Reencontros: e se o passado fosse seu amor do presente?

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E se o passado fosse seu amor do presente?

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Após dez anos, o músico Thomas Carter reencontra a amiga, Kristine Thrue, em um site de relacionamentos na internet. Amigos desde a mais tenra infância, pelos parques reais do centro de Londres, ambos têm a chance de reatar uma relação enfraquecida pela força da distância e do tempo.

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E se o passado fosse seu amor do presente?

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São Paulo 2012

Rafaela Guimarães

E se o passado fosse seu amor do presente?

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Copyright © 2012 by Editora Baraúna SE Ltda

CapaAndré Sirqueira (eraeclipse.com)

Projeto GráficoAline Benitez

DiagramaçãoThais Santos

Revisão Henrique de Souza

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

_______________________________________________________________G97r Guimarães, Rafaela Reencontros: [e se passado fosse seu amor do presente?] / Rafaela Gui-marães. - São Paulo : Baraúna , 2012. ISBN 978-85-7923-594-8 1. Romance brasileiro. I. Título.

12-4508. CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3

29.06.12 11.07.12 036902

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Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.editorabarauna.com.br

Rua da Glória, 246 – 3º andarCEP 01510-000 – Liberdade – São Paulo - SP

Tel.: 11 3167.4261

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Para Pedro Afonso. Você nunca me deixou desistir desse sonho.

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Agradecimentos

Até hoje, não tenho palavras para descrever o quan-to amo este livro. Quero agradecer muito aos meus pais o apoio, o carinho e a confiança, ao Pedro por me escutar, me dar colo e falar tanto que eu tenho talento, à minha amiga, sócia e parceira Raissa Morais por estar sempre ao meu lado, acompanhando meus projetos e me dando força, à minha amiga, companheira, alma gêmea, Bianca Carvalho — Bia, você tem grande participação neste li-vro e em sua continuação (e claro, você é a madrinha dos dois!). Obrigada por todos os conselhos, por ter partici-pado diretamente da criação dessa capa linda e por tudo mais. Obrigada também por ter criado um dos maiores motivos da minha felicidade (você sabe o quê). Te ado-ro muito! Quero agradecer também ao André Siqueira, que literalmente entrou em minha mente e encontrou a melhor definição desse meu sonho para estampar mi-nha capa. Muito obrigada! Minha amigona Sara Beck, que devorou e adorou esse meu novo projeto e, princi-palmente, a todos que leram o “Reencontros” quando ele ainda não passava de uma simples história dentro da in-

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ternet. Por último e não menos importante, quero agra-decer a Kristine e Thomas. Vocês dois não são apenas personagens para mim, e perdi as contas de quantas vezes senti que vocês estavam “brigando” para escolherem que cenas eu colocaria neste livro. Obrigada a todos os meus amigos que me apoiaram nessa nova conquista. Não seria nada sem vocês!

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Prólogo

“Saí correndo atrás dela enquanto escutava sua risada.Muitas pessoas olhavam para nós, mas eu não me

importava nem um pouco.Ali eu me sentia apenas com ela.Enjoei de não tê-la em meus braços e apressei o passo,

segurando sua cintura e nos tacando nas folhas secas.Não parávamos de gargalhar e olhar um para o outro.Kristie usou meu braço para apoiar sua cabeça, en-

quanto olhávamos o céu.”

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Parece que foi ontem que me mudei de Lon-dres para Los Angeles, quando meu pai foi promovido no trabalho. Até hoje não sei como consegui entrar em um avião e aban-

donar a vida que eu considerava perfeita. Mas isso já tem dez anos. Não são tantas as lembranças de meu antigo país que, sinceramente, nem muita falta tem feito.

Não vou mentir dizendo que não gostava de Lon-dres; o clima frio, batatas com peixe, minha família... Mas passado é passado, principalmente se tudo mudou.

Assim que pisamos em Los Angeles, meu pai disse que tudo daria certo, e realmente deu. Ele foi promovi-do várias vezes ao longo desses dez anos e conseguimos construir um ótimo patrimônio — em outras palavras, vivíamos bem, e nunca deixamos de agradecer por isso. Felizmente estava na metade da minha faculdade de cine-ma, e não existia amor maior do que minha futura profis-são. Perdi a conta de quantos roteiros escrevi, idealizando meus longas-metragens, peças de teatro, roteiros e tudo

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mais. Era o meu sonho, mesmo meu pai querendo muito que eu me tornasse uma advogada e assumisse seu lugar. Nada que combinasse comigo.

Por mais uma madrugada eu estava assim: acordada, com meus olhos completamente vermelhos, e isso por ter tomado um belo de um pé na bunda do meu namorado, Michael. Dois anos repletos de tudo, e ele simplesmente me largou — ou melhor, fui trocada por uma das va-dias da faculdade. É simplesmente horrível quando você aposta todas as suas fichas em uma pessoa que não mere-ce metade da sua confiança e respeito, mas fazer o quê? Quebramos muitas vezes a cara.

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Fechei a porta de casa e me deitei no sofá, tentando me aquecer mais do que aquelas bebidas tinham aquecido. Não tem como, sou um típico britânico que ama os pubs da

cidade e adoro viver assim, literalmente como um boê-mio. Tinha acabado de fazer um pequeno show, e minha conta bancária acolhia mais uma quantia para a futura carreira de músico, que eu tanto idealizava. Programava viajar em alguns meses, para promover minha música e tentar arranjar alguma gravadora.

Ainda eram seis e meia da manhã. Estava completa-mente ligado por causa da noite e resolvi ficar navegando pela internet, para buscar um pouco do sono que tinha desaparecido. Enquanto as páginas iam carregando, abri meu armário para trocar de roupa, e uma série de fo-tos caiu no chão. Ótimo. Peguei tudo de qualquer jeito para jogar em seu lugar de origem, mas congelei ao ver a imagem. Eu e Kristine brincando na pracinha em frente às nossas casas. Uma certa nostalgia bateu quando olhei

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direto nos olhos daquela minha amiga que tivera por al-guns anos. A família dela e a minha eram completamente unidas por nossos pais terem feito o colegial juntos. Aca-bara que viraram vizinhos, meus pais me tiveram e, três anos depois, Kristine nascera. Ela sempre fora a irmã que eu não tive. Tantos anos sem notícias, sem um mínimo contato, que acabou me dando um estalo na mente. Ela deveria estar com uns vinte anos e com certeza teria al-gum perfil em alguma rede social. Não demorei em digi-tar o nome dela e esperar os resultados, até que o familiar rosto apareceu. Por que eu não pensara nisso antes? En-viei a solicitação de amizade e uma mensagem, torcendo para que ela estivesse online.

“Kristie? Não sei se você se lembra de mim, mas eu sou o Thomas, filho da Claire e do Douglas. Éramos vizinhos aqui em Londres. Achei uma foto nossa de quando éramos crianças e resolvi te procurar por aqui! Espero que se lembre.

Thomas”

Pelas fotos, Kristine estava bem diferente. Seu cabe-lo louro e longo quando éramos crianças agora era cas-tanho, picotado, e ela estava fazendo faculdade. Ainda estava completamente surpreso por tê-la encontrado.

***

Acordar com uma bela ressaca não é o que se es-pera quando é necessário levantar e ir para a faculdade em poucas horas. Eu não podia reclamar, já que algumas

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de minhas amigas estavam me levando para sair, tentan-do me tirar da depressão em casa por causa do idiota do Michael. Liguei meu notebook e fui tomar um banho, para tentar aliviar minha dor de cabeça. Assim que estava quase pronta para a aula, entrei em minha rede social e pasmei com o que vi. Thomas. Thomas Carter. E ele tinha me deixado uma mensagem. Um filme passou em minha cabeça. Thommy sempre estivera na minha vida até eu deixar Londres, e era muito estranho ter algum “contato” após dez anos. Ele era um tonto por achar que eu não recordava dele. E fazia exatos vinte e três minutos que ele tinha deixado essa mensagem:

“Thommy? Meu Deus, quanto tempo! Achei que nun-ca mais fosse ter notícias de vocês! E como vão as coisas por aí? Sinceramente espero que você ainda esteja online para a gente se falar! Tem muito tempo que ninguém me chamava de Kristie, sabia?

Grande beijo!”

Torci com todas as minhas forças para ele me res-ponder. Era coincidência demais! Eu e ele éramos inse-paráveis, mas, no meu último ano em Londres, as coisas tinham começado a mudar. Lembro que Thommy estava deixando de ser criança para se tornar um adolescente, enquanto eu continuava infantil, brincando de bonecas e pedindo para ele fazer o mesmo. Atualizei a pagina e vi que ele tinha respondido.