Reflexão Crítica de Atividades
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Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Escola Superior de Saúde
Reflexão Crítica de Atividades
Discente: Rosa Maria da Costa Morais
Nº14102, 3ºB
Ponte de Lima, 21 de Abril de 2015
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Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Escola Superior de Saúde
XIV Curso de Licenciatura em Enfermagem
Ano Lectivo: 2014/2015
3º B
Reflexão Crítica de Atividades
Unidade Curricular: Ensino Clínico – Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria
Regente da Unidade Curricular: Professora Isabel Amorim
Gestor Pedagógico: Professor Joaquim Passos
Enfermeiras Tutoras: Enf.ª Mónica Morais e Enf.ª Sílvia Pereira
Discente:Rosa Maria da Costa Morais, Nº14102
Ponte de Lima, 21 de Abril de 2015
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PENSAMENTO
“O segredo da saúde mental e corporal está em não se lamentar pelo passado, não se
preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sabia e seriamente o
presente.”
Buda
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
REFLEXÃO CRÍTICA DE ATIVIDADES .......................................................... 6
CONCLUSÃO ........................................................................................................ 13
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 14
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ABREVIATURAS/SIGLAS
CE – Consulta Externa
EPS – Educação Para a Saúde
NACJR – Núcleo de Apoio a Crianças e Jovens em Risco
OE – Ordem dos Enfermeiros
PLA – Problemas Ligados ao Álcool
UCC – Unidade de Cuidados na Comunidade
ULSAM – Unidade Local de Saúde do Alto Minho
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INTRODUÇÃO
No âmbito do Ensino Clínico – Saúde Mental e Psiquatria, do 3ºano do XIV Curso de
Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Viana do Castelo, do Ano Lectivo
2014/2015, foi proposta a elaboração de um Relatório Critico de Atividades Individual como uma
das estratégias de avaliação deste ensino clínico. Este relatório deve refletir o meu
desenvolvimento ao longo deste ensino clínico, tendo em conta os resultados de aprendizagem, as
estratégias adotadas para ultrapassar as dificuldades encontradas ao longo de todo este percurso, a
necessidade de aprofundar conhecimentos teóricos e práticos, reflexão acerca das experiências
vivenciadas, ansiedades e motivações durante o ensino clínico.
Os objetivos gerais propostos para este ensino clínico foram definidos a partir dos domínios
de intervenção do enfermeiro de cuidados gerais, baseados nas competências defenidas pela
Ordem dos Enfermeiros (OE) para o exercício da profissão de acordo com os momentos de
aprendizagem dos alunos. Sendo que, no sentido de estes objetivos serem cumpridos, foram ainda
defenidos objetivos específicos de aprendizagem para todo este percurso de formação,
nomeadamente, que os estudantes desenvolvam conhecimentos, capacidades e habilidades
técnicas e humanas fundamentais à promoção da saúde mental em contexto comunitário e à
prestação de cuidados de enfermagem ao indivíduo com patologia do foro mental integrada na
família e comunidade aos diferentes níveis de prevenção. Pretende-se ainda que sejam
desenvolvidas capacidades crítico-reflexivas que permitam identificar problemas e fazer
intervenções de enfermagem à pessoa com patologia do foro mental e demonstrem capacidades de
mobilização, articulação e integração global de conhecimentos de saúde mental e psiquiatria e de
àreas curriculares paralelas. A ética e a deontologia na prestação de cuidados quer ao indíduo,
família ou comunidade, é outra das competências essenciais que deve ser muito valorizada.
Este ensino clínico teve lugar em dois contextos diferentes, na Unidade de Cuidados na
Comunidade (UCC) Saúde Mais Perto e na Consulta Externa (CE) de Saúde Mental e Psiquiatria
do Hospital Conde de Bertiandos em Ponte de Lima, sob a orientação do Gestor Pedagógico
Professor Joaquim Passos e das Enfermeiras Tutoras Mónica Morais e Sílvia Pereira, que decorreu
entre os dias 16 de março e 24 de abril de 2015.
Para além de se tornar um intrumento de avaliação essencial, esta reflexão crítica de
atividades tem como finalidade a reflexão sobre o meu desempenho e desenvolvimento ao longo
do ensino clínico. Sendo assim, pretendo fazer uma apreciação de todo o meu percurso formativo
tendo como base os contributos que este me ofereceu, as dificuldades sentidas, as experiências
vivenciadas e as atividades realizadas.
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REFLEXÃO CRÍTICA DE ATIVIDADES
É com a prática sucessiva, as experiências vivenciadas e os conhecimentos teóricos
adquiridos que se evolui com o passar do tempo, pelo que se torna fulcral refletir sobre estes de
modo a melhorá-los. Esta ação de refletir constitui um processo produtivo no qual refletimos e
pensamos sobre as nossas práticas, dificuldades e estratégias adotadas no sentido de ultrapassar os
obstáculos encontrados. Segundo Palmer, Burns e Bulman citados por Santos (2009), refletir em
enfermagem é ter a visão de que as situações de cuidados são complexas, é tentar compreender do
que trata a enfermagem, é fazer o esforço de se auto-informar e fazer auto-avaliação assim como
questionar a rotinização e a ritualização nos cuidados e fazer esforços para mudar e desafiar a
prática corrente.
Antes do início deste ensino clínco tinha alguns medos e receios por ser uma área da
enfermagem com a qual nunca tinha contactado antes e também por ser a primeira vez que estaria
num domínio comunitário onde seria necessário desenvolver conhecimentos, capacidades e
habilidades técnicas e humanas fundamentais à promoção e prevenção da saúde mental. Assim
sendo, era necessário que a pró-atividade fosse diferente dos outros ensinos clínicos, pois a
promoção e prevenção da doença necessita de um investimento redobrado por parte dos agentes
de educação para a saúde (ex: enfermeiros) no sentido de capacitar os indivíduos para melhorar e
aumentar o controlo sobre a sua saúde e deste modo ser possível obter mais ganhos em saúde.
Contudo e apesar desta preocupação inicial, penso que foi um ensino clínico diferente e
enriquecedor e que me permitiu estar em contacto com contextos diferentes do internamento e
também desenvolver atividades diferentes, sendo que estas eram dirigidas para a comunidade.
No primeiro dia deste ensino clínico, na reunião de integração realizada com os gestores
pedagógicos dos vários contextos, foi feita uma abordagem ao âmbito dos ensinos clínicos, quais
os seus objetivos, finalidades, características, equipa pedagógica e metodologia de avaliação, no
entanto esta orientação foi maioritariamente focada nos estudantes que iam realizar o ensino
clínico no contexto de internamento. Ainda nesta reunião foram abordados assuntos relativos aos
métodos de avaliação, tive algumas dificuldades em perceber de que forma os alunos, que iriam
desenvolver o ensino clínico no contexto da comunidade, teriam de elaborar um plano de acção,
pois era algo que nunca tinha feito antes e não sabia bem do que se tratava. Ainda neste dia tivemos
a oportunidade de visitar o Departamento de Saúde Mental e Psiquiatria da Unidade Local de
Saúde do Alto Minho (ULSAM) – Consulta Externa e Hospital de Dia, com o obejtivo de
conhecermos as dinâmicas de intervenção multidisciplinar no atendimento ao doente do foro
mental e psiquiátrico em regime de ambulatório. Apesar de o meu ensino clínico não se realizar
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nesta unidade penso que esta visita foi importante pois permitiu-nos conhecer contextos diferentes
do internamento onde são prestados cuidados de saúde mental e psiquiatria e possibilitou-me ainda
compreender como é feita a articulação das diferentes unidades no Departamento de Saúde Mental
e Psiquiatria e também observar algumas das dinâmicas que poderiamos vir a desenvolver na CE
de Saúde Mental e Psiquiatria em Ponte de Lima.
No segundo dia fomos já para o contexto onde iria decorrer o restante ensino clínico. A
enfermeira chefe da CE e do Hospital de Dia, Manuela Brito, apresentou-nos a estrutura física e
os profissionais de saúde e explicou-nos toda a dinâmica destes serviços, posteriormente estivemos
com a enfermeira tutora Sílvia Pereira que nos fez uma breve apresentação sobre as patologias
psiquiátricas mais frequentes, a medicação administrada na CE e também quais os principais
objetivos e finalidades destas consultas. Outro dos aspetos abordados, e que se torna fulcral, foi a
avaliação inicial de enfermagem no âmbito da saúde mental e psiquiatria na CE, a enfermeira deu-
nos a conhecer este documento e podémos perceber que difere em alguns aspetos da avaliação
inicial que é realizada em contexto de internamento, deu-nos uma breve explicação de como deve
ser realizada e a importância da aplicação de certas escalas para completarmos o melhor possível
esta avaliação. Tivemos ainda a oportunidade de conhecer algumas das atividades realizadas pelos
nossos colegas, tanto deste ano como de anos anterios, no âmbito da CE e foi-nos proposta,
também, a realização de uma atividade. Mais tarde dirigimo-nos à UCC – Saúde Mais Perto, onde
sob a orientação da enfermeira tutora Mónica Morais tivemos a oportunidade de conhecer a
unidade e todos os projetos que nesta estão a ser desenvolvidos e de que forma estes contribuem
para a prevenção da doença mental e promoção da saúde mental, e em quais deles nós poderiamos
contribuir e participar e se tornariam uma mais valia para o nosso porcesso formativo. Estivemos
também reunidas com o gestor pedagógico professor Joaquim Passos e com a enfermeira tutora
Mónica, que nos deram orientações sobre a realização do plano de ação, qual os seus objetivos e
como deveria ser estruturado e também uma explicação quanto às atividades que poderiam ser
desenvolvidas na UCC tem em conta os projetos que aqui existem, tornou-se um momento
importante para percebermos o que teriamos de desenvolver ao longo deste ensino clínico e qual
as competências que deveriamos alcançar. Relativamente ao plano de ação, inicialmente senti
bastantes dificuldades na elaboração deste, pois nunca tinha feito algo do género e desconhecia
quais os tópicos que era necessário abordar, mas depois de algumas orientações do professor e da
enfermeira Mónica, e da troca de ideias com as minhas colegas percebi o que era essencial para a
realização de um plano de ação, penso que como instrumento de avaliação também se torna
importante, pois permite que, tantos nós como o professor e as enfermeiras tutoras tenham noção
do que foi desenvolvido ao longo deste ensino clínico, tendo em conta os objetivos propostos.
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Durante a primeira semana na UCC a enfermeira Mónica deu-nos a conhecer os projetos
que estavam a ser desenvolvidos na unidade e orientou-nos acerca dos projetos onde poderíamos
intervir. Assim sendo, desenvolvemos atividades de prevenção da doença mental e promoção da
saúde mental em grupos mais vulneráveis. O nosso plano de ação foi efetuado de acordo com os
projetos existentes na UCC considerando o diagnóstico de situação atual e as necessidades
específicas de cada grupo e ao mesmo tempo tivemos também em atenção a vertente da promoção
da saúde mental e prevenção da doença mental. Decidimos então avançar com algumas ideias para
atividades que estivessem em consonância com os projetos da UCC. Ao apresentarmos as nossas
ideias percebemos que a maioria era possível de ser realizada, sendo que tivemos de abdicar de
algumas por não serem possíveis de pôr em prática. As atividades realizadas pelo nosso grupo
estavam inseridas em três projetos major da UCC sendo eles o Envelhecimento Ativo, Viver a
Parentalidade em Pleno e Educação Para a Saúde (EPS) em jovens. Assim sendo realizamos várias
pesquisas acerca dos diferente temas que seriam possíveis de ser abordados de modo a estruturar
as atividades e direcioná-las para a saúde mental. Aquando do planemamento de cada atividade, o
professor Joaquim foi-nos dando o seu feedback, corrigindo e sugerindo algumas alterações.
Destaco que, sendo este o primeiro ensino clíncio em que planeei atividades estruturadas, revelei
bastantes dificuldades principalmente na fundamentação teórica e na definição dos objetivos gerais
e específicos pois estes deveriam estar de acordo com a fundamentação da atividade e a sua
descrição e nem sempre consegui atingir esta conformidade entre os diferente tópicos. Mas com
as trocas de ideias com a minhas colegas e as orientações tanto do professor Joaquim como da
enfermeira Mónica penso que conseguimos planear as atividades da melho maneira. Durante a
primeira e segunda na UCC fomos planeando as diferentes atividades e ainda tivemos a
oportunidade de participar numa caminhada ao quartel dos bombeiros, no chá dançante onde a
nossa atividade da estimulação cognitiva nos idosos foi posta em prática, sendo que estas estão
inseridas no projeto de Envelhecimento Ativo e numa sessão de EPS onde o tema abordado foi a
sexualidade com alguns jovens do ensino secundário. Relativamente às sessões de EPS escolar,
considero que são de extrema importância na medida em que têm assumido uma preponderância
cada vez maior na sociedade atual e com o objetivo de influenciar positivamente a saúde e os
comportamentos de crianças e jovens, através da implementação de programas, permitindo assim
que se tenham ganhos em saúde e que se evitem comportamentos de riscos nas crianças e jovens.
Poder participar nestas atividades tornou-se uma mais valia para o meu processo formativo e com
elas pude aprender a forma como as escolas e os professores se veem perante a exigência de novas
funções, necessitanto, por um lado, de alargar e aprofundar conhecimentos noutras áreas que não
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as da sua formação de base e, por outro lado, estabelecer parcerias com os profissionais de saúde
para desenvolverem, em conjunto, intervenções mais consistentes, elaboradas e ficazes.
A atvidade desenvolvida no âmbito do projeto de Envelhecimento Ativo foi uma atividade
de estimulação cognitiva na qual estiveram presentes idosos que estão institucionalizados em
vários lares do Concelho de Ponte de Lima. Segundo Apóstolo [et al.] (2001), a manutenção da
saúde cognitiva tem um importância fulcral na prevenção do compromisso cognitivo e no atrasso
da instalação do quadro demencial, da dependência e da incapacidade do idoso para se auto-cuidar.
No decorrer desta atividade e posteriormente com a avaliação da mesma consegui compreender
que a estimulação cognitiva é um aspeto fulcral, pois, com o envelhecimento estas capacidades
atrofiam e se não forem estimuladas existe um elavado risco de detereoração cognitiva, funcional
e corporal, diminuição da vitalidade e da capacidade de adapatação do organismo às mudanças a
que o corpo está exposto. Gostei bastante de trabalhar com os idosos, pois, emboram sejam um
grupo vulnerável, domonstram bastantes capacidades de interação e participação.
A atividade desenvolvida no âmbito do projeto Viver a Parentalidade em Pleno tratou-se
de uma sessão de relaxamento e imaginação dirigida com grávidas que costumam frequentar as
sessões de preparação para o parto na UCC. Nesta etapa da vida das gestantes a manutenção de
um bom estado mental torna-se fulcral, tanto para conseguir supurtar o momento que ai vem como
também para transmitir tranquilidade ao feto. Assim sendo, o relaxamento é uma das técnicas que
pode ser usada para atingir esse fim e consequentemente um bom estado metal e físico. Trabalhar
com as grávidas tornou-se bastante interessante, pois tornam-se também um grupo vulnerável mas
com grande capacidade de interação e compreenção dos benefícios que um bom relaxamento pode
trazer para ultrapassar o momento que se avizinha.
Temos ainda planeada uma atividade com alguns jovens do ensino secundário sobre o
consumo de álcool, achamos importante intervir nesta área pois estes são também considerados
um grupo vulnerável, mas até a data da realização desta reflexão a atividade ainda não foi
concretizada.
Tive oportunidade, durante a minha passagem pela UCC, de assistir a várias sessões com
pessoas com Problemas Ligados ao Álcool (PLA), nestas sessões, tendo em conta o estadio em
que o utente se encontra, são realizadas intervenções breves para incentivar/promover/manter a
abstinência alcoólica. Considero que foi uma experiência bastante gratificante para o meu
processo, pois permitiu-me perceber como é que uma equipa multidisciplinar atua em cada caso
específico para uma melhoria do estado do utente e consequentemente da sua família e da
sociedade em que está inserido. Pude ainda assistir a uma reunião do Núcleo de Apoio a Crianças
e Jovens em Risco (NACJR), nestas reuniões são discutidos, por uma equipa multidisciplinar,
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casos de crianças e jovens até aos 16 anos que podem estar em risco, prevenindo assim a ocorrência
de maus-tratos. Foi uma experiência enriquecedora pois permitiu-me compreender a preocupação
que existe por parte dos profissionais envolvidos em prevenir os maus-tratos e abusos a estas
crianças e jovens e qual a melhor opção a tomar para que isto não aconteça.
De uma forma geral, penso que a minha passagem pela UCC correu bem, tive a
oportunidade de intervir em várias àreas da saúde mental, maioritariamente na prevenção da
doença mental e promoção da saúde mental, e também em diferentes grupos e faixas etárias. Uma
das grandes procupações que me surgiu foi o receio de não conseguirmos organizar as atividades
em tempo oportuno, sendo que o tempo que tivemos para planear e realizar algumas delas foi
apertado. Em relação às orientações da enfermeira Mónica considero que estas se tornaram
fundamentais sendo que nos ajudou a melhorar em diversos aspetos fulcrais das nossas atividades
e a sermos mais realistas naquilo que pretendiamos alcançar, não esquecendo que o professor
Joaquim também contribuiu imenso para que isto fosse possível.
No âmbito da CE de Saúde Mental e Psiquiatria tive oportunidade de contactar com utentes
com o mais variado tipo de patologias do foro mental e psiquiátrico, nomeadamente, utentes com
depressões, com problemas ligados ao álcool, com esquizofrenia dos mais diversos tipos. No
primeiro dia da minha semana na CE tive oportunidade de observar consultas realizadas pela
enfermeira Silvia e realizei uma sob orientação da mesma. Relativamente às entervistas, no início,
apesar de ter lido a avalição e tentado compreender quais os dados necessários a obter, senti
batantes dificuldades relativamente às perguntas que seria necessário colocar aos utentes, sendo
que a enfermeira Silvia ia intervindo com algumas perguntas de modo a completar a avaliação
inicial o melhor e mais detalhadamente possível, mas com os esclarecimentos que a enfermeira
me foi dando e com as entrevistas que fui realizando esta dificuldade foi ultrapassada. Outra das
estratégias que me permitiu mobilizar mais facilmente conhecimentos teórico-práticos e preparar-
me para as entrevistas, foi a consulta do processo clínico do utente e de outras fontes de
informação. Quanto ao preenchimento da avaliação inicial, considero que atingi com alguma
eficácia os objetivos para este parâmetro uma vez que através da entrevista e da observação do
utente, bem como a consulta de outras fontes, tentei sempre recolher o máximo de informação
possível. Esta minha passagem pela CE possibilitou-me ainda lidar de forma recorrente com a
administração de psicofármacos (injetáveis intramusculares), nunca anteriormente tinha praticado
esta técnica sem ser em contexto de aulas práticas na escola, assim sendo pude melhorar e
aprefeiçoar a técnia e também mobilizar conhecimentos de psicofarmacologia em casa situação
específica. Ainda no âmbito da CE tinha a oportunidade de observar uma visita domiciliária
juntamente com a equipa de profissionais de saúde que a realizam, mas por incompatibilidade de
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horários não me foi possível comparecer. Quanto à atividade a ser desenvolvida na CE, apesar de
não ser de caráter obrigatório, o grupo aceitou a proposta da enfermeira Silvia de realizar uma
atividade continua, ou seja, algo que fosse iniciado por nós e percorresse os próximos grupos deste
ensino clínico de modo a chegar ao fim com uma atividade bem estruturada e apresentada, sendo
que o nosso grupo ficou encarregue da fundamentação teórica, contudo, à data da realização desta
reflexão, o grupo ainda terá de reunir e trabalhar em conjunto sendo que só teremos a possibilidade
de entregar esta fundamentação no fim do ensino clínico.
Em relação ao estudo de caso, penso que enquanto instrumento de avaliação se torna
importante e deve também ser visto como um contributo para o processo de aprendizagem, pois
mais do que um momento avaliativo torna-se também um momento de aprendizagem e reflexão.
Não senti grandes dificuldades na realização deste estudo de caso, pois a utente mostrou-se
bastante disponível a responder a todas as minhas perguntas o que facilitou o preenchimento de
toda a avaliação inicial de enfermagem e mais dados que foram necessários para completar este
estudo de caso. Em termos da patologia senti um pouco mais de dificuldade, pois, apesar de ser
um tema bastante comum e abordado na atualidade há a necessidade de fazer muitas pesquisas
bibliográficas para encontrarmos fontes fidedignas e com informação pertinente, contudo, com
todas estas pesquisas tive a possibilidade de alargar o meu campo de conhecimento. Um dos
aspetos que me ajudou bastante na identificação dos diagnósticos para o plano de cuidados e
intervenções de enfermagem a realizar foi a obtenção do máximo de informação possível aquando
da realização da avaliação inicial de enfermagem e a aplicação de algumas escalas.
Apesar de todos os contratempos de horários e transportes a horas plausíveis, penso que
tive uma prestação positiva, sendo que tenho a perfeita noção que ainda há muitos aspetos que
tenho e posso melhorar. Foi uma experiência gratificante e enriquecedora, pois permitiu-me
conhecer toda a dinâmica e realidade de um CE de Saúde Mental e Psiquiatria e estar em contacto
direto com doenes do foro mental. Considero que, em termos de orientação, a enfermeira Sílvia
sempre se mostrou disponível para esclarecer todas as minhas dúvidas e explicar situações com as
quais me ia deparando no dia a dia da CE.
O trabalho de equipa foi algo muito importanto do longo de todo este ensino clínco um vez
que contribuiu bastante para que este fosse bem sucedido. O grupo mostrou capacidade de
interação e colaboração em equipa e participamos ativamente em todas as decisões e planificações
de atividades.
A ética e a deontologia são algo inerente à prestação de cuidados de enfermagem, quer ao
indivíduo como à família e à comunidade, pelo que temos o dever de respeitar os direitos e valores
de cada utente e das suas famílias, sem nunca esquecer os nossos próprios valores pessoais.
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Considero que demonstrei competências a este nível assim como apresentei responsabilidade face
aos valores e princípios da profissão de enfermagem. Ao longo de todo o ensino clínico, foi na CE
que as questões éticas e deontológicas mais se evidenciaram, pois era aqui que contactava mais
diretamente com os utentes, contudo, também durante as atividades na comunidade procurei ter os
valores éticos presentes, nomeadamente, o respeito, a dignidade, a autonomia, a individualidade,
a igualdade, a privacidade, o bem-estar e o consentimento informado.
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CONCLUSÃO
Fazendo agora uma retrospecção do meu percurso, considero que apesar do contexto do
trabalho na comunidade me ter enriquecido bastante a nível pessoal e enquanto futura enfermeira,
penso que o contexto de CE se adequou muito mais àquilo a que eu estava a espera deste ensino
clínico e também em termos de oportunidades e experiências em relação aos meus colegas que
realizaram ensinos clínicos noutros contextos, por exemplo, de internamento.
Tentei sempre responder aos objetivos e desafios que me foram propostos de forma a poder
melhorar progressivamente.
Relativamente a todas as dificuldades sentidas neste ensino clínico penso ter adquirido
algumas estratégias que me permitiram de certo modo ultrapassá-las. Ao longo destas semanas
considero que evolui tanto a nível individual com em grupo, aumentando progressivamente a
minha autonomia na escolha de atividades, no planeamento e na sua gestão.
De um maneira geral faço uma balanço positivo deste ensino clínico no qual pude
desenvolver atividades na área da promoção da saúde mental e prevenção da doença mental na
comunidade e em vários grupos e faixas etárias e também estar em contacto com doentes do foro
mental e psiquiátrico e as suas famílias no contexto de CE. Nas várias experiências vividas tive
oportunidade de alargar o meu campo de conhecimento, adquirir novas expriências, saberes e
orientações fundamentais para o resto do meu percurso formativo. Para isto, contribuíram as
enfermeiras tutoras, o gestor pedagógico e os restantes profissionais de saúde com os quais tive a
oportunidade de contactar, aos quais agradeço todo o apoio e disponibilidade, também as minhas
colegas por me terem acompanhado e ajudado em todo este percurso, por fim mas não menos
importantes faço um agradecimento a todos os utentes, pois sem eles nada disto seria possível de
concretizar.
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BIBLIOGRAFIA
APÓSTOLO, João Luís Alves [et al.] – Efeitos da estimulação cognitiva em idosos. Revista
de Enfermagem Referência. Coimbra. ISSN: 0874-0283. Nº5. (2011), p. 193-201.
SANTOS, Elvira Maria Martins – A Aprendizagem pela Reflexão em Ensino Clínico.
Estudo Qualitativo na Formação Inicial em Enfermagem. Universidade de Aveiro,
Departamento de Didática e Tecnologia Educativa, 2009. Tese de doutoramento.