a

respectiva legislação fiscal”.

Os funcionários públicos tornam a ser sacrificados com as medidas anunciadas pelo ministro das Finanças, Vítor Gas-par. De facto, a função pública sai bas-tante mais prejudicada com a diluição do subsídio reposto nos 12 ordenados mensais que recebem por ano. Esta a opinião manifestada pelo fiscalista Ro-gério Fernandes Ferreira, a propósito das consequências decorrentes da in-constitucionalidade dos cortes dos sub-sídios de Natal e de férias.

Acabou por ser o que se esperava. O Estado vai ainda buscar mais dinheiro com as novas medidas, negando que se trata de um agravamento fiscal. “Acon-tece que os funcionários públicos vão ser

mais tributados em sede de IRS. Com a contrapartida que o agravamento não vai representar qualquer benefício para o funcionário público. Pelo contrário, vão pagar ainda mais imposto. Ou seja, no próximo ano a situação será ainda pior, apesar de os subsídios já terem sido anulados”, acrescenta Rogério Fer-nandes Ferreira. E explica o que se irá passar: “Os funcionários públicos viram os seus subsídios suspensos – de forma gradual a partir de 600 euros e na totali-dade a partir de 1100 euros mensais – e no próximo ano um dos referidos subsí-dios será reposto. Contudo, o Governo optou por diluir o mesmo ao longo dos 12 meses, o que faz com que aumente

a base tributável. Naturalmente, com as alterações introduzidas, o pagamento à Segurança Social será aumentado de 11% para 18%. O que significa que o contribuinte paga mais à Segurança So-cial, na medida em que a base tributável é agravada e é pago mais IRS pelo mes-mo motivo”, adianta o fiscalista.

Em declarações à Lusa, o advogado e fiscalista não se fica por aqui: “Para além de transferir para os trabalhadores, em valor aliás superior (mais 7% contra me-nos 5,75%), o valor das contribuições para a Segurança Social, que era devido pela entidade patronal, cabe registar que a substituição do corte dos dois subsí-dios por apenas um com a diluição do outro pelos 12 meses do ano, conjugado com o acréscimo da taxa para a Seguran-ça Social em 7% sobre os vencimentos mensais, implicará, de facto, um au-mento – e uma antecipação, por via da retenção na fonte para 2013 – do valor da receita a cobrar de IRS, bem do valor exigido por contribuições para a Segu-rança Social.”

Perante este cenário, Rogério Fernan-des Ferreira chama a atenção para o facto de os valores a pagar pela função pública serem mais elevados do que aqueles re-sultantes da anterior situação (ou seja, no presente ano). Por outras palavras, “haverá, efetivamente, um agravamento tributário e contributivo com as medi-das anunciadas. As contas do Governo partem do princípio de que os trabalha-dores perdem um dos subsídios, nos se-tores público e privado, através da taxa paga para a Segurança Social”.

O que significa que, em termos práti-cos, as medidas anunciadas acabam por causar um agravamento duplo na tribu-tação dos trabalhadores para a Seguran-ça Social, em sede de IRS. Por sua vez, a contribuição das empresas passa dos atuais 23,75% para “apenas 18%, sen-do que os pensionistas continuam sem aqueles dois subsídios. As medidas vão estar inscritas no Orçamento do Estado para o próximo ano e já se adivinha uma intensa polémica.

DE ACORDO COM O FISCALISTA ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA

Medidas anunciadas provocam duplo aumento na tributação dos trabalhadores

SETEMBRO

Até ao dia 15

- Entrega da Declaração Modelo 11 - pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com com-petência para autenticar documentos particu-lares que titulem actos ou contratos sujeitos a registo predial, das relações dos actos prati-cados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

- Entrega pelos notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções nota-riais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares de relação dos actos ou contra-tos sujeitos a registo predial, dos da relação dos actos ou contratos sujeitos a IMT, ou dele isento, de cópia das procurações irrevogáveis e respectivos substabelecimentos e de cópia das escrituras ou documentos particulares au-tenticados de divisões de coisa comum e de partilhas de que façam parte bens imóveis.

Até ao dia 20

- 2º pagamento por conta do IRS de titulares de rendimentos da categoria B. - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de IRS.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de IRC.

- Declaração recapitulativa – Entrega pelos sujeitos passivos do regime normal mensal que tenham efectuado transmissões intra-comunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das trans-missões intracomunitárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedido o montante de J 100.000.

- Entrega do imposto retido no mês anterior

DUPLA TRIBUTAÇÃOConvenções Portugal/Timor e

Portugal/Panamá

No passado dia 9 de agosto foi publicada a Resolução da Assembleia da República n.º 112/2012, que aprova a Convenção entre a República Portuguesa e a República Demo-crática de Timor-Leste para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, assinada em Lisboa, em 27 de setembro de 2011. Os impostos atuais a que a presente Convenção se aplica são, em Portugal, o IRS, o IRC e as Derramas e, em Timor-Leste o im-posto sobre os rendimentos, o imposto sobre rendimentos de vencimentos e o imposto de retenção.Nesse dia mesmo dia 9 foi igualmente pu-blicado n.º 69/2012, de 9.8, que torna pú-blico terem sido cumpridas as formalidades constitucionais internas de aprovação da Convenção entre a República Portuguesa e a República do Panamá para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Ma-téria de Impostos sobre o Rendimento, assi-nada na cidade do Panamá em 27 de agosto de 2010.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADE

30 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) está insatisfeito com os adiamentos consecutivos no âmbito da proposta de regime de carreiras da Autoridade Tributária e Aduaneira. Os seus repre-sentantes esperam ser notificados até ao final deste mês para dar início às negociações. Paralelamente, está a ser desenvolvido um projeto para, se a isso as circunstâncias conduzirem, ser o STI a provocar a negociação do regime de carreiras, de acordo com o estipulado na Lei nº 23/98, no mês de outubro.

O agravamento não vai representar qualquer benefício para o funcionário público, afirma Rogério Fernandes Ferreira.

“Haverá um agravamento tributário e contributivo com as medidas anunciadas”

De acordo com o disposto no º 1 do artigo º do Estatuto da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (EOTOC), os Técnicos Oficiais de Contas (TOC) podem exercer a sua atividade por conta própria, como profissionais independentes ou como empresários em nome individual; como sócios, administradores ou gerentes de uma sociedade profissional de técnicos oficiais de contas ou de uma sociedade de contabilidade; como funcionários públicos, desde que exerçam a profissão na Administração Pública ou contratados pela Administração Central, Regional ou Local; ou no âmbito de um contrato individual de trabalho celebrado com outro TOC, com uma sociedade de profissionais, com outra pessoa coletiva ou com um empresário em nome individual.Dependendo do modo como o TOC exerce a sua atividade, este tem direito a uma determinada pontuação que se encontra definida no artigo º do EOTOC.Neste sentido, se o profissional exercer as funções de TOC contratado ao abrigo de um contrato de trabalho numa entidade cujo objeto não seja a prestação de serviços de contabilidade, tem direito a um limite máximo de 22 pontos.No entanto, caso o TOC exerça a sua atividade de Técnico Oficial de Contas de acordo com o disposto no º 2 do artigo º do EOTOC, ou seja, exerça a sua atividade em sociedades que prestam serviços de contabilidade (sociedades de contabilidade e sociedades profissionais de Técnicos Oficiais de Contas); a título individual (empresário em nome individual ou trabalhador independente), ou ao abrigo de um contrato de trabalho com outro TOC, tem direito a um máximo de 30 pontos.Não exercendo a sua atividade como TOC, a título principal, que sucede nos casos em que o TOC exerce outra atividade, na qual despende a maior carga horária e posteriormente assume a responsabilidade pela contabilidade de alguns contribuintes, tem, por via disso, direito a uma pontuação máxima de 11 pontos.De notar que, independentemente do modo como o TOC exerce a sua profissão e, portanto, da pontuação a que tem direito, caso assuma a responsabilidade pela regularidade técnica, nas áreas contabilística e fiscal de várias sociedades, não pode, do cômputo total da pontuação resultante dessas contabilidades, exceder o número de pontos que lhe são atribuídos.De modo a apurar a forma como o TOC exerce a sua profissão e, por conseguinte, a pontuação a que tem direito, a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas disponibiliza na área reservada dos seus membros uma declaração, denominada Declaração de Pontuação.A Declaração de Pontuação apenas está acessível para os Técnicos Oficiais de Contas que tenham procedido ao registo dos clientes, nos termos do disposto no artigo 1º do EOTOC.Assim, deverá o TOC, consoante o modo

como exerce a sua atividade, assinalar o ponto a que corresponde a sua situação profissional, bem como preencher o campo reservado ao NIF da principal entidade a quem presta serviços, ou seja, o NIF da sociedade com a qual tem o vínculo laboral ou contratual, sendo que, no caso de exercer as suas funções como trabalhador independente, deve apor o seu próprio número de contribuinte.Estando a Declaração de Pontuação devidamente preenchida e caso o TOC exerça funções integrado numa sociedade que presta serviços de contabilidade que tenha registado, junto da Ordem, o respetivo responsável técnico, a situação encontrar-se-á regularizada.

Correto preenchimento da Declaração de Pontuação

No âmbito do apoio jurídico que a Ordem presta aos seus membros, têm surgido inúmeras questões relacionadas com esse assunto, uma vez que os profissionais, ao acederem à sua área reservada do artigo 1º, deparam-se com informação de que a pontuação do artigo º não se encontra em consonância com a pontuação do artigo 1º e, por conseguinte, o TOC não apresenta a sua situação regularizada.Ora, esta irregularidade pode derivar de vários fatores, nomeadamente porque o TOC não tem a Declaração de Pontuação devidamente preenchida, sendo que, frequentemente, o campo reservado ao NIF da principal entidade a quem presta serviços não está corretamente preenchido. Pois, ao invés de apor informação sobre o NIF da sociedade para a qual trabalha, coloca, por exemplo, o NIF do contribuinte, por cuja contabilidade é responsável, que apresente o maior valor do volume de negócios.Neste caso, deve o TOC aceder à sua Declaração de Pontuação, que se encontra disponível na sua área reservada da Pasta TOC, através das opções Dados Pessoais – Declaração de Pontuação e retificar os campos que estiverem indevidamente preenchidos.Pode ainda acontecer que todos os campos da Declaração de Pontuação estejam corretamente preenchidos, mas a sociedade que presta serviços de contabilidade e para a qual o TOC trabalha não ter efetuado, junto da Ordem, o registo do TOC Responsável Técnico, conforme impõem os artigos 1º, º 1, do EOTOC e 1º do Regulamento de Inscrição de Sociedades de Profissionais de Técnicos Oficiais de Contas e Nomeação pelas Sociedades de Contabilidade do Responsável Técnico.Nesse caso, os Técnicos Oficiais de Contas devem agir em conformidade, procedendo ao registo do TOC que constitua o responsável técnico da sociedade de contabilidade, mediante formulário próprio que se encontra disponível no sítio da OTOC e instruí-lo com os elementos de prova aí referenciados, devendo, para mais esclarecimentos, contactar os serviços jurídicos da Ordem.

EOTOC — Artigo º versus artigo 1º

GISELA FÉLIXJURISTA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

OTOC contra redução de escalões no IRSA Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas manifestou-se contrária à nova tabela dos escalões de IRS, considerando que se trata de uma forma de aumentar os impostos por reenquadra-mento. Afirma o bastonário, Domingues de Azevedo, que a reforma em vista é estudada de modo a abranger o maior número possível de contribuintes. Isto porque o novo sistema vai afetar os três primeiros escalões, o que representa cerca de três milhões de contribuintes, com destaque para os dois milhões que estão integrados no segundo escalão. Diz o bastonário que “os escalões mais baixos são aqueles que dão mais dinheiro”.

Governo satisfeito com combate à fraude e evasão fiscaisO Governo mostrou satisfação quanto aos resultados obtidos, no âmbito do relatório de com-bate à fraude e evasão fiscais, no ano passado. “Cerca de 70% das medidas previstas no plano já foram objeto de concretização ou aprovadas”, de acordo com Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Relativamente à criação de um outro regime excecional de re-gularização tributária – que permite aos detentores de património não declarado serem repa-triados pagando uma taxa única –, o governante avançou que “não será criado qualquer outro processo de regularização”.

FISCALIDADE

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Réditos representam rendimentos provenientes das atividades ordinárias ou correntes das entidades

O rédito deve ser reconhecido quando for provável que benefícios económicos futuros fluirão para a entidade e esses benefícios possam ser fiavelmente mensurados.

Um lar para idosos prepara-se para entrar em atividade. Existe uma joia de acesso ao lar, imaginemos que 10 mil euros por cliente, não reembolsáveis.Se se falar de 50 quartos e uma taxa de ocupação de 100 por cento, tal corresponde a um volume de negócios de 500 mil euros logo à entrada. Para além disso, temos ainda o pagamento mensal de mil euros por cliente. No final do primeiro ano, temos um volume de negócios de 1000 (mensalidade) x 12 (meses) x 50 (quartos)Pelo facto de ser o primeiro ano e de ser obrigatória a joia, teremos também 10 000 x 50 (quartos).Este último é um rendimento extraordinário somente aplicável no primeiro ano que influenciará de sobremaneira o imposto a pagar (IRC).Será possível diferir o rendimento relativo ao pagamento da joia por um período correspondente à utilização do serviço? Como justificar o diferimento do valor global da joia e em que período? Pode considerar-se a esperança média de vida e diferir este valor nesse período? Existe algo que defina o prazo máximo a diferir?

A questão refere-se à possibilidade de diferimento do rédito com o recebimento da joia inicial paga pelos utentes/adquirentes dos serviços. Depreende-se que estamos perante uma sociedade comercial normal abrangida pelo Sistema de Normalização Contabilística (SNC). Estando a questão relacionada com o reconhecimento do rédito, remetemos para o disposto na norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) nº 20 – Rédito. Esta prescreve o tratamento contabilístico de réditos, entendidos estes como rendimentos provenientes das atividades ordinárias ou correntes das entidades. Sendo que a questão primordial na contabilização do rédito é a de determinar quando reconhecer o mesmo. Em termos genéricos, este deve ser reconhecido quando for provável que benefícios económicos futuros fluirão para a entidade e esses benefícios possam ser fiavelmente mensurados. Nos termos previstos no parágrafo 7 da NCRF nº 20, rédito é «… o influxo bruto de benefícios económicos durante o período proveniente do curso das atividades ordinárias de

uma entidade quando esses influxos resultarem em aumentos de capital próprio, que não sejam aumentos relacionados com contribuições de participantes no capital próprio…». O rédito pode ser proveniente da venda de bens, da prestação de serviços ou do uso por outros de ativos da entidade que produzam juros, ‘royalties’ e dividendos. A prestação de serviços envolve tipicamente o desempenho por uma entidade de uma tarefa contratualmente acordada durante um período de tempo acordado. Os serviços podem ser prestados dentro de um período único ou durante mais do que um período. No que se refere ao reconhecimento do rédito, deve analisar-se o disposto nos parágrafos 20 a 28. O parágrafo 20 da NCRF, nº 20, refere: «(…) Quando o desfecho de uma transação que envolva a prestação de serviços possa ser fiavelmente estimado, o rédito associado com a transação deve ser reconhecido com referência à fase de acabamento da transação à data do balanço. O desfecho de uma transação pode ser fiavelmente estimado quando todas as condições seguintes forem satisfeitas: - A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada; - Seja provável que os benefícios económicos associados à transação fluam para a entidade; - A fase de acabamento da transação à data do balanço possa ser fiavelmente mensurada; e - Os custos incorridos com a transação e os custos para concluir a transação possam ser fiavelmente mensurados (…).» No caso em análise, a entidade aufere rendimentos provenientes da sua prestação de serviços no tratamento dos utentes, as mensalidades, sendo que no momento da entrada das pessoas para o lar, existe a joia. A joia configura um rendimento que está relacionado com o acesso das pessoas ao lar, é uma espécie de direito de entrada. Segundo entendemos, este valor não é, em caso algum, devolvido às pessoas, não está relacionado com a idade das mesmas, nem condiciona a estadia a um determinado período de tempo. Parece-nos então, estar associado a eventuais encargos iniciais que ocorram com a entrada do utente, tais como aspetos administrativos, operacionais com a preparação do espaço, roupas e prestações de serviços associadas. Pelo exposto, é nossa opinião que o rédito associado à entrada do utente, a joia, deve ser reconhecido integralmente nesse momento, não devendo ser diferido. INFORMAÇÃO FORNECIDA PELA ORDEM

DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS,

REDIGIDA SEGUNDO O NOVO ACORDO

ORTOGRÁFICO

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 31

É o líder de uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo concretizar os sonhos de crianças e jovens carenciados e com doenças crónicas em Portugal. Na Terra dos Sonhos – assim se chama a associação – foram realizados 415 sonhos e cerca de 70 encontram-se em realização simultânea. Na altura em que o organismo assinala cinco anos de existência, Frederico Fezas Vital sublinha a importância do envolvimento do tecido empresarial nestas causas. Agradece o apoio das mais de 100 empresas que, de uma forma ou outra, apoiam a Terra dos Sonhos, e acredita num “cenário em que não será possível conceber empresas que não procurem, em simultâneo com os objetivos de otimização do lucro, a melhoria significativa das condições sociais das suas comunidades”.MARTA ARAÚ[email protected]

Vida Económica - Que im-portância tem tido o tecido empresarial no percurso de vida da Associação, que recen-temente assinalou cinco anos de existência?

Frederico Fezas Vital - O teci-do empresarial tem sido desde a constituição da Terra dos Sonhos a sua principal fonte de financia-

mento e a primordial forma de potenciar visibilidade e notorie-dade perante a sociedade civil. Esta foi uma opção estratégica assumida pelos fundadores e di-reção da instituição desde a sua génese, baseados numa convicção que funciona como seu pressu-posto: o conceito de partilha de valor entre sociedades comerciais e organizações sociais não só é possível como desejável e vai ser com toda a certeza, o futuro da economia mundial. Um cenário em que não será possível conce-ber empresas que não procurem, em simultâneo com os objetivos de otimização do lucro, a melho-ria significativa das condições so-ciais das suas comunidades.

VE - Com quantas empresas já fizeram parcerias?

FFV - Até hoje a Terra dos Sonhos já celebrou parcerias e desenvolveu ações com mais de 100 empresas (portuguesas e internacionais) com formatos diversos de colaboração – volun-tariado, protocolos plurianuais, patrocínios, mecenatos, projetos de marketing social, donativos esporádicos (em dinheiros ou em espécie). O objetivo da Terra dos Sonhos é, neste momento, o de consolidar relações com alguns parceiros estratégicos, numa ló-gica de continuidade no tempo, permitindo a criação de alicerces de sustentabilidade para o futuro.

VE - Têm, neste momento, uma parceria a decorrer com a marca de relógios One. Como está a decorrer a iniciativa?

FFV - Tanto quanto sabemos, até ao momento está a ser um sucesso, em termos de comuni-cação e divulgação. Resultados concretos, só no final do ano sa-beremos ao certo mais detalhes.

VE - Quantos sonhos foram

realizados pela Associação até agora?

FFV - Até à data realizámos 415 sonhos e temos cerca de 70 em realização simultânea. Os primei-ros cinco anos serviram para nos tornarmos “especialistas” nesta atividade e para, em simultâneo, fazermos um estudo de investiga-ção científica (cujos resultados se-rão divulgados em breve) sobre os efeitos reais das nossas ações nas crianças e jovens com doenças crónicas graves, tendo em conta alguns indicadores fundamentais de psicologia, nomeadamente psicologia positiva como a auto-estima, a resiliência ou o cresci-mento pós-traumático, a partir deste ano, o foco é posto na me-lhoria do processo, na criação de respostas (atividades) adicionais, em profundidade, apostando as-sim na qualidade e não tanto na quantidade.

VE - Quais são, por um lado, os sonhos mais solicitados e, por outro, os mais “incomuns”?

FFV - Os sonhos mais solicita-dos são os das categorias “Quero conhecer” (sonhos nos quais as crianças e jovens querem conhe-cer ídolos – é normal que assim seja, pois estes acabam por ser a prova viva de que vale a pena e de que é possível atingirmos os nossos sonhos) e “Quero ir” (so-nhos que implicam deslocações a países e locais, dentro e fora do país). Os sonhos menos comuns e que mais espantam são os mais simples: conhecer uma fábrica de material escolar, estar com algum familiar ou apenas ter uma festa de anos, são estes que mais lições nos dão sobre a relatividade da felicidade e de como é fácil con-tribuir para o bem-estar dos que nos rodeiam.

VE - Quais são os próximos grandes objetivos da associa-

ção para os próximos tempos?FFV - A Terra dos Sonhos é

uma instituição que tem vindo a crescer, não tanto a nível orga-nizacional (apesar de ter quatro núcleos de voluntariado em todo o país- Lisboa, Porto, Coimbra e Évora), mas mais em profun-didade, nas atividades que tem vindo a desenvolver. A realização dos sonhos ditos “impossíveis” foi, no início, a nossa atividade central, mas cada vez mais temos vindo a diversificar sendo que esta evolução é consubstanciada atualmente, na criação de dois formatos que serão anunciados em breve:

Unidades de Cuidados Inten-sivos de Felicidade – Conceito criado pela Terra dos Sonhos para dar nome a uma “Unidade de Saúde Emocional”, onde serão tratados os casos mais urgentes

de necessidades a este nível, e que funcionará em ambiente hospi-talar e não hospitalar, e que será vocacionado, na sua primeira fase de implementação, para a inter-venção junto de crianças e jovens com doenças crónicas graves, seus progenitores ou responsáveis legais e cuidadores (Intervenção sistémica).

Casa dos Sonhos – O primeiro equipamento social da Terra dos Sonhos será um projeto desenvol-vido em conjunto com a Funda-ção D. Pedro IV, numa das suas valências (a anunciar em tempo oportuno) e será um projeto ino-vador, com um misto de Ludo-teca Pedagógica, uma UCIF, um centro operacional Terra dos So-nhos e ainda um HUB de inova-ção social. Estar atento e alerta é o desafio que lançamos a pessoas e empresas.

FREDERICO FEZAS VITAL, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO TERRA DOS SONHOS, AFIRMA

“Partilha de valor entre empresas e organizações sociais é o futuro da economia mundial”

Frederico Fezas Vital, presidente da Terra dos Sonhos, explica que a criação de Unidades de Cuidados Intensivos de Felicidade e uma Casa dos Sonhos são as próximas metas.

Associação de proprietários reconhece que subida das rendas será superior à inflaçãoA Associação Lisbonense de Proprietários defende que os valores da atualização das rendas re-fletem a inflação e não o mercado. Recorde-se que se prevê o aumento das rendas, no próximo ano, em 3,36%. Trata-se do maior aumento desde 2004. Feitas as contas, as rendas de casa so-bem assim acima da inflação prevista para 2013, que é, segundo o Banco de Portugal, de 1%.

ASSOCIATIVISMO

32 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

Conhecer uma fábrica de material escolar, estar com algum familiar ou apenas ter uma festa de anos, são alguns dos pedidos feitos pelas crianças.

A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) acusa o Governo de insistir no mesmo erro: as medidas anunciadas não travam a despesa nem combatem o desequílibrio orçamental. Também as novidades apresentadas no âmbito da Taxa Social Única (TSU) não merecem aplausos por parte dos patrões. No entanto, o organismo liderado por António Saraiva vê com bons olhos o alargamento por mais um ano das metas orçamentais. MARTA ARAÚ[email protected]

Em comunicado enviado às redações, a CIP defende que “ Governo deverá apro-veitar esta flexibilização para conceber e implementar medidas de caráter estru-tural com um impacto mais significativo na despesa pública, medidas essas que, na nossa opinião, continuam a tardar”. No documento, a confederação entende como “positivo o alargamento por mais um ano das metas orçamentais, tendo em conta a evolução da realidade económica interna e externa”, desde que “o Governo retome a estratégia de combate ao desequilíbrio orçamental baseada mais na contração da despesa do que no aumento da carga fiscal e parafiscal”.

Para a confederação patronal, falta in-formação rigorosa sobre as medidas já

anunciadas. “Se o Governo tornou agora mais claras as medidas de agravamento da carga fiscal e parafiscal que irá tomar, não procedeu ainda à definição rigorosa, quan-tificação e calendarização das medidas de redução da despesa”.

A associação liderada por António Sa-raiva refere que “as novas medidas agora anunciadas significam que o Governo in-siste numa estratégia de ajustamento das finanças públicas pelo lado da receita, resultando previsivelmente em menos in-vestimento, numa reforçada contração da economia e numa menor competitividade fiscal”.

Objetivos por atingir

Neste contexto, a CIP reiterou que “não será possível atingir os objetivos propostos pela via de um novo aumen-to da carga fiscal sobre a economia, que dificilmente terá repercussões na receita arrecadada”.

Para António Saraiva, “só através de uma reforma profunda do Estado e da Administração Pública será possível al-cançar um equilíbrio sustentável das fi-nanças públicas”, declarou.

No que concerne à redução da TSU, esta seria “bem acolhida pela CIP”, mas se fosse concretizada sem implicar medi-das compensatórias do lado da receita. “O Governo seguiu a via mais fácil do aumen-to das receitas públicas, implicando mais sacrifícios para os trabalhadores do setor privado e manutenção desses sacrifícios no setor público, provocando assim uma nova contração no mercado doméstico que irá ter reflexos muito negativos nas PME de menor dimensão que trabalham essencial-mente para o mercado interno”, refere a CIP no comunicado.

Ao contrário do que a CIP veio defen-der, a redução da TSU será generalizada a todas as empresas.

“No caso de alguns dos mais, importan-tes setores não transacionáveis desconhe-cemos a forma como será assegurado que os ganhos proporcionados por esta medida serão repercutidos na redução de preços e custos para as empresas de que são fornece-

dores e não em aumentos das margens de lucro”, sublinhou.

Adiada perseguição ao cumprimento do défice

Recorde-se que o ministro das Finan-ças, Vítor Gaspar, anunciou, durante a apresentação das conclusões da ‘troika’ à quinta avaliação do programa de ajusta-mento, o adiamento por um ano do prazo para cumprimento do défice, para 2,5% em 2014.

No encontro em que anunciou oficial-mente que Portugal tinha “passado no exa-me”, o responsável pela pasta das finanças deixou claro que a redução no vencimento anual da função pública é temporária e que vai aumentar para 26,5% a taxa que incide sobre os dividendos financeiros, o que in-clui os depósitos a prazo.

O ministro anunciou ainda um novo conjunto de medidas de austeridade, com destaque para a redução das reformas acima de 1500 euros, a redução dos escalões do IRS, implicando um acréscimo do paga-mento médio dos cidadãos, e ainda o au-mento de tributação dos imóveis considera-dos de luxo (acima de um milhão de euros).

Vítor Gaspar disse ainda que será acele-rada a redução do número de funcionários públicos no próximo ano, nomeadamen-te dos contratados a prazo, além de estar previsto um alargamento do programa de privatizações das empresas públicas.

CIP acusa Governo de “seguir a via mais fácil”

Empresas de mobiliário investem 100 mil euros para participar em feira na GalizaO mobiliário português investiu mais de 100 mil euros na presença coletiva de empresas da Capital do Móvel na 26ª Feira do Móvel da Galiza, que se realiza até 16 de setembro na lo-calidade galega de A Estrada. Por intermédio da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) o setor do mobiliário assegura a presença junto do público consumidor galego, o qual aprecia a qualidade, o design e a excelente relação comercial do mobiliário português.

Tecidos portugueses destacam-se em ItáliaOs tecidos da Arco Têxteis, Lemar, Paulo de Oliveira, Penteado-ra, Riopele, Somelos Tecidos e Tessimax marcaram presença em Milão, na Milano Unica, onde mostraram as suas coleções para o outono/inverno 2013-2014. A participação destas empresas foi organizada pela Associação Selectiva Moda, ao abrigo do proje-to “From Portugal”, que é financiado por fundos comunitários.

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 33

Mais de 300 empresários de Santarém em atividades “outdoor”

MARTA ARAÚ[email protected]

A Associação Empresarial da Região deSantarém (Nersant) vai realizar, neste mêsde setembro, três iniciativas “outdoor”. As atividades vão acontecer nas margens ri-beirinhas do Tejo, no âmbito do projeto“Viver o Tejo”, e está prevista a participa-ção de mais de 300 pessoas.

Amanhã, dia 15 de setembro, realiza-se a Caminhada Viver o Tejo. O percurso ini-cia-se no Parque S. Lourenço, em Abran-tes, e termina em Tancos. No total, são27 quilómetros, podendo os participantesinscrever-se em etapas mais pequenas, re-alizando apenas uma parte do percurso.A caminhada tem início às 09h00 e terá diversos locais de paragem, onde serãoatribuídos reforços alimentares aos cami-nheiros. Está igualmente garantido trans-porte em autocarro para regressar ao localde partida da prova.

De acordo com a Nersant, a inscrição na atividade “é gratuita para as primeiras duas pessoas por empresa, sendo o custo de 10 euros para as inscrições subsequentes”.

No sábado seguinte, a 22 de setembro,a associação organiza o “Grande Prémio Empresarial de Karting”, que se realizará no kartódromo de Abrantes. A prova terá início às 10 horas, com uma duração de 6 horas.

O número mínimo de participantes é dequatro elementos e um máximo de nove pessoas por equipa. “Esta é uma prova deadrenalina, direcionada para o tecido em-presarial, que desafia os audazes, aman-tes da velocidade ou simplesmente todos aqueles que queiram libertar o stress do dia a dia ao volante”, explica a organização.

O último fim de semana de setembro, termina com uma prova de canoagem, com início em Constância e chegada a Tancos, onde será realizado um lancheconvívio no restaurante Almourol. A meiodo percurso, está prevista uma paragem na praia fluvial do Almourol, onde os partici-pantes poderão visitar o castelo e receber um reforço alimentar facultado pela Ner-sant.

“As empresas que se inscreveram noGrande Prémio Empresarial de Karting da Nersant, que se realiza no dia 22 de setem-bro, têm direito a participar gratuitamente nesta canoagem, bem como na caminha-da, que se realiza dia 15 do mesmo mês”, explica a associação.

Para António Saraiva, presidente da CIP, “as novas medidas anunciadas significam que o Governo insiste numa estratégia de ajustamento das finanças públicas pelo lado da receita”.

“Só através de uma reforma profunda do Estado e da Administração Pública será possível o equilíbrio”

MARC [email protected]

O posicionamento do destino turístico Porto e Norte nos mer-cados externos obedece ao que a Associação de Turismo do Porto - Agência Regional de Promoção Turística Externa considera se-rem as principais tendências da procura e do consumo.

Entre estas contam-se o facto de o cliente estar “no lugar do condu-tor”, ou seja, “os clientes são cada vez mais informados e exigentes, fruto da maior liberdade de esco-lha e transparência da oferta”. As-sim, é dada “maior importância à qualidade e serviço personalizado” e “melhor ‘brand loyalty’”.

Estas directrizes foram apresen-tadas no decurso do balanço tra-çado pela entidade encarregue da promoção externa do destino. Se-gundo Vladimiro Feliz, presiden-te da ATP e vereador do turismo da CMPorto, “a estratégia está orientada para o lado da procu-ra, não só turistas, mas também profisisonais, operadores, organi-zadores de evento”, entre outros.

A estratégia apresentada, a que a VE teve acesso, aponta ainda como tendências centrais o cha-mado “value for money”, onde os turistas procuram “rentabi-lizar os seus gastos de viagens sem que tal signifique aceitarem destinos ou serviços de qualida-de inferior”; a “diversificação de motivações para viajar e a espe-cialização em oferta costumiza-da” incluem-se nestas tendên-

DORMIDAS DE TURISTAS EXTERNOS DEVERÃO SUPERAR NACIONAIS NA REGIÃO

Porto e Norte afina estratégia de pro externa até 2015A Agência Regional de Promoção Turística Externa apresentou as linhas gerais de promoção até 2015. Entre as tendências antecipadas contam-se “o enfoque no cliente”, o ‘value for money’ e o envelhecimento da procura. A estratégia aponta quatro mercados prioritários e outros de procura sazonal.

tro lado, verifica-se o envelheci-mento da procura nos principais mercados emissores, mas os que têm mais de 50 anos “vão pen-sar e agir de forma mais jovem e aberta à mudança”. Acresce ainda “o maior número de ‘sin-gletons’ e a individualização da sociedade”.

Finalmente, aquela entidade destaca a maior consciência am-biental e cultural dos viajantes, o que tem reflexos na oferta de um turismo sustentável.

Prolongar época alta

Como tal, a ATP desenvolveu uma estratégia, até 2015, alinha-da com a estratégia nacional do PENT (Plano Estratégico Nacio-nal do Turismo). Pretende-se que o turismo na região cresça em quantidade e valor e o produto Turismo de Negócios contribua para a redução da sazonalidade da região. Para equilibrar a pro-cura, a região quer potenciar “as

O vinho do Porto é uma das marcas cujo valor que a região pretende poten-ciar externamente.

34 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

Comunicação externa promove segmentos diferenciadores

A estratégia de comunicação definida pretende realçar Portugal e o destino Porto e Norte, sugerindo novas experiências “a descobrir”. O posicionamento promove as características distintivas da região e os principais produtos turísticos do destino: MI (Meeting Industry), City Break, Touring e Natureza através do referido portal. O turismo de negócios “passa a ser trabalhado na óptica da experienciação e da memorização”, refere a ARPT. Desta forma, pretende-se relacionar “a oferta dos agentes e parceiros com as necessidades e desejos do seu público de forma a orientar e organizar a oferta, promovendo a ação de vendas”. No City Break, a ARPT visa integrar “eventos culturais, itinerários, roteiros, artigos de suporte para visita à região” com o que os visitantes precisam “saber sobre as potencialidades das principais cidades de cada região – porquê ir?, o

que ver?, o que fazer?, como chegar?”. O objetivo é “atrair turistas internacionais e promover a deslocação de turistas nacionais para cidades de média dimensão”.No Touring, procede-se “à divulgação de itinerários experienciais, mapas digitais de roteiros e informações úteis”. Apresenta-se “a diversidade de património histórico, cultural e religioso, dando especial visibilidade à história e património e às celebrações religiosas na região”.Finalmente, no Turismo de Natureza pretende-se “posicionar e dar notoriedade, a curto prazo, aos recursos naturais e oferta de atividades e experiências de aventura, que a região oferece”. Entre estas destacam-se “desportos radicais, atividades ao ar livre, experiências culturais, contacto com a natureza, observação de flora e fauna e as viagens ao norte litoral”, conclui o documento.

TURISMO

Turistas estrangeirosdeverão gerar 2,6 milhões de dormidas em 2015

Proveitos deverão crescer 7,5% ao ano entre 2010 e 2015

CP reedita Comboio das VindimasA CP reedita este ano um programa especial em torno da festa das vindimas no Douro vinhateiro, com viagem marcada para o dia 22 de setembro. “A Festa das Vindimas no Douro” propõe uma viagem de comboio a partir de Porto – Campanhã até à Régua. O preço do programa completo é de 49 euros, para adultos, e de 29 euros, para crianças dos quatro aos oito anos.

cias. Sintomas desta tendência, refere, são a procura por viagens de curta duração (‘short breaks’ e nanoférias) e a busca de oportu-nidades ‘last minute’.

Paralelamente, assegura a ATP, verifica-se “a substituição do enfoque no destino pela experi-ência”, que se pretendem “mais autênticas e criativas”. Por ou-

Mercados e produtos turísticos prioritários e complementares para 2012

Fonte: Turísmo de Portugal e ARPT Porto e Norte, Plano Nacional e Regional de Promoção Turística 2012

Termina no próximo dia 18 de setembro a iniciativa “Portugal, O Melhor Destino”, promovido pela Dreambooks. O concurso pretende promover o país como um destino turístico de excelência, através de imagens captadas pelos próprios habitantes. Estas imagens serão utilizadas para criar “o maior álbum fotográfico do mundo, impresso em exemplar único não comercial”.MARC [email protected]

O âmbito deste concurso passa por colocar os portugueses a retratarem o que consideram ser o melhor de Portugal em fotografia e assim contribuir para dinamizar e promover o desti-no nos mercados internacionais.

Segundo Diogo Teixeira, diretor de Marke-ting e Publicidade do grupo LFM, organizador do concurso, este “é um projeto transversal a vários sectores e não um projeto de um só se-tor”. O objetivo é aproveitar as “valências para inverter uma onda de pessimismo crescente”, disse à VE. “Se todos contribuírem, com recur-sos, competências, ‘know-how’, acreditamos que iremos sair facilmente desta situação me-nos favorável, aliás, como já fizemos no passa-do”, considera.

Assim, “para além da contribuição a todos os

sectores da sociedade, existem dois que sairão diretamente beneficiados: o turismo e a foto-grafia”. Aquele responsável acredita que “a pers-petiva de cada português sobre o seu país vai ajudar na promoção de Portugal como destino de excelência”; por outro lado, “não há melhor forma de promover e de mostrar tudo o que temos de bom do que através da fotografia. No mundo inteiro, nunca se fotografou tanto, mas também nunca se imprimiu tão pouco”, nota.

Operadores podem retirar dividendos

O concurso conta com a participação de um conjunto de “embaixadores”, figuras públicas oriundas de áreas diversas como a televisão, desporto, das artes e da moda, entre outros.

Estes embaixadores contribuíram para divulgar o concurso e “todos eles são pessoas que não pediram qualquer contrapartida”, sublinha Diogo Teixeira.

Apesar de direcionado para o comum cida-dão, o projeto “Portugal, O Melhor Destino” não esqueceu os operadores económicos asso-ciados ao setor do turismo. Segundo aquele responsável, “o maior dividendo que qualquer dos promotores do projeto pretende recolher é voltar a ter possibilidade de desenvolver nova-mente as suas atividades num país orgulhoso de si mesmo, num país que seja novamente uma grande referência económica e turística, alavancado pelas suas condições geográficas únicas, pelo valor das suas pessoas e pela capa-cidade das suas empresas”, concluiu.

moção

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 35

CONCURSO FOTOGRÁFICO EM CURSO ATÉ DIA 18 DE SETEMBRO

“Portugal, O Melhor Destino”convida portugueses a promoverem turismo

O projeto “Portugal, O Melhor Destino” não esqueceu os operadores económicos associados ao setor do turismo, assegura Diogo Teixeira, diretor de marketing do grupo LFM.

operações de Inverno e sobretudo “shoulders”, alargando assim a época alta”.

O objectivo é que a região do Porto e Norte seja o destino do país com um dos melhores de-sempenhos em termos de cresci-mento. Os hóspedes estrangeiros deverão crescer “a um ritmo su-perior aos nacionais”, devendo chegar a 2015 praticamente com o mesmo valor.

Os turistas estrangeiros deverão gerar 2,6 milhões de dormidas em 2015, superando as dormidas de turistas nacionais em cerca de 0,5 milhões. Em resultado, os proveitos deverão crescer 7,5% ao ano entre 2010 e 2015, referiu Helena Gonçalves, diretora exe-cutiva da ATP.

O Porto e Norte assume quatro mercados estratégicos prioritá-rios - Espanha, Alemanha, Reino Unido e França - e reforça a apos-ta “em mercados em crescimen-to e de procura sazonal” (Itália, Holanda, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Suíça e Brasil).

A região aumenta os investi-mentos nos canais ‘online’, dan-do especial destaque ao desenvol-vimento de novos canais de apoio à venda. No caso da tomada de decisão do consumidor, o docu-mento aponta a ação junto dos agentes e operadores turísticos ‘online’, dos motores de reserva ‘online’ (voos), das redes sociais e dos media sociais sobre turismo, face à influência que podem ter no processo de decisão do consu-midor.

Assim, os portais visitportand-north.travel (região) e visitportu-gal.com (nacional) serão os meios preferenciais, nos canais ‘online’, para a promoção do destino, no sentido de influenciar, nos di-versos momentos do ciclo de “reflexão” do consumidor, para a tomada de decisão do turista po-tencial.

Para 2012, as principais ações passam por alcançar e se possível superar em 115 mil as dormidas de estrangeiros face a 2011 (dor-midas em empreendimentos tu-rísticos); explorar novas opções e oportunidades de mercados como EUA e Canadá e Rússia; promover e comunicar os pro-dutos turísticos do destino: MI – Meetings e Industry, City Bre-aks, Touring histórico, cultural e religioso e Natureza (ver caixa).

The Yeatman com programa Especial VindimasO The Yeatman preparou um programa especial para as vindimas que inclui uma visita ao Douro para participar no ritual da colheita das uvas. O programa propõe duas noites de alojamento, pequeno-almoço incluído e 20% de desconto em tratamentos no Spa. Para o jantar está reservado um menu de degustação com a assinatura do Chefe Estrela Michelin Ricardo Costa.

Quinta do Vallado propõe programas para vindimasTambém a duriense Quinta do Vallado oferece progra-mas de duas, três e cinco noites no novo Hotel Rural. Os programas incluem várias atividades, desde a própria vindima, a pisa a pé tradicional, até aos passeios inesque-cíveis, a pé, de barco ou de canoa. Os três programas são válidos até 15 de Outubro.

21 Setembro Ínicio: 9horas

Auditório LiporBaguim do Monte

09h00 Acreditação

09h30 Sessão de Abertura

09h45 “Empreendedorismo – A Ligação entre

as Universidades e as Empresas”

Celso Guedes Carvalho IEUA – Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro

10h15 O papel das micro e pequenas empresas

no desenvolvimento da Economia

Moderador : João Luis de Sousa – Vida Económica Millennium BCP (a confirmar) Dr.ª Rita Seabra - IAMPEI Prof. Luis Alvim - EGP Instituto Kaizen

11h30 Coffe-break

12h00 “A sua Empresa é Empreendedora?”

Prof. Luis Lobão – Fundação Dom Cabral - Brasil

12h45 Almoço

14h00 “Empreendedorismo e a Capacidade

de Negociação”

Isabel Paiva de Sousa, investigadora e consultora

14h40 “A Necessidade de Empreender em Portugal e na Europa”

Orador a confirmar

15h20 “ Empreender em Português”

Moderador: Fernando Leite - LIPOR Caso José Gourmet Caso Teles Talorying Caso Inovcluster Canal 180

16h40 A importância da Marca num projeto

de Empreendedorismo

Prof. Paulo Morais – IPAM

17h10 Empreendedorismo Sustentável

– Projeto do CEE

Mónica Monteiro

17h30 – Encerramento da Sessão

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Organização:

Patrocinadores: Patrocinador Platina:

Preços*: Público Geral ................G 30 Assinantes VE ...............G 20

*Preço + IVA, incluí documentação, almoço e coffee-breaks

MARC [email protected]

A África do Sul deverá investir um total de 96 mil milhões de euros nos próximos três anos no desenvolvimento de infraestrutu-ras. O Orçamento de 2012 da-quele país contempla um volume de cerca de 845 mil milhões de rands (85 mil milhões de euros), complementado por um investi-mento de 108 mil milhões ZAR (11 mil milhões de euros) a car-go da Transnet - a empresa pú-blica de transportes ferroviários - implicando um investimento cumulativo de um bilião de ZAR (120 mil milhões de dólares, cer-ca de 30% do PIB).

De acordo com o boletim mensal do banco BPI, o qual in-clui um relatório especial sobre o mercado daquele país da África Austral, a que a VE teve acesso, o volume de investimento referido foi consubstanciado no chama-do Plano de Desenvolvimento Nacional (NDP). Este considera áreas prioritárias como os trans-portes, a energia, em particular eletricidade, recursos hídricos e tecnologias de informação e co-municação.

Foram já identificadas as áreas e definidos projetos de investi-mento ao nível nacional, com prioridades e intervenções locais geograficamente bem definidas. Estes projetos coexistem com o investimento ao nível de infra-estruturas de saúde e educação básica, tecnologias de informação e comunicação e integração re-gional, assinala o documento (ver gráfico 1: Megaprojetos conside-rados, 2012-2020).

Ambiente de negócios favorável

A África do Sul apresenta-se como “a maior economia do con-tinente africano, mas debate-se com constrangimentos de ori-gens diversas” que, do ponto de vista interno, prendem-se com “raízes estruturais e históricas”: desde “o mau funcionamento do mercado de trabalho”, a “escassez de mão de obra qualificada”, os “fracos níveis concorrenciais em mercados de produtos e serviços” e, finalmente, o “défice de infra-

estrutras energéticas e meios de transporte”.

A capacidade de colocar a África do Sul no caminho do crescimento sustentável depende “instrinsecamente do nível de competitividade da sua economia e esforços de melhoria a este ní-vel”, aponta o relatório.

Como pontos a favor estão “a dimensão do mercado, o desen-volvimento do setor financeiro, a qualidade das instituições, nome-adamente no que toca à proteção dos direitos de propriedade”, as-sinala o BPI. Daí que a África do Sul seja o 54º país mais compe-titivo do mundo do World Eco-nomic Forum, sendo o país da África subsariana com a melhor classificação.

A nível do ambiente de negó-cios ocupa “uma posição muito favorável face a outros países afri-canos”, encontrando-se no 35º lugar em 183 no índice Doing Business do Banco Mundial de 2012.

Na rubrica que mede a facili-dade de acesso ao crédito, o país ocupa o primeiro ligar, juntamen-te com a Malásia e Reino Unido, mas este desempenho “piora nas áreas de abastecimento de energia e de comércio além-fronteiras”.

Como principais obstáculos surgem “a burocracia estatal, a formação inadequada da força de trabalho e uma legislação laboral demasiado rígida”. No entanto, o documento destaca, em 2011, “a aprovação de uma nova lei empresarial que visa diminuir a

complexidade dos procedimen-tos relativos ao estabelecimento de negócios”, entre os quais “se elimina a obrigatoriedade de sub-meter o nome de uma empresa a aprovação prévia”.

Desigual distribuição de rendimento

Em relação à moeda local, o rand, “as perspetivas são positi-vas”, pois nos tempos mais pró-ximos “deverá manter-se o fluxo de capitais favorável”, antecipa o BPI: para além da integração no grupo dos BRICS, a inclusão da dívida pública no WGBI do Citibank a partir de Outubro, bem como a renovada ênfase nos projetos de mega-investimento, “deverão atuar em suporte da moeda”.

Todavia, “o rand continuará vulnerável às oscilações do senti-mento dos mercados internacio-nais relativamente aos ativos das economias emergentes”.

Desde a recessão de 2009, a economia sul-africana tem re-gistado um comportamento “aquém do observado no passado recente”: entre 2003 e 2008, a atividade registou ritmos de ex-pansão entre 4 e 5,5%; em 2009, o PIB caiu 1,5%.

Desde então, o ritmo de cresci-mento da economia tem-se situ-ado em torno de 3%. Em 2011, segundo o INE local, a atividade aumentou 3,1% em termos reais, acelerando ligeiramente face aos 2,9% do ano anterior. Para 2012,

a média das previsões de institui-ções internacionais situa-se em 2,8%.

Para 2013 e seguintes, estes mesmos organismos esperam uma trajetória de aceleração e regresso de expansão ao patamar dos 4% a partir de 2015. Porém, o BPI alerta para um otimismo excessivo nestas previsões, já que “há um ano atrás previa-se uma aceleração da atividade económi-ca para 4,3% em 2013”.

As infraestruturas são, em simultâneo, “o calcanhar de Aquiles” mas também a oportu-nidade para o investimento no país. “2012 marca o sétimo ano consecutivo de implementação

de um ambicioso plano de infra-estruturas”, tendo por objetivoúltimo “aumentar o potencial decrescimento”.

Segundo estimativas do bancocental do país divulgadas no rela-tório do BPI, a taxa de crescimen-to potencial situa-se em 4,5%,“bem abaixo da fasquia dos 7% necessária para o sucesso no com-bate ao desemprego”. Por sua vez,“esta constitui uma das principaistarefas no âmbito da prossecuçãode um desenvolvimento inclusivo e de uma distribuição de rendi-mentos menos desigual”, concluio relatório. Desigualdades essas que estiveram na base dos acon-tecimentos da mina de Marikana.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 37

ENERGIA E ELETRICIDADE E TRANSPORTES SÃO OS SETORES PRIVILEGIADOS, REVELA ANÁLISE DO BPI

África do Sul projeta investimentos de 96 mil milhões de euros em infraestruturas

Megaprojetos considerados, 2012-2020Fases de implementação

% da despesa de investimento total

ZAR mil milhões

Conceção 33,80% 1,083

Pré-viabilidade 8,40% 269

Viabilidade 20,40% 654

Financiamento 6,10% 195

Plano detalhado 3,40% 109

Atribuição (leilão) 6,10% 195

Construção 11,70% 375

Em andamento 10,20% 327

Total 3,204

Fonte: Min. Finanças, BPI

Previsões de crescimento

para a África do Sul, Julho 20122010 2011 2012 2013 2014

FMI – WEO (Abril e Update de Julho de 2012)

África subsariana 5,3 5,2 5,4 5,3 5,5

África do Sul 2,6 3,3 4,0

EIU (Economist Intelligence Unit)

2,8 3,8 3,2

Standard Chartered Bank SA

2,9 3,1 2,7 3,2 3,5

OCDE - Regional Outlook Maio 2012

2,8 3,6 n.a.

IIF – Institute of International Finance

2,9 3,6 n.a.

Média Atual 2,9 3,1 2,8 3,5 3,6

Média previsões em Abril 2011

2,9 3,7 4,3 n.a. n.a.

Fontes: OCDE, FMI, Standard Chartered Bank SA, IIF, Economist Intel-ligence Unit, Statistics South Africa, BPI.

PSI-20 (12.02) 5366,49

6,29% Var. Semana

-2,33% Var. 2012

Dow Jones 12/Sep .....13344,51

Var Sem ................................2,28% Var 2012 ................................9,23%

Nasdaq 12/Sep ........... 3109,139

Var Sem ................................1,30% Var 2012 ..............................19,35% IBEX 35 12/Sep ............. 7992,10

Var Sem ................................6,65% Var 2012 ...............................-6,70%

DAX 12/Sep ...................7343,53

Var Sem ................................5,44% Var 2012 ..............................24,50%

CAC40 12/Sep ...............3543,79

Var Sem ................................4,05% Var 2012 ..............................12,15%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

5000

5100

5200

5300

5400

06 Set 07 Set 10 Set 11 Set 12 Set

A “Vida Económica” soli-citou à banca informações sobre cartões de crédito clássicos e sobressaíram-se o BES (o cartão Branco quando associado a con-ta 18.31), o Montepio (cartão Origem) e o Acti-voBank. No total dos 12 cartões de outros tantos bancos que aceitaram o nosso desafio, as TAEG variam entre 9,7% e 33,1% e as anuidades en-tre zero e 30 euros (mais imposto de selo). O maior equilíbrio entre anuidade e TAEG está na proposta do Montepio.

AQUILES [email protected]

O BES Branco – quando asso-ciado à conta 18.31 – apresenta a melhor taxa de juro entre os car-tões de crédito clássicos analisados pela “Vida Económica”. Aquele cartão promete mesmo um TAN de 0%, que se reflete numa TAEG de 9,7%, o que o torna na proposta mais baixa em termos de juro entre os 12 bancos que responderam ao nosso pedido de informações (de referir que BIC Português e BBVA também foram contactados, mas não nos enviaram respostas).

Entre as principais vantagens do cartão do BES está a oferta de um seguros, sendo o principal senão o facto de apenas poder estar asso-ciado à conta 18.31 para permitir aquelas vantagens, já que sem estar associado àquela conta o BES Bran-co tem taxas mais elevadas. Confor-me o próprio nome da conta indica, apenas pode ser subscrita por clien-tes particular com idade entre 18 e 31 anos.

Também bastante competitivo em termos de taxa é o Origem, do Montepio. Este cartão de crédito tem uma TAEG de 16,1% e apre-senta como grande vantagem face ao do BES a não obrigatoriedade de subscrição de um conta específica. As principais vantagens do cartão do Montepio são a acumulação de pontos em função das compras e dos cash advance, bem como do sal-do em dívida, sendo que esses pon-tos podem ser trocados por prémios relacionados com tecnologia, casa e

criança, entre outras categorias.Muito próximos, em termos de

TAEG, surgem o cartão de crédito do ActivoBank (17,7%) e o Caixa Classic, da Caixa Geral de Depósi-to. As vantagens do Caixa Classic incluem a oferta da primeira anui-dade (devolvida com a primeira compra nos 45 dias após a emissão do cartão) ou até a oferta permanen-te da anuidade, no caso da faturação anual mínima do cartão ser de 3600

euros. Além disso, o Caixa Classic devolve, segundo o banco, até 3% das compras (cash back) a partir de 35 euros, a partir de um valor acu-mulado em compras de 150 euros, que reverte para a conta-cartão ou em alternativa para a conta poupan-ça do cliente. O banco público des-taca ainda a possibilidade de arre-dondamentos para conta poupança e os descontos em parceiros (www.vantagenscaixa.pt).

No caso do Banco Popular, o Visa Classic tem uma TAEG de 23,88% e permite, entre outras vantagens indicadas pela entidade, transferir fundos do saldo disponível do car-tão para a conta de depósitos à or-dem, limite de crédito até 50 dias sem juros e o acesso a um pacote de seguros e serviços de assistên-cia. Muito próximo em termos de TAEG (23,9%) o cartão Light do Santander Totta, oferece isenção de

anuidade com compras e levanta-mentos a crédito mínimas de 1200 euros por ano e, ciclicamente (este mês ainda está em vigor), um vale Hotéis Vila Galé no valor de 50 eu-ros por cada 500 euros de compras e/ou levantamentos a crédito.

Pelo BPI, o Campeões – em as-sociação à Uefa Champions League – tem uma TAEG de 24,6%. Este cartão de crédito clássico te como principal vantagem a isenção de

MONTEPIO E ACTIVOBANK TAMBÉM SOBRESSAEM PELA POSITIVA

BES Branco com a menor taxa de juro

BANCO NOME CARTÃO ANUIDADE PRINCIPAIS VANTAGENS REDE TAEG

Cartão de Crédito Gratuita n.d. Visa 17,7%*

Cartão iSavings Black Visa Gratuita

Cartão de Débito & Crédito; Seguros, incluindo de roubo; Cash back de 1% nas compras até 30/9 (campanha válida para a faturação a crédito acumulada superior a G500 no período da campanha. Cash back a atribuir durante o mês de outubro com o máximo de G100, por conta cartão)

Visa 26%**

Visa Classic (clientes particulares)

1º ano grátis - seguintes G15

Transferir fundos do saldo disponível do cartão para a conta de depósitos à ordem;Limite de crédito até 50 dias sem juros; pacote de seguros e serviços de assistência

Visa 23,88%**

Classic

1ºtitular: G25 (imposto de selo incluído) 2º titular: G12,5 (imposto de selo incluído)

Pacote de seguros; acesso aos vários Clubes de Cartões Banif Visa 26,9%**

Barclaycard Classic (Open market, não é necessária conta no banco)

Gratuita

Proteção de compras; seguro de bilheteira; isenção da taxa de abastecimento em gasolineiras; e até 3 cartões adicionais sem custos

Visa 33,1%*

BES Branco (conta 18.31)

1ºtitular: G10 (imposto de selo incluído) 2º titular: G15 (imposto de selo incluído)

Seguro; TAN 0% Visa 9,7%*

Campeões (Uefa CL) n.d. Isenção de anuidade se média de saldos 150 Mastercad 24,6%**

Caixa Classic G24,04+imposto de selo

1ª anuidade devolvida com a 1ª compra nos 45 dias após a emissão do cartão; Não paga as anuidades seguintes se a faturação anual for G3600; devolve até 3% das compras (cash-back) de valor maior ou igual que G35, a partir de um valor acumulado em compras de G150, que reverte para a conta-cartão ou em alternativa para a conta poupança do cliente; possibilidade de arredondamentos para conta poupança; descontos parceiros (www.vantagenscaixa.pt)

Visa ou Mastercard 19,3%*

Classic G30+imposto de selo n.d Visa 25,691%**

Blue G25 (imposto de selo incluído) Isenção de anuidade no programa Cliente Frequente American

Express 26,3%*

OrigemG12,5+imposto de selo (cliente); G8,5+imposto de selo (associado)

Cliente acumula pontos em função das compras e dos cash advance, bem como do saldo em dívida; pontos podem ser trocados por prémios relacionados com tecnologia, casa, criança, entre outras categorias.

Visa 16,1%**

Light 1º ano grátis - seguintes G16,5+imposto de selo

Isenção de anuidade com compras e levantamentos a crédito mínimas de G1200/ano; 1 Vale Hotéis Vila Galé no valor de G50 por cada G500 de compras e/ou levantamentos a crédito

Mastercard 23,9%*

* Utilização de G1500 anuais com pagamento em 12 meses ** Utilização de G2000 anuais com pagamento em 12 meses

38 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

2,28% Var. Semana -0,022% Var. Semana 2,42% Var. Semana

-0,52% Var. 2012 -0,728% Var. 2012 7,87% Var. 2012

Euro/Libra 12/Sep ... 0,8004

Var Sem ........................ -1,02% Var 2012 .........................4,42% .................................................

Euro/Iene 12/Sep ..100,3850

Var Sem ........................ -1,61% Var 2012 ........................ -0,62%

Euribor 3M 12/Sep....0,2550

Var Abs Sem ................... -0,011 Var 2012 .......................... -0,746

Euribor 1Y 12/Sep.....0,7530

Var Abs Sem .................. -0,023 Var 2012 ......................... -0,751

Ouro 12/Sep .........1731,33

Var Sem ......................2,24% Var 2012 ......................9,84%

Prata 12/Sep ............32,98

Var Sem ......................2,25% Var 2012 .....................17,04%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (12.09) 1,2892 EURIBOR 6M (12.09) 0,4960 PETRÓLEO BRENT (12.09) 115,83

1,251,261,271,281,291,3

06 Set 07 Set 10 Set 11 Set 12 Set0,48

0,49

0,5

0,51

0,52

06 Set 07 Set 10 Set 11 Set 12 Set112113114115116117

06 Set 07 Set 10 Set 11 Set 12 Set

nos cartões de crédito clássicosanuidade se a média de saldos for igual ou su-perior a 150 euros. Seguem-se o cartão Clas-sic do Deutsche Bank, com uma TAEG de 25,691%, e o iSavings Black Visa do Banco Best, com 26% de TAEG. Este último trata--se de um cartão de débito e crédito, ofere-cendo, segundo o banco, seguros (incluindo de roubo) e possibilidade de cash back de 1% nas compras até 30 de setembro.

No Millennium bcp, a melhor oferta é o Blue American Express (o único daquela rede, todos os outros cartões desta seleção são Visa ou Mastercard). Este cartão de crédito pode

estar isento de anuidade, quando associado ao programa Cliente Frequente. Em termos de TAEG, segue-se na nossa “short list” o cartão Classic, do Banif, com 26,9% de TAEG. As principais vantagens deste cartão de crédito são o acesso a um pacote de seguros e aos vá-rios clubes de cartões Banif.

A TAEG mais elevada deste comparati-vo (33,1%) é a do Barclaycard Classic. Em contrapartida, este cartão está disponível em “open market”, ou seja, não é necessário ter conta no Barclays. Oferece também proteção de compras, seguro de bilheteira, isenção da

taxa de abastecimento em gasolineiras e até três cartões adicionais sem custos.

Além disso, o Barclaycard Classic é um dos três cartões de crédito em análise que não co-bram anuidade. Os outros dois são os bancos diretor Best e ActivoBank. Nos antípodas des-tes cartões está o Deutsche Bank, que cobra pelo cartão Classic uma anuidade de 30 euros (mais imposto de selo).

A rondar os 25 euros anuais (pelo primei-ro cartão) estão Millennium bcp, Banif e Caixa Geral de Depósito, e os 15 euros por ano (também para o primeiro cartão) Ban-

co Popular, Santander Totta, BES (embora, recorde-se, apenas quando associado à conta 18.31) e Montepio. Aliás, o cartão Origemrevela-se ser a oferta mais equilibrada taxa dejuro e anuidade. De notar que o BPI não in-dicou qual a anuidade do cartão Campeões.Uma nota final para as redes usadas pelos cartões. A esmagadora maioria divide-se en-tre Visa e Mastercard, não havendo diferenças de monta entre ambas em termos de taxaspraticadas. Aliás, no caso do Caixa Classic, ocliente pode escolher entre as duas redes, coma mesma TAEG.

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As medidas anunciadas pelo Governo na última semana incendiaram o panorama político em Portugal. O caldo entornou--se e as tensões sentem-se na própria coligação governamental. Não seria até surpreendente que o Governo caísse nos próximos meses. Porém, como sempre acontece no calor da discussão, agora, mais do que nunca no espaço do último ano e meio, importa regressar aos fundamentos do programa da “troika”. Importa reler o documento original da “troika” que, recorde-se, foi assinado pelo PSD, pelo CDS e também pelo PS. E importa avaliar se há fundamento para tanto ruído político ou não.

Analisado o documento de Maio de 2011 e a série de anúncios recentes, ressalta evidente que, em matéria fiscal, o aumento da contribuição paga pelos trabalhadores para a Segurança Social e a redução da contribuição paga pelas empresas – traduzindo um aumento líquido das contribuições globais – não está no programa original. Este é um facto. E a redução adicional que o Governo quer impor aos pensionistas também não está no memorando. Outro facto. O mesmo sucede ainda com o agravamento das taxas

de imposto sobre capitais que, estando previsto para 2012 – designadamente em sede de IMI, – não estava previsto para 2013. Pelo contrário, a redução do número de escalões em sede de IRS está no programa. E o alargamento da base de incidência do IRC também.

Tudo somado, em matéria fiscal, há de facto razões para o descontentamento da oposição. Sobretudo, tendo em conta que as alterações fiscais promovidas pelo Governo não se destinam a compensar qualquer perda orçamental decorrente da decisão do Tribunal Constitucional, pois, como se sabe, na prática, pretende-se que tudo fique na mesma no sector público. Há ainda razões para descontentamento no que à redução da despesa diz respeito. O Governo foi muito lesto a quantificar alguns dos aumentos na carga fiscal, mas não foi tão solícito na hora de fazer o mesmo do lado da despesa. Enfim, nada que também não se resolva com uma consulta ao memorando. Dessa consulta temos que para 2013 se prevê uma redução de 2200 milhões de euros (1,3% do PIB) na despesa, tendo à cabeça uma redução de 500 milhões na despesa corrente do Estado. Ora, neste momento,

segundo as minhas estimativas, entre o desvio acumulado este ano e a meta revista em alta para o défice público no próximo ano, a consolidação orçamental a fazer será de 1500 a 2000 milhões. É, pois, incompreensível que o Governo, nas suas diversas comunicações ao País, não tenha detalhado a austeridade prevista para o próprio Estado, ao mesmo tempo que se detalhavam inúmeras medidas fiscais que nem sequer estavam previstas.

Com o relaxamento das metas para o défice, quer para 2012 quer para 2013, o Governo terá a vida facilitada se fizer o que estava inicialmente previsto do lado da despesa. Curiosamente, a oposição também terá a vida facilitada, pela simples razão de que, revistas as metas do défice e realizados os cortes previstos na despesa para 2013, não haverá qualquer razão para agora aceitar o agravamento dos impostos (recorde-se) imprevistos. Isto, claro, se, da esquerda à direita, realmente existir vontade de cortar na despesa! A questão de fundo é aliás essa: quererão os partidos contribuir para a existência de um Estado eficiente? Infelizmente, há motivos para suspeitar que não. Darei dois exemplos, um grande e outro pequeno. Primeiro,

o grande. De acordo com a informação mais recente disponibilizada na base de dados do Banco de Portugal, os consumos intermédios do Estado em percentagem do PIB nos últimos quatro trimestres (terminados em Março de 2012) foram superiores à percentagem média registada desde 2000! Superiores! É caso para questionar se a austeridade chegou mesmo ao Estado… E, certamente, é motivo mais do que suficiente para exigir a elaboração de um orçamento de base zero nesta rubrica em particular. Na realidade, no Estado persistem situações que aos olhos do comum mortal não deixam de causar uma certa perplexidade. E é aqui que me socorro do meu segundo (e mais pequeno) exemplo: em plena crise, o Ministério das Finanças decidiu subcontratar por 200 mil euros a avaliação estratégica do QREN (publicado em Diário da República a 17/07/2012). Pergunta-se: não havia quem nas Finanças ou na Economia pudesse tratar do assunto?! Enfim, o monstro está vivo e recomenda-se!

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Revisitar o memorandoEspeculação

RICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 39

Fundação MAPFRE reforça combate à sinistralidadeA Fundação MAPFRE, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade 2012, lança o seu programa anual de atividades na área da prevenção e segurança rodoviária. Além das iniciativas “Caravana de Educação Rodoviária” e “Ao Fim de Semana, Tu Decides!”, dirigidas a crianças, jovens e jovens adultos, a Fundação MAPFRE reforça o combate à sinistralidade rodoviária com o filme “Num Segundo” e dirige a ação “Prevenção Rodoviária para Idosos”.

AN Seguros lança seguro de saúde a baixo custoN Saúde é o novo produto da seguradora direta do Grupo Montepio, disponível nas opções START e TOP. Depois de ter entrado recentemente no ramo de acidentes pessoais, a N Segu-ros alarga a sua oferta para os seguros de saúde. “Os produtos de saúde são atualmente muito valorizados pelos clientes que procuram soluções simples, de qualidade e a baixo preço”, ex-plica Nuno Serrano, diretor-executivo da N Seguros.

FERNANDA SILVA [email protected]

“A Comissão realizou um estu-do sobre as empresas cotadas na Europa e concluiu que nove em cada 10 são auditadas por apenas quatro firmas, as ditas ‘big four’”, segundo o sócio-executivo da Baptista da Costa & Associados (BC&A), Luís Pereira Rosa. Em declarações à “Vida Económica”, a mesma fonte admite que “o mercado de auditoria está exces-sivamente concentrado há vários anos” mas salienta que tal foi “finalmente” reconhecido pela União Europeia.

“A questão que se coloca é o que acontece se uma destas firmas colapsar? Poder-se-á argumentar que isso é muito remoto porque dispõem de recursos, tecnologia e metodologias muito boas. Que os meios de que dispõem sejam excelentes, é indiscutível, mas ninguém pode negar esse risco. Nunca ninguém imaginou que a Arthur Andersen acabasse da forma que acabou”, refere Luís Pereira Rosa.

Por outro lado, prossegue o mesmo responsável, “a concen-tração do setor, com o conse-

quente poder excessivo desses ‘players’, gera inevitavelmente si-tuações de conflitos de interesse, quer ao nível dos serviços presta-dos, quer ao nível da concorrên-cia. A concentração ocorrida nos últimos 20 anos terá sido motiva-da por interesses internos, como por exemplo a rentabilidade, mas o mercado ficou bastante menos concorrencial, dificultando o surgimento de novos ‘players’ no setor”.

Questionado sobre o que pode ser feito, designadamente pela Comissão Europeia, para col-matar as lacunas existentes no sistema de auditoria europeu, Luís Pereira Rosa é perentório. “A profissão de auditoria está numa encruzilhada, até porque o momento, desde 2008, é de turbulência nos mercados”. Ain-da assim, o consultor assegura que a “separação de atividades de auditoria e consultoria será cer-tamente um aspeto determinan-te para a evolução do mercado”, pois abrir-se-ão oportunidades para as firmas de menor dimen-são que assim poderão “ganhar massa critica e ter a médio e longo prazo maior peso no mer-cado”. Não menos importante

será a “coordenação das ativida-des de supervisão, relevante para assegurar a evolução do setor, permitindo que firmas de média dimensão prestem serviços no espaço europeu, sem contudo descartar as especificidades de cada país”.

Pequenas auditoras firmam aliança internacional

Em resposta a este cenário, a Baptista da Costa & Associados decidiu integrar a Praxity, uma aliança internacional de firmas de auditoria e consultoria presente em 84 países, com 550 escritórios e cerca de 30 mil técnicos, e per-mite que a BC&A possa “auxiliar empresas portuguesas em pro-cessos de internacionalização ou negócios pontuais em qualquer parte do mundo”, exemplifica Luís Pereira Rosa.

Na prática, ao adotar um mo-delo de aliança, em vez de rede, o modelo mais comum e seguido, por exemplo, pelas grandes firmas do setor, a Praxity possibilita que todos os seus membros “mante-nham a sua independência, res-pondendo às especificidades do seu próprio mercado, e, ao mes-

mo tempo, ao mercado global”. “Outra característica particular desta aliança”, acrescenta o mes-mo responsável, “é a dualidade de representação num território. As redes exigem exclusividade de

representação. Connosco não é assim. Os clientes, diretamente, ou através das firmas membro da aliança, têm várias opções quan-do necessitam de apoio nalgum mercado”, remata.

Um dos sectores que têm vindo a apresentar uma taxa de crescimento elevada tanto na sua oferta como no volume de activos geridos são os ETF, sigla para o que é denominado como Exchange Traded Funds. E o que são ETF? São nada mais nada menos que fundos de investimento, à semelhança dos mais comuns, mas cujas unidades de participação podem ser compradas e vendidas em bolsa, ao contrário daquilo que acontece com os fundos mais comuns. Um produto que mal existia até ao início da década de 90 acabou por singrar em Wall Street com as suas diversas vantagens, acabando por actualmente estar na posse dos mais de 1400 ETF disponíveis cerca de 1,3 triliões de dólares. E segundo relatórios, como o da McKinsey & Co., a tendência para estes produtos continua na sua infância, com estimativas de atingir os 5 triliões de dólares em 2015.

Realmente os ETF vieram revolucionar

em grande parte os mercados, sobretudo no que toca ao acesso de várias alternativas de investimento para o pequeno investidor. Se, há uns anos, poderia ser difícil para um pequeno investidor ganhar exposição a sectores como matérias-primas ou a “hedge-funds”, hoje em dia já, é possível e com uma pequena parcela do capital que seria necessário no passado. ETF com exposição ao petróleo, gás natural, entre outros, é algo que nos dias de hoje acaba por ser de fácil acesso.

Contudo, existem alguns problemas, sobretudo no que toca aos ETF de matérias-primas que poderão não ser óptimos para o investidor, e que o poderão até a incorrer em perdas elevadas.

Existe um fenómeno no mercado das matérias-primas a que se dá o nome de contango. A exposição ao mercado de matérias-primas é feito através de contratos de futuros. Estes contratos

possuem uma maturidade, pelo que, quando existe o vencimento, é necessário fazer um “rollover”, ou seja, vender o contrato com a maturidade mais próxima e comprar o seguinte. Acontece que os contratos com maturidades diferentes não têm os mesmos preços, podendo estes diferir substancialmente. O fenómeno contango dá-se quando os contratos de maturidades futuras se encontram mais caros que o contrato corrente. Ou seja, um fundo ETF acaba por ter que vender os contratos da matéria-prima, e comprar de seguida o mesmo activo mas a um preço substancialmente maior. Tal poderá ser comprovado no gráfico abaixo, onde temos o preço spot do barril de crude versus a performance do ETF que replica a sua performance.

Um investidor incauto, em finais de 2008, ao ver a derrocada dos preços de petróleo, poderia pensar que estava perante uma oportunidade para ganhar exposição, após a queda de quase

80% que a matéria-prima sofrera. Tal pensamento era correcto, visto que o petróleo veio a valorizar quase 200% durante o período. No entanto, para surpresa do nosso investidor, o máximo que poderia ter visto o seu ETF valorizar seria cerca de 50%. A restante performance “evaporou-se” devido ao forte contango que se fazia sentir nos contratos do petróleo. Este efeito pode mesmo levar a perdas avultadas, como é o caso do ETF sobre o gás natural – UNG.

Em conclusão, os ETF são claramente uma alternativa viável para o portfólio de um investidor e na maioria dos casos até mesmo mais vantajosos que os fundos de investimento normais, visto que as comissões de gestão são substancialmente mais reduzidas. No entanto, em alguns casos há que perceber as características dos produtos a que o ETF se expõe, de forma a não se ser apanhado de surpresa.POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

ETF – uma alternativa viável?

SALVADOR NOBRE DA VEIGAXTB

Alemanha acusa BCE de “passar cheque em branco”A imprensa germânica mais conservadora não poupa críticas à decisão do BCE de comprar obriga-ções. Tem sido uma constante a posição de rejeição por parte dos analistas alemães, considerando que Mario Draghi mais não fez do que “passar um cheque em branco” para aliviar a carga de países com problemas, facto que pode colocar em risco a viabilidade do euro. O próprio banco central alemão – Bundesbank – tem revelado dúvidas relativamente à solução proposta. Existe a convicção que mais não se está do que perante um financiamento estatal, através da impressão de papel obrigacionista.

Governo espanhol avança com “taxa Tobin”O Executivo espanhol está a preparar a implementação da “taxa Tobin”, já a partir do próxi-mo ano. Trata-se de uma taxa sobre as transações financeiras em bolsa. O objetivo é sobretudo travar as operações especulativas que têm imperado nos mercados nos últimos meses. Mas as empresas de investimento e as do setor bolsista garantem que a nova medida provocará uma fuga ainda maior por parte dos investidores no mercado bolsista espanhol. A taxa vai incidir sobre a compra de ações e de outros instrumentos bolsistas, como “warrants” ou derivados.

Comissão Europeia prepara revolução no mercado de auditoria

A profissão de auditoria está numa encruzilhada, afirma Luís Pereira Rosa, sócio executivo da Baptista da Costa & Associados.

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

MERCADOS

SAG com perdas de 7,7 milhões no primeiro semestreA SAG – Soluções Automóvel Globais registou um resultado líquido consolidado negativo de 7,7 milhões de euros, no primeiro semestre. Um resultado que se fi cou a dever aos custos fi nanceiros da holding e ao impacto da depreciação verifi cada na participada Unidas. O EBI-TDA foi de 25,5 milhões de euros, enquanto o volume de negócios se cifrou em 276,4 mi-lhões. Em Portugal houve uma forte quebra nas vendas, o que refl etiu o impacto da evolução do mercado automóvel. A dívida líquida, em junho, era de 409,5 milhões de euros.

Banif apresenta projeto de fusão por incorporação da SGPSO Banif – Banco Internacional do Funchal procedeu ao registo do projeto de fusão por incorpora-ção da Banif SGPS nesta sociedade. Esta operação terá como consequências a transferência do pa-trimónio da sociedade gestora de participações sociais para o Banif e a atribuição aos acionistas da SGPS de novas ações representativas do capital social do Banif. Consubstancia ainda a integração da holding de topo do grupo na sua principal instituição e representa uma operação de reorganiza-ção interna, no âmbito do plano de recapitalização submetido às autoridades nacionais.

Grants the Status of

P o r t o , 2 6 d e S e t e m b r oCICLO WORKSHOPS 2012

“PLANEANDO O FUTURODA EMPRESA FAMILIAR.”

PROGRAMA

9:15 - Recepção dos participantes9:30 - Tema I Planear a Performance Futura da Empresa - Como estruturar um Business Plan

10:45 - Coffee-break

11:00 - Tema II e assegurar a sua sustentabilidade intergeracional

12:30 - Fim da sessão

Local: NBB Portugal

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 41

NOVAS COMPETÊNCIAS NO ÂMBITO DA UNIÃO BANCÁRIA

BCE vai supervisionar estabilidade fi nanceira dos bancos da Zona Euro

O BCE vai supervisionar a es-tabilidade fi nanceira de todos os bancos da Zona Euro, no âmbito das novas competências da enti-dade central decorrentes da união bancária que a Comissão preten-de implementar no ano. Bruxelas propõe, também, que a Autorida-de Bancária Europeia elabore um manual de supervisão única para preservar a integridade do mer-cado único e assegurar coerência na supervisão bancária para todos os 27 países da União Europeia (UE).

Durão Barroso classifi cou as propostas de “um importante passo” na via de uma união ban-cária. “Este novo mecanismo, em que o BCE desempenha o papel

central e que implica as autorida-des nacionais de supervisão, irá restabelecer a confi ança na super-visão de todos os bancos na zona euro. O Parlamento Europeu terá um papel crucial a desempenhar para assegurar o controlo demo-crático. A entrada em vigor, no início do próximo ano, da au-toridade de supervisão europeia deverá ser a nossa prioridade ab-soluta. Tal irá abrir igualmente o caminho para outras decisões de utilizar mecanismos de apoio para recapitalizar os bancos”, re-feriu o presidente da Comissão Europeia. “Queremos quebrar o círculo vicioso entre os emitentes soberanos e os seus bancos. No futuro, os prejuízos dos bancos

terão de deixar de se transformar em dívidas da população, pondo em dúvida a estabilidade fi nan-ceira de países inteiros”, acrescen-tou Durão Barroso.

O comissário do mercado in-terno e serviços, Michel Barnier, sublinhou a importância de a su-pervisão bancária ser “mais efi caz” em todos os países europeus para garantir que as regras do merca-do único são aplicadas de forma coerente. “Incumbirá ao BCE ga-rantir que os bancos na zona euro apliquem práticas fi nanceiras sãs. O nosso objetivo fi nal é pôr um travão à utilização do dinheiro dos contribuintes para salvar os ban-cos”, disse Barnier. “Propusemos a criação de um mecanismo para se-

parar a supervisão da política mo-netária no BCE, e asseguramo-nos de que o BCE será responsável pe-rante o Parlamento Europeu relati-vamente às decisões de supervisão”, rematou o comissário europeu.

Transição até janeiro de 2014

As duas propostas (supervisão centralizada e elaboração de manu-al) juntam-se a três componentes anunciadas antes. São estas o con-junto único de regras sob forma de requisitos de fundos próprios, siste-mas harmonizados de proteção de depósitos e um quadro único euro-peu de recuperação e resolução dos bancos.

Bruxelas propõe que o mecanis-

mo único de supervisão entre em vigor em 1 de janeiro de 2013. Parapermitir uma transição suave para o novo mecanismo, está previsto um período de introdução progressiva.Como primeira etapa, o BCE po-derá decidir, a partir de 1 de janei-ro de 2013, assumir plenamente aresponsabilidade de supervisão so-bre qualquer instituição de crédito, especialmente as que tenham rece-bido ou solicitado fi nanciamento público. A partir de 1 de julho de 2013, todos os bancos de grande importância sistémica serão objetoda supervisão do BCE. O período de transição deverá estar concluídoaté 1 de janeiro de 2014, quando o mecanismo único de supervisão seaplicar a todos os bancos.

São produtos financeiros que, em alguns casos, a partir de 25 euros e mediante o reforço de dez euros, permitem amealhar. O Crédito Agrícola está focado no segmento jovem dos zero aos 30 anos e sua eventual capacidade de poupança. Flexibilidade é a palavra de ordem, tudo dependente da capacidade do cliente. As taxas de juros, na sua maioria, não são elevadas, mas, tendo em conta a proporção e o prazo dos investimentos, constituem uma oferta interessante.

MARTA ARAÚ[email protected]

A poupar só tens a ganharPerante o início do regresso às aulas, o Cré-

dito Agrícola decide relançar os seus produtos de poupança para jovens. Mas a novidade implementada pela instituição bancária resi-de no facto de ter levado a sério a palavra jo-vens. É que o público alvo dos seus produtos, que são lançados e comunicados ao mesmo tempo, engloba recém-nascidos (zero anos de idade) e 30 anos.

Com esta estratégia, o banco tem em linha de conta que os jovens saem das universida-des mais tarde (graças às formações pós-licen-ciaturas), têm vínculos laborais mais tardios e frágeis e, por conseguinte, não tendo muito dinheiro para poupar, poderá estar disponível para soluções simples e pouco honorosas de colocar algum dinheiro de lado.

São vários produtos destinados a jovens que a instituição bancária disponibiliza. Mas vamos por partes: a Conta Poupança Futuro é, como o próprio nome indica, uma conta poupança. Tem a duração de um ano sem risco e renovável por igual período, com capi-talização de juros e prémios de permanência anuais. A Conta Poupança Geração Jovem é também uma conta poupança mas desta feita a seis meses ou um ano sem risco e renová-

vel por igual período de tempo, ambas com montante mínimo de abertura de 25 euros.

Vantagens para miúdos e graúdosSubindo um pouco mais de patamar e,

logo, de investimento, existe a Conta Pou-pança CA Aforro. Trata-se de uma conta poupança a um ano sem risco e renovável por igual período de tempo, com montante míni-mo de abertura de 250 euros e com reforços mensais mínimos de 25 euros que permitem

poupar de uma forma cómoda e programa-da. Esta conta tem capitalização opcional de juros.

Tenha em atenção que os subscritores de uma das contas poupança da campanha “CA Soluções Jovens” que constituam um cativo de 100 euros pelo prazo de dois anos ganham uma caderneta de vales de desconto de cerca de 200 euros para usar na compra de livros, roupa, bilhetes de cinema ou em restaurantes, centros de estudo e diversão.

A NOSSA ANÁLISE

Crédito Agrícola com soluções de poupança jovem até aos 30 anos

Banco Best lidera com novo máximo a comercialização de fundos estrangeirosO Banco Best reforçou a liderança no mercado na comercialização de fundos estrangeiros ao atingir 33,2% de quota de mercado no segundo trimestre de 2012, o valor mais elevado de sempre, segundo dados do Relatório Estatístico da CMVM sobre gestão de ativos em Portu-gal. Num período em que o mercado registou uma queda de 4,89%, o Banco Best registou um aumento de 3,16 pp em relação ao período homólogo.

Arábia Saudita refere que escalada dos combustíveis não vem da procura e ofertaA Arábia Saudita reagiu bem ao pedido do G7 para aumentar a produção de petróleo com o objetivo de baixar os custos energé-ticos, de acordo com uma nota da corretora XTB. O reino árabe defende, segundo a mesma entidade, que a escalada do preço des-de meados de junho não está relacionada com a procura e a oferta.

CONSELHOS

O Banco de França (BdF) vai desenvolver um plano estratégi-co, o qual implicará a reestru-turação da sua rede, portanto o encerramento de agências e a eli-minação de cerca de 2000 postos

de trabalho. O período de tem-po previsto é até ao ano 2020 e uma grande parte será através de reformas.

Por outro lado, o BdF pretende dar uma importância acrescida às

novas tecnologias. Ou seja, a in-tenção é desenvolver as relações bancárias à distância, poupando bastante nos custos. Algumas uni-dades territoriais vão passar por um processo de fusão e de reorga-

nização. Haverá ainda a desmate-rialização dos processos, agora em suporte papel. A instituição diz, em comunicado, que é necessário fazer adaptações, na medida em que o tecido empresarial muda,

a geografia do sobrendividamen-to também se altera e os circuitos fiduciários se concentram. Daí a necessidade de garantir uma rede mais consistente para operar à distância.

Banco de França elimina dois mil postos de trabalho

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

EUR/USD 1.2896 2.53% 4.51% -0.33%

EUR/JPY 100.45 1.80% 3.97% 0.25%

EUR/GBP 0.8017 1.44% 1.98% -4.02%

EUR/CHF 1.2083 0.57% 0.61% -0.60%

EUR/NOK 7.4070 1.37% 1.38% -4.48%

EUR/SEK 8.4735 0.38% 2.94% -4.92%

EUR/PLN 4.0927 -2.58% 0.26% -8.19%

EUR/AUD 1.2322 -0.12% 5.42% -3.15%

EUR/CAD 1.2566 1.16% 2.71% -4.91%

EUR/ZAR 10.7313 1.66% 7.21% 2.37%

EUR/BRL 2.6036 1.33% 4.34% 7.77%

EUR/INR 71.2230 1.31% 4.30% 3.65%

EUR/CNY 8.1592 2.17% 3.93% 0.00%

Euro continua com recuperação

PSI-20 - DIÁRIO

Analisando o gráfico, percebe-se que o PSI-20 está numa figura técnica clássica de “duplo fundo”. A zona de 4420 pontos foi visitada duas vezes e em ambos os casos o ressalto foi impulsivo. Mais tarde, a quebra de 4970 pontos (zona que tinha sido rejeitada no início de julho), confirmou o “duplo fundo”.Os objectivos da figura projetam o PSI-20 para 5600 pontos, muito perto da zona de resistência entre 5700 e 5785 pontos, que serão um obstáculo difícil de ultrapassar.

DAX 30 - DIÁRIO

Esta semana o DAX quebrou em alta os 7190 pontos, atingindo os valores mais altos desde agosto de 2011.Desde setembro de 2011, altura em que o DAX testou os 5000 pontos, o índice alemão tem mostrado uma tendência de alta, embora irregular.A tendência de curto prazo permanece de alta, com o próximo objetivo nos 7500 pontos. O suporte a ter em conta nesta fase está nos 6870 pontos.

Na semana passada o BCE decidiu manter inalteradas as taxas de referência no mínimo de 0,75%. As taxas Euribor mantêm-se numa tendência de queda, atingindo novos mínimos diariamente. A possibilidade de mais uma descida da taxa diretora influencia esta descida, mas a evolução da Euribor continua a refletir sobretudo a convergência para a taxa de absorção de liquidez, que se encontra actualmente em 0%. Mario Draghi reconheceu que o BCE perspetiva uma manutenção de um cenário recessivo para a Zona Euro. Foi confirmada a decisão de avançar para um programa de compra de obrigações de países em dificuldades para maturidades até 3 anos - OTM (Outright Monetary Transactions). Este programa incidirá apenas sobre países que tenham exercido pedidos de resgate, sendo que a dívida comprada nestas condições não terá privilégios sobre os restantes detentores da mesma dívida, ao contrário do que sucedeu na

reestruturação da Grécia. No que respeita ao sentimento dos analistas e investidores da Zona Euro, o índice Sentix, correspondente a setembro, subiu para os -23,2 pontos face aos -30,3 de agosto. Este indicador registou a primeira melhoria desde Março e revelou-se melhor do que as expectativas dos analistas, que apontavam para uma queda. A evolução positiva é justificada pela recente postura do BCE. De um modo geral, os investidores institucionais estão a tornar-se mais otimistas, contudo os investidores privados mantêm-se cautelosos. Apesar das previsões de recessão para a Zona Euro, o ministro da Economia alemão perspetiva uma evolução estável para a economia alemã no segundo semestre do ano. No segundo trimestre o país apresentou um crescimento económico de 0,3%, o que constitui um abrandamento face aos +0,5% do primeiro trimestre e despoletou receios quanto a uma eventual contração para os

restantes trimestres. Esta semana, as atenções centraram-se na decisão favorável do tribunal constitucional alemão sobre a legalidade do pacto fiscal (ESM). As obrigações alemãs perdem alguns dos ganhos obtidos nos últimos dias depois da decisão favorável do tribunal. Os rendimentos das obrigações espanholas e italianas estão neste momento à mercê do que acontecerá com a Espanha e o eventual pedido de ajuda. A falta de sinais relativamente ao futuro do país tem provocado algumas subidas dos rendimentos de ambos os países. Ainda assim, os yields das obrigações espanholas a 10 anos mantêm-se abaixo dos 6%. Já o rendimento das obrigações italianas, com maturidade idêntica, encontra-se um pouco acima dos 5%. Os títulos portugueses de dívida continuam a valorizar, mas com liquidez escassa.

ANÁLISE PRODUZIDA A 12 DE SETEMBRO DE 2012

Cresce o otimismo após medidas do BCE

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

DAILY YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd O câmbio negoceia agora num

canal ascendente de curto prazo, encontra-se em máximos de três meses e meio. No final de agos-to foi efectuado com sucesso um teste à resistência situada entre os 1,2400/40 dólares, acentuan-do o momentum ascendente do Eur/Usd. É agora mais provável observar no curto prazo valores acima dos 1,2700 dólares

No entanto, para que a ten-dência de curto prazo não seja invalidada, será necessário que o câmbio não cote em valores abai-xo dos 1,2440 dólares.

Eur/JpyA tendência de queda regis-

tada desde o final do primeiro trimestre de 2012 foi invalidada em meados de agosto, tendo este evento acentuado a força ascen-dente do câmbio até aos 99,16 ienes. Depois de ter cotado em máximos de dois meses, forman-do um canal ascendente de curto prazo, o comportamento do Eur/Jpy nas últimas duas semanas tem-se revelado lateral, limitado pelo intervalo entre os 99 e 97,8 ienes.

Caso o limite superior sejaquebrado em alta, poderemos vervalores perto dos 102 ienes. Naeventualidade de o câmbio cotarem valores abaixo dos 97,3 ienes,a tendência de alta registada des-de meados de agosto será invali-dada.

Eur/GbpApesar de as últimas semanas

terem sido caracterizadas poruma subida do câmbio, esta se-mana, registou-se uma diminui-ção do momentum ascendentedo câmbio, tendo sido observadoum mínimo de duas semanas. Noentanto, este evento não invalidaa tendência de alta de curto prazodo Eur/Gbp, pois apenas valoresabaixo das 0,7850 libras é quepoderão neutralizar o canal as-cendente de curto prazo.

O momentum positivo de cur-to prazo não invalida a tendênciade queda iniciada no Verão de2011 do Eur/Gbp, pois o mo-vimento de subida enquadra-seno canal descendente de médioprazo. Serão necessários valoresacima das 0,8160 libras para quea tendência de médio prazo sejainvalidada.

FIXING Variação Variação Variação 12.set.12 Semanal (%) no mês (%) desde 1 jan. (%)

Evolução euribor (em basis points) 12.setembro12 05.setembro12 15.agosto12

1M 0.120% 0.121% -0.001 0.133% -0.0133M 0.255% 0.269% -0.014 0.341% -0.0861Y 0.753% 0.782% -0.029 0.887% -0.134

TAXAS EURIBOR E REFI BCEFuturos euriborData 3Meses ImplícitaOctober 2012 0,245%November 2012 0,240%December 2012 0,230%March 2013 0,255%June 2014 0,520%December 2015 1,155%

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,50%Japão Repo BoJ 0,10%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.210 0.2903X6 0.226 0.2361X7 0.460 0.4803X9 0.443 0.4586X12 0.455 0.47012X24 0.768 0.788*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 0.534 0.5443Y 0.653 0.6735Y 1.043 1.0638Y 1.609 1.61910Y 1.880 1.890

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

MERCADOS

1,3485

,275

1,205

1,225

,282

,2975

Pr ice

USD

1,22

1,24

1,26

1,28

1,3

1,32

1,34

1,36

y

4.420

4.968,152

Pr ice

EUR

4.500

4.800

5.100

5.400

5.700

7.0006.870

7.190

PriceEUR

5.000

5.500

6.000

6.500

7.000

[Delayed]

Obrigações 5Y 10Y 5.83 8.10 4.52 5.64 0.83 2.21 0.53 1.62 3.85 5.04

0.80 1.830.69 1.750.22 0.81

Fontes: Reuters e IMF

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SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 43

BCE deu um novo alento à indústria financeira

BES e BCP têm vindo a recuperar as cotações ao longo dos últimos dias, reagindo positivamente às opções do Banco Central Europeu e à consequente descida das yields dos países com dificuldades orçamentais.

O Tribunal Constitucional Alemão aprovou o tratado orçamental e o MEE, Mecanismo de Estabilidade Europeu, que substitui o FEEF. Os investidores reagiram muito positivamente. No mercado financeiro português as subidas decorrem há quase duas semanas, tendo-se intensificado desde quarta-feira.

As “utilities”, caso da EDP e EDPR, estiveram a subir, assim como as telecomunicações, refletindo uma maior confiança dos consumidores.

As conclusões da “troika” sobre Portugal na análise mais recente são francamente positivas, tendo aceite “relaxar” o défice em 0,5 pontos percentuais este ano. O Governo anunciou novas medidas de austeridade, mas sem grande impacto nas empresas cotadas.

Entretanto, analistas como o BNP Paribas já vieram afirmar que o objetivo do défice é otimista e duvidam que Portugal cumpra as metas dos 5% e dos 4,5% em 2012 e 2013. A “troika” deu mais algum tempo neste cumprimento de metas, tendo em conta o contexto internacional. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou esta semana novos cortes na despesa e nova tributação, a par de um esforço adicional do setor privado na contribuição para a segurança social. Os analistas do BNP Paribas antecipam uma queda do PIB de 1,3% em 2013, o que contrasta com uma previsão de 1% do Governo.

Os investidores estão, no entanto, muito atentos ao desenvolvimento da situação em Espanha. A meio desta semana, Mariano Rajoy, o chefe do Governo espanhol, afirma à agência Bloomberg não ser claro que Espanha necessite de ajuda. A decisão dependerá da evolução das taxas de juro e que continuam a descer depois das decisões do BCE.

Mário Draghi, o presidente do BCE, afirmou – recorde-se — que as medidas de ajuda, nomeadamente a compra de dívida em mercado secundário para prazos até três anos, apenas se aplicam aos casos em que o emitente tenha solicitado ajuda externa, o que não é o caso de Espanha. Alguns analistas receiam que países grandes como Itália e Espanha tentem aproveitar o modelo para garantirem yields mais baixas, contornando a exigência do pedido de assistência.

A nível internacional, a semana ficou marcada para decisão da Fed. Os investidores estavam a apostar em ativos mais cíclicos, o que gerou forte interesse nas bolsas mundiais e nas “commodities”. Analistas do Millennium bcp afirmaram, em nota, que estas evoluções são o “reflexo das expetativas de condições monetárias mais acomodatícias do lado do dólar”. Havia a expetativa de um novo programa de compra de ativos, o que a acontecer seria o terceiro. À hora de fecho desta crónica ainda não eram conhecidas as deliberações.

O ouro está em alta, com um máximo desde fevereiro deste ano, enquanto o dólar caiu, não apenas pelo anúncios vindos do BCE e do suporte da dívida pública europeia, mas ainda pelo facto de a Moody´s ter ameaçado o Governo norte-americano com a perda da notação creditícia máxima “triple A”. A China poderá vir, entretanto, a adotar medidas de estímulo ao consumo interno.

VÍTOR [email protected]

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 1,915 3,35% 3,680 1,250 -0,040 0,096 -- 19,948 6,79% 1,62% 12-09-2012 16:38:00

INDITEX 86,7 -4,39% 96,500 56,920 3,633 4,080 23,865 21,250 1,85% 2,43% 12-09-2012 16:38:00

REPSOL YPF 15,76 6,92% 24,230 10,900 1,556 1,711 10,129 9,211 3,66% 5,27% 12-09-2012 16:38:00

TELEFONICA 11,425 9,54% 15,960 7,900 1,243 1,312 9,191 8,708 -- 0,00% 12-09-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 10,785 -1,78% 13,600 9,450 1,296 1,251 8,322 8,621 12,80% 10,98% 12-09-2012 16:35:39

LVMH 125,25 -2,19% 136,800 94,160 7,329 8,149 17,090 15,370 2,32% 2,40% 12-09-2012 16:35:39

BAYER AG O.N. 65,75 4,51% 66,580 35,565 5,349 5,857 12,279 11,214 2,51% 2,74% 12-09-2012 16:35:12

DEUTSCHE BK 32,995 18,58% 39,510 20,785 3,774 4,730 8,723 6,960 2,28% 2,08% 12-09-2012 16:35:23

DT. TELEKOM 9,713 1,81% 9,900 7,688 0,622 0,645 15,553 14,998 7,21% 7,21% 12-09-2012 16:35:12

VOLKSWAGEN 132,5 6,51% 135,750 82,350 28,764 25,291 4,603 5,235 2,26% 2,87% 12-09-2012 16:35:12

ING GROEP 6,8 11,44% 7,580 4,213 1,032 1,170 6,589 5,812 -- 0,49% 12-09-2012 16:35:00

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,361 8,45% 1,490 0,945 0,124 0,140 10,976 9,721 1,47% 0,74% 12-09-2012 16:35:00

B. COM. PORT. 0,074 35,08% 0,142 0,047 -0,036 -0,002 -- -- -- 0,00% 12-09-2012 16:35:36

B.ESP. SANTO 0,702 24,03% 1,231 0,434 0,052 0,088 13,500 7,977 -- 0,29% 12-09-2012 16:39:56

BANIF-SGPS 0,230 43,75% 0,460 0,100 -0,040 0,010 -- 23,000 -- -- 12-09-2012 15:59:38

B. POP. ESP. 1,930 4,32% 3,630 1,270 -0,040 0,096 -- 20,104 6,77% 0,00% 12-09-2012 12:31:35

BANCO BPI 0,846 40,53% 0,857 0,338 0,096 0,098 8,812 8,633 -- 0,00% 12-09-2012 16:37:04

BRISA 1,850 -15,14% 2,785 1,850 0,094 0,086 19,681 21,512 -- 11,95% 12-09-2012 16:35:00

COFINA,SGPS 0,550 -9,84% 0,820 0,280 0,070 0,070 7,857 7,857 1,82% 1,82% 12-09-2012 16:36:02

CORT. AMORIM 1,360 -2,86% 1,650 1,160 0,250 0,250 5,440 5,440 4,78% 5,88% 12-09-2012 16:12:37

CIMPOR,SGPS 3,420 -2,84% 5,700 2,930 0,330 0,385 10,364 8,883 4,85% 5,26% 12-09-2012 16:35:00

EDP 2,212 9,45% 2,537 1,628 0,292 0,279 7,575 7,928 8,36% 8,54% 12-09-2012 16:35:00

MOTA ENGIL 1,211 6,98% 1,350 0,951 0,190 0,250 6,374 4,844 9,08% 10,98% 12-09-2012 16:35:00

GALP ENERGIA 12,680 4,49% 15,275 8,330 0,429 0,535 29,557 23,701 2,52% 1,82% 12-09-2012 16:36:31

IMPRESA,SGPS 0,350 9,38% 0,620 0,260 0,010 -0,010 35,000 -- -- 0,00% 12-09-2012 16:35:00

J. MARTINS 13,270 -1,59% 16,070 10,660 0,636 0,762 20,865 17,415 2,07% 2,40% 12-09-2012 16:35:00

MARTIFER 0,610 10,91% 1,320 0,500 -0,060 -- -- -- -- -- 12-09-2012 16:28:33

NOVABASE 1,950 1,56% 2,450 1,610 0,120 0,140 16,250 13,929 1,54% 2,56% 12-09-2012 16:35:00

GLINTT 0,120 9,09% 0,170 0,090 -- -- -- -- -- -- 12-09-2012 16:28:31

P. TELECOM 4,002 5,48% 5,799 3,003 0,352 0,376 11,369 10,644 21,74% 10,05% 12-09-2012 16:35:00

PORTUCEL 2,060 -0,24% 2,170 1,680 0,260 0,246 7,923 8,374 10,73% 8,11% 12-09-2012 16:39:01

REDES E. NAC. 2,052 2,29% 2,295 1,800 0,271 0,287 7,572 7,150 8,24% 8,19% 12-09-2012 16:35:00

S. COSTA 0,190 11,77% 0,440 0,140 -- 0,020 -- 9,500 -- -- 12-09-2012 16:16:13

SEMAPA 5,450 0,42% 6,035 4,602 0,953 0,953 5,719 5,719 4,68% 4,68% 12-09-2012 16:35:00

SONAECOM 1,285 1,74% 1,372 1,039 0,150 0,144 8,567 8,924 5,45% 4,98% 12-09-2012 16:35:00

SONAE,SGPS 0,536 1,52% 0,550 0,366 0,042 0,055 12,762 9,745 6,18% 6,16% 12-09-2012 16:35:00

SONAE IND. 0,622 9,12% 0,925 0,384 -0,187 -0,080 -- -- -- 0,00% 12-09-2012 16:35:00

SAG GEST 0,370 -5,13% 0,540 0,280 -0,040 -0,010 -- -- -- -- 12-09-2012 16:03:12

TEIX. DUARTE 0,290 16,00% 0,310 0,170 -- 0,050 -- 5,800 -- -- 12-09-2012 16:35:00

Z. MULTIMEDIA 2,280 3,64% 2,759 1,760 0,128 0,158 17,812 14,430 7,02% 7,11% 12-09-2012 16:35:00

Banca dificulta acesso ao crédito e malparado ultrapassa os 6%A banca continua a cortar no acesso ao crédito por parte das famílias, ao mesmo tempo que aumentar o valor dos empréstimos por saldar. A conjugação destes dois factores significa que o peso do malparado é cada vez maior. O mês de julho não foi exceção. O crédito à habitação baixou 2,4%, face a igual mês do ano passado, e verificou-se uma quebra de mais de 7% no segmento do consumo. Entretanto, o peso do malparado ultrapassou, pela primeira vez, os 6%, num total de 4,9 mil milhões de euros. É sobretudo no crédito ao consumo que os par-ticulares estão a entrar em incumprimento bancário.

Financiamento junto do BCE em quedaO financiamento dos bancos nacionais junto do Banco Central Europeu (BCE) voltou a registar uma quebra, em agosto. A descida foi de quase dois mil milhões de euros, tendo sido contraído crédito no valor de 54,9 mil milhões de euros. Esta tendência de baixa verifica-se desde junho. Em apenas dois meses, houve uma diminuição de cerca de 9,3%, comparativa-mente ao máximo histórico alcançado em junho, o correspondente a mais de 5,6 mil milhões de euros. A maior quebra teve lugar no período entre o final de junho e o final de julho, altura em que atingiu 6% ou quase 3,7 mil milhões de euros.

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

DIRETOR DO CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA REFERE

Pólo de Telemonitorização para a Saúde da Covilhã ganha novas valências ainda este mês

TERESA [email protected]

O Pólo de Investigação & Desenvol-vimento em Telemonitorização para a Saúde, criado em parceria com o Centro Hospitalar Cova da Beira, a Universidade da Beira Interior, as câmaras da Covilhã, Fundão e Belmonte e o Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira, e cujo protocolo de instalação foi assinado a meados de junho, “já está a funcionar”. A garantia foi dada à “Vida Económica” pelo diretor do Centro Hospitalar Cova da Beira e promotor do Pólo, Miguel Castelo Branco. Ainda este mês, esta unidade ga-nha novas valências na “monitorização sem fios de doentes agudos e na monitorização de doentes crónicos em ambulatório”.

“A ideia é ir mais longe”, garante Mi-guel Castelo Branco à “Vida Económica”. Mas, para já, o Pólo de Investigação & Desenvolvimento em Telemonitorização para a Saúde, criado a partir de “iniciati-vas e experiências já em curso com a pers-petiva de melhorar a interação entre todas as partes, dar a conhecer a existência de oportunidades nestas áreas, aumentar a atividade a investigação e fomentar as po-tencialidades de inovação e de desenvol-

vimento empresarial de base tecnológica”, já está a trabalhar. Opera no acompanha-mento de doentes com doenças crónicas, como a hipertensão arterial, a insuficiên-cia cardíaca, a doença pulmonar crónica e a dor crónica.

A telemonitorização na saúde, explica o promotor deste projeto, é “uma área inova-dora, em pleno desenvolvimento em todo o mundo e que pretende medir alguns parâmetros relacionados com o estado fí-sico de uma pessoa, no dia-a-dia, dos seus ambientes quotidianos, possibilitando a transmissão e tratamento dessa informa-ção, à distância, mas permitindo criar uma interação muito forte entre a pessoa objeto da telemonitorização e a equipa de saúde que a acompanha”.

Falamos de uma área que “está a ser de-senvolvida em muitas vertentes”, embora seja “especialmente relevante a sua apli-cação no acompanhamento de doentes com doenças crónicas”. O objetivo, frisa Miguel Castelo Branco, é “aproximar o sis-tema de saúde ao cidadão, permitindo-lhe mais opções na forma de se relacionarem”.

E as experiências já mostram que “mui-tos dos doentes portadores das doenças crónicas referidas ganham maior qualidade de vida quanto mais controlados e próxi-

A Adega Cooperativa de Borba está a cons-truir uma nova adega. Resultado de um in-vestimento de 11,5 milhões de euros, (2,6 milhões, em 2010 e 7,9 milhões em 2011), o espaço tem data de conclusão prevista no final de 2012. Com uma maior capacidade de vi-nificação e armazenagem, a saber: capacidade de receção de uva de 50 toneladas por hora, capacidade de vinificação de 2500 toneladas e de 10 milões de litros de armazenagem, fica situada a poucos metros da adega atual e foi pensada pelo arquiteto Rogério Cavaca, que assinou empreendimentos como o Bom Su-cesso, em Óbidos, o Teatro do Campo Alegre,

no Porto, ou o Pavilhão Gimnodesportivo de Guimarães, citando apenas alguns exemplos. Borba não é uma cidade desconhecida para este profissional de arquitetura que trabalhou, entre 1981 e 1988, como arquiteto ao servi-ço da Câmara de Borba. O projeto da Adega apresenta várias soluções inovadoras em ter-mos ambientais, nomeadamente a adoção de uma cobertura verde para todo o edifício (gre-en roof) com o intuito de conseguir uma im-portante vantagem energética. Este elemento funciona também como um fator de atração ao enoturismo, sendo complementado por um espelho de água e esplanada.

Cooperativa Borba com nova adega de 11,5 milhões

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Mistolin reconquista estatuto de PME LíderA Mistolin, empresa nacional de produtos de higiene e limpeza, recebeu pelo segundo ano consecutivo o estatuto de PME Líder, atribuído pelo IAPMEI. “A renovação do estatuto dePME Líder vem reforçar o sucesso obtido nos últimos anos. É um motivo de orgulho e repre-senta um incentivo para continuar a dar os passos necessários para o crescimento da empresa em Portugal e no estrangeiro, sempre com o selo português que nos está associado”, conclui Paulo Mendes, diretor-geral da Mistolin.

EM FOCO

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 45

mos dos objetivos terapêuticos estiverem”. Não falando até na esperança de vida e na diminuição das complicações, que são “ou-tros fatores muito positivos que acentuam a necessidade de ir havendo uma acompa-nhamento dos parâmetros que exprimem a doença”, diz Miguel Castelo Branco. É disso exemplo a pressão arterial para o caso da hipertensão e a possibilidade de ajusta-mento e reforço das medidas terapêuticas.

Possibilidade de interação com a comunidade, instituições e empresas

Questionado pela “Vida Económica” sobre que meios humanos estão envolvi-dos, Miguel Castelo Branco explica que “o projeto envolve as pessoas pertencentes às organizações que integram o Pólo”. Isto,

embora seja “provável” que, “a curto pra-zo, seja necessário [o Pólo] ganhar alguma vida própria e a necessitar de dispor de uma equipa autónoma”. A ideia, diz o pro-motor do projeto, é “ter uma estrutura leve e sustentável, mas que, ao mesmo tempo,seja ‘alavancadora’ dos diversos projetos econstitua uma mais valia para o Pólo, po-dendo permitir o desenvolvimento de mais projetos, o suporte a novas candidaturas e a divulgação regular das atividades aos mais diversos níveis”.

Sobre a possibilidade de interação com outras entidades, Miguel Castelo Branco aplaude a ideia. “Uma das perspetivas do Pólo é exatamente a sua abertura à comu-nidade”, bem como a “outras instituições” e mesmo a “empresas”, nomeadamente da área dos dispositivos médicos, das tecnolo-gias ou das telecomunicações.A experiência mostra que “muitos dos doentes portadores de doenças crónicas ganham maior

qualidade de vida quanto mais controlados”, referiu Miguel Castelo Branco à “Vida Económica”.

A “Vida Económica” solicitou, no habitual comparativo dos custos com pós-venda, à Boxer Consulting dados sobre o preço das visitas à oficina dos modelos do segmento B (utilitários) com motor diesel. O veículo que, segundo a consultora, apresenta os valores mais baixos é o Citroën C3 1.4 HDi. Fecham o “pódio” Fiat Punto 1.3 Multijet e Ford Fiesta 1.4 TDCi.

AQUILES [email protected]

O Citroën C3 1.4 HDi é o modelo com os custos de manutenção mais baixos entre os diesel do segmento B, de acordo com um estudo efetuado pela Boxer Consulting para a “Vida Económica”. O objetivo destes compa-rativos é, recorde-se, analisar os preços da ma-nutenção programada a 120 mil km e 48 me-ses (os intervalos de manutenção dependem, além da quilometragem, do tempo passado), a que se juntam alguns gastos adicionais de peças de desgaste. Esses componentes são as pastilhas de travão e a embraiagem.

Os modelos em análise são, além do já re-ferido C3, o Peugeot 208 1.4 HDi 68 cv, o Volkswagen Polo 1.2 TDI 75 cv, o Opel Cor-sa 1.3 CDTi 95 cv, o Fiat Punto 1.3 Multi-jet 85 cv, o Ford Fiesta 1.4 TDCi 70 cv e o Toyota Yaris 1.4 D4D 90 cv. De notar que, embora sejam sete os modelos em análise, as origens dos motores são três, pois o 1.4 diesel do Peugeot, do Citroën e do Ford, tal como o 1.3 diesel do Opel e do Fiat, tiveram de-senvolvimento conjunto, sem bem que os desenvolvimentos posteriores tenham sido já

das respetivas marcas (excetuando Peugeot e Citroën, ambas do grupo PSA).

Com a coincidência de serem, talvez, as marcas generalistas que, em Portugal, têm uma imagem um pouco mais próxima das “premium”, Volkswagen e Toyota têm os custos de manutenção totais mais elevados. O Yaris “apresenta” uma fatura de 2300,99 euros, enquanto no Polo o valor é de 1869,28 euros, um montante mais baixo, mas, ainda assim, bem acima dos 1338,76 solicitados pelo C3. O segundo valor mais competitivo é o Punto (1582,93 euros), seguido do Fiesta (1614,01 euros), do Corsa (1639,57 euros) e do 208 (1642,85 euros). Em relação ao Pun-to, a Fiat Portugal dá como certo um valor inferior para o óleo em cerca de 28 euros (já com IVA), o que não altera, ainda assim, a ordem deste comparativo.

Fiat com custos adicionaismais competitivos

A análise isolada dos dados da Boxer

Consulting para as revisões programa-das revela grande equilíbrio entre os sete modelos em análise, com exceção do Toyota. O Citroën apresenta um valor de 830,91 euros, seguido de perto pelo Opel, com 909,31 euros. No “pelotão” estão Ford (1080,31 euros), Volkswagen (1080,35 euros), Fiat (1116,62) e Peugeot (1141,01). O valor indicado para o Toyota é de 1449,04 euros.

Já nos custos adicionais (excluindo o com-bustível), podemos falar em dois blocos. Os mais competitivos são Punto (466,31 eu-ros), 208 (501,84 euros), C3 (507,85 euros) e Fiesta (533,7 euros). Os mais caros são Corsa (730,26 euros), Polo (788,93 euros) e Yaris (851,95 euros).

Na análise aos custos de combustível, a amplitude máxima entre os modelos em comparação supera os 1100 euros ao cabo dos 120 mil km. O Opel – o mais gastador – atinge os 8184 euros, ficando-se o Peuge-ot – o mais frugal – por 7068 euros.

46 SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012

REVELA COMPARATIVO DA BOXER CONSULTING PARA A “VIDA ECONÓMICA”

Citroën C3 com os custos de manutençãomais baixos entre os utilitários diesel

Papa Bento XVI recebe dois veículos elétricos RenaultRenault ofereceu dois veículos elétricos ao Vaticano. O primeiro, para uso do Papa na residência de verão (Castel Gandolfo), tem como base o Kangoo ZE Maxi, mede 4,6 metros de comprimento e 1,8 metros de largura e tem, segundo a marca uma autonomia de 170 km. Pra-ticamente igual, o segundo é para uso da segurança de Bento XVI.

AUTOMÓVEL

Preços equilibrados

PEUGEOT 208 1.4 HDI 68 CVJ15 743 a J19 093 (IUC J118,76)

VOLKSWAGEN POLO 1.2 TDI 75 CVJ16 793 a J21 325 (IUC J88,96)

OPEL CORSA 1.3 CDTI 95 CVJ17 900 a J19 800 (IUC J88,96)

FIAT PUNTO 1.3 MULTIJET 85 CVJ19 300 a J21 853 (IUC J88,96)

FORD FIESTA 1.4 TDCI 70 CVJ18 130 a J19 130 (IUC J118,76)

CITROËN C3 1.4 HDI 70 CVJ17 821 a J22 120 (IUC J118,76)

TOYOTA YARIS 1.4 D4DJ17 103 a J21 543 (IUC J118,76)

O modelo da marca francesa mostra-se o mais poupado, segundo os dados da Boxer Consulting.

Sete modelos em análise120 000 km/48 meses

ModeloPeugeot 208 1.4 HDI 68

VW Polo 1.2 TDI 75

Opel Corsa 1.3 CDTI 95

Fiat Punto 1.3 Multijet 85

Ford Fiesta 1.4 TDCi 70

Citroën C3 1.4 HDI 70

Toyota Yaris 1.4 D4D 90

Revisões (s/IVA)Mão de obra [h] 272,29 [7,95] 111,69 [3,1] 158,86 [4,7] 271,35 [8,1] 314,82 [9,2] 226,56 [7,1] 368,17 [10,8]Óleo [q] 346,5 [6] 554,18 [4] 208,32 [4] 253,57 [4] 218,88 [6] 189,3 [4] 371,49 [8]Filtro de óleo [q] 70,86 [6] 40,08 [4] 107,8 [4] 42,44 [4] 87,96 [6] 47,24 [4] 91,92 [8]Filtro de ar [q] 22,87 [1] 22,54 [1] 54,6 [2] 62,16 [2] 52,36 [2] 30,84 [2] 39,74 [2]Filtro de pólen [q] 98,4 [6] 80,84 [4] 38,1 [2] 116,56 [4] 112,08 [6] 65,6 [4] 188 [4]Filtro de combustível [q] 116,73 [3] 69 [2] 171,6 [2] 161,74 [2] 92,2 [2] 116 [2] 118,76 [4]Velas [q] - - - - - - -Total Revisões (s/IVA) 927,65 878,33 739,28 907,82 878,3 675,54 1178,08Total Revisões (c/IVA) 1141,01 1080,35 909,31 1116,62 1080,31 830,91 1449,04Intervalos manut. (km) 20 000 30 000 30 000 30 000 20 000 30 000 15 000Intervalos manut. (meses) 12 24 12 24 12 24 12Capacidade do cárter (L) 3,75 4,3 3,5 3,2 3,8 3,75 3,8Tipo de óleo semissintético especial sintético sintético semissintético semissintético semissintéticoCustos adicionais (c/IVA)Pastilhas frente 88,24 82,84 101,11 104,11 133,96 88,24 85,37Pastilhas trás 129,61 157,69 159,29 91,38 127,16 129,61 70,01Embraiagem 283,99 548,4 469,86 270,82 272,58 290 696,57Total adicionais (c/IVA) 501,84 788,93 730,26 466,31 533,7 507,85 851,95TOTAL absoluto (c/IVA) 1642,85 1869,28 1639,57 1582,93 1614,01 1338,76 2300,99Custos combustívelDiesel (J1,554/l) 7068 7626 8184 6510 7440 7524 7254Fonte: Boxer ConsultingObs.: Valores em euros (salvo indicação contrária). Preço das revisões programadas sem IVA (salvo indicação contrária). Restantes custos com IVA.

AQUILES PINTO, EM [email protected]

O Toyota Prius Plug-in Hybrid já está disponível no mercado português. Com um preço de 38 mil euros, o Prius de “ligar à corrente” custa mais cerca de seis mil euros do que o Prius híbrido normal com equipamento equi-valente. A principal diferença en-tre o Prius Plug-in e o normal é, como o nome indica, que pode circular no modo puro elétrico durante 25 km, mantendo a au-tonomia de algumas centenas de km no funcionamento de híbri-do (gasolina e bateria).

Pode não parecer muito, mas os utilizadores dos 200 protóti-pos que circularam em 18 países (entre os quais Portugal) têm opi-nião diferente, de acordo com a Toyota. Refere a marca que mais de 70% dos percursos pendulares dos referidos utilizadores era in-

ferior a 25 km. Por outro lado, 42% fazia viagens com mais de 100 km uma vez por semana e 73% uma vez por mês. Estes últi-mos dados levam os responsáveis da Toyota a “baterem” na tecla das necessidades de distância, pois a marca apenas vê futuro nos elétricos puros do presente em ambiente estritamente urbano. Um aspeto positivo deste Plug-in é o facto de carregar a totalidade da bateria – em tomada conven-cional – em 90 minutos, contra várias horas de outras propostas elétricas (as quais, no entanto, têm mais autonomia elétrica, refira-se).

O Prius Plug-in Hybrid pesa menos 55 kg do que híbrido re-gular (ficando nos 1425 kg). Isso acontece porque as baterias de lí-tio pesam 80 kg, mais 38 kg do que o Prius normal e metade do que acontecia no protótipo. Esse facto faz, aliás, com que as me-

didas do modelo fiquem quase iguais (a bagageira, por exemplo, tem 443 litros, contra 445 na versão standard). Além disso, o consumo médio em modo híbri-do baixa (de 3,9 para 3,7 l/100 km), tal como as emissões de CO2 (de 89 para 85 g/km).

Híbridos são “motor” de crescimento

Esta variante do híbrido é mais um exemplo da aposta da marca na tecnologia. E os números pa-recem dar razão à Toyota, que já vendeu 4,3 milhões de híbridos em todo o mundo desde 1997 (quando chegou o primeiro Prius), um milhão dos quais só em 2012. A nível europeu, no primeiro semestre do ano, 11% (cerca de 55 mil) das 503 mil unidades eram híbridas, devendo o mix da totalidade do ano atin-gir 15% de híbridos, em torno de 115 mil carros, de acordo com as previsões da marca. Recorde--se que a gama híbrida da Toyo-ta (sem contar com a Lexus) na

Europa inclui, no presente, cinco modelos, além do Prius Plug-in. São estes o Yaris Hybrid, o Auris Hybrid, o Prius e o Prius+.

Em relação ao Prius Plug-in Hybrid, a Toyota prevê vender quatro milhares na Europa ain-da em 2012 e 10 mil em 2013.

Cerca de 75% dos clientes serãofrotas de empresas. Quanto a Portugal, fonte da Toyota Cae-tano preferiu não fazer previsões.“No muito difícil momento domercado atual, adiantar-lhe qual-quer previsão é fazer futurologia”,referiu-nos a mesma fonte.

PLUG-IN HYBRID, JÁ EM PORTUGAL, MAIS CARO SEIS MIL EUROS QUE PRIUS NORMAL

Toyota “ligou” Prius à corrente

SEXTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO 2012 47

Jaguar Land Rover investe 370 milhões de libras no novo Range Rover

O programa de lançamento do novo Range Rover em 170 países ascende a 370 milhõesde libras esterlinas (463 milhões de euros). “Os 370 milhões de libras esterlinas destinadosà melhoria das nossas instalações de produção permitiram-nos conceber o primeiro SUV domundo produzido integralmente em alumínio, um veículo que pesa 39% menos que o seuantecessor e cujas emissões de dióxido de carbono e consumos foram também reduzidos em22%”, disse Ralf Speth, diretor-geral da Jaguar Land Rover.

Chevrolet Cruze Station Wagon chega a PortugalA carrinha do Chevrolet Cruze chega hoje aos concessionários nacionais da marca. A nova

Cruze SW está é lançada com dois motores turbodiesel, 1.7 e 2.0, a que se juntará mais tarde o 1.4 Turbo a gasolina (disponível durante 2013). A versão que deverá representar um maior volume de vendas, a 1.7 VCDi LTZ, com 130 cv de potência, apresenta um preço de 23 950 euros.Trata-se de uma incorrecção, decorrente de uma interpretação diferente daquela que o autor da afirmação pretendeu dar. Pelo facto pedimos as nossas mais sinceras desculpas ao res-ponsável do gabinete de advogados PLMJ e aos nossos leitores por termos induzido em erro.

AUTOMÓVEL

Acordo com PSA para comerciais ligeiros “tira” Hiace de Ovar

O acordo, anunciado em julho, da Toyota com a PSA Peugeot Citroën para a produção e comercialização de um veículo comercial ligeiro destinado ao mercado europeu significa o fim da Hiace na fábrica de Ovar. A notícia não encerra especial gravidade para aquela que é a fábrica mais antiga da Toyota na Europa – a Hiace não representa mais do que 7% da produção da unidade fabril, de onde também saem o autocarro Optimo e o comercial Toyota Dyna –, mas não deixa de ter algum impacto anímico, além de acabar com as esperança de receber um novo comercial na linha de produção.“A descontinuação da produção da Hiace justifica-se por imperativos de renovação da marca à escala mundial,

todavia, o comercial que surgirá deste acordo terá outro tipo de especificações e insere-se noutro tipo de necessidades que não correspondem à Hiace”, disse à “Vida Económica” fonte da Toyota Caetano Portugal. A fábrica portuguesa reafirma, no entanto, a disponibilidade para abraçar novos projetos industriais da marca. “Quer no âmbito deste acordo, quer de outros projetos Toyota, a Fábrica de Ovar estará sempre disponível para abraçar novos desafios, certos do contributo que temos dado à Toyota com a nossa prestação industrial, a qual tem sido emblemática à escala mundial em termos de qualidade e fiabilidade dos produtos saídos desta fábrica”, refere a mesma fonte.

AO VOLANTE DO PRIUS PLUG-IN HYBRID

Foi você que pediu uma solução do presente?Foi na cidade belga de Bruxelas que tivemos a oportunidade de tomar contacto com o Toyota Prius Plug-in Hybrid. Tendo em contas as limitações que os automóveis puros elétricos ainda têm (autonomia a rondar os 100 km e carregamento em algumas horas), o Prius” com ligação “à tomada” revela-se uma solução do presente. No funcionamento, o que nos chamou mais a atenção foi o comutador entre três de condução: normal EV, HV e EV-City. Em modo EV, o funcionamento é elétrico durante até 25 km a velocidades até 85 km/h. O motor a gasolina começa a trabalhar se o sistema entender que é necessária potência adicional, mas se o condutor mantiver o pedal de acelerador com carga baixa ou média o motor a gasolina continuará desligado todo o tempo em que o carro estiver a circular no modo EV.Quando acionado o modo EV-City, o funcionamento elétrico torna-se ainda mais frequente porque o

sistema permite que o pedal do acelerador seja mais pressionado antes que o motor a gasolina entre em funcionamento. Quando o modo HV é escolhido, o Plug-in funciona de forma semelhante a um Prius normal. A autonomia elétrica que permanece na bateria é preservada para os ambientes urbanos que possam surgir posteriormente. Em estrada, será aconselhável escolher este modo, pois os consumos de gasolina em estrada (a ritmos médios) são menores, ao contrário do que acontece com o consumo da eletricidade.Destaque ainda para o botão ECO, que pode ser acionado de forma independente quando o Prius Plug-in está a funcionar nos modos HV, EV ou EV-City. Em qualquer dos modos de condução a resposta da aceleração à ação do pedal do acelerador é limitada e o controlo do ar condicionado otimizado para melhorar os registos de consumos.

O Plug-in Hybrid tem uma autonomia de 25 km em modo elétrico, findos os quais funciona como um normal Prius.

Nº 1459 / 14 de setembro 2012 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Escrevi aqui em tempos que Sá Pinto tinha passado no primeiro dos testes da liderança: a fortaleza. Da qual deriva a autoconfi ança, a coragem e a perseverança.Autoconfi ança para ser um decisor e não um indecisor. Isto é, para 1) não adiar decisões: um dos testes da liderança é a capacidade de prever um problema antes que se torne numa emergência; 2) para quando tomar decisões, estas não serem curtas: ou se salta, ou não se salta, com meio salto cai-se no buraco; e 3) para evitar que se decida erradamente porque o diagnóstico está mal feito, fruto de se pintar a realidade de cor-de-rosa.Há depois a coragem, para impor a disciplina (Profeta Isaías para David: envia a pior metade do teu exército embora e ganharás com o resto) e a perseverança (o motto de Cela era quem persevera ganha e o de Steve Jobs nunca perder a fé).Segue-se o segundo teste da liderança: o caráter, que além de ético é também “bom para o negócio”, já que cria boa imagem e boa equipa, evitando que as pessoas 1) se “reformem” no emprego, 2) façam resistência passiva (para se vingarem) e a empresa seja uma ruína, fruto de pedras para cada lado, em vez de unidas fazerem uma casa.Mas quer a coragem, quer o caráter são condições necessárias, não são sufi cientes para se ser um líder, já que para se produzir resultados através dos outros (a defi nição de liderança) é necessário saber gerir: estabelecer objetivos, dividir as tarefas (organizar), incentivar, coordenar e

controlar. Ou seja, as funções de gestão de Fayol. Donde não há liderança, só há gestão efetiva.Pode-se ter carisma. E integridade. Mas se não se sabe gerir (defi nir quem faz o quê, como, quando e com quem) não se produzem resultados (através dos outros).Donde não basta querer. Nem poder. Há também que saber.A liderança é pois um tripé (fortaleza, caráter, gestão), em que quando falta um, se cai com estrondo (desliderança), ou se sublidera (fi cando-se aquém em termos da realização do potencial dos objetivos).E assim regressamos ao primeiro parágrafo: passados os testes temperamentais (fortaleza e caráter), resta a Sá Pinto passar no terceiro: sabe da poda, ou seja demonstrar que é um gestor efetivo. E consequentemente um verdadeiro líder. Como S. Jobs, B. Gates ou J. Welch, ou… Mourinho:“Ricardo (Sá Pinto): estás bem?”, perguntou Mourinho junto à lateral no meio do jogo.“Grande malandro, grande malandro”, foi tudo que Sá Pinto conseguiu ofegante balbuciar.É que quando Mourinho viu que o treinador do Sporting tinha posto Sá Pinto a defesa direito, uma função para a qual não tinha rotina (nem preparação física já que vinha de uma longa lesão), trocou os extremos do Porto de modo a que o extremo esquerdo (e opositor direto de Sá Pinto) passasse a ser Derlei, um jogador tão rápido, tão rápido, que tinha na gíria a alcunha do ciclista…

Sá Pinto e os três testes da liderança

NOTA DE FECHO

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ MESTRE DRUCKER SCHOOL PHD COLUMBIA UNIV.Professor Catedrático – [email protected]

Proprietários contestam aumento da tributação sobre imóveis

A Confederação Portuguesa de Proprie-tários está indignada com a intenção do Governo de aumentar os impostos sobre os imóveis considerados de luxo. “Os proprie-tários recusam-se a ser o bode expiatório da incompetência governamental e do sucessi-vo falhanço das suas projeções macroeconó-

micas”, refere a entidade em comunicado.É questionada a justiça do aumento da

carga fi scal sobre a propriedade imobiliária, quando foi anunciado o desagravamento das obrigações fi scais da propriedade fi nan-ceira. Adianta ainda a confederação que “a tributação dos imóveis atingiu valores insu-portáveis para os proprietários urbanos que a reavaliação em curso dos valores patrimo-niais, em sede de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), vai agravar ainda mais”.

O presidente da Comissão Euro-peia, Durão Bar-roso, considera que a Europa deve avançar no sentido de uma “federa-ção de Esta-dos -nação” . Na sua opinião, trata-se da for-ma mais indicada para evitar nacio-nalismos.

Para Barroso, a Europa tem de enveredar por um novo rumo e não está em con-

dições de fazer face ao futuro “com as ferramentas do passado”. Como tal, é a favor da criação de uma “federação de Estados-nação”, o que signifi ca uma maior partilha da soberania. Para que tal seja possível, admite a introdução de alterações nos tratados. Ficou a promessa que, antes das eleições de junho de 2014, será apresen-tado um pacote de propostas para o reforço da integração

europeia.

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NOVIDADE

PROGRAMA: I) Código do IVA: - Aspectos caraterizadores do imposto - Sujeitos passivos de IVA e “reverse charge” - IVA na Construção Civil e no Imobiliário - Regras de localização das transmissões de bens e

das prestações de serviços - Facto gerador e exigibilidade - Operações com as regiões autónomas - Obrigações declarativas - Regimes e enquadramentos em IVA II) Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias

de bens (RITI): - Aspectos genéricos - Aquisições e transmissões intracomunitárias de

bens - Aquisição de meios de transporte - Regime derrogatório das Aquisições

Intracomunitárias de Bens - Bens com instalação ou montagem - Regime das vendas à distância - Operações triangulares - Falsas triangulares - Isenções nas importações de bens destinados a

outros Estados Membros III) Outros: - Regime de reembolsos de IVA a não residentes - Declaração recapiulativa de IVA

Formador: Dr. Duarte Travanca

PORTO12 outubroHotel D. Henrique

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Preços: Público Geral: G95 + IVAAss. Vida Económica: G75 + IVA

Iniciativa:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Vida Económica – Patricia Flores

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O ESSENCIAL SOBRE O IVA analisado numa perspectiva prática

Barroso defende criação de uma “federação de Estados-nação”

O presidente da Comissão Europeia está a propor uma partilha da soberania.

Taxa de infl ação disparou em agosto

O custo de vida dos portugueses sofreu um forte aumento em agosto, tendo cresci-do três décimas, para 31%, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatís-tica. Para este crescimento contribuíram de forma decisiva os aumentos da despesa com habitação, água, eletricidade, gás e ou-tros combustíveis, num acréscimo de quase onze pontos percentuais.

M e n o s peso teve o encareci-mento dos transportes, dos produtos alimentares, das bebidas não-a lcoó-licas e dos restaurantes e hotéis. Em contrapartida, os preços fi ca-ram mais acessíveis na saúde, no vestuário e no calçado. De notar que estes preços foram, em grande medida, infl uenciados pelo período de saldos. Comparativamente aos parceiros europeus, o índice de preços teve uma variação homóloga de 3,2%, su-perior em 0,6% à estimada pelo Eurostat para a Zona Euro.