Reflexão Crítica de Atividades

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo Escola Superior de Saúde Reflexão Crítica de Atividades Discente: Rosa Maria da Costa Morais Nº14102, 3ºB Ponte de Lima, 21 de Abril de 2015

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Escola Superior de Saúde

Reflexão Crítica de Atividades

Discente: Rosa Maria da Costa Morais

Nº14102, 3ºB

Ponte de Lima, 21 de Abril de 2015

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Escola Superior de Saúde

XIV Curso de Licenciatura em Enfermagem

Ano Lectivo: 2014/2015

3º B

Reflexão Crítica de Atividades

Unidade Curricular: Ensino Clínico – Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria

Regente da Unidade Curricular: Professora Isabel Amorim

Gestor Pedagógico: Professor Joaquim Passos

Enfermeiras Tutoras: Enf.ª Mónica Morais e Enf.ª Sílvia Pereira

Discente:Rosa Maria da Costa Morais, Nº14102

Ponte de Lima, 21 de Abril de 2015

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PENSAMENTO

“O segredo da saúde mental e corporal está em não se lamentar pelo passado, não se

preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sabia e seriamente o

presente.”

Buda

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5

REFLEXÃO CRÍTICA DE ATIVIDADES .......................................................... 6

CONCLUSÃO ........................................................................................................ 13

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 14

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ABREVIATURAS/SIGLAS

CE – Consulta Externa

EPS – Educação Para a Saúde

NACJR – Núcleo de Apoio a Crianças e Jovens em Risco

OE – Ordem dos Enfermeiros

PLA – Problemas Ligados ao Álcool

UCC – Unidade de Cuidados na Comunidade

ULSAM – Unidade Local de Saúde do Alto Minho

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INTRODUÇÃO

No âmbito do Ensino Clínico – Saúde Mental e Psiquatria, do 3ºano do XIV Curso de

Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Viana do Castelo, do Ano Lectivo

2014/2015, foi proposta a elaboração de um Relatório Critico de Atividades Individual como uma

das estratégias de avaliação deste ensino clínico. Este relatório deve refletir o meu

desenvolvimento ao longo deste ensino clínico, tendo em conta os resultados de aprendizagem, as

estratégias adotadas para ultrapassar as dificuldades encontradas ao longo de todo este percurso, a

necessidade de aprofundar conhecimentos teóricos e práticos, reflexão acerca das experiências

vivenciadas, ansiedades e motivações durante o ensino clínico.

Os objetivos gerais propostos para este ensino clínico foram definidos a partir dos domínios

de intervenção do enfermeiro de cuidados gerais, baseados nas competências defenidas pela

Ordem dos Enfermeiros (OE) para o exercício da profissão de acordo com os momentos de

aprendizagem dos alunos. Sendo que, no sentido de estes objetivos serem cumpridos, foram ainda

defenidos objetivos específicos de aprendizagem para todo este percurso de formação,

nomeadamente, que os estudantes desenvolvam conhecimentos, capacidades e habilidades

técnicas e humanas fundamentais à promoção da saúde mental em contexto comunitário e à

prestação de cuidados de enfermagem ao indivíduo com patologia do foro mental integrada na

família e comunidade aos diferentes níveis de prevenção. Pretende-se ainda que sejam

desenvolvidas capacidades crítico-reflexivas que permitam identificar problemas e fazer

intervenções de enfermagem à pessoa com patologia do foro mental e demonstrem capacidades de

mobilização, articulação e integração global de conhecimentos de saúde mental e psiquiatria e de

àreas curriculares paralelas. A ética e a deontologia na prestação de cuidados quer ao indíduo,

família ou comunidade, é outra das competências essenciais que deve ser muito valorizada.

Este ensino clínico teve lugar em dois contextos diferentes, na Unidade de Cuidados na

Comunidade (UCC) Saúde Mais Perto e na Consulta Externa (CE) de Saúde Mental e Psiquiatria

do Hospital Conde de Bertiandos em Ponte de Lima, sob a orientação do Gestor Pedagógico

Professor Joaquim Passos e das Enfermeiras Tutoras Mónica Morais e Sílvia Pereira, que decorreu

entre os dias 16 de março e 24 de abril de 2015.

Para além de se tornar um intrumento de avaliação essencial, esta reflexão crítica de

atividades tem como finalidade a reflexão sobre o meu desempenho e desenvolvimento ao longo

do ensino clínico. Sendo assim, pretendo fazer uma apreciação de todo o meu percurso formativo

tendo como base os contributos que este me ofereceu, as dificuldades sentidas, as experiências

vivenciadas e as atividades realizadas.

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REFLEXÃO CRÍTICA DE ATIVIDADES

É com a prática sucessiva, as experiências vivenciadas e os conhecimentos teóricos

adquiridos que se evolui com o passar do tempo, pelo que se torna fulcral refletir sobre estes de

modo a melhorá-los. Esta ação de refletir constitui um processo produtivo no qual refletimos e

pensamos sobre as nossas práticas, dificuldades e estratégias adotadas no sentido de ultrapassar os

obstáculos encontrados. Segundo Palmer, Burns e Bulman citados por Santos (2009), refletir em

enfermagem é ter a visão de que as situações de cuidados são complexas, é tentar compreender do

que trata a enfermagem, é fazer o esforço de se auto-informar e fazer auto-avaliação assim como

questionar a rotinização e a ritualização nos cuidados e fazer esforços para mudar e desafiar a

prática corrente.

Antes do início deste ensino clínco tinha alguns medos e receios por ser uma área da

enfermagem com a qual nunca tinha contactado antes e também por ser a primeira vez que estaria

num domínio comunitário onde seria necessário desenvolver conhecimentos, capacidades e

habilidades técnicas e humanas fundamentais à promoção e prevenção da saúde mental. Assim

sendo, era necessário que a pró-atividade fosse diferente dos outros ensinos clínicos, pois a

promoção e prevenção da doença necessita de um investimento redobrado por parte dos agentes

de educação para a saúde (ex: enfermeiros) no sentido de capacitar os indivíduos para melhorar e

aumentar o controlo sobre a sua saúde e deste modo ser possível obter mais ganhos em saúde.

Contudo e apesar desta preocupação inicial, penso que foi um ensino clínico diferente e

enriquecedor e que me permitiu estar em contacto com contextos diferentes do internamento e

também desenvolver atividades diferentes, sendo que estas eram dirigidas para a comunidade.

No primeiro dia deste ensino clínico, na reunião de integração realizada com os gestores

pedagógicos dos vários contextos, foi feita uma abordagem ao âmbito dos ensinos clínicos, quais

os seus objetivos, finalidades, características, equipa pedagógica e metodologia de avaliação, no

entanto esta orientação foi maioritariamente focada nos estudantes que iam realizar o ensino

clínico no contexto de internamento. Ainda nesta reunião foram abordados assuntos relativos aos

métodos de avaliação, tive algumas dificuldades em perceber de que forma os alunos, que iriam

desenvolver o ensino clínico no contexto da comunidade, teriam de elaborar um plano de acção,

pois era algo que nunca tinha feito antes e não sabia bem do que se tratava. Ainda neste dia tivemos

a oportunidade de visitar o Departamento de Saúde Mental e Psiquiatria da Unidade Local de

Saúde do Alto Minho (ULSAM) – Consulta Externa e Hospital de Dia, com o obejtivo de

conhecermos as dinâmicas de intervenção multidisciplinar no atendimento ao doente do foro

mental e psiquiátrico em regime de ambulatório. Apesar de o meu ensino clínico não se realizar

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nesta unidade penso que esta visita foi importante pois permitiu-nos conhecer contextos diferentes

do internamento onde são prestados cuidados de saúde mental e psiquiatria e possibilitou-me ainda

compreender como é feita a articulação das diferentes unidades no Departamento de Saúde Mental

e Psiquiatria e também observar algumas das dinâmicas que poderiamos vir a desenvolver na CE

de Saúde Mental e Psiquiatria em Ponte de Lima.

No segundo dia fomos já para o contexto onde iria decorrer o restante ensino clínico. A

enfermeira chefe da CE e do Hospital de Dia, Manuela Brito, apresentou-nos a estrutura física e

os profissionais de saúde e explicou-nos toda a dinâmica destes serviços, posteriormente estivemos

com a enfermeira tutora Sílvia Pereira que nos fez uma breve apresentação sobre as patologias

psiquiátricas mais frequentes, a medicação administrada na CE e também quais os principais

objetivos e finalidades destas consultas. Outro dos aspetos abordados, e que se torna fulcral, foi a

avaliação inicial de enfermagem no âmbito da saúde mental e psiquiatria na CE, a enfermeira deu-

nos a conhecer este documento e podémos perceber que difere em alguns aspetos da avaliação

inicial que é realizada em contexto de internamento, deu-nos uma breve explicação de como deve

ser realizada e a importância da aplicação de certas escalas para completarmos o melhor possível

esta avaliação. Tivemos ainda a oportunidade de conhecer algumas das atividades realizadas pelos

nossos colegas, tanto deste ano como de anos anterios, no âmbito da CE e foi-nos proposta,

também, a realização de uma atividade. Mais tarde dirigimo-nos à UCC – Saúde Mais Perto, onde

sob a orientação da enfermeira tutora Mónica Morais tivemos a oportunidade de conhecer a

unidade e todos os projetos que nesta estão a ser desenvolvidos e de que forma estes contribuem

para a prevenção da doença mental e promoção da saúde mental, e em quais deles nós poderiamos

contribuir e participar e se tornariam uma mais valia para o nosso porcesso formativo. Estivemos

também reunidas com o gestor pedagógico professor Joaquim Passos e com a enfermeira tutora

Mónica, que nos deram orientações sobre a realização do plano de ação, qual os seus objetivos e

como deveria ser estruturado e também uma explicação quanto às atividades que poderiam ser

desenvolvidas na UCC tem em conta os projetos que aqui existem, tornou-se um momento

importante para percebermos o que teriamos de desenvolver ao longo deste ensino clínico e qual

as competências que deveriamos alcançar. Relativamente ao plano de ação, inicialmente senti

bastantes dificuldades na elaboração deste, pois nunca tinha feito algo do género e desconhecia

quais os tópicos que era necessário abordar, mas depois de algumas orientações do professor e da

enfermeira Mónica, e da troca de ideias com as minhas colegas percebi o que era essencial para a

realização de um plano de ação, penso que como instrumento de avaliação também se torna

importante, pois permite que, tantos nós como o professor e as enfermeiras tutoras tenham noção

do que foi desenvolvido ao longo deste ensino clínico, tendo em conta os objetivos propostos.

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Durante a primeira semana na UCC a enfermeira Mónica deu-nos a conhecer os projetos

que estavam a ser desenvolvidos na unidade e orientou-nos acerca dos projetos onde poderíamos

intervir. Assim sendo, desenvolvemos atividades de prevenção da doença mental e promoção da

saúde mental em grupos mais vulneráveis. O nosso plano de ação foi efetuado de acordo com os

projetos existentes na UCC considerando o diagnóstico de situação atual e as necessidades

específicas de cada grupo e ao mesmo tempo tivemos também em atenção a vertente da promoção

da saúde mental e prevenção da doença mental. Decidimos então avançar com algumas ideias para

atividades que estivessem em consonância com os projetos da UCC. Ao apresentarmos as nossas

ideias percebemos que a maioria era possível de ser realizada, sendo que tivemos de abdicar de

algumas por não serem possíveis de pôr em prática. As atividades realizadas pelo nosso grupo

estavam inseridas em três projetos major da UCC sendo eles o Envelhecimento Ativo, Viver a

Parentalidade em Pleno e Educação Para a Saúde (EPS) em jovens. Assim sendo realizamos várias

pesquisas acerca dos diferente temas que seriam possíveis de ser abordados de modo a estruturar

as atividades e direcioná-las para a saúde mental. Aquando do planemamento de cada atividade, o

professor Joaquim foi-nos dando o seu feedback, corrigindo e sugerindo algumas alterações.

Destaco que, sendo este o primeiro ensino clíncio em que planeei atividades estruturadas, revelei

bastantes dificuldades principalmente na fundamentação teórica e na definição dos objetivos gerais

e específicos pois estes deveriam estar de acordo com a fundamentação da atividade e a sua

descrição e nem sempre consegui atingir esta conformidade entre os diferente tópicos. Mas com

as trocas de ideias com a minhas colegas e as orientações tanto do professor Joaquim como da

enfermeira Mónica penso que conseguimos planear as atividades da melho maneira. Durante a

primeira e segunda na UCC fomos planeando as diferentes atividades e ainda tivemos a

oportunidade de participar numa caminhada ao quartel dos bombeiros, no chá dançante onde a

nossa atividade da estimulação cognitiva nos idosos foi posta em prática, sendo que estas estão

inseridas no projeto de Envelhecimento Ativo e numa sessão de EPS onde o tema abordado foi a

sexualidade com alguns jovens do ensino secundário. Relativamente às sessões de EPS escolar,

considero que são de extrema importância na medida em que têm assumido uma preponderância

cada vez maior na sociedade atual e com o objetivo de influenciar positivamente a saúde e os

comportamentos de crianças e jovens, através da implementação de programas, permitindo assim

que se tenham ganhos em saúde e que se evitem comportamentos de riscos nas crianças e jovens.

Poder participar nestas atividades tornou-se uma mais valia para o meu processo formativo e com

elas pude aprender a forma como as escolas e os professores se veem perante a exigência de novas

funções, necessitanto, por um lado, de alargar e aprofundar conhecimentos noutras áreas que não

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as da sua formação de base e, por outro lado, estabelecer parcerias com os profissionais de saúde

para desenvolverem, em conjunto, intervenções mais consistentes, elaboradas e ficazes.

A atvidade desenvolvida no âmbito do projeto de Envelhecimento Ativo foi uma atividade

de estimulação cognitiva na qual estiveram presentes idosos que estão institucionalizados em

vários lares do Concelho de Ponte de Lima. Segundo Apóstolo [et al.] (2001), a manutenção da

saúde cognitiva tem um importância fulcral na prevenção do compromisso cognitivo e no atrasso

da instalação do quadro demencial, da dependência e da incapacidade do idoso para se auto-cuidar.

No decorrer desta atividade e posteriormente com a avaliação da mesma consegui compreender

que a estimulação cognitiva é um aspeto fulcral, pois, com o envelhecimento estas capacidades

atrofiam e se não forem estimuladas existe um elavado risco de detereoração cognitiva, funcional

e corporal, diminuição da vitalidade e da capacidade de adapatação do organismo às mudanças a

que o corpo está exposto. Gostei bastante de trabalhar com os idosos, pois, emboram sejam um

grupo vulnerável, domonstram bastantes capacidades de interação e participação.

A atividade desenvolvida no âmbito do projeto Viver a Parentalidade em Pleno tratou-se

de uma sessão de relaxamento e imaginação dirigida com grávidas que costumam frequentar as

sessões de preparação para o parto na UCC. Nesta etapa da vida das gestantes a manutenção de

um bom estado mental torna-se fulcral, tanto para conseguir supurtar o momento que ai vem como

também para transmitir tranquilidade ao feto. Assim sendo, o relaxamento é uma das técnicas que

pode ser usada para atingir esse fim e consequentemente um bom estado metal e físico. Trabalhar

com as grávidas tornou-se bastante interessante, pois tornam-se também um grupo vulnerável mas

com grande capacidade de interação e compreenção dos benefícios que um bom relaxamento pode

trazer para ultrapassar o momento que se avizinha.

Temos ainda planeada uma atividade com alguns jovens do ensino secundário sobre o

consumo de álcool, achamos importante intervir nesta área pois estes são também considerados

um grupo vulnerável, mas até a data da realização desta reflexão a atividade ainda não foi

concretizada.

Tive oportunidade, durante a minha passagem pela UCC, de assistir a várias sessões com

pessoas com Problemas Ligados ao Álcool (PLA), nestas sessões, tendo em conta o estadio em

que o utente se encontra, são realizadas intervenções breves para incentivar/promover/manter a

abstinência alcoólica. Considero que foi uma experiência bastante gratificante para o meu

processo, pois permitiu-me perceber como é que uma equipa multidisciplinar atua em cada caso

específico para uma melhoria do estado do utente e consequentemente da sua família e da

sociedade em que está inserido. Pude ainda assistir a uma reunião do Núcleo de Apoio a Crianças

e Jovens em Risco (NACJR), nestas reuniões são discutidos, por uma equipa multidisciplinar,

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casos de crianças e jovens até aos 16 anos que podem estar em risco, prevenindo assim a ocorrência

de maus-tratos. Foi uma experiência enriquecedora pois permitiu-me compreender a preocupação

que existe por parte dos profissionais envolvidos em prevenir os maus-tratos e abusos a estas

crianças e jovens e qual a melhor opção a tomar para que isto não aconteça.

De uma forma geral, penso que a minha passagem pela UCC correu bem, tive a

oportunidade de intervir em várias àreas da saúde mental, maioritariamente na prevenção da

doença mental e promoção da saúde mental, e também em diferentes grupos e faixas etárias. Uma

das grandes procupações que me surgiu foi o receio de não conseguirmos organizar as atividades

em tempo oportuno, sendo que o tempo que tivemos para planear e realizar algumas delas foi

apertado. Em relação às orientações da enfermeira Mónica considero que estas se tornaram

fundamentais sendo que nos ajudou a melhorar em diversos aspetos fulcrais das nossas atividades

e a sermos mais realistas naquilo que pretendiamos alcançar, não esquecendo que o professor

Joaquim também contribuiu imenso para que isto fosse possível.

No âmbito da CE de Saúde Mental e Psiquiatria tive oportunidade de contactar com utentes

com o mais variado tipo de patologias do foro mental e psiquiátrico, nomeadamente, utentes com

depressões, com problemas ligados ao álcool, com esquizofrenia dos mais diversos tipos. No

primeiro dia da minha semana na CE tive oportunidade de observar consultas realizadas pela

enfermeira Silvia e realizei uma sob orientação da mesma. Relativamente às entervistas, no início,

apesar de ter lido a avalição e tentado compreender quais os dados necessários a obter, senti

batantes dificuldades relativamente às perguntas que seria necessário colocar aos utentes, sendo

que a enfermeira Silvia ia intervindo com algumas perguntas de modo a completar a avaliação

inicial o melhor e mais detalhadamente possível, mas com os esclarecimentos que a enfermeira

me foi dando e com as entrevistas que fui realizando esta dificuldade foi ultrapassada. Outra das

estratégias que me permitiu mobilizar mais facilmente conhecimentos teórico-práticos e preparar-

me para as entrevistas, foi a consulta do processo clínico do utente e de outras fontes de

informação. Quanto ao preenchimento da avaliação inicial, considero que atingi com alguma

eficácia os objetivos para este parâmetro uma vez que através da entrevista e da observação do

utente, bem como a consulta de outras fontes, tentei sempre recolher o máximo de informação

possível. Esta minha passagem pela CE possibilitou-me ainda lidar de forma recorrente com a

administração de psicofármacos (injetáveis intramusculares), nunca anteriormente tinha praticado

esta técnica sem ser em contexto de aulas práticas na escola, assim sendo pude melhorar e

aprefeiçoar a técnia e também mobilizar conhecimentos de psicofarmacologia em casa situação

específica. Ainda no âmbito da CE tinha a oportunidade de observar uma visita domiciliária

juntamente com a equipa de profissionais de saúde que a realizam, mas por incompatibilidade de

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horários não me foi possível comparecer. Quanto à atividade a ser desenvolvida na CE, apesar de

não ser de caráter obrigatório, o grupo aceitou a proposta da enfermeira Silvia de realizar uma

atividade continua, ou seja, algo que fosse iniciado por nós e percorresse os próximos grupos deste

ensino clínico de modo a chegar ao fim com uma atividade bem estruturada e apresentada, sendo

que o nosso grupo ficou encarregue da fundamentação teórica, contudo, à data da realização desta

reflexão, o grupo ainda terá de reunir e trabalhar em conjunto sendo que só teremos a possibilidade

de entregar esta fundamentação no fim do ensino clínico.

Em relação ao estudo de caso, penso que enquanto instrumento de avaliação se torna

importante e deve também ser visto como um contributo para o processo de aprendizagem, pois

mais do que um momento avaliativo torna-se também um momento de aprendizagem e reflexão.

Não senti grandes dificuldades na realização deste estudo de caso, pois a utente mostrou-se

bastante disponível a responder a todas as minhas perguntas o que facilitou o preenchimento de

toda a avaliação inicial de enfermagem e mais dados que foram necessários para completar este

estudo de caso. Em termos da patologia senti um pouco mais de dificuldade, pois, apesar de ser

um tema bastante comum e abordado na atualidade há a necessidade de fazer muitas pesquisas

bibliográficas para encontrarmos fontes fidedignas e com informação pertinente, contudo, com

todas estas pesquisas tive a possibilidade de alargar o meu campo de conhecimento. Um dos

aspetos que me ajudou bastante na identificação dos diagnósticos para o plano de cuidados e

intervenções de enfermagem a realizar foi a obtenção do máximo de informação possível aquando

da realização da avaliação inicial de enfermagem e a aplicação de algumas escalas.

Apesar de todos os contratempos de horários e transportes a horas plausíveis, penso que

tive uma prestação positiva, sendo que tenho a perfeita noção que ainda há muitos aspetos que

tenho e posso melhorar. Foi uma experiência gratificante e enriquecedora, pois permitiu-me

conhecer toda a dinâmica e realidade de um CE de Saúde Mental e Psiquiatria e estar em contacto

direto com doenes do foro mental. Considero que, em termos de orientação, a enfermeira Sílvia

sempre se mostrou disponível para esclarecer todas as minhas dúvidas e explicar situações com as

quais me ia deparando no dia a dia da CE.

O trabalho de equipa foi algo muito importanto do longo de todo este ensino clínco um vez

que contribuiu bastante para que este fosse bem sucedido. O grupo mostrou capacidade de

interação e colaboração em equipa e participamos ativamente em todas as decisões e planificações

de atividades.

A ética e a deontologia são algo inerente à prestação de cuidados de enfermagem, quer ao

indivíduo como à família e à comunidade, pelo que temos o dever de respeitar os direitos e valores

de cada utente e das suas famílias, sem nunca esquecer os nossos próprios valores pessoais.

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Considero que demonstrei competências a este nível assim como apresentei responsabilidade face

aos valores e princípios da profissão de enfermagem. Ao longo de todo o ensino clínico, foi na CE

que as questões éticas e deontológicas mais se evidenciaram, pois era aqui que contactava mais

diretamente com os utentes, contudo, também durante as atividades na comunidade procurei ter os

valores éticos presentes, nomeadamente, o respeito, a dignidade, a autonomia, a individualidade,

a igualdade, a privacidade, o bem-estar e o consentimento informado.

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CONCLUSÃO

Fazendo agora uma retrospecção do meu percurso, considero que apesar do contexto do

trabalho na comunidade me ter enriquecido bastante a nível pessoal e enquanto futura enfermeira,

penso que o contexto de CE se adequou muito mais àquilo a que eu estava a espera deste ensino

clínico e também em termos de oportunidades e experiências em relação aos meus colegas que

realizaram ensinos clínicos noutros contextos, por exemplo, de internamento.

Tentei sempre responder aos objetivos e desafios que me foram propostos de forma a poder

melhorar progressivamente.

Relativamente a todas as dificuldades sentidas neste ensino clínico penso ter adquirido

algumas estratégias que me permitiram de certo modo ultrapassá-las. Ao longo destas semanas

considero que evolui tanto a nível individual com em grupo, aumentando progressivamente a

minha autonomia na escolha de atividades, no planeamento e na sua gestão.

De um maneira geral faço uma balanço positivo deste ensino clínico no qual pude

desenvolver atividades na área da promoção da saúde mental e prevenção da doença mental na

comunidade e em vários grupos e faixas etárias e também estar em contacto com doentes do foro

mental e psiquiátrico e as suas famílias no contexto de CE. Nas várias experiências vividas tive

oportunidade de alargar o meu campo de conhecimento, adquirir novas expriências, saberes e

orientações fundamentais para o resto do meu percurso formativo. Para isto, contribuíram as

enfermeiras tutoras, o gestor pedagógico e os restantes profissionais de saúde com os quais tive a

oportunidade de contactar, aos quais agradeço todo o apoio e disponibilidade, também as minhas

colegas por me terem acompanhado e ajudado em todo este percurso, por fim mas não menos

importantes faço um agradecimento a todos os utentes, pois sem eles nada disto seria possível de

concretizar.

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BIBLIOGRAFIA

APÓSTOLO, João Luís Alves [et al.] – Efeitos da estimulação cognitiva em idosos. Revista

de Enfermagem Referência. Coimbra. ISSN: 0874-0283. Nº5. (2011), p. 193-201.

SANTOS, Elvira Maria Martins – A Aprendizagem pela Reflexão em Ensino Clínico.

Estudo Qualitativo na Formação Inicial em Enfermagem. Universidade de Aveiro,

Departamento de Didática e Tecnologia Educativa, 2009. Tese de doutoramento.