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REFERÊNCIA MUNDIAL Avicultura segue retomada pautada na credibilidade de sua indústria Ano X | Nº 58 | Mai/Jun 2017

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REFERÊNCIA MUNDIALAvicultura segue retomada pautada na

credibilidade de sua indústria

Ano X | Nº 58 | Mai/Jun 2017

Sindiavipar

04 Observatório

05 Agenda

06 Sindiavipar

08 Radar

10 Entrevista

12 Meio ambiente

16 Artigo técnico

20 Sanidade

22 Mercado

24 Capa

30 Evento

30 SBSA

32 Avesui

36 Tecnologia

38 Logística

40 Pesquisa

42 Nutrição

44 Notas e Registros

46 Estatística

48 Receita

Sumário

Após impactos da Operação Carne Fraca, avicultura segue caminho da recuperação

24 Retomada

Confira o artigo de Antônio Mário Penz Junior, palestrante confirmado do V Workshop Sindiavipar

16 Desafios na Avicultura

A certificação digital traz segurança jurídica para indústrias avícolas em operações na internet

40 Garantiaonline

Diretoria

Presidente:Domingos MartinsVice-presidente:Claudio de Oliveira Secretário: Olavio Lepper Tesoureiro:João Roberto Welter Suplentes:Luiz Adalberto Stabile Benicio, Ciliomar Tortola,Vallter Pitol e Roberto KaeferConselheiros fiscais efetivos:Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro,Dilvo Grolli e Rogerio Wagner Martini GonçalvesSuplentes:Celio Batista Martins Filho e Marcos Aparecido BatistaDelegados representantes efetivos:Domingos Martins e Luiz Adalberto Stabile BenicioSuplentes:Ciliomar Tortola e Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro

Sindicato das Indústrias de ProdutosAvícolas do Estado do ParanáAv. Cândido de Abreu, 140 - Salas 303/304 - Curitiba/PR - CEP: 80.530-901Tel.: 41 3224-8737 | sindiavipar.com.br | [email protected]

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Expediente

ProduçãoCentro de Comunicaçãocentrodecomunicacao.com.br

Jornalista responsávelGuilherme Vieira (MTB-PR: 1794)

ColaboraçãoBruna Robassa, Camila Castro, Camila Tsubauchi, Giorgia Gschwendtner, Jonas Filho,

Jorge de Sousa, Karina Becker, Laura Espadae Luiz KozakDesign e diagramaçãoCleber Brito

Comunicação e MarketingMônica Fukuoka

ImpressãoMaxi Gráfica

Anuncie na Revista SindiaviparMônica Fukuoka

Gerente de Comunicação e [email protected]

(41) 3224-8737

Domingos MartinsPresidente do Sindiavipar

EditorialDecorridos aproximadamente três meses da Opera-

ção Carne Fraca, o setor avícola consolidou sua retomada. Im-pactos imediatos como as barreiras impostas por alguns im-portadores aos produtos cárneos brasileiros foram derrubadas logo em seguida. O consumidor interno teve o entendimento de que as falhas que eventualmente venham a ser comprova-das são exceções neste modelo produtivo que é referência.

As decisões comprovam a confiança conquistada pela agroindústria do Brasil reconhecida internacionalmente pela qualidade e sanidade de seus produtos, que são fisca-lizados não apenas pelos órgãos brasileiros como também por técnicos sanitários dos mais de 160 países para os quais exporta.

Essa retomada ganha espaço em nossa matéria de capa, que apresenta os motivos pelos quais o setor conse-guiu superar esse momento e quais as expectativas até o fim do ano. A edição número 58 (maio/junho) da Revista Sindiavipar ainda traz informações sobre o Porto de Para-naguá, que investiu em sistemas de triagem online para a eliminação de filas.

Assuntos como tecnologia, eventos, nutrição, sani-dade, pesquisa e novos investimentos de nossos associados para o aperfeiçoamento de seus processos produtivos tam-bém estão contemplados na publicação.

Um abraço e boa leitura!F

oto:

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Sindiavipar

ObservatórioObservatório

Habilitar para exportar

O Brasil possui 90% dos frigoríficos habilitados

para produzir proteína animal Halal e seus derivados, de

acordo com nota divulgada pela Câmara de Comércio

Árabe-Brasileira, em abril. O conceito Halal trata-se de

uma série de padrões que vão desde a constatação da

saúde plena do animal até a não adoção de trabalho in-

fantil ou escravo pelos estabelecimentos de abate. Ainda

segundo a entidade, o volume exportado da carne brasi-

leira alcança apenas 20% da população muçulmana no

mundo, de cerca de 1,8 bilhão de pessoas.

Levando em conta o volume produzido inter-

namente e as importações e exportações efetivadas,

o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA)

apontou que em 2016 os 10 maiores mercados consu-

midores de carne de frango foram, pela ordem, EUA,

China, União Europeia, Brasil, Índia, México, Rússia,

Japão, Argentina e África do Sul. O Brasil, que é o

maior exportador do produto, aparece na 4ª posição

do ranking (9,02 toneladas), mas sobe para a 2ª posi-

ção considerando o consumo per capita (43,8 kg/hab).

Maioresconsumidores

Queda nos preços Principal insumo da alimentação animal, o preço

do milho despencou em 2017. Há um ano, a saca de 60

kg ultrapassou R$ 50. Hoje chega a R$ 20 em cidades

do Paraná, conforme o AgroReport da Gazeta do Povo.

A queda nos preços dos insumos é um reflexo direto das

safras recordes deste ano, que cresceu 15,4% para a soja

e 37,5% no milho, segundo a Companhia Nacional de

Abastecimento (Conab).

Parceria Chinesa

A China continuará a liderar a lista dos principais

importadores globais e puxará o crescimento do mercado

internacional de carne nos próximos anos. A conclusão

foi publicada pelo Rabobank "China's Animal Protein

Outlook to 2020", e apresenta dados que projetam o gi-

gante asiático como maior comprador de proteína animal

até 2020. Sob a perspectiva brasileira, a análise do Ra-

bobank aponta que é preciso pensar em como se manter

entre os principais fornecedores de carnes para esse mer-

cado em expansão.

Fot

o: P

ixab

ay

4 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Data9 e 10 de novembro de 2017

LocalFoz do Iguaçu (PR)

RealizaçãoSindiavipar

Telefone(41) 3224-8737

Sitesindiavipar.com.br

V Workshop Sindiavipar

Data29 a 31 de agosto 2017

LocalSão Paulo (SP)

RealizaçãoABPA

Telefone(11) 3095 - 3120

Siteabpa-br.com.br/siavs

SIAVS 2017

Sindiavipar

Data15 e 16 de agosto de 2017

LocalMaringá (PR)

RealizaçãoFACTA

Telefone(19) 3243-6555

Sitefacta.org.br

Financiamento bilionário O financiamento do Plano Safra

2017/2018 deverá repetir em termos reais

(descontada a inf lação) os valores destinados

na safra anterior, superando ligeiramente os

R$ 200 bilhões, adiantou o ministro Blairo

Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimen-

to). De acordo com ele, o que ainda está em

discussão sobre o Plano Safra é a definição da

taxa de juros e a dis-

tribuição dos re-

cursos em cada

programa do

ministério.

Quinto lugar

A receita cambial acumulada mantém a carne de frango como o quinto principal produto da pauta exportadora brasileira, seguida de perto pelos automóveis que, no ano passado, na 11ª posição, registram até aqui aumento de receita próximo de 50%.

Curso FACTA

5sindiavipar.com.brSindiavipar

Mais informações: sindiavipar.com.br | (41) 3224-8737

Associe-se! Porque juntos somos mais fortes!

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná enviou uma solicita-

ção aos importantes órgãos representativos do setor, como o Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento (Mapa) e Agência da Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) para impedir

a instalação de um parque de aves dentro do Parque Ambiental Vitório Piassa em Pato Branco

próximo a uma empresa de incubatório na região.

O Sindiavipar acredita que para manter um controle rígido da sanidade é importante per-

durar um isolamento. A lei diz que ao construir um aviário de produção próximo a uma granja

de matrizes deve-se considerar uma distância de 3 km. Dessa forma, fica difícil cumprir a norma

de isolamento.

O Paraná caracteriza-se pelo controle sanitário eficiente reconhecido em todo o mundo.

Logo, não seria recomendado fragilizar esse controle alojando aves desconhecidas próximas as

produções tecnicamente legalizadas. Assim, o Sindiavipar, representando toda a produção de

aves de corte, solicitou a todos os órgãos de fiscalização uma avaliação técnica rigorosa para

não permitir a instalação do parque.

Com isso, o Sindiavipar defende veementemente o status sanitário do plantel avícola pa-

rananese. O sindicato também conta com o apoio dos órgãos fiscalizadores, para não instalação

desse Parque de aves apreendidas.

Pato Branco

6 sindiavipar.com.br Sindiavipar

A professora Elizabeth Santin se reuniu com o Sindiavipar no dia 19 de abril no câmpus da

Universidade Federal do Paraná (UFPR) quando foi convidada para ser palestrante no V Workshop

Sindiavipar - Avicultura do Brasil para o Mundo, nos dias 09 e 10 de novembro de 2017, em Foz

do Iguaçu. A médica veterinária, que aceitou a participação no evento, também convidou o Sin-

dicato para o Curso de Imunologia da UFPR que aconteceu nos dias 22 a 26 de maio de 2017. O

palestrante foi o pesquisador Dr. Mike Kogut do USDA/Texas.

V Workshop Sindiavipar

O diretor executivo do Sindiavipar, Icaro Fiechter, participou no dia 11 de abril da Au-

diência Pública sobre os reflexos da operação Carne Fraca no Estado do Paraná por proposição

dos deputados Márcio Pauliki, Nelson Leursen, Pedro Lupion e Anibelli Neto. A audiência co-

meçou às 9h da manhã, no plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, e buscou discutir

tecnicamente o assunto.

Reflexos da Operação

O presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, participou de um Seminário sobre

Logística Reversa no dia 16 de março em Maringá. Além dele, o evento contou com as pre-

senças de Rommel Barion (Sincabima), Kawano (Fiep), Rúbia (Sincabima), Péricles Salazar

(Sindicarnes) e associados. No evento foram abordados todos os aspectos do Programa de

Logística Reversa que está sendo implementado junto a Secretaria Estadual do Meio-Am-

biente (Sema), e também a criação do Instituto Paranaense de Reciclagem (Inpar) em confor-

midade com as exigências dos órgãos ambientais e do Ministério Público para associados e

interessados no instituto.

Logística Reversa

7sindiavipar.com.brSindiavipar

Radar

Em 2016, fomos o segundo estado que mais fez investimentos na malha rodoviária, segundo a Secretaria

do Tesouro Nacional (STN). Agora, para os próximos três anos, vamos garantir os reparos paras as nossas

rodovias que sofrem com um desgaste naturalJosé Richa Filho, secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná

A cadeia avícola tem se preparado para barrar a entrada da doença

[Influenza Aviária] no Rio Grande do Sul e, em caso de ocorrência, atuar com velocidade para seu controle

Rogério Kerber, presidente do Fundesa

Vai dar tranquilidade tanto para o contratante quanto para o contratado,

pois a terceirização já ocorre, mas existia uma insegurança jurídica

quanto ao contratanteNelson Costa, superintendente adjunto do

Sistema Ocepar

8 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Nossa mensagem foi ressaltar o Brasil como grande parceiro pela segurança alimentar da população

egípcia. Produzimos proteína halal com excelência, certificada e auditada por organizações privadas e

pelos governos dos países importadoresRicardo Santin, Vice-Presidente e Diretor de Mercados da ABPA

A mudança do clima, o desmatamento e as dificuldades de gestão têm tornado a crise hídrica um mal crônico em boa

parte do paísMarcelo Cruz, secretário executivo do

Ministério do Meio Ambiente

Os 3 pilares para voltarmos a crescer são a reforma tributária, investimentos em infraestrutura

e o comércio exteriorPaulo Pupo, vice-presidente

da Fiep

Sindiavipar 9sindiavipar.com.br

EntrevistaEntrevista

Protegerpara crescerExcelência na sanidade avícola paranaense garante a qualidade desse produto para o mercado

A carne de frango brasileira é

vendida para quase 160 pa-

íses, resultando em 37% de

todo o frango exportado no mundo.

Dentro desse índice, o Paraná tem um

papel de destaque ao produzir 35%

dessas aves em suas granjas. Recente-

mente a deflagração da “Operação Car-

ne Fraca” colocou diversas dúvidas no

mercado internacional e no consumidor

interno, principalmente em relação aos

cuidados sanitários com esse produto.

Nesse tema, o Diretor Presidente da

Agência de Defesa Agropecuária do Pa-

raná, Inácio Afonso Kroetz, conversou

com a Revista Sindiavipar sobre os di-

versos procedimentos feitos pelo órgão

para garantir a biosseguridade da avi-

cultura paranaense, inclusive com a pre-

venção contra a Influenza Aviária (IA).

Quais são os diferenciais dos controles sanitários da avicultu-ra paranaense?

Dentre os principais diferen-

ciais estão as condições de clima e solo

para produção de grãos e a vocação do

povo paranaense para produção de pro-

teína animal abundante e de qualidade.

Quantidade e qualidade remetem a sa-

nidade, considerando que a densidade

populacional das granjas e sua distri-

buição geográfica requer cuidados re-

dobrados em biossegurança. Qualquer

foco de doença infecciosa e contagiosa

sob programa estadual ou nacional tem

o poder de repercussão muito amplia-

do quando medidas de contenção não

forem adotadas de imediato.

Após a deflagração da Opera-ção Carne Fraca quais devem ser os próximos passos das au-toridades do agronegócio para minimizar seus efeitos?

A volta do crescimento do

setor agropecuário vai depender de

como as autoridades irão trabalhar jun-

to aos mercados e o próprio consumi-

dor brasileiro, nosso maior mercado.

O dever de casa a ser feito, em caráter

permanente, é demonstrar que, apesar

das dificuldades criadas por desvios

de conduta no País, o setor produti-

vo tem condições de se manter ativo,

disponibilizando ao consumidor, pro-

dutos com qualidade inquestionável.

Os governos estaduais também estão

agindo para fortalecer a imagem dos

produtos agropecuários brasileiros,

investindo em Defesa Agropecuária e

apresentando propostas de vanguarda

para aperfeiçoamento do atual modelo

de inspeção e fiscalização de produtos

de origem animal, por exemplo.

Em relação a IA, quais os tra-balhos da Adapar para evitar o contágio dessa doença no estado?

O aumento da vigilância nos

estabelecimentos avícolas, realização

de vigilância epidemiológica para IA

nos sítios de aves migratórias, intensi-

ficação da fiscalização nos entornos

de portos, aeroportos, postos de fron-

teira e aduanas especiais, alerta ao se-

tor quanto à necessidade de atenção

às ações de biosseguridade, revisão e

atualização de normativas que tratam

do Plano Estadual de Prevenção e Con-

trole de Influenza Aviária e Doença

de Newcastle, entre outras. A Adapar

investe também na capacitação conti-

nuada aos fiscais e assistentes de fisca-

lização em todo o Estado. Além disso,

investe-se na qualidade e agilidade dos

diagnósticos para doenças de notifica-

ção obrigatória, como influenza aviária

e doença de Newcastle.

10 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Foto

: Sea

b

MercadoAtivo a ser conquistado e man-tido com regularidade e respon-sabilidade.

Sanidade Uma responsabilidade compar-tilhada, público-privada.

AviculturaFonte de proteína abundante, de qualidade, de baixo custo e geradora de emprego e renda.

InsumosBase da produção primária, re-quisito de qualidade em todos seus aspectos.

Inácio Kroetz

Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Pesquisador aposentado pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar)

Médico Veterinário pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Vai e volta

Diretor Presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) desde 2012

A volta do crescimento do setor agropecuário vai depender de como as autoridades irão trabalhar junto aos

mercados e o próprio consumidor brasileiro

11sindiavipar.com.br

C ada vez mais o setor in-

dustrial busca adequar

bons índices de pro-

dução com a proteção ao meio

ambiente. E a destinação dos

resíduos é um dos principais

itens dessa relação. Com esse

objetivo, seis sindicatos com

o apoio da Federação das In-

dústrias do Estado do Paraná

(Fiep), fundaram o Instituto Pa-

ranaense de Reciclagem (InPAR)

que pretende iniciar seus traba-

lhos ainda em 2017. O Instituto

nasce com a responsabilidade

Resíduo lucrativoParcerias entre indústrias e entidades ligadas ao meio ambiente buscam a reciclagem para obter matérias-primas para novos produtos

Meio ambiente

12 sindiavipar.com.br Sindiavipar

de reaproveitar embalagens

como matéria-prima para novos

produtos.

“O propósito do institu-

to é estabelecer e implantar um

sistema de logística reversa de

embalagens de consumo, de-

senvolvendo ações que venham

diminuir a quantidade de resí-

duos gerados e destinados aos

aterros”, afirma o gerente de

Meio Ambiente e Sustentabili-

dade da Fiep, Mauricy Kawano.

Essa medida vai de acordo com

a Política Nacional de Resídu-

os Sólidos (Lei 12.305/2010)

que dentre alguns instrumen-

tos criou o Sistema de Logística

Reversa, sendo ela uma prática

de desenvolvimento econômico

e social, com diversas ações e

procedimentos para viabilizar a

coleta e restituição dos resíduos

ao setor empresarial.

As atividades do InPAR

serão desenvolvidas por meio

de projetos, programas ou pla-

nos de trabalho específ icos, ar-

ticulados previamente entre os

associados interessados e de-

mais instituições colaboradoras

estratégicas, onde serão defi-

nidos objetivos, metas, ações,

responsabilidades, recursos hu-

manos e f inanceiros, materiais e

prazos, a ele inerentes.

Os sindicatos fundado-

res do Instituto são o Sindica-

to das Indústrias de Produtos

Avícolas do Estado do Paraná

(Sindiavipar), Sindicato das In-

dústrias de Cacau e Balas, Mas-

sas Alimentícias e Biscoitos, de

Doces e Conservas Alimentícias

do Estado do Paraná (Sincabi-

ma), o Sindicato das Indústrias

de Carne e Derivados do Estado

do Paraná (Sindicarne), Sindica-

to da Indústria de Torrefação e

Moagem de Café no Estado do

Paraná ( Sinduscafe), Sindicato

da Indústria de Panif icação e

Confeitaria do Estado do Paraná

(Sipcep) e o Sindicato da Indús-

tria do Trigo no Estado do Para-

ná ( Sinditrigo).

Essa conduta das empre-

sas preserva o meio ambiente,

auxiliando na diminuição de

aterros sanitários e da extração

de matérias-primas. O setor in-

dustrial é beneficiado direta-

mente com essas medidas, pois

o resíduo descartado vira parte

de um novo produto, criando

um ciclo produtivo sustentável.

Desde 2012, a Fiep vem apoian-

do a Sema para a implementação

da Logística Reversa no estado,

buscando a construção de uma

agenda positiva para o debate

entre as partes.

O Paraná tem dois órgãos

estaduais que zelam pelo meio

ambiente. Conheça abaixo um

pouco mais do trabalho e da

atuação da Sema e do IAP da

sustentabilidade na cadeia pro-

dutiva paranaense.

SemaA Secretaria de Estado

do Meio Ambiente e Recursos

Hídricos do Estado do Paraná

(Sema-PR) é o órgão estadual

que coordena o Sistema Esta-

dual de Gestão Ambiental e

dos Recursos Hídricos do Esta-

do do Paraná, tendo por f ina-

O Instituto deve vir a somar aos nossos esforços junto às

empresas e poderá auxiliá-las a cumprir

com as normas e condicionantes

ambientaisLuiz Tarcísio Mossato Pinto, diretor-presidente do IAP

13sindiavipar.com.brSindiavipar

Reciclagem de resíduos permite a obtenção de matérias-primas de novos produtos

Meio ambiente

l idade formular e executar as

polít icas de meio ambiente, de

recursos hídricos e atmosféri-

cos, biodiversidade e florestas,

cartográf ica, agrária-fundiária,

cont role da erosão e de sane-

amento ambiental e gestão de

resíduos sólidos.

A coordenação de Resí-

duos Sólidos, dentre suas ativi-

dades, f irmou convênio com o

Ministério do Meio Ambiente

para a elaboração do Plano de

Regulamentação (2012) e atual-

mente elabora o Plano Estadual

de Resíduos.

Também, possui o Pro-

grama de Logística Reversa, que

envolve setores da cadeia produ-

tiva, os quais têm o compromis-

so de dar destinação adequada

às embalagens pós-consumo, no

qual as atividades do InPAR es-

tão ligadas.

Esse programa permite

que as empresas, além de cum-

prir a Polít ica Nacional de Resí-

duos Sólidos (Lei 12.305/2010),

que elas possam reaproveitar o

material que pode retornar para

a reciclagem, gerando empre-

gos, receita e proteção ao meio

ambiente. Articula a obrigato-

riedade do t rabalho, implan-

tando a lei para unir e integrar

as empresas.

“O Programa de Logísti-

ca Reversa procura articular os

diversos setores e as diversas

empresas e ordenar as ativida-

des para que possa haver o de-

senvolvimento sustentável, com

a viabilidade econômica, social-

mente justo e ambientalmente

correto”, afirma o coordenador

de Resíduos Sólidos da Sema,

Vinicio Costa Bruni.

IAPO Instituto Ambiental

do Paraná (IAP) foi instituído

em 1992, tendo suas ativida-

des subordinadas a Secretaria

de Estado de Meio Ambiente.

Ele foi sucessor de instituições

como o Instituto de Terras, Car-

tografia e Florestas (ITCF) e da

Superintendência dos Recur-

sos Hídricos e Meio Ambiente

( Surehma).

Atualmente, o Institu-

to tem investido na melhoria

de tecnologias que auxiliem o

monitoramento e a f iscalização

ambiental. Em 2014, o órgão, em

parceria com a Tecnologia da

Informação e Comunicação do

Paraná (Celepar), desenvolveu

o Sistema de Gestão Ambiental

(SGA) que vai tornar todo o pro-

cesso de solicitação e análise

de licenciamentos on-line, re-

14 sindiavipar.com.br Sindiavipar

duzindo o tempo de espera do

usuário em 60%, sendo esse um

modelo pioneiro no Brasil.

No setor de resíduos só-

lidos, o Instituto fomenta a prá-

tica da Logística Reversa, ten-

do em vista que os empresários

têm cada vez mais feito inves-

timentos nessa área, assumin-

do sua responsabilidade com o

meio ambiente e com a socie-

dade, gerando empregos, auxi-

liando na retirada de pessoas de

locais insalubres (proximidades

de aterros sanitários e córregos

com resíduos), além de pregar a

educação ambiental, servindo

de exemplo para outras empre-

sas da área.

“A criação do Instituto

irá fortalecer ainda mais a dis-

cussão sobre o tema e a necessi-

dade das empresas se atentarem

cada vez mais para as questões

legais e para as suas responsabi-

lidades sócio ambientais. O Ins-

tituto deve vir a somar aos nos-

sos esforços junto às empresas e

poderá auxiliá-las a cumprir com

as normas e condicionantes am-

bientais para que a fiscalização

seja ainda mais eficiente”, afir-

mou diretor-presidente do IAP,

Luiz Tarcísio Mossato Pinto.

2010foi aprovada a Lei

de Resíduos Sólidos pelo Governo

Federal

2017será implantado o

Instituto Paranaense de Reciclagem

Acada ano que passa, os

desafios da avicultura tor-

nam-se mais complexos.

A globalização das informações faz

com que procedimentos exigidos por

consumidores, em um determinado

país, sejam implementados em outro,

independente das condições socio-

econômicas de cada um. Isto tudo

porque as pessoas estão se conscien-

tizando de que a saúde e a longevi-

dade dependem de uma alimentação

sadia. As informações que chegam

podem ser conflitantes. Mas, a pre-

ocupação existe e continuará sendo

assunto de grandes discussões aca-

dêmicas ou não.

O negócio avícola continuará

sendo balizado pelo custo de produ-

ção. Isto garantirá a competitividade

de uma empresa, em qualquer país.

Entretanto, este custo deverá ser man-

tido sem a redução da eficiência de

produção dos animais. Ainda mais, a

sociedade tem favorecido o aumento

do custo da produção, pois tem im-

posto algumas restrições quanto à

maneira dos animais serem alimenta-

dos, produzidos. Os processos devem

ser mostrados como sustentáveis, não

comprometendo o bem-estar dos

animais e o meio ambiente. Cada vez

mais o consumo de água e a produção

de CO2 são mais controlados, pois a

sociedade sabe que estes são limi-

tantes importantes para o equilíbrio

ambiental.

Algumas instituições vêm

defendendo a redução do consumo

de proteína de origem animal. Todos

os movimentos devem ser respeita-

dos. Entretanto, ao mesmo tempo,

indicadores econômicos mostram

que o aumento do poder aquisitivo de

uma sociedade vem acompanhado

pelo aumento de consumo de prote-

ína animal. Neste caso, o consumo de

carne de frangos leva vantagem, pelo

baixo custo relativo desta proteína em

relação às demais e por ser mais ami-

gável ao ambiente (menor consumo

de água e menor produção de CO2/

kg de carne produzida). Estes atribu-

tos deverão ser mais divulgados, pois

a sociedade demonstra interesse em

conhecer os processos de produção

de alimento que são mais sustentá-

veis. Outra vantagem é que não há

qualquer restrição cultural e/ou reli-

giosa ao consumo da carne de fran-

go, como ocorre, por exemplo, com o

consumo de carne de suíno.

Associado a tudo isto, a

avicultura está sendo desafiada por

Antônio Mário Penz Junior Engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre em Agronomia, Área de Concentração Zootecnia também pela UFRGS e PhD em Nutrição pela University of California-Davis dos EUA. Já foi professor do Departamento de Zootecnia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de 1974 a 2009 e apresentou 472 palestras em 30 países. Autor e co-autor de 381 trabalhos e sumários científicos publicados na Brasil e no Exterior, atua como Diretor Mundial para Contas Estratégicas, da Empresa Cargill Animal Nutrition desde 2012

Os Desafiosda Avicultura

Artigo Técnico

16 sindiavipar.com.br Sindiavipar

problemas sanitários, principalmen-

te, influenza aviar e salmonela, que

tem causado no consumidor preo-

cupações com a saúde pública. Es-

pecificamente, no caso da Influenza

Aviar, esta doença está atingindo a

avicultura de países de todos os con-

tinentes. Em alguns casos, está com-

prometendo o consumo doméstico e,

em outros, também comprometendo

a exportação. Neste particular, o Bra-

sil tem se beneficiado, pois não temos

esta patologia assolando nossos plan-

téis. Todos devemos entender a im-

portância deste fenômeno e o que ele

representa para o nosso negócio. Dos

tantos benefícios que a nossa avicul-

tura teve, para aumentar a produção

e a exportação (custos de alimento,

energia, mão de obra, tributos, etc),

só nos resta a condição sanitária de

nossos plantéis. Temos que evitar, a

qualquer custo, que esta enfermidade

chegue ao nosso País. A união de es-

forços do Governo, da Indústria e dos

Produtores deve ser constante. E, para

que isto aconteça, todos devemos dar

atenção a bioseguridade, que começa

nas entradas das nossas fronteiras.

Entretanto, os esforços maiores de-

vem ser exercidos nas granjas, nas fá-

bricas de alimentos, nos incubatórios

e nos abatedouros. São conhecidos

todos os cuidados indispensáveis de

bioseguridade. Assim, cabe a cada

um envolvido no segmento avícola,

fazer a sua parte. Ouve-se que alguns

destes procedimentos são caros e não

resultam em ganho, quando se trata

de investimento. Sim, bioseguridade

é o seguro do negócio. Gasta-se, mes-

mo sem que se queira usar. A nossa in-

dústria não suportaria as consequên-

cias desta doença. Hoje exportamos

mais do que 37% do que produzimos.

A paralização da exportação não seria

absorvida pela disponibilização dos

produtos no nosso mercado interno.

O consumo, per capita, de carne de

frango, já passa dos 45 kg/ano. Assim,

todo o cuidado é pouco e este tema

deve ser pauta de qualquer encontro

que envolva o negócio avícola.

Outro desafio para a indús-

tria avícola é conhecer melhor seus

dados de produção. Só com informa-

ção é possível prever uma melhora dos

processos, evitando a variabilidade do

produto final. Alta variabilidade, di-

minui a eficiência e reduz o resultado

econômico do negócio. Ainda, a in-

dústria avícola carece de mecanismos

sofisticados, baseados em modelos

matemáticos, que podem favorecer as

avaliações dos processos, muitos ain-

da conduzidos de forma empírica, sub-

jetiva. Não é porque se trata de uma

atividade que lida com a produção de

uma “matéria prima viva”, que pode-

mos admitir variações significativas

nos plantéis, com frangos chegando ao

abatedouro com variação de peso de

mais de 15%. Da mesma forma, não

podemos conviver com fábricas de ra-

ções sem um controle “em tempo real”

da qualidade das matérias primas que

A avicultura está sendo desafiada por problemas sanitários,

principalmente, influenza aviar e

salmonela

17sindiavipar.com.brSindiavipar

Artigo Técnico

farão parte da composição das dietas

das aves. Neste negócio, quem conhe-

cer mais profundamente toda a ca-

deia de produção, terá produtos mais

uniformes, com menos perdas e com

maior valor agregado. No futuro, per-

das e reprocessos poderão inviabilizar

o negócio avícola.

A produção avícola deverá

continuar se profissionalizando, com

a implementação de galpões sofisti-

cados. Este avanço chegará ao ponto

de que as unidades de produção (antes

chamadas de galpões) serão contro-

ladas, em tempo real, onde qualquer

alteração no comportamento das aves

será monitorada e soluções serão ime-

diatamente disponibilizadas para mi-

nimizar a perda da produção. Isto será

feito por interpretações de imagens e

sons, que transformarão as observa-

ções visuais e sonoras em respostas

biológicas, geridas por modelos mate-

máticos sofisticados.

Em nutrição, além do que

foi considerado anteriormente, com

relação a produção das dietas, as di-

ferenças entre as fases de produção

serão melhor entendidas, assim como

as diferenças entre os sexos das aves.

O objetivo será de fornecer a cada po-

pulação, níveis nutricionais mais próxi-

mos da real necessidade dos animais,

naquele período de vida considerado.

A este conceito é dado o nome de nu-

trição de precisão. Esta busca em efi-

ciência, deverá ser potencializada por

dietas devidamente peletizadas. Com

isto, os animais consumirão menos

alimento, e pela alta eficiência, usarão

melhor os nutrientes das dietas. Como

consequência, por serem mais eficien-

tes, serão produzidos com menor custo

e o meio ambiente se beneficiará pelo

menor consumo de alimentos, alguns

que competem com as necessidades

dos seres humanos, e pela menor ex-

creção dos animais, reduzindo estes

detritos que podem ser considerados

como poluentes.

Mas, para que tudo aconteça

de forma harmônica, as pessoas en-

volvidas nos diferentes processos de

produção deverão ser treinadas e mo-

tivadas, para que os resultados sejam

eficientes. Economizar em pessoas e

no treinamento delas é admitir a não

qualificação do negócio. É acreditar

que a automação chegará para substi-

tuir o homem. Na verdade, ao contrá-

rio, quanto maior a implementação de

automação, maior será a necessidade

de pessoas treinadas. Quem sabe em

menor número (não sei), mas mais

qualificadas. Assim, para que a indús-

tria avícola consiga seguir progredin-

do, na velocidade que até aqui chegou,

será fundamental preparar as pessoas,

disponibilizando novas informações,

transferindo o conhecimento da sua

origem ao ambiente onde deverá ser

empregado. As Universidades e as

Instituições de Pesquisa deverão con-

tinuar preparando pessoal e gerando

conhecimento. As Empresas deverão

se engajar nos programas nacionais de

desenvolvimento científico, com par-

cerias com as Universidades. Também

caberá às Empresas dizer o que neces-

sitam como mão de obra qualificada e

colaborar na formação de talentos ain-

da quando eles estão na fase de forma-

ção, nas Universidades. Elas também

deverão valorizar seus colaboradores,

para que através de programas de edu-

cação continuada, possam continuar

avançando em seus conhecimentos,

importantes para implementações de

novos processos tecnológicos. Aos

profissionais, independente da área

de conhecimento, também compete

continuar buscando mais informa-

ção, mais conhecimento. Deverão ser

comprometidos, resilientes, entender o

sentido do coletivo, como mais impor-

tante do que o individual, e ter prazer

naquilo que faz, que desenvolve.

Concluindo, quem está no ne-

gócio avícola deve estar preparado para

ver o futuro com muito cuidado, não

esquecendo o passado, mas tratando

de reinventá-lo. Deve estar preparado

para alterações de paradigmas, para

“pensar fora da caixa”.

As pessoas envolvidas nos diferentes

processos de produção deverão ser treinadas

e motivada

Mário Penz já está entre os pales-trantes confirmados para o V Workshop Sindiavipar, agendado para as datas 9 e 10 de novembro, em Foz do Iguaçu (PR). Info: sindiavipar.com.br

18 sindiavipar.com.br Sindiavipar

OLaboratório Multiusuário

de Biossegurança para

Pecuária (Biopec) vai

con tribuir para aumentar a sani-

dade dos animais brasileiros por

meio de Pesquisa, Desenvolvimen-

to e Inovação (PD&I) em bovinos,

suínos e aves. Com a tecnologia

instalada no laboratório, será

possível desenvolver novas vaci-

nas, proteínas recombinantes e

moléculas para diagnóstico das

principais patologias animais que

circulam no mundo, como a febre

aftosa, a brucelose e a influenza

aviária. A estrutura é pioneira na

Biossegurançada carne

Novo laboratório da Embrapa pretende aumentar a capacidade brasileira de garantir a qualidade sanitária dos animais

Sanidade

Atendendo os diversos atores que operam no segmento de defesa

sanitária animalCleber Soares, chefe-geral da Embrapa Gado-de-Corte

20 sindiavipar.com.br Sindiavipar

América do Sul e foi construída na

sede da Embrapa Gado de Corte,

uma unidade da Empresa Brasilei-

ra de Pesquisa Agropecuária, em

Campo Grande (MS).

O Biopec tem 1 mil me-

tros quadrados de área constru-

ída, sendo que quase metade do

espaço é destinado a laboratórios

com segurança biológica do nível

um ao três, além de um biotério

de manutenção e experimenta-

ção animal. A estrutura foi cons-

truída com recursos da própria

Embrapa e da Financiadora de

Estudos e Projetos (Finep) – in-

vestimento estimado em R$ 10

milhões –, mas poderá ser utili-

zada por entidades públicas e pri-

vadas de todo o país, conforme

aponta o chefe-geral da Embrapa

Gado de Corte, Cleber Soares.

“Centros de pesquisa fe-

derais e estaduais, e da iniciativa

privada, como empresas do ramo

de insumos biológicos animais

e empresas de medicamentos e

vacinas podem utilizar o labora-

tório. A proposta é otimizar essa

estrutura de alto nível, atendendo

os diversos atores que operam no

segmento de defesa sanitária ani-

mal”, explica.

Essa lógica multiusuária

deve gerar o compartilhamen-

to de informações e favorecer o

desenvolvimento de pesquisas

conjuntas, que beneficiem a pe-

cuária brasileira como um todo e

possibilitem o reforço da defesa

sanitária do país. Dessa forma, a

Embrapa espera contribuir, mes-

mo que indiretamente, para o

aumento da segurança dos reba-

nhos e o ganho de competitivi-

dade do setor cárneo brasileiro,

incluindo a avicultura.

Com condição de realizar

pesquisas e desenvolver novas

tecnologias como vacinas e mo-

léculas para diagnóstico de doen-

ças com risco biológico, também

será possível fazer, no Biopec, a

contenção de agentes recém de-

tectados no Brasil. Sendo assim,

caso o vírus da Influenza Aviária

seja encontrado em granjas de

qualquer região do país, o labora-

tório poderá manusear amostras

e realizar estudos com biossegu-

rança garantida.

“Com o Biopec, o Brasil

muda de estágio no desenvolvi-

mento de um conjunto significati-

vo de pesquisas em pecuária. Por

exemplo: agora será possível fa-

zer, em um mesmo local, pesqui-

sas relacionadas a agentes de alto

risco, como vírus da febre aftosa,

da influenza aviária, da influenza

suína, raiva, brucelose, tubercu-

lose”, ressalta o chefe-geral da

Embrapa Gado de Corte. “Vamos

ter condições de contribuir para o

avanço da pesquisa, da inovação

e do desenvolvimento de tecno-

logias e processos, e de soluções,

voltadas para defesa sanitária da

pecuária”, enfatiza.

FuncionamentoO Biopec foi idealiza-

do para trabalhar com material

patogênico animal, mas tem

condições, segundo a Embrapa

Gado de Corte, de operar com

microrganismos vegetais. É a

primeira estrutura voltada para

PD&I com segurança biológica da

América Latina. “Existem outros

laboratórios com nível similar de

segurança biológica no país, mas

utilizados para certificação de in-

sumos ou produção de vacinas”,

conforme explica Soares.

A estrutura já está em

funcionamento, mas a operação

será gradativa. Desde a inaugura-

ção, no final de março, as salas

de apoio, com infraestrutura em

biologia molecular, estão aptas

para uso. Em seguida, os labora-

tórios e áreas de biossegurança

serão colocados em atividade. O

uso será feito por agendamento

antecipado, com uma contrapar-

tida de utilização por hora dos

espaços dos laboratórios.

1000 m2

500 m2

R$ 10 mi

de área total

em infraestrutura com biossegurança

nível 3

em investimentos

21sindiavipar.com.brSindiavipar

Terceirização regulamentadaConfira a opinião de especialistas sobre os reflexos da nova lei no agronegócio, especialmente na atividade avícola

Apossibilidade de contratação

de terceiros sem limitar a um

tipo específico de trabalho,

permitindo inclusive a execução de ati-

vidades fim, como a apanha de aves,

e por períodos determinados, como a

safra, assim como a extensão do pra-

zo dos contratos temporários estão

entre as principais alterações propor-

cionadas pela Lei da Terceirização (nº

13.429/2017) para o trabalho no cam-

po. Dessa forma, amplia-se o alcance

dos contratos de prestação de serviços

por empresas terceiras, sem que se re-

conheça o vínculo de emprego direto

com a empresa contratante.

Na opinião do advogado

Thiago Gardai Collodel, da Araúz &

Advogados Associados, com o advento

da nova lei, as empresas possuem ago-

ra uma maior segurança jurídica quan-

to aos seus direitos e deveres quanto

a contratação de terceiros. Opinião que

é compartilhada pelo engenheiro am-

biental especialista em Segurança do

Trabalho, Moacir José Cerigueli, que

também acredita que a nova lei trará

mais segurança jurídica aos empreen-

dedores rurais, além de garantir prote-

ção para os trabalhadores.

Reflexos na produção avícolaAtualmente é muito comum

que as indústrias avícolas se utilizem

de terceiros para efetuar atividades

correlatas com a produção, como,

por exemplo, a apanha de aves, o

transporte, a expedição de produtos,

a sangria/abate Halal, entre outras.

Contudo, segundo conta Collodel,

ocorreram casos em que o Ministério

Público do Trabalho passou a exigir a

contratação direta de todos os traba-

lhadores, sob o argumento de que es-

sas atividades correlatas faziam parte

da cadeia de produção. “Ocorre que

não existe um critério objetivo do que

seja a cadeia de produção e essa subje-

tividade acabava sendo muito abran-

gente e importava numa insegurança

para empresa acerca do que poderia

terceirizar ou não”, explica.

Mercado

22 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Conforme analisa Cerigueli,

no sentido positivo dos impactos da

legislação para as indústrias avícolas,

pode-se destacar a confirmação de

muitas tarefas que já vinham sendo

terceirizadas, que eram recorrente-

mente questionados na esfera judi-

cial. “Espera-se que este novo marco

regulatório, cesse com tais incerte-

zas”, analisa.

Segundo ele, em razão da

magnitude da nova lei e da nossa cul-

tura, seja ela no âmbito social, econô-

mica ou jurídica, certamente ajustes

haverão de ocorrer. “Ainda é cedo para

afirmar se algo deve ser alterado neste

momento. O importante é que, caso

seja identificada essa necessidade de

alteração, que ela ocorra no sentido do

ganha-ganha – Pensarmos no curto,

médio e longo prazo”, opina.

Fazer um planejamento de

quais atividades podem ser terceiriza-

das é mandatório para as indústrias

que serão afetadas pela legislação.

“Terceirizar não pode ser visto como

uma forma de reduzir custos. É fun-

damental avaliar o quanto haverá de

ganho econômico, mas também é de

suma importância considerar os aspec-

tos técnicos e sociais envolvidos numa

terceirização”, explica.

Também cumpre ressaltar que

a empresa, ao contratar, deve verificar

a situação financeira e econômica da

terceirizada, e, durante o contrato, fis-

calizar o cumprimento das obrigações

trabalhistas e previdenciárias pela ter-

ceirizada, sob pena de arcar com o pa-

gamento, subsidiário ou solidário.

Geração de empregosO aumento da geração

de empregos, tanto no campo,

quanto em qualquer segmento

econômico, depende de diversas

variáveis macro econômicas. Na

opinião de Cerigueli, não restam

dúvidas que diante de um cenário

trabalhista, com regras claras e

favoráveis entre as partes, haverá

sim, perspectivas de maior gera-

ção de emprego. “O aperfeiçoa-

mento das relações trabalhistas,

além de nos equipararmos aos

padrões praticados por países de-

senvolvidos, nos garantirá a ma-

nutenção da produção e da produ-

tividade em alta escala”, analisa.

Sustentados pela qualidadeApós Operação Carne Fraca, avicultura se recuperapautada na credibilidade de sua indústria

Capa

24 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Sustentados pela qualidade

A limento acessível e sau-

dável, presente em me-

sas de todo o mundo.

Setor responsável pela geração

de 3,6 milhões de empregos de

forma direta e indireta. Indús-

trias tecnológicas e versáteis que

buscam as melhores práticas de

produção. Essas são marcas que

caracterizam a avicultura brasi-

leira e foram colocadas em dú-

vida, ao grande público, após a

deflagração da Operação Carne

Fraca, em março de 2017.

A ação, necessária e

apoiada pelo setor, atingiu 0,1%

dos frigoríficos do país, entre-

tanto, seus reflexos chegaram

para todos. "A avicultura e a sui-

nocultura do país sofreram um

baque significativo, após a sus-

pensão temporária das impor-

tações por vários mercados. Em

março, os embarques de frango

para a China — o segundo maior

comprador do Brasil — caíram

30%. Restrições também ocor-

reram por outros players im-

portantes como Hong Kong e

Chile", explica o presidente exe-

cutivo da Associação Brasilei-

ra de Proteína Animal (ABPA),

Francisco Turra.

No Paraná, maior pro-

dutor e exportador de carne de

frango do país, o fechamento do

mês de março também apontou

os impactos locais da Operação

Carne Fraca no setor avícola. Os

embarques da proteína no esta-

do apresentaram queda de 5,5%,

em março, se comparado ao

mesmo mês de 2016, indicam os

dados da Secretaria de Comércio

Exterior (Secex), vinculada ao

Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior

(MDIC). Ao todo, 141,22 mil to-

neladas da proteína foram em-

barcadas no Paraná, em março,

ante 150,24 no mesmo mês do

ano passado.

No mercado interno,

as respostas foram mais sutis,

aponta a analista de Suínos,

Aves e Ovos do Centro de Es-

tudos Avançados em Economia

Aplicada - CEPEA-Esalq/USP,

Camila Ortelan. "Devido a blo-

queios, o mercado externo aca-

bou gerando um impacto maior.

O consumo doméstico não teve

um reflexo muito imediato. Foi

cair na semana seguinte, tam-

bém devido a chegada do fim do

mês", conta.

RetomadaPassados aproximadamen-

te três meses da operação, esses

reflexos já foram minimizados e

o setor segue o caminho da re-

cuperação, mostram os números.

Países como China, Hong Kong,

A avicultura e a suinocultura do país sofreram um baque significativo, após a

suspensão temporária das importações

Francisco Turra, presidente executivo da ABPA

25sindiavipar.com.brSindiavipar

Coreia do Sul e Irã derrubaram as

barreiras inicialmente impostas

aos produtos cárneos brasileiros,

o que permitiu que as exporta-

ções da proteína se aproximas-

sem de sua normalidade.

Para o presidente do Sin-

dicato das Indústrias de Produ-

tos Avícolas do Estado do Paraná

(Sindiavipar), Domingos Martins,

as decisões comprovam a con-

fiança do mercado externo na

agroindústria do Brasil. "Somos

reconhecidos internacionalmen-

te pela qualidade e sanidade de

nossos produtos, que são fisca-

lizados não apenas pelos órgãos

brasileiros como também por

técnicos sanitários dos mais de

160 países para os quais nossas

indústrias exportam", destaca.

Martins ainda ressalta

que as vendas domésticas tam-

bém demonstraram que o con-

sumidor interno percebeu que

as falhas que eventualmente

venham a ser comprovadas são

exceções neste modelo produ-

tivo. "Esse entendimento tem

sido essencial para evitar que

ocorrências pontuais sejam vis-

tas como uma generalização,

prejudicando toda uma cadeia

produtiva do agronegócio, um

dos grandes impulsionadores

da economia brasileira e forne-

cedor de alimentos para o mun-

do", complementa.

De acordo com a pes-

quisadora do Cepea, Camila

Ortelan, os impactos poderiam

ter sido muito maiores, e só fo-

ram inferiores ao esperado, por-

que a agroindústria brasileira

já se consolidou no mundo. "O

que analisamos é que o Brasil

se tornou um grande fornecedor

mundial de carne de frango para

os principais compradores. Além

Capa

Brasil já se consolidou entre os principais players do setor

Foto

: Shu

tter

stoc

k

0,1%dos frigoríficos

brasileiros foram atingidos pela

Operação Carne Fraca

26 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Capa

Foto

: Pix

abay

disso, as questões sanitárias

que vêm ocorrendo fora do país,

como a Influenza Aviária, tem

comprometido um pouco o reba-

nho de outros países. O que deu

mais força e competitividade

para a carne brasileira no mer-

cado internacional. Fora toda a

credibilidade que conquistamos

ao longo desses anos", afirma.

O presidente da Asso-

ciação de Comércio Exterior

do Brasil (AEB), José Augusto

de Castro, ainda destaca que é

impossível pensar no mercado

de aves sem Brasil ou Estados

Unidos. "No caso de carne de

frango, temos esses dois paí-

ses como maiores produtores,

e não temos um terceiro, o res-

to está pulverizado. Por isso,

não há possibilidade de pensar,

neste contexto, em negociações

sem o Brasil".

Recuperando a imagemAlém da retomada dos

níveis de exportação, outro pon-

to tem sido muito bem cuidado

pelas entidades do setor: a re-

cuperação da imagem da agroin-

dústria brasileira. "O estrago à

imagem aconteceu, é verdade.

Porém, com o trabalho árduo

de diversos atores do setor e a

ação ágil, disciplinar e eficaz do

Ministério da Agricultura, já ob-

servamos melhoras. Em síntese:

o tempo passou, e o caos anun-

ciado pela Operação se mostrou

irreal", declara Turra.

Ainda segundo o presi-

dente da ABPA, o setor já está

virando a página. "Aos poucos,

vamos recuperando terreno in-

ternacional. Recentemente, esti-

ve com representantes do setor

nos Estados Unidos, México,

esclarecendo sobre o problema

e o que o país tem feito para

enfrentá-lo. Ações também fo-

ram realizadas em nações como

Exportações já estão perto da normalização

3,6 mide empregos gerados pela avicultura brasileira

28 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Egito e Irã. A resposta foi muito

positiva", conta.

Entre as ações destaca-

das por Turra, está a participação

de jornalistas no Salão Interna-

cional de Avicultura e Suinocul-

tura (SIAVS). "Temos uma série

de iniciativas já planejadas nas

áreas de comunicação, de rela-

ções com os mercados e outras

iniciativas que já estão em vigor.

Missões internacionais estão em

andamento – para novas visto-

rias no sistema brasileiro. Tam-

bém teremos ações diretas nos

mercados importadores, com

apoio governamental e da Apex-

-Brasil – em nossos projetos se-

toriais. Traremos dezenas de jor-

nalistas estrangeiros ao Brasil,

durante o SIAVS, para mostrar

que o Brasil é um dos mais se-

guros produtores de alimentos

do mundo", explica.

Castro reitera a atua-

ção do ministro da Agricultu-

ra Blairo Maggi nesse sentido

e afirma que a imagem já está

sendo recuperada pouco a pou-

co. "O Brasil precisa mostrar o

que ele sempre teve: qualidade

e preço. O produto atende aos

rigorosos padrões de exigência

com competitividade. Agora te-

mos que dar tempo ao tempo.

Não podemos querer antecipar,

fazer ações artif iciais, mas na

medida do possível sempre pro-

var que o produto brasileiro tem

essa qualidade", complementa.

Maior rigor?Após a divulgação das

informações da Operação Car-

ne Fraca, muito se falou sobre

exigências mais rigorosas pelos

órgãos internacionais de fiscali-

zação. De acordo com o presi-

dente do Sindiavipar, Domingos

Martins, entretanto, elas já se-

guem padrões elevados con-

forme a legislação brasileira e

aprovação internacional de cada

país. "O Brasil é reconhecido in-

ternacionalmente pela qualidade

e sanidade de seus produtos,

que são auditados não apenas

pelos órgãos brasileiros como

também por técnicos sanitários

dos mais de 160 países para os

quais exporta. Legislações inter-

nas e internacionais são base do

processo produtivo das agroin-

dústrias brasileiras", afirma.

Para o presidente da As-

sociação de Comércio Exterior

do Brasil (AEB), José Augusto

de Castro, as habilitações devem

continuar seguindo os mesmos

padrões, pois já são rigorosas.

"Temos que continuar nos preo-

cupando com qualidade. o Brasil

tem condições totais de atender

qualquer exigência fitossanitária

dos países", fala.

Somos reconhecidos internacionalmente pela qualidade e sanidade de

nossos produtosDomingos Martins,presidente do Sindiavipar

Confira, abaixo, algumas exigências internacionais dos mercados atendidos pela avicultura paranaense:

Atendimento às diretrizes ha-

lal, preferência por frangos

“griller”, 31 plantas industriais

habilitadas no Paraná.

Sanidade, ausência influenza

av i ária, 9 plantas industriais ha-

bilitadas no Paraná.

Atendimento às diretrizes halal,

preferência por frangos “gril-

ler”, 31 plantas industriais ha-

bilitadas no Paraná.

Sanidade, ausência influenza

aviária, preferência por cortes

específicos como o “kakugiri”.

Sanidade, ausência influenza

aviária, habilitação para co-

mercialização com a União Eu-

ropeia, 15 plantas industriais

habilitadas no Paraná.

Arábia Saudita

China

Emirados Árabes Unidos

Japão

África do Sul

29sindiavipar.com.brSindiavipar

Evento

OXVIII Simpósio Brasil Sul

de Avicultura, realizado

entre os dias 4 e 6 de abril

em Chapecó (SC), reuniu mais de

1500 profissionais, número recorde

em 18 anos do evento. Durante o

Simpósio que é promovido pelo Nú-

cleo Oeste de Médicos Veterinários e

Zootecnistas (Nucleovet), foram dis-

cutidos temas como a importância

nutricional e sanitária, as novas estra-

tégias e oportunidades para a cadeia

de grãos e carnes, produtividade aví-

cola brasileira, a importância do ma-

nejo de qualidade, entre outros.

Entre as 15 palestras ofereci-

das, uma das mais esperadas pelos

espectadores foi apresentada pelo

Dr. Lu Bubba, “Novas tecnologias

para a produção avícola – Experiência

Chinesa”. Em sua apresentação, des-

tacou a indústria de frango na China

e seu significativo desenvolvimento a

partir de 1980. Durante a sua fala, ele

destacou que a China precisa alimen-

tar 20% da população mundial, po-

rém tem apenas 9% da terra rentável,

por isso é preciso garantir a produ-

ção da carne de frango. Ele acredita

que o consumo será uma prática cada

vez mais popular no país. “A impor-

tação de produtos de frango branco

aumentou 43,6% em 2016, um recor-

de desde 2010, proporcionando uma

oportunidade brilhante para a indús-

tria brasileira de frangos de corte”.

Outra palestrante que ga-

nhou destaque foi o Dr. Alejandro

García Flores, com o tema “Influen-

za aviária – Experiência Mexicana”,

sendo considerado um dos principais

temas da programação do Simpó-

sio. Flores deu ênfase nos principais

problemas enfrentados com doenças

aviárias no México e algumas solu-

ções que foram aplicadas, sendo que

a principal delas é a vacinação pre-

ventiva. “A biosseguridade continua

Conhecimentoe inovaçãoInfluenza Aviária e uso de novas tecnologias para produção avícola foram destaque no SBSA

30 sindiavipar.com.br Sindiavipar

sendo a melhor ferramenta para a

prevenção de novas enfermidades

nas granjas”.

Não só palestras desperta-

ram a atenção do público, também

foi apresentado um painel a respeito

do impacto da legislação e sistema de

condenações sobre a produtividade

avícola brasileira, trazido por Fabrício

Delgado, com o objetivo de mostrar

como o modelo do país ganha desta-

que entre os principais concorrentes,

como a China, USA e Europa. Segun-

do Luiz Carlos Peruzzo, presidente

da Nucleovet, esse é um assunto

de grande relevância para a cadeia

avícola. “Buscar o equilíbrio entre

produção e legislação, visando não

perder nossas vantagens qualitativas

e competitivas é muito importante”.

A tecnologia foi um assunto

frequentemente comentado nas pa-

lestras, como por exemplo a utiliza-

ção de coadjuvantes de tecnologias

no abate e processamento de aves,

na fala de Rui Eduardo Saldanha Var-

gas, vice-presidente técnico da Asso-

ciação Brasileira de Proteína Animal

(ABPA), durante o painel de abertura

do evento. Um dos focos do simpósio

esteve ligado à qualificação e forma-

ção do profissional que atende a de-

manda da indústria, onde a discussão

foi o perfil do profissional da agroin-

dústria. Por esse motivo, as palestras

e debates tornaram-se suporte para a

tomada de decisões.

Além disso, junto com o

evento, foi realizada uma feira de

negócios e oportunidades, a IX Poul-

try Fair com o objetivo de criar um

ambiente interativo entre os parti-

cipantes. Na ocasião, as empresas

apresentaram lançamentos, inova-

ções tecnológicas e apontaram solu-

ções para o mercado. Mais do que o

número recorde, o simpósio se des-

tacou por trazer discussões atuais e

que fazem parte das necessidades

existentes no mercado de aves. O 18º

Simpósio Brasil Sul de Avicultura ter-

minou com data marcada para a pró-

xima edição, que será entre os dias 10

e 12 de abril de 2018.

O Sindicato das Indústrias

de Produtos Avícolas do Estado do

Paraná (Sindiavipar) participou do

evento fazendo parte da feira Poul-

try Fair, onde levou dados relevantes

sobre a indústria avícola paranaen-

se, além de informações sobre o V

Workshop Sindiavipar que será reali-

zado em novembro desde ano.

43,6 %foi o aumento de importação de produtos de

frango na China, em 2016

A biosseguridade continua sendo a

melhor ferramenta para a prevenção de novas

enfermidadesnas granjas

Alejandro García Flores, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Avilab no México

31sindiavipar.com.brSindiavipar

EventoEvento

Durante os três dias do evento,

a Avesui - Feira da indústria

Latino-Americana de Aves e

Suínos, que contou com a participação

de 150 expositores nacionais e inter-

nacionais, produtores, empresários e

pesquisadores de diferentes países,

foram apresentadas novas tecnolo-

gias, pesquisa, inovação e negócios.

Os participantes puderam conhecer

as novidades para ampliar o desempe-

nho e os ganhos em todo o processo

produtivo e melhorar as condições de

bem-estar e saúde animal e os cuida-

dos com a biosseguridade.

A feira internacional de negó-

cios foi destaque na avaliação positiva

dos expositores. Para Diógenes Krauz

Buzzi, da RB Equipamentos Indus-

triais, empresa de Ponta Grossa (PR),

que participou pela primeira vez da

AveSui, o evento conecta vendedores

Novidade naAveSui Evento do setor de aves e suínos da América Latina foi realizado entre os dias 25 e 27 de abril, em Florianópolis

150 expositores nacionais e

internacionais participaram do

evento

Participantes discutem a inserção de novas tecnologias no processo de produção

32 sindiavipar.com.br Sindiavipar

e compradores. “Conseguimos pros-

pectar clientes e fechar bons negócios

até o último dia da feira”, destacou.

O diretor comercial da STA, Gabriel

Borges Castro, ressaltou a boa mo-

vimentação do evento. “Trouxemos

novidades relacionadas ao bem-estar

animal, que é uma tendência mun-

dial, e nosso stand teve grande visita-

ção. Saímos do evento já com alguns

orçamentos encaminhados para bons

negócios”, avaliou.

Já segundo o diretor co-

mercial Maximiliano Gonçalves,

da MaxSui de Caxias do Sul (RS), a

AveSui é o lugar certo para mostrar

os novos produtos. “Pudemos rever

clientes e fazer novos contatos. Nosso

foco foi apresentar para o mercado

a linha de piso e vigas plásticas e os

comedouros”, explicou. A Triel-HT,

de Erechim (RS) também aproveitou

a AveSui para exibir os lançamentos,

com destaque para o caminhão para

transporte de suínos com carroceria

em alumínio e fechada nas laterais.

Segundo Andrea Gessulli,

diretora da Gessulli Agribusiness,

organizadora da AveSui, o evento já

reconhecido pelo setor como pionei-

ro na realização de parcerias e novos

negócios. “Este ano não foi diferente

e mantivemos a tradição de reunir

um público altamente qualificado de

toda a cadeia produtiva. O agronegó-

cio é um setor de extrema importân-

cia para a economia brasileira e o ob-

jetivo do evento é sempre contribuir

para seu desenvolvimento”, afirmou.

O Sindicato das Indústrias

de Produtos Avícolas do Estado do

Paraná (Sindiavipar), também esteve

presente no evento, onde apresentou

informações sobre a produção avícola

estadual e suas indústrias associadas.

Mercado de grãosDiferente de safras recentes

em que faltou milho e o preço dis-

parou, a perspectiva para este ano

é de colheita recorde e estoques em

alta. O painel Formação de Preços

de Grãos e Carnes, organizado pela

Safras & Mercados durante a Ave-

Sui, mostrou que a expectativa para

2017 é de uma safra de quase 100 mi-

lhões de toneladas (a anterior foi de

70 milhões), impulsionada por uma

das melhores safrinhas dos últimos

anos. “Somando tudo isso ao fato de

que está sobrando milho nos Estados

Unidos, teremos um grande exceden-

te. Como a demanda, em torno de

60 milhões de toneladas, é previsível,

o preço deve continuar em queda”,

analisou Paulo Molinari, diretor téc-

nico da Safras & Mercado.

Além das variáveis econô-

micas, Molinari também antecipou

as previsões sobre o clima para as

próximas safras no Brasil, Argentina

e EUA. “O clima ainda é o grande

fator imprevisível no setor agrícola.

A tendência para o segundo semes-

tre é que teremos a influência do El

Nino, ou seja, chuvas e safra cheia.

Então, temos que trabalhar com a

hipótese de mais uma safra cheia

nos EUA”, alertou, lembrando que

a safra na Argentina também deve

crescer, neste e no próximo ano. “O

produtor precisa entender e acom-

panhar não só o clima, mas todas

as variáveis econômicas, até mesmo

cenários de guerra no outro lado do

mundo. É preciso tomar decisões

avaliando gráficos”, resumiu.

O agronegócio é muito importante para a

economia brasileira e o objetivo do evento é contribuir para seu

desenvolvimentoAndrea Gessulli, diretora da Gessulli Agribusiness e organizadora da AveSui

33sindiavipar.com.brSindiavipar

Tecnologia em evidênciaInstalação com área de aproximadamente 720 metros quadrados é inaugurada na Copacol

ACopacol, empresa pa-

ranaense referência na

indústria de alimentos,

investiu em mais uma tecnolo-

gia em sua sede, na cidade de

Cafelândia (PR), com a cons-

trução um novo laboratório

de análises microbiológicas.

A nova estrutura, com aproxi-

madamente 720 metros qua-

drados, foi construída com um

investimento de R$ 4 milhões.

O local já está adaptado com o

laboratório de análises micro-

biológicas de alimentos e água

e equipamentos modernos, com

o objetivo de priorizar a exce-

lência e precisão dos resultados

na cadeia de produção. Assim,

o seu setor administrativo irá

atuar na nova estrutura, com 10

colaboradores.

Segundo o presidente da

Copacol Valter Pitol, os investi-

mentos realizados no laborató-

rio vão dar mais segurança para

atender aos requisitos da norma

ISO/IEC 17025, garantindo o re-

conhecimento de competência

do Laboratório por órgão auto-

rizado, necessário para dar con-

tinuidade a realização das aná-

lises. “Nossa estrutura possui

espaço físico adequado e equipa-

mentos modernos para atender a

crescente demanda de análises

de diversas áreas do processo

produtivo da Copacol, garantin-

do assim a qualidade do produ-

to final e a segurança alimentar

para o consumidor. Além disso,

essa nova estrutura proporciona

melhores condições de trabalho

para os nossos colaboradores”,

destaca Pitol.

A supervisora do labora-

tório, Karlize Cristina Smith Dia-

nin, ressalta também que nesta

primeira fase do projeto o obje-

Associados

34 sindiavipar.com.br Sindiavipar

tivo é adequar o fluxo de traba-

lho a esta norma. “O Laboratório

Central atende diversas áreas de

todo o processo produtivo da

Cooperativa que necessitam de

análises laboratoriais. Desde o

alojamento do pintainho até o

produto final que chega à mesa

do consumidor, como análises de

Salmonella, Listeria monocyto-

genes, Coliformes, Staphylococ-

cus aureus, Clostridium, proteína

alergênica, reversão de alevinos

entre outras”, ressaltou Karlize.

Além disso, com o con-

sequente crescimento do setor

e da empresa, também há uma

demanda de análises cada vez

maior. Em 2016, foram realizadas

mais de 115.484 análises micro-

biológicas, um aumento de mais

37,43% em cinco anos.

A segunda fase do proje-

to está programada para julho,

com mais de 560 metros quadra-

dos destinados ao Laboratório de

Análises Físico-Químicas de ali-

mentos e água; e Laboratório de

Sanidade Animal.

Nesta etapa, será con-

cluído o setor físico químico de

alimentos e água, onde são reali-

zadas principalmente análises da

composição nutricional dos ali-

mentos, como teor de proteína,

gordura e umidade, por exemplo.

Já o setor de sanidade animal

será responsável pelas análises

microbiológicas de materiais pro-

venientes dos matrizeiros, incu-

batórios, frango de corte e fábri-

cas de rações.

CopacolFundada em 1963 na ci-

dade de Cafelândia, oeste do

Paraná, por agricultores imigran-

tes dos estados de Santa Catarina

e Rio Grande do Sul, a Copacol

(Cooperativa Agroindustrial Con-

solata) surgiu com o objetivo ini-

cial de realizar a distribuição de

energia elétrica para os seus as-

sociados. Em 1969, a Cooperativa

foi desmembrada para atender es-

pecificamente a agricultura, com

foco principalmente na produção

de feijão, arroz, milho e café.

Atualmente, a empresa

conta 8.804 colaboradores e

5.555 associados, além de 12

unidades de recebimento e ar-

mazenagem de grãos e atua nos

setores de agricultura, avicultura,

piscicultura, suinocultura e bovi-

nocultura de leite.

DesempenhoCopacol

Suínos entregues àFrimesa (ano)251.509 mil

Peixes abatidos (ano)20,7 mi

Litros de leite entregues à Frimesa (ano)10,6 mi

Fundação1963

Colaboradores9 mil

Associados5.555

Aves abatidas (ano)103,4 mi

Faturamento (ano)R$ 3,253 bi

O objetivo é adequar o fluxo de trabalho para atender aos requisitos

da norma ISO/IEC 17025

35sindiavipar.com.brSindiavipar

Segurança na web

Acertificação digital é o

processo que permite a

identificação de um indi-

víduo ou empresa no meio virtu-

al, sendo equivalente a uma assi-

natura, tendo assim a segurança

jurídica para operações na inter-

net, tais como comunicações com

órgãos públicos ou até mesmo

transações financeiras. De acor-

do com um estudo realizado pela

Associação Nacional de Certifica-

ção Digital (ANCD), 90% das em-

presas do agronegócio já utilizam

o serviço.

Seguindo essa tendência,

o Ministério da Agricultura, Pe-

cuária e Abastecimento (Mapa)

regulamentou a emissão e assina-

tura eletrônica de laudos agronô-

micos emitidos por laboratórios,

facilitando o controle sanitário

agropecuário. O certificado di-

gital também pode ser utilizado

pelas empresas do setor na emis-

são de Notas Fiscais Eletrôni-

cas ( NF-e), emissão do Guia de

Transporte Animal, contratação e

rescisão de funcionários, serviços

contábeis e trabalhistas, assina-

tura de contratos, documentos,

laudos eletrônicos, exportações,

entre outras transações.

“Toda e qualquer empresa

com cadastro ativo da Receita Fe-

deral do Brasil pode adquirir um

certificado digital. Até mesmo

pessoas físicas já podem aderir

à tecnologia para envio da versão

simplificada do Imposto de Renda

à Receita”, afirma o presidente do

Sindicato das Empresas de Servi-

ços Contábeis e das Empresas de

Assessoramento, Perícias, Infor-

mações e Pesquisas no Estado do

Paraná ( Sescap-PR) e do Insituto

Sescap-PR, Mauro Kalinke.

Para adquirir um certifica-

do digital é necessário passar por

Certificação digital permite que empresas agropecuárias façam operações na internet com segurança jurídica e praticidade

90%das empresas agropecuárias

utilizam a certificação

digital

Tecnologia

Em qualquer dispositivo conectado à internet é possível

realizar transações de forma segura com a certificação digital

36 sindiavipar.com.br Sindiavipar

três etapas: a solicitação, a vali-

dação presencial ( junto de uma

entidade ou empresa que realiza

a comercialização desse serviço) e

a emissão. O solicitante deve ob-

servar, antes da compra, qual cer-

tificado necessita de acordo com

a finalidade, uma vez que há mais

de um tipo com prazos diversos

de validade.

A Federação das Indústrias

do Estado do Paraná (Fiep) tem

um Acordo de Cooperação com

o Instituto Sescap-PR, por isso

os sindicatos filiados à entidade

possuem condições especiais para

adquirirem a certificação digital.

O valor de um certificado para

emissão de nota fiscal eletrôni-

ca (NFe), por exemplo, cai de R$

365,00 para R$ 295,00 (19,18%);

na obtenção de um certificado

e-CPF, o investimento cai de R$

175,00 para R$ 158,00 (9,72%).

Como obter oCertificado Digital?

1° passo: Solicitação do certificado – É necessário

es colher uma Autoridade de

Registro Habilitada, como o

Sescap-PR (http://www.sescap-

pr.org.br/) para preencher a so-

licitação.

2º passo: Validação pre-sencial – Conforme as regras

do Instituto Nacional de Tec-

nologia da Informação, órgão

federal que regulamenta a Cer-

tificação Digital no Brasil, para

emitir um Certificado Digital

é preciso realizar à validação

presencial, em um dos postos

de atendimentos espalhados

pelo país, com a documentação

requisitada para a conferência

dos dados.

3º passo: Emissão do certificado – Com o processo

de validação finalizado com su-

cesso, é possível emitir o cer-

tificado no mesmo momento,

ainda no posto de atendimento.

O agente de validação fará todo

o procedimento necessário.

Sindiavipar 37sindiavipar.com.br

Oanúncio feito nos últimos

meses pela Companhia

Nacional de Abastecimen -

to (Conab) sobre a previsão da sa-

fra 2016/2017 surpreendeu o mer-

cado agrícola. A colheita de grãos

está estimada em 222,9 milhões

de toneladas, em comparação às

186,6 milhões de toneladas da tem-

porada passada, ou seja, com um

aumento de 19,5%. As expectati-

vas de crescimento, que impacta-

rão diretamente em todo o setor

de proteína animal, exigem que

produtores e empresas estejam

preparados para atender tama-

nha demanda. Um exemplo disso

são os portos do país, que estão

se modernizando e se adaptando

com o investimento em sistemas

que possibilitem a carga e descar-

ga mais fácil e rápida.

No Porto de Paranaguá,

por exemplo, os grãos representam

60% do total de matérias exporta-

das, e durante o período de safra, o

local já recebeu 2,5 mil caminhões

por dia. Por isso, com o intuito de

agilizar os processos, foi desenvol-

vido, em 2011, o primeiro sistema

de agendamento. Isso porque os

caminhões formavam longas fi-

las na BR para o descarregamen-

to, atrasando todo processo. Para

aperfeiçoar este sistema já utiliza-

do, foi criado recentemente o Carga

Online, no qual é possível agendar

a hora de chegada dos caminhões

ao Pátio de Triagem e com esse re-

gistro os veículos têm uma margem

de seis horas para chegar. Já no Pá-

tio, os caminhoneiros aguardam a

convocação para o descarregamen-

to, informação que é recebida via

SMS, no número de celular previa-

mente cadastrado.

“O motorista sai do Pá-

tio já com a missão de descarre-

Movimentação DigitalCom previsão de supersafra, terminais de carga investem em sistemas de triagem online

Tecnologia

38 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Com o Carga Online é possível agendar a hora de chegada dos caminhões ao Pátio de Triagem

gar, evitando esperas em locais

inadequados. Todo esse processo

contribui para diminuir as filas e

o tempo ocioso, gerando organiza-

ção ao sistema, além de segurança

e produtividade a caminhoneiros,

exportadores, terminais e por-

to”, afirma o diretor-presidente

da Administração dos Portos de

Paranaguá e Antonina, Luiz Hen-

rique Dividino. Segundo ele, essa

adaptação se deve principalmente

à ampliação da capacidade do por-

to, que exige cada vez mais mu-

danças e atualização. Esta será a

primeira safra na qual as mudanças

serão analisadas.

DestaqueNo primeiro trimestre des-

te ano, o Porto atingiu recorde de

movimentação de cargas pelo sex-

to ano consecutivo. De janeiro a

março de 2017 foram movimenta-

das 11,67 milhões de toneladas, 77

mil a mais que no ano passado. Só

em fevereiro, foi batido o recorde

em 20% de movimentação. “Entre

as medidas que contribuíram com

isso estão a troca dos shiploaders

- os carregadores de navios –, in-

vestimentos em novas balanças,

portarias, no acesso ao Pátio de

Triagem e reforma do cais e dos

berços de atracação”, ressalta o

diretor-presidente.

Entre 2011 e 2018, é estima-

do o investimento de R$ 923 milhões

com o objetivo de ampliar a capaci-

dade de operação do Porto, atenden-

do a exportadores do agronegócio e

da indústria, importadores e demais

agentes ligados à área portuária.

ModernidadeOutra ferramenta online

desenvolvida para o controle de

informações operacionais é o Por-

to Digital, uma plataforma online

interativa. Acessado por meio do

site, o sistema permite acompa-

nhar a quantidade de navios atra-

cados, a caminho e que aguar-

dam autorização para receber

produtos; origem e destino das

embarcações; bem como o tipo

de produto que cada navio trans-

porta. A criação foi feita devido

à necessidade de implementação

de um sistema com informações

de forma acessível, prática e di-

nâmica. “Entendemos a neces-

sidade de tornar as informações

portuárias ainda mais acessíveis

e transparentes. Primeiro, para

que a população tenha acesso de

forma facilitada às informações

sobre os investimentos feitos no

Porto; para que os dados sejam

acessados de qualquer lugar, con-

tribuindo para que todas as pes-

soas conheçam a importância do

Porto de Paranaguá e também

para fomentar o trabalho portu-

ário”, finaliza.

60%

20%

do total de matérias exportadas no Porto

são grãos

foi o recorde de movimentação em ton batido em fevereiro

Entendemos a necessidade de tornar

as informações portuárias ainda mais acessíveis e

transparentesLuiz Henrique Dividino, diretor-presidente da Appa

39sindiavipar.com.brSindiavipar

AFederação das Indústrias

do Estado do Paraná

(Fiep), responsável pela

representação do setor industrial do

estado, irá realizar no segundo se-

mestre, a elaboração de um Pano-

rama Setorial sobre o mercado aví-

cola paranaense, do Brasil e de todo

o mundo. A iniciativa da produção

desse estudo setorial faz parte do

Programa de Melhoria da Compe-

titividade da Fiep e conta com o

apoio do Sindicato das Indústrias

de Produtos Avícolas do Estado do

Paraná (Sindiavipar) nesse projeto.

A partir de uma rigorosa

seleção de projetos enviados pelo

setor avícola, representados pelo

Sindiavipar, o Panorama terá como

objetivo apresentar o cenario mun-

dial e nacional e os principais desa-

fios e potencialidades do segmento

no estado do Paraná, promovendo

assim um relatório que auxilie a

atuação do Sindiavipar e seus afi-

liados, que buscarão as melhores

estratégias para o fortalecimento

do segmento. "A partir das informa-

ções colhidas pelo relatório, Fiep,

Sindiavipar e afiliados poderão

preparar ações estruturantes para

o desenvolvimento da avicultura no

Paraná", explica o gerente de Eco-

nomia, Desenvolvimento e Fomen-

to da federação, Marcelo Percicotti.

Toda a construção dos da-

dos serão feitas mediante entrevis-

tas com os produtores avícolas sele-

cionados, o que facilita a análise da

cadeia produtiva do setor. A base

das perguntas feitas aos avicul-

tores terá a participação direta do

Sindiavipar. “Foi com muita felici-

dade que recebemos a inscrição do

Sindiavipar em nosso edital. Esse

setor representa uma parcela muito

importante da economia estadual

e será excelente poder auxiliar esse

segmento”.

O processo seletivo dos

projetos começou em maio. Os se-

Pesquisa

Aviculturaem discussãoFiep fará levantamento sistemático sobre o mercado avícola mundial

40 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Fotos: César Machado

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Com as informações levantadas, será possível planejar

o futuro daavicultura

Marcelo Percicotti, Gerente de Economia, Desenvolvimento e Fomento

lecionados tinham que estar em dia

com a taxa de anuidade da Fiep,

além de apresentar no relatório ins-

crito as características econômicas

do setor no estado do Paraná, como

número de indústrias pertencentes

ao segmento, além do número de

empregados no mercado avícola.

O primeiro Panorama reali-

zado pela Fiep foi desenvolvido em

2011 em parceria com o Sindicato

da Indústria do Trigo no Estado do

Paraná (Sinditrigo). E os resultados

obtidos foram muito satisfatórios.

“Conseguimos elaborar dados de

produção, destino das vendas, cres-

cimento do setor, entre outros. Es-

sas ações lapidaram os interesses

dos associados e os planos de ne-

gócios empresariais”, declara Per-

cicotti. Posteriormente o Sindicato

das Indústrias de Papel e Celulose

(Sinpacel) também participou desse

programa.

Percicotti acredita que ini-

ciativas como essa promovem um

levantamento sistemático acerca da

cadeia, e ainda auxiliam na atuação

dos Sindicatos. “O Panorama ser-

virá de referência para os Sindica-

tos responsáveis pelo setor, como

o Sindiavipar. Com as informações

levantadas por esses estudos, será

possível realizar ações estratégicas

que ajudarão a avicultura a planejar

seu futuro, já que é um segmento

muito forte da economia paranaen-

se e referência em todo o mundo”.

Com a previsão do início

dos trabalhos para agosto desse

ano, a expectativa da Fiep é entre-

gar o Panorama Setorial finalizado

no primeiro semestre de 2018, com

a publicação de todos os dados e do

relatório final para os participantes

do programa. Para mais esclareci-

mentos e informações adicionais, os

interessados poderão enviar e-mail

para [email protected].

Aprodução de aves e suí-

nos avançou significativa-

mente nos últimos anos,

impulsionada principalmente pelas

mudanças de hábito dos consumi-

dores, mas também atrelada à evo-

lução genética dos animais em toda

cadeia. Para dar suporte a esta nova

realidade e permitir que a indústria

continue avançando, estudos reali-

zados pela Universidade Federal de

Viçosa (UFV-MG) apontam a ne-

cessidade de ajustes das exigências

nutricionais dos animais e da com-

posição dos alimentos para assegu-

rar a produtividade no campo.

Como forma de apresentar

os resultado das análises realiza-

das e auxiliar o setor produtivo, a

UFV-MG lançou a edição atuali-

zada das “Tabelas Brasileiras para

Aves e Suínos”, revisada após seis

anos. A publicação é considerada

uma das maiores referências para

a agroindústria mundial na formu-

lação de rações. E nesta edição que

orienta a nutrição animal da indús-

tria latino-americana foram revisa-

das as exigências nutricionais que

representam prioridade para a sus-

tentabilidade da produção de aves

e suínos.

De acordo com o profes-

sor do departamento de Zootecnia

da UFV-MG Horácio Rostagno, os

estudos mostraram que os animais

precisam de mais cálcio, fósforo,

vitaminas, proteínas e aminoácidos

para melhor desempenho. “Essa

nova edição das tabelas brasileiras

está mais aprimorada com relação à

composição dos alimentos utiliza-

dos e as exigências das aves e suí-

nos, pois, com a evolução da genéti-

ca dos animais, temos que ajustar as

dietas para esse novo tipo de animal

que está sendo produzido”, explica.

Impactoambiental

Além das atualizações, a

novidade dessa edição foi

a inclusão do quarto

capítulo, que traz

as recomendações

de microminerais de

fontes orgânicas e de

vitaminas. “Nos livros

anteriores, tínhamos re-

comendações genéricas dos

níveis de vitaminas e micromi-

nerais inorgânicos para as dietas

de aves e suínos. Porém, os estu-

dos recentes mostraram que, em sua

forma orgânica, os microminerais

são mais eficientes, e os níveis exi-

gidos para a dieta são em algumas

situações 45% menores que os reco-

mendados para a forma inorgânica.

Em resumo, os orgânicos têm me-

lhor aproveitamento, o que resulta

na melhor e menor excreção dos

minerais pelos animais, com menos

Evolução e equiíbrioUniversidade Federal de Viçosa atualiza tabelas de composição de alimentos e exigências nutricionais para aves e suínos

Nutrição

42 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Uma vez que temos avanços genéticos

ligados, principalmente, à eficiência alimentar e conversão, tivemos que fazer esses ajustes no consumo e ingestão de

nutrientesMelissa Hannas, professora do Núcleo de Zootecnia da UFV-MG

resíduos e, consequentemente, re-

duzindo os riscos de contaminação

ambiental”, destaca o professor.

E as novidades apresen-

tadas nesse novo capítulo já está

sendo considerado um importan-

te aliado para a indústria, confor-

me explica a médica veterinária e

mestre em Produção Animal da

Vaccinar, Juliana Batista. “A publi-

cação das tabelas segue as neces-

sidades do mercado e oferece aos

nutricionistas uma base de dados

confiável e com inúmeros estudos

validados cientificamente, sendo

uma ferramenta indispensável ao

trabalho dos profissionais envol-

vidos diretamente na formulação e

ajuste das dietas”, avalia.

Além disso, a professora

do Departamento de Zootecnia da

UFV-MG, Melissa Hannas, desta-

cou que a edição contou também

com atualizações relacionadas ao

desenvolvimento e avanço gené-

tico dos animais. “Uma vez que

temos avanços genéticos, há uma

melhoria na taxa de ganho e ou

conversão alimentar dos animais

que trazem a necessidade das no-

vas determinações de exigências

nutricionais. Calculadas nas ta-

belas para mantenha e ganho

de peso, estas permitem estimar

exigências para os animais de di-

ferentes padrões de crescimento

e gêneros e possibilitam estimar

o consumo de ração e as exi-

gências nutricionais relaciona-

das ao consumo de nutrientes

preditos. Também foram dis-

ponibilizadas atualizações em

relação ao padrão de proteí-

na ideal e recomendações de

relação nitrogênio essencial

para nitrogênio total para as

dietas de aves e suínos".

43sindiavipar.com.br

Notas e registros

SIAVS abre inscrições para programaçãode palestras

Estão abertas as inscri-

ções para a programação de pa-

lestras do Salão Internacional de

Avicultura e Suinocultura (SIA-

VS), maior evento dos setores no

país, programado entre os dias 29

e 31 de agosto, no Anhembi Par-

que, em São Paulo (SP). Iniciativa

da Associação Brasileira de Prote-

ína Animal (ABPA), o SIAVS con-

tará com a maior e mais completa

programação de eventos voltados

para a cadeia de proteína animal.

Cerca de 80 palestrantes e

debatedores do Brasil e de diver-

sos países participarão da progra-

mação, em dezenas de palestras e

painéis de debates especialmente

preparados pela organização do

evento para as diversas áreas de

interesse da cadeia produtora e

exportadora.

As palestras contarão com

tradução simultânea e aconte-

cem na parte da manhã. Na parte

da tarde estará aberta a feira do

SIAVS, a maior da avicultura e

da suinocultura do Brasil. O pro-

grama completo de palestras e as

inscrições podem ser realizadas

pelo site www.siavs.com.br.

A partir de uma publi-

cação do Ministério da Agri-

cultura, Pecuária e Abasteci-

mento (Mapa), a IN-65 foi

alterada com o objetivo de

adequar os procedimentos para

a fabricação, comercialização

e uso de rações animais que

contenham medicamentos. A

mudança resultou na Instrução

Normativa número 14 que rela-

ciona as etapas para fabricação

e emprego de produtos desti-

nados à alimentação animal

com medicamento, gerando

mais segurança e facilidades

para o produtor.

A decisão objetiva que

os medicamentos de uso veteri-

nário sejam utilizados de modo

a atender à legislação vigente e

assim gerar mais segurança para

o consumidor. Segundo a geren-

te de Regulatórios e Segurança

de Alimentos Vaccinar, Cláudia

Gomes Lúcio, a publicação da

IN 14 possibilita que o cliente

adquira o Premix com o medi-

camento prescrito pelo veteriná-

rio e faça a ração em sua pro-

priedade sem a manipulação do

medicamento. Esse procedimen-

to será possível mediante auto-

rização do Mapa, por meio de

solicitação documental. Acesse:

vaccinar.com.br

Novas regras para ração com medicamentos

44 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Notas e registros

Anpario Plc apresenta novo gestorde negócios

Com mais de 25 anos

de experiência em Saúde e

Nutrição Animal, o zootecnis-

ta Reginaldo Teixeira é o mais

novo contratado como Gerente

de Vendas para fazer parte da

equipe da Anpario plc. “Estou

muito entusiasmado com este

novo desafio, a Anpario plc é

uma empresa presente no mer-

cado mundial, se preocupan-

do sempre com consumidores

e possuindo um portfólio de

produtos inovadores”, afirma

Teixeira.

A Anpario plc é uma em-

presa multinacional inglesa pre-

sente em mais de 70 países com

foco principal nos mercados da

China, Estados Unidos e Brasil.

Fornece aos seus clientes pro-

dutos de qualidade garantida

em harmonia com os aspectos

naturais dos animais para pro-

mover o crescimento saudável.

Os benefícios dos produtos da

Anpario plc não só demonstram

seu valor para os animais que

foram alimentados diretamente,

como também para a progênie

que eles produzem. Acesse:

anpario.com

Negócios na ExpoMEAT alcançamUS$ 360 milhões

A EXPOMEAT - Fei-

ra Internacional de Processa-

mento e Industrialização de

Aves, Bovinos, Ovinos, Suínos

e Pescado, anuncia o valor de

negócios fechados em mais

de U$$360 milhões durante a

realização da feira industrial,

no Pavilhão do Anhembi, na

cidade de São Paulo. A indús-

tria global da proteína animal

movimenta 700 bilhões de

dólares por ano.

Segundo a organiza-

ção foram mais de 330 mar-

cas expositoras nacionais e

internacionais, o público que

passou pelos corredores da

ExpoMeat era altamente qua-

lificado. Em relação a visi-

tação da ExpoMEAT 2017, a

feira recebeu mais de cinco

mil compradores e influencia-

dores do processo de compra

de proteína animal vindos de

todo o Brasil e das Américas

como Estados Unidos, Cana-

dá, Argentina, Bolívia, Chi-

le, Uruguai, Peru, Colômbia,

Bolívia, e os principais países

europeus, como Portugal, Es-

panha e Alemanha. Consa-

grando-se como o momento

ideal para a agroindústria

apresentar as novidades tec-

nológicas e inovações no pro-

cessamento e industrialização

da proteína animal. Acesse:

expomeat.com.br

46 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Estatísticas

Para mais informações, acesse: sindiavipar.com.br

PARANÁFRANGOEXPORTAÇÃOABATE (cabeças)

PARANÁPERUABATE (cabeças) EXPORTAÇÃO

Fonte das tabelas: Sindiavipar / Secex

Participação do Paraná nas exportações do Brasil - Acumulado / kg

Principais destinos da carnede frango do Paraná - Acumulado / Ton

Paraná 514.502.228

36,55%

Brasil 1.407.693.664

Mês 2016 2017

Janeiro 142.175.554 151.793.722

Fevereiro 142.060.791 137.976.865

Março 156.152.728 163.080.783

Abril 148.268.092 136.910.766

Acumulado 588.657.165 589.762.136

Mês 2016 2017

Janeiro 549.295 672.640

Fevereiro 591.283 588.474

Março 637.252 667.735

Abril 625.626 557.324

Acumulado 2.403.456 2.486.173

2017 kg US$

Janeiro 132.892.106 212.387.465

Fevereiro 118.882.751 194.897.690

Março 141.227.668 229.342.862

Abril 121.499.703 196.973.805

Acumulado 514.502.228 833.601.822

2017 kg US$

Janeiro 2.730.518 6.816.347

Fevereiro 4.377.249 12.125.643

Março 3.688.589 9.836.188

Abril 2.001.065 5.576.997

Acumulado 12.797.421 34.355.175

China 53,9 miÁfricado Sul

56,6 mi

Emirados Árabes 40,3 mi

105,1 miArábiaSaudita

Japão 37,2 mi

48 sindiavipar.com.br Sindiavipar

Frango Sabor Caipira

SIP 0003-A | SISBIIvaiporã - frangocaipiraivaipora.com.br

PARANÁReferência em produção, exportação e sanidade avícola

Abatedouro CoroavesMaringá - coroaves.com.brSIF 2137

Avenorte Avícola Cianorte

SIF 4232Cianorte - guibon.com.br

JBS Foods

SIF 2677Jaguapitã - jbs.com.br

Frango DM

SIF 270Arapongas - frangoagosto.com.br

Frangos Pioneiro

SIF 1372Joaquim Távora - frangospioneiro.com.br

Jaguafrangos

SIF 2913Jaguapitã - jaguafrangos.com.br

Granjeiro Alimentos

SIF 4087Rolândia - frangogranjeiro.com.br

SIF 603

Unitá - Cooperativa CentralUbiratã - unitacentral.com.br

SIF 1876

Agroindustrial São JoséSanta Fé

JBS Foods

SIF 2227Jacarezinho - jbs.com.br

JBS FoodsRolândia - jbs.com.brSIF 1215

BRF

SIF 424Carambeí - brf-br.com

Noroeste

Centro Ocidental

Centro Oriental

SudoesteNorte Central

Norte Pioneiro

exportaçãogeral

exportaçãopara UE

Fábricade ração

Abatedouros Incubatóriosexportação para ChinaAbate Halal

SIF 664

Aurora AlimentosMandaguari - auroraalimentos.com.br

GTFoods

SIF 1860Paraíso do Norte - gtfoods.com.br

GTFoods

GTFoods

SIF 1880

SIF 3773

Paranavaí - gtfoods.com.br

Terra Boa - gtfoods.com.br

GTFoods

SIF 4166Maringá - gtfoods.com.br

Marco AviculturaTamarana

IntegraMaringá - integra.agr.br

SIF 7777Santo Inácio – jbs.com.brJBS Foods

Granja Econômica AvícolaCarambeí - granjaeconomica.com.br

JBS Foods

SIF 530Lapa – jbs.com.br

Metropolitana de Curitiba

Coopavel Coop. Agroind.

SIF 3887Cascavel - coopavel.com.br

BRF

SIF 716Toledo - brf-br.com

Globoaves

SIF 1672Cascavel - globoaves.com.br

Oeste

C. Vale Coop. Agroindustrial

SIF 3300Palotina - cvale.com.br

Coop. Agroindustrial Lar

SIF 4444Medianeira - lar.ind.br

Copacol Coop. Agroind. Consolata

SIF 516Cafelândia - copacol.com.br

Coop. Agroindustrial Copagril

SIF 797Mal. Cândido Rondon - copagril.com.br

Globoaves AgroavícolaCascavel - globoaves.com.br

Avícola CarminattiSanto Antônio do Sudoeste avicolacarminatti.com.br

BRF

SIF 1985Dois Vizinhos - brf-br.com

BRF

SIF 2518Francisco Beltrão - brf-br.com

Vibra Agroindustrial

SIF 3170Itapejara do Oeste - vibra.com.br

Vibra Agroindustrial

SIF 2212Pato Branco - vibra.com.br

DIP Frangos

SIF 2539Capanema - dipfrangos.com

Avícola Pato Branco Pato Branco - avicolapb.com.br

Granja RealPato Branco - granjareal.com.br

Gralha Azul AvícolaFrancisco Beltrão - gaa.com.br

Pluma AgroavícolaDois Vizinhos - plumaagroavicola.com.br

JBS Foods

SIF 2694C. Mourão - jbs.com.br

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Capanema - dipfrangos.com