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REESTRUTURAÇÃO ORGANIZACIONAL DA SES/MG VISANDO O ALINHAMENTO COM A ESTRATÉGIA Francisco Antônio Tavares Junior

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REESTRUTURAÇÃO ORGANIZACIONAL DA

SES/MG VISANDO O ALINHAMENTO COM A

ESTRATÉGIA

Francisco Antônio Tavares Junior

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II Congresso Consad de Gestão Pública – Painel 8: Modernização na gestão da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

REESTRUTURAÇÃO ORGANIZACIONAL DA SES/MG VISANDO O ALINHAMENTO

COM A ESTRATÉGIA

Francisco Antônio Tavares Junior

RESUMO GERAL A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais – Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, através da Subsecretaria de Inovação e Logística e da Assessoria de Gestão Estratégica, vem alcançando importantes inovações na Gestão. A partir de uma definição clara da estratégia da organização, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais redesenhou os principais processos, reviu seu organograma e vem investindo no alinhamento de sua política de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) com a visão, missão, valores e o negócio da organização. Os processos priorizados e redesenhados são aqueles que causam maior impacto para a organização. A partir da reformulação destes processos e com base em um estudo do que é estratégico para a organização, todas as ações de TIC passam a depender fundamentalmente de um Plano Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI). Por sua vez, para garantir maior efetividade a organização, as principais áreas foram revistas e submetidas a uma revisão que visa otimizar os processos e reduzir as despesas desnecessárias. Os resultados já começam a ser percebidos, com redução do tempo para realização dos processos de compras, padronização das unidades de saúde implantadas pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e desenvolvimento de propostas integradas para novos sistemas de informação.

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RESUMO A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, através da Subsecretaria de Inovação e Logística e da Assessoria de Gestão Estratégica, vem alcançando importantes inovações na Gestão. Um exemplo é a revisão na estrutura Organizacional da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais tendo como premissa garantir o alinhamento constante com a estratégia proposta. Assim, estruturas fundamentais, como as Gerências Regionais de Saúde, a Superintendência de Gestão, a Superintendência de Atenção à Saúde e a Superintendência de Epidemiologia foram profundamente analisadas e otimizadas. Um importante aspecto refere-se à projetização das atividades que tem um início, meio e fim claramente definidos. O tratamento de algumas ações como projetos, com uma definição de um responsável principal ou Gerente de Projetos e o monitoramento intensivo do Escritório de Projetos garante que as ações se concretizem e que a estrutura se torne matricial, com a colaboração de toda a equipe envolvida no projeto.

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SUMÁRIO

HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE................. 04

LEGISLAÇÃO REFERENTE À ESTRUTURA NO GOVERNO ATUAL..................... 06

O PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO A PARTIR DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO...........................................................................

0 07

A REESTRUTURAÇÃO DAS GERÊNCIAS REGIONAIS DE SAÚDE...................... 08

ANÁLISE PARA A PROPOSIÇÃO DA ESTRUTURA................................................ 10

A REESTRUTURAÇÃO DO NÍVEL CENTRAL DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE.........................................................................

14

AS PRINCIPAIS INOVAÇÕES NA PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO DO NÍVEL CENTRAL DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE................................

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CONCLUSÃO.............................................................................................................19

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 20

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HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

Os primeiros passos para a constituição de um sistema de saúde pública

em Minas Gerais foram dados em 1891, com a fundação da Secretaria do Interior do

Estado de Minas Gerais. Tal órgão era responsável, na época, pelas questões

relacionadas à higiene e saúde pública.

Já em 1895, estabeleceu-se a Diretoria de Higiene, sediada em Ouro

Preto, sendo transferida, em 1897, para a nova capital do Estado e, em 1898, extinta

por medida de economia. As atribuições específicas dessa Diretoria voltaram, então,

a ficar sob responsabilidade da Secretaria do Interior.

Em 1900, o sistema de saúde pública de Minas tem um ganho relevante:

inaugurou-se, na área hospitalar, a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Os

anos seguintes seriam marcados por novas conquistas do Estado na área de saúde,

como, por exemplo, a fundação da Escola Livre em Odontologia, em 1907, da Escola

de Medicina (que deu origem à atual Faculdade de Medicina da Universidade de

Minas Gerais), em 1911, e da Maternidade Hilda Brandão, em 1916.

Em termos de criação de novos órgãos, houve, também, muitos

progressos nas primeiras décadas do século XXI. Exemplo disso é a criação da

Diretoria de Higiene, em 1910, instalada em Belo Horizonte. Subordinada à

Secretaria do Interior, essa diretoria era composta por Repartição Central,

Laboratório Químico de Análises, Serviço Geral de Desinfecção, Hospitais de

Isolamento e Repartição de Estatística Demográfica-Sanitária.

No ano seguinte, ocorre a criação do Gabinete Médico-Legal, ligado à

chefia de polícia que, no ano de 1935, através do Decreto 489, transforma-se no

Departamento de Assistência Policial e Medicina Legal, constituído pelo Pronto-

Socorro e pelo Instituto de Medicina Legal, separados a partir de 1964.

A Diretoria de Higiene compreendia sete inspetorias, relacionadas com os

então existentes Centro de Estudo da Doença de Chagas, Malária, Lepra e Doenças

Venéreas; Inspetoria de Fiscalização do Exercício da Medicina, Farmácia, Odontologia

e Obstetrícia; Inspetoria dos Centros de Saúde, Profilaxia e Epidemiologia; Inspetoria de

Engenharia Sanitária; Inspetoria de Demografia e Educação Sanitária; Inspetoria das

Estâncias Hidrominerais e Laboratórios de Análises.

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Já as três fundações vinculadas à Secretaria foram criadas em épocas

diferentes. A Fundação Ezequiel Dias (Funed), a primeira delas, foi ativada em 1907,

como filial do Instituto Manguinhos, do Rio de Janeiro. A Fundação Hospitalar do

Estado de Minas Gerais (Fhemig) instituiu-se em 1977, como resultado de fusão de

instituições hospitales isoladas, voltadas para os cuidados de hanseníase, medicina

de urgência e psiquiatria. Em 1989, desmembrando-se da Fhemig, foi criada a

Fundação Hemominas, voltada para a execução da política do sangue no Estado.

Em 6 de setembro de 1930, no governo do presidente Antônio Carlos

Ribeiro de Andrada, foi promulgada a lei 1.147, que criou a Secretaria de Educação

e Saúde Pública. O então diretor de Higiene da Secretaria de Segurança e

Assistência Pública, Eduardo Levindo Coelho, foi designado para ser o ocupante da

nova pasta. Assim, Eduardo Levindo Coelho ocupou a diretoria de saúde estadual

de 7 de janeiro de 1930, quando a Diretoria de Higiene ainda pertencia à Secretaria

de Segurança e Assistência Pública , até 29 de abril de 1931, já como titular da

pasta na secretaria recém-criada.

Em 4 de junho de 1948, o governador Milton Campos sancionou a lei 152,

que separou a educação da saúde. Surgia, então, a Secretaria de Saúde e

Assistência. O médico e professor José Baeta Viana é nomeado para ocupar a

pasta, ficando no cargo de 23 de junho de 1948 até 30 de janeiro de 1951.

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LEGISLAÇÃO REFERENTE À ESTRUTURA NO GOVERNO ATUAL

Em Minas Gerais, a estrutura é definida à partir da publicação de Lei

Delegada, ficando as competências das áreas dispostas em Decreto do Governador.

No início do mandato do atual Governador foram publicadas a Lei

Delegada no 64 de 29 de janeiro de 2003 e em conformidade com esta Lei foram

definidas as competências das áreas da Secretaria até o nível de superintendência

através do Decreto no 43.241 de 27 de março de 2003.

A atual estrutura, fruto de um processo que se iniciou no final de 2005 a

partir do planejamento estratégico da Secretaria, culminou na publicação da Lei

Delegada no 127 de 25 de janeiro de 2007 e do Decreto nº 45038 de 6 de fevereiro

de 2009.

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O PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO A PARTIR DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

No início do desenvolvimento de seu planejamento estratégico, no final de

2005, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais identificou seu negócio:

Promoção e proteção da saúde no Estado de Minas Gerais, identificando as

necessidades de sua população. Missão: formular, regular e fomentar as políticas de

saúde de Minas Gerais, de acordo com as necessidades da população,

assegurando os princípios do SUS. Como visão: ser instituição modelo de inovação

da gestão da saúde pública no Brasil, contribuindo para que Minas Gerais seja o

Estado onde se viva mais e melhor. Valores: Ética, Transparência, Compromisso,

Humanização, Cooperação, Equidade, Qualidade.

Em meados de 2006 a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

iniciou o trabalho de desenvolvimento de seu mapa estratégico, utilizando a

metodologia do Balanced Scorecard. Simultaneamente, a Secretaria de Estado de

Saúde de Minas Gerais trabalhou a identificação dos principais processos

realizados.

Com base em toda esta percepção, iniciou-se um estudo para a

reformulação de algumas áreas.

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A REESTRUTURAÇÃO DAS GERÊNCIAS REGIONAIS DE SAÚDE

Ainda em 2006 uma frente de trabalho avaliou a definição das atribuições

das Unidades Regionais. Esta foi analisada a partir das informações fornecidas

pelas próprias GERÊNCIAS REGIONAIS DE SAÚDE e pela Gerência de Recursos

Humanos, sobre as atividades desempenhadas, funcionários envolvidos e custo de

pessoal.

No desdobramento das atividades das Unidades Regionais, identificou-se

que a maior parte do tempo era gasto com a execução de atividades de apoio,

representando 54% do tempo total e custo de R$ 23 milhões/ano.

O Projeto foi desenvolvido em conjunto com os gestores das áreas

analisadas e todas as suas etapas foram validadas e aprovadas junto à instituição.

A implantação do Modelo contemplou não só a alteração na estrutura

organizacional, mas também a implantação do novo quadro de pessoal, previsto

para operar a organização que foi concebida, e das ações definidas a partir das

análises realizadas.

Levantamentos realizados a partir do novo quadro de pessoal previsto

neste relatório, e totalmente validado junto à direção e corpo gerencial da Secretaria

de Saúde, apontam uma redução de pessoal da ordem de 31% em relação ao

quadro atual representando uma economia anual da ordem de R$ 13,8 milhões/ano.

Outra oportunidade de redução foi identificada por meio da análise das

despesas mais significativas das Gerências Regionais de Saúde, com exceção de

pessoal, representando uma lacuna de R$ 2,0 milhões/ano, perfazendo, assim, um

ganho total de aproximadamente R$ 15,8 milhões/ano.

No diagnóstico da estrutura buscou-se compreender o posicionamento

das unidades regionais na instituição e o seu papel, os trabalhos realizados

(processos e atividades) e a forma de organização das pessoas para executá-los, as

principais oportunidades de melhoria relacionadas aos processos ou atividades,

principalmente aquelas que possibilitassem ganhos de produtividade.

Como decorrência do diagnóstico, já na fase de refinamento da estrutura,

foram propostas alternativas de estrutura e, também em conjunto com as lideranças

da empresa, uma das alternativas foi validada. Para a alternativa validada foram

dimensionados os quadros de pessoal com suas respectivas atribuições e

identificado o custeio geral das novas Unidades Regionais.

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Deste ponto em diante, ocorreu o acompanhamento da implementação da

nova estrutura e dos processos redesenhados para as Unidades Regionais.

Apresentam-se, a seguir, os resultados obtidos nesta etapa do trabalho:

a) As análises realizadas apontaram uma alteração significativa no

balanceamento do quadro de pessoal dedicado às atividades de apoio

que passará da proporção 54% para 26%.

b) Para as atividades analisadas, apoio e finalísticas, foram identificadas

oportunidades de redução de seu custeio de pessoal em

aproximadamente R$13,8 milhões/ano, representando

aproximadamente 33% do custo total da base das Gerências Regionais

de Saúde;

c) A relação de funcionários terceirizados x próprios do quadro total das

Gerências Regionais de Saúde pode ser invertida de 30% x 70% para

9% x 91%

d) Existe, ainda, oportunidade de redução do número de colaboradores

das Gerências Regionais de Saúde em 28,9% (938 colaboradores),

com reduções do número de servidores em 11% (244 colaboradores) e

do número de terceiros em 79% (761 colaboradores).

Além da oportunidade de redução de R$ 13,8 milhões/ano nos custos de

pessoal ligado às atividades de apoio e finalísticas, foi identificada uma lacuna da

ordem de R$ 2 milhões/ano a partir da análise das despesas mais representativas

das Gerências Regionais de Saúde.

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ANÁLISE PARA A PROPOSIÇÃO DA ESTRUTURA

A abordagem utilizada para desenvolver o projeto de Refinamento da

Estrutura das Gerências Regionais foi baseada na análise dos processos da

instituição e no valor por eles agregado. A partir da elaboração da Cadeia de Valor

da Saúde, identificou-se o envolvimento das Gerências Regionais de Saúde nos

processos relacionados.

Por meio da análise dos processos, foram identificadas algumas

oportunidades de melhoria que subsidiaram a proposta de alteração na estrutura:

1) A estrutura vigente não cumpria integralmente a implantação dos

programas oriundos do nível central;

2) O foco atual das Gerências Regionais de Saúde era reativo. As

atividades eram desempenhadas em função da demanda e não por

planejamento;

3) Não existiam metas por coordenação. A estrutura das Gerências

Regionais de Saúde trabalhava conforme a demanda dos municípios,

sem a orientação estratégica à partir do planejamento feito pelo nível

central;

4) Grande parte dos cargos de liderança ocupados nas Gerências

Regionais de Saúde eram políticos;

5) As coordenações estavam com quadro de pessoal desbalanceado

prejudicando a entrega dos serviços e/ou sua qualidade;

6) Os servidores não estavam alocados conforme a capacitação requerida

para a execução de alguns trabalhos;

7) A subordinação de algumas áreas dentro das Gerências Regionais de

Saúde ocorria diretamente com o nível central. Existia também atuação

independente de alguns setores com relação à coordenação a que este

setor estaria subordinado;

8) Os coordenadores executavam muitos trabalhos operacionais;

9) Existiam muitas rotinas manuais e assessoramento aos municípios em

trabalhos elementares.

10) A demanda do nível central para as Gerências Regionais de Saúde

estava desorganizada;

11) Existia baixa certificação profissional/ocupacional;

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12) Não existia remuneração por resultados, o que foi solucionado com a

celebração do acordo de resultados de 2ª etapa;

13) Atribuições duplicadas entre Gerências Regionais de Saúde e

Secretaria de Estado de Saude, gerando retrabalho. Por exemplo, o

nível central da Secretaria de Estado de Saúde executava muitas

atividades de conferência das atividades que são desempenhadas

pelas Gerências Regionais de Saúde;

14) Indefinição de autoridades e responsabilidades das pessoas

envolvidas nos processos;

15) Demasiado tempo gasto em atividades de apoio e pouco em

atividades finalísticas;

16) Equipes organizadas por disciplinas/assuntos, gerando perda de

produtividade;

17) Inexistiam indicadores para medição do desempenho das Gerências

Regionais de Saúde e comparação entre os resultados das mesmas;

18) Faltava ações de planejamento e de otimização dos recursos de

apoio;

19) Faltava um sistema integrado para gestão da informação;

20) Existia baixa integração entre as coordenações;

21) Informações importantes eram perdidas, quando os colaboradores

saiam da coordenadoria, pois os mesmos não repassam ou

transmitiam as atividades;

22) Existiam vários sistemas paralelos;

23) Morosidade na tramitação e aprovação de documentos;

24) Muitas equipes estavam organizadas em função das disciplinas, não

possibilitando a otimização dos recursos;

25) Faltava desdobramento de indicadores para as microrregiões;

26) O pessoal do setor não possuia capacitação suficiente em informática,

demandando a criação de estrutura de apoio para suprir esta

deficiência;

27) Dificuldade na retenção dos profissionais especializados, devido à

remuneração não competitiva com o mercado e obrigatoriedade de

dedicação exclusiva;

28) Baixa confiabilidade dos dados coletados;

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29) Não havia sistemática formal de acompanhamento de indicadores e

tratamento dos desvios;

30) Não existia escala de formal de trabalho para os técnicos, não

havendo frequentemente profissionais disponíveis para solução de

assuntos específicos na Gerências Regionais de Saúde. Algumas

pessoas do setor executam as suas atribuições na própria residência.

Tendo em vista as oportunidades apresentadas, foram definidas as

seguintes propostas:

1) Criar meios para que as Gerências Regionais de Saúde cumpram,

integralmente, a implantação dos programas oriundos do nível central;

2) Criar meios para que as Gerências Regionais de Saúde sejam pró-

ativas;

3) Criar metas por coordenação;

4) Incentivar a ascensão por mérito, diminuindo a ocupação de cargos de

liderança por força política;

5) Adequar o quadro de pessoal às coordenações;

6) Alocar os servidores aos cargos de acordo com suas capacitações;

7) Definir autoridades e responsabilidades das pessoas envolvidas nos

processos;

8) Capacitar os técnicos municipais no desempenho de atividades

elementares;

9) Organizar a demanda de serviços do nível central para as Gerências

Regionais de Saúde;

10) Alocar pessoal de acordo com sua capacitação;

11) Remunerar por resultado (acordo de resultados), retendo os bons

profissionais;

12) Reduzir re-trabalho em atividades que a Secretaria de Estado de

Saúde de Minas Gerais e a Gerências Regionais de Saúde executam;

13) Aprimorar o planejamento de atividades das coordenadorias;

14) Melhorar a distribuição de atividades de apoio x atividades

finalísticas;

15) Implantar equipes polivalentes para aumentar produtividade;

16) Implantar indicadores para medição do desempenho das Gerências

Regionais de Saúde;

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17) Realizar planejamento para otimizar recursos;

18) Implantar sistema integrado para gestão da informação;

19) Incentivar a integração e a cooperação entre as coordenações;

20) Implantar um sistema de padronização para facilitar o treinamento das

equipes;

21) Aprimorar a capacitação de colaboradores, incluindo informática;

22) Reduzir a quantidade de tramitação de documentos;

23) Criar Sistema de Informações Gerenciais (definição de indicadores,

acompanhamento dos resultados, ação no caso de desvios), e

desdobrar os indicadores para as microrregiões;

24) Fornecer remuneração competitiva com o mercado, retendo

profissionais especializados;

25) Criar meios para garantir a confiabilidade dos dados coletados;

26) Implantar sistemática formal de acompanhamento de indicadores e

tratamento dos desvios;

27) Criar escala de formal de trabalho para os técnicos.

A partir das análises dos processos e atividades e levantamento das

oportunidades de melhoria foi proposto um organograma para as Gerências

Regionais e detalhado o funcionograma contendo as atribuições, competências e

pessoal necessário para a nova estrutura.

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A REESTRUTURAÇÃO DO NÍVEL CENTRAL DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

Da mesma forma, a partir de uma análise preliminar da estrutura do Nível

Central identificou-se que 38% dos funcionários totais da Administração Central

atuavam em atividades de apoio (somente na Superintendência de Gestão) e que

45% do total são terceiros demonstrando uma similaridade com a distribuição das

atividades das Unidades Regionais, tornando necessária a avaliação sistematizada

desta estrutura.

Para obter uma visão sistêmica da organização, por meio dos seus

processos, fez-se necessária a readequação da estrutura do Nível Central uma vez

que os processos permeiam as estruturas do Nível Central e Unidade Regional.

Para esta readequação, foi realizado inicialmente um diagnóstico

preliminar, que completava as seguintes atividades: Entrevistas com Alta

Administração para identificação da função básica das Subsecretarias,

Superintendências, Assessorias e Gerências; Identificação dos processos/atividades

da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e definição de parâmetros;

Elaboração das matrizes de atividades e Identificação do custeio atual da

Administração Central Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, tendo como

objetivo a identificação da função básica das Subsecretarias, Superintendências,

Assessorias e Gerências identificadas/analisadas e proposta de diretrizes para a

estrutura definidas.

Na seqüência foi desenvolvida proposição e detalhamento da estrutura

organizacional para as Superintendências de Atenção à Saúde, Finanças e Gestão.

As atividades contempladas aqui são: Identificação das alternativas de estrutura

organizacional; Seleção da alternativa que maximiza o desempenho dos processos

internos; Detalhamento da estrutura organizacional com definição dos setores e

organograma, detalhamento das atribuições dos setores, definição das equipes e do

seu funcionamento, dimensionamento do quadro de pessoal de cada setor das

Superintendências de Atenção à Saúde, Finanças e Gestão. Os resultados atingidos

são estrutura organizacional proposta e detalhada para conciliar a função básica das

Superintendências de Atenção à Saúde, Finanças e Gestão.

A partir disso foi realizado o planejamento do Processo de Mudança para

as Superintendências de Atenção à Saúde, Finanças e Gestão, que contemplava as

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seguintes atividades: definição da estratégia de implantação da nova estrutura

organizacional; definição da estratégia de contratação, desligamento e

movimentação de pessoas; definição do plano de comunicação e elaboração do

plano de implantação. Os resultados alcançados neste ponto foram: Estratégia de

implantação definida.

Por fim, realizou-se o acompanhamento da implantação da estrutura para

as Superintendências de Atenção à Saúde, Finanças e Gestão, cujas principais

atividades são o acompanhamento das ações de implantação, por meio de reuniões

de acompanhamento e da utilização de Relatórios de Três Gerações, garantindo a

implantação da nova estrutura implantada.

As principais desconexões encontradas ao longo do redesenho de

processos foram:

� a integração e a comunicação horizontal e vertical entre as

coordenadorias/núcleos/áreas são incipientes, dificultando os

processos de trabalho;

� os processos de trabalho não estão claramente definidos. Algumas

responsabilidades não estão bem distribuídas e há necessidade de

melhor capacitação das pessoas;

� os indicadores de resultado das Gerências e Coordenações não estão

definidos ou claramente identificados;

� o conhecimento produzido pelas diversas áreas ainda não é

plenamente compartilhado e utilizado;

� os bancos de dados existentes não são utilizados plenamente para

gerar informações gerenciais para subsidiar a tomada de decisão.

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AS PRINCIPAIS INOVAÇÕES NA PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO DO NÍVEL CENTRAL DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

A Superintendência de Atenção à Saúde – SAS pode ser conceituada

como a área mais finalística da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais,

onde reside boa parte do conhecimento técnico da Secretaria. É a área que tem a

responsabilidade de conduzir a implantação do modelo das redes de atenção à

saúde e na qual está alocada a maioria dos projetos estruturadores do estado. A fim

de alinhar a estrutura da Superintendência ao modelo de atuação em redes optou-

se por uma organização mais matricial e funcionando de maneira mais otimizada,

com a criação das gerências de Atenção Primária, de Redes Temáticas e de

Sistemas de Apoio e Logística – completamente alinhadas com os componentes da

rede de atenção à saúde.

Para definição da estrutura proposta foi estudada a Estrutura de Redes

de atenção à saúde, considerando seus cinco componentes básicos: a atenção

primária, os pontos de atenção secundários e terciários, os sistemas de apoio, os

sistemas logísticos e o sistema de governança das redes.

Incorporou-se ainda o uso da metodologia de gerenciamento de projetos

para os assuntos com início, meio e fim bem definidos. Assim, foi muito importante a

implantação do Escritório de Projetos.

A Estrutura por projetos possibilita a ampliação da visão matricial. As

equipes são multidisciplinares e definidas de acordo com os objetivos do projeto. Há

um gerente, capacitado na metodologia, para cada projeto. As atividades de rotina

continuarão sendo desempenhadas pelas equipes funcionais.

São atribuições e responsabilidades do Escritório de Projetos: Possibilitar

o alinhamento dos projetos às estratégias da Secretaria de Estado de Saúde de

Minas Gerais; Definir diretrizes, metodologias e indicadores para acompanhamento

e avaliação dos Projetos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais;

Identificar os desvios e entraves à execução dos Projetos e propor medidas para

seu ajustamento ou reformulação ao Gabinete da Secretaria de Estado de Saúde de

Minas Gerais; Acompanhar o andamento dos projetos, criando um clima de

seriedade e sinergia para o alcance das metas; Decidir sobre situações de conflito

ou prioridade entre os projetos; Fornecer treinamento em gerenciamento de

projetos; Estabelecer e verificar o cumprimento de padrões e métricas de

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gerenciamento de projetos; Controlar e armazenar as lições aprendidas e outros

elementos e relatórios gerados pelos projetos; Coordenar sistemas de informações

que subsidiem a avaliação e acompanhamento dos Projetos da Secretaria de

Estado de Saúde de Minas Gerais.

São atribuições e responsabilidades do Gerente de Projetos: Planejar e

controlar o Projeto; Estabelecer metas; Definir tarefas a serem realizadas e seu

seqüenciamento; Medir o desempenho do Projeto; Realizar levantamento e

estimativa de riscos; Adotar ações corretivas quando necessário; Produzir

documentação referente ao Projeto de acordo com a metodologia estabelecida;

Responder pelo projeto em termos de prazo, custo, escopo, qualidade, riscos, etc.;

Responsável pelo alcance dos objetivos dos projetos; Definir e coordenar equipe

integrante do Projeto; Apresentar resultados e andamento do Projeto,

periodicamente, ao Escritório de Projetos e ao Gabinete da Secretaria de Estado de

Saúde de Minas Gerais.

As outras mudanças feitas foram a criação da Gerência de Sistema de

Apoio Logístico; criação da Gerência de Redes Temáticas; união das atividades da

Coordenação do Programa Nacional do Câncer de Cólo e Útero com a Promoção

de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente; união das atividades das

Coordenações de Alta e Média Complexidade e Transferência das atividades da

Coordenação do DNA para o NAT (Núcleo de Assistência Técnica).

A Superintendência de Gestão – SG é responsável por parte significativa

dos processos e atividades de suporte, desenvolvidos na Secretaria de Estado de

Saúde de Minas Gerais e também foi reestruturada de modo a racionalizar e

otimizar os processos desenvolvidos. O objetivo maior é garantir que os gargalos

estruturais internos da Secretaria – que muitas vezes dificultam a implantação das

propostas e o alcance dos objetivos estratégicos – sejam minimizados. Os

resultados esperados são que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

tenha uma boa estratégia de compras, faça uma boa gestão do consumo e

mantenha um estreito alinhamento entre processos-meio e processos-fim.

Em função da importância estratégica da área de gestão de pessoas e do

volume de ações e projetos, a Gerência de Recursos Humanos da Secretaria de

Estado de Saúde de Minas Gerais foi reestruturada e elevada ao nível de

Superintendência, passando a denominar-se Superintendência de Gestão de

Pessoas e Educação em Saúde – SGPES. A reestruturação passou também pela

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revisão e reorganização dos fluxos dos setores, otimizando os processos e

aumentando a eficiência e eficácia da gerência.

A reestruturação resultou em melhores condições de trabalho, com a

fusão ou cisão de setores e a implementação de novos processos e fluxos de

trabalho, além do redimensionamento da equipe, possibilitando a eliminação de

cerca de 90% do estoque de processos, principalmente relacionados à concessão

de férias-prêmio, registro de diplomas e certificados, aposentadoria e averbação de

certidões.”

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CONCLUSÃO

A reestruturação se inicia já em 2003 (Lei Delegada nº. 64, de 29 de

janeiro), com o desmembramento de algumas Superintendências e o fortalecimento

de áreas como Atenção à Saúde, Regulação e Vigilância. A vivência e os

aprendizados experimentados pela Secretaria no período de 2003 a 2006

subsidiaram novas mudanças estruturais iniciadas em 2007 (Lei Delegada nº. 127,

de 25 de janeiro), com a criação de novas unidades, como a Superintendência de

Assistência Farmacêutica e a Assessoria de Gestão Regional.

No segundo momentos foram revisadas importantes estruturas como a

Superintendência de Atenção à Saúde e a Superintendência de Gestão e foram

implantadas novas estruturas como a Superintendência de Gestão de Pessoas e

Educação em Saúde.

Por fim, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais estudou a

estrutura das suas Gerências Regionais de Saúde, que são o grande elo de

comunicação entre o nível estadual e o nível municipal e precisam garantir que as

políticas públicas propostas sejam efetivamente implementadas no nível municipal.

Todas estas mudanças colaboraram para integração e alinhamento

estratégico das áreas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

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REFERÊNCIAS

CUNHA JUNIOR, L. A. P.a da. O governo matricial em Minas Gerais: implantando do Choque de Gestão. In: IX Congresso Internacional Del CLAD sobre la Reforma Del Estado y de la Administración Pública, Madrid, 2004. Disponível em: <nfr://www.clad.org.ve/fulltext/0049619.pdf>. GUIMARÃES, T. B.; TAVARES DE ALMEIDA, B.. Da estratégia aos resultados concretos: a experiência do governo de Minas (2003-2005). Cadernos BDMG, Belo Horizonte: BDMG, N.12, p.1-76, abr 2006. VILHENA, R. et al. O choque de gestão em Minas Gerais: políticas da gestão pública.

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AUTORIA

Francisco Antônio Tavares Junior – Formado em administração pública pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro e especializado em Economia da Saúde e Farmacoeconomia pela Universidad Pompeu Fabra de Barcelona. Foi Empreendedor Público do Programa Estruturador Viva Vida e atualmente é assessor de gestão estratégica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Endereço eletrônico: [email protected]